DICAS DE CONSTRUÇÕES Editado com o conteúdo de:
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A cozinha
A praga das formigas
Acabamentos para portas de madeira
Alvenaria estrutural não armada
Aplicação de porcelanato
Aplicação de revestimentos cerâmicos
Aplicação de silicones
Aplicação de synteko
Aplicação de texturas no revestimento
Aquisição e aplicação de revestimentos cerâmicos
Assentamento de pastilhas de porcelana em piscinas
Assentamento de peças de vidro
Barreira química contra cupins
Brocas e cupins
Cactos
Caiação de paredes
Caixas d'água
Caminho de pedras
Canteiros em escada
Carpetes de madeira
Churrasqueiras
Cimento queimado
Classificação de revestimentos cerâmicos
Coberturas naturais
Coberturas
Coletores solares
Colocação de calhas
Colocação de vidrotil
Composição de argamassas
Composições com tijolos aparentes
Concreto celular
Conforto acústico
Construção com metal
Construção com terra crua
Construção de adegas
Construção de fossas sépticas
Construção de saunas
Cores de segurança
Cores para canalizações
Diferenças entre compensados, aglomerados e mdf
Dimensionamento de condutores elétricos
Dimensionamento de condutores para águas pluviais
Dimensões de quadras esportivas
Eliminação de bolhas e descascamentos
Eliminação de mofo
Equipamentos de segurança individual
Equipamentos de segurança para construções
Equipamentos de segurança
Equipamentos para banhos de imersão
Estuque veneziano
Execução de orquidário
Execução de pisos com blocos de concreto
Execução de pomar
Execução e manutenção de piscinas
Execução e restauração de granilite
Fatores de conversão
Forno caipira
Forno e fogão a lenha
Gastos por etapa da obra
Gesso acartonado
Gesso
Granito
Iluminação residencial
Iluminância e cálculo luminotécnico
Impermeabilização de tijolos aparentes
Instalações elétricas
Jardim japonês
Jardim sobre a laje de cobertura
Juntas em pisos industriais de concreto
Laminados sintéticos
Lareiras
Limpeza da caixa d'água
Madeiras brasileiras
Manutenção de pisos de madeira
Manutenção de plaquetas de barro
Materiais para encanamentoMateriais para pia
Materiais transparentes em placas
Mdf duratex
Mármores e granitos
Móveis de alvenaria
O canteiro de obras
Obras no período de chuvas
Pedras de revestimento
Pintura de azulejos
Pintura de pisos cimentados
Pintura na construção civil
Pinturas especiais
Policarbonato
Poliestireno expansível
Pontos hidráulicos, elétricos e outros
Problemas de umidade
Proteção contra ferrugem
Proteção de madeiras
Proteção para tijolos à vista
Proteção passiva contra fogo em estruturas metálicas
Pára-raios
Quadras esportivas
Reatores eletromagnéticos
Recursos de iluminação
Rejuntamento em peças cerâmicas
Roteiro da economia para construção da casa
Sistemas de aquecimento de água
Sistemas de irrigação caseira
Sistemas pré-fabricados de concreto
Telhas cerâmicas
Tipos de blocos e tijolos
Tipos de fundação
Tipos de janela
Tipos de laje
Tipos de lâmpadas
Tipos de pisos de madeira
Tipos de vidro
Tratamento de alumínio
Tratamento para lajotas
Trepadeiras
Trincas e fissuras
Tubulações de água quente
Uso de epóxi
Uso de madeiras reflorestadas na construção
Uso de plásticos na construção
Uso do bambu
Videiras em pérgola
Árvores na calçada
Aspectos legais da construção
Obtenção do habite-se
Garantia contra defeitos de obra
Documentação necessária para aquisição de terrenos
Aquisição do segundo imóvel
Macetes de Obras e de Projetos
A COZINHA
Em todos os momentos da nossa história, a cozinha mostrou ser o ambiente preferido
pelo brasileiro, onde a família e seus amigos mais íntimos se reúnem para um bate-papo
acompanhado por quitutes e o tradicional cafezinho. Atualmente, ela conserva o seu
espírito de hospitalidade e intimismo, mas hoje é quase um templo de tecnologia e
eficiência.
Sua evolução passa necessariamente pelo conceito de funcionalidade, o que requer um
planejamento adequado, obtido através de um projeto considerando desde a arquitetura
até a distribuição dos espaços e dos equipamentos. Os principais fatores a ser
considerados são:
DISTRIBUIÇÃO Se a área para cozinha é pequena, pode-se condensar o espaço dos componentes
essenciais, como pia, bancada, refrigerador e fogão, alinhando-os em uma parede para
permitir a circulação. Nesse caso, a pia ficará entre o fogão e o refrigerador, para torná-
la eqüidistante dos outros pontos.
Nas cozinhas compridas ou estreitas, podem-se ocupar duas paredes, uma em frente à
outra, no arranjo dos equipamentos principais. A alternativa é bem funcional, desde que
numa parede fique a bancada com a pia e, na oposta, os outros itens.
Os ambientes em forma de "U" ampliam os espaços, facilitando a locomoção. Neste
caso, a pia deve ser isolada junto à parede adjacente a outras duas, mantendo a área
central destinada à circulação, permitindo aumentar o espaço ocupado por armários.
Com o desenho em "L" as áreas são mais bem aproveitadas. Recorre-se às duas partes
adjacentes como centros de trabalho, deixando livre o resto do local para a circulação. É
possível também a colocação de armários e a criação de um cantinho para refeições.
Outra solução é a "ilha", quando o lugar for espaçoso. Ela pode conter armários,
bancadas, ou então formar um grande conjunto com pia, fogão, prateleiras e
refrigerador. Entre as formas de distribuição para concepção de uma "ilha", encontram-
se as cozinhas em "L" e em "U".
LUZ E VENTILAÇÃO Uma boa iluminação e ventilação conferem conforto e praticidade à cozinha. A
iluminação natural é indispensável: a janela deve ficar sobre a pia, entre os armários
superiores e a bancada. Ela funcionará como um ponto de partida importante, mas,
obviamente, sem substituir a concepção da luz artificial. Caso não haja incidência de
raios solares sobre a bancada da pia, pode-se instalar uma lâmpada fluorescente
direcionada sobre o local. A luz fria é indicada também para o teto, com vantagem de
não emitir calor nem gerar sombras.
Para obter uma boa ventilação, o relacionamento entre portas e janelas é fundamental.
Se arquitetura permitir, as saídas de ar devem estar constantemente viradas para o
exterior da residência, impedindo o acúmulo de gordura nos ambientes vizinhos. Essa
relação entre portas e janelas não pode comprometer as correntes de ar.
HIDRÁULICA Um bom planejamento de uma cozinha começa sempre pelo projeto hidráulico, que
deve ser obedecido à risca.
Se for instalada tubulação para água quente, devem-se preferir tubos e conexões de
cobre devido à alta resistência do material. Registros e torneiras devem ser sempre de
boa qualidade, minimizando a ocorrência de problemas posteriores como vazamentos,
infiltrações, etc.
O abastecimento inadequado de água pode comprometer todo o funcionamento
hidráulico. A caixa d'água colocada no ponto mais alto da residência garante uma
satisfatória pressão da água. Para assegurar maior eficiência, pode-se pressurizar com
equipamentos específicos a distribuição de água dentro da casa.
ELÉTRICA A cozinha é um espaço que exige uma boa quantidade de pontos de luz, levando-se em
conta o grande número de equipamentos eletrônicos necessários ao seu funcionamento.
Parte deles exige circuitos independentes, e mesmo os aparelhos menores que não são
empregados constantemente, como o liquidificador, torradeira ou batedeira, podem
causar sobrecarga, quando ligados ao "benjamim", provocando curto circuito.
Sobre o tampo da pia deve ser colocada pelo menos uma tomada para cafeteira elétrica,
espremedor de frutas ou utensílios menores. Geladeira, forno de microondas, fogão a
gás, freezer e exaustor também exigem ponto próprio.
Se a residência dispõe de aquecimento central, pode-se recorrer a ele para esquentar a
água da pia. Outra solução são os aquecedores de passagem ou aparelhos individuais de
aquecimento.
REVESTIMENTO O conforto e a sensação agradável que a cozinha apresenta dependem muito do aspecto
dado pelos revestimentos do piso, forros, armários e paredes. O mercado oferece muitas
alternativas, que devem ser pesquisadas, sempre com a orientação de um especialista.
O material do piso deve ser o menos poroso, evitando a fixação de gordura. Os
materiais porosos dificultam a conservação. Mármore, granito ou diversos tipos de
cerâmica ou azulejos são recomendáveis. A cerâmica vitrificada é uma das opções mais
indicadas para o piso. Versatilidade, resistência e durabilidade são as características que
garantem fácil manutenção. Uniforme nas cores e com veios realçados, o granito
valoriza esteticamente a cozinha, além de permitir limpeza quase tão fácil quanto a
cerâmica vitrificada.
O emborrachado é uma alternativa para pisos antiderrapantes. Sua colocação é fácil,
diretamente sobre o cimento ou qualquer outra superfície. Os laminados plásticos
adaptam-se bem a esse ambiente e estão disponíveis em diversas cores, com
acabamento fosco ou brilhante. Os revestimentos cerâmicos também podem ser
utilizados, porém o seu assentamento deve ser cuidadoso, para impedir a formação de
lacunas, que com o tempo acabam retendo sujeira e gordura. A pintura à base de epóxi,
embora requeira cuidados na execução, é outra possibilidade de acabamento.
A madeira, se usada como acabamento para revestir bancadas e balcões, deve ser
impermeabilizada. Contudo, o aço inox ou o granito asseguram maior durabilidade.
Cerâmica e azulejos não são indicados para bancadas, pois o uso constante acaba por
reter sujeira.
Os armários em alvenaria são práticos e bonitos, mas o revestimento é essencial. As
tintas a óleo ou epóxi são mais econômicas. O laminado é o mais usado e indicado em
função de sua praticidade. Devem-se evitar estruturas em aglomerado, que, com o
tempo, tendem a soltar as dobradiças e puxadores.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jun/93.
PRAGA DAS FORMIGAS
De uma hora ou de outra, elas aparecem e destroem a folhagem. Mas não é necessário
usar inseticidas para afastá-las, podendo ser tentadas receitas caseiras:
a) se o problema estiver começando - espalhar borra de café sobre a terra ou amarrar, no
tronco da árvore, panos com graxa (as formigas não gostam do cheiro e desaparecem); a
alternativa é colocar um pratinho com mel perto dos vasos (o cheiro adocicado atrai os
bichinhos, que morrem afogados);
b) se o ataque já é intenso - preparar uma calda bordalesa, com 100 g de sulfato de
cobre, 400 g de cal, 10 g de sabão de coco ralado e 10 litros de água. Misturar os
ingredientes e pulverizar em todas as plantas do jardim. O rendimento é de 10 litros de
calda.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jun/99.
ACABAMENTOS PARA PORTAS DE MADEIRA
• Se a porta for de madeira de lei, pode ficar sem acabamento, ao natural, bastando lixar
e aplicar cera de carnaúba e, posteriormente, lustra-móveis para conservação; ainda
neste caso, é conveniente aplicar um produto selante (base para os acabamentos,
atuando como impermeabilizante), que veda os poros da madeira, ajudando a proteger
contra intempéries.
• Uma alternativa para o acabamento é a aplicação de verniz, fosco ou brilhante.
• Para colorir, as tintas do tipo látex acrílico são uma ótima opção, pois filtram os raios
ultravioletas. Há ainda a possibilidade de usar verniz com pigmento à base de anilina
diluída.
• A aplicação de laca confere à madeira um aspecto plastificado ou até marmorizado,
dependendo do tipo de trabalho.
• Num efeito diferenciado, a madeira clareada ou escurecida é fácil de obter. Para
clarear, emprega-se ácido muriático, cloro ou água oxigenada. Betume misturado a um
produto selante, extrato de nogueira ou cera de carnaúba escurecem o material. Em
qualquer um dos processos, o produto deve ser aplicado com suavidade e de maneira
uniforme, a não ser que o desejado seja o efeito manchado. Nesse caso, a aplicação é
feita com pincéis ou estopa.
• Outra opção de acabamento é revestir com laminado melamínico, de fácil manutenção.
• Para a colocação de vidros, devem-se preferir os temperados.
Portas em madeira de boa qualidade dificilmente irão apresentar problemas com cupins,
pois, além de sua própria resistência natural, é provável que tenham passado por
tratamentos preventivos. Se apesar disso a peça for atacada por esses insetos, a saída é a
aplicação de inseticidas com pincel ou por injeção.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - mar/93.
ALVENARIA ESTRUTURAL NÃO ARMADA
No sistema convencional de construção, as paredes apenas fecham os vãos entre pilares
e vigas, elementos encarregados de receber o peso da obra. Por outro lado, na alvenaria
estrutural esses elementos são desnecessários, pois as paredes - chamadas portantes -
distribuem a carga uniformemente ao longo dos alicerces.
Para erguê-las, é preciso usar blocos especiais, mais resistentes que as peças de vedação.
Eles podem ser de concreto, cerâmicos, sílico-calcários ou de concreto celular, sendo
também possível recorrer aos tijolos maciços, assentados com juntas desencontradas e
amarrados com ferragens. A utilização desse sistema permite diminuição significativa
no custo da obra, porém é preciso que os projetos, mais detalhados, já sejam elaborados
considerando a modulação dos blocos e as características da solução, pois as etapas de
construção são diferentes.
A alvenaria estrutural também possibilita economia no tempo de execução e na mão de
obra. Como são furados, os blocos permitem a passagem de ferragens (quando
necessárias) e de instalações elétricas e hidráulicas, evitando quebras posteriores nas
paredes. Dessa forma, quando totalmente erguida, a superfície está pronta para receber
revestimento de gesso e, depois, pintura, dispensando reboco e massas grossa e fina.
Contudo, a alvenaria estrutural pode apresentar limitações para a realização futura de
reformas e mesmo ampliações na construção; para estas últimas, uma boa alternativa é
já considerar eventuais modificações durante a elaboração do projeto.
A seqüência esquemática deste processo dá-se da seguinte forma:
• executa-se o baldrame, nivelando sua superfície e impermeabilizando-o normalmente;
• procede-se o assentamento dos blocos-chave, situados nos cantos internos e em cada
encontro das paredes internas; eles devem ser assentados conforme a planta de
modulação, marcando exatamente a posição das paredes. É importante o nivelamento
entre eles;
• entre os blocos-chave são assentados os blocos da primeira fiada, na quantidade exata
da planta de modulação, com 1 cm de junta vertical;
• nos cantos da edificação colocam-se gabaritos de altura, com marcação das fiadas a
cada 12,5 cm;
• levantam-se, em cada encontro, quatro fiadas (com 0,50 m de altura) em forma de
escantilhão, sendo mantido o nível e o prumo das fiadas. Nos cantos externos os blocos
são amarrados entre si pelo sistema de assentamento; nos encontros das paredes internas
com a alvenaria da fachada a amarração é feita com ferros (¼") em forma de dois "L"
(0,50 x 0,50 m) a cada três fiadas (obedecendo-se detalhes do calculista);
• no assentamento das demais fiadas, a linha de nível na aresta dos blocos dos
escantilhões manterá toda a alvenaria no nível e prumo requeridos;
• levanta-se a alvenaria até a fiada correspondente à base da laje do piso superior;
• executa-se a montagem das fôrmas para a laje (que pode ser de qualquer tipo);
• com auxílio de uma régua ou nível, marca-se, no bloco da fachada, a posição exata da
parede interna. Estando ela assentada no prumo, a posição marcada estará aprumada
com a aresta do bloco-chave da primeira fiada;
• contra-verga: faz-se o enchimento dos blocos em canaleta com armação de ferro
corrido (especificado pelo calculista), com avanço de 1 e ½ bloco de cada lado do vão;
• verga: se necessário, faz-se o enchimento dos blocos em canaleta com armação de
ferro corrido (especificado pelo calculista), com avanço igual ao da contra-verga.
Utilizam-se canaletas duplas ou triplas para vãos acima de 1,50 m;
• procede-se à concretagem da laje de piso;
• os blocos-chave dos cantos externos são assentados conforme as faces da alvenaria e a
planta de modulação;
• com o auxílio de um nível de bolha, transfere-se daí o assentamento dos blocos-chave,
que devem estar nivelados entre si;
• assentados os blocos-chave num andar, retoma-se as instruções acima descritas para os
demais.
Observação: recomendam-se os seguintes traços da argamassa (cimento / cal hidratada /
areia, em volume):
• para alvenaria de vedação: 1:2:8
• para alvenaria estrutural: 1:1:6.
Fontes: Revista Arquitetura & Construção - jan/98
Catálogo Técnico da Prensil S/A.
APLICAÇÃO DE PORCELANATO
O porcelanato é uma peça formada de argila, feldspato e corantes, queimada a mais de
1.250ºC, e é submetida a pressões de compactação acima das utilizadas pelas cerâmicas
convencionais. Sua versão tradicional é sem esmaltação, com massa apresentando
características homogêneas.
Por sua alta resistência à abrasão profunda, ao gelo, aos ácidos e álcalis, alta
impermeabilidade e uniformidade de cores, o porcelanato é indicado para ambientes de
alto tráfego, podendo também ser instalado em ambientes residenciais, piscinas ou
saunas.
Existem duas versões do porcelanato tradicional: fosco e polido. O primeiro é mais
adequado para áreas que exigem um revestimento antiderrapante, como áreas externas
ou rampas. O polido difere por sua textura superficial, totalmente brilhante.
O porcelanato possui uma absorção de água próxima de zero, e requer a utilização de
uma argamassa com maior aderência. O rejuntamento deve ser aplicado somente 48
horas após o assentamento das peças e com um produto específico às suas
características, como argamassa colante aditivada com polímeros, mantendo estreitas as
juntas de dilatação, com o mínimo de 2 mm para áreas internas e 5mm para áreas
externas, principalmente em fachadas.
A limpeza, que deve ser constante, pode ser feita com água e sabão, saponáceo ou água
sanitária.
Fonte: Revista Showroom Mundo Cerâmico - Menasce Publicações
([email protected]) - ago/98.
APLICAÇÃO DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS
LOCAL CARACTERÍSTICAS
CRÍTICAS
CARACTERÍSTICAS GERAIS
absorção
(%) classe de abrasão
resistência
às
manchas
resistência ao
ataque
químico
Banheiros
residenciais
utilizar rejunte
impermeável nos chuveiros 0 a 20 PEI 1 ou maior
classe ISO
5 B
Câmaras
frigoríficas
resistência ao congelamento
(100 ciclos - ensaio ISO
10545-12)
0 a 3 PEI 4 ou 5 para
pisos
classe ISO
5
A - ácido
lático e
clorídrico
10%
Churrasqueiras,
lareiras e fogões
dilatação térmica e
resistência ao choque
térmico (ISO 10545-8 e
10545-9)
0 a 20 (>
10% para
paredes)
parede: PEI 0
piso: PEI 3
fogões industriais:
PEI 5
classe ISO
5
A ou B -
produtos
domésticos
Cozinhas,
padarias e
restaurantes
atenção na resistência às
manchas após abrasão (PEI
5) e resistência ao impacto
(ISO 10545-5)
0 a 20 (>
10% para
paredes)
residências: PEI 3
indústrias: PEI 4
padarias: PEI 5
classe ISO
5 A
Escadas e rampas
coeficiente de atrito > 0,7
(ISO 10545-17); carga de
1.000N (100kg); não deixar
saliências no degrau,
evitando bordas frágeis
0 a 6
esmaltados PEI 5
ou não esmaltados
de espessura plena
classe ISO
4 ou 5 A ou B
Fachadas e
terraços
expansão por umidade <
0,6mm/m (ISO 10545-10);
garra reentrante no verso
das peças, perfil "rabo de
andorinha'', mono ou
poliorientado
0 a 6 fachadas: PEI 0
terraços: PEI 3
classe ISO
5
A - chuva
ácida
Concessionárias /
garagens
carga de ruptura 1.000N
(ISO 10545-4); resistência
ao impacto (ISO 10545-5)
0 a 6 PEI 5 classe ISO
5 A
Laticínios /
açougues
ausência de cádmio e
chumbo prejudiciais à
saúde (ISO 10545-15);
rejunte anti-ácido (epóxi)
0 a 3 PEI 5 classe ISO
5
A - ácido
lático
Piscinas expansão por umidade < s/ geada: 0 a PEI 0 classe ISO A - produtos
0,6mm/m (ISO 10545-10);
ensaio antigretagem
especial (ISO 10545)
20
c/ geada: 0
a 6
c/ neve: 0 a
3
5 de piscina
Pisos comerciais
e industriais
resistência ao impacto (ISO
10545-5); resistência
química de alta
concentração (ISO 10545-
13); carga de ruptura (ISO
10545-4) devido ao tráfego
de empilhadeiras
0 a 6
PEI 5 para
esmaltados,
resistência à
abrasão profunda
< 345mm³ para
não esmaltados
classe ISO
5 A
Pisos para postos
de gasolina
escolher a carga mais
elevada à disposição;
resistência ao impacto (ISO
10545-5)
0 a 6 PEI 5 classe ISO
5 A
Quartos de
criança
resistência ao impacto
(ISO 10545-5)
0 a 20 (>
10% para
paredes)
PEI 3 classe ISO
5 A
Quintais e jardins
com terra
resistência às manchas após
abrasão (PEI 5); não utilizar
materiais rústicos e
antiderrapantes
0 a 6 PEI 5 - A
Pisos residenciais -
0 a 20
(maior que
10% para
paredes)
quintais: PEI 4
salas e cozinhas:
PEI 3
quartos: PEI 2
banheiros: PEI 1
classe ISO
4 ou 5 A ou B
Saunas
expansão por umidade <
0,6mm/m (ISO 10545-10);
resistência ao choque
térmico (ISO 10545-9) e à
gretagem (recomendados
sete ciclos para sauna
úmida)
0 a 3 PEI 1 classe ISO
3 B
Uso à beira mar
(contato com
areia)
para resistência ao riscado (areia), pisos não esmaltados com espessura plena
(porcelanato não polido) ou esmaltados com dureza Mohs > 8
(dureza Mohs da areia é 7)
Uso
antiderrapante
para alta segurança, o coeficiente de atrito deve ser > 0,7 (sendo, entretanto, de difícil
limpeza); um coeficiente de média segurança (0,4 a 0,7) tem limpeza mais fácil
Obs.: a resistência antigretagem deve ser exigida do fabricante (Ensaio 13818).
Fonte: Guia Geral de Cerâmica & Assentamento 98/99 – Revista Show Room –
Menasce Publicações ([email protected]) – nº 30 A – mai/98.
APLICAÇÃO DE SILICONES
O sucesso do trabalho de aplicação de silicone em fachadas, esquadrias e coberturas de
vidro depende da qualidade da mão de obra e do controle de cada etapa - da limpeza da
superfície, passando pela aplicação eventual de um primer e, finalmente, do silicone -,
principalmente no caso de fachadas estruturais.
I - PREPARAÇÃO DE SUPERFÍCIES
Para que a adesão do selante tenha bom resultado, o substrato deve estar limpo, seco e
sólido. Cada tipo de substrato requer determinados procedimentos:
• Metais
» alumínio natural: contém contaminantes como óleos, grafite ou resíduos de carbono.
Pode ser difícil de limpar e se oxida facilmente, prejudicando a aderência do silicone.
Preparar a superfície e aplicar o primer em uma película fina (se necessário); após cerca
de 30 minutos, aplicar o selante;
» alumínio pintado ou anodizado: permite freqüentemente uma adesão excelente;
» aço inoxidável, galvanizado ou zincado: utilizar apenas selantes de cura neutra;
» aço não pintado ou estampado: sofre oxidação, provocando falhas no selante.
Limpar a superfície com um pano embebido em álcool isopropílico e, em seguida,
aplicar um pano seco para remover imediatamente a poluição. A utilização de um pano
umedecido em álcool e outro seco é muito importante para que a superfície fique
completamente limpa.
• Vidros
É uma excelente superfície para adesão do silicone, porém requer cuidado na escolha do
silicone correto, principalmente nos casos de vidros laminados, que devem receber
apenas silicones de cura neutra. Os de cura acética liberam vapores ácidos que reagem
com o filme de polivinilbutiral (PVB), provocando manchas na superfície próxima ao
perímetro do vidro. A preparação da superfície deve ser feita através da limpeza com
um pano embebido em álcool isopropílico e, em seguida, com um pano seco; aplicar o
selante em seguida.
• Concreto
Óleo ou outros contaminantes, como desmoldantes à base de vaselina, usados na
formulação do concreto podem prejudicar a adesão do silicone. A superfície deve ser
limpa com jato de areia, lixada e receber um polimento (se necessário, usar palha de
aço). Se o concreto estiver molhado, usar solvente para limpeza e aceleração da
evaporação da água. Aplicar o selante assim que o solvente evaporar ou o substrato
secar.
II - USO DE PRIMER
Produto à base de solventes, o primer é indicado para casos muito especiais em que os
silicones disponíveis no mercado não apresentem, quando previamente testados, níveis
adequados de aderência a um determinado tipo de substrato. O produto provoca reação
química entre o substrato e o selante, agindo como promotor de aderência, mas deve ser
usado apenas quando esgotadas as possibilidades de testes com os vários tipos de
silicones, pois, além de altamente tóxico, sua aplicação requer controle rigoroso.
Quando aplicado em excesso, após evaporação do solvente, forma uma camada de pó
esbranquiçado que prejudica a aderência do silicone. Sua aplicação requer os seguintes
cuidados:
» utilização do primer correto e adequado;
» não aplicá-lo em excesso;
» aplicar uma película fina, utilizando um recipiente pequeno e limpo de metal ou vidro,
que deve ser fechado quando não estiver sendo usado;
» deixar secar o primer antes de aplicar o silicone.
III - APLICAÇÃO DE SILICONE ESTRUTURAL
A função do silicone estrutural é transferir a carga dinâmica das pressões/depressões do
vidro ao caixilho. Sua aplicação deve ser procedida de testes de adesão, realizados em
laboratório. A aplicação de silicone em fachada estrutural sem os cuidados necessários
poderá, na pior das hipóteses, ocasionar a queda de um vidro. Para evitar desperdícios
de material e otimizar o trabalho, os seguintes aspectos devem ser observados:
» revisão dos desenhos do projeto para solucionar quaisquer dúvidas antes de iniciar o
processo de aplicação;
» definação dos substratos para aplicação do silicone estrutural;
» execução de testes de adesão e compatibilidade dos substratos;
» perfis de alumínio, vidros, espaçadores, guarnições de borracha e calços devem ser
checados quanto ao tamanho, forma e acabamento, conforme a especificação de projeto;
» verificar se o solvente é puro e se ele, o selante e o primer são do tipo recomendado
pelo fabricante do silicone;
» observar se o vidro foi lapidado e cortado conforme especificação do projeto;
» no caso de vidro duplo, verificar se foi selado com simples ou dupla barreira, com
vedação secundária de silicone.
A superfície deve ser preparada com o uso de solvente limpo e vários panos limpos e
sem fiapos, evitando-se o uso de estopa. Embeber um pano com solvente e esfregar
vigorosamente o substrato molhado; com outro pano seco, esfregar o substrato molhado
até secá-lo, verificando se está limpo. Uma película fina de primer deve ser aplicada nos
substratos quando recomendado, utilizando um pincel de cerdas naturais ou um pano
limpo e sem fiapos. O primer não deve ser aplicado no vidro, e deve secar por trinta
minutos.
Aplicar o selante com cuidado, empurrando o material com a ponta do cartucho e
certificando-se de que a junta foi preenchida por completo. Pressionar o selante contra
os lados da junta e contra o espaçador. Quando o caixilho tiver aba de sustentação,
colocar uma fita adesiva para proteger o perfil e o vidro, removendo-a assim que o
selante for aplicado na junta. Uma providência que pode ser bastante útil, no futuro, é
fazer o registro das unidades fabricadas, anotando cada uma com números consecutivos
e data de colagem, e marcando a sua localização na fachada-cortina depois da
instalação, usando o plano das elevações.
Os quadros colados devem ser deixados para cura na horizontal pelo tempo especificado
pelo fabricante de silicone, em função do produto escolhido (monocomponente ou
bicomponente).
IV - SILICONE EM VIDRO DUPLO
O vidro duplo é composto por dois painéis de vidro, um perfil ôco, preenchido por
dessecante à base de sílica (para absorver a umidade interna e evitar a condensação),
selo primário (poliisobutileno) e selo secundário (silicone). A produção do sistema
requer:
» lavagem do vidro ou cristal;
» preenchimento do espaçador com o dessecante;
» dobra do marcador do espaçador e solda ultra-sônica;
» aplicação do selante de poliisobutileno no marcador do espaçador;
» montagem do vidro no marcador do espaçador;
» aplicação do selante de silicone na unidade de vidro duplo, assegurando um bom
contato do produto com os vidros.
V - REPARO DE FALHAS
A reparação de falhas de selantes em obras já executadas requer a identificação dos
tipos de selante e substrato existentes nas juntas, a análise do tipo de falhas (se adesivas
ou coesivas ou se causadas por movimento excessivo nas juntas), a verificação da
compatibilidade entre selantes e substrato e, por fim, a escolha do selante adequado para
a substituição. A partir desse diagnóstico é possível fazer o reparo, com as seguintes
opções:
• remoção e substituição do selante: o selante com falhas deve ser removido e as
superfícies limpas, o que pode resultar em um procedimento difícil. Em alguns casos é
necessário o uso de uma lâmina para remover o selante por completo. Esta solução é
segura se a reparação for feita corretamente e com o selante adequado;
• aplicação sobreposta de um selante sobre camada de selante falho: indicada para casos
em que ocorreu falha de um selante em fundo de junta. Ao invés da retirada do silicone
velho, colocar uma camada antiaderente (como um filme de polietileno), e aplicar nova
camada de silicone para nova vedação. Este processo oferece uma superfície única com
relevos, apresenta mais movimento nas juntas (+100%, -50%) e é compatível com uma
variedade de substratos. Além disso, o silicone elastomérico proporciona grande
durabilidade de serviço na obra. Não é necessário remover o selante falhado antes da
aplicação;
• uso de fita para vedação: para sua aplicação, não é preciso remover o selante falhado e
fazer a limpeza necessária, porém difícil, ao substituí-lo. Apresenta melhor adesão às
superfícies originais e descontaminadas. Por ser mais larga, a vedação permite maior
movimento, embora requeira, exatamente por esse motivo, atenção especial à aparência
e detalhes das juntas;
• falhas coesivas ou adesivas no substrato: quando aplicado sobre um substrato não
preparado adequadamente, o silicone pode permanecer intato, durante a movimentação
da junta, rompendo o substrato. Isso ocorre, por exemplo, no caso de superfícies de
concreto ou de estruturas metálicas submetidas a pintura com produtos não adequados.
No caso de rompimento do concreto, recomenda-se retirar o selante e recompor o
substrato com uma resina epóxi, aplicando, em seguida, nova camada de silicone. Para
estrutura metálica recomenda-se um bom lixamento da superfície das peças,
submetendo-as a tratamento anticorrosivo. A seguir, aplicar tinta de grande aderência e
resistência aos raios ultravioletas e aos agentes atmosféricos (à base de poliuretano ou,
preferencialmente, epóxi).
VI - DIMENSIONAMENTO DAS JUNTAS
Existem dois tipos de juntas a se considerar: a estática (não se movimenta), e a
dinâmica, que sofre movimentos de tensão e compressão. A capacidade de
movimentação das juntas deve estar ligada ao grau de movimentação do substrato, que
indicará o módulo de elasticidade do silicone. Para um substrato de muita
movimentação, usa-se silicone de módulo mais baixo. Quando, ao contrário, a exigência
é de fixação ou colagem, usa-se silicone de módulo mais alto (o módulo de elasticidade
é a capacidade que tem o selante de expandir a 100% sem ruptura).
Outra solução importante para impedir o rompimento do silicone é evitar a adesão de
três lados. Obtém-se a otimização de um selante com adesão nos dois lados opostos. Se
houver um terceiro ponto de adesão, o esforço poderá provocar fissura no selante. Para
evitar que isso ocorra, isola-se o terceiro ponto de adesão com um filme de polietileno,
usando-se filme ou espuma de polietileno.
Fonte: G & E Silicones do Brasil - Revista Finestra Brasil - ano 4 - nº 14.
APLICAÇÃO DE SYNTEKO
Também conhecido como "creeping", afastamento ou abertura, o olho-de-peixe é uma
pequena depressão arredondada (cratera) que se forma na película aplicada,
conseqüência de uma rejeição do produto por contaminação da madeira, e que confere à
aplicação um aspecto não homogêneo, facilmente identificado.
O olho-de-peixe pode ser causado por vários fatores, dentre os quais podemos citar:
• a excessiva oleosidade natural de certos tipos de madeira, como, por exemplo,
Cabriúva, Bálsamo, Itaúba, Jatobá e Imbuia, oleosidade essa incompatível com a
película formada pelo Synteko;
• a utilização de óleos para facilitar o lixamento, prática não recomendada, pois os óleos
não são compatíveis com a película formada pelo Synteko;
• algumas madeiras tratadas com produtos de base oleosa, como fungicidas e
cupinicidas;
• alguns pisos velhos, apresentando ceras impregnadas que, mesmo após o lixamento,
podem conter resíduos que ocasionam o olho-de-peixe;
• intervalos longos entre uma demão e outra de Synteko (recomenda-se que não sejam
superiores a 24 horas).
Para evitar que ocorra a formação de olho-de-peixe, sugere-se a adoção das seguintes
medidas:
• inicialmente, é preciso lixar criteriosamente o piso; no caso de tacos, limpar
cuidadosamente as juntas, removendo todo o calafeto antigo e resíduos de ceras;
• depois de concluídos o lixamento e a limpeza, aplicar quatro queimadas de Super
Synteko + 20% de Catalisador ORT com rodo de borracha, sendo que estas demãos não
podem ser espessas (obedecer um rendimento de 30 a 40 m²/kg de Mistura Synteko +
Catalisador ORT), lixando-se apenas após a 2a e a 4
a queimadas;
• finalmente, aplicar uma demão de Super Synteko + 20% de Catalisador ORT com
escova, para dar o acabamento.
Recomenda-se diminuir ao máximo o intervalo entre as aplicações, o que pode ajudar
muito na eliminação do olho-de-peixe.
Fonte: Catálogo Synteko.
APLICAÇÃO DE TEXTURAS NO REVESTIMENTO
Quando se deseja aplicar texturas no revestimento, não é necessário utilizar o processo
normal de passar massa fina e massa corrida; para baratear a mão-de-obra e o material, a
textura pode ser aplicada diretamente sobre o reboco, o que pode reduzir em até 50% o
custo final.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jul/98.
AQUISIÇÃO DO SEGUNDO IMÓVEL
No Brasil, os meses de janeiro e fevereiro são propícios para se avaliar bem imóveis à
beira-mar ou no campo. Em algumas regiões é epoca de chuvas, o que permite checar
sem disfarces problemas de umidade (se, por exemplo, o trabalho de impermeabilização
das fundações de uma casa não foi bem feito, é provável que o solo encharcado
provoque manchas no rodapé). E, no país inteiro, os primeiros meses do ano são
ensolarados e luminosos, o que, sem dúvida, ajuda na exigência de um imóvel arejado,
com bom planejamento de ventilação e distribuição dos ambientes, para não correr o
risco de efeito estufa no verão e do efeito geladeira no inverno (quartos voltados para o
Norte, por exemplo, mantêm-se frescos nos dias quentes e mais aquecidos nos dias
frios).
Estas observações têm peso de ouro como garantia de um bom negócio. Em linhas
gerais, entretanto, o melhor conselho é jamais comprar um imóvel por impulso,
deixando-se levar por paixão à primeira vista. Além de gostar da casa ou do
apartamento em questão, deve-se avaliar bem sua localização e as condições do imóvel
(pesando os gastos com documentação e uma possível reforma). Antes de decidir pela
compra, é fundamental checar alguns itens importantes:
• idade do imóvel - esse fator deve ser levado em conta não apenas pelo estado da casa
ou do apartamento mas também por certos confortos de hoje em dia que, há quinze ou
vinte anos, não estavam previstos pelas construtoras, como circuitos elétricos
suficientes para lavadora de louça, forno microondas, aparelhos de ar condicionado,
sistemas de alarme e, entre outros equipamentos, antena parabólica, em caso de local
onde a TV não alcança boa sintonia;
• maresia - numa casa de praia, é este o maior problema, principalmente quando o
imóvel é localizado à beira-mar. É praticamente impossível evitar o desgaste acelerado
de ferragens, por isso deve-se avaliar o estado de portões, trincos, dobradiças, etc. Com
boa manutenção podem durar por muitos anos. A instalação hidráulica também merece
vistoria. Devido à corrosão, os metais de banheiro, como torneiras e válvulas, podem
estar pedindo substituição. Abrir várias torneiras ao mesmo tempo pode permitir
identificar se a pressão permanece forte e contínua. A coloração da água que sai das
torneiras, se tiver um tom ferrugem, é sinal de que os canos estão velhos, corroídos e
precisam ser trocados;
• fundações - atenção para as rachaduras: se forem horizontais e próximas ao teto, não
são motivo para alarme. Serão problemáticas, entretanto, caso se localizem próximo às
janelas, quase sempre resultado de falhas na sua colocação, podendo gerar infiltrações,
ou junto às bases das paredes;
• telhado - observar a amarração das telhas aos sarrafos, sabendo ainda que o material
ideal em regiões litorâneas é o fio de aço inoxidável, já que até mesmo o fio de cobre
sofre a ação do sal da maresia. Quanto ao madeiramento, deve-se verificar se não há
ataque de brocas ou cupins, reparando se não há montinhos de pó junto às portas e nos
cantos, no chão;
• teto e paredes - verificar se há manchas de umidade. Perto de banheiros e janelas
podem indicar infiltração (em se tratando de apartamento, convém verificar o vizinho
do andar inferior, em busca de possíveis vazamentos). Se o forro for oco, sinal de que é
estuque, certamente trata-se de um imóvel antigo. Tem vantagem de oferecer maior
isolamento térmico, porém é mais frágil, podendo até facilitar a entrada de ladrões na
casa. E, com o tempo, surgem fissuras neste tipo de forro, resultando numa aparência de
casa velha;
• portas e janelas - conferir se as janelas fecham e abrem com facilidade, sem riscos de
empenar ou deixar frestas. Observar ainda o estado das esquadrias, lembrando que o
melhor material em casas de praia é o alumínio, que não enferruja. Quanto às portas,
abrir e fechar cada uma delas, para checar possíveis empenamentos ou folgas de
maçanetas e molas que não funcionem;
• água e esgoto - é bom verificar o tamanho da caixa d'água. E mais: de onde vem a
água para abastecer a casa, se existe poço e se a água é saudável. O tamanho da fossa
também é importante, para evitar a solicitação constante do serviço de limpeza. Outro
item a considerar é a localização da fossa, que deve estar longe da fonte de água limpa;
• piscinas - atenção ao rejuntamento dos azulejos: com o tempo, ele vai se soltando.
Não se esquecer de checar o estado de bombas, filtros e tubulação, além da iluminação
do local, inclusive a subaquática, se for o caso;
• casa de campo - exceto a maresia, os demais problemas precisam ser verificados
também numa casa de campo, que tem ainda certas especificidades. Caso esteja em
terreno acidentado, por exemplo, pode ocasionar transtornos com as águas da chuva.
Vale conferir ainda se não há inundações de córregos próximos à propriedade. Telhado
sem captação é outro indício de problemas futuros no piso externo, exigindo calçamento
para captação de águas pluviais (sem isso, a chuva contínua danifica o solo e
conseqüentemente, as paredes vão ganhar umidade). De toda forma, seja escolhendo
uma casa de campo, de praia ou apartamento, a providência mais segura é contar com os
olhos atentos de um engenheiro civil ou arquiteto, profissionais com conhecimento
suficiente para checar corretamente eventuais problemas do imóvel. Com um bom
diagnóstico, é possível ter uma previsão de gastos numa reforma, se for necessário, ou
até mesmo bons argumentos para obter um desconto na negociação.
Outra questão que merece atenção é a documentação do imóvel. Por ocasião da entrega
do sinal, o vendedor precisa apresentar o documento de propriedade, estabelecendo um
prazo para a passagem da documentação completa. Deve-se ainda atentar:
• para a verificação da situação do imóvel, através da solicitação de uma certidão
vintenária no cartório de registro de imóveis do município. Normalmente, ela demora
cinco dias úteis e deverá vir com negativa de ônus e alienações;
• para a situação de vendedor (e, se for casado, também do cônjuge), através de
solicitação de certidões nos cartórios de protesto e nos cartórios distribuidores cíveis no
Fórum do município e na Justiça Federal. Caso o proprietário não more no município
onde se localiza o imóvel, deve-se solicitar certidão negativa também na comarca onde
se localiza seu domicílio;
• para a obtenção de certidões municipais, verificando se não há pendências de dívidas
de impostos e riscos de desapropriação (como, por exemplo, planos da prefeitura de
abrir uma avenida no local do imóvel). Para isso, deve-se requerer uma certidão
negativa do IPTU, na Secretaria de Finanças da prefeitura local;
• no caso de pessoa jurídica, ela deverá apresentar contrato social, certidão negativa de
débito do INSS e certidão negativa da Receita Federal relativa ao Finsocial;
• se o negócio envolver transferência de financiamento, deve-se requerer também
certidão negativa do agente financeiro, dos cartórios distribuidores do Fórum e da
Justiça Federal;
• para a obtenção da escritura, é necessário ter o contrato de compra e venda. Na
ocasião, deve-se pagar o Imposto sobre Transmissão de Imóveis, cujo valor varia de um
município para outro. A transferência do IPTU ocorre após a lavratura da escritura e do
registro em cartório do imóvel adquirido.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jan/93.
