FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ARQUITETURA E URBANISMO Luiz Augusto Bitzcof Galera CoSAC – Complexo Sociocultural de Artes Carnavalescas em Passo Fundo/RS Passo Fundo 2016
FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ARQUITETURA E URBANISMO
Luiz Augusto Bitzcof Galera
CoSAC – Complexo Sociocultural de Artes Carnavalescas em Passo Fundo/RS
Passo Fundo 2016
Luiz Augusto Bitzcof Galera
CoSAC – Complexo Sociocultural de Artes Carnavalescas em Passo Fundo/RS.
Relatório do Processo Metodológico de Concepção do Projeto Arquitetônico e Urbanístico e Estudo Preliminar do Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional – IMED, como requisito parcial para aprovação na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso I, sob orientação da professora Msc. Marcele Salles Martins.
Passo Fundo 2016
ii
Luiz Augusto Bitzcof Galera
CoSAC – Complexo Sociocultural de Artes Carnavalescas em Passo Fundo/RS
Banca Examinadora:
Profª. Msc. Marcele Salles Martins – Orientadora
Profª. Msc. Renata Postay – Integrante
Profª. Bel. Marina Dal Zot Von Meusel - Integrante
Passo Fundo 2016
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AGRADECIMENTOS
Inicialmente a Deus, pela benção de poder chegar aqui e por todas as graças
obtidas.
Aos meus pais, Luiz Eduardo e Angela Rosane, pelo apoio incondicional nesse
processo de graduação. Pela presença constante, educação e ensinamentos que
foram fundamentais para a construção do meu caráter e do ser humano que me
tornei. Sem vocês, esse trabalho não existiria.
Aos meus irmãos e todos os familiares, pelo incentivo e por terem se feito
presentes não somente nesse período, mas durante toda a minha vida.
Aos amigos que me acompanham desde sempre e que compreenderam meus
momentos de ausência física junto a eles. Por acreditarem sempre no meu potencial
e me motivarem cada vez mais.
Aos meus colegas e amigos da arquitetura pela troca de conhecimentos, pelo
companheirismo e ajuda durante todo o curso. Vocês se tornaram essenciais e me
auxiliaram a chegar onde hoje estou. Sou grato por tudo.
A todos os professores da Escola de Arquitetura e Urbanismo – Imed que
contribuíram para minha formação profissional de forma qualitativa, dando-me
suporte necessário para enfrentar o mercado de trabalho.
A pessoa admirável, minha professora orientadora Marcele Salles Martins, por
desafiar-se juntamente a mim a desenvolver o tema escolhido. Pela sua dedicação,
preocupação e competência profissional não somente nas orientações, mas em todo
o período acadêmico. Sem seu direcionamento seria impossível concluir essa etapa.
Obrigado!
Aos envolvidos no Carnaval da cidade de Passo Fundo, pela disposição em me
ajudar com relatos e dicas que foram de extrema importância para qualificação do
trabalho.
E a todos que direta ou indiretamente contribuíram para o desenvolvimento desse
trabalho e da minha vida acadêmica, meu muito obrigado, de coração!
iii
iv
Resumo
O Carnaval de Rua da cidade de Passo Fundo ainda é discriminado pela população
local e visto como um movimento negativo. Somando-se isso com a falta de
qualificação da mão de obra das pessoas envolvidas e a inexistência de um espaço
adequado para a realização da festividade, o mesmo veio a ser cancelado em sua
ultima edição no ano de 2015. Visando reavivar a festa popular no município, e
provar seu papel sociocultural, o presente trabalho busca desenvolver um
sambódromo para a realização do evento e que disponha de espaços de apoio e
qualificação profissional dos integrantes das escolas de samba e da população em
geral. A fim de qualificar a proposta e o seu desenvolvimento, foram realizadas
conversas informais com personalidades envolvidas no Carnaval da cidade, bem
como referenciais teóricos. Além disso, foi feita a análise de estudos de caso, de
centros socioculturais (nacional e internacional) e sambódromos (regional e
nacional) para um melhor entendimento do funcionamento e para obter soluções
projetuais adequadas. Ainda, foram localizados os espaços de trabalho de cada
agremiação e estudado o entorno da área em que o projeto será inserido, seus
condicionantes, leis municipais e normas técnicas brasileiras necessárias. O
conceito do projeto está fundamentado na expressão e nas relações humanas que o
corpo exerce na passarela do samba e no seu cotidiano. Com base nos estudos
realizados se obteve a proposta de um Complexo Sociocultural de Artes
Carnavalescas (CoSAC), inserido em um vazio urbano, a fim de qualificar o espaço,
possui abrangência a nível regional e atende o que foi estabelecido inicialmente,
sendo uma construção de caráter cultural, integração social e de viabilidade
construtiva.
Palavras-chave: Carnaval de Rua, espaço sociocultural, sambódromo, qualificação
profissional, expressão corporal, CoSAC, vazio urbano.
v
Abstract
The Street Carnival of the city of Passo Fundo is still discriminated by the local
population and it has been seen as a negative movement. Adding to this with the lack
of qualification of the labor of the people involved and the lack of an adequate space
for the realization of the festivity, the same it was canceled in its last edition in the
year 2015. Aiming to revive the popular party in the city, and prove their sociocultural
function, the present work seeks to develop a sambadrome to execute the event and
that it has spaces of support and professional qualifications of the members of the
samba schools and the population in general. In order to qualify the proposal and its
development, informal conversations were performed with people involved in the
Carnival of the city, as well as theoretical references. Furthermore, a review was
carried out of case studies, of the sociocultural centers (national and international)
and sambadromes (regional and national) for a better understanding of the
functioning and to obtain appropriate projectual solutions. Even, work spaces were
located of each samba schools and it will be studied the surroundings area in which
the project will be inserted, their constraints, municipal laws and Brazilian technical
norms required. The concept of the project is based on the expression and in human
relations that the body exerts on the sambadrome and in their daily life. On the basis
of the studies conducted are obtained the proposal of a Sociocultural Complex of
Carnival Arts (CoSAC), inserted in an empty urban, in order to qualify the space, has
coverage at regional level and attends what was initially established, being a building
of cultural character, social integration and constructive viability.
Keywords: Street Carnival, socio-cultural space, sambodrome, professional
qualification, body expression, CoSAC, empty urban.
vi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Estrutura do Carnaval de Rua de Passo Fundo em 2015. .................................... 8
Figura 2 – Edifício Projeto Viver. .......................................................................................... 10
Figura 3 – Centro Sociocultural Ágora. ................................................................................ 11
Figura 4 – Comparativo referente à implantação dos estudos de caso. ............................... 11
Figura 5 – Comparativo referente à função nos estudos de caso......................................... 13
Figura 6 – Comparativo referente a analise formal dos estudos de caso. ............................ 14
Figura 7 – Análise de tecnologia e materiais dos estudos de caso. ..................................... 14
Figura 8 – Análise de tecnologia e materiais nos estudos de caso. ..................................... 16
Figura 9 – Análise da habitabilidade nos estudos de caso. .................................................. 17
Figura 10 – Passarela Professor Darcy Ribeiro. .................................................................. 17
Figura 11 – Complexo Cultural do Porto Seco. .................................................................... 18
Figura 12 – Comparativo referente à implantação dos estudos de caso. ............................. 18
Figura 13 – Comparativo referente à função nos estudos de caso. ...................................... 20
Figura 14 – Análise de tecnologia e materiais nos estudos de caso. ................................... 20
Figura 15 – Localização Nacional, regional e local. ............................................................. 21
Figura 16 – Detalhes das escolas de samba e atual divisão do desfile. ............................... 22
Figura 17 – Localização das Escolas de Samba. ................................................................. 23
Figura 18 – Trajetos para chegar das escolas de samba ao CoSAC. .................................. 24
Figura 19 – Localização de equipamentos urbanos no entorno. .......................................... 25
Figura 20 – Mapa Nolli – cheios e vazios. ............................................................................ 26
Figura 21 – Representação das redes de infraestrutura locais. ........................................... 27
Figura 22 – Mapa de sistema viário. .................................................................................... 28
Figura 23 – Corte de via – Rua A. ........................................................................................ 29
Figura 24 – Corte Via – Avenida 7 de Setembro A. .............................................................. 29
Figura 25 – Corte Via – Avenida Sete de Setembro B. ........................................................ 30
Figura 26 – Corte Via – Rua Humberto Campos. ................................................................. 30
Figura 27 – Mapa de uso do solo. ........................................................................................ 31
Figura 28 – Gráfico da análise do uso do solo ..................................................................... 31
Figura 29 – Mapa de alturas das edificações (Vista A). ....................................................... 32
Figura 30 – Mapa de alturas das edificações (Vista B). ....................................................... 33
Figura 31 – Mapa de paradas e linhas de ônibus. ................................................................ 34
Figura 32 – Informações e levantamento do terreno. ........................................................... 35
Figura 33 – Mapa de vistas. ................................................................................................. 36
Figura 34 – Vistas Terreno. .................................................................................................. 37
Figura 35 – Skylines. ........................................................................................................... 38
Figura 36 – Zoneamento Urbano da área de intervenção. ................................................... 39
vii
Figura 37 – Fórmula para quantidade de banheiros no centro sociocultural. ....................... 40
Figura 38 – Fórmula para quantidade de banheiros no sambódromo. ................................. 41
Figura 39 - Conceito do projeto. ........................................................................................... 42
Figura 40 – Esquema de integração entre espaços distintos. .............................................. 43
Figura 41 – Edifício Familistère. ........................................................................................... 44
Figura 42 – YAP_Constructo 6 “Your Reflection”. ................................................................ 44
Figura 43 - Housing in Järvaterrassen. ......................................................................... 44
Figura 44 - London Metropolitan University graduate centre. ............................................... 45
Figura 45 – Escola Primária em Beausoleil. ......................................................................... 45
Figura 46 – Organograma dos macros setores do projeto. .................................................. 52
Figura 47 – Fluxograma Macro Setor de Espetáculos Culturais ........................................... 53
Figura 48 – Fluxograma Macro Setor de Apoio para Escolas de Samba ............................. 54
Figura 49 - Fluxograma Macro Setor Atendimento Sociocultural......................................... 55
Figura 50 – Proposta de zoneamento 01. ............................................................................ 56
Figura 51 – Proposta de zoneamento 02. ............................................................................ 57
Figura 52 – Proposta de zoneamento 03. ............................................................................ 58
viii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Programa de necessidades e Pré-dimensionamento macro setor A. ................... 47
Tabela 2: Programa de necessidades e Pré-dimensionamento macro setor B. ................... 49
Tabela 3: Programa de necessidades e Pré-dimensionamento macro setor C. ................... 50
ix
SUMÁRIO
Resumo ................................................................................................................................................ iv
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................................ vi
LISTA DE TABELAS .......................................................................................................................... viii
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 1
1.1 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................................... 2
1.2 Objetivos ................................................................................................................................... 3
1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................................... 3 1.2.2 Objetivos Específicos ....................................................................................................... 3
1.3 Delimitação do tema ................................................................................................................. 4
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................................... 5
2.1 Arquitetura social ...................................................................................................................... 5
2.2 A arte Popular do Carnaval no Brasil ....................................................................................... 5
2.2.1 O Carnaval de Passo Fundo: Sua história e Formato atual ............................................. 6 2.3 Espaço público na cidade ........................................................................................................ 9
3 ESTUDOS DE CASOS ..................................................................................................................10
3.1 Projetos - Centros Comunitários ............................................................................................10
3.2 Projetos - Sambódromos ........................................................................................................17
4 DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO ..........................................................................21
4.1 Contextualização Regional .....................................................................................................21
4.1.1 Mapa Nolli .......................................................................................................................25 4.1.2 Infraestrutura urbana ......................................................................................................26 4.1.3 Infraestrutura: Sistema Viário .........................................................................................28 4.1.4 Uso e Ocupação do Solo ...............................................................................................30 4.1.5 Altura das edificações ....................................................................................................32 4.1.6 Transporte ......................................................................................................................33
4.2 ÁREA DE IMPLANTAÇÃO .....................................................................................................35
4.2.1 Vistas e Skyline ..............................................................................................................36 4.3 SÍNTESE DA LEGISLAÇÃO GERAL E ESPECÍFICA DO TEMA .........................................39
4.3.1 Plano Diretor ...................................................................................................................39 4.3.2 Código de Obras ............................................................................................................40 4.3.3 NBR 9050 .......................................................................................................................41 4.3.4 NBR 9077 .......................................................................................................................41
5 CONCEITO E DIRETRIZES DO PROJETO .................................................................................42
5.1 Conceito da proposta .............................................................................................................42
5.2 Carta de intenções .................................................................................................................42
5.3 Diretrizes de projeto ...............................................................................................................43
5.4 Diretrizes urbanas propostas .................................................................................................45
6 PARTIDO GERAL .........................................................................................................................47
6.1 Programa de Necessidades e Pré-dimensionamento............................................................47
6.2 Organograma .........................................................................................................................52
6.3 Fluxogramas ...........................................................................................................................53
6.4 Zoneamento ...........................................................................................................................56
x
7 CONCLUSÕES .............................................................................................................................60
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................61
9 ANEXOS ........................................................................................................................................65
1
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho intitulado COMPLEXO SOCIOCULTURAL DE ARTES
CARNAVALESCAS consiste em uma pesquisa teórica sobre as artes do Carnaval,
com a intenção de remodelar o formato do desfile de rua da cidade de Passo
Fundo/RS.
