Transtornos Alimentares
Transtornos Alimentares
Alunas: • Bárbara Beatriz Feitosa; • Bárbara Gonçalves Mendes;• Deborah Rocha;• Isabela Dias Ribeiro; • Nicole Gonçalves.
O que são os Transtornos Alimentares?
Os Transtornos Alimentares são desvios do comportamento alimentar que podem levar ao emagrecimento
extremo (caquexia), à obesidade, entre outros problemas físicos e
incapacidades e até mesmo à morte.
- Têm sido foco de atenção devido ao significativo grau de morbidade e mortalidade.
Taxa de mortalidade: de 0,5 a 1% ao ano. A mor-talidade aumenta conforme o tempo, atingindo 20% dos pacientes em 20 anos.
- Metade vai a óbito por complicações médicas e outra metade, por suicídio.
- A anorexia é atualmente a doença psiquiátrica com os índices de mortalidade mais altos.
- São determinados por uma diversidade de fatores que interagem entre si de modo complexo .
- Prejuízo pessoal e social de indivíduos jovens,o curso longo e variável e o prognóstico reservado requerem um planejamento terapêu-tico eficaz.
- Predominância em mulheres, sendo que atinge atinge 1% da população feminina entre 18 e 40 anos.
- Geralmente apresentam suas primeiras manifestações na infância e na adolescência.
Alterações do comportamento alimentar
Alterações precocesda relação da criança
com a alimentação
Transtornos Alimentares Propriamente Ditos
Alterações da Relação da Criança com a Alimentação
Transtorno da alimentação da primeira infância
Transtorno de RuminaçãoPica
Transtorno da alimentação da primeira infância
-Dificuldade de se alimentar adequadamente levando a uma perda ponderal ou a uma falha em ganhar peso de forma apropriada.
- Inicia-se antes dos seis anos de idade.
-Sintomas não parecem ser devidos a alguma condição médica, a um outro transtorno ou à falta de alimentos.
-Tratamento: busca a melhora do Estado nutricional do paciente.
-Avaliação dos pais e de fatores psicossociais.
Pica
- É a ingestão persistente de substâncias não nutritivas, inadequadas e que não fazem parte de uma prática aceita culturalmente.
- Substâncias comuns: terra, barro, cabelo, alimentos crus, Insetos, cinzas de cigarro e fezes de animais.
- Ocorrência: entre crianças de famílias com baixo nível econômico ou que sejam vítimas de negligência ou agressãofamiliar. Crianças com quadros de depressão também podem apresentar o problema.
-Condições Associadas: Atrasos no desenvolvimento, retardo mental e história familiar de pica.
-Complicações clínicas: relacionadas ao sistema digestivo e com intoxicações ocasionais
Transtorno de Ruminação
- Inclui episódios de Regurgitação sem explicação Médica.
- Complicações: desnutrição, perda de peso, alterações do equilíbrio hidroeletrolítico, desidratação e morte.
- Taxas de mortalidade chegam a 25%.
- O transtorno é observado com maior freqüência em bebês, mas pode ser visto em indivíduos mais velhos, particularmente naqueles que também apresentam Retardo Mental.
- Os bebês com o transtorno exibem uma posição característica de tensionar e arquear as costas com a cabeça estirada para trás, fazendo movimentos de sucção com a língua e dando a impressão de obterem satisfação com a atividade.
- Fatores predisponentes: falta de estimulação, negligência, situações de vida estressantes e problemas no relacionamento pais-filho.
Anorexia Nervosa
• Cerca de 45% das crianças em idade escolar, de ambos os sexos, e 37% delas tentarem perder peso, somente uma pequena parcela desenvolve um transtorno alimentar.
• Ocorre predominantemente em mulheres jovens, sendo a faixa etária dos 12 a 16 a mais comum.
• A taxa e mortalidade na AN é alta.• As pacientes com esse transtorno se
recusam a ingerir alimentos, especialmente os ricos em carboidratos e lipídios. Elas iniciam o processo restritivo com os primeiros, englobando os segundos posteriormente.
• Evidências sugerem que fatores psicossociais desempenham um importante papel na distribuição dos transtornos alimentares.
• A influência da “cultura ao corpo” e da pressão para a magreza que as pessoas sofrem nas sociedades ocidentais parece estar associada a comportamentos relacionados à anorexia.
• Este transtorno é mais comum em profissões que exigem leveza para melhorar o desempenho ( ginastas, bailarinas, patinadoras) ou corpos considerados socialmente atraentes para a comercialização da imagem (modelos, atrizes).
