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FCT / UNL, Departamento de Engenharia Electrotcnica
Prof. Mrio Ventim Neves
Trabalho n 3 TRANSFORMADOR
1 Parte: Ensaio em vazio
1- Resumo terico 1.1 - Introduo geral Um transformador de
potncia em vazio (fig.1) essencialmente uma bobine de ncleo de
ferro. A corrente pedida pelo primrio rede apenas a corrente de
magnetizao, muito menor que a corrente nominal. Assim, as perdas
por efeito de Joule no enrolamento primrio so desprezveis, por
serem muito menores que as que ocorrem com a corrente nominal. Por
outro lado, se o primrio for alimentado tenso nominal, o fluxo no
ncleo sensivelmente igual ao fluxo nominal. Portanto, as condies
magnticas em vazio so semelhantes s que ocorrem com carga nominal.
Nomeadamente, o ciclo de histerese e as perdas magnticas que lhe
esto associadas so as da situao nominal. Por isso, em vazio o
transformador pede rede uma potncia aproximadamente igual das
perdas no ferro, sendo desprezveis as no cobre. O ensaio em vazio
permite assim determinar aproximadamente os parmetros do ramo
transversal do esquema equivalente de Steinmetz.
i1 i2=0
u2u1
1d
1d
fe R1 R221
l11u1u10
i1
i'2=0 i10
a) b) Fig 1: Transformador em vazio e seu esquema
equivalente.
a) Em vazio, a bobine do primrio atravessada por um fluxo total
1 que a soma do fluxo principal, N1fe , com o de disperso, 1d =1i1
, (muito menor que o anterior). A tenso do primrio portanto u1 =
R1i1+d1/dt = R1i1+1d i1/dt+ N1dfe /dt . Em vazio, a ltima parcela a
mais importante, vindo aproximadamente: u1 N1dfe /dt . O secundrio,
sem corrente, s atravessado pelo fluxo principal N2fe ; no tem
fluxo de disperso 2d e no tem queda de tenso resistiva: u2= N2dfe
/dt . b) Esquema equivalente de Steinmetz. Em vazio, a corrente no
primrio s a de magnetizao, i1=i10 , porque i2=0. Como i10 muito
menor que a corrente nominal, a queda de tenso no ramo longitudinal
de entrada desprezvel, vindo u1u10. Da entrada, v-se essencialmente
a bobine de ncleo de ferro de coeficiente de induo complexol11.
1.2 Bobine de ncleo de ferro No ferro, a relao entre os mdulos
dos campos B e H no linear, e nem sequer uma funo biunvoca, pois
depende da forma como evoluram anteriormente os valores dos campos.
O grfico dessa relao num plano B-H traa o chamado ciclo de
histerese, fig.2. Numa bobine de ncleo de ferro, a corrente no
enrolamento proporcional ao integral de circulao de H (lei de
Ampre: = dlHiN ), enquanto o fluxo de induo atravs do enrolamento
proporcional ao integral de superfcie do campo B atravs da seco
do
i H
B
Fig. 2 - Ciclo de Histerese do material (unidades de B e H) e da
bobine (unidades de e i . A rea do ciclo, em unidade de e i ,
representa a energia perdida por ciclo pela bobine).
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ncleo ( =Sec
dSBN ). Assim, se se considerar que no ncleo os campos so
uniformes, a corrente e o fluxo ligado vm proporcionais aos campos
H e B: i=Hl/N, =NBS (onde l o permetro da linha mdia do ncleo, e S
a rea da sua seco recta). A relao entre e i vem dada, noutra
escala, pelo mesmo ciclo de histerese do material (fig.2). A rea Ai
do ciclo, medida nas unidades de vezes as de i , mede a energia
perdida pelo ncleo cada vez que a corrente na bobine descreve um
ciclo. Em funcionamento frequncia f, o ciclo descrito f vezes por
segundo, e portanto gasta-se por segundo a energia fAi . Por
definio de potncia, isto representa uma potncia de perdas P = fAH i
provocadas pelo ciclo de histerese . Outra consequncia da no
linearidade da relao entre e i , o facto de (t) e i(t) no poderem
ser ambos simultaneamente sinusoidais no tempo. Em geral, o fluxo
(t) sinusoidal, mas a corrente i(t) no o . Com efeito, u1 =
R1i1+d1/dt ; desprezando a queda de tenso resistiva, vem u1
d(t)/dt, (com N , desprezando tambm o fluxo de disperso), pelo que
u1fe 1dt (t). Como a tenso u1 imposta pela rede de distribuio
praticamente sinusoidal, o fluxo no ferro, sendo o seu integral,
tambm sinusoidal. A figura 3 mostra como, a um fluxo sinusoidal, a
relao no linear entre e i responde com uma corrente i(t) no
sinusoidal. Na figura v-se um processo grfico de construir ponto a
ponto a forma de i(t) a partir da sinuside do fluxo e do ciclo de
histerese.
