A trajetória política de Roberto Freire
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O governador José Serra abraça Roberto Freire, por ocasião da outorga da Ordem do Mérito do Ipiranga, a mais alta condecoração do governo paulista.
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OPRESIDENTE NACIONAL DO PARTIDO POPULAR SOCIALISTA (PPS)
é um dos que tem conduzido o debate suprapartidário
sobre os rumos da esquerda democrática e um novo
projeto socioeconômico e político para o Brasil. Trata-se de um
conhecedor profundo dos problemas nacionais e observador crítico e
atualizado dos fatos mundiais contemporâneos.
Um traço distintivo seu é manter coerência como cidadão e como
parlamentar. É um homem público que sempre pautou sua atuação
política visando aos interesses maiores da sociedade, sem jamais se ter
permitido agir fora dos limites da lei e da sua consciência, quando se
trata do patrimônio e bens públicos.
Reputado por toda a mídia e pelos especialistas como um político
sério e competente, não foi à toa que o respeitável Departamento
Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), desde que iniciou
Roberto Freire é um dos mais
respeitados e infl uentes
políticos brasileiros
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seu levantamento inédito na história política brasileira, o escolheu
por 14 anos consecutivos como um dos 100 “cabeças” do Congresso
Nacional. E dentro desse restrito grupo, ele sempre foi considerado
por seus pares e pela opinião pública como um parlamentar decisivo
nas horas decisivas.
Roberto Freire chegou a este patamar de reconhecimento público
por suas ideias, convicções e atitudes. O seu nome sempre esteve
no rol dos políticos efetivamente comprometidos com o avanço da
democracia e dos ideais republicanos, sobre ele não pesa uma só
denúncia a respeito de sua atuação pública – e este é o seu maior
patrimônio após 32 anos ininterruptos na política (um mandato como
senador, cinco como deputado federal e um como estadual).
“Roberto Freire caracteriza-se por sua marca de independência e de coragem. Contemporâneo do presente e do futuro, vive em busca de coisas novas e luta como um guerreiro por mais democracia e so-bretudo por reformas que façam mudar o corpo e a alma do Brasil”.
José Serra, governador de São Paulo, ex-ministro de Estado, ex-senador e ex-deputado federal
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É um encontro que estava marcado – licença poética que, com
certeza, o famoso cronista Fernando Sabino endossaria – entre São
Paulo e Roberto Freire. Nada mais lógico que uma liderança nacional
que luta por uma sociedade mais justa e fraterna que assegure a todos
os brasileiros a igualdade no acesso às oportunidades viesse se juntar
ao esforço também nacional de São Paulo para construir um país mais
digno. E num momento decisivo para a história brasileira e paulista: ano
de eleição, quando estará em debate e escolha que tipo de presidente da
República e que tipo de política de desenvolvimento queremos.
Freire, há muito, está vinculado a São Paulo, por razões políticas
e até emotivas, não sendo gratuito o partido que preside – o PPS,
ter nascido no Teatro Zaccaro, em 1992, e ele ser um entusiasta do
cosmopolitismo e do progresso da terra bandeirante. Mais que isso:
ele foi fi gura destacada nos últimos pleitos, seja em 2004, quando fez
campanha para José Serra na disputa da Prefeitura de São Paulo; seja
Uma relação mais que amistosa
Vivendo uma de suas paixões, o futebol, Freire assiste, no Morumbi, o clássico Corintians versus Palmeiras
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em 2006, quando foi um dos principais coordenadores da campanha
de Geraldo Alckmin à Presidência da República; seja em 2008, quando
atuou ativamente ao lado de Soninha Francine.
Lembremos que, no Senado (de 1995 a 2002), como líder do PPS,
tornou-se referência na luta pela afi rmação dos princípios republicanos,
pela celebração de um novo pacto federativo e na defesa de políticas
sólidas, garantidoras do desenvolvimento, sobretudo das regiões
Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Defensor de um desenvolvimento
regional equilibrado, nunca caiu na preconceituosa esparrela de acusar
São Paulo e o Sul pelos dramas do Brasil. Sempre afi rmou que longe de
ser problema, São Paulo é parte decisiva da solução.
Freire se soma assim, política e eticamente à
população de São Paulo, nessa empreitada com a
certeza de que há um ideal comum de liberdade e
ética, de fraternidade e justiça, de avanço social com
a maioria e pela maioria não só dos paulistas, mas de
todos os brasileiros.
“Roberto Freire tem uma capacidade singular de acompanhar as mudanças que o mundo e o Brasil sofreram e sofrem. Mais: ele procura nelas se inserir trabalhando alianças na tentativa de viabilizar um projeto democrático e reformista capaz de dar novos rumos ao nosso país”.
Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo
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Família, infância e juventude
Roberto Freire nasceu no Recife (PE), em 20 de abril de 1942,
em uma família de classe média. O pai, João Figueiredo Freire, era
funcionário de pequenas empresas privadas dos ramos de comércio e
indústria na capital pernambucana, e a mãe, Maria de Lurdes Pereira
Freire, cuidava dos trabalhos domésticos.
É pai de cinco fi lhos: Marta, Cláudia, Luciana, Mariana e João, e
avô de três netas e três netos.
