Macro latam mensal Cenário Macro | 2 de outubro de 2020
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Economia global
Recuperação deve prosseguir, apesar de riscos no curto prazo ............................. 3
Apesar de maiores riscos no curto prazo, esperamos que a recuperação global continue. Na Europa, a segunda onda de infecções se mostrou menos letal, e medidas de isolamento social mais rígidas provavelmente serão evitadas. Nos EUA, a aprovação do pacote fiscal antes das eleições é improvável, e, ainda que nenhum dos candidatos pareça ser uma ameaça à recuperação global, uma possível contestação do resultado é um risco. Olhando à frente, a imunização continua a ser peça central para a normalização, e esperamos uma aprovação emergencial de vacinas nos EUA e na Europa até o final do ano.
Brasil
Economia se recuperando, mas falta definição fiscal ................................................. 7
Há sinais de recuo no contágio do vírus, e riscos de uma segunda onda parecem contidos, o que deve continuar auxiliando a recuperação econômica. As incertezas fiscais, no entanto, permanecem altas, já que as demandas por expansão de gastos sociais no próximo ano e a manutenção do teto de gastos em seu formato atual podem levar a um impasse.
América Latina
Nossas projeções ........................................................................................................... 11
Atual Mês anterior Atual Mês anterior Atual Mês anterior Atual Mês anterior
PIB ( %) -3,4 -3,7 6,0 6,0 PIB (%) -7,7 -7,8 4,2 4,1
Atual Mês anterior Atual Mês anterior Atual Mês anterior Atual Mês anterior
PIB (%) -4,5 -4,5 3,5 3,5 PIB (%) -10,7 -10,7 3,7 3,7
BRL / USD (dez) 5,25 5,25 4,50 4,50 MXN / USD (dez) 21,00 21,00 21,00 21,00
Taxa de Juros (dez,%) 2,00 2,00 3,00 3,00 Taxa de Juros (dez,%) 4,25 4,25 3,50 3,50
IPCA (%) 2,5 2,0 2,8 2,8 IPC (%) 3,8 3,8 3,2 3,2
Atual Mês anterior Atual Mês anterior Atual Mês anterior Atual Mês anterior
PIB (%) -12,0 -12,7 4,5 4,5 PIB (%) -5,5 -5,5 5,5 5,5
ARS / USD (dez) 86,0 86,0 127,0 127,0 CLP / USD (dez) 800 800 770 770
BADLAR - (dez, %) 33,0 33,0 33,0 33,0 Taxa de Juros (dez,%) 0,50 0,50 0,50 0,50
Taxa de referência (dez) 38,0 38,0 38,0 38,0 IPC (%) 2,3 2,3 2,9 2,9
IPC (%) 37,0 37,0 50,0 50,0
Colômbia
Atual Mês anterior Atual Mês anterior Atual Mês anterior Atual Mês anterior
PIB (%) -6,0 -6,0 4,5 4,5 PIB (%) -11,9 -11,9 9,6 9,6
COP / USD (dez) 3650 3650 3650 3650 PEN / USD (dez) 3,50 3,50 3,40 3,40
Taxa de Juros (dez,%) 1,75 2,00 2,00 2,00 Taxa de Juros (dez,%) 0,25 0,25 0,25 0,25
IPC (%) 2,0 2,0 3,0 3,0 IPC (%) 0,9 0,5 1,2 1,2
Revisão de Cenário
Mundo América Latina e Caribe
2021 2020
2020
Peru2020 2021
2020 2021 2021
Argentina Chile
2020 2021
2020 2021 2020 2021
2021 2020
Brasil México
Pesquisa macroeconômica – Itaú
Mario Mesquita Economista-Chefe [email protected]
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Itaú Views: Macro e Research.
&
Itaú Morning Call
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macro latam mensal | 2 de outubro de 2020
A recuperação continua
Embora uma segunda onda de coronavírus continue a avançar na Europa, as chances de novas medidas de
isolamento social mais rigorosas na região seguem reduzidas, já que as hospitalizações aumentaram apenas
um pouco e o número de novos óbitos permanece baixo . O surto de verão também mostrou sinais de
arrefecimento nos EUA e, na América Latina, o contágio continua gradualmente diminuindo. A recuperação
global deve prosseguir, mas não sem alguns riscos no curto prazo. Embora nenhum dos dois candidatos
ameace a recuperação econômica, uma eleição presidencial contestada nos EUA é uma fonte de incertezas,
dados os votos por correio, cada vez mais relevantes, e a possibilidade de uma corrida mais disputada pela
frente. Em qualquer caso, para uma recuperação econômica completa, as vacinas continuam sendo
fundamentais. E, nesse sentido, mesmo as que estão mais avançadas nas pesquisas provavelmente não
conseguirão obter as regulamentações necessárias antes do final do ano.
Na América Latina, as economias continuam retornando à normalidade, e a atividade econômica está
registrando fortes ganhos na margem. Como temos destacado, esperamos que o PIB do Brasil tenha um recuo
neste ano menor do que outras grandes economias da região, devido a medidas de distanciamento social mais
brandas e fortes estímulos monetários e fiscais (na outra ponta do espectro, Peru, México e Argentina
provavelmente mostrarão os piores desempenhos). Apesar das notícias mais positivas do lado da atividade
econômica, os preços dos ativos na região tiveram um desempenho fraco no último mês, uma vez que os
riscos globais mencionados acima se somaram a problemas internos (leia-se: políticos e/ou fiscais). As taxas
de câmbio permanecem muito mais depreciadas do que antes da pandemia, contribuindo para importantes
mudanças nas contas externas da região.