Diante disso, pretende-se compreender que o Carnaval não é apenas uma
festividade, mas sim uma forma de demonstrar e vivenciar a cultura e disseminá-la
por meio da educação em conceitos de inclusão social igualitária.
Na concepção de Bakhtin (1981), o Carnaval é o lócus privilegiado da inversão,
onde se beneficia o marginal, o periférico, o excludente. A partir dessa concepção é
possível afirmar o papel de inclusão em que o carnaval se caracteriza,
estabelecendo a convivência das sociedades que são por sua vez divididas por
classes.
Conforme Oliveira (2007, p. 29), o sambódromo é o “lugar onde as agremiações
sambam em velocidade”, o espaço que segundo o autor (2007, p. 15) é destinado ao
desfile de carnaval, é “tão simbólico quanto significativo”. O Brasil conta com um
total de 14 estruturas que comportam os desfiles do samba em diferentes cidades,
sendo as principais: o Sambódromo da Marques de Sapucaí – Rio de Janeiro e o
Sambódromo do Anhembi – São Paulo.
No Rio de Janeiro o trabalho do Carnaval não se restringe a Passarela do
Samba. As escolas de samba, durante todo o ano que antecede aos desfiles, além
de trabalharem com a montagem e confecção do que será mostrado no espetáculo,
desenvolvem projetos socioculturais que estabelecem espaços de arte, cultura e
educação relacionados ao Carnaval.
É o caso do projeto Pimpolhos da Grande Rio, desenvolvido na Escola de samba
Acadêmicos da Grande Rio, que utiliza a cultura carnavalesca como ferramenta de
educação e transformação social, trabalhando com crianças de 5 a 18 anos. Afirma
a presidente da escola Pimpolhos, Soares (2011), que o objetivo principal da escola
é desenvolver projetos na educação, trabalhando com a arte e a cultura como
ferramentas de ensino, criando assim, produtos que sustentem a instituição.
2
Portanto, pretende-se com esse estudo contribuir com a concepção do
anteprojeto do Complexo Sociocultural de Artes Carnavalescas na cidade de Passo
Fundo, enfatizando seu caráter social e dessa forma modificando a visão negativa
que o movimento tem perante a sociedade.
1.1 JUSTIFICATIVA
O estudo da arte do carnaval se faz importante pelo fato da festividade ter caráter
inclusivo, além de ser parte característica da identidade da cultura nacional, já que o
Brasil é considerado mundialmente “o país do Carnaval”.
A cultura é um grande mecanismo de inserção social, se trabalhada em prol da
democracia, em consideração a esse fator, percebe-se a importância de propor o
projeto para um complexo sociocultural na cidade de Passo Fundo/RS que
apresente aspectos carnavalescos, com base no conceito de projetos socioculturais
das escolas de samba do Rio de Janeiro, apoiando e impulsionando o
desenvolvimento cultural e de qualificação comunitária nos níveis local e regional.
Há tempos o Carnaval de rua acontece no município. Segundo a Prefeitura de
Passo Fundo (2015), a festa popular em sua última edição que ocorreu no ano de
2015, teve as arquibancadas e camarotes lotados, atingindo um público de mais de
oito mil pessoas, além dos dois mil integrantes das escolas de samba. Em um novo
formato de Carnaval, o desfile foi marcado pela solidariedade, onde o valor
repassado para as escolas não sai mais dos cofres públicos e sim da
comercialização de ingressos e camarotes empresariais.
De acordo com vídeo de reportagem da UPFTV (2015), o novo formato de
carnaval, se caracterizou pela busca da inclusão de pessoas com algum tipo de
deficiência, trazendo pela primeira vez na abertura da festividade a Associação de
Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Passo Fundo. Do valor arrecadado com
a venda de ingressos, 20% foram destinados para a instituição.
A Prefeitura do município e a Liga Independente das Escolas de Samba de
Passo Fundo (LIESPF), no ano de 2016, decidiram por não realizar o desfile do
Carnaval de rua na cidade, pois o local onde habitualmente se realizava o evento
encontra-se em obras e nenhum outro local apresentou o conjunto necessário para
sua realização (PREFEITURA DE PASSO FUNDO, 2016).
3
Diante destes fatores, é notável a necessidade de uma estrutura adequada para
a realização do evento, que torne possível a continuidade do novo modelo, onde por
sua vez tem caráter inclusivo. A cidade está escrevendo uma nova história em
relação ao Carnaval, então é de grande relevância que seja impulsionada, a fim de
manter suas raízes vivas e valorizar sua tradição, antes que a mesma seja
erradicada.
Importante também salientar a falta de espaços profissionalizantes que tenham
ligação direta com a cultura e possibilitem a qualificação dos usuários frente ao
mercado de trabalho, além dos espaços de convívio comunitário, que são restritos
apenas de bairro a bairro, não propondo integração entre a população como um
todo.
É com este propósito que o presente trabalho tem importância na caracterização
cultural aos níveis local e regional, integrando e qualificando a sociedade em
conjunto ao desenvolvimento da cidade, através da proposta do complexo
sociocultural de artes carnavalescas, que possibilitará criatividade educacional,
através dos métodos e materiais envolvidos na metodologia do carnaval.
Portanto, a cidade de Passo Fundo necessita da implantação de tal equipamento
comunitário, que seja de fácil acesso aos usuários e atenda os diferentes públicos,
promovendo através de manifestações artísticas e culturais uma maior visibilidade
ao município, tornando o mesmo um referencial na região.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
Desenvolver o projeto arquitetônico de um complexo sociocultural de artes
carnavalescas na cidade de Passo Fundo/RS, que comporte as festividades do
carnaval de rua e vise à integração comunitária em um local de convivência e
permanência.
1.2.2 Objetivos Específicos
Propor uma estrutura permanente para a realização do desfile de Carnaval
de rua da cidade.
4
Desenvolver espaços de apoio para montagem e confecção de produtos
das escolas de samba.
Propor espaços destinados à qualificação profissional dos usuários.
Prever áreas de convivência em caráter multiuso.
1.3 DELIMITAÇÃO DO TEMA
O projeto busca atender vários segmentos da sociedade, onde o público-alvo são
os integrantes das escolas de samba da cidade e os apreciadores da arte
carnavalesca como um todo, não restringindo pessoas quanto à idade e/ou classe
social. A proposta prevê uma estrutura diferenciada da que usualmente é feita no
desfile da cidade, com base no carnaval Carioca, será permanente.
5
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O presente capítulo trata a fundamentação teórica para o desenvolvimento de
uma proposta para um Complexo Sociocultural de Artes Carnavalescas na cidade de
Passo Fundo que abordará os seguintes assuntos: Arquitetura social, A Arte popular
do carnaval no Brasil e o Carnaval de Passo Fundo: sua história e formato atual e
espaço público na cidade.
2.1 Arquitetura social
O papel social da arquitetura, segundo Gordilho (2012) além de trabalhar para
oportunizar o acesso a pessoas de diferenciadas classes de renda, sobretudo deve
pensar e agir na cidade como um todo. A fragmentação atual do seu
desenvolvimento é o que traz o esquecimento do seu planejamento e de
metodologias qualitativas adotadas para a melhor solução frente a sua expansão.
Spadoni (2007) diz que “a arquitetura possui uma sina interessante de ser
entre as artes a que carrega uma relação mais objetiva com o homem, por definir o
abrigo de todas as suas atividades”.
