Foto
: Lui
za F
igue
ired
o
Pelo direito de ir e virDeficientes visuais denunciam falta de estrutura básica para locomoção segura em ruas e avenidas de Fortaleza.
Página 4
(Des)abrigo e (des)proteção Protetores independentes resguardam a integridade de animais abandonados em logradouros públicos.
Página 3
Cidade sem memória e patrimônio
Alguém viu uma árvore aí?Projetos de mobilidade obrigam retiradas ou realocação de áreas verdes, prejudicando conforto climático da capital..
Página 9
Para comer ao ar livreComércio de comidas e bebidas utilizam praças como restaurantes a céu aberto em diversos bairros.
Página 8
Foto: Luciana Castro
Foto
: Mar
iâng
ela
Cha
gas
Em entrevista, Romeu Duarte, professor de arquitetura da UFC, dialoga sobre os ensinamentos da rua e aponta soluções para preservar o patrimônio da cidade.
Página 10 e 11
Mobilidade às avessas em Fortaleza
Planejamento falho de mobilidade urbana é executado em Fortaleza priorizando transportes motorizadose individuais.
Página 5
Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará (UFC) - Ano 6 - Nº 38 - Junho de 2015
Ocupação do espaço público
Quando a rua é extensão do estádio Em dias de jogos na capital, as ruas se transformam
em palcos para festas e guerrilhas.Páginas 6 e 7
Foto: JL Rosa/Diário d
o Nord
este
Opinião
2
Editorial
Em processo de reeducação
O desafio de ser equipeO complexo quadro de produção jornalística se com-
põe através de um esforço integrado entre repórteres e editores. A experiência pessoal de ter colaborado nesta edição do Impressões como editora tornou esse con-ceito muito mais claro a mim. As matérias que editei fluíram de forma uníssona e consistente e acredito que isso aconteceu por conta do esforço das equipes em transformar o produto jornalístico final em uma peça que comunica uma questão coerente ao leitor.
Por outro lado, o trabalho em equipe também pode ser prejudicado se alguma das partes não realiza a ativi-dade de acordo com o planejamento. Em conclusão, o gesto coletivo na feitura de um jornal como o nosso é fundamental para a eficiência comunicativa a que ele se propõe. (Rochelle Guimarães, editora)
Crônica por Gustavo Linhares
Mais uma vez, o Clásico -Rei
Fortaleza para quem?Artigo por Ronaldo Salgado*
Impressões - Ocupação do espaço públicoJornal Laboratório produzido pela turma do 7º semestre do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará.Repórteres: Amanda Matos, Anderson Cid, Breno Reis, Camila Lima, Cláudio Abreu, David Medina, Eduardo Oliveira, Gustavo Linhares, João Paulo Martins, Karoline Rodrigues, Luana Bastos, Luciana Castro, Luciana Herculano, Luiza Figueiredo, Mariângela Chagas, Rômulo Costa. Edição: Lucas Barbosa, Nyara Cavalcante, Rochelle Guimarães. Edição geral: Nathanael Filgueiras. Projeto gráfico e diagramação: Bruno Melgacio, Falkner Moreira. Professora orientadora: Mayara de Araújo. Impressão: Imprensa Universitária. Tiragem: 1000 exemplares. As opiniões expressas em artigos assinados são de responsabilidade dos respectivos autores.
Fortaleza - CE JUNHO/2015
Ombudsman por Naiana Rodrigues*
Não basta apenas informar
TEMA
Os gatos do Polo Gustavo Braga têm sido vítimas da violência. Protetores pelejam pelo fim dos casos de abandono. Foto: Eduardo Oliveira.
Protetores independentes resguardam a integridade física de animais domésticos abandonados nos espaços públicos de Fortaleza
Tem gente que não gosta e passa
reclamando, mas os gatos não chegam aqui de paraquedas. São as pessoas que jogam.
LENA XIMENESProfessora
Para adotar:Se você quer adotar um gato do Polo de Lazer Professor Gustavo Braga, entre em contato com a protetora
Floriana Oliveira, através do facebook:
https://www.facebook.com/florianaoliveira.oliveira
Abandono, desabrigo e sobrevivência
Os protetores independentes
reivindicam políticas públicas que coíbam
o abandono e promovam o controle
de natalidade dos animais de rua.