Fig.3: Construo, por pontos, do grfico de i(t) que corresponde a
um (t) sinusoidal. O fluxo (t) praticamente sinusoidal (porque,
sendo a tenso da rede razoavelmente sinusoidal, o seu integral
tambm o ; como u1 d(t)/dt, ento u1dt(t). ) Com uma caracterstica
(i) no linear, a um (t) sinusoidal corresponde um i(t) no
sinusoidal. Como o ciclo no passa na origem, (t) e i(t) no se
anulam simultaneamente, vindo (t) atrasado em relao a i(t).
t 1 i
t 2
t1
t2
Devido ao facto de o ciclo no passar pela origem, e i no so
simultaneamente nulos; por isso, a corrente i(t) no passa por zero
ao mesmo tempo que o fluxo (t), vindo este atrasado em relao a
i(t). Esse atraso est relacionado com as perdas magnticas (se o
ciclo tivesse largura nula, j o fluxo no ficaria atrasado em relao
corrente, pois ambos poderiam ser nulos em simultneo; tambm nesse
caso, a rea do ciclo seria nula e portanto no haveria perdas
magnticas). A figura 4 mostra a posio temporal relativa das duas
grandezas
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Fig.4 - Representao simultnea de (t) e i(t) . Alm da distoro da
corrente, o ciclo introduz um atraso do fluxo em relao
corrente.
t
i
1.3 - Bobine de ncleo de ferro: Aproximao sinusoidal.
Linearizao. Nas situaes habituais de regime sinusoidal, e para
facilidade de clculo, a corrente i(t) no sinusoidal conceptualmente
substituida por uma outra, sinusoidal, com o mesmo valor eficaz. O
valor eficaz da corrente pode ser medido com um ampermetro de
verdadeiro valor eficaz. O valor eficaz do fluxo, visto que
sinusoidal, calcula-se facilmente: se a queda de tenso resistiva no
fio da bobine for desprezvel, vem, pela lei da induo de Faraday :
u1= d(t)/dt ; ou, em regime sinusoidal e aplicando a notao complexa
: U1=j. Em valores eficazes, ef=U /.. O valor de Uef ef mede-se com
um voltmetro. Medindo assim, independentemente um do outro, o valor
eficaz da corrente e o do fluxo, pode-se construir a relao entre
esses valores eficazes, (fig.5-a). Essa relao j no tem histerese,
mas no linear. Em cada ponto calcula-se a razo entre ef e Ief. Essa
razo o coeficiente de auto induo (quociente) equivalente para
regime sinusoidal, leq= /Ief ef . Devido no linearidade, o valor
desse coeficiente varia com o ponto de funcionamento (fig.5-b e
5-c). Conceptualmente, em cada ponto de funcionamento a bobine no
linear pode ser substituda por outra, linear, cujo coeficiente de
induo l igual ao coeficiente equivalente leq da original, nesse
ponto de funcionamento. Portanto, nessa bobine linear equivalente,
vem = lIef ef , e em amplitudes complexas, vir =lI , vindo as duas
amplitudes complexas em fase.
Fig. 5.- Linearizao da bobine de ncleo de ferro: a) - Relao
entre os valores eficazes do fluxo ligado ef , e da corrente na
bobine, Ief.