2.2 A arte Popular do Carnaval no Brasil
O Carnaval brasileiro é um festejo popular que tem uma das maiores
dimensões no país, afirma Trigueiro (2007) e cometa que o movimento foi
introduzido, através dos portugueses. As festas que aconteceram inicialmente eram
baseadas no Carnaval Veneziano e Francês. A forma mais antiga de realizar a
festividade era o Entrudo, que manteve por muito tempo a origem europeia (jogo de
mela-mela, da água de cheiro).
O Rio de Janeiro, segundo Queiroz (1992) é considerado o núcleo
disseminador da festividade popular no Brasil. No século XX, cada uma das classes
sociais tinha sua forma de comemorar. Os de maior poder aquisitivo, organizavam
as grandes sociedades, e desfilavam com fantasias luxuosas. A classe média
desenvolvia ranchos pelo final do século XIX, desfilando também com características
6
do carnaval atual. E os blocos, formados por pessoas da classe mais pobre,
moradores de favela, sendo esses os formadores das agremiações de samba.
Atualmente, o festival popular do carnaval de rua carioca é caracterizado pelos
desfiles das escolas de samba, acontecendo o espetáculo na noite de domingo e
segunda-feira de carnaval. A partir de 1920, as escolas de samba passaram a ser
vistas como algo positivo pela população (SOIHET, 1998).
2.2.1 O Carnaval de Passo Fundo: Sua história e Formato atual
Segundo conversa informal com Isaias (2016), que conheceu o histórico do
Carnaval através da sua família, a qual teve participação ativa desde o inicio do
movimento na cidade, menciona que o Clube Recreativo Visconde do Rio Branco,
criado em 23 de abril de 1916, foi o local onde surgiram as mais variadas
manifestações e agremiações que deram origem ao Carnaval da cidade.
Isaias, ainda comentou que o Clube, no círculo Carnavalesco, é considerado
sede progenitora da cultura popular de Passo Fundo, espaço onde se formaram
cantores, precursores, compositores, já que a entidade não tinha discriminação
quanto à raça, classe social e credo.
Isaias (1999) conta que era tradição as noites de carnaval acontecerem
intercaladas nos clubes Comercial e Visconde. Quando acontecia no clube
Comercial, eram selecionadas as pessoas do Clube Visconde para que dançassem
por alguns minutos da noite. Os negros, quando recebiam em seu clube os doutores
do Clube Comercial sentiam-se lisonjeados. Depois de um tempo o Clube Juvenil e
Caixeiral começaram a fazer o mesmo. Nesses outros clubes também aconteceram
memoráveis bailes de carnaval.
Existiram vários blocos de rua na época de vinte e trinta, como os Boêmios,
Blocos 21 e 25, bloco Vae como pode, mas que o clube Visconde do Rio Branco
teve seu primeiro bloco desfilando em 1933, nomeado como Trinta e Três de
Pontinha, exibiu belos carros alegóricos, além de fantasias e adereços
deslumbrantes, tudo custeado pelos integrantes. Com a evolução do movimento
foram surgindo outros inúmeros blocos (ISAIAS, 2016).
No ano de 1959, segundo Cavalheiro (2016a), primeira intérprete do
Carnaval de Rua da cidade, o desfile não ocorreu de forma tradicional. Cavalheiro
7
relata que, o evento havia sido cancelado e então os músicos se reuniram e
passavam pelas ruas cantando enquanto a população assistia ao espetáculo que
aconteceu consecutivamente nas quatro noites do Carnaval.
Ainda, de acordo com relatos de Isaias (2016), de dentro do Clube Visconde,
surgiram agremiações de valor importante para o carnaval da cidade, tais como:
Garotos da Batucada, primeira escola de samba do município, fundada em 1952;
Particulares do Ritmo, Bonsucesso, Mocidade Independente, União da Vila, Bambas
da Orgia, Imperadores do Samba, Águia Dourada, Pandeiro de Prata, Era de
aquários, Acadêmicos do Sol.
Era comum nas décadas de sessenta e setenta que os clubes da cidade
desfilavam em conjunto com as escolas de samba da época, alegrando o carnaval
de rua e integrando o povo. Os eventos sempre tinham apoio da Prefeitura, na
questão de segurança e a população assistia das calçadas. (ISAIAS, 2016)
Em 1970, o Carnaval adotou o uso de quesitos, embasados nas festividades
regionais e nacionais. Passou então, o evento, a ser avaliado de forma a classificar
as escolas quanto as suas apresentações, recebendo jurados de fora da cidade.
Cavalheiro & Cavalheiro (2016b; 2016c), irmãs e de família com forte
influencia na história do Carnaval, já foram inclusive representantes da corte do
carnaval, comentaram sobre a trajetória do desfile, desde o local aonde acontecia,
até a estrutura física que existia em cada um dos eventos. Relatam que no ano de
1979 o desfile acontecia na Rua General Netto, as pessoas assistiam das calçadas,
tendo apenas cordas que as separavam. Em 1983, a festa aconteceu na avenida
Sete de Setembro ao lado do Shopping Bella Cittá, já em 1984 passou a ser na
Avenida Brasil, iniciando da Praça Tochetto até as proximidades do Shopping. No
ano de 1989 a festividade veio a ser realizada novamente na Avenida Sete de
Setembro, onde já eram locadas arquibancadas para a população, porém não por
iniciativa da prefeitura.
Eli (2016), rainha do Carnaval de 1999, conta que no ano do seu reinado o
desfile de rua aconteceu na Avenida Brasil e que existiam arquibancadas, porém em
menor proporção em relação aos espaços barrados apenas por cordas.
Entre o período de 1997 e 1998, Cavalheiro (2016d), atualmente servidora
pública e organizadora do Carnaval, afirma que a gestão pública da época teve a
iniciativa de realizar o repasse de determinado valor em dinheiro para as
agremiações, como forma de auxílio na compra do material para o desfile. Nesse
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mesmo período foi criada a Associação das Escolas de Samba, atual Liga
Independente das Escolas de Samba de Passo Fundo (LIESPF), presidida por
Gilvan Marinho, que em parceria com a CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas de
Passo Fundo) organizam o evento, o qual tem total apoio da Prefeitura do município.
A servidora pública, ainda relata que a partir de 2002 o desfile passou a
acontecer no Parque da Gare. No ano de 2015 (Figura 1) teve uma estrutura
disposta através do patrocínio de empresas privadas, contando com espaços
divididos entre arquibancadas, camarotes e espaço aberto, totalizando cerca de
8.000 lugares, além de iluminação, sonorização e painel digital cronometrando o
tempo de desfile de cada agremiação.
Figura 1 – Estrutura do Carnaval de Rua de Passo Fundo em 2015.
Fonte: Prefeitura de Passo Fundo (2015).
Silva (2016), atual Rainha da Corte do Carnaval da cidade, em seu
depoimento afirmou que no ano de 2016, com o cancelamento do desfile de Rua do
Carnaval, aconteceu uma muamba carnavalesca no Bairro Cohab – I, organizada
pelas agremiações como forma de manifestação e demonstração do trabalho
desenvolvido. Foram improvisados camarotes e em certos trechos do desfile havia
fitas que barravam a população frente ao desfile, infelizmente um regresso, em
comparação a grande estrutura das edições anteriores.
A rainha também comenta que a intenção foi de manter viva a cultura
carnavalesca na cidade, já que está ameaçada a erradicação.
9
2.3 Espaço público na cidade
Os espaços urbanos da cidade segundo Gehl (2015), só se tornam habitáveis
se forem propostas oportunidades interessantes para andar, já que as relações,
sejam quais forem, ocorrem inicialmente através da caminhada. Diante desse
pensamento, Gehl salienta que o bem-estar na vida urbana se estabelece na
estruturação de espaços urbanos pensados em relação direta aos sentidos e
escalas do corpo humano.
O autor ainda afirma a importância na proposta de espaços qualitativos que
convidem as pessoas a se apropriarem e permanecerem por certo tempo. A
preocupação com o ser humano gera espaços públicos que tem papel essencial na
construção de cidades mais vivas e seguras.
Lynch (1960) diz que todo o cidadão tem inúmeras conexões com partes da
cidade e estabelece sua imagem através de lembranças significativas. O desenho
de um ambiente planejado transmite segurança e tem o papel de propor ligação
emocional entre o espaço e o usuário.
Ainda segundo o autor, paisagens bonitas e agradáveis são algo escasso ou
quase inexistente na vida citadina. O espaço urbano necessita de ambientes que
tenham caráter simbólico, que falem da população, atendam seus desejos e
integrem suas tradições, junto ao meio natural inserido e as atividades complexas
realizadas no cotidiano, podendo ser analisadas em três segmentos: indentitário,
estrutural e de significação.
Serpa (2007) conceitua o espaço público como: “espaço simbólico, de
reprodução de diferentes ideias de culturas, da intersubjetividade que relaciona
sujeitos e percepções na produção e reprodução dos espaços banais e cotidianos”.
Afirma que o espaço é um local de domínio politico e ainda que seja coletivo e de
uso e apropriação de qualquer pessoa, poucos tiram proveito.
Na cidade contemporânea os espaços públicos, segundo Serpa (2007), são
apropriados por características sociais, gerando por vezes a sua privatização. O que
deveria ser acessível a todos, torna por restringir certos usos a partir de classes
sociais e gerando uma apropriação desigual.
10
3 ESTUDOS DE CASOS
Foram selecionados quatro projetos para estudo, dois centros comunitários - um
internacional e o outro nacional, e dois sambódromos - nacionais, sendo um deles
regional. Com o intuito de propor uma comparação multifatorial para o estudo, os
projetos apresentam usos, valores e composições arquitetônicas diferenciadas.
3.1 Projetos - Centros Comunitários
O edifício Projeto Viver, em São Paulo – SP/Brasil, projetado pelo escritório
FGMF Arquitetura, possui 1.000,00 m² de área construída e está implantado em um
terreno de 1.500,00 m². O projeto recebeu o prêmio Latino-Americano de Arquitetura
Rogelio Salmona 2014: espaços abertos, espaços coletivos. O projeto é
apresentado na Figura 2.
Figura 2 – Edifício Projeto Viver.
Fonte: Barreto (2014).
O Centro Sociocultural Ágora (Figura 3), em Coruña – Espanha, projetado por
Rojo/Fernandez-Shaw e Liliana Obal, possui 10.000,00 m² de área construída. O
projeto recebeu o XV Prêmio COAG 2013: Melhor equipamento de construção
Cultural.
11
Figura 3 – Centro Sociocultural Ágora.
Fonte: Rojo Fernandez-Shaw (2012).