Durante a juventude, praticou várias atividades desportivas no Sport
Clube do Recife, time do coração e do qual é sócio benemérito. Chegou
a integrar a seleção pernambucana de basquete e
numa ocasião memorável para ele, esteve
na quadra com Amaury, Vlamir,
Rosa Branca, Victor, dentre
outras glórias do basquete
brasileiro, num jogo entre
Pernambuco e São Paulo.
q
para ele, esteve
Vlamir,
entre
ete
e
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Começou a atuar na política, aos vinte anos, quando aluno
da Faculdade de Direito do Recife. Ainda estudante, defendeu
trabalhadores rurais dos engenhos de cana da Zona da Mata
pernambucana, durante o governo reformista de Miguel Arraes.
Ao mesmo tempo, participou, sob a liderança de Gregório Bezerra,
conhecido líder comunista, da organização dos sindicatos rurais e se
incorporou às equipes do Movimento de Cultura Popular (MCP) de
alfabetização de adultos, pelo Método Paulo Freire, ocasião em que
estreitou suas relações com o Partido Comunista Brasileiro (PCB).
“Dos combatentes políticos, guardamos lembranças positivas daqueles que mantêm os ideais da época da resistência democrática, tendo como foco o ser humano e as suas neces-sidades básicas. Que se dedicam à luta pela li-berdade, pela melhoria das condições de vida, às temáticas das minorias, à defesa do feminis-mo e dos direitos da mulher. Nesse grupo se si-tua Roberto Freire, sempre com postura sólida e coerente”.
Yolanda (Danda) Prado – editora, fi lha de Caio Prado Jr.
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O início positivo da trajetóriaRoberto Freire enfrentou a ditadura militar desde o primeiro
momento, a partir de abril de 1964. Então estudante de Direito se
tornou um dos fundadores do Movimento Democrático Brasileiro,
o único canal de atuação e participação política permitido. Mas
foi através do MDB que se fez a luta política aberta e de massas, a
formação de uma ampla frente democrática e, pacifi camente, se isolou
e se derrotou o regime ditatorial. Daí ter resistido, junto a outros
contemporâneos seus, ao grave equívoco da opção da luta armada por
parte de algumas organizações e líderes políticos. E quando a derrota
destes se consumou num saldo terrível de mortes e desaparecimentos,
estendeu a mão, como tantos comunistas, aos derrotados, sem
qualquer retaliação ou contrapartida.
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Freire foi também um dos construtores da estratégia política do
MDB, a partir de uma crítica dupla, dirigida tanto aos moderados quan-
to aos “autênticos”, grupo do qual participava junto com outros líderes
emergentes, os quais, desesperançados, após a acachapante derrota das
oposições em 1970 – período do “milagre econômico” de Delfi m Neto
e da imensa popularidade do general Médici – propugnavam pela dis-
solução do partido ante a impossibilidade de superar o arbítrio. Preva-
leceu sua visão, compartilhada por Ulisses Guimarães, Tancredo Neves,
Franco Montoro, Paulo Brossard, Jarbas Vasconcellos, Alberto Gold-
man, Marcos Freire, Byron Sarinho e tantos outros.
“Um dos aspectos que mais me impressionam em Roberto Freire como político e sobretudo como dirigente partidário é a sua clareza de que partido é partido, sindicato é sindicato. Isto é, os dois podem manter estreitas relações de parceria, de lutas comuns, mas sem que haja interferência de um sobre o outro”.
Francisco de Souza Pereira (Chiquinho), presidente do Sindicato dos Padeiros de São Paulo e dirigente nacional da UGT
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O servidor público
Freire ingressou no serviço público no ano de 1967, após ser
aprovado em 1º lugar no Curso para Gerente de Cooperativa Integral
de Reforma Agrária (Cira), realizado no Rio de Janeiro, pelo Instituto
Brasileiro de Reforma Agrária (Ibra).
Posteriormente, foi aprovado em concurso interno de ascensão
funcional para o cargo de procurador autárquico, tudo de acordo
com o ordenamento jurídico constitucional da Carta de 1946. Hoje,
é procurador aposentado do Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária (Incra), nova denominação dada ao Ibra.
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Com uma bolsa de estudos concedida por um organismo intera-
mericano de capacitação em reforma agrária, Roberto Freire saiu do
Brasil, após o AI-5 e, por quase um ano, morou em Santiago do Chile.
Ali sua militância e formação política se aprofundaram. Como bolsis-
ta-observador, participou da reforma fundiária realizada pelo governo
Eduardo Frei, da Democracia Cristã (DC). Uma revolução pacífi ca e de-
mocrática no campo chileno, ampliada e aprofundada, posteriormente,
pelo governo socialista e democrático de Salvador Allende. Nesta sua
estada, ocasionada pela impossibilidade de uma atuação política aberta
no Brasil à época, compartilhou um sonho comum com outros que
lá estavam perseguidos pela ditadura militar brasileira: compreender
melhor o mundo e o Brasil e, ao derrotar a ditadura, estabelecer uma
democracia justa e fraterna para todos.