AQUISIÇÃO E APLICAÇÃO DE REVESTIMENTOS
CERÂMICOS
Antes de escolher um revestimento cerâmico, devem-se levar em consideração alguns
itens, tais como:
• se ele tem qualidade, garantia de entrega e atendimento técnico da fábrica;
• local de aplicação e uso do ambiente: piso ou parede, área comercial, residencial ou
industrial;
• tipo de trânsito no local: pessoas, veículos, mobília comumente arrastada;
• umidade no local;
• metragem do local (m²), para o cálculo da quantidade de peças necessárias (lembrando
sempre de adquirir uma pequena quantidade extra, para possíveis substituições futuras);
• tamanho, tonalidade e índice PEI (ver glossário).
Ao receber o material, deve-se conferir se ele corresponde ao do pedido, analisando o
lote, tamanho, tonalidade e índice PEI.
Na hora de assentar o revestimento, este deve ser feito em duas etapas:
» preparação do contrapiso com mistura de impermeabilizante para evitar umidade
ascendente do solo, causando a eflorescência de sais minerais, aguardando-se uns 20
dias para que a superfície esteja completamente seca. O revestimento não deve ser
assentado sobre o contrapiso úmido, empoeirado ou sujo de tinta, cola, graxa, óleo ou
outra substância que prejudique a aderência;
» o assentamento, para o qual existem dois processos: o tradicional, com uso de
cimento, pedra e areia, ou o mais moderno, com argamassas colantes ou colas especiais,
mais eficiente e rápido, onde não há necessidade de deixar as placas de "molho",
imergindo-as em água.
Deve ser escolhida mão de obra profissional (se possível, verificar serviços anteriores,
se o assentamento apresenta bom alinhamento, com uso de juntas de dilatação e
utilização de ferramentas adequadas).
O assentamento deve ser iniciado pelas paredes e terminado pelo piso. A argamassa
deve ser espalhada com desempenadeira denteada, em camadas de 7 a 10 mm; deve ser
deixado espaço entre uma peça e outra, necessário para formar a junta de dilatação,
cujas dimensões normalmente estão identificadas na embalagem do produto.
O rejuntamento, feito com uma calda de cimento puro e água ou com rejuntes especiais
coloridos, impermeáveis e outros disponíveis no mercado, deve ser feito 48 horas
depois do assentamento das peças (tempo suficiente para que a umidade excessiva entre
a peça e o piso tenha secado). No caso de peças cerâmicas com textura rústica ou
porosa, passar uma camada de cera incolor em pasta ou óleo diesel sobre elas,
protegendo sua superfície.
Não devem ser utilizados ácidos ou quaisquer outros produtos químicos para limpar
placas cerâmicas ou rejuntes.
Fonte: Manual de Instrução para Compra e Assentamento de Revestimentos
Chiarelli.
ASSENTAMENTO DE PASTILHAS DE PORCELANA EM
PISCINAS
As piscinas podem ter diversos formatos e construídas enterradas ou elevadas. A
estrutura (tanque) deve estar baseada em projeto construtivo realizado por profissional
responsável e deve ser executada de acordo com as normas indicadas pela NBR ABNT
9818.
Dependendo das dimensões da piscina e da solicitação da base, é recomendável elaborar
um projeto de impermeabilização, a ser executado por empresa e profissional do ramo.
Normalmente são realizadas dois tipos de impermeabilizações:
• rígida: revestimento com argamassa de areia, cimento Portland e aditivo
impermeabilizante. A sua impermeabilidade depende diretamente do tipo de traço
utilizado, do emprego de uma areia (recomenda-se que seja lavada) de granulometria
entre 0 a 3 mm, isenta de substâncias orgânicas e materiais argilosos, e da adição de um
aditivo impermeabilizante.
O traço será de 1:3 para pressões de até 20 m de coluna de água e de 1:2 para pressões
superiores. A espessura mínima da argamassa será de 3 cm, com a aplicação feita em
camadas sucessivas de 1 cm.
• flexível: sugere-se que sua execução seja feita de acordo com as duas etapas abaixo:
a) aplicar primer asfáltico, com asfalto puro diluído em um veículo derivado do
petróleo. Deve ser evitado o uso da emulsão asfáltica, pois a existência de cargas sobre
este material poderá prejudicar o seu desempenho. Após a aplicação do primer, esperar
um tempo mínimo de 8 horas para iniciar a etapa seguinte.
b) pode-se aplicar manta asfáltica com filme de polietileno do lado interno e areia do
lado externo. Se for utilizada manta asfáltica com polietileno dos dois lados, é
recomendável queimar o lado externo com maçarico e pulverizar areia fina e seca para
maior aderência e proteção. Cuidar para que haja perfeita aderência entre as mantas,
usando, no mínimo, 10 cm de sobreposição entre elas. Pode-se também utilizar
mantas que já vêm com uma face chapiscada com areia.
Antes de executar o revestimento, deve ser feito teste de estanqueidade do tanque.
Para a execução da camada de regularização e proteção mecânica, recomenda-se traço
1:4 ou 1:5 de volume, com cimento e areia média, aplicada sobre a impermeabilização
rígida ou flexível com a finalidade de proteção mecânica e regularização para receber o
revestimento de pastilhas de porcelana. Recomenda-se o uso de chapisco aditivado
sobre a impermeabilização para obtenção de aderência adequada, com planura nas
paredes e fundo da piscina. Este, por sua vez, deve ter caimento de 0,5 a 1% para os
ralos.
A espessura da camada de regularização, nas paredes, deve seguir a norma NBR 7200
ou NBR 13755 e NBR 13753, não ultrapassando 2,5 cm.
O revestimento em pastilhas de porcelana deve ser executado após 14 dias, pelo menos,
da aplicação da camada de regularização. Deve ser iniciado pelas paredes e finalizado
pelo piso. Em piscinas com formato retangulares, o alinhamento das juntas das paredes
e piso valoriza o revestimento final.
Deve-se, inicialmente, marcar o local da aplicação com linhas verticais e horizontais
para manter o prumo e o nível. Marcar na parede a altura e a largura de uma placa de
pastilha. Nivelar e aprumar, guiando-se pelas linhas, da esquerda para a direita e de
cima para baixo. Com o lado liso da desempenadeira metálica, espalhar uma camada de
argamassa colante sobre a camada de regularização; em seguida, com o lado denteado
da desempenadeira metálica, fazer sulcos com aproximadamente 5 mm de espessura.
Caso a argamassa colante escolhida seja do tipo que também pode ser utilizada para
rejuntamento, ele deve ser feito antes da aplicação das pastilhas. Não utilizar material de
rejuntamento que já começou a endurecer.
As placas devem ser aplicadas sobre a argamassa estendida, fazendo pressão com as
mãos e batendo levemente com um martelo de borracha.
A remoção do papel e da cola requer a preparação de uma solução removedora
utilizando-se 250 g de soda cáustica em escamas para 5 litros de água. Molhar com
bastante água limpa o papel das placas de pastilhas já aplicadas, passar a solução de
soda no papel com a broxa voltada para baixo, esfregando levemente, e aguardar 5
minutos. Retirar o papel com o auxílio da ponta da colher. Para retirar o excesso de cola
da superfície, utilizar uma broxa úmida e logo após lavar a placa com bastante água e o
auxílio de uma esponja.
Com o auxílio de um rodo ou de uma desempenadeira de borracha, completar o
rejuntamento em toda a superfície pastilhada. As juntas poderão ser frisadas ou
palitadas, se necessário. Após aproximadamente 15 minutos do término do
rejuntamento, retirar o excesso do material com uma esponja úmida de água. Após a
secagem, fazer o acabamento com estopa seca.
Sete dias após completado o processo, a piscina pode ser enchida.
Fonte: Boletim SENAI.
ASSENTAMENTO DE PEÇAS DE VIDRO
Para assentar tijolos, placas e venezianas de vidro, a massa a ser utilizada deve ter a
seguinte composição:
» 3 partes de areia média
» 1/2 parte de água
» 1 parte de cimento
Deve ser mantida uma junta de dilatação de 10 mm entre as peças.
Nas venezianas, usar massa somente nas laterais.
Nunca encostar vidro com vidro nos tijolos e placas.
Fonte: Ibravir - Ind. Brasileira de Vidros e Refratários Ltda.
BARREIRA QUÍMICA CONTRA CUPINS
Coloca-se, em volta de todo o terreno, tubos de PVC com pequenas perfurações, em
módulos de 3 m, instalados abaixo do nível do contrapiso.
A cada módulo é acoplado um tubo vertical, por cuja abertura é despejado o líquido
descupinizante, na proporção de 6 litros/metro linear.
O tratamento deve ser repetido anualmente.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jan/99.
BROCAS E CUPINS
• Cupins de madeira seca - O ninho é localizado totalmente dentro de uma peça de
madeira, que pode ser um móvel, moldura, batente, rodapé, estrutura de telhado, miolo
das portas e forro. O ataque pode ser descoberto pelos grãos que se acumulam junto à
peça atacada (é muito difícil perceber o ataque pela superfície externa da peça). Para
prevenir o ataque, as peças de madeira devem ser protegidas com a aplicação de um
produto contra cupins (Ex: Pentox Super) em todas as superfícies, antes de serem
colocadas na construção. Em peças já instaladas, o produto pode ser utilizado em todas
as superfícies acessíveis, mesmo que seja necessário abrir perfurações com brocas finas.
Caso já haja infestação, e não havendo comprometimento da estrutura, fazer pequenos
furos ao longo da peça e injetar o produto.
• Cupins subterrâneos - O ninho pode estar localizado sob o solo ou acima dele. São
construídos com terra. Para prevenção, antes de adquirir um imóvel, verificar na
vizinhança se há incidência de cupins. Em caso de dúvida, executar um tratamento
químico de solo com uma empresa especializada. Antes de serem aplicadas, as peças de
madeira devem receber tratamento com o produto. O combate ao cupim subterrâneo é
mais difícil e deve ser orientado por um especialista. É recomendado um diagnóstico
detalhado ao menor sinal de ataque, que pode ser identificado pela presença de terra em
caixas de força, armários de pia, conduítes ou em qualquer espaço escondido.
• Brocas - As brocas atacam móveis, molduras, batentes, estruturas e livros. Na sua fase
larval, destróem a madeira perfurando grandes extensões de galerias. O ataque pode ser
identificado pelo depósito de pó próximo de orifícios. Para prevenção, aplicar um
produto contra brocas (Ex: Pentox Super) em todas as superfícies de peças de madeira
antes da construção, utilizando pincéis ou mergulhando as peças para maior proteção.
Caso a peça já esteja atacada, injetar cuidadosamente o produto e pincelar por toda a
extensão da peça, observandor por uma semana; se o ataque persistir, reaplicar o
produto.
Fonte: Catálogo Super Dicas Montana Química.
CACTOS
Os cactos necessitam de sol e odeiam umidade. Conhecendo isso, já se sabe o mais
importante sobre essas plantas de formas e tamanhos tão diferentes (variam de 2 cm a
15 cm de altura), pertencentes à família das Cactaceae, originária da América do Norte.
O nome deriva do grego Káktos, que significa planta espinhuda - afinal, essa espécie é
cheia de espinhos e pêlos em seus caules carnudos e cheios de água.
Apesar do habitat original desértico, os cactos vão bem em climas amenos, e deve ser
plantado em solo árido, uma mistura de areia e terra, e em local com luz direta e pouca
água.
Como algumas espécies menores podem não se adaptar ao solo para onde forem
transplantadas, é melhor plantá-las no jardim mantendo-as dentro dos vasinhos em que
estiverem, especialmente se forem cactos enxertados.
A montagem do jardim de cactos deve seguir o roteiro abaixo:
• preparação do local - escolher um canto com pequeno declive. Se não houver, podem-
se amontoar algumas pedras ou formar montinhos de terra, para drenar bem a água. O
solo ideal é obtido com a mistura de partes iguais de areia, terra local e adubo orgânico
(humus de minhoca, torta de mamona ou esterco animal). Revolver bem o solo tratado,
cobri-lo com plástico e deixá-lo curtir por trinta dias. Observar que a camada tratada
tenha pelo menos 50 cm de profundidade.
• plantio das mudas - a melhor época é entre o fim do outono e o início da primavera,
quando as chuvas diminuem. Começar pelo fundo do jardim, plantando as mudas
maiores, depois passar para as de porte médio e, finalmente, as menores. As covas
defem ter o tamanho que abrigue as raízes.
• cuidados finais - colocar seixos rolados, pedriscos ou uma camada de areia ao redor
das plantas - além de fazerem o acabamento, esses materiais protegem os caules. As
regas, no primeiro mês, devem ser feitas duas vezes por semana; depois disso, só
quando a ausência de chuva for longa.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jun/97.
CAIXAS D'ÁGUA
Do fibrocimento aos plásticos e aço inox, existem diferentes opções de reservatórios de
água. As principais características de cada material são:
FIBROCIMENTO OU CIMENTO-AMIANTO - a união da fibra do amianto com o
cimento forma uma rede resistente e compacta que se molda em diversas formas:
retangular, redonda ou cilíndrica. Entre as vantagens apontadas pelos fabricantes estão o
baixo custo, durabilidade e isolamento de luminosidade, além de permitir a instalação
dentro e fora da casa. As capacidades variam de 250 a 1.000 litros.
PLÁSTICO TIPO POLIETILENO - mais leve que o fibrocimento, é atóxico e
resistente a impactos. Porém, sua durabilidade diminui quando exposto às intempéries.
Alguns modelos recebem um aditivo para torná-los mais resistentes aos raios solares.
Suporta água em temperaturas de até 50ºC. As capacidades são de 310, 500 e 1.000
litros.
PLÁSTICO TIPO POLIPROPILENO - atóxico e leve, o polipropileno é um plástico
mais delicado que o polietileno. Para ser usado como reservatório, deve ser do tipo alto
impacto, ou seja, receber um aditivo para torná-lo mais resistente. Pode ser utilizado
para água quente, desde que seja instalado em lugar fechado. As capacidades são de
350, 475 e 1.000 litros.
SMC - uma mistura de plástico e fibra de vidro, este material é semelhante aos
utilizados em piscinas e reservatórios de grande capacidade. Reúne as vantagens da
resina plástica com a alta resistência da fibra de vidro. Não é poroso, facilitando a
limpeza, uma vez que não absorve sujeiras. As capacidades são de 250, 500 e 1.000
litros.
AÇO INOXIDÁVEL - o material não libera substâncias corrosivas, tem alta
durabilidade e suas paredes lisas não acumulam sujeira, o que o torna muito eficiente
para este uso. O material utilizado normalmente é o aço inox 304, capaz de suportar
altos índices de poluição. Uma desvantagem é o preço, o mais caro do mercado. As
capacidades são de 500, 1.000, 1.700, 3.000 e 5.000 litros.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - dez/95.
CAMINHO DE PEDRAS
Revestimento feito com o assentamento de seixos, é um trabalho demorado (um bom
pedreiro gasta um dia inteiro, no mínimo, para cobrir 6 m²), pois as pedras tem de ser
colocadas com capricho, uma a uma.
A execução deve ser iniciada através da marcação, com sarrafos, dos limites do piso; em
seguida, o solo é compactado e coloca-se uma camada de 5 cm de concreto de
consistência pastosa, trabalhando meio metro por vez; espetar os seixos até a metade de
seu comprimento, bem próximos uns dos outros, nivelando-os com desempenadeira.
Não é necessário rejuntar; com o tempo, a poeira acumula sobre o cimento e cria uma
pátina.
A limpeza da sujeira grossa é feita com uma vassoura de piaçava.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jul/98.
CANTEIROS EM ESCADA
No ângulo de cada degrau, deixar uma faixa de terra de 10 cm.
Após retirar os restos de material de construção e afofar a terra, os canteiros devem ser
adubados com uma mistura de terra vegetal e esterco de boi curtido.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção – dez/98.
CARPETES DE MADEIRA
Os carpetes de madeira normalmente são produzidos em compensados de jacarandá,
jatobá, tauari, ipê e cerejeira imperial, espécies cujos veios apresentam grande beleza.
São encontrados no mercado nas espessuras de 2,5, 4,0 e 7 mm.
A madeira utilizada passa por um tratamento prévio. Inicialmente, a tora é desbastada, a
casca retirada é cortada em blocos e cozida. Em seguida, as peças são laminadas em
espessura de 1,5 a 2,0 mm e levadas à estufa para secagem. A seguir, é feito um
tratamento à base de inseticida contra cupins e fungos, e só então as lâminas são coladas
e depois prensadas. Entre a capa e a base é colocada uma sucessão de camadas de
madeiras consideradas menos nobres. Ao sair da prensa, a madeira é lixada e cortada.
Como impermeabilização, as réguas recebem duas camadas de selador e são levadas ao
forno ultravioleta. Por fim, é feito o acabamento em verniz acrílico importado, seguido
por uma secagem no forno.
Dependendo de sua espessura, o carpete de madeira pode ser colado (2,5 e 4,0 mm) ou
encaixado pelo sistema macho-e-fêmea (7,0 mm). As empresas associadas na venda
deste material geralmente não se responsabilizam pela aplicação do carpete sobre outro
tipo de piso que não seja o de cimento bem nivelado. A única exceção é para o carpete
flutuante de 7 mm, que pode ser aplicado sobre tacos. Sua instalação requer cimentados
ou tacos revestidos por uma manta de poliuretano, que também funciona como isolante
contra umidade. Para os demais carpetes, o indicado é preparar o contrapiso com uma
argamassa a fim de corrigir as possíveis imperfeições. Em seguida, é aconselhável
passar uma cobertura de cimento para deixá-lo totalmente liso. O tempo de secagem
deve ser de três dias. Só então se pode colar o carpete de 2,5 ou 4,0 mm, ambos com o
rodapé também colado, ou fixar o de 7,0 mm, com rodapé parafusado na parede.
Para que o produto tenha uma vida útil mais longa, é recomendável a aplicação em
locais onde o tráfego de pessoas é leve, como salas ou bibliotecas. O consumidor
também tem a opção do tipo de desenho que será aplicado no ambiente. Porém, no caso
de colocá-los em diagonal, a metragem necessária pode se elevar em até 20% em
relação à aplicação em linha reta (devido ao desperdício de material que ocorre nesse
tipo de aplicação, uma vez que as réguas são cortadas, resultando em pedaços
inaproveitáveis). Também o aumento do tempo médio de colocação, que costuma ser de
70 m² por dia, desde que o imóvel esteja completamente, faz com que o custo da mão-
de-obra seja maior. Os rodapés, com opções de modelos e tamanhos, e os arremates,
como as chapas, usadas para evitar empenamentos e ligar o carpete a outros pisos,
normalmente não estão inclusos no preço.
Com acabamento final em verniz acetinado ou fosco, a manutenção do carpete de
madeira é bem simples, bastando apenas um pano umidecido com álcool para limpá-lo e
conservá-lo bonito. Porém, alguns pontos devem ser levados em consideração:
• deve-se escolher bem a revenda para que não haja problemas posteriores como falta ou
excesso de cola na instalação, contrapisos frágeis ou irregulares e ausência de espaço na
dilatação;
• os pés dos móveis devem estar protegidos com feltro para evitar riscos;
• nunca se deve instalar o carpete de madeira em locais que tenha muita umidade;
• também é conveniente evitar sapatos altos e finos que costumam marcar o piso;
• limpar imediatamente sempre que cair líquidos;
• não deve ser instalado em locais onde haja incidência direta do sol;
• não colocar objetos muito pesados, como cofres, sobre o produto;
• produtos químicos, como solventes e ácidos, danificam o material.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - mar/94.
CHURRASQUEIRAS
Antes de mais nada, a churrascada exige espaço adequado e um equipamento eficiente.
Eficiência, nesse caso, significa capacidade de suprir a demanda de serviço associada a
um ótimo preparo de carne.
O ideal é que o grelhado, seja de carne de boi, porco ou frango, fique macio e suculento.
Isso só é obtido quando o calor é produzido por brasas, e não por chamas, que tostam a
carne por fora e a deixam crua por dento. Quando dimensionada corretamente, além do
óbvio prazer gastronômico, a churrasqueira oferece economia de tempo e carvão.
O bom funcionamento de uma churrasqueira depende
diretamente de dimensões adequadas ao uso. Os
modelos mais utilizados são os pequenos, com 120 cm
de comprimento, 80 cm de profundidade, 160 cm de
altura e coifa de 120 cm de comprimento por 60 cm
de altura. Há uma opção ainda menor, com 100 cm de
comprimento, 80 cm de profundidade e coifa com 100
cm de comprimento e 60 cm de altura, ideal para
espaços reduzidos e famílias pequenas.
A distância entre a carne e as brasas depende do
carvão. Quanto maior a quantidade, mais longe devem
ficar os alimentos. Assim, as modernas churrasqueiras
vêm com a possibilidade de controlar a altura da
grelha, por meio de sistemas de graduação, na forma
de prateleiras reguláveis ou a partir de manivelas e
correntes.
Os modelos pré-fabricados, para revestimento em
alvenaria, seguem alguns padrões de tamanho, como a
capacidade da grelha, relativa à quantidade de pessoas
a ser atendida. As menores costumam comportar
grelhas de 60 cm de comprimento por 35 cm de
largura e as maiores, 90 por 45 cm.
Em alvenaria ou pré-fabricada, a montagem de um churrasqueira, todavia, exige alguns
complementos. Primeiro, uma cobertura, mesmo num local ao ar livre - uma boa idéia é
o quiosque -, para proteção contra o mau tempo. Ao lado, deve-se prever a instalação de
uma bancada e de uma pia, sob as quais possam se guardar carvão, sal e temperos.
Pontos de água e luz são tão indispensáveis quanto facões e espetos.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - abr/93.
CIMENTO QUEIMADO
Inicialmente, é necessário preparar um contrapiso com argamassa de areia, cimento
(proporção 5:1) e água suficiente para a massa ficar macia. Depois, aplica-se uma
"nata", ou seja, mistura de cimento branco estrutural com água, sobre a base já nivelada.
A nata é regularizada e queimada com desempenadeira de aço, em movimentos
circulares. Após a secagem, o piso é polido manualmente com lixa fina e lavado com
água e sabão de côco.
Para dar brilho e impermeabilizar, é necessário passar, no mínimo, seis demãos de cera
incolor.
O resultado é um piso com pequenas ranhuras, com aspecto rústico. Para um
acabamento uniforme, é necessário usar juntas de dilatação de madeira ou de plástico.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - mai/96.
AQUISIÇÃO E APLICAÇÃO DE REVESTIMENTOS
CERÂMICOS
Antes de escolher um revestimento cerâmico, devem-se levar em consideração alguns
itens, tais como:
• se ele tem qualidade, garantia de entrega e atendimento técnico da fábrica;
• local de aplicação e uso do ambiente: piso ou parede, área comercial, residencial ou
industrial;
• tipo de trânsito no local: pessoas, veículos, mobília comumente arrastada;
• umidade no local;
• metragem do local (m²), para o cálculo da quantidade de peças necessárias (lembrando
sempre de adquirir uma pequena quantidade extra, para possíveis substituições futuras);
• tamanho, tonalidade e índice PEI (ver glossário).
Ao receber o material, deve-se conferir se ele corresponde ao do pedido, analisando o
lote, tamanho, tonalidade e índice PEI.
Na hora de assentar o revestimento, este deve ser feito em duas etapas:
» preparação do contrapiso com mistura de impermeabilizante para evitar umidade
ascendente do solo, causando a eflorescência de sais minerais, aguardando-se uns 20
dias para que a superfície esteja completamente seca. O revestimento não deve ser
assentado sobre o contrapiso úmido, empoeirado ou sujo de tinta, cola, graxa, óleo ou
outra substância que prejudique a aderência;
» o assentamento, para o qual existem dois processos: o tradicional, com uso de
cimento, pedra e areia, ou o mais moderno, com argamassas colantes ou colas especiais,
mais eficiente e rápido, onde não há necessidade de deixar as placas de "molho",
imergindo-as em água.
Deve ser escolhida mão de obra profissional (se possível, verificar serviços anteriores,
se o assentamento apresenta bom alinhamento, com uso de juntas de dilatação e
utilização de ferramentas adequadas).
O assentamento deve ser iniciado pelas paredes e terminado pelo piso. A argamassa
deve ser espalhada com desempenadeira denteada, em camadas de 7 a 10 mm; deve ser
deixado espaço entre uma peça e outra, necessário para formar a junta de dilatação,
cujas dimensões normalmente estão identificadas na embalagem do produto.
O rejuntamento, feito com uma calda de cimento puro e água ou com rejuntes especiais
coloridos, impermeáveis e outros disponíveis no mercado, deve ser feito 48 horas
depois do assentamento das peças (tempo suficiente para que a umidade excessiva entre
a peça e o piso tenha secado). No caso de peças cerâmicas com textura rústica ou
porosa, passar uma camada de cera incolor em pasta ou óleo diesel sobre elas,
protegendo sua superfície.
Não devem ser utilizados ácidos ou quaisquer outros produtos químicos para limpar
placas cerâmicas ou rejuntes.
Fonte: Manual de Instrução para Compra e Assentamento de Revestimentos
Chiarelli.
COBERTURAS NATURAIS
Estabelecer um contato mais próximo com a natureza faz parte do estilo de vida atual,
que redescobriu a força da terra, os poderes das pedras e as importantíssimas
propriedades das plantas. Dentro desta nova e saudável concepção, a arquitetura oferece
possibilidades para resgatar formas mais simples e naturais de se viver, entre elas, as
coberturas naturais.
Optar por um revestimento natural para o telhado é uma forma de integrar a construção
à natureza. Muito solicitado para casas de praia ou de campo, ele aparece também em
regiões urbanas, cobrindo ambientes de lazer como varandas, quiosques, áreas de
churrasqueiras, ou mesmo a casa inteira. Para obter um bom resultado, recomenda-se o
uso de fibras tradicionais, como o sapé, a palha de santa fé, a piaçava e a palha de
coqueiro.
Num primeiro momento, pode parecer estranho que esse tipo de cobertura tão primitiva
realmente proteja contra a ação da chuva vento e do sol. Entretanto, em pouco tempo de
convivência ela mostra suas excelentes qualidades como isolante térmico e acústico. A
água da chuva também não atrapalha, desde que a estrutura do telhado tenha declividade
mínima em torno de 30 graus.
Uma das únicas desvantagens da cobertura natural é o seu tempo de vida, em média, de
três a quinze anos. Nos centros urbanos este fator é agravado pela poluição, obrigando a
trocas mais freqüentes da fibra. Deve-se estar atento ainda quanto à proliferação de
insetos como baratas, aranhas e cupins. Assim, por precaução, é preciso dedetizar o
local a cada seis meses. O risco de incêndio também é maior do que no telhado
revestido por telhas comuns. A única saída é instalar "splinders" (dispositivos para
irrigação), que mantêm a fibra úmida, retardando a ação do fogo. Aliás, quando a
cobertura natural for utilizada sobre churrasqueiras, recomenda-se construir uma
chaminé alta, coberta por um tubo de amianto ou tijolos.
Normalmente a cobertura natural é associada a uma arquitetura de tendências rústicas.
Mas ela pode ser combinada a outros estilos, conferindo um toque irreverente à casa. Se
a idéia é se aproximar o máximo da natureza, a estrutura do telhado deve ser de
madeira, de preferência aparente. Caso a construção esteja pronta e tenha telhado, é
possível colocar os caibros onde as fibras são presas sobre as telhas ou laje. O único
cuidado é observar a inclinação mínima da estrutura. A presença do forro é opcional e
deve atender às expectativas estéticas para os ambientes internos, já que o visual do
exterior está garantido.
Em todo o Brasil há empresas especializadas em coberturas naturais, mas poucas
trabalham com todos os tipos de fibras. A dificuldade acontece porque normalmente só
a mão-de-obra nativa da região de determinada folha ou palha tem know-how para
realizar uma cobertura perfeita. Por isso, é importante verificar se a empresa contratada
oferece essa garantia. Além disso, o auxílio de um arquiteto pode tornar o projeto mais
harmonioso, imprimindo a dose exata de natureza para abrigar os usuários.
AS FIBRAS IDEAIS E SUAS CARACTERÍSTICAS
• Piaçava - original do Nordeste, esta fibra é colhida quando amadurece. A parte mais
grossa é aproveitada para produzir vassouras e o restante é usado na confecção de
coberturas. A piaçava é trançada em ripas de madeira, presas em caibros a uma distância
de 17 cm uma das outras. A sobreposição das ripas compõe o visual interno da casa. Do
lado de fora, a piaçava é penteada e fica lisa. A espessura final é de 8 a 10 cm. Para cada
10 m² de cobertura são necessários 100 m de piaçava. O tempo médio de vida é de dez a
doze anos.
• Palha de Santa Fé - encontrada nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul,
proporciona a aparência de uma massa compacta e flexível. A palha é arranjada em
feixes de 30cm de comprimento, posteriormente presos com arame a ripas de 2,5x2,5
cm. Por sua vez, elas são pregadas aos caibros e separadas 20 cm uma das outras. A
espessura final da cobertura é de 20 cm. Quarenta feixes de 10 cm de diâmetro cobrem
1 m². Durabilidade: dez a quinze anos.
• Sapé - é natural de encostas e mais fácil de ser encontrado. Para compor a cobertura,
os feixes de sapé são amarrados com arame ao ripamento já pregado em caibros. O
efeito externo é semelhante ao da piaçava, com espessura de 10 a 15 cm. Cada metro
quadrado requer trinta feixes de sapé com 10 cm de diâmetro. Sua vida útil é de
aproximadamente três anos.
• Palha de coqueiro - também nativa dos estados do Norte e Nordeste, essa folha deve
ser dobrada e presa nos caibros com arames ou pregos, formando uma estrutura que
lembra um pente. Os pentes são sobrepostos um ao outro por cima da cobertura de
madeira, a partir das bordas. A durabilidade deste material está na faixa de dois a quatro
anos.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jan/93.
COLETORES SOLARES
• Direcionamento - voltados para o Norte.
• Telhados voltados para o Leste ou Oeste - instalação de estrutura sobre o telhado
(para adequar a orientação dos coletores solares) ou acréscimo de 25% da área de
coletores, compensando assim a menor insolação.
• Telhados voltados para o Sul - instalação de suportes contrários à inclinação do
telhado, reorientando os coletores para o Norte.
• Telhados com pouca inclinação - a inclinação considerada ideal corresponde à
latitude local + 10%, embora usualmente seja adotada a do próprio telhado. A
inclinação mínima recomendada é de 15%, o que talvez exija a colocação de suportes
no telhado para assegurar uma instalação adequada.
Fonte: Catálogo da Astrosol.
COLOCAÇÃO DE CALHAS
A instalação de calhas requer alguns cuidados:
• o espaçamento entre os suportes deve ser de 70 cm para calhas de PVC e 90 cm para
as metálicas, evitando-se assim que elas enverguem com o peso da chuva;
• a calha deve ter uma inclinação média de 5 mm para garantir a queda da água;
• o número de condutores ligados a ela deve ser calculado levando-se em conta a área
do telhado e a intensidade de chuvas na região. De forma geral, a cada 30 m² de telhado
deve corresponder um condutor.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção – jun/98.
COLOCAÇÃO DE VIDROTIL
O Vidrotil é um produto artesanal e feito sob encomenda; por essa razão, diferentes
lotes de fabricação apresentam variações de tonalidade.
É necessário verificar se a metragem comprada é suficiente para o seu projeto, evitando
que complementações posteriores ocasionem efeitos visuais indesejados e atrasos à
obra.
O Vidrotil é translúcido e a cor das tesselas é fortemente influenciada pela cor do
substrato, principalmente nas tonalidades claras. Essa influência da argamassa não é
notada no ato da colocação, mas apenas quando já ocorreu a secagem. Por isso,
recomenda-se o uso de argamassas claras para o Vidrotil em cores claras, e escuras para
Vidrotil em cores escuras, caso contrário os rejuntes ganham muito destaque.
Ao utilizar argamassa tradicional, à base de cimento, cal e areia, deve-se dar preferência
ao cimento branco. Anotar as proporções de cimento, cal hidratada e areia, para poder
repetir sempre a mesma formulação. Esse procedimento evita diferenças no substrato,
que irão influenciar a aparência final do Vidrotil. Os materiais da argamassa também
devem ser do mesmo lote, pois é comum haver diferenças de tonalidade de areia, por
exemplo.
Se a argamassa for à base de látex, usar sempre a mesma marca e lote.
O Vidrotil tem espessura variável; essa característica, resultante de sua produção
artesanal, deve ser neutralizada pela espessura da argamassa. Ao tato, a superfície do
Vidrotil colocado deve manter-se plana, sem saliência entre as tesselas, o que é
verificável no ato da colocação. Ao notar qualquer problema, reiniciar a operação
retirando e limpando o Vidrotil enquanto a argamassa está úmida.
O Vidrotil tem formato irregular, outra característica exclusiva que resulta da produção
artesanal. O sistema de colocação deve permitir pequenos deslocamentos laterais das
peças, de forma a criar unidade visual. Em nenhuma hipótese a superfície deve
apresentar o efeito plaqueado, que é visível já no momento em que o papel é retirado.
As tesselas do Vidrotil são impermeáveis. Para uma perfeita fixação, caso seja utilizado
o sistema de argamassa convencional, é imprescindível espalhar nata de cimento na face
posterior da folha do mosaico. Nunca deve ser utilizado caulim na composição dessa
argamassa. Se a opção for argamassa à base de látex, seguir as instruções do fabricante.
Cuidar para que a base de concreto ou alvenaria que receberá o Vidrotil esteja pronta no
mínimo 10 dias antes do assentamento, sem fissuras, partes soltas ou ôcas.
Ao utilizar argamassa convencional, evitar pisar sobre o mosaico aplicado durante os 3
primeiros dias de sua colocação, e, até 10 dias depois, utilizar tábuas para distribuir o
peso, caso seja necessário transitar pela área.
Manter úmida a superfície com o mosaico aplicado durante 6 a 10 dias, especialmente
em áreas expostas ao sol, como pisos, piscinas e paredes voltadas para o oeste. O
cimento precisa de água para a sua cura.
Assegurar-se da validade da argamassa após o preparo: as tradicionais podem ser
utilizadas até 2 horas depois de preparadas. Quanto às de látex, verificar as instruções de
utilização do fabricante, e nunca reaproveitar sobras de argamassas.
Fonte: Vidrotil Indústria e Comércio Ltda.
COMPOSIÇÃO DE ARGAMASSAS
Aplicação Cimento Cal Areia
Assentamento de tijolo comum e furado 1 2 8
Assentamento de blocos de concreto 1 0,5 8
Massa grossa para azulejos, ladrilhos,
cerâmica e pastilha 1 2 8
Massa fina para pintura - 1 4
Massa fina externa para pintura - 1 3
Piso cimentado 1 - 3
Contrapiso para ladrilhos 1 - 5
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - mai/94.
COMPOSIÇÕES COM TIJOLOS APARENTES
Fachada revestida com
tijolos inteiros formando a
junta amarração simples.
Nas arestas, surge o detalhe
formado pelo cruzamento
das peças.
Parede estrutural feita com
tijolos de demolição
formando a junta amarração
simples e ainda desenham
arcos sobrepostos, formados
pelas cabeças das peças.
Parede não estrutural, com
meio tijolo, na medida de
20x5x5 cm.
Parede estrutural com junta
amarração francesa com 22
cm de espessura. No arco e
na pingadeira, as cabeças
ficam na vertical, que se
projetam 5 cm a partir da
superfície.
Parede feita com meio tijolo
requeimado, formando a
junta amarração francesa.
Parede divisória com
alvenaria de tijolos
aparentes vermelhos. Nas
colunas, a junta amarração
simples com tijolos inteiros.
No rodapé e na moldura
superior, a junta a prumo na
vertical. E, no centro,
espaços vazados obtidos
com a junta amarração
simples.
No muro, as plaquetas de
revestimento de
22,5x10,5x3,5 cm formam a
junta espinha de peixe. Já
nas pingadeiras e nas
coluninhas, utilizou-se a
cabeça do tijolo na vertical.
A mistura das juntas a
prumo vertical e horizontal,
junto com os sulcos e
recortes em ângulo, dão
movimento ao muro,
revestido com tijolo na cor
palha.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - ago/95.
CONCRETO CELULAR
O concreto celular autoclavado é um produto constituído de cal, cimento, areia e pó de
alumínio (um agente expansor que funciona como fermento, fazendo a argamassa
crescer e ficar cheia de células de ar, tornando-a leve), além de água. Cortada em blocos
ou painéis, que vão para uma autoclave para cura, a argamassa dá origem ao silicato de
cálcio, composto com alta resistência à compressão e ao fogo e de ótimo desempenho
termoacústico.
Os blocos são utilizados para vedação de vãos e enchimento de lajes nervuradas, e os
painéis armados para paredes ou lajes. Também são encontrados blocos-canaletas para
vergas e contra-vergas (acabamento horizontal sobre ombreiras de porta ou janela). Por
ser leve, o produto é indicado principalmente para estruturas que não devem sofrer
sobrecargas.
É preciso estar atento aos custos. O valor do bloco de concreto celular é normalmente
mais alto que o de outros materiais (bloco de concreto ou cerâmicos), porém o preço
final da obra pode ser mais baixo: por serem mais leves e terem grandes dimensões, sua
colocação é mais rápida, permitindo economizar na mão-de-obra.
O concreto celular também dispensa certas etapas de revestimento, bastando aplicar
argamassa e pintar. No interior, é só fazer o mesmo ou colar os azulejos com argamassa
flexível diretamente sobre as paredes.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jul/96.
CONFORTO ACÚSTICO
O limite da intensidade de ruídos suportáveis durante o dia é regulamentado, e não deve
ultrapassar 70 dB. Numa edificação, não é só o ruído que vem de fora que pode
incomodar; o barulho interno também tem que ser levado em conta.
Essa é uma questão que deve ser considerada já na fase da escolha do terreno, atentando
se a região apresenta movimento intenso ou se há fontes de ruídos próximas, como
fábricas, por exemplo. Por sua vez, o projeto arquitetônico pode ajudar a controlar ou
reduzir esses problemas.
A maior penetração de barulho em um ambiente "sensível" da casa, como dormitório,
sala íntima, de estar ou escritório, vem das janelas. Portanto, elas deverão ter sua
capacidade de isolamento sonoro condizente com a carga de ruídos que irão receber, o
que deve ser medido por um profissional. Por exemplo, se do lado de fora de um
ambiente o barulho atinge 60 dB e o limite aceito num dormitório é de 35 dB, a janela
adequada deverá ser especial, isto é, dupla, com vácuo entre dois vidros distanciados, e
caracterizada por classe de transmissão de som aéreo de isolação - CTSA - igual a 25
(resultado adequado, segundo a diferença entre 60 e 35 dB). Esta é uma janela possível
de se encontrar em lojas especializadas. Porém, para uma casa localizada à beira de uma
rodovia, onde o barulho chega a 85 dB, a janela ideal deveria ter CTSA 50, quase
impossível de ser encontrada no mercado.
Para condições extremas, há soluções variadas que, isoladas ou adotadas em conjunto,
podem amenizar o alto índice de barulho externo, como portas de madeira maciça (de
preferência almofadadas, por serem mais acústicas) e paredes de tijolos, revestidas de
ambos os lados. Uma opção pode ser ainda o sistema de ar condicionado central, que
obriga o fechamento hermético de todas as janelas. Mas a solução de arquitetura mais
usual é construir a ala íntima da casa voltada para o lado oposto aos ruídos mais
intensos.
Muros altos ao redor da casa é outro bom recurso em casos de ruas movimentadas,
inclusive para as que têm linhas de trem por perto. Neste caso, se o terreno apresentar
um desnível profundo, uma idéia para diminuir o barulho é construir as alas íntimas nas
partes baixas, deixando o acesso à casa no nível da rua. Desta forma, não se receberá
ruídos frontalmente. Esta é também uma boa técnica para as regiões mais frias,
resolvendo ao mesmo tempo os problemas acústicos e térmicos.
Fachadas cegas, isto é, sem portas nem janelas, é outra boa opção para não deixar entrar
o barulho externo, pois o concreto é um forte bloqueador sonoro, ao contrário de portas
e janelas. Em áreas próximas a aeroportos, por exemplo, uma providência importante é
ter uma laje no telhado, o que irá reter mais o som, principalmente se aliada a forros
isolantes. Mas não basta um forro mais espesso: ele precisará ser suspenso
elasticamente, com o auxílio, por exemplo, de um forro de madeira tipo macho-e-fêmea,
apresentando buracos para absorver o som.
Paredes, pisos e tetos podem ganhar qualidade acústica com a adoção de algumas
soluções:
• colméias de cerâmica nas paredes (como as usadas em adegas);
• pintura chapiscada em forro e paredes;
• no acabamento, com forro e paredes revestidas por espuma;
• aplicação de gesso, um ótimo aliado contra a propagação sonora. Num corredor, por
exemplo, um simples forro de gesso rebaixado (com juntas de dilatação de
aproximadamente 2,5 cm nas laterais) pode ajudar bastante na absorção do som, ainda
mais quando o corredor liga o estar aos dormitórios. Várias alturas de forros entre um
ambiente e outro também são um recurso valioso na captura do barulho excessivo;
• carpetes com base de moletom são ótimos redutores de ruídos de impacto, e a
instalação de passadeiras nas escadas também facilita o abafamento do som.
Quanto aos ruídos internos, muitas vezes eles nem são claramente percebidos. Mas
aparelhos eletrodomésticos, sanitários e exaustores podem produzir sons indesejados,
geralmente devido à má localização. Máquinas de lavar, secadoras e geladeiras podem
criar ressonância se encostadas em paredes. A solução é simples: basta manter esses
equipamentos afastados e o ruído acaba.
A respeito dos eletrodomésticos em geral, pouco pode ser feito. Entretanto, na hora de
comprá-los, pode-se optar por aparelhos menos barulhentos. E, na elaboração do
projeto, é interessante que a cozinha e a copa fiquem afastadas dos ambientes mais
sensíveis.