Para o Brasil, mantivemos a maioria de nossas principais projeções macroeconômicas inalteradas. Há sinais de
melhora no contágio do coronavírus e os riscos associados a uma segunda onda parecem contidos, dando
suporte para a recuperação econômica e a nossa projeção, mais moderada que o consenso, de uma queda de
4,5% do PIB este ano (+3,5% em 2021). As preocupações com a inflação devem diminuir gradualmente no
médio prazo, uma vez que os efeitos do hiato do produto ainda bastante elevado devem persistir para além das
pressões recentes sobre preços dos alimentos. As incertezas fiscais, no entanto, permanecem elevadas, à
medida em que a demanda por maiores gastos sociais vai de encontro ao teto de gastos, a principal âncora
fiscal do país. Condicional à manutenção do regime fiscal, esperamos que a taxa básica de juros permaneça
em 2,0% até meados do próximo ano, subindo para 3,0% ao final de 2021.
Cordialmente,
Mario Mesquita e equipe de macroeconomia
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macro latam mensal | 2 de outubro de 2020
Economia global
Recuperação deve prosseguir, apesar de riscos no curto prazo
Na Europa, a segunda onda de coronavírus é
menos letal e não deve levar a medidas de
isolamento mais rigorosas
O número de casos de coronavírus aumentou em
toda a Europa, mas novos óbitos e hospitalizações
permanecem baixos. Novos casos continuaram
subindo rapidamente na maioria dos países e já
superam os níveis de março e abril, principalmente na
Espanha, França e Reino Unido. No entanto, o surto
mostra alguns sinais preliminares de estabilização.
Apesar do maior número de casos, a alta no número de
pacientes hospitalizados permaneceu contida, e os
dados de novas mortes seguem baixos em todos os
países, provavelmente porque, desta vez, o contágio
infectou a população mais jovem e os
tratamentos/medicamentos estão mais eficientes.
Assim, novas medidas de isolamento social em escala
nacional provavelmente serão evitadas.
A recuperação econômica deve continuar, embora
em ritmo mais lento, sem medidas rigorosas de
isolamento. Nosso índice diário de atividade
desacelerou nos últimos dias, e os indicadores de
confiança dos empresários (PMIs, na sigla em inglês)
recuaram em setembro. Por outro lado, dados de
mobilidade e pesquisas regionais em diferentes países
seguiram melhorando, sinalizando que a normalização
da atividade permanece. Esperamos que a recuperação
continue, já que medidas rigorosas de isolamento
provavelmente serão evitadas. Esperamos um salto no
crescimento trimestral do PIB da região de 10,0% no
3T20, após um tombo de 11,8% no 2T20.
Recuperação deve continuar, mas em ritmo mais
lento
Fonte: Itaú
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Índice
Tracking diário ChinaTracking diário EUA
Tracking diário Europa
Maiores riscos para os próximos meses preocupam, mas, a nosso ver, a recuperação global continuará.
Na Europa, a segunda onda de contágio pelo coronavírus é menos letal, e medidas mais rigorosas de
isolamento social provavelmente serão evitadas. Continuamos projetando variação do PIB de -7,0% em 2020
e 6,0% em 2021. Ajustamos a estimativa para a taxa de câmbio para 1,22 dólar por euro em 2020 (de 1,25),
mas mantivemos a projeção para 2021 em 1,25 dólar por euro.
Nos EUA, o pacote fiscal não deve ser aprovado antes da eleição presidencial, mas as taxas de poupança e a
melhora do mercado de trabalho sustentarão o crescimento do consumo no 4T20. Melhoramos a projeção
para o PIB em 2020 de -5,0% para -4,0% e mantivemos a estimativa para 2021 em 4,0%.
Uma possível contestação do resultado da eleição nos EUA é um risco, mas nenhum dos candidatos parece
ser uma ameaça à recuperação global.
A economia da China deve se expandir 2,3% em 2020 e 7,5% em 2021, ainda que o novo Plano Quinquenal
reduza as metas de crescimento de médio prazo para a faixa de 5,0% a 5,5%. Revisamos a previsão para a
taxa de câmbio em 2020 de 6,85 para 6,75 yuans por dólar.
A imunização continua a ser peça central para a normalização. Ainda esperamos uma aprovação emergencial
de uma vacina nos EUA e na Europa até o final do ano.
América Latina: as economias estão reabrindo, mas as moedas da região ainda não estão se beneficiando.
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macro latam mensal | 2 de outubro de 2020
Mantivemos nossas projeções para o crescimento
do PIB em -7,0% para 2020 e 6,0% para 2021.
Revisamos a projeção para a taxa de câmbio para
1,22 dólar por euro em 2020 (de 1,25), considerando
as cotações atuais, e mantivemos a estimativa para
2021 em 1,25 dólar por euro.
Nos EUA, as taxas de poupança e a melhora
do mercado de trabalho sustentarão o
crescimento no 4T20
A economia continuou em recuperação, à medida
que o surto mais forte do vírus durante a temporada
de verão perdeu velocidade. Dados de alta frequência
e indicadores mensais apontam para uma recuperação
do crescimento mais forte que o esperado no 3T20, que
atualmente estimamos em 33,2% na comparação
trimestral anualizada e com ajuste sazonal.
Achamos improvável que um novo pacote fiscal
seja aprovado antes da eleição, mas as taxas de
poupança e recuperação dos níveis de emprego
darão sustentação ao consumo no 4T20. As
negociações para outro pacote fiscal não avançaram, e
é improvável que haja novos estímulos antes da
eleição. Ainda assim, acreditamos que o crescimento
continuará se recuperando, uma vez que a
normalização das taxas de poupança e a melhora do
emprego estimularão o consumo no 4T20.
Melhoramos a projeção de crescimento do PIB em
2020 para -4,0% (de -5,0%) e mantivemos a
estimativa para 2021 em 4,0%.