Nesse míniBrasil no Chile, além de conviver com Antonio Baltar,
Jader de Andrade e Ulrich Hoffmann, conhecidos desde Recife, cons-
truiu sólidas amizades com alguns brasileiros que se tornariam grandes
na conquista da redemocratização: Plínio de Arruda Sampaio, Maria da
Conceição Tavares, Paulo Alberto Moretzsonh Monteiro de Barros, que
viria a ser um dos mais respeitados intelectuais brasileiros sob o pseudô-
Acumulando boas experiências
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nimo de Artur da Távola. E o líder da sua
geração, José Serra, com quem iniciou
uma longa relação de parceria política e
pessoal que jamais seria interrompida.
E que se traduz numa visão comum da
necessidade de uma esquerda reformis-
ta e avançada para a crise estrutural da
sociedade brasileira que impede o nosso
desenvolvimento como país não só de-
mocrático, mas justo no acesso a oportunidades para todos.
Imbuído dessa verdadeira aula que teve no país andino, Freire lan-
çou-se à disputa eleitoral, pela primeira vez, em 1972. Candidato a
prefeito de Olinda (pelo MDB) foi o mais votado, mas perdeu para a
soma dos votos das duas sublegendas da Arena. Seu primeiro mandato,
o de deputado estadual, foi conquistado em 1974, pelo então MDB.
No dia 1º de setembro de 1978, foi o único parlamentar a subir à tribu-
na para contestar energicamente a eleição de governadores e senadores
biônicos. Por sua conduta, foi considerado pelos jornalistas do Comitê
de Imprensa da Assembleia Legislativa um dos mais destacados políti-
cos daquela legislatura.
A partir da experiência em Pernambuco, e considerado um dos
expoentes da esquerda nordestina, começou sua carreira em âm-
bito nacional.
Roberto Freire com a editora Yolanda (Danda) Prado, Þ lha de Caio Prado Jr.
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Parlamentar nacional
Na Câmara dos Deputados, já no primeiro ano de mandato
(1979), foi indicado pelo líder do MDB, deputado Freitas Nobre,
para integrar a Comissão Mista criada para dar parecer ao projeto de
anistia. Era o tema político dominante no Congresso Nacional e na
sociedade. Participavam dessa Comissão, o líder símbolo da anistia,
senador Teotônio Vilela, e os deputados Marcello Cerqueira (RJ), Del
Bosco do Amaral (SP), João Gilberto (RS), Tarcisio Delgado (MG),
dentre outros.
Roberto Freire visitou presídios, participou de debates e comícios,
negociou diretamente a elaboração de artigos e parágrafos que
pudessem tirar das masmorras e permitir a volta ao país de centenas
de brasileiros perseguidos ou desterrados pelo arbítrio. Defendeu
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a aprovação da Lei da Anistia tal como foi possível e sua tese foi
vitoriosa, em contraposição aos que a rejeitavam por não ser ampla,
geral e irrestrita, usando o argumento de que seria um erro histórico se
votar contra uma lei que permitia o retorno de exilados como Prestes,
Brizola, Arraes, Betinho, Gabeira e tantos outros que ajudariam a
conquistar a anistia tal como a desejávamos. E esta se tornou uma
realidade nos debates e decisões constituintes de 1987/88. Foi ele
também o principal organizador da obra Anistia – editada pela gráfi ca
do Senado, em dois grossos volumes –, que registrou em defi nitivo
para a história a luta pela reconciliação entre os brasileiros.
“Roberto Freire sempre se diferenciou dos demais políticos. Contestador por índole, não se conforma apenas em contestar, quer conhecer a fundo os problemas e formular caminhos. E sempre formula com riqueza de argumentos, com propostas, com audácia”.
Jarbas Vasconcellos, senador da República, ex-governador de Pernambuco e ex-prefeito do Recife
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Revelador de sua aguda sensibilidade para a política, Freire, no
início de 1982, concedeu entrevista ao semanário Voz da Unidade,
de São Paulo, na qual alertava as forças oposicionistas para o fato
de que a campanha em torno da palavra de ordem de convocação
de uma Assembleia Constituinte, que estava em curso, deveria
ser momentaneamente substituída por uma outra, de maior apelo
popular, em torno da reconquista das eleições diretas para a
Presidência da República.
A sua proposta se tornou o centro do debate nacional e veio a
ser a semente da campanha das Diretas Já, as maiores mobilizações
de massas da nossa história. Presença obrigatória nos grandes atos
públicos ocorridos nas principais capitais, na condição de vice-líder
do PMDB e diante de um milhão de cariocas e fl uminenses, Roberto
Freire falou aberta e corajosamente no Comício da Candelária
em nome do Partido Comunista Brasileiro, ainda na ilegalidade.
A história não exige muita ou pouca coragem, mas exige coragem, sem
adjetivos. E isso ele sempre demonstrou na sua atuação política.
Com a derrota, em abril de 1984, da Emenda Dante de Oliveira,
no Congresso Nacional castrado pelo governo militar, Roberto Freire
enfrentaria novamente alguns setores da esquerda liderada pelo
PT que se recusavam a votar em Tancredo Neves, para derrotar o
candidato dos militares, Paulo Maluf. Novamente, como no caso
da luta armada e no da anistia, Freire defendeu corajosamente que
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boicotar a votação no Colégio Eleitoral signifi caria prolongar o regime
militar e inviabilizar um governo de transição democrática. Estava,
mais uma vez, certo.