Diante do que se pode observar na Figura 4, os dois projetos, Projeto Viver e
Centro Sociocultural Ágora, apresentam espaço de uso público, aberto, onde nos
dois casos podem ser acessados em diferentes níveis e vias. O Projeto Viver
apresenta grandes vãos no pavimento térreo que possibilitam a integração entre
interior e exterior. Essa integração é proposta no Centro Sociocultural Ágora através
da elevação dos blocos, possibilitando grandes vãos abertos, os quais respeitaram o
declive natural do terreno.
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Projeto Viver Centro Sociocultural Ágora
Relação da implantação do projeto com a malha urbana
Implantação - Projeto Viver. Fonte: Google Maps (2016).
Implantação – Centro Sociocultural Ágora.
Fonte: Google Maps (2016).
Forte relação com a malha urbana devido aos lotes não apresentarem padrão de divisão
Está inserido na malha urbana entre o limite de bairros e apresenta
características distintas em relação aos outros lotes
Espaços abertos em relação à malha urbana
Espaços abertos interligados diretamente ao entorno e de fácil acesso à população
Espaços abertos interligados à cidade e com acessos pontuais para a edificação
Figura 4 – Comparativo referente à implantação dos estudos de caso.
Fonte: Autor (2016).
12
Na Figura 5 é possível observar o comparativo entre a função dos dois projetos em
estudo, através do zoneamento. O Projeto Viver é caracterizado por um programa
de necessidades mais enxuto, disposto em dois pavimentos pelo fato de ser
implantado em um local de menor área, já o Centro Sociocultural Ágora caracteriza-
se pelo amplo programa que por sua vez conta com o total de três pavimentos.
Ambos os projetos apresentam circulações horizontais estabelecidas nas
extremidades dos blocos, propondo maior integração com o exterior e visibilidade
quanto ao seu uso, o que faz com que a população se sinta convidada a apropriar-
se do equipamento comunitário. O projeto Viver em sua maior parte conta com
passarelas externas para a circulação.
Também pode-se perceber, na mesma Figura citada anteriormente, a análise
das plantas quanto a organização de seus espaços. No edifício do Projeto Viver os
arquitetos solucionaram o programa com a disposição de dois blocos, formando uma
planta linear. Já o Centro Sociocultural Ágora teve seus espaços dispostos através
das proximidades de usos, resultando em uma forma aglomerada, onde os
arquitetos resolveram o programa em três blocos que são interligados através do
hall de entrada.
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Projeto Viver Centro Sociocultural Ágora
Setores comuns e distintos entre os estudos analisados
Isométrica zoneada – Projeto Viver.
Fonte: Barreto, adaptado pelo autor (2016).
Plantas baixas 1, 2 e 3 zoneadas – Centro
Sociocultural Ágora. Fonte: Plataforma Arquitectura, adaptado
pelo autor (2016).
Setores comuns: Social, Atendimento/espera, Educacional, Administrativo, multiuso e serviço.
Setores distintos: Pesquisa, Convenções, Produção e Esportivo.
13
Continuação
Compartimentos comuns entre os dois estudos
- salas de espera - salas multiuso - hall - sala de informática
- almoxarifado - sala de reuniões - depósitos - sanitários
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Projeto Viver Centro Sociocultural Ágora
Organização das plantas
Planta de cobertura – Projeto Viver. Fonte: Barreto, adaptado pelo autor (2016).
Planta de cobertura – Centro Sociocultural
Ágora. Fonte: Plataforma Arquitectura, adaptado
pelo autor (2016).
Planta linear.
Fonte: Ching (2008).
Planta aglomerada. Fonte: Ching (2008).
Planta com espaços organizados linearmente
Planta com espaços dispersos e agrupamentos de usos semelhantes
Figura 5 – Comparativo referente à função nos estudos de caso.
Fonte: Autor (2016).
Apresenta-se, na Figura 6, um comparativo sobre a análise formal dos
estudos de caso, abordando aspectos referentes aos materiais e técnicas utilizadas
para atingir particularidades de projeto em relação à função, forma e espaço.
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Projeto Viver Centro Sociocultural Ágora
Composição das fachadas
Fachada principal.
Fonte: Barreto (2014).
Fachada posterior.
Fonte: Plataforma Arquitectura (2012).
As aberturas tem papel importante na composição arquitetônica das fachadas através
do contraste com os materiais reutilizados
A estrutura metálica determina o ritmo nas fachadas com acabamento em vidro e
contraste em concreto
14
Continuação
Marcação de acesso do edifício
Volume em destaque.
Fonte: Scandarolli.
Fachada principal.
Fonte: Plataforma Arquitectura (2012).
Os acessos do edificio não possuem hierarquia devido a relação proposta com o entorno, o qual é
desordenado
A marcação de acesso foi feita pela subtração do volume e diferenciação do
material de acabamento
Figura 6 – Comparativo referente a analise formal dos estudos de caso.
Fonte: Autor (2016).
O Centro Sociocultural Ágora remete leveza em relação ao local implantado,
através da escolha correta dos materiais e dos volumes dispostos. O Projeto Viver
teve grande aceitação dos usuários, por se tratar de uma proposta que buscou
manter o caráter existente no local, sem interferir ou modificar o entorno.
A Figura 7 demonstra as tecnologias e materiais que foram utilizados pelos
arquitetos responsáveis pelos projetos em estudo, a fim de tornar as edificações
habitáveis através de técnicas convencionais e/ou sustentáveis.
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Projeto Viver Centro Sociocultural Ágora Habitabilidade: Técnicas e materiais que tornam as edificações habitáveis
Volume secundário.
Fonte: Barreto (2014).
Cobertura verde.
Fonte: Holanda (2012).
O projeto conta com brises pontuais, uma grande massa vegetativa e o uso de terraços verdes, os
quais possibilitam a melhora do clima
Telhados verdes foram propostos no projeto afim de auxiliar na redução de ilhas de calor, agindo como isolante
térmico para o edifício
Figura 7 – Análise de tecnologia e materiais dos estudos de caso.
Fonte: Autor (2016).
Conforme pode ser observado na Figura 8, onde é feita a comparação de
materiais e tecnologias aplicadas nos estudos, constata-se a utilização de materiais
15
iguais apesar de cada projeto contar com características próprias e distintas. O
Projeto Viver é fortemente caracterizado pelo uso de materiais reaproveitados e
originários da região. O Centro Sociocultural Ágora, apresenta grande uso em
madeira laminada e vidro.
Também é demonstrado na Figura 8, o sistema estrutural que traz
sustentação aos projetos, os quais são diferentes em questões de complexidade, já
que o Projeto Viver se torna simples, comparado ao sistema utilizado no projeto
Ágora.
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Projeto Viver Centro Sociocultural Ágora Materiais utilizados nos edifícios
Materiais construtivos. Fonte: Calliari (2014).
Interior Ágora.
Fonte: Rojo Fernandez-Shaw (2012).
Bloco de concreto e cerâmica reutilizados da localidade, esquadrias em ferro/alumínio, vidro,
brises em aço, concreto armado
Alvenaria, vidro, estrutura em aço, concreto e madeira laminada, cobertura
verde
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Projeto Viver Centro Sociocultural Ágora
Sistema e modulação estrutural
Planta Baixa – pavimento térreo.
Fonte: Barreto (2014).
Planta baixa – pavimento térreo.
Fonte: Plataforma Arquitectura (2012).
O bloco que conta com dois pavimentos é estruturado por vigas e pilares metálicos, já o
segundo bloco é sustentado através de estruturas em concreto.
Sustentado no perímetro através de estrutura metálica, sem necessidade de
estruturas intermédias. Lajes pré-moldadas em concreto armado e vigas
de madeira laminada.
16
Continuação
Fechamentos e vedações dos edifícios
Acabamentos - edifício Projeto Viver.
Fonte: Calliari (2014).
Acabamentos – Centro Sociocultural
Ágora. Fonte: Holanda (2012).
Vedação em blocos de concreto reutilizados, aço e vidro
Vedação em alvenaria convencional, aço e vidro
Figura 8 – Análise de tecnologia e materiais nos estudos de caso.
Fonte: Autor (2016).
A Figura 9 apresenta os espaços públicos estudados, através da implantação
e de imagens que referenciam a obra em relação ao espaço em que está inserida. É
demonstrada a análise e a comparação entre os estudos quanto aos meios
adotados para o projeto apropriar-se ou não do ambiente.
Os projetos demonstram uma forte relação com o entorno, trazendo dessa
forma a valorização necessária e cumprindo com o seu papel de edifício público,
onde as pessoas tem o direito de apropriar-se dos espaços que foram propostos.
Nos dois casos, as equipes de arquitetos obtiveram sucesso em relação ao uso do
edifício, atingindo as expectativas e qualificando através da arquitetura a vida em
comunidade.
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Projeto Viver Centro Sociocultural Ágora
Implantação
Implantação – Projeto Viver.
Fonte: Barreto (2014).
Implantação – Centro Sociocultural
Ágora. Fonte: Plataforma Arquitectura (2012).
O espaço possui delimitações determinadas por grades, porém não impedem a entrada dos usuários. Os desníveis são trabalhados com
escadarias e rampas
O espaço não possui delimitações, sendo totalmente permeável. O lote dispõe de
dois acessos em diferentes níveis e respeita a topografia original
17
Continuação
Vista geral e relação com a cidade
Edificação x entorno. Fonte: Calliari (2014).
Edificação x entorno.
Fonte: Rojo Fernandez-Shaw (2012).
O projeto conversa com as edificações do entorno, por ter a mesma proposta do conceito favela e não
se sobressair perante ao seu entorno.
Foi proposta uma casca vegetal e protetora na cobertura, que liga o
ambiente natural e rural relembrando assim a história e tradição da região.
Figura 9 – Análise da habitabilidade nos estudos de caso.
Fonte: Autor (2016).
3.2 Projetos - Sambódromos
A Passarela Professor Darcy Ribeiro – Sambódromo da Marques de Sapucaí,
em Rio de Janeiro – RJ/Brasil, demonstrado na Figura 10, foi projetado por Oscar
Niemeyer. Foi construída em tempo recorde para o carnaval de 1984, totalizando
quatro meses de obras, possuía inicialmente capacidade para 60.000 pessoas e
posteriormente a sua reforma e ampliação um número de 78.000 pessoas.
Figura 10 – Passarela Professor Darcy Ribeiro.
Fonte: Helm (2012).
O Complexo Cultural do Porto Seco (Figura 11), em Porto Alegre – RS/Brasil,
projetado por Raul Macadar, possui uma área de projeto prevista em 50.560,00 m² e
será implantado em um espaço de 210.000,00 m² (21 hectares).