A canalização de água e esgoto numa casa térrea pode ser isolada, caso não esteja
chumbada à parede, livrando-se do barulhinho de água fluindo, muitas vezes irritante no
dia-a-dia. Para as descargas de vasos sanitários, uma caixa falsa com um colchão de ar,
em média de 5 cm, entre as paredes pode ser a solução para um ruído estridente. Outra
solução é revestir toda a canalização com lã de vidro ou massa, tal qual um isolamento
térmico para aquecedores. Bacias com caixa de descarga acoplada também reduzem o
barulho.
Para silenciar ao máximo os exaustores, pode-se optar pela colocação de um tubo com
tratamento acústico, em cuja ponta ficará o exaustor. Outra saída é dar preferência a
modelos que deixem o motor instalado na parte externa da casa. Já uma banheira de
hidromassagem barulhenta pode ter seu ruído reduzido se for disposta sobre uma laje
flutuante (principalmente o motor), em base elástica feita de borracha ou cortiça, entre
outros materiais.
Na cobertura, alguns tipos de telhas absorvem melhor o som do que outras, como as
telhas de barro e as comuns, do tipo francesa.
O projeto arquitetônico pode ainda prever algumas soluções úteis:
• no corredor de circulação, as portas não devem ficar frente a frente, mas ser
distribuídas de forma desencontrada;
• na suíte, o closet separando o quarto do banheiro diminui bastante o ruído da caixa e
válvula de descarga;
• o uso de borracha ou feltro sintético para vedar folgas em portas e janelas, evitando o
desconforto de vibrações e assobios em dias de ventania.
O quadro abaixo, sem pretender estabelecer regras inquestionáveis, busca apresntar os
principais tipos e materiais passíveis de ser utilizados e suas características:
Tipos Ação Exemplos
Isolantes
Impedem a passagem de
ruído de um ambiente
para outro.
Tijolo maciço, pedra lisa, gesso, madeira e vidro com espessura
mínima de 6mm. Um colchão de ar é uma solução isolante, com
paredes duplas e um espaço vazio entre elas (quanto mais espaço,
mais capacidade isolante).
Refletores
Podem ser isolantes, e
aumentam a
reverberação interna do
som.
Azulejos, cerâmica, massa corrida, madeira, papel de parede (em
geral, materiais lisos).
Absorventes
Não deixam o som
passar de um ambiente
para o outro e evitam
eco.
Materiais porosos como lã ou fibra de vidro revestidos, manta de
poliuretano (dispensa revestimentos), forrações com cortiça,
carpetes grossos e cortinas pesadas.
Difusores
Refletem o som de
forma difusa, sem
ressonâncias.
Em geral, são materiais refletores sobre superfícies irrregulares
(pedras ou lambris de madeira).
Obs.: é possível combinar recursos diferentes, dependendo das necessidades de isolamento acústico. Em
salas contíguas, por exemplo, com diferentes fontes de ruído, é possível revestir a face interna da parede
com material absorvente e a externa, com material isolante.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jul/93.
CONSTRUÇÃO COM METAL
Os metais usados na arquitetura são o aço e o alumínio. Este dá forma a esquadrias,
coberturas e fachadas, não sendo utilizado como elemento estrutural em função de seu
custo elevado e de sua baixa capacidade de sustentação. Já o aço, além de esquadrias em
geral, pode estar presente também na estrutura, seja na forma de vergalhões (o esqueleto
do concreto armado) ou como colunas, pilares e vigas que podem ou não ser
combinadas com alvenaria ou concreto.
Em geral, o que chamamos de ferro é na verdade aço. O ferro não tem resistência
mecânica e é usado em grades, portões e guarda-corpos decorativos em que se aproveita
a plasticidade do material, trabalhado no estado líquido, permitindo a modelagem de
desenhos ricamente detalhados. Como acabamento, a alternativa mais prática é a pintura
a óleo ou com esmalte acrílico.
Já o aço é empregado quando a responsabilidade estrutural entra em jogo. São três as
qualidades de aço disponíveis no mercado: o carbono, o cortain e o galvanizado. A
diferença entre eles está no tratamento anticorrosivo de cada um, que determina também
a função a que estão aptos. Assim, para o aço carbono (ou comum), comercializado sem
qualquer tratamento contra ferrugem, indica-se fazer a aplicação de uma solução
fosfatizante, à venda em lojas de material de pintura. Sobre este preparo, deve-se aplicar
o zarcão, sendo que o ideal é o à base de dióxido de chumbo. Porém, como esse produto
é muito mais caro, os zarcões à base de dióxido de ferro também constituem uma boa
alternativa. Para completar o acabamento, é só aplicar a tinta de preferência. Qualquer
pequeno sinal de ferrugem deve ser tratado imediatamente pois por trás dele, sob a tinta,
pode haver um enorme rombo.
Mais resistente, o aço galvanizado possui a mesma composição química do carbono mas
é revestido por uma camada de zinco. É usado especialmente em calhas para coleta
d'água e alguns tipos de tubulação. Aceita pintura desde que seja aplicado um fundo que
permita a aderência da tinta.
O aço do tipo cortain é pouco mais caro que o aço comum. Mais bonito, com aspecto
patinado, envelhecido e cor acobreada, ele pode ser deixado aparente ou receber apenas
pintura decorativa. Dispensa o uso de produtos protetores, a não ser quando localizado
no litoral, onde está sujeito à ação da maresia. Mesmo assim, ele sofre apenas 1/3 da
corrosão provocada no aço comum pelas mesmas condições. Nas áreas rurais e urbanas,
o cortain dispensa tratamentos anticorrosivos. Porém, deve-se tomar cuidado com
frestas e locais onde possa haver grande concentração de água, como floreiras. A
resistência e a aparência desse produto são resultado de sua superfície oxidada e
impermeável, que veda a entrada de umidade e impede o avanço da ferrugem.
A principal qualidade do alumínio está ligada ao fato de ele não enferrujar e, portanto,
estar livre de problemas com a umidade e maresia. Por isso, este material é muito
utilizado em esquadrias, portas, portões e grades dispensando tratamentos especiais,
mesmo no litoral. A indústria desenvolveu processos como a anodização que imprime
cores diferentes ao metal naturalmente prateado, sem alterar a sua aparência original,
além de conferir maior resistência às intempéries. Assim, hoje em dia é possível
encontrar o alumínio anodizado em diversas cores, sendo as mais comuns o preto e o
bronze. Há também a pintura eletrostática, que cobre o material com uma camada
colorida. Amarelo, vermelho, verde e azul são algumas das inúmeras opções. A pintura
comum pode ser aplicada usando um fundo para pintar metal, o que dá suporte à tinta.
Tão resistente à ação do tempo, o alumínio se torna frágil quando materiais alcalinos -
cimento, cal e derivados como argamassas, massa fina etc - se aproximam. Em
situações de construção e reforma as peças de alumínio devem ser protegidas da
corrosão causada por esses produtos. Para isso, devem ser cobertas por plásticos ou
películas protetoras aderentes disponíveis no mercado.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - dez/93.
CONSTRUÇÃO COM TERRA CRUA
Apesar de existirem variações com misturas de diversos materiais, existem três métodos
básicos de construção que utilizam a terra crua:
• taipa de pilão: a terra é comprimida em fôrmas de madeira, que funcionam como um
tipo de molde;
• pau-a-pique: é feita uma trama com sarrafos de madeira, cujos espaços vazios são
preenchidos com terra umedecida. Depois todo o conjunto é revestido com a mesma
matéria prima;
• adobe: a terra é umedecida e colocada numa fôrma, onde secará por algumas horas
antes da desforma. Dependendo da composição do solo, podem ser adicionados
aglutinantes como capim, palha ou cal.
O adobe e a taipa de pilão são mais utilizados em paredes estruturais e externas,
enquanto o pau-a-pique se presta mais para paredes internas.
Qualquer que seja a técnica escolhida, preliminarmente deve ser colhida uma amostra
de solo, que será analisada por um arquiteto ou geólogo para determinação de sua
composição, podendo ser necessária a adição de areia ou argila.
O maior inimigo das paredes de terra é a umidade, que pode ser enfrentada com beirais
mais largos nos telhados (protegendo das chuvas), com fundações que fiquem acima do
nível do chão (afastando as paredes do solo e, assim, evitando infiltrações) e mesmo
com a impermeabilização das superfícies exteriores.
As principais características desse tipo de construção são as seguintes:
• possibilidade de ter vários pavimentos;
• possibilidade de receber diversos tipos de acabamentos, devendo ser evitados rebocos
com cimento, o que pode causar rachaduras devido à diferença de elasticidade entre os
materiais;
• execução das instalações elétricas e hidráulicas do mesmo modo que em construções
de alvenaria comum;
• excelente conforto termoacústico.
Embora seja difícil encontrar mão de obra acostumada a trabalhar com terra crua, as
técnicas podem ser rapidamente assimiladas, desde que sob orientação adequada.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção – ago/98.
CONSTRUÇÃO DE ADEGAS
Uma adega pode ser comparada a um quarto de dormir: deve ficar na penumbra, ser
silenciosa e não apresentar odores. Isso porque sua maior atração - o vinho - exige uma
série de cuidados específicos na sua conservação, ao contrário de outras bebidas como
destilados, licores ou aperitivos, que são mais resistentes a alterações de luz,
temperatura e som. Para tanto, é necessário observar os seguintes aspectos:
• local - os lugares mais apropriados são aqueles distantes das fontes de calor como
tubulações de água quente, fogão e motores (estes, ainda tendo como agravantes a
vibração das máquinas), além dos próprios raios solares. A implantação mais favorável
é na face sul das casas ou no seu cômodo mais sombrio. É fundamental que a adega,
independentemente das suas dimensões, tenha uma boa aeração, impedindo assim o
acúmulo de umidade e o conseqüente surgimento de fungos e bolores.
• uso e dimensões - é importante definir o que se espera da adega. Se, além da
armazenagem de bebidas, deseja-se que o local também se destine a reunir os amigos
para uma degustação, é necessário isolar esta área de convívio da dos vinhos, uma vez
que a presença constante de pessoas interfere no seu "descanso" (quatro pessoas causam
um aumento de temperatura de até mais de 1ºC). Numa antecâmara podem ficar os
vinhos de consumo imediato, que dispensam maiores atenções, separada, se possível, da
câmara da adega por um pequeno corredor, permitindo assim a manutenção de cada
ambiente com sua própria temperatura. As portas devem receber vedação adequada
(com a colocação de fitas adesivas de borracha esponjosa nas juntas, por exemplo) e
molas para o fechamento. Em relação às dimensões, num pequeno espaço de 2 x 1 m
chegam a caber 400 garrafas.
• materiais - para neutralizar o barulho externo, as paredes devem ser revestidas com
materiais de bom isolamento acústico, como a cortiça e a espuma de poliuretano.
Também o poliestireno expansível (EPS) pode ser utilizado, tendo em vista suas
características de isolamento térmico, além de evitar a invasão de formigas e cupins. A
própria construção da adega pode ser feita com materiais que já atendam
satisfatoriamente a essas necessidades, tais como tijolos maciços de barro e pedras.
• armazenamento - o ar quente está sempre no alto; portanto, as garrafas de vinho tinto
devem ser colocadas na parte de cima das prateleiras, e, mais abaixo, as de vinho
branco. Devem ser evitados nichos para duas fileiras de garrafas (frente e fundos), pois
uma interferirá no descanso da outra ao ser manuseada. Quanto às prateleiras, as de
madeira (como o cedro maciço e o pinho, fáceis de ser trabalhados e resistentes ao
apodrecimento e aos insetos) são as mais comuns. Existem várias formas de montá-las,
mas o importante é que elas tenham uma pequena inclinação para a frente, permitindo
manter o líquido em contato com a rolha, impedindo a sua evaporação e seu contato
com o oxigênio. Outra alternativa interessante é a colocação de nichos formados por
blocos cerâmicos vazados.
• temperatura e umidade - a temperatura é a alma e o grande segredo da adega. Ela
deve ser fria (em torno de 12 a 18ºC), e as oscilações não devem ultrapassar 0,5ºC, sob
pena de comprometer o processo de envelhecimento do vinho. Em locais mais quentes,
a manutenção dessas temperaturas pode requerer o uso de condicionadores de ar
específicos para adega, pois os comuns estão, normalmente, dimensionados para
funcionar a 22ºC, temperatura altíssima para as bebidas. O equipamento de climatização
trabalha ininterruptamente, retirando todo o ar quente através do evaporador, instalado
dentro da adega, e lançando ar frio pelo compressor, colocado na parte externa da casa.
Ele mantém os níveis exatos de temperatura e umidade, outro fator muito importante na
conservação dos vinhos. A umidade relativa do ar adequada é em torno de 70%. Quanto
à iluminação, deve-se optar pelas lâmpadas de baixíssima potência.
• limpeza - não devem ser usados produtos de odor forte, pois podem ser absorvidos
pelo vinho, a longo prazo, o que alterará seu sabor. Basta água e sabão neutro ou mesmo
um pano seco ou espanador.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - mar/93.
CONSTRUÇÃO DE FOSSAS SÉPTICAS
A fossa séptica é uma alternativa para casas localizadas em locais que não têm sistema
público de coleta e tratamento de esgotos. Um sistema eficiente e completo deve contar
também com caixas de gordura, filtros anaeróbicos e sumidouros.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas, através das normas NBR 7229 e 13969,
estabelece todos os parâmetros que devem ser obedecidos. Embora cada caso exija uma
solução específica, basicamente a construção de um sistema de tratamento de esgotos
funciona da seguinte maneira:
• a água que vem da cozinha passa por uma caixa de gordura, onde esta fica retida pelo
anteparo (chicana) evitando o entupimento da tubulação e o sobrecarregamento da
fossa. Essa caixa é impermeabilizada com mantas, da mesma forma que a fossa. Para
uma casa com 6 pessoas, ela deve ter capacidade de 200 litros;
• se decantam (vão para o fundo), as espumas e gorduras ficam boiando na superfície e
os microorganismos, principalmente as bactérias, liberam enzimas que destroem os
germes e coliformes fecais. Seu tamanho também depende do número de pessoas: para
uma casa com 6 pessoas, sua capacidade é de 1.700 litros, e sua limpeza deve ser feita a
cada 2 anos por empresas especializadas, que retiram o lodo do fundo e devem levá-lo a
uma estação de tratamento;
• da fossa, a água segue para o filtro anaeróbico impermeabilizado, que deve ter as
mesmas dimensões da fossa, e na qual a água chega por baixo, atravessa uma tampa de
concreto cheia de pequenos furos, passa por uma camada de brita nº 4 e sai para o
sumidouro. Para limpá-lo, deve-se tirar o lodo por um cano de respiro, situado antes da
entrada, e injetar água pela tampa superior para lavar as pedras. Um sistema ainda mais
eficiente é a vala de filtração, em que, ao sair da fossa, a água passa por um cano furado,
atravessa uma camada de areia, cai em outro cano furado e, ainda, por uma camada de
brita, de onde já pode ir diretamente para a terra ou para rios e riachos;
• no sumidouro (buraco não impermeabilizado, cujo fundo deve estar a pelo menos 1,5
m acima do nível do lençol freático), a água é absorvida pela terra. Seu
dimensionamento depende, fundamentalmente, do tipo de solo em que será construído:
quanto menos absorvente, maior o sumidouro. Deve estar situado a uma distância
mínima de 15 m do poço de água (se existente). Alternativa possível (principalmente
quando o lençol freático estiver muito próximo da superfície) é a construção de valas de
infiltração, em que a água corre por um cano furado, enterrado próximo à superfície, e
se infiltra lentamente na terra.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - abr/99.
CONSTRUÇÃO DE SAUNAS
Existem dois tipos de sauna: a seca e a úmida. Funcionando como um eficiente
tratamento de pele e com efeitos terapêuticos, sua construção é relativamente simples,
como abaixo descrito.
ÚMIDA
A área mínima necessária é de 1,5 m². As paredes e o forro devem ser revestidos com
azulejos, de preferência brancos, para favorecer a visibilidade. Na argamassa sob o
revestimento, é recomendável acrescentar vermiculita, um mineral em flocos que
proporciona isolamento térmico. A proporção é de duas partes desse material para uma
de cimento e uma de cal, e a espessura da camada aplicada deve atingir 2,5 cm.
Embora o teto tenha altura padrão de 2,30 m, recomenda-se deixar uma inclinação de
10% em relação ao seu ponto mais alto, no sentido contrário ao da bancada, evitando
que as gotas de água pinguem sobre as pessoas ali sentadas. Para o piso, o mais
adequado é a cerâmica corrugada antiderrapante, embora pedras como mármore e
granito também possam ser utilizadas (e até mesmo nas paredes), desde que recebam
tratamento antiderrapante. Deve ser previsto um caimento para o ralo (de 10 x 10 cm).
O banco, com altura média de 45 cm e largura de 50 cm, pode ser construído em
alvenaria ou madeira (como cedro ou mogno), e não deve ter degraus. É sob ele que
ocorre a entrada do vapor, através de um tubo de 3/4", com um cotovelo direcionando o
vapor para baixo.
Para a iluminação, uma única arandela de plástico ou vidro, colocada na parede a 30 cm
do forro, é suficiente. Ela deve ser blindada, e o interruptor é colocado fora do
ambiente.
A porta, medindo até 0,60 x 2,00 m, deve ter sua abertura para fora. Pode ser em aço
inoxidável, com estrutura e batente em alumínio anodizado e isolamento térmico
interno, ou em vidro temperado. Os batentes devem ser autovedantes.
O gerador de vapor tem sua potência determinada pelo volume do ambiente: uma área
de 4 m³, por exemplo, requer um gerador de 6 kW, enquanto uma de 30 m³ exige um
aparelho de 24 kW. Pode ser instalado sob o banco (reservando um vão de 60 cm para
saída do vapor) ou, preferencialmente, fora do ambiente. Nesse caso, deve ser instalado
um tubo de aço galvanizado para entrada do vapor, com diâmetro de 1 1/2", posicionado
a cerca de 30 cm do piso, sendo recomendado colocar um ralo próximo para drenagem
da água. Com funcionamento manual ou automático, ele manterá a temperatura entre 45
a 55ºC por 30 minutos e deverá possuir quadro de comando com termostato. Trabalha
em baixa pressão e tem alimentação automática de água, feita por meio de bóias
convencionais de caixa d'água. Para instalá-lo na rede hidráulica é preciso um registro
de gaveta e o ponto de água, com diâmetro de 3/4". Funciona em corrente elétrica
monofásica ou trifásica, com número de disjuntores e bitola dos fios variando de acordo
com a potência do aparelho, e deve ter as resistências blindadas. É fundamental que o
fio terra esteja instalado. Sua manutenção é simples, como se fosse um banheiro
comum, embora o gerador deva ser drenado periodicamente para retirada das
impurezas.
SECA
O ambiente deve ser todo revestido de madeira (preferencialmente, o cerne do cedro ou
do mogno), aplicada nas paredes e forro sobre uma camada de lã de vidro. A madeira
não deve receber qualquer tipo de tratamento químico contra insetos ou fungos, pois
isso poderia gerar gases tóxicos nocivos à saúde. O pé-direito deve ser de 2,30 m,
medida suficiente para construir uma bancada com até três degraus. Para o piso, o ideal
é um revestimento lavável, com ralo e um deck removível de madeira. A madeira é uma
boa opção para substituir os bancos de alvenaria, com dimensões de 45 x 50 cm. As
paredes que ladeiam o forno gerador de calor devem ser revestidas com tijolos
refratários ou cerâmicos.
Para a iluminação, uma arandela em madeira é suficiente, com o interruptor do lado de
fora.
O ambiente deve ter duas aberturas nas paredes para garantir a renovação do ar e o
melhor desempenho dos aparelhos, sendo uma na parte de baixo da parede da porta de
entrada e a outra na parte de cima da parede oposta.
A porta deve ser preferencialmente de madeira, com miolo em lã de vidro, com um ou
dois visores e abertura para fora.
O calor é gerado em um forno de aço carbono, esmaltado em várias cores, e seu
tamanho depende da área a ser aquecida. Substituindo as rochas vulcânicas, pedras
dolomíticas são colocadas sobre uma grelha, aquecida por resistências elétricas de aço
inoxidável e blindadas. A umidade interna do ambiente deve estar em torno de 30%. O
forno trabalha em 220 V e precisa de um quadro de acionamento e controle de
temperatura. Recomenda-se e execução de uma instalação elétrica independente para
ele.
A manutenção consiste em manter o ambiente sempre bem arejado após sua utilização.
O piso somente deve ser lavado se for cerâmico ou similar e dispor de deck removível
de madeira.
Como acessório, pode ser instalada uma ducha fria (tipo circular ou cascata) para uso
após a sauna.
Caso não haja espaço disponível para a construção do ambiente, é possível instalar um
aparelho no box do chuveiro. Ele é preso na parede, tem capacidade para cerca de 6
litros de água e leva de 10 a 12 minutos para aquecer e iniciar a vaporização. Trabalha
com 110 ou 220 V, chega a 4.500 W de potência e pode ser ligado na tomada ou
diretamente na entrada elétrica do chuveiro, desde que a instalação seja compatível.
Para preservar o vapor no ambiente, é necessário colocá-lo num box fechado até o teto
ou instalar uma tampa de acrílico móvel. Sua manutenção consiste em reabastecer o
reservatório de água, sempre com o aparelho desligado.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - set/93.
CORES PARA CANALIZAÇÕES
Fonte: Catálogo Lukscolor.
DIFERENÇAS ENTRE COMPENSADOS, AGLOMERADOS E MDF
O compensado laminado é feito com lâminas de madeira, em geral de pinus ou de
virola, coladas e prensadas para formar chapas com espessura de 4 a 20 mm. Tem boa
resistência mecânica.
No compensado sarrafeado, as lâminas internas são coladas em um sentido e a chapa
externa é prensada em sentido diferente, o que deixa a placa mais resistente.
O aglomerado é um painel feito com partículas de pinus aglutinadas com adesivo
sintético, uma espécie de cola. Tem pouca durabilidade e nenhuma resistência à
umidade.
O MDF é uma chapa de fibra de madeira com densidade média. É um aglomerado
sofisticado, composto de fibras de pinus mais resistentes e compactadas com resina à
alta pressão. É um produto mais resistente e com textura mais uniforme que os
compensados e aglomerados.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção – jun/98.
DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES ELÉTRICOS
Assim como o diâmetro de um cano é função da quantidade de água que passa em seu
interior, a bitola de um condutor depende da quantidade de elétrons que por ele circula
(corrente elétrica). Além disso, toda vez que circula corrente, o condutor se aquece,
devido ao "atrito" dos elétrons em seu interior.
No entanto, há um limite máximo de aquecimento suportado pelo fio ou cabo, acima do
qual ele começa a se deteriorar. Nessas condições, os materiais isolantes se derretem,
expondo o condutor de cobre, podendo provocar choques e causar incêndios.
Para evitar que os condutores se aqueçam acima do permitido, devem ser instalados
disjuntores ou fusíveis nos quadros de luz. Esses dispositivos funcionam como uma
espécie de "guarda-costas" dos cabos, desligando automaticamente a instalação sempre
que a temperatura nos condutores começar a atingir valores perigosos.
Dessa forma, o valor do disjuntor ou fusível (que é expresso sempre em Ampères – A)
deve ser compatível com a bitola do fio, sendo que ambos dependem da corrente
elétrica que circula na instalação. Como a corrente é o resultado da potência dividida
pela tensão, a tabela abaixo indica a bitola do condutor e o valor do disjuntor em função
desses parâmetros.
Tipo de circuito Tensão
(volts)
Potência máx.
(watts)
Bitola fio
(mm²)
Disjuntor máx.
(A)
iluminação 110 1.500 1,5 15
tomadas 110 2.000 2,5 20
tomadas 220 4.000 2,5 20
chuveiros e torneiras elétricas 220 6.000 6 35
ar condicionado 220 3.600 4 25
Outras dicas:
• nunca aumentar o valor do disjuntor ou do fusível sem trocar a fiação, uma vez que
deve haver uma correspondência entre eles;
• a menor bitola permitida por norma para circuitos de lâmpadas é de 1,5 mm² e, para
tomadas, de 2,5 mm²;
• devem ser previstos circuitos separados para iluminação e tomadas.
Fonte: Impresso do Instituto Brasileiro do Cobre / Pirelli / Ficap S/A – set/98.
DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES PARA ÁGUAS PLUVIAIS
Dimensionamento de condutores em função
da área de contribuição
Diâmetro
(polegada)
Área (em m²)
sem caixa de
acumulação
com caixa de
acumulação
3" 70 90
4" 110 130
5" 150 180
6" 250 300
8" 400 500
10" 600 800
Fonte: Catálogo da Jodi Ind. e Com. Ltda.
DIMENSÕES DE QUADRAS ESPORTIVAS
Dimensões oficiais de quadras esportivas (medidas em metros)
BASQUETE
FUTEBOL DE SALÃO
TÊNIS
VOLEIBOL
Fonte: Playpiso Pisos Esportivos Ltda.
ELIMINAÇÃO DE BOLHAS E DESCASCAMENTOS
Raspar a região afetada com uma espátula de aço, lixando e retirando completamente o
pó.
Se houver irregularidades na parede, corrigir com duas demãos de massa acrílica e alisar
com lixa fina (nº 180).
Aguardar secar, aplicar seladora e pintar em três demãos.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção – ago/98.
ELIMINAÇÃO DE MOFO
Lavar muito bem a área mofada com água e deixar secar.
Esperar algumas semanas, e, se o mofo voltar, repetir a operação.
Se houver infiltrações ou vazamentos, é preciso eliminar o problema.
Depois, passar seladora e pintar.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção – ago/98.
EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA INDIVIDUAL
Os principais equipamentos de segurança para os operários da construção civil e seus
respectivos custos médios (*)
são:
CAPACETE - dispositivo básico de segurança em qualquer obra. O casco é feito de
material plástico rígido, de alta resistência à penetração e impacto. É desenhado para
rebater o material em queda para o lado, evitando lesões no pescoço do trabalhador. É
utilizado com suspensão, que permite o ajuste mais exato à cabeça e amortece os
impactos.
Preço: R$ 12,00/unidade.
CALÇADOS - podem ser botas ou sapatos. As botas, feitas de PVC e com solado
antiderrapante, são usadas em locais úmidos, inundados ou com presença de ácidos e
podem ter canos até as virilhas. Os sapatos são de uso permanente na obra. A versão
com biqueira de aço protege de materiais pesados que podem cair nos pés do usuário.
Em serviços de soldagem ou corte a quente são usadas perneiras de raspa de couro.
Preço: R$ 20,00.
LUVAS - é o equipamento com maior diversidade de especificações. São nove tipos
básicos de luvas existentes no mercado atualmente. Elas podem ser de:
• amianto (para altas temperaturas);
• raspa de couro (soldagern ou corte a quente);
• PVC com forro de malha fina (produtos químicos);
• PVC sem forro (permite maior mobilidade que a versão forrada);
• PVC sem forro e 7cm de punho (protege apenas as mãos, mas é bastante maleável);
• borracha (serviços elétricos, divididos em cinco classes, de acordo com a
voltagem);
• pelica (protege as luvas de borracha contra perfurações);
• lona com punho de malha (evita riscos e cortes no manuseio de materiais leves);
• vinílica (protege da radiação infravermelha ou ultravioleta).
Preço: R$ 2,50/par.
ÓCULOS - são especificados de acordo com o tipo de risco, desde materiais sólidos
perfurantes até poeiras em suspensão, passando por materiais químicos, radiação e
serviços de solda ou corte a quente com maçarico. Nesse último caso, devem ser usadas
lentes especiais.
Preço: R$ 20,00.
RESPIRADORES - asseguram o funcionamento do aparelho respiratório contra gases,
poeiras e vapores. Contra poeiras incômodas é usada a máscara descartável. Os
respiradores podem ser semifaciais (abrangem nariz e boca) ou faciais (nariz, boca e
olhos). A especificação dos filtros depende do tipo de substância ao qual o trabalhador
está exposto.
Preço: R$ 25,00.
ESCUDOS E MÁSCARAS - protegem os olhos e o rosto contra fagulhas
incandescentes e raios ultravioleta em serviços de soldagern. As máscaras diferem dos
escudos por não ocupar nenhuma mão do trabalhador. As lentes variam de acordo com a
intensidade da radiação. Os protetores faciais também asseguram proteção contra
projeção de partículas, mas proporcionam visão panorâmica ao usuário.
Preço da máscara: R$ 15,00.
PROTETORES AURICULARES - protegem os ouvidos em ambientes onde o ruído
está acima dos limites de tolerância, ou seja, 85 dB para oito horas de exposição.
Preço: R$ 25,00.
AVENTAIS - protegem o tórax, o abdômen e parte dos membros inferiores do
trabalhador. Os aventais podem ser de raspa de couro (para soldagem ou corte a quente)
ou PVC (contra produtos químicos e derivados de petróleo).
Preço: R$ 10,00.
CINTURÕES - evitam quedas de trabalhadores, acidentes muitas vezes fatais. Feitos
de couro ou náilon, possuem argolas que se engancham em um cabo preso à estrutura da
construção. O cinto de segurança limitador de espaço tem como função reduzir a área de
atuação do usuário, não substituindo o cinturão pára-quedas.
Preço: R$ 20,00.
COLETE REFLEXIVO - feito de tecido plastificado laranja, é bastante usado em
trabalhos com risco de atropelamento.
Preço: R$ 20,00.
CAPA DE CHUVA - protege o trabalhador contra a chuva.
Preço: R$ 12,00.
(*) Os valores dependem do padrão do produto e da quantidade negociada.
Fonte: Revista Téchne - set/out-99.
EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA PARA CONSTRUÇÕES
Atualmente, existem diversos sistemas e equipamentos de segurança para construções.
Basicamente, o sistema é formado por uma unidade central de alarme e vários sensores,
que acionam a central ao detectar alguma anormalidade. A unidade central é conectada
à rede telefônica. Dependendo do equipamento, os sensores podem precisar ou não de
fios elétricos.
O ideal é que a colocação desses equipamentos seja prevista já na fase de elaboração do
projeto arquitetônico, permitindo que as instalações necessárias sejam providenciadas.
• Chaveiro - controle que pode ser programado para abrir o portão, desligar alguns
sensores e mandar aviso de emergência para o serviço de monitoramento.
• Cerca de rede sensora - dificulta a passagem do assaltante, pois caso seja rompida,
aciona-se a central de alarme.
• Choque pulsativo - cerca por onde passam 8.000 volts, suficientes para um choque
intenso mas, segundo os instaladores, inofensivo. O que determina a periculosidade do
choque é a amperagem (medida da corrente elétrica), que, no caso, é baixa: apenas
0,025 mA.
• Câmaras - enviam a imagem para monitores no interior da casa e da guarita. Podem
ser conectadas à antena normal e enviar as imagens para qualquer televisão da casa.
• Infravermelho passivo - células fotossensíveis captam corpos em movimento e
variações de temperatura. Instalado em ambientes internos, "varre" ângulos de 90 a 115º
e distâncias de até 15 m.
• Dual - combina infravermelho passivo com microondas. Instalado em ambientes
externos, pode ser regulado para acusar a presença apenas de corpos maiores.
• Infravermelho ativo - instalado aos pares, geralmente no exterior. Um sensor manda
para o outro dois ou mais feixes de raios infravermelhos. Se o feixe for interrompido, o
sensor é acionado. Também podem ser regulados para acusar a presença apenas de
corpos maiores.
• Sensor de luzes - funciona como um infravermelho passivo e acende os holofotes do
quintal quando percebe corpo em movimento.
• Sensor de abertura de portas e janelas - funciona com contato magnético. Uma parte
é instalada na folha e outra no batente. Se a porta abrir, o contato se rompe.
• Sensor de quebra de vidro - colocado em cada folha de vidro, esse sensor trabalha na
freqüência de som da quebra de um vidro.
• Sensor de ruído - instalado em qualquer parede, é capaz de escutar em frações de
segundos o som grave do vidro sendo atingido ou estilhaçado.
• Monitores - há monitores de 4 a 14", coloridos e preto e branco, com comandos
automáticos para receber imagens de até dezesseis câmaras.
• Teclado de comando - com ele, é possível acessar a central de alarme e ligar ou
desligar os sensores.
• Sirene eletrônica - dispara quando determinados sensores detectam a presença de
estranhos.
• Botão de pânico - escondido em pontos estratégicos da casa, serve para avisar o
serviço de monitoramento que alguma emergência está ocorrendo.
• Unidade central de alarme - instalada em um local secreto da casa, é o coração do
sistema. Concentra informação de todos os sensores por meio de microprocessamento.
• Timer - dispositivo que aciona luzes e aparelhos elétricos em horários e dias
determinados, dando a impressão de que a casa não está vazia.
• Portas de segurança - apesar da aparência comum, seu sistema de travas lhes confere
maior sustentação, As blindadas são feitas com chapas de aço e compensado naval, com
diversos acabamentos. Pesam entre 150 a 180kg, o que requer batentes especiais, com
base de aço e chumbo. Encontram-se também fechaduras blindadas e sistemas de travas
especiais que podem ser adaptadas a portas comuns.
• Porteiro eletrônico - o modelo básico é composto por um painel externo, pelo qual se
conversa com quem está em casa por meio de um interfone. Pode ser conectado com
fechadura eletromagnética.
• Vidros de segurança - formados por duas ou mais chapas de vidro, intercaladas por
um filme de material plástico (polivinil butiral). Existem modelos até contra bala, mas a
resistência contra pancadas e arrombamentos é fundamental. Ao se quebrar, o vidro não
espalha os pedaços, pois estes ficam retidos na película interna. Outra opção é o uso de
polímeros especiais, mais leves e bastante resistentes a choques.
A instalação de um sistema de segurança requer a adoção sistemática de algumas
rotinas, tais como ligar e desligar alguns sensores.
Fonte: Revistas Arquitetura & Construção - out/96 e dez/93.
EQUIPAMENTOS PARA BANHOS DE IMERSÃO
Ofurô
Sua instalação requer uma base de concreto com dreno ligado à rede pluvial, podendo
ser deixado acima do piso ou embutido (total ou parcialmente). Nesse caso, exige uma
caixa de concreto ou alvenaria com largura suficiente para garantir a circulação de ar ao
seu redor. A motobomba e o filtro localizam-se na casa de máquinas perto do ofurô.
Spa
Deve ser montado sobre uma base de concreto nivelada capaz de suportar o seu peso. O
sistema de aquecimento (elétrico ou a gás) é independente, necessitando de rede elétrica
exclusiva de 220 V. Bomba, filtro e aquecedor devem ser instalados abaixo do nível da
água para facilitar o bombeamento, equipamento esse que pode ficar numa casa de
máquinas. Num movimento contínuo, a bomba leva a água até o aquecedor, passando
por um filtro e de volta ao spa, para manter a temperatura. Quando a hidromassagem é
acionada, outra bomba conduz a água até os jatos. Todo esse percurso é controlado por
vários registros.
Banheira com hidromassagem
A motobomba e as tubulações já vêm acopladas à banheira, bastando fazer o
assentamento - com a necessária impermeabilização da laje - e executar as ligações
elétricas e hidráulicas. Deve ser deixada uma portinhola vazada para ventilar e fazer a
manutenção do motor. O aquecimento da água se dá por meio de aquecedor de
acumulação ou de passagem. A hidromassagem somente deve ser ligada quando a água
atingir o nível dos jatos, caso contrário o motor pode queimar. A motobomba capta a
água da banheira e a conduz até os jatos. O ladrão deve ser ligado à saída do esgoto,
evitando transbordamentos.
Importância da instalação
Alguns fabricantes possuem instaladores especializados, mas um pedreiro, um
encanador e um eletricista bem orientado podem dar cabo da tarefa. A leitura do manual
que normalmente acompanha o equipamento é obrigatória, pois cada modelo possui
suas próprias características. A instalação é mais fácil quando a obra está em
construção, pois todas as ligações serão previstas no projeto. Incluir uma
hidromassagem em banheiros prontos exige puxar um ponto de energia de 220 V e fazer
ligações hidráulicas, o que significa quebrar paredes. Caso o aquecimento do banheiro
seja de passagem, será preciso instalar um aparelho exclusivo para a banheira. Antes da
instalação, deve-se verificar se a banheira não possui vazamento. Para evitar choques, o
eletricista deve fazer o aterramento, ou seja, ligar o motor à terra ou conectá-lo à barra
de aterramento do quadro de luz.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção – jun/98.
ESTUQUE VENEZIANO
O estuque veneziano é uma antiga técnica de pintura em paredes resultante,
originalmente, de uma mistura de cal e água; a massa, depois de colorida com
pigmentos tirados da terra, era aplicada com uma espátula, obtendo-se uma cobertura
texturizada e rústica.
Atualmente, a cal foi substituída pela massa corrida à base de látex e de gesso
dissolvido em água, à qual são adicionados cola branca e corantes. São várias as
maneiras de preparar e aplicar essa técnica:
TRADICIONAL
a) preparar a parede, que precisa estar bem lisa e sem furos, passando
uma camada de massa fina. A seguir, aplicar o fundo com uma
desempenadeira de aço lisa, utilizando a receita da massa básica (três
partes de massa acrílica à base de látex, 1,5 parte de gesso para
estuque misturado com água e corante);
b) para a segunda e a terceira camadas, há duas massas básicas (três
partes de massa acrílica à base de látex, 1,5 parte de gesso para
estuque misturado com água, três partes de cola branca tipo Cascorez
e corante), uma vermelha e outra castanha. A aplicação na parede seca
é irregular para criar manchas;
c) adicionar um pouco mais de massa acrílica para clarear a massa
vermelha e aplicar uma nova demão cobrindo a superfície;
d) uma nova massa, agora com corante verde, complementa as
camadas, com distribuição uniforme na superfície;
e) passar cera em pasta incolor com uma desempenadeira e retirar o
excesso. Depois, aplicar cera de madeira com uma flanela em
movimentos circulares. Dar brilho com uma escova de cerdas.
COM PÓ DE MÁRMORE
a) preparar a parede (ver acima), com a cola branca na massa básica;
b) aplicar a segunda e a terceira camadas (ver acima);
c) utilizando outra massa (uma parte de massa corrida à base de látex,
três partes de pó de mármore, cola branca e corante), aplicar primeiro
a mistura sem corante de forma irregular. Em seguida, diluir a massa
em água e pigmentá-la, passando-a novamente, sem uniformidade;
d) voltando à massa básica, usar a mesma mistura verde da versão
tradicional, de forma uniforme. Depois de seca, raspar o excesso com
uma espátula;
e) polimento com a cera de assoalho e a cera de madeira. Como o pó
de mármore é mais grosso, o feito final fica mais texturizado.
COM AREIA BRANCA
a) preparar a parede (ver acima), com a cola branca na massa básica;
b) aplicar a segunda e a terceira camadas (ver acima);
c) aplicar outra massa (uma parte de massa corrida à base de látex,
três partes de areia branca, cola branca e corante) primeiramente sem
pigmento em alguns pontos da superfície. Em seguida, acrescentar o
corante e passar em outros pontos da parede;
d) cobrir toda a superfície novamente com a massa básica verde.
Depois de seca, raspá-la com uma espátula para tirar o excesso;
e) após o polimento, as partes da parede que receberam a massa com
areia branca ganham realce, destacando o efeito de alto e baixo relevo.
COM CERA DE ABELHA
a) preparar a parede (ver acima), com a cola branca na massa básica;
b) aplicar a segunda e a terceira camadas (ver acima);
c) não utilizar nenhuma massa, apenas a cera de abelha derretida em
banho-maria. É preciso tomar cuidado, pois ela se torna inflamável ao
ferver. A aplicação, com desempenadeira, deve ser feita rapidamente,
pois a cera se solidifica em segundos. Em seguida, passar outra
camada de cera, com o pigmento escolhido;
d) a mesma massa básica verde cobre a superfície uniformemente.
Depois de seca, raspar os pontos formados pela cera com a espátula
para mostrar a sua transparência;
e) após o polimento, a superfície realça a transparência da cera sobre
um fundo com a massa básica. Depois de aplicada, a mistura clareia
50%.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - mai/95.
EXECUÇÃO DE ORQUIDÁRIO
O cultivo de orquídeas exige um ambiente adequado. Para quem está iniciando, os
viveiros são mais recomendados. Para sua construção, o primeiro passo é a escolha do
lugar, procurando um canto ensolarado e protegido de ventos. O ideal é que a fachada
principal esteja voltada para a face Norte (no hemisfério Sul), o que garante melhor
luminosidade e proteção do vento sul. A cobertura também deve inclinar-se nesse
sentido, para facilitar o escoamento da chuva.
A estrutura é feita geralmente de concreto ou madeira tratada. Sobre quatro pilares
assentam-se as vigas no sentido Norte-Sul, e, sobre elas, os caibros, no sentido Leste-
Oeste. É também possível usar um ripado, onde as ripas deverão ser colocadas no
sentido Norte-Sul, para impedir a incidência direta do sol.
Há diversas opções para a montagem da cobertura e das laterais, desde o ripado até a
tela de nylon. O importante é manter um nível de sombreamento de 50 a 70%, que pode
ser conseguido com o uso de tela plástica tipo Sombrite. Este espaço deverá abrigar
orquídeas que precisam de diferentes quantidades de luz. Portanto, plantas que gostam
de muito sol ficarão suspensas junto ao teto, fazendo sombra sobre as bancadas
planejadas para abrigar as plantas mais sensíveis.
Peças de madeira devem receber duas demãos de verniz com filtro solar. Para evitar a
proliferação de pragas, devem ser limpas e envernizadas periodicamente.
Uma vez por mês, as pedras do solo devem ser desinfetadas com uma solução de sopa
de cloro e água.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - out/95 e out/98.
EXECUÇÃO DE PISOS COM BLOCOS DE CONCRETO
Opção resistente para revestimento de pisos externos, este tipo de piso suporta
circulação de carros e grande trânsito de pessoas, apresenta efeito rústico, prático de
limpar e não é escorregadio.
Pode ser liberado para uso logo após a instalação das peças, uma vez que sua aplicação
dispensa o uso de massas ou rejuntes com tempo de secagem.