Como militante do PCB, ainda na clandestinidade, e integrante
da grande frente oposicionista, Freire esteve sempre vinculado, como
parlamentar e como cidadão, aos grandes movimentos democráticos
do nosso povo, desde os anos 1960. Apoiou e participou do processo
de reconstrução das entidades estudantis livres e da UNE. Esteve em
todos os congressos – Conclats – em que se discutiu a reorganização
sindical e a criação de uma Central de Trabalhadores. Assim como
atuou nos movimentos grevistas dos operários e trabalhadores, em
Pernambuco, no ABC, em São Paulo, e em quase todos os estados.
Roberto Freire e o ex-ministro e ex-governador de São Paulo, Franco Montoro
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Na Assembleia Constituinte
Como líder do PCB, que conquistara sua legalidade em 1985,
Roberto Freire foi um dos líderes políticos da Assembleia Nacional
Constituinte (ANC), instalada em 1987. Seu presidente, Ulisses Gui-
marães, declarou que a bancada de três parlamentares comunistas (da
qual faziam parte Augusto Carvalho e Fernando Sant’Anna), liderada
por Freire, tinha tanta infl uência que valia como se estivesse composta
de mais de trinta constituintes.
Seu trabalho na ANC virou referência como atuação modelo: era um
dos 10 parlamentares mais assíduos no debate das grandes questões
e eram suas mais de 500 emendas inseridas na Carta, de forma isola-
da ou via emendas aglutinativas. Aliás, ressalte-se que o principio da
Augusto Carvalho, Fernando Sant�Anna e Roberto Freire � uma bancada que valia por trinta, segundo Ulysses Guimarães
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emenda aglutinativa – esta saída política e legislativa formulada por
Freire para solucionar impasses nas votações em razão da inexistência
de emendas específi cas – hoje está incorporado em todos os regimen-
tos das casas legislativas do país.
Membro titular tanto da Comissão de Sistematização quanto da Co-
missão de Redação Final da ANC, teve importante papel para a defi ni-
ção da função social da propriedade privada urbana e rural; da liberdade
religiosa, de pensamento e de informação; a defi nição substantiva dos
direitos e garantias individuais; avanços históricos nos novos capítulos
do meio ambiente e dos povos indígenas; na questão dos direitos da
mulher e na moderna visão da família; do acesso à saúde pública, por
meio da criação do SUS; na luta pelo fortalecimento da educação básica
e das universidades públicas e maior apoio à ciência e à tecnologia.
Freire com o dr. Ulysses e o deputado Paulo Delgado (PT-MG)
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Na disputa presidencial
Estimulado pelos desafi os da construção de um país democrático e
socialmente mais justo, Roberto Freire participou da primeira eleição
direta para presidente da República, em fi ns de 1989, para propor no-
vas alternativas, no campo da esquerda, de um projeto transformador
para o Brasil.
Seus impactantes discursos e palestras, durante a campanha, mol-
daram o discurso de outros pretendentes ao Planalto: não bastava ser
candidato, precisava ter um programa em que o povo se sentisse não só
representado, mas benefi ciário direto. Seu companheiro nessa jornada
histórica foi o saudoso médico sanitarista paulista Sérgio Arouca, seu can-
didato a vice, lembrado como uma das maiores lideranças que o país já
teve na luta por uma saúde pública universal, gratuita e de qualidade.
Roberto Freire com Sérgio Arouca, seu vice, e Ruça, presidente da Escola de Samba Vila Isabel � RJ
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Em sua campanha, Roberto Freire foi premonitório, ao anunciar, an-
tes de outros segmentos políticos, que estávamos assistindo ao inicio do
fi m da sociedade industrial e à emergência de uma nova sociedade do
conhecimento, da informação e da vertiginosa aceleração da inovação
tecnológica. Entendia a globalização como a face moderna do inelutável
processo de integração e socialização que o ser humano vem experimen-
tando na sua aventura na Terra, fruto da luta dos homens e mulheres de
boa vontade pela afi rmação dos valores da liberdade, da igualdade e da
fraternidade, enfi m pela afi rmação defi nitiva do humanismo.
Roberto teve a coragem, diante dos acontecimentos na Praça da
Paz Celestial (Tian Nan Men), em Pequim, na China, de dizer que o
nosso socialismo estava do lado dos estudantes e não dos tanques.
Enfatizava, com sua histórica posição, que o socialismo poderia ser
compatível com a democracia.
Um dos temas a que mais se dedicou foi a privatização do Estado
brasileiro, em todas as suas instâncias, a partir do governo federal, e a
necessidade premente de sua publicização. Denunciou, com veemên-
cia, que, em pleno centenário da proclamação da República, a res não
era publica, mas res privada (dos que faziam o jogo de interesses e privi-
légios das elites, das corporações, dos “cartórios”, dos amigos e apani-
guados) e defendia uma efetiva República (comum para todos).
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“O melhor, por evitar a demagogia e os insultos, ainda é o jovem deputado Roberto Freire que, ao menos, propõe uma refl exão sobre o Brasil”.
Jorge Amado, num trecho do seu livro Navegação de Cabotagem – Apontamentos para um livro de memórias que jamais escreverei,
Editora Record, 1992, Rio de Janeiro, p. 10, ao se referir sobre as eleições presidenciais de 1989.