18
Figura 11 – Complexo Cultural do Porto Seco.
Fonte: Giusti (2010).
Pode-se observar na Figura 12, a comparação quanto à implantação dos
projetos em estudo em relação às suas malhas urbanas e o entorno. É possível
perceber que os projetos se diferem pelos espaços abertos dispostos para uso
recreativo no projeto do Complexo Cultural do Porto Seco, o que é apresentado em
menor escala no projeto da Passarela do Samba Professor Darcy Ribeiro.
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Passarela Professor Darcy Ribeiro Complexo Cultural Porto Seco
Relação da implantação do projeto com a malha urbana
Implantação – Passarela Professor Darcy Ribeiro. Fonte: Google Maps, adaptado pelo autor (2016).
Implantação – Complexo Cultural do Porto
Seco. Fonte: Google Maps, adaptado pelo autor
(2016).
O projeto foi inserido em uma área bastante habitada e tem relação a alguns lotes do entorno,
que também são caraterizados por grandes dimensões
O projeto está inserido na malha urbana e se apropria de uma gleba que conta com mais de um terreno, caracterizado pela
diferença entre os demais lotes
Espaços abertos em relação à malha urbana
Apresenta poucos espaços abertos de uso comum por estar implantado em terreno limitado
Espaços abertos cercados e acessos pontuais para o complexo
Figura 12 – Comparativo referente à implantação dos estudos de caso.
Fonte: Autor (2016).
19
Em sua implantação o Complexo Cultural do Porto Seco conta com 15
galpões destinados para a elaboração das alegorias das escolas de samba, já o
Sambódromo da Marques de Sapucaí não comporta essa estrutura, tendo os
galpões de apoio dispostos em outra região da cidade.
Na Figura 13 é possível observar o comparativo entre a função dos dois
projetos em estudo, através do zoneamento de setores propostos nas
arquibancadas, camarotes e frisas. O Complexo Cultural do Porto Seco tem suas
arquibancadas distribuídas em seis setores (do A ao E) e seus camarotes isolados,
já o Sambódromo da Marques de Sapucaí conta com um total de treze setores,
distribuídos entre os diferentes usos citados anteriormente. É possível observar que
ambos os projetos foram organizados linearmente em sua composição de plantas,
apesar de o Porto Seco apresentar formas orgânicas em relação à pavimentação e
desenho dos espaços de uso comunitário.
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Passarela Professor Darcy Ribeiro Complexo Cultural Porto Seco
Setores comuns e distintos entre os estudos analisados
Zoneamento – Passarela Professor Darcy
Ribeiro. Fonte: Helm, adaptado pelo autor (2016).
Zoneamento - Complexo Cultural Porto
Seco. Fonte: Prefeitura de Porto Alegre,
adaptado pelo autor (2016).
Setores comuns: Arquibancadas, camarotes e frisas, espetáculo, bastidores e serviço Setores distintos: Estacionamento
Compartimentos comuns entre os dois estudos
- arquibancadas - camarotes - praça seca - passarela desfile - cabine de julgadores - recuo da bateria
20
Continuação
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Passarela Professor Darcy Ribeiro Complexo Cultural Porto Seco
Organização das plantas
Planta de cobertura – Passarela Professor
Darcy Ribeiro. Fonte: Helm, adaptado pelo autor (2016).
Planta de cobertura – Complexo Cultural
Porto Seco. Fonte: Giusti, adaptado pelo autor (2016).
Planta linear.
Fonte: Ching (2008).
Planta linear.
Fonte: Ching (2008).
Planta com espaços organizados linearmente Planta com espaços organizados
linearmente
Figura 13 – Comparativo referente à função nos estudos de caso.
Fonte: Autor (2016).
Conforme informações da Figura 14, onde é feita a comparação de materiais
e tecnologias aplicadas nos estudos, constata-se a utilização de concreto para a
estruturação dos dois projetos, além de aço e metal. A Passarela Professor Darcy
Ribeiro já apresenta sua execução concluída e conta com uma passarela de 700 m
de comprimento. A execução do Complexo Cultural do Porto Seco ainda não foi
concluída, conta atualmente apenas com os galpões e a passarela que recebe o
espetáculo, as arquibancadas são temporárias, sendo montadas para o evento.
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Passarela Professor Darcy Ribeiro Complexo Cultural Porto Seco Materiais utilizados nos edifícios
Passarela do samba Professor Darcy Ribeiro.
Fonte: Helm (2012).
Projeto – Complexo Cultural do Porto
Seco. Fonte: Giusti (2010).
Técnica construtiva: peças pré-moldadas em concreto, aço e metal
Técnica construtiva: concreto, aço e metal
Figura 14 – Análise de tecnologia e materiais nos estudos de caso.
Fonte: Autor (2016).
21
4 DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO
4.1 CONTEXTUALIZAÇÃO REGIONAL
Passo Fundo é um município brasileiro localizado na mesorregião Noroeste do
Estado do Rio Grande do Sul distanciado 289 km da capital Porto Alegre (Figura 15).
A cidade, considerada um polo regional, vem se consolidando como referência nos
setores de saúde, educação e serviços.
Figura 15 – Localização Nacional, regional e local.
Fonte: Autor (2016).
De acordo com o censo demográfico do IBGE (2015), Passo Fundo possui
196.739 habitantes, sendo a maior cidade do norte do Estado e conta com uma área
territorial de 783,421 km².
22
Atualmente, o Carnaval de Passo Fundo conta com a participação de sete
escolas de samba, sendo: Sociedade Esportiva Recreativa e Cultural Acadêmicos
do Chalaça (250 componentes), SERC Bom Sucesso (300), Sociedade Beneficente
e Cultural União da Vila (150), SERC Academia de Samba COHAB 1 (400), SERC
Unidos da Operária (400), Escola de Samba Pandeiro de Prata (200) e Escola de
Samba Bambas da Orgia (400).
A Figura 16 mostra informações mais detalhadas sobre cada agremiação da
cidade e qual o grupo que se encontram atualmente no carnaval de Rua. Esses
grupos, Especial e de Acesso, foram definidos diante do resultado do carnaval de
2015 e seguirão assim na próxima edição, onde a escola do grupo especial que
obter a menor pontuação desce para o grupo de acesso e consecutivamente a
escola campeã do grupo de acesso passa a fazer parte do grupo especial.
Figura 16 – Detalhes das escolas de samba e atual divisão do desfile.
Fonte: Autor (2016).
23
Através de um mapeamento da localização dessas escolas de Samba de
Passo Fundo, foi possível diagnosticar a situação em que se encontram, gerando
assim a Figura 17 que é apresentada a seguir.
Figura 17 – Localização das Escolas de Samba.
Fonte: Autor (2016).
Algumas das agremiações realizam eventos promocionais em suas
comunidades com a finalidade de gerar lucros, os quais são investidos em
posteriores gastos e auxiliam na compra de materiais para o desfile do carnaval de
rua. Além desses eventos, as escolas de samba realizam festividades que visam à
integração entre seus integrantes, a população do bairro em geral ou até mesmo
entre as sociedades carnavalescas.
A única que possui sede própria é a SBC União da Vila, a SERC Academia
de Samba COHAB 1realiza seus ensaios na associação de moradores do bairro e
as demais em terrenos baldios da região, ou até mesmo na via urbana.
24
Através do levantamento de trajetos, foi possível constatar a distância e o
tempo que os integrantes levariam para chegar da escola de samba em questão, até
o CoSAC. Como se pode observar na Figura 18, foram levantadas informações dos
trajetos de trechos a pé, das escolas até a parada de ônibus mais próxima e em
seguida de ônibus, que mostra o percurso da parada até o Complexo. Além disso,
foram calculadas as distâncias e o tempo que o usuário levaria se realizasse a
trajetória de bicicleta.
Figura 18 – Trajetos para chegar das escolas de samba ao CoSAC.
Fonte: Autor (2016).
25
Analisando os referenciais urbanos do entorno (raio 800m), constata-se,
conforme a figura 19, edifícios de grande importância para a cidade. A Prefeitura
Municipal e outros órgãos públicos estão presentes nesse raio, assim como o
Hospital Municipal, Policia Civil e Instituições de Ensino, como escolas de educação
infantil, ensino fundamental e médio e a Associação de Pais e Amigos dos
Excepcionais (APAE).
Além desses equipamentos o entorno conta com a presença de mercados de
importância municipal, o terminal rodoviário e dois terminais de coletivos urbanos da
cidade, as empresas Coleurb e Codepas.
Figura 19 – Localização de equipamentos urbanos no entorno.
Fonte: Autor (2016).
4.1.1 Mapa Nolli
Através da identificação de cheios e vazios na malha urbana foi possível
desenvolver o mapa Nolli (Figura 20), o qual apresenta a ocupação do solo. De
forma geral, levando em consideração os 800m da área de estudo, é identificado um
maior percentual de solo ocupado em relação ao solo desocupado. Porém,
26
analisando mais próximo da área de intervenção o solo é caracterizado por vazios
urbanos em sua maioria e apresenta ocupações em menor escala e densidade.
Figura 20 – Mapa Nolli – cheios e vazios.
Fonte: Autor (2016).
4.1.2 Infraestrutura urbana
Como se observa na Figura 21 o entorno, apesar de precário em certos
intervalos, é dotado de infraestrutura, conta com rede elétrica, rede de água, rede de
drenagem pluvial, esgoto sanitário e massa vegetativa.
Em um dos trechos da Avenida Sete de Setembro só constatou-se a
presença de rede de água, a rua nesse segmento não conta com os demais
sistemas. A rede de esgoto Cloacal só existe na Avenida Brasil e Rua Angelo Preto.
Os postes de energia elétrica estão bem distribuídos no contorno das vias e as
bocas de lobo em determinados pontos são insuficientes.
A vegetação se faz presente em maior escala apenas dentro dos lotes, não
existindo assim massa vegetativa nas vias e passeios urbanos, apenas a presença
de poucas árvores nos canteiros centrais da Avenida Brasil.
27
Figura 21 – Representação das redes de infraestrutura locais.
Fonte: Autor (2016).
28
4.1.3 Infraestrutura: Sistema Viário
A identificação do sistema viário existente no entorno foi analisada em um
raio de 300m partindo do terreno em estudo, como mostra a Figura 22.
Foi constatado nesse raio a classificação das vias e o sentido de cada uma
delas, além de analisados os pontos de maior aglomeração de carros, resultando em
conflitos de trânsito.