Existe risco de contestação do resultado da
eleição nos EUA, mas nenhum candidato
parece ser uma ameaça à recuperação global
O candidato democrata Joe Biden continua à frente
do presidente Donald Trump nas pesquisas de
intenção de voto, mas sua vantagem pode diminuir
dependendo dos dados econômicos, da evolução do
coronavírus e dos protestos sociais. Biden mantém
liderança sólida nas pesquisas nacionais, de cerca de
8,0 pontos, e está de 3,5 a 4,0 pontos à frente nos
principais estados decisivos. Estimamos que sua
vantagem nesses estados possa diminuir para 2,8
pontos, dependendo da evolução do vírus, da
recuperação econômica e do menor apoio aos protestos
ligados ao movimento Black Lives Matter.
Porém, o maior volume de votos por correio e a
possibilidade de uma disputa acirrada à frente
elevam o risco de contestação do resultado eleitoral.
O voto por correspondência vem aumentando em
eleições recentes e representou 21% dos eleitores em
2016. É provável que, devido à pandemia, a parcela
supere 50% neste ano. A integridade dessa modalidade
de votos gerou questionamentos recentes,
principalmente por parte de Trump e alguns
republicanos, aumentando a chance de contestação do
resultado das eleições em alguns estados decisivos.
No entanto, nenhum candidato parece representar
uma ameaça à recuperação global. Embora algumas
das propostas econômicas de Biden possam prejudicar
o mercado de ações nos EUA, como aumento de
impostos corporativos e mais regulamentação em
setores específicos, esse movimento provavelmente
seria compensado por estímulos fiscais com maiores
gastos em infraestrutura e a ausência de disputas
tarifárias adicionais com a China. Em relação a Trump, a
possibilidade de ganhos adicionais é limitada, já que
maiores estímulos fiscais parecem improváveis com um
Congresso dividido e sua postura em relação à China
permanecerá agressiva.
Biden mantém vantagem nas pesquisas
nacionais...
Fonte: Itaú, FiveThirtyEight
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Média das últimas 10 pesquisas nacionais, %
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... e também em estados decisivos
Fonte: Itaú, FiveThirtyEight
Economia da China pode avançar 7,5% em
2021, mesmo que o novo Plano Quinquenal
diminua metas de crescimento no médio
prazo
A China se prepara para anunciar as diretrizes do
novo Plano Quinquenal após o encontro do Comitê
Central do Partido Comunista, de 26 a 29 de
outubro. Devido ao cenário global desafiador e à
escalada das tensões com os EUA, o novo plano deve
mostrar redução da meta de crescimento, talvez para a
faixa de 5,0% a 5,5%, comparado à faixa de 6,0% a
6,5% antes da pandemia. Ainda assim, a revisão não
mudaria nossa visão sobre as perspectivas para o
crescimento em 2021, uma vez que nossa estimativa
de avanço do PIB de 7,5% para o próximo ano reflete
mais o efeito-base de 2020 do que uma aceleração
adicional da atividade econômica.
Como a recuperação da China continua, revisamos
nossa projeção para a taxa de câmbio em 2020 para
6,75 yuans por dólar, comparado a 6,85 yuans por
dólar no cenário anterior.
Esperada para o 4T20, vacina é fundamental
para consolidação da recuperação econômica
A chegada das vacinas ainda é uma peça
fundamental para o avanço da recuperação
econômica. Como os casos de coronavírus já estão
aumentando em alguns países e a temporada de gripe
está começando no Hemisfério Norte, a disponibilidade
de vacinas dará sustentação ao processo de
normalização.
Ainda esperamos uma aprovação emergencial da
vacina nos EUA e na Europa até o final do ano. Os
projetos mais adiantados — principalmente
BioNTech/Pfizer, Oxford/AstraZeneca e Sinovac —
devem divulgar os resultados dos testes de fase 3 em
algum momento do 4T20, quando pode ser concedida a
autorização de uso emergencial para liberar a produção
antecipada.
América Latina: economias estão reabrindo,
mas moedas locais ainda não se beneficiam
Com a diminuição gradativa do surto de coronavírus
na região, as economias estão voltando a abrir e a
atividade mostra fortes ganhos na margem. No
entanto, a produção permanece muito abaixo dos níveis
pré-pandemia. Como já temos detacado há algum
tempo, a economia brasileira deve encolher menos este
ano do que as outras grandes economias da região, já
que as medidas de distanciamento social não foram tão
rigorosas e os estímulos (fiscais e monetários) foram
consideráveis. Na outra ponta do espectro, Peru,
México e Argentina tiveram os piores desempenhos
devido a uma combinação menos favorável (para a
atividade econômica) de estímulos e medidas de saúde
pública.
Apesar das notícias mais positivas para a atividade
econômica, os preços de ativos na região tiveram
desempenho fraco em setembro, quando os riscos
externos (eleição nos EUA, segunda onda de
contágio na Europa) se somaram a incertezas
internas (fiscais e políticas). Nesse contexto, as taxas
de câmbio na região permanecem muito mais
depreciadas do que antes da pandemia, contribuindo
para mudanças significativas nas contas externas, o
que sugere que as taxas de câmbio estão
subvalorizadas.
As autoridades monetárias estão mais cautelosas
diante das taxas de juros já baixas e, no caso do
México, da inflação elevada. Na Colômbia, o banco
central cortou a taxa básica de juros em 0,25 p.p., mas
três (entre sete) membros do comitê votaram por
manutenção da taxa, refletindo preocupações a respeito
do efeito do juro baixo sobre os fluxos de capital, em
uma economia que ainda apresenta amplo déficit em
conta corrente. A sinalização fornecida pela instituição
também foi mais cautelosa. No México, o banco central
também reduziu o juro básico em 0,25 p.p., e, embora a
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Média das últimas 10 pesquisas em estados decisivos, %
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decisão tenha sido unânime, o comunicado da decisão
não sinalizou novos cortes no curto prazo. No Brasil, o
banco central deixou a taxa básica de juros inalterada
no menor nível histórico, em 2% a.a. No Chile, o banco
central encontrou espaço para retirar algumas das
medidas de liquidez que haviam sido anunciadas para
enfrentar potenciais problemas com os fundos de
pensão diante da antecipação dos saques das
poupanças recentemente aprovada pelo Congresso.