Roberto Freire e o ex-governador paulista Mário Covas, durante um dos debates
televisivos da campanha presidencial de 1989
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Quando se menciona o trabalho de um parlamentar, sabe-se da
importância das palavras, porque por elas se faz a defesa de ideias,
os debates das grandes questões nacionais, que possibilitam ouvir e
conversar com o povo. Mas no trabalho legislativo têm-se também
a materialização das conquistas e necessidades populares. E a obra
parlamentar de Roberto Freire, tanto na tribuna defendendo as causas
populares, como no atendimento das demandas sociais, foi diuturna
em todos os seus mandatos. Sua obra tem reconhecimento social e
político nacionalmente:
• Formulação dos arcabouços legais para materialização da reforma
agrária.
• Projeto para garantir as eleições diretas para os cargos de reitor e vice-
reitor de universidades federais e outras instituições de terceiro grau
mantidas pela União.
• A regularização dos estrangeiros em situação ilegal no país.
• Autor do primeiro projeto de lei que trata da inovação tecnológica e
do papel da universidade e das instituições de pesquisas e que ser-
viu de plataforma para o que foi enviado pelo presidente Fernando
Henrique Cardoso ao Congresso Nacional.
Palavras e atos
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• Defendeu, através de um substitutivo, uma política mais avançada do
que a proposta pelo governo Lula – ambígua e reticente em especial
no que se refere ao papel da CnTBio – no tocante às pesquisas cienti-
fi cas das células-troncos embrionárias e dos transgênicos.
• Projeto de lei que alterava a Lei de Responsabilidade Fiscal, fi xando gas-
tos que reduziam substancialmente o número de cargos em comissão,
um dos pontos mais destacados na inefi ciência do serviço público.
• Na condição de líder do governo Itamar Franco, Freire é um dos
responsáveis, junto com Sérgio Arouca, este na condição de relator,
pelo projeto que implantou o Sistema Universal de Saúde (o SUS),
a primeira, exitosa e importante reforma do Estado, mudando para
sempre a história da saúde pública no Brasil.
Roberto Freire em reunião no Palácio do Planalto como líder do governo Itamar Franco. Na foto também os ex-ministros Antônio Brito, Pedro Simon e Gustavo Krause
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• Proposta de emenda constitucional pela liberdade de organização par-
tidária, no início dos anos 80, após a criação do Partido dos Trabalha-
dores, considerando que vários partidos, como o PCB, permaneciam
na ilegalidade.
• Fim das emendas individuais ao Orçamento da República, ao defender na
Constituinte e na tribuna das duas Casas que os recursos fi nanceiros, ao
invés de ser retaliados em pequenas obras ou serviços ligados aos inte-
resses dos parlamentares, e quase sempre vinculados à reprodução dos
seus mandatos, fossem aglutinados e dirigidos para projetos de interesse
estadual ou regional. Como voz quase isolada nessa batalha, anualmen-
te transferia suas emendas pessoais para as universidades e instituições
científi cas e de pesquisas, especialmente na área da saúde, e/ou ligadas ao
desenvolvimento da ciência e da tecnologia.
• Foi o responsável pelo primeiro projeto sobre fi nanciamento público
de campanha, com o objetivo de acabar com os “caixas 2” e outras for-
mas corruptas de se obter recursos para a disputa eleitoral. Faz mais
de vinte anos que espera ser posto em votação e aprovado.
• Projeto que tornava obrigatória a convocação de eleição suplementar
a realizar-se nas eleições gerais ou municipais seguintes para o cargo
vago de senador, dado que o suplente só poderia desempenhar a titu-
laridade temporariamente e nunca quando houvesse vacância.
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• Reforma eleitoral e da representação política dos estados da Federa-
ção. Autor da emenda que reduzia a representação mínima dos esta-
dos menos populosos de oito para quatro parlamentares, democrati-
zando a representação mais equilibrada dos estados mais populosos,
como São Paulo. Emenda que gerou intensos debates constituintes
e teve como um dos seus defensores o então deputado federal José
Serra (PSDB/SP), atual governador do Estado.
• Projeto que punha fi m ao nepotismo no serviço público, na adminis-
tração direta e indireta, em todas suas instâncias e graus. Aprovado no
Senado, em 1996, aguarda ser votado na Câmara.
Roberto Freire com o Deputado Estadual e Presidente Estadual do PPS de São Paulo Davi Zaia
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Por uma esquerda democrática
Firme política e ideologicamente, Roberto Freire é um constru-
tor de futuro. Tanto que, paralelamente às atividades parlamentares
e institucionais, escreveu o seu nome na história como um homem
aberto a ideias novas. Compreendeu criticamente os erros praticados
sob a esfera do chamado socialismo real e, com coragem, comandou
com outros antigos líderes a travessia da tradição democrática do PCB
à tradição renovada do Partido Popular Socialista, criado em janeiro
de 1992, um partido vocacionado para ser um dos protagonistas de
novos caminhos para a política nacional.