3REPORTAGEM
Breno Reis eEduardo Oliveira
Animais
Na Rua #1Fortaleza - CE JUNHO/2015
4REPORTAGEM
João Paulo Martins eLuciana Herculano
Acessibilidade
Na Rua #2
Apesar das melhorias implantadas pela Prefeiturade Fortaleza nos últimos anos, deficientes visuaistêm problemas para se locomover pela Capital
Deficientes visuais reclamam de condições inadequadas para acessibilidade
Os sinais sonoros ajudariam bastante, se as pessoas os respeitassem, era melhor ainda. Umas três vezes já eu fui atravessar em sinais sonoros e quase fui atropelado.
BOSCO DE FARIAS Professor de informática da ACEC
As dificuldades se multiplicam pela
Cidade ao passo que as ações são feitas de formas isoladas e ainda estão longe
de cobrir toda a demanda existente.
Ausência de piso podotátil em ruas da cidade dificulta a locomoção de defi-cientes visuais. Foto: João Paulo Martins
Falta de sinais sonoros torna os deficientes visuais dependentes de auxílio para atravessar as ruas. Foto: João Paulo Martins
Fortaleza - CE JUNHO/2015
TEMA
Sem qualquer diálogo com a sociedade civil, Fortaleza inaugura obras com projetos falhos e continua a dar prioridade aos meios de transporte motorizados e individuais
Inversão de prioridade: mobilidade pra quem?
O Ciclovida busca promover ações
que conscientizem o ciclista por meio
de estratégias como diálogo a entrega de materiais educativos.
Infelizmente, a gente ainda vê muitas
obras que facilitam o tráfego para os carros, quando a prioridade deveria ser aos pedestres e ciclistas.
JOSÉ OTÁVIOArquiteto
A lei federal nº 12.587/2012, que instaura a Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU), tem como objetivos melhorar a acessibilidade e a mobilidade das pessoas e cargas nos mu-nicípios e integrar os diferentes modos de transporte. A legis-lação dá prioridade aos meios de transporte não motorizados (com preferência aos ciclistas e pedestres) e ao serviço público
coletivo (como ônibus e me-trô), além da integração entre os modos e serviços de trans-porte urbano. A lei exige que os municípios com mais de 20 mil habitantes elaborem planos de mobilidade urbana em até três anos, que devem ser integra-dos aos planos diretores. Atu-almente, essa obrigação é im-posta aos municípios com mais de 500 mil habitantes.
Saiba mais: Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU)
Com poucos espaços delimitados para os diferentes modais, pedestres e ciclistas acabam se arriscando para se locomover. Foto: Mariângela Chagas
Depois da entrega da obra, a velocidade dos automóveis aumentou na região do Viaduto, dificultando a passagem de pedestres e ciclistas. Foto: Fabiane de Paula/Diário do Nordeste
5REPORTAGEMDavid Medina e
Mariângela Chagas
Locomoção
Na Rua #3Fortaleza - CE JUNHO/2015
ReportagemFutebol
6
Fortaleza - CE JUNHO/2015
Enquanto o pré-jogo é marcado por entusiasmo e confraternização, o apito final mostra o pior lado do futebol: a violência entre torcidas
Entre a festa e a guerrilha: o antes e o depois de um Clássico-Rei
Em dia de Clássico-Rei, a gente nem coloca as mesas para fora, porque eles podem quebrar alguma coisa. Quando o jogo é à noite, também buscamos fechar mais cedo.
MATEUS MORAIS vendedor
As ruas perpendiculares à Arena são tomadas por torcedores, carros de som e ambulantes que vendem cerveja e churrasquinho. Foto: Luiza Figueiredo.
Após a evacuação da torcida do Ceará, os tricolores se aglomeraram atrás do gol, pedindo pela volta dos jogadores para o recebimento da taça. Foto: JL Rosa/Diário do Nordeste.
TEMA
7REPORTAGEM
Gustavo Linhares eLuiza Carolina Figueiredo
ReportagemFortaleza - CE JUNHO/2015
Para ocupar o estádio: segurança, além de futebolPrevenção
Os torcedores do Fortaleza coloriam a capital com as
cores vermelho, azul e branco, enquanto
os fãs do Ceará hasteavam bandeiras
alvinegras.
Após a evacuação da torcida do Ceará, os tricolores se aglomeraram atrás do gol, pedindo pela volta dos jogadores para o recebimento da taça. Foto: JL Rosa/Diário do Nordeste.
