FACULDADE MERIDIONAL ndash IMED ESCOLA DE ARQUITETURA E URBANISMO
Mauriacutecio Kunz
Arquitetura Inclusiva Centro de Terapias Alternativas na cidade de Sertatildeo - RS
Passo Fundo 2015
Mauriacutecio Kunz
Arquitetura Inclusiva Centro de Terapias Alternativas na cidade de Sertatildeo - RS
Relatoacuterio do Processo Metodoloacutegico de Concepccedilatildeo do Projeto Arquitetocircnico e Urbaniacutestico e Estudo Preliminar do Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ndash IMED como requisito parcial para aprovaccedilatildeo na disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso I sob orientaccedilatildeo da professora Dra Caliane Christie Oliveira de Almeida Silva
Passo Fundo 2015
Mauriacutecio Kunz
Arquitetura Inclusiva Centro de Terapias Alternativas na cidade de Sertatildeo - RS
Banca Examinadora
Profordf Dra Caliane C O de Almeidandash Orientadora
Profordf Me Renata Postay - Integrante
Passo Fundo 2015
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente agrave minha famiacutelia pelo apoio e incentivos prestados desde o iniacutecio da
faculdade
Ao professor Marcos Oliveira do IFRS-Sertatildeo pela atenccedilatildeo prestada e por compartilhar
seus conhecimentos referentes ao funcionamento do Centro de Equoterapia do Cavalo
Crioulo o qual eacute um dos meus objetos de estudo
Agrave todos os docentes que contribuiacuteram para minha formaccedilatildeo na IMED e na ENSA Nantes
por aleacutem de compartilhar seus conhecimentos terem despertado o gosto e principalmente a
curiosidade pelos diversos assuntos relacionados agrave arquitetura e ao urbanismo
Agrave minha professora orientadora Caliane pela empenho dedicaccedilatildeo e principalmente por
me motivar agrave me aprofundar em certos assuntos que vieram agrave enriquecer o presente trabalho
Agrave todos que direta ou indiretamente me auxiliaram na realizaccedilatildeo desse trabalho e na
minha formaccedilatildeo meu muito obrigado
iii
iv
Resumo
A busca por terapias alternativas para o tratamento de pessoas com necessidades especiais tem aumentado significativamente nos uacuteltimos anos Em muitas dessas terapias busca-se a aproximaccedilatildeo dos pacientes com a natureza por meio do contato com animais e plantas como eacute o caso da equoterapia e da hortoterapia respectivamente Tais tratamentos normalmente ocorrem em edifiacutecios originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e reformas posteriores Percebendo que a concepccedilatildeo de edifiacutecios destinados especificamente agraves terapias alternativas pode contribuir para o bom andamento desse tipo de tratamento o presente estudo busca demonstrar o potencial da arquitetura em conceber espaccedilos adequados ao bom andamento das terapias e com acessibilidade universal incorporando no conceito da edificaccedilatildeo os mesmos pressupostos dos tratamentos que seratildeo realizados como o contato com a natureza Para isso propotildee-se o projeto de um centro de terapias alternativas nas dependecircncias do IFRS ndash Sertatildeo para atender a demanda regional de atendimento aos alunos das APAEs substituindo o Centro de Equoterapia existente jaacute que este natildeo apresenta todos os espaccedilos necessaacuterios ao atendimento dos pacientes aleacutem de natildeo suprir a atual demanda regional pela terapia mencionada No projeto do novo centro de equoterapia foram incorporados conceitos do design biofiacutelico onde foram explorados os efeitos positivos da utilizaccedilatildeo do uso de madeira como material construtivo e seus efeitos fisioloacutegicos positivos sobre os ocupantes assim como o contato dos ocupantes com a natureza atraveacutes de vistas e dos materiais utilizados Palavras-chave Arquitetura inclusiva Equoterapia hortoterapia Construccedilotildees em madeira arquitetura equestre
Abstract
The search for alternative therapies for the treatment of people with special needs has increased significantly in recent years In many of these therapies seeks to approach patients with nature through contact with animals and plants as in the case of equine therapy and hortoterappy respectively Such treatments typically occur in buildings originally designed for other activities and underwent adaptations and subsequent reforms Realizing that designing buildings intended specifically for alternative therapies can contribute to the smooth running of such treatment this study seeks to demonstrate the potential of architecture to design spaces suited to the pursuit of therapies and universal accessibility incorporating the building concept the same assumptions of treatments to be performed such as contact with nature For this we propose the design of a center of alternative therapies on the premises of IFRS - Sertatildeo to meet regional demand service to students of APAEs replacing the existing Therapeutic Riding Center since this does not present all the spaces necessary to meet of patients and does not meet the current regional demand by that therapy In the new center of hippotherapyrsquos project were incorporated into concepts the biofilic design the where they were exploited positive effects of the use of the use of wood as a building material and their positive physiological effects on the occupants as well as the contact of the occupants with nature through views and the materials used Keywords Inclusive Architecture Hippotherapy Hortotherapy Wood Architecture
v
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS 9
Figura 2 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 10
Figura 3 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 10
Figura 4 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 11
Figura 5 ndash Rampa para montaria 11
Figura 6 ndash Vista do picadeiro interno 11
Figura 7 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 12
Figura 8 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 13
Figura 9 ndash Picadeiro Interno 13
Figura 10 ndash Interior do estaacutebulo 13
Figura 11 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 14
Figura 12 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno 14
Figura 13 - Fachada Lateral 16
Figura 14 - Cortes transversais 16
Figura 15 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas 17
Figura 16 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program 17
Figura 17 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte 18
Figura 18 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte 19
Figura 19 - Fachadas 19
Figura 20 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual 21
Figura 21 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional 21
Figura 22 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m 23
Figura 23 - Mapa Nolly do entorno 24
Figura 24 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos 24
Figura 25 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno 25
Figura 26 ndash Hierarquia Viaacuteria 26
Figura 27 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno 26
Figura 28 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno 27
Figura 29 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte 27
Figura 30 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo 29
Figura 31 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo 30
Figura 32 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio 30
Figura 33 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras 30
Figura 34 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva 32
v
vi
Figura 35 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR) 32
Figura 36 ndash Dimensionamento de Rampas 33
Figura 37 - Planta baixa de rampa em curva 33
Figura 38 - Planta baixa de rampa em curva 34
Figura 39 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo 37
Figura 40 - Fluxograma da proposta 42
Figura 41 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas 46
vii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre 15
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas 41
viii
SUMAacuteRIO
LISTA DE FIGURAS v
1 INTRODUCcedilAtildeO 1
OBJETIVOS 3
121 Objetivo Geral 3 122 Objetivos Especiacuteficos 3
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 4
3 ESTUDOS DE CASO 9
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO 21
5 HISTOacuteRICO DO TEMA 35
6 CONCEITO 38
CARTA DE INTENCcedilOtildeES 38
Entorno 38
Heranccedila Cultural 38
Caracteriacutesticas do siacutetio 39
Clientes 39
PROGRAMA DE NECESSIDADES40
PREacute-DIMENSIONAMENTO 40
FLUXOGRAMA 42
Figura 40 - Fluxograma da proposta 42
Zoneamento 46
7 CONCLUSOtildeES 47
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 478
10 APEcircNDICES51
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
Terapias alternativas podem ser definidas por procedimentos que visam agrave
assistecircncia agrave sauacutede do indiviacuteduo seja na prevenccedilatildeo tratamento ou cura
considerando-o como mentecorpoespiacuterito e natildeo um conjunto de partes isoladas
Sendo assim seu objetivo difere da assistecircncia alopaacutetica tambeacutem conhecida como
medicina ocidental na qual a cura das enfermidades se daacute por meio da intervenccedilatildeo
direta no oacutergatildeo ou parte do corpo doente (Hill [sd] Landmann 1989)
Dentre as diversas terapias tidas como alternativas e voltadas agrave pessoas com
necessidades educativasespeciais estaacute a Equoterapia O uso desta teacutecnica em
crianccedilas com necessidade especial foi realizado pela primeira vez pela fisioterapeuta
Eilset Bodtker na Noruega Em 1967 foi inaugurado o primeiro centro de equitaccedilatildeo
terapecircutica para crianccedilas com necessidades especiais nos Estados Unidos (HASKIN
et al 1974) Dentre os efeitos observados nos pacientes a praacutetica da equoterapia
desenvolve a comunicaccedilatildeo a orientaccedilatildeo espacial e o equiliacutebrio aleacutem das melhorias
fiacutesicas e diminuiccedilatildeo de fobias de modo geral (FREIRE 1999)
Mais precisamente a equoterapia eacute um meacutetodo terapecircutico educacional que utiliza
o cavalo como principal instrumento numa abordagem multidisciplinar nas aacutereas de
sauacutede educaccedilatildeo e esporte estimulando o desenvolvimento psicossocial de pessoas
com necessidades motoras eou educacionais Trata-se de um processo de
reabilitaccedilatildeo de pessoas portadoras de deficiecircncia eou com necessidades especiais
(sequela de paralisia cerebral deficiecircncia mental doente mental Siacutendrome de Down
autismo alteraccedilotildees sensoacuterio motoras comportamental distuacuterbio de aprendizagem
distuacuterbio psicomotor distuacuterbios de linguagem e fala etc) indicada principalmente agraves
crianccedilas que desenvolve ganhos fiacutesicos e psiacutequicos consideraacuteveis jaacute comprovados
e ainda permite uma maior participaccedilatildeo integraccedilatildeo ou acompanhamento mais
proacuteximo por parte dos pais durante a sessatildeo (ANDE 2014)
O tratamento eacute realizado em um Centro de Equoterapia que segundo Ande
(2015) eacute uma entidade juriacutedica que dispotildee de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos
adequados onde trabalha uma equipe teacutecnica habilitada aleacutem de contar com cavalos
treinados para assim prestar um atendimento de qualidade em Equoterapia agraves
pessoas que buscam este meacutetodo de tratamento
2
A procura por esta terapia vem crescendo consideravelmente ao longo dos anos
Um exemplo proacuteximo se mostra o Centro de Equoterapia do IFRS que jaacute natildeo comporta
todas as crianccedilas das APAEs (Associaccedilatildeo de Pais e Amigos dos Excepcionais) das
cidades proacuteximas
Outra terapia alternativa que vem ganhando destaque nos uacuteltimos anos eacute a
hortoterapia O efeito positivo do trabalho em jardins e hortas foi documentado pela
primeira vez no seacuteculo XIX pelo Dr Benjamin Rush psiquiatra americano Atualmente
essa terapia eacute comumente encontrada em escolas para crianccedilas consideradas
especiais nos EUA Esta teacutecnica consiste nas atividades de cultivo e manejo de uma
horta ou jardim Suas caracteriacutesticas foram inicialmente desenvolvidas em 1993 pela
American Horticultural Therapy Association (AHTA 2015)
A hortoterapia aplicada como terapia ocupacional tambeacutem apresenta bons
resultados no tratamento de pessoas especiais A dedicaccedilatildeo agraves atividades numa horta
para o cultivo de hortaliccedilas com uso alimentar permite que a pessoa tenha um contato
direto com a terra e com as plantas onde podem auxiliar nos tratos culturais sentindo-
se uacuteteis agrave eles mesmos e agraves pessoas de seu conviacutevio (ARNAUD et al 2012)
A incorporaccedilatildeo de terapias alternativas em centros de tratamentoeducaccedilatildeo
especiais no Brasil ainda se mostra muito restrita sendo de grande valia estudos e
projetos desenvolvidos nesta aacuterea Nesse contexto o presente TCC concentra-se
num projeto de um Centro de Terapias Alternativas na cidade de Sertatildeo-RS
Atualmente a cidade de Sertatildeo distante 36 Km de Passo Fundo e 316 Km de
Porto Alegre localizada no norte do Estado do RS conta com um Centro de
Equoterapia instalado nas dependecircncias do Instituto Federal do Rio Grande do Sul
Campus Sertatildeo Este eacute responsaacutevel pelo atendimento aos alunos das APAEs dos
municiacutepios de Sertatildeo Coxilha Getuacutelio Vargas Ipiranga do Sul Estaccedilatildeo Floriano
Peixoto Aacutegua Santa e Vila Lacircngaro realizando cerca de 100 atendimentos por
semana atualmente atingindo sua lotaccedilatildeo maacutexima
Construiacutedo no ano de 2012 o centro acima mencionado natildeo apresenta todos os
ambientes necessaacuterios para a realizaccedilatildeo das atividades aleacutem de ter sido
subdimensionado dificultando a acessibilidade dos alunos e o bom andamento dos
atendimentos Em relaccedilatildeo ao terreno o centro foi implantado em terreno com
topografia natildeo favoraacutevel
3
Diante dos problemas na instalaccedilatildeo atual e agrave crescente demanda de atendimentos
pelas APAEs jaacute citadas e outras instituiccedilotildees percebe-se uma necessidade latente de
construccedilatildeo de um novo centro com infraestrutura adequada e capaz de alargar os
atendimentos e serviccedilos prestados
OBJETIVOS
121 Objetivo Geral
Diante desse contexto o presente TCC objetiva projetar um Centro de Terapias
Alternativas nas dependecircncias do IFRS-Sertatildeo oferecendo as praacuteticas terapecircuticas
de equoterapia e hortoterapia para atendimento da demanda atual e ampliaccedilatildeo da
oferta de acompanhamento aos alunos das APAEs da regiatildeo do Alto Uruguai
122 Objetivos Especiacuteficos
Projetar uma edificaccedilatildeo utilizando-se da madeira como material construtivo
principal aproveitando sua capacidade de armazenamento de carbono e
assim demonstrar a capacidade da arquitetura colaborar para a diminuiccedilatildeo
da emissatildeo de carbono e consequente aquecimento global
Apresentar soluccedilotildees formais coerentes com a utilizaccedilatildeo da madeira
otimizando seu desempenho estrutural
Apresentar a relaccedilatildeo entre o uso da madeira em edificaccedilotildees destinadas agrave
sauacutedeeducaccedilatildeo e o bem-estar dos usuaacuterios
4
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
21 MADEIRA NO BEM-ESTAR
A afinidade do ser humano com a natureza pode ser percebida intuitivamente
quando se entra em contato com ela Estudos indicam que a sensaccedilatildeo de relaxamento
na presenccedila da natureza deve-se agrave reduccedilatildeo das atividades no sistema nervoso
simpaacutetico (SNS) sendo beneacutefico psicoloacutegica e fisiologicamente para quem se
encontra em contato com a mesma
Considerando os efeitos fisioloacutegicos beneacuteficos do ambiente natural nas pessoas
percebe-se a necessidade de adaptaacute-los ao ambiente construiacutedo (NW 2012) Para
isso busca-se explorar em ambientes internos os efeitos do design biofiacutelico definido
por Kellert (2005) e Joye (2007) como a ecircnfase na necessidade de transferir os
benefiacutecios da presenccedila da natureza para o ambiente construiacutedo Nesse caso busca-
se essencialmente a otimizaccedilatildeo da iluminaccedilatildeo natural vistas para a natureza e a
utilizaccedilatildeo de madeira ou outros materiais naturais
No caso da madeira o aspecto visualmente caloroso contribui para que os
ocupantesusuaacuterios tenham uma experiecircncia positiva no ambiente construiacutedo Aleacutem
disso em edificaccedilotildees voltadas ao atendimento de pessoas portadoras de deficiecircncia
pode ser priorizada a percepccedilatildeo taacutetil da madeira por deficientes visuais gerando
imagens mentais (PEIXE sd)
Estudos conduzidos por Tsunetsugu Miyazaki e Sato (2007) demonstram que a
porcentagem de madeira usada nas paredes de um espaccedilo interior resultam em
diferentes respostas fisioloacutegicas Nos testes realizados uma sala com 45 da
cobertura em madeira resultou num aumento na taxa de pulso (velocidade dos
batimentos cardiacuteacos) e diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial dos participantes Enquanto
no caso de uma sala com 90 da superfiacutecie interna coberta por madeira resultou na
diminuiccedilatildeo da atividade cerebral o que pode ser revigorante e desejaacutevel em spas e
consultoacuterios mas pode diminuir a produtividade e criatividade em locais onde alta
atividade cognitiva eacute demandada como salas de aula e ateliecircs Diante dos dados
acima apresentados no projeto que eacute desenvolvido nesse TCC seratildeo atribuiacutedas
diferentes proporccedilotildees de madeira no revestimento dos ambientes internos segundo
seu uso Cita-se como exemplo o caso da enfermaria e do consultoacuterio de fisioterapia
5
e psicologia poderatildeo contar com uma cobertura de ateacute 90 com o material
mencionado enquanto nos ateliecircs essa porcentagem natildeo deveraacute exceder os 50
Aleacutem dos benefiacutecios fiacutesicos para a sauacutede humana as propriedades higroscoacutepicas
da madeira permitem que ela libere ou absorva aacutegua em funccedilatildeo da umidade relativa
e temperatura do ambiente melhorando o conforto teacutermico do espaccedilo (DANIEL
2014)
22 MADEIRA COMO MATERIAL CONSTRUTIVO
As aacutervores e florestas em geral desempenham um importante papel na regulagem
do clima e na reduccedilatildeo do aquecimento global devido agrave sua capacidade de armazenar
carbono O dioacutexido de carbono da atmosfera eacute absorvido pelas aacutervores e durante seu
crescimento vatildeo armazenando carbono em seu lenho folhas e raiacutezes aleacutem de liberar
oxigecircnio para a atmosfera Mas quando essas plantas morrem na natureza e
apodrecem esse ciclo de armazenamento de carbono eacute interrompido pois o mesmo
volta a ser liberado na atmosfera (Green 2012)
No entanto se a madeira dessas plantas for utilizada como material construtivo
para edificaccedilotildees ou manufaturas o carbono continua estocado nos subprodutos ao
longo de toda sua vida uacutetil No caso de reflorestamento naturalmente ou via cultivo
da aacuterea onde a madeira foi extraiacuteda o ciclo de armazenamento de carbono recomeccedila
e novas aacutervores contribuiratildeo para a absorccedilatildeo do elemento citado contribuindo para a
reduccedilatildeo do efeito estufa (NW 2012)
Em comparaccedilatildeo com outros materiais construtivos usuais a madeira apresenta-se
como o mais eficiente em relaccedilatildeo agrave diminuiccedilatildeo de gases causadores do efeito estufa
Nas duas uacuteltimas deacutecadas percebeu-se o impacto que a construccedilatildeo civil causou nas
mudanccedilas climaacuteticas O uso intensivo de concreto e accedilo materiais com alto gasto
energeacutetico em sua produccedilatildeo satildeo um dos principais fatores desse problema Estudos
apontam que a produccedilatildeo de concreto representa cerca de 5 das emissotildees de CO2
agrave niacutevel mundial (Green 2012) No caso da madeira ao inveacutes de emitir CO2 cada msup3
pode armazenar cerca de 08 toneladas de carbono Ao usarmos como exemplo uma
suposta casa que utilize 20 msup3 de madeira em sua construccedilatildeo armazena-se cerca de
16 toneladas de carbono o equivalente agrave emissatildeo produzida em 90000 Km de
viagens de carro (Daniel 2014)
6
Diante dos fatos apresentados percebe-se que a substituiccedilatildeo de materiais
construtivos usuais como o accedilo e concreto pela madeira respeitando as limitaccedilotildees de
uso desta mostra-se como uma alternativa para minimizar os impactos da construccedilatildeo
civil nas mudanccedilas climaacuteticas
23 TECNOLOGIA NA CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL EM MADEIRA A MADEIRA LAMINADA COLADA
A madeira laminada colada (MLC) constitui-se pela junccedilatildeo de duas teacutecnicas a
laminaccedilatildeo e a colagem As peccedilas de madeira satildeo divididas em lacircminas (taacutebuas) e
posteriormente satildeo unidas por colas de alta resistecircncia Sendo dispostas de maneira
que as fibras fiquem sempre paralelas Esta teacutecnica otimizou o uso da madeira devido
agrave possibilidade de uniatildeo de numerosas pequenas peccedilas de madeira para manufaturar
grandes membros de MLC possibilitando seu uso em grandes estruturas (Neto
2010)
Ainda de acordo com Neto (2010) a utilizaccedilatildeo da MLC em elementos estruturais
da construccedilatildeo civil soacute foi possiacutevel apoacutes o surgimento de colas de alta resistecircncia
ocorrido por volta de 1906 com a invenccedilatildeo da cola caseiacutena Desde entatildeo esta teacutecnica
tem evoluiacutedo de acordo com o aumento da eficiecircncia das colas atingindo seu maior
progresso na deacutecada de 40 com o surgimento das colas sinteacuteticas
Comparada com a madeira serrada a MLC apresenta diversas vantagens
estruturais e executivas Moody e Hernandez (1997) atribuem agrave MLC a versatilidade
na obtenccedilatildeo de formas a baixa relaccedilatildeo pesoresistecircncia a resistecircncia ao fogo e a
agentes corrosivos Aleacutem disso estudos de Tienne et al (2011) demonstram que a
MLC viabiliza o emprego de madeiras de reflorestamento normalmente com menor
resistecircncia que apoacutes manufaturadas apresentam resistecircncia suficiente para serem
usadas como elementos estruturais
24 Formas curvas em estruturas de madeira
O uso da madeira na construccedilatildeo civil normalmente eacute relacionado agrave edificaccedilotildees
com formas retas e moduladas pela sua facilidade executiva No entanto satildeo
numerosas as teacutecnicas de obtenccedilatildeo de formas curvas que permitem concebecirc-las
utilizando a madeira como material principal
7
Na construccedilatildeo de estruturas curvas em madeira destacam-se as estruturas
lamelares Esta eacute composta por um conjunto de barras estreitas e compridas
denominadas lamelas para criaccedilatildeo de uma malha losangular tridimensional onde as
barras interceptam-se formando um conjunto de ldquoxrdquo (Ferreira Calil 2002)
Dentre as diversos tipos de estruturas lamelares o sistema gridshell eacute aquele que
apresenta a maior viabilidade na construccedilatildeo de formas complexas ou com dupla
curvatura O gridshell eacute constituiacutedo por uma malha plana de lamelas (Figura 1) que se
interceptam formando losangos e posteriormente eacute deformada por iccedilamento ou
flexatildeo ateacute que a forma desejada seja atingida Apoacutes a forma desejada ser obtida os
noacutes satildeo apertados enrijecendo a malha (TOUSSAINT 2012)
A figura 2 mostra como diferentes tipos de iccedilamento resultam em formas distintas
tendo a mesma malha plana como base
Fonte CHASSAGNOUX 2011
Figura 2 ndash Cupula e paraboloide hiperboacutelico formados agrave partir da mesma malha plana de barras
Fonte CHASSAGNOUX 2011
Figura 1 ndash Deformaccedilatildeo de malha plana de barras formando uma estrutura esfeacuterica pelo iccedilamento do centro
8
Este meacutetodo de construccedilatildeo cria um sistema estrutural bastante complexo de ripas
curvadas trabalhando em conjunto para resistir agrave cargas de modo que todas as cargas
sejam transferidas para as bordas externas transmitindo as forccedilas por compressatildeo
no mesmo sentido das fibras das lamelas otimizando seu desempenho estrutural
Figura 3 ndash Gridshell da cobertura do Savill Building Englefield Green UK
Fonte ARCHITECTS JOURNEY (2009)
9
3 ESTUDOS DE CASO
Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a
equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro
equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente
a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores
do projeto
Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um
exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar
os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias
Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo
Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013
Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -
Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema
construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos
elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo
31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS
Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil
Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O
programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo
terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo
almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos
Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS
10
LEGENDA SETORES
MANEJO CAVALOS
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
SERVICcedilO
ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA
Fonte IFRS (2015)
Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
AC
ES
SO
B
AIA
S
11
Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento
dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as
aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro
interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso
aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo
obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores
administrativo e de serviccedilo
Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena
de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares
e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes
Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram
utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)
A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a
circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato
da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno
ateacute seu lombo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria
12
32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)
O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos
arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa
Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia
Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura
Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em
vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)
Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Fernando Guerra (2015)
Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como
referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave
equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e
celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com
paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente
A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo
aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os
picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido
agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e
na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves
intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem
dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para
praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para
armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter
administrativo
13
Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
321 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos
em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor
administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde
encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo
localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas
eou olfativas
Picadeiro Interno
Picadeiro Interno
Baias
Administrativo
Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno
14
Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo
preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos
interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em
fita
Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
Fonte Carlos Castanheira (2014)
PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO
Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno
15
322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS
Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2
Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620
Picadeiro Interno 3330x1960 65268
Manejo Baias (x16) 365x430 1570
Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960
Almoxarifado (x2) 320x300 960
Administrativo Cozinha 420x720 3024
Escritoacuterio (x2) 420x360 1512
Sala Reuniotildees 900x360 3240
Lounge 1100x420 4620
Sala de jogos 420x360 1512
Sanitaacuterios 420x360 1512
Aacuterea Total 158710 msup2
Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre
Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria
323 FORMA
A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida
por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por
compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro
central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes
O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A
repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as
fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado
do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada
anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal
16
Figura 16 - Fachada Lateral
Fonte CASTANHEIRA (2014)
Figura 17 - Cortes transversais
Fonte ARCHDAILY (2015)
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos
estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos
estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada
324 TECNOLOGIA
A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com
perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas
metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do
edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais
conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado
17
Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA
A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da
Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio
americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no
ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2
Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program
Fonte Black Burn Architects
Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto
apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro
externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento
psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo
almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala
para os tratadores
18
Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)
331 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com
funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O
bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido
pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal
interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do
centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova
aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo
O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma
arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir
RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO
LEGENDA SETORES
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA
ESTAacuteBULOS
SERVICcedilO
MANEJO DOS CAVALOS
19
Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Black Burn Architects (2014)
332 FORMA
A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com
cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e
ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos
bungalows estadunidenses
Figura 22 - Fachadas
Fonte Black Burn Architects
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas
e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal
20
333 HABITABILIDADE
Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram
utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do
edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas
mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e
trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior
Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo
o acesso principal
34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO
Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro
Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do
Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de
necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos
fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a
desintegraccedilatildeo dos espaccedilos
Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na
disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees
aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale
ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim
como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos
em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes
na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas
Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se
conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de
acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um
pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente
de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os
espaccedilos com a mesma facilidade
Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um
interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em
ambientes internos e nas fachadas
21
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
41 Contextualizaccedilatildeo regional
O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente
na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a
uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado
entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre
(Sertatildeo 2015)
Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual
Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)
22
A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por
um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela
agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918
Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo
Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o
Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se
tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo
Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225
habitantes
411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo
O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio
Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de
Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo
Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada
passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de
1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a
certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de
1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido
era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A
denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico
em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)
Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea
de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso
existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e
Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de
praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para
o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)
Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de
poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria
(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte
em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto
23
integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior
satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em
Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas
poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-
Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)
Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo
integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para
atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas
42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo
O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas
dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo
basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios
administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios
ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos
das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)
Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
24
Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees
teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos
coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees
teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na
possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo
Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos
Fonte Acervo proacuteprio
Figura 26 - Mapa Nolly do entorno
25
Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria
43 Hierarquia Viaacuteria
A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-
135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao
municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo
caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente
vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo
direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio
TERRENO PROJETO
1 2 3
4 54
64
1 2 3 44
54
64
Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno
26
Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
N
SERTAtildeO 8 Km
RS 135 2 Km
Acesso Principal Do IFRS
Cruzamento Conflitante
Acesso Secundaacuterio do IFRS
COXILHA 10 Km
Estrada do Asfalto
Estrada Teacuterrea p Coxilha
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
to T
eacuterr
eo
Pla
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53
Fach
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Lo
ng
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al
54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
llR
ece
pccedilatilde
o
Mauriacutecio Kunz
Arquitetura Inclusiva Centro de Terapias Alternativas na cidade de Sertatildeo - RS
Relatoacuterio do Processo Metodoloacutegico de Concepccedilatildeo do Projeto Arquitetocircnico e Urbaniacutestico e Estudo Preliminar do Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ndash IMED como requisito parcial para aprovaccedilatildeo na disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso I sob orientaccedilatildeo da professora Dra Caliane Christie Oliveira de Almeida Silva
Passo Fundo 2015
Mauriacutecio Kunz
Arquitetura Inclusiva Centro de Terapias Alternativas na cidade de Sertatildeo - RS
Banca Examinadora
Profordf Dra Caliane C O de Almeidandash Orientadora
Profordf Me Renata Postay - Integrante
Passo Fundo 2015
iii
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agrave minha famiacutelia pelo apoio e incentivos prestados desde o iniacutecio da
faculdade
Ao professor Marcos Oliveira do IFRS-Sertatildeo pela atenccedilatildeo prestada e por compartilhar
seus conhecimentos referentes ao funcionamento do Centro de Equoterapia do Cavalo
Crioulo o qual eacute um dos meus objetos de estudo
Agrave todos os docentes que contribuiacuteram para minha formaccedilatildeo na IMED e na ENSA Nantes
por aleacutem de compartilhar seus conhecimentos terem despertado o gosto e principalmente a
curiosidade pelos diversos assuntos relacionados agrave arquitetura e ao urbanismo
Agrave minha professora orientadora Caliane pela empenho dedicaccedilatildeo e principalmente por
me motivar agrave me aprofundar em certos assuntos que vieram agrave enriquecer o presente trabalho
Agrave todos que direta ou indiretamente me auxiliaram na realizaccedilatildeo desse trabalho e na
minha formaccedilatildeo meu muito obrigado
iii
iv
Resumo
A busca por terapias alternativas para o tratamento de pessoas com necessidades especiais tem aumentado significativamente nos uacuteltimos anos Em muitas dessas terapias busca-se a aproximaccedilatildeo dos pacientes com a natureza por meio do contato com animais e plantas como eacute o caso da equoterapia e da hortoterapia respectivamente Tais tratamentos normalmente ocorrem em edifiacutecios originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e reformas posteriores Percebendo que a concepccedilatildeo de edifiacutecios destinados especificamente agraves terapias alternativas pode contribuir para o bom andamento desse tipo de tratamento o presente estudo busca demonstrar o potencial da arquitetura em conceber espaccedilos adequados ao bom andamento das terapias e com acessibilidade universal incorporando no conceito da edificaccedilatildeo os mesmos pressupostos dos tratamentos que seratildeo realizados como o contato com a natureza Para isso propotildee-se o projeto de um centro de terapias alternativas nas dependecircncias do IFRS ndash Sertatildeo para atender a demanda regional de atendimento aos alunos das APAEs substituindo o Centro de Equoterapia existente jaacute que este natildeo apresenta todos os espaccedilos necessaacuterios ao atendimento dos pacientes aleacutem de natildeo suprir a atual demanda regional pela terapia mencionada No projeto do novo centro de equoterapia foram incorporados conceitos do design biofiacutelico onde foram explorados os efeitos positivos da utilizaccedilatildeo do uso de madeira como material construtivo e seus efeitos fisioloacutegicos positivos sobre os ocupantes assim como o contato dos ocupantes com a natureza atraveacutes de vistas e dos materiais utilizados Palavras-chave Arquitetura inclusiva Equoterapia hortoterapia Construccedilotildees em madeira arquitetura equestre
Abstract
The search for alternative therapies for the treatment of people with special needs has increased significantly in recent years In many of these therapies seeks to approach patients with nature through contact with animals and plants as in the case of equine therapy and hortoterappy respectively Such treatments typically occur in buildings originally designed for other activities and underwent adaptations and subsequent reforms Realizing that designing buildings intended specifically for alternative therapies can contribute to the smooth running of such treatment this study seeks to demonstrate the potential of architecture to design spaces suited to the pursuit of therapies and universal accessibility incorporating the building concept the same assumptions of treatments to be performed such as contact with nature For this we propose the design of a center of alternative therapies on the premises of IFRS - Sertatildeo to meet regional demand service to students of APAEs replacing the existing Therapeutic Riding Center since this does not present all the spaces necessary to meet of patients and does not meet the current regional demand by that therapy In the new center of hippotherapyrsquos project were incorporated into concepts the biofilic design the where they were exploited positive effects of the use of the use of wood as a building material and their positive physiological effects on the occupants as well as the contact of the occupants with nature through views and the materials used Keywords Inclusive Architecture Hippotherapy Hortotherapy Wood Architecture
v
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS 9
Figura 2 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 10
Figura 3 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 10
Figura 4 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 11
Figura 5 ndash Rampa para montaria 11
Figura 6 ndash Vista do picadeiro interno 11
Figura 7 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 12
Figura 8 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 13
Figura 9 ndash Picadeiro Interno 13
Figura 10 ndash Interior do estaacutebulo 13
Figura 11 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 14
Figura 12 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno 14
Figura 13 - Fachada Lateral 16
Figura 14 - Cortes transversais 16
Figura 15 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas 17
Figura 16 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program 17
Figura 17 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte 18
Figura 18 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte 19
Figura 19 - Fachadas 19
Figura 20 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual 21
Figura 21 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional 21
Figura 22 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m 23
Figura 23 - Mapa Nolly do entorno 24
Figura 24 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos 24
Figura 25 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno 25
Figura 26 ndash Hierarquia Viaacuteria 26
Figura 27 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno 26
Figura 28 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno 27
Figura 29 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte 27
Figura 30 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo 29
Figura 31 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo 30
Figura 32 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio 30
Figura 33 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras 30
Figura 34 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva 32
v
vi
Figura 35 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR) 32
Figura 36 ndash Dimensionamento de Rampas 33
Figura 37 - Planta baixa de rampa em curva 33
Figura 38 - Planta baixa de rampa em curva 34
Figura 39 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo 37
Figura 40 - Fluxograma da proposta 42
Figura 41 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas 46
vii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre 15
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas 41
viii
SUMAacuteRIO
LISTA DE FIGURAS v
1 INTRODUCcedilAtildeO 1
OBJETIVOS 3
121 Objetivo Geral 3 122 Objetivos Especiacuteficos 3
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 4
3 ESTUDOS DE CASO 9
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO 21
5 HISTOacuteRICO DO TEMA 35
6 CONCEITO 38
CARTA DE INTENCcedilOtildeES 38
Entorno 38
Heranccedila Cultural 38
Caracteriacutesticas do siacutetio 39
Clientes 39
PROGRAMA DE NECESSIDADES40
PREacute-DIMENSIONAMENTO 40
FLUXOGRAMA 42
Figura 40 - Fluxograma da proposta 42
Zoneamento 46
7 CONCLUSOtildeES 47
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 478
10 APEcircNDICES51
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
Terapias alternativas podem ser definidas por procedimentos que visam agrave
assistecircncia agrave sauacutede do indiviacuteduo seja na prevenccedilatildeo tratamento ou cura
considerando-o como mentecorpoespiacuterito e natildeo um conjunto de partes isoladas
Sendo assim seu objetivo difere da assistecircncia alopaacutetica tambeacutem conhecida como
medicina ocidental na qual a cura das enfermidades se daacute por meio da intervenccedilatildeo
direta no oacutergatildeo ou parte do corpo doente (Hill [sd] Landmann 1989)
Dentre as diversas terapias tidas como alternativas e voltadas agrave pessoas com
necessidades educativasespeciais estaacute a Equoterapia O uso desta teacutecnica em
crianccedilas com necessidade especial foi realizado pela primeira vez pela fisioterapeuta
Eilset Bodtker na Noruega Em 1967 foi inaugurado o primeiro centro de equitaccedilatildeo
terapecircutica para crianccedilas com necessidades especiais nos Estados Unidos (HASKIN
et al 1974) Dentre os efeitos observados nos pacientes a praacutetica da equoterapia
desenvolve a comunicaccedilatildeo a orientaccedilatildeo espacial e o equiliacutebrio aleacutem das melhorias
fiacutesicas e diminuiccedilatildeo de fobias de modo geral (FREIRE 1999)
Mais precisamente a equoterapia eacute um meacutetodo terapecircutico educacional que utiliza
o cavalo como principal instrumento numa abordagem multidisciplinar nas aacutereas de
sauacutede educaccedilatildeo e esporte estimulando o desenvolvimento psicossocial de pessoas
com necessidades motoras eou educacionais Trata-se de um processo de
reabilitaccedilatildeo de pessoas portadoras de deficiecircncia eou com necessidades especiais
(sequela de paralisia cerebral deficiecircncia mental doente mental Siacutendrome de Down
autismo alteraccedilotildees sensoacuterio motoras comportamental distuacuterbio de aprendizagem
distuacuterbio psicomotor distuacuterbios de linguagem e fala etc) indicada principalmente agraves
crianccedilas que desenvolve ganhos fiacutesicos e psiacutequicos consideraacuteveis jaacute comprovados
e ainda permite uma maior participaccedilatildeo integraccedilatildeo ou acompanhamento mais
proacuteximo por parte dos pais durante a sessatildeo (ANDE 2014)
O tratamento eacute realizado em um Centro de Equoterapia que segundo Ande
(2015) eacute uma entidade juriacutedica que dispotildee de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos
adequados onde trabalha uma equipe teacutecnica habilitada aleacutem de contar com cavalos
treinados para assim prestar um atendimento de qualidade em Equoterapia agraves
pessoas que buscam este meacutetodo de tratamento
2
A procura por esta terapia vem crescendo consideravelmente ao longo dos anos
Um exemplo proacuteximo se mostra o Centro de Equoterapia do IFRS que jaacute natildeo comporta
todas as crianccedilas das APAEs (Associaccedilatildeo de Pais e Amigos dos Excepcionais) das
cidades proacuteximas
Outra terapia alternativa que vem ganhando destaque nos uacuteltimos anos eacute a
hortoterapia O efeito positivo do trabalho em jardins e hortas foi documentado pela
primeira vez no seacuteculo XIX pelo Dr Benjamin Rush psiquiatra americano Atualmente
essa terapia eacute comumente encontrada em escolas para crianccedilas consideradas
especiais nos EUA Esta teacutecnica consiste nas atividades de cultivo e manejo de uma
horta ou jardim Suas caracteriacutesticas foram inicialmente desenvolvidas em 1993 pela
American Horticultural Therapy Association (AHTA 2015)
A hortoterapia aplicada como terapia ocupacional tambeacutem apresenta bons
resultados no tratamento de pessoas especiais A dedicaccedilatildeo agraves atividades numa horta
para o cultivo de hortaliccedilas com uso alimentar permite que a pessoa tenha um contato
direto com a terra e com as plantas onde podem auxiliar nos tratos culturais sentindo-
se uacuteteis agrave eles mesmos e agraves pessoas de seu conviacutevio (ARNAUD et al 2012)
A incorporaccedilatildeo de terapias alternativas em centros de tratamentoeducaccedilatildeo
especiais no Brasil ainda se mostra muito restrita sendo de grande valia estudos e
projetos desenvolvidos nesta aacuterea Nesse contexto o presente TCC concentra-se
num projeto de um Centro de Terapias Alternativas na cidade de Sertatildeo-RS
Atualmente a cidade de Sertatildeo distante 36 Km de Passo Fundo e 316 Km de
Porto Alegre localizada no norte do Estado do RS conta com um Centro de
Equoterapia instalado nas dependecircncias do Instituto Federal do Rio Grande do Sul
Campus Sertatildeo Este eacute responsaacutevel pelo atendimento aos alunos das APAEs dos
municiacutepios de Sertatildeo Coxilha Getuacutelio Vargas Ipiranga do Sul Estaccedilatildeo Floriano
Peixoto Aacutegua Santa e Vila Lacircngaro realizando cerca de 100 atendimentos por
semana atualmente atingindo sua lotaccedilatildeo maacutexima
Construiacutedo no ano de 2012 o centro acima mencionado natildeo apresenta todos os
ambientes necessaacuterios para a realizaccedilatildeo das atividades aleacutem de ter sido
subdimensionado dificultando a acessibilidade dos alunos e o bom andamento dos
atendimentos Em relaccedilatildeo ao terreno o centro foi implantado em terreno com
topografia natildeo favoraacutevel
3
Diante dos problemas na instalaccedilatildeo atual e agrave crescente demanda de atendimentos
pelas APAEs jaacute citadas e outras instituiccedilotildees percebe-se uma necessidade latente de
construccedilatildeo de um novo centro com infraestrutura adequada e capaz de alargar os
atendimentos e serviccedilos prestados
OBJETIVOS
121 Objetivo Geral
Diante desse contexto o presente TCC objetiva projetar um Centro de Terapias
Alternativas nas dependecircncias do IFRS-Sertatildeo oferecendo as praacuteticas terapecircuticas
de equoterapia e hortoterapia para atendimento da demanda atual e ampliaccedilatildeo da
oferta de acompanhamento aos alunos das APAEs da regiatildeo do Alto Uruguai
122 Objetivos Especiacuteficos
Projetar uma edificaccedilatildeo utilizando-se da madeira como material construtivo
principal aproveitando sua capacidade de armazenamento de carbono e
assim demonstrar a capacidade da arquitetura colaborar para a diminuiccedilatildeo
da emissatildeo de carbono e consequente aquecimento global
Apresentar soluccedilotildees formais coerentes com a utilizaccedilatildeo da madeira
otimizando seu desempenho estrutural
Apresentar a relaccedilatildeo entre o uso da madeira em edificaccedilotildees destinadas agrave
sauacutedeeducaccedilatildeo e o bem-estar dos usuaacuterios
4
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
21 MADEIRA NO BEM-ESTAR
A afinidade do ser humano com a natureza pode ser percebida intuitivamente
quando se entra em contato com ela Estudos indicam que a sensaccedilatildeo de relaxamento
na presenccedila da natureza deve-se agrave reduccedilatildeo das atividades no sistema nervoso
simpaacutetico (SNS) sendo beneacutefico psicoloacutegica e fisiologicamente para quem se
encontra em contato com a mesma
Considerando os efeitos fisioloacutegicos beneacuteficos do ambiente natural nas pessoas
percebe-se a necessidade de adaptaacute-los ao ambiente construiacutedo (NW 2012) Para
isso busca-se explorar em ambientes internos os efeitos do design biofiacutelico definido
por Kellert (2005) e Joye (2007) como a ecircnfase na necessidade de transferir os
benefiacutecios da presenccedila da natureza para o ambiente construiacutedo Nesse caso busca-
se essencialmente a otimizaccedilatildeo da iluminaccedilatildeo natural vistas para a natureza e a
utilizaccedilatildeo de madeira ou outros materiais naturais
No caso da madeira o aspecto visualmente caloroso contribui para que os
ocupantesusuaacuterios tenham uma experiecircncia positiva no ambiente construiacutedo Aleacutem
disso em edificaccedilotildees voltadas ao atendimento de pessoas portadoras de deficiecircncia
pode ser priorizada a percepccedilatildeo taacutetil da madeira por deficientes visuais gerando
imagens mentais (PEIXE sd)
Estudos conduzidos por Tsunetsugu Miyazaki e Sato (2007) demonstram que a
porcentagem de madeira usada nas paredes de um espaccedilo interior resultam em
diferentes respostas fisioloacutegicas Nos testes realizados uma sala com 45 da
cobertura em madeira resultou num aumento na taxa de pulso (velocidade dos
batimentos cardiacuteacos) e diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial dos participantes Enquanto
no caso de uma sala com 90 da superfiacutecie interna coberta por madeira resultou na
diminuiccedilatildeo da atividade cerebral o que pode ser revigorante e desejaacutevel em spas e
consultoacuterios mas pode diminuir a produtividade e criatividade em locais onde alta
atividade cognitiva eacute demandada como salas de aula e ateliecircs Diante dos dados
acima apresentados no projeto que eacute desenvolvido nesse TCC seratildeo atribuiacutedas
diferentes proporccedilotildees de madeira no revestimento dos ambientes internos segundo
seu uso Cita-se como exemplo o caso da enfermaria e do consultoacuterio de fisioterapia
5
e psicologia poderatildeo contar com uma cobertura de ateacute 90 com o material
mencionado enquanto nos ateliecircs essa porcentagem natildeo deveraacute exceder os 50
Aleacutem dos benefiacutecios fiacutesicos para a sauacutede humana as propriedades higroscoacutepicas
da madeira permitem que ela libere ou absorva aacutegua em funccedilatildeo da umidade relativa
e temperatura do ambiente melhorando o conforto teacutermico do espaccedilo (DANIEL
2014)
22 MADEIRA COMO MATERIAL CONSTRUTIVO
As aacutervores e florestas em geral desempenham um importante papel na regulagem
do clima e na reduccedilatildeo do aquecimento global devido agrave sua capacidade de armazenar
carbono O dioacutexido de carbono da atmosfera eacute absorvido pelas aacutervores e durante seu
crescimento vatildeo armazenando carbono em seu lenho folhas e raiacutezes aleacutem de liberar
oxigecircnio para a atmosfera Mas quando essas plantas morrem na natureza e
apodrecem esse ciclo de armazenamento de carbono eacute interrompido pois o mesmo
volta a ser liberado na atmosfera (Green 2012)
No entanto se a madeira dessas plantas for utilizada como material construtivo
para edificaccedilotildees ou manufaturas o carbono continua estocado nos subprodutos ao
longo de toda sua vida uacutetil No caso de reflorestamento naturalmente ou via cultivo
da aacuterea onde a madeira foi extraiacuteda o ciclo de armazenamento de carbono recomeccedila
e novas aacutervores contribuiratildeo para a absorccedilatildeo do elemento citado contribuindo para a
reduccedilatildeo do efeito estufa (NW 2012)
Em comparaccedilatildeo com outros materiais construtivos usuais a madeira apresenta-se
como o mais eficiente em relaccedilatildeo agrave diminuiccedilatildeo de gases causadores do efeito estufa
Nas duas uacuteltimas deacutecadas percebeu-se o impacto que a construccedilatildeo civil causou nas
mudanccedilas climaacuteticas O uso intensivo de concreto e accedilo materiais com alto gasto
energeacutetico em sua produccedilatildeo satildeo um dos principais fatores desse problema Estudos
apontam que a produccedilatildeo de concreto representa cerca de 5 das emissotildees de CO2
agrave niacutevel mundial (Green 2012) No caso da madeira ao inveacutes de emitir CO2 cada msup3
pode armazenar cerca de 08 toneladas de carbono Ao usarmos como exemplo uma
suposta casa que utilize 20 msup3 de madeira em sua construccedilatildeo armazena-se cerca de
16 toneladas de carbono o equivalente agrave emissatildeo produzida em 90000 Km de
viagens de carro (Daniel 2014)
6
Diante dos fatos apresentados percebe-se que a substituiccedilatildeo de materiais
construtivos usuais como o accedilo e concreto pela madeira respeitando as limitaccedilotildees de
uso desta mostra-se como uma alternativa para minimizar os impactos da construccedilatildeo
civil nas mudanccedilas climaacuteticas
23 TECNOLOGIA NA CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL EM MADEIRA A MADEIRA LAMINADA COLADA
A madeira laminada colada (MLC) constitui-se pela junccedilatildeo de duas teacutecnicas a
laminaccedilatildeo e a colagem As peccedilas de madeira satildeo divididas em lacircminas (taacutebuas) e
posteriormente satildeo unidas por colas de alta resistecircncia Sendo dispostas de maneira
que as fibras fiquem sempre paralelas Esta teacutecnica otimizou o uso da madeira devido
agrave possibilidade de uniatildeo de numerosas pequenas peccedilas de madeira para manufaturar
grandes membros de MLC possibilitando seu uso em grandes estruturas (Neto
2010)
Ainda de acordo com Neto (2010) a utilizaccedilatildeo da MLC em elementos estruturais
da construccedilatildeo civil soacute foi possiacutevel apoacutes o surgimento de colas de alta resistecircncia
ocorrido por volta de 1906 com a invenccedilatildeo da cola caseiacutena Desde entatildeo esta teacutecnica
tem evoluiacutedo de acordo com o aumento da eficiecircncia das colas atingindo seu maior
progresso na deacutecada de 40 com o surgimento das colas sinteacuteticas
Comparada com a madeira serrada a MLC apresenta diversas vantagens
estruturais e executivas Moody e Hernandez (1997) atribuem agrave MLC a versatilidade
na obtenccedilatildeo de formas a baixa relaccedilatildeo pesoresistecircncia a resistecircncia ao fogo e a
agentes corrosivos Aleacutem disso estudos de Tienne et al (2011) demonstram que a
MLC viabiliza o emprego de madeiras de reflorestamento normalmente com menor
resistecircncia que apoacutes manufaturadas apresentam resistecircncia suficiente para serem
usadas como elementos estruturais
24 Formas curvas em estruturas de madeira
O uso da madeira na construccedilatildeo civil normalmente eacute relacionado agrave edificaccedilotildees
com formas retas e moduladas pela sua facilidade executiva No entanto satildeo
numerosas as teacutecnicas de obtenccedilatildeo de formas curvas que permitem concebecirc-las
utilizando a madeira como material principal
7
Na construccedilatildeo de estruturas curvas em madeira destacam-se as estruturas
lamelares Esta eacute composta por um conjunto de barras estreitas e compridas
denominadas lamelas para criaccedilatildeo de uma malha losangular tridimensional onde as
barras interceptam-se formando um conjunto de ldquoxrdquo (Ferreira Calil 2002)
Dentre as diversos tipos de estruturas lamelares o sistema gridshell eacute aquele que
apresenta a maior viabilidade na construccedilatildeo de formas complexas ou com dupla
curvatura O gridshell eacute constituiacutedo por uma malha plana de lamelas (Figura 1) que se
interceptam formando losangos e posteriormente eacute deformada por iccedilamento ou
flexatildeo ateacute que a forma desejada seja atingida Apoacutes a forma desejada ser obtida os
noacutes satildeo apertados enrijecendo a malha (TOUSSAINT 2012)
A figura 2 mostra como diferentes tipos de iccedilamento resultam em formas distintas
tendo a mesma malha plana como base
Fonte CHASSAGNOUX 2011
Figura 2 ndash Cupula e paraboloide hiperboacutelico formados agrave partir da mesma malha plana de barras
Fonte CHASSAGNOUX 2011
Figura 1 ndash Deformaccedilatildeo de malha plana de barras formando uma estrutura esfeacuterica pelo iccedilamento do centro
8
Este meacutetodo de construccedilatildeo cria um sistema estrutural bastante complexo de ripas
curvadas trabalhando em conjunto para resistir agrave cargas de modo que todas as cargas
sejam transferidas para as bordas externas transmitindo as forccedilas por compressatildeo
no mesmo sentido das fibras das lamelas otimizando seu desempenho estrutural
Figura 3 ndash Gridshell da cobertura do Savill Building Englefield Green UK
Fonte ARCHITECTS JOURNEY (2009)
9
3 ESTUDOS DE CASO
Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a
equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro
equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente
a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores
do projeto
Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um
exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar
os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias
Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo
Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013
Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -
Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema
construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos
elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo
31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS
Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil
Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O
programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo
terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo
almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos
Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS
10
LEGENDA SETORES
MANEJO CAVALOS
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
SERVICcedilO
ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA
Fonte IFRS (2015)
Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
AC
ES
SO
B
AIA
S
11
Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento
dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as
aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro
interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso
aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo
obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores
administrativo e de serviccedilo
Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena
de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares
e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes
Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram
utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)
A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a
circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato
da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno
ateacute seu lombo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria
12
32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)
O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos
arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa
Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia
Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura
Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em
vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)
Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Fernando Guerra (2015)
Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como
referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave
equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e
celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com
paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente
A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo
aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os
picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido
agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e
na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves
intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem
dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para
praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para
armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter
administrativo
13
Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
321 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos
em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor
administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde
encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo
localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas
eou olfativas
Picadeiro Interno
Picadeiro Interno
Baias
Administrativo
Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno
14
Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo
preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos
interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em
fita
Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
Fonte Carlos Castanheira (2014)
PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO
Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno
15
322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS
Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2
Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620
Picadeiro Interno 3330x1960 65268
Manejo Baias (x16) 365x430 1570
Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960
Almoxarifado (x2) 320x300 960
Administrativo Cozinha 420x720 3024
Escritoacuterio (x2) 420x360 1512
Sala Reuniotildees 900x360 3240
Lounge 1100x420 4620
Sala de jogos 420x360 1512
Sanitaacuterios 420x360 1512
Aacuterea Total 158710 msup2
Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre
Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria
323 FORMA
A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida
por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por
compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro
central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes
O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A
repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as
fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado
do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada
anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal
16
Figura 16 - Fachada Lateral
Fonte CASTANHEIRA (2014)
Figura 17 - Cortes transversais
Fonte ARCHDAILY (2015)
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos
estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos
estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada
324 TECNOLOGIA
A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com
perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas
metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do
edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais
conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado
17
Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA
A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da
Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio
americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no
ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2
Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program
Fonte Black Burn Architects
Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto
apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro
externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento
psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo
almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala
para os tratadores
18
Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)
331 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com
funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O
bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido
pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal
interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do
centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova
aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo
O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma
arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir
RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO
LEGENDA SETORES
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA
ESTAacuteBULOS
SERVICcedilO
MANEJO DOS CAVALOS
19
Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Black Burn Architects (2014)
332 FORMA
A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com
cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e
ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos
bungalows estadunidenses
Figura 22 - Fachadas
Fonte Black Burn Architects
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas
e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal
20
333 HABITABILIDADE
Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram
utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do
edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas
mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e
trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior
Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo
o acesso principal
34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO
Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro
Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do
Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de
necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos
fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a
desintegraccedilatildeo dos espaccedilos
Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na
disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees
aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale
ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim
como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos
em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes
na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas
Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se
conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de
acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um
pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente
de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os
espaccedilos com a mesma facilidade
Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um
interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em
ambientes internos e nas fachadas
21
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
41 Contextualizaccedilatildeo regional
O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente
na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a
uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado
entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre
(Sertatildeo 2015)
Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual
Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)
22
A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por
um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela
agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918
Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo
Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o
Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se
tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo
Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225
habitantes
411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo
O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio
Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de
Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo
Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada
passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de
1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a
certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de
1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido
era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A
denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico
em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)
Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea
de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso
existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e
Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de
praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para
o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)
Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de
poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria
(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte
em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto
23
integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior
satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em
Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas
poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-
Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)
Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo
integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para
atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas
42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo
O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas
dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo
basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios
administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios
ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos
das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)
Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
24
Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees
teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos
coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees
teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na
possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo
Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos
Fonte Acervo proacuteprio
Figura 26 - Mapa Nolly do entorno
25
Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria
43 Hierarquia Viaacuteria
A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-
135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao
municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo
caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente
vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo
direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio
TERRENO PROJETO
1 2 3
4 54
64
1 2 3 44
54
64
Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno
26
Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
N
SERTAtildeO 8 Km
RS 135 2 Km
Acesso Principal Do IFRS
Cruzamento Conflitante
Acesso Secundaacuterio do IFRS
COXILHA 10 Km
Estrada do Asfalto
Estrada Teacuterrea p Coxilha
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
to T
eacuterr
eo
Pla
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Ba
ixa
Pa
vim
en
to T
eacuterr
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Pla
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Ba
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Pa
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53
Fach
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Lo
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
llR
ece
pccedilatilde
o
Mauriacutecio Kunz
Arquitetura Inclusiva Centro de Terapias Alternativas na cidade de Sertatildeo - RS
Banca Examinadora
Profordf Dra Caliane C O de Almeidandash Orientadora
Profordf Me Renata Postay - Integrante
Passo Fundo 2015
iii
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agrave minha famiacutelia pelo apoio e incentivos prestados desde o iniacutecio da
faculdade
Ao professor Marcos Oliveira do IFRS-Sertatildeo pela atenccedilatildeo prestada e por compartilhar
seus conhecimentos referentes ao funcionamento do Centro de Equoterapia do Cavalo
Crioulo o qual eacute um dos meus objetos de estudo
Agrave todos os docentes que contribuiacuteram para minha formaccedilatildeo na IMED e na ENSA Nantes
por aleacutem de compartilhar seus conhecimentos terem despertado o gosto e principalmente a
curiosidade pelos diversos assuntos relacionados agrave arquitetura e ao urbanismo
Agrave minha professora orientadora Caliane pela empenho dedicaccedilatildeo e principalmente por
me motivar agrave me aprofundar em certos assuntos que vieram agrave enriquecer o presente trabalho
Agrave todos que direta ou indiretamente me auxiliaram na realizaccedilatildeo desse trabalho e na
minha formaccedilatildeo meu muito obrigado
iii
iv
Resumo
A busca por terapias alternativas para o tratamento de pessoas com necessidades especiais tem aumentado significativamente nos uacuteltimos anos Em muitas dessas terapias busca-se a aproximaccedilatildeo dos pacientes com a natureza por meio do contato com animais e plantas como eacute o caso da equoterapia e da hortoterapia respectivamente Tais tratamentos normalmente ocorrem em edifiacutecios originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e reformas posteriores Percebendo que a concepccedilatildeo de edifiacutecios destinados especificamente agraves terapias alternativas pode contribuir para o bom andamento desse tipo de tratamento o presente estudo busca demonstrar o potencial da arquitetura em conceber espaccedilos adequados ao bom andamento das terapias e com acessibilidade universal incorporando no conceito da edificaccedilatildeo os mesmos pressupostos dos tratamentos que seratildeo realizados como o contato com a natureza Para isso propotildee-se o projeto de um centro de terapias alternativas nas dependecircncias do IFRS ndash Sertatildeo para atender a demanda regional de atendimento aos alunos das APAEs substituindo o Centro de Equoterapia existente jaacute que este natildeo apresenta todos os espaccedilos necessaacuterios ao atendimento dos pacientes aleacutem de natildeo suprir a atual demanda regional pela terapia mencionada No projeto do novo centro de equoterapia foram incorporados conceitos do design biofiacutelico onde foram explorados os efeitos positivos da utilizaccedilatildeo do uso de madeira como material construtivo e seus efeitos fisioloacutegicos positivos sobre os ocupantes assim como o contato dos ocupantes com a natureza atraveacutes de vistas e dos materiais utilizados Palavras-chave Arquitetura inclusiva Equoterapia hortoterapia Construccedilotildees em madeira arquitetura equestre
Abstract
The search for alternative therapies for the treatment of people with special needs has increased significantly in recent years In many of these therapies seeks to approach patients with nature through contact with animals and plants as in the case of equine therapy and hortoterappy respectively Such treatments typically occur in buildings originally designed for other activities and underwent adaptations and subsequent reforms Realizing that designing buildings intended specifically for alternative therapies can contribute to the smooth running of such treatment this study seeks to demonstrate the potential of architecture to design spaces suited to the pursuit of therapies and universal accessibility incorporating the building concept the same assumptions of treatments to be performed such as contact with nature For this we propose the design of a center of alternative therapies on the premises of IFRS - Sertatildeo to meet regional demand service to students of APAEs replacing the existing Therapeutic Riding Center since this does not present all the spaces necessary to meet of patients and does not meet the current regional demand by that therapy In the new center of hippotherapyrsquos project were incorporated into concepts the biofilic design the where they were exploited positive effects of the use of the use of wood as a building material and their positive physiological effects on the occupants as well as the contact of the occupants with nature through views and the materials used Keywords Inclusive Architecture Hippotherapy Hortotherapy Wood Architecture
v
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS 9
Figura 2 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 10
Figura 3 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 10
Figura 4 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 11
Figura 5 ndash Rampa para montaria 11
Figura 6 ndash Vista do picadeiro interno 11
Figura 7 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 12
Figura 8 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 13
Figura 9 ndash Picadeiro Interno 13
Figura 10 ndash Interior do estaacutebulo 13
Figura 11 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 14
Figura 12 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno 14
Figura 13 - Fachada Lateral 16
Figura 14 - Cortes transversais 16
Figura 15 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas 17
Figura 16 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program 17
Figura 17 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte 18
Figura 18 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte 19
Figura 19 - Fachadas 19
Figura 20 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual 21
Figura 21 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional 21
Figura 22 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m 23
Figura 23 - Mapa Nolly do entorno 24
Figura 24 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos 24
Figura 25 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno 25
Figura 26 ndash Hierarquia Viaacuteria 26
Figura 27 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno 26
Figura 28 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno 27
Figura 29 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte 27
Figura 30 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo 29
Figura 31 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo 30
Figura 32 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio 30
Figura 33 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras 30
Figura 34 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva 32
v
vi
Figura 35 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR) 32