O assentamento deve observar as seguintes etapas:
• demarcação e compactação do solo, utilizando-se um pilão de madeira (para pequenas
áreas) ou uma placa compactadora vibratória (que pode ser alugada em empresas
especializadas) para áreas maiores;
• em terrenos de solo mole, é necessária uma camada de 10 a 15 cm de brita graduada
(bica corrida), refazendo-se a compactação;
• colocação (obrigatória) de camada de 3 a 4 cm de areia e nova compactação;
• aplainamento da superfície com uso de régua de nivelamento, após o que a área não
pode mais ser pisada;
• disposição dos blocos de concreto conforme o desenho do projeto e colocação de uma
camada de areia fina por cima (que será responsável pelo rejunte) e nova compactação,
cuidando para que os vãos entre as peças sejam preenchidas pela areia;
• o excesso de areia é eliminado por varrição.
Se desejável, é possível fazer um acabamento com selante para concreto ou verniz de
poliuretano.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jan/99.
EXECUÇÃO DE POMAR
A implantação de um pomar exige técnica e dedicação, especialmente no cultivo das
árvores.
A primeira questão é a escolha do local dentro do terreno, o que se torna ainda mais
importante se a execução do pomar for feita junto com a construção da casa: o local
deve estar livre do trânsito da obra e máquinas. Se a obra tiver duração curta (até um
ano), provavelmente não vale a pena fazer o plantio das árvores antes do seu término;
em obras mais demoradas, dois a três anos já são suficientes para que grande parte das
árvores plantadas no início da construção comece a dar frutos. Um ponto importante é a
irrigação durante a execução do pomar, o que requer providências para que não falte
água.
Em relação à localização no terreno, as árvores frutíferas preferem a face Norte ou, caso
isso não seja possível, a Nordeste, pois quanto maior o sol recebido, mais doces serão os
frutos. Uma maneira de garantir boa insolação a todas as árvores é dispor as maiores
(abacateiros, jaqueiras e mangueiras) ao fundo, as médias (laranjeiras, goiabeiras e
carambolas) no meio e as pequenas (mamoeiro, figueira e bananeira) à frente,
impedindo assim que uma faça sombra à outra.
Vale lembrar que as árvores frutíferas não suportam ventos fortes. Uma boa opção para
atenuá-los é a colocação de cercas vivas, utilizando-se árvores como a amoreira,
cedrinho e grevilha, entre outras, que devem ficar a uma distância aproximada de 4 m
do pomar, com espaçamento de 2 m entre elas. Também alguns arbustos, como o
hibisco, o buxinho e o bambu, podem ser utilizados com essa mesma finalidade.
Outro aspecto importante a considerar é o clima da região. O Nordeste brasileiro
favorece o cultivo de frutas exóticas, como o caju, a manga, a fruta-do-conde e a jaca,
enquanto o Sul e o Sudeste são mais propícios às frutas cítricas, como laranja e limão,
ou temperadas, como pera, maçã, figo, caqui e pêssego. Algumas espécies, tais como
abacate, acerola, banana, goiaba, jatoticaba, mamão, maracujá, e mesmo laranja e limão,
adaptam-se bem a qualquer clima.
Para preparar o solo, é preciso, antes de tudo, medir o pH: o ideal é quando ele se
aproxima de 7. Para corrigir a acidez (pH baixo), pode-se usar calcário dolomítico; já os
solos muito alcalinos exigem sulfato de ferro. Para enriquecer a terra, os tradicionais
estercos e húmus de minhoca são bons. O equilíbrio perfeito é atingido com o composto
NPK (N de nitrogênio, responsável pelo crescimento do vegetal; P de fósforo, que
fortalece raízes e facilita a frutificação; e K de potássio, controlador do balanço hídrico
da planta), que pode ser adquirido em lojas de jardinagem e deve ser aplicado a cada
dois meses.
Para melhorar a qualidade das mudas, é possível enxertá-las, processo de multiplicação
vegetativa que consiste na união de duas plantas diferentes de um mesmo gênero com o
objetivo de torná-las apenas uma, de melhor qualidade, garantindo que as espécies
tenham mais vigor e aumentem sua produção, além de ser uma alternativa para cultivar
plantas de difícil enraizamento. A espécie mais fraca, chamada cavaleiro ou enxerto,
terá uma ou mais borbulhas (broto ou gema) fixadas no caule da mais resistente,
chamada cavalo ou porta-enxerto. A enxertia deve ser feita na primavera, mas nunca
quando as plantas estiverem dando flores ou frutos, e nem em dias de chuva.
Quanto à poda, os tipos mais comuns são o desbaste lateral, em que corta-se os galhos
velhos ou doentes nas laterais, favorecendo um crescimento na vertical, e a poda nas
extremidades, acarretando um crescimento lateral, dando à árvore uma aspecto mais
arredondado. Em ambos os casos, as podas são executadas com tesouras ou serrotes,
sendo preferível executá-las no inverno, quando o metabolismo da planta é mais baixo.
Na irrigação, é importante não deixar a terra nem muito seca, nem muito úmida; o ideal
é regá-la todos os dias, quando estiver muito calor, e a cada dois dias durante o inverno.
A tabela abaixo mostra qual a época mais recomendada para o plantio de cada fruta,
quanto tempo cada uma precisa para dar frutos e o número de safras por ano, sempre
lembrando que as variações climáticas e as diferentes espécies podem alterar para mais
ou para menos o tempo da colheita.
FRUTA GÊNERO ÉPOCA DE
PLANTIO
TEMPO ATÉ
FRUTIFICAR
SAFRAS/
ANO
ALTURA
DA
MUDA
(cm)
ALTURA
DA
ÁRVORE
(m)
DISTÂNCIA
ENTRE
MUDAS (m)
Abacate * Persea início das
chuvas 3 anos 1 20 a 30 7 a 10 10 x 10
Abacaxi Ananas ano todo 18 a 24 meses ano todo 40 1 2 x 2
Acerola Malpighia início das
chuvas 3 anos 1 40 1,80 a 2,10 6 x 4
Ameixa Prunus inverno 4 anos 1 80 3 a 5 6 x 6
Amora Morus início das
chuvas 2 anos 1 30 3 a 5 4 x 4
Banana Musa início das
chuvas 12 a 18 meses ano todo 40 a 60 2 a 3 4 x 4
Caju Anacardium início das
chuvas 3 anos 1 20 7 a 10 10 x 10
Caqui Diospyros início das
chuvas 4 anos 1 80 5 a 7 6 x 6
Carambola Averrhoa início das
chuvas 3 anos 1 30 5 a 7 3 x 4
Figo Ficus inverno 2 anos 1 80 3 a 5 3 x 3
Framboesa Rubus inverno 1 ano 1 40 3 a 5 2 x 0,4
Fruta-do-
conde Annora
início das
chuvas 4 anos 1 20 3 a 5 4 x 4
Goiaba Psidium início das
chuvas 3 anos 1 20 a 30 3 a 5 6 x 6
Jaboticaba Myrciaria estação
chuvosa 3 anos 2 20 **** 5 a 7 6 x 6
Jaca Artocarpus estação
chuvosa 5 anos 1 20 7 a 10 10 x 10
Kiwi * Actinidia inverno 4 anos 1 20 5 a 7 6 x 6
Laranja Citrus estação
chuvosa 3 anos 1 80 3 7 x 7
Lichia Litchi inverno 4 anos 1 50 2 a 3 10 x 8
Lima Citrus estação
chuvosa 3 anos 1 80 3 7 x 7
Limão Citrus estação
chuvosa 3 anos 1 80 3 7 x 7
Maçã Malus inverno 3 anos 1 80 3 a 5 5 x 5
Mamão * Carica ano todo 10 a 15 meses ano todo 15 a 30 3 a 5 3 x 3
Manga Mangifera estação
chuvosa 4 anos 1 100 7 a 10 10 x 10
Maracujá
** Passiflora ano todo 1 ano 1 20 caramanchão 3 x 5
Melancia Citrullus ano todo *** 85 a 105 dias 2 20 rasteira 1 x 1
Melão Cucumis ano todo *** 80 a 90 dias 2 20 rasteira 1 x 1
Morango Fragaria fevereiro a
maio 60 a 80 dias 2 20 rasteira 0,5 x 0,5
Néctarina Prunus inverno 3 a 4 anos 1 80 3 a 5 6 x 6
Nêspera Eriobotrya inverno 3 a 4 anos 1 50 5 a 7 6 x 6
Pera Pirus inverno 5 anos 1 80 3 a 5 6 x 6
Pêssego Prunus inverno 3 anos 1 80 3 a 5 6 x 6
Pitanga Stenocalyx estação
chuvosa 3 anos 2 40 3 a 5 4 x 4
Romã Punica estação
chuvosa 3 anos 1 20 3 a 5 5 x 5
Tangerina Citrus estação
chuvosa 3 anos 1 80 3 6 x 6
Uva Vittis inverno 3 anos 1 70 a 80 caramanchão 2 x 3
* árvores que exigem a plantação de uma muda macho e uma fêmea para dar frutos
** maracujá, do tipo trepadeira, cultivada em caramanchão
*** em regiões de inverno rigoroso, devem ser plantados entre os meses de agosto e novembro
**** ou 1,80m (muda com cerca de 10 anos)
Obs.: Na região Nordeste, a maior incidência de chuvas ocorre durante os meses de julho e agosto
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jan/94.
EXECUÇÃO E MANUTENÇÃO DE PISCINAS
O primeiro passo para construir uma piscina é avaliar o terreno por meio de uma
sondagem, o que determinará o tipo de solo e se há lençol freático no local, permitindo a
escolha da estrutura a ser adotada:
• concreto armado: profissionais da construção dizem que é a mais segura, resistente e
definitiva. A estrutura é feita com fôrmas de madeira, preenchidas com ferragens e
concreto. Este processo demora de um a dois meses;
• alvenaria: feita com tijolos comuns ou blocos estruturais, é resistente mas pode se
movimentar, fazendo surgir rachaduras. É finalizada entre sete e dez dias;
• fibra de vidro: é feito um buraco já na medida da superfície externa da piscina, e
colocado um fundo de concreto magro com no máximo 5 cm de espessura. Enquanto a
piscina é acomodada, joga-se terra ao seu redor, compactando-a. Na mesma proporção
de terra é colocada água em seu interior. Se o terreno for muito úmido, faz-se uma caixa
de contenção em alvenaria com blocos estruturais. Com o tempo (após cinco anos),
perde a cor, mas pode ser repintada com tinta epóxi ou gel-parafinado (recomenda-se
que isso seja feito pelo fabricante). Sua instalação é feita em vinte dias, e sua vida útil é
de dez anos;
• aço-carbono ou galvanizado: chapas de aço, parafusadas uma na outra e reforçadas
com camadas finas de concreto e vermiculita, substituem os blocos estruturais, dando o
formato desejado à piscina que será revestida com vinil.
A impermeabilização é necessária para as piscinas de alvenaria ou concreto armado. As
mais indicadas são as de soluções, emulsões e mantas asfálticas. O impermeabilizante
deve ser protegido com outra camada de cimento e areia. Recomenda-se nunca esvaziar
a piscina nem deixá-la com pouca água, pois ela fica exposta a variações térmicas que
podem causar rachaduras ou até comprometer a estrutura da mesma.
O mercado oferece vários tipos de revestimentos como azulejos, pastilhas cerâmicas ou
de vidro, mármore, granito, tinta epóxi, borracha clorada e vinil. Os materiais têm que
ser lisos, a fim de evitar acidentes, e devem apresentar baixo índice de absorção de água
(entre 0 e 6%).
A profundidade da piscina depende de como e por quem ela será usada. Para que a água
seja aquecida apenas com a luz do sol, a profundidade não deve ser maior que 1,30 m.
Em caso de declive, ela pode variar entre 0,60 a 1,60 m. A prática de esportes como o
biribol (vôlei na água) requer profundidade uniforme de 1,50 m, enquanto o pólo
aquático exige 1,80 m.
A instalação de trampolim necessita de profundidade mínima de 3,50 m, por questões
de segurança; para escorregador, 2,00 m são suficientes.
As escadas tipo marinheiro devem ser instaladas na parte rasa, e são obrigatórias para
piscinas com mais de 0,50 m de profundidade. Se houver a freqüência de idosos, deve-
se fazer uma escada de alvenaria submersa em uma das laterais, para não atrapalhar os
esportes aquáticos.
No caso de uso noturno da piscina é essencial a iluminação subaquática. Os refletores
são de cobre, com lente blindada e um transformador para reduzir a voltagem de 220
para 12 V, evitando o risco de choques. Para que a manutenção (troca de spots e
lâmpadas) possa ser feita sem o esvaziamento da piscina, pode ser construído um
corredor ao redor do tanque, com acesso pela casa de máquinas, ou câmaras de
manutenção específicas para os pontos.
Para a garantia da limpeza e qualidade da água existem diversos equipamentos, cuja
quantidade, tamanho e potência dependem da dimensão e do volume de água da piscina.
A maioria dos dispositivos é instalada na casa de máquinas, próxima à piscina e sempre
abaixo do nível da água. As normas da ABNT determinam um ambiente com área 2,5
vezes maior que o espaço ocupado pelas máquinas, pé-direito de 2,30 m, piso lavável
com sistema de drenagem e área de ventilação igual a 1/4 da do piso. Os principais
equipamentos são:
• skimmers: dreno de superfície (coadeira) que suga as partículas não decantáveis, como
fios de cabelo, insetos e folhas;
• filtro: suas funções (filtragem, recirculação, lavagem, drenagem e pré-filtragem) são
reguladas por uma válvula. Deve funcionar todas as noites durante 4 a 6 horas. Pode ser
feito em aço carbono (pesado e mais sujeito ao ataque dos produtos químicos), fibra de
vidro (mais durável que o de aço) ou polietileno (mais leves e livres de ataques
químicos);
• bomba: sempre associada ao filtro, com modelos centrífugos (necessariamente
instalados abaixo do nível da água, com pré-filtro acoplado com a função de peneirar os
detritos maiores antes que alcancem a bomba) e auto-escorvantes (com poder de puxar a
água mesmo estando até 1m acima da superfície da piscina). São fabricadas em ferro
(mais duráveis, embora sujeitas à ferrugem) ou de polietileno (imunes à corrosão).
Ambas podem ser danificadas pela alta temperatura, caso trabalhem sem água;
• dispositivo de retorno: posicionado na parede da piscina, a cerca de 0,40m abaixo da
superfície da água, direciona e regula a vazão da água que parte da tubulação de retorno.
Utiliza-se um dispositivo a cada 50m³, sendo necessária a instalação de no mínimo dois
para qualquer piscina;
• dispositivo de aspiração: também colocado abaixo do nível da água, nele é conectada
a mangueira dos aspiradores de fundo. Seu posicionamento correto é importante,
permitindo que o aspirador atinja toda a extensão do tanque;
• aquecedores: instalado dentro da casa de máquinas. Existem diferentes linhas
específicas para cada tipo de combustível:
» lenha e carvão - baratos, porém de difícil armazenamento, são mais indicados para
sítios e fazendas;
» eletricidade - a instalação, além de ser cara, requer a elaboração de projeto para troca
do sistema monofásico para trifásico, que deverá ser aprovado pela concessionária de
energia. Um bom aterramento é importante;
» gás - barato, tem capacidade de aquecimento maior que a eletricidade. Para o uso do
gás de rua, a concessionária local deve ser consultada para autorização da alteração de
vazão. No caso de botijões, é preciso estar atento a possíveis vazamentos;
» sol - é a energia mais barata, porém incerta. Os equipamentos solares somente
funcionam em dias de sol ou, no mínimo, de mormaço. Consiste na instalação de
coletores de cobre ou alumínio, fechados com vidro ou não, com área total equivalente a
80% (em regiões de clima quente) ou 100% (nas mais frias) da área da piscina. O local
ideal para a instalação é sobre um telhado próximo, com direcionamento para o Norte
(na região Centro-Sul do país) ou Sul (Norte e Nordeste) para melhor insolação. Com
cinco a seis dias de sol pleno é possível elevar a temperatura da água a 7ºC acima da
ambiente. Seu custo é aproximadamente o dobro do que um aquecimento a gás, mas sua
durabilidade é de quinze a vinte anos;
» bomba de calor - retira o calor do ar para aquecimento da água, e é colocado entre o
filtro e o retorno, usando a mesma tubulação de PVC da piscina. Em 48 horas de
funcionamento, eleva a temperatura a 30ºC.
Para a manutenção da qualidade da água podem ser utilizados diversos métodos, a
saber:
• controle de pH: o pH ideal fica numa faixa entre 7,2 e 7,4. Uma série de kits
encontrados em casas especializadas permitem verificar seu nível e corrigí-lo com o uso
de redutor (bisulfato de sódio e ácido muriático) ou elevador (barrilha ou soda cáustica);
• bactericidas e algicidas químicos: o bactericida mais utilizado é o cloro, encontrado
nas formas líquida, granulada ou em pastilhas, e cujo nível residual na água deve girar
em torno de 1,0 ppm. Os algicidas podem ser de choque (para eliminação de algas já
presentes) ou de manutenção, e seu uso depende do volume da piscina;
• cloração automática à base de sal grosso: sistema elétrico composto por um
controlador disposto junto ao filtro, enquanto uma célula de titânio, suficiente para até
150.000 litros de água, fica dentro da piscina. Para a produção de cloro é necessário
jogar sal grosso na água. Mediante a passagem de uma corrente elétrica, a célula separa
as moléculas que compõem o sal (cloreto de sódio), transformando-o em cloro,
despejado na água, e sódio, retido na célula. A cada 4 horas o sistema é acionado de
forma que haja sempre cloro na piscina;
• ionização: dispensam o uso de quaisquer outros produtos químicos, utilizando íons
metálicos de cobre e/ou prata para inibir a formação de algas, fungos e demais
microorganismos. Este processo deve ser controlado rigorosamente para evitar o
acúmulo de metais e a corrosão dos equipamentos metálicos existentes na piscina;
• floculação ou clarificação: empregado para casos em que o filtro não consegue
aspirar toda a sujeira e a água permanece turva. Existem dois tipos de floculação: à base
de sulfato de alumínio e barrilha, dando origem a flocos gelatinosos que aglomeram e
decantam a sujeira para ser aspirada, e um produto que adota polieletrólitos (grande
seqüência de moléculas eletricamente carregadas, emendadas uma na outra). Uma
minúscula quantidade deste material pode reunir milhões de partículas negativas de
sujeita num só floco fortemente agregado, retido pelo filtro;
• limpeza manual: os equipamentos básicos de limpeza são o aspirador (manual ou
automático, que funciona até sem motor), o esfregão (para limpeza dos rejuntamentos) e
coadores de plástico rígido e flexível.
O deck não deve ser construído com materiais escorregadios nem de cores escuras, que
absorvem o calor do sol. Os mais apropriados são os de pedra (goiás, mineira e são
tomé ou mármore e granito apicoados). Os tijolos aparentes são bonitos, mas podem
esfarelar-se em contato com a água, o que pode ser evitado com a aplicação de um
verniz acrílico a cada quatro anos. No caso das cerâmicas, os modelos com
características antiderrapantes e refratárias são preferíveis, pois não esquentam com os
raios solares. Outra opção é a madeira (jatobá, peroba e ipê são mais resistentes à
umidade), que deve ser impermeabilizada e recoberta com verniz naval a cada seis
meses.
A cobertura do espaço da piscina pode ser de plástico retrátil, vidro refletivo laminado
ou placas de policarbonato (com estrutura de ferro, alumínio ou madeira) ou lona
inflável, presa ao redor da piscina e inflada com a ajuda de um exaustor.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - out/93.
EXECUÇÃO E RESTAURAÇÃO DE GRANILITE
EXECUÇÃO
Granilite é uma mistura de cimento e fragmentos de granito e mármores. Para sua
execução, a cada 1,5 m de piso há necessidade de junta de dilatação para permitir a
expansão do material e evitar trincas. Durante a secagem, nada pode cair sobre a massa
para não manchar. O acabamento é feito com cera ou resina. Para a execução do serviço
é necessária a contratação de mão-de-obra especializada.
RESTAURAÇÃO
Para recuperar pisos de granilite desgastados é necessário fazer um polimento com
lixadeira manual à base de água. Após o lixamento, deixar secar e aplicar duas demãos
de resina acrílica com rolo de lã de carneiro. Esperar 48 horas e lustrar com cera até
obter brilho.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção – abr/98.
FATORES DE CONVERSÃO
Comprimento » 1 polegada = 2,54cm
» 1 jarda = 91,440cm
» 1 pé = 30,480cm
» 40 mils (milésimos de polegada) = 1mm
Área » 1 polegada quadrada = 6,451cm²
» 1 jarda quadrada = 8,361cm²
Volume » 1 polegada cúbica = 16,387cm³
» 1 pé cúbico = 28,317cm³
» 1 jarda cúbica = 0,765m³
» 1 galão = 3,875 litros
Diversos » 1N (Newton) = ± 0,1kgf
» 1kn (quilo Newton) = ± 100kgf
» 1kp (quilo peso) = 1kgf
» 1kp/cm² = 1kgf/cm²
» 1MPa (mega Pascal) = ± 100kgf/cm²
» 1N/mm² = 10kgf/cm²
» 1 Bar = 1kgf/cm²
» 14,21PSI (libras/polegada²) = 1kgf/cm²
» 1kg (quilograma) = 2,2lbm (Libra massa)
» 1 onça (líquida) = 29,6cm³
» 1m.c.a. (metro de coluna d'água) = 10kPa (quilo Pascal)
» 1cv = 735,5W
Fonte: Catálogo de Produtos Sika S.A. e outros.
FORNO CAIPIRA
O forno caipira é feito em alvenaria, e tem o formato de um iglu. Antigamente era
elaborado em barro, mas com o passar do tempo começou a ser visto como anti-
higiênico, pois era comum que se tornasse um abrigo de insetos. Atualmente existem
diversos modelos pré-fabricados, consistindo em kits de concreto refratário.
Seu formato curioso não nasceu ao acaso: foi depurado durante anos e anos, sabedoria
transmitida de geração para geração. Ele é esférico para que as ondas de calor, geradas
pela lenha disposta junto às paredes, circulem de maneira uniforme pela área interna.
As medidas mais encontradas, no caso dos pré-fabricados, são nos diâmetros de 80, 100
e 120 cm. A altura padrão para instalá-los é a 90 cm do piso, a mesma das pias. Por ser
pesados, devem estar sobre uma base de concreto. Pode ser construído ao lado da
churrasqueira, ou até mesmo dentro de casa, se a intenção for deixar o ambiente mais
aquecido.
O forno caipira alcança temperaturas acima de 200ºC, por isso é tão eficiente para
pratos que exigem exposição rápida ao calor forte, como pães, pizzas e esfihas, que
ficam prontos em menos de 2 minutos. Para assados, que são de preparo mais lento, a
única maneira de aproveitá-lo é envolvendo-o com materiais isolantes, de forma que a
perda de calor para o exterior seja diminuída.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - abr/93.
FORNO E FOGÃO A LENHA
Mesmo fazendo parte da história dos hábitos alimentares dos brasileiros, é cada vez
mais difícil encontrar um fogão a lenha. Poucos profissionais sabem como construí-lo, e
não há modelos pré-fabricados. Junta-se a isso, ainda, certo mito de que se trata de uma
forma muito trabalhosa e antiga de cozinhar, embora seja também bastante criativa.
Construído em alvenaria, o fogão funciona com queimadores de ferro unidos numa
única chapa e colocados sobre a lenha, assentada numa cavidade própria. Por dentro da
câmara de tijolos, ao lado dos queimadores, há um cubo formado por placas de ferro,
que é o forno especificamente falando. O calor que emana da lenha tem apenas duas
saídas: a dos queimadores, para cima, e a do forno, para o lado.
As ondas quentes circulam
justamente entre a parede de tijolos e
as placas de ferro, criando algo como
uma corrente de calor. Quanto à
fumaça, após ter percorrido todo esse
trajeto, seu destino final é a pequena
chaminé. Mas ela também pode ser
aproveitada na defumação de carnes.
Para completar, o uso de velhas
panelas de ferro ajuda ainda mais
criar o clima de interior.
Uma boa idéia para aumentar as vantagens que esse fogão oferece é instalar um
reservatório de água na parede junto à lenha, permitindo a obtenção de água quente
sempre que se desejar.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - abr/93.
GASTOS POR ETAPA DA OBRA
Etapa da obra Custo
mínimo
Custo
máximo
Projetos e aprovações 5% 12%
Serviços preliminares 2% 4%
Fundações/alicerces 3% 7%
Estrutura/alvenarias 15% 25%
Telhado/impermeabilização 8% 12%
Instalações elétricas e hidráulicas 12% 17%
Esquadrias 4% 10%
Acabamentos 25% 33%
Serviços complementares 2% 4%
GESSO ACARTONADO
Material produzido industrialmente e com qualidade controlada, o gesso acartonado
integra-se ao repertório dos profissionais brasileiros em todos os tipos de obra. Alguns
arquitetos já afirmam que quem trabalha com o novo sistema não volta mais para a
construção tradicional.
Muito comuns na Europa e Estados Unidos, os painéis de gesso acartonado vem
ganhando o mercado brasileiro. A procura vem aumentando de 40% a 50% ao ano e
mostra que o material vem conseguindo apagar a imagem de aparente fragilidade,
prometendo tomar o espaço da tradicional alvenaria. Com muitas vantagens.
As placas de gesso acartonado substituem alvenarias e argamassas de revestimento em
uma única operação, permitindo a fácil instalação dos dutos de água, energia e dados. O
sistema consiste, basicamente, em uma estrutura interna que suporta painel de gesso,
formando paredes mais ou menos espessas que podem, inclusive, ser curvas. Assim,
aplicam-se a divisórias ou acabamentos internos, em ambientes diversos, como cinemas,
hospitais, hotéis e banheiros.
Para se obter os melhores resultados, o ideal, quando se pensa em construção seca com
gesso, é que, em primeiro lugar, tudo seja planejado cuidadosamente, especificando-se
os pontos de instalação de prateleiras, peças sanitárias, pontos de água e de energia, sem
improvisações. Em segundo lugar, é recomendável utilizar o sistema completo para que
ele realmente traga benefícios. "O ideal é que a arquitetura parta junto com a solução
tecnológica", comenta o arquiteto Henrique Cambiaghi.
A partir daí, há uma solução para cada projeto. Montada a estrutura principal, pode-se
colocar uma ou mais placas, fazer tratamento acústico ou térmico, adicionar reforços
necessários para sustentar armários ou pias, verificar onde serão usadas paredes
especiais para umidade ou resistência ao fogo. Terminada a montagem, a superfície
resultante é uniforme, com aparência monolítica, e aceita qualquer tipo de revestimento:
pintura, colagem, cerâmica, pastilhas e até mesmo pedras, como mármores. Para a
isolação acústica são usadas várias placas com os seus vazios preenchidos com lã
mineral. Por fim, para a fixação dos painéis, cada fabricante disponibiliza de um sistema
de buchas e parafusos específico, incluindo pontos de ancoragem de cargas, que
suportam até 30kg por ponto fixo.
Seu uso parece ser ilimitado. A rede de cinemas carioca UCI, no Rio de Janeiro, o
Credicard Hall, em São Paulo, apartamentos residenciais, como o Condominium Park
Ibirapuera e prédios de escritórios, como a Torre Norte, são exemplos de uso das placas.
Elas também dividem ambientes no Via Funchal, em São Paulo, no Senado Federal, em
Brasília, e no museu Guggenheim, de Bilbao.
As vantagens, segundo os fornecedores, são muitas. Por ser leve, reduz de 10% a 15%
as fundações e estruturas, sua execução é mais rápida, diminuindo a mão-de-obra, e a
quantidade de sobras e entulhos é menor, eliminando quebras e bota-fora de materiais.
Além disso, o sistema possibilita a modificação de layout dando flexibilidade ao projeto
e, em alguns casos, proporciona o aumento de área útil, uma vez que as paredes podem
ser mais finas. Some-se a isso o ganho financeiro com a redução do tempo de obra.
Existem diversos tipos de chapas: normal, resistentes à umidade e ao fogo. As placas
resistentes à umidade são tratadas com produtos hidrofugantes, como o silicone. Já as
resistentes ao fogo possuem aditivos para retardar a liberação de água da chapa,
evitando o colapso da peça. Espessuras, larguras e resistências podem ser ajustadas de
acordo com o projeto. Pode-se aumentar o número de placas, elevando a resistência
mecânica e ao fogo e melhorando a isolação acústica. Um bom exemplo são as
divisórias de cinema, que usam três placas de cada lado e tratamento acústico especial.
No caso de hospitais, por exemplo, há necessidade de um vão maior entre as placas para
acomodar os equipamentos específicos. E existem, também, sistemas concebidos para
isolar salas de raios X. Cada projeto é um caso a ser analisado e, para todo caso, há uma
solução.
A grande novidade nesses sistemas de construção a seco, entretanto, são os subsistemas
disponíveis, que acrescentam algumas vantagens à obra. Quando o assunto é banheiro
pode-se citar o sistema de tubulação flexível para água (PEX), os plásticos aplicados
como pisos, box, peças de fechamento de shafts, carenagens, sistema de bacia com
sistema horizontal, caixas de descarga de embutir e sistemas de proteção da estrutura
metálica interna para evitar o contato do cobre com o aço.
Na parte elétrica, o mercado já oferece caixas para tomadas e interruptores
desenvolvidas especialmente para o gesso acartonado. Elas possuem formato adequado
ao material, presilhas especiais para prendê-las nas chapas e marcação para se fazer os
furos.
Para os acabamentos existem as argamassas especiais, os laminados de revestimento
(plásticos, melamínicos) e suas colas adequadas. Peças de madeira com tratamento
especial também integram o sistema, funcionando como estrutura interna ou
componentes de reforço para fixação de cargas. Em qualquer caso, a madeira é tratada
para não apodrecer, "dar cupim" ou empenar. Portas e esquadrias também foram
desenvolvidas para o sistema. A maior novidade são as portas prontas que, fixadas com
espuma adesiva, proporcionam um encaixe perfeito.
Para o arquiteto Roberto Candusso, a implantação deste tipo de tecnologia foi o ponto
culminante para a conclusão rápida e "vencedora" do Hotel Ibis Casa Verde, em São
Paulo. A vedação interna do Ibis ganhou paredes com chapas duplas de gesso
acartonado e mantas de lã de vidro para uma acústica melhor. "Esse sistema gera
economia, limpeza e agilidade durante a obra, sem interferir nas instalações hidráulicas
que se adaptam perfeitamente à tecnologia. O sistema nasceu para inovar o mercado da
construção."
No escritório Aflalo & Gasperini Arquitetos, quase todas as obras usam gesso,
principalmente no forro. No Central Towers Paulista (duas torres com flats e
consultórios), o gesso está no forro e nas paredes. Já no projeto Água Branca, também
em São Paulo, as quatro torres de escritórios usarão placas de gesso nos shafts, paredes
internas e forros.
Fonte: Revista Arquitetura & Urbanismo - out/nov-99.
GRANITO
O granito é uma rocha formada de três minerais: mica, quartzo e feldspato. É mais duro
que o mármore. Deve-se tomar cuidado na hora da compra, porque nem tudo o que é
vendido no mercado com esse nome comercial é realmente granito. O arenito ou
quartzito, por exemplo, é uma rocha rara, mais porosa, composta de grãos de quartzo.
Os granitos de Minas Gerais são conhecidos pelos seus desenhos rebuscados, com
movimento, sem seguir um padrão. Já a Bahia é famosa pelas rochas azuis, como o
azul-macaúba e o azul-bahia, o mais caro de todos. O azul-fantástico, extraído em São
Paulo, é uma exceção a essa regra. Entre os produtos mais conhecidos, o lilás-gerais e o
verde-candeias vêm de Minas; o cinza-prata e o verde-linhares, do Ceará; o giallo-
veneziano, do Espírito Santo; o capão bonito, o cinza-mauá e o verde-ubatuba, de São
Paulo. Estes são os maiores produtores, mas todos os estados brasileiros têm granito e
há centenas de tipos diferentes.
Há quatro tipos de acabamentos possíveis: levigado, lustrado, apicoado e flameado.
Para fazer o levigado, deve-se lixá-lo com abrasivos, até deixá-lo liso. O lustramento é
bem semelhante, mas utiliza produtos químicos, além de abrasivos, o que ajuda a
impermeabilizar a rocha. O apicoado é feito com batidas de ponteiros, que deixam o
granito com furinhos, portanto, antiderrapante. Já o flameamento é obtido com maçarico
(o fogo queima alguns dos minerais da rocha, fazendo buracos e escondendo defeitos).
Os granitos que têm muita mica não podem ser flameados porque derretem.
Para a aplicação em fachadas, deve-se escolher os granitos de menor porosidade, com
granulação mais fina, como os avermelhados e os esverdeados. Em geral, os cinzas
absorvem mais água (existem exceções: o cinza-prata do Ceará, por exemplo,
praticamente não mancha). Além disso, é sempre seguro utilizar granitos escuros, nos
quais, mesmo que haja infiltração, a mancha não aparece. Mas estes cuidados serão
inúteis se não houver uma boa vedação nas juntas, entre uma placa e outra. Se isso
ocorrer, a água se acumula e acaba infiltrando, mesmo que a porosidade seja baixa.
Não é recomendável lavar o granito com água, pois ela pode entrar por entre as placas e
manchá-las. Mas a sua limpeza é simples e, em geral, não há necessidade de mais do
que um pano úmido. Devem ser evitados detergentes, cujos componentes químicos
podem corroer alguns minerais. No piso, deve-se, uma vez por mês, passar cera para
proteção. Com estes cuidados a durabilidade é imensa, muito maior do que a de quase
todos os outros materiais. Em áreas de muita circulação, é possível proteger o granito
com impermeabilizantes à base de silicone.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jan/96.
ILUMINAÇÃO RESIDENCIAL
A iluminação de ambientes depende da quantidade e tipo de lâmpadas e luminárias
utilizadas, e ainda da maneira como estão posicionadas no ambiente.
No Brasil, cerca de 30% da energia elétrica gasta em uma residência é utilizada para a
iluminação. Esse gasto pode ser reduzido em até 25% se alguns cuidados forem
tomados, tais como usar lâmpadas de menor potência, evitar pintar os tetos e paredes
internas com cores escuras e o uso de dimmers (dispositivos que permitem controlar a
intensidade das lâmpadas incandescentes).
O tipo de luminária influencia diretamente o rendimento das lâmpadas, assim como os
refletores das luminárias melhoram a iluminação, concentrando a luz na área desejada.
Uma iluminação direta, ao mesmo tempo em que destaca mais os objetos, acentua
sombras e irregularidades, enquanto a indireta é mais suave, não sendo adequada para
locais com atividades que exijam acuidade visual.
A escolha adequada da iluminação para cada ambiente é fundamental. Como regra,
pode-se afirmar que as lâmpadas fluorescentes são melhores para locais que ficam
muito tempo iluminados, enquanto as incandescentes são mais adequadas para
ambientes onde o acionamento das lâmpadas é constante. Segue abaixo uma orientação
geral para ambientes residenciais:
• em lugares de passagem, tais como corredores, que não necessitam de muita claridade
e onde as luzes ficam acesas por longos períodos, a lâmpada compacta fluorescente de
baixa potência seria mais adequada e econômica;
• em locais onde as luzes permanecem acesas por longos períodos, tais como sala de
estar e cozinha, poderão ser utilizadas lâmpadas fluorescentes compactas ou tubulares
(com tons mais frios), podendo-se ainda optar pelas incandescentes (com tons mais
quentes);
• nos banheiros, local onde as lâmpadas ficam geralmente acesas por curtos períodos e
são freqüentemente acionadas, as incandescentes são mais adequadas. A luminária deve
ser resistente à umidade;
• nos dormitórios, é preciso considerar quantas horas por dia as lâmpadas ficam acesas;
se não forem muitas, as incandescentes podem ser utilizadas, caso contrário, as
fluorescentes são mais adequadas, podendo também ser utilizadas luzes localizadas. Nos
quartos de crianças deve haver mais luz, pois é o lugar onde elas normalmente brincam;
• escritórios e salas de estudo requerem iluminação potente e uniforme, para a qual as
fluorescentes tubulares são mais adequadas. Deve-se evitar clarões e reflexos na
superfície de trabalho, pois causam fadiga;
• em ambientes externos, onde geralmente as lâmpadas ficam acesas a noite toda, as
lâmpadas fluorescentes são mais indicadas, podendo ainda ter sensores de luminosidade
ou temporizadores, que desligam automaticamente a lâmpada ao clarear o dia, ou de
movimento e minuterias, como os de prédios.
Fonte: Revista Consumidor S.A. - ago/98.
ILUMINÂNCIA E CÁLCULO LUMINOTÉCNICO
De acordo com as normas da ABNT, cada ambiente requer um determinado nível de
iluminância (E) ideal, estabelecido de acordo com as atividades a serem ali
desenvolvidas, segundo a tabela abaixo:
. ILUMINÂNCIA (lux) TIPO DE AMBIENTE / ATIVIDADE
CLASSE A (áreas de uso contínuo
e/ou execução de tarefas
simples)
20 - 30 - 50 - ruas públicas e estacionamentos
50 - 75 - 100 - ambientes de pouca permanência
100 - 150 - 200 - depósitos
200 - 300 - 500 - trabalhos brutos e auditórios
CLASSE B (áreas de trabalho em
geral)
500 - 750 - 1.000 - trabalhos normais: escritórios e fábricas
1.000 - 1.500 - 2.000 - trabalhos especiais: gravação, inspeção,
indústrias de tecidos
CLASSE C (áreas com tarefas
visuais minuciosas)
2.000 - 3.000 - 5.000 - trabalho contínuo e exato: eletrônica
5.000 - 7.500 - 10.000 - trabalho que exige muita exatidão:
placas eletro-eletrônicas
10.000 - 15.000 -
20.000 - trabalho minucioso especial: cirurgia
Uma vez conhecido o nível de iluminância, pode-se fazer o cálculo luminotécnico para
determinação do número de luminárias necessário para obtenção das condições
adequadas de iluminação do ambiente. Inicialmente, é preciso identificar as
características do ambiente (comprimento, largura, pé-direito e altura do plano de
trabalho), além das cores e tipos de materiais empregados na construção, já que cada um
apresenta um grau de reflexão (parte do fluxo luminoso que retorna ao ambiente)
diferente, e que também deverão ser considerados. A tabela abaixo mostra alguns
exemplos:
COR GRAU DE REFLEXÃO
Branco 70 até 80%
Preto 3 até 7%
Cinza 20 até 50%
Amarelo 50 até 70%
TIPO DE MATERIAL .
Madeira 70 até 80%
Concreto 3 até 7%
Tijolo 20 até 50%
Rocha 50 até 70%
O passo seguinte é a determinação do RCR do ambiente, através da seguinte fórmula:
RCR = [5 x h x (L + C)] / (L x C), onde:
h = pé-direito - altura do plano de trabalho;
L = largura do ambiente;
C = comprimento do ambiente.
A seguir, escolhe-se a luminária a ser utilizada. Para tanto, alguns fatores devem ser
levados em conta:
a) para a luminária:
• tipo de fonte de luz;
• distribuição de luz desejada;
• qualidade do produto;
• economia e rendimento;
• características de instalação e manutenção.
b) para as lâmpadas:
• Fluxo Luminoso - quantidade de luz, expressa em lúmens, emitida pela lâmpada, fluxo
este que permite conhecer a eficiência luminosa e calcular o consumo de cada sistema
através do levantamento de seu gasto energético;
• Temperatura de cor - grandeza, expressa em Kelvin (K), que indica a aparência de cor
da luz. Quanto mais alta, mais "fria" é a cor da luz, e quanto menor, mais "quente";
• Índice de reprodução de cor (IRC) - capacidade de reproduzir as cores com maior
fidelidade ou precisão.
A tabela abaixo mostra essas características das lâmpadas fluorescentes mais usuais:
TIPO TEMPERATURA
DE COR (K)
"COR" DA
TEMPERATURA
FLUXO
LUMINOSO
(lm)
14W 4.000 amarela 1.350
28W 4.000 amarela 2.900
16W 4.100 branca 1.070
16W
trifósforo 4.000 amarela 1.200
20W 5.000 branca 1.060
20W
trifósforo 4.000 amarela 1.350
32W 4.100 branca 2.350
32W
trifósforo 4.000 amarela 2.700
36W 6.100 branca 2.500
36W
trifósforo 4.000 amarela 3.350
40W 5.000 branca 2.700
40W
trifósforo 4.000 amarela 3.250
110W 5.000 branca 8.300
110W
trifósforo 4.000 amarela 9.350
Os fabricantes de luminárias normalmente informam, em tabelas apropriadas, o Fator de
Utilização (FU) de cada produto, número que varia em função do grau de reflexão e do
RCR do ambiente. Assim, uma vez escolhidas a luminária e as lâmpadas, verifica-se o
FU da luminária (na tabela específica) e o Fluxo Luminoso da mesma (produto do
Fluxo Luminoso da lâmpada multiplicado pela quantidade de lâmpadas da luminária), e
aplica-se a seguinte fórmula para obtenção do número de luminárias a serem utilizadas:
N = [(L x C) x E] / Fluxo da luminária x FU x FD, onde:
E = iluminância desejada para o ambiente;
FD = Fator de depreciação, normalmente adotado como 0,85, ou seja, correspondendo a
15% de perda.
Uma vez obtida a quantidade de luminárias necessárias, resta apenas locá-las no
ambiente da forma mais adequada.
Fonte: Catálogo Geral da Lumicenter / 99.