Em cada ponto de funcionamento define-se o coeficiente de auto
induo (quociente) equivalente para regime sinusoidal, leq=ef /Ief
.
b) - Andamento, com a corrente, do coeficiente de auto induo
(quociente) equivalente c) - Andamento, com a tenso, do mesmo
coeficiente. No sendo Uef proporcional a Ief,
este andamento no igual ao anterior, mas do mesmo tipo.
ef
Ief
a) Ief
Leq = ef / Ief
b) Uef
Leq = ef / Ief
c)
No entanto, mesmo desprezando a resistncia do enrolamento (e
portanto desprezando as perdas por efeito de Joule no cobre), a
bobine tem perdas de origem magntica, que tm de ser supridas por
energia vinda do gerador. No ensaio do funcionamento da bobine de
ncleo de ferro em regime sinusoidal, deve ser medida a corrente e
tenso, mas tambm a potncia entrada, (fig 6-a), que no
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nula. Pela lei de Faraday, sem resistncia no fio U1=j, pelo que
a amplitude complexa do fluxo est necessariamente em quadratura e
atraso em relao da tenso, (fig. 6-d). Por outro lado, a potncia
entrada, que P=UefIefcos() , no nula, pelo que o ngulo entre as
amplitudes complexas da tenso e da corrente no pode ser 90
(fig.6-d). Portanto, a corrente I e o fluxo no esto em fase: o
fluxo vem atrasado em relao corrente de um ngulo fe chamado ngulo
de perdas no ferro (tambm se usa a notao para este ngulo). J no
portanto vlida a expresso =lI , que no tem em conta este atraso. Em
notao complexa, este atraso pode ser introduzido mediante uma
multiplicao pelo coeficiente e-j, vindo: =lI e-j. Agrupando os dois
coeficientes, fica: =(l e-j) I . expresso entre parntesis chama-se
coeficiente de induo complexo l=(l e-j). Com este coeficiente
complexo, j se pode pr: =lI
Fig 6: Circuitos equivalentes da bobine com perdas no ferro e
sem perdas no fio.
A bobine com perdas no ferro, e sem perdas no fio, Rfio=0, (a),
tem U1=j (lei da induo), pelo que o fluxo est em quadratura e
atraso sobre a tenso, (b). A potncia (de perdas) no nula, pelo que
o ngulo entre a tenso e corrente no de 90. Por isso o fluxo vem
atrasado da corrente do ngulo de perdas no ferro, fe (b). Do ponto
de vista dos terminais, a bobine equivalente a um circuito RL srie,
(c), em que rfe=lsen(fe), e lfe=lcos(fe). Isto equivale a
considerar que a tenso aplicada se reparte em duas componentes:
urfe , em fase com a corrente, (d), dando as perdas; e ulfe , em
quadratura com a corrente, dando o caracter indutivo. Tambm
equivalente a um R em paralelo com um L, (e), em que Rp=(l)
/sen(fe), e lfe=l/cos(fe). Conceptualmente, isto equivale em
considerar duas componentes da corrente, (f): Uma, Ip , corrente de
perdas, em fase com a tenso e circulando em Rp. E outra, I ,
corrente magnetizante, em quadratura com a tenso e circulando na
bobine Lp . Os valores dos parmetros equivalentes dependem da
frequncia, e os do paralelo so diferentes dos da srie. rfeRp , e
lfeLp . Note-se que quer rfe quer Rp so resistncias fictcias que
pretendem representar as perdas magnticas, e no so a resistncia do
fio do enrolamento.