Figura 36 ndash Dimensionamento de Rampas 33
Figura 37 - Planta baixa de rampa em curva 33
Figura 38 - Planta baixa de rampa em curva 34
Figura 39 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo 37
Figura 40 - Fluxograma da proposta 42
Figura 41 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas 46
vii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre 15
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas 41
viii
SUMAacuteRIO
LISTA DE FIGURAS v
1 INTRODUCcedilAtildeO 1
OBJETIVOS 3
121 Objetivo Geral 3 122 Objetivos Especiacuteficos 3
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 4
3 ESTUDOS DE CASO 9
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO 21
5 HISTOacuteRICO DO TEMA 35
6 CONCEITO 38
CARTA DE INTENCcedilOtildeES 38
Entorno 38
Heranccedila Cultural 38
Caracteriacutesticas do siacutetio 39
Clientes 39
PROGRAMA DE NECESSIDADES40
PREacute-DIMENSIONAMENTO 40
FLUXOGRAMA 42
Figura 40 - Fluxograma da proposta 42
Zoneamento 46
7 CONCLUSOtildeES 47
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 478
10 APEcircNDICES51
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
Terapias alternativas podem ser definidas por procedimentos que visam agrave
assistecircncia agrave sauacutede do indiviacuteduo seja na prevenccedilatildeo tratamento ou cura
considerando-o como mentecorpoespiacuterito e natildeo um conjunto de partes isoladas
Sendo assim seu objetivo difere da assistecircncia alopaacutetica tambeacutem conhecida como
medicina ocidental na qual a cura das enfermidades se daacute por meio da intervenccedilatildeo
direta no oacutergatildeo ou parte do corpo doente (Hill [sd] Landmann 1989)
Dentre as diversas terapias tidas como alternativas e voltadas agrave pessoas com
necessidades educativasespeciais estaacute a Equoterapia O uso desta teacutecnica em
crianccedilas com necessidade especial foi realizado pela primeira vez pela fisioterapeuta
Eilset Bodtker na Noruega Em 1967 foi inaugurado o primeiro centro de equitaccedilatildeo
terapecircutica para crianccedilas com necessidades especiais nos Estados Unidos (HASKIN
et al 1974) Dentre os efeitos observados nos pacientes a praacutetica da equoterapia
desenvolve a comunicaccedilatildeo a orientaccedilatildeo espacial e o equiliacutebrio aleacutem das melhorias
fiacutesicas e diminuiccedilatildeo de fobias de modo geral (FREIRE 1999)
Mais precisamente a equoterapia eacute um meacutetodo terapecircutico educacional que utiliza
o cavalo como principal instrumento numa abordagem multidisciplinar nas aacutereas de
sauacutede educaccedilatildeo e esporte estimulando o desenvolvimento psicossocial de pessoas
com necessidades motoras eou educacionais Trata-se de um processo de
reabilitaccedilatildeo de pessoas portadoras de deficiecircncia eou com necessidades especiais
(sequela de paralisia cerebral deficiecircncia mental doente mental Siacutendrome de Down
autismo alteraccedilotildees sensoacuterio motoras comportamental distuacuterbio de aprendizagem
distuacuterbio psicomotor distuacuterbios de linguagem e fala etc) indicada principalmente agraves
crianccedilas que desenvolve ganhos fiacutesicos e psiacutequicos consideraacuteveis jaacute comprovados
e ainda permite uma maior participaccedilatildeo integraccedilatildeo ou acompanhamento mais
proacuteximo por parte dos pais durante a sessatildeo (ANDE 2014)
O tratamento eacute realizado em um Centro de Equoterapia que segundo Ande
(2015) eacute uma entidade juriacutedica que dispotildee de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos
adequados onde trabalha uma equipe teacutecnica habilitada aleacutem de contar com cavalos
treinados para assim prestar um atendimento de qualidade em Equoterapia agraves
pessoas que buscam este meacutetodo de tratamento
2
A procura por esta terapia vem crescendo consideravelmente ao longo dos anos
Um exemplo proacuteximo se mostra o Centro de Equoterapia do IFRS que jaacute natildeo comporta
todas as crianccedilas das APAEs (Associaccedilatildeo de Pais e Amigos dos Excepcionais) das
cidades proacuteximas
Outra terapia alternativa que vem ganhando destaque nos uacuteltimos anos eacute a
hortoterapia O efeito positivo do trabalho em jardins e hortas foi documentado pela
primeira vez no seacuteculo XIX pelo Dr Benjamin Rush psiquiatra americano Atualmente
essa terapia eacute comumente encontrada em escolas para crianccedilas consideradas
especiais nos EUA Esta teacutecnica consiste nas atividades de cultivo e manejo de uma
horta ou jardim Suas caracteriacutesticas foram inicialmente desenvolvidas em 1993 pela
American Horticultural Therapy Association (AHTA 2015)
A hortoterapia aplicada como terapia ocupacional tambeacutem apresenta bons
resultados no tratamento de pessoas especiais A dedicaccedilatildeo agraves atividades numa horta
para o cultivo de hortaliccedilas com uso alimentar permite que a pessoa tenha um contato
direto com a terra e com as plantas onde podem auxiliar nos tratos culturais sentindo-
se uacuteteis agrave eles mesmos e agraves pessoas de seu conviacutevio (ARNAUD et al 2012)
A incorporaccedilatildeo de terapias alternativas em centros de tratamentoeducaccedilatildeo
especiais no Brasil ainda se mostra muito restrita sendo de grande valia estudos e
projetos desenvolvidos nesta aacuterea Nesse contexto o presente TCC concentra-se
num projeto de um Centro de Terapias Alternativas na cidade de Sertatildeo-RS
Atualmente a cidade de Sertatildeo distante 36 Km de Passo Fundo e 316 Km de
Porto Alegre localizada no norte do Estado do RS conta com um Centro de
Equoterapia instalado nas dependecircncias do Instituto Federal do Rio Grande do Sul
Campus Sertatildeo Este eacute responsaacutevel pelo atendimento aos alunos das APAEs dos
municiacutepios de Sertatildeo Coxilha Getuacutelio Vargas Ipiranga do Sul Estaccedilatildeo Floriano
Peixoto Aacutegua Santa e Vila Lacircngaro realizando cerca de 100 atendimentos por
semana atualmente atingindo sua lotaccedilatildeo maacutexima
Construiacutedo no ano de 2012 o centro acima mencionado natildeo apresenta todos os
ambientes necessaacuterios para a realizaccedilatildeo das atividades aleacutem de ter sido
subdimensionado dificultando a acessibilidade dos alunos e o bom andamento dos
atendimentos Em relaccedilatildeo ao terreno o centro foi implantado em terreno com
topografia natildeo favoraacutevel
3
Diante dos problemas na instalaccedilatildeo atual e agrave crescente demanda de atendimentos
pelas APAEs jaacute citadas e outras instituiccedilotildees percebe-se uma necessidade latente de
construccedilatildeo de um novo centro com infraestrutura adequada e capaz de alargar os
atendimentos e serviccedilos prestados
OBJETIVOS
121 Objetivo Geral
Diante desse contexto o presente TCC objetiva projetar um Centro de Terapias
Alternativas nas dependecircncias do IFRS-Sertatildeo oferecendo as praacuteticas terapecircuticas
de equoterapia e hortoterapia para atendimento da demanda atual e ampliaccedilatildeo da
oferta de acompanhamento aos alunos das APAEs da regiatildeo do Alto Uruguai
122 Objetivos Especiacuteficos
Projetar uma edificaccedilatildeo utilizando-se da madeira como material construtivo
principal aproveitando sua capacidade de armazenamento de carbono e
assim demonstrar a capacidade da arquitetura colaborar para a diminuiccedilatildeo
da emissatildeo de carbono e consequente aquecimento global
Apresentar soluccedilotildees formais coerentes com a utilizaccedilatildeo da madeira
otimizando seu desempenho estrutural
Apresentar a relaccedilatildeo entre o uso da madeira em edificaccedilotildees destinadas agrave
sauacutedeeducaccedilatildeo e o bem-estar dos usuaacuterios
4
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
21 MADEIRA NO BEM-ESTAR
A afinidade do ser humano com a natureza pode ser percebida intuitivamente
quando se entra em contato com ela Estudos indicam que a sensaccedilatildeo de relaxamento
na presenccedila da natureza deve-se agrave reduccedilatildeo das atividades no sistema nervoso
simpaacutetico (SNS) sendo beneacutefico psicoloacutegica e fisiologicamente para quem se
encontra em contato com a mesma
Considerando os efeitos fisioloacutegicos beneacuteficos do ambiente natural nas pessoas
percebe-se a necessidade de adaptaacute-los ao ambiente construiacutedo (NW 2012) Para
isso busca-se explorar em ambientes internos os efeitos do design biofiacutelico definido
por Kellert (2005) e Joye (2007) como a ecircnfase na necessidade de transferir os
benefiacutecios da presenccedila da natureza para o ambiente construiacutedo Nesse caso busca-
se essencialmente a otimizaccedilatildeo da iluminaccedilatildeo natural vistas para a natureza e a
utilizaccedilatildeo de madeira ou outros materiais naturais
No caso da madeira o aspecto visualmente caloroso contribui para que os
ocupantesusuaacuterios tenham uma experiecircncia positiva no ambiente construiacutedo Aleacutem
disso em edificaccedilotildees voltadas ao atendimento de pessoas portadoras de deficiecircncia
pode ser priorizada a percepccedilatildeo taacutetil da madeira por deficientes visuais gerando
imagens mentais (PEIXE sd)
Estudos conduzidos por Tsunetsugu Miyazaki e Sato (2007) demonstram que a
porcentagem de madeira usada nas paredes de um espaccedilo interior resultam em
diferentes respostas fisioloacutegicas Nos testes realizados uma sala com 45 da
cobertura em madeira resultou num aumento na taxa de pulso (velocidade dos
batimentos cardiacuteacos) e diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial dos participantes Enquanto
no caso de uma sala com 90 da superfiacutecie interna coberta por madeira resultou na
diminuiccedilatildeo da atividade cerebral o que pode ser revigorante e desejaacutevel em spas e
consultoacuterios mas pode diminuir a produtividade e criatividade em locais onde alta
atividade cognitiva eacute demandada como salas de aula e ateliecircs Diante dos dados
acima apresentados no projeto que eacute desenvolvido nesse TCC seratildeo atribuiacutedas
diferentes proporccedilotildees de madeira no revestimento dos ambientes internos segundo
seu uso Cita-se como exemplo o caso da enfermaria e do consultoacuterio de fisioterapia
5
e psicologia poderatildeo contar com uma cobertura de ateacute 90 com o material
mencionado enquanto nos ateliecircs essa porcentagem natildeo deveraacute exceder os 50
Aleacutem dos benefiacutecios fiacutesicos para a sauacutede humana as propriedades higroscoacutepicas
da madeira permitem que ela libere ou absorva aacutegua em funccedilatildeo da umidade relativa
e temperatura do ambiente melhorando o conforto teacutermico do espaccedilo (DANIEL
2014)
22 MADEIRA COMO MATERIAL CONSTRUTIVO
As aacutervores e florestas em geral desempenham um importante papel na regulagem
do clima e na reduccedilatildeo do aquecimento global devido agrave sua capacidade de armazenar
carbono O dioacutexido de carbono da atmosfera eacute absorvido pelas aacutervores e durante seu
crescimento vatildeo armazenando carbono em seu lenho folhas e raiacutezes aleacutem de liberar
oxigecircnio para a atmosfera Mas quando essas plantas morrem na natureza e
apodrecem esse ciclo de armazenamento de carbono eacute interrompido pois o mesmo
volta a ser liberado na atmosfera (Green 2012)
No entanto se a madeira dessas plantas for utilizada como material construtivo
para edificaccedilotildees ou manufaturas o carbono continua estocado nos subprodutos ao
longo de toda sua vida uacutetil No caso de reflorestamento naturalmente ou via cultivo
da aacuterea onde a madeira foi extraiacuteda o ciclo de armazenamento de carbono recomeccedila
e novas aacutervores contribuiratildeo para a absorccedilatildeo do elemento citado contribuindo para a
reduccedilatildeo do efeito estufa (NW 2012)
Em comparaccedilatildeo com outros materiais construtivos usuais a madeira apresenta-se
como o mais eficiente em relaccedilatildeo agrave diminuiccedilatildeo de gases causadores do efeito estufa
Nas duas uacuteltimas deacutecadas percebeu-se o impacto que a construccedilatildeo civil causou nas
mudanccedilas climaacuteticas O uso intensivo de concreto e accedilo materiais com alto gasto
energeacutetico em sua produccedilatildeo satildeo um dos principais fatores desse problema Estudos
apontam que a produccedilatildeo de concreto representa cerca de 5 das emissotildees de CO2
agrave niacutevel mundial (Green 2012) No caso da madeira ao inveacutes de emitir CO2 cada msup3
pode armazenar cerca de 08 toneladas de carbono Ao usarmos como exemplo uma
suposta casa que utilize 20 msup3 de madeira em sua construccedilatildeo armazena-se cerca de
16 toneladas de carbono o equivalente agrave emissatildeo produzida em 90000 Km de
viagens de carro (Daniel 2014)
6
Diante dos fatos apresentados percebe-se que a substituiccedilatildeo de materiais
construtivos usuais como o accedilo e concreto pela madeira respeitando as limitaccedilotildees de
uso desta mostra-se como uma alternativa para minimizar os impactos da construccedilatildeo
civil nas mudanccedilas climaacuteticas
23 TECNOLOGIA NA CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL EM MADEIRA A MADEIRA LAMINADA COLADA
A madeira laminada colada (MLC) constitui-se pela junccedilatildeo de duas teacutecnicas a
laminaccedilatildeo e a colagem As peccedilas de madeira satildeo divididas em lacircminas (taacutebuas) e
posteriormente satildeo unidas por colas de alta resistecircncia Sendo dispostas de maneira
que as fibras fiquem sempre paralelas Esta teacutecnica otimizou o uso da madeira devido
agrave possibilidade de uniatildeo de numerosas pequenas peccedilas de madeira para manufaturar
grandes membros de MLC possibilitando seu uso em grandes estruturas (Neto
2010)
Ainda de acordo com Neto (2010) a utilizaccedilatildeo da MLC em elementos estruturais
da construccedilatildeo civil soacute foi possiacutevel apoacutes o surgimento de colas de alta resistecircncia
ocorrido por volta de 1906 com a invenccedilatildeo da cola caseiacutena Desde entatildeo esta teacutecnica
tem evoluiacutedo de acordo com o aumento da eficiecircncia das colas atingindo seu maior
progresso na deacutecada de 40 com o surgimento das colas sinteacuteticas
Comparada com a madeira serrada a MLC apresenta diversas vantagens
estruturais e executivas Moody e Hernandez (1997) atribuem agrave MLC a versatilidade
na obtenccedilatildeo de formas a baixa relaccedilatildeo pesoresistecircncia a resistecircncia ao fogo e a
agentes corrosivos Aleacutem disso estudos de Tienne et al (2011) demonstram que a
MLC viabiliza o emprego de madeiras de reflorestamento normalmente com menor
resistecircncia que apoacutes manufaturadas apresentam resistecircncia suficiente para serem
usadas como elementos estruturais
24 Formas curvas em estruturas de madeira
O uso da madeira na construccedilatildeo civil normalmente eacute relacionado agrave edificaccedilotildees
com formas retas e moduladas pela sua facilidade executiva No entanto satildeo
numerosas as teacutecnicas de obtenccedilatildeo de formas curvas que permitem concebecirc-las
utilizando a madeira como material principal
7
Na construccedilatildeo de estruturas curvas em madeira destacam-se as estruturas
lamelares Esta eacute composta por um conjunto de barras estreitas e compridas
denominadas lamelas para criaccedilatildeo de uma malha losangular tridimensional onde as
barras interceptam-se formando um conjunto de ldquoxrdquo (Ferreira Calil 2002)
Dentre as diversos tipos de estruturas lamelares o sistema gridshell eacute aquele que
apresenta a maior viabilidade na construccedilatildeo de formas complexas ou com dupla
curvatura O gridshell eacute constituiacutedo por uma malha plana de lamelas (Figura 1) que se
interceptam formando losangos e posteriormente eacute deformada por iccedilamento ou
flexatildeo ateacute que a forma desejada seja atingida Apoacutes a forma desejada ser obtida os
noacutes satildeo apertados enrijecendo a malha (TOUSSAINT 2012)
A figura 2 mostra como diferentes tipos de iccedilamento resultam em formas distintas
tendo a mesma malha plana como base
Fonte CHASSAGNOUX 2011
Figura 2 ndash Cupula e paraboloide hiperboacutelico formados agrave partir da mesma malha plana de barras
Fonte CHASSAGNOUX 2011
Figura 1 ndash Deformaccedilatildeo de malha plana de barras formando uma estrutura esfeacuterica pelo iccedilamento do centro
8
Este meacutetodo de construccedilatildeo cria um sistema estrutural bastante complexo de ripas
curvadas trabalhando em conjunto para resistir agrave cargas de modo que todas as cargas
sejam transferidas para as bordas externas transmitindo as forccedilas por compressatildeo
no mesmo sentido das fibras das lamelas otimizando seu desempenho estrutural
Figura 3 ndash Gridshell da cobertura do Savill Building Englefield Green UK
Fonte ARCHITECTS JOURNEY (2009)
9
3 ESTUDOS DE CASO
Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a
equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro
equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente
a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores
do projeto
Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um
exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar
os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias
Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo
Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013
Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -
Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema
construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos
elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo
31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS
Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil
Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O
programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo
terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo
almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos
Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS
10
LEGENDA SETORES
MANEJO CAVALOS
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
SERVICcedilO
ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA
Fonte IFRS (2015)
Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
AC
ES
SO
B
AIA
S
11
Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento
dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as
aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro
interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso
aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo
obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores
administrativo e de serviccedilo
Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena
de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares
e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes
Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram
utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)
A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a
circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato
da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno
ateacute seu lombo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria
12
32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)
O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos
arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa
Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia
Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura
Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em
vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)
Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Fernando Guerra (2015)
Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como
referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave
equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e
celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com
paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente
A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo
aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os
picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido
agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e
na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves
intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem
dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para
praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para
armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter
administrativo
13
Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
321 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos
em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor
administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde
encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo
localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas
eou olfativas
Picadeiro Interno
Picadeiro Interno
Baias
Administrativo
Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno
14
Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo
preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos
interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em
fita
Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
Fonte Carlos Castanheira (2014)
PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO
Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno
15
322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS
Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2
Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620
Picadeiro Interno 3330x1960 65268
Manejo Baias (x16) 365x430 1570
Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960
Almoxarifado (x2) 320x300 960
Administrativo Cozinha 420x720 3024
Escritoacuterio (x2) 420x360 1512
Sala Reuniotildees 900x360 3240
Lounge 1100x420 4620
Sala de jogos 420x360 1512
Sanitaacuterios 420x360 1512
Aacuterea Total 158710 msup2
Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre
Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria
323 FORMA
A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida
por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por
compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro
central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes
O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A
repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as
fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado
do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada
anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal
16
Figura 16 - Fachada Lateral
Fonte CASTANHEIRA (2014)
Figura 17 - Cortes transversais
Fonte ARCHDAILY (2015)
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos
estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos
estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada
324 TECNOLOGIA
A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com
perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas
metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do
edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais
conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado
17
Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA
A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da
Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio
americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no
ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2
Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program
Fonte Black Burn Architects
Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto
apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro
externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento
psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo
almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala
para os tratadores
18
Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)
331 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com
funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O
bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido
pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal
interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do
centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova
aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo
O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma
arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir
RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO
LEGENDA SETORES
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA
ESTAacuteBULOS
SERVICcedilO
MANEJO DOS CAVALOS
19
Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Black Burn Architects (2014)
332 FORMA
A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com
cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e
ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos
bungalows estadunidenses
Figura 22 - Fachadas
Fonte Black Burn Architects
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas
e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal
20
333 HABITABILIDADE
Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram
utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do
edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas
mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e
trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior
Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo
o acesso principal
34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO
Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro
Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do
Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de
necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos
fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a
desintegraccedilatildeo dos espaccedilos
Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na
disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees
aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale
ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim
como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos
em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes
na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas
Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se
conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de
acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um
pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente
de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os
espaccedilos com a mesma facilidade
Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um
interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em
ambientes internos e nas fachadas
21
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
41 Contextualizaccedilatildeo regional
O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente
na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a
uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado
entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre
(Sertatildeo 2015)
Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual
Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)
22
A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por
um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela
agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918
Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo
Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o
Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se
tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo
Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225
habitantes
411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo
O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio
Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de
Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo
Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada
passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de
1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a
certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de
1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido
era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A
denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico
em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)
Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea
de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso
existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e
Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de
praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para
o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)
Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de
poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria
(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte
em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto
23
integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior
satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em
Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas
poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-
Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)
Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo
integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para
atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas
42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo
O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas
dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo
basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios
administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios
ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos
das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)
Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
24
Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees
teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos
coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees
teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na
possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo
Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos
Fonte Acervo proacuteprio
Figura 26 - Mapa Nolly do entorno
25
Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria
43 Hierarquia Viaacuteria
A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-
135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao
municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo
caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente
vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo
direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio
TERRENO PROJETO
1 2 3
4 54
64
1 2 3 44
54
64
Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno
26
Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
N
SERTAtildeO 8 Km
RS 135 2 Km
Acesso Principal Do IFRS
Cruzamento Conflitante
Acesso Secundaacuterio do IFRS
COXILHA 10 Km
Estrada do Asfalto
Estrada Teacuterrea p Coxilha
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
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PEIXE Marco Aureacutelio LICHESKI Laiacutes C O Uso e as Sensaccedilotildees da Madeira no Espaccedilo Interno Universidade Federal do Paranaacute Sd
SERTAtildeO Prefeitura Municipal Histoacuteria Disponiacutevel em lt httpwwwsertaorsgovbrpagina495historiagt Acesso em 2 outubro de 2015
SOARES Daniela Fonseca Genelhu et al Equoterapia teoria amp praacutetica no Brasil Editora FUNEC 2013 p27-34 e 107-116
TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16
51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
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Ba
ixa
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53
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
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pccedilatilde
o
iii
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agrave minha famiacutelia pelo apoio e incentivos prestados desde o iniacutecio da
faculdade
Ao professor Marcos Oliveira do IFRS-Sertatildeo pela atenccedilatildeo prestada e por compartilhar
seus conhecimentos referentes ao funcionamento do Centro de Equoterapia do Cavalo
Crioulo o qual eacute um dos meus objetos de estudo
Agrave todos os docentes que contribuiacuteram para minha formaccedilatildeo na IMED e na ENSA Nantes
por aleacutem de compartilhar seus conhecimentos terem despertado o gosto e principalmente a
curiosidade pelos diversos assuntos relacionados agrave arquitetura e ao urbanismo
Agrave minha professora orientadora Caliane pela empenho dedicaccedilatildeo e principalmente por
me motivar agrave me aprofundar em certos assuntos que vieram agrave enriquecer o presente trabalho
Agrave todos que direta ou indiretamente me auxiliaram na realizaccedilatildeo desse trabalho e na
minha formaccedilatildeo meu muito obrigado
iii
iv
Resumo
A busca por terapias alternativas para o tratamento de pessoas com necessidades especiais tem aumentado significativamente nos uacuteltimos anos Em muitas dessas terapias busca-se a aproximaccedilatildeo dos pacientes com a natureza por meio do contato com animais e plantas como eacute o caso da equoterapia e da hortoterapia respectivamente Tais tratamentos normalmente ocorrem em edifiacutecios originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e reformas posteriores Percebendo que a concepccedilatildeo de edifiacutecios destinados especificamente agraves terapias alternativas pode contribuir para o bom andamento desse tipo de tratamento o presente estudo busca demonstrar o potencial da arquitetura em conceber espaccedilos adequados ao bom andamento das terapias e com acessibilidade universal incorporando no conceito da edificaccedilatildeo os mesmos pressupostos dos tratamentos que seratildeo realizados como o contato com a natureza Para isso propotildee-se o projeto de um centro de terapias alternativas nas dependecircncias do IFRS ndash Sertatildeo para atender a demanda regional de atendimento aos alunos das APAEs substituindo o Centro de Equoterapia existente jaacute que este natildeo apresenta todos os espaccedilos necessaacuterios ao atendimento dos pacientes aleacutem de natildeo suprir a atual demanda regional pela terapia mencionada No projeto do novo centro de equoterapia foram incorporados conceitos do design biofiacutelico onde foram explorados os efeitos positivos da utilizaccedilatildeo do uso de madeira como material construtivo e seus efeitos fisioloacutegicos positivos sobre os ocupantes assim como o contato dos ocupantes com a natureza atraveacutes de vistas e dos materiais utilizados Palavras-chave Arquitetura inclusiva Equoterapia hortoterapia Construccedilotildees em madeira arquitetura equestre
Abstract
The search for alternative therapies for the treatment of people with special needs has increased significantly in recent years In many of these therapies seeks to approach patients with nature through contact with animals and plants as in the case of equine therapy and hortoterappy respectively Such treatments typically occur in buildings originally designed for other activities and underwent adaptations and subsequent reforms Realizing that designing buildings intended specifically for alternative therapies can contribute to the smooth running of such treatment this study seeks to demonstrate the potential of architecture to design spaces suited to the pursuit of therapies and universal accessibility incorporating the building concept the same assumptions of treatments to be performed such as contact with nature For this we propose the design of a center of alternative therapies on the premises of IFRS - Sertatildeo to meet regional demand service to students of APAEs replacing the existing Therapeutic Riding Center since this does not present all the spaces necessary to meet of patients and does not meet the current regional demand by that therapy In the new center of hippotherapyrsquos project were incorporated into concepts the biofilic design the where they were exploited positive effects of the use of the use of wood as a building material and their positive physiological effects on the occupants as well as the contact of the occupants with nature through views and the materials used Keywords Inclusive Architecture Hippotherapy Hortotherapy Wood Architecture
v
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS 9
Figura 2 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 10
Figura 3 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 10
Figura 4 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 11
Figura 5 ndash Rampa para montaria 11
Figura 6 ndash Vista do picadeiro interno 11
Figura 7 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 12
Figura 8 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 13
Figura 9 ndash Picadeiro Interno 13
Figura 10 ndash Interior do estaacutebulo 13
Figura 11 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 14
Figura 12 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno 14
Figura 13 - Fachada Lateral 16
Figura 14 - Cortes transversais 16
Figura 15 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas 17
Figura 16 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program 17
Figura 17 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte 18
Figura 18 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte 19
Figura 19 - Fachadas 19
Figura 20 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual 21
Figura 21 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional 21
Figura 22 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m 23
Figura 23 - Mapa Nolly do entorno 24
Figura 24 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos 24
Figura 25 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno 25
Figura 26 ndash Hierarquia Viaacuteria 26
Figura 27 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno 26
Figura 28 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno 27
Figura 29 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte 27
Figura 30 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo 29
Figura 31 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo 30
Figura 32 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio 30
Figura 33 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras 30
Figura 34 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva 32
v
vi
Figura 35 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR) 32
Figura 36 ndash Dimensionamento de Rampas 33
Figura 37 - Planta baixa de rampa em curva 33
Figura 38 - Planta baixa de rampa em curva 34
Figura 39 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo 37
Figura 40 - Fluxograma da proposta 42
Figura 41 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas 46
vii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre 15
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas 41
viii
SUMAacuteRIO
LISTA DE FIGURAS v
1 INTRODUCcedilAtildeO 1
OBJETIVOS 3
121 Objetivo Geral 3 122 Objetivos Especiacuteficos 3
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 4
3 ESTUDOS DE CASO 9
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO 21
5 HISTOacuteRICO DO TEMA 35
6 CONCEITO 38
CARTA DE INTENCcedilOtildeES 38
Entorno 38
Heranccedila Cultural 38
Caracteriacutesticas do siacutetio 39
Clientes 39
PROGRAMA DE NECESSIDADES40
PREacute-DIMENSIONAMENTO 40
FLUXOGRAMA 42
Figura 40 - Fluxograma da proposta 42
Zoneamento 46
7 CONCLUSOtildeES 47
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 478
10 APEcircNDICES51
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
Terapias alternativas podem ser definidas por procedimentos que visam agrave
assistecircncia agrave sauacutede do indiviacuteduo seja na prevenccedilatildeo tratamento ou cura
considerando-o como mentecorpoespiacuterito e natildeo um conjunto de partes isoladas
Sendo assim seu objetivo difere da assistecircncia alopaacutetica tambeacutem conhecida como
medicina ocidental na qual a cura das enfermidades se daacute por meio da intervenccedilatildeo
direta no oacutergatildeo ou parte do corpo doente (Hill [sd] Landmann 1989)
Dentre as diversas terapias tidas como alternativas e voltadas agrave pessoas com
necessidades educativasespeciais estaacute a Equoterapia O uso desta teacutecnica em
crianccedilas com necessidade especial foi realizado pela primeira vez pela fisioterapeuta
Eilset Bodtker na Noruega Em 1967 foi inaugurado o primeiro centro de equitaccedilatildeo
terapecircutica para crianccedilas com necessidades especiais nos Estados Unidos (HASKIN
et al 1974) Dentre os efeitos observados nos pacientes a praacutetica da equoterapia
desenvolve a comunicaccedilatildeo a orientaccedilatildeo espacial e o equiliacutebrio aleacutem das melhorias
fiacutesicas e diminuiccedilatildeo de fobias de modo geral (FREIRE 1999)
Mais precisamente a equoterapia eacute um meacutetodo terapecircutico educacional que utiliza
o cavalo como principal instrumento numa abordagem multidisciplinar nas aacutereas de
sauacutede educaccedilatildeo e esporte estimulando o desenvolvimento psicossocial de pessoas
com necessidades motoras eou educacionais Trata-se de um processo de
reabilitaccedilatildeo de pessoas portadoras de deficiecircncia eou com necessidades especiais
(sequela de paralisia cerebral deficiecircncia mental doente mental Siacutendrome de Down
autismo alteraccedilotildees sensoacuterio motoras comportamental distuacuterbio de aprendizagem
distuacuterbio psicomotor distuacuterbios de linguagem e fala etc) indicada principalmente agraves
crianccedilas que desenvolve ganhos fiacutesicos e psiacutequicos consideraacuteveis jaacute comprovados
e ainda permite uma maior participaccedilatildeo integraccedilatildeo ou acompanhamento mais
proacuteximo por parte dos pais durante a sessatildeo (ANDE 2014)
O tratamento eacute realizado em um Centro de Equoterapia que segundo Ande
(2015) eacute uma entidade juriacutedica que dispotildee de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos
adequados onde trabalha uma equipe teacutecnica habilitada aleacutem de contar com cavalos
treinados para assim prestar um atendimento de qualidade em Equoterapia agraves
pessoas que buscam este meacutetodo de tratamento
2
A procura por esta terapia vem crescendo consideravelmente ao longo dos anos
Um exemplo proacuteximo se mostra o Centro de Equoterapia do IFRS que jaacute natildeo comporta
todas as crianccedilas das APAEs (Associaccedilatildeo de Pais e Amigos dos Excepcionais) das
cidades proacuteximas
Outra terapia alternativa que vem ganhando destaque nos uacuteltimos anos eacute a
hortoterapia O efeito positivo do trabalho em jardins e hortas foi documentado pela
primeira vez no seacuteculo XIX pelo Dr Benjamin Rush psiquiatra americano Atualmente
essa terapia eacute comumente encontrada em escolas para crianccedilas consideradas
especiais nos EUA Esta teacutecnica consiste nas atividades de cultivo e manejo de uma
horta ou jardim Suas caracteriacutesticas foram inicialmente desenvolvidas em 1993 pela
American Horticultural Therapy Association (AHTA 2015)
A hortoterapia aplicada como terapia ocupacional tambeacutem apresenta bons
resultados no tratamento de pessoas especiais A dedicaccedilatildeo agraves atividades numa horta
para o cultivo de hortaliccedilas com uso alimentar permite que a pessoa tenha um contato
direto com a terra e com as plantas onde podem auxiliar nos tratos culturais sentindo-
se uacuteteis agrave eles mesmos e agraves pessoas de seu conviacutevio (ARNAUD et al 2012)
A incorporaccedilatildeo de terapias alternativas em centros de tratamentoeducaccedilatildeo
especiais no Brasil ainda se mostra muito restrita sendo de grande valia estudos e
projetos desenvolvidos nesta aacuterea Nesse contexto o presente TCC concentra-se
num projeto de um Centro de Terapias Alternativas na cidade de Sertatildeo-RS
Atualmente a cidade de Sertatildeo distante 36 Km de Passo Fundo e 316 Km de
Porto Alegre localizada no norte do Estado do RS conta com um Centro de
Equoterapia instalado nas dependecircncias do Instituto Federal do Rio Grande do Sul
Campus Sertatildeo Este eacute responsaacutevel pelo atendimento aos alunos das APAEs dos
municiacutepios de Sertatildeo Coxilha Getuacutelio Vargas Ipiranga do Sul Estaccedilatildeo Floriano
Peixoto Aacutegua Santa e Vila Lacircngaro realizando cerca de 100 atendimentos por
semana atualmente atingindo sua lotaccedilatildeo maacutexima
Construiacutedo no ano de 2012 o centro acima mencionado natildeo apresenta todos os
ambientes necessaacuterios para a realizaccedilatildeo das atividades aleacutem de ter sido
subdimensionado dificultando a acessibilidade dos alunos e o bom andamento dos
atendimentos Em relaccedilatildeo ao terreno o centro foi implantado em terreno com
topografia natildeo favoraacutevel
3
Diante dos problemas na instalaccedilatildeo atual e agrave crescente demanda de atendimentos
pelas APAEs jaacute citadas e outras instituiccedilotildees percebe-se uma necessidade latente de
construccedilatildeo de um novo centro com infraestrutura adequada e capaz de alargar os
atendimentos e serviccedilos prestados
OBJETIVOS
121 Objetivo Geral
Diante desse contexto o presente TCC objetiva projetar um Centro de Terapias
Alternativas nas dependecircncias do IFRS-Sertatildeo oferecendo as praacuteticas terapecircuticas
de equoterapia e hortoterapia para atendimento da demanda atual e ampliaccedilatildeo da
oferta de acompanhamento aos alunos das APAEs da regiatildeo do Alto Uruguai
122 Objetivos Especiacuteficos
Projetar uma edificaccedilatildeo utilizando-se da madeira como material construtivo
principal aproveitando sua capacidade de armazenamento de carbono e
assim demonstrar a capacidade da arquitetura colaborar para a diminuiccedilatildeo
da emissatildeo de carbono e consequente aquecimento global
Apresentar soluccedilotildees formais coerentes com a utilizaccedilatildeo da madeira
otimizando seu desempenho estrutural
Apresentar a relaccedilatildeo entre o uso da madeira em edificaccedilotildees destinadas agrave
sauacutedeeducaccedilatildeo e o bem-estar dos usuaacuterios
4
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
21 MADEIRA NO BEM-ESTAR
A afinidade do ser humano com a natureza pode ser percebida intuitivamente
quando se entra em contato com ela Estudos indicam que a sensaccedilatildeo de relaxamento
na presenccedila da natureza deve-se agrave reduccedilatildeo das atividades no sistema nervoso
simpaacutetico (SNS) sendo beneacutefico psicoloacutegica e fisiologicamente para quem se
encontra em contato com a mesma
Considerando os efeitos fisioloacutegicos beneacuteficos do ambiente natural nas pessoas
percebe-se a necessidade de adaptaacute-los ao ambiente construiacutedo (NW 2012) Para
isso busca-se explorar em ambientes internos os efeitos do design biofiacutelico definido
por Kellert (2005) e Joye (2007) como a ecircnfase na necessidade de transferir os
benefiacutecios da presenccedila da natureza para o ambiente construiacutedo Nesse caso busca-
se essencialmente a otimizaccedilatildeo da iluminaccedilatildeo natural vistas para a natureza e a
utilizaccedilatildeo de madeira ou outros materiais naturais
No caso da madeira o aspecto visualmente caloroso contribui para que os
ocupantesusuaacuterios tenham uma experiecircncia positiva no ambiente construiacutedo Aleacutem
disso em edificaccedilotildees voltadas ao atendimento de pessoas portadoras de deficiecircncia
pode ser priorizada a percepccedilatildeo taacutetil da madeira por deficientes visuais gerando
imagens mentais (PEIXE sd)
Estudos conduzidos por Tsunetsugu Miyazaki e Sato (2007) demonstram que a
porcentagem de madeira usada nas paredes de um espaccedilo interior resultam em
diferentes respostas fisioloacutegicas Nos testes realizados uma sala com 45 da
cobertura em madeira resultou num aumento na taxa de pulso (velocidade dos
batimentos cardiacuteacos) e diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial dos participantes Enquanto
no caso de uma sala com 90 da superfiacutecie interna coberta por madeira resultou na
diminuiccedilatildeo da atividade cerebral o que pode ser revigorante e desejaacutevel em spas e
consultoacuterios mas pode diminuir a produtividade e criatividade em locais onde alta
atividade cognitiva eacute demandada como salas de aula e ateliecircs Diante dos dados
acima apresentados no projeto que eacute desenvolvido nesse TCC seratildeo atribuiacutedas
diferentes proporccedilotildees de madeira no revestimento dos ambientes internos segundo
seu uso Cita-se como exemplo o caso da enfermaria e do consultoacuterio de fisioterapia
5
e psicologia poderatildeo contar com uma cobertura de ateacute 90 com o material
mencionado enquanto nos ateliecircs essa porcentagem natildeo deveraacute exceder os 50
Aleacutem dos benefiacutecios fiacutesicos para a sauacutede humana as propriedades higroscoacutepicas
da madeira permitem que ela libere ou absorva aacutegua em funccedilatildeo da umidade relativa
e temperatura do ambiente melhorando o conforto teacutermico do espaccedilo (DANIEL
2014)
22 MADEIRA COMO MATERIAL CONSTRUTIVO
As aacutervores e florestas em geral desempenham um importante papel na regulagem
do clima e na reduccedilatildeo do aquecimento global devido agrave sua capacidade de armazenar
carbono O dioacutexido de carbono da atmosfera eacute absorvido pelas aacutervores e durante seu
crescimento vatildeo armazenando carbono em seu lenho folhas e raiacutezes aleacutem de liberar
oxigecircnio para a atmosfera Mas quando essas plantas morrem na natureza e
apodrecem esse ciclo de armazenamento de carbono eacute interrompido pois o mesmo
volta a ser liberado na atmosfera (Green 2012)
No entanto se a madeira dessas plantas for utilizada como material construtivo
para edificaccedilotildees ou manufaturas o carbono continua estocado nos subprodutos ao
longo de toda sua vida uacutetil No caso de reflorestamento naturalmente ou via cultivo
da aacuterea onde a madeira foi extraiacuteda o ciclo de armazenamento de carbono recomeccedila
e novas aacutervores contribuiratildeo para a absorccedilatildeo do elemento citado contribuindo para a
reduccedilatildeo do efeito estufa (NW 2012)
Em comparaccedilatildeo com outros materiais construtivos usuais a madeira apresenta-se
como o mais eficiente em relaccedilatildeo agrave diminuiccedilatildeo de gases causadores do efeito estufa
Nas duas uacuteltimas deacutecadas percebeu-se o impacto que a construccedilatildeo civil causou nas
mudanccedilas climaacuteticas O uso intensivo de concreto e accedilo materiais com alto gasto
energeacutetico em sua produccedilatildeo satildeo um dos principais fatores desse problema Estudos
apontam que a produccedilatildeo de concreto representa cerca de 5 das emissotildees de CO2
agrave niacutevel mundial (Green 2012) No caso da madeira ao inveacutes de emitir CO2 cada msup3
pode armazenar cerca de 08 toneladas de carbono Ao usarmos como exemplo uma
suposta casa que utilize 20 msup3 de madeira em sua construccedilatildeo armazena-se cerca de
16 toneladas de carbono o equivalente agrave emissatildeo produzida em 90000 Km de
viagens de carro (Daniel 2014)
6
Diante dos fatos apresentados percebe-se que a substituiccedilatildeo de materiais
construtivos usuais como o accedilo e concreto pela madeira respeitando as limitaccedilotildees de
uso desta mostra-se como uma alternativa para minimizar os impactos da construccedilatildeo
civil nas mudanccedilas climaacuteticas
23 TECNOLOGIA NA CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL EM MADEIRA A MADEIRA LAMINADA COLADA
A madeira laminada colada (MLC) constitui-se pela junccedilatildeo de duas teacutecnicas a
laminaccedilatildeo e a colagem As peccedilas de madeira satildeo divididas em lacircminas (taacutebuas) e
posteriormente satildeo unidas por colas de alta resistecircncia Sendo dispostas de maneira
que as fibras fiquem sempre paralelas Esta teacutecnica otimizou o uso da madeira devido
agrave possibilidade de uniatildeo de numerosas pequenas peccedilas de madeira para manufaturar
grandes membros de MLC possibilitando seu uso em grandes estruturas (Neto
2010)
Ainda de acordo com Neto (2010) a utilizaccedilatildeo da MLC em elementos estruturais
da construccedilatildeo civil soacute foi possiacutevel apoacutes o surgimento de colas de alta resistecircncia
ocorrido por volta de 1906 com a invenccedilatildeo da cola caseiacutena Desde entatildeo esta teacutecnica
tem evoluiacutedo de acordo com o aumento da eficiecircncia das colas atingindo seu maior
progresso na deacutecada de 40 com o surgimento das colas sinteacuteticas
Comparada com a madeira serrada a MLC apresenta diversas vantagens
estruturais e executivas Moody e Hernandez (1997) atribuem agrave MLC a versatilidade
na obtenccedilatildeo de formas a baixa relaccedilatildeo pesoresistecircncia a resistecircncia ao fogo e a
agentes corrosivos Aleacutem disso estudos de Tienne et al (2011) demonstram que a
MLC viabiliza o emprego de madeiras de reflorestamento normalmente com menor
resistecircncia que apoacutes manufaturadas apresentam resistecircncia suficiente para serem
usadas como elementos estruturais
24 Formas curvas em estruturas de madeira
O uso da madeira na construccedilatildeo civil normalmente eacute relacionado agrave edificaccedilotildees
com formas retas e moduladas pela sua facilidade executiva No entanto satildeo
numerosas as teacutecnicas de obtenccedilatildeo de formas curvas que permitem concebecirc-las
utilizando a madeira como material principal
7
Na construccedilatildeo de estruturas curvas em madeira destacam-se as estruturas
lamelares Esta eacute composta por um conjunto de barras estreitas e compridas
denominadas lamelas para criaccedilatildeo de uma malha losangular tridimensional onde as
barras interceptam-se formando um conjunto de ldquoxrdquo (Ferreira Calil 2002)
Dentre as diversos tipos de estruturas lamelares o sistema gridshell eacute aquele que
apresenta a maior viabilidade na construccedilatildeo de formas complexas ou com dupla
curvatura O gridshell eacute constituiacutedo por uma malha plana de lamelas (Figura 1) que se
interceptam formando losangos e posteriormente eacute deformada por iccedilamento ou
flexatildeo ateacute que a forma desejada seja atingida Apoacutes a forma desejada ser obtida os
noacutes satildeo apertados enrijecendo a malha (TOUSSAINT 2012)
A figura 2 mostra como diferentes tipos de iccedilamento resultam em formas distintas
tendo a mesma malha plana como base
Fonte CHASSAGNOUX 2011
Figura 2 ndash Cupula e paraboloide hiperboacutelico formados agrave partir da mesma malha plana de barras
Fonte CHASSAGNOUX 2011
Figura 1 ndash Deformaccedilatildeo de malha plana de barras formando uma estrutura esfeacuterica pelo iccedilamento do centro
8
Este meacutetodo de construccedilatildeo cria um sistema estrutural bastante complexo de ripas
curvadas trabalhando em conjunto para resistir agrave cargas de modo que todas as cargas
sejam transferidas para as bordas externas transmitindo as forccedilas por compressatildeo
no mesmo sentido das fibras das lamelas otimizando seu desempenho estrutural
Figura 3 ndash Gridshell da cobertura do Savill Building Englefield Green UK
Fonte ARCHITECTS JOURNEY (2009)
9
3 ESTUDOS DE CASO
Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a
equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro
equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente
a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores
do projeto
Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um
exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar
os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias
Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo
Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013
Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -
Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema
construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos
elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo
31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS
Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil
Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O
programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo
terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo
almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos
Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS
10
LEGENDA SETORES
MANEJO CAVALOS
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
SERVICcedilO
ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA
Fonte IFRS (2015)
Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
AC
ES
SO
B
AIA
S
11
Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento
dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as
aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro
interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso
aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo
obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores
administrativo e de serviccedilo
Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena
de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares
e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes
Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram
utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)
A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a
circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato
da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno
ateacute seu lombo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria
12
32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)
O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos
arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa
Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia
Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura
Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em
vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)
Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Fernando Guerra (2015)
Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como
referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave
equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e
celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com
paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente
A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo
aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os
picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido
agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e
na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves
intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem
dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para
praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para
armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter
administrativo
13
Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
321 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos
em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor
administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde
encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo
localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas
eou olfativas
Picadeiro Interno
Picadeiro Interno
Baias
Administrativo
Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno
14
Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo
preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos
interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em
fita
Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
Fonte Carlos Castanheira (2014)
PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO
Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno
15
322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS
Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2
Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620
Picadeiro Interno 3330x1960 65268
Manejo Baias (x16) 365x430 1570
Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960
Almoxarifado (x2) 320x300 960
Administrativo Cozinha 420x720 3024
Escritoacuterio (x2) 420x360 1512
Sala Reuniotildees 900x360 3240
Lounge 1100x420 4620
Sala de jogos 420x360 1512
Sanitaacuterios 420x360 1512
Aacuterea Total 158710 msup2
Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre
Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria
323 FORMA
A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida
por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por
compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro
central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes
O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A
repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as
fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado
do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada
anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal
16
Figura 16 - Fachada Lateral
Fonte CASTANHEIRA (2014)
Figura 17 - Cortes transversais
Fonte ARCHDAILY (2015)
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos
estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos
estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada
324 TECNOLOGIA
A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com
perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas
metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do
edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais
conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado
17
Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA
A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da
Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio
americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no
ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2
Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program
Fonte Black Burn Architects
Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto
apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro
externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento
psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo
almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala
para os tratadores
18
Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)
331 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com
funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O
bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido
pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal
interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do
centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova
aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo
O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma
arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir
RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO
LEGENDA SETORES
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA
ESTAacuteBULOS
SERVICcedilO
MANEJO DOS CAVALOS
19
Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Black Burn Architects (2014)
332 FORMA
A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com
cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e
ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos
bungalows estadunidenses
Figura 22 - Fachadas
Fonte Black Burn Architects
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas
e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal
20
333 HABITABILIDADE
Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram
utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do
edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas
mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e
trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior
Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo
o acesso principal
34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO
Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro
Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do
Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de
necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos
fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a
desintegraccedilatildeo dos espaccedilos
Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na
disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees
aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale
ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim
como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos
em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes
na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas
Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se
conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de
acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um
pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente
de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os
espaccedilos com a mesma facilidade
Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um
interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em
ambientes internos e nas fachadas
21
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
41 Contextualizaccedilatildeo regional
O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente
na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a
uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado
entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre
(Sertatildeo 2015)
Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual
Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)
22
A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por
um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela
agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918
Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo
Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o
Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se
tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo
Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225
habitantes
411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo
O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio
Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de
Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo
Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada
passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de
1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a
certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de
1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido
era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A
denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico
em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)
Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea
de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso
existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e
Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de
praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para
o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)
Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de
poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria
(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte
em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto
23
integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior
satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em
Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas
poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-
Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)
Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo
integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para
atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas
42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo
O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas
dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo
basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios
administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios
ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos
das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)
Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
24
Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees
teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos
coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees
teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na
possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo
Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos
Fonte Acervo proacuteprio
Figura 26 - Mapa Nolly do entorno
25
Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria
43 Hierarquia Viaacuteria
A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-
135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao
municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo
caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente
vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo
direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio
TERRENO PROJETO
1 2 3
4 54
64
1 2 3 44
54
64
Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno
26
Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
N
SERTAtildeO 8 Km
RS 135 2 Km
Acesso Principal Do IFRS
Cruzamento Conflitante
Acesso Secundaacuterio do IFRS
COXILHA 10 Km
Estrada do Asfalto
Estrada Teacuterrea p Coxilha
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
to T
eacuterr
eo
Pla
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Pla
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53
Fach
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Lo
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
llR
ece
pccedilatilde
o
iv
Resumo
A busca por terapias alternativas para o tratamento de pessoas com necessidades especiais tem aumentado significativamente nos uacuteltimos anos Em muitas dessas terapias busca-se a aproximaccedilatildeo dos pacientes com a natureza por meio do contato com animais e plantas como eacute o caso da equoterapia e da hortoterapia respectivamente Tais tratamentos normalmente ocorrem em edifiacutecios originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e reformas posteriores Percebendo que a concepccedilatildeo de edifiacutecios destinados especificamente agraves terapias alternativas pode contribuir para o bom andamento desse tipo de tratamento o presente estudo busca demonstrar o potencial da arquitetura em conceber espaccedilos adequados ao bom andamento das terapias e com acessibilidade universal incorporando no conceito da edificaccedilatildeo os mesmos pressupostos dos tratamentos que seratildeo realizados como o contato com a natureza Para isso propotildee-se o projeto de um centro de terapias alternativas nas dependecircncias do IFRS ndash Sertatildeo para atender a demanda regional de atendimento aos alunos das APAEs substituindo o Centro de Equoterapia existente jaacute que este natildeo apresenta todos os espaccedilos necessaacuterios ao atendimento dos pacientes aleacutem de natildeo suprir a atual demanda regional pela terapia mencionada No projeto do novo centro de equoterapia foram incorporados conceitos do design biofiacutelico onde foram explorados os efeitos positivos da utilizaccedilatildeo do uso de madeira como material construtivo e seus efeitos fisioloacutegicos positivos sobre os ocupantes assim como o contato dos ocupantes com a natureza atraveacutes de vistas e dos materiais utilizados Palavras-chave Arquitetura inclusiva Equoterapia hortoterapia Construccedilotildees em madeira arquitetura equestre
Abstract
The search for alternative therapies for the treatment of people with special needs has increased significantly in recent years In many of these therapies seeks to approach patients with nature through contact with animals and plants as in the case of equine therapy and hortoterappy respectively Such treatments typically occur in buildings originally designed for other activities and underwent adaptations and subsequent reforms Realizing that designing buildings intended specifically for alternative therapies can contribute to the smooth running of such treatment this study seeks to demonstrate the potential of architecture to design spaces suited to the pursuit of therapies and universal accessibility incorporating the building concept the same assumptions of treatments to be performed such as contact with nature For this we propose the design of a center of alternative therapies on the premises of IFRS - Sertatildeo to meet regional demand service to students of APAEs replacing the existing Therapeutic Riding Center since this does not present all the spaces necessary to meet of patients and does not meet the current regional demand by that therapy In the new center of hippotherapyrsquos project were incorporated into concepts the biofilic design the where they were exploited positive effects of the use of the use of wood as a building material and their positive physiological effects on the occupants as well as the contact of the occupants with nature through views and the materials used Keywords Inclusive Architecture Hippotherapy Hortotherapy Wood Architecture
v
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS 9
Figura 2 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 10
Figura 3 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 10
Figura 4 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 11
Figura 5 ndash Rampa para montaria 11
Figura 6 ndash Vista do picadeiro interno 11
Figura 7 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 12
Figura 8 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 13
Figura 9 ndash Picadeiro Interno 13
Figura 10 ndash Interior do estaacutebulo 13
Figura 11 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 14
Figura 12 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno 14
Figura 13 - Fachada Lateral 16
Figura 14 - Cortes transversais 16
Figura 15 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas 17
Figura 16 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program 17
Figura 17 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte 18
Figura 18 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte 19
Figura 19 - Fachadas 19
Figura 20 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual 21
Figura 21 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional 21
Figura 22 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m 23
Figura 23 - Mapa Nolly do entorno 24
Figura 24 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos 24
Figura 25 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno 25
Figura 26 ndash Hierarquia Viaacuteria 26
Figura 27 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno 26
Figura 28 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno 27
Figura 29 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte 27
Figura 30 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo 29
Figura 31 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo 30
Figura 32 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio 30
Figura 33 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras 30
Figura 34 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva 32
v
vi
Figura 35 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR) 32
Figura 36 ndash Dimensionamento de Rampas 33
Figura 37 - Planta baixa de rampa em curva 33
Figura 38 - Planta baixa de rampa em curva 34
Figura 39 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo 37
Figura 40 - Fluxograma da proposta 42
Figura 41 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas 46
vii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre 15
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas 41
viii
SUMAacuteRIO
LISTA DE FIGURAS v
1 INTRODUCcedilAtildeO 1
OBJETIVOS 3
121 Objetivo Geral 3 122 Objetivos Especiacuteficos 3
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 4
3 ESTUDOS DE CASO 9
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO 21
5 HISTOacuteRICO DO TEMA 35
6 CONCEITO 38
CARTA DE INTENCcedilOtildeES 38
Entorno 38
Heranccedila Cultural 38
Caracteriacutesticas do siacutetio 39
Clientes 39
PROGRAMA DE NECESSIDADES40
PREacute-DIMENSIONAMENTO 40
FLUXOGRAMA 42
Figura 40 - Fluxograma da proposta 42
Zoneamento 46
7 CONCLUSOtildeES 47
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 478
10 APEcircNDICES51
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
Terapias alternativas podem ser definidas por procedimentos que visam agrave
assistecircncia agrave sauacutede do indiviacuteduo seja na prevenccedilatildeo tratamento ou cura
considerando-o como mentecorpoespiacuterito e natildeo um conjunto de partes isoladas
Sendo assim seu objetivo difere da assistecircncia alopaacutetica tambeacutem conhecida como
medicina ocidental na qual a cura das enfermidades se daacute por meio da intervenccedilatildeo
direta no oacutergatildeo ou parte do corpo doente (Hill [sd] Landmann 1989)
Dentre as diversas terapias tidas como alternativas e voltadas agrave pessoas com
necessidades educativasespeciais estaacute a Equoterapia O uso desta teacutecnica em
crianccedilas com necessidade especial foi realizado pela primeira vez pela fisioterapeuta
Eilset Bodtker na Noruega Em 1967 foi inaugurado o primeiro centro de equitaccedilatildeo
terapecircutica para crianccedilas com necessidades especiais nos Estados Unidos (HASKIN
et al 1974) Dentre os efeitos observados nos pacientes a praacutetica da equoterapia
desenvolve a comunicaccedilatildeo a orientaccedilatildeo espacial e o equiliacutebrio aleacutem das melhorias
fiacutesicas e diminuiccedilatildeo de fobias de modo geral (FREIRE 1999)
Mais precisamente a equoterapia eacute um meacutetodo terapecircutico educacional que utiliza
o cavalo como principal instrumento numa abordagem multidisciplinar nas aacutereas de
sauacutede educaccedilatildeo e esporte estimulando o desenvolvimento psicossocial de pessoas
com necessidades motoras eou educacionais Trata-se de um processo de
reabilitaccedilatildeo de pessoas portadoras de deficiecircncia eou com necessidades especiais
(sequela de paralisia cerebral deficiecircncia mental doente mental Siacutendrome de Down
autismo alteraccedilotildees sensoacuterio motoras comportamental distuacuterbio de aprendizagem
distuacuterbio psicomotor distuacuterbios de linguagem e fala etc) indicada principalmente agraves
crianccedilas que desenvolve ganhos fiacutesicos e psiacutequicos consideraacuteveis jaacute comprovados
e ainda permite uma maior participaccedilatildeo integraccedilatildeo ou acompanhamento mais
proacuteximo por parte dos pais durante a sessatildeo (ANDE 2014)
O tratamento eacute realizado em um Centro de Equoterapia que segundo Ande
(2015) eacute uma entidade juriacutedica que dispotildee de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos
adequados onde trabalha uma equipe teacutecnica habilitada aleacutem de contar com cavalos
treinados para assim prestar um atendimento de qualidade em Equoterapia agraves
pessoas que buscam este meacutetodo de tratamento
2
A procura por esta terapia vem crescendo consideravelmente ao longo dos anos
Um exemplo proacuteximo se mostra o Centro de Equoterapia do IFRS que jaacute natildeo comporta
todas as crianccedilas das APAEs (Associaccedilatildeo de Pais e Amigos dos Excepcionais) das
cidades proacuteximas
Outra terapia alternativa que vem ganhando destaque nos uacuteltimos anos eacute a
hortoterapia O efeito positivo do trabalho em jardins e hortas foi documentado pela
primeira vez no seacuteculo XIX pelo Dr Benjamin Rush psiquiatra americano Atualmente
essa terapia eacute comumente encontrada em escolas para crianccedilas consideradas
especiais nos EUA Esta teacutecnica consiste nas atividades de cultivo e manejo de uma
horta ou jardim Suas caracteriacutesticas foram inicialmente desenvolvidas em 1993 pela
American Horticultural Therapy Association (AHTA 2015)
A hortoterapia aplicada como terapia ocupacional tambeacutem apresenta bons
resultados no tratamento de pessoas especiais A dedicaccedilatildeo agraves atividades numa horta
para o cultivo de hortaliccedilas com uso alimentar permite que a pessoa tenha um contato
direto com a terra e com as plantas onde podem auxiliar nos tratos culturais sentindo-
se uacuteteis agrave eles mesmos e agraves pessoas de seu conviacutevio (ARNAUD et al 2012)
A incorporaccedilatildeo de terapias alternativas em centros de tratamentoeducaccedilatildeo
especiais no Brasil ainda se mostra muito restrita sendo de grande valia estudos e
projetos desenvolvidos nesta aacuterea Nesse contexto o presente TCC concentra-se
num projeto de um Centro de Terapias Alternativas na cidade de Sertatildeo-RS
Atualmente a cidade de Sertatildeo distante 36 Km de Passo Fundo e 316 Km de
Porto Alegre localizada no norte do Estado do RS conta com um Centro de
Equoterapia instalado nas dependecircncias do Instituto Federal do Rio Grande do Sul
Campus Sertatildeo Este eacute responsaacutevel pelo atendimento aos alunos das APAEs dos
municiacutepios de Sertatildeo Coxilha Getuacutelio Vargas Ipiranga do Sul Estaccedilatildeo Floriano
Peixoto Aacutegua Santa e Vila Lacircngaro realizando cerca de 100 atendimentos por
semana atualmente atingindo sua lotaccedilatildeo maacutexima
Construiacutedo no ano de 2012 o centro acima mencionado natildeo apresenta todos os
ambientes necessaacuterios para a realizaccedilatildeo das atividades aleacutem de ter sido
subdimensionado dificultando a acessibilidade dos alunos e o bom andamento dos
atendimentos Em relaccedilatildeo ao terreno o centro foi implantado em terreno com
topografia natildeo favoraacutevel
3
Diante dos problemas na instalaccedilatildeo atual e agrave crescente demanda de atendimentos
pelas APAEs jaacute citadas e outras instituiccedilotildees percebe-se uma necessidade latente de
construccedilatildeo de um novo centro com infraestrutura adequada e capaz de alargar os
atendimentos e serviccedilos prestados
OBJETIVOS
121 Objetivo Geral
Diante desse contexto o presente TCC objetiva projetar um Centro de Terapias
Alternativas nas dependecircncias do IFRS-Sertatildeo oferecendo as praacuteticas terapecircuticas
de equoterapia e hortoterapia para atendimento da demanda atual e ampliaccedilatildeo da
oferta de acompanhamento aos alunos das APAEs da regiatildeo do Alto Uruguai
122 Objetivos Especiacuteficos
Projetar uma edificaccedilatildeo utilizando-se da madeira como material construtivo
principal aproveitando sua capacidade de armazenamento de carbono e
assim demonstrar a capacidade da arquitetura colaborar para a diminuiccedilatildeo
da emissatildeo de carbono e consequente aquecimento global
Apresentar soluccedilotildees formais coerentes com a utilizaccedilatildeo da madeira
otimizando seu desempenho estrutural
Apresentar a relaccedilatildeo entre o uso da madeira em edificaccedilotildees destinadas agrave
sauacutedeeducaccedilatildeo e o bem-estar dos usuaacuterios
4
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
21 MADEIRA NO BEM-ESTAR
A afinidade do ser humano com a natureza pode ser percebida intuitivamente
quando se entra em contato com ela Estudos indicam que a sensaccedilatildeo de relaxamento
na presenccedila da natureza deve-se agrave reduccedilatildeo das atividades no sistema nervoso
simpaacutetico (SNS) sendo beneacutefico psicoloacutegica e fisiologicamente para quem se
encontra em contato com a mesma
Considerando os efeitos fisioloacutegicos beneacuteficos do ambiente natural nas pessoas
percebe-se a necessidade de adaptaacute-los ao ambiente construiacutedo (NW 2012) Para
isso busca-se explorar em ambientes internos os efeitos do design biofiacutelico definido
por Kellert (2005) e Joye (2007) como a ecircnfase na necessidade de transferir os
benefiacutecios da presenccedila da natureza para o ambiente construiacutedo Nesse caso busca-
se essencialmente a otimizaccedilatildeo da iluminaccedilatildeo natural vistas para a natureza e a
utilizaccedilatildeo de madeira ou outros materiais naturais
No caso da madeira o aspecto visualmente caloroso contribui para que os
ocupantesusuaacuterios tenham uma experiecircncia positiva no ambiente construiacutedo Aleacutem
disso em edificaccedilotildees voltadas ao atendimento de pessoas portadoras de deficiecircncia
pode ser priorizada a percepccedilatildeo taacutetil da madeira por deficientes visuais gerando
imagens mentais (PEIXE sd)
Estudos conduzidos por Tsunetsugu Miyazaki e Sato (2007) demonstram que a