IMPERMEABILIZAÇÃO DE TIJOLOS APARENTES
Os tijolos aparentes são porosos, permeáveis e absorventes. Devido a essas
características, absorvem a água da chuva e facilitam a penetração de umidade para o
lado interno. Outra conseqüência é o aspecto degradado pela formação de bolor, fungos
e fixação de fuligem e poeira. Há, portanto, a necessidade de impermeabilizar a parte
externa, o que pode ser feito com a aplicação dos seguintes produtos:
Resinas acrílicas
• a resina acrílica à base de solvente é indicada para uso em várias áreas externas,
devido à sua impermeabilidade e alta resistência à radiação ultravioleta; é necessário o
uso de um fundo selador, também acrílico, evitando que o tijolo absorva demais a
resina, o que escureceria a superfície. O selador serve ainda para melhorar a aderência
da resina ao tijolo, evitando descascamento e escamações futuras;
• ao secar, forma uma película que não é atacada pela água nem pelos agentes
agressivos da atmosfera;
• para ser resistente à luz solar, a resina tem que ser 100% acrílica; existem resinas
acrílicas com adição de estireno que, apesar do bom desempenho em áreas internas, não
devem ser utilizadas externamente;
• tijolos com rejuntamentos profundos e retos não permitem a aplicação do selador e da
resina de maneira uniforme em toda a sua área interna, o que implica em que nos pontos
de rejuntamento onde houver falha no revestimento haverá infiltração de umidade; por
outro lado, rejuntamentos côncavos e rasos proporcionam uma película homogênea,
sem solução de continuidade, garantindo uma melhor impermeabilização;
• ambos os produtos podem ser aplicados com rolo, na face externa do tijolo; no
rejuntamento, é necessário utilizar uma trincha estreita.
Silicones
• funcionam por meio de um fenômeno chamado "aumento da tensão superficial",
tornando a superfície extremamente difícil de ser molhada;
• a aplicação deve ser feita com ‘’aspersor costal’’, um tipo de pulverizador similar aos
utilizados na agricultura ou dedetização; com este tipo de aparelho é possível aplicar a
solução de silicone mesmo em rejuntamentos profundos, o que não é possível com o
sistema acrílico. Devem ser aplicadas duas demãos ao ponto de escorrimento com
intervalo mínimo de oito horas. A concentração de 6% é a mais apropriada para um
tratamento eficiente;
• não são indicadas as aplicações com trincha, pincel ou rolo, devido a irregularidades
que promovem na quantidade de material depositado na superfície.
Fonte: Revista Lojas – set-out/97.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
O uso da eletricidade requer uma rede complexa de ligações que começa no poste da
concessionária e termina em soquetes e tomadas. Para que tudo isso funcione direito, é
necessário um projeto elétrico, elaborado por profissional especializado. Desenvolvido a
partir do projeto de arquitetura, ele define os pontos de luz e eletricidade da edificação,
de acordo com as necessidades de cada ambiente e considerando os aparelhos
eletroeletrônicos a ser instalados, determinando o porte da instalação, estabelecendo
circuitos e especificando os materiais a ser utilizados.
As instalações elétricas consomem entre 12 a 17% do custo total da construção. Assim,
é importante que esse dinheiro seja bem empregado. Os principais elementos utilizados
são:
• poste de recepção - indispensável para a entrada de energia na casa, ele deve atender
às especificações da concessionária. Pode ser produzido em ferro ou concreto. Os de
ferro têm formato circular e são indicados para uma potência máxima de 12 kW. Já os
de concreto não possuem limite de potência e podem ser encontrados prontos ou
concretados na própria obra. Nesse caso, seu projeto deve ser aprovado pela
concessionária. Para não haver riscos de energização, o poste deve receber um isolante
de porcelana (braquete), instalado no topo e ligado ao cabo que traz a energia do poste
público. A ele também estão ligados os cabos que levam a energia do poste até a caixa
de medição.
• caixa de medição - colocada do lado de fora da casa, ela é dividida em duas partes. De
um lado fica o medidor de consumo instalado pela concessionária e, paralelamente, o
dispositivo de proteção - disjuntor ou chave seccionada acoplada a fusíveis. Em caso de
sobrecarga ou curto-circuito, o dispositivo interrompe a corrente elétrica. Para regiões
litorâneas e úmidas a caixa deve ser produzida em fibra de vidro. Para as demais, os
modelos metálicos não apresentam inconvenientes.
• quadro geral - os de metal ou fibra de vidro são melhores, devendo ser descartados
aqueles produzidos em materiais combustíveis, como, por exemplo, madeira. Nesse
quadro, os circuitos que compõem a instalação devem estar agrupados separadamente,
conforme indica a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT): um para
iluminação, outro para tomadas em geral, mais um outro para tomadas de cozinha, além
de um circuito exclusivo para cada aparelho com potência superior a 1.000 W, como
microondas, lava-louças e chuveiros, devido a alta carga que possuem. Essa distribuição
é mais segura e tem um caráter prático: se alguma tomada sofrer pane, a iluminação do
ambiente não será comprometida, facilitando o conserto.
• fusíveis e disjuntores - são essenciais para proteger a instalação contra sobrecargas ou
curto-circuitos. Os antigos e tradicionais fusíveis contêm um condutor metálico que se
rompe (queima) quando a intensidade da corrente é superior à sua capacidade, de acordo
com a instalação. Depois de queimado ele pode ser substituído, mas, no caso de voltar a
queimar, é conveniente buscar um eletricista para descobrir a causa dessas contínuas
interrupções de corrente. São fabricados em papelão resistente (tipo cartucho), cerâmica
e resina, não havendo grandes diferenças quanto ao funcionamento. Os disjuntores
atuam da mesma forma, mas têm a vantagem de não requerer substituição: eles
desligam a corrente quando percebem alterações e podem ser rearmados em seguida.
São considerados mais práticos e eficazes do que os fusíveis.
• Diferencial Residual - trata-se de um dispositivo de segurança de uso recomendado
pela ABNT e conhecido pela sigla DR. Trata-se de um disjuntor supersensível às
menores fugas de corrente, ocasionadas, por exemplo, por fios descascados ou por uma
criança que introduza o dedo ou qualquer objeto numa tomada. De atuação imediata, ele
interrompe a corrente assim que verifica anomalias. É possível instalar um único DR na
caixa de medição ou um para cada circuito, nesse caso, colocados no quadro geral.
• eletrodutos - conduítes por onde correm os fios e cabos que formam a instalação.
Podem ser encontrados em ferro, aço esmaltado ou galvanizado, ou ainda em PVC, o
mais prático. Quando necessária, a conexão desses tubos é feita com peças apropriadas
a cada uso: curvas para cantos de parede, luvas para linhas retas e buchas e arruelas no
encontro com caixas de tomadas e interruptores.
• fios e cabos - são condutores de energia que se diferenciam apenas quanto à forma e
aplicação. O fio é formado por um único condutor, não flexível e utilizado em
instalações retilíneas ou quando existirem somente curvas suaves. O cabo é constituído
por um conjunto de fios, isolados ou não entre si, próprios para instalações com curvas
acentuadas e para aparelhos elétricos em geral, devido à sua grande flexibilidade.
Tecnicamente eles são iguais, pois com a mesma bitola - área condutora - têm idêntica
capacidade de condução de energia. De acordo com as normas da ABNT, seu
revestimento, geralmente em PVC, deve ser isolante e anti-chama, o que é identificado
pela sigla BWF impressa em toda a sua extensão. O condutor deve ser em cobre ou
alumínio, sempre da mais alta pureza, facilitando a passagem de energia e evitando
perdas. A corrente a ser transportada é que determina a bitola necessária. Ela varia de 16
e 50 mm² no percurso entre os quadros de entrada e distribuição e cai para áreas
condutoras de 2,5 a 6,0 mm², quando destinada a atender equipamentos de 110 ou 220
V.
• conectores - para unir fios e cabos existem três opções: a tradicional fita isolante, que
deve ser de alta qualidade; os pequenos conectores em plástico por fora e metal
internamente que seguram os fios por meio de pressão; ou ainda os conectores maiores,
em formato de cubo ou barra, produzidos em plásticos ABS, cerâmica ou polietileno,
que seguram os fios através de pequenos parafusos.
• tomadas, interruptores e outros pontos - a partir do quadro de distribuição, os fios ou
cabos são conduzidos a diversos pontos da casa, chegando até soquetes, interruptores ou
tomadas. Quanto aos soquetes para lâmpadas incandescentes, existem dois tipos: os de
porcelana e os de baquelita, mais indicados para uso em abajures. Já as fluorescentes
exigem soquetes especiais (de aperto ou carrapicho). As caixas de tomadas e
interruptores (em geral com medidas de 4" x 2" ou 4" x 4") são produzidas em metal ou
em PVC e podem ser encontradas também no formato octogonal. Quanto às tomadas,
existem dois tipos: bipolar (dois pólos, como a de um secador ou a da TV) e a tripolar
(dois pólos mais o terra, como a do computador), ambas com entrada para plugues
redondos ou chatos. Embora poucos produtos nacionais tenham plugues tripolares, esse
é o tipo de tomada mais seguro e de uso recomendado pela ABNT. Vale lembrar que
para intensidades de corrente superior a 15 ampères devem ser instaladas tomadas
específicas. Os interruptores podem ter ligação simples, paralela, (acionamento em dois
pontos diferentes) e intermediária (liga e desliga em três pontos distintos). A escolha
depende das conveniências.
• transformadores e reatores - entre as lâmpadas de uso residencial disponível no
mercado, duas exigem peças especiais para seu funcionamento: as fluorescentes
precisam de reatores - dispositivos de partida - subdivididos em convencional e os de
partida rápida (simultânea ao toque no interruptor). Para as dicróicas, que funcionam em
12 V, é imprescindível um transformador para 110 ou 220 V, normalmente vendido em
conjunto com as próprias lâmpadas.
• lâmpadas - São vários os tipos e modelos para uso residencial, e a escolha vai
depender apenas dos gostos de cada um e da linha adotada pelo projeto (ver dica
específica a esse respeito).
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - ago/92.
JARDIM JAPONÊS
No jardim japonês, surgido nos templos budistas, cada elemento tem seu significado.
Originalmente, as flores não são usadas, pois se transformam constantemente. Os
principais elementos são:
• o lago e as carpas: água é vida, daí a importâcia do lago. Nele, vivem as carpas,
símbolo de fertilidade e prosperidade. A variedade Nishiki-koi, rara, exige água
cristalina. Para tanto, podem ser instalados uma bomba e um filtro biológico (do tipo
carvão ativado), garantindo a circulação da água;
• a queda d'água: além de oxigenar a água, a cascata significa a continuidade da vida. E
como a vida, ela segue um ciclo representado pela intensidade da água. Pode ser
controlada por um timer conectado à bomba;
• a lanterna: é um elemento que induz à concentração, ajudando a clarear a mente. Os
pontos de luz são estrategicamente distribuídos para não ofuscarem a visão. A lâmpada
indicada é de 15 watts;
• as pedras das cascatas: o centro do jardim. A pedra colocada na posição vertical
representa a figura do pai, e a da horizontal, a mãe. Dela, brota a água. As outras pedras,
simbolizando os descendentes, são distribuídas em torno do lago e entremeadas pela
vegetação, composta de azaléias, camélias e bambus, podados para permanecerem
sempre iguais;
• o bambu e os adornos: os galhos do bambu são amarrados, direcionando o
crescimento para que a planta se curve para o lago, como em reverência. O sino de
vento e os macacos de cerâmica, fixados na planta, trazem o som da natureza e a
felicidade.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - fev/98.
JARDIM SOBRE A LAJE DE COBERTURA
A colocação de gramados, arbustos, flores e até mesmo árvores sobre a laje de cobertura
pode transformar um espaço esquecido da casa num jardim particular. Porém, isso
requer uma consulta prévia a um arquiteto/engenheiro e um paisagista, uma vez que as
lajes devem ser dimensionadas, na fase de projeto, de acordo com o volume de terra a
ser usado, que, por sua vez, será determinado pelo porte das plantas.
Alguns cuidados são essenciais, como a colocação de ralos em número suficiente para
escoar bem a água. A posição exata deles deve ficar definida em planta, pois, em caso
de eventuais vazamentos de água, será fácil localizar e abrir o local para conserto. A
impermeabilização é outro passo importante, apesar de simples: aplica-se uma manta
asfáltica, já que a própria terra protege a laje da ação do sol e da chuva. Antes de
colocar a terra, aplica-se uma camada de argila expandida e uma manta de bidim (ver
ilustração).
Se houver um acesso para a água, é possível regar e adubar manualmente. Recomenda-
se a adubação foliar, que faz com que as raízes cresçam menos, pois páram de procurar
o alimento no solo, acostumando-se a recebê-lo por via aérea, evitando que se
enrosquem e entupam os ralos.
• Drenagem - a cada 3m lineares, coloca-se um ralo. Aplica-se uma fina tela de arame
sobre cada um, evitando que as raízes cresçam para dentro dos canos.
• Impermeabilização - esta superfície tem de ser impermeabilizada com manta asfáltica,
um processo rápido e simples, feito por firmas especializadas.
• Argila expandida - coloca-se diretamente sobre a laje impermeabilizada, permitindo
um escoamento eficaz da água e evitando que o solo fique encharcado. A camada
previne entupimentos, já que separa a terra do ralo.
• Manta de bidim - deve ser esticada sobre a argila expandida e colada à paredes da laje.
Funciona como um filtro, retendo impurezas. Por isso, a água segue mais limpa para o
ralo.
• Solo preparado - para uma boa drenagem, evita-se usar terra argilosa. Uma boa
mistura leva quatro partes de terra mista (terra de barranco, sem ervas daninhas e
sementes), uma parte de areia lavada, fina, e uma parte de humus, para alimentar o solo.
Joga-se o preparado sobre a manta de bidim, finalizando o trabalho.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - mar/95.
JUNTAS EM PISOS INDUSTRIAIS DE CONCRETO
Introdução
Há, na literatura técnica, uma grande lacuna no que se refere ao projeto de juntas. Com
o objetivo de reduzir esta deficiência, este trabalho apresenta critérios para
dimensionamento e desenvolvimento do projeto geométrico das juntas, principais tipos
empregados em pisos industriais e pavimentos estruturalmente armados, e
dimensionamento dos dispositivos de transferência de cargas. Aborda também critérios
para o controle da qualidade de execução e recebimento das juntas.
Ao longo do tempo, o aumento dos carregamentos e, conseqüentemente, das tensões nos
pisos industriais vem preocupando os profissionais da área. Soluções de
dimensionamento têm sido estudadas, porém todas elevam a responsabilidade das
juntas, pelo fato de que o aumento das cargas leva ao aumento das tensões nas juntas e
das deformações dos pisos industriais. Várias alternativas para elevar a eficiência nas
transferências de carga entre placas de concreto foram experimentadas, tais como
espessamento das bordas das placas, juntas com encaixes do tipo macho-e-fêmea com
ou sem barras de ligação, aumento da capacidade de suporte da sub-base, juntas com
utilização de barras de transferência ou barras de ligação e outras.
Função das juntas
Todo piso industrial em concreto está sujeito a tensões devido a diversas causas, como
retração do concreto, retrações e dilatações causadas por variações térmicas ou
higrotérmicas, empenamento das placas e carregamento - seja ele estático (cargas
distribuídas ou pontuais, como as de prateleiras) ou móvel (empilhadeiras de rodas
pneumáticas ou rígidas). Parte dessas tensões provoca uma sensível redução da vida útil
do pavimento, caso não sejam devidamente consideradas (ERES Consultants, 1996). O
projeto deve prever dispositivos, detalhes construtivos, reforços estruturais e
especificações de materiais adequados a cada tipo de solicitação.
Dentre estes dispositivos ou detalhes construtivos estão as juntas, definidas como um
"detalhe construtivo que deve permitir as movimentações de retração e dilatação do
concreto e a adequada transferência de carga entre placas contíguas, mantendo a
planicidade, assegurando a qualidade do piso e o conforto de rolamento". É importante
ressaltar que as juntas devem permitir a adequada transferência de carga entre placas
contíguas. Pode-se avaliar pela Figura 1 as condições de trabalho das juntas.
Quando se tem uma carga na proximidade da borda, existe uma deformação natural da
placa de concreto do piso proporcional à magnitude da carga, espessura da placa,
módulo de elasticidade dos materiais envolvidos e condições de suporte da placa,
gerando a descontinuidade da superfície do piso, alterando as condições de rolamento,
conforto e segurança.
Na Figura 1 pode-se notar a existência de uma patologia na placa da direita, devido à
passagem da roda do veículo. Este problema, conhecido como esborcinamento das
bordas, é comum em pisos que não possuem a adequada transferência de carga, como
demonstrado na Figura 2.
A recomendação prática para placas de concreto simples é de que a relação entre largura
e comprimento seja de 1:1,5. Existem organismos internacionais que sugerem placas
ainda menores, como por exemplo, a relação de 1:1,25, ou seja, para placas com largura
de 3,6 m têm-se comprimentos de 4,5 m.
Para os pavimentos armados esta relação fica por conta das questões executivas.
Pode-se notar pela Figura 2 que, quando há adequada transferência de carga através de
um dispositivo devidamente dimensionado (ver item 5 - Dimensionamento dos
Mecanismos de Transferência de Carga), preparado e posicionado, tem-se assegurada a
durabilidade do piso de concreto.
Tipos de juntas
Para os pisos industriais, poucos são os tipos de juntas necessárias para que se tenha
sucesso na realização da obra. As juntas podem ser classificadas em:
• junta longitudinal de construção (JC) - são as juntas construtivas de um pavimento,
sendo que o seu espaçamento está limitado pelo tipo de equipamento utilizado,
geometria da área e índices de planicidade a serem obtidos. As juntas de construção
podem possuir encaixes do tipo macho-e-fêmea ou utilizar barras de transferência
(Figura 3). As do tipo macho-e-fêmea têm sido menos empregadas devido à sua baixa
capacidade de transferência de carga, dificuldades executivas e principalmente grande
ocorrência de fissuras próximas das bordas. Este tipo de dispositivo de transferência de
carga não deve ser utilizado para pisos com espessura menor do que 15 cm.
A Figura 3 apresenta a seção típica de uma junta de construção com uso de barras de
transferência. É importante destacar o posicionamento das barras de transferência e da
tela soldada.
• junta serrada (JS) - o processo construtivo utilizado atualmente prevê a concretagem
em faixas limitadas em sua largura pelas juntas longitudinais de construção. Logo após
o processo de acabamento do concreto, deve-se iniciar o corte das juntas transversais de
retração, também conhecidas como juntas serradas (Figura 4). Um grande desafio das
empresas que executam este tipo de obra é a determinação do melhor momento de início
deste processo. Em geral, este tempo é cerca de 10 horas após o lançamento do
concreto, porém, existe uma grande variação, de acordo com o tipo de cimento,
temperatura ambiente, relação água/cimento, tipos e dosagem de aditivos, ventos e
outros fatores externos.
O corte deve ter (Rodrigues & Cassaro, 1998) profundidade da ordem de 1/3 da
espessura da placa, recomendando-se no mínimo 40 mm. A Figura 4 apresenta seção
transversal típica.
• junta de expansão (JE) - são fundamentais para isolar o piso das outras estruturas,
como vigas-baldrames, blocos de concreto, bases de máquinas ou outras (Figura 5). Esta
é uma premissa que faz com que o piso trabalhe independente das outras estruturas
existentes. Nos casos de pilares e pequenas aberturas nos pisos, normalmente se utiliza a
solução apresentada na Figura 6, também conhecida como junta tipo diamante.
A utilização de junta de expansão entre placas, também conhecida como junta de
dilatação (JD), não é usual em pisos industriais, ocorrendo apenas em situações
especiais, como mudança de direção de tráfego, fato comum em docas de recebimento
de materiais. Este detalhe construtivo é muito semelhante ao da junta de construção,
sendo necessário prever um capuz no final da barra de transferência com folga
aproximada de 20 mm (Figura 7).
Mecanismos de transferência de carga
A necessidade dos mecanismos de transferência de carga fica evidente diante das
tensões que ocorrem devido à posição da carga em relação às juntas, conforme
apresentado na Figura 8. A necessidade dos mecanismos de transferência de carga fica
evidente diante das tensões que ocorrem devido à posição da carga em relação às juntas,
conforme apresentado na Figura 8.
A carga no interior da placa (posição 2) é a que apresenta a menor solicitação, enquanto
a localizada na borda longitudinal livre (posição 3) é a que apresenta a maior
solicitação. Para efeitos comparativos, pode-se dizer que se o momento gerado pela
carga na posição 1 for igual a 1,0, essa mesma carga produzirá na posição 2 um
momento igual a 0,7 e na posição 3 um momento igual a 1,4. Portanto, caso não sejam
previstos mecanismos de transferência de carga nas juntas, de forma a garantir a
continuidade do pavimento, o dimensionamento deveria ser efetuado pela posição de
carga mais desfavorável. Esse procedimento acabaria por gerar pisos de espessuras
elevadas e antieconômicas, além de não garantirem a imobilidade vertical necessária.
Modernamente, os pisos são dimensionados de modo a garantir a continuidade nas
juntas, isto é, dotando-as de mecanismos eficientes, permitindo que o dimensionamento
seja feito considerando a carga atuando longe das bordas livres. Os mecanismos mais
comuns são as barras de transferência, empregadas tanto nas juntas longitudinais de
construção ou serradas como nas juntas transversais serradas; outro tipo são as juntas
macho-e-fêmea, empregadas nas juntas longitudinais de construção e apresentadas no
item 3.
O tipo mais comum é constituído pelas barras de transferência em função da praticidade
e da eficácia que ele permite. O sistema macho-e-fêmea deve ser evitado devido à sua
baixa eficiência em aplicações industriais (ACI, 1996). Neste sistema, a transferência de
carga depende da união entre as duas faces da junta; nos pavimentos rodoviários, essa
união é garantida por barras de ligação. Nos pisos industriais não é possível o emprego
desse recurso, o que restringiria os movimentos de retração da placa, com conseqüente
descolamento das faces, tornando o sistema ineficiente (Figura 9).
Existem outros mecanismos de transferência que podem ser considerados, como pelo
entrosamento dos agregados, mas sua eficiência depende de uma abertura máxima de
juntas inferior a 1 mm (ACI, 1996), limitando o comprimento da placa em poucos
metros. Outro sistema, composto por chapas planas em formato triangular (Walker &
Roland, 1998), pode ser empregado em juntas de construção, estando em estágio
experimental de utilização. Sua principal vantagem é permitir o movimento horizontal
da placa em duas direções, ortogonal e paralela ao seu eixo principal.
Embora as barras de transferência sejam as preferidas nos pisos industriais, é importante
salientar que sua eficiência é inversamente proporcional à folga com o concreto;
práticas como envelopar com mangueira, plásticos ou papel ou mesmo retirar as barras
para facilitar a remoção das formas são condenáveis, pois facilitam em demasia a perda
da qualidade da junta.
Dimensionamento das barras de transferência
As barras de transferência têm o seu desempenho ditado por dois parâmetros principais:
o espaçamento e o diâmetro das barras. Secundariamente, é função também da abertura
da junta (Yoder & Witczak, 1975). É prática comum o emprego do espaçamento fixo,
geralmente 30 cm, e diâmetro conforme a espessura do piso (Rodrigues & Cassaro,
1998).
A Tabela 1 permite que o diâmetro da barra seja adotado com relativa facilidade.
Entretanto, deve-se lembrar que o seu estabelecimento foi feito com base em pisos e
pavimentos de concreto simples, isto é, aqueles em que os esforços atuantes são
resistidos apenas pela resistência à tração na flexão do concreto. As barras de
transferência têm o seu desempenho ditado por dois parâmetros principais: o
espaçamento e o diâmetro das barras. Secundariamente, é função também da abertura da
junta (Yoder & Witczak, 1975). É prática comum o emprego do espaçamento fixo,
geralmente 30 cm, e diâmetro conforme a espessura do piso (Rodrigues & Cassaro,
1998).
A Tabela 1 permite que o diâmetro da barra seja adotado com relativa facilidade.
Entretanto, deve-se lembrar que o seu estabelecimento foi feito com base em pisos e
pavimentos de concreto simples, isto é, aqueles em que os esforços atuantes são
resistidos apenas pela resistência à tração na flexão do concreto.
Tabela 1
Espessura da
placa (mm)
Diâmetro da
barra (mm)
Comprimento
da barra (cm)
Espaçamento
(cm)
125 16 40 30
150 20 40 30
200 25 46 30
> 250 32 46 30
Modernamente, com o aprimoramento dos processos de cálculo e o advento de novas
tecnologias, tem-se observado expressiva redução nas espessuras dos pisos industriais -
por exemplo, 15 cm onde antes eram necessários 24 cm. As tensões atuantes nas barras
de transferência estão intimamente ligadas à espessura da placa, através do raio de
rigidez relativo l:
Onde:
E = módulo de elasticidade do concreto
h = espessura da placa de concreto
v = coeficiente de Poisson do concreto, tomado como 0,15
k = coeficiente de recalque da fundação
Para avaliar a influência do raio de rigidez relativo na força aplicada nas barras de
transferência, pode-se comparar, por exemplo, uma carga P aplicada em uma junta,
exatamente no alinhamento de uma barra de transferência. A tendência natural é que
essa força distribua-se com maior intensidade na barra em seu alinhamento, enquanto as
barras adjacentes recebem um esforço menor, proporcional à distância em que se
encontram do centro de aplicação de cargas. A influência da carga se fará sentir até uma
distância igual a 1,8 vez o raio de rigidez relativo. Portanto, quanto maior ele for, mais
barras estarão repartindo o esforço aplicado.
Com base na figura 10, pode-se ter os seguintes esforços aplicados, quando a carga
estiver posicionada no interior da placa.
a = 1
b1 = c1, b2 = c2, ... bn = cn
bn = 1 - (n . x / 1,8 l)
Onde:
n = número da barra
x = espaçamento entre barras
l = raio de rigidez
O esforço atuante na barra mais solicitada, situada imediatamente abaixo da carga,
considerando a junta com 100% de eficiência, será:
Pa = 0,5P / {[1 + [2 . (b1 + b2 + ... + bn)]}
Onde:
P = carga aplicada (kgf)
Quando a barra se situa mais próxima a uma borda livre, o esforço atuante na barra mais
solicitada será:
Pa = 0,5P / [1 + (b1 + b2 + ... + bn)]
Onde:
P = carga aplicada (kgf)
A análise das duas expressões permite de imediato perceber que a barra mais solicitada
estará sempre próxima a uma borda livre. Quando houver mais de uma força atuando na
junta, o efeito nas barras deve ser superposto. Esse modelo, proposto por Friberg (Yoder
& Witczak, 1975), admite que a placa de concreto seja absolutamente rígida e, portanto,
o subleito acaba não recebendo esforços, o que, na realidade, não ocorre; logo, as cargas
nas barras assim avaliadas acabam sendo maiores do que o calculado.
Vamos supor, por exemplo, uma junta com barras espaçadas a cada 30 cm, com
eficiência de 100%, isto é, que distribui igualmente os esforços nos dois lados da junta,
e carga P aplicada coincidentemente no eixo de uma barra. Se l = 80 cm, a barra mais
solicitada estará recebendo um esforço equivalente a 0,05 P; se l = 0,50 cm, o esforço
será 0,08 P, ou seja, 60% maior do que na placa mais rígida.
Quando uma carga Pa atua em uma barra imersa no concreto, conforme mostra a figura
11 (Huang, 1993), apresenta-se a seguinte rigidez:
Onde:
K = módulo de suporte da barra de transferência (podendo ser considerado =
0,41.106MPa/m)
E = módulo de elasticidade do aço (210GPa)
b = diâmetro da barra de transferência (cm)
I = momento de inércia da barra de transferência
A deformação y (m) da barra é dada por:
y = Pa a, onde a = (2 + zbb) / (4b 3
EI) (ver tabela 2) e z é a abertura da junta.
A tensão de apoio no concreto (MPa) é imediata:
s = Ky
A análise das expressões indica que a deformação e a tensão, fixadas as propriedades
geométricas e mecânicas da barra, irão variar com a abertura da junta. Por exemplo, a
tensão de apoio (barra de 20 mm) em uma junta de dilatação pode ser de 10% (abertura
de 10 mm) a 25% (abertura de 25 mm) maior que numa junta de retração (abertura de 4
mm).
Nas juntas serradas, a abertura é função da retração hidráulica do concreto, dimensões
das placas e do tipo de piso empregado; por exemplo, os pisos estruturalmente armados
apresentam menor abertura de junta em função da restrição imposta pelas armaduras.
A tensão de apoio admissível é determinada pela expressão (adaptada de Huang, 1993):
s adm = [(10 - b) / 7,5] . fck
No caso dessa tensão ser ultrapassada, ocorrerá o esmagamento do concreto em contato
com a barra, com o conseqüente aumento da deformação. Uma vez ultrapassado o valor
da deformação que ocorre para a carga situada no interior da placa, a borda passa a ser
mais solicitada, devido à perda de eficiência da junta.
O processo de degradação passa a ser contínuo, pois a sub-base é mais solicitada,
perdendo capacidade de suporte e aumentando a deformação na junta até que ocorra o
colapso estrutural.
Cuidados no projeto geométrico
Tão importante quanto o dimensionamento da seção transversal, o projeto geométrico
deve ter alguns cuidados que permitam a execução da obra, garantam a durabilidade do
piso, reduzam o custo de manutenção e, ainda, assegurem a perfeita utilização, de
acordo com o tipo de equipamento a ser utilizado.
Seguem abaixo alguns dos cuidados básicos a serem seguidos:
• a largura da faixa de concretagem deve ser consistente com os índices de planicidade
exigidos para o uso do piso;
• no caso de haver cargas de prateleiras ou estantes, recomenda-se que as juntas
longitudinais de construção sejam paralelas com a estante e distantes cerca de 15 cm dos
montantes;
• as juntas devem ser alinhadas aos cantos internos do piso (Figura 12);
• o comprimento de um trecho de junta de construção ou serrada deve ser no mínimo
igual a 50 cm de comprimento (Figura 13);
• prever ângulos de encontro entre juntas sempre maiores do que 90º (Figuras 13);
• uma junta de construção ou serrada deve sempre encontrar uma curva em ângulo igual
a 90º (Figuras 13 e 15);
• uma junta de construção ou serrada não pode terminar em outra junta de construção ou
serrada, sempre deverá terminar em uma junta de expansão (Figura 14).
Selantes
O mercado oferece uma vasta gama de materiais para preenchimento de juntas, tanto
moldados in loco como pré-moldados, sendo estes menos utilizados em função da pouca
praticidade que oferecem. A preferência é dada aos moldados in loco, geralmente
constituídos por poliuretano ou asfalto modificado, mono ou bicomponentes, havendo
também a família dos silicones. Entretanto, quando é previsto o tráfego de veículos de
rodas rígidas, notadamente as de pequeno diâmetro, os únicos selantes capazes de
apresentar adequado suporte às tensões geradas nas bordas da junta são o polissulfeto,
uretano e epóxi bicomponente. A dureza desses materiais deve ser de no mínimo 80
(Shore A) e devem ter teor de sólidos de 100% (ACI, 1996). O mercado oferece uma
vasta gama de materiais para preenchimento de juntas, tanto moldados in loco como
pré-moldados, sendo estes menos utilizados em função da pouca praticidade que
oferecem. A preferência é dada aos moldados in loco, geralmente constituídos por
poliuretano ou asfalto modificado, mono ou bicomponentes, havendo também a família
dos silicones. Entretanto, quando é previsto o tráfego de veículos de rodas rígidas,
notadamente as de pequeno diâmetro, os únicos selantes capazes de apresentar
adequado suporte às tensões geradas nas bordas da junta são o polissulfeto, uretano e
epóxi bicomponente. A dureza desses materiais deve ser de no mínimo 80 (Shore A) e
devem ter teor de sólidos de 100% (ACI, 1996).
Controle da qualidade - recebimento
As juntas do piso deverão obedecer, no mínimo, aos seguintes requisitos:
• as barras de transferência devem ser posicionadas de modo que o desvio máximo com
relação ao espaçamento de projeto seja inferior a 25 mm;
• o alinhamento das juntas construtivas não deve variar mais do que 10 mm ao longo de
3 m;
• nas juntas serradas, a profundidade do corte não deve variar mais do que 5 mm com
relação à profundidade de projeto.
Autores: Públio Penna Firme Rodrigues, engenheiro civil, mestre em engenharia
pela Poli/USP e diretor da LPE Engenharia e Consultoria e Wagner Edson
Gasparetto, engenheiro civil, chefe de Desenvolvimento de Mercado da Gerdau Aço
para Construção Civil, na Revista Téchne - set/out-99.
LAMINADOS SINTÉTICOS
Diferenças quanto à composição química e até mesmo nas técnicas de instalação fazem
com que cada tipo de revestimento sintético tenha uma finalidade específica. Seguem
abaixo as principais características de cada tipo:
PISO DE BORRACHA
• placas de borracha sintética, vulcanizadas sob altas temperaturas e pressão e moldadas
em fôrmas;
• utilização em ambientes externos ou internos, com ótimo desempenho em escritórios,
saunas, clubes, etc, podendo também revestir paredes e tetos;
• não trocam calor com o ambiente, são antialérgicas, antiderrapantes e apresentam boa
absorção acústica;
• resistem a impactos sem marcar e não são afetadas por pontas de cigarro;
• são suscetíveis a ácidos e derivados de petróleo;
• normalmente, as com espessura inferior a 4 mm são lisas na parte de baixo e fixadas
com cola à base de benzina; as de maior espessura (até 15 mm) possuem garras que
auxiliam na fixação com argamassa apropriada;
• o uso de placas sem garras somente é recomendado para ambientes internos, livres de
umidade e de tráfego leve. Também podem ser colocadas sobre outras bases, como
pedras, tacos ou cerâmicas, desde que em bom estado;
• as de garras médias são apropriadas para áreas internas e úmidas, como banheiros,
podendo também ser utilizadas em garagens;
• para uso externo, recomenda-se as de garras maiores, com grande resistência às
intempéries, que também podem ser utilizadas em ambientes de tráfego pesado;
• a base ideal é um contrapiso sem desníveis ou irregularidades e completamente livre
de umidade;
• as placas fixadas com cola não devem receber água diretamente para limpeza
(recomenda-se utilização de panos úmidos);
• as peças pretas podem ser limpas com água e sabão comum, enquanto a limpeza das
coloridas é feita com água e detergente suave.
LAMINADO MELAMÍNICO
• produzido à base de celulose e resinas fenólicas sob alta pressão, encontrado no
formato de réguas ou placas;
• utilização como revestimento de móveis, paredes e pisos de ambientes internos e de
tráfego leve;
• não troca calor com o ambiente;
• antiderrapante (mesmo quando molhado), impermeável e antialérgico;
• imune a pontas de cigarros, riscos e quedas de objetos, mas sensível a sapóleo, soda
cáustica, água sanitária e ácidos;
• fixação com cola ou argamassa;
• quando assentado sobre base de argamassa sem irregularidades, pode ser lavado com
água e sabão;
• pode ser colocado sobre tacos e cerâmicas.
LAMINADO VINÍLICO
• produzido à base de policloreto de vinila (PVC), é encontrado nos tipos flexível (em
rolos) e semiflexível (em placas);
a) flexível
• PVC aplicado em camadas reforçadas por mantas de vidro, geralmente apresentado em
rolos de 2 m de largura por 20 m de comprimento;
• indicado para áreas internas de tráfego leve;
• antialérgico, não propaga chamas e resiste a temperaturas de até 120ºC;
• fixado com cola especial sobre um cimentado seco e sem oleosidade ou sobre piso
existente em bom estado de conservação. Quando bem colocado, dá a impressão de não
ter emenda;
• pontas de cigarro mancham o produto, que também é sensível a derivados de petróleo
e está sujeito a marcas e riscos;
• limpeza com aspirador, vassoura macia e pano úmido; a água não deve ser jogada
diretamente sobre ele.
b) semiflexível
• composto por PVC, plastificantes, carga mineral e pigmentos;
• de acordo com o modelo, suporta do tráfego leve ao medianamente intenso;
• antialérgico e termoestável, resiste a temperaturas de até 120ºC;
• fixado com cola à base de borracha sintética sobre base de argamassa ou piso existente
em bom estado de conservação;
• limpeza com pano úmido, pode ser encerado com cera diluída em água. Não deve ser
exposto a derivados de petróleo.
TERMOVINÍLICOS
• composto de ligas vinílicas, fibras sintéticas e cargas minerais, encontrado em placas
com espessura variando em torno de 4 mm;
• uso interno ou externo;
• suporta grandes cargas;
• resistente a impactos, riscos, líquidos quentes, pontas de cigarro e ácidos;
• não troca calor com o ambiente, não propaga chamas e resiste a até 100ºC;
• fixado com adesivo para pisos ou com cola asfáltica;
• em ambientes de tráfego pesado, deve ser fixado sobre base de argamassa;
• o contrapiso deve estar limpo, seco, livre de óleo e irregularidades;
• pode ser lavado com água e sabão, quando assentado com argamassa. Nos demais
casos, a limpeza é feita com pano úmido.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - ago/92.
LAREIRAS
O bom funcionamento de uma lareira depende de técnica e certos cuidados, garantindo
que a fumaça não invada a sala e nem haja perda de calor, o que requer um projeto e um
dimensionamento adequados.
O aquecimento deve ser compatível com o tamanho do ambiente e número médio de
pessoas que a freqüentam. Porém, a temperatura final é determinada pela quantidade de
lenha queimada, além da correta condução e lançamento, pela chaminé, para o exterior
dos gases liberados na combustão.
A estrutura de uma lareira é composta por três partes
fundamentais: caixa ou câmara de fogo, coifa ou caixa de
fumaça, e duto ou chaminé. Cada qual desempenha funções
específicas, mas interdependentes entre si.
Na caixa de fogo, o elemento principal é a chamada boca (a
abertura da lareira para o ambiente), cujas dimensões (altura e
largura) devem estar de acordo com as medidas do local onde
será instalada. Mais para dentro da caixa de fogo, onde se
deposita a lenha, outro segredo: a parede de fundo inclinada.
Sua função é empurrar as ondas de calor rumo ao piso do
ambiente. Assim, o ar aquecido, que é mais leve e tende a subir,
faz aumentar a temperatura do ambiente.
Logo acima da caixa de fogo, vem a coifa, com formato
semelhante a um funil de cabeça para baixo. Ela capta a fumaça,
ao mesmo tempo que detém o ar frio que desce pela chaminé.
Nessa etapa, é fundamental a garganta, uma abertura, regulável,
cuja medida deve ser exatamente igual à área seccional do duto.
Coifa e chaminé, em especial, garantem um funcionamento
limpo do sistema, no que concerne à fumaça e à fuligem. A
finalidade da garganta da coifa é conduzir a fumaça para fora e
impedir que o ar frio desça pela chaminé e incida sobre o fogo,
espalhando fumaça e cinzas, daí a importância de um bom
dimensionamento.
A alvenaria substituiu os graúdos blocos de pedra antigamente utilizados nas lareiras.
Além da alternativa de se contratar um pedreiro para construí-la, há modelos pré-
fabricados à venda na forma de kits e em medidas padronizadas.
Geralmente confeccionadas em aço galvanizado, pintado de preto, as lareiras pré-
fabricadas são encontradas em duas versões: a tradicional, para ser revestida com
alvenaria, e a de uso aparente. Nesse caso as paredes não são quebradas, bastando
encostar o kit no canto escolhido e furar o teto para a passagem do duto.
Em termos de resultado, ambas se equiparam. A diferença é que a aparente, por não ser
coberta pela alvenaria, esquenta e esfria com maior velocidade. Vale citar que o aço
recebe tratamento para isolação térmica, com resinas e até camadas internas de lã de
vidro, a fim de evitar que os usuários se queimem. Quanto às dimensões, o mercado
acabou por estabelecer algumas medidas de referência, como a relação entre a boca da
lareira e o ambiente. O mais usual é encontrá-las para ambientes a partir de 100 m³, para
as quais se recomendam bocas de largura de 70 cm por altura de 60 cm, até ambientes
com mais de 400m³, com bocas de 130 por 85 cm.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - abr/93.
LIMPEZA DA CAIXA D'ÁGUA
A limpeza da caixa d’água deve ser feita a cada seis meses.
Iniciar a limpeza amarrando a bóia para que não entre água durante a limpeza, e tampar
a saída de água com um pano para que a sujeira não desça pela tubulação.
Esfregar uma esponja nas paredes e no fundo (caso a caixa possua uma superfície lisa
somente é necessário passar um pano); recolher, com um pano úmido, a sujeira
depositada no fundo e os resíduos da limpeza, colocando tudo num balde.
Desamarrar a bóia e deixar a caixa encher até a altura de 30 cm de altura, adicionando
250 ml de hipoclorito (água sanitária) para cada 100 l de água.
Aguardar 30 minutos e umedecer as paredes da caixa com esta mistura utilizando uma
esponja; esperar mais duas horas e a desinfecção estará pronta.
Outra maneira mais simples de fazer a limpeza é despejar quatro litros de água sanitária
para cada 1.000 l d’água e deixar a mistura no reservatório por quatro horas.
Em ambos os métodos, após o tempo de espera, deixar a água sair pelos canos,
desamarrar a bóia e tapar bem a caixa.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - out/98.
MADEIRAS BRASILEIRAS
CARACTERÍSTICAS APLICAÇÕES
MADEI
RAS TONALI
DADE
VEIOS
/
DESEN
HOS
AROM
A
RESIST
.