Naquele ano, como principal dirigente do PPS, fez com que este fos-
se um dos primeiros partidos a se integrar à luta pelo impeachment do
presidente Fernando Collor, apontado pelo irmão como responsável por
uma gigantesca onda de corrupção em seu governo. Cassado o caçador de
marajás, por processo institucional, Freire foi convidado pelo presidente
Itamar Franco, em dezembro de 1992, para ser líder do seu governo
(1993/4) na Câmara Federal. Nesse importante papel, ele ajudou a cos-
turar a montagem de uma base de centro-esquerda para dar sustentação
política a essa gestão que deixou uma marca das mais positivas no país,
salientando-se sobretudo a implantação do Plano Real, sob o comando
do ministro da Fazenda, à época, Fernando Henrique Cardoso.
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Os governos FHC e LulaOs governos FHC e Lula
Por discordar do implantado modelo macroeconômico e do
exagerado espaço dado a setores conservadores, o PPS foi oposição
ao governo Fernando Henrique Cardoso. Porém, como também
percebia no governo um forte compromisso democrático e uma
concepção reformista, Roberto Freire liderou o seu partido para
que apoiasse as propostas democráticas e reformistas dele. O PPS
aprovou a continuidade do Plano Real (marco histórico de política
econômica no país), a Lei de Responsabilidade Fiscal, o Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização
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dos Profi ssionais da Educação (Fundeb), a criação das agências
reguladoras, a privatização da telefonia, da siderurgia etc.
Mostrando sua postura democrática, Freire manifestou-se contra
movimento golpista liderado pelo PT e por entidades sindicais a ele
vinculados, no inicio de 1999, com a palavra-de-ordem “Fora FHC”,
que culminou com uma manifestação liderada por Lula na Esplanada
dos Ministérios, em Brasília.
Como consequência dessa política de oposição, Freire ajudou
a viabilizar uma candidatura do PPS à Presidência da República,
em 1998 e 2002. Apesar das derrotas politico-eleitorais, o lider do
PPS sempre afi rmou que as campanhas ajudaram na divulgação do
partido e em seu relativo crescimento. Tendo sido o primeiro partido
a apoiar a candidatura Lula, no 2º turno, foi também o primeiro
e único da base que, com certa ousadia, discordou do caminho
seguido pelo governo. Em agosto de 2004 (vinte meses depois da
posse), ele assinou e lançou o documento partidário “Sem mudança
não há esperança”, em que defendia correção de rumos na política
econômica e alertava para o fato de que as promessas feitas em
campanha não estavam sendo cumpridas, sobretudo no tocante a
realizar as reformas estruturais tão necessárias para dar novos rumos
ao país, além de não haver espaço para o diálogo democrático entre
as forças que davam sustentação ao governo.
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Fato inédito na vida política brasileira foi protagonizado por ele
e seu partido, quando ao fi nal do segundo ano de governo Lula,
em dezembro de 2004 (saliente-se que ainda não era o governo dos
escândalos do mensalão, sanguessugas, aloprados etc), Roberto Freire
liderou o rompimento do PPS com a gestão petista, àquela altura,
também, já em franco e acelerado processo de aparelhamento do
Estado, entregando todos os cargos que o partido possuía no governo,
inclusive o Ministério da Integração. Convém lembrar que todos
os fi liados que não aceitaram a decisão foram então excluídos dos
quadros do PPS por não respeitarem o posicionamento amplamente
majoritário do seu partido.
Da mesma forma, Roberto Freire não tem vacilado em afi rmar de
público que o PT e Lula, lamentavelmente, não têm projeto de Brasil,
mas apenas projeto de poder, e que, por isso, difi cilmente o seu governo
poderia implantar as bases para efetivamente promover as mudanças
que o Brasil necessita. Por vários meses, denunciou a aliança de Lula
com grupos políticos conservadores e pior, fi siológicos e corruptos no
Congresso, e muito insistiu junto ao governo na correção de rumos
de desenvolvimento econômico e social, propostas que jamais foram
consideradas. Nasce dessa clareza o rompimento de Freire e do PPS
com a gestão Lula, que frustrou as esperanças depositadas nas urnas
desde 2002.
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“Roberto Freire é um líder político que me impres-siona muito. É tão inconformado e desacomodado quanto um garoto que estivesse começando agora. Incrível como ele não tem medo de escolher o ca-minho mais difícil – rompeu com um governo ao ter certeza de que este rumava no sentido contrário ao prometido, um exemplo mais que memorável. Como luta apaixonadamente, é um homem que não des-cansa, não sossega, não foge da labuta”.
Soninha Francine, ex-vereadora da cidade de São Paulo. Sub-prefeita da Lapa
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Em escala planetáriaCidadão do mundo, Roberto Freire cumpriu destacadas missões
internacionais de que são exemplo, dentre tantas, a da participação
na reunião anual da Organização das Nações Unidas – ONU (1987);
membro das comitivas presidenciais de José Sarney na visita ofi cial à
União Soviética, oportunidade em que conheceu o presidente Mikhail
Gorbachov (1988); do presidente Itamar Franco à Bolívia quando fo-
ram assinados acordos de cooperação econômica na área do petróleo
(1993); do presidente Fernando Henrique Cardoso ao Chile para a
posse do presidente Ricardo Lagos; missões parlamentares em Cuba,
na então URSS, na Alemanha, no México, em Angola, na Argentina,
dentre outras.