porcentagem de madeira usada nas paredes de um espaccedilo interior resultam em
diferentes respostas fisioloacutegicas Nos testes realizados uma sala com 45 da
cobertura em madeira resultou num aumento na taxa de pulso (velocidade dos
batimentos cardiacuteacos) e diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial dos participantes Enquanto
no caso de uma sala com 90 da superfiacutecie interna coberta por madeira resultou na
diminuiccedilatildeo da atividade cerebral o que pode ser revigorante e desejaacutevel em spas e
consultoacuterios mas pode diminuir a produtividade e criatividade em locais onde alta
atividade cognitiva eacute demandada como salas de aula e ateliecircs Diante dos dados
acima apresentados no projeto que eacute desenvolvido nesse TCC seratildeo atribuiacutedas
diferentes proporccedilotildees de madeira no revestimento dos ambientes internos segundo
seu uso Cita-se como exemplo o caso da enfermaria e do consultoacuterio de fisioterapia
5
e psicologia poderatildeo contar com uma cobertura de ateacute 90 com o material
mencionado enquanto nos ateliecircs essa porcentagem natildeo deveraacute exceder os 50
Aleacutem dos benefiacutecios fiacutesicos para a sauacutede humana as propriedades higroscoacutepicas
da madeira permitem que ela libere ou absorva aacutegua em funccedilatildeo da umidade relativa
e temperatura do ambiente melhorando o conforto teacutermico do espaccedilo (DANIEL
2014)
22 MADEIRA COMO MATERIAL CONSTRUTIVO
As aacutervores e florestas em geral desempenham um importante papel na regulagem
do clima e na reduccedilatildeo do aquecimento global devido agrave sua capacidade de armazenar
carbono O dioacutexido de carbono da atmosfera eacute absorvido pelas aacutervores e durante seu
crescimento vatildeo armazenando carbono em seu lenho folhas e raiacutezes aleacutem de liberar
oxigecircnio para a atmosfera Mas quando essas plantas morrem na natureza e
apodrecem esse ciclo de armazenamento de carbono eacute interrompido pois o mesmo
volta a ser liberado na atmosfera (Green 2012)
No entanto se a madeira dessas plantas for utilizada como material construtivo
para edificaccedilotildees ou manufaturas o carbono continua estocado nos subprodutos ao
longo de toda sua vida uacutetil No caso de reflorestamento naturalmente ou via cultivo
da aacuterea onde a madeira foi extraiacuteda o ciclo de armazenamento de carbono recomeccedila
e novas aacutervores contribuiratildeo para a absorccedilatildeo do elemento citado contribuindo para a
reduccedilatildeo do efeito estufa (NW 2012)
Em comparaccedilatildeo com outros materiais construtivos usuais a madeira apresenta-se
como o mais eficiente em relaccedilatildeo agrave diminuiccedilatildeo de gases causadores do efeito estufa
Nas duas uacuteltimas deacutecadas percebeu-se o impacto que a construccedilatildeo civil causou nas
mudanccedilas climaacuteticas O uso intensivo de concreto e accedilo materiais com alto gasto
energeacutetico em sua produccedilatildeo satildeo um dos principais fatores desse problema Estudos
apontam que a produccedilatildeo de concreto representa cerca de 5 das emissotildees de CO2
agrave niacutevel mundial (Green 2012) No caso da madeira ao inveacutes de emitir CO2 cada msup3
pode armazenar cerca de 08 toneladas de carbono Ao usarmos como exemplo uma
suposta casa que utilize 20 msup3 de madeira em sua construccedilatildeo armazena-se cerca de
16 toneladas de carbono o equivalente agrave emissatildeo produzida em 90000 Km de
viagens de carro (Daniel 2014)
6
Diante dos fatos apresentados percebe-se que a substituiccedilatildeo de materiais
construtivos usuais como o accedilo e concreto pela madeira respeitando as limitaccedilotildees de
uso desta mostra-se como uma alternativa para minimizar os impactos da construccedilatildeo
civil nas mudanccedilas climaacuteticas
23 TECNOLOGIA NA CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL EM MADEIRA A MADEIRA LAMINADA COLADA
A madeira laminada colada (MLC) constitui-se pela junccedilatildeo de duas teacutecnicas a
laminaccedilatildeo e a colagem As peccedilas de madeira satildeo divididas em lacircminas (taacutebuas) e
posteriormente satildeo unidas por colas de alta resistecircncia Sendo dispostas de maneira
que as fibras fiquem sempre paralelas Esta teacutecnica otimizou o uso da madeira devido
agrave possibilidade de uniatildeo de numerosas pequenas peccedilas de madeira para manufaturar
grandes membros de MLC possibilitando seu uso em grandes estruturas (Neto
2010)
Ainda de acordo com Neto (2010) a utilizaccedilatildeo da MLC em elementos estruturais
da construccedilatildeo civil soacute foi possiacutevel apoacutes o surgimento de colas de alta resistecircncia
ocorrido por volta de 1906 com a invenccedilatildeo da cola caseiacutena Desde entatildeo esta teacutecnica
tem evoluiacutedo de acordo com o aumento da eficiecircncia das colas atingindo seu maior
progresso na deacutecada de 40 com o surgimento das colas sinteacuteticas
Comparada com a madeira serrada a MLC apresenta diversas vantagens
estruturais e executivas Moody e Hernandez (1997) atribuem agrave MLC a versatilidade
na obtenccedilatildeo de formas a baixa relaccedilatildeo pesoresistecircncia a resistecircncia ao fogo e a
agentes corrosivos Aleacutem disso estudos de Tienne et al (2011) demonstram que a
MLC viabiliza o emprego de madeiras de reflorestamento normalmente com menor
resistecircncia que apoacutes manufaturadas apresentam resistecircncia suficiente para serem
usadas como elementos estruturais
24 Formas curvas em estruturas de madeira
O uso da madeira na construccedilatildeo civil normalmente eacute relacionado agrave edificaccedilotildees
com formas retas e moduladas pela sua facilidade executiva No entanto satildeo
numerosas as teacutecnicas de obtenccedilatildeo de formas curvas que permitem concebecirc-las
utilizando a madeira como material principal
7
Na construccedilatildeo de estruturas curvas em madeira destacam-se as estruturas
lamelares Esta eacute composta por um conjunto de barras estreitas e compridas
denominadas lamelas para criaccedilatildeo de uma malha losangular tridimensional onde as
barras interceptam-se formando um conjunto de ldquoxrdquo (Ferreira Calil 2002)
Dentre as diversos tipos de estruturas lamelares o sistema gridshell eacute aquele que
apresenta a maior viabilidade na construccedilatildeo de formas complexas ou com dupla
curvatura O gridshell eacute constituiacutedo por uma malha plana de lamelas (Figura 1) que se
interceptam formando losangos e posteriormente eacute deformada por iccedilamento ou
flexatildeo ateacute que a forma desejada seja atingida Apoacutes a forma desejada ser obtida os
noacutes satildeo apertados enrijecendo a malha (TOUSSAINT 2012)
A figura 2 mostra como diferentes tipos de iccedilamento resultam em formas distintas
tendo a mesma malha plana como base
Fonte CHASSAGNOUX 2011
Figura 2 ndash Cupula e paraboloide hiperboacutelico formados agrave partir da mesma malha plana de barras
Fonte CHASSAGNOUX 2011
Figura 1 ndash Deformaccedilatildeo de malha plana de barras formando uma estrutura esfeacuterica pelo iccedilamento do centro
8
Este meacutetodo de construccedilatildeo cria um sistema estrutural bastante complexo de ripas
curvadas trabalhando em conjunto para resistir agrave cargas de modo que todas as cargas
sejam transferidas para as bordas externas transmitindo as forccedilas por compressatildeo
no mesmo sentido das fibras das lamelas otimizando seu desempenho estrutural
Figura 3 ndash Gridshell da cobertura do Savill Building Englefield Green UK
Fonte ARCHITECTS JOURNEY (2009)
9
3 ESTUDOS DE CASO
Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a
equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro
equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente
a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores
do projeto
Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um
exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar
os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias
Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo
Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013
Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -
Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema
construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos
elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo
31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS
Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil
Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O
programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo
terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo
almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos
Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS
10
LEGENDA SETORES
MANEJO CAVALOS
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
SERVICcedilO
ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA
Fonte IFRS (2015)
Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
AC
ES
SO
B
AIA
S
11
Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento
dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as
aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro
interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso
aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo
obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores
administrativo e de serviccedilo
Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena
de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares
e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes
Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram
utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)
A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a
circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato
da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno
ateacute seu lombo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria
12
32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)
O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos
arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa
Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia
Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura
Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em
vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)
Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Fernando Guerra (2015)
Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como
referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave
equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e
celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com
paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente
A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo
aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os
picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido
agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e
na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves
intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem
dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para
praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para
armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter
administrativo
13
Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
321 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos
em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor
administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde
encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo
localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas
eou olfativas
Picadeiro Interno
Picadeiro Interno
Baias
Administrativo
Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno
14
Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo
preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos
interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em
fita
Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
Fonte Carlos Castanheira (2014)
PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO
Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno
15
322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS
Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2
Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620
Picadeiro Interno 3330x1960 65268
Manejo Baias (x16) 365x430 1570
Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960
Almoxarifado (x2) 320x300 960
Administrativo Cozinha 420x720 3024
Escritoacuterio (x2) 420x360 1512
Sala Reuniotildees 900x360 3240
Lounge 1100x420 4620
Sala de jogos 420x360 1512
Sanitaacuterios 420x360 1512
Aacuterea Total 158710 msup2
Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre
Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria
323 FORMA
A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida
por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por
compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro
central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes
O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A
repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as
fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado
do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada
anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal
16
Figura 16 - Fachada Lateral
Fonte CASTANHEIRA (2014)
Figura 17 - Cortes transversais
Fonte ARCHDAILY (2015)
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos
estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos
estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada
324 TECNOLOGIA
A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com
perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas
metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do
edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais
conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado
17
Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA
A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da
Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio
americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no
ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2
Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program
Fonte Black Burn Architects
Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto
apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro
externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento
psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo
almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala
para os tratadores
18
Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)
331 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com
funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O
bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido
pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal
interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do
centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova
aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo
O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma
arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir
RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO
LEGENDA SETORES
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA
ESTAacuteBULOS
SERVICcedilO
MANEJO DOS CAVALOS
19
Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Black Burn Architects (2014)
332 FORMA
A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com
cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e
ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos
bungalows estadunidenses
Figura 22 - Fachadas
Fonte Black Burn Architects
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas
e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal
20
333 HABITABILIDADE
Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram
utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do
edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas
mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e
trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior
Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo
o acesso principal
34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO
Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro
Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do
Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de
necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos
fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a
desintegraccedilatildeo dos espaccedilos
Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na
disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees
aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale
ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim
como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos
em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes
na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas
Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se
conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de
acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um
pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente
de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os
espaccedilos com a mesma facilidade
Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um
interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em
ambientes internos e nas fachadas
21
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
41 Contextualizaccedilatildeo regional
O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente
na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a
uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado
entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre
(Sertatildeo 2015)
Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual
Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)
22
A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por
um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela
agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918
Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo
Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o
Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se
tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo
Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225
habitantes
411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo
O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio
Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de
Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo
Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada
passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de
1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a
certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de
1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido
era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A
denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico
em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)
Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea
de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso
existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e
Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de
praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para
o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)
Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de
poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria
(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte
em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto
23
integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior
satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em
Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas
poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-
Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)
Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo
integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para
atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas
42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo
O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas
dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo
basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios
administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios
ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos
das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)
Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
24
Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees
teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos
coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees
teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na
possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo
Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos
Fonte Acervo proacuteprio
Figura 26 - Mapa Nolly do entorno
25
Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria
43 Hierarquia Viaacuteria
A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-
135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao
municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo
caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente
vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo
direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio
TERRENO PROJETO
1 2 3
4 54
64
1 2 3 44
54
64
Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno
26
Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
N
SERTAtildeO 8 Km
RS 135 2 Km
Acesso Principal Do IFRS
Cruzamento Conflitante
Acesso Secundaacuterio do IFRS
COXILHA 10 Km
Estrada do Asfalto
Estrada Teacuterrea p Coxilha
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
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Pa
vim
en
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53
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
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v
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS 9
Figura 2 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 10
Figura 3 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 10
Figura 4 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 11
Figura 5 ndash Rampa para montaria 11
Figura 6 ndash Vista do picadeiro interno 11
Figura 7 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 12
Figura 8 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 13
Figura 9 ndash Picadeiro Interno 13
Figura 10 ndash Interior do estaacutebulo 13
Figura 11 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 14
Figura 12 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno 14
Figura 13 - Fachada Lateral 16
Figura 14 - Cortes transversais 16
Figura 15 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas 17
Figura 16 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program 17
Figura 17 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte 18
Figura 18 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte 19
Figura 19 - Fachadas 19
Figura 20 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual 21
Figura 21 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional 21
Figura 22 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m 23
Figura 23 - Mapa Nolly do entorno 24
Figura 24 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos 24
Figura 25 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno 25
Figura 26 ndash Hierarquia Viaacuteria 26
Figura 27 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno 26
Figura 28 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno 27
Figura 29 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte 27
Figura 30 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo 29
Figura 31 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo 30
Figura 32 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio 30
Figura 33 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras 30
Figura 34 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva 32
v
vi
Figura 35 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR) 32
Figura 36 ndash Dimensionamento de Rampas 33
Figura 37 - Planta baixa de rampa em curva 33
Figura 38 - Planta baixa de rampa em curva 34
Figura 39 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo 37
Figura 40 - Fluxograma da proposta 42
Figura 41 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas 46
vii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre 15
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas 41
viii
SUMAacuteRIO
LISTA DE FIGURAS v
1 INTRODUCcedilAtildeO 1
OBJETIVOS 3
121 Objetivo Geral 3 122 Objetivos Especiacuteficos 3
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 4
3 ESTUDOS DE CASO 9
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO 21
5 HISTOacuteRICO DO TEMA 35
6 CONCEITO 38
CARTA DE INTENCcedilOtildeES 38
Entorno 38
Heranccedila Cultural 38
Caracteriacutesticas do siacutetio 39
Clientes 39
PROGRAMA DE NECESSIDADES40
PREacute-DIMENSIONAMENTO 40
FLUXOGRAMA 42
Figura 40 - Fluxograma da proposta 42
Zoneamento 46
7 CONCLUSOtildeES 47
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 478
10 APEcircNDICES51
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
Terapias alternativas podem ser definidas por procedimentos que visam agrave
assistecircncia agrave sauacutede do indiviacuteduo seja na prevenccedilatildeo tratamento ou cura
considerando-o como mentecorpoespiacuterito e natildeo um conjunto de partes isoladas
Sendo assim seu objetivo difere da assistecircncia alopaacutetica tambeacutem conhecida como
medicina ocidental na qual a cura das enfermidades se daacute por meio da intervenccedilatildeo
direta no oacutergatildeo ou parte do corpo doente (Hill [sd] Landmann 1989)
Dentre as diversas terapias tidas como alternativas e voltadas agrave pessoas com
necessidades educativasespeciais estaacute a Equoterapia O uso desta teacutecnica em
crianccedilas com necessidade especial foi realizado pela primeira vez pela fisioterapeuta
Eilset Bodtker na Noruega Em 1967 foi inaugurado o primeiro centro de equitaccedilatildeo
terapecircutica para crianccedilas com necessidades especiais nos Estados Unidos (HASKIN
et al 1974) Dentre os efeitos observados nos pacientes a praacutetica da equoterapia
desenvolve a comunicaccedilatildeo a orientaccedilatildeo espacial e o equiliacutebrio aleacutem das melhorias
fiacutesicas e diminuiccedilatildeo de fobias de modo geral (FREIRE 1999)
Mais precisamente a equoterapia eacute um meacutetodo terapecircutico educacional que utiliza
o cavalo como principal instrumento numa abordagem multidisciplinar nas aacutereas de
sauacutede educaccedilatildeo e esporte estimulando o desenvolvimento psicossocial de pessoas
com necessidades motoras eou educacionais Trata-se de um processo de
reabilitaccedilatildeo de pessoas portadoras de deficiecircncia eou com necessidades especiais
(sequela de paralisia cerebral deficiecircncia mental doente mental Siacutendrome de Down
autismo alteraccedilotildees sensoacuterio motoras comportamental distuacuterbio de aprendizagem
distuacuterbio psicomotor distuacuterbios de linguagem e fala etc) indicada principalmente agraves
crianccedilas que desenvolve ganhos fiacutesicos e psiacutequicos consideraacuteveis jaacute comprovados
e ainda permite uma maior participaccedilatildeo integraccedilatildeo ou acompanhamento mais
proacuteximo por parte dos pais durante a sessatildeo (ANDE 2014)
O tratamento eacute realizado em um Centro de Equoterapia que segundo Ande
(2015) eacute uma entidade juriacutedica que dispotildee de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos
adequados onde trabalha uma equipe teacutecnica habilitada aleacutem de contar com cavalos
treinados para assim prestar um atendimento de qualidade em Equoterapia agraves
pessoas que buscam este meacutetodo de tratamento
2
A procura por esta terapia vem crescendo consideravelmente ao longo dos anos
Um exemplo proacuteximo se mostra o Centro de Equoterapia do IFRS que jaacute natildeo comporta
todas as crianccedilas das APAEs (Associaccedilatildeo de Pais e Amigos dos Excepcionais) das
cidades proacuteximas
Outra terapia alternativa que vem ganhando destaque nos uacuteltimos anos eacute a
hortoterapia O efeito positivo do trabalho em jardins e hortas foi documentado pela
primeira vez no seacuteculo XIX pelo Dr Benjamin Rush psiquiatra americano Atualmente
essa terapia eacute comumente encontrada em escolas para crianccedilas consideradas
especiais nos EUA Esta teacutecnica consiste nas atividades de cultivo e manejo de uma
horta ou jardim Suas caracteriacutesticas foram inicialmente desenvolvidas em 1993 pela
American Horticultural Therapy Association (AHTA 2015)
A hortoterapia aplicada como terapia ocupacional tambeacutem apresenta bons
resultados no tratamento de pessoas especiais A dedicaccedilatildeo agraves atividades numa horta
para o cultivo de hortaliccedilas com uso alimentar permite que a pessoa tenha um contato
direto com a terra e com as plantas onde podem auxiliar nos tratos culturais sentindo-
se uacuteteis agrave eles mesmos e agraves pessoas de seu conviacutevio (ARNAUD et al 2012)
A incorporaccedilatildeo de terapias alternativas em centros de tratamentoeducaccedilatildeo
especiais no Brasil ainda se mostra muito restrita sendo de grande valia estudos e
projetos desenvolvidos nesta aacuterea Nesse contexto o presente TCC concentra-se
num projeto de um Centro de Terapias Alternativas na cidade de Sertatildeo-RS
Atualmente a cidade de Sertatildeo distante 36 Km de Passo Fundo e 316 Km de
Porto Alegre localizada no norte do Estado do RS conta com um Centro de
Equoterapia instalado nas dependecircncias do Instituto Federal do Rio Grande do Sul
Campus Sertatildeo Este eacute responsaacutevel pelo atendimento aos alunos das APAEs dos
municiacutepios de Sertatildeo Coxilha Getuacutelio Vargas Ipiranga do Sul Estaccedilatildeo Floriano
Peixoto Aacutegua Santa e Vila Lacircngaro realizando cerca de 100 atendimentos por
semana atualmente atingindo sua lotaccedilatildeo maacutexima
Construiacutedo no ano de 2012 o centro acima mencionado natildeo apresenta todos os
ambientes necessaacuterios para a realizaccedilatildeo das atividades aleacutem de ter sido
subdimensionado dificultando a acessibilidade dos alunos e o bom andamento dos
atendimentos Em relaccedilatildeo ao terreno o centro foi implantado em terreno com
topografia natildeo favoraacutevel
3
Diante dos problemas na instalaccedilatildeo atual e agrave crescente demanda de atendimentos
pelas APAEs jaacute citadas e outras instituiccedilotildees percebe-se uma necessidade latente de
construccedilatildeo de um novo centro com infraestrutura adequada e capaz de alargar os
atendimentos e serviccedilos prestados
OBJETIVOS
121 Objetivo Geral
Diante desse contexto o presente TCC objetiva projetar um Centro de Terapias
Alternativas nas dependecircncias do IFRS-Sertatildeo oferecendo as praacuteticas terapecircuticas
de equoterapia e hortoterapia para atendimento da demanda atual e ampliaccedilatildeo da
oferta de acompanhamento aos alunos das APAEs da regiatildeo do Alto Uruguai
122 Objetivos Especiacuteficos
Projetar uma edificaccedilatildeo utilizando-se da madeira como material construtivo
principal aproveitando sua capacidade de armazenamento de carbono e
assim demonstrar a capacidade da arquitetura colaborar para a diminuiccedilatildeo
da emissatildeo de carbono e consequente aquecimento global
Apresentar soluccedilotildees formais coerentes com a utilizaccedilatildeo da madeira
otimizando seu desempenho estrutural
Apresentar a relaccedilatildeo entre o uso da madeira em edificaccedilotildees destinadas agrave
sauacutedeeducaccedilatildeo e o bem-estar dos usuaacuterios
4
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
21 MADEIRA NO BEM-ESTAR
A afinidade do ser humano com a natureza pode ser percebida intuitivamente
quando se entra em contato com ela Estudos indicam que a sensaccedilatildeo de relaxamento
na presenccedila da natureza deve-se agrave reduccedilatildeo das atividades no sistema nervoso
simpaacutetico (SNS) sendo beneacutefico psicoloacutegica e fisiologicamente para quem se
encontra em contato com a mesma
Considerando os efeitos fisioloacutegicos beneacuteficos do ambiente natural nas pessoas
percebe-se a necessidade de adaptaacute-los ao ambiente construiacutedo (NW 2012) Para
isso busca-se explorar em ambientes internos os efeitos do design biofiacutelico definido
por Kellert (2005) e Joye (2007) como a ecircnfase na necessidade de transferir os
benefiacutecios da presenccedila da natureza para o ambiente construiacutedo Nesse caso busca-
se essencialmente a otimizaccedilatildeo da iluminaccedilatildeo natural vistas para a natureza e a
utilizaccedilatildeo de madeira ou outros materiais naturais
No caso da madeira o aspecto visualmente caloroso contribui para que os
ocupantesusuaacuterios tenham uma experiecircncia positiva no ambiente construiacutedo Aleacutem
disso em edificaccedilotildees voltadas ao atendimento de pessoas portadoras de deficiecircncia
pode ser priorizada a percepccedilatildeo taacutetil da madeira por deficientes visuais gerando
imagens mentais (PEIXE sd)
Estudos conduzidos por Tsunetsugu Miyazaki e Sato (2007) demonstram que a
porcentagem de madeira usada nas paredes de um espaccedilo interior resultam em
diferentes respostas fisioloacutegicas Nos testes realizados uma sala com 45 da
cobertura em madeira resultou num aumento na taxa de pulso (velocidade dos
batimentos cardiacuteacos) e diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial dos participantes Enquanto
no caso de uma sala com 90 da superfiacutecie interna coberta por madeira resultou na
diminuiccedilatildeo da atividade cerebral o que pode ser revigorante e desejaacutevel em spas e
consultoacuterios mas pode diminuir a produtividade e criatividade em locais onde alta
atividade cognitiva eacute demandada como salas de aula e ateliecircs Diante dos dados
acima apresentados no projeto que eacute desenvolvido nesse TCC seratildeo atribuiacutedas
diferentes proporccedilotildees de madeira no revestimento dos ambientes internos segundo
seu uso Cita-se como exemplo o caso da enfermaria e do consultoacuterio de fisioterapia
5
e psicologia poderatildeo contar com uma cobertura de ateacute 90 com o material
mencionado enquanto nos ateliecircs essa porcentagem natildeo deveraacute exceder os 50
Aleacutem dos benefiacutecios fiacutesicos para a sauacutede humana as propriedades higroscoacutepicas
da madeira permitem que ela libere ou absorva aacutegua em funccedilatildeo da umidade relativa
e temperatura do ambiente melhorando o conforto teacutermico do espaccedilo (DANIEL
2014)
22 MADEIRA COMO MATERIAL CONSTRUTIVO
As aacutervores e florestas em geral desempenham um importante papel na regulagem
do clima e na reduccedilatildeo do aquecimento global devido agrave sua capacidade de armazenar
carbono O dioacutexido de carbono da atmosfera eacute absorvido pelas aacutervores e durante seu
crescimento vatildeo armazenando carbono em seu lenho folhas e raiacutezes aleacutem de liberar
oxigecircnio para a atmosfera Mas quando essas plantas morrem na natureza e
apodrecem esse ciclo de armazenamento de carbono eacute interrompido pois o mesmo
volta a ser liberado na atmosfera (Green 2012)
No entanto se a madeira dessas plantas for utilizada como material construtivo
para edificaccedilotildees ou manufaturas o carbono continua estocado nos subprodutos ao
longo de toda sua vida uacutetil No caso de reflorestamento naturalmente ou via cultivo
da aacuterea onde a madeira foi extraiacuteda o ciclo de armazenamento de carbono recomeccedila
e novas aacutervores contribuiratildeo para a absorccedilatildeo do elemento citado contribuindo para a
reduccedilatildeo do efeito estufa (NW 2012)
Em comparaccedilatildeo com outros materiais construtivos usuais a madeira apresenta-se
como o mais eficiente em relaccedilatildeo agrave diminuiccedilatildeo de gases causadores do efeito estufa
Nas duas uacuteltimas deacutecadas percebeu-se o impacto que a construccedilatildeo civil causou nas
mudanccedilas climaacuteticas O uso intensivo de concreto e accedilo materiais com alto gasto
energeacutetico em sua produccedilatildeo satildeo um dos principais fatores desse problema Estudos
apontam que a produccedilatildeo de concreto representa cerca de 5 das emissotildees de CO2
agrave niacutevel mundial (Green 2012) No caso da madeira ao inveacutes de emitir CO2 cada msup3
pode armazenar cerca de 08 toneladas de carbono Ao usarmos como exemplo uma
suposta casa que utilize 20 msup3 de madeira em sua construccedilatildeo armazena-se cerca de
16 toneladas de carbono o equivalente agrave emissatildeo produzida em 90000 Km de
viagens de carro (Daniel 2014)
6
Diante dos fatos apresentados percebe-se que a substituiccedilatildeo de materiais
construtivos usuais como o accedilo e concreto pela madeira respeitando as limitaccedilotildees de
uso desta mostra-se como uma alternativa para minimizar os impactos da construccedilatildeo
civil nas mudanccedilas climaacuteticas
23 TECNOLOGIA NA CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL EM MADEIRA A MADEIRA LAMINADA COLADA
A madeira laminada colada (MLC) constitui-se pela junccedilatildeo de duas teacutecnicas a
laminaccedilatildeo e a colagem As peccedilas de madeira satildeo divididas em lacircminas (taacutebuas) e
posteriormente satildeo unidas por colas de alta resistecircncia Sendo dispostas de maneira
que as fibras fiquem sempre paralelas Esta teacutecnica otimizou o uso da madeira devido
agrave possibilidade de uniatildeo de numerosas pequenas peccedilas de madeira para manufaturar
grandes membros de MLC possibilitando seu uso em grandes estruturas (Neto
2010)
Ainda de acordo com Neto (2010) a utilizaccedilatildeo da MLC em elementos estruturais
da construccedilatildeo civil soacute foi possiacutevel apoacutes o surgimento de colas de alta resistecircncia
ocorrido por volta de 1906 com a invenccedilatildeo da cola caseiacutena Desde entatildeo esta teacutecnica
tem evoluiacutedo de acordo com o aumento da eficiecircncia das colas atingindo seu maior
progresso na deacutecada de 40 com o surgimento das colas sinteacuteticas
Comparada com a madeira serrada a MLC apresenta diversas vantagens
estruturais e executivas Moody e Hernandez (1997) atribuem agrave MLC a versatilidade
na obtenccedilatildeo de formas a baixa relaccedilatildeo pesoresistecircncia a resistecircncia ao fogo e a
agentes corrosivos Aleacutem disso estudos de Tienne et al (2011) demonstram que a
MLC viabiliza o emprego de madeiras de reflorestamento normalmente com menor
resistecircncia que apoacutes manufaturadas apresentam resistecircncia suficiente para serem
usadas como elementos estruturais
24 Formas curvas em estruturas de madeira
O uso da madeira na construccedilatildeo civil normalmente eacute relacionado agrave edificaccedilotildees
com formas retas e moduladas pela sua facilidade executiva No entanto satildeo
numerosas as teacutecnicas de obtenccedilatildeo de formas curvas que permitem concebecirc-las
utilizando a madeira como material principal
7
Na construccedilatildeo de estruturas curvas em madeira destacam-se as estruturas
lamelares Esta eacute composta por um conjunto de barras estreitas e compridas
denominadas lamelas para criaccedilatildeo de uma malha losangular tridimensional onde as
barras interceptam-se formando um conjunto de ldquoxrdquo (Ferreira Calil 2002)
Dentre as diversos tipos de estruturas lamelares o sistema gridshell eacute aquele que
apresenta a maior viabilidade na construccedilatildeo de formas complexas ou com dupla
curvatura O gridshell eacute constituiacutedo por uma malha plana de lamelas (Figura 1) que se
interceptam formando losangos e posteriormente eacute deformada por iccedilamento ou
flexatildeo ateacute que a forma desejada seja atingida Apoacutes a forma desejada ser obtida os
noacutes satildeo apertados enrijecendo a malha (TOUSSAINT 2012)
A figura 2 mostra como diferentes tipos de iccedilamento resultam em formas distintas
tendo a mesma malha plana como base
Fonte CHASSAGNOUX 2011
Figura 2 ndash Cupula e paraboloide hiperboacutelico formados agrave partir da mesma malha plana de barras
Fonte CHASSAGNOUX 2011
Figura 1 ndash Deformaccedilatildeo de malha plana de barras formando uma estrutura esfeacuterica pelo iccedilamento do centro
8
Este meacutetodo de construccedilatildeo cria um sistema estrutural bastante complexo de ripas
curvadas trabalhando em conjunto para resistir agrave cargas de modo que todas as cargas
sejam transferidas para as bordas externas transmitindo as forccedilas por compressatildeo
no mesmo sentido das fibras das lamelas otimizando seu desempenho estrutural
Figura 3 ndash Gridshell da cobertura do Savill Building Englefield Green UK
Fonte ARCHITECTS JOURNEY (2009)
9
3 ESTUDOS DE CASO
Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a
equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro
equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente
a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores
do projeto
Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um
exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar
os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias
Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo
Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013
Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -
Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema
construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos
elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo
31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS
Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil
Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O
programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo
terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo
almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos
Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS
10
LEGENDA SETORES
MANEJO CAVALOS
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
SERVICcedilO
ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA
Fonte IFRS (2015)
Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
AC
ES
SO
B
AIA
S
11
Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento
dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as
aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro
interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso
aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo
obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores
administrativo e de serviccedilo
Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena
de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares
e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes
Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram
utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)
A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a
circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato
da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno
ateacute seu lombo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria
12
32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)
O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos
arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa
Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia
Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura
Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em
vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)
Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Fernando Guerra (2015)
Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como
referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave
equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e
celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com
paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente
A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo
aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os
picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido
agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e
na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves
intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem
dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para
praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para
armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter
administrativo
13
Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
321 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos
em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor
administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde
encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo
localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas
eou olfativas
Picadeiro Interno
Picadeiro Interno
Baias
Administrativo
Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno
14
Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo
preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos
interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em
fita
Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
Fonte Carlos Castanheira (2014)
PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO
Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno
15
322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS
Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2
Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620
Picadeiro Interno 3330x1960 65268
Manejo Baias (x16) 365x430 1570
Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960
Almoxarifado (x2) 320x300 960
Administrativo Cozinha 420x720 3024
Escritoacuterio (x2) 420x360 1512
Sala Reuniotildees 900x360 3240
Lounge 1100x420 4620
Sala de jogos 420x360 1512
Sanitaacuterios 420x360 1512
Aacuterea Total 158710 msup2
Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre
Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria
323 FORMA
A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida
por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por
compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro
central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes
O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A
repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as
fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado
do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada
anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal
16
Figura 16 - Fachada Lateral
Fonte CASTANHEIRA (2014)
Figura 17 - Cortes transversais
Fonte ARCHDAILY (2015)
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos
estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos
estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada
324 TECNOLOGIA
A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com
perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas
metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do
edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais
conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado
17
Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA
A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da
Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio
americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no
ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2
Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program
Fonte Black Burn Architects
Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto
apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro
externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento
psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo
almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala
para os tratadores
18
Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)
331 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com
funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O
bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido
pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal
interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do
centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova
aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo
O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma
arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir
RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO
LEGENDA SETORES
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA
ESTAacuteBULOS
SERVICcedilO
MANEJO DOS CAVALOS
19
Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Black Burn Architects (2014)
332 FORMA
A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com
cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e
ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos
bungalows estadunidenses
Figura 22 - Fachadas
Fonte Black Burn Architects
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas
e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal
20
333 HABITABILIDADE
Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram
utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do
edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas
mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e
trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior
Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo
o acesso principal
34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO
Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro
Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do
Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de
necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos
fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a
desintegraccedilatildeo dos espaccedilos
Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na
disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees
aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale
ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim
como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos
em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes
na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas
Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se
conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de
acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um
pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente
de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os
espaccedilos com a mesma facilidade
Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um
interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em
ambientes internos e nas fachadas
21
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
41 Contextualizaccedilatildeo regional
O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente
na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a
uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado
entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre
(Sertatildeo 2015)
Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual
Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)
22
A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por
um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela
agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918
Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo
Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o
Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se
tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo
Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225
habitantes
411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo
O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio
Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de
Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo
Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada
passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de
1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a
certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de
1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido
era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A
denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico
em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)
Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea
de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso
existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e
Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de
praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para
o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)
Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de
poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria
(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte
em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto
23
integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior
satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em
Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas
poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-
Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)
Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo
integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para
atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas
42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo
O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas
dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo
basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios
administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios
ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos
das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)
Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
24
Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees
teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos
coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees
teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na
possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo
Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos
Fonte Acervo proacuteprio
Figura 26 - Mapa Nolly do entorno
25
Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria
43 Hierarquia Viaacuteria
A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-
135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao
municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo
caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente
vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo
direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio
TERRENO PROJETO
1 2 3
4 54
64
1 2 3 44
54
64
Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno
26
Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
N
SERTAtildeO 8 Km
RS 135 2 Km
Acesso Principal Do IFRS
Cruzamento Conflitante
Acesso Secundaacuterio do IFRS
COXILHA 10 Km
Estrada do Asfalto
Estrada Teacuterrea p Coxilha
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
to T
eacuterr
eo
Pla
nta
Ba
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Pa
vim
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to T
eacuterr
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Pla
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Ba
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Pa
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to T
eacuterr
eo
53
Fach
ad
a L
ate
ral
Fach
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Fach
ad
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Fach
ad
a F
ronta
l
Co
rte
Lo
ng
itu
din
al
54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
llR
ece
pccedilatilde
o
vi
Figura 35 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR) 32
Figura 36 ndash Dimensionamento de Rampas 33
Figura 37 - Planta baixa de rampa em curva 33
Figura 38 - Planta baixa de rampa em curva 34
Figura 39 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo 37
Figura 40 - Fluxograma da proposta 42
Figura 41 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas 46
vii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre 15
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas 41
viii
SUMAacuteRIO
LISTA DE FIGURAS v
1 INTRODUCcedilAtildeO 1
OBJETIVOS 3
121 Objetivo Geral 3 122 Objetivos Especiacuteficos 3
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 4
3 ESTUDOS DE CASO 9
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO 21
5 HISTOacuteRICO DO TEMA 35
6 CONCEITO 38
CARTA DE INTENCcedilOtildeES 38
Entorno 38
Heranccedila Cultural 38
Caracteriacutesticas do siacutetio 39
Clientes 39
PROGRAMA DE NECESSIDADES40
PREacute-DIMENSIONAMENTO 40
FLUXOGRAMA 42
Figura 40 - Fluxograma da proposta 42
Zoneamento 46
7 CONCLUSOtildeES 47
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 478
10 APEcircNDICES51
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
Terapias alternativas podem ser definidas por procedimentos que visam agrave
assistecircncia agrave sauacutede do indiviacuteduo seja na prevenccedilatildeo tratamento ou cura
considerando-o como mentecorpoespiacuterito e natildeo um conjunto de partes isoladas
Sendo assim seu objetivo difere da assistecircncia alopaacutetica tambeacutem conhecida como
medicina ocidental na qual a cura das enfermidades se daacute por meio da intervenccedilatildeo
direta no oacutergatildeo ou parte do corpo doente (Hill [sd] Landmann 1989)
Dentre as diversas terapias tidas como alternativas e voltadas agrave pessoas com
necessidades educativasespeciais estaacute a Equoterapia O uso desta teacutecnica em
crianccedilas com necessidade especial foi realizado pela primeira vez pela fisioterapeuta
Eilset Bodtker na Noruega Em 1967 foi inaugurado o primeiro centro de equitaccedilatildeo
terapecircutica para crianccedilas com necessidades especiais nos Estados Unidos (HASKIN
et al 1974) Dentre os efeitos observados nos pacientes a praacutetica da equoterapia
desenvolve a comunicaccedilatildeo a orientaccedilatildeo espacial e o equiliacutebrio aleacutem das melhorias
fiacutesicas e diminuiccedilatildeo de fobias de modo geral (FREIRE 1999)
Mais precisamente a equoterapia eacute um meacutetodo terapecircutico educacional que utiliza
o cavalo como principal instrumento numa abordagem multidisciplinar nas aacutereas de
sauacutede educaccedilatildeo e esporte estimulando o desenvolvimento psicossocial de pessoas
com necessidades motoras eou educacionais Trata-se de um processo de
reabilitaccedilatildeo de pessoas portadoras de deficiecircncia eou com necessidades especiais
(sequela de paralisia cerebral deficiecircncia mental doente mental Siacutendrome de Down
autismo alteraccedilotildees sensoacuterio motoras comportamental distuacuterbio de aprendizagem
distuacuterbio psicomotor distuacuterbios de linguagem e fala etc) indicada principalmente agraves
crianccedilas que desenvolve ganhos fiacutesicos e psiacutequicos consideraacuteveis jaacute comprovados
e ainda permite uma maior participaccedilatildeo integraccedilatildeo ou acompanhamento mais
proacuteximo por parte dos pais durante a sessatildeo (ANDE 2014)
O tratamento eacute realizado em um Centro de Equoterapia que segundo Ande
(2015) eacute uma entidade juriacutedica que dispotildee de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos
adequados onde trabalha uma equipe teacutecnica habilitada aleacutem de contar com cavalos
treinados para assim prestar um atendimento de qualidade em Equoterapia agraves
pessoas que buscam este meacutetodo de tratamento
2
A procura por esta terapia vem crescendo consideravelmente ao longo dos anos
Um exemplo proacuteximo se mostra o Centro de Equoterapia do IFRS que jaacute natildeo comporta
todas as crianccedilas das APAEs (Associaccedilatildeo de Pais e Amigos dos Excepcionais) das
cidades proacuteximas
Outra terapia alternativa que vem ganhando destaque nos uacuteltimos anos eacute a
hortoterapia O efeito positivo do trabalho em jardins e hortas foi documentado pela
primeira vez no seacuteculo XIX pelo Dr Benjamin Rush psiquiatra americano Atualmente
essa terapia eacute comumente encontrada em escolas para crianccedilas consideradas
especiais nos EUA Esta teacutecnica consiste nas atividades de cultivo e manejo de uma
horta ou jardim Suas caracteriacutesticas foram inicialmente desenvolvidas em 1993 pela
American Horticultural Therapy Association (AHTA 2015)
A hortoterapia aplicada como terapia ocupacional tambeacutem apresenta bons
resultados no tratamento de pessoas especiais A dedicaccedilatildeo agraves atividades numa horta
para o cultivo de hortaliccedilas com uso alimentar permite que a pessoa tenha um contato
direto com a terra e com as plantas onde podem auxiliar nos tratos culturais sentindo-
se uacuteteis agrave eles mesmos e agraves pessoas de seu conviacutevio (ARNAUD et al 2012)
A incorporaccedilatildeo de terapias alternativas em centros de tratamentoeducaccedilatildeo
especiais no Brasil ainda se mostra muito restrita sendo de grande valia estudos e
projetos desenvolvidos nesta aacuterea Nesse contexto o presente TCC concentra-se
num projeto de um Centro de Terapias Alternativas na cidade de Sertatildeo-RS
Atualmente a cidade de Sertatildeo distante 36 Km de Passo Fundo e 316 Km de
Porto Alegre localizada no norte do Estado do RS conta com um Centro de
Equoterapia instalado nas dependecircncias do Instituto Federal do Rio Grande do Sul
Campus Sertatildeo Este eacute responsaacutevel pelo atendimento aos alunos das APAEs dos
municiacutepios de Sertatildeo Coxilha Getuacutelio Vargas Ipiranga do Sul Estaccedilatildeo Floriano
Peixoto Aacutegua Santa e Vila Lacircngaro realizando cerca de 100 atendimentos por
semana atualmente atingindo sua lotaccedilatildeo maacutexima
Construiacutedo no ano de 2012 o centro acima mencionado natildeo apresenta todos os
ambientes necessaacuterios para a realizaccedilatildeo das atividades aleacutem de ter sido
subdimensionado dificultando a acessibilidade dos alunos e o bom andamento dos
atendimentos Em relaccedilatildeo ao terreno o centro foi implantado em terreno com
topografia natildeo favoraacutevel
3
Diante dos problemas na instalaccedilatildeo atual e agrave crescente demanda de atendimentos
pelas APAEs jaacute citadas e outras instituiccedilotildees percebe-se uma necessidade latente de
construccedilatildeo de um novo centro com infraestrutura adequada e capaz de alargar os
atendimentos e serviccedilos prestados
OBJETIVOS
121 Objetivo Geral
Diante desse contexto o presente TCC objetiva projetar um Centro de Terapias
Alternativas nas dependecircncias do IFRS-Sertatildeo oferecendo as praacuteticas terapecircuticas
de equoterapia e hortoterapia para atendimento da demanda atual e ampliaccedilatildeo da
oferta de acompanhamento aos alunos das APAEs da regiatildeo do Alto Uruguai
122 Objetivos Especiacuteficos
Projetar uma edificaccedilatildeo utilizando-se da madeira como material construtivo
principal aproveitando sua capacidade de armazenamento de carbono e
assim demonstrar a capacidade da arquitetura colaborar para a diminuiccedilatildeo
da emissatildeo de carbono e consequente aquecimento global
Apresentar soluccedilotildees formais coerentes com a utilizaccedilatildeo da madeira
otimizando seu desempenho estrutural
Apresentar a relaccedilatildeo entre o uso da madeira em edificaccedilotildees destinadas agrave
sauacutedeeducaccedilatildeo e o bem-estar dos usuaacuterios
4
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
21 MADEIRA NO BEM-ESTAR
A afinidade do ser humano com a natureza pode ser percebida intuitivamente
quando se entra em contato com ela Estudos indicam que a sensaccedilatildeo de relaxamento
na presenccedila da natureza deve-se agrave reduccedilatildeo das atividades no sistema nervoso
simpaacutetico (SNS) sendo beneacutefico psicoloacutegica e fisiologicamente para quem se
encontra em contato com a mesma
Considerando os efeitos fisioloacutegicos beneacuteficos do ambiente natural nas pessoas
percebe-se a necessidade de adaptaacute-los ao ambiente construiacutedo (NW 2012) Para
isso busca-se explorar em ambientes internos os efeitos do design biofiacutelico definido
por Kellert (2005) e Joye (2007) como a ecircnfase na necessidade de transferir os
benefiacutecios da presenccedila da natureza para o ambiente construiacutedo Nesse caso busca-
se essencialmente a otimizaccedilatildeo da iluminaccedilatildeo natural vistas para a natureza e a
utilizaccedilatildeo de madeira ou outros materiais naturais
No caso da madeira o aspecto visualmente caloroso contribui para que os
ocupantesusuaacuterios tenham uma experiecircncia positiva no ambiente construiacutedo Aleacutem
disso em edificaccedilotildees voltadas ao atendimento de pessoas portadoras de deficiecircncia
pode ser priorizada a percepccedilatildeo taacutetil da madeira por deficientes visuais gerando
imagens mentais (PEIXE sd)
Estudos conduzidos por Tsunetsugu Miyazaki e Sato (2007) demonstram que a
porcentagem de madeira usada nas paredes de um espaccedilo interior resultam em
diferentes respostas fisioloacutegicas Nos testes realizados uma sala com 45 da
cobertura em madeira resultou num aumento na taxa de pulso (velocidade dos
batimentos cardiacuteacos) e diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial dos participantes Enquanto
no caso de uma sala com 90 da superfiacutecie interna coberta por madeira resultou na
diminuiccedilatildeo da atividade cerebral o que pode ser revigorante e desejaacutevel em spas e
consultoacuterios mas pode diminuir a produtividade e criatividade em locais onde alta
atividade cognitiva eacute demandada como salas de aula e ateliecircs Diante dos dados
acima apresentados no projeto que eacute desenvolvido nesse TCC seratildeo atribuiacutedas
diferentes proporccedilotildees de madeira no revestimento dos ambientes internos segundo
seu uso Cita-se como exemplo o caso da enfermaria e do consultoacuterio de fisioterapia
5
e psicologia poderatildeo contar com uma cobertura de ateacute 90 com o material
mencionado enquanto nos ateliecircs essa porcentagem natildeo deveraacute exceder os 50
Aleacutem dos benefiacutecios fiacutesicos para a sauacutede humana as propriedades higroscoacutepicas
da madeira permitem que ela libere ou absorva aacutegua em funccedilatildeo da umidade relativa
e temperatura do ambiente melhorando o conforto teacutermico do espaccedilo (DANIEL
2014)
22 MADEIRA COMO MATERIAL CONSTRUTIVO
As aacutervores e florestas em geral desempenham um importante papel na regulagem
do clima e na reduccedilatildeo do aquecimento global devido agrave sua capacidade de armazenar
carbono O dioacutexido de carbono da atmosfera eacute absorvido pelas aacutervores e durante seu
crescimento vatildeo armazenando carbono em seu lenho folhas e raiacutezes aleacutem de liberar
oxigecircnio para a atmosfera Mas quando essas plantas morrem na natureza e
apodrecem esse ciclo de armazenamento de carbono eacute interrompido pois o mesmo
volta a ser liberado na atmosfera (Green 2012)
No entanto se a madeira dessas plantas for utilizada como material construtivo
para edificaccedilotildees ou manufaturas o carbono continua estocado nos subprodutos ao
longo de toda sua vida uacutetil No caso de reflorestamento naturalmente ou via cultivo
da aacuterea onde a madeira foi extraiacuteda o ciclo de armazenamento de carbono recomeccedila
e novas aacutervores contribuiratildeo para a absorccedilatildeo do elemento citado contribuindo para a
reduccedilatildeo do efeito estufa (NW 2012)
Em comparaccedilatildeo com outros materiais construtivos usuais a madeira apresenta-se
como o mais eficiente em relaccedilatildeo agrave diminuiccedilatildeo de gases causadores do efeito estufa
Nas duas uacuteltimas deacutecadas percebeu-se o impacto que a construccedilatildeo civil causou nas
mudanccedilas climaacuteticas O uso intensivo de concreto e accedilo materiais com alto gasto
energeacutetico em sua produccedilatildeo satildeo um dos principais fatores desse problema Estudos
apontam que a produccedilatildeo de concreto representa cerca de 5 das emissotildees de CO2
agrave niacutevel mundial (Green 2012) No caso da madeira ao inveacutes de emitir CO2 cada msup3
pode armazenar cerca de 08 toneladas de carbono Ao usarmos como exemplo uma
suposta casa que utilize 20 msup3 de madeira em sua construccedilatildeo armazena-se cerca de
16 toneladas de carbono o equivalente agrave emissatildeo produzida em 90000 Km de
viagens de carro (Daniel 2014)
6
Diante dos fatos apresentados percebe-se que a substituiccedilatildeo de materiais
construtivos usuais como o accedilo e concreto pela madeira respeitando as limitaccedilotildees de
uso desta mostra-se como uma alternativa para minimizar os impactos da construccedilatildeo
civil nas mudanccedilas climaacuteticas
23 TECNOLOGIA NA CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL EM MADEIRA A MADEIRA LAMINADA COLADA
A madeira laminada colada (MLC) constitui-se pela junccedilatildeo de duas teacutecnicas a
laminaccedilatildeo e a colagem As peccedilas de madeira satildeo divididas em lacircminas (taacutebuas) e
posteriormente satildeo unidas por colas de alta resistecircncia Sendo dispostas de maneira
que as fibras fiquem sempre paralelas Esta teacutecnica otimizou o uso da madeira devido
agrave possibilidade de uniatildeo de numerosas pequenas peccedilas de madeira para manufaturar
grandes membros de MLC possibilitando seu uso em grandes estruturas (Neto
2010)
Ainda de acordo com Neto (2010) a utilizaccedilatildeo da MLC em elementos estruturais
da construccedilatildeo civil soacute foi possiacutevel apoacutes o surgimento de colas de alta resistecircncia
ocorrido por volta de 1906 com a invenccedilatildeo da cola caseiacutena Desde entatildeo esta teacutecnica
tem evoluiacutedo de acordo com o aumento da eficiecircncia das colas atingindo seu maior
progresso na deacutecada de 40 com o surgimento das colas sinteacuteticas
Comparada com a madeira serrada a MLC apresenta diversas vantagens
estruturais e executivas Moody e Hernandez (1997) atribuem agrave MLC a versatilidade
na obtenccedilatildeo de formas a baixa relaccedilatildeo pesoresistecircncia a resistecircncia ao fogo e a
agentes corrosivos Aleacutem disso estudos de Tienne et al (2011) demonstram que a
MLC viabiliza o emprego de madeiras de reflorestamento normalmente com menor
resistecircncia que apoacutes manufaturadas apresentam resistecircncia suficiente para serem
usadas como elementos estruturais
24 Formas curvas em estruturas de madeira
O uso da madeira na construccedilatildeo civil normalmente eacute relacionado agrave edificaccedilotildees
com formas retas e moduladas pela sua facilidade executiva No entanto satildeo
numerosas as teacutecnicas de obtenccedilatildeo de formas curvas que permitem concebecirc-las
utilizando a madeira como material principal
7
Na construccedilatildeo de estruturas curvas em madeira destacam-se as estruturas
lamelares Esta eacute composta por um conjunto de barras estreitas e compridas
denominadas lamelas para criaccedilatildeo de uma malha losangular tridimensional onde as
barras interceptam-se formando um conjunto de ldquoxrdquo (Ferreira Calil 2002)
Dentre as diversos tipos de estruturas lamelares o sistema gridshell eacute aquele que
apresenta a maior viabilidade na construccedilatildeo de formas complexas ou com dupla
curvatura O gridshell eacute constituiacutedo por uma malha plana de lamelas (Figura 1) que se
interceptam formando losangos e posteriormente eacute deformada por iccedilamento ou
flexatildeo ateacute que a forma desejada seja atingida Apoacutes a forma desejada ser obtida os
noacutes satildeo apertados enrijecendo a malha (TOUSSAINT 2012)
A figura 2 mostra como diferentes tipos de iccedilamento resultam em formas distintas
tendo a mesma malha plana como base
Fonte CHASSAGNOUX 2011
Figura 2 ndash Cupula e paraboloide hiperboacutelico formados agrave partir da mesma malha plana de barras
Fonte CHASSAGNOUX 2011
Figura 1 ndash Deformaccedilatildeo de malha plana de barras formando uma estrutura esfeacuterica pelo iccedilamento do centro
8
Este meacutetodo de construccedilatildeo cria um sistema estrutural bastante complexo de ripas
curvadas trabalhando em conjunto para resistir agrave cargas de modo que todas as cargas
sejam transferidas para as bordas externas transmitindo as forccedilas por compressatildeo
no mesmo sentido das fibras das lamelas otimizando seu desempenho estrutural
Figura 3 ndash Gridshell da cobertura do Savill Building Englefield Green UK
Fonte ARCHITECTS JOURNEY (2009)
9
3 ESTUDOS DE CASO
Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a
equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro
equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente
a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores
do projeto
Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um
exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar
os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias
Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo
Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013
Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -
Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema
construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos
elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo
31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS
Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil
Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O
programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo
terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo
almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos
Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS
10
LEGENDA SETORES
MANEJO CAVALOS
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
SERVICcedilO
ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA
Fonte IFRS (2015)
Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
AC
ES
SO
B
AIA
S
11
Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento
dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as
aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro
interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso
aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo
obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores
administrativo e de serviccedilo
Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena
de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares
e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes
Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram
utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)
A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a
circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato
da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno
ateacute seu lombo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria
12
32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)
O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos
arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa
Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia
Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura
Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em
vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)
Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Fernando Guerra (2015)
Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como
referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave
equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e
celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com
paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente
A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo
aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os
picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido
agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e
na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves
intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem
dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para
praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para
armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter
administrativo
13
Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
321 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos
em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor
administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde
encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo
localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas
eou olfativas
Picadeiro Interno
Picadeiro Interno
Baias
Administrativo
Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno
14
Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo
preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos
interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em
fita
Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
Fonte Carlos Castanheira (2014)
PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO
Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno
15
322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS
Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2
Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620
Picadeiro Interno 3330x1960 65268
Manejo Baias (x16) 365x430 1570
Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960
Almoxarifado (x2) 320x300 960
Administrativo Cozinha 420x720 3024
Escritoacuterio (x2) 420x360 1512
Sala Reuniotildees 900x360 3240
Lounge 1100x420 4620
Sala de jogos 420x360 1512
Sanitaacuterios 420x360 1512
Aacuterea Total 158710 msup2
Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre
Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria
323 FORMA
A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida
por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por
compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro
central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes
O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A
repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as
fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado
do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada
anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal
16
Figura 16 - Fachada Lateral
Fonte CASTANHEIRA (2014)
Figura 17 - Cortes transversais
Fonte ARCHDAILY (2015)
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos
estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos
estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada
324 TECNOLOGIA
A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com
perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas
metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do
edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais
conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado
17
Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA
A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da
Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio
americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no
ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2
Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program
Fonte Black Burn Architects
Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto
apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro
externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento
psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo
almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala
para os tratadores
18
Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)
331 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com
funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O
bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido
pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal
interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do
centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova
aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo
O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma
arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir
RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO
LEGENDA SETORES
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA
ESTAacuteBULOS
SERVICcedilO
MANEJO DOS CAVALOS
19
Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Black Burn Architects (2014)
332 FORMA
A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com
cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e
ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos
bungalows estadunidenses
Figura 22 - Fachadas
Fonte Black Burn Architects
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas
e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal
20
333 HABITABILIDADE
Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram
utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do
edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas
mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e
trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior
Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo
o acesso principal
34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO
Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro
Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do
Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de
necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos
fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a
desintegraccedilatildeo dos espaccedilos
Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na
disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees
aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale
ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim
como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos
em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes
na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas
Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se
conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de
acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um
pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente
de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os
espaccedilos com a mesma facilidade
Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um
interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em
ambientes internos e nas fachadas
21
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
41 Contextualizaccedilatildeo regional
O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente
na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a
uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado
entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre
(Sertatildeo 2015)
Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual
Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)
22
A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por
um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela
agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918
Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo
Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o
Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se
tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo
Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225
habitantes
411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo
O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio
Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de
Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo
Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada
passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de
1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a
certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de
1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido
era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A
denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico
em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)
Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea
de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso
existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e
Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de
praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para