Na Argentina, o banco central reforçou os controles
sobre as compras cambiais, o que afeta as
empresas que precisam fazer pagamentos de
dívidas em moeda estrangeira. Trata-se de mais uma
solução de curto prazo para o problema da
sobrevalorização da taxa de câmbio e de esgotamento
das reservas internacionais, mas há custos associados.
A medida implica limitação do acesso aos mercados
financeiros e de capitais do exterior no futuro, apesar da
ampla liquidez global. Em nossa opinião, se o objetivo é
evitar controles cambiais, limitar perdas de reservas,
promover a recuperação da economia e manter a
inflação baixa, a Argentina deve contar com um
programa viável de consolidação fiscal.
Projeções: Economia global
Economia mundial
Crescimento do PIB Mundial - % 3.6 3.5 3.3 3.7 3.7 1.8 -3.4 6.0
EUA - % 2.5 2.9 1.6 2.4 2.9 2.4 -4.0 4.0
Zona do Euro - % 1.4 2.0 1.9 2.7 1.9 1.3 -7.0 6.0
Japão - % 0.0 1.3 0.5 2.2 0.3 0.8 -4.0 2.2
China - % 7.4 7.0 6.8 6.9 6.6 6.1 2.3 7.5
Taxas de juros e moedas
Fed funds - % 0.1 0.3 0.7 1.4 2.4 1.6 0.1 0.1
USD/EUR - final de período 1.21 1.09 1.05 1.20 1.15 1.12 1.22 1.25
YEN/USD - final de período 119.8 120.4 117.0 112.7 109.7 108.6 102.0 102.0
Índice DXY* 90.3 98.7 102.2 92.1 96.2 96.4 91.0 89.5
Fonte: FMI, Bloomberg, Itaú
2014 2020P 2021P20182017 201920162015
* O DXY é um índice para o valor internacional do dólar americano, que mede seu desempenho em relação a uma cesta de moedas incluindo:
euro, iene, libra, dólar canadense, franco suíço e coroa sueca.
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macro latam mensal | 2 de outubro de 2020
Brasil
Economia se recuperando, mas falta definição fiscal
Coronavírus: sinais de melhora continuam
O número de novos óbitos diários continuou
recuando em setembro. A melhora foi generalizada
entre as regiões e deve prosseguir nos próximos
meses, passado o pico do vírus.
Ritmo de óbitos por coronavírus (novos óbitos
por 100 mil habitantes, média de 7 dias)
Fonte: Ministério da Saúde, Itaú
Como a ocupação hospitalar segue controlada, é
possível continuar a reabertura gradual da
economia com relativa segurança. Em particular,
serão importantes os avanços em testes para uma
vacinação em território nacional, que poderão levar a
uma normalização mais rápida da atividade
econômica em 2021.
Incertezas fiscais, por sua vez, permanecem
elevadas
Mantivemos nossas estimativas de déficit primário
de 11,7% do PIB (R$ 850 bilhões) em 2020 e de
2,5% do PIB (R$ 200 bilhões) em 2021. O impacto
fiscal das medidas de combate aos efeitos do
coronavírus neste ano deve ser de 8,6% do PIB (R$
625 bilhões).
Para 2021, esperamos um aumento de gastos
sociais da ordem de 0,45% do PIB (R$ 33 bilhões).
Anteriormente, esperávamos um aumento maior de tal
gasto (0,9% do PIB ou R$ 67 bilhões). O novo
montante projetado deve permitir uma ampliação do
Bolsa Família para cerca de 22 milhões de famílias a
um benefício médio de R$ 250, frente ao desenho
atual de 14 milhões de famílias a um benefício médio
de R$ 200.
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Há sinais de melhora na propagação do vírus e os riscos de uma segunda onda parecem contidos. O
número de novos óbitos continuou recuando, mesmo com a flexibilização do isolamento social. Isso, somado
ao avanço nos testes para uma vacina, deve seguir ajudando na recuperação da economia.
As incertezas fiscais, no entanto, permanecem elevadas. Esperamos déficits primários de 11,7% do PIB em
2020 e de 2,5% do PIB em 2021. O déficit do ano que vem contempla elevação de gastos sociais do Bolsa
Família de R$ 33 bilhões para R$ 66 bilhões, o que acarretará gastos acima do teto em R$ 20 bilhões em
2021. Para manter o equilíbrio fiscal, é fundamental transparência nesses gastos e aprovação de ajustes na
legislação para o acionamento automático dos chamados gatilhos do teto de gastos.
A atividade econômica segue em recuperação. Mantivemos a nossa projeção de contração de 4,5% do PIB
para este ano. Para 2021, projetamos crescimento de 3,5%.
Projetamos taxa de câmbio em R$ 5,25 por dólar ao final de 2020 e em R$ 4,50 por dólar ao final de 2021. A
apreciação mais intensa da moeda no ano que vem requer redução da incerteza fiscal.
Mantivemos nossa projeção para o IPCA de 2020 em 2,5%. Esperamos que os efeitos do hiato do produto
serão mais persistentes que a pressão recente no preço de alimentos, em ambiente de expectativas
inflacionárias ancoradas. Assim, mantivemos nossa projeção para o IPCA de 2021 em 2,8%.
Condicional às perspectivas fiscais, continuamos esperando manutenção da taxa Selic em 2,0% a.a. até
meados do ano que vem, com alta para 3,0% a.a. ao final de 2021.