U
ImI
Ip
U
Im
Urfe Ulfefe
U
Im
= /2 -fe
(b) (d) (f)
rfe
lfeu
urfe
ulfe
imim
u p
(a) (c)
iip
im
u
(e)
Rp Lp
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A relao entre tenso e corrente pode-se calcular como: U1 = j =
jlI = j (l e-j) I Ou seja, U1 = jl ( cos -j sen) I = (l sen+ jl cos
)I . Isto equivale a substituir a bobine com perdas por um RL srie
com r =l sen , e lfe fe= l cos , (fig.6-c), e a considerar que a
tenso de entrada tem uma componente resistiva e outra indutiva. De
forma dual, pode-se fazer I = U1 / ( j l) =U1 / (j l e-j +j ) =U1 (
e / (j l) ). Vem ento: U1 ( sen / ( l) - jcos / ( l) ). Isto
equivalente a substituir a bobine com perdas magnticas por um RL
paralelo, (fig.6-e), com Rp=l/sen , e Lp= l/cos . Agora a corrente
(fig.6-f) que conceptualmente dividida numa componente de perdas Ip
e numa componente magnetizante I. 2 - Observao do ciclo de
histerese do fluxo no ferro A observao do ciclo de histerese obriga
a que se observem, independentemente um do outro, a corrente de
magnetizao e o fluxo no ferro. A observao feita atravs de um
osciloscpio, que um aparelho sensvel a tenses elctricas. Por isso
os sinais representativos das grandezas a observar tm de ser
convertidos em tenses elctricas. Se um transformador tiver todas as
bobines em vazio excepto uma (ndice 1), a corrente de magnetizao i
coincide com essa nica corrente existente, im 1. Trata-se portanto
de observar essa corrente i1, para o que necessrio obter uma tenso
elctrica proporcional a ela. Isso faz-se forando a corrente a
atravessar uma pequena resistncia de amostragem RA e observando a
queda de tenso provocada (fig.7).A queda de tenso nessa resistncia,
u =RA Ai1 , proporcional a i1. Claro que RA deve ser desprezvel
face impedncia total do circuito da corrente i1 , para que a insero
de RA no modifique apreciavelmente a grandeza i a observar. 1 Neste
trabalho usa-se R =2,5, enquanto a impedncia primria em vazio da
ordem de ZA 10= 2000.. Est-se portanto nas condies desejadas.
Integrador
uu2
uA
i1
i1RA
CH 1
CH 2
Fig7: Observao da corrente de magnetizao e do fluxo no ncleo. A
corrente de magnetizao observa-se atravs da queda de tenso numa
resistncia de amostragem (de baixo valor hmico) em srie com a nica
corrente primria existente. O fluxo do ncleo observa-se atravs da
tenso de sada de um integrador (de impedncia de entrada alta)
aplicado a uma bobine secundria em vazio. Ambas as tenses so
aplicadas aos canais 1 e 2 de um osciloscpio.
Com a conveno de sinais apropriada, numa bobine (ndice k) do
transformador, :
dtdN
dtdiiru kkkkkk
++= , onde uk , ik , rk , e Nk k so, respectivamente, a tenso, a
corrente, a resistncia, o coeficiente de auto induo relativo
disperso e o nmero de espiras da bobine k , e o fluxo na seco do
ncleo. Se essa bobine estiver em vazio, ik=0, ento a sua tenso ser
apenas induzida pelo fluxo no ferro (o qual produzido por correntes
em outras bobines) ; vem apenas
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dtdNu kk=
ou seja,
dtuN kk
= 1
Assim, a observao do fluxo no ferro faz-se observando uma
grandeza que seja proporcional ao integral temporal da tenso de uma
bobine que esteja em vazio (fig.7). Claro que o dispositivo
integrador deve absorver uma corrente cujos efeitos sejam
desprezveis, ou seja, deve ter uma impedncia de entrada muito maior
que a impedncia de carga nominal da bobine em estudo, para que esta
se possa considerar praticamente em vazio.
