O Papel da Educação no Desenvolvimento Econômico e Social
Naércio Aquino Menezes Filho
Instituto Futuro Brasil, Ibmec São Paulo e USP
1ª Jornada da Educação - TCE - 04/12/2008
Roteiro
1) Introdução – O papel da educação
2) Evolução Educacional no Brasil
3) Qualidade da Educação SAEB e Prova Brasil
4) Fatores Associados ao Desempenho Escolar
5) Recomendações de Política Educacional
Introdução - o papel da educação
EDUCAÇÃO
Mercado de trabalho
PobrezaProdutividade
Crescimento EconômicoDesigualdade
Bolsa-Família
S
D
Cidadania
Os 10% no topo da distribuição de renda recebem 45% de toda a renda gerada no país
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Desigualdade no Brasil é muito elevada
Evolução educacional no Brasil foi muito lenta
0
2
4
6
8
10
12
1930 1940 1950 1960 1970
NascimentoNicarágua El Salvador Brasil México Chile Argentina
Na década de 90 começamos a recuperar o atraso!
0
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20
30
40
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1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1983
% d
a P
op
ula
ção
EF-I EF-2 Médio Superior
Matrículas no EF estão declinando
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5.000.000
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15.000.000
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25.000.000
30.000.000
35.000.000
40.000.000
1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
pnad 7 a 14 anos pnad censo
Matrículas no EM estão estagnando
0
1 .00 0 .0 0 0
2 .00 0 .0 0 0
3 .00 0 .0 0 0
4 .00 0 .0 0 0
5 .00 0 .0 0 0
6 .00 0 .0 0 0
7 .00 0 .0 0 0
8 .00 0 .0 0 0
9 .00 0 .0 0 0
10 .00 0 .0 0 0
19 92 1 9 93 1 99 4 19 9 5 19 9 6 19 97 19 98 1 9 99 2 00 0 2 00 1 2 0 0 2 20 03 20 04 2 0 05
p n ad 15 a 1 8 an o s p na d ce n so
Matrículas no Superior estão crescendo
Ensino Superior Público
0
200,000
400,000
600,000
800,000
1,000,000
1,200,000
1,400,00019
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05
Principalmente na rede particular
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500,000
1,000,000
1,500,000
2,000,000
2,500,000
3,000,000
3,500,00019
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9920
0020
0120
0220
0320
0420
05
Ensino Superior Privado
Distribuição da Proficiência - SAEB
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
muito crítico crítico intermediário adequado avançado
4a 8a 11a
Proficiência dos alunos é muito ruim
Proficiência não está aumentando
150
175
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225
250
275
300
1995 1997 1999 2001 2003 2005
4a 8a 3a
Desem
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isa 2003- Matem
ática
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250
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350
400
450
500
550
600
Hong Kong-China
Japan
Korea
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Belgium
Macao-China
Czech Republic
Netherlands
Australia
Canada
France
Slovak Republic
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Sweden
Poland
Luxembourg
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Spain
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Italy
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Serbia
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nais
Desem
penho P95- P
isa 2003
- Mate
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a
300
350
400
450
500
550
600
650
700
750
800Hong Kong-China
Japan
Korea
Liechtenstein
Belgium
Macao-China
Czech Republic
Netherlands
Australia
Canada
France
Slovak Republic
Germany
Sweden
Poland
Luxembourg
Latvia
Hungary
Spain
Ireland
Russian Federation
United States
Italy
Portugal
Greece
Serbia
Thailand
Turkey
Uruguay
Mexico
Indonesia
Tunisia
Brazil
Mesm
o na elite!
Evidências Internacionais- Hanushek
Evidências Internacionais - Hanushek
� Proficiência 1 DP maior (países da OCDE) -> aumenta a taxa de crescimento anual média do PIB per capita entre 1960-2000.
� Reforma que aumentasse a proficiência em ½ DP em 20 anos (começando em 2005) aumentaria o PIB em 5% em 2037
� Aumento de gastos não necessariamente aumenta a proficiência dos alunos
Evidências Internacionais- McKinsey
� Evidências de países que deram certo em termos educacionais: lições
� Qualidade da educação não pode exceder a qualidade de seus professores
� Única maneira de melhorar a qualidade é melhorar a aula que o professor transmite para o aluno
� Alto desempenho necessita que todos os alunos do sistema aprendam -> evitar desigualdade
Evidências - Prova BrasilNotas de M atem ática - Escolas M unicipais - 4ª série
100
115
130
145
160
175
190
SP M G PR RJ SC ES M S RS G O M T RO T O AC AM PA BA PI AP RR SE PE CE PB M A AL RN
Grande Variação entre EscolasResultados em Matemática por Escola - Rede Municipal -Quarta-série
0
50
100
150
200
250
300
AP RO RR AC AL MT AM TO GO PE MS PB ES RN SE BA SC RS PI MG CE PA MA PR SP RJ
Melhor Pior
Escolas que Atendem o Mesmo PúblicoRelação entre Escolaridade do Chefe e Nota de Matemática- 500m
y = 0,0152x + 5,0511
R2 = 0,083
4,90
5,00
5,10
5,20
5,30
5,40
5,50
4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00 10,00 11,00 12,00 13,00
Escolaridade
ln(N
ota
m)
Evidências Nacionais - SAEB
Média e DP das Notas do SAEB
0
50
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350
4a 8a 11a
média dp
SAEB: Testes de Proficiência por Amostragem, Português e Matemática
TRI, Comparável entre séries e anos: 1997, 99, 2001, 2003
Parcela da Variância Atribuida às Escolas
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
PA TO MA BA MG RJ SP PR RS GO DF
sem controles após controles
Efeito Escola – Sistema Público
Comparando Escolas Públicas e Privadas
Efeito Escola Privada
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
sem controles Familias Familias+escolas Familia+escolas+Ambiente
Não há relação entre Gastos e Proficiência em SP
Relação entre Gastos por aluno e Proficiência média em Matemática na 4a série - Municípios de SP
50
100
150
200
250
300
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500
Gastos no Ensino Fundamental por aluno
Pro
ficiê
nci
a M
édi
a e
m M
ate
mát
ica
O que determina a qualidade? Literatura
� Recursos importam pouco, desde que a escola tenha o mínimo
� Rede: gestão� Escola: criar clima propício para aprendizado, liderança do diretor, avaliações periódicas
� Professor: formação, didática, salários, incentivos� Aluno: condições sócio-econômicas, habilidade cognitivas e não-cognitivas
Resultados Econométricos
� Dados do SAEB - 2003
� Intenção é descrever os dados de forma mais cuidadosa: correlações condicionais
� Entender que variáveis necessitam de estudos mais aprofundados no caso brasileiro
� Não devem ser interpretados como relações causais entre as variáveis
� Seria necessário lidar com endogeneidade
Principais resultados Econométricos
� Variáveis dos alunos são muito importantes: sexo, cor, idade, repetência, trabalho, pré-escola
� Educação da mãe é muito importante: principalmente do conjunto de mães da escola
� Livros em casa, leitura de jornais e revistas, perspectivas futuros
Principais resultados Econométricos
� Variáveis escolares explicam pouco
� Computadores não melhoram o desempenho
� Papel importante para horas-aula
� Salário do professor parece não importar muito na rede pública, somente nas escolas privadas
� Formação continuada como existe hoje não parece ter impacto
Resultados: Creso Franco et al (2008)
� Avaliam evolução do aprendizado do aluno ao longo do ano (controlar nota inicial)
� Fatores positivos: nível socio-econômico dos alunos, experiência do professor, lição de casa, uso de livro texto, diversidade de métodos de ensino
� Fatores insignificantes:educação do professor, construtivismo, tamanho de classe, rede (privada, pública)
Diferenças Persistem entre Estados
Figura 13 - Efeito UF- Escolas Públicas
-20
-15
-10
-5
0
5
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AC AM PA TO MA PI CE RN PE SE MG ES RJ PR SC RS DF
UF
Adi
cion
al d
e N
ota
4a-série 8a-série 3a-série-EM
Figura 14 - Simulação do Desempenho dos Alunos - 4a Série
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Constante Família Federal EscolaTotal
UF Peer Effect
Ponto
s
Figura 15 - Simulação de Desempenho dos Alunos - 8a Série
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Constante Família Federal EscolaTotal
UF Peer Effect
Pon
tos
Figura 16 - Simulação do Desempenho do Aluno
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Constante Família Federal EscolaTotal
UF Peer Effect
Pon
tos
Políticas Educacionais
� Diferenças significativas de desempenho entre
escolas públicas e privadas e entre escolas
públicas do mesmo estado com mesmo
orçamento.
� Número de horas-aula têm papel importante
� Estabelecer metas de evolução da qualidade e
premiar escolas/redes que atinjam metas
1) Melhorar a gestão do sistema público de
ensino
• Condicionar Bônus ao desempenho dos alunos
• Premiar melhores professores de cada rede
• Acabar com o abono de faltas
• Fazer avaliação de programas de capacitação
Políticas Educacionais
2) Introduzir sistema de incentivos para
retenção e motivação do professor
Políticas Educacionais
� Pais costumam culpar os filhos pois
desconhecem a qualidade da escola
� Divulgar amplamente resultados das avaliações
� Pais têm que monitorar a presença e qualidade
do ensino de professores
� Premiar melhores alunos e melhores escolas:
bolsa-família ampliada
� Fazer avaliação de programas inovadores
3) Aumentar a participação dos pais pressão por ensino de melhor qualidade
Círculo Virtuoso
“ A educação passará a ser mais valorizada pelos pais, que passarão a demandar educação de mais qualidade e controlar a presença do professor, que passará a ensinar melhor e ganhar melhores
salários, o que vai melhorar ainda mais a qualidade da escola”
(Duflo, 2006)