Sem contar que foi membro ativo do Parlamento Latinoamerica-
no tendo participado de vários de seus encontros, destacando-se as
Conferências Interparlamentares União Europeia-América Latina, nas
cidades de Santiago do Chile, em Lima, no Peru e em Bruxelas, na
Bélgica. Inúmeras participações em reuniões do Parlatino aqui nas
Américas, destacando-se as realizadas em Havana, Oranjestad-Aruba,
Caracas, Montevidéu, México etc. Como senador, foi convidado pela
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Federação das Indústrias de Pernambuco e acompanhou missões co-
merciais à Bélgica, Holanda, Itália e à República Sul-Africana.
Nos planos especifi camente político e partidário, foi destaque na
V Reunião de Políticas Alternativas para a América Latina, realizada
em Buenos Aires, com lideranças políticas da esquerda e da centro-
esquerda latinoamericana, e participou em congressos partidários na
URSS, no Japão, Chile, na França e na Itália, em três congressos his-
tóricos que fi zeram surgir do Partido Comunista Italiano (PCI) a Es-
querda Democrática (SD) e o atual Partido Democrático (PD).
No plano intelectual, cabe destacar sua presença como expositor
num Seminário sobre Reforma Política, em Vancouver, no Canadá,
também como palestrante de um Seminário no St. John’s College, de
Oxford, na Inglaterra, e de uma Conferência organizada pelo Cen-
tro de Estudos Latinoamericanos da Universidade da Califórnia, em
Berkeley, nos Estados Unidos, na qual se faziam presentes a saudosa
Ruth Cardoso e dois ilustres brasileiros, hoje candidatos à Presidência
da República, Marina Silva e José Serra.
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Além de discursos na tribuna parlamentar, de palestras em centros
universitários e escolas médias, em entidades da sociedade civil, Ro-
berto Freire concede entrevistas quase diárias em diferentes veículos
da mídia nacional, além de publicar artigos nos mais importantes jor-
nais brasileiros. Lançou mais de uma dezena de livros sobre os mais
variados temas, de que são exemplo Anistia, em dois volumes (1982),
Os grandes debates na Constituinte (1988), A Esquerda Democrática e as
Reformas (1995), Repensando o Socialismo, discutindo o Brasil (1996),
Esquerda em novo tempo (1996), Contemporâneos do futuro (1997),
A construção de uma política (2002) e Coerência e Mudança (2003).
Uma palavra reconhecida
Roberto Freire saúda o ex-presidente Itamar Franco quando de seu ingresso no PPS
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O reconhecimento de suas qualidades e do seu valor não se revela
apenas nas suas vitórias em disputas eleitorais, nas manifestações de
alguns dos mais expressivos líderes políticos, de intelectuais e jorna-
listas, mas também em instituições públicas, que o homenagearam
com a Ordem do Rio Branco, no Grau de Grande Ofi cial, pelo Mi-
nistério das Relações Exteriores; com a Ordem do Mérito Naval, pelo
Ministério da Marinha; com a Ordem Nacional do Mérito Científi co,
na Classe da Grã-Cruz, pelo Ministério de Ciência e Tecnologia. Sem
falar na Ordem do Mérito do Ipiranga, a mais alta condecoração dada
pelo governo estadual de São Paulo; e na Ordem Bernardo O’Higgins,
Gran Ofi cial, pela Presidência da República do Chile.
Roberto Freire troca idéias com o cineasta João Batista de Andrade, ex-secretário de Cultura de São Paulo
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Socialista, humanista e libertário por convicção, no decorrer de
sua longa carreira pública, Roberto Freire se transformou em um dos
símbolos, juntamente com tantos outros brasileiros, na luta pelo fi m da
ditadura e pela retomada da democracia. E nessa caminhada, sempre
defendeu amplas alianças, criticou posturas excludentes, já que acredita
que a construção de um novo Brasil é feita sem exclusivismos e passa,
obrigatoriamente, pelo exercício pleno da cidadania e pela consolidação
e ampliação da democracia.
Nesta perspectiva, sempre preconizou também a adoção de
práticas de democracia direta – o plebiscito, o referendo e a iniciativa
Uma dos símbolos da luta democrática
O senador Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE), amigo com quem iniciou carreira política desde muito jovens, em animada conversa ao lado de Freire e do ex-governador paulista Geraldo Alkhmin
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popular de lei, princípios consignados na Constituição e que tiveram
a sua participação com entusiasmo e efi cácia. Porém sempre entendeu
e defendeu que a democracia direta e a democracia política, em todos
os níveis da sociedade e do Estado, são elementos inseparáveis de um
mesmo processo e não devem ser contrapostos.
Entre os traços distintivos de Roberto Freire estão a coerência,
a abertura para pensar o novo e a persistência na utopia libertária e
igualitária – algo escasso no Brasil de hoje. É reconhecido como um
grande político, um grande homem, porque surpreendentemente
permanece atual, quando muitos que trilharam caminhos idênticos se
enroscaram, perderam o rumo, ou se corromperam.