Famosos que sofrem ou sofreram com a doença
• Alanis Morissette• Victoria Beckham• Kate Moss• Daniel Johns (vocalista da banda
Silverchair)
• O modelo mais comum para explicar a doença é o modelo multifatorial que se baseia na hipótese de que vários fatores biológicos, psicológicos e socais se interajam para desenvolver
a doença.• As pacientes passam a apresentar insatisfação com o seu corpo e tendem a apresentar alteração da imagem corporal.
• Carolina, 27 anos, economista“Sofri de anorexia durante quatro anos da minha
adolescência e início da vida adulta. Com 20 anos e 1,69m, cheguei a pesar 44kg. Usei todos os tipos de dietas e técnicas para o emagrecimento e depois percebi que deixa de comer era a melhor de todas. Comecei aos poucos, eliminando as massas e carboidratos,e já não conseguia passar nem perto que meu estômago embrulhava. Depois, aboli do meu cardápio as frituras e gorduras e não suportava nem o azeite de saldas. Com o tempo, minha alimentação se restringiu às verduras e a um pouco, pouco mesmo, de frango. Por fim, além de muita água para me sentir saciada, a única coisa que conseguia ingerir eram alguns biscoitos, apenas para me manter viva. Se é que dá pra chamar aquilo de vida.”
• Gradativamente as pacientes começam a viver em função da dieta, restringindo o seu campo de interesses e levando de forma gradativa ao isolamento social.
• O padrão alimentar vai se tornando cada vez mais secreto.
DSM-IV• De acordo com o DSM-IV existem dois
tipos de anorexia.1. Restritivo: Comportamentos restritivos
relacionados à dieta.2. Purgativo: Ocorrem episódios de
compulsão alimentar e comportamentos mais perigosos, como os vômitos auto induzidos, o abuso de laxantes e de diuréticos.
Obs: O CID-10 não faz essa diferenciação.
• A prática de exercícios físicos é freqüente.• Várias complicações médicas podem
decorrer da doença como anemia, osteoporose, alterações endócrinas, alterações cardíacas e até morte.
Comorbidades
• É comum a associação dos transtornos alimentares com outros transtornos psiquiátricos como: transtornos do humor, transtornos de ansiedade e transtornos da personalidade.São comuns também transtornos de abuso de substâncias químicas.
• Estes podem ser complicadores do quadro clínico.
Aspectos desfavoráveis que costumam estar presentes:
• Baixa auto-estima;• Pais exigentes, dominadores e controladores;• Perfeccionismo e auto-controle;• Elevadas expectativas de desempenho pessoal;• Famílias que valorizam a forma física;• Humor depressivo;• Caráter facilmente influenciável;• Dificuldades para lidar com mudanças;• Perdas afetivas precocemente;• Abuso infantil na infência
Infância• A Anorexia Nervosa parece ser o transtorno alimentar mais comum na infância. • Parece ter início a partir dos 7 anos.• Apresenta umaassociação importantecom comportamento obsessivo incluindo extrema preocupação com a escola) e com sintomas depressivos.
• Apesar das crianças fazerem uso de menos métodos purgativos, elas se exercitam bastante para controlar o peso, através de esportes ou subindo escadas e fazendo abdominais.
• Embora nesta faixa etária a perda de peso não seja essencial para o diagnóstico, podendo haver apenas redução o ganho de peso esperado para o crescimento, a perda de peso poderá ser rápida e dramática em virtude dos baixos níveis de gordura que as crianças possuem.
TRATAMENTO
• Devido á sua etiologia multifatorial a AN é considerada de difícil tratamento, deve-se integrar o acompanhamento médico, psicológico e nutricional.
• A internação hospitalar deve ser feita com pacientes com peso corporal abaixo de 75%, quando estão perdendo peso rápido demais ou quando é necessário o monitoramento de suas condições clínicas.
• Anoréxicas normalmente não procuram tratamento de forma espontânea, pois para elas a anorexia não é um problema e sim a solução para a suas insatisfações físicas.
• Sentem-se poderosas ao controlar seu apetite.
Bulimia Nervosa
• Etimologia: bous (boi) e limos (fome)
• Bulimia (sintoma) x Bulimia Nervosa
Bulimia Nervosa• Extremamente rara antes dos 12 anos de
idade, sendo normalmente diagnosticada até os 18.
• É um transtorno característico de mulheres jovens e adolescentes, com prevalência de 1,1% a 4,2% neste grupo.
• Sintoma principal: Episódio de compulsão alimentar que costuma ocorrer durante uma dieta.
Bulimia Nervosa• Aspecto comportamental objetivo +
Componente subjetivo.