iS=0ie
ue uS
ie
R
C
uR
uC
Fig 8: Integrador: uS= (1/) ue dt ; ( =RC , constante de tempo
do integrador)
A tenso de sada igual do condensador, uS=uc. Com a sada em
vazio, is=0, a corrente de entrada ie percorre R e C, cujas tenses
sero portanto ur=Rie e uc=(1/C) iedt. No caso de ser
|ur|>>|uc|, a tenso de entrada ue = ur+uc vir ue ur=Rie , ou
seja, ie ue /R . Nesse caso a tenso de sada uS=uc vem uS=(1/RC)uedt
= (1/) ue dt Em regime sinusoidal, a condio|ur|>>|uc| conduz
a >>1/ , ou: >>T/(2)
O dispositivo integrador pode ser um circuito RC, fig.9. Neste,
uS=(1/RC)uedt = (1/) u2 dt = (1/) [N2(d/dt)] dt = (N2 /) . Para que
este circuito funcione de integrador para sinais de frequncia , ou
perodo T, deve ser R>>1/C, ou seja, =RC>>T/(2). Este
trabalho feito a 50Hz, ou T=20ms, e usa-se R=10M, C=100nF, portanto
=1s>>0,02s/2. Para que o integrador seja aplicado a uma
bobine considerada em vazio, deve ser a sua impedncia de entrada Z
2e=(R +(1/C)2)R muito maior que Z2nomin . A impedncia nominal do
secundrio do transformador Z2nomin=U2ef2/Sn=242/1500=0,38 , e
ZeR=10M Est-se portanto nas condies exigidas para se considerar que
se observa, praticamente sem consumo, o integral da tenso em vazio,
ou seja, o fluxo no ncleo. Os sinais destes sensores de corrente e
de fluxo,
u =RA Ai1uS = (N2 /)
so aplicados aos canais 1 e 2 de um osciloscpio. Usando o
aparelho em modo temporal, podem-se observar as formas temporais
das funes i1(t) e (t). Passando o osciloscpio para modo XY,
elimina-se a varivel t e obtem-se o ciclo de histerese. As
sensibilidades usadas num e noutro canal, juntamente com as
expresses acima, permitem graduar as figuras observadas em unidades
de corrente primria i1 e de fluxo primrio principal (devido ao
ferro) 1p=N1.
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3 - Determinao experimental dos parmetros do transformador No
transformador, h a considerar os coeficientes de induo relativos ao
fluxo no ferro e os relativos disperso. Os primeiros so complexos,
pelas razes descritas em 1.3. E, porque que tratam das relaes das
bobines com o fluxo canalizado por um circuito de ferro sem
derivaes, esto relacionados pela razo dos nmeros de espiras: ( )
222212111 lLl NNMNN == Os coeficientes de auto induo relativos
disperso, 1 e 2 so constantes reais; por definio de disperso, estes
coeficientes dizem respeito apenas a cada corrente, no havendo
ligao mtua. Os coeficientes de auto induo de cada bobine so a soma
dos relativos ao fluxo principal (devido ao ferro) e relativos
disperso; como os primeiros so complexos, a soma tambm o :
22222
11111
+=+=
lL
lL
Alimentando o transformador em vazio, (fig.9), e medindo os
valores eficazes da corrente primria, I1ef, e da tenso no primrio,
U1ef, e da potncia entrada, P10, pode-se determinar os parmetros da
bobine
primria: das trs grandezas primrias obtem-se a impedncia
101111j
eZZ = oferecida pelo transformador rede: em mdulo,
ef
ef
IU
Z1
111 = ; e, como , vem: cos= efef IUP
efIefUParc
2110
10 cos. = . Esta impedncia devida apenas bobine primria, visto
ser i2=0. (fig9). 11111 LjrZ += , ou, conforme visto em 1.3
(fig.6), A impedncia assim determinada
)()()()( 11111111111 fefefefe ljrrsenljsenlrZ +++=+++= . A medio
das trs grandezas do primrio I1ef , U1ef, e P , no permite
distinguir, na impedncia Z10 11, a parcela )( 11 + jr )( 1 fefe ljr
+ da parcela . Teoricamente, a determinao do coeficiente de induo
mtua
21
NN
MLj ML 11lj )( 1 fefe ljr + permitiria obter a segunda parcela,
pois = = . Ento, obter-se-ia por subtraco a parcela 1111 ljZ )( 11
+ jr = . No entanto, num transformador de potncia tpico, o mdulo
desta parcela muito menor que os mdulos das outras duas grandezas,
de forma que os erros de medida no permitem obt-la por subtraco.