Figura 22 – Mapa de sistema viário.
Fonte: Autor (2016).
Adotou-se a subdivisão entre vias Estruturais, Coletoras, Locais e férrea
quanto à identificação das tipologias existentes na área estudada. As ruas que
circundam o terreno estão enquadradas em locais e coletoras, sendo locais a Rua
Humberto Campos e a Rua A e coletora a Avenida Sete de Setembro.
29
Figura 23 – Corte de via – Rua A.
Fonte: Autor (2016).
Figura 24 – Corte Via – Avenida 7 de Setembro A.
Fonte: Autor (2016).
Diante do levantamento e identificação das vias foi possível desenvolver o
corte de cada uma delas, como se pode visualizar nas Figuras 23, 24, 25 e 26. As
ruas estão em um bom estado de conservação e são de material asfáltico, a não ser
um trecho da Avenida 7 de Setembro (Trecho B) que tem acabamento em terra e
brita, encontrando-se mal conservada.
O Trecho “A” da Avenida 7 de Setembro é bastante movimentado, assim
como a Rua Humberto Campos. O trecho B da Avenida tem menor fluxo de veículos
e a Rua A quase não apresenta movimento. Constatou-se também que a única via
que conta com calçamentos nas duas laterais é a Humberto Campos.
30
Figura 25 – Corte Via – Avenida Sete de Setembro B.
Fonte: Autor (2016).
Figura 26 – Corte Via – Rua Humberto Campos.
Fonte: Autor (2016).
4.1.4 Uso e Ocupação do Solo
Para análise do uso do solo foi proposto um raio de 800m, a partir de um ponto
central da área de implantação. Como mostra a Figura 27 o entorno imediato do
local em estudo é caracterizado em sua maior parte por uso residencial, que
predomina entre um e dois pavimentos, mas também conta, em menor proporção,
com a presença de edificações comerciais, de serviço e uso misto.
31
Figura 27 – Mapa de uso do solo.
Fonte: Autor (2016).
Em uma análise total do raio de abrangência do levantamento, como pode ser
observado na gráfico da Figura 28, constata-se um grande percentual de edificações
residenciais unifamiliares, seguida de usos comerciais, multifamiliar verticais e misto.
Os usos como multifamiliar horizontal, educação, serviço, templo, institucional e em
construção estão presentes no solo, porém em menor escala e quantidade.
Figura 28 – Gráfico da análise do uso do solo
Fonte: Autor (2016).
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
R01 UnifamiliarR02 Multifamiliar horizontal
R03 Multifamiliar verticalMisto
ComércioEducação
ServiçoTemplo
InstitucionalEm construção
32
4.1.5 Altura das edificações
Com o levantamento de alturas das edificações do entorno estudado (Figura
29 e 30) foi possível perceber que as construções do entorno imediato apresentam
alturas mais baixas e não ultrapassam cinco pavimentos, o que não virá a interferir
nas visuais do projeto. É possível perceber a grande aglomeração de edificações
residenciais ilegais no contorno do terreno, as quais são caracterizadas por invasões
e que apresentam padrão construtivo baixo e conservação precária.
Figura 29 – Mapa de alturas das edificações (Vista A).
Fonte: Autor (2016).
As edificações acima de cinco pavimentos estão afastadas do terreno de
intervenção. O padrão dessas construções já é mais alto e a conservação dos
materiais de acabamento é boa.
33
Figura 30 – Mapa de alturas das edificações (Vista B).
Fonte: Autor (2016).
4.1.6 Transporte
Além do levantamento de trajetos das escolas de samba até o CoSAC, foi
analisado a estrutura urbana quanto a paradas de ônibus e seus itinerários. A Figura
31 demonstra as linhas de coletivos urbanos das empresas Coleurb e Codepas em
quantidades específicas por paradas.
Diante da análise final desse levantamento é possível perceber que qualquer
cidadão, seja ele integrante de escolas de samba ou não, tem acesso ao Complexo
com o uso de ônibus, já que as paradas localizadas no seu entorno recebem linhas
que circulam por todo o município.
34
Figura 31 – Mapa de paradas e linhas de ônibus.
Fonte: Autor (2016).
35
4.2 ÁREA DE IMPLANTAÇÃO
A área de implantação está inserida em uma gleba considerada um grande
vazio urbano no município, dividida em vários terrenos totaliza uma área próxima de
aproximadamente 54.649,30 m², sem considerar as vias urbanas que farão parte do
projeto.
Os Ventos predominantes no verão são de origem sudoeste e os do inverno de
origem Nordeste. Devido à localização dos lotes em uma área com construções de
altura baixa, não existe a projeção de sombras que possam interferir em questões
projetuais.
Figura 32 – Informações e levantamento do terreno.
Fonte: Autor (2016).
36
4.2.1 Vistas e Skyline
Os lotes escolhidos são característicos de um grande vazio urbano e
possuem visuais que se utilizadas adequadamente podem vir a qualificar o espaço,
já que em alguns pontos consegue-se visualizar a maior parte da cidade, vista do
lote. Através de um esquema a Figura 33 representa um mapa de visuais, tanto a
partir do terreno como mostrando as vias que terão intervenção. Podem-se visualizar
essas vistas na Figura 34.
Figura 33 – Mapa de vistas.
Fonte: Autor (2016).
37
Figura 34 – Vistas Terreno.
Fonte: Autor (2016).
38
Elaboraram-se montagens fotográficas para representar o skyline do terreno,
como forma de complementar os estudos de suas visuais. Essas montagens deram
origem a Figura 35 que através de esquemas monocromáticos demostra o desenho
das edificações, visto do terreno.
Figura 35 – Skylines.
Fonte: Autor (2016).
39
4.3 SÍNTESE DA LEGISLAÇÃO GERAL E ESPECÍFICA DO TEMA
Para o munícipio de Passo Fundo/RS, consultaram-se as legislações específicas
aprovadas pelo Poder Legislativo, sendo estas o Plano Diretor e Código de Obras.
4.3.1 Plano Diretor
Segundo o zoneamento definido pela Lei Municipal Nº 170, de 9 de outubro
de 2006, que dispõe do Plano Diretor da cidade, a área de intervenção está inserida
em três zonas urbanas, sendo: Eixos Indutores Um (EI1), Zona de Ocupação
Controlada Um (ZOC1), e Zona de Ocupação Extensiva (ZE) (figura 36).
Figura 36 – Zoneamento Urbano da área de intervenção.
Fonte: Prefeitura Municipal de Passo Fundo (2016).
Os índices construtivos das zonas são:
Eixos Indutores Um (EI1):
Coeficiente de Aproveitamento (CA): 3,2 e Taxa de Ocupação (TO): 80%.
Zona de Ocupação Controlada Um (ZOC1):
Coeficiente de Aproveitamento (CA): 1,2 e Taxa de Ocupação (TO): 40%.
Zona de Ocupação Extensiva (ZE):
Coeficiente de Aproveitamento (CA): 1,2 e Taxa de Ocupação (TO): 60%.
As três zonas deverão obedecer a recuo frontal mínimo de 4 metros,
estabelecido no plano diretor.
§ 1º Os recuos laterais e de fundos serão obrigatórios e serão calculados
pela fórmula:
R = N x 0,15 + 2
Sendo: N = H/2,8, onde:
H = altura total da edificação contada a partir da soleira de entrada até a laje
de forro do último pavimento. Excetuam-se do cálculo os compartimentos de casa de
40
máquinas e reservatórios quando estes não ultrapassarem 15% da área do último
pavimento.
Aborda o paragrafo 1, do art. 89 que na área constituída de uma faixa de
preservação de 30 (trinta) metros ao longo do curso da água, medida em projeção
horizontal, a partir da linha de contorno correspondente ao nível máximo de água do
respectivo curso, não serão permitidas edificações.
Conforme tabela de atividades, o projeto proposto se enquadra em dois usos,
sendo CS.22 – Serviços de educação (Cursos profissionalizantes) e CS.23 –
Serviços de cultura (Associação cultural), estando conformes para as respectivas
zonas em que serão inseridos.
Exigências quanto às vagas de estacionamento:
Para o uso CS.22, uma vaga a cada 50m² de área construída.
A exigência de vagas de estacionamento para o Uso CS.22 (Serviços de
Educação), deverá atender aos critérios de:
a) ser computado para o cálculo do número de vagas de estacionamentos, a
área útil dos ambientes destinados à educação e ao ensino, tais como: salas de
aula, laboratórios de pesquisa, oficinas, auditórios, salas de informática, biblioteca e
similares;
Para o uso CS.23, uma vaga a cada 25m² de área construída.
4.3.2 Código de Obras
Conforme o que consta no código de obras de Passo Fundo
Capitulo V – Escolas
Art. 140 - As edificações destinadas à Escolas, além das disposições do
Capítulo I, deste Título, deverão:
I. Ter instalações sanitárias obedecendo a adequadas proporções (Figura 37).
Figura 37 – Fórmula para quantidade de banheiros no centro sociocultural.
Fonte: Código de Obras de Passo Fundo (1996).
41
c) Funcionários e Professores:
Um conjunto de lavatório, vaso sanitário e local para chuveiro para
cada grupo de 20 pessoas.
I. Garantir fácil acesso para portadores de deficiência física às dependências
de uso coletivo, administração e a 2% das salas de aula e sanitários, devendo haver,
no mínimo, um por sexo.
Art. 143 - As salas de aula deverão satisfazer as seguintes condições:
I. Pé-direito mínimo de 3,00m;
III. Comprimento máximo de 8,00m;
Como o código de obras não especifica uso para sambódromo teremos como
base o capítulo VII para o cálculos da quantidade de sanitários necessários.
Capítulo VII - Cinemas, Teatros, Auditórios e Assemelhados
Art. 147 - As edificações destinadas a cinemas, teatros, auditórios e assemelhados,
além das disposições do Capítulo I deste Título, deverão:
I. Ter instalações sanitárias separadas por sexo, com fácil acesso, atendendo as
seguintes proporções mínimas nas quais “L.” representa a lotação. (Figura 38)
Figura 38 – Fórmula para quantidade de banheiros no sambódromo.
Fonte: Código de Obras de Passo Fundo (1996).
4.3.3 NBR 9050
O projeto atenderá, em sua integridade, as exigências da NBR 9050 quanto
às necessidades de pessoas portadoras de deficiências em relação à acessibilidade,
mobiliários e equipamentos urbanos, atendendo o número de vagas de
estacionamento e de sanitários públicos.