MECÂ
NICA
DURABILI
DADE
NATURAL
*
OFE
RTA
USO
EXTE
RNO
USO
INTE
RNO
BATEN
TES
DIVISÓ
RIAS
DEC
KS
ESQUAD
RIAS
(portas e
janelas)
ESTRUT
URAS
FOR
ROS
LAMBR
IS,
MOLD
URAS E
RODAP
ÉS
MÓV
EIS
PIS
OS
MIO
LO
DE
POR
TAS
Acapu
do pardo
avermelha
do até o
quase
negro
claros
ligeiram
ente
adocicad
o
média /
alta alta baixa X X - X X X X X - X X -
Amendo
im
bege
rosado ou
castanho
claro
castanho
claro
pouco
perceptí
vel
média média média - X - X - - X - X X X -
Andirob
a
avermelha
do
castanho
escuro
imperce
ptível média média alta - X X X - X X - X X X -
Angelim
-Pedra
castanho
claro
avermel
hado
imperce
ptível alta alta alta - X X X - X X - - X X -
Angelim
-
Vermelh
o
castanho
rosado
castanho
escuro
fraco e
desagrad
ável
alta alta alta X X X X X X X X X - X -
Angico-
Preto
do
castanho
claro ao
vermelho
violáceo
s
imperce
ptível alta alta alta X X X - - X X - - X X -
Angico-
Vermelh
o
do
castanho
claro ao
castanho
escuro
enegreci
imperce
ptível média alta alta X X X X X X X - - X X -
avermelha
do
do
Aroeira-
do-
Sertão
do
castanho
ao
castanho
avermelha
do escuro
lisa imperce
ptível alta alta baixa X X - - - - X - - - X -
Bicuíba-
Rosa
castanho
claro
rosado
lisa ou
com
estrias
imperce
ptível média baixa média - X - X - - - X X - - -
Braúna-
Preta
do pardo
escuro ao
negro
lisa imperce
ptível alta alta baixa X X X X - X X - - - X -
Cabreúv
a-Parda
pardo
rosado lisa
fraco e
agradáv
el
média média / alta baixa X X X X X X X - - - X -
Cabreúv
a-
Vermelh
a
(Bálsam
o)
castanho /
castanho
avermelha
do
lisa agradáv
el
média /
alta alta baixa X X X X X X X X X X X -
Canafíst
ula
do bege
rosado ao
castanho
avermelha
do
escuros
irregular
es
imperce
ptível
média /
alta média média X X X X - X X - - - X -
Canela-
Sassafrá
s
do pardo
claro
amarelado
ao pardo
escuro
longitud
inais
forte e
agradáv
el
média baixa baixa - X X X - X X X X X X -
Carvalh
o-
Brasileir
o
do róseo
arroxeado
ao bege
amarelado
largos imperce
ptível
média /
alta baixa baixa - X - - - - - - - X - -
Caviúna
do pardo
acastanhad
o ao
violáceo
escuros
fraco e
agradáv
el
média alta baixa - X X X - X X X X X X -
Cedrinh
o
do róseo
acastanhad
o ao bege
amarelado
manchas
irregular
es e
esparsas
imperce
ptível
média /
baixa baixa alta - X - - - - - X - X - X
Cedro
do bege
rosado ao
castanho
avermelha
do
lisa agradáv
el
média /
baixa média baixa - X X X - X - X X X - -
Cerejeir
a
castanho
claro
castanho
escuro fraco média média alta - X - - - X - X X X - -
Cumaru
castanho
claro
amarelado
lisa imperce
ptível
média /
alta alta alta X X X X X X X X X X X -
Cumbar
u
castanho
amarelado
estrias
claras
imperce
ptível
média /
alta alta alta X X X X - - X X X - X -
Cupiúba castanho /
castanho lisa forte média alta alta X X X X X X X X X X X -
avermelha
do
Faveiro
do
castanho
amarelado
ao
avermelha
do
longitud
inais
imperce
ptível
média /
alta alta baixa X X X X - X X - - - X -
Freijó
do pardo
amarelado
ao
acastanhad
o
lisa fraco média média baixa - X X - - X - X X X - -
Garapa
do bege
amarelado
ao róseo
acastanhad
o
lisa imperce
ptível
média /
alta média alta X X - - - - X - - - X -
Imbuia
pardo
amarelado
/ pardo
acastanhad
o / havana
paralelo
s
agradáv
el média alta baixa - X X X - X X X X X X -
Ipê castanho
claro lisa
imperce
ptível alta alta alta X X X X X X X X X - X -
Itaúba-
Preta
pardo
havana
claro ou
escuro
lisa
ligeiram
ente
adocicad
o
média /
alta alta alta X X X X X X X X X X X -
Jacarand
á
pardo
escuro
arroxeado
/ bege
rosado
listras
pretas
agradáv
el
média /
alta alta baixa - X - - - - - - - X - -
Jarana
castanho
amarelado
ou
avermelha
do
lisa imperce
ptível alta alta média X - - - - - X - - - - -
Jatobá
(Jataí)
castanho
claro
rosado ou
avermelha
do
lisa ou
com
manchas
imperce
ptível alta média / alta alta X X X X X X X X X X X -
Louro-
Pardo
pardo
claro
amarelado
lisa ou
com
listras
escuras
fraco e
agradáv
el
média baixa baixa - X X X - X X X X X - -
Maçaran
duba
avermelha
do /
castanho
arroxeado
lisa imperce
ptível alta média / alta alta X X - - - - X - - - X -
Mogno castanho lisa imperce
ptível média média média - X X X - X - X X X - -
Muiraca
tiara
do bege
rosado ao
castanho
escuro
estrias
escuras
imperce
ptível
média /
alta baixa alta - X X X - X X X X X - -
Oiti pardo
claro lisa
imperce
ptível
média /
alta alta média X - - - - - X - - - - -
rosado
Pau-
Amarelo
amarelo
gema claros
imperce
ptível média média / alta alta - X - - - - - X X X X -
Pau-
Marfim
(Marfim
)
do branco
palha ao
amarelo
pálido
claros imperce
ptível média baixa baixa - X - - - - X X X X X -
Pau-
Roxo roxo lisa
imperce
ptível alta alta alta X X X X X X X X X - X -
Pequiá
(Pitiá)
pardo
claro
amarelado
lisa imperce
ptível
média /
alta alta alta - X - - - X - X X - X -
Peroba-
de-
Campos
do bege
rosado ou
amarelado
ao pardo
acastanhad
o
finos e
escuros
imperce
ptível média média baixa X X X X X X X X X X X -
Pinho-
de-Riga
castanho
claro
listras
castanha
s
- alta alta import
ada X X - - - X - - - X - -
Pinho-
do-
Paraná
branco
amarelado
lisa com
manchas
avermel
hadas
fraco e
agradáv
el
média baixa baixa - X X X - X X X X X - X
Pinus
Eliotii
amarelo
claro
manchas
escuras - baixa baixa alta - X - - - - - X X X - X
Sucupira
pardo
acastanhad
o /
castanho
escuro
lisa imperce
ptível
média /
alta média baixa - X - - - - X X X X X -
Sucupira
-
Amarela
(Guaiçar
a)
do
castanho
claro ao
castanho
estrias
claras
imperce
ptível
média /
alta média baixa X X - - - X - X X X - -
Taiúva
castanho
amarelado
ou
castanho
lisa imperce
ptível
média /
alta alta alta X X X X X X X X X X X -
Tatajuba
amarelo
queimado
ou
castanho
amarelado
forte imperce
ptível
média /
alta média alta - X X X - X X X X X X -
Tauari
branco
palha
rosado
manchas
leves
imperce
ptível média baixa alta - X - - - - - X X X - X
Virola bege claro
rosado lisa
imperce
ptível
média /
baixa baixa alta - X - - - - - X X - - X
* Em condições de deterioração biológica.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jul/92.
MANUTENÇÃO DE PISOS DE MADEIRA
Quando o rejunte dos tacos de madeira se solta, é necessário proceder à calafetação das
juntas.
Não se deve calafetar apenas o trecho danificado, pois isso pode deixar o piso irregular.
O serviço deve ser executado por um técnico especializado. O processo deve ser feito
em etapas:
• inicialmente, o piso é lixado, usando, para isso, dois tipos de lixa (nº 16 e 36) e
máquinas específicas;
• a seguir, elimina-se o pó que ficou nas frestas e faz-se a calafetação dos tacos com
massa (exemplo: F-12, da Fusecolor).
O material, disponível em várias tonalidades, deve acompanhar a cor da madeira.
Após a calafetação completa, o piso deve ser lixado novamente em duas etapas, com
lixas (nº 60 e 80) e, em seguida, receber um verniz para acabamento de pisos de
madeira.
Fonte: Revista Casa Cláudia – mar/98.
MANUTENÇÃO DE PLAQUETAS DE BARRO
Para clarear a plaqueta escura e envelhecida de piso, pode-se usar um escovão e uma
mistura de água com ácido muriático (ou cloro) na proporção de 1:10. Após o piso
limpo e seco, aplicar 2 ou 3 demãos (com intervalo de secagem) de resina
impermeabilizante fosca, para não alterar a coloração do local.
Outra alternativa é pintar a plaqueta: para isso, é necessário limpar o local com a mesma
solução acima mencionada, em seguida dar uma demão de seladora acrílica e pintar com
tinta acrílica na cor desejada.
Antes de iniciar qualquer uma das alternativas, verificar se as plaquetas estão em ordem.
Se alguma delas estiver trincada ou solta, proceder à troca ou à colagem.
Caso as plaquetas tenham sido impermeabilizadas, é necessário retirar essa resina,
lixando-as manualmente com lixa média ou grossa, mas sem desgastá-las.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção – mar/98.
MATERIAIS PARA ENCANAMENTO
As informações abaixo buscam apresentar as principais características dos materiais
normalmente utilizados em encanamentos hidráulicos:
• PVC - material plástico, de baixo custo, com uso recomendado apenas para a
condução de água na temperatura ambiente (cerca de 20ºC). Suas conexões são soldadas
a frio, compreendendo o lixamento da tubulação, a colocação de um preparado químico
e o encaixe das duas superfícies, que vão se unindo até a solidificação. No caso de
condução de esgoto, a tubulação não deve ficar exposta ao sol, uma vez que os raios
ultravioleta podem causar danos;
• CPVC - este plástico tem as mesmas características básicas do PVC, mas pode ser
empregado para a condução de água quente, exigindo, entretanto, aquecedores de bom
desempenho técnico, ou seja, que não esquentem a água em demasia (acima dos 80ºC).
Pode ser aplicado em conjunto com o PVC;
• Cobre - indicado para condução de água quente, sua durabilidade é bastante longa
(mais de trinta anos), além de suportar altas temperaturas. Seu preço é mais alto que os
demais;
• Aço galvanizado - resistente à pressão, suporta até o congelamento da água sem
qualquer rompimento. Normalmente, não é utilizado na condução de água quente,
embora alguns fabricantes garantam que, acompanhado de aquecedores modernos
(mantendo a temperatura em cerca de 60ºC), tal uso é perfeitamente viável. Seu uso em
tubulações que sirvam torneiras de cozinha não é recomendado, devido à ferrugem que
pode se formar no seu interior. Para evitar o risco de contaminação da água, recomenda-
se sua troca após cerca de 10 anos de uso;
• Ferro fundido - ideal para condução de esgoto, devido à sua resistência ao agentes
químicos. Por suportar bem altas temperaturas e o impacto de choques mecânicos,
também é indicado para instalações aparentes, expostas ao sol. É mais caro que o PVC.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - mar/96.
MATERIAIS PARA PIA
Segue abaixo quadro comparativo entre os principais materiais utilizados para pia:
MATERIAL DESCRIÇÃO CUIDADOS PONTOS
FORTES
PONTOS
FRACOS MEDIDAS MANUTENÇÃO
Aço inox
liga metálica
contendo níquel, cromo, carbono e
ferro. De acordo
com a porcentagem
desses materiais, o
aço pode ser mais ou menos
resistente à
abrasão.
o aço mais
indicado é o AISI 304, que
contém menos
ferro e mais níquel,
tornando-o
resistente à corrosão e às
ranhuras.
higiênico,
resiste bem ao calor; as pias
podem ser
executadas com ou sem
emenda.
risca e amassa com
facilidade; requer cuidados com batidas
e uso de facas para
corte sobre o tampo.
deve ter
espessura mínima de
1,5mm e o
concreto, sob o tampo,
3,5mm.
limpeza simples, com
água e detergente; para dar brilho, aplicar cera
líquida incolor e
vaselina ou, ainda, produtos abrasivos e
pano seco; bancadas
riscadas podem ser polidas pelo fabricante.
Corian
material desenvolvido pela
Dupont, em cuja
composição estão combinados
mineral (alumina)
e resina acrílica com pigmentos.
há outros materiais
sintéticos que
imitam mármore, mas
que não têm a
resistência do Corian.
permite moldagem no
formato
desejado; oferece
variedade de
cores e texturas; não é
poroso e as
emendas são imperceptíveis.
resistência média à abrasão; apesar de ser
mais resistente que o
mármore e o inox, também sofre riscos.
espessuras de 6 - 13 e 18mm
(a de 13mm é
a mais utilizada).
limpeza com água e detergente; riscos leves
podem ser retirados com
esponja grossa, mas os profundos devem ser
reparados por empresas
credenciadas.
Granito
rocha composta
por minerais silicosos ou
silicáticos
(bastante resistentes), como
o feldspato,
quartzo e mica.
há vários tipos
de granito; os mais
recomendados
são os verdes, os vermelhos e
os marrons.
é o material
que menos sofre riscos;
mantém o
brilho natural por muito
tempo.
apesar de ser menos
poroso que o mármore, também
absorve óleo; a
junção entre a cuba e a pia é um local de
fácil depósito de
germes.
pode ter
espessura de 20 a 30mm.
limpeza com água e
detergente; a cada 3 meses pode-se usar
removedor para tirar a
gordura, aplicando-se cera incolor à base de
silicone.
Mármore
rocha composta basicamente por
minerais
carbonáticos (pouco
resistentes), como
calcita e dolomita.
há muitos tipos de mármore; os
mais indicados
são os brancos, tipo Carrara,
menos porosos e
com granulação mais fina.
material clássico,
considerada a
pedra mais bonita para
acabamentos.
sensível a ácidos (limão e vinagre
podem manchá-lo);
poroso, absorve sujeira e tem pontos
onde a água pode
ficar parada;a junção também é um ponto
crítico; risca com
facilidade.
pode ter espessura de
20 a 30mm.
limpeza com água e detergente; a cada 3
meses pode-se usar
removedor para tirar a gordura, aplicando-se
cera incolor à base de
silicone.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - nov/96.
TABELA COMPARATIVA DE MATERIAIS TRANSPARENTES EM PLACAS
PROPRIEDADES Métod
o
ASTM
Unidade
MATERIAIS
Tipo
Acrílico
Cast Polietilentereftalato
Policarbonato
Compacto Polietileno
Policloruro
de vinil Vidro
PMMA PETG PET PC PS PVC .
Ópticas
Transparênci
a
D-
1003 % E 92
M
B 88
M
B 88
M
B 84 B 82 B 82
M
B 84
Resistência a
raios ultravioletas
. . M
B . R
Amarel
ado R
Amarel
ado B . M
Amarel
ado M
Amarelad
o E .
Cor e brilho da borda
. . E . MB
. MB
. R . R . B . B .
Distorção de
imagem . . E . B . B . B . R . R .
M
B .
Térmicas
Oscilação
térmica . .
M
B .
M
B .
M
B .
M
B .
M
B .
M
B . R .
Coeficiente
dilatação linear
D-
0696
cm/cmºC
x10-6 . 5,0 / 9,0 . 7 . 7 . 6 / 7 . 6 / 8 . 5 / 9 .
0,26
- 0,58
Combustão (comportam
ento)
. . R Queima lentame
nte
R Queima lentame
nte
R Queima lentame
nte
B Autoexting
uível M
Arde lentame
nte
M
B
Não
queima
M
B
Não quei
ma
Químicas
Resistência
química ambiental
. . M
B . R . R . R . M . R . E .
Limpeza e manutenção
. . B . B . B . R . M . M . E .
Segurança
Oscilação . . M
B .
M
B .
M
B .
M
B .
M
B .
M
B . M .
Fumos
tóxicos / combustão
. . M
B NÃO
M
B NÃO
M
B NÃO M SIM M SIM M SIM E NÃO
Flexibilidade
Resistência à tração
D-0638
kg/cm² B 490 / 770
B 560 / 750
B 570 / 780
B 600 / 680 M 350 / 640
B 420 / 500 MB
69.000
Resistência à
flexão
D-
0790 kg/cm²
M
B
800 /
1.100
M
B
800 /
1.000
M
B
780 /
1.000
M
B 850 / 1.000 B
560 /
980
M
B
700 /
1.100 M .
Resistência ao impacto
D-
256IZ
OD
. B 1,5 / 2,5 MB
4 / 5 MB
4 / 5 E 10 / 16 R 1 / 2 MB
5 / 20 M .
Resistência a riscos
D-0785
. B M 100 R M 70 /
78 R
M 70 / 80
M M 70 / 78 R M 70 /
80 R M 65 / 85 E .
Rigidez . . MB
. B . B . B . B . B . E .
Processam Moldabilida . . E . E . E . B . E . E . M .
ento de
Curvagem a
frio . . B .
M
B . R . E .
M
B .
M
B . M .
Maquinagem . . E . M
B . B .
M
B . R .
M
B . M .
Facilidade
de reparação de rachos
. . E . B . R . M . M . M . M .
Várias
Peso específico
D-0792
g/cm³ MB
1,19 MB
1,25 MB
1,35 MB
1,20 MB
1,05 MB
1,32 M 2,20
Rango de espessores
. mm MB
2 - 100 - amplo
R
1,5 - 10
-
limitado
R 2 - 12 - limitado
R 2 - 12 - limitado
R 1 - 10 - limitado
R 1 - 6 -
limitado B
2 - 20
Possibilidade de cores
. . E . R . R . R . M . R . R .
Reciclabilidade
. . E SIM E SIM E SIM M NÃO E SIM R Parcialm
ente E SIM
Resistência
às
intempéries
. . E . R . R . R . M . M . E .
Legenda: • E: Excelente • B: Bom • MB: Muito Bom • R: Regular • M: Mau.
Dicas rápidas:
• Acrílico (PMMA): Ótima transparência, excelente resistência às intempéries, fácil
processamento, excelente cor e brilho de borda, é possível eliminar eventuais riscos,
fácil de limpar.
• Polietilentereftalato (PET - PETG): Excelente moldabilidade, muito boa
maquinabilidade, resistência regular às intempéries, pouca cor e brilho de borda.
• Policarbonato (PC): Excelente resistência a impacto, fácil de curvar a frio, discreta
resistência às intempéries, pouca cor e brilho de borda, difícil de termoformar, risca-se
facilmente, não há possibilidades de reparos, difícil de limpar e manter, não é reciclável.
• Poliestireno (PS): Excelente moldabilidade, pouca transparência, baixo custo, pouca
resistência às intempéries, risca-se facilmente, não há possibilidades de reparos, difícil
de limpar.
• Polivinilcloruro (PVC): Excelente moldabilidade, baixo custo, pouca transparência,
pouca resistência às intempéries, difícil de limpar.
• Vidro: Excelente resistência às intempéries, combustão e riscos, fácil manutenção e
limpeza, excelente rigidez em grandes planos, fácil de quebrar e perigo de
estilhaçamento, modelamento difícil e limitado, curvado ou maquinado, muito pesado
para manipulação e instalação, muito difícil de reparar rachaduras.
Fonte: Boletim ACRINews - ano 1 - nº2.
MDF DURATEX
O MDF Duratex é uma chapa de fibra de madeira de média densidade, produzida com
fibras de madeira de pinus de reflorestamento, e que oferece grande resistência,
homogeneidade e estabilidade dimensional. A empresa produz três versões básicas:
• Madefibra - é a chapa natural, que possibilita excelente acabamento nos processos de
pintura, revestimento com PVC ou lâmina de madeira, podendo ser tingido ou
envernizado. Tem ampla gama de aplicações em móveis e na construção civil, com
destaque para portas de armário, frentes de gaveta, tampos de mesa, molduras, pisos e
outras aplicações;
• Madefibra BP - é a chapa de Madefibra revestida, em uma ou duas faces, com
laminado melamínico de baixa pressão, com acabamento liso ou texturado, em padrões
madeirados, unicolores e fantasia. Por permitir que as superfícies sejam usinadas e
acabadas de várias formas, adequa-se bem a aplicações na indústria moveleira;
• Madefibra FF - é a chapa de Madefibra revestida com peícula celulósica, do tipo
Finish Foil, que apresenta superfícies lisas ou texturadas em vários padrões madeirados.
Pode ser aplicado em móveis de sala e quarto, possibilitando a confecção de rebaixos e
acabamentos pintados ou somente envernizados.
De densidade standard, o MDF é produzido nas espessuras de 9, 12, 15, 18, 20, 25 e 30
mm, com dimensões de 1.830 x 2.750 mm. Para trabalhá-lo, recomenda-se o seguinte:
SERRANDO E USINANDO
• máquinas, ferramentas, velocidades de corte e avanço iguais aos usados para madeira;
• as ferramentas calçadas com metal duro (widea) são mais recomendáveis por sua
durabilidade.
Obs.: serras de fita e serrotes com muita trava provocam graves lascamentos.
PARAFUSANDO
• deve ser utilizado furo-guia. Na pré-furação, o diâmetro deve ser igual à espessura do
corpo do parafuso;
• profundidade: 2 a 3 mm maior que o parafuso;
• usar parafuso de haste reta e rosca soberba ou especial (tipo Mitto Fix, da Mitto). Não
usar parafuso cônico no topo, o que provoca rachaduras.
PREGANDO NO TOPO
• usar pregos somente quando não houver alternativa de fixação; nesse caso, utilizar em
forma de cunha;
• observar distância mínima de 25 mm do extremo do painel;
• o diâmetro do prego não deve ser superior a 2,2 mm (usar, de preferência, pregos
estriados);
• é recomendável que o comprimento do prego seja pelo menos três vezes a espessura
da chapa que se prega;
• não empregar pregos em chapa de espessura menor que 15 mm.
GRAMPEANDO
• colocar o grampo de forma angular em relação à borda, usando grampeador
pneumático, observando a espessura da chapa.
CAVILHAS
• dar preferência às cavilhas estriadas para uma boa ancoragem de cola;
• o diâmetro do furo para alojamento deve ser ligeiramente maior, permitindo a
colocação manual;
• a profundidade da perfuração deve ser de 1 a 2 mm maior que o comprimento da
cavilha.
ADESIVOS
• são os mesmos utilizados para madeira: PVA (cola branca), UF (tipo Cascamite) ou
cola de contato.
JUNÇÕES
• qualquer tipo: espigado, malhete, macho e fêmea;
• deixar pequena folga para trabalho do produto.
FERRAGENS
• quase todas as ferragens existentes no mercado podem ser utilizadas;
• dobradiças: devem ser usadas as que permitem fixação na face da chapa;
• é necessária furação-guia para fixação dos parafusos.
FOLHEAMENTO
• o MDF pode ser folheado com lâminas de madeira, PVC, laminado plástico e hot
stamping;
• folhear em ambas as faces, com revestimento da mesma espessura;
• temperatura, pressão e tempo na prensa devem ser equilibrados (recomendação para
lâminas de madeira: pressão de 3 a 6 kgf/cm², temperatura de 70 a 100ºC e tempo de 2 a
4 minutos);
• evitar temperatura superior a 100ºC no interior da chapa.
TINTAS, VERNIZES E TINGIMENTOS
• normalmente, as tintas e vernizes encontrados no mercado podem ser empregados no
acabamento do MDF; é sempre recomendável seguir as orientações do fabricante;
• para o tingimento, recomenda-se utilizar sistemas que permitam aplicações conjuntas
com produtos tapa-poros (seladores). Adequações finais de tonalidade são obtidas
empregando-se vernizes tingidos no acabamento final. Tingidores à base de água não
são recomendados, pois podem causar manchas principalmente se aplicados diretamente
sobre o painel; o uso de pistola de pintura proporciona melhores resultados.
CUIDADOS ESPECIAIS
• armazenagem: o material deve sempre ser armazenado em local seco e ventilado,
protegido de respingos de chuva, goteiras e umidade excessiva.
• aplicação: como qualquer outro painel de madeira, o MDF não deve ser utilizado em
lugares espostos à ação direta da água ou em ambientes com muita umidade.
• calor: manter afastamento adequado de nichos de fogão, forno e outras fontes de calor
(seguir recomendações do fabricante do eletrodoméstico).
• ataque de insetos: por suas características, o MDF não é um meio favorável ao ataque
de insetos. Porém, quando aplicado em ambiente infestado, ele poderá estar sujeito a
esse tipo de ataque.
Fonte: Folheto Como Trabalhar MDF - Duratex.
MÁRMORES E GRANITOS
Estas pedras, que se confundem na aparência, têm usos distintos em função de suas
características próprias, cuja origem encontra-se na sua composição: o granito é uma
rocha magmática formada de quartzo, feldspato e mica, com dureza acima de 6 na
escala Mohs, enquanto o mármore é o nome de qualquer rocha carbonática de origem
sedimentar ou metamórfica, composta de calcita ou dolomita, com dureza 3, o que o
torna mais macio e, portanto, menos resistente a riscos que o granito.
Outro fator que limita o uso do mármore é o carbonato presente em sua constituição,
substância que reage com ácidos, mudando de cor.
Ambas podem ter acabamento lisos ou ásperos, dependendo do uso pretendido.
Na limpeza da obra, não deve ser aplicado nenhum tipo de removedor químico, o que
pode causar manchas na pedra. O granito recém-assentado deve ser limpo com palha de
aço fina e, depois, varrido. Para o mármore, somente espátula e vassoura de pêlo devem
ser utilizadas. Em ambos os casos, recomenda-se proteger a superfície com plástico
bolha até o final da construção.
Para a limpeza, deve-se utilizar apenas pano úmido e, se necessário, detergente neutro
incolor. Qualquer substância colorida derramada acidentalmente sobre a pedra deve ser
imediatamente enxugada com pano absorvente.
Ao pesquisar preços, deve-se considerar que a mesma pedra pode ser chamada de vários
nomes, motivo pelo qual recomenda-se levar um exemplar, permitindo comparar
colorações e preços.
O quadro abaixo mostra a utilização adequada para cada uma destas pedras.
APLICAÇÃO MATERIAL
Mármore Granito
cozinha não deve ser usado, pois sua
porosidade o faz absorver substâncias
com facilidade.
indicado principalmente para bancadas. Os
vermelhos e pretos são mais resistentes que
os cinza.
banheiro em bancadas e paredes, não há
restrições. No piso, deve ser evitado
o travertino, muito poroso. Não deve
ser utilizado no piso do boxe.
indicado principalmente para bancadas. Os
vermelhos e pretos são mais resistentes que
os cinza.
piso interno a princípio, não há restrições, embora
os mais porosos possam manchar
com a umidade do solo, motivo pelo
qual devem ser evitados no andar
térreo.
sem restrições, embora seja recomendável
impermeabilizar o contrapiso no andar
térreo.
piso externo e
borda de piscina
não deve ser usado, pois a pedra se
desgasta com a poluição e chuva
ácida.
recomenda-se apenas que o acabamento seja
antiderrapante.
parede interna mais indicado, em função de seu
menor peso.
por ser mais pesado, não é muito utilizado.
parede externa não deve ser usado, pois a pedra se
desgasta com a poluição e chuva
ácida.
a instalação requer, além da argamassa,
grampos de aço inox por trás das pedras
para sustentar o peso. Os cinza devem ser
evitados.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - abr/99.
MÓVEIS DE ALVENARIA
As principais vantagens de executar móveis de alvenaria são o baixo custo, a rapidez na
execução, a durabilidade e manutenção simplificada. Porém, essa alternativa requer
alguns cuidados:
• a contratação de um profissional especializado, um arquiteto, no caso, é absolutamente
indispensável. Ele será o responsável pelo planejamento, de acordo com as
necessidades;
• lembrar que essa é uma opção definitiva e que os móveis não poderão ser trocados de
lugar com facilidade;
• eles podem ser construídos já no lugar definitivo ou em qualquer outra parte da
construção, com a ajuda de moldes apropriados;
• sempre que possível, evitar construir móveis embutidos. Assim, não será necessário
quebrar paredes, caso futuramente se deseje trocá-lo;
• todas as peças devem ser bem projetadas para não comprometer a estrutura do imóvel,
principalmente quando instaladas sobre uma laje. Recomenda-se consultar um
calculista;
• no caso de armários, será necessária a contratação de um carpinteiro para a execução
das portas. Mesmo assim, o custo não chega a 60% do valor dos móveis comuns;
• a instalação numa casa já construída requererá, provavelmente, uma pequena reforma;
também neste caso é necessária a contratação de um arquiteto para fazer o planejamento
e orientar os pedreiros e um calculista para avaliar se a estrutura da construção comporta
móveis de alvenaria. As peças embutidas também devem ser evitadas;
• formas diferenciadas personalizam e valorizam os espaços. Evitar linhas retas e
pesadas, que "cansam" rapidamente;
• considerar os espaços disponíveis com atenção: o posicionamento não pode
comprometer a utilização, conforto ou praticidade dos ambientes;
• as paredes de apoio devem estar livres de umidade. Caso algum móvel seja apoiado
numa parede externa, providenciar uma impermeabilização;
• existem diversas opções para os acabamentos, sendo melhores os que não desgastem a
decoração. Eles devem ser substituíveis;
• os móveis de alvenaria são uma excelente alternativa para casas de praia ou campo, já
que garantem um custo reduzido, praticidade e podem proporcionar ótimos resultados
estéticos.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - dez/92.
O CANTEIRO DE OBRAS
A organização do canteiro de obra é fundamental para evitar desperdícios de tempo,
perdas de materiais e mesmo defeitos de execução e falta de qualidade final dos serviços
realizados. Apesar de existência da NR (Norma Regulamentadora) 18, elaborada em
conjunto por construtoras, trabalhadores e governo, estabelecer diretrizes e exigências
diversas, essas regras ainda são pouco adotadas. As principais etapas são:
PLANEJAMENTO DO CANTEIRO
Com a planta do terreno em mãos, demarca-se o local de implantação da casa. Com a
ajuda do arquiteto e construtor, define-se onde devem ficar o barracão de alojamento e o
depósito de materiais e ferramentas. Observar a melhor posição também para a chegada
de caminhões, lembrando que o descarregamento de materiais pode ser feito por suas
laterais ou por basculamento de caçamba. Para os materiais a granel, como areia e
pedra, é preciso determinar um local (baia) que não atrapalhe o desenvolvimento do
trabalho, mas que seja de fácil acesso e evite desperdícios.
ÁGUA À DISPOSIÇÃO
O uso da água é intensivo para preparar materiais no canteiro. Ela serve também para a
higiene dos trabalhadores e deve estar disponível em abundância. Se a obra não contar
com rede pública de abastecimento, que exigirá a instalação de um cavalete de entrada
com registro, é preciso providenciar um poço, prevendo-se uma bomba ou somente um
sarrilho para retirar a água. Lembrar ainda que o uso sanitário da água gera esgotos. Se
não houver coleta de rede pública, será necessária uma fossa.
PREPARAÇÃO DA EXECUÇÃO
Quanto mais planejado, melhor será o desempenho dos serviços. Por isso, é importante
definir com os construtores as estratégias para realizar os trabalhos no canteiro: se serão
usadas ferramentas próprias ou se elas estão incluídas nos custos de execução; se haverá
necessidade de alugar escoramentos ou comprar madeira para andaimes; se os
trabalhadores precisarão de equipamentos de proteção individual obrigatórios por lei,
além de várias outras providências.
ESPAÇOS ADEQUADOS E SEGUROS
Uma obra pode demorar mais de seis meses até ser capaz de abrigar dentro dela os
alojamentos dos trabalhadores. Durante o período de construção, as únicas instalações
fechadas serão a do barracão, geralmente construído de madeira. Ele deverá ter três
divisões internas, sendo uma para alojamento de trabalhadores (alguns condomínios
fechados não permitem que funcionários da obra durmam no local), outra para as
instalações sanitárias e mais uma para guardar materiais e ferramentas. Não esquecer de
deixar um espaço para guardar ferramentas de terceiros, pois, no caso de sumirem, o
encargo da reposição é do proprietário da obra.
TRANSPORTE INTERNO
É preciso pensar no fluxo de materiais pela obra, prevendo os trajetos feitos pelos
carrinhos de mão e giricas (espécie de carrinho que carrega mais material); quais os
serviços que poderão causar conflitos quando excutados simultaneamente; e se o
estoque de materiais de acabamento não será afetado pelo tráfego de pessoas e
materiais.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
É necessário esquecer as gambiarras e os fios elétricos pendurados no ambiente de
trabalho, nada seguros. Não custa exigir cuidado nesse tipo de instalação, desde a
entrada de energia no terreno até a sua distribuição e iluminação das frentes de trabalho.
Deve-se procurar saber se existem equipamentos que exigem instalações elétricas mais
sofisticadas.
TAPUMES
Algumas prefeituras e condomínios exigem que as obras sejam cercadas por tapumes,
uma providência necessária, sobretudo se houver crianças perto da construção, e que
sempre representa uma medida de prevenção contra roubos e depredações. Não se deve
esquecer de considerar essa hipótese na discussão preliminar com seu construtor,
incluindo os custos na planilha para não ser surpreendido com gastos extras.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - set/95.
OBRAS NO PERÍODO DE CHUVAS
A execução de obras durante o verão (época de chuvas) normalmente implica em um
gasto maior do que o verificado em períodos de estiagem, pois a chuva pode deixar os
trabalhadores parados, desfazer serviços prontos e estragar materiais mal armazenados.
Contudo, um planejamento adequado e a adoção de certos cuidados podem evitar
maiores prejuízos.
O ideal é que a fase de fundações seja concluída o mais rapidamente possível. Para essa
etapa, pode-se usar uma cobertura plástica sobre a área de escavação das fundações.
O tipo de sistema construtivo também pode ajudar: o mais indicado é o de estrutura
independente, em que sobe-se primeiro a estrutura da construção, que logo após é
coberto com plástico ou, se possível, com o telhado definitivo, possibilitando que os
trabalhos seguintes sejam feitos em local seco.
Pode-se construir a casa com tijolos cerâmicos ou blocos de concreto, que reduzem
consideravelmente os acabamentos externos e internos necessários. Vale lembrar que o
concreto usinado, embora mais caro, tem secagem muito mais rápida do que o produto
feito na obra. Se for preciso, inclusive, pode ser usado um acelerador de secagem de
concreto (tipo aditivo).
No caso de sobrados, por algum tempo pode-se usar, como cobertura, a laje que serve
de forro do telhado ou de piso do segundo pavimento, evitando assim o trabalho a céu
aberto. Assim, o telhado fica para um momento mais tranqüilo na obra, devido à sua
complexidade.
Não se deve persistir na execução de alguns itens quando a umidade no ar for muito
elevada ou no caso de chuvas iminentes. O exemplo vale principalmente para a abertura
de valetas durante as fundações, a execução dos contrapisos ou das alvenarias a céu
aberto. A insistência nessas situações significa serviço a ser refeito. Além do gasto com
materiais, os operários podem pedir para receber em dobro pelo trabalho se não
estiverem sendo bem administrados.
A mão-de-obra é um fator que exige administração séria e profissional. Uma primeira
dica é sempre fazer sua contratação por empreitada. Divide-se a construção em etapas e
paga-se cada uma delas, após sua execução. Dessa forma, o construtor não é tão
prejudicado se as chuvas se prolongarem por vários dias. É claro que, para administrar
os trabalhadores, é preciso jogo de cintura. O adiantamento de uma parte de pagamento,
durante as chuvas, evita que os operários desistam do serviço. É importante que os
funcionários estejam legalmente contratados para que mais tarde não fiquem pendentes
problemas trabalhistas, no caso de a obra ter ficado muito tempo parada por razões que
fogem ao controle dos operários.
Seguem abaixo outras recomendações que também são úteis:
• tijolos de barro devem ser cobertos com uma lona plástica;
• uma mureta de alvenaria para guardar areia evita que ela escorra com a água da chuva;
• um barracão para estocar materiais feito com placas de madeirite e coberto com telhas
de fibrocimento.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jan/97.
PEDRAS DE REVESTIMENTO
As pedras ornamentais constituem uma ótima opção de revestimento para pisos e
paredes, graças à durabilidade e aos efeitos estéticos que proporcionam. Além disso,
adaptam-se a ambientes internos e externos, admitem inúmeros tipos de tratamento e
ainda garantem manutenção simplificada.
Para alcançar os resultados visuais pretendidos, é preciso considerar certas
particularidades de cada pedra, tais como o índice de absorção de água e os tipos de
tratamento que podem ser aplicados. Abaixo estão descritas as pedras de maior
aceitação no mercado nacional e suas principais características.
• Azul Bahia (sienito) - graças à sua estética, é muito valorizada no
mercado internacional e também no Brasil, onde é bastante confundida
com o granito. Apresenta boa resistência à abrasão e oferece brilho
intenso. É usada depois de polida e lustrada, o que a torna ideal para
aplicações internas, como em banheiros, bancadas, mesas ou ainda em
detalhes arquitetônicos, dado o seu custo elevado. A limpeza é feita
com pano úmido.
• Luminária carranca (arenito) - uma mesma rocha pode ser um arenito
(quando em forma sedimentar) ou quartzito (quando metamórfica).
Ambas são porosas e antiderrapantes, além de não concentrarem calor,
o que as torna adequadas para uso em borda de piscina ou como pisos
externos. Não requerem grande beneficiamento, bastando cortar no
tamanho desejado. A limpeza comum é feita com água e sabão.
Periodicamente pode ser necessária uma lavagem com uma solução de
água e ácido muriático, sendo mais seguro a contratação de empresa
especializada.
• Basalto - incorretamente chamado de granito, pode ser usado em areas
internas e externas como revestimento de pisos e até mesmo de paredes.
De cor preta, substitui o granito em todas as suas aplicações, como
tampos de pias e bancadas, além de assegurar bons resultados para a
produção de objetos menores. Entre os acabamentos, aceita polimento,
lustro e apicoamento. Para a limpeza, apenas água e sabão neutro.
• Granito - de altíssima resistência, é formado por lava vulcânica
endurecida, grãos de quartzo, pequena quantidade de mica (material
responsável pela cor) e feldspato (mais conhecido como silicato). No
estado bruto é indicado para calçamento de ruas, ou qualquer outro
espaço de tráfego intenso ou de serviços pesados. Admite ser polido,
lustrado, apicoado, levigado e flameado, próprio nestes casos para
revestimento de pisos e paredes, interno ou externo, conforme sua
necessidade. Na escala de cores é encontrado, do mais barato ao mais
caro, nas cores: cinza, vermelho, verde, amarelo, preto e azul. Para
limpeza, usa-se água e sabão neutro.
• Pedra-sabão (esteatito) - resiste bem às intempéries, por isso é
aplicada com sucesso em áreas internas ou externas, tanto em pisos
como paredes. Por ser um mineral mole, pode ser trabalhada para a
elaboração de pias, mesas, bancada, objetos decorativos e até mesmo
esculturas. Aceita polimento, lustro e apicoamento. Na manutenção,
usa-se apenas pano úmido, pois escovas e abrasivos podem provocar
riscos.
• São Tomé - chamada de pedra mineira por sua origem geográfica, é
uma pedra flexível, antiderrapante, muito absorvente e que não propaga
calor. É indicada para o revestimento de beiras de piscinas e áreas de
lazer. A limpeza se faz com água e sabão, sendo por vezes necessária a
contratação de uma empresa especializada para uma limpeza mais
profunda com ácido muriático.
• Arenito (arenito) - é encontrado na forma de placas ou em diversos
tipos de corte e forma o chamado mosaico português, quando utilizado
em calçamentos em conjunto com o basalto e o mármore. Pode aparecer
também em paredes, conferindo um aspecto rústico aos ambientes.
Usado apenas no estado bruto, a limpeza requer apenas água e sabão
freqüentemente.
• Quartzo rosa (quartzo) - pedra semipreciosa, utilizada apenas em seu
estado bruto, já que seu índice de dureza é bastante alto e provoca
extremo desgaste no maquinário para polimento. Aplica-se
perfeitamente à decoração de jardins e execução de esculturas e
luminárias.
• Azul macaúba (dumortierita) - mais dura que o granito, esta pedra
apresenta quartzo na sua composição. Oferece qualidades
antiderrapante e estética, graças à sua textura e aos veios azuis. Pode ser
polida, lustrada ou ainda apicoada, e é aplicada em pisos e paredes de
ambientes internos ou externos. Sua limpeza é simples, apenas com
pano úmido.
• Umburaninha (dolomita) - de origem calcárea, é própria para o uso
interno de pisos, paredes e, principalmente, em móveis. Oferece um
bonito efeito visual e não é porosa. Para a limpeza, usa-se apenas pano
úmido.
• Miracema madeira (gnaisse) - pedra de preço acessível, encontrada na
natureza em forma de placas. Resiste bem a choques mecânicos e a
intempéries e, por isso, é aplicada em estado bruto nas áreas externas.
Outra de suas qualidades é ser antiderrapante. A miracema madeira é
amarelada devido à presença de óxido de ferro, enquanto a miracema
comum é encontrada em cinza, bege e rosa.
• Mármore - rocha metamórfica, formada por carbonato de cálcio e
outros componentes minerais que definem sua cor, é um revestimento
nobre encontrado nas mais diversas tonalidades, do branco ao preto. No
Brasil já foram catalogados mais de trinta tipos diferentes, sem contar
os importados. De forma geral, é bastante durável e resistente a
impactos, embora se desgaste facilmente quando sujeito à abrasão. É
recomendado para pisos e paredes em ambientes internos, desde que
não haja uma circulação excessiva de pessoas. Aceita todos os tipos de
tratamento e pode ser limpo com água e sabão neutro. O travertino
apresenta fissuras que exigem estuque para uso como revestimento, por
isso a limpeza é feita somente com pano úmido.
• Dolomita - de origem calcárea, é usada principalmente em áreas
internas por não ter boa resistência à abrasão. Aparece em banheiros,
mosaicos e móveis. Se lapidada, adquire brilho intenso, e, quando
desgastada em máquinas, dá bom efeito ornamental às paredes e
jardins. É usada também em estado bruto; em qualquer caso, limpa-se
com água e sabão neutro.
• Jaraguá (quartzito) - é aproveitada em estado bruto para compor o
mosaico português e pode ser encontrada nas cores verde, creme e
amarelado. Para lavar, água e sabão.
• Pedra verde (mica) - conhecida também como fuxita, é utilizada em
jardins, arranjos florais e detalhes de paredes. Resiste bem às
intempéries e não retém calor, mas é muito derrapante, o que proíbe seu
uso em beiras de piscina e pisos externos. Usada em estado bruto,
requer apenas água e sabão neutro para limpeza.