o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)
Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de
poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria
(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte
em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto
23
integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior
satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em
Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas
poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-
Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)
Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo
integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para
atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas
42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo
O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas
dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo
basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios
administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios
ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos
das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)
Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
24
Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees
teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos
coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees
teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na
possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo
Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos
Fonte Acervo proacuteprio
Figura 26 - Mapa Nolly do entorno
25
Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria
43 Hierarquia Viaacuteria
A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-
135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao
municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo
caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente
vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo
direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio
TERRENO PROJETO
1 2 3
4 54
64
1 2 3 44
54
64
Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno
26
Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
N
SERTAtildeO 8 Km
RS 135 2 Km
Acesso Principal Do IFRS
Cruzamento Conflitante
Acesso Secundaacuterio do IFRS
COXILHA 10 Km
Estrada do Asfalto
Estrada Teacuterrea p Coxilha
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
to T
eacuterr
eo
Pla
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Ba
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Pa
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53
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
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pccedilatilde
o
vii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre 15
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas 41
viii
SUMAacuteRIO
LISTA DE FIGURAS v
1 INTRODUCcedilAtildeO 1
OBJETIVOS 3
121 Objetivo Geral 3 122 Objetivos Especiacuteficos 3
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 4
3 ESTUDOS DE CASO 9
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO 21
5 HISTOacuteRICO DO TEMA 35
6 CONCEITO 38
CARTA DE INTENCcedilOtildeES 38
Entorno 38
Heranccedila Cultural 38
Caracteriacutesticas do siacutetio 39
Clientes 39
PROGRAMA DE NECESSIDADES40
PREacute-DIMENSIONAMENTO 40
FLUXOGRAMA 42
Figura 40 - Fluxograma da proposta 42
Zoneamento 46
7 CONCLUSOtildeES 47
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 478
10 APEcircNDICES51
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
Terapias alternativas podem ser definidas por procedimentos que visam agrave
assistecircncia agrave sauacutede do indiviacuteduo seja na prevenccedilatildeo tratamento ou cura
considerando-o como mentecorpoespiacuterito e natildeo um conjunto de partes isoladas
Sendo assim seu objetivo difere da assistecircncia alopaacutetica tambeacutem conhecida como
medicina ocidental na qual a cura das enfermidades se daacute por meio da intervenccedilatildeo
direta no oacutergatildeo ou parte do corpo doente (Hill [sd] Landmann 1989)
Dentre as diversas terapias tidas como alternativas e voltadas agrave pessoas com
necessidades educativasespeciais estaacute a Equoterapia O uso desta teacutecnica em
crianccedilas com necessidade especial foi realizado pela primeira vez pela fisioterapeuta
Eilset Bodtker na Noruega Em 1967 foi inaugurado o primeiro centro de equitaccedilatildeo
terapecircutica para crianccedilas com necessidades especiais nos Estados Unidos (HASKIN
et al 1974) Dentre os efeitos observados nos pacientes a praacutetica da equoterapia
desenvolve a comunicaccedilatildeo a orientaccedilatildeo espacial e o equiliacutebrio aleacutem das melhorias
fiacutesicas e diminuiccedilatildeo de fobias de modo geral (FREIRE 1999)
Mais precisamente a equoterapia eacute um meacutetodo terapecircutico educacional que utiliza
o cavalo como principal instrumento numa abordagem multidisciplinar nas aacutereas de
sauacutede educaccedilatildeo e esporte estimulando o desenvolvimento psicossocial de pessoas
com necessidades motoras eou educacionais Trata-se de um processo de
reabilitaccedilatildeo de pessoas portadoras de deficiecircncia eou com necessidades especiais
(sequela de paralisia cerebral deficiecircncia mental doente mental Siacutendrome de Down
autismo alteraccedilotildees sensoacuterio motoras comportamental distuacuterbio de aprendizagem
distuacuterbio psicomotor distuacuterbios de linguagem e fala etc) indicada principalmente agraves
crianccedilas que desenvolve ganhos fiacutesicos e psiacutequicos consideraacuteveis jaacute comprovados
e ainda permite uma maior participaccedilatildeo integraccedilatildeo ou acompanhamento mais
proacuteximo por parte dos pais durante a sessatildeo (ANDE 2014)
O tratamento eacute realizado em um Centro de Equoterapia que segundo Ande
(2015) eacute uma entidade juriacutedica que dispotildee de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos
adequados onde trabalha uma equipe teacutecnica habilitada aleacutem de contar com cavalos
treinados para assim prestar um atendimento de qualidade em Equoterapia agraves
pessoas que buscam este meacutetodo de tratamento
2
A procura por esta terapia vem crescendo consideravelmente ao longo dos anos
Um exemplo proacuteximo se mostra o Centro de Equoterapia do IFRS que jaacute natildeo comporta
todas as crianccedilas das APAEs (Associaccedilatildeo de Pais e Amigos dos Excepcionais) das
cidades proacuteximas
Outra terapia alternativa que vem ganhando destaque nos uacuteltimos anos eacute a
hortoterapia O efeito positivo do trabalho em jardins e hortas foi documentado pela
primeira vez no seacuteculo XIX pelo Dr Benjamin Rush psiquiatra americano Atualmente
essa terapia eacute comumente encontrada em escolas para crianccedilas consideradas
especiais nos EUA Esta teacutecnica consiste nas atividades de cultivo e manejo de uma
horta ou jardim Suas caracteriacutesticas foram inicialmente desenvolvidas em 1993 pela
American Horticultural Therapy Association (AHTA 2015)
A hortoterapia aplicada como terapia ocupacional tambeacutem apresenta bons
resultados no tratamento de pessoas especiais A dedicaccedilatildeo agraves atividades numa horta
para o cultivo de hortaliccedilas com uso alimentar permite que a pessoa tenha um contato
direto com a terra e com as plantas onde podem auxiliar nos tratos culturais sentindo-
se uacuteteis agrave eles mesmos e agraves pessoas de seu conviacutevio (ARNAUD et al 2012)
A incorporaccedilatildeo de terapias alternativas em centros de tratamentoeducaccedilatildeo
especiais no Brasil ainda se mostra muito restrita sendo de grande valia estudos e
projetos desenvolvidos nesta aacuterea Nesse contexto o presente TCC concentra-se
num projeto de um Centro de Terapias Alternativas na cidade de Sertatildeo-RS
Atualmente a cidade de Sertatildeo distante 36 Km de Passo Fundo e 316 Km de
Porto Alegre localizada no norte do Estado do RS conta com um Centro de
Equoterapia instalado nas dependecircncias do Instituto Federal do Rio Grande do Sul
Campus Sertatildeo Este eacute responsaacutevel pelo atendimento aos alunos das APAEs dos
municiacutepios de Sertatildeo Coxilha Getuacutelio Vargas Ipiranga do Sul Estaccedilatildeo Floriano
Peixoto Aacutegua Santa e Vila Lacircngaro realizando cerca de 100 atendimentos por
semana atualmente atingindo sua lotaccedilatildeo maacutexima
Construiacutedo no ano de 2012 o centro acima mencionado natildeo apresenta todos os
ambientes necessaacuterios para a realizaccedilatildeo das atividades aleacutem de ter sido
subdimensionado dificultando a acessibilidade dos alunos e o bom andamento dos
atendimentos Em relaccedilatildeo ao terreno o centro foi implantado em terreno com
topografia natildeo favoraacutevel
3
Diante dos problemas na instalaccedilatildeo atual e agrave crescente demanda de atendimentos
pelas APAEs jaacute citadas e outras instituiccedilotildees percebe-se uma necessidade latente de
construccedilatildeo de um novo centro com infraestrutura adequada e capaz de alargar os
atendimentos e serviccedilos prestados
OBJETIVOS
121 Objetivo Geral
Diante desse contexto o presente TCC objetiva projetar um Centro de Terapias
Alternativas nas dependecircncias do IFRS-Sertatildeo oferecendo as praacuteticas terapecircuticas
de equoterapia e hortoterapia para atendimento da demanda atual e ampliaccedilatildeo da
oferta de acompanhamento aos alunos das APAEs da regiatildeo do Alto Uruguai
122 Objetivos Especiacuteficos
Projetar uma edificaccedilatildeo utilizando-se da madeira como material construtivo
principal aproveitando sua capacidade de armazenamento de carbono e
assim demonstrar a capacidade da arquitetura colaborar para a diminuiccedilatildeo
da emissatildeo de carbono e consequente aquecimento global
Apresentar soluccedilotildees formais coerentes com a utilizaccedilatildeo da madeira
otimizando seu desempenho estrutural
Apresentar a relaccedilatildeo entre o uso da madeira em edificaccedilotildees destinadas agrave
sauacutedeeducaccedilatildeo e o bem-estar dos usuaacuterios
4
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
21 MADEIRA NO BEM-ESTAR
A afinidade do ser humano com a natureza pode ser percebida intuitivamente
quando se entra em contato com ela Estudos indicam que a sensaccedilatildeo de relaxamento
na presenccedila da natureza deve-se agrave reduccedilatildeo das atividades no sistema nervoso
simpaacutetico (SNS) sendo beneacutefico psicoloacutegica e fisiologicamente para quem se
encontra em contato com a mesma
Considerando os efeitos fisioloacutegicos beneacuteficos do ambiente natural nas pessoas
percebe-se a necessidade de adaptaacute-los ao ambiente construiacutedo (NW 2012) Para
isso busca-se explorar em ambientes internos os efeitos do design biofiacutelico definido
por Kellert (2005) e Joye (2007) como a ecircnfase na necessidade de transferir os
benefiacutecios da presenccedila da natureza para o ambiente construiacutedo Nesse caso busca-
se essencialmente a otimizaccedilatildeo da iluminaccedilatildeo natural vistas para a natureza e a
utilizaccedilatildeo de madeira ou outros materiais naturais
No caso da madeira o aspecto visualmente caloroso contribui para que os
ocupantesusuaacuterios tenham uma experiecircncia positiva no ambiente construiacutedo Aleacutem
disso em edificaccedilotildees voltadas ao atendimento de pessoas portadoras de deficiecircncia
pode ser priorizada a percepccedilatildeo taacutetil da madeira por deficientes visuais gerando
imagens mentais (PEIXE sd)
Estudos conduzidos por Tsunetsugu Miyazaki e Sato (2007) demonstram que a
porcentagem de madeira usada nas paredes de um espaccedilo interior resultam em
diferentes respostas fisioloacutegicas Nos testes realizados uma sala com 45 da
cobertura em madeira resultou num aumento na taxa de pulso (velocidade dos
batimentos cardiacuteacos) e diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial dos participantes Enquanto
no caso de uma sala com 90 da superfiacutecie interna coberta por madeira resultou na
diminuiccedilatildeo da atividade cerebral o que pode ser revigorante e desejaacutevel em spas e
consultoacuterios mas pode diminuir a produtividade e criatividade em locais onde alta
atividade cognitiva eacute demandada como salas de aula e ateliecircs Diante dos dados
acima apresentados no projeto que eacute desenvolvido nesse TCC seratildeo atribuiacutedas
diferentes proporccedilotildees de madeira no revestimento dos ambientes internos segundo
seu uso Cita-se como exemplo o caso da enfermaria e do consultoacuterio de fisioterapia
5
e psicologia poderatildeo contar com uma cobertura de ateacute 90 com o material
mencionado enquanto nos ateliecircs essa porcentagem natildeo deveraacute exceder os 50
Aleacutem dos benefiacutecios fiacutesicos para a sauacutede humana as propriedades higroscoacutepicas
da madeira permitem que ela libere ou absorva aacutegua em funccedilatildeo da umidade relativa
e temperatura do ambiente melhorando o conforto teacutermico do espaccedilo (DANIEL
2014)
22 MADEIRA COMO MATERIAL CONSTRUTIVO
As aacutervores e florestas em geral desempenham um importante papel na regulagem
do clima e na reduccedilatildeo do aquecimento global devido agrave sua capacidade de armazenar
carbono O dioacutexido de carbono da atmosfera eacute absorvido pelas aacutervores e durante seu
crescimento vatildeo armazenando carbono em seu lenho folhas e raiacutezes aleacutem de liberar
oxigecircnio para a atmosfera Mas quando essas plantas morrem na natureza e
apodrecem esse ciclo de armazenamento de carbono eacute interrompido pois o mesmo
volta a ser liberado na atmosfera (Green 2012)
No entanto se a madeira dessas plantas for utilizada como material construtivo
para edificaccedilotildees ou manufaturas o carbono continua estocado nos subprodutos ao
longo de toda sua vida uacutetil No caso de reflorestamento naturalmente ou via cultivo
da aacuterea onde a madeira foi extraiacuteda o ciclo de armazenamento de carbono recomeccedila
e novas aacutervores contribuiratildeo para a absorccedilatildeo do elemento citado contribuindo para a
reduccedilatildeo do efeito estufa (NW 2012)
Em comparaccedilatildeo com outros materiais construtivos usuais a madeira apresenta-se
como o mais eficiente em relaccedilatildeo agrave diminuiccedilatildeo de gases causadores do efeito estufa
Nas duas uacuteltimas deacutecadas percebeu-se o impacto que a construccedilatildeo civil causou nas
mudanccedilas climaacuteticas O uso intensivo de concreto e accedilo materiais com alto gasto
energeacutetico em sua produccedilatildeo satildeo um dos principais fatores desse problema Estudos
apontam que a produccedilatildeo de concreto representa cerca de 5 das emissotildees de CO2
agrave niacutevel mundial (Green 2012) No caso da madeira ao inveacutes de emitir CO2 cada msup3
pode armazenar cerca de 08 toneladas de carbono Ao usarmos como exemplo uma
suposta casa que utilize 20 msup3 de madeira em sua construccedilatildeo armazena-se cerca de
16 toneladas de carbono o equivalente agrave emissatildeo produzida em 90000 Km de
viagens de carro (Daniel 2014)
6
Diante dos fatos apresentados percebe-se que a substituiccedilatildeo de materiais
construtivos usuais como o accedilo e concreto pela madeira respeitando as limitaccedilotildees de
uso desta mostra-se como uma alternativa para minimizar os impactos da construccedilatildeo
civil nas mudanccedilas climaacuteticas
23 TECNOLOGIA NA CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL EM MADEIRA A MADEIRA LAMINADA COLADA
A madeira laminada colada (MLC) constitui-se pela junccedilatildeo de duas teacutecnicas a
laminaccedilatildeo e a colagem As peccedilas de madeira satildeo divididas em lacircminas (taacutebuas) e
posteriormente satildeo unidas por colas de alta resistecircncia Sendo dispostas de maneira
que as fibras fiquem sempre paralelas Esta teacutecnica otimizou o uso da madeira devido
agrave possibilidade de uniatildeo de numerosas pequenas peccedilas de madeira para manufaturar
grandes membros de MLC possibilitando seu uso em grandes estruturas (Neto
2010)
Ainda de acordo com Neto (2010) a utilizaccedilatildeo da MLC em elementos estruturais
da construccedilatildeo civil soacute foi possiacutevel apoacutes o surgimento de colas de alta resistecircncia
ocorrido por volta de 1906 com a invenccedilatildeo da cola caseiacutena Desde entatildeo esta teacutecnica
tem evoluiacutedo de acordo com o aumento da eficiecircncia das colas atingindo seu maior
progresso na deacutecada de 40 com o surgimento das colas sinteacuteticas
Comparada com a madeira serrada a MLC apresenta diversas vantagens
estruturais e executivas Moody e Hernandez (1997) atribuem agrave MLC a versatilidade
na obtenccedilatildeo de formas a baixa relaccedilatildeo pesoresistecircncia a resistecircncia ao fogo e a
agentes corrosivos Aleacutem disso estudos de Tienne et al (2011) demonstram que a
MLC viabiliza o emprego de madeiras de reflorestamento normalmente com menor
resistecircncia que apoacutes manufaturadas apresentam resistecircncia suficiente para serem
usadas como elementos estruturais
24 Formas curvas em estruturas de madeira
O uso da madeira na construccedilatildeo civil normalmente eacute relacionado agrave edificaccedilotildees
com formas retas e moduladas pela sua facilidade executiva No entanto satildeo
numerosas as teacutecnicas de obtenccedilatildeo de formas curvas que permitem concebecirc-las
utilizando a madeira como material principal
7
Na construccedilatildeo de estruturas curvas em madeira destacam-se as estruturas
lamelares Esta eacute composta por um conjunto de barras estreitas e compridas
denominadas lamelas para criaccedilatildeo de uma malha losangular tridimensional onde as
barras interceptam-se formando um conjunto de ldquoxrdquo (Ferreira Calil 2002)
Dentre as diversos tipos de estruturas lamelares o sistema gridshell eacute aquele que
apresenta a maior viabilidade na construccedilatildeo de formas complexas ou com dupla
curvatura O gridshell eacute constituiacutedo por uma malha plana de lamelas (Figura 1) que se
interceptam formando losangos e posteriormente eacute deformada por iccedilamento ou
flexatildeo ateacute que a forma desejada seja atingida Apoacutes a forma desejada ser obtida os
noacutes satildeo apertados enrijecendo a malha (TOUSSAINT 2012)
A figura 2 mostra como diferentes tipos de iccedilamento resultam em formas distintas
tendo a mesma malha plana como base
Fonte CHASSAGNOUX 2011
Figura 2 ndash Cupula e paraboloide hiperboacutelico formados agrave partir da mesma malha plana de barras
Fonte CHASSAGNOUX 2011
Figura 1 ndash Deformaccedilatildeo de malha plana de barras formando uma estrutura esfeacuterica pelo iccedilamento do centro
8
Este meacutetodo de construccedilatildeo cria um sistema estrutural bastante complexo de ripas
curvadas trabalhando em conjunto para resistir agrave cargas de modo que todas as cargas
sejam transferidas para as bordas externas transmitindo as forccedilas por compressatildeo
no mesmo sentido das fibras das lamelas otimizando seu desempenho estrutural
Figura 3 ndash Gridshell da cobertura do Savill Building Englefield Green UK
Fonte ARCHITECTS JOURNEY (2009)
9
3 ESTUDOS DE CASO
Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a
equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro
equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente
a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores
do projeto
Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um
exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar
os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias
Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo
Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013
Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -
Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema
construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos
elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo
31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS
Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil
Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O
programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo
terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo
almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos
Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS
10
LEGENDA SETORES
MANEJO CAVALOS
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
SERVICcedilO
ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA
Fonte IFRS (2015)
Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
AC
ES
SO
B
AIA
S
11
Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento
dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as
aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro
interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso
aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo
obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores
administrativo e de serviccedilo
Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena
de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares
e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes
Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram
utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)
A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a
circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato
da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno
ateacute seu lombo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria
12
32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)
O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos
arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa
Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia
Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura
Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em
vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)
Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Fernando Guerra (2015)
Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como
referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave
equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e
celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com
paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente
A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo
aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os
picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido
agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e
na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves
intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem
dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para
praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para
armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter
administrativo
13
Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
321 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos
em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor
administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde
encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo
localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas
eou olfativas
Picadeiro Interno
Picadeiro Interno
Baias
Administrativo
Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno
14
Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo
preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos
interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em
fita
Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
Fonte Carlos Castanheira (2014)
PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO
Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno
15
322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS
Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2
Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620
Picadeiro Interno 3330x1960 65268
Manejo Baias (x16) 365x430 1570
Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960
Almoxarifado (x2) 320x300 960
Administrativo Cozinha 420x720 3024
Escritoacuterio (x2) 420x360 1512
Sala Reuniotildees 900x360 3240
Lounge 1100x420 4620
Sala de jogos 420x360 1512
Sanitaacuterios 420x360 1512
Aacuterea Total 158710 msup2
Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre
Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria
323 FORMA
A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida
por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por
compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro
central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes
O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A
repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as
fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado
do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada
anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal
16
Figura 16 - Fachada Lateral
Fonte CASTANHEIRA (2014)
Figura 17 - Cortes transversais
Fonte ARCHDAILY (2015)
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos
estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos
estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada
324 TECNOLOGIA
A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com
perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas
metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do
edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais
conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado
17
Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA
A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da
Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio
americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no
ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2
Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program
Fonte Black Burn Architects
Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto
apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro
externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento
psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo
almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala
para os tratadores
18
Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)
331 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com
funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O
bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido
pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal
interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do
centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova
aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo
O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma
arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir
RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO
LEGENDA SETORES
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA
ESTAacuteBULOS
SERVICcedilO
MANEJO DOS CAVALOS
19
Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Black Burn Architects (2014)
332 FORMA
A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com
cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e
ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos
bungalows estadunidenses
Figura 22 - Fachadas
Fonte Black Burn Architects
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas
e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal
20
333 HABITABILIDADE
Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram
utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do
edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas
mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e
trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior
Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo
o acesso principal
34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO
Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro
Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do
Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de
necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos
fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a
desintegraccedilatildeo dos espaccedilos
Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na
disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees
aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale
ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim
como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos
em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes
na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas
Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se
conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de
acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um
pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente
de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os
espaccedilos com a mesma facilidade
Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um
interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em
ambientes internos e nas fachadas
21
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
41 Contextualizaccedilatildeo regional
O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente
na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a
uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado
entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre
(Sertatildeo 2015)
Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual
Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)
22
A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por
um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela
agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918
Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo
Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o
Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se
tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo
Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225
habitantes
411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo
O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio
Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de
Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo
Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada
passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de
1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a
certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de
1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido
era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A
denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico
em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)
Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea
de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso
existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e
Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de
praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para
o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)
Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de
poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria
(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte
em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto
23
integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior
satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em
Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas
poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-
Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)
Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo
integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para
atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas
42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo
O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas
dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo
basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios
administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios
ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos
das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)
Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
24
Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees
teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos
coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees
teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na
possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo
Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos
Fonte Acervo proacuteprio
Figura 26 - Mapa Nolly do entorno
25
Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria
43 Hierarquia Viaacuteria
A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-
135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao
municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo
caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente
vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo
direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio
TERRENO PROJETO
1 2 3
4 54
64
1 2 3 44
54
64
Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno
26
Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
N
SERTAtildeO 8 Km
RS 135 2 Km
Acesso Principal Do IFRS
Cruzamento Conflitante
Acesso Secundaacuterio do IFRS
COXILHA 10 Km
Estrada do Asfalto
Estrada Teacuterrea p Coxilha
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
to T
eacuterr
eo
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53
Fach
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Lo
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
llR
ece
pccedilatilde
o
viii
SUMAacuteRIO
LISTA DE FIGURAS v
1 INTRODUCcedilAtildeO 1
OBJETIVOS 3
121 Objetivo Geral 3 122 Objetivos Especiacuteficos 3
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 4
3 ESTUDOS DE CASO 9
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO 21
5 HISTOacuteRICO DO TEMA 35
6 CONCEITO 38
CARTA DE INTENCcedilOtildeES 38
Entorno 38
Heranccedila Cultural 38
Caracteriacutesticas do siacutetio 39
Clientes 39
PROGRAMA DE NECESSIDADES40
PREacute-DIMENSIONAMENTO 40
FLUXOGRAMA 42
Figura 40 - Fluxograma da proposta 42
Zoneamento 46
7 CONCLUSOtildeES 47
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 478
10 APEcircNDICES51
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
Terapias alternativas podem ser definidas por procedimentos que visam agrave
assistecircncia agrave sauacutede do indiviacuteduo seja na prevenccedilatildeo tratamento ou cura
considerando-o como mentecorpoespiacuterito e natildeo um conjunto de partes isoladas
Sendo assim seu objetivo difere da assistecircncia alopaacutetica tambeacutem conhecida como
medicina ocidental na qual a cura das enfermidades se daacute por meio da intervenccedilatildeo
direta no oacutergatildeo ou parte do corpo doente (Hill [sd] Landmann 1989)
Dentre as diversas terapias tidas como alternativas e voltadas agrave pessoas com
necessidades educativasespeciais estaacute a Equoterapia O uso desta teacutecnica em
crianccedilas com necessidade especial foi realizado pela primeira vez pela fisioterapeuta
Eilset Bodtker na Noruega Em 1967 foi inaugurado o primeiro centro de equitaccedilatildeo
terapecircutica para crianccedilas com necessidades especiais nos Estados Unidos (HASKIN
et al 1974) Dentre os efeitos observados nos pacientes a praacutetica da equoterapia
desenvolve a comunicaccedilatildeo a orientaccedilatildeo espacial e o equiliacutebrio aleacutem das melhorias
fiacutesicas e diminuiccedilatildeo de fobias de modo geral (FREIRE 1999)
Mais precisamente a equoterapia eacute um meacutetodo terapecircutico educacional que utiliza
o cavalo como principal instrumento numa abordagem multidisciplinar nas aacutereas de
sauacutede educaccedilatildeo e esporte estimulando o desenvolvimento psicossocial de pessoas
com necessidades motoras eou educacionais Trata-se de um processo de
reabilitaccedilatildeo de pessoas portadoras de deficiecircncia eou com necessidades especiais
(sequela de paralisia cerebral deficiecircncia mental doente mental Siacutendrome de Down
autismo alteraccedilotildees sensoacuterio motoras comportamental distuacuterbio de aprendizagem
distuacuterbio psicomotor distuacuterbios de linguagem e fala etc) indicada principalmente agraves
crianccedilas que desenvolve ganhos fiacutesicos e psiacutequicos consideraacuteveis jaacute comprovados
e ainda permite uma maior participaccedilatildeo integraccedilatildeo ou acompanhamento mais
proacuteximo por parte dos pais durante a sessatildeo (ANDE 2014)
O tratamento eacute realizado em um Centro de Equoterapia que segundo Ande
(2015) eacute uma entidade juriacutedica que dispotildee de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos
adequados onde trabalha uma equipe teacutecnica habilitada aleacutem de contar com cavalos
treinados para assim prestar um atendimento de qualidade em Equoterapia agraves
pessoas que buscam este meacutetodo de tratamento
2
A procura por esta terapia vem crescendo consideravelmente ao longo dos anos
Um exemplo proacuteximo se mostra o Centro de Equoterapia do IFRS que jaacute natildeo comporta
todas as crianccedilas das APAEs (Associaccedilatildeo de Pais e Amigos dos Excepcionais) das
cidades proacuteximas
Outra terapia alternativa que vem ganhando destaque nos uacuteltimos anos eacute a
hortoterapia O efeito positivo do trabalho em jardins e hortas foi documentado pela
primeira vez no seacuteculo XIX pelo Dr Benjamin Rush psiquiatra americano Atualmente
essa terapia eacute comumente encontrada em escolas para crianccedilas consideradas
especiais nos EUA Esta teacutecnica consiste nas atividades de cultivo e manejo de uma
horta ou jardim Suas caracteriacutesticas foram inicialmente desenvolvidas em 1993 pela
American Horticultural Therapy Association (AHTA 2015)
A hortoterapia aplicada como terapia ocupacional tambeacutem apresenta bons
resultados no tratamento de pessoas especiais A dedicaccedilatildeo agraves atividades numa horta
para o cultivo de hortaliccedilas com uso alimentar permite que a pessoa tenha um contato
direto com a terra e com as plantas onde podem auxiliar nos tratos culturais sentindo-
se uacuteteis agrave eles mesmos e agraves pessoas de seu conviacutevio (ARNAUD et al 2012)
A incorporaccedilatildeo de terapias alternativas em centros de tratamentoeducaccedilatildeo
especiais no Brasil ainda se mostra muito restrita sendo de grande valia estudos e
projetos desenvolvidos nesta aacuterea Nesse contexto o presente TCC concentra-se
num projeto de um Centro de Terapias Alternativas na cidade de Sertatildeo-RS
Atualmente a cidade de Sertatildeo distante 36 Km de Passo Fundo e 316 Km de
Porto Alegre localizada no norte do Estado do RS conta com um Centro de
Equoterapia instalado nas dependecircncias do Instituto Federal do Rio Grande do Sul
Campus Sertatildeo Este eacute responsaacutevel pelo atendimento aos alunos das APAEs dos
municiacutepios de Sertatildeo Coxilha Getuacutelio Vargas Ipiranga do Sul Estaccedilatildeo Floriano
Peixoto Aacutegua Santa e Vila Lacircngaro realizando cerca de 100 atendimentos por
semana atualmente atingindo sua lotaccedilatildeo maacutexima
Construiacutedo no ano de 2012 o centro acima mencionado natildeo apresenta todos os
ambientes necessaacuterios para a realizaccedilatildeo das atividades aleacutem de ter sido
subdimensionado dificultando a acessibilidade dos alunos e o bom andamento dos
atendimentos Em relaccedilatildeo ao terreno o centro foi implantado em terreno com
topografia natildeo favoraacutevel
3
Diante dos problemas na instalaccedilatildeo atual e agrave crescente demanda de atendimentos
pelas APAEs jaacute citadas e outras instituiccedilotildees percebe-se uma necessidade latente de
construccedilatildeo de um novo centro com infraestrutura adequada e capaz de alargar os
atendimentos e serviccedilos prestados
OBJETIVOS
121 Objetivo Geral
Diante desse contexto o presente TCC objetiva projetar um Centro de Terapias
Alternativas nas dependecircncias do IFRS-Sertatildeo oferecendo as praacuteticas terapecircuticas
de equoterapia e hortoterapia para atendimento da demanda atual e ampliaccedilatildeo da
oferta de acompanhamento aos alunos das APAEs da regiatildeo do Alto Uruguai
122 Objetivos Especiacuteficos
Projetar uma edificaccedilatildeo utilizando-se da madeira como material construtivo
principal aproveitando sua capacidade de armazenamento de carbono e
assim demonstrar a capacidade da arquitetura colaborar para a diminuiccedilatildeo
da emissatildeo de carbono e consequente aquecimento global
Apresentar soluccedilotildees formais coerentes com a utilizaccedilatildeo da madeira
otimizando seu desempenho estrutural
Apresentar a relaccedilatildeo entre o uso da madeira em edificaccedilotildees destinadas agrave
sauacutedeeducaccedilatildeo e o bem-estar dos usuaacuterios
4
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
21 MADEIRA NO BEM-ESTAR
A afinidade do ser humano com a natureza pode ser percebida intuitivamente
quando se entra em contato com ela Estudos indicam que a sensaccedilatildeo de relaxamento
na presenccedila da natureza deve-se agrave reduccedilatildeo das atividades no sistema nervoso
simpaacutetico (SNS) sendo beneacutefico psicoloacutegica e fisiologicamente para quem se
encontra em contato com a mesma
Considerando os efeitos fisioloacutegicos beneacuteficos do ambiente natural nas pessoas
percebe-se a necessidade de adaptaacute-los ao ambiente construiacutedo (NW 2012) Para
isso busca-se explorar em ambientes internos os efeitos do design biofiacutelico definido
por Kellert (2005) e Joye (2007) como a ecircnfase na necessidade de transferir os
benefiacutecios da presenccedila da natureza para o ambiente construiacutedo Nesse caso busca-
se essencialmente a otimizaccedilatildeo da iluminaccedilatildeo natural vistas para a natureza e a
utilizaccedilatildeo de madeira ou outros materiais naturais
No caso da madeira o aspecto visualmente caloroso contribui para que os
ocupantesusuaacuterios tenham uma experiecircncia positiva no ambiente construiacutedo Aleacutem
disso em edificaccedilotildees voltadas ao atendimento de pessoas portadoras de deficiecircncia
pode ser priorizada a percepccedilatildeo taacutetil da madeira por deficientes visuais gerando
imagens mentais (PEIXE sd)
Estudos conduzidos por Tsunetsugu Miyazaki e Sato (2007) demonstram que a
porcentagem de madeira usada nas paredes de um espaccedilo interior resultam em
diferentes respostas fisioloacutegicas Nos testes realizados uma sala com 45 da
cobertura em madeira resultou num aumento na taxa de pulso (velocidade dos
batimentos cardiacuteacos) e diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial dos participantes Enquanto
no caso de uma sala com 90 da superfiacutecie interna coberta por madeira resultou na
diminuiccedilatildeo da atividade cerebral o que pode ser revigorante e desejaacutevel em spas e
consultoacuterios mas pode diminuir a produtividade e criatividade em locais onde alta
atividade cognitiva eacute demandada como salas de aula e ateliecircs Diante dos dados
acima apresentados no projeto que eacute desenvolvido nesse TCC seratildeo atribuiacutedas
diferentes proporccedilotildees de madeira no revestimento dos ambientes internos segundo
seu uso Cita-se como exemplo o caso da enfermaria e do consultoacuterio de fisioterapia
5
e psicologia poderatildeo contar com uma cobertura de ateacute 90 com o material
mencionado enquanto nos ateliecircs essa porcentagem natildeo deveraacute exceder os 50
Aleacutem dos benefiacutecios fiacutesicos para a sauacutede humana as propriedades higroscoacutepicas
da madeira permitem que ela libere ou absorva aacutegua em funccedilatildeo da umidade relativa
e temperatura do ambiente melhorando o conforto teacutermico do espaccedilo (DANIEL
2014)
22 MADEIRA COMO MATERIAL CONSTRUTIVO
As aacutervores e florestas em geral desempenham um importante papel na regulagem
do clima e na reduccedilatildeo do aquecimento global devido agrave sua capacidade de armazenar
carbono O dioacutexido de carbono da atmosfera eacute absorvido pelas aacutervores e durante seu
crescimento vatildeo armazenando carbono em seu lenho folhas e raiacutezes aleacutem de liberar
oxigecircnio para a atmosfera Mas quando essas plantas morrem na natureza e
apodrecem esse ciclo de armazenamento de carbono eacute interrompido pois o mesmo
volta a ser liberado na atmosfera (Green 2012)
No entanto se a madeira dessas plantas for utilizada como material construtivo
para edificaccedilotildees ou manufaturas o carbono continua estocado nos subprodutos ao
longo de toda sua vida uacutetil No caso de reflorestamento naturalmente ou via cultivo
da aacuterea onde a madeira foi extraiacuteda o ciclo de armazenamento de carbono recomeccedila
e novas aacutervores contribuiratildeo para a absorccedilatildeo do elemento citado contribuindo para a
reduccedilatildeo do efeito estufa (NW 2012)
Em comparaccedilatildeo com outros materiais construtivos usuais a madeira apresenta-se
como o mais eficiente em relaccedilatildeo agrave diminuiccedilatildeo de gases causadores do efeito estufa
Nas duas uacuteltimas deacutecadas percebeu-se o impacto que a construccedilatildeo civil causou nas
mudanccedilas climaacuteticas O uso intensivo de concreto e accedilo materiais com alto gasto
energeacutetico em sua produccedilatildeo satildeo um dos principais fatores desse problema Estudos
apontam que a produccedilatildeo de concreto representa cerca de 5 das emissotildees de CO2
agrave niacutevel mundial (Green 2012) No caso da madeira ao inveacutes de emitir CO2 cada msup3
pode armazenar cerca de 08 toneladas de carbono Ao usarmos como exemplo uma
suposta casa que utilize 20 msup3 de madeira em sua construccedilatildeo armazena-se cerca de
16 toneladas de carbono o equivalente agrave emissatildeo produzida em 90000 Km de
viagens de carro (Daniel 2014)
6
Diante dos fatos apresentados percebe-se que a substituiccedilatildeo de materiais
construtivos usuais como o accedilo e concreto pela madeira respeitando as limitaccedilotildees de
uso desta mostra-se como uma alternativa para minimizar os impactos da construccedilatildeo
civil nas mudanccedilas climaacuteticas
23 TECNOLOGIA NA CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL EM MADEIRA A MADEIRA LAMINADA COLADA
A madeira laminada colada (MLC) constitui-se pela junccedilatildeo de duas teacutecnicas a
laminaccedilatildeo e a colagem As peccedilas de madeira satildeo divididas em lacircminas (taacutebuas) e
posteriormente satildeo unidas por colas de alta resistecircncia Sendo dispostas de maneira
que as fibras fiquem sempre paralelas Esta teacutecnica otimizou o uso da madeira devido
agrave possibilidade de uniatildeo de numerosas pequenas peccedilas de madeira para manufaturar
grandes membros de MLC possibilitando seu uso em grandes estruturas (Neto
2010)
Ainda de acordo com Neto (2010) a utilizaccedilatildeo da MLC em elementos estruturais
da construccedilatildeo civil soacute foi possiacutevel apoacutes o surgimento de colas de alta resistecircncia
ocorrido por volta de 1906 com a invenccedilatildeo da cola caseiacutena Desde entatildeo esta teacutecnica
tem evoluiacutedo de acordo com o aumento da eficiecircncia das colas atingindo seu maior
progresso na deacutecada de 40 com o surgimento das colas sinteacuteticas
Comparada com a madeira serrada a MLC apresenta diversas vantagens
estruturais e executivas Moody e Hernandez (1997) atribuem agrave MLC a versatilidade
na obtenccedilatildeo de formas a baixa relaccedilatildeo pesoresistecircncia a resistecircncia ao fogo e a
agentes corrosivos Aleacutem disso estudos de Tienne et al (2011) demonstram que a
MLC viabiliza o emprego de madeiras de reflorestamento normalmente com menor
resistecircncia que apoacutes manufaturadas apresentam resistecircncia suficiente para serem
usadas como elementos estruturais
24 Formas curvas em estruturas de madeira
O uso da madeira na construccedilatildeo civil normalmente eacute relacionado agrave edificaccedilotildees
com formas retas e moduladas pela sua facilidade executiva No entanto satildeo
numerosas as teacutecnicas de obtenccedilatildeo de formas curvas que permitem concebecirc-las
utilizando a madeira como material principal
7
Na construccedilatildeo de estruturas curvas em madeira destacam-se as estruturas
lamelares Esta eacute composta por um conjunto de barras estreitas e compridas
denominadas lamelas para criaccedilatildeo de uma malha losangular tridimensional onde as
barras interceptam-se formando um conjunto de ldquoxrdquo (Ferreira Calil 2002)
Dentre as diversos tipos de estruturas lamelares o sistema gridshell eacute aquele que
apresenta a maior viabilidade na construccedilatildeo de formas complexas ou com dupla
curvatura O gridshell eacute constituiacutedo por uma malha plana de lamelas (Figura 1) que se
interceptam formando losangos e posteriormente eacute deformada por iccedilamento ou
flexatildeo ateacute que a forma desejada seja atingida Apoacutes a forma desejada ser obtida os
noacutes satildeo apertados enrijecendo a malha (TOUSSAINT 2012)
A figura 2 mostra como diferentes tipos de iccedilamento resultam em formas distintas
tendo a mesma malha plana como base
Fonte CHASSAGNOUX 2011
Figura 2 ndash Cupula e paraboloide hiperboacutelico formados agrave partir da mesma malha plana de barras
Fonte CHASSAGNOUX 2011
Figura 1 ndash Deformaccedilatildeo de malha plana de barras formando uma estrutura esfeacuterica pelo iccedilamento do centro
8
Este meacutetodo de construccedilatildeo cria um sistema estrutural bastante complexo de ripas
curvadas trabalhando em conjunto para resistir agrave cargas de modo que todas as cargas
sejam transferidas para as bordas externas transmitindo as forccedilas por compressatildeo
no mesmo sentido das fibras das lamelas otimizando seu desempenho estrutural
Figura 3 ndash Gridshell da cobertura do Savill Building Englefield Green UK
Fonte ARCHITECTS JOURNEY (2009)
9
3 ESTUDOS DE CASO
Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a
equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro
equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente
a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores
do projeto
Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um
exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar
os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias
Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo
Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013
Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -
Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema
construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos
elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo
31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS
Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil
Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O
programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo
terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo
almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos
Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS
10
LEGENDA SETORES
MANEJO CAVALOS
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
SERVICcedilO
ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA
Fonte IFRS (2015)
Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
AC
ES
SO
B
AIA
S
11
Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento
dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as
aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro
interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso
aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo
obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores
administrativo e de serviccedilo
Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena
de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares
e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes
Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram
utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)
A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a
circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato
da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno
ateacute seu lombo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria
12
32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)
O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos
arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa
Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia
Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura
Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em
vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)
Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Fernando Guerra (2015)
Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como
referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave
equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e
celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com
paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente
A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo
aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os
picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido
agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e
na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves
intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem
dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para
praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para
armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter
administrativo
13
Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
321 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos
em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor
administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde
encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo
localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas
eou olfativas
Picadeiro Interno
Picadeiro Interno
Baias
Administrativo
Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno
14
Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo
preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos
interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em
fita
Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
Fonte Carlos Castanheira (2014)
PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO
Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno
15
322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS
Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2
Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620
Picadeiro Interno 3330x1960 65268
Manejo Baias (x16) 365x430 1570
Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960
Almoxarifado (x2) 320x300 960
Administrativo Cozinha 420x720 3024
Escritoacuterio (x2) 420x360 1512
Sala Reuniotildees 900x360 3240
Lounge 1100x420 4620
Sala de jogos 420x360 1512
Sanitaacuterios 420x360 1512
Aacuterea Total 158710 msup2
Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre
Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria
323 FORMA
A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida
por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por
compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro
central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes
O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A
repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as
fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado
do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada
anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal
16
Figura 16 - Fachada Lateral
Fonte CASTANHEIRA (2014)
Figura 17 - Cortes transversais
Fonte ARCHDAILY (2015)
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos
estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos
estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada
324 TECNOLOGIA
A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com
perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas
metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do
edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais
conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado
17
Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA
A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da
Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio
americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no
ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2
Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program
Fonte Black Burn Architects
Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto
apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro
externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento
psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo
almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala
para os tratadores
18
Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)
331 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com
funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O
bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido
pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal
interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do
centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova
aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo
O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma
arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir
RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO
LEGENDA SETORES
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA
ESTAacuteBULOS
SERVICcedilO
MANEJO DOS CAVALOS
19
Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Black Burn Architects (2014)
332 FORMA
A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com
cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e
ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos
bungalows estadunidenses
Figura 22 - Fachadas
Fonte Black Burn Architects
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas
e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal
20
333 HABITABILIDADE
Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram
utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do
edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas
mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e
trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior
Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo
o acesso principal
34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO
Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro
Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do
Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de
necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos
fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a
desintegraccedilatildeo dos espaccedilos
Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na
disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees
aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale
ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim
como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos
em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes
na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas
Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se
conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de
acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um
pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente
de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os
espaccedilos com a mesma facilidade
Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um
interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em
ambientes internos e nas fachadas
21
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
41 Contextualizaccedilatildeo regional
O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente
na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a
uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado
entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre
(Sertatildeo 2015)
Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual
Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)
22
A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por
um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela
agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918
Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo
Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o
Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se
tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo
Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225
habitantes
411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo
O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio
Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de
Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo
Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada
passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de
1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a
certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de
1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido
era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A
denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico
em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)
Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea
de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso
existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e
Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de
praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para
o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)
Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de
poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria
(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte
em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto
23
integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior
satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em
Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas
poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-
Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)
Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo
integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para
atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas
42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo
O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas
dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo
basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios
administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios
ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos
das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)
Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
24
Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees
teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos
coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees
teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na
possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo
Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos
Fonte Acervo proacuteprio
Figura 26 - Mapa Nolly do entorno
25
Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria
43 Hierarquia Viaacuteria
A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-
135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao
municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo
caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente
vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo
direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio
TERRENO PROJETO
1 2 3
4 54
64
1 2 3 44
54
64
Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno
26
Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
N
SERTAtildeO 8 Km
RS 135 2 Km
Acesso Principal Do IFRS
Cruzamento Conflitante
Acesso Secundaacuterio do IFRS
COXILHA 10 Km
Estrada do Asfalto
Estrada Teacuterrea p Coxilha
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
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1
1 INTRODUCcedilAtildeO
Terapias alternativas podem ser definidas por procedimentos que visam agrave
assistecircncia agrave sauacutede do indiviacuteduo seja na prevenccedilatildeo tratamento ou cura
considerando-o como mentecorpoespiacuterito e natildeo um conjunto de partes isoladas
Sendo assim seu objetivo difere da assistecircncia alopaacutetica tambeacutem conhecida como
medicina ocidental na qual a cura das enfermidades se daacute por meio da intervenccedilatildeo
direta no oacutergatildeo ou parte do corpo doente (Hill [sd] Landmann 1989)
Dentre as diversas terapias tidas como alternativas e voltadas agrave pessoas com
necessidades educativasespeciais estaacute a Equoterapia O uso desta teacutecnica em
crianccedilas com necessidade especial foi realizado pela primeira vez pela fisioterapeuta
Eilset Bodtker na Noruega Em 1967 foi inaugurado o primeiro centro de equitaccedilatildeo
terapecircutica para crianccedilas com necessidades especiais nos Estados Unidos (HASKIN
et al 1974) Dentre os efeitos observados nos pacientes a praacutetica da equoterapia
desenvolve a comunicaccedilatildeo a orientaccedilatildeo espacial e o equiliacutebrio aleacutem das melhorias
fiacutesicas e diminuiccedilatildeo de fobias de modo geral (FREIRE 1999)
Mais precisamente a equoterapia eacute um meacutetodo terapecircutico educacional que utiliza
o cavalo como principal instrumento numa abordagem multidisciplinar nas aacutereas de
sauacutede educaccedilatildeo e esporte estimulando o desenvolvimento psicossocial de pessoas
com necessidades motoras eou educacionais Trata-se de um processo de
reabilitaccedilatildeo de pessoas portadoras de deficiecircncia eou com necessidades especiais
(sequela de paralisia cerebral deficiecircncia mental doente mental Siacutendrome de Down
autismo alteraccedilotildees sensoacuterio motoras comportamental distuacuterbio de aprendizagem
distuacuterbio psicomotor distuacuterbios de linguagem e fala etc) indicada principalmente agraves
crianccedilas que desenvolve ganhos fiacutesicos e psiacutequicos consideraacuteveis jaacute comprovados
e ainda permite uma maior participaccedilatildeo integraccedilatildeo ou acompanhamento mais
proacuteximo por parte dos pais durante a sessatildeo (ANDE 2014)
O tratamento eacute realizado em um Centro de Equoterapia que segundo Ande
(2015) eacute uma entidade juriacutedica que dispotildee de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos
adequados onde trabalha uma equipe teacutecnica habilitada aleacutem de contar com cavalos
treinados para assim prestar um atendimento de qualidade em Equoterapia agraves
pessoas que buscam este meacutetodo de tratamento
2
A procura por esta terapia vem crescendo consideravelmente ao longo dos anos
Um exemplo proacuteximo se mostra o Centro de Equoterapia do IFRS que jaacute natildeo comporta
todas as crianccedilas das APAEs (Associaccedilatildeo de Pais e Amigos dos Excepcionais) das
cidades proacuteximas
Outra terapia alternativa que vem ganhando destaque nos uacuteltimos anos eacute a
hortoterapia O efeito positivo do trabalho em jardins e hortas foi documentado pela
primeira vez no seacuteculo XIX pelo Dr Benjamin Rush psiquiatra americano Atualmente
essa terapia eacute comumente encontrada em escolas para crianccedilas consideradas
especiais nos EUA Esta teacutecnica consiste nas atividades de cultivo e manejo de uma
horta ou jardim Suas caracteriacutesticas foram inicialmente desenvolvidas em 1993 pela
American Horticultural Therapy Association (AHTA 2015)
A hortoterapia aplicada como terapia ocupacional tambeacutem apresenta bons
resultados no tratamento de pessoas especiais A dedicaccedilatildeo agraves atividades numa horta
para o cultivo de hortaliccedilas com uso alimentar permite que a pessoa tenha um contato
direto com a terra e com as plantas onde podem auxiliar nos tratos culturais sentindo-
se uacuteteis agrave eles mesmos e agraves pessoas de seu conviacutevio (ARNAUD et al 2012)
A incorporaccedilatildeo de terapias alternativas em centros de tratamentoeducaccedilatildeo
especiais no Brasil ainda se mostra muito restrita sendo de grande valia estudos e
projetos desenvolvidos nesta aacuterea Nesse contexto o presente TCC concentra-se
num projeto de um Centro de Terapias Alternativas na cidade de Sertatildeo-RS
Atualmente a cidade de Sertatildeo distante 36 Km de Passo Fundo e 316 Km de
Porto Alegre localizada no norte do Estado do RS conta com um Centro de
Equoterapia instalado nas dependecircncias do Instituto Federal do Rio Grande do Sul
Campus Sertatildeo Este eacute responsaacutevel pelo atendimento aos alunos das APAEs dos
municiacutepios de Sertatildeo Coxilha Getuacutelio Vargas Ipiranga do Sul Estaccedilatildeo Floriano
Peixoto Aacutegua Santa e Vila Lacircngaro realizando cerca de 100 atendimentos por
semana atualmente atingindo sua lotaccedilatildeo maacutexima
Construiacutedo no ano de 2012 o centro acima mencionado natildeo apresenta todos os
ambientes necessaacuterios para a realizaccedilatildeo das atividades aleacutem de ter sido
subdimensionado dificultando a acessibilidade dos alunos e o bom andamento dos
atendimentos Em relaccedilatildeo ao terreno o centro foi implantado em terreno com
topografia natildeo favoraacutevel
3
Diante dos problemas na instalaccedilatildeo atual e agrave crescente demanda de atendimentos
pelas APAEs jaacute citadas e outras instituiccedilotildees percebe-se uma necessidade latente de
construccedilatildeo de um novo centro com infraestrutura adequada e capaz de alargar os
atendimentos e serviccedilos prestados
OBJETIVOS
121 Objetivo Geral
Diante desse contexto o presente TCC objetiva projetar um Centro de Terapias
Alternativas nas dependecircncias do IFRS-Sertatildeo oferecendo as praacuteticas terapecircuticas
de equoterapia e hortoterapia para atendimento da demanda atual e ampliaccedilatildeo da
oferta de acompanhamento aos alunos das APAEs da regiatildeo do Alto Uruguai
122 Objetivos Especiacuteficos
Projetar uma edificaccedilatildeo utilizando-se da madeira como material construtivo
principal aproveitando sua capacidade de armazenamento de carbono e
assim demonstrar a capacidade da arquitetura colaborar para a diminuiccedilatildeo
da emissatildeo de carbono e consequente aquecimento global
Apresentar soluccedilotildees formais coerentes com a utilizaccedilatildeo da madeira
otimizando seu desempenho estrutural
Apresentar a relaccedilatildeo entre o uso da madeira em edificaccedilotildees destinadas agrave
sauacutedeeducaccedilatildeo e o bem-estar dos usuaacuterios
4
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
21 MADEIRA NO BEM-ESTAR
A afinidade do ser humano com a natureza pode ser percebida intuitivamente
quando se entra em contato com ela Estudos indicam que a sensaccedilatildeo de relaxamento
na presenccedila da natureza deve-se agrave reduccedilatildeo das atividades no sistema nervoso
simpaacutetico (SNS) sendo beneacutefico psicoloacutegica e fisiologicamente para quem se
encontra em contato com a mesma
Considerando os efeitos fisioloacutegicos beneacuteficos do ambiente natural nas pessoas
percebe-se a necessidade de adaptaacute-los ao ambiente construiacutedo (NW 2012) Para
isso busca-se explorar em ambientes internos os efeitos do design biofiacutelico definido
por Kellert (2005) e Joye (2007) como a ecircnfase na necessidade de transferir os
benefiacutecios da presenccedila da natureza para o ambiente construiacutedo Nesse caso busca-
se essencialmente a otimizaccedilatildeo da iluminaccedilatildeo natural vistas para a natureza e a
utilizaccedilatildeo de madeira ou outros materiais naturais
No caso da madeira o aspecto visualmente caloroso contribui para que os
ocupantesusuaacuterios tenham uma experiecircncia positiva no ambiente construiacutedo Aleacutem
disso em edificaccedilotildees voltadas ao atendimento de pessoas portadoras de deficiecircncia
pode ser priorizada a percepccedilatildeo taacutetil da madeira por deficientes visuais gerando
imagens mentais (PEIXE sd)
Estudos conduzidos por Tsunetsugu Miyazaki e Sato (2007) demonstram que a
porcentagem de madeira usada nas paredes de um espaccedilo interior resultam em
diferentes respostas fisioloacutegicas Nos testes realizados uma sala com 45 da
cobertura em madeira resultou num aumento na taxa de pulso (velocidade dos
batimentos cardiacuteacos) e diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial dos participantes Enquanto
no caso de uma sala com 90 da superfiacutecie interna coberta por madeira resultou na
diminuiccedilatildeo da atividade cerebral o que pode ser revigorante e desejaacutevel em spas e
consultoacuterios mas pode diminuir a produtividade e criatividade em locais onde alta
atividade cognitiva eacute demandada como salas de aula e ateliecircs Diante dos dados
acima apresentados no projeto que eacute desenvolvido nesse TCC seratildeo atribuiacutedas
diferentes proporccedilotildees de madeira no revestimento dos ambientes internos segundo
seu uso Cita-se como exemplo o caso da enfermaria e do consultoacuterio de fisioterapia
5
e psicologia poderatildeo contar com uma cobertura de ateacute 90 com o material
mencionado enquanto nos ateliecircs essa porcentagem natildeo deveraacute exceder os 50
Aleacutem dos benefiacutecios fiacutesicos para a sauacutede humana as propriedades higroscoacutepicas
da madeira permitem que ela libere ou absorva aacutegua em funccedilatildeo da umidade relativa
e temperatura do ambiente melhorando o conforto teacutermico do espaccedilo (DANIEL
2014)
22 MADEIRA COMO MATERIAL CONSTRUTIVO
As aacutervores e florestas em geral desempenham um importante papel na regulagem
do clima e na reduccedilatildeo do aquecimento global devido agrave sua capacidade de armazenar
carbono O dioacutexido de carbono da atmosfera eacute absorvido pelas aacutervores e durante seu
crescimento vatildeo armazenando carbono em seu lenho folhas e raiacutezes aleacutem de liberar
oxigecircnio para a atmosfera Mas quando essas plantas morrem na natureza e
apodrecem esse ciclo de armazenamento de carbono eacute interrompido pois o mesmo
volta a ser liberado na atmosfera (Green 2012)
No entanto se a madeira dessas plantas for utilizada como material construtivo
para edificaccedilotildees ou manufaturas o carbono continua estocado nos subprodutos ao
longo de toda sua vida uacutetil No caso de reflorestamento naturalmente ou via cultivo
da aacuterea onde a madeira foi extraiacuteda o ciclo de armazenamento de carbono recomeccedila
e novas aacutervores contribuiratildeo para a absorccedilatildeo do elemento citado contribuindo para a
reduccedilatildeo do efeito estufa (NW 2012)
Em comparaccedilatildeo com outros materiais construtivos usuais a madeira apresenta-se
como o mais eficiente em relaccedilatildeo agrave diminuiccedilatildeo de gases causadores do efeito estufa
Nas duas uacuteltimas deacutecadas percebeu-se o impacto que a construccedilatildeo civil causou nas
mudanccedilas climaacuteticas O uso intensivo de concreto e accedilo materiais com alto gasto
energeacutetico em sua produccedilatildeo satildeo um dos principais fatores desse problema Estudos
apontam que a produccedilatildeo de concreto representa cerca de 5 das emissotildees de CO2
agrave niacutevel mundial (Green 2012) No caso da madeira ao inveacutes de emitir CO2 cada msup3
pode armazenar cerca de 08 toneladas de carbono Ao usarmos como exemplo uma
suposta casa que utilize 20 msup3 de madeira em sua construccedilatildeo armazena-se cerca de
16 toneladas de carbono o equivalente agrave emissatildeo produzida em 90000 Km de
viagens de carro (Daniel 2014)
6
Diante dos fatos apresentados percebe-se que a substituiccedilatildeo de materiais
construtivos usuais como o accedilo e concreto pela madeira respeitando as limitaccedilotildees de
uso desta mostra-se como uma alternativa para minimizar os impactos da construccedilatildeo
civil nas mudanccedilas climaacuteticas
23 TECNOLOGIA NA CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL EM MADEIRA A MADEIRA LAMINADA COLADA
A madeira laminada colada (MLC) constitui-se pela junccedilatildeo de duas teacutecnicas a
laminaccedilatildeo e a colagem As peccedilas de madeira satildeo divididas em lacircminas (taacutebuas) e
posteriormente satildeo unidas por colas de alta resistecircncia Sendo dispostas de maneira
que as fibras fiquem sempre paralelas Esta teacutecnica otimizou o uso da madeira devido
agrave possibilidade de uniatildeo de numerosas pequenas peccedilas de madeira para manufaturar
grandes membros de MLC possibilitando seu uso em grandes estruturas (Neto
2010)
Ainda de acordo com Neto (2010) a utilizaccedilatildeo da MLC em elementos estruturais
da construccedilatildeo civil soacute foi possiacutevel apoacutes o surgimento de colas de alta resistecircncia
ocorrido por volta de 1906 com a invenccedilatildeo da cola caseiacutena Desde entatildeo esta teacutecnica
tem evoluiacutedo de acordo com o aumento da eficiecircncia das colas atingindo seu maior
progresso na deacutecada de 40 com o surgimento das colas sinteacuteticas
Comparada com a madeira serrada a MLC apresenta diversas vantagens
estruturais e executivas Moody e Hernandez (1997) atribuem agrave MLC a versatilidade
na obtenccedilatildeo de formas a baixa relaccedilatildeo pesoresistecircncia a resistecircncia ao fogo e a
agentes corrosivos Aleacutem disso estudos de Tienne et al (2011) demonstram que a
MLC viabiliza o emprego de madeiras de reflorestamento normalmente com menor
resistecircncia que apoacutes manufaturadas apresentam resistecircncia suficiente para serem
usadas como elementos estruturais
24 Formas curvas em estruturas de madeira
O uso da madeira na construccedilatildeo civil normalmente eacute relacionado agrave edificaccedilotildees
com formas retas e moduladas pela sua facilidade executiva No entanto satildeo
numerosas as teacutecnicas de obtenccedilatildeo de formas curvas que permitem concebecirc-las
utilizando a madeira como material principal
7
Na construccedilatildeo de estruturas curvas em madeira destacam-se as estruturas
lamelares Esta eacute composta por um conjunto de barras estreitas e compridas
denominadas lamelas para criaccedilatildeo de uma malha losangular tridimensional onde as
barras interceptam-se formando um conjunto de ldquoxrdquo (Ferreira Calil 2002)
Dentre as diversos tipos de estruturas lamelares o sistema gridshell eacute aquele que
apresenta a maior viabilidade na construccedilatildeo de formas complexas ou com dupla
curvatura O gridshell eacute constituiacutedo por uma malha plana de lamelas (Figura 1) que se
interceptam formando losangos e posteriormente eacute deformada por iccedilamento ou
flexatildeo ateacute que a forma desejada seja atingida Apoacutes a forma desejada ser obtida os
noacutes satildeo apertados enrijecendo a malha (TOUSSAINT 2012)
A figura 2 mostra como diferentes tipos de iccedilamento resultam em formas distintas
tendo a mesma malha plana como base
Fonte CHASSAGNOUX 2011
Figura 2 ndash Cupula e paraboloide hiperboacutelico formados agrave partir da mesma malha plana de barras
Fonte CHASSAGNOUX 2011
Figura 1 ndash Deformaccedilatildeo de malha plana de barras formando uma estrutura esfeacuterica pelo iccedilamento do centro
8
Este meacutetodo de construccedilatildeo cria um sistema estrutural bastante complexo de ripas
curvadas trabalhando em conjunto para resistir agrave cargas de modo que todas as cargas
sejam transferidas para as bordas externas transmitindo as forccedilas por compressatildeo
no mesmo sentido das fibras das lamelas otimizando seu desempenho estrutural
Figura 3 ndash Gridshell da cobertura do Savill Building Englefield Green UK
Fonte ARCHITECTS JOURNEY (2009)
9
3 ESTUDOS DE CASO
Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a
equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro
equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente
a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores
do projeto
Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um
exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar
os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias
Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo
Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013
Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -
Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema
construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos
elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo
31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS
Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil
Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O
programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo
terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo
almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos
Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS
10
LEGENDA SETORES
MANEJO CAVALOS
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
SERVICcedilO
ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA
Fonte IFRS (2015)
Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
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11
Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento
dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as
aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro
interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso
aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo
obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores
administrativo e de serviccedilo
Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena
de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares
e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes
Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram
utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)
A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a
circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato
da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno
ateacute seu lombo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria
12
32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)
O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos
arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa
Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia
Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura
Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em
vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)
Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Fernando Guerra (2015)
Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como
referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave
equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e
celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com
paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente
A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo
aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os
picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido
agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e
na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves
intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem
dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para
praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para
armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter
administrativo
13
Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
321 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos
em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor
administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde
encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo
localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas
eou olfativas
Picadeiro Interno
Picadeiro Interno
Baias
Administrativo
Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno
14
Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo
preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos
interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em
fita
Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
Fonte Carlos Castanheira (2014)
PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO
Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno
15
322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS
Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2
Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620
Picadeiro Interno 3330x1960 65268
Manejo Baias (x16) 365x430 1570
Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960
Almoxarifado (x2) 320x300 960
Administrativo Cozinha 420x720 3024
Escritoacuterio (x2) 420x360 1512
Sala Reuniotildees 900x360 3240
Lounge 1100x420 4620
Sala de jogos 420x360 1512
Sanitaacuterios 420x360 1512
Aacuterea Total 158710 msup2
Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre
Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria
323 FORMA
A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida
por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por
compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro
central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes
O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A
repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as
fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado
do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada
anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal
16
Figura 16 - Fachada Lateral
Fonte CASTANHEIRA (2014)
Figura 17 - Cortes transversais
Fonte ARCHDAILY (2015)
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos
estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos
estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada
324 TECNOLOGIA
A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com
perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas
metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do
edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais
conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado
17
Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA
A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da
Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio
americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no
ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2
Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program
Fonte Black Burn Architects
Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto
apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro
externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento
psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo
almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala
para os tratadores
18
Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)
331 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com
funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O
bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido
pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal
interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do
centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova
aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo
O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma
arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir
RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO
LEGENDA SETORES
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA
ESTAacuteBULOS
SERVICcedilO
MANEJO DOS CAVALOS
19
Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Black Burn Architects (2014)
332 FORMA
A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com
cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e
ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos
bungalows estadunidenses
Figura 22 - Fachadas
Fonte Black Burn Architects
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas
e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal
20
333 HABITABILIDADE
Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram
utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do
edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas
mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e
trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior
Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo
o acesso principal
34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO
Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro
Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do
Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de
necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos
fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a
desintegraccedilatildeo dos espaccedilos
Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na
disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees
aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale
ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim
como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos
em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes
na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas
Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se
conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de
acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um
pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente
de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os
espaccedilos com a mesma facilidade
Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um
interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em
ambientes internos e nas fachadas
21
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
41 Contextualizaccedilatildeo regional
O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente
na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a
uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado
entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre
(Sertatildeo 2015)
Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual
Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)
22
A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por
um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela
agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918
Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo
Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o
Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se
tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo
Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225
habitantes
411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo
O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio
Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de
Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo
Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada
passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de
1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a
certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de
1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido
era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A
denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico
em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)
Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea
de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso
existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e
Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de
praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para
o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)
Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de
poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria
(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte
em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto
23
integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior
satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em
Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas
poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-
Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)
Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo
integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para
atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas
42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo
O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas
dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo
basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios
administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios
ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos
das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)
Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
24
Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees
teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos
coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees
teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na
possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo
Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos
Fonte Acervo proacuteprio
Figura 26 - Mapa Nolly do entorno
25
Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria
43 Hierarquia Viaacuteria
A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-
135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao
municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo
caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente
vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo
direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio
TERRENO PROJETO
1 2 3
4 54
64
1 2 3 44
54
64
Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno
26
Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
N
SERTAtildeO 8 Km
RS 135 2 Km
Acesso Principal Do IFRS
Cruzamento Conflitante
Acesso Secundaacuterio do IFRS
COXILHA 10 Km
Estrada do Asfalto
Estrada Teacuterrea p Coxilha
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
to T
eacuterr
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53
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
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ece
pccedilatilde
o
2
A procura por esta terapia vem crescendo consideravelmente ao longo dos anos
Um exemplo proacuteximo se mostra o Centro de Equoterapia do IFRS que jaacute natildeo comporta
todas as crianccedilas das APAEs (Associaccedilatildeo de Pais e Amigos dos Excepcionais) das
cidades proacuteximas
Outra terapia alternativa que vem ganhando destaque nos uacuteltimos anos eacute a
hortoterapia O efeito positivo do trabalho em jardins e hortas foi documentado pela
primeira vez no seacuteculo XIX pelo Dr Benjamin Rush psiquiatra americano Atualmente
essa terapia eacute comumente encontrada em escolas para crianccedilas consideradas
especiais nos EUA Esta teacutecnica consiste nas atividades de cultivo e manejo de uma
horta ou jardim Suas caracteriacutesticas foram inicialmente desenvolvidas em 1993 pela
American Horticultural Therapy Association (AHTA 2015)
A hortoterapia aplicada como terapia ocupacional tambeacutem apresenta bons
resultados no tratamento de pessoas especiais A dedicaccedilatildeo agraves atividades numa horta
para o cultivo de hortaliccedilas com uso alimentar permite que a pessoa tenha um contato
direto com a terra e com as plantas onde podem auxiliar nos tratos culturais sentindo-
se uacuteteis agrave eles mesmos e agraves pessoas de seu conviacutevio (ARNAUD et al 2012)
A incorporaccedilatildeo de terapias alternativas em centros de tratamentoeducaccedilatildeo
especiais no Brasil ainda se mostra muito restrita sendo de grande valia estudos e
projetos desenvolvidos nesta aacuterea Nesse contexto o presente TCC concentra-se
num projeto de um Centro de Terapias Alternativas na cidade de Sertatildeo-RS
Atualmente a cidade de Sertatildeo distante 36 Km de Passo Fundo e 316 Km de
Porto Alegre localizada no norte do Estado do RS conta com um Centro de
Equoterapia instalado nas dependecircncias do Instituto Federal do Rio Grande do Sul
Campus Sertatildeo Este eacute responsaacutevel pelo atendimento aos alunos das APAEs dos
municiacutepios de Sertatildeo Coxilha Getuacutelio Vargas Ipiranga do Sul Estaccedilatildeo Floriano
Peixoto Aacutegua Santa e Vila Lacircngaro realizando cerca de 100 atendimentos por
semana atualmente atingindo sua lotaccedilatildeo maacutexima
Construiacutedo no ano de 2012 o centro acima mencionado natildeo apresenta todos os
ambientes necessaacuterios para a realizaccedilatildeo das atividades aleacutem de ter sido
subdimensionado dificultando a acessibilidade dos alunos e o bom andamento dos
atendimentos Em relaccedilatildeo ao terreno o centro foi implantado em terreno com
topografia natildeo favoraacutevel
3
Diante dos problemas na instalaccedilatildeo atual e agrave crescente demanda de atendimentos
pelas APAEs jaacute citadas e outras instituiccedilotildees percebe-se uma necessidade latente de
construccedilatildeo de um novo centro com infraestrutura adequada e capaz de alargar os
atendimentos e serviccedilos prestados
OBJETIVOS
121 Objetivo Geral
Diante desse contexto o presente TCC objetiva projetar um Centro de Terapias
Alternativas nas dependecircncias do IFRS-Sertatildeo oferecendo as praacuteticas terapecircuticas
de equoterapia e hortoterapia para atendimento da demanda atual e ampliaccedilatildeo da
oferta de acompanhamento aos alunos das APAEs da regiatildeo do Alto Uruguai
122 Objetivos Especiacuteficos
Projetar uma edificaccedilatildeo utilizando-se da madeira como material construtivo
principal aproveitando sua capacidade de armazenamento de carbono e
assim demonstrar a capacidade da arquitetura colaborar para a diminuiccedilatildeo
da emissatildeo de carbono e consequente aquecimento global
Apresentar soluccedilotildees formais coerentes com a utilizaccedilatildeo da madeira
otimizando seu desempenho estrutural
Apresentar a relaccedilatildeo entre o uso da madeira em edificaccedilotildees destinadas agrave
sauacutedeeducaccedilatildeo e o bem-estar dos usuaacuterios
4
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
21 MADEIRA NO BEM-ESTAR
A afinidade do ser humano com a natureza pode ser percebida intuitivamente
quando se entra em contato com ela Estudos indicam que a sensaccedilatildeo de relaxamento
na presenccedila da natureza deve-se agrave reduccedilatildeo das atividades no sistema nervoso
simpaacutetico (SNS) sendo beneacutefico psicoloacutegica e fisiologicamente para quem se
encontra em contato com a mesma
Considerando os efeitos fisioloacutegicos beneacuteficos do ambiente natural nas pessoas
percebe-se a necessidade de adaptaacute-los ao ambiente construiacutedo (NW 2012) Para
isso busca-se explorar em ambientes internos os efeitos do design biofiacutelico definido
por Kellert (2005) e Joye (2007) como a ecircnfase na necessidade de transferir os
benefiacutecios da presenccedila da natureza para o ambiente construiacutedo Nesse caso busca-
se essencialmente a otimizaccedilatildeo da iluminaccedilatildeo natural vistas para a natureza e a
utilizaccedilatildeo de madeira ou outros materiais naturais
No caso da madeira o aspecto visualmente caloroso contribui para que os
ocupantesusuaacuterios tenham uma experiecircncia positiva no ambiente construiacutedo Aleacutem
disso em edificaccedilotildees voltadas ao atendimento de pessoas portadoras de deficiecircncia
pode ser priorizada a percepccedilatildeo taacutetil da madeira por deficientes visuais gerando
imagens mentais (PEIXE sd)
Estudos conduzidos por Tsunetsugu Miyazaki e Sato (2007) demonstram que a
porcentagem de madeira usada nas paredes de um espaccedilo interior resultam em
diferentes respostas fisioloacutegicas Nos testes realizados uma sala com 45 da
cobertura em madeira resultou num aumento na taxa de pulso (velocidade dos
batimentos cardiacuteacos) e diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial dos participantes Enquanto
no caso de uma sala com 90 da superfiacutecie interna coberta por madeira resultou na
diminuiccedilatildeo da atividade cerebral o que pode ser revigorante e desejaacutevel em spas e
consultoacuterios mas pode diminuir a produtividade e criatividade em locais onde alta
atividade cognitiva eacute demandada como salas de aula e ateliecircs Diante dos dados
acima apresentados no projeto que eacute desenvolvido nesse TCC seratildeo atribuiacutedas
diferentes proporccedilotildees de madeira no revestimento dos ambientes internos segundo
seu uso Cita-se como exemplo o caso da enfermaria e do consultoacuterio de fisioterapia
5
e psicologia poderatildeo contar com uma cobertura de ateacute 90 com o material
mencionado enquanto nos ateliecircs essa porcentagem natildeo deveraacute exceder os 50
Aleacutem dos benefiacutecios fiacutesicos para a sauacutede humana as propriedades higroscoacutepicas
da madeira permitem que ela libere ou absorva aacutegua em funccedilatildeo da umidade relativa
e temperatura do ambiente melhorando o conforto teacutermico do espaccedilo (DANIEL
2014)
22 MADEIRA COMO MATERIAL CONSTRUTIVO
As aacutervores e florestas em geral desempenham um importante papel na regulagem
do clima e na reduccedilatildeo do aquecimento global devido agrave sua capacidade de armazenar
carbono O dioacutexido de carbono da atmosfera eacute absorvido pelas aacutervores e durante seu
crescimento vatildeo armazenando carbono em seu lenho folhas e raiacutezes aleacutem de liberar
oxigecircnio para a atmosfera Mas quando essas plantas morrem na natureza e
apodrecem esse ciclo de armazenamento de carbono eacute interrompido pois o mesmo
volta a ser liberado na atmosfera (Green 2012)
No entanto se a madeira dessas plantas for utilizada como material construtivo
para edificaccedilotildees ou manufaturas o carbono continua estocado nos subprodutos ao
longo de toda sua vida uacutetil No caso de reflorestamento naturalmente ou via cultivo
da aacuterea onde a madeira foi extraiacuteda o ciclo de armazenamento de carbono recomeccedila
e novas aacutervores contribuiratildeo para a absorccedilatildeo do elemento citado contribuindo para a
reduccedilatildeo do efeito estufa (NW 2012)
Em comparaccedilatildeo com outros materiais construtivos usuais a madeira apresenta-se
como o mais eficiente em relaccedilatildeo agrave diminuiccedilatildeo de gases causadores do efeito estufa
Nas duas uacuteltimas deacutecadas percebeu-se o impacto que a construccedilatildeo civil causou nas
mudanccedilas climaacuteticas O uso intensivo de concreto e accedilo materiais com alto gasto
energeacutetico em sua produccedilatildeo satildeo um dos principais fatores desse problema Estudos
apontam que a produccedilatildeo de concreto representa cerca de 5 das emissotildees de CO2
agrave niacutevel mundial (Green 2012) No caso da madeira ao inveacutes de emitir CO2 cada msup3
pode armazenar cerca de 08 toneladas de carbono Ao usarmos como exemplo uma
suposta casa que utilize 20 msup3 de madeira em sua construccedilatildeo armazena-se cerca de
16 toneladas de carbono o equivalente agrave emissatildeo produzida em 90000 Km de
viagens de carro (Daniel 2014)
6
Diante dos fatos apresentados percebe-se que a substituiccedilatildeo de materiais
construtivos usuais como o accedilo e concreto pela madeira respeitando as limitaccedilotildees de
uso desta mostra-se como uma alternativa para minimizar os impactos da construccedilatildeo
civil nas mudanccedilas climaacuteticas
23 TECNOLOGIA NA CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL EM MADEIRA A MADEIRA LAMINADA COLADA
A madeira laminada colada (MLC) constitui-se pela junccedilatildeo de duas teacutecnicas a
laminaccedilatildeo e a colagem As peccedilas de madeira satildeo divididas em lacircminas (taacutebuas) e
posteriormente satildeo unidas por colas de alta resistecircncia Sendo dispostas de maneira
que as fibras fiquem sempre paralelas Esta teacutecnica otimizou o uso da madeira devido
agrave possibilidade de uniatildeo de numerosas pequenas peccedilas de madeira para manufaturar
grandes membros de MLC possibilitando seu uso em grandes estruturas (Neto
2010)
Ainda de acordo com Neto (2010) a utilizaccedilatildeo da MLC em elementos estruturais
da construccedilatildeo civil soacute foi possiacutevel apoacutes o surgimento de colas de alta resistecircncia
ocorrido por volta de 1906 com a invenccedilatildeo da cola caseiacutena Desde entatildeo esta teacutecnica
tem evoluiacutedo de acordo com o aumento da eficiecircncia das colas atingindo seu maior
progresso na deacutecada de 40 com o surgimento das colas sinteacuteticas
Comparada com a madeira serrada a MLC apresenta diversas vantagens
estruturais e executivas Moody e Hernandez (1997) atribuem agrave MLC a versatilidade
na obtenccedilatildeo de formas a baixa relaccedilatildeo pesoresistecircncia a resistecircncia ao fogo e a
agentes corrosivos Aleacutem disso estudos de Tienne et al (2011) demonstram que a
MLC viabiliza o emprego de madeiras de reflorestamento normalmente com menor
resistecircncia que apoacutes manufaturadas apresentam resistecircncia suficiente para serem
usadas como elementos estruturais
24 Formas curvas em estruturas de madeira
O uso da madeira na construccedilatildeo civil normalmente eacute relacionado agrave edificaccedilotildees
com formas retas e moduladas pela sua facilidade executiva No entanto satildeo
numerosas as teacutecnicas de obtenccedilatildeo de formas curvas que permitem concebecirc-las
utilizando a madeira como material principal
7
Na construccedilatildeo de estruturas curvas em madeira destacam-se as estruturas
lamelares Esta eacute composta por um conjunto de barras estreitas e compridas
denominadas lamelas para criaccedilatildeo de uma malha losangular tridimensional onde as
barras interceptam-se formando um conjunto de ldquoxrdquo (Ferreira Calil 2002)
Dentre as diversos tipos de estruturas lamelares o sistema gridshell eacute aquele que
apresenta a maior viabilidade na construccedilatildeo de formas complexas ou com dupla
curvatura O gridshell eacute constituiacutedo por uma malha plana de lamelas (Figura 1) que se
interceptam formando losangos e posteriormente eacute deformada por iccedilamento ou
flexatildeo ateacute que a forma desejada seja atingida Apoacutes a forma desejada ser obtida os
noacutes satildeo apertados enrijecendo a malha (TOUSSAINT 2012)
A figura 2 mostra como diferentes tipos de iccedilamento resultam em formas distintas
tendo a mesma malha plana como base
Fonte CHASSAGNOUX 2011
Figura 2 ndash Cupula e paraboloide hiperboacutelico formados agrave partir da mesma malha plana de barras
Fonte CHASSAGNOUX 2011
Figura 1 ndash Deformaccedilatildeo de malha plana de barras formando uma estrutura esfeacuterica pelo iccedilamento do centro
8
Este meacutetodo de construccedilatildeo cria um sistema estrutural bastante complexo de ripas
curvadas trabalhando em conjunto para resistir agrave cargas de modo que todas as cargas
sejam transferidas para as bordas externas transmitindo as forccedilas por compressatildeo
no mesmo sentido das fibras das lamelas otimizando seu desempenho estrutural
Figura 3 ndash Gridshell da cobertura do Savill Building Englefield Green UK
Fonte ARCHITECTS JOURNEY (2009)
9
3 ESTUDOS DE CASO
Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a
equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro
equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente
a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores
do projeto
Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um
exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar
os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias
Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo
Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013
Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -
Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema
construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos
elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo
31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS
Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil
Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O
programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo
terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo
almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos
Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS
10
LEGENDA SETORES
MANEJO CAVALOS
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
SERVICcedilO
ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA
Fonte IFRS (2015)
Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
AC
ES
SO
B
AIA
S
11
Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento
dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as
aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro
interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso
aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo
obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores
administrativo e de serviccedilo
Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena
de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares
e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes
Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram
utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)
A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a
circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato
da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno
ateacute seu lombo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria
12
32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)
O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos
arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa
Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia
Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura
Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em
vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)
Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Fernando Guerra (2015)
Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como
referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave
equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e
celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com
paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente
A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo
aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os
picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido
agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e
na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves
intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem
dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para
praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para
armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter
administrativo
13
Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
321 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos
em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor
administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde
encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo
localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas
eou olfativas
Picadeiro Interno
Picadeiro Interno
Baias
Administrativo
Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno
14
Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo
preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos
interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em
fita
Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
Fonte Carlos Castanheira (2014)
PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO
Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno
15
322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS
Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2
Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620
Picadeiro Interno 3330x1960 65268
Manejo Baias (x16) 365x430 1570
Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960
Almoxarifado (x2) 320x300 960
Administrativo Cozinha 420x720 3024
Escritoacuterio (x2) 420x360 1512
Sala Reuniotildees 900x360 3240
Lounge 1100x420 4620
Sala de jogos 420x360 1512
Sanitaacuterios 420x360 1512
Aacuterea Total 158710 msup2
Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre
Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria
323 FORMA
A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida
por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por
compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro
central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes
O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A
repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as
fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado
do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada
anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal
16
Figura 16 - Fachada Lateral
Fonte CASTANHEIRA (2014)
Figura 17 - Cortes transversais
Fonte ARCHDAILY (2015)
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos
estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos
estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada
324 TECNOLOGIA
A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com
perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas
metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do
edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais
conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado
17
Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA
A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da
Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio
americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no
ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2
Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program
Fonte Black Burn Architects
Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto
apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro
externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento
psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo
almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala
para os tratadores
18
Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)
331 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com
funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O
bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido
pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal
interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do
centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova
aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo
O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma
arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir
RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO
LEGENDA SETORES
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA
ESTAacuteBULOS
SERVICcedilO
MANEJO DOS CAVALOS
19
Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Black Burn Architects (2014)
332 FORMA
A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com
cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e
ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos
bungalows estadunidenses
Figura 22 - Fachadas
Fonte Black Burn Architects
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas
e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal
20
333 HABITABILIDADE
Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram
utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do
edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas
mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e
trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior
Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo
o acesso principal
34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO
Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro
Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do
Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de
necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos
fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a
desintegraccedilatildeo dos espaccedilos
Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na
disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees
aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale
ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim
como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos
em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes
na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas
Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se
conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de
acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um
pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente
de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os
espaccedilos com a mesma facilidade
Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um
interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em
ambientes internos e nas fachadas
21
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
41 Contextualizaccedilatildeo regional
O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente
na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a
uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado
entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre
(Sertatildeo 2015)
Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual
Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)
22
A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por
um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela
agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918
Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo
Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o
Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se
tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo
Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225
habitantes
411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo
O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio
Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de
Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo
Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada
passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de
1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a
certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de
1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido
era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A
denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico
em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)
Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea
de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso
existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e
Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de
praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para
o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)
Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de
poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria
(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte
em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto
23
integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior
satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em
Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas
poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-
Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)
Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo
integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para
atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas
42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo
O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas
dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo
basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios
administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios
ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos
das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)
Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
24
Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees
teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos
coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees
teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na
possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo
Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos
Fonte Acervo proacuteprio
Figura 26 - Mapa Nolly do entorno
25
Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria
43 Hierarquia Viaacuteria
A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-
135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao
municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo
caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente
vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo
direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio
TERRENO PROJETO
1 2 3
4 54
64
1 2 3 44
54
64
Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno
26
Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
N
SERTAtildeO 8 Km
RS 135 2 Km
Acesso Principal Do IFRS
Cruzamento Conflitante
Acesso Secundaacuterio do IFRS
COXILHA 10 Km
Estrada do Asfalto
Estrada Teacuterrea p Coxilha
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
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to T
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eo
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53
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
llR
ece
pccedilatilde
o
3
Diante dos problemas na instalaccedilatildeo atual e agrave crescente demanda de atendimentos
pelas APAEs jaacute citadas e outras instituiccedilotildees percebe-se uma necessidade latente de
construccedilatildeo de um novo centro com infraestrutura adequada e capaz de alargar os
atendimentos e serviccedilos prestados
OBJETIVOS
121 Objetivo Geral
Diante desse contexto o presente TCC objetiva projetar um Centro de Terapias
Alternativas nas dependecircncias do IFRS-Sertatildeo oferecendo as praacuteticas terapecircuticas
de equoterapia e hortoterapia para atendimento da demanda atual e ampliaccedilatildeo da
oferta de acompanhamento aos alunos das APAEs da regiatildeo do Alto Uruguai
122 Objetivos Especiacuteficos
Projetar uma edificaccedilatildeo utilizando-se da madeira como material construtivo
principal aproveitando sua capacidade de armazenamento de carbono e
assim demonstrar a capacidade da arquitetura colaborar para a diminuiccedilatildeo
da emissatildeo de carbono e consequente aquecimento global
Apresentar soluccedilotildees formais coerentes com a utilizaccedilatildeo da madeira
otimizando seu desempenho estrutural
Apresentar a relaccedilatildeo entre o uso da madeira em edificaccedilotildees destinadas agrave
sauacutedeeducaccedilatildeo e o bem-estar dos usuaacuterios
4
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
21 MADEIRA NO BEM-ESTAR
A afinidade do ser humano com a natureza pode ser percebida intuitivamente
quando se entra em contato com ela Estudos indicam que a sensaccedilatildeo de relaxamento
na presenccedila da natureza deve-se agrave reduccedilatildeo das atividades no sistema nervoso
simpaacutetico (SNS) sendo beneacutefico psicoloacutegica e fisiologicamente para quem se
encontra em contato com a mesma
Considerando os efeitos fisioloacutegicos beneacuteficos do ambiente natural nas pessoas
percebe-se a necessidade de adaptaacute-los ao ambiente construiacutedo (NW 2012) Para
isso busca-se explorar em ambientes internos os efeitos do design biofiacutelico definido
por Kellert (2005) e Joye (2007) como a ecircnfase na necessidade de transferir os
benefiacutecios da presenccedila da natureza para o ambiente construiacutedo Nesse caso busca-
se essencialmente a otimizaccedilatildeo da iluminaccedilatildeo natural vistas para a natureza e a
utilizaccedilatildeo de madeira ou outros materiais naturais
No caso da madeira o aspecto visualmente caloroso contribui para que os
ocupantesusuaacuterios tenham uma experiecircncia positiva no ambiente construiacutedo Aleacutem
disso em edificaccedilotildees voltadas ao atendimento de pessoas portadoras de deficiecircncia
pode ser priorizada a percepccedilatildeo taacutetil da madeira por deficientes visuais gerando
imagens mentais (PEIXE sd)
Estudos conduzidos por Tsunetsugu Miyazaki e Sato (2007) demonstram que a
porcentagem de madeira usada nas paredes de um espaccedilo interior resultam em
diferentes respostas fisioloacutegicas Nos testes realizados uma sala com 45 da
cobertura em madeira resultou num aumento na taxa de pulso (velocidade dos
batimentos cardiacuteacos) e diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial dos participantes Enquanto
no caso de uma sala com 90 da superfiacutecie interna coberta por madeira resultou na
diminuiccedilatildeo da atividade cerebral o que pode ser revigorante e desejaacutevel em spas e
consultoacuterios mas pode diminuir a produtividade e criatividade em locais onde alta
atividade cognitiva eacute demandada como salas de aula e ateliecircs Diante dos dados
acima apresentados no projeto que eacute desenvolvido nesse TCC seratildeo atribuiacutedas
diferentes proporccedilotildees de madeira no revestimento dos ambientes internos segundo
seu uso Cita-se como exemplo o caso da enfermaria e do consultoacuterio de fisioterapia
5
e psicologia poderatildeo contar com uma cobertura de ateacute 90 com o material
mencionado enquanto nos ateliecircs essa porcentagem natildeo deveraacute exceder os 50
Aleacutem dos benefiacutecios fiacutesicos para a sauacutede humana as propriedades higroscoacutepicas
da madeira permitem que ela libere ou absorva aacutegua em funccedilatildeo da umidade relativa
e temperatura do ambiente melhorando o conforto teacutermico do espaccedilo (DANIEL
2014)
22 MADEIRA COMO MATERIAL CONSTRUTIVO
As aacutervores e florestas em geral desempenham um importante papel na regulagem
do clima e na reduccedilatildeo do aquecimento global devido agrave sua capacidade de armazenar
carbono O dioacutexido de carbono da atmosfera eacute absorvido pelas aacutervores e durante seu
crescimento vatildeo armazenando carbono em seu lenho folhas e raiacutezes aleacutem de liberar
oxigecircnio para a atmosfera Mas quando essas plantas morrem na natureza e
apodrecem esse ciclo de armazenamento de carbono eacute interrompido pois o mesmo
volta a ser liberado na atmosfera (Green 2012)
No entanto se a madeira dessas plantas for utilizada como material construtivo
para edificaccedilotildees ou manufaturas o carbono continua estocado nos subprodutos ao
longo de toda sua vida uacutetil No caso de reflorestamento naturalmente ou via cultivo
da aacuterea onde a madeira foi extraiacuteda o ciclo de armazenamento de carbono recomeccedila
e novas aacutervores contribuiratildeo para a absorccedilatildeo do elemento citado contribuindo para a
reduccedilatildeo do efeito estufa (NW 2012)
Em comparaccedilatildeo com outros materiais construtivos usuais a madeira apresenta-se
como o mais eficiente em relaccedilatildeo agrave diminuiccedilatildeo de gases causadores do efeito estufa
Nas duas uacuteltimas deacutecadas percebeu-se o impacto que a construccedilatildeo civil causou nas
mudanccedilas climaacuteticas O uso intensivo de concreto e accedilo materiais com alto gasto
energeacutetico em sua produccedilatildeo satildeo um dos principais fatores desse problema Estudos
apontam que a produccedilatildeo de concreto representa cerca de 5 das emissotildees de CO2
agrave niacutevel mundial (Green 2012) No caso da madeira ao inveacutes de emitir CO2 cada msup3
pode armazenar cerca de 08 toneladas de carbono Ao usarmos como exemplo uma
suposta casa que utilize 20 msup3 de madeira em sua construccedilatildeo armazena-se cerca de
16 toneladas de carbono o equivalente agrave emissatildeo produzida em 90000 Km de
viagens de carro (Daniel 2014)
6
Diante dos fatos apresentados percebe-se que a substituiccedilatildeo de materiais
construtivos usuais como o accedilo e concreto pela madeira respeitando as limitaccedilotildees de
uso desta mostra-se como uma alternativa para minimizar os impactos da construccedilatildeo
civil nas mudanccedilas climaacuteticas
23 TECNOLOGIA NA CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL EM MADEIRA A MADEIRA LAMINADA COLADA
A madeira laminada colada (MLC) constitui-se pela junccedilatildeo de duas teacutecnicas a
laminaccedilatildeo e a colagem As peccedilas de madeira satildeo divididas em lacircminas (taacutebuas) e
posteriormente satildeo unidas por colas de alta resistecircncia Sendo dispostas de maneira
que as fibras fiquem sempre paralelas Esta teacutecnica otimizou o uso da madeira devido
agrave possibilidade de uniatildeo de numerosas pequenas peccedilas de madeira para manufaturar
grandes membros de MLC possibilitando seu uso em grandes estruturas (Neto
2010)
Ainda de acordo com Neto (2010) a utilizaccedilatildeo da MLC em elementos estruturais
da construccedilatildeo civil soacute foi possiacutevel apoacutes o surgimento de colas de alta resistecircncia
ocorrido por volta de 1906 com a invenccedilatildeo da cola caseiacutena Desde entatildeo esta teacutecnica
tem evoluiacutedo de acordo com o aumento da eficiecircncia das colas atingindo seu maior
progresso na deacutecada de 40 com o surgimento das colas sinteacuteticas
Comparada com a madeira serrada a MLC apresenta diversas vantagens
estruturais e executivas Moody e Hernandez (1997) atribuem agrave MLC a versatilidade
na obtenccedilatildeo de formas a baixa relaccedilatildeo pesoresistecircncia a resistecircncia ao fogo e a
agentes corrosivos Aleacutem disso estudos de Tienne et al (2011) demonstram que a
MLC viabiliza o emprego de madeiras de reflorestamento normalmente com menor
resistecircncia que apoacutes manufaturadas apresentam resistecircncia suficiente para serem
usadas como elementos estruturais
24 Formas curvas em estruturas de madeira
O uso da madeira na construccedilatildeo civil normalmente eacute relacionado agrave edificaccedilotildees
com formas retas e moduladas pela sua facilidade executiva No entanto satildeo
numerosas as teacutecnicas de obtenccedilatildeo de formas curvas que permitem concebecirc-las
utilizando a madeira como material principal
7
Na construccedilatildeo de estruturas curvas em madeira destacam-se as estruturas
lamelares Esta eacute composta por um conjunto de barras estreitas e compridas
denominadas lamelas para criaccedilatildeo de uma malha losangular tridimensional onde as
barras interceptam-se formando um conjunto de ldquoxrdquo (Ferreira Calil 2002)
Dentre as diversos tipos de estruturas lamelares o sistema gridshell eacute aquele que
apresenta a maior viabilidade na construccedilatildeo de formas complexas ou com dupla
curvatura O gridshell eacute constituiacutedo por uma malha plana de lamelas (Figura 1) que se
interceptam formando losangos e posteriormente eacute deformada por iccedilamento ou
flexatildeo ateacute que a forma desejada seja atingida Apoacutes a forma desejada ser obtida os
noacutes satildeo apertados enrijecendo a malha (TOUSSAINT 2012)
A figura 2 mostra como diferentes tipos de iccedilamento resultam em formas distintas
tendo a mesma malha plana como base
Fonte CHASSAGNOUX 2011
Figura 2 ndash Cupula e paraboloide hiperboacutelico formados agrave partir da mesma malha plana de barras
Fonte CHASSAGNOUX 2011
Figura 1 ndash Deformaccedilatildeo de malha plana de barras formando uma estrutura esfeacuterica pelo iccedilamento do centro
8
Este meacutetodo de construccedilatildeo cria um sistema estrutural bastante complexo de ripas
curvadas trabalhando em conjunto para resistir agrave cargas de modo que todas as cargas
sejam transferidas para as bordas externas transmitindo as forccedilas por compressatildeo
no mesmo sentido das fibras das lamelas otimizando seu desempenho estrutural
Figura 3 ndash Gridshell da cobertura do Savill Building Englefield Green UK
Fonte ARCHITECTS JOURNEY (2009)
9
3 ESTUDOS DE CASO
Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a
equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro
equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente
a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores
do projeto
Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um
exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar
os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias
Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo
Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013
Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -
Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema
construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos
elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo
31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS
Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil
Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O
programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo
terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo
almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos
Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS
10
LEGENDA SETORES
MANEJO CAVALOS
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
SERVICcedilO
ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA
Fonte IFRS (2015)
Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
AC
ES
SO
B
AIA
S
11
Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento
dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as
aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro
interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso
aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo
obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores
administrativo e de serviccedilo
Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena
de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares
e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes
Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram
utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)
A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a
circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato
da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno
ateacute seu lombo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria
12
32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)
O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos
arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa
Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia
Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura
Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em
vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)
Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Fernando Guerra (2015)
Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como
referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave
equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e
celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com
paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente
A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo
aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os
picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido
agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e
na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves
intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem
dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para
praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para
armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter
administrativo
13
Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
321 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos
em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor
administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde
encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo
localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas
eou olfativas
Picadeiro Interno
Picadeiro Interno
Baias
Administrativo
Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno
14
Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo
preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos
interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em
fita
Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
Fonte Carlos Castanheira (2014)
PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO
Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno
15
322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS
Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2
Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620
Picadeiro Interno 3330x1960 65268
Manejo Baias (x16) 365x430 1570
Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960
Almoxarifado (x2) 320x300 960
Administrativo Cozinha 420x720 3024
Escritoacuterio (x2) 420x360 1512
Sala Reuniotildees 900x360 3240
Lounge 1100x420 4620
Sala de jogos 420x360 1512
Sanitaacuterios 420x360 1512
Aacuterea Total 158710 msup2
Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre
Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria
323 FORMA
A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida
por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por
compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro
central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes
O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A
repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as
fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado
do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada
anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal
16
Figura 16 - Fachada Lateral
Fonte CASTANHEIRA (2014)
Figura 17 - Cortes transversais
Fonte ARCHDAILY (2015)
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos
estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos
estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada
324 TECNOLOGIA
A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com
perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas
metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do
edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais
conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado
17
Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA
A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da
Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio
americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no
ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2
Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program
Fonte Black Burn Architects
Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto
apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro
externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento
psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo
almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala
para os tratadores
18
Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)
331 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com
funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O
bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido
pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal
interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do
centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova
aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo
O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma
arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir
RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO
LEGENDA SETORES
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA
ESTAacuteBULOS
SERVICcedilO
MANEJO DOS CAVALOS
19
Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Black Burn Architects (2014)
332 FORMA
A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com
cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e
ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos
bungalows estadunidenses
Figura 22 - Fachadas
Fonte Black Burn Architects
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas
e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal
20
333 HABITABILIDADE
Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram
utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do
edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas
mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e
trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior
Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo
o acesso principal
34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO
Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro
Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do
Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de
necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos
fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a
desintegraccedilatildeo dos espaccedilos
Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na
disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees
aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale
ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim
como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos
em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes
na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas
Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se
conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de
acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um
pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente
de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os
espaccedilos com a mesma facilidade
Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um
interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em
ambientes internos e nas fachadas
21
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
41 Contextualizaccedilatildeo regional
O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente
na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a
uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado
entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre
(Sertatildeo 2015)
Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual
Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)
22
A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por
um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela
agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918
Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo
Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o
Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se
tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo
Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225
habitantes
411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo
O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio
Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de
Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo
Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada
passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de
1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a
certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de
1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido
era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A
denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico
em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)
Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea
de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso
existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e
Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de
praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para
o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)
Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de
poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria
(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte
em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto
23
integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior
satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em
Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas
poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-
Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)
Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo
integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para
atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas
42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo
O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas
dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo
basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios
administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios
ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos
das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)
Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
24
Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees
teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos
coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees
teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na
possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo
Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos
Fonte Acervo proacuteprio
Figura 26 - Mapa Nolly do entorno
25
Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria
43 Hierarquia Viaacuteria
A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-
135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao
municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo
caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente
vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo
direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio
TERRENO PROJETO
1 2 3
4 54
64
1 2 3 44
54
64
Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno
26
Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
N
SERTAtildeO 8 Km
RS 135 2 Km
Acesso Principal Do IFRS
Cruzamento Conflitante
Acesso Secundaacuterio do IFRS
COXILHA 10 Km
Estrada do Asfalto
Estrada Teacuterrea p Coxilha
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
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Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
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2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
21 MADEIRA NO BEM-ESTAR
A afinidade do ser humano com a natureza pode ser percebida intuitivamente
quando se entra em contato com ela Estudos indicam que a sensaccedilatildeo de relaxamento
na presenccedila da natureza deve-se agrave reduccedilatildeo das atividades no sistema nervoso
simpaacutetico (SNS) sendo beneacutefico psicoloacutegica e fisiologicamente para quem se
encontra em contato com a mesma
Considerando os efeitos fisioloacutegicos beneacuteficos do ambiente natural nas pessoas
percebe-se a necessidade de adaptaacute-los ao ambiente construiacutedo (NW 2012) Para
isso busca-se explorar em ambientes internos os efeitos do design biofiacutelico definido
por Kellert (2005) e Joye (2007) como a ecircnfase na necessidade de transferir os
benefiacutecios da presenccedila da natureza para o ambiente construiacutedo Nesse caso busca-
se essencialmente a otimizaccedilatildeo da iluminaccedilatildeo natural vistas para a natureza e a
utilizaccedilatildeo de madeira ou outros materiais naturais
No caso da madeira o aspecto visualmente caloroso contribui para que os
ocupantesusuaacuterios tenham uma experiecircncia positiva no ambiente construiacutedo Aleacutem
disso em edificaccedilotildees voltadas ao atendimento de pessoas portadoras de deficiecircncia
pode ser priorizada a percepccedilatildeo taacutetil da madeira por deficientes visuais gerando
imagens mentais (PEIXE sd)
Estudos conduzidos por Tsunetsugu Miyazaki e Sato (2007) demonstram que a
porcentagem de madeira usada nas paredes de um espaccedilo interior resultam em
diferentes respostas fisioloacutegicas Nos testes realizados uma sala com 45 da
cobertura em madeira resultou num aumento na taxa de pulso (velocidade dos
batimentos cardiacuteacos) e diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial dos participantes Enquanto
no caso de uma sala com 90 da superfiacutecie interna coberta por madeira resultou na
diminuiccedilatildeo da atividade cerebral o que pode ser revigorante e desejaacutevel em spas e
consultoacuterios mas pode diminuir a produtividade e criatividade em locais onde alta
atividade cognitiva eacute demandada como salas de aula e ateliecircs Diante dos dados
acima apresentados no projeto que eacute desenvolvido nesse TCC seratildeo atribuiacutedas
diferentes proporccedilotildees de madeira no revestimento dos ambientes internos segundo
seu uso Cita-se como exemplo o caso da enfermaria e do consultoacuterio de fisioterapia
5
e psicologia poderatildeo contar com uma cobertura de ateacute 90 com o material
mencionado enquanto nos ateliecircs essa porcentagem natildeo deveraacute exceder os 50
Aleacutem dos benefiacutecios fiacutesicos para a sauacutede humana as propriedades higroscoacutepicas
da madeira permitem que ela libere ou absorva aacutegua em funccedilatildeo da umidade relativa
e temperatura do ambiente melhorando o conforto teacutermico do espaccedilo (DANIEL
2014)
22 MADEIRA COMO MATERIAL CONSTRUTIVO
As aacutervores e florestas em geral desempenham um importante papel na regulagem
do clima e na reduccedilatildeo do aquecimento global devido agrave sua capacidade de armazenar
carbono O dioacutexido de carbono da atmosfera eacute absorvido pelas aacutervores e durante seu
crescimento vatildeo armazenando carbono em seu lenho folhas e raiacutezes aleacutem de liberar
oxigecircnio para a atmosfera Mas quando essas plantas morrem na natureza e
apodrecem esse ciclo de armazenamento de carbono eacute interrompido pois o mesmo
volta a ser liberado na atmosfera (Green 2012)
No entanto se a madeira dessas plantas for utilizada como material construtivo
para edificaccedilotildees ou manufaturas o carbono continua estocado nos subprodutos ao
longo de toda sua vida uacutetil No caso de reflorestamento naturalmente ou via cultivo
da aacuterea onde a madeira foi extraiacuteda o ciclo de armazenamento de carbono recomeccedila
e novas aacutervores contribuiratildeo para a absorccedilatildeo do elemento citado contribuindo para a
reduccedilatildeo do efeito estufa (NW 2012)
Em comparaccedilatildeo com outros materiais construtivos usuais a madeira apresenta-se
como o mais eficiente em relaccedilatildeo agrave diminuiccedilatildeo de gases causadores do efeito estufa
Nas duas uacuteltimas deacutecadas percebeu-se o impacto que a construccedilatildeo civil causou nas
mudanccedilas climaacuteticas O uso intensivo de concreto e accedilo materiais com alto gasto
energeacutetico em sua produccedilatildeo satildeo um dos principais fatores desse problema Estudos
apontam que a produccedilatildeo de concreto representa cerca de 5 das emissotildees de CO2
agrave niacutevel mundial (Green 2012) No caso da madeira ao inveacutes de emitir CO2 cada msup3
pode armazenar cerca de 08 toneladas de carbono Ao usarmos como exemplo uma
suposta casa que utilize 20 msup3 de madeira em sua construccedilatildeo armazena-se cerca de
16 toneladas de carbono o equivalente agrave emissatildeo produzida em 90000 Km de
viagens de carro (Daniel 2014)
6
Diante dos fatos apresentados percebe-se que a substituiccedilatildeo de materiais
construtivos usuais como o accedilo e concreto pela madeira respeitando as limitaccedilotildees de
uso desta mostra-se como uma alternativa para minimizar os impactos da construccedilatildeo
civil nas mudanccedilas climaacuteticas
23 TECNOLOGIA NA CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL EM MADEIRA A MADEIRA LAMINADA COLADA
A madeira laminada colada (MLC) constitui-se pela junccedilatildeo de duas teacutecnicas a
laminaccedilatildeo e a colagem As peccedilas de madeira satildeo divididas em lacircminas (taacutebuas) e
posteriormente satildeo unidas por colas de alta resistecircncia Sendo dispostas de maneira
que as fibras fiquem sempre paralelas Esta teacutecnica otimizou o uso da madeira devido
agrave possibilidade de uniatildeo de numerosas pequenas peccedilas de madeira para manufaturar
grandes membros de MLC possibilitando seu uso em grandes estruturas (Neto
2010)
Ainda de acordo com Neto (2010) a utilizaccedilatildeo da MLC em elementos estruturais
da construccedilatildeo civil soacute foi possiacutevel apoacutes o surgimento de colas de alta resistecircncia
ocorrido por volta de 1906 com a invenccedilatildeo da cola caseiacutena Desde entatildeo esta teacutecnica
tem evoluiacutedo de acordo com o aumento da eficiecircncia das colas atingindo seu maior
progresso na deacutecada de 40 com o surgimento das colas sinteacuteticas
Comparada com a madeira serrada a MLC apresenta diversas vantagens
estruturais e executivas Moody e Hernandez (1997) atribuem agrave MLC a versatilidade
na obtenccedilatildeo de formas a baixa relaccedilatildeo pesoresistecircncia a resistecircncia ao fogo e a
agentes corrosivos Aleacutem disso estudos de Tienne et al (2011) demonstram que a
MLC viabiliza o emprego de madeiras de reflorestamento normalmente com menor
resistecircncia que apoacutes manufaturadas apresentam resistecircncia suficiente para serem
usadas como elementos estruturais
24 Formas curvas em estruturas de madeira
O uso da madeira na construccedilatildeo civil normalmente eacute relacionado agrave edificaccedilotildees
com formas retas e moduladas pela sua facilidade executiva No entanto satildeo
numerosas as teacutecnicas de obtenccedilatildeo de formas curvas que permitem concebecirc-las
utilizando a madeira como material principal
7
Na construccedilatildeo de estruturas curvas em madeira destacam-se as estruturas
lamelares Esta eacute composta por um conjunto de barras estreitas e compridas
denominadas lamelas para criaccedilatildeo de uma malha losangular tridimensional onde as
barras interceptam-se formando um conjunto de ldquoxrdquo (Ferreira Calil 2002)
Dentre as diversos tipos de estruturas lamelares o sistema gridshell eacute aquele que
apresenta a maior viabilidade na construccedilatildeo de formas complexas ou com dupla
curvatura O gridshell eacute constituiacutedo por uma malha plana de lamelas (Figura 1) que se
interceptam formando losangos e posteriormente eacute deformada por iccedilamento ou
flexatildeo ateacute que a forma desejada seja atingida Apoacutes a forma desejada ser obtida os
noacutes satildeo apertados enrijecendo a malha (TOUSSAINT 2012)
A figura 2 mostra como diferentes tipos de iccedilamento resultam em formas distintas
tendo a mesma malha plana como base
Fonte CHASSAGNOUX 2011
Figura 2 ndash Cupula e paraboloide hiperboacutelico formados agrave partir da mesma malha plana de barras
Fonte CHASSAGNOUX 2011
Figura 1 ndash Deformaccedilatildeo de malha plana de barras formando uma estrutura esfeacuterica pelo iccedilamento do centro
8
Este meacutetodo de construccedilatildeo cria um sistema estrutural bastante complexo de ripas
curvadas trabalhando em conjunto para resistir agrave cargas de modo que todas as cargas
sejam transferidas para as bordas externas transmitindo as forccedilas por compressatildeo
no mesmo sentido das fibras das lamelas otimizando seu desempenho estrutural
Figura 3 ndash Gridshell da cobertura do Savill Building Englefield Green UK
Fonte ARCHITECTS JOURNEY (2009)
9
3 ESTUDOS DE CASO
Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a
equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro
equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente
a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores
do projeto
Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um
exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar
os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias
Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo
Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013
Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -
Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema
construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos
elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo
31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS
Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil
Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O
programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo
terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo
almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos
Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS
10
LEGENDA SETORES
MANEJO CAVALOS
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
SERVICcedilO
ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA
Fonte IFRS (2015)
Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
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11
Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento
dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as
aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro
interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso
aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo
obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores
administrativo e de serviccedilo
Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena
de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares
e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes
Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram
utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)
A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a
circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato
da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno
ateacute seu lombo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria
12
32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)
O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos
arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa
Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia
Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura
Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em
vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)
Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Fernando Guerra (2015)
Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como
referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave
equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e
celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com
paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente
A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo
aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os
picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido
agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e
na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves
intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem
dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para
praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para
armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter
administrativo
13
Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
321 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos
em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor
administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde
encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo
localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas
eou olfativas
Picadeiro Interno
Picadeiro Interno
Baias
Administrativo
Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno
14
Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo
preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos
interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em
fita
Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
Fonte Carlos Castanheira (2014)
PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO
Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno
15
322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS
Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2
Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620
Picadeiro Interno 3330x1960 65268
Manejo Baias (x16) 365x430 1570
Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960
Almoxarifado (x2) 320x300 960
Administrativo Cozinha 420x720 3024
Escritoacuterio (x2) 420x360 1512
Sala Reuniotildees 900x360 3240
Lounge 1100x420 4620
Sala de jogos 420x360 1512
Sanitaacuterios 420x360 1512
Aacuterea Total 158710 msup2
Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre
Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria
323 FORMA
A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida
por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por
compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro
central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes
O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A
repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as
fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado
do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada
anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal
16
Figura 16 - Fachada Lateral
Fonte CASTANHEIRA (2014)
Figura 17 - Cortes transversais
Fonte ARCHDAILY (2015)
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos
estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos
estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada
324 TECNOLOGIA
A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com
perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas
metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do
edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais
conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado
17
Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA
A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da
Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio
americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no
ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2
Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program
Fonte Black Burn Architects
Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto
apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro
externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento
psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo
almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala
para os tratadores
18
Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)
331 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com
funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O
bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido
pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal
interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do
centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova
aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo
O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma
arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir
RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO
LEGENDA SETORES
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA
ESTAacuteBULOS
SERVICcedilO
MANEJO DOS CAVALOS
19
Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Black Burn Architects (2014)
332 FORMA
A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com
cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e
ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos
bungalows estadunidenses
Figura 22 - Fachadas
Fonte Black Burn Architects
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas
e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal
20
333 HABITABILIDADE
Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram
utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do
edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas
mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e
trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior
Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo
o acesso principal
34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO
Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro
Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do
Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de
necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos
fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a
desintegraccedilatildeo dos espaccedilos
Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na
disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees
aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale
ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim
como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos
em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes
na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas
Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se
conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de
acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um
pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente
de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os
espaccedilos com a mesma facilidade
Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um
interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em
ambientes internos e nas fachadas
21
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
41 Contextualizaccedilatildeo regional
O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente
na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a
uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado
entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre
(Sertatildeo 2015)
Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual
Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)
22
A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por
um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela
agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918
Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo
Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o
Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se
tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo
Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225
habitantes
411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo
O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio
Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de
Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo
Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada
passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de
1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a
certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de
1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido
era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A
denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico
em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)
Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea
de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso
existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e
Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de
praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para
o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)
Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de
poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria
(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte
em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto
23
integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior
satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em
Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas
poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-
Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)
Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo
integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para
atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas
42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo
O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas
dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo
basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios
administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios
ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos
das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)
Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
24
Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees
teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos
coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees
teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na
possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo
Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos
Fonte Acervo proacuteprio
Figura 26 - Mapa Nolly do entorno
25
Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria
43 Hierarquia Viaacuteria
A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-
135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao
municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo
caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente
vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo
direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio
TERRENO PROJETO
1 2 3
4 54
64
1 2 3 44
54
64
Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno
26
Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
N
SERTAtildeO 8 Km
RS 135 2 Km
Acesso Principal Do IFRS
Cruzamento Conflitante
Acesso Secundaacuterio do IFRS
COXILHA 10 Km
Estrada do Asfalto
Estrada Teacuterrea p Coxilha
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
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Ba
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Pa
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
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5
e psicologia poderatildeo contar com uma cobertura de ateacute 90 com o material
mencionado enquanto nos ateliecircs essa porcentagem natildeo deveraacute exceder os 50
Aleacutem dos benefiacutecios fiacutesicos para a sauacutede humana as propriedades higroscoacutepicas
da madeira permitem que ela libere ou absorva aacutegua em funccedilatildeo da umidade relativa
e temperatura do ambiente melhorando o conforto teacutermico do espaccedilo (DANIEL
2014)
22 MADEIRA COMO MATERIAL CONSTRUTIVO
As aacutervores e florestas em geral desempenham um importante papel na regulagem
do clima e na reduccedilatildeo do aquecimento global devido agrave sua capacidade de armazenar
carbono O dioacutexido de carbono da atmosfera eacute absorvido pelas aacutervores e durante seu
crescimento vatildeo armazenando carbono em seu lenho folhas e raiacutezes aleacutem de liberar
oxigecircnio para a atmosfera Mas quando essas plantas morrem na natureza e
apodrecem esse ciclo de armazenamento de carbono eacute interrompido pois o mesmo
volta a ser liberado na atmosfera (Green 2012)
No entanto se a madeira dessas plantas for utilizada como material construtivo
para edificaccedilotildees ou manufaturas o carbono continua estocado nos subprodutos ao
longo de toda sua vida uacutetil No caso de reflorestamento naturalmente ou via cultivo
da aacuterea onde a madeira foi extraiacuteda o ciclo de armazenamento de carbono recomeccedila
e novas aacutervores contribuiratildeo para a absorccedilatildeo do elemento citado contribuindo para a
reduccedilatildeo do efeito estufa (NW 2012)
Em comparaccedilatildeo com outros materiais construtivos usuais a madeira apresenta-se
como o mais eficiente em relaccedilatildeo agrave diminuiccedilatildeo de gases causadores do efeito estufa
Nas duas uacuteltimas deacutecadas percebeu-se o impacto que a construccedilatildeo civil causou nas
mudanccedilas climaacuteticas O uso intensivo de concreto e accedilo materiais com alto gasto
energeacutetico em sua produccedilatildeo satildeo um dos principais fatores desse problema Estudos
apontam que a produccedilatildeo de concreto representa cerca de 5 das emissotildees de CO2
agrave niacutevel mundial (Green 2012) No caso da madeira ao inveacutes de emitir CO2 cada msup3
pode armazenar cerca de 08 toneladas de carbono Ao usarmos como exemplo uma
suposta casa que utilize 20 msup3 de madeira em sua construccedilatildeo armazena-se cerca de
16 toneladas de carbono o equivalente agrave emissatildeo produzida em 90000 Km de
viagens de carro (Daniel 2014)
6
Diante dos fatos apresentados percebe-se que a substituiccedilatildeo de materiais
construtivos usuais como o accedilo e concreto pela madeira respeitando as limitaccedilotildees de
uso desta mostra-se como uma alternativa para minimizar os impactos da construccedilatildeo
civil nas mudanccedilas climaacuteticas
23 TECNOLOGIA NA CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL EM MADEIRA A MADEIRA LAMINADA COLADA
A madeira laminada colada (MLC) constitui-se pela junccedilatildeo de duas teacutecnicas a
laminaccedilatildeo e a colagem As peccedilas de madeira satildeo divididas em lacircminas (taacutebuas) e
posteriormente satildeo unidas por colas de alta resistecircncia Sendo dispostas de maneira
que as fibras fiquem sempre paralelas Esta teacutecnica otimizou o uso da madeira devido
agrave possibilidade de uniatildeo de numerosas pequenas peccedilas de madeira para manufaturar
grandes membros de MLC possibilitando seu uso em grandes estruturas (Neto
2010)
Ainda de acordo com Neto (2010) a utilizaccedilatildeo da MLC em elementos estruturais
da construccedilatildeo civil soacute foi possiacutevel apoacutes o surgimento de colas de alta resistecircncia
ocorrido por volta de 1906 com a invenccedilatildeo da cola caseiacutena Desde entatildeo esta teacutecnica
tem evoluiacutedo de acordo com o aumento da eficiecircncia das colas atingindo seu maior
progresso na deacutecada de 40 com o surgimento das colas sinteacuteticas
Comparada com a madeira serrada a MLC apresenta diversas vantagens
estruturais e executivas Moody e Hernandez (1997) atribuem agrave MLC a versatilidade
na obtenccedilatildeo de formas a baixa relaccedilatildeo pesoresistecircncia a resistecircncia ao fogo e a
agentes corrosivos Aleacutem disso estudos de Tienne et al (2011) demonstram que a
MLC viabiliza o emprego de madeiras de reflorestamento normalmente com menor
resistecircncia que apoacutes manufaturadas apresentam resistecircncia suficiente para serem
usadas como elementos estruturais
24 Formas curvas em estruturas de madeira
O uso da madeira na construccedilatildeo civil normalmente eacute relacionado agrave edificaccedilotildees
com formas retas e moduladas pela sua facilidade executiva No entanto satildeo
numerosas as teacutecnicas de obtenccedilatildeo de formas curvas que permitem concebecirc-las
utilizando a madeira como material principal
7
Na construccedilatildeo de estruturas curvas em madeira destacam-se as estruturas
lamelares Esta eacute composta por um conjunto de barras estreitas e compridas
denominadas lamelas para criaccedilatildeo de uma malha losangular tridimensional onde as
barras interceptam-se formando um conjunto de ldquoxrdquo (Ferreira Calil 2002)
Dentre as diversos tipos de estruturas lamelares o sistema gridshell eacute aquele que
apresenta a maior viabilidade na construccedilatildeo de formas complexas ou com dupla
curvatura O gridshell eacute constituiacutedo por uma malha plana de lamelas (Figura 1) que se
interceptam formando losangos e posteriormente eacute deformada por iccedilamento ou
flexatildeo ateacute que a forma desejada seja atingida Apoacutes a forma desejada ser obtida os
noacutes satildeo apertados enrijecendo a malha (TOUSSAINT 2012)
A figura 2 mostra como diferentes tipos de iccedilamento resultam em formas distintas
tendo a mesma malha plana como base
Fonte CHASSAGNOUX 2011
Figura 2 ndash Cupula e paraboloide hiperboacutelico formados agrave partir da mesma malha plana de barras
Fonte CHASSAGNOUX 2011
Figura 1 ndash Deformaccedilatildeo de malha plana de barras formando uma estrutura esfeacuterica pelo iccedilamento do centro
8
Este meacutetodo de construccedilatildeo cria um sistema estrutural bastante complexo de ripas
curvadas trabalhando em conjunto para resistir agrave cargas de modo que todas as cargas
sejam transferidas para as bordas externas transmitindo as forccedilas por compressatildeo
no mesmo sentido das fibras das lamelas otimizando seu desempenho estrutural
Figura 3 ndash Gridshell da cobertura do Savill Building Englefield Green UK
Fonte ARCHITECTS JOURNEY (2009)
9
3 ESTUDOS DE CASO
Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a
equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro
equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente
a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores
do projeto
Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um
exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar
os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias
Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo
Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013
Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -
Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema
construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos
elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo
31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS
Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil
Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O
programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo
terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo
almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos
Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS
10
LEGENDA SETORES
MANEJO CAVALOS
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
SERVICcedilO
ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA
Fonte IFRS (2015)
Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
AC
ES
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B
AIA
S
11
Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento
dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as
aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro
interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso
aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo
obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores
administrativo e de serviccedilo
Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena
de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares
e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes
Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram
utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)
A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a
circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato
da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno
ateacute seu lombo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria
12
32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)
O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos
arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa
Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia
Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura
Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em
vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)
Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Fernando Guerra (2015)
Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como
referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave
equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e
celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com
paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente
A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo
aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os
picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido
agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e
na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves
intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem
dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para
praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para
armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter
administrativo
13
Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
321 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos
em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor
administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde
encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo
localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas
eou olfativas
Picadeiro Interno
Picadeiro Interno
Baias
Administrativo
Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno
14
Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo
preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos
interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em
fita
Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
Fonte Carlos Castanheira (2014)
PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO
Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno
15
322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS
Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2
Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620
Picadeiro Interno 3330x1960 65268
Manejo Baias (x16) 365x430 1570
Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960
Almoxarifado (x2) 320x300 960
Administrativo Cozinha 420x720 3024
Escritoacuterio (x2) 420x360 1512
Sala Reuniotildees 900x360 3240
Lounge 1100x420 4620
Sala de jogos 420x360 1512
Sanitaacuterios 420x360 1512
Aacuterea Total 158710 msup2
Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre
Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria
323 FORMA
A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida
por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por
compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro
central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes
O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A
repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as
fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado
do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada
anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal
16
Figura 16 - Fachada Lateral
Fonte CASTANHEIRA (2014)
Figura 17 - Cortes transversais
Fonte ARCHDAILY (2015)
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos
estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos
estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada
324 TECNOLOGIA
A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com
perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas
metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do
edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais
conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado
17
Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA
A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da
Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio
americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no
ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2
Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program
Fonte Black Burn Architects
Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto
apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro
externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento
psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo
almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala
para os tratadores
18
Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)
331 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com
funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O
bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido
pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal
interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do
centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova
aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo
O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma
arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir
RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO
LEGENDA SETORES
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA
ESTAacuteBULOS
SERVICcedilO
MANEJO DOS CAVALOS
19
Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Black Burn Architects (2014)
332 FORMA
A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com
cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e
ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos
bungalows estadunidenses
Figura 22 - Fachadas
Fonte Black Burn Architects
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas
e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal
20
333 HABITABILIDADE
Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram
utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do
edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas
mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e
trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior
Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo
o acesso principal
34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO
Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro
Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do
Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de
necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos
fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a
desintegraccedilatildeo dos espaccedilos
Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na
disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees
aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale
ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim
como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos
em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes
na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas
Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se
conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de
acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um
pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente
de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os
espaccedilos com a mesma facilidade
Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um
interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em
ambientes internos e nas fachadas
21
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
41 Contextualizaccedilatildeo regional
O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente
na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a
uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado
entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre
(Sertatildeo 2015)
Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual
Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)
22
A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por
um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela
agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918
Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo
Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o
Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se
tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo
Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225
habitantes
411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo
O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio
Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de
Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo
Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada
passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de
1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a
certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de
1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido
era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A
denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico
em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)
Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea
de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso
existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e
Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de
praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para
o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)
Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de
poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria
(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte
em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto
23
integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior
satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em
Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas
poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-
Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)
Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo
integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para
atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas
42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo
O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas
dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo
basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios
administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios
ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos
das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)
Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
24
Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees
teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos
coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees
teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na
possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo
Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos
Fonte Acervo proacuteprio
Figura 26 - Mapa Nolly do entorno
25
Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria
43 Hierarquia Viaacuteria
A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-
135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao
municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo
caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente
vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo
direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio
TERRENO PROJETO
1 2 3
4 54
64
1 2 3 44
54
64
Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno
26
Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
N
SERTAtildeO 8 Km
RS 135 2 Km
Acesso Principal Do IFRS
Cruzamento Conflitante
Acesso Secundaacuterio do IFRS
COXILHA 10 Km
Estrada do Asfalto
Estrada Teacuterrea p Coxilha
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
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Ba
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Pa
vim
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53
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
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o
6
Diante dos fatos apresentados percebe-se que a substituiccedilatildeo de materiais
construtivos usuais como o accedilo e concreto pela madeira respeitando as limitaccedilotildees de
uso desta mostra-se como uma alternativa para minimizar os impactos da construccedilatildeo
civil nas mudanccedilas climaacuteticas
23 TECNOLOGIA NA CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL EM MADEIRA A MADEIRA LAMINADA COLADA
A madeira laminada colada (MLC) constitui-se pela junccedilatildeo de duas teacutecnicas a
laminaccedilatildeo e a colagem As peccedilas de madeira satildeo divididas em lacircminas (taacutebuas) e
posteriormente satildeo unidas por colas de alta resistecircncia Sendo dispostas de maneira
que as fibras fiquem sempre paralelas Esta teacutecnica otimizou o uso da madeira devido
agrave possibilidade de uniatildeo de numerosas pequenas peccedilas de madeira para manufaturar
grandes membros de MLC possibilitando seu uso em grandes estruturas (Neto
2010)
Ainda de acordo com Neto (2010) a utilizaccedilatildeo da MLC em elementos estruturais
da construccedilatildeo civil soacute foi possiacutevel apoacutes o surgimento de colas de alta resistecircncia
ocorrido por volta de 1906 com a invenccedilatildeo da cola caseiacutena Desde entatildeo esta teacutecnica
tem evoluiacutedo de acordo com o aumento da eficiecircncia das colas atingindo seu maior
progresso na deacutecada de 40 com o surgimento das colas sinteacuteticas
Comparada com a madeira serrada a MLC apresenta diversas vantagens
estruturais e executivas Moody e Hernandez (1997) atribuem agrave MLC a versatilidade
na obtenccedilatildeo de formas a baixa relaccedilatildeo pesoresistecircncia a resistecircncia ao fogo e a
agentes corrosivos Aleacutem disso estudos de Tienne et al (2011) demonstram que a
MLC viabiliza o emprego de madeiras de reflorestamento normalmente com menor
resistecircncia que apoacutes manufaturadas apresentam resistecircncia suficiente para serem
usadas como elementos estruturais
24 Formas curvas em estruturas de madeira
O uso da madeira na construccedilatildeo civil normalmente eacute relacionado agrave edificaccedilotildees
com formas retas e moduladas pela sua facilidade executiva No entanto satildeo
numerosas as teacutecnicas de obtenccedilatildeo de formas curvas que permitem concebecirc-las
utilizando a madeira como material principal
7
Na construccedilatildeo de estruturas curvas em madeira destacam-se as estruturas
lamelares Esta eacute composta por um conjunto de barras estreitas e compridas
denominadas lamelas para criaccedilatildeo de uma malha losangular tridimensional onde as
barras interceptam-se formando um conjunto de ldquoxrdquo (Ferreira Calil 2002)
Dentre as diversos tipos de estruturas lamelares o sistema gridshell eacute aquele que
apresenta a maior viabilidade na construccedilatildeo de formas complexas ou com dupla
curvatura O gridshell eacute constituiacutedo por uma malha plana de lamelas (Figura 1) que se
interceptam formando losangos e posteriormente eacute deformada por iccedilamento ou
flexatildeo ateacute que a forma desejada seja atingida Apoacutes a forma desejada ser obtida os
noacutes satildeo apertados enrijecendo a malha (TOUSSAINT 2012)
A figura 2 mostra como diferentes tipos de iccedilamento resultam em formas distintas
tendo a mesma malha plana como base
Fonte CHASSAGNOUX 2011
Figura 2 ndash Cupula e paraboloide hiperboacutelico formados agrave partir da mesma malha plana de barras
Fonte CHASSAGNOUX 2011
Figura 1 ndash Deformaccedilatildeo de malha plana de barras formando uma estrutura esfeacuterica pelo iccedilamento do centro
8
Este meacutetodo de construccedilatildeo cria um sistema estrutural bastante complexo de ripas
curvadas trabalhando em conjunto para resistir agrave cargas de modo que todas as cargas
sejam transferidas para as bordas externas transmitindo as forccedilas por compressatildeo
no mesmo sentido das fibras das lamelas otimizando seu desempenho estrutural
Figura 3 ndash Gridshell da cobertura do Savill Building Englefield Green UK
Fonte ARCHITECTS JOURNEY (2009)
9
3 ESTUDOS DE CASO
Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a
equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro
equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente
a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores
do projeto
Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um
exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar
os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias
Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo
Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013
Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -
Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema
construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos
elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo
31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS
Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil
Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O
programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo
terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo
almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos
Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS
10
LEGENDA SETORES
MANEJO CAVALOS
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
SERVICcedilO
ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA
Fonte IFRS (2015)
Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
AC
ES
SO
B
AIA
S
11
Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento
dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as
aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro
interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso
aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo
obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores
administrativo e de serviccedilo
Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena
de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares
e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes
Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram
utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)
A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a
circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato
da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno
ateacute seu lombo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria
12
32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)
O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos
arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa
Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia
Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura
Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em
vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)
Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Fernando Guerra (2015)
Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como
referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave
equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e
celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com
paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente
A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo
aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os
picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido
agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e
na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves
intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem
dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para
praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para
armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter
administrativo
13
Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
321 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos
em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor
administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde
encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo
localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas
eou olfativas
Picadeiro Interno
Picadeiro Interno
Baias
Administrativo
Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno
14
Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo
preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos
interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em
fita
Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
Fonte Carlos Castanheira (2014)
PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO
Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno
15
322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS
Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2
Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620
Picadeiro Interno 3330x1960 65268
Manejo Baias (x16) 365x430 1570
Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960
Almoxarifado (x2) 320x300 960
Administrativo Cozinha 420x720 3024
Escritoacuterio (x2) 420x360 1512
Sala Reuniotildees 900x360 3240
Lounge 1100x420 4620
Sala de jogos 420x360 1512
Sanitaacuterios 420x360 1512
Aacuterea Total 158710 msup2
Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre
Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria
323 FORMA
A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida
por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por
compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro
central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes
O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A
repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as
fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado
do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada
anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal
16
Figura 16 - Fachada Lateral
Fonte CASTANHEIRA (2014)
Figura 17 - Cortes transversais
Fonte ARCHDAILY (2015)
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos
estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos
estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada
324 TECNOLOGIA
A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com
perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas
metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do
edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais
conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado
17
Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA
A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da
Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio
americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no
ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2
Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program
Fonte Black Burn Architects
Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto
apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro
externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento
psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo
almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala
para os tratadores
18
Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)
331 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com
funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O
bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido
pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal
interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do
centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova
aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo
O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma
arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir
RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO
LEGENDA SETORES
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA
ESTAacuteBULOS
SERVICcedilO
MANEJO DOS CAVALOS
19
Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Black Burn Architects (2014)
332 FORMA
A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com
cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e
ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos
bungalows estadunidenses
Figura 22 - Fachadas
Fonte Black Burn Architects
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas
e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal
20
333 HABITABILIDADE
Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram
utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do
edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas
mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e
trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior
Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo
o acesso principal
34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO
Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro
Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do
Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de
necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos
fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a
desintegraccedilatildeo dos espaccedilos
Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na
disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees
aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale
ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim
como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos
em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes
na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas
Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se
conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de
acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um
pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente
de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os
espaccedilos com a mesma facilidade
Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um
interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em
ambientes internos e nas fachadas
21
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
41 Contextualizaccedilatildeo regional
O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente
na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a
uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado
entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre
(Sertatildeo 2015)
Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual
Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)
22
A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por
um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela
agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918
Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo
Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o
Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se
tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo
Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225
habitantes
411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo
O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio
Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de
Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo
Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada
passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de
1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a
certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de
1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido
era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A
denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico
em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)
Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea
de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso
existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e
Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de
praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para
o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)
Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de
poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria
(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte
em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto
23
integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior
satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em
Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas
poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-
Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)
Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo
integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para
atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas
42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo
O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas
dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo
basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios
administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios
ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos
das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)
Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
24
Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees
teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos
coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees
teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na
possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo
Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos
Fonte Acervo proacuteprio
Figura 26 - Mapa Nolly do entorno
25
Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria
43 Hierarquia Viaacuteria
A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-
135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao
municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo
caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente
vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo
direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio
TERRENO PROJETO
1 2 3
4 54
64
1 2 3 44
54
64
Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno
26
Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
N
SERTAtildeO 8 Km
RS 135 2 Km
Acesso Principal Do IFRS
Cruzamento Conflitante
Acesso Secundaacuterio do IFRS
COXILHA 10 Km
Estrada do Asfalto
Estrada Teacuterrea p Coxilha
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
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eacuterr
eo
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53
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
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pccedilatilde
o
7
Na construccedilatildeo de estruturas curvas em madeira destacam-se as estruturas
lamelares Esta eacute composta por um conjunto de barras estreitas e compridas
denominadas lamelas para criaccedilatildeo de uma malha losangular tridimensional onde as
barras interceptam-se formando um conjunto de ldquoxrdquo (Ferreira Calil 2002)
Dentre as diversos tipos de estruturas lamelares o sistema gridshell eacute aquele que
apresenta a maior viabilidade na construccedilatildeo de formas complexas ou com dupla
curvatura O gridshell eacute constituiacutedo por uma malha plana de lamelas (Figura 1) que se
interceptam formando losangos e posteriormente eacute deformada por iccedilamento ou
flexatildeo ateacute que a forma desejada seja atingida Apoacutes a forma desejada ser obtida os
noacutes satildeo apertados enrijecendo a malha (TOUSSAINT 2012)
A figura 2 mostra como diferentes tipos de iccedilamento resultam em formas distintas
tendo a mesma malha plana como base
Fonte CHASSAGNOUX 2011
Figura 2 ndash Cupula e paraboloide hiperboacutelico formados agrave partir da mesma malha plana de barras
Fonte CHASSAGNOUX 2011
Figura 1 ndash Deformaccedilatildeo de malha plana de barras formando uma estrutura esfeacuterica pelo iccedilamento do centro
8
Este meacutetodo de construccedilatildeo cria um sistema estrutural bastante complexo de ripas
curvadas trabalhando em conjunto para resistir agrave cargas de modo que todas as cargas
sejam transferidas para as bordas externas transmitindo as forccedilas por compressatildeo
no mesmo sentido das fibras das lamelas otimizando seu desempenho estrutural
Figura 3 ndash Gridshell da cobertura do Savill Building Englefield Green UK
Fonte ARCHITECTS JOURNEY (2009)
9
3 ESTUDOS DE CASO
Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a
equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro
equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente
a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores
do projeto
Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um
exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar
os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias
Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo
Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013
Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -
Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema
construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos
elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo
31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS
Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil
Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O
programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo
terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo
almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos
Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS
10
LEGENDA SETORES
MANEJO CAVALOS
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
SERVICcedilO
ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA
Fonte IFRS (2015)
Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
AC
ES
SO
B
AIA
S
11
Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento
dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as
aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro
interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso
aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo
obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores
administrativo e de serviccedilo
Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena
de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares
e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes
Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram
utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)
A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a
circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato
da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno
ateacute seu lombo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria
12
32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)
O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos
arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa
Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia
Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura
Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em
vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)
Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Fernando Guerra (2015)
Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como
referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave
equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e
celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com
paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente
A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo
aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os
picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido
agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e
na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves
intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem
dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para
praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para
armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter
administrativo
13
Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
321 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos
em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor
administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde
encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo
localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas
eou olfativas
Picadeiro Interno
Picadeiro Interno
Baias
Administrativo
Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno
14
Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo
preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos
interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em
fita
Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
Fonte Carlos Castanheira (2014)
PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO
Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno
15
322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS
Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2
Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620
Picadeiro Interno 3330x1960 65268
Manejo Baias (x16) 365x430 1570
Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960
Almoxarifado (x2) 320x300 960
Administrativo Cozinha 420x720 3024
Escritoacuterio (x2) 420x360 1512
Sala Reuniotildees 900x360 3240
Lounge 1100x420 4620
Sala de jogos 420x360 1512
Sanitaacuterios 420x360 1512
Aacuterea Total 158710 msup2
Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre
Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria
323 FORMA
A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida
por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por
compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro
central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes
O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A
repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as
fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado
do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada
anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal
16
Figura 16 - Fachada Lateral
Fonte CASTANHEIRA (2014)
Figura 17 - Cortes transversais
Fonte ARCHDAILY (2015)
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos
estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos
estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada
324 TECNOLOGIA
A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com
perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas
metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do
edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais
conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado
17
Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA
A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da
Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio
americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no
ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2
Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program
Fonte Black Burn Architects
Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto
apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro
externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento
psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo
almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala
para os tratadores
18
Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)
331 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com
funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O
bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido
pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal
interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do
centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova
aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo
O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma
arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir
RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO
LEGENDA SETORES
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA
ESTAacuteBULOS
SERVICcedilO
MANEJO DOS CAVALOS
19
Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Black Burn Architects (2014)
332 FORMA
A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com
cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e
ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos
bungalows estadunidenses
Figura 22 - Fachadas
Fonte Black Burn Architects
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas
e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal
20
333 HABITABILIDADE
Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram
utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do
edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas
mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e
trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior
Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo
o acesso principal
34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO
Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro
Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do
Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de
necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos
fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a
desintegraccedilatildeo dos espaccedilos
Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na
disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees
aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale
ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim
como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos
em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes
na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas
Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se
conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de
acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um
pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente
de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os
espaccedilos com a mesma facilidade
Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um
interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em
ambientes internos e nas fachadas
21
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
41 Contextualizaccedilatildeo regional
O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente
na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a
uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado
entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre
(Sertatildeo 2015)
Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual
Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)
22
A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por
um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela
agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918
Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo
Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o
Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se
tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo
Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225
habitantes
411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo
O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio
Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de
Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo
Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada
passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de
1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a
certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de
1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido
era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A
denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico
em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)
Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea
de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso
existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e
Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de
praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para
o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)
Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de
poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria
(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte
em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto
23
integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior
satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em
Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas
poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-
Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)
Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo
integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para
atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas
42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo
O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas
dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo
basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios
administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios
ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos
das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)
Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
24
Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees
teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos
coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees
teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na
possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo
Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos
Fonte Acervo proacuteprio
Figura 26 - Mapa Nolly do entorno
25
Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria
43 Hierarquia Viaacuteria
A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-
135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao
municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo
caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente
vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo
direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio
TERRENO PROJETO
1 2 3
4 54
64
1 2 3 44
54
64
Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno
26
Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
N
SERTAtildeO 8 Km
RS 135 2 Km
Acesso Principal Do IFRS
Cruzamento Conflitante
Acesso Secundaacuterio do IFRS
COXILHA 10 Km
Estrada do Asfalto
Estrada Teacuterrea p Coxilha
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
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53
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
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pccedilatilde
o
8
Este meacutetodo de construccedilatildeo cria um sistema estrutural bastante complexo de ripas
curvadas trabalhando em conjunto para resistir agrave cargas de modo que todas as cargas
sejam transferidas para as bordas externas transmitindo as forccedilas por compressatildeo
no mesmo sentido das fibras das lamelas otimizando seu desempenho estrutural
Figura 3 ndash Gridshell da cobertura do Savill Building Englefield Green UK
Fonte ARCHITECTS JOURNEY (2009)
9
3 ESTUDOS DE CASO
Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a
equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro
equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente
a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores
do projeto
Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um
exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar
os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias
Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo
Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013
Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -
Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema
construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos
elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo
31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS
Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil
Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O
programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo
terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo
almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos
Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS
10
LEGENDA SETORES
MANEJO CAVALOS
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
SERVICcedilO
ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA
Fonte IFRS (2015)
Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
AC
ES
SO
B
AIA
S
11
Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento
dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as
aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro
interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso
aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo
obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores
administrativo e de serviccedilo
Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena
de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares
e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes
Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram
utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)
A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a
circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato
da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno
ateacute seu lombo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria
12
32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)
O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos
arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa
Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia
Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura
Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em
vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)
Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Fernando Guerra (2015)
Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como
referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave
equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e
celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com
paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente
A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo
aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os
picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido
agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e
na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves
intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem
dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para
praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para
armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter
administrativo
13
Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
321 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos
em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor
administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde
encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo
localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas
eou olfativas
Picadeiro Interno
Picadeiro Interno
Baias
Administrativo
Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno
14
Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo
preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos
interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em
fita
Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
Fonte Carlos Castanheira (2014)
PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO
Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno
15
322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS
Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2
Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620
Picadeiro Interno 3330x1960 65268
Manejo Baias (x16) 365x430 1570
Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960
Almoxarifado (x2) 320x300 960
Administrativo Cozinha 420x720 3024
Escritoacuterio (x2) 420x360 1512
Sala Reuniotildees 900x360 3240
Lounge 1100x420 4620
Sala de jogos 420x360 1512
Sanitaacuterios 420x360 1512
Aacuterea Total 158710 msup2
Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre
Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria
323 FORMA
A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida
por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por
compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro
central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes
O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A
repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as
fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado
do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada
anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal
16
Figura 16 - Fachada Lateral
Fonte CASTANHEIRA (2014)
Figura 17 - Cortes transversais
Fonte ARCHDAILY (2015)
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos
estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos
estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada
324 TECNOLOGIA
A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com
perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas
metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do
edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais
conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado
17
Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA
A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da
Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio
americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no
ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2
Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program
Fonte Black Burn Architects
Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto
apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro
externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento
psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo
almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala
para os tratadores
18
Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)
331 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com
funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O
bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido
pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal
interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do
centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova
aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo
O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma
arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir
RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO
LEGENDA SETORES
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA
ESTAacuteBULOS
SERVICcedilO
MANEJO DOS CAVALOS
19
Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Black Burn Architects (2014)
332 FORMA
A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com
cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e
ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos
bungalows estadunidenses
Figura 22 - Fachadas
Fonte Black Burn Architects
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas
e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal
20
333 HABITABILIDADE
Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram
utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do
edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas
mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e
trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior
Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo
o acesso principal
34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO
Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro
Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do
Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de
necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos
fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a
desintegraccedilatildeo dos espaccedilos
Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na
disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees
aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale
ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim
como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos
em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes
na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas
Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se
conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de
acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um
pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente
de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os
espaccedilos com a mesma facilidade
Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um
interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em
ambientes internos e nas fachadas
21
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
41 Contextualizaccedilatildeo regional
O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente
na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a
uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado
entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre
(Sertatildeo 2015)
Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual
Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)
22
A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por
um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela
agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918
Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo
Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o
Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se
tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo
Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225
habitantes
411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo
O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio
Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de
Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo
Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada
passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de
1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a
certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de
1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido
era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A
denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico
em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)
Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea
de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso
existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e
Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de
praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para
o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)
Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de
poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria
(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte
em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto
23
integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior
satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em
Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas
poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-
Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)
Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo
integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para
atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas
42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo
O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas
dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo
basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios
administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios
ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos
das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)
Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
24
Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees
teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos
coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees
teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na
possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo
Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos
Fonte Acervo proacuteprio
Figura 26 - Mapa Nolly do entorno
25
Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria
43 Hierarquia Viaacuteria
A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-
135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao
municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo
caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente
vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo
direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio
TERRENO PROJETO
1 2 3
4 54
64
1 2 3 44
54
64
Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno
26
Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
N
SERTAtildeO 8 Km
RS 135 2 Km
Acesso Principal Do IFRS
Cruzamento Conflitante
Acesso Secundaacuterio do IFRS
COXILHA 10 Km
Estrada do Asfalto
Estrada Teacuterrea p Coxilha
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
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Pa
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53
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
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pccedilatilde
o
9
3 ESTUDOS DE CASO
Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a
equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro
equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente
a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores
do projeto
Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um
exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar
os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias
Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo
Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013
Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -
Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema
construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos
elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo
31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS
Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil
Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O
programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo
terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo
almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos
Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS
10
LEGENDA SETORES
MANEJO CAVALOS
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
SERVICcedilO
ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA
Fonte IFRS (2015)
Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
AC
ES
SO
B
AIA
S
11
Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento
dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as
aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro
interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso
aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo
obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores
administrativo e de serviccedilo
Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena
de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares
e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes
Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram
utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)
A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a
circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato
da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno
ateacute seu lombo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria
12
32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)
O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos
arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa
Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia
Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura
Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em
vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)
Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Fernando Guerra (2015)
Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como
referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave
equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e
celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com
paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente
A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo
aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os
picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido
agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e
na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves
intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem
dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para
praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para
armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter
administrativo
13
Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
321 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos
em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor
administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde
encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo
localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas
eou olfativas
Picadeiro Interno
Picadeiro Interno
Baias
Administrativo
Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno
14
Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo
preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos
interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em
fita
Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
Fonte Carlos Castanheira (2014)
PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO
Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno
15
322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS
Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2
Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620
Picadeiro Interno 3330x1960 65268
Manejo Baias (x16) 365x430 1570
Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960
Almoxarifado (x2) 320x300 960
Administrativo Cozinha 420x720 3024
Escritoacuterio (x2) 420x360 1512
Sala Reuniotildees 900x360 3240
Lounge 1100x420 4620
Sala de jogos 420x360 1512
Sanitaacuterios 420x360 1512
Aacuterea Total 158710 msup2
Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre
Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria
323 FORMA
A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida
por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por
compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro
central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes
O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A
repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as
fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado
do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada
anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal
16
Figura 16 - Fachada Lateral
Fonte CASTANHEIRA (2014)
Figura 17 - Cortes transversais
Fonte ARCHDAILY (2015)
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos
estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos
estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada
324 TECNOLOGIA
A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com
perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas
metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do
edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais
conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado
17
Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA
A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da
Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio
americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no
ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2
Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program
Fonte Black Burn Architects
Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto
apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro
externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento
psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo
almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala
para os tratadores
18
Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)
331 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com
funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O
bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido
pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal
interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do
centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova
aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo
O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma
arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir
RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO
LEGENDA SETORES
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA
ESTAacuteBULOS
SERVICcedilO
MANEJO DOS CAVALOS
19
Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Black Burn Architects (2014)
332 FORMA
A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com
cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e
ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos
bungalows estadunidenses
Figura 22 - Fachadas
Fonte Black Burn Architects
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas
e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal
20
333 HABITABILIDADE
Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram
utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do
edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas
mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e
trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior
Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo
o acesso principal
34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO
Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro
Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do
Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de
necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos
fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a
desintegraccedilatildeo dos espaccedilos
Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na
disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees
aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale
ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim
como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos
em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes
na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas
Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se
conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de
acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um
pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente
de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os
espaccedilos com a mesma facilidade
Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um
interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em
ambientes internos e nas fachadas
21
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
41 Contextualizaccedilatildeo regional
O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente
na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a
uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado
entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre
(Sertatildeo 2015)
Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual
Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)
22
A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por
um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela
agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918
Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo
Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o
Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se
tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo
Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225
habitantes
411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo
O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio
Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de
Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo
Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada
passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de
1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a
certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de
1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido
era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A
denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico
em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)
Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea
de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso
existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e
Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de
praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para
o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)
Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de
poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria
(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte
em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto
23
integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior
satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em
Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas
poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-
Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)
Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo
integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para
atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas
42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo
O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas
dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo
basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios
administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios
ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos
das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)
Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
24
Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees
teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos
coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees
teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na
possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo
Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos
Fonte Acervo proacuteprio
Figura 26 - Mapa Nolly do entorno
25
Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria
43 Hierarquia Viaacuteria
A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-
135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao
municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo
caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente
vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo
direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio
TERRENO PROJETO
1 2 3
4 54
64
1 2 3 44
54
64
Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno
26
Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
N
SERTAtildeO 8 Km
RS 135 2 Km
Acesso Principal Do IFRS
Cruzamento Conflitante
Acesso Secundaacuterio do IFRS
COXILHA 10 Km
Estrada do Asfalto
Estrada Teacuterrea p Coxilha
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
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Pa
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53
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
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10
LEGENDA SETORES
MANEJO CAVALOS
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
SERVICcedilO
ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA
Fonte IFRS (2015)
Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
AC
ES
SO
B
AIA
S
11
Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento
dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as
aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro
interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso
aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo
obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores
administrativo e de serviccedilo
Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena
de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares
e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes
Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram
utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)
A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a
circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato
da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno
ateacute seu lombo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria
12
32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)
O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos
arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa
Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia
Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura
Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em
vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)
Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Fernando Guerra (2015)
Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como
referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave
equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e
celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com
paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente
A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo
aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os
picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido
agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e
na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves
intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem
dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para
praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para
armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter
administrativo
13
Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
321 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos
em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor
administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde
encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo
localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas
eou olfativas
Picadeiro Interno
Picadeiro Interno
Baias
Administrativo
Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno
14
Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo
preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos
interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em
fita
Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
Fonte Carlos Castanheira (2014)
PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO
Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno
15
322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS
Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2
Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620
Picadeiro Interno 3330x1960 65268
Manejo Baias (x16) 365x430 1570
Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960
Almoxarifado (x2) 320x300 960
Administrativo Cozinha 420x720 3024
Escritoacuterio (x2) 420x360 1512
Sala Reuniotildees 900x360 3240
Lounge 1100x420 4620
Sala de jogos 420x360 1512
Sanitaacuterios 420x360 1512
Aacuterea Total 158710 msup2
Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre
Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria
323 FORMA
A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida
por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por
compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro
central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes
O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A
repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as
fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado
do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada
anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal
16
Figura 16 - Fachada Lateral
Fonte CASTANHEIRA (2014)
Figura 17 - Cortes transversais
Fonte ARCHDAILY (2015)
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos
estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos
estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada
324 TECNOLOGIA
A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com
perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas
metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do
edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais
conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado
17
Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA
A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da
Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio
americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no
ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2
Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program
Fonte Black Burn Architects
Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto
apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro
externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento
psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo
almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala
para os tratadores
18
Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)
331 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com
funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O
bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido
pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal
interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do
centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova
aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo
O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma
arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir
RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO
LEGENDA SETORES
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA
ESTAacuteBULOS
SERVICcedilO
MANEJO DOS CAVALOS
19
Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Black Burn Architects (2014)
332 FORMA
A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com
cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e
ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos
bungalows estadunidenses
Figura 22 - Fachadas
Fonte Black Burn Architects
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas
e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal
20
333 HABITABILIDADE
Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram
utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do
edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas
mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e
trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior
Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo
o acesso principal
34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO
Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro
Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do
Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de
necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos
fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a
desintegraccedilatildeo dos espaccedilos
Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na
disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees
aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale
ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim
como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos
em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes
na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas
Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se
conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de
acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um
pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente
de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os
espaccedilos com a mesma facilidade
Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um
interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em
ambientes internos e nas fachadas
21
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
41 Contextualizaccedilatildeo regional
O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente
na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a
uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado
entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre
(Sertatildeo 2015)
Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual
Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)
22
A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por
um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela
agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918
Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo
Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o
Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se
tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo
Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225
habitantes
411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo
O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio
Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de
Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo
Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada
passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de
1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a
certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de
1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido
era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A
denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico
em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)
Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea
de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso
existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e
Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de
praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para
o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)
Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de
poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria
(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte
em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto
23
integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior
satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em
Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas
poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-
Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)
Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo
integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para
atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas
42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo
O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas
dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo
basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios
administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios
ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos
das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)
Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
24
Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees
teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos
coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees
teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na
possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo
Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos
Fonte Acervo proacuteprio
Figura 26 - Mapa Nolly do entorno
25
Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria
43 Hierarquia Viaacuteria
A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-
135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao
municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo
caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente
vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo
direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio
TERRENO PROJETO
1 2 3
4 54
64
1 2 3 44
54
64
Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno
26
Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
N
SERTAtildeO 8 Km
RS 135 2 Km
Acesso Principal Do IFRS
Cruzamento Conflitante
Acesso Secundaacuterio do IFRS
COXILHA 10 Km
Estrada do Asfalto
Estrada Teacuterrea p Coxilha
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
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SERTAtildeO Prefeitura Municipal Histoacuteria Disponiacutevel em lt httpwwwsertaorsgovbrpagina495historiagt Acesso em 2 outubro de 2015
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TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16
51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
to T
eacuterr
eo
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53
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
llR
ece
pccedilatilde
o
11
Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento
dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as
aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro
interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso
aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo
obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores
administrativo e de serviccedilo
Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena
de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares
e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes
Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram
utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)
A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a
circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato
da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno
ateacute seu lombo
Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)
Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria
12
32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)
O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos
arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa
Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia
Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura
Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em
vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)
Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Fernando Guerra (2015)
Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como
referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave
equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e
celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com
paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente
A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo
aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os
picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido
agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e
na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves
intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem
dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para
praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para
armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter
administrativo
13
Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
321 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos
em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor
administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde
encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo
localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas
eou olfativas
Picadeiro Interno
Picadeiro Interno
Baias
Administrativo
Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno
14
Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo
preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos
interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em
fita
Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
Fonte Carlos Castanheira (2014)
PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO
Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno
15
322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS
Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2
Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620
Picadeiro Interno 3330x1960 65268
Manejo Baias (x16) 365x430 1570
Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960
Almoxarifado (x2) 320x300 960
Administrativo Cozinha 420x720 3024
Escritoacuterio (x2) 420x360 1512
Sala Reuniotildees 900x360 3240
Lounge 1100x420 4620
Sala de jogos 420x360 1512
Sanitaacuterios 420x360 1512
Aacuterea Total 158710 msup2
Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre
Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria
323 FORMA
A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida
por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por
compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro
central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes
O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A
repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as
fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado
do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada
anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal
16
Figura 16 - Fachada Lateral
Fonte CASTANHEIRA (2014)
Figura 17 - Cortes transversais
Fonte ARCHDAILY (2015)
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos
estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos
estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada
324 TECNOLOGIA
A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com
perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas
metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do
edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais
conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado
17
Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA
A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da
Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio
americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no
ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2
Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program
Fonte Black Burn Architects
Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto
apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro
externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento
psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo
almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala
para os tratadores
18
Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)
331 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com
funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O
bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido
pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal
interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do
centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova
aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo
O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma
arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir
RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO
LEGENDA SETORES
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA
ESTAacuteBULOS
SERVICcedilO
MANEJO DOS CAVALOS
19
Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Black Burn Architects (2014)
332 FORMA
A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com
cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e
ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos
bungalows estadunidenses
Figura 22 - Fachadas
Fonte Black Burn Architects
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas
e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal
20
333 HABITABILIDADE
Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram
utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do
edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas
mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e
trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior
Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo
o acesso principal
34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO
Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro
Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do
Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de
necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos
fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a
desintegraccedilatildeo dos espaccedilos
Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na
disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees
aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale
ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim
como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos
em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes
na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas
Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se
conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de
acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um
pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente
de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os
espaccedilos com a mesma facilidade
Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um
interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em
ambientes internos e nas fachadas
21
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
41 Contextualizaccedilatildeo regional
O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente
na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a
uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado
entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre
(Sertatildeo 2015)
Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual
Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)
22
A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por
um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela
agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918
Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo
Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o
Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se
tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo
Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225
habitantes
411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo
O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio
Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de
Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo
Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada
passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de
1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a
certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de
1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido
era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A
denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico
em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)
Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea
de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso
existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e
Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de
praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para
o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)
Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de
poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria
(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte
em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto
23
integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior
satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em
Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas
poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-
Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)
Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo
integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para
atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas
42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo
O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas
dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo
basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios
administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios
ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos
das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)
Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
24
Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees
teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos
coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees
teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na
possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo
Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos
Fonte Acervo proacuteprio
Figura 26 - Mapa Nolly do entorno
25
Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria
43 Hierarquia Viaacuteria
A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-
135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao
municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo
caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente
vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo
direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio
TERRENO PROJETO
1 2 3
4 54
64
1 2 3 44
54
64
Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno
26
Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
N
SERTAtildeO 8 Km
RS 135 2 Km
Acesso Principal Do IFRS
Cruzamento Conflitante
Acesso Secundaacuterio do IFRS
COXILHA 10 Km
Estrada do Asfalto
Estrada Teacuterrea p Coxilha
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
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to T
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53
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
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o
12
32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)
O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos
arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa
Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia
Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura
Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em
vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)
Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Fernando Guerra (2015)
Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como
referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave
equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e
celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com
paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente
A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo
aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os
picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido
agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e
na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves
intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem
dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para
praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para
armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter
administrativo
13
Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
321 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos
em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor
administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde
encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo
localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas
eou olfativas
Picadeiro Interno
Picadeiro Interno
Baias
Administrativo
Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno
14
Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo
preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos
interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em
fita
Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
Fonte Carlos Castanheira (2014)
PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO
Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno
15
322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS
Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2
Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620
Picadeiro Interno 3330x1960 65268
Manejo Baias (x16) 365x430 1570
Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960
Almoxarifado (x2) 320x300 960
Administrativo Cozinha 420x720 3024
Escritoacuterio (x2) 420x360 1512
Sala Reuniotildees 900x360 3240
Lounge 1100x420 4620
Sala de jogos 420x360 1512
Sanitaacuterios 420x360 1512
Aacuterea Total 158710 msup2
Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre
Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria
323 FORMA
A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida
por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por
compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro
central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes
O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A
repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as
fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado
do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada
anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal
16
Figura 16 - Fachada Lateral
Fonte CASTANHEIRA (2014)
Figura 17 - Cortes transversais
Fonte ARCHDAILY (2015)
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos
estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos
estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada
324 TECNOLOGIA
A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com
perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas
metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do
edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais
conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado
17
Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA
A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da
Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio
americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no
ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2
Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program
Fonte Black Burn Architects
Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto
apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro
externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento
psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo
almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala
para os tratadores
18
Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)
331 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com
funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O
bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido
pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal
interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do
centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova
aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo
O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma
arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir
RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO
LEGENDA SETORES
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA
ESTAacuteBULOS
SERVICcedilO
MANEJO DOS CAVALOS
19
Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Black Burn Architects (2014)
332 FORMA
A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com
cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e
ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos
bungalows estadunidenses
Figura 22 - Fachadas
Fonte Black Burn Architects
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas
e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal
20
333 HABITABILIDADE
Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram
utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do
edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas
mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e
trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior
Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo
o acesso principal
34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO
Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro
Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do
Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de
necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos
fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a
desintegraccedilatildeo dos espaccedilos
Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na
disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees
aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale
ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim
como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos
em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes
na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas
Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se
conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de
acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um
pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente
de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os
espaccedilos com a mesma facilidade
Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um
interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em
ambientes internos e nas fachadas
21
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
41 Contextualizaccedilatildeo regional
O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente
na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a
uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado
entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre
(Sertatildeo 2015)
Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual
Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)
22
A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por
um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela
agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918
Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo
Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o
Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se
tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo
Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225
habitantes
411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo
O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio
Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de
Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo
Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada
passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de
1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a
certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de
1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido
era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A
denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico
em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)
Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea
de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso
existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e
Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de
praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para
o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)
Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de
poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria
(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte
em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto
23
integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior
satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em
Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas
poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-
Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)
Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo
integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para
atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas
42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo
O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas
dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo
basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios
administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios
ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos
das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)
Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
24
Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees
teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos
coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees
teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na
possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo
Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos
Fonte Acervo proacuteprio
Figura 26 - Mapa Nolly do entorno
25
Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria
43 Hierarquia Viaacuteria
A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-
135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao
municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo
caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente
vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo
direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio
TERRENO PROJETO
1 2 3
4 54
64
1 2 3 44
54
64
Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno
26
Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
N
SERTAtildeO 8 Km
RS 135 2 Km
Acesso Principal Do IFRS
Cruzamento Conflitante
Acesso Secundaacuterio do IFRS
COXILHA 10 Km
Estrada do Asfalto
Estrada Teacuterrea p Coxilha
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
to T
eacuterr
eo
Pla
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Ba
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Pa
vim
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eacuterr
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Pla
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53
Fach
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Lo
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al
54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
llR
ece
pccedilatilde
o
13
Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)
321 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos
em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor
administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde
encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo
localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas
eou olfativas
Picadeiro Interno
Picadeiro Interno
Baias
Administrativo
Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno
14
Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo
preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos
interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em
fita
Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
Fonte Carlos Castanheira (2014)
PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO
Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno
15
322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS
Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2
Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620
Picadeiro Interno 3330x1960 65268
Manejo Baias (x16) 365x430 1570
Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960
Almoxarifado (x2) 320x300 960
Administrativo Cozinha 420x720 3024
Escritoacuterio (x2) 420x360 1512
Sala Reuniotildees 900x360 3240
Lounge 1100x420 4620
Sala de jogos 420x360 1512
Sanitaacuterios 420x360 1512
Aacuterea Total 158710 msup2
Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre
Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria
323 FORMA
A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida
por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por
compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro
central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes
O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A
repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as
fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado
do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada
anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal
16
Figura 16 - Fachada Lateral
Fonte CASTANHEIRA (2014)
Figura 17 - Cortes transversais
Fonte ARCHDAILY (2015)
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos
estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos
estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada
324 TECNOLOGIA
A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com
perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas
metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do
edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais
conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado
17
Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA
A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da
Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio
americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no
ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2
Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program
Fonte Black Burn Architects
Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto
apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro
externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento
psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo
almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala
para os tratadores
18
Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)
331 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com
funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O
bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido
pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal
interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do
centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova
aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo
O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma
arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir
RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO
LEGENDA SETORES
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA
ESTAacuteBULOS
SERVICcedilO
MANEJO DOS CAVALOS
19
Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Black Burn Architects (2014)
332 FORMA
A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com
cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e
ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos
bungalows estadunidenses
Figura 22 - Fachadas
Fonte Black Burn Architects
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas
e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal
20
333 HABITABILIDADE
Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram
utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do
edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas
mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e
trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior
Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo
o acesso principal
34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO
Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro
Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do
Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de
necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos
fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a
desintegraccedilatildeo dos espaccedilos
Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na
disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees
aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale
ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim
como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos
em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes
na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas
Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se
conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de
acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um
pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente
de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os
espaccedilos com a mesma facilidade
Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um
interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em
ambientes internos e nas fachadas
21
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
41 Contextualizaccedilatildeo regional
O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente
na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a
uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado
entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre
(Sertatildeo 2015)
Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual
Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)
22
A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por
um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela
agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918
Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo
Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o
Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se
tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo
Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225
habitantes
411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo
O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio
Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de
Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo
Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada
passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de
1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a
certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de
1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido
era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A
denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico
em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)
Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea
de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso
existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e
Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de
praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para
o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)
Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de
poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria
(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte
em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto
23
integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior
satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em
Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas
poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-
Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)
Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo
integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para
atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas
42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo
O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas
dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo
basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios
administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios
ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos
das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)
Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
24
Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees
teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos
coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees
teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na
possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo
Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos
Fonte Acervo proacuteprio
Figura 26 - Mapa Nolly do entorno
25
Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria
43 Hierarquia Viaacuteria
A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-
135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao
municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo
caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente
vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo
direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio
TERRENO PROJETO
1 2 3
4 54
64
1 2 3 44
54
64
Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno
26
Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
N
SERTAtildeO 8 Km
RS 135 2 Km
Acesso Principal Do IFRS
Cruzamento Conflitante
Acesso Secundaacuterio do IFRS
COXILHA 10 Km
Estrada do Asfalto
Estrada Teacuterrea p Coxilha
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
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Pa
vim
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53
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
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pccedilatilde
o
14
Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo
preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos
interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em
fita
Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
Fonte Carlos Castanheira (2014)
PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO
Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno
15
322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS
Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2
Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620
Picadeiro Interno 3330x1960 65268
Manejo Baias (x16) 365x430 1570
Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960
Almoxarifado (x2) 320x300 960
Administrativo Cozinha 420x720 3024
Escritoacuterio (x2) 420x360 1512
Sala Reuniotildees 900x360 3240
Lounge 1100x420 4620
Sala de jogos 420x360 1512
Sanitaacuterios 420x360 1512
Aacuterea Total 158710 msup2
Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre
Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria
323 FORMA
A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida
por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por
compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro
central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes
O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A
repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as
fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado
do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada
anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal
16
Figura 16 - Fachada Lateral
Fonte CASTANHEIRA (2014)
Figura 17 - Cortes transversais
Fonte ARCHDAILY (2015)
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos
estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos
estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada
324 TECNOLOGIA
A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com
perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas
metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do
edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais
conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado
17
Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA
A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da
Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio
americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no
ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2
Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program
Fonte Black Burn Architects
Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto
apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro
externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento
psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo
almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala
para os tratadores
18
Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)
331 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com
funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O
bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido
pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal
interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do
centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova
aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo
O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma
arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir
RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO
LEGENDA SETORES
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA
ESTAacuteBULOS
SERVICcedilO
MANEJO DOS CAVALOS
19
Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Black Burn Architects (2014)
332 FORMA
A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com
cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e
ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos
bungalows estadunidenses
Figura 22 - Fachadas
Fonte Black Burn Architects
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas
e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal
20
333 HABITABILIDADE
Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram
utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do
edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas
mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e
trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior
Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo
o acesso principal
34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO
Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro
Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do
Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de
necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos
fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a
desintegraccedilatildeo dos espaccedilos
Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na
disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees
aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale
ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim
como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos
em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes
na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas
Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se
conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de
acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um
pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente
de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os
espaccedilos com a mesma facilidade
Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um
interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em
ambientes internos e nas fachadas
21
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
41 Contextualizaccedilatildeo regional
O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente
na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a
uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado
entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre
(Sertatildeo 2015)
Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual
Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)
22
A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por
um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela
agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918
Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo
Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o
Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se
tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo
Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225
habitantes
411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo
O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio
Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de
Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo
Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada
passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de
1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a
certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de
1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido
era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A
denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico
em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)
Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea
de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso
existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e
Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de
praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para
o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)
Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de
poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria
(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte
em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto
23
integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior
satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em
Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas
poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-
Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)
Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo
integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para
atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas
42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo
O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas
dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo
basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios
administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios
ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos
das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)
Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
24
Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees
teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos
coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees
teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na
possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo
Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos
Fonte Acervo proacuteprio
Figura 26 - Mapa Nolly do entorno
25
Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria
43 Hierarquia Viaacuteria
A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-
135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao
municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo
caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente
vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo
direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio
TERRENO PROJETO
1 2 3
4 54
64
1 2 3 44
54
64
Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno
26
Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
N
SERTAtildeO 8 Km
RS 135 2 Km
Acesso Principal Do IFRS
Cruzamento Conflitante
Acesso Secundaacuterio do IFRS
COXILHA 10 Km
Estrada do Asfalto
Estrada Teacuterrea p Coxilha
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
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to T
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53
Fach
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
llR
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o
15
322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS
Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2
Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620
Picadeiro Interno 3330x1960 65268
Manejo Baias (x16) 365x430 1570
Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960
Almoxarifado (x2) 320x300 960
Administrativo Cozinha 420x720 3024
Escritoacuterio (x2) 420x360 1512
Sala Reuniotildees 900x360 3240
Lounge 1100x420 4620
Sala de jogos 420x360 1512
Sanitaacuterios 420x360 1512
Aacuterea Total 158710 msup2
Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre
Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria
323 FORMA
A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida
por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por
compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro
central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes
O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A
repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as
fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado
do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada
anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal
16
Figura 16 - Fachada Lateral
Fonte CASTANHEIRA (2014)
Figura 17 - Cortes transversais
Fonte ARCHDAILY (2015)
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos
estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos
estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada
324 TECNOLOGIA
A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com
perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas
metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do
edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais
conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado
17
Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA
A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da
Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio
americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no
ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2
Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program
Fonte Black Burn Architects
Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto
apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro
externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento
psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo
almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala
para os tratadores
18
Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)
331 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com
funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O
bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido
pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal
interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do
centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova
aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo
O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma
arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir
RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO
LEGENDA SETORES
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA
ESTAacuteBULOS
SERVICcedilO
MANEJO DOS CAVALOS
19
Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Black Burn Architects (2014)
332 FORMA
A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com
cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e
ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos
bungalows estadunidenses
Figura 22 - Fachadas
Fonte Black Burn Architects
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas
e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal
20
333 HABITABILIDADE
Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram
utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do
edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas
mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e
trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior
Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo
o acesso principal
34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO
Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro
Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do
Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de
necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos
fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a
desintegraccedilatildeo dos espaccedilos
Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na
disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees
aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale
ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim
como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos
em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes
na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas
Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se
conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de
acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um
pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente
de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os
espaccedilos com a mesma facilidade
Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um
interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em
ambientes internos e nas fachadas
21
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
41 Contextualizaccedilatildeo regional
O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente
na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a
uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado
entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre
(Sertatildeo 2015)
Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual
Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)
22
A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por
um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela
agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918
Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo
Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o
Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se
tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo
Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225
habitantes
411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo
O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio
Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de
Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo
Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada
passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de
1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a
certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de
1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido
era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A
denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico
em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)
Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea
de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso
existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e
Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de
praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para
o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)
Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de
poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria
(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte
em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto
23
integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior
satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em
Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas
poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-
Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)
Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo
integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para
atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas
42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo
O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas
dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo
basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios
administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios
ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos
das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)
Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
24
Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees
teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos
coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees
teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na
possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo
Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos
Fonte Acervo proacuteprio
Figura 26 - Mapa Nolly do entorno
25
Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria
43 Hierarquia Viaacuteria
A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-
135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao
municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo
caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente
vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo
direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio
TERRENO PROJETO
1 2 3
4 54
64
1 2 3 44
54
64
Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno
26
Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
N
SERTAtildeO 8 Km
RS 135 2 Km
Acesso Principal Do IFRS
Cruzamento Conflitante
Acesso Secundaacuterio do IFRS
COXILHA 10 Km
Estrada do Asfalto
Estrada Teacuterrea p Coxilha
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
to T
eacuterr
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53
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
llR
ece
pccedilatilde
o
16
Figura 16 - Fachada Lateral
Fonte CASTANHEIRA (2014)
Figura 17 - Cortes transversais
Fonte ARCHDAILY (2015)
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos
estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos
estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada
324 TECNOLOGIA
A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com
perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas
metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do
edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais
conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado
17
Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA
A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da
Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio
americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no
ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2
Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program
Fonte Black Burn Architects
Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto
apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro
externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento
psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo
almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala
para os tratadores
18
Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)
331 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com
funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O
bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido
pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal
interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do
centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova
aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo
O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma
arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir
RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO
LEGENDA SETORES
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA
ESTAacuteBULOS
SERVICcedilO
MANEJO DOS CAVALOS
19
Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Black Burn Architects (2014)
332 FORMA
A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com
cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e
ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos
bungalows estadunidenses
Figura 22 - Fachadas
Fonte Black Burn Architects
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas
e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal
20
333 HABITABILIDADE
Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram
utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do
edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas
mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e
trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior
Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo
o acesso principal
34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO
Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro
Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do
Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de
necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos
fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a
desintegraccedilatildeo dos espaccedilos
Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na
disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees
aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale
ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim
como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos
em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes
na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas
Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se
conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de
acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um
pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente
de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os
espaccedilos com a mesma facilidade
Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um
interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em
ambientes internos e nas fachadas
21
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
41 Contextualizaccedilatildeo regional
O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente
na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a
uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado
entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre
(Sertatildeo 2015)
Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual
Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)
22
A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por
um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela
agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918
Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo
Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o
Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se
tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo
Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225
habitantes
411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo
O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio
Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de
Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo
Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada
passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de
1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a
certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de
1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido
era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A
denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico
em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)
Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea
de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso
existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e
Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de
praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para
o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)
Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de
poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria
(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte
em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto
23
integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior
satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em
Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas
poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-
Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)
Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo
integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para
atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas
42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo
O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas
dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo
basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios
administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios
ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos
das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)
Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
24
Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees
teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos
coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees
teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na
possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo
Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos
Fonte Acervo proacuteprio
Figura 26 - Mapa Nolly do entorno
25
Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria
43 Hierarquia Viaacuteria
A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-
135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao
municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo
caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente
vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo
direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio
TERRENO PROJETO
1 2 3
4 54
64
1 2 3 44
54
64
Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno
26
Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
N
SERTAtildeO 8 Km
RS 135 2 Km
Acesso Principal Do IFRS
Cruzamento Conflitante
Acesso Secundaacuterio do IFRS
COXILHA 10 Km
Estrada do Asfalto
Estrada Teacuterrea p Coxilha
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9050 ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9077 AMERICAN HORTICULTURAL THERAPY ASSOCIATION (AHTA) Horticultural Therapy ndash History and practice Disponiacutevel em lt httpahtaorghorticultural-therapygt Acesso em 22 setembro 2015 ARCHDAILY BRASIL Centro Equestre Carlos Castanheira amp Clara Bastai Disponiacutevel em lt httpwwwarchdailycombrbr762752centro-equestre-carlos-castanheira-and-clara-bastaigt Acesso em 28 setembro de 2015 ARNAUD D K L et al Produccedilatildeo de hortas orgacircnicas como instrumento de terapia ocupacional para os usuaacuterios do CAPS IFPB Joatildeo Pessoa 2012
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
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53
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
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17
Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas
Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)
33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA
A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da
Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio
americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no
ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2
Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program
Fonte Black Burn Architects
Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto
apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro
externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento
psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo
almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala
para os tratadores
18
Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)
331 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com
funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O
bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido
pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal
interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do
centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova
aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo
O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma
arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir
RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO
LEGENDA SETORES
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA
ESTAacuteBULOS
SERVICcedilO
MANEJO DOS CAVALOS
19
Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Black Burn Architects (2014)
332 FORMA
A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com
cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e
ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos
bungalows estadunidenses
Figura 22 - Fachadas
Fonte Black Burn Architects
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas
e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal
20
333 HABITABILIDADE
Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram
utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do
edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas
mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e
trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior
Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo
o acesso principal
34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO
Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro
Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do
Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de
necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos
fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a
desintegraccedilatildeo dos espaccedilos
Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na
disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees
aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale
ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim
como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos
em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes
na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas
Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se
conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de
acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um
pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente
de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os
espaccedilos com a mesma facilidade
Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um
interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em
ambientes internos e nas fachadas
21
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
41 Contextualizaccedilatildeo regional
O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente
na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a
uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado
entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre
(Sertatildeo 2015)
Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual
Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)
22
A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por
um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela
agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918
Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo
Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o
Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se
tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo
Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225
habitantes
411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo
O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio
Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de
Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo
Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada
passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de
1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a
certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de
1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido
era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A
denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico
em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)
Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea
de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso
existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e
Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de
praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para
o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)
Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de
poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria
(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte
em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto
23
integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior
satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em
Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas
poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-
Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)
Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo
integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para
atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas
42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo
O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas
dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo
basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios
administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios
ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos
das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)
Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
24
Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees
teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos
coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees
teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na
possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo
Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos
Fonte Acervo proacuteprio
Figura 26 - Mapa Nolly do entorno
25
Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria
43 Hierarquia Viaacuteria
A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-
135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao
municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo
caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente
vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo
direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio
TERRENO PROJETO
1 2 3
4 54
64
1 2 3 44
54
64
Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno
26
Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
N
SERTAtildeO 8 Km
RS 135 2 Km
Acesso Principal Do IFRS
Cruzamento Conflitante
Acesso Secundaacuterio do IFRS
COXILHA 10 Km
Estrada do Asfalto
Estrada Teacuterrea p Coxilha
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
to T
eacuterr
eo
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53
Fach
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
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ece
pccedilatilde
o
18
Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)
331 IMPLANTACcedilAtildeO
Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com
funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O
bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido
pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal
interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do
centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova
aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo
O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma
arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir
RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO
LEGENDA SETORES
TERAPIA
ADMINISTRATIVO
EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA
ESTAacuteBULOS
SERVICcedilO
MANEJO DOS CAVALOS
19
Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Black Burn Architects (2014)
332 FORMA
A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com
cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e
ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos
bungalows estadunidenses
Figura 22 - Fachadas
Fonte Black Burn Architects
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas
e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal
20
333 HABITABILIDADE
Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram
utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do
edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas
mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e
trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior
Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo
o acesso principal
34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO
Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro
Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do
Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de
necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos
fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a
desintegraccedilatildeo dos espaccedilos
Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na
disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees
aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale
ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim
como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos
em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes
na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas
Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se
conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de
acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um
pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente
de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os
espaccedilos com a mesma facilidade
Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um
interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em
ambientes internos e nas fachadas
21
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
41 Contextualizaccedilatildeo regional
O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente
na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a
uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado
entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre
(Sertatildeo 2015)
Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual
Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)
22
A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por
um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela
agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918
Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo
Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o
Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se
tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo
Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225
habitantes
411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo
O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio
Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de
Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo
Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada
passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de
1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a
certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de
1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido
era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A
denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico
em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)
Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea
de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso
existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e
Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de
praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para
o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)
Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de
poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria
(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte
em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto
23
integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior
satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em
Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas
poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-
Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)
Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo
integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para
atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas
42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo
O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas
dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo
basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios
administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios
ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos
das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)
Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
24
Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees
teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos
coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees
teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na
possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo
Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos
Fonte Acervo proacuteprio
Figura 26 - Mapa Nolly do entorno
25
Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria
43 Hierarquia Viaacuteria
A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-
135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao
municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo
caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente
vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo
direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio
TERRENO PROJETO
1 2 3
4 54
64
1 2 3 44
54
64
Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno
26
Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
N
SERTAtildeO 8 Km
RS 135 2 Km
Acesso Principal Do IFRS
Cruzamento Conflitante
Acesso Secundaacuterio do IFRS
COXILHA 10 Km
Estrada do Asfalto
Estrada Teacuterrea p Coxilha
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
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Ba
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53
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
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19
Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte
Fonte Black Burn Architects (2014)
332 FORMA
A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com
cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e
ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos
bungalows estadunidenses
Figura 22 - Fachadas
Fonte Black Burn Architects
O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas
e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal
20
333 HABITABILIDADE
Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram
utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do
edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas
mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e
trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior
Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo
o acesso principal
34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO
Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro
Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do
Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de
necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos
fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a
desintegraccedilatildeo dos espaccedilos
Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na
disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees
aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale
ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim
como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos
em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes
na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas
Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se
conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de
acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um
pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente
de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os
espaccedilos com a mesma facilidade
Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um
interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em
ambientes internos e nas fachadas
21
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
41 Contextualizaccedilatildeo regional
O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente
na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a
uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado
entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre
(Sertatildeo 2015)
Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual
Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)
22
A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por
um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela
agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918
Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo
Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o
Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se
tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo
Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225
habitantes
411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo
O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio
Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de
Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo
Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada
passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de
1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a
certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de
1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido
era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A
denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico
em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)
Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea
de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso
existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e
Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de
praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para
o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)
Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de
poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria
(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte
em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto
23
integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior
satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em
Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas
poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-
Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)
Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo
integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para
atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas
42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo
O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas
dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo
basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios
administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios
ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos
das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)
Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
24
Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees
teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos
coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees
teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na
possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo
Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos
Fonte Acervo proacuteprio
Figura 26 - Mapa Nolly do entorno
25
Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria
43 Hierarquia Viaacuteria
A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-
135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao
municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo
caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente
vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo
direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio
TERRENO PROJETO
1 2 3
4 54
64
1 2 3 44
54
64
Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno
26
Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
N
SERTAtildeO 8 Km
RS 135 2 Km
Acesso Principal Do IFRS
Cruzamento Conflitante
Acesso Secundaacuterio do IFRS
COXILHA 10 Km
Estrada do Asfalto
Estrada Teacuterrea p Coxilha
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
to T
eacuterr
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53
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
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ece
pccedilatilde
o
20
333 HABITABILIDADE
Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram
utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do
edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas
mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e
trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior
Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo
o acesso principal
34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO
Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro
Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do
Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de
necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos
fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a
desintegraccedilatildeo dos espaccedilos
Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na
disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees
aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale
ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim
como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos
em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes
na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas
Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se
conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de
acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um
pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente
de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os
espaccedilos com a mesma facilidade
Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um
interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em
ambientes internos e nas fachadas
21
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
41 Contextualizaccedilatildeo regional
O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente
na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a
uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado
entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre
(Sertatildeo 2015)
Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual
Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)
22
A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por
um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela
agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918
Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo
Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o
Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se
tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo
Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225
habitantes
411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo
O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio
Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de
Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo
Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada
passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de
1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a
certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de
1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido
era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A
denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico
em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)
Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea
de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso
existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e
Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de
praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para
o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)
Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de
poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria
(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte
em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto
23
integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior
satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em
Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas
poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-
Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)
Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo
integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para
atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas
42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo
O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas
dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo
basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios
administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios
ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos
das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)
Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
24
Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees
teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos
coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees
teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na
possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo
Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos
Fonte Acervo proacuteprio
Figura 26 - Mapa Nolly do entorno
25
Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria
43 Hierarquia Viaacuteria
A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-
135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao
municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo
caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente
vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo
direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio
TERRENO PROJETO
1 2 3
4 54
64
1 2 3 44
54
64
Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno
26
Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
N
SERTAtildeO 8 Km
RS 135 2 Km
Acesso Principal Do IFRS
Cruzamento Conflitante
Acesso Secundaacuterio do IFRS
COXILHA 10 Km
Estrada do Asfalto
Estrada Teacuterrea p Coxilha
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
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53
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
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21
4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
41 Contextualizaccedilatildeo regional
O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente
na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a
uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado
entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre
(Sertatildeo 2015)
Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual
Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)
22
A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por
um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela
agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918
Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo
Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o
Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se
tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo
Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225
habitantes
411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo
O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio
Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de
Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo
Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada
passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de
1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a
certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de
1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido
era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A
denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico
em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)
Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea
de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso
existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e
Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de
praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para
o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)
Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de
poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria
(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte
em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto
23
integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior
satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em
Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas
poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-
Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)
Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo
integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para
atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas
42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo
O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas
dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo
basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios
administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios
ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos
das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)
Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
24
Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees
teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos
coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees
teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na
possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo
Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos
Fonte Acervo proacuteprio
Figura 26 - Mapa Nolly do entorno
25
Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria
43 Hierarquia Viaacuteria
A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-
135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao
municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo
caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente
vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo
direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio
TERRENO PROJETO
1 2 3
4 54
64
1 2 3 44
54
64
Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno
26
Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
N
SERTAtildeO 8 Km
RS 135 2 Km
Acesso Principal Do IFRS
Cruzamento Conflitante
Acesso Secundaacuterio do IFRS
COXILHA 10 Km
Estrada do Asfalto
Estrada Teacuterrea p Coxilha
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
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eacuterr
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53
Fach
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
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pccedilatilde
o
22
A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por
um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela
agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918
Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo
Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o
Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se
tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo
Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225
habitantes
411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo
O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio
Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de
Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo
Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada
passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de
1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a
certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de
1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido
era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A
denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico
em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)
Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea
de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso
existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e
Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de
praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para
o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)
Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de
poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria
(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte
em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto
23
integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior
satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em
Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas
poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-
Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)
Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo
integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para
atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas
42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo
O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas
dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo
basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios
administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios
ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos
das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)
Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
24
Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees
teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos
coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees
teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na
possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo
Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos
Fonte Acervo proacuteprio
Figura 26 - Mapa Nolly do entorno
25
Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria
43 Hierarquia Viaacuteria
A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-
135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao
municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo
caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente
vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo
direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio
TERRENO PROJETO
1 2 3
4 54
64
1 2 3 44
54
64
Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno
26
Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
N
SERTAtildeO 8 Km
RS 135 2 Km
Acesso Principal Do IFRS
Cruzamento Conflitante
Acesso Secundaacuterio do IFRS
COXILHA 10 Km
Estrada do Asfalto
Estrada Teacuterrea p Coxilha
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
to T
eacuterr
eo
Pla
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Ba
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Pa
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to T
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53
Fach
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Lo
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
llR
ece
pccedilatilde
o
23
integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior
satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em
Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas
poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-
Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)
Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo
integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para
atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas
42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo
O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas
dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo
basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios
administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios
ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos
das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)
Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
24
Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees
teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos
coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees
teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na
possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo
Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos
Fonte Acervo proacuteprio
Figura 26 - Mapa Nolly do entorno
25
Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria
43 Hierarquia Viaacuteria
A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-
135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao
municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo
caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente
vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo
direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio
TERRENO PROJETO
1 2 3
4 54
64
1 2 3 44
54
64
Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno
26
Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
N
SERTAtildeO 8 Km
RS 135 2 Km
Acesso Principal Do IFRS
Cruzamento Conflitante
Acesso Secundaacuterio do IFRS
COXILHA 10 Km
Estrada do Asfalto
Estrada Teacuterrea p Coxilha
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
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Ba
ixa
Pa
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53
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
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llR
ece
pccedilatilde
o
24
Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees
teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos
coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees
teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na
possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo
Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos
Fonte Acervo proacuteprio
Figura 26 - Mapa Nolly do entorno
25
Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria
43 Hierarquia Viaacuteria
A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-
135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao
municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo
caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente
vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo
direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio
TERRENO PROJETO
1 2 3
4 54
64
1 2 3 44
54
64
Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno
26
Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
N
SERTAtildeO 8 Km
RS 135 2 Km
Acesso Principal Do IFRS
Cruzamento Conflitante
Acesso Secundaacuterio do IFRS
COXILHA 10 Km
Estrada do Asfalto
Estrada Teacuterrea p Coxilha
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9050 ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9077 AMERICAN HORTICULTURAL THERAPY ASSOCIATION (AHTA) Horticultural Therapy ndash History and practice Disponiacutevel em lt httpahtaorghorticultural-therapygt Acesso em 22 setembro 2015 ARCHDAILY BRASIL Centro Equestre Carlos Castanheira amp Clara Bastai Disponiacutevel em lt httpwwwarchdailycombrbr762752centro-equestre-carlos-castanheira-and-clara-bastaigt Acesso em 28 setembro de 2015 ARNAUD D K L et al Produccedilatildeo de hortas orgacircnicas como instrumento de terapia ocupacional para os usuaacuterios do CAPS IFPB Joatildeo Pessoa 2012
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
to T
eacuterr
eo
Pla
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vim
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Pla
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53
Fach
ad
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ronta
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
llR
ece
pccedilatilde
o
25
Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria
43 Hierarquia Viaacuteria
A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-
135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao
municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo
caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente
vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo
direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio
TERRENO PROJETO
1 2 3
4 54
64
1 2 3 44
54
64
Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno
26
Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
N
SERTAtildeO 8 Km
RS 135 2 Km
Acesso Principal Do IFRS
Cruzamento Conflitante
Acesso Secundaacuterio do IFRS
COXILHA 10 Km
Estrada do Asfalto
Estrada Teacuterrea p Coxilha
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
to T
eacuterr
eo
Pla
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Pa
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53
Fach
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
llR
ece
pccedilatilde
o
26
Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)
N
SERTAtildeO 8 Km
RS 135 2 Km
Acesso Principal Do IFRS
Cruzamento Conflitante
Acesso Secundaacuterio do IFRS
COXILHA 10 Km
Estrada do Asfalto
Estrada Teacuterrea p Coxilha
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
to T
eacuterr
eo
Pla
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53
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
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ece
pccedilatilde
o
27
Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno
Fonte Acervo proacuteprio (2015)
Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte
Fonte Adaptado de Google Earth (2015)
TERRENO
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
to T
eacuterr
eo
Pla
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Ba
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Pa
vim
en
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eacuterr
eo
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53
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
llR
ece
pccedilatilde
o
28
44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO
O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS
Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura
Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que
deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto
originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando
os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus
De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para
implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140
metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido
perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos
diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das
instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como
percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
to T
eacuterr
eo
Pla
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Ba
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Pa
vim
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Pla
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53
Fach
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ronta
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Lo
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al
54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
llR
ece
pccedilatilde
o
29
Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
ACESSO SECUNDAacuteRIO
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
to T
eacuterr
eo
Pla
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53
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
llR
ece
pccedilatilde
o
30
Fonte Acervo proacuteprio
Fonte O autor (2015)
Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo
Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
to T
eacuterr
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53
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
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o
31
45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA
451 NBR 9077
A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata
das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees
devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la
de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio
externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da
Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura
dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas
De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como
Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais
por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais
Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)
Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)
Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)
Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as
seguintes exigecircncias
Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros
Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2
452 NBR 9050
A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves
condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de
projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural
Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por
ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento
para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
to T
eacuterr
eo
Pla
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Ba
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Pa
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53
Fach
ad
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Lo
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
llR
ece
pccedilatilde
o
32
rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)
Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do
mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo
independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta
dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre
circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)
Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as
medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para
posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas
Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva
Fonte ABNT (2015)
Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)
Fonte ABNT (2015)
Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas
ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com
declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo
abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo
horizontal
i = (h x 100) 100
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
to T
eacuterr
eo
Pla
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Ba
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Pa
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53
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Lo
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
llR
ece
pccedilatilde
o
33
A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para
seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa
Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto
num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que
haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT
2015)
Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas
Fonte ABNT (2015)
No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de
300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como
mencionado anteriormente
Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva
Fonte ABNT (2015)
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
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6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
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64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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50
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TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16
51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
to T
eacuterr
eo
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
to T
eacuterr
eo
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
to T
eacuterr
eo
53
Fach
ad
a L
ate
ral
Fach
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Fach
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Fach
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ronta
l
Co
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Lo
ng
itu
din
al
54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
llR
ece
pccedilatilde
o
34
Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a
largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo
geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo
atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m
Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070
m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030
m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado
Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos
Fonte ABNT (2015)
O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho
deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada
anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas
exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade
reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem
utilizadas
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
to T
eacuterr
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Pla
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53
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54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
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ece
pccedilatilde
o
35
5 HISTOacuteRICO DO TEMA
Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos
terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da
medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)
Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como
tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller
em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria
A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada
pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset
Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para
pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que
atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e
diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)
No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta
brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional
trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de
Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando
a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa
terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo
Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua
equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-
BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia
Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)
Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina
reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV
2004)
Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma
entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados
e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo
fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9050 ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9077 AMERICAN HORTICULTURAL THERAPY ASSOCIATION (AHTA) Horticultural Therapy ndash History and practice Disponiacutevel em lt httpahtaorghorticultural-therapygt Acesso em 22 setembro 2015 ARCHDAILY BRASIL Centro Equestre Carlos Castanheira amp Clara Bastai Disponiacutevel em lt httpwwwarchdailycombrbr762752centro-equestre-carlos-castanheira-and-clara-bastaigt Acesso em 28 setembro de 2015 ARNAUD D K L et al Produccedilatildeo de hortas orgacircnicas como instrumento de terapia ocupacional para os usuaacuterios do CAPS IFPB Joatildeo Pessoa 2012
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
to T
eacuterr
eo
Pla
nta
Ba
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Pa
vim
en
to T
eacuterr
eo
Pla
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Ba
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Pa
vim
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to T
eacuterr
eo
53
Fach
ad
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ate
ral
Fach
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Fach
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ral
Fach
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ronta
l
Co
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Lo
ng
itu
din
al
54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
llR
ece
pccedilatilde
o
36
responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para
os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo
Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados
seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais
precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles
estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de
caso (OLIVEIRA 2015)
Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral
percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a
arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram
originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e
reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi
construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios
ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior
jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza
No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana
LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta
uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco
coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto
por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto
propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas
sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo
37
Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
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7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
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APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
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en
to T
eacuterr
eo
Pla
nta
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Fach
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Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
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Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo
Fonte LCE Architects (2015)
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16
51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
to T
eacuterr
eo
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
to T
eacuterr
eo
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
to T
eacuterr
eo
53
Fach
ad
a L
ate
ral
Fach
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Fach
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a F
ronta
l
Co
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Lo
ng
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din
al
54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
llR
ece
pccedilatilde
o
38
6 CONCEITO
Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma
melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o
contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar
dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da
edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e
materiais naturais
61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES
Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como
madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave
natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica
para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia
62 ENTORNO
Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde
seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se
relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de
diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade
do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas
nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica
63 HERANCcedilA CULTURAL
Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza
Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos
aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e
convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos
percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante
ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados
pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo
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64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
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Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9050 ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9077 AMERICAN HORTICULTURAL THERAPY ASSOCIATION (AHTA) Horticultural Therapy ndash History and practice Disponiacutevel em lt httpahtaorghorticultural-therapygt Acesso em 22 setembro 2015 ARCHDAILY BRASIL Centro Equestre Carlos Castanheira amp Clara Bastai Disponiacutevel em lt httpwwwarchdailycombrbr762752centro-equestre-carlos-castanheira-and-clara-bastaigt Acesso em 28 setembro de 2015 ARNAUD D K L et al Produccedilatildeo de hortas orgacircnicas como instrumento de terapia ocupacional para os usuaacuterios do CAPS IFPB Joatildeo Pessoa 2012
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TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16
51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
to T
eacuterr
eo
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
to T
eacuterr
eo
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
to T
eacuterr
eo
53
Fach
ad
a L
ate
ral
Fach
ad
a L
ate
ral
Fach
ad
a L
ate
ral
Fach
ad
a F
ronta
l
Co
rte
Lo
ng
itu
din
al
54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
llR
ece
pccedilatilde
o
39
64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO
A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia
de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido
longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute
aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao
espectador que se encontrar na parte mais alta
65 Clientes
O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de
atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais
especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio
Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios
mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de
deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que
proporcione sua inserccedilatildeo social educacional
40
66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
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Pla
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Pla
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Fach
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Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
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ece
pccedilatilde
o
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66 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo
e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para
equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e
espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias
alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-
dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo
em questatildeo
67 PREacute-DIMENSIONAMENTO
Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil
em msup2
ADM Hall
Balcatildeo atendimento Sofaacutes
Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500
Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550
Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras
armaacuterio 920
Secretaria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 920
Tesouraria Escrivaninha cadeiras
armaacuterio arquivo 900
Banheiro 475
Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600
DML Armaacuterio Balcatildeo 300
Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800
TERAPIA
Interior Cons Fisioterapia
Mesa armaacuterio arquivo
cadeiras 1250
Sala Psicomotricidade Escada 20
Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 80000
Arquibancada Bancos Rampas 50
Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80
Exterior Picadeiro Externo
Toneacuteis Cerca Cavaletes
Rampas para montaria 800
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9050 ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9077 AMERICAN HORTICULTURAL THERAPY ASSOCIATION (AHTA) Horticultural Therapy ndash History and practice Disponiacutevel em lt httpahtaorghorticultural-therapygt Acesso em 22 setembro 2015 ARCHDAILY BRASIL Centro Equestre Carlos Castanheira amp Clara Bastai Disponiacutevel em lt httpwwwarchdailycombrbr762752centro-equestre-carlos-castanheira-and-clara-bastaigt Acesso em 28 setembro de 2015 ARNAUD D K L et al Produccedilatildeo de hortas orgacircnicas como instrumento de terapia ocupacional para os usuaacuterios do CAPS IFPB Joatildeo Pessoa 2012
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CASTANHEIRA Carlos BASTAI Maria Clara Centro Equestre - Empreendimento Agro-pecuaacuterio Disponiacutevel em lt httpwwwcarloscastanheiraptptarquitecturaprojectoscentro-hipico-empreendimento-agro-pecuariogt Acesso em 3 de setembro de 2015
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49
HASKIN M R ERDMAN II W J BREAM J AVOY C G M Therapeutic horseback riding for the handicapped Philadelphia v 55 n 10 oct 1974
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Connection Washington DC Island Press 2005
LANDMANN J As medicinas alternativas mito embuste ou ciecircncia ndash homeopatia medicina herbal acupuntura meditaccedilatildeo ioga biofeedback e cura pela feacute Rio de Janeiro (RJ) Guanabara 1989
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MEDEIROS Milena DIAS E Equoterapia bases e fundamentos Rio de Janeiro Revinter 2002
NATURALLY WOOD Wood in Healthcare a natural choice for enhancing human well-being Setembro de 2012
50
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TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16
51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
ixa
Pa
vim
en
to T
eacuterr
eo
Pla
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Ba
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Pa
vim
en
to T
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eo
Pla
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Ba
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Pa
vim
en
to T
eacuterr
eo
53
Fach
ad
a L
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ral
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Lo
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al
54
Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
llR
ece
pccedilatilde
o
41
Horta Canteiro com salada legumes 300
Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600
Jardim Sensorial Canteiros com flores
arbustos aacutervores frutiacuteferas 200
Playground Gangorra balanccedilos 120
Estufa Canteiros 40
SERVICcedilO
Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500
Cozinha
Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com
duas cubas balcatildeo de
trabalho armaacuterio
2100
Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900
Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios
Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100
Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque
armaacuterio 75
MANEJO
Sala Tratadores
3 Cadeiras Escrivaninha
Armaacuterio Frigobar Cama 1300
Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500
Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375
Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas
para raccedilatildeo 1000
Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira
Mesa 600
Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200
Banho e escova Armaacuterios tanque 1200
Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)
Sub Total do Setor 15525
Aacuterea Total interna 130515
Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
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Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
TAacute
BU
LO
PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
45
Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
N
46
610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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Connection Washington DC Island Press 2005
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50
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SERTAtildeO Prefeitura Municipal Histoacuteria Disponiacutevel em lt httpwwwsertaorsgovbrpagina495historiagt Acesso em 2 outubro de 2015
SOARES Daniela Fonseca Genelhu et al Equoterapia teoria amp praacutetica no Brasil Editora FUNEC 2013 p27-34 e 107-116
TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16
51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
nta
Ba
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Pa
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en
to T
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eo
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Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
55
Ha
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pccedilatilde
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42
68 FLUXOGRAMA
Figura 43 - Fluxograma da proposta
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
43
69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
44
Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ES
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PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
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Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
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610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
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7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9050 ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9077 AMERICAN HORTICULTURAL THERAPY ASSOCIATION (AHTA) Horticultural Therapy ndash History and practice Disponiacutevel em lt httpahtaorghorticultural-therapygt Acesso em 22 setembro 2015 ARCHDAILY BRASIL Centro Equestre Carlos Castanheira amp Clara Bastai Disponiacutevel em lt httpwwwarchdailycombrbr762752centro-equestre-carlos-castanheira-and-clara-bastaigt Acesso em 28 setembro de 2015 ARNAUD D K L et al Produccedilatildeo de hortas orgacircnicas como instrumento de terapia ocupacional para os usuaacuterios do CAPS IFPB Joatildeo Pessoa 2012
ASSOCIACcedilAtildeO NACIONAL DE EQUOTERAPIA (ANDE)-Brasil 2014 Disponiacutevel em
httpwwwequoterapiaorgbrsiteequoterapiaphp Acessado em 10 de outubro de 2015
CASTANHEIRA Carlos BASTAI Maria Clara Centro Equestre - Empreendimento Agro-pecuaacuterio Disponiacutevel em lt httpwwwcarloscastanheiraptptarquitecturaprojectoscentro-hipico-empreendimento-agro-pecuariogt Acesso em 3 de setembro de 2015
CAMPOS Camila S et al Equoterapia ndash O Enfoque Psicoterapecircutico com Crianccedilas Down Monografia Goiacircnia 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwequoterapiaorgbrtrabalhos24102031pdfgt Acesso em 28 ago 2015
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FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia saberes necessaacuterios agrave pratica educativa 31ordm ed Paz e Terra Satildeo Paulo 2005
49
HASKIN M R ERDMAN II W J BREAM J AVOY C G M Therapeutic horseback riding for the handicapped Philadelphia v 55 n 10 oct 1974
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KELLERT S R Building for Life Designing and Understanding the Human-Nature
Connection Washington DC Island Press 2005
LANDMANN J As medicinas alternativas mito embuste ou ciecircncia ndash homeopatia medicina herbal acupuntura meditaccedilatildeo ioga biofeedback e cura pela feacute Rio de Janeiro (RJ) Guanabara 1989
LIPORONI Gabriela F OLIVEIRA Ana P R Equoterapia Como Tratamento Alternativo Para Pacientes Com Sequelas Neuroloacutegicas Investigaccedilatildeo -Revista Cientiacutefica da Universidade de Franca Franca (SP) v 5 n 16 jan 2003 dez 2005 MARUYAMA W I Principais Produtos Hortiacutecolas In Produccedilatildeo de Hortaliccedilas Irrigadas em Pequenas Propriedades Rurais Uni-Graf ndash Cassilacircndia MS 2005 p 7-15
MEDEIROS Milena DIAS E Equoterapia bases e fundamentos Rio de Janeiro Revinter 2002
NATURALLY WOOD Wood in Healthcare a natural choice for enhancing human well-being Setembro de 2012
50
OLIVEIRA IB Aprendizagens culturais cotidianas cidadania e educaccedilatildeo In OLIVEIRA IB SGARBI P (Org) Redes culturais diversidade e educaccedilatildeo Rio de Janeiro DPampA 2002 p37-56
PEIXE Marco Aureacutelio LICHESKI Laiacutes C O Uso e as Sensaccedilotildees da Madeira no Espaccedilo Interno Universidade Federal do Paranaacute Sd
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
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Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
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69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento
acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo
desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo
poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em
problemas de fluxo interno
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos
aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das
extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos
EQUOTERAPIA (EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
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Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
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PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
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Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
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610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
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7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
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8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9050 ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9077 AMERICAN HORTICULTURAL THERAPY ASSOCIATION (AHTA) Horticultural Therapy ndash History and practice Disponiacutevel em lt httpahtaorghorticultural-therapygt Acesso em 22 setembro 2015 ARCHDAILY BRASIL Centro Equestre Carlos Castanheira amp Clara Bastai Disponiacutevel em lt httpwwwarchdailycombrbr762752centro-equestre-carlos-castanheira-and-clara-bastaigt Acesso em 28 setembro de 2015 ARNAUD D K L et al Produccedilatildeo de hortas orgacircnicas como instrumento de terapia ocupacional para os usuaacuterios do CAPS IFPB Joatildeo Pessoa 2012
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CASTANHEIRA Carlos BASTAI Maria Clara Centro Equestre - Empreendimento Agro-pecuaacuterio Disponiacutevel em lt httpwwwcarloscastanheiraptptarquitecturaprojectoscentro-hipico-empreendimento-agro-pecuariogt Acesso em 3 de setembro de 2015
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DANIEL David Timber Architecture 10 Benefits of Wood Based Designs Disponiacutevel em httpfreshomecom20140127timber-architecture-9-benefits-wood-based-designsixzz3pbN6IFUR Acesso em 22 de outubro de 2015 DIEFENBACH C V V Instituto Federal Do Rio Grande Do Sul Cacircmpus Sertatildeo memoacuterias da cultura escolar atraveacutes das narrativas de egressos do curso teacutecnico em agropecuaacuteria (1972-2010) Unisinos Satildeo Leopoldo 2013 GREEN Michael C The case for tall wood buildings How Mass Timber Offers a Safe Economical and Environmentally Friendly Alternative for Tall Building Structures Vancouver Canadian Wood Council 2012 240 p
FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia saberes necessaacuterios agrave pratica educativa 31ordm ed Paz e Terra Satildeo Paulo 2005
49
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HILL A Guia das medicinas alternativas todos os sistemas de cura natural Satildeo Paulo (SP) Hemus [ sd]
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Sertatildeo dados gerais do municiacutepio Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=432050ampsearch=|sertaogt Acesso em 05 e outubro de 2015
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KELLERT S R Building for Life Designing and Understanding the Human-Nature
Connection Washington DC Island Press 2005
LANDMANN J As medicinas alternativas mito embuste ou ciecircncia ndash homeopatia medicina herbal acupuntura meditaccedilatildeo ioga biofeedback e cura pela feacute Rio de Janeiro (RJ) Guanabara 1989
LIPORONI Gabriela F OLIVEIRA Ana P R Equoterapia Como Tratamento Alternativo Para Pacientes Com Sequelas Neuroloacutegicas Investigaccedilatildeo -Revista Cientiacutefica da Universidade de Franca Franca (SP) v 5 n 16 jan 2003 dez 2005 MARUYAMA W I Principais Produtos Hortiacutecolas In Produccedilatildeo de Hortaliccedilas Irrigadas em Pequenas Propriedades Rurais Uni-Graf ndash Cassilacircndia MS 2005 p 7-15
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NATURALLY WOOD Wood in Healthcare a natural choice for enhancing human well-being Setembro de 2012
50
OLIVEIRA IB Aprendizagens culturais cotidianas cidadania e educaccedilatildeo In OLIVEIRA IB SGARBI P (Org) Redes culturais diversidade e educaccedilatildeo Rio de Janeiro DPampA 2002 p37-56
PEIXE Marco Aureacutelio LICHESKI Laiacutes C O Uso e as Sensaccedilotildees da Madeira no Espaccedilo Interno Universidade Federal do Paranaacute Sd
SERTAtildeO Prefeitura Municipal Histoacuteria Disponiacutevel em lt httpwwwsertaorsgovbrpagina495historiagt Acesso em 2 outubro de 2015
SOARES Daniela Fonseca Genelhu et al Equoterapia teoria amp praacutetica no Brasil Editora FUNEC 2013 p27-34 e 107-116
TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16
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APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
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Fachada Lateral
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Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
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Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto
central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa
separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo
interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute
coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo
interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos
dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a
deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal
Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo
se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse
caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que
natildeo eacute desejaacutevel
Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo
Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao
formato do terreno mostra que o zoneamento proposto
natildeo otimiza o uso do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
HORTOTERAPIA
(EXTERIOR)
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
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PICADEIRO EXTERNO SETOR
TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO
N
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Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
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610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
47
7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
48
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9050 ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9077 AMERICAN HORTICULTURAL THERAPY ASSOCIATION (AHTA) Horticultural Therapy ndash History and practice Disponiacutevel em lt httpahtaorghorticultural-therapygt Acesso em 22 setembro 2015 ARCHDAILY BRASIL Centro Equestre Carlos Castanheira amp Clara Bastai Disponiacutevel em lt httpwwwarchdailycombrbr762752centro-equestre-carlos-castanheira-and-clara-bastaigt Acesso em 28 setembro de 2015 ARNAUD D K L et al Produccedilatildeo de hortas orgacircnicas como instrumento de terapia ocupacional para os usuaacuterios do CAPS IFPB Joatildeo Pessoa 2012
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httpwwwequoterapiaorgbrsiteequoterapiaphp Acessado em 10 de outubro de 2015
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FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia saberes necessaacuterios agrave pratica educativa 31ordm ed Paz e Terra Satildeo Paulo 2005
49
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Connection Washington DC Island Press 2005
LANDMANN J As medicinas alternativas mito embuste ou ciecircncia ndash homeopatia medicina herbal acupuntura meditaccedilatildeo ioga biofeedback e cura pela feacute Rio de Janeiro (RJ) Guanabara 1989
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MEDEIROS Milena DIAS E Equoterapia bases e fundamentos Rio de Janeiro Revinter 2002
NATURALLY WOOD Wood in Healthcare a natural choice for enhancing human well-being Setembro de 2012
50
OLIVEIRA IB Aprendizagens culturais cotidianas cidadania e educaccedilatildeo In OLIVEIRA IB SGARBI P (Org) Redes culturais diversidade e educaccedilatildeo Rio de Janeiro DPampA 2002 p37-56
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SERTAtildeO Prefeitura Municipal Histoacuteria Disponiacutevel em lt httpwwwsertaorsgovbrpagina495historiagt Acesso em 2 outubro de 2015
SOARES Daniela Fonseca Genelhu et al Equoterapia teoria amp praacutetica no Brasil Editora FUNEC 2013 p27-34 e 107-116
TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16
51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
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Ba
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Pa
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en
to T
eacuterr
eo
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Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
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Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo
LEGENDA
Criteacuterios Avaliaccedilatildeo
Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro
do terreno em seu sentido longitudinal melhora a
conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos
de circulaccedilatildeo internos
Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato
do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo
transeunte
Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo
(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo
estrutural importante quesito na construccedilatildeo de
edificaccedilotildees em madeira
Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade
do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento
da aacuterea do terreno
EQUOTERAPIA
(EXTERIOR)
SOCIAL
SETOR TERAPEcircUTICO
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE SERVICcedilO
ESTACIONAMENTO
ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL
ACESSO SERVICcedilO
ESTAacuteBULO
PICADEIRO EXTERNO
SETOR TERAPEcircUTICO E
DE EQUITACcedilAtildeO
JARDIM SENSORIAL
HORTOTERAPIA
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610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
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que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
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7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
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significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
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comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
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mudanccedilas climaacuteticas
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curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
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formato de plantas baixas cortes e volumetria
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51
APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
52
Pla
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Fachada Lateral
Volumetria
Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo
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610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO
Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na
configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O
acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite
a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma
separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal
torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo
que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento
arquitetocircnico diferenciado
Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria
A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do
terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o
estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio
A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem
que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada
principal na rua do Acesso Secundaacuterio
Rua do Acesso Secundaacuterio
N
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7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
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curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
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8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia saberes necessaacuterios agrave pratica educativa 31ordm ed Paz e Terra Satildeo Paulo 2005
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HILL A Guia das medicinas alternativas todos os sistemas de cura natural Satildeo Paulo (SP) Hemus [ sd]
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Sertatildeo dados gerais do municiacutepio Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=432050ampsearch=|sertaogt Acesso em 05 e outubro de 2015
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KELLERT S R Building for Life Designing and Understanding the Human-Nature
Connection Washington DC Island Press 2005
LANDMANN J As medicinas alternativas mito embuste ou ciecircncia ndash homeopatia medicina herbal acupuntura meditaccedilatildeo ioga biofeedback e cura pela feacute Rio de Janeiro (RJ) Guanabara 1989
LIPORONI Gabriela F OLIVEIRA Ana P R Equoterapia Como Tratamento Alternativo Para Pacientes Com Sequelas Neuroloacutegicas Investigaccedilatildeo -Revista Cientiacutefica da Universidade de Franca Franca (SP) v 5 n 16 jan 2003 dez 2005 MARUYAMA W I Principais Produtos Hortiacutecolas In Produccedilatildeo de Hortaliccedilas Irrigadas em Pequenas Propriedades Rurais Uni-Graf ndash Cassilacircndia MS 2005 p 7-15
MEDEIROS Milena DIAS E Equoterapia bases e fundamentos Rio de Janeiro Revinter 2002
NATURALLY WOOD Wood in Healthcare a natural choice for enhancing human well-being Setembro de 2012
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OLIVEIRA IB Aprendizagens culturais cotidianas cidadania e educaccedilatildeo In OLIVEIRA IB SGARBI P (Org) Redes culturais diversidade e educaccedilatildeo Rio de Janeiro DPampA 2002 p37-56
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TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16
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APEcircNDICES
Planta de Situaccedilatildeo
Setorizaccedilatildeo
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Fachada Lateral
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7 CONCLUSOtildeES
Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a
necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas
dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de
tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta
infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de
uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui
significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o
bem-estar dos ocupantes
De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo
da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute
comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a
arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas
mudanccedilas climaacuteticas
Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas
curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho
seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro
de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em
formato de plantas baixas cortes e volumetria
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8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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