Por isso em geral essa parcela obtida por um ensaio em curto
circuito. Para obter os coeficientes mtuos, mede-se tambm o valor
eficaz da tenso secundria, U2ef , vindo
efIefU
MM LL 12==
21
12
1111 NN
efIefUll == , e portanto (fig.9). A determinao do
argumento de ) exige a medio da desfazagem entre U'ML (igual ao
de 11l 2 e I1. Sem essa determinao, no fica totalmente conhecido ,
pelo que as duas parcelas de Z11l 11 no se podem distinguir. Para
determinar os parmetros do secundrio, seria necessrio repetir o
ensaio mas invertendo a posio do transformador, alimentando-o pelo
secundrio e mantendo o primrio em vazio. Esse segundo ensaio s
necessrio se, por serem altos os valores da resistncia e da
disperso, fosse possvel medir diferenas entre Z e j para obter r11
11l 1+j1 . Ento o segundo ensaio permitiria obter r2+j . Mas se os
r2 e os no forem altos, como acontece num transformador de potncia
tpico, ento o primeiro ensaio fornece Z j , e o segundo ensaio
forneceria Z j 11l 22l . 11 22
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112
12
22 )( ll NN =Mas , pelo que na prtica e devido aos erros de
medida, o segundo ensaio no trs
mais informao do que o primeiro.
Determinao do nmero de espiras dos enrolamentos Normalmente no
se sabe o nmero de espiras de cada enrolamento, mas a sim a sua
razo N1/N2=m, que aproximadamente igual relao entre tenses
nominais, m U1Nom / U2NomEnrolando em volta do ncleo uma bobine
auxiliar (tercirio) com um nmero de espiras N3 conhecido, e
mantendo essa bobine em vazio, a sua tenso ser apenas a induzida
pelo fluxo do ncleo: u3=N3d/dt; em regime sinusoidal, vem U3ef=N3ef
. No ensaio em vazio, o secundrio tambm s tem tenso induzida pelo
fluxo principal, pelo que, pelas mesmas razes, em regime sinusoidal
U2ef=N2ef . Mede-se a tenso eficaz nos dois enrolamentos que esto
em vazio, e vem: U2ef /U3ef=N2 /N3 , donde N2=N3 U2ef /U3ef. A
determinao do nmero de espiras do primrio exige a repetio do ensaio
com alimentao pelo secundrio e primrio em vazio. No entanto,
admitir-se- que N1/N2 U1Nom / U2Nom. No transformador ensaiado foi
colocada um enrolamento tercirio de N3 =10 espiras.
i1
u1V, A, W
i2=0
u2V2
R1i1
V,A,W
u1
1 i'2=0
i10
u'2
V'2u10l11
Fig.9: Ensaio em vazio.
Medindo a tenso, corrente e potncia entrada do primrio,
(aparelho V,A,W), determina-se a impedncia da bobine primria
11111 LjRZ += . Em termos de esquema de Steinmetz, determina-se
1111 ljjR ++ =
)()( 11 feljferR +++ . Em vazio, a tenso secundria 12 ILjU M = .
Medindo o seu valor eficaz e o da corrente primria, vem
efIefU
MM LL 121 == . A determinao
do argumento de LM necessita da medida da desfasagem entre U2 e
I1. No esquema, 1111 ljl = =
efIefU
1
10 =
efIefU
1
2' =
efIefU
NN
1
2
21 . A
determinao do argumento de l11 carece da medida da desfazagem
entre U'2 e I1.
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4 - Montagem Experimental e Lista de Material Ver figura 10
Fig 10: Montagem experimental Transformador Sob Ensaio: - WOHRLE
WST 1500, 1500VA, 400V- 4A / 24V - 62,5A Auto-Transf: - Auto
transformador varivel ( para fornecer tenso regulvel de 0V a 230V).
Transf. Aux: - Transformador auxiliar elevador de tenso, 230/400V (
para permitir obter um mximo de tenso eficaz de 400V). RA: -
Resistncia de amostragem da corrente primria, de valor RA=2,5
V,A,W: - Aparelho de medio de U1ef, I1ef, e P10 . N3 : -
enrolamento auxiliar tercirio, para funcionar em vazio, de N3 =10
espiras V2 : - Voltmetro para ler o valor eficaz da tenso no
secundrio, U2ef. V3 : - Voltmetro para ler o valor eficaz da tenso
no tercirio auxiliar, U3ef. Integr: - Integrador passivo, de =1s
(R=10M, C=100nF) CH1, CH2 : - Canais 1 e 2 de um osciloscpio.
RA
CH 1
V A W
V2Integr.
CH 2
Auto- Transf. 0 230V Transf.
Aux. 230/400V
Transformador Sob Ensaio
V3
N3
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5 - Execuo do trabalho
CUIDADO ! TENSES MUITO PERIGOSAS ACESSVEIS !