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macro latam mensal | 2 de outubro de 2020
No nosso cenário, como contrapartida ao aumento
de gastos sociais, contemplamos ajustes na
legislação para facilitar o acionamento automático
dos gatilhos do teto com correção dos gastos
obrigatórios. Entre eles, são especialmente
importantes a contenção de reajustes reais do salário
mínimo e nominais dos salários de servidores
públicos. Além disso, há uma série de medidas de
redução de gastos que facilitariam a acomodação do
aumento de gastos sociais no limite do teto de gastos
(ver Macrovisão: Como manter o teto de gastos?).
Sem essas medidas, pode haver um impasse entre a
demanda por expansão de gastos sociais e a
manutenção do teto de gastos no seu formato atual,
que pode acarretar um novo ano de créditos
extraordinários não sujeitos ao teto.
A dívida bruta deve alcançar 93% do PIB em 2020
e 89% do PIB em 2021, ante 76% do PIB em 2019
(ver gráfico). No caso de piora fiscal adicional, a
retomada da economia ficaria ainda mais prejudicada,
e a manutenção da taxa de juros próxima às mínimas
históricas poderia ser inviabilizada. Por outro lado, a
reforma tributária, que recentemente voltou à pauta do
Congresso, pode aumentar o crescimento potencial do
país e, indiretamente, e a médio prazo, reduzir o
esforço fiscal para estabilizar a dívida pública como
proporção do produto no longo prazo (ver Macrovisão:
10 perguntas frequentes sobre a reforma tributária e
Macrovisão: Como a reforma tributária pode aumentar
o crescimento econômico do Brasil?)
Forte alta na dívida pública e maiores riscos
fiscais
Fonte: Banco Central, Itaú
Atividade em recuperação
Os indicadores de atividade continuam apontando
para uma recuperação significativa do PIB no
3T20. A produção industrial e as vendas no varejo se
recuperaram rapidamente das quedas ocorridas no
pior momento da crise (março e abril). Alguns setores
de serviços, por outro lado, têm recuperação mais
lenta porque são atividades que envolvem
aglomerações − serviços prestados a famílias, como
bares, restaurantes, salões de beleza, clubes, etc. No
entanto, mesmo esse setor vem acelerando ao longo
de agosto e setembro, de acordo com nossos
indicadores diários (ver gráfico). Continuamos
projetando crescimento de 8,3% no 3T20 com ajuste
sazonal ante o trimestre anterior. Os últimos
indicadores apontam para viés de alta em torno dessa
estimativa. Apenas o carrego estatístico de julho para
o 3T20 está em 7,0%, de acordo com nosso PIB
mensal. Uma retomada forte no 3T20 é fundamental
para nossa projeção de queda de 4,5% para o PIB de
2020.
Serviços prestados às famílias aceleraram em
agosto e setembro
Fonte: Itaú
Acreditamos que a queda da taxa de poupança
das famílias e a recuperação do mercado de
trabalho mais do que compensarão a redução dos
auxílios emergenciais à frente. A taxa de poupança
das famílias está em nível historicamente elevado, de
acordo com nossas estimativas, e deve diminuir
adiante à medida que o isolamento social diminui.
Esse fator, aliado à recuperação do mercado de
50%
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erviços prestados s famílias ares, resta ra tes, serviços de ele a, s o s, cl es, escolas, par es, ot is, resorts, serviços de limpe a e reparaç o
9
macro latam mensal | 2 de outubro de 2020
trabalho, deve mais do que compensar a retirada dos
auxílios emergenciais, e o consumo das famílias deve
se expandir ao longo do ano que vem.
O nível baixo da taxa de juros e a recuperação
global (com maiores preços e quantidades de
exportações de commodities) são fatores
adicionais que contribuem para a retomada. O
crescimento expressivo de setores sensíveis a crédito
– principalmente o imobiliário e, em segunda medida,
o de vendas de automóveis – evidencia o papel dos
juros baixos, enquanto a expansão das exportações
mostra o papel da recuperação global. Esses fatores
apontam para risco de alta em nossa projeção de
crescimento do PIB em 2021, atualmente em 3,5%.
Por outro lado, incertezas fiscais e quanto à evolução
da pandemia apontam para riscos de baixa.
Fundamentos de câmbio mais apreciado, mas
ainda existem riscos baixistas para o real
Mantivemos a nossa previsão para a taxa de
câmbio em R$ 5,25 por dólar ao final de 2020 e em
R$ 4,50 por dólar ao final de 2021. Reduzida a
incerteza fiscal, o cenário global mais benigno (com
recuperação das principais economias no segundo
semestre deste ano), somado a um balanço de
pagamentos já ajustado (déficit em conta corrente perto
de zero), deve contribuir para a apreciação da moeda
em relação aos patamares atuais. Para o ano que vem,
à medida que a economia brasileira retome o
crescimento, há espaço para apreciação adicional da
moeda.
Há riscos para o nosso cenário de apreciação
cambial. Caso haja uma deterioração fiscal
significativa, que resulte numa saída mais forte de
capitais (com eventual fuga de capitais de brasileiros),
o real deve se depreciar mais do que no nosso cenário,
a despeito do quadro internacional mais ameno. Além
disso, as mudanças que a MP 930/2020 promoveu
sobre a tributação de investimentos no exterior podem
gerar uma compra líquida de dólares entre US$ 15 e
US$ 20 bilhões até o final do ano.
Os dados mais recentes confirmam que o câmbio
nos patamares atuais, aliado à contração da
atividade econômica, já promove um ajuste
intenso, rápido e disseminado do déficit em conta
corrente. Houve recuo expressivo nos déficits de
serviços (viagens internacionais e transportes) e de
lucros e dividendos, bem como uma melhora na
balança comercial, com queda nas importações e
exportações se mantendo em patamar elevado. Tanto
a taxa de câmbio mais depreciada quanto a contração
da atividade econômica contribuem para isso.