4.3.4 NBR 9077
O projeto atenderá, integralmente, as especificações determinadas pela NBR
9077 em relação à escadas, elevadores e exigências necessárias para saídas de
emergência.
42
5 CONCEITO E DIRETRIZES DO PROJETO
5.1 CONCEITO DA PROPOSTA
O Carnaval baseia-se na expressão corporal, onde através do movimento
humano em sintonia com o ritmo musical e elementos artísticos se traduzem
histórias e tradições de determinadas etnias. Movimentos tendo como intuito a
harmonização dos elementos propostos, para que em sua finalidade, possam atingir
a integração entre seus diferentes aspectos.
Com base nessa ideia se fundamenta o conceito do projeto, que por sua vez,
propõe a integração entre os diferentes usos, já que um se fortifica do outro e
demonstra de forma mais concreta o papel que o corpo humano exerce na passarela
do Carnaval e no cotidiano, partindo da sua expressão a tradução das relações
humanas que resultam em um espetáculo cultural e universal. (Figura 39)
Figura 39 - Conceito do projeto.
Fonte: Autor (2016).
5.2 CARTA DE INTENÇÕES
O caráter do projeto será um contraponto diante do contexto em que a área
de implantação está inserida, sua proposta busca ser diferente diante das
características que o entorno hoje apresenta, mas tende a respeitar sua geometria
urbana irregular. Através do jogo de volumes que será proposto, o projeto assume
43
papel de contraste, visto que trará destaques em alguns pontos, delimitando
hierarquias de acessos, devido às importâncias estabelecidas na concepção projetil.
Apesar de contar com usos distintos e que na maior parte do tempo funciona
em diferentes momentos, a proposta deve exercer ligação entre eles (Figura 40),
onde por determinações de fluxo e funcionalidade serão propostos eixos, centrais ou
não, que assumirão o papel de conectores entre os espaços propostos, já que serão
implantados em mais de um lote.
Figura 40 – Esquema de integração entre espaços distintos.
Fonte: Autor (2016).
A fim de retratar a herança cultural do tema apresentado em sintonia com o
local onde está sendo implantado e respeitando condicionantes ali existentes, o
projeto contará com elementos formais e funcionais integrando sua proposta de
modo significativo resultando na qualificação urbana da área.
5.3 DIRETRIZES DE PROJETO
A materialização do conceito será empregada no uso de materiais e
tecnológicos, que terão o papel de refletir o movimento corporal. Com base
na ideia da expressão humana, serão aplicados nas fachadas do
Complexo, materiais de acabamento como alumínio espelhado e/ou aço
inoxidável, onde o reflexo do movimento em seu entorno será remetido de
forma ligeiramente desfocada quando submetido à inserção da luz natural
e refletirá a luz artificial noturna, conforme exemplos que são apresentados
na Figura 41 e Figura 42.
44
Figura 41 – Edifício Familistère.
Fonte: ArchDaily Brasil (2016).
Figura 42 – YAP_Constructo 6 “Your Reflection”.
Fonte: ArchDaily Brasil (2016).
Como nota-se na Figura 43, será aplicada na forma, uma
diferenciação de alturas, o que trará relação ao movimento do corpo
humano de forma mais estilizada e contemporânea, sendo
representado com formas mais lineares.
Figura 43 - Housing in Järvaterrassen.
Fonte: Rinaldi (2015).
Para marcações de acessos e pontos estratégicos do projeto serão
utilizadas referências formais do arquiteto Daniel Libeskind, como
mostra a Figura 44. Características essas traduzirão para a
proposta do Complexo à intenção inicial de contraponto ao seu
45
entorno, transcrevendo uma releitura contemporânea da expressão
corporal, como citado anteriormente.
Figura 44 - London Metropolitan University graduate centre.
Fonte: Studio Libeskind (2004).
Com a presença do declive em um dos terrenos do local de
implantação busca-se respeitar suas características, propondo volumes
que o acompanhem e permitam a ligação ente diferentes níveis,
funcionando como ponto de ligação entre os diferentes planos de
trabalho, como é demonstrado na Figura 45.
Figura 45 – Escola Primária em Beausoleil.
Fonte: ArchDaily Brasil (2013).
5.4 DIRETRIZES URBANAS PROPOSTAS
O projeto em sua totalidade é caracterizado como uma diretriz urbana, já que
sua proposta é a intervenção e qualificação de um grande vazio da cidade, inserido
em uma área considerada nobre, pois é de fácil acesso, tem ligação direta ao centro
do munícipio e conta com importantes equipamentos urbanos.
Tais características físicas fazem do local de intervenção uma grande
potencialidade que se trabalhada arquitetonicamente de forma correta, tende a
valorizar ainda mais sua região.
46
O proveito do que já é existente, visando melhores soluções do espaço, será
o destaque da proposta, a qual visa respeitar os declives modificando apenas o
necessário para inserção da proposta volumétrica, além de ampliar, qualificar e
tornar habitável os passeios públicos e vias urbanas do local, além da expansão da
ciclovia existente e ligação peatonal do estacionamento com o complexo.
47
6 PARTIDO GERAL
6.1 Programa de Necessidades e Pré-dimensionamento
O programa de necessidades foi definido inicialmente com base nos estudos
de caso analisados e como forma de complementá-lo foram realizadas pesquisas
com representantes das escolas de samba, a fim de atender as reais necessidades
dos usuários do Carnaval da cidade.
A Tabela 1 corresponde às dimensões e mobiliários necessários para os
compartimentos do setor de Espetáculos culturais:
Tabela 1: Programa de necessidades e Pré-dimensionamento macro setor A.
Nome do compartimento Mobiliário necessário Área útil em m²
SO
CIA
L
Arquibancadas - 5.600 m²
Camarotes Mesas, cadeiras, banquetas 1.250 m²
Frisas Cadeiras 1.000 m²
Sala de convidados Mesas, cadeiras, banquetas 60 m²
Praça cultural Mobiliário urbano,
arquibancadas, palco e espaço para fast food móveis
8.000 m²
Sanitários públicos
Masculino: 14 vasos, 10 lavatórios e 10 mictórios.
Feminino: 10 vasos e 10 lavatórios
150 m²
Subtotal do Setor 16.060 m²
AD
MIN
IST
RA
TIV
O
Hall de entrada (Juizado de menores e achados e
perdidos) 5 Poltronas e aparador de apoio 25 m²
Secretaria Bancada para secretária, cadeira e balcão de apoio
12 m²
Sala de reuniões Mesa de reuniões, 12 cadeiras
e bancada de apoio com televisão
30 m²
Sala de diretoria Mesa do diretor, cadeira,
bancada de apoio e 2 cadeiras para o público
20 m²
Almoxarifado Prateleiras 9 m²
Depósito Prateleiras 12 m²
Copa Bancada de apoio, fogão,
geladeira, micro-ondas, pia e 2 cadeiras
10 m²
Sanitários
Masculino: 1 sanitário, 1 mictório, 2 lavatórios
Feminino: 2 sanitários e 2 lavatórios
20 m²
Subtotal do Setor 138 m²
48
Continuação
PA
SS
AR
EL
A
DO
SA
MB
A
Concentração - 3.750 m²
Passarela do samba - 3.500 m²
Recuo da bateria - 400 m²
Dispersão - 3.750 m²
Subtotal do Setor 11.400 m²
BA
ST
IDO
RE
S
Camarim para corte Bancadas de apoio, 5 poltronas,
5 cadeiras de apoio, espaço para troca de roupas
40 m²
Cabine de julgadores Bancadas de apoio e 18
poltronas 50 m²
Sala de imprensa e mídia Bancadas de apoio 30 m²
Sala de transmissão de rádio
Bancadas de apoio 30 m²
Sala de entrevistas oficiais Bancadas de apoio 40 m²
Sanitários gerais Masculino: 3 vasos, 2 mictórios,
5 lavatórios Feminino: 5 vasos, 5 lavatórios
50 m²
Copa geral Bancada de apoio, 2 cadeiras,
frigobar e micro-ondas 15 m²
Subtotal do Setor 255 m²
SE
RV
IÇO
Espaço para funcionários (estar e copa)
Sofás, mesa com 6 cadeiras, bancada de apoio com lavatório,
geladeira e fogão
25 m²
Sanitários
Masculino: 2 sanitários e 2 lavatórios
Feminino: 2 sanitários e 2 lavatórios
30 m²
Vaga para viatura policial - 14 m²
Vaga para corpo de bombeiros
- 14 m²
Vaga para ambulância - 14 m²
Depósito geral Prateleiras, bancadas de apoio e espaço para guardar cadeiras
20 m²
DML geral Bancadas, prateleiras e 2
tanques 15 m²
Central de lixo geral Containers de lixo, bancada de
apoio com 2 lavatórios 20 m²
Central de gás geral Botijões de gás 20 m²
Estacionamento - -
Bicicletário - -
Subtotal do Setor 172 m²
Área Total – Macro Setor A 28.025 m²
Fonte: Autor (2016).
49
A Tabela 2 corresponde às dimensões e mobiliários necessários para os
compartimentos do setor de Apoio para escolas de uma escola de samba que
totalizarão 7:
Tabela 2: Programa de necessidades e Pré-dimensionamento macro setor B.
Setor Nome do compartimento Mobiliário necessário Área útil em m²
SO
CIA
L
Hall de entrada Bancada de atendimento, 1 cadeira e bancada de apoio
5 m²
Sala de exposição de fantasias
20 Manequins e espaço para fixação de painéis.
25 m²
Lavabo
Masculino: 1 sanitário e 1 lavatório.
Feminino: 1 sanitário e 1 lavatório.
3 m²
Subtotal do Setor 33 m²
PR
OD
UÇ
ÃO
Sala de corte e costura
5 maquinas de costura, mesa para corte, mesa para protótipos
e bancadas de apoio, prateleiras e araras
50 m²
Provadores 4 provadores 10 m²
Espaço para alegorias 4 alegorias e bancadas de apoio 300 m²
Espaços destinados para: marcenaria/serralheria, borracharia, vidraçaria,
pintura, solda/corte de aço ou metal.