• Itacolomi (itacolomito) - pedra exclusiva para aplicações externas,
apresenta características semelhantes às da pedra mineira, inclusive no
que se refere à manutenção.
• Ardósia - de preço acessível e usada em sua forma bruta na maioria
das vezes, apresenta ótimos resultados tanto em áreas internas como
externas. Seu uso se dá em mesas de jardim, bancadas, pisos, paredes,
quadras de tênis, etc. É uma pedra mole que pode ser arranhada com
facilidade. Pode ser lustrada, ganhando brilho razoável. É encontrada
nas cores cinza, rosa, verde e preto. Para limpeza usa-se apenas sabão
neutro, evitando escovas e outros abrasivos.
• Ônix (sílica) - mineral semiprecioso, utilizado para confecção de
objetos de adorno e detalhes arquitetônicos. Por ser translúcido, oferece
excelentes resultados quando atua como anteparo de luminárias.
Retirado da natureza na forma de fragmentos, suas placas são formadas
pela junção de vários pedaços unidos por resina. Também é vendido
como jóia. De cor bege, pode ser lapidado. Para a limpeza, somente
pano úmido.
• Pedra Goiás (quartzito) - rocha com as mesmas características da
pedra mineira; o nome muda somente por causa da procedência. Em
estado bruto é chamada de pedra caverna.
• Serpentinito - de resistência mecânica média, é utilizado tanto em
ambientes internos como externos, desde que não haja grande
circulação de pessoas. Muito resistente aos intemperismos. Em tons de
cinza e verde (conhecido como cinza lafaiete), requer limpeza simples
com água e sabão neutro.
• Seixo rolado (cascalho) - bastante duro e resistente, tem formas
arredondadas devido ao movimento das águas dos rios, de onde é
retirado. Aquece pouco e sua utilização se dá em jardins, muros e
ornamentação de paredes.
• Moledos - sobras de pedras usadas na construção, conferem um bonito
efeito quando aplicados em muros, paredes ou em propostas
paisagísticas. Limpeza apenas com água e sabão neutro.
• Sobradinho (arenito) - apresenta características semelhantes às da
luminária carranca, inclusive no que tange ao uso e à conservação.
Genericamente, as rochas aplicadas na arquitetura e na decoração dividem-se em duas
categorias:
• pedras decorativas naturais - são aquelas utilizadas sem polimento, conservando o
seu aspecto natural. Entre suas particularidades, a maior é a grande resistência às
intempéries, daí o fato de serem escolhidas para o revestimento de áreas externas, como
fachadas, beiras de piscina e composições de paisagismo.
• pedras tratadas - são diversas as possibilidades de tratamento que visam explorar o
potencial de brilho e valorizar texturas e cores. Mais apropriadas às áreas internas,
ambientes de estar, banheiros e até móveis, elas podem ser:
» polidas - quando submetidas a processos sucessivos de abrasão, partindo da
granulometria mais grossa para a mais fina, com o objetivo de fechar qualquer
porosidade. Em seguida, pode-se ou não lustrar a peça, de acordo com o brilho
desejado.
» lustradas - o lustro é feito de forma diferenciada para cada pedra: no caso do
mármore, usa-se o ácido oxálico, de menor potência abrasiva. Já para o granito é
aplicada uma mistura de chumbo com óxido de estanho, denominada potéia.
» apicoadas - opção que torna a rocha antiderrapante. O apicoamento é um processo
manual ou mecânico que utiliza o picão, ferramenta própria para desgastar pedras, para
conferir um aspecto "furadinho".
» levigadas - quando as pedras são desgastadas por abrasivos de granulometria grossa e
não recebem mais nenhum tratamento, resultando uma superfície áspera.
» flameadas - processo que se aplica exclusivamente ao granito com o objetivo de
torná-lo áspero. Consiste na queima da pedra para que ocorra o desprendimento de
alguns cristais.
» detalhes - dar acabamento ao mármore e ao granito já tratados por outros meios
também é possível. Para as bordas pode-se escolher entre o frisado (cortes intercalados
de 1 a 5 mm, feitos com serra apropriada) e o craquê (executado com uma talhadeira
manual, deixando expostas as irregularidades naturais da pedra).
» impermeabilização - de modo geral, pedras polidas não apresentam porosidade,
dispensando assim tal tratamento. Já aquelas usadas em seu estado natural são
permeáveis e precisam ser impermeabilizadas com resina à base de poliéster para
impedir o crescimento de matérias orgânicas e o conseqüente comprometimento de sua
resistência e estética.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - set/92.
PINTURA DE AZULEJOS
Materiais necessários: tinta branca para pintura de azulejo, diluente e endurecedor,
tingidor na cor desejada, suporte para tinta, rolo de lã de carneiro rebaixada, pá ou
colher para mexer a tinta, luvas e pano branco.
Limpar toda a superfície com água e detergente (utilizando as luvas), retirando todos os
resíduos de sabão, graxa, gordura ou ferrugem.
Secar a parede com um pano umedecido com diluente.
Adicionar o tingidor à tinta branca até atingir a cor desejada (a proporção máxima é de
três bisnagas de tingidor para um galão — 3,6 litros — de tinta); em seguida, juntar uma
parte de endurecedor para cada seis partes dessa mistura.
Aplicar uma camada e esperar seis horas para uma segunda aplicação, mantendo o local
arejado devido ao prazo final de secagem ser de 72 horas.
A manutenção da limpeza dos azulejos pode ser feita com água e sabão neutro, evitando
produtos clorados.
Fonte: Jornal Estado de São Paulo - 31/jan/99.
PINTURA DE PISOS CIMENTADOS
Inicialmente, o cimentado deve ser lavado:
• superfícies lisas devem ser lavadas com ácido muriático, diluído na proporção de 4
partes de ácido para 1 de água, cuja solução deve ser esparramada igualmente por toda a
área. A seguir, esfregar bem com uma vassoura de piaçaba, retirando qualquer parte
solta e possíveis manchas. O enxágue deve ser feito com bastante água, eliminando todo
o ácido.
• superfícies porosas podem ser varridas com a vassoura de piaçaba e, após retirar as
partes soltas, esfregadas com água e sabão, tirando as manchas de gordura e graxa.
As tintas (acrílicas) devem ser bem misturadas, juntando-se, ao volume total de tinta,
cerca de 30% a mais de água. A pintura deve ser feita com rolo de lã, sempre no mesmo
sentido. Caso seja necessária uma segunda demão, a mistura deve ser feita com apenas
20% de água.
A pintura não deve ser feita em dias quentes, pois há o risco dela descascar. Acabada a
pintura, esperar 24 horas para utilização do local (em caso de passagem de veículos, este
prazo é de 72 horas).
Em caso de pisos que acabaram de ser feitos, é aconselhável esperar trinta dias antes de
pintá-los.
O rendimento médio é de 30m² por galão de tinta, em uma demão.
A limpeza é simples, com água e sabão.
O mesmo processo pode ser utilizado para paredes externas e internas.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jan/96.
PINTURAS ESPECIAIS
Existem diversas técnicas para pintura de paredes que conferem efeitos especiais.
Apresentamos aqui as principais, bem como a visualização da superfície final.
PREPARO DA SUPERFÍCIE
Qualquer que seja o método escolhido, é imprescindível o preparo da parede antes de
iniciar o trabalho. Caso a parede seja nova, deve-se aguardar a cura do cimento, num
prazo entre 28 e 30 dias, e verificar o estado geral da área. A superfície não deve
apresentar partes soltas, sujeira, manchas de óleo, gordura ou pó de qualquer tipo. Usa-
se um produto selante ou um fundo preparador para uniformizar a área. Então, aplica-se
a massa corrida para corrigir as imperfeições.
Na repintura, a parede também deve estar absolutamente limpa e, de preferência, livre
do acabamento anterior. Aplicar igualmente um fundo para nivelar e selar a superfície.
Se necessário, usar massa fina para homogeneizar a área. Em ambos os casos, pintura
nova ou repintura, o último passo é dar uma boa lixada e remover bem o pó.
ESPONJADO Como o próprio nome já diz, é feito com uma esponja que pode
ser até a de cozinha, mas é melhor usar a natural, pois cria
manchas mais bonitas.
Materiais:
• Massa fina • Tinta látex, em qualquer cor • Tinta esmalte, na
cor desejada • Esponja natural ou de cozinha • Estopa.
a) Sobre a superfície revestida de massa fina e látex, aplicar de
uma a duas cores de esmalte com a esponja, na intensidade
desejada, certificando-se que ela não está encharcada;
b) as cores claras devem ser feitas em fundo também claro, assim
como os tons escuros exigem uma base escura.
A estopa também oferece um efeito interessante. Esta técnica
aceita o látex como tinta de efeito.
ESTUQUE VENEZIANO Também chamado de espatolato, esta técnica, originalmente
realizada com cera e concha moída, procurava copiar o efeito de
uma rocha e era adotado em templos e catedrais. Hoje, o estuque
veneziano imita o aspecto do antigo processo, enriquecido pelo
envelhecimento.
Materiais:
• Massa corrida comum ou acrílica • Corantes nos tons desejados
• Espátula ou desempenadeira • Lixa
a) Adicionar corantes na massa;
b) com uma espátula, espalhar a massa sobre áreas pequenas, ou,
com uma desempenadeira, em grandes paredes, em diferentes
direções;
c) esperar a massa secar e lixar o local. Uma sugestão é aplicar
uma primeira camada deixando relevos e sobre ela uma segunda
demão para homogeneizar, em cores diferentes. Pode-se ainda
alternar as espatuladas de maneira que fiquem uniformizadas
apenas com o lixamento.
ESTÊNCIL Sobre qualquer tipo de fundo, cria-se desenhos, usualmente,
barrados que contornam a parede; são feitos com máscaras
(moldes) em acetato, papelão encorpado ou poliéster, recortadas
com um motivo qualquer.
Materiais:
• Massa fina • Acetato, papelão encorpado ou poliéster •
Estilete • Tinta óleo para tela, esmalte ou latéx nas cores
necessárias • Solvente • Esponja • Broxa pequena • Pincel
largo e chato • Aerógrafo (um tipo de revólver de pintura).
a) Escolher o desenho e verificar em quantas cores será realizado;
b) o molde deve ser vazado, recortando o desenho no acetato,
papelão ou poliéster;
c) fazer uma máscara para cada cor;
d) aplicar a tinta (acrílica, óleo para tela, esmalte ou látex) no
espaço vazado do molde, fixo sobre a parede, com uma destas
ferramentas: esponja, broxa pequena ou pincel largo e chato;
e) cuidar sempre que o instrumento não esteja encharcado de tinta.
Nesse caso, retira-se o excesso comprimindo-o sobre uma
superfície absorvente, evitando que surjam manchas no decorrer
da pintura.
Este método pode ser realizado de várias maneiras:
a) ao invés de aplicar a tinta, é possível retirá-la com solvente,
também usando um molde;
b) pode-se pigmentar a massa corrida com corantes e usar o molde
para escavar o local, criando um trabalho de relevo;
c) aplicar a tinta com aerógrafo.
FALSA MADEIRA
Materiais:
• Massa fina • Tinta látex fosca ocre ou amarela • Tinta esmalte
nos tons de ocre escuro, marrom café e castanho ou outras
misturas que repruduzam tonalidades da madeira • Solvente (do
tipo aguarrás) • Estopa • Grained ou rubber tool (tipo de
carimbo para imprimir os veios da madeira) • Pincel.
a) Revestir a superfície com massa fina, aplicar a tinta látex e
esfregá-la com uma estopa embebida em esmalte;
b) sobre a superfície ainda úmida, formar os veios com os
carimbos especiais, semelhantes a rodinhos. Na falta destas
ferramentas, pode-se usar um pincel seco, sempre num único
sentido, retirando uma parte da tinta. Neste caso, o fundo pode ser
amarelo sob tinta café ou rosada e transparente.
TROMPE L'OEIL A tradução é "engana os olhos" pois, produzido como um quadro,
é realista e deve confundir o observador. Assim, o desenho é
muito importante para conseguir o resultado ideal, exigindo
perspectiva, volume e equilíbrio perfeitos.
Materiais:
• Carvão vegetal ou lápis • Tinta a óleo ou acrílica para tela,
esmalte, látex ou de qualquer outro tipo • Pincéis de espessuras e
larguras conforme o desenho • Solvente (do tipo aguarrás).
a) Sobre a parede com qualquer acabamento, inclusive rústico
(depende do efeito desejado) fazer o desenho usando o carvão
vegetal ou lápis;
b) todas as técnicas de pintura podem ser aplicadas no trompe
l'oeil. Por exemplo, se o desenho for uma coluna, pode-se usar a
marmorização; numa cadeira, a falsa madeira é boa sugestão;
c) como a noção de perspectiva é essencial, é preciso prestar
atenção ao sombreamento, escurecendo e clareando o desenho
para mostrar pontos mais próximos e mais distantes do
observador;
d) usar o clareamento e sombras também para dar noção de
volume. Uma forma simples de realizar esses efeitos é acrescentar
tinta preta ou branca à cor original que está sendo usada.
RAGGING (manchado) É a base para outros efeitos.
Materiais:
• Massa fina • Tinta látex fosca, de preferência branca • Tinta
esmalte nos tons desejados • Solvente (do tipo aguarrás) •
Pincel • Estopa • Papel, plástico, tecido ou qualquer outro
material, dependendo da textura desejada.
a) Preparar o número de tons que se deseja imprimir à área,
diluindo o esmalte em aguarrás;
b) pincelar as cores sem muita precisão;
c) para homogeneizar, utilizar uma estopa embebida no solvente;
d) finalmente, usar papel ou plástico amassados, ou toalha torcida
- também chamada de boneca de pano - para retirar o excesso da
tinta.
É possível criar marcas diferentes, conforme o material e manejo
adotados.
FALSO GRANITO
Materiais:
• Massa fina • Tinta látex fosca, de preferência branca • Tinta
esmalte nos tons desejados • Tinta esmalte preta • Solvente (do
tipo aguarrás) • Pincel • Estopa • Esponja.
a) Começar produzindo o efeito ragging, empregando a cor do
granito desejado;
b) imprimir textura à superfície, usando a esponja;
c) espirrar tinta preta e gotejar aguarrás com o pincel.
MARMORIZAÇÃO
Materiais:
• Massa corrida • Tintas esmalte nas cores desejadas • Solvente
(do tipo aguarrás) • Pincel • Estopa • Tecido de malha ou
esponja • Cotonete • Pena ou pincel fino.
a) Sobre a parede revestida de massa corrida, aplicar três demãos
de látex branco;
b) diluir o esmalte em solvente para suavizar as cores, que devem
ser pouco contrastantes;
c) aplicar a tinta com estopa ou em pinceladas esparsas;
d) esfumaçar com tecido, estopa ou esponja, conforme o aspecto
que se desejar dar à parede;
e) para imitar as rachaduras de pedra, torcer um cotonete
embebido em solvente e remover a tinta na direção diagonal,
encostando o cotonete inclinado na parede e girando-o;
f) no sentido oposto ao das rachaduras, formar os veios da pedra.
Para facilitar, visualizar uma rachadura diagonal tendendo à
esquerda. Empregando a estopa, empurrar a tinta esmalte para a
direita, acumulando-a; nas áreas que ficaram sem tinta, esfumaçar
o resíduo da própria estopa.
De acordo com o tipo de veio, pode-se pintá-lo com pena ou
pincel.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - fev/94.
POLIESTIRENO EXPANSÍVEL
O poliestireno expansível, ou EPS, é mais conhecido pela marca Isopor, nome da
primeira fábrica do material instalada no Brasil. Trata-se de de plástico celular rígido
polimerizado e expandido com o gás pentano, inofensivo à camada de ozônio.
Inicialmente, as pequenas "pérolas" de EPS têm, no máximo, 3mm de diâmetro, mas
depois de expandidas com o gás assumem dimensões de até 50 vezes a original,
podendo ser moldadas nos mais diversos formatos, já que consistem em 98% de ar e 2%
de poliestireno.
Não se deve confundi-lo com o XPS, um derivado de petróleo utilizado na confecção de
embalagens para ovos e sanduíches. Embora ambos seja comumente chamados de
isopor, a grande diferença está no agente expansor usado na fabricação: enquanto o EPS
se expande com gás pentano, o XPS é expandido com gás CFC, o maior agressor da
camada de ozônio.
O EPS reúne uma série de características que o tornam imbatível, tais como sua
acentuada capacidade isolante termoacústica, sua grande resistência mecânica à
dilatação e à compressão, e sua estabilidade diante dos materiais normalmente aplicados
em obras, como cimento, cal, areia e gesso. Além disso, o EPS não serve de alimento
para insetos e microorganismos, não apodrece, não mofa e ainda apresenta uma
baixíssima absorção de água quando submerso ou em contato direto com ela.
O uso do material em qualquer obra deve ser previsto ainda na fase de projeto,
permitindo o aproveitamento de seu potencial redução da carga (até 25% em relação ao
concreto celular e de 50% quando comparado ao tijolo comum) sem qualquer perda da
qualidade e da resistência dos elementos que substitui.
Um dos principais usos na construção civil se dá através do concreto leve, não
estrutural, que consiste numa mistura de concreto e EPS, resultando num material leve e
de boa qualidade como isolante térmico, podendo ser aplicado em divisórias, no
preenchimento de forros, lajes e brises e até em pisos, desde que não sujeitos a grandes
cargas.
Outros usos para o EPS são:
• na construção de caixões perdidos, onde não apenas concorre em preço com outros
materiais utilizados como ainda oferece facilidade para a passagem de instalações
hidráulicas e elétricas, proporciona economia de cimento (a nata não penetra nos
orifícios) e contribui para um aceleramento da cura do concreto. Normalmente, os
blocos têm dimensões de 0,50 x 1,20 x 3 ou 6m, embora outros formatos e dimensões
também possam ser utilizados;
• nas juntas verticais de dilatação (sob a forma de placas, em várias dimensões), o
produto absorve a dilatação da estrutura causada pelo aumento da temperatura.
Colocadas antes da concretagem, as placas são elásticas e compressíveis, e possibilitam
economia de tempo e de mão de obra;
• no isolamento de lajes, onde a aplicação do EPS é cada vez mais freqüente. Porém,
como os demais isolantes, a impermeabilização não deve ser dispensada, mas feita
diretamente sobre a laje acabada, com a aplicação, por cima, de placas de EPS com
espessura variando de 25 a 40mm e, finalmente, uma chapisco de cimento e areia. Além
das lajes planas, outros elementos, como vigas e calhas pré-fabricadas, também podem
ser isolados com o EPS;
• na execução de paredes autoportantes em edificações de até 4 andares, através de
blocos vazados com um simples sistema de encaixe entre si ou placas associadas a
outros materiais, formando painéis pré-construídos;
• como revestimento de paredes e forros, para melhoria das condições de isolamento
termoacústico (quando usadas como forro sob telhas de cimento-amianto, por exemplo,
as placas do material proporcionam redução de até 7º no interior do ambiente).
Cabe ainda ressaltar as características ecológicas do EPS: além de ser reciclável, sua
queima gera apenas gás carbônico e vapor d’água, e quando depositado em aterros
sanitários premanece inerte e não contamina o solo ou lençóis freáticos.
Fonte: Central EPS, in Revista Arquitetura & Construção - nov/92.
PONTOS HIDRÁULICOS, ELÉTRICOS E OUTROS
Durante o planejamento da obra (elaboração dos projetos) é preciso prever a instalação
de diversos pontos de hidráulica, de elétrica e de gás em vários ambientes, tais como os
abaixo:
Área de serviço
• saída de esgoto - tanto a máquina de lavar roupa quanto a de louça (na cozinha)
precisam de saída de água com rosca, para encaixar a mangueira;
• ralo - preferencialmente o sifonado, cujo desenho evita que os odores se espalhem.
Cozinha
• tomada perto da bancada de trabalho - deve haver pelo menos um ponto (110 V ou 220
V) para ligar cafeteira, torradeira, liquidificador e outros equipamentos que fiquem
sempre à mão;
• ponto de água quente - na falta de aquecimento central (ou no caso de ele falhar), uma
tomada de 220 V para torneiras elétricas;
• tubulação de três polegadas - para triturador de lixo;
• duto na parede - para a saída de ar da coifa;
• ponto elétrico para a coifa - essencial para a renovação do ar, em geral pede um ponto
de 220 V, que deve ficar perto do teto;
• tubos de gás - é bom deixar os dutos prontos, caso o local tenha ou venha a ter gás de
rua;
• ponto de luz - uma bancada bem iluminada facilita o trabalho no fogão, especialmente
à noite;
• ponto de água para filtro de parede;
• tomadas com fio terra - geladeira, freezer, máquina de lavar, microondas e outros
aparelhos que consomem muita energia devem ter, se possível, circuitos independentes;
• ponto de água junto à geladeira - são cada vez mais comuns os modelos que fazem
gelo automaticamente.
Quartos
• interruptor de luz na cabeceira - para maior comodidade;
• dimmer - colocado perto da cama, se possível, permite regular a intensidade da luz;
• ponto elétrico - o ar condicionado requer uma tomada de 220 V, colocada a mais de
1,5 m do chão;
• ponto de telefone - prever saídas extras da linha telefônica, para conectar-se à Internet;
• tomada no armário - para desumidificador (contra mofo);
• ponto de antena de TV.
Banheiros
• dutos - para instalação de exaustor, caso as janelas sejam pequenas;
• registros separados - cada banheiro deve ter o seu: se ocorrer vazamento numa
descarga, não há risco de a casa toda ficar sem água;
• ponto de luz - para uma lâmpada acima do espelho;
• tomada - perto da pia, para barbeador e secador de cabelos;
• ponto elétrico - para o chuveiro; mesmo se houver aquecimento central, ele pode
falhar;
• ponto elétrico, de água e esgoto - para hidromassagem;
• ladrão - ligado à caixa d'água, com escoamento para o boxe do banheiro.
Escritório
• ponto de telefone - além da linha de uso geral, uma exclusiva para a Internet; mesmo
que só haja uma linha, é bom deixar a tubulação pronta para a próxima;
• tomada com fio terra - instalada acima da bancada de trabalho, para computador.
Sala
• interruptores em paralelo - em escadas e salas grandes, dois interruptores para a
mesma lâmpada, em cantos opostos;
• pontos de luz - as demais lâmpadas dependem de um projeto de iluminação, mas a
mesa de jantar precisa estar sob um ponto;
• ponto de telefone adicional para a TV - daqui a algum tempo, ela receberá o sinal de
redes como a Internet;
• ponto de antena - aparelho de som funciona melhor se estiver ligado a uma antena
externa.
Terraço
• tomadas na varanda.
Exterior
• pontos de luz - para iluminação no jardim ou na piscina;
• pontos de água no jardim - para torneiras ou aspersores para regar as plantas.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jun/98.
PROBLEMAS DE UMIDADE
ÁGUA QUE SOBE PELAS PAREDES
• Origem: quando o terreno é muito úmido, a tendência é que a umidade acumulada seja
absorvida pelo alicerce da casa e brote na parede, formando manchas de bolor ou
estufando a tinta da área próxima ao rodapé.
• Solução: é necessário retirar o reboque de uma faixa até 50cm acima da mancha. São
feitos pequenos furos a cada 10cm nos tijolos e injeta-se um produto à base de silicatos,
que se infiltra na porosidade do tijolo e enrijece. Depois de seco, refaz-se o reboque, de
preferência com produtos impermeabilizantes misturados à massa de cimento e areia. Se
a parede for de blocos de concreto não é possível tratar definitivamente a umidade,
apenas diminuí-la por curtos períodos, refazendo o reboque com argamassa
impermeabilizante.
• Prevenção: usar argamassa com impermeabilizante ou manta asfáltica em toda a
extensão do alicerce. A alvenaria também deve ser assentada com argamassa
impermeabilizada até a oitava fiada.
CHUVA QUE ENTRA PELAS FRESTAS
• Origem: entre o caixilho e a parede podem se formar frestas que permitem a passagem
de água da chuva. A umidade se manifesta formando bolor ou estufando a tinta.
• Solução e prevenção: a junção entre o caixilho e a parede deve ser calafetada com
silicone, adesivo plástico ou poliuretano. Em geral, esses produtos oferecem
embalagens próprias para a aplicação, com pequenos bicos que direcionam seu fluxo. Se
a parede já está descascando é necessário raspar a tinta e repintar. Para prevenir o
problema, deve-se repetir a aplicação em intervalos de um ano.
ÁGUA QUE DESCE PELO TERRENO
• Origem: quando o terreno é inclinado, e a casa é construída na parte mais baixa, a
água da chuva desce e fica represada na parede defronte à inclinação. A tendência é que,
nos meses chuvosos, o bolor brote nos dois lados da parede, mas nos meses de estiagem
a área também permanece úmida.
• Solução e prevenção: uma trincheira é a saída para tratar e evitar esse problema.
Qualquer pedreiro pode fazê-la, depois que a obra estiver pronta:
» cavar um buraco com aproximadamente 50cm de largura e profundidade, exatamente
ao lado da parede em frente à inclinação;
» forram-se a base e as laterais desse buraco com um tecido de poliéster;
» preenche-se a metade da escavação com pedriscos de construção, e um cano de PVC,
com a parte superior cheia de furinhos é colocado sobre as pedras;
» preenche-se o resto da trincheira com pedriscos e envolve-se a parte de cima com
mais tecido de poliéster, sobre o qual se coloca terra e grama. A água entrará na
trincheira, cairá no cano e será levada a uma caixa de coleta de esgoto. Se a parede já
estiver descascada será preciso refazer todo o reboque da área que está úmida.
UMIDADE QUE VEM DE CIMA
• Origem: depois de uma chuva forte, algumas telhas podem trincar e a água começa a
entrar pelas rachaduras.
• Solução: detectar todas as telhas danificadas e substituí-las (as vezes isso não é muito
fácil, porque as fendas são muito pequenas; nesse caso, uma solução é trocar todas as
peças de uma grande área).
• Prevenção: não é preciso impermeabilizar os telhados, desde que se obedeça ao
caimento necessário de cada telha.
FENDAS SURGIDAS APÓS UMA REFORMA
• Origem: a água passa pelas frestas decorrentes do serviço incorreto nas junções entre
os materiais antigos e os novos (por exemplo, quando um vão de uma porta numa
parede de tijolos é fechado com blocos de concreto).
• Solução: pode-se descascar o reboque e calafetar a junção com silicone, minimizando
o problema. Porém, o ideal é refazer a parte da parede afetada utilizando o mesmo
material do resto da construção, aditivando a argamassa com um impermeabilizante.
• Prevenção: calafetar, com silicone, as junções novas durante a reforma (nem sempre
isso garante que as frestas não venham a surgir depois).
ÁGUA QUE FOGE DA PISCINA
• Origem: piscinas cuja impermeabilização original foi feita corretamente podem sofrer,
posteriormente, reformas cuja execução está sujeita a problemas (por exemplo, quando
o piso ao redor é erguido e a borda não é impermeabilizada, e a água passa entre os
azulejos e pinga no teto da garagem).
• Solução e prevenção: impermeabilizar o deck construído posteriormente para que a
água não passe pelos azulejos. Assim, algumas fileiras do revestimento da piscina terão
que ser retiradas. Sobre a argamassa deverá ser aplicado um primer, espécie de tinta
espessa que prepara a superfície para receber a manta asfáltica que vem em seguida.
Sobre ela aplica-se um filme de polietileno, uma proteção mecânica com cimento e areia
e, finalmente, os azulejos.
RECOMENDAÇÕES ÚTEIS
• seguir sempre as orientações dos fabricantes e deixar que os materiais de construção
(massa de assentamento e tijolo) sequem bem antes de serem cobertos;
• todas as lajes precisam ser impermeabilizadas. Se a laje é de concreto, a
impermeabilização deve ser flexível, ou seja, feita com as membranas moldadas no
local, como o piche. Se a laje for pré-moldada, recomenda-se a utilização de mantas
pré-fabricadas, como as asfálticas. A proteção adequada da laje requer:
» a execução de caimento correto com argamassa em direção ao ralo ou à calha;
» o arredondamento dos cantos vivos com argamassa;
» estender a impermeabilização ao interior dos ralos e, caso a laje se encontre com uma
parede, impermeabilizar os seus primeiros 20 cm de altura;
» proteger a camada impermeabilizante com argamassa, evitando o desgaste provocado
pelos raios ultravioleta e infravermelho e trincas devidas aos movimentos normais da
construção, à sua dilatação e à contração no calor e no frio e à exposição constante ao
sol e às intempéries.
• as áreas molhadas (banheiros e cozinhas) são as mais sujeitas a apresentar problemas
de infiltração, cuja solução exige regularização da superfície, aplicação de manta
asfáltica, proteção mecânica e recolocação do revestimento. Se o problema ainda não se
deu, é recomendável uma prevenção, fazendo uma calafetação anual de bancadas de
pias, vasos sanitários, banheiras e ralos, usando silicone. O local de instalação de
banheiras também deve ser impermeabilizado.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jul/97.
PROTEÇÃO CONTRA FERRUGEM
As peças de ferro como portões e esquadrias, podem ser encomendadas já com
tratamento de fábrica. É a galvanização, ou seja, um banho de zinco que evita a
oxidação do metal.
Porém, no caso das peças já estarem instaladas, a proteção pode ser feita através do
seguinte processo:
• lixamento da superfície para eliminar qualquer tipo de sujeira;
• lavar com água e sabão e enxugar bem; passar um pano com aguarrás;
• aplicar, com pistola, trincha ou rolo, uma demão de zarcão, deixando secar por 12
horas;
• lixar e remover o pó e passar nova demão, aguardando 18 horas;
• pintar a peça com duas camadas de esmalte sintético acetinado ou brilhante na cor
desejada, com intervalo de secagem de 6 horas.
Esta proteção dura até 10 anos.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - abr/96.
PROTEÇÃO DE MADEIRAS
Os principais inimigos das madeiras usadas nas construções são:
• os ataques de fungos, que causam o apodrecimento da madeira, desde que algumas
condições estejam presentes: a presença de ar, umidade entre 35 e 60% em relação a
uma superfície seca da madeira e temperatura entre 20 e 30ºC;
• os ataques de cupins e brocas;
• a exposição às intempéries (sol e chuva), propiciando o ambiente ideal para o
aparecimento de colônias de fungos e levando a madeira ao empenamento; além disso,
os raios ultravioletas do sol podem fazer com que a peça perca sua coloração original;
em casos mais graves, as fibras ressecam e se corroem.
Mesmo as madeiras de lei, que contam com recursos próprios de proteção, carecem de
tratamentos especiais para evitar a ação de fungos, insetos e intempéries. Quando se
trata de espécies de reflorestamento, esses cuidados devem ser redobrados. Abaixo estão
descritos os problemas mais comuns e os tratamentos indicados para cada caso.
FUNGOS - depois de pronta para o uso, já na sua forma definitiva, a peça é tratada na
autoclave, um container cilíndrico com cerca de 1,90 m de diâmetro e 24 m de
comprimento. Nele, a peça recebe produtos preservativos que atuam na madeira em
nível celular.
CUPIM - neste caso, o tratamento é feito basicamente a partir de produtos inseticidas.
Muitos deles são produzidos com resinas hidrorrepelentes, que evitam a absorção da
umidade, dificultando também o desenvolvimento de fungos. As fórmulas mais
completas possuem resinas fixadoras para manter o inseticida na fibra da madeira por
anos. Estes inseticidas agem também contra brocas e carrunchos. Para a aplicação destes
produtos a madeira deve estar limpa, seca e livre de qualquer tipo de acabamento. Para
garantir proteção eficiente, é recomendável que todas as superfícies, inclusive as não
expostas, recebam o inseticida.
A aplicação destes produtos imunizantes pode ser feita através de várias maneiras, a
saber:
• pincelamento - usando um trincha ou pincel, cobre-se a peça com uma farta demão do
produto inseticida até a completa saturação. Juntas e encaixes, assim como pontos que
se apóiam sobre concreto ou alvenaria, devem receber uma demão reforçada;
• imersão - a peça é colocada num tanque dotado de tampa e calha de drenagem repleto
de produto inseticida, onde permanece por um minuto. Então é depositada na calha de
drenagem, onde o produto em excesso é recuperado. Depois é só secar a peça;
• injeção - é o processo ideal para peças já atacadas. Consiste em injetar, com uma
seringa comum, o inseticida nos próprios orifícios abertos pelos insetos até ficarem
saturados.
INTEMPÉRIES - o melhor tratamento são os stains. Coloridos ou em tonalidades que
imitam a do material, são aplicados com pincel, penetram nas fibras e acompanham o
movimento de dilatação e retração da madeira, o que evita rachaduras. Para conservar,
basta aplicar nova demão, sem retirar a anterior. A maioria dos stains apresenta
fungicidas e inseticidas inseridos na sua fórmula.
Com os devidos cuidados, até as fundações podem ser feitas de madeira. Nesse caso,
deve-se preparar o solo com uma manta de polietileno coberta por cascalho ou pedra
britada. A madeira usada para as vigas baldrame deve ser o cerne de espécies de grande
resistência, e o tratamento contra fungos e insetos não pode ser dispensado. Nos pontos
de sobreposição ou de encaixe é recomendável ainda aplicar betume ou asfalto para
evitar acúmulo ou retenção de água.
Para paredes e outros elementos da construção, embora mais distantes do solo,
recomenda-se que as bordas do telhado avancem pelo menos 80 cm além das paredes
(beiral). Além disso, nas peças colocadas no exterior da construção, deve-se usar
acabamentos com filtro solar e impermeabilizantes.
Fonte: Revistas Arquitetura & Construção - jul/93 e abr/96.
PROTEÇÃO PARA TIJOLOS À VISTA
Tijolos aparentes sujos e cheios de limo podem ser limpos com uma solução de 30% de
cloro e 70% de água, e vassoura piaçava. Deixar secar. Caso persistam algumas
manchas, removê-las com lixa de madeira nº 36. Para fazer reparos, retirar apenas as
peças danificadas usando talhadeira ou formão, sem trincar os rejuntes, trocando-as por
outras do mesmo tamanho e tonalidade.
É necessário usar impermeabilizantes para retardar o desgaste do material, protegendo-o
de intempéries. O tratamento com silicone líquido à base de água ou solvente dura até
dois anos e não altera o aspecto natural do tijolo. Passar o produto com trincha.
A alternativa são as resinas acrílicas à base de solvente, aplicadas com rolo de lã de
pêlos curtos, sempre no mesmo sentido. Elas oferecem maior durabilidade, mas
escurecem a superfície.
Conforme a resina, pode-se obter um efeito brilhante, semi-brilhante ou acetinado.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - out/95.
QUADRAS ESPORTIVAS
As quadras esportivas requerem medidas mínimas, ter o piso adequado ao esporte
praticado e, se necessário, dispor de boa iluminação. Recomenda-se sempre a
contratação de assesoria especializada, já que aspectos como localização do terreno,
piso ideal, sistemas de drenagem e iluminação são decisivos.
O primeiro ponto a considerar é o terreno. Caso ele sofra apenas um corte, a terra deverá
ser bem compactada, com a ajuda de um rolo pequeno. Já as áreas aterradas exigem a
compactação feita por máquinas mais pesadas, como trator de esteira. Se o aterro não
for bem feito, o piso poderá futuramente apresentar trincas e ondulações.
Também a umidade pode trazer sérios problemas. Se a área tiver sido banhada por um
córrego, o ideal é fazer um sistema de drenagem tipo "espinha-de-peixe", com
aproximadamente 4 polegadas. Para os terrenos situados em vales ou áreas baixas, é
possível fazer uma vala de 30 cm de largura com 1 m de profundidade ao redor da
quadra, numa distância de 50 cm, revestida com argamassa de cimento e areia e ter,
embutida no fundo, uma meia canaleta de escoamento, com largura entre 15 a 30 cm,
conforme a declividade do terreno, e saída para a rede de esgoto.
Com exceção da quadra de saibro, que já é auto drenante, as demais têm piso
impermeável, o que obriga que a superfície tenha 1% de caimento para todos os lados,
facilitando o escoamento das águas pluviais e evitando a formação de poças.
Para a implantação de quadras descobertas, deve-se posicioná-las no eixo Norte-Sul (ou
o mais próximo possível dele), em função do ofuscamento provocado pelo sol.
O piso da quadra e a textura do acabamento são muito importantes, podendo interferir
bastante no desempenho dos jogadores. Os principais tipos são:
• Saibro - ideal para tênis, sua execução requer muitos cuidados. A construção deve ser
feita em terrenos planos, bem compactados e, de preferência, de composição argilosa. O
primeiro passo é fazer uma moldura com blocos de cimento e cinta de concreto na
medida da quadra. Ela deverá ter 30 cm de altura e ficar parcialmente enterrada. No
fundo dessa moldura é espalhada uma camada de 20 cm de altura de cacos de tijolo, que
deve ser muito bem compactada com a ajuda de água. Em seguida, cobre-se o espaço
com uma camada de 20 cm de saibro misturado com argila e terra vermelha. Depois de
compactada com um rolo pesado, deve-se abrir pequenas valas e fazer sapatas de
concreto nos locais onde serão fixados os postes de sustentação da rede. Por fim,
espalha-se o pó de telha, o que facilita a movimentação dos jogadores. Deve-se prever
caimento de 0,5% nas laterais. A auto drenagem demora cerca de 8 horas. As obras
duram aproximadamente seis semanas.
Se a quadra for construída em terrenos irregulares, aterrados, de pouca firmeza ou sobre
lençol freático, deve-se prever o contrapiso, o que acarreta a necessidade de um sistema
de drenagem.
A manutenção do saibro é bastante trabalhosa. São necessárias freqüentes reposições do
pó de telha da superfície, é preciso molhá-la para mantê-la sempre úmida, garantindo a
maciez do piso, a firmeza do solo e evitando que o vento levante nuvens de pó. O ideal
é varrer e molhar a quadra duas vezes ao dia.
• Cimentado - sua execução é simples: sarrafos de madeira, de 10 cm de altura x 2,5 cm
de largura, são dispostos na forma de quadrados de 2 x 2 m sobre um lastro de pedra nº
2 com 5 cm de altura. Esses quadrados devem ser preenchidos diagonalmente por uma
camada de concreto de 8 cm de altura. Após a cura de 24 horas, os sarrafos são retirados
e o espaço vazio é preenchido por concreto ou asfalto. O acabamento tem, em média,
de espessura e pode ser feito com argamassa de cimento e areia quando se tratar de
quadras descobertas, ou por pó de cimento, se a quadra for fechada. A demarcação é
feita com tinta acrílica resistente à abrasão. Deve-se considerar que o cimentado não
absorve o impacto dos movimentos dos jogadores.
• Asfáltico - de fácil construção, pode ser usado para quadras de quase todos os
esportes. Sobre uma base de pó de pedra é colocada uma camada de 5 cm de pedra nº 1.
Em seguida, uma camada de emulsão asfáltica e outra de pedriscos com altura entre 3 a
5 cm. Por fim, uma nova camada de emulsão asfáltica e de duas a cinco demãos de
resina sintética. No caso de quadras de tênis, o acabamento da última demão deve ser
áspero, para que o pique da bola seja mais lento. A construção demora duas a três
semanas. Como manutenção, a resina sintética deve ser substituída a cada cinco anos
nas quadras abertas e a cada oito anos nas fechadas. O escoamento da água demora de
15 a 20 minutos.
• Areia - própria para futebol society e peteca, deve ser construída sobre um contrapiso.
Um dreno "espinha-de-peixe" de 4 polegadas deve ser previsto. Serão aplicadas uma
camada de 15 cm de espessura de pedra nº 2, uma camada de 10 cm de pedra nº 1 e,
finalmente, 10cm de areia, no mínimo. A manutenção consiste em alisar a camada de
areia com uma rede velha.
• Madeira - usada somente em quadras cobertas, é ideal para squash ou quadras
poliesportivas. As espécies mais indicadas são o ipê e o pau-marfim. As tábuas devem
ter 5 cm de largura x 2,5 cm de espessura. Elas são flutuantes, ou seja, fixadas em
barrotes no sentido longitudinal, distantes 50 cm um do outro. O espaço vazio entre eles
pode ser preenchido com placas de chapas de madeira ou com poliestireno expandido. O
acabamento é em verniz de poliuretano e as demarcações são feitas com tinta epóxi.
• Emborrachado - existem dois tipos: fundido no próprio local ou industrializado. O
primeiro consiste numa camada de borracha espalhada sobre o asfalto ou cimento com a
ajuda de uma espátula. Na quadras fechadas, sua espessura é de 6 mm; nas abertas, varia
de 6 a 12 mm. Requer manutenção a cada cinco anos, em média. O industrializado é
encontrado em rolos e é fixado sobre uma base de asfalto ou cimento com cola de
poliuretano. A manutenção demora 20 anos. Encontradas em várias cores, são próprias
para tênis, badminton e quadras poliesportivas.
Se a quadra tiver apenas finalidade recreativa, não é preciso seguir as medidas oficiais,
bastando manter a proporcionalidade. Já a demarcação do piso não deve ser alterada.
Ela deve ser pintada sobre um piso de cor neutra, como verde, amarelo ou cinza. De
acordo com as normas internacionais, cada esporte tem cores determinadas para
marcação das medidas: o branco é usado para tênis, vôlei, badminton, squash e paddle,
o amarelo, para handebol e o azul, para basquete. No caso das quadras de saibro ou
areia, a demarcação pode ser feita usando fitas especiais, vendidas em lojas de artigos
esportivos, que são fixadas com a ajuda de pregos de 10 cm de comprimento. Outra
possibilidade é abrir pequenas valetas no lugar das linhas de demarcação e preenchê-las
com uma tira de concreto de 5 cm de largura. Depois é só pintar com tinta acrílica
especial para cimentado. As quadras de areia também podem ser demarcadas com uma
simples pintura a cal.
Quanto à iluminação, recomenda-se que profissionais especializados façam o cálculo.