PERIGO DE ELECTROCUSSO ! 5.1 Verifique que o auto transformador
est regulado para 0V, e que o interruptor geral da montagem
est desligado. 5.2 Ligue os terminais do auto transformador
ficha; ligue a alimentao de todos os aparelhos de
medida. 5.3 Ligue o interruptor geral. 5.4 Observao do ciclo de
histerese: 5.4.1 Suba lentamente a tenso de alimentao, controlando
a tenso primria. V observando no
osciloscpio, em modo temporal, a forma das funes i1(t) e (t), e
a maneira como essas formas vo variando com o aumento da tenso
aplicada ao primrio. Observe tambm em modo XY a forma do ciclo de
histerese e a maneira como ele varia com o aumento da tenso.
5.4.2 Leve a tenso primria a 400V (ou ao mximo, se no atingir
400V). 5.4.2.1 Mea cuidadosamente a potncia entrada, e os valores
eficazes da corrente e da tenso
primrias. 5.4.2.2 Observe o ciclo de histerese. Registe as
escalas usadas nos canais 1 e 2, a fim de graduar a
figura em valores de i1 e de 1=N1 . Mea e registe os valores dos
mximos de corrente e fluxo, os valores da corrente quando o fluxo
nulo, e os do fluxo quando a corrente nula.
5.4.2.3 Copie o ciclo para papel, por decalque, tendo o cuidado
de marcar no papel a orientao dos eixos.
5.4.2.4 Observe a forma de i1(t) e 1(t). Copie para papel as
figuras, registando as escalas. 5.5 Medio dos parmetros do
transformador: 5.5.1 Com a tenso primria a 400V, mea e registe os
valores de U1ef, I1ef, P10, U2ef, U3ef. 5.5.2 Desa a tenso primria
de 20 V em relao determinao anterior. Mea e registe os valores
de U1ef, I1ef, P10, U2ef, U3ef. 5.5.3 V repetindo a alnea
anterior at tenso primria de 0V. Construa a tabela de observaes
U1ef I1ef P10 U2ef U3ef400V 380V 360V ...... ...... .......
..... ....... 0V 0 0 0 0
5.6 Desligue o interruptor geral. Desligue os fios de alimentao
do auto transformador. Desligue os
aparelhos de medida.
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6 - Relatrio Responda sucintamente aos seguintes quesitos: 6.1 -
Ciclo de Histerese 6.1.1 Diga sucintamente qual a tendncia de
variao da forma de i1(t) e (t) com a tenso aplicada.
O mesmo para a forma do ciclo de histerese. 6.1.2 Apresente cpia
do ciclo mximo obtido, com graduao de valores. 6.1.3 Estime
grficamente a rea do ciclo, em unidades de i11. Da estime a potncia
das perdas
magnticas na bobine. Compare com a potncia lida no wattmetro.
Tire concluses. 6.1.4 Considere o ciclo substitudo pela sua linha
mdia. Obtenha grficamente e apresente a linha
mdia do ciclo. Obtenha, por medio no grfico, alguns pontos dessa
linha mdia, em unidades de i1 e de 1.
6.1.5 Considere a funo polinomial iP=k1+k33+k55 . Procure os
valores de trs constantes k1,k3, e k5 , que fazem com que o grfico
desta funo polinmial se aproxime razoavelmente do grfico da linha
mdia do ciclo de histerese. Apresente o grfico desta funo
juntamente com o da linha mdia. (Sugesto: use uma tabela de clculo,
tipo Excel).
6.1.6 Para sucessivos valores de t, calcule os valores numricos
de (t)=M.sen(t), em que {[ efUMAX 12 }]=M . Para cada valor de (t),
calcule o correspondente valor de ip(t) dado pelo polinmio. Obtenha
assim uma tabela de pares de valores t, ip(t) da funo ip(t).
Apresente o grfico desta funo, juntamente e mesma escala que o de
i1(t) copiado do osciloscpio. Compare ambos e tire concluses.
(Sugesto: use uma folha de clculo, tipo Excel).