- 150 m²
Subtotal do Setor 510 m²
SE
RV
IÇO
Cozinha Fogão, geladeira, micro-ondas,
forno elétrico, bancada de produção e bancada de apoio
40 m²
Refeitório Mesa e cadeiras para 20
pessoas 30 m²
Vestiários
Masculino: 1 vaso sanitário, 2 mictórios, 3 chuveiros e 3
lavatórios Feminino: 3 vasos sanitários, 3
chuveiros e 3 lavatórios
40 m²
Sala Multiuso (ensaios/camarins)
Bancadas de apoio, espelhos, 5 cadeiras
50 m²
Depósito de materiais (tecido e outros materiais)
Prateleiras e bancadas de apoio 50 m²
Depósito de fantasias finalizadas
Prateleiras, bancadas e araras 100 m²
DML Bancada, prateleiras e tanque 12 m²
Central de gás Botijões de gás 20 m²
50
Continuação
Central de lixo
Containers de lixo e bancada de apoio com lavatório
12 m²
Subtotal do Setor 354 m²
Área Total – Macro Setor B 897 m²
Fonte: Autor (2016).
A Tabela 3 corresponde às dimensões e mobiliários necessários para os
compartimentos do setor de atendimento sociocultural:
Tabela 3: Programa de necessidades e Pré-dimensionamento macro setor C.
Setor Nome do compartimento Mobiliário necessário Área útil em m²
SO
CIA
L
Hall 10 poltronas 50 m²
Cantina 10 mesas e cadeiras, banquetas
e local para venda 100 m²
Sanitários Masculino: 8 vasos, 8 lavatórios
e 16 mictórios Feminino: 20 vasos, 8 lavatórios
120 m²
Subtotal do Setor 270 m²
AD
MIN
IST
RA
TIV
O
Secretaria Bancada de atendimento, 2 cadeiras, 2 poltronas para
usuários 12 m²
Financeiro 2 mesas de trabalho, 2
cadeiras, prateleiras, bancadas de apoio
10 m²
Sala de direção Mesa de trabalho, 3 poltronas,
bancada de apoio 20 m²
Sala de coordenação Mesa de trabalho, 3 poltronas,
bancada de apoio 10 m²
Sala de reuniões Mesa e cadeiras para 10
pessoas, bancada de apoio 15 m²
Sala de professores Mesa para 20 pessoas,
bancada de apoio e armários 45 m²
Depósito Prateleiras 9 m²
Almoxarifado Prateleiras 7 m²
Copa Bancada de apoio, 2 cadeiras,
frigobar e micro-ondas. 12 m²
Sanitários
Masculino: 1 sanitário e 1 lavatório
Feminino: 1 sanitário e 1 lavatório
4 m²
Subtotal do Setor 144 m²
51
Continuação
ES
TU
DO
S
Laboratório de informática Mesas para computadores e
cadeiras para 30 alunos 50 m²
Salas para aulas teóricas Mesas e cadeiras para 30
alunos e bancadas de apoio 50 m²
Sala de corte/costura
15 maquinas de costura, mesas para corte, mesas para protótipos, prateleiras e
bancadas de apoio
50 m²
Sala de protótipos para alegorias e adereços
Mesas para desenvolvimento de protótipos com capacidade para
15 alunos, prateleiras e bancadas de apoio
50 m²
Apoio prototipagem Espaço para cortadora a lazer e
impressora 3D 30 m²
Sala de penteados e maquiagem
Cadeiras para 15 alunos e bancada de apoio 50 m²
Sala de música Cadeiras para 15 alunos 50 m²
Sala de danças Bancadas de apoio 50 m²
Sala de teatro
Espaço de ensaio para 15 pessoas, prateleiras para
fantasia, bancadas de apoio e espaço para armazenagem de
cenários
50 m²
Sala de idiomas Mesas e cadeiras para 15 alunos, bancadas de apoio
50 m²
Salas multiuso - 50 m²
Camarins Bancada de apoio com 5
poltronas e 15 cadeiras de apoio
50 m²
Biblioteca
Prateleiras para livros, mesa e cadeira para bibliotecária,
espaços para leitura e 5 mesas e cadeiras para estudo
50 m²
Subtotal do Setor 630 m²
EX
PO
SIÇ
ÃO
Exposição permanente Bancadas de apoio para
exposição e painéis 50 m²
Exposição temporária Bancadas de apoio para
exposição e painéis 50 m²
Depósito de obras Bancadas de apoio e prateleiras 10 m²
Depósito de materiais Bancadas de apoio e prateleiras 10 m²
Sala de reparos e recuperação
Bancadas de apoio e prateleiras, local para reparos
15 m²
Subtotal do Setor 135 m²
52
Continuação
SE
RV
IÇO
Espaço para funcionários
(estar e copa)
Sofás, mesa com 6 cadeiras, bancada de apoio com lavatório,
geladeira e fogão 25 m²
Vestiários
Masculino: 2 vasos, 2 lavatórios 2 chuveiros, 2 espaços para troca de roupas, armários de
apoio. Feminino: 2 vasos, 2 lavatórios
2 chuveiros, 2 espaços para troca de roupas, armários de
apoio
30 m²
Depósito Bancada de apoio, prateleiras 12 m²
DML Bancadas de apoio, 10 m²
Cozinha Bancadas de apoio, pia, fogão,
geladeira, mesa 50 m²
Recepção de alimentos Bancada de apoio, dois
lavatórios 6 m²
Despensa Prateleiras e bancada de apoio 12 m²
Câmara fria Prateleiras 10 m²
Central de gás Botijões de gás 6 m²
Central de lixo 8 Containers, bancadas de apoio com lavatório
12 m²
Subtotal do Setor 173 m²
Área Total – Macro setor C 1.352 m²
Fonte: Autor (2016).
6.2 Organograma
Conforme representado na Figura 46 o Complexo conta com três macros
setores, divididos em: Espetáculos Culturais, Apoio para escolas de samba e
Atendimento Sociocultural. Apesar de estarem setorizados, apresentam acessos que
os tornam integrados, já que são locados em diferentes lotes.
Figura 46 – Organograma dos macros setores do projeto.
Fonte: Autor (2016).
53
6.3 Fluxogramas
A partir do programa de necessidade e análise de fluxos dos estudos de caso
foi desenvolvido um fluxograma para cada setor do Complexo (Figura 47, 48,49), a
fim de solucionar da forma mais adequada os caminhos levando em conta a
acessibilidade universal e melhor aproveitamento dos espaços.
Figura 47 – Fluxograma Macro Setor de Espetáculos Culturais
Fonte: Autor (2016).
54
Figura 48 – Fluxograma Macro Setor de Apoio para Escolas de Samba
Fonte: Autor (2016).
55
Figura 49 - Fluxograma Macro Setor Atendimento Sociocultural.
Fonte: Autor (2016).
56
6.4 Zoneamento
Com base no que foi estudado ao decorrer do trabalho, foram desenvolvidas
três propostas distintas de zoneamento para o projeto do Complexo Sociocultural de
Artes Carnavalescas.
Proposta 01 – Forma orgânica e passarela diferenciada
Critérios Avaliação
Funcionalidade
O Zoneamento foi desenvolvido levando em conta aspectos como insolação e ventilação, além de se nortear com a ideia de integração entre os espaços
Forma As formas adotadas para as construções
tem caráter orgânico e expressam o conceito estabelecido para o projeto
Sistema construtivo Sistema de estrutura metálica e
alvenaria convencional
Conclusões
A proposta, apesar de integrar os espaços, em sua finalidade acaba não sendo adequada para a realização do
desfile por apresentar problema de fluxos na passarela
Figura 50 – Proposta de zoneamento 01.
Fonte: Autor (2016).
57
Proposta 02 – Blocos integrando as duas vias urbanas e passarela setorizada
Critérios Avaliação
Funcionalidade
O Zoneamento foi desenvolvido levando em conta aspectos como insolação e ventilação, além de se nortear com a
ideia de integração entre os espaços de forma funcional
Forma
A forma visivelmente demonstra o conceito, já que é irregular e com destaques pontuais a fim de tirar
proveito das visuais
Sistema construtivo Sistema de estrutura metálica e
alvenaria convencional
Conclusões
A Proposta além de integrar os diferentes espaços, tira proveito do
talude existente criando caminhos para interligação de uma via a outra. A
passarela se estabelece de forma linear e setorizada, assim como os apoios para
as escolas de samba
Figura 51 – Proposta de zoneamento 02.
Fonte: Autor (2016).
58
Proposta 03 – Blocos lineares e passarela setorizada
Critérios Avaliação
Funcionalidade O Zoneamento foi desenvolvido baseado em formas lineares, aonde busca-se
representar o conceito somente através do material de acabamento
Forma A forma é relativamente simples por se tratar de organizações lineares, porém
apresenta pontos de destaque volumétrico através dos materiais
Sistema construtivo Sistema de estrutura metálica e alvenaria convencional
Conclusões A Proposta tem caráter funcional nas edificações e passarela, porém acaba
barrando visuais interessantes e a integração com a via de nível mais
baixo, por não tirar proveito do talude ali existente.
Figura 52 – Proposta de zoneamento 03.
Fonte: Autor (2016).
59
A segunda proposta de zoneamento é a que estabelece melhores soluções
projetuais, em relação à forma e funcionalidade, no Centro Sociocultural, nos apoios
das escolas e inclusive na passarela do samba. A ideia buscou respeitar o talude
existente tirando proveito de suas visuais e estabelecendo ligações entre as vias de
diferentes níveis, o que ocasiona em um melhor fluxo dos pedestres e integração
social.
Os ambientes foram dispostos a fim de receberem iluminação e ventilação
natural. A forma irregular das edificações expressa de fato o conceito do projeto,
além de estabelecer materiais que foram estabelecidos nas pesquisas do trabalho.
Por fim é o Zoneamento 02 que melhor se enquadra no projeto.
60
7 CONCLUSÕES
Por meio do presente estudo foi possível desenvolver a proposta do Complexo
Sociocultural de Artes Carnavalescas na cidade de Passo Fundo, de forma que
cumpra seus objetivos inicialmente definidos.
Embasado nos recursos adotados nos estudos de caso e levando em
consideração a atual situação do Carnaval de rua da cidade, foram tomadas as
decisões de funcionalidade e forma quanto ao projeto, a fim de desenvolver um
espaço adequado para a realização da festividade que atenda as necessidades do
público-alvo e também espaços públicos de uso da comunidade.
O fator determinante na escolha da área de implantação foi o fácil acesso dos
usuários ao local, além disso, foi considerado o grande vazio urbano que a área
representa no município e a potencialidade que apresenta. Dessa forma, o projeto
em sua finalidade caracteriza-se pela qualificação da imagem urbana, gerando
diretamente um melhor uso da área, em âmbito municipal e regional.
Visando uma melhor solução do espaço, o projeto teve a preocupação de
atender todos esses requisitos, gerando um produto final de viabilidade na
execução, pensado para qualificação da vida urbana e integração social.
61
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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9 ANEXOS
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