Um projeto simples e mínimo para uma quadra poliesportiva consiste em oito
luminárias dispostas em quatro postes, com altura variando de 6 a 8 m, e lâmpadas de
mercúrio de alta pressão de 400 W.
O fechamento com alambrado deve estar situado a uma distância mínima de 2 metros da
quadra.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - ago/93.
REATORES ELETROMAGNÉTICOS
O reator eletromagnético é uma aparelho auxiliar que serve para dar partida estabilizada
e firme à lâmpada fluorescente, sem cintilação em qualquer situação. Sem reator, a
lâmpada ligada diretamente à rede irá exigir mais e mais corrente até se queimar; a
corrente ideal para o funcionamento da lâmpada é limitada pelo reator.
A lâmpada fluorescente é um tubo de vidro revestido internamente com um pó
fluorescente (geralmente fósforo) e preenchida com um gás raro inerte (argônio). A
corrente que atravessa o tubo produz a luz. Esta corrente deve ser limitada e estabilizada
pelo reator para manter as características de funcionamento da lâmpada.
Quando o reator não tem as características elétricas adequadas, ele estabiliza a corrente
acima ou abaixo da necessária, causando queima prematura ou baixa emissão de luz,
além do superaquecimento que aumenta o consumo, transformando a energia em calor e
prejudicando a segurança da instalação (com risco de curtos-circuitos e incêndios).
Na queima prematura da lâmpada, o reator estabiliza a corrente que flui dentro da
lâmpada, através dos eletrodos, que devem ser aquecidos à temperatura correta. Se o
reator permitir muita corrente através dos eletrodos, isto vai aquecê-los em demasia,
produzindo manchas escuras nas extremidades da lâmpada e reduzindo sua vida.
Quando a corrente está abaixo da ideal, a lâmpada emite menos luz e, para iluminar o
ambiente, serão necessárias mais lâmpadas, conseqüentemente, os gastos de energia
elétrica e compra de material para aumentar os pontos de luz serão maiores. Passando
pouca corrente, os eletrodos não serão aquecidos de forma correta e quando a lâmpada
tentar acender ela piscará várias vezes, causando um bombardeio dos eletrodos até que
eles alcancem a temperatura ideal, o que também levará à redução da vida da lâmpada.
Um reator eletromagnético é formado, basicamente, por uma bobina de fio de cobre
enrolada ao redor de um núcleo de material ferro-magnético. Para fazer acender a
lâmpada fluorescente, este conjunto é ligado à rede elétrica. Neste momento, começa a
circular uma corrente elétrica nesta bobina do reator e esta passagem de corrente elétrica
pela bobina de fio de cobre gera uma perda de energia em forma de calor que é
conhecida como perda JOULE, motivo pelo qual o reator esquenta quando funciona.
A temperatura máxima de funcionamento de um reator, segundo normas da ABNT, é de
90ºC. Quando um reator está operando acima dessa temperatura deve ser substituído,
pois é um produto com algum defeito ou foi produzido a partir de um projeto
inadequado ou com matérias primas de qualidade inferior, colocando em risco toda a
instalação e a própria segurança do edifício e das pessoas que nele trabalham.
Num reator de baixa qualidade, além dele próprio estar sujeito a curtos-circuitos, o
aumento de temperatura dentro da luminária pode causar a fusão do material isolante
dos fios da bobina de seu núcleo, causando curtos-circuitos que podem provocar
incêndios, além de reduzir a vida das lâmpadas e starters, provocando prejuízo na
instalação.
Alguns sinistros ocorridos recentemente em instalações comerciais e escritórios têm
como causa, no laudos, "aquecimento da luminária"; como a lâmpada fluorescente é
fria, este superaquecimento deve ter ocorrido no reator ou nos cabos mal dimensionados
ou com isolamento térmico deficiente.
A importância de se utilizar um reator de qualidade é assegurar partida segura e
adequada à lâmpada, garantindo a vida útil de ambos, rendimento de luz adequado e a
segurança da instalação.
Existem dois tipos de reatores eletromagnéticos: o de partida convencional (com starter)
e o de partida rápida.
O funcionamento do reator de partida convencional requer o uso de starter ou
interruptor manual para armar o circuito no reator e aquecer os filamentos das lâmpadas.
Quando os filamentos estão aquecidos, o starter abre e o reator fornece a corrente
adequada de partida, limitando, após, o fluxo desta aos valores corretos para o
funcionamento adequado da lâmpada.
Já os de partida rápida fornecem níveis adequados de energia para aquecer
continuamente os filamentos das lâmpadas por meio de pequenas bobinas de baixa
tensão, reduzindo as exigências de tensão de circuitos abertos para partida e acelerando
o intervalo de partida. Normalmente é necessário que o sistema esteja aterrado para que,
através do efeito capacitivo entre a lâmpada e a luminária, sejam descarregadas à terra
as cargas estáticas que se acumulam ao longo do bulbo da lâmpada fluorescente.
Para que um reator funcione adequadamente, é necessário haver um projeto correto e
matérias primas de qualidade.
O fato do reator ser magnético faz com que ele vibre e emita ruído, porém o
preenchimento correto do reator com resina poliéster atenua a vibração a níveis quase
imperceptíveis, além de permitir a dissipação térmica. A fixação correta do reator na
luminária também é importante para a eliminação dos ruídos.
Todo reator de qualidade tem visível, na sua carcaça, o esquema de ligação correta, que
deve ser seguido à risca. A fixação do reator na luminária ou em outra superfície, de
preferência metálica para colaborar na dissipação térmica, deve ser feita pelos quatro
furos na carcaça do reator. Quanto mais firme, menor a chance de ruídos e melhor será a
condição de aterramento do equipamento.
Os reatores devem ser aterrados, o que proporciona segurança adicional ao usuário e
ajuda as lâmpadas a terem uma partida satisfatória, em sistemas de reatores de partida
rápida.
Quando um reator trabalha em uma temperatura total acima de 90ºC, sua vida é
encurtada violentamente. A experiência mostra que um aumento de temperatura de 10ºC
acima de 90ºC medido na carcaça do reator provoca a redução da sua vida útil para a
metade, assim como uma queda de 10ºC dobra a vida do reator.
Os fatores responsáveis pelo superaquecimento de reatores são:
• variação de tensão na rede muito alta (o aumento de 1% de tensão na rede provoca um
aumento equivalente de 1 a 2ºC na temperatura de funcionamento);
• a elevação de temperatura nos ambientes, fazendo aumentar a temperatura de
operação;
• a não substituição de lâmpadas queimadas na luminária, ocasionando um
superaquecimento nos reatores.
Os fatores que podem afetar a temperatura da carcaça são:
• o contato dos diversos tipos de forros, com diferentes características de transmissão de
calor, com o reator, em luminárias de sobrepor;
• a temperatura ambiente da cavidade de instalação da luminária embutida;
• a montagem do reator na luminária, pois reatores em funcionamento são uma fonte de
produção de calor e deve-se encontrar uma forma para sua dissipação. A melhor forma é
a condutividade, assim, os reatores devem ser fixados na parte metálica da luminária;
• a tensão da rede, se fornecida acima da especificada para o reator, pode fazer com que
ele trabalhe em altas temperaturas, reduzindo assim sua vida.
O fator de potência indica o quanto eficientemente a potência será usada. Reatores de
alto fator de potência requerem baixo nível de corrente no total específico de potência
requerida, permitindo a instalação de mais luminárias por circuito e reduzindo os custos
de fiação.
Já os reatores de baixo fator de potência, de forma inversa, requerem correntes mais
altas. Instala-se menos luminárias por circuito, resultando na elevação desses custos.
Fonte: Manual de Perguntas e Respostas - Philips.
RECURSOS DE ILUMINAÇÃO
Um bom projeto de iluminação pode resultar na adaptação da luz às necessidades
específicas de cada ambiente, permitindo valorizar detalhes e mesmo esconder pequenas
imperfeições. Apesar disso ser teoricamente possível a qualquer momento, o ideal é que
seja feito na fase de projeto, evitando futuras limitações impostas pela construção
acabada.
As melhores soluções são obtidas com o uso conjunto dos diferentes tipos de
iluminação, classificados segundo a incidência luminosa no ambiente:
• direta - a luz incide diretamente, sem reflexão no forro ou nas paredes. O espaço é
iluminado de forma geral, e, dependendo do posicionamento das luminárias, pode
causar ofuscamento. É ideal para áreas de pouca permanência, e pouco indicado para
ambientes de estar;
• indireta - o fluxo luminoso somente atinge uma determinada área depois de ser
refletido em alguma superfície. Obtido com o uso de sancas, arandelas, luminárias de pé
e abajures, é o mais apropriado para ambientes de longa permanência, e deve ser
complementado por fluxos localizados ou concentrados, conforme as necessidades
específicas;
• difusa - oferece uniformidade luminosa ao ambiente sem criar zonas de sombra, a
partir do uso conjunto de luz direta e indireta;
• concentrada - é uma luz direta com o objetivo específico de dar destaque a elementos
decorativos em geral ou permitir a leitura e atividades manuais;
• localizada - o fluxo luminoso atinge apenas determinado setor de um ambiente.
As características físicas dos ambientes também devem ser levadas em consideração na
escolha da iluminação, conforme os exemplos abaixo:
• ambientes pequenos - usar iluminação indireta e abundante, tomando cuidado para
não ofuscar a visão de quem estiver nesse espaço. Pode-se destacar objetos de arte,
plantas e outros elementos, desde que estejam todos do mesmo lado do recinto,
principalmente se ele for estreito. Recursos sobre o uso de clores claras e móveis
pequenos de linhas suaves colaboram com o projeto de iluminação para aumentar
ambientes. Deve-se evitar focalizar cantos ou extremidades, pois elas revelam as
verdadeiras dimensões do espaço.
• ambientes amplos - para torná-los mais aconchegantes sem perder as boas qualidades
da amplidão, pode-se instalar diversas luminárias de funcionamento independente,
como abajures e modelos de pé. Para iluminação geral, a melhor opção é usar vários
circuitos de spots, com acionamento individual, para fragmentar a área ou torná-la
uniforme, conforme a necessidade. Mais uma vez as cores, aqui em tonalidades escuras,
são aliadas da luz. Quanto aos móveis, deve-se preferir os maiores e mais pesados. O
ambiente não deve ser tratado como se fosse único: pode-se dividi-lo em dois ou três
espaços que possam interagir - do tipo estar, bar e lareira - para ocasiões como festas,
quando toda luz geral deve ser aproveitada, integrando os ambientes. Quando se deseja
mais intimidade, basta acionar apenas os abajures ou o circuito de spots que serve ao
setor escolhido.
• forro baixo - a luz deve ser projetada de baixo para cima, fazendo-a iluminar o teto
uniformemente. Para isso, lança-se mão de abajures de hastes longas. O ideal,
entretanto, é que os pontos de luz partam do piso, atingindo também as paredes. Outra
boa alternativa é a instalação de arandelas. Deve-se evitar direcionar a luz para o piso e
criar planos intermediários de iluminação, que podem quebrar o efeito de alongar as
paredes e subir o teto. A iluminação de destaque, portanto, não é indicada neste caso.
Para leitura e outras atividades, podem ser empregadas luminárias de facho
concentrado, mantendo-as desligadas quando não estiverem em uso.
• pé-direito muito alto - para valorizá-lo, vale o mesmo recurso usado para alongar o
forro baixo, fazendo o facho de luz incindir em todo o teto e nas paredes. Como há
espaço, um recurso interessante é a instalação de luminárias em vigas ou a utilização de
sancas. Mais tradicionais, spots e arandelas também são uma ótima solução. Num
ambiente pequeno, o pé-direito alto pode ser desagradável. Nesse caso, a luz não deve
"crescer", devendo ser direcionada para baixo, escurecendo o forro e disfarçando sua
altura. Os abajures são eficientes para isso, assim como as luminárias pendentes por fios
ou hastes longas.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - mar/93.
REJUNTAMENTO EM PEÇAS CERÂMICAS
O acabamento de pisos e paredes onde a cerâmica está presente pode ser comprometido
se o rejuntamento das peças for malfeito. Para que isso não ocorra, os seguintes
procedimentos devem ser observados:
Escolha do rejunte
A escolha deve estar de acordo com o local a ser aplicado:
• para ambientes que entram em contato direto com a água, o rejunte deve ser
impermeável (para impedir que o líquido infiltre por baixo da cerâmica) e antifúngico
(para evitar a formação de bolor);
• em fachadas e áreas que ficam expostas ao tempo, o rejunte tem que ser também
flexível (para suportar as dilatações causadas pelas mudança bruscas de temperatura).
Ao utilizar rejunte colorido, observar se ele contém aditivos que fixem a cor,
prolongando assim a durabilidade em até dez vezes e mantendo o tom original, mesmo
quando expostos ao tempo.
Tipos de rejunte
Pisos e azulejos, em geral, pedem rejunte convencional, encontrado no mercado em
várias cores. Já o porcelanato deve ser rejuntado com produtos feitos de resinas
poliméricas, também disponíveis em diversas cores. Para igualar a textura das juntas
com a do porcelanato, é possível utilizar rejunte de epóxi textural. As pastilhas de vidro,
por sua vez, exigem produtos com a dupla função de assentar e rejuntar as peças
simultaneamente. Além disso, é preciso lembrar que existem opções específicas para
juntas finas (até 6 mm) e largas (acima de 6 mm), estas mais resistentes a rachaduras.
Aplicação do rejunte
A massa de assentamento dos pisos e azulejos deve estar completamente seca, o que
ocorre após 48 a 72 horas, dependendo da marca do produto. No preparo do rejunte, a
quantidade de água é fundamental: as instruções da embalagem devem ser seguidas
rigorosamente, pois disto depende a qualidade final do trabalho. O ponto ideal da massa
é homogênea e levemente densa (se a pasta ficar líquida, perde a resistência). As juntas
devem ser umedecidas antes da aplicação, melhorando a aderência e evitando que o
rejunte perca a água necessária para a perfeita secagem.
Para evitar manchas, os fabricantes aconselham a proteger as peças com fitas adesivas
em caso de cerâmicas rústicas, com aplicações de ouro ou prata ou com cor diferente do
tom do rejunte. Revestimentos porosos podem receber aplicação de óleo diesel ou cera
incolor sobre as peças, evitando-se que o rejunte penetre nos poros e cause manchas.
Espátulas de plástico ou de borracha são os instrumentos corretos para preencher por
completo as juntas. Antes da secagem, o excesso de massa deve ser retirado. Após meia
hora, os resíduos que ficaram sobre o revestimento devem ser limpos com uma esponja
ou pano levemente úmido.
Correção de falhas e imperfeições em rejuntes antigos
Para isso, aconselha-se a aplicação de nova camada de rejunte, da mesma cor do
original. A opção pela troca somente deve ser considerada se o aplicador tiver muita
paciência, cuidado e capricho. Nesse caso, as juntas devem ser molhadas com ácido
muriático, com a ajuda de uma escova de nylon rígido (recomenda-se fazer um teste em
uma pequena área para saber se o ácido não irá manchar ou estragar o revestimento). A
seguir, remove-se o rejunte antigo, com ajuda de uma espátula, e aplica-se o novo.
A limpeza de manchas de bolor, gordura ou sujeira pode ser feita com escova ou
esponja, utilizando-se produtos de limpeza desengordurantes ou à base de cloro. Não
devem ser usados ácidos.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jan/99.
ROTEIRO DA ECONOMIA PARA CONSTRUÇÃO DA CASA
Da escolha do terreno aos acabamentos, a construção pode ter seus custos
significativamente reduzidos, desde que o processo tenha um planejamento e uma
organização adequado. As dicas abaixo buscam, de forma bastante resumida e
simplificada, mostrar como:
COMPRA DO TERRENO
• se possível, escolher um terreno plano, o que representará menos gastos com
terraplanagem e fundações;
• para avaliar o solo, é importante contratar uma empresa de sondagem; caso o resultado
apresente um solo de boa resistência superficial, será possível utilizar uma fundação
tipo sapata corrida (uma laje armada horizontalmente, de 50 a 60cm, em valas de
aproximadamente 1 metro de profundidade), que consome menos concreto;
• em um lote acidentado é possível fazer terraplanagem, mas a necessidade de fazê-la ou
não será definida pelo projeto arquitetônico, que pode tirar proveito da inclinação ou
dos acidentes naturais do lugar;
• para terrenos em declive, uma solução pode ser a utilização de uma estrutura
independente.
PROJETO
• é altamente recomendável investir na contratação de um arquiteto ou engenheiro civil,
informando a este profissional o quanto se pretende gastar com a construção;
• revisar o projeto e esclarecer todas as dúvidas até o fim. É muito mais fácil e barato
solucionar erros e pedir mudanças na fase do projeto do que derrubar paredes durante a
obra;
• o telhado é um dos itens mais caros da construção; mansardas e outros recortes no
desenho da cobertura representam mais custos de material e mão de obra;
• concentrar banheiros e cozinha numa mesma área permite otimizar o uso da tubulação
hidráulica necessária;
• sobrados geralmente custam menos que casas térreas; com o mesmo telhado cobre-se
o dobro de área construída, além de utilizar-se praticamente o mesmo tipo de fundação;
• a construção de ambientes como adega e salão de jogos somente devem ser previstos
caso sejam realmente utilizados;
• uma planta cheia de recortes dificulta a execução do serviço, requer mais material e
representa mais área de pintura;
• recortes em pisos de cerâmica, azulejos e outros materiais de acabamento (para
assentamento nos cantos) são fonte de desperdício, pois dificilmente é possível
aproveitar as sobras. Ambientes projetados com dimensões adequadas às medidas-
padrão desses materiais evitam essas perdas.
PLANEJAMENTO
• depois que o projeto estiver completamente definido, é necessário um planejamento da
obra. Elaborada em conjunto com o profissional responsável pela obra, uma planilha
pode registrar a ordem de execução dos serviços, duração e custo de cada fase da obra,
evitando-se gastos com mão-de-obra e/ou materiais não necessários no momento;
• o fluxo de caixa deve ser controlado para não correr o risco de parar a obra por falta de
dinheiro (obra demorada é sempre mais cara). Anotar na planilha todos os gastos e
sempre guardar recibos e notas fiscais, pois eles serão úteis para declaração do Imposto
de Renda e para enfrentar eventuais problemas legais;
• mesmo que os materiais de acabamento ainda não tenham sido escolhidos, devem ser
anotadas na planilha especificações dadas por quem fez o projeto, como tamanho,
espessura, tonalidade, classe de abrasão e nível de absorção de água das cerâmicas, o
mesmo valendo para outros itens, como madeira e carpete, poupando tempo na hora de
pesquisar e comprar.
CONTRATAÇÃO DE MÃO-DE-OBRA
• preferencialmente, somente chamar profissionais conhecidos ou indicados por amigos
ou parentes; se possível, é bom ver um trabalho pronto;
• utilizar uma equipe que normalmente trabalha para o seu arquiteto ou engenheiro pode
ser mais cômodo, mas nem sempre sai mais em conta. Caso outros operários
competentes e de confiança sejam conhecidos, verificar com o profissional responsável
pela obra se não há empecilhos, fazer a cotação com os dois grupos e então decidir;
• quando se tem um empreiteiro, é ele o responsável pela contratação e pagamento de
encargos trabalhistas. Se a administração da obra não contar com esse profissional, é
importante estabelecer uma relação contratual por escrito com os operários,
especificando o tipo de serviço que se espera deles, o prazo e o valor. Não se deve
esquecer de recolher o INSS dos trabalhadores, caso contrário esse valor terá que ser
acertado de uma só vez ao requerer o Habite-se à prefeitura, evitando problemas com a
Justiça do Trabalho;
• determinar uma forma de pagamento baseada na produção, estabelecendo assim que o
pagamento da mão-de-obra ficará condicionado ao cumprimento de determinadas etapas
e prazos;
COMPRA DE MATERIAIS
• pesquisar exaustivamente os preços de materiais e pedir orçamentos por escrito. Para
poupar tempo, verificar se a loja fornece orçamentos por fax ou e-mail. Fazer a pesquisa
levando em conta os parâmetros estabelecidos pelo profissional que elaborou o projeto,
tentando achar a melhor relação entre qualidade e preço (não esquecendo que, além do
custo de construção, há também um de manutenção, ou seja, materiais de baixa
qualidade só são economia a curto prazo, e em pouco tempo a obra começará a
apresentar problemas);
• lembrar de incluir o frete na conta da pesquisa, caso necessário;
• às vezes, é possível fechar um pacote para a compra de uma grande quantidade de
materiais numa única loja e, assim, negociar um desconto ou o pagamento a prazo. A
pechincha é regra básica;
• tentar, se possível, fazer compras em conjunto caso haja vizinhos construindo perto.
Quanto maior a quantidade de material encomendado, maior o poder de barganha para
negociar preços, além de ser possível dividir os custos de frete;
• conferir se o material entregue na obra é o mesmo comprado e se está na quantidade
certa. Cuidados redobrados devem ser tomados com material a granel, como areia;
• pesquisar também em lojas de materiais de demolição e cemitérios de azulejos. Neles
é possível encontrar muita coisa em bom estado e por um bom preço (nas capitais onde
virou moda materiais de demolição, eles chegam a custar mais caro que o material novo.
A alternativa é procurar em cidades pequenas ou nas próprias demolições);
• a compra antecipada de materiais de acabamento deve ser feita considerando uma
margem de aproximadamente 10% de sobras para cobrir quebras e consertos futuros;
ACOMPANHAMENTO
• é importante acompanhar de perto a obra para ter certeza de que o planejamento está
sendo cumprido e de que não há desperdícios. Caso isso não seja possível, deve-se
escolher um profissional competente e de confiança para tanto.
ESTOCAGEM
• observar o prazo de validade de materias como o cimento. Não deve ser armazenada
muita quantidade nem com muita antecedência (a planilha ajuda essa programação);
• o material deve estar protegido da chuva, vento e outras intempéries. A areia e o
cimento têm que ser cobertos, a madeira em local abrigado e com ventilação. Evitar
deixar materiais em caixas de papelão ao relento;
• evitar construir no período mais chuvoso de sua região.
ACABAMENTO
• evitar comprar materiais da moda; os tradicionais, além de ser mais baratos, são mais
fáceis de repor;
• pisos de cimento queimado coloridos podem substituir mármores e granitos em locais
que pedem resistência a um custo baixo. Se não for bem executado, o piso pode rachar;
• paredes internas não precisam de reboco, podendo-se pintar diretamente o tijolo
aparente com latéx, economizando massa e mão de obra. Nas paredes externas é
possível aplicar um reboco feito com areia naturalmente colorida, que custa o preço do
reboco normal e não precisa de pintura. Para maior garantia, pode-se fazer uma proteção
com silicone;
• materiais de acabamento nobre mais baratos podem ser encontrados, junto aos
fornecedores, em promoção ou sobras;
• seguir a linha da parede no assentamento de pisos e azulejos consome menos peças; a
colocação na diagonal requer mais recortes, implicando em mais material para cobrir a
mesma área;
• os azulejos não precisam ir até o teto; as meias-paredes podem receber um barrado
colorido para complementação;
• evitar esquadrias desnecessárias, pois, individualmente, elas são o item mais caro da
obra. Elementos vazados podem eventualmente substituir algumas delas sem prejuízo
da iluminação ou ventilação;
• no entulho da obra podem existir materiais que podem ser reutilizados (por exemplo,
pedriscos que sobram a cada peneirada de areia podem virar um caminho no jardim);
• se possível, utilizar peças de linha, em tamanho-padrão, para gabinetes, pias e
espelhos.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - abr/98.
SISTEMAS DE AQUECIMENTO DE ÁGUA
É importante que o sistema de aquecimento de água seja definido já na fase de projeto,
uma vez que sua instalação adequada exige certos cuidados que interferem diretamente
no desenho da planta, tais como a inclinação do telhado e as instalações elétricas e
hidráulicas.
A escolha do aquecedor depende do tipo de energia a ser utilizado para esquentar a
água: elétrica, a gás ou solar. A partir daí, é definido o sistema de alimentação dos
equipamentos:
• por acumulação, em que a água aquecida fica armazenada em boilers instalados no
forro ou em falsos armários;
• de passagem, em que a água é aquecida gradualmente, à medida que passa pelo
aparelho.
Um fator importante é a localização do imóvel. O sistema a gás, por exemplo, fica mais
prático em cidades servidas por gás de rua e em regiões próximas a bacias coletoras,
como o Rio de Janeiro. Já a opção pelo aquecimento solar é perfeita para regiões em
que a incidência do sol é constante.
O aquecimento solar merece algumas explicações: trata-se de um conjunto incluindo um
coletor, um boiler e um sistema de aquecimento elétrico acoplado. O coletor é a placa
para captação da energia dos raios solares, transformando-a no calor que aquece a água
fria. Seu número varia de acordo com a capacidade do boiler (o reservatório que
armazena a água quente): uma ou duas placas para boilers de 150 l, duas para 200 l,
duas ou três para 250 l e quatro a cinco para 300 l. Como regra geral, o boiler deve ser
instalado em posição superior aos coletores. Estes devem estar voltados para o norte, e
sua inclinação deve ser igual ao ângulo da latitude local acrescido de 5 a 10 graus.
De forma geral, os fabricantes fazem as seguintes recomendações:
• os aquecedores devem ser alimentados pelo reservatório superior de água fria (caixa
d'água), nunca diretamente pela rede pública (água da rua), evitando assim que o
aparelho seja afetado pela falta de água;
• antes de usar o equipamento pela primeira vez, verificar se as ligações de gás e
hidráulicas estão de acordo com as especificações do manual de instalação;
• deve ser verificado se a empresa instaladora colocou uma válvula de segurança ou
respiro nos modelos de acumulação a gás, pois esse acessório de proteção alerta quando
o aparelho está com problemas;
• o queimador do aquecedor nunca deve ser aceso sem antes verificar se o reservatório
(nos modelos de acumulação) está cheio de água;
• o aquecedor nunca deve ser acoplado à mesma válvula que alimenta a descarga;
• para evitar o acúmulo de sedimentos no interior dos aquecedores com sistema de
acumulação, deve-se, uma vez por mês, deixar escoar, pelo dreno de limpeza, cerca de
20 l de água do aparelho;
• para obter pressão satisfatória nos pontos de consumo, o fundo da caixa d'água fria
deve estar a pelo menos 1 m acima do forro;
• ao instalar o sistema em casas (baixa pressão), certificar-se de que a bitola da
tubulação de alimentação de água fria seja maior que a do ponto de entrada do
aquecedor, melhorando a pressão da água;
• de acordo com as normas de segurança da ABNT, é proibida a instalação de
aquecedores a gás em forros, armários embutidos, nichos internos ou qualquer local sem
ventilação permanente.
A tabela abaixo mostra os diversos tipos de aquecedores e suas principais
características:
.
TIPOS
Elétrico
Passagem individual Passagem central Acumulação
Vantagens compacto e fácil de instalar,
dispensando tubulação compacto
água quente para uso
imediato e boa pressão de
água
Desvantagens custo do kw, baixa pressão e
pouca vazão de água
custo do kw e pouca
vazão de água custo do kw
.
. A gás
Passagem Acumulação
Vantagens
pressão de água melhor que
nos modelos de passagem
elétricos
água quente para uso imediato; pressão de água
melhor que no similar elétrico
Desvantagens
risco de vazamento se não
seguir especificações;
dificuldade em manter a
temperatura baixa
risco de vazamento se não seguir especificações
.
. Solar
Acumulação
Vantagens custo de aquecimento zero, em regiões de sol constante
Desvantagens custo do aparelho; em regiões pouco ensolaradas, o sistema elétrico é acionado
constantemente
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jul/97.
SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO CASEIRA
A irrigação caseira dispõe de eficientes aparelhos como microaspersores e
tubogotejadores, equipamentos simples, que economizam a água e podem até ser
controlados por timer, com sensores de chuva para determinar o acionamento ou não do
processo. Eles estão a um passo dos sistemas elétricos mais avançados, de instalação
complexa e, necessariamente, realizada por empresas especializadas. Ao contrário
destes, os microaspersores e tubogojetadores, que também servem para grandes
plantações, podem ser instalados por qualquer pessoa.
MICROASPERSÃO: com aproximadamente 35 centímetros, o microaspersor é ideal
para irrigação localizada, molhando apenas os lugares onde a rega é necessária. O
microaspersor possibilita a distribuição uniforme sobre a área a ser irrigada, evitando
desperdícios de água. De fácil instalação, pode ser acoplado diretamente à mangueira
doméstica com a ajuda de um adaptador e preso ao solo por uma haste em forma de
lança. A pressão da água faz com que o aspersor gire, molhando círculos de
aproximadamente 3m. Em jardins maiores, é possível conectar outras mangueiras aos
aspersores e ampliar a área de rega. Para garantir o melhor funcionamento desse
equipamento em grandes áreas, deve-se buscar orientação especializada.
GOTEJAMENTO: método inovador e de baixo custo na instalação. Dependendo da
área a ser irrigada, pode ser colocado diretamente na torneira do jardim. Neste processo,
utiliza-se de um tubo com microaberturas, compondo um labirinto que permite a
passagem da água e uniformiza sua vazão. Próximas umas das outras, as pequenas
aberturas (gotejadores) produzem uma faixa de umidade contínua, totalmente
aproveitada pelas raízes das plantas. O tubogotejador é feito de polímeros aditivados,
um tipo de plástico enriquecido com repelentes contra insetos e pássaros, além de ser
resistente ao calor, à ação dos ventos e às intempéries.
O desenho abaixo mostra as possibilidades de uso do tubogotejador.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jan/95.
SISTEMAS PRÉ-FABRICADOS DE CONCRETO
As vantagens oferecidas pelo construção pré-fabricada são a rapidez, a limpeza da obra,
a garantia da construção, a indicação da mão de obra e a possibilidade de combinação
de materiais diferentes. As desvantagens são o preço relativamente alto, a necessidade
do projeto ser modular, a possibilidade de apresentar fissuras na junção entre placas e a
dificuldade de reformar a casa.
Na construção pré-fabricada de concreto, são montados no terreno as vigas, os pilares,
as lajes e os painéis para fechamento das paredes. Em alguns casos, a empresa oferece
até os acabamentos. Quando há muita pressa e restrição de orçamento, é possível
utilizar plantas padronizadas, desenhadas pela empresa, e assim receber a casa
prontinha.
Não há regras específicas para definir o melhor sistema: casa pronta ou só estrutura,
com paredes e telhado, sem acabamento. O desempenho do melhor sistema pode variar
de acordo com as condições do terreno e com o projeto a ser executado. Um arquiteto
ou engenheiro poderá ajudar a escolher o mais adequado, avaliando as condições de seu
terreno - umidade, clima, tempo de exposição ao sol e ventos.
Cada construtora dispõe de um tipo de serviço e produto. Os painéis de fechamento
(placas que associam materiais diferentes - concreto, telas de aço ou chapas de isopor)
têm espessuras que variam de 3 a 14 cm.
O isolamento térmico é o último fantasma que assombra as construções pré-fabricadas
de concreto. Com paredes mais finas que as tradicionais, os ambientes tendem a perder
calor rapidamente e a se tornarem frios à noite. Para que isso não ocorra é necessário
um bom projeto, uma vez que a definição do número de janelas e insolação tem tanta
influência na sensação térmica quanto a espessura da parede ou o material. Ou seja uma
parede fininha, empregada em um bom projeto, será tão eficiente quanto outra mais
espessa.
Algumas regras genéricas são:
• se a casa estiver em uma região que sofre grande variação de temperatura durante o
dia (capital de São Paulo, por exemplo), deve-se preferir as paredes de concreto maciço
- elas permitem que o calor entre aos poucos durante o dia e só seja sentido a noite;
• numa região mais quente (no caso do Nordeste), as paredes isolantes (que têm isopor
ou espaço vazio entre a face interna e a externa) são mais adequadas, e o projeto deve
prever bom sombreamento, evitando que o calor chegue ao interior pela parede ou pelas
janelas;
• em regiões frias (como no sul), as paredes isolantes também podem ser utilizadas, mas
o projeto deve permitir que o sol entre pelas janelas durante o maior tempo possível.
É importante, antes de decidir por este tipo de construção, verificar se há restrições
municipais. Em relação ao contrato com a empresa, é bom vincular o pagamento às
etapas da obra.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jun/98.
TELHAS CERÂMICAS
Os principais tipos de telhas cerâmicas e suas características são:
Capa e canal - encontrada em três estilos:
colonial, paulista e plan.
Rendimento:17 peças/m².
Francesa - a instalação é feita com encaixe
lateral. O desenho da superfície muda de
acordo com o fabricante.
Rendimento: 18 peças/m².
Romanas - são sobrepostas lateralmente.
Rendimento: 17 peças/m².
Portuguesas - o grupo também inclui as
italianas e espanholas. O que muda são as
dimensões e o rendimento.
Rendimento: 13 peças/m² (italiana) e 16
peças/m² (portuguesa).
Planas - utilizadas em países de invernos
rigorosos, onde os telhados são muito
inclinados para permitir que a neve escorra.
No Brasil, são usadas para compor coberturas
de estilo germânico e suíço.
Rendimento: 35 peças/m².
Dependendo do modelo aplicado, a cobertura deve seguir uma porcentagem de
caimento, conforme tabela abaixo:
TIPO DE TELHA CAIMENTO (%)
Colonial 25 a 45
Telhão 20 a 45
Capanal 30 a 50
Paulistinha 25 a 45
Plana 100
Germânica 42 a 60
Plan 20 a 45
Romana 30 a 45
Francesa 30 a 45
Fontes: Guia Geral de Cerâmica & Assentamento 98/99 - Revista Show Room -
Menasce Publicações ([email protected]) - nº 30 A - mai/98.
Revista Arquitetura & Construção - dez/98.
TIPOS DE BLOCOS E TIJOLOS Textura, acabamento, dimensões e propriedades físicas, além do uso propriamente dito
(vedação, estrutural, aparente) são alguns dos fatores que devem ser levados em
consideração ao se escolher os blocos e tijolos para a obra, cujos principais tipos
encontrados são:
• tijolos de barro - disponíveis em vários modelos, podem ser utilizados para alvenaria
de vedação e acabamento. Existem variedades para compor cantos de 45 e 90º, paredes
curvas, modelos semicirculares para colunas e plaquetas para revestimento. Quanto às
dimensões, o padrão da ABNT é de 19 cm de comprimento x 9 cm de largura x 5,7 cm
de altura;
• blocos cerâmicos - resistentes, proporcionam bom isolamento termoacústico.
Disponíveis em acabamento de textura fina (permitindo uso à vista) ou ranhurada (para
revestimento). Podem ser de vedação ou estruturais (ou autoportantes). Há também as
canaletas para cintamento (sistema que prende e dá sustentação aos blocos na
alvenaria). Suas dimensões mínimas são de 19 cm de comprimento x 19 cm de altura x
9 cm de largura, e as máximas de 39 x 19 x 19 cm;
• blocos de concreto - podem ser estruturais, de vedação ou canaletas, nos formatos
inteiro ou meio bloco. Apresentam texturas das mais finas, que podem ficar aparentes,
até as rústicas, ranhuradas ou com relevos. Os blocos estruturais medem, no máximo, 39
cm de comprimento x 19 cm de largura x 19 cm de altura, enquanto os de vedação têm
39 x 9 x 19 cm;
• blocos de concreto celular - produzidos em autoclave (sistema através do qual a peça
é exposta a altíssimas temperatura e pressão, afim de ganhar maior resistência), estes
blocos formados por cimento, cal, areia, materiais silicosos e alumínio em pó são leves,
porosos e têm boas qualidades termoacústicas. São recomendados para paredes internas,
podendo receber acabamento com massa fina, gesso ou azulejos. De acordo com a
ABNT, deveriam ter as mesmas dimensões dos blocos de concreto, porém, são
encontrados em diferentes medidas. Podem ser facilmente cortados;
• blocos sílico-calcáreos - resultado de uma mistura de cal virgem e areia silicosa, são
encontrados nas linhas estrutural e de vedação. Sua textura uniforme permite o uso
aparente. Podem ser encontrados nas dimensões mínimas de 24 cm de comprimento x
5,2 cm de altura x 11,5 cm de largura, e máximas de 39 x 19 x 19 cm;
• tijolos de vidro - permitem a passagem de até 75% de luminosidade e são eficientes
no isolamento termoacústico. Não têm função estrutural e só podem suportar outros
tijolos de vidro. Possuem 20 cm de altura x 20 cm de largura, com espessuras de 6, 8 ou
10 cm.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jan/94.
TIPOS DE FUNDAÇÃO
A construção de uma edificação começa pela sondagem do terreno sobre o qual ela será
erguida. A sondagem, uma espécie de radiografia do terreno, identifica as camadas do
solo e sua resistência, além de detectar a presença do lençol freático (água), informações
fundamentais para que o calculista projete adequadamente as fundações.
Essas devem alcançar a camada de solo de resistência média. Se essa camada surgir até
1,5 m de profundidade, é possível utilizar fundação direta, cujos principais tipos são:
• sapata isolada: recomendada para casas com qualquer número de pavimentos, suporta
o peso concentrado de pilares. O elo entre ela e as paredes é a viga baldrame;
• sapata corrida: acompanha as paredes da casa, e é indicada para solos resistentes e
construções com paredes portantes, que dispensam pilares e vigas. A carga é distribuída
uniformemente ao longo das paredes;
• laje radier: a rigor, este tipo, com cerca de 1,5 m de espessura, só é utilizado em
grandes obras. Porém, é comum chamar de radier uma laje mais fina, com ± 12 cm,
colocada imediatamente abaixo da superfície de solos firmes, ou uma fundação usada
em solos pouco resistentes, como argilas orgânicas ou areias fofas. Retira-se o solo e
faz-se uma caixa oca de 2 m de espessura de concreto armado, onde se apóia a casa.
Porém, quando a camada do solo firme aparece a mais de 2m, recorre-se à fundação
profunda, ou seja, estacas ou tubulões. As primeiras podem ser pré-moldadas ou feitas
como as fundações diretas, de concreto armado, que pode ser preparado no canteiro ou
em betoneiras:
• pré-moldada de concreto: solução para terrenos com lençol freático e para argila
orgânica, muito mole. As estacas vêm prontas e são cravadas por um bate-estacas;
• metálica: mais comuns na construção de prédios, cumprem também a função de
contenção do terreno (arrimo);
• Strauss: recomendada para casos em que a fundação deve ser profunda (até 20 m) e os
terrenos, secos. Um tripé com um tubo metálico perfura o solo até a profundidade
definida pelo projeto, e o furo é preenchido com concreto;
• estaca broca: um trado escava um furo, a ser preenchido com concreto, na terra até
encontrar solo firme. O trado manual só alcança 4 m, mas o mecanizado atinge grandes
profundidades. Não é indicada quando há lençol de água;
• tubulão: normalmente utilizado em construções de grande porte.
Normalmente não se usam fundações diferentes em uma mesma obra, mas, dependendo
das condições do terreno, pode-se recorrer a este tipo de solução mista.
Fonte: Revistas Arquitetura & Construção - out/98 e out/92.
TIPOS DE JANELA
A importância das janelas vai além das exigências estéticas, de luminosidade e aeração
dos espaços. Ela deve aliar tais fatores à garantia da privacidade, segurança e bem estar
das pessoas nos ambientes. Para isso, é preciso que o consumidor conheça algumas
particularidades desse recurso arquitetônico, como a maneira pela qual as folhas se
abrem e se projetam, sua estanqueidade e isolamento acústico, entre outras. Os
principais modelos disponíveis no mercado são:
• Bay-window - típica da arquitetura inglesa, esse modelo de janela, sempre instalada
no piso térreo, tem três faces que se projetam para fora do prumo da construção. Possui
variações como a oriel-window, instalada no andar superior e ocupando todo o pé-
direito do ambiente, e a bow-window, que, em vez de facetada, projeta-se para fora das
paredes como um volume semicircular.
• Sanfonada - também conhecida como camarão, move-se no sentido horizontal,
flexionando suas folhas com a ajuda de dobradiças. Regula bem a entrada de luz e ar,
mas quando fechada não permite boa estanqueidade.
• Basculante - projeta-se para dentro ou para fora, num movimento de rotação em torno
de um eixo horizontal ou por meio de um braço de articulação. Dependendo do ângulo
de abertura de suas folhas, a ventilação é parcial mas constante.
• Máximo-ar - denominação de janelas cuja abertura deixa os vidros numa posição
perpendicular em relação à esquadria. Garante boa ventilação e iluminação, mas pouca
privacidade.
• Veneziana - com palhetas na horizontal, que se apóiam na caixilharia. Além da de
palhetas estreitas, existe o tipo portuguesa, cujas palhetas em balanço avançam para fora
do caixilho. Proporciona ventilação mesmo fechada.
• De correr - bastante utilizada, move-se ao longo de trilhos; é chamada de deslizante
quando se abre para as laterais, e de guilhotina quando se abre para cima e para baixo.
Em ambos os casos, apresenta manobras simples, que poupam os espaços ao redor,
tanto interna como externamente. A ventilação apenas se dá em 50% da abertura.
• De abrir - assim são chamadas as janelas tradicionais que liberam 100% do seu vão
para entrada de ar, sem nenhuma resistência ao vento. Existem as de folhas duplas (caso
se abram para dentro, dificultam a colocação de cortinas; se para fora, o uso de grades
de segurança ) e as de folhas simples. Tanto numa quanto noutra, as folhas se fixam
apenas quando abertas ou fechadas totalmente.
• De tombar - este tipo de janela, como o nome já diz, tomba para dentro, mas apenas
na parte superior da esquadria. Apesar de não liberar totalmente o vão, oferece aeração
constante e boa vedação contra chuvas e ventos.
• Pivotante - determinada por movimento giratório em torno de um eixo (pivô) vertical
instalado no meio da abertura ou mais próximo de uma das bordas. Cria vãos que
permitem a circulação do ar em todo o ambiente, mas dificulta a colocação de cortinas e
grades.
• Vitrôs - uma ou mais folhas de vidro que se movem na vertical ou na horizontal a
partir do comando de uma alavanca. Além