• Estes episódios de hiperfagia ocorrem às escondidas e são, na maioria das vezes, acompanhados de sentimentos intensos de vergonha, culpa e desejos de autopunição.
Bulimia Nervosa• Métodos purgativos: - O vômito auto-induzido: 90% dos casos- Alívio imediato do desconforto e redução do
medo de engordar. - Sinal de Russel- Outros métodos purgativos são: medicamentos
laxativos e diuréticos; hormônios tireoideanos; anorexígenos; enemas; jejuns prolongados e exercícios físicos em excesso.
Bulimia Nervosa• DSM-IV distingue dois tipos de pacientes
com Bulimia: o “tipo purgatório” e o “tipo não-purgatório”.
• O CID-10 apresenta critérios semelhantes aos do DSM-IV, alertando para variações do transtorno: Diabulimia e Ortorexia.
Bulimia Nervosa• Erosão dos dentes, aargamento das
parótidas, esofagites, hipopotassemia e alterações cardiovasculares, dentre outras.
• Freqüência aumentada de transtornos de ansiedade
• Comorbidade com depressção, em algum momento da evolução clínica: 46% a 89% dos casos.
Bulimia Nervosa• Conseguem manter o peso dentro do
limiar de normalidade, ou discretamente abaixo.
• Tratamento conduzido por equipe multifuncional, na maioria dos casos extra-hospitalar.
Famosos com Bulimia Nervosa
• Princesa Diana
• Jane Fonda
• Joan Rivers
• Mary Kate Olsen
Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica
- Atitude alimentar caracterizada pela ocorrência de episódios de comer grandes quantidades de comida em intervalos
curtos de tempo, sensação de perda de controle sobre o ato de comer e, em seguida, arrependimento de ter comido.
(1) ingestão, em um período limitado de tempo(por ex., dentro de um período de 2 horas) de uma quantidade de alimentos definitivamente maiordo que a maioria das pessoas consumiria durante um período similar e sob circunstâncias similares.
(2) um sentimento de falta de controle sobre o comportamento alimentar durante o Episódio (por ex., um sentimento de incapacidade de parar de comer ou de controlar o queou quanto está comendo).
- Aparece em aproximadamente 2% da população geral e, particularmente, em cerca de 30% dos obesos que procuramtratamento médico.
-Para caracterizar o diagnóstico, esses episódios devem ocorrer pelo menos dois dias por semana nos últimos seis meses, associados a algumas características de perda de controle e não acompanhados de comportamentos compensatórios dirigidos para a perda de peso
- O estresse é um fator que pode levar ao aumento das compulsões Alimentares.
Obesidade
Classificação CID-10• F50-F59 Síndromes comportamentais associadas a disfunções
fisiológicas e a fatores físicos
F50 Transtornos da alimentaçãoExclui:
anorexia SOE (R63.0)dificuldade e maus hábitos alimentares (R63.3)polifagia (R63.2)transtorno da alimentação da primeira e da segunda infância (F98.2)
F50.4 Hiperfagia associada a outros distúrbios psicológicosHiperfagia devida a eventos estressantes, tais como lutos, acidentes, partos etc.Hiperfagia psicogênica
Exclui:obesidade (E66.-)
Hiperfagia ?
1. Dicionário Digital de Termos Médicos1.09294.HIPERFAGIA - Aumento anormal do apetite ou ingestão excessiva de alimentos, geralmente associada a lesão do hipotálamo.
2. DeCS – Descritores em Ciências da SaúdeSinônimos Português: Alimentação em Excesso Hiperalimentação Ingestão Excessiva de Alimentos Superalimentação
Definição Português: Ingestão de uma quantidade de comida maior que a considerada ótima.
3. Hiperfagia psicogênica - “Hiperfagia que tenha levado à obesidade como uma reação a eventos angustiantes... Perdas, acidentes, operações cirúrgicas e eventos emocionalmente angustiantes podem ser seguidos por uma ‘obesidade reativa’, especialmente em pacientes predispostos a ganho de peso”.
Obesidade: transtorno?• “uma enfermidade heterogênea de origem
multifatorial, resultante da combinação de fatores genéticos, metabólicos, neuroendócrinos, dietéticos, sociais, familiares e psicológicos” (Betarello, 1993; Jordan and Col, 1976).