6.2 - Ensaio em vazio do transformador 4.2.1 Apresente uma
tabela com os valores medidos de U , I , P , U , U1ef 1ef 10 2ef
3ef . Acrescente os valores, calculados a parir destes, de :
MN
NL
2
1/; Z1ef =(N1/N2)U2ef 11; ; r10 1+rfe ; (1+l ); ( +l ); L ; L ;
lfe 1 fe M M 11= ;[ Z -.l11 11] (#) ; N2=N3U2ef/U3ef
U1ef I1ef P10 U2ef U3ef 1ef Z11 10 r1+rfe (1+lfe) (1+lfe) L NLM
Ml11= MN
NL
2
1 Z11-.l11
(#) 2=N .3 .U /U2 3
400V 380V
.... ... .... ... ....
(#) Nota : estes valores de [ Z11 -.l ] so apenas para controlo.
11Se (r1+j ) e (j.l1 11) tiverem o mesmo argumento - e em geral no
muito diferente - ento a sua soma vectorial )()( 111111 ljjrZ ++=
tem um mdulo que a soma dos mdulos: 111111 |)(| ljrZ ++= . Ento vem
[Z -.l11 11]=|(r1+j 1 )|. Com os valores desta coluna pretende-se
averiguar da possibilidade de medir (r +j 1 1 ) no ensaio em
vazio.
4.2.2 Apresente grficos da variao de 1ef , Z11, l11 , rfe , lfe
, em funo de I1ef. 4.2.3 Usando os valores de [ Z -.l11 11],
discuta da possibilidade de obter (r1+j ) neste ensaio. 1 4.2.4
Obtenha os valores dos parmetros do ramo transversal do esquema de
Steimetz referidos ao
primrio, para o ponto de funcionamento nominal.
FCT / UNL, Dezembro 2000 Prof. M. Ventim Neves
-
FCT / UNL, Departamento de Engenharia Electrotcnica
Prof. Mrio Ventim Neves
ENSAIO EM VAZIO DE TRANSFORMADOR
ANEXO
DETERMINAO DE UMA APROXIMAO POLINOMIAL CURVA DE MAGNETIZAO,
USANDO UMA FOLHA DE CLCULO
1. Considere o ciclo substitudo pela sua linha mdia. Obtenha
grficamente a linha mdia do ciclo.
Obtenha, por medio no grfico, alguns pontos dessa linha mdia, em
unidades de i1 e de 1. Registe esses pares de coordenadas numa
tabela de folha de clculo. (Tabela a-1, colunas A e B)
2 Considere a funo polinomial iP=k1+k33+k55 . Programe essa funo
na tabela anterior, de forma que a cada valor de registado
corresponda
um iP calculado (tab. a -1, colunas C, D, E, F). Programe o
clculo do polinmio para que seja feito a partir dos trs
coeficientes k registados em clulas; isso torna fcil alterar o
polinmio, bastando alterar um nico registo para alterar um
coeficiente.
7 Admita que a primeira parcela do polinmio dominante na zona
linear, a segunda no princpio da
saturao, e a terceira na zona j saturada. Escolha um ponto em
cada zona, despreze a os termos no dominantes e calcule valores
aproximados para k1,k3, e k5 , conforme mostra a figura a-1.
8 Programe a folha de clculo para que trace o grfico dos valores
de col(A) e col(F) em funo de
col(B). Por tentativas, alterando os valores de trs constantes
k1,k3, e k5 e vendo o resultado grfico, procure um conjunto de
coeficientes que faa com que o grfico da funo polinomial calculada
se aproxime razoavelmente do grfico da linha medida.
Tabela a-1: curva de magnetizo e aproximao polinomial A B C D E
F G H k1=... k3=... k5=... i P
C+D+E In1 n1 k1*n1 k3*n13 k5*n15 C+D+E In2 n2 k1*n2 k3*n23
k5*n25 C+D+E In3 n3 k1*n3 k3*n33 k5*n35
... ... ... ... ... ...
... ... ... ... ... ...
i
iA, A
iB, B
iC, C iP=k1+k33+k55iAk1A k1iA/AiBk3B3 k3iB/B3 iCk5B5 k5iC/C5
Fig.a-1): Procura da primeira aproximao aos coeficientes do
polinmio
FCT / UNL, Dezembro 2000
Prof. M. Ventim Neves