“Desde que conheci Roberto Freire na campanha presidencial de 1989, assim como muitos, não posso esquecer daquela ousadia que nos tomou o espírito e o corpo, conquistando pessoas de todos os matizes, pessoas inesperadas, ao propor uma superação his-tórica, viabilizando nossos sonhos de uma proposta democrática para o socialismo no Brasil. Sua campa-nha deixou saudades e sedimentou esse espanto na memória de muita gente, como venho percebendo agora em São Paulo: uma recepção muito grande, como se o Roberto fosse, agora, um presente para São Paulo”.
João Batista de Andrade, cineasta e escritor, ex-secretário de Cultura de São Paulo
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Um otimista da política, apesar de tudo
É um homem que, apesar de todo o desvirtuamento que ocorre
na política em nosso país, ele ainda a vê como algo mágico, como a
arte do encontro dos interesses legítimos dos cidadãos. Por isso aposta
nela, vive por ela, vive dela e acredita que é possível mudá-la. Sempre
otimista, sabe que a sociedade está perdendo valores, mas não está
morta, vivendo um período de letargia e que, há qualquer momento,
pode despertar.
Roberto Freire troca ideias com o compositor Paulinho da Viola e o editor Ênio da Silveira
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Roberto Freire separa política de negócio, não acredita na
possibilidade de as duas andarem juntas. Daí sempre denunciar os
escândalos, romper com esquemas ardilosos, defender o fi nanciamento
público das campanhas eleitorais (para retirar o fi nanciamento da
política das mãos dos negocistas).
É um homem cujo patrimônio, depois de mais de três décadas na
política, é modesto, próprio de classe média, compatível com o que
ganhou. É isso porque sempre acreditou na política e no papel do
homem público, que mira sempre os interesses da sociedade, do país e
do mundo, sem nunca agir fora dos limites da lei e da sua consciência.
“Não é fácil se encontrar uma pessoa com a dimensão de Roberto Freire, com a sensibilidade, o poder de argumentação e sua característica maior de ser uma pessoa inquieta à procura de aprofundar seu raciocínio político, aberto a rever conceitos. Trata-se de uma privilegiada cabeça pensante que faz muita falta ao Congresso Nacional”.
Alberto Goldman, vice-governador de São Paulo, ex-deputado federal por vários mandatos
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Aberto ao diálogo e avesso a posições sectárias – embora sem
vacilar em relação a princípios –, nunca compactuou com políticas à
direita nem fez concessões ao esquerdismo infantil. Por não acreditar
em atalhos, jamais se empolgou com aventuras e está sempre aberto
ao diálogo e à mudança. Nesse sentido, acredita na construção de uma
nova formação política no Brasil, capaz de conceber e executar novas
estratégias de desenvolvimento e justiça social, tendo o PPS como um
desses instrumentos.
É atual porque fala em reforma política, e defende teses polêmicas
sem medo de perder ou ganhar votos. É novo porque sabe que sem
o ingresso da juventude e da mulher na política, e de pessoas sérias e
honradas, pouca coisa há que se fazer.
Modelo do verdadeiro político
Roberto Freire em companhia do dramaturgo Dias Gomes ao lado do ator Stepan Nercessian e outros amigos
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Roberto Freire é o candidato da modernidade capaz de representar
bem a cidadania. Porto seguro da ética e orientado por projetos sólidos,
que apontam saídas de longo prazo para o país e a sociedade, defende
um projeto nacional, e o compreende como um movimento para
melhorar a vida das pessoas (desenvolvimento humano), de todas as
pessoas (desenvolvimento social), das que estão vivas hoje e das que
viverão amanhã (desenvolvimento sustentável).
Além do mais, continua um internacionalista convicto, aposta em
uma globalização com a afi rmação do multilateralismo, defende o
interesse nacional mas acredita no sonho de um dia o mundo poder
proclamar a ideia do fi m do conceito de “estrangeiro”. Carrega a
utopia da fraternidade dentro dele. É um político que abre o peito e
não se esconde. É o tipo do político que o Brasil gostaria de ter como
seu modelo.
Roberto Freire visita seu conterrâneo, o grande educador Paulo Freire
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“Querido e admirado Roberto Freire, por quem tenho um mundo de afeto, apreço e admiração. Fiz boca-de-urna para sua candidatura à Presidência e espero que você venha a ser cada vez mais um líder político criador de novos horizontes para as possibi-lidades do nosso sonhar e do nosso agir, em nome da humanização libertária da existência”.
Poeta Moacyr Félix, em bilhete manuscrito de 20/09/1998
A convite da Federação Israelista do Estado de São Paulo, o então senador Roberto Freire profere confe-rência sobre a conjuntura brasileira
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SEDE NACIONALSCS Quadra 7, Bloco A, Ed. Executive Tower, salas 825 a 828Pátio Brasil Shopping – Setor Comercial SulTel.: (61) 3218-4123Fax: (61) 3218-411270307-901 – Brasília/DFwww.pps.org.bre-mail: [email protected]
ROBERTO FREIREESCRITÓRIO EM SÃO PAULOAv. General Olímpio da Silveira, 655 cj. 22Santa Cecilia – 01150-001 – São Paulo/SPTel.: (11) 3862-3677www.robertofreire.org.bre-mail: [email protected]://twitter.com/freire_roberto
SEDSCSEd. PátTel.Fax703wwe-m
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