• Expressão patológica e matéria de preocupação da classe médica e outros segmentos profissionais.“Grande parte dessa preocupação com a obesidade é decorrente das conseqüências que acarreta no campo médico e psicológico; (invalidação pessoal, agravante – sobrecarga no aparelho circulatório, aparelho respiratório, locomotor, etc.)” (Kahtalian)
Obesidade• Desafio para muitas áreas do conhecimento• Meta: êxito duradouro na cura da obesidade – não
atingida• Lacunas no conhecimento sobre a obesidade• Conhecimento “mágicos” e “místicos” com relação ao
tratamento (aparelhos estéticos, injeções, agulhas milagrosas...)
• Modelo de investigação multidisciplinar
• Nessa abordagem: - Experiência vividas focalizando os aspectos
emocionais, no campo da clínica.
• Obesidade: expressão sintomática dos conflitos internos e externos que se realimentam como num mecanismo de feedback.
• Visão da Medicina Antropológica: Perceber o distúrbio pela observação integral do paciente procurando salientar o quanto as doenças e disfunções de inserem na biografia do indivíduo, conferindo sua singularidade.
Você tem fome de quê?
Aspectos psíquicos envolvidos
• Identificação e imagem corporal
• Obesidade e transtornos mentais – comorbidade
Tratamentos indicados
• Relação profissional-paciente
• Tratamento psicoterápico da obesidade
Cirurgia Bariátrica
• Solução?
• Relato de Caso: Anne, o Monstro.
Etiologia dos Transtornos Alimentares: aspectos biológicos,
psicológicos e sócio-culturais.
Autores: Cristina M. Morgan, Ilka Ramalho Vecchiatti e André Brooking Negrão.
Etiologia multifatorial:
Fatores interagem entre si (genéticos, socioculturais, biológicos e psicológicos.)
Fatores predisponentes Fatores predisponentes – Aumentam chance
de surgir o TA.
Fatores precipitantes – Marcam o aparecimento dos sintomas do TA.
Fatores mantenedores – Determinam se o transtorno perpetuará ou não.
Tipos de fatores predisponentesIndividuais• Traços de Personalidade Baixa auto-estima e auto-avaliação negativa
(risco AN e BN) Traços obsessivos, perfeccionistas,
passividade e introversão (AN) Impulsividade, instabilidade afetiva
(aspectos centrais), sociabilidade e comportamentos gregário e de risco (BN)
Associação AN e Transtornos da personalidade obsessiva-compulsiva
Associação BN e Transtornos caracterizados por impulsividade e instabilidade, e Transtorno da compulsão alimentar periódica,com T. do tipo evitativo e ansioso.
• História de Transtornos Psiquiátricos
Depressão – História pré-mórbida de depressão risco para TA (BN)
Transtornos da ansiedade (AN) Dependência de substâncias (BN)• Tendência à Obesidade• Alterações da Neurotransmissão Disfunções no metabolismo das
monoaminas centrais Vias noradrenérgicas Vias serotoninérgicas• Eventos Adversos Abuso sexual
Familiares e Hereditários• Agregação Familiar- História de TA e/ou
transtorno de humor na família • Hereditariedade• Padrões de Interação Familiar Rigidez, intrusividade e evitação de
conflitos (AN) Desorganização e falta de cuidados (BN)
Sócio-Culturais• Ideal Cultural de Magreza
Fatores precipitantesDieta – Interação com outros fatores =>TA
Eventos estressores
Ciclo compulsão/purgação BN
Compulsão alimentar
Métodos compensatórios –Vômito auto-induzido
Uso de laxantes
Restrição alimentar (dieta)
Dieta fator precipitante AN
Ausência de compulsãoAumento da restrição
Desnutrição
Distorção da imagem corporal
Medo de engordarDesejo de emagrecer
Restrição alimentar(dieta)
Fatores Mantenedores• Fisiológicos:Privação alimentar favorece episódios de
compulsão alimentarEpisódios de compulsão alimentar interferem
no metabolismo da glicose e insulina• Psicológicos:Privação alimentar desencadeia pensamentos
obsessivos sobre comida e maior necessidade de controle
• Culturais:Magreza vista como símbolo de sucesso
Fatores Mantenedores
Alterações psicológicas e físicas
Pensamentos obsessivos
sobre comida
Desencadeamento da compulsão
Reforça ...
Privação alimentar
Desafio...Descrever e compreender como os
diversos fatores interagem entre si em cada caso.
TA não emergem abruptamente, mas ao longo de vários anos, a partir de predisposições e de situações de vulnerabilidade.
Referências Bibliográficas• “Trantornos Alimentares” -
• “Obesidade: um desafio” - Alexandre Kahtalian
• “Aspectos Psicodinâmicos da Obesidade” - Arthur Kaufman
• Relato de caso Anne: “O embrulho do nada na obesidade” – Célia Salles