Esperamos déficit em conta corrente zerado em 2020
(ante projeção anterior de US$ 2 bilhões) e superávit
de US$ 3 bilhões em 2021.
Inflação: pressão em alimentos em 2020, mas
efeitos do hiato do produto serão mais
persistentes à frente
Projetamos 2,5% para o IPCA em 2020. Esperamos
alta de 13,0% nos preços de alimentação no domicílio
este ano. A inflação de curto prazo seguirá pressionada
também por combustíveis de veículos, acompanhando
a alta do preço internacional, e volta de alguns
serviços, como o setor de turismo, com pressão nos
preços de passagens aéreas. Salientamos que há risco
de alta na projeção de 2020, caso haja escalada
adicional de preços de proteína no quarto trimestre, na
esteira de exportações de carnes, que seguem fortes, e
sazonalidade no final de ano, que também tende a
pressionar o preço do produto.
Mantemos a nossa projeção para 2021 em 2,8%.
Esperamos que os efeitos do hiato do produto
serão mais persistentes que as oscilações da
inflação de alimentos em um ambiente de
expectativas inflacionárias ancoradas. A ociosidade
na economia deve seguir elevada ao longo deste ano e
do próximo. Tendo em vista a magnitude do hiato e o
tempo necessário para seu fechamento, não vemos,
neste momento, risco significativo de inflação de
demanda ao longo do próximo ano. O choque atual,
focado em alimentos, tem repasse limitado para o
próximo ano. Inércia favorável, expectativas ancoradas
e elevada capacidade ociosa da economia seguem
exercendo pressões baixistas em 2021, em especial
nas medidas de núcleos de inflação. O principal risco
para as projeções de inflação é de desancoragem fiscal
e perda de credibilidade das políticas fiscal e
monetária, com efeitos potenciais sobre as
expectativas inflacionárias. O cenário para a inflação
claramente depende da manutenção da ancoragem
das expectativas, o que, por sua vez, é condicional,
entre outros fatores, à manutenção do regime fiscal.
10
macro latam mensal | 2 de outubro de 2020
Política monetária: Selic baixa por tempo
prolongado, a depender do regime fiscal
Em sua reunião de setembro, o Copom manteve a
taxa Selic em 2,0% a.a., como esperado, e reforçou a
sinalização de que não pretende subir juros por um
longo período. Na ata da reunião, o comitê afirmou que,
com projeções e expectativas de inflação
significativamente abaixo da meta e, mantido o regime
fiscal, segue válida a sua prescrição futura (forward
guidance), que é vista pelas autoridades como um
instrumento adicional de política monetária e se resume
ao compromisso de manter a Selic baixa por tempo
prolongado. Daqui para frente, entendemos que a
avaliação sobre a adequação dessa prescrição deverá
ser o elemento-chave da comunicação do Banco Central.
Também publicado recentemente, o Relatório de
Inflação de setembro trouxe projeções de inflação
que, a nosso ver, são consistentes com a mensagem
de juros estáveis por um tempo prolongado. Em todos
os cenários, as projeções de inflação se situam bem
abaixo das respectivas metas para este ano e o próximo.
Como de costume, o BCB também divulgou no relatório
revisões de cenário, com destaque para melhora na
projeção de crescimento do PIB em 2020, de -6,4% para
-5,0% (ainda um pouco abaixo da nossa estimativa de
-4,5%).
Mantemos nossa expectativa de que a Selic
continuará em 2,0% a.a. até meados do ano que vem,
com alta para 3,0% a.a. ao final de 2021 – cenário que
é condicional às perspectivas fiscais. Por um lado,
acreditamos que a elevada capacidade ociosa da
economia e os demais fatores que contribuem para uma
dinâmica benigna para a inflação produzem um viés de
baixa para nossa projeção de juros. Por outro, no entanto,
as altas de preços no atacado e o ambiente de retomada
econômica podem gerar pressões altistas. Em ambos os
casos, as perspectivas para a política monetária estão
sensivelmente condicionadas à trajetória fiscal, que
condiciona a ancoragem das expectativas de inflação.
Projeções: Brasil
Atividade EconômicaE
c Crescimento real do PIB - % Real GDP growth - %0,5 -3,5 -3,3 1,3 1,3 1,1 -4,5 3,5
PIB nominal - BRL bi Nominal GDP - BRL bn5.779 5.996 6.269 6583,3 6.889 7.257 7.324 8.050
PIB nominal - USD bi Nominal GDP - USD bn2.455 1.800 1.798 2062,6 1.884 1.839 1.427 1.662
População (milhões de hab.) Population (millions)201,7 203,5 205,2 206,8 208,5 210,1 211,8 213,3
PIB per capita - USD Per Capita GDP - USD 12.169 8.847 8.764 9974 9.038 8.751 6.739 7.791
Taxa Nacional de Desemprego - média anual (*) 6,8 8,5 11,5 12,7 12,3 11,9 14,1 16,4
Taxa Nacional de Desemprego - fim do ano (*) 7,1 9,6 12,7 12,5 12,2 11,6 16,6 16,2
InflaçãoI
n IPCA - % IPCA - %6,4 10,7 6,3 2,9 3,7 4,3 2,5 2,8
IGP–M - % IGP–M - %3,7 10,5 7,2 -0,5 7,5 7,3 17,0 4,0
Taxa de JurosI
n Selic - final do ano - % Selic - eop - %11,75 14,25 13,75 7,00 6,50 4,50 2,00 3,00
Balanço de PagamentosB
a BRL / USD - final de período BRL / USD - Dec2,66 3,96 3,26 3,31 3,88 4,03 5,25 4,50
Balança comercial - USD bi Trade Balance - USD bn-4 20 48 67 58 47 65 75
Conta corrente - % PIB Current Account - % GDP-4,1 -3,0 -1,3 -0,7 -2,2 -2,8 0,0 0,2
Investimento direto no país - % PIB Foreign Direct Investment - % GDP3,6 3,6 4,1 3,3 4,1 4,0 3,9 3,9
Reservas internacionais - USD bi International Reserves - USD bn374 369 372 382 387 367 357 357
Finanças PúblicasP
u Resultado primário - % do PIB Primary Balance - % GDP-0,6 -1,9 -2,5 -1,7 -1,6 -0,9 -11,7 -2,5
Resultado nominal - % do PIB Nominal Balance - % GDP-6,0 -10,2 -9,0 -7,8 -7,1 -5,9 -16,3 -5,8
Dívida bruta - % PIB 56,3 65,5 69,9 73,7 76,5 75,8 92,5 88,9
Dívida pública líquida - % do PIB Net Public Debt - % GDP 33,1 36,0 46,2 51,4 53,6 55,7 66,6 68,9
Fonte: IBGE, FGV, BCB e Itaú
2014
(*) Taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua
2017 2021P2018 2019 2020P2015 2016
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macro latam mensal | 2 de outubro de 2020
América Latina: Nossas projeções
Argentina:
México:
Atividade Econômica
Crescimento real do PIB - % -2,5 2,7 -2,1 2,8 -2,6 -2,1 -12,0 4,5
PIB nominal - USD bi 563,9 642,4 556,8 643,0 517,7 444,6 368,4 387,6
População (milhões hab.) 42,7 43,1 43,6 44,0 44,5 44,9 45,4 45,8
PIB per capita - USD 13.215 14.894 12.506 14.458 11.665 10 8,12 8,46
Taxa de desemprego - média anual 7,3 6,5 8,5 8,3 9,2 9,8 12,2 11,5
Inflação
IPC - % (*) 38,0 26,9 41,0 24,8 47,6 53,8 37,0 50,0
Taxa de Juros
Taxa BADLAR - final do ano - % 20,38 27,25 19,88 23,25 49,50 39,40 33,00 33,00
Taxa de política monetária - final do ano - % - - 24,75 28,75 59,25 55,00 38,00 38,00
Balanço de Pagamentos
ARS / USD - final de período 8,55 13,01 15,85 18,77 37,81 59,90 86,00 127,00
Balança comercial - USD bi 3,1 -3,0 2,0 -8,5 -3,7 16,0 17,5 15,5
Conta corrente - % PIB -1,6 -2,7 -2,7 -4,9 -5,2 -0,9 2,0 1,5
Investimento estrangeiro direto - % PIB 0,9 1,8 0,6 1,8 2,3 1,5 1,0 1,0
Reservas internacionais - USD bi 31,4 25,6 38,8 55,1 65,8 44,8 40,0 40,0
Finanças Públicas
Resultado primário - % do PIB (**) -3,4 -4,0 -4,2 -3,8 -2,6 -0,4 -6,9 -4,5
Resultado nominal - % do PIB (**) -2,4 -3,9 -5,8 -5,9 -5,2 -3,8 -8,9 -5,5
Dívida pública bruta - % PIB 47,4 55,5 55,6 58,9 89,8 93,8 117,3 118,3
Dívida pública líquida - % PIB (***) 22,0 25,4 27,6 31,5 57,0 57,8 66,8 69,70,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0 0
Fonte: Banco Central, INDEC e Itaú
(*) Inflação nacional desde 2017.
(**) Desde de 2016, exclui as transferências de lucros do banco central
(***) Exclui as reservas do banco central e previdência social
20152014 2021P2020P2019201820172016
Atividade Econômica
Crescimento real do PIB - % 2,8 3,3 2,6 2,1 2,2 -0,3 -10,7 3,7
PIB nominal - USD bi 1.312 1.171 1.078 1.160 1.222 1.250 1.038 1.150
População (milhões de hab.) 120,2 121,5 122,7 124,0 125,2 126,4 127,1 128,2
PIB per capita - USD 10.918 9.637 8.780 9.360 9.762 9.889 8.167 8.968
Taxa de desemprego - média anual 4,8 4,4 3,9 3,4 3,3 3,5 7,0 5,3
Inflação
IPC - % 4,1 2,1 3,4 6,8 4,8 2,8 3,8 3,2
Taxa de Juros
Taxa de política monetária - final do ano - % 3,00 3,25 5,75 7,25 8,25 7,25 4,25 3,50
Balanço de Pagamentos
MXN / USD - final de período 14,8 17,2 20,7 19,7 19,7 18,9 21,0 21,0
Balança comercial - USD bi -3,1 -14,7 -13,1 -11,0 -13,6 5,4 15,0 10,0
Conta corrente - % PIB -1,9 -2,7 -2,3 -1,8 -2,1 -0,3 0,2 0,1
Investimento estrangeiro direto - % PIB 2,3 3,1 3,6 2,8 3,1 2,3 1,5 1,9
Reservas internacionais - USD bi 193,0 176,4 176,5 172,8 175,0 180,8 194,0 195,0
Finanças Públicas
Resultado nominal - % do PIB -3,1 -3,4 -2,5 -1,1 -2,1 -1,6 -3,6 -3,5
Dívida pública líquida - % do PIB 39,7 43,9 48,2 46,0 46,0 45,5 56,6 55,20,0% 0,0%
Fonte: FMI, Bloomberg, INEGI, Banxico, Haver e Itaú
2021P2020P201820172016 201920152014
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macro latam mensal | 2 de outubro de 2020
Chile:
Peru:
Atividade Econômica
Crescimento real do PIB - % 1,8 2,3 1,7 1,2 3,9 1,1 -5,5 5,5
PIB nominal - USD bi 257 239 255 279 298 278 237 265
População (milhões de hab.) 17,8 18,0 18,2 18,4 18,8 19,1 19,5 19,7
PIB per capita - USD 14.465 13.283 14.018 15.143 15.888 14.525 12.174 13.456
Taxa de desemprego - média anual 6,5 6,3 6,7 7,0 7,4 7,2 10,4 8,7
Inflação
IPC - % 4,6 4,4 2,7 2,3 2,6 3,0 2,3 2,9
Taxa de Juros
Taxa de política monetária - final do ano - % 3,00 3,50 3,50 2,50 2,75 1,75 0,50 0,50
Balanço de Pagamentos
CLP / USD - final de período 606 709 670 615 694 753 800 770
Balança comercial - USD bi 6,5 3,4 4,9 7,4 4,7 4,2 13,5 9,0
Conta corrente - % PIB -2,0 -2,4 -2,0 -2,3 -3,6 -3,9 0,0 -2,0
Investimento estrangeiro direto - % PIB 9,2 8,7 4,8 2,2 2,5 4,3 4,6 2,8
Reservas internacionais - USD bi 40,4 38,6 40,5 39,0 39,9 40,6 37,0 37,0
Finanças Públicas
Resultado nominal - % do PIB -1,6 -2,1 -2,7 -2,8 -1,6 -2,8 -9,7 -4,4
Dívida pública líquida - % do PIB -4,3 -3,4 0,9 4,4 5,7 7,9 17,5 23,90,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Fonte: FMI, Bloomberg, BCCh, INE, Haver e Itaú
201820172016 2021P2020P201920152014
Atividade Econômica
Crescimento real do PIB - % 2,4 3,3 4,0 2,5 4,0 2,2 -11,9 9,6
PIB nominal - USD bi 202 191 195 214 225 231 199 221
População (milhões de hab.) 29,6 30,0 30,4 31,0 31,6 32,1 32,9 33,1
PIB per capita - USD 6.832 6.385 6.398 6.920 7.139 7.184 6.049 6.677
Taxa de desemprego - média anual 5,9 6,5 6,7 6,9 6,6 6,6 11,0 9,0
Inflação
IPC - % 3,2 4,4 3,2 1,4 2,2 1,9 0,9 1,2
Taxa de Juros
Taxa de política monetária - final de período - % 3,50 3,75 4,25 3,25 2,75 2,25 0,25 0,25
Balanço de Pagamentos
PEN / USD - final de período 2,98 3,41 3,36 3,24 3,37 3,31 3,50 3,40
Balança comercial - USD bi -1,5 -2,9 2,0 6,7 7,2 6,6 6,8 6,5
Conta corrente - % PIB -4,5 -5,0 -2,6 -1,3 -1,7 -1,5 -1,3 -1,5
Investimento estrangeiro direto - % PIB 1,9 4,3 3,5 3,2 2,9 3,9 1,0 1,5
Reservas internacionais - USD bi 62,4 61,5 61,7 63,7 60,3 68,4 76,0 77,0
Finanças Públicas
Resultado nominal do SPNF - % do PIB -0,2 -1,9 -2,3 -3,0 -2,3 -1,6 -10,7 -6,4
Dívida bruta do SPNF - % PIB 19,9 23,3 23,9 24,9 25,8 26,8 36,5 38,00,0% 0,0% 0,0%
Fonte: IMF, INEI, BCRP, Itaú
2014 2020P 2021P2015 2016 2017 2018 2019
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macro latam mensal | 2 de outubro de 2020
Colômbia:
Pesquisa macroeconômica – Itaú
Mario Mesquita – Economista-Chefe
Para acessar nossas publicações e projeções visite nosso site:
http://www.itau.com.br/itaubba-pt/analises-economicas/publicacoes
Informações Relevantes
1 Este relatório foi dese volvido e p licado pelo Departame to de Pes isa Macroeco ômica do Itaú U i a co A (“Itaú U i a co”) Este relatório o m prod to do Departame to de Análise de Ações do Itaú Unibanco ou da Itaú Corretora de Valores S.A. e não deve ser considerado um relatório de análise para os fins do artigo 1º da Instrução CVM n.º 598, de 3 de maio de 2018.
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Atividade Econômica
Crescimento real do PIB - % 4,5 3,0 2,1 1,4 2,5 3,3 -6,0 4,5
PIB nominal - USD bi 381 294 282 311 333 324 278 303
População (milhões de hab.) 47,7 48,2 48,7 49,3 49,8 50,4 50,9 51,4
PIB per capita - USD 7.997 6.098 5.791 6.308 6.692 6.421 5.460 5.898
Taxa de desemprego - média anual 9,1 8,9 9,2 9,4 9,7 10,5 17,0 14,0
Inflação
IPC - % 3,7 6,8 5,8 4,1 3,2 3,8 2,0 3,0
Taxa de Juros
Taxa de política monetária - final do ano - % 4,50 5,75 7,50 4,75 4,25 4,25 1,75 2,00
Balanço de Pagamentos
COP / USD - final de período 2.377 3.175 3002 2.932 3.254 3.287 3.650 3.650
Balança comercial - USD bi -6,2 -15,6 -11,1 -6,1 -7,1 -10,8 -6,5 -7,5
Conta corrente - % PIB -5,2 -6,3 -4,3 -3,3 -3,9 -4,3 -3,2 -3,6
Investimento estrangeiro direto - % PIB 4,2 4,0 4,9 4,4 3,5 4,5 3,5 3,7
Reservas internacionais - USD bi 47,3 46,7 46,7 47,6 48,4 53,2 58,5 61,5
Finanças Públicas
Resultado nominal do gov. central - % do PIB -2,4 -3,0 -4,0 -3,6 -3,1 -2,5 -8,2 -5,2
Dívida pública bruta do gov. central - % do PIB 39,9 44,6 45,6 46,4 49,4 50,2 65,6 65,10,0% 0,0% 0,0%
Fonte: FMI, Bloomberg, Dane, Banrep, Haver e Itaú
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