Após a invasão e confronto entre torcidas, houve correria entrejogadores e jornalistas que tentavam escapar das cadeiras canos e metais lançados ao gramado. Foto: JL Rosa/Diário do Nordeste.
REPORTAGEMAnderson Cid e
Karoline Rodrigues
Alimentação
8
Na Rua #4
Regular ou não, o comércio de comidas e bebidas nas praças de Fortaleza atrai público,assim como problemas
Quem tem boca vai à praça
Há dois anos assaltaram o
notebook de um cliente na barraca do lado, ele estava com o aparelho em cima da mesa. Foi assaltado no meio do movimento mesmo.
ELIVALDO MORENOVendedor
Praça da Cidade 2000, no início da noite. Foto: Anderson Cid
Praça Gustavo Barroso (Praça do Liceu) durante a tarde. Foto: Anderson CidElivaldo Moreno trabalha vendendo comida na praça da Gentilândia há 16 anos. Foto: Anderson Cid
Para realizar o cadastro na Secretaria Executiva Regional (SER), é necessário fotografar o local em que o vendedor planeja instalar-se e levar os seguintes documentos: có-pia do RG e do CPF, CNPJ, comprovante de residência, declaração de que não possui outra permissão e nem vín-culo empregatício, certidão de nascimento ou casamen-to, duas fotos 3x4, taxa de transferência (se o proces-so for deferido) e cópia da declaração do Imposto de Renda (completa). O registro é feito na SER em que o co-mércio será instalado.
RegistroDurante a apuração, nossa repórter sofreu uma tentati-va de assalto enquanto esta-va na praça Gustavo Barroso (praça do Liceu). Atravessan-do o local, ela foi abordada por um rapaz, que tentou le-var sua bolsa. A repórter, no entanto, conseguiu se des-vencilhar.
Fortaleza - CE JUNHO/2015
TEMA
9REPORTAGEMCamila Lima eLuana Bastos
O Plano de Arborização de
Fortaleza vem como uma tentativa de
apaziguar parte da população que é
contra a retirada das árvores dos canteiros
e calçadas.
Se o ato de plantar se basear
apenas com função compensatória, a meta a longo prazo do Plano de Arborização de Fortaleza nunca será atingida.
NEWTON CÉLIO BECKERArquiteto e Urbanista
Espaços verdes
Na Rua #5
Com as obras de mobilidade urbana realizadas pela Prefeitura, os espaços verdes tiveram que ser realocados. Cortes e replantios de árvoressão alguns dos pontos criticados pela população
Áreas verdes em Fortaleza:as árvores em busca de novos espaços
Nas obras do binário Santos Dumont/Dom Luís, foram retiradas 202 árvores do canteiro central. Na imagem, a avenida Dom Luís. Foto: Camila Lima
O Movimento Pró-Árvore também promove o plantio de mudas em Fortaleza. O grupo aconselha que a muda fique próxima da casa ou do trabalho de quem planta, para que a pessoa possa cuidar da saúde da árvore. Foto: Leonardo Jales.
Plantas Exóticas Invasoras
Hortência, Unha-do-diabo (viúva-alegre), Dendê, Nim (foto), Castanhola, Leucena.
Foto: reprodução da internet
Plantas Nativas
Peroba, Ipê-roxo e Amarelo, Oiti, Carnaúba (foto), Macaú-ba, Pitomba, Juazeiro, Xixá e
Cajueiro.
Foto: reprodução da internet
Fortaleza - CE JUNHO/2015
Patrimônio
Entrevista
10
As alternativas para que o espaço urbanocontinue agradável é um dos temas abordadospelo pesquisador e cronista Romeu Duarte
As inquietações de uma“cidade sem memória”
Fotos: Luciana Castro
Fortaleza - CE JUNHO/2015
TEMA
11
Entrevista
A rua ensina o que a escola não ensina. Ensina
a malandragem, a prática, a realidade, como as coisas realmente acontecem.
O patrimônio de Fortaleza é considerar que nada seja
patrimônio.
REPORTAGEMLuciana Castro e
Rômulo Costa
Fortaleza - CE JUNHO/2015
12IMAGENS
Amanda Matos eCláudio Lucas de Abreu
Aldeia Aldeota
Ensaio
Os versos da Praça Portugal
Fortaleza - CE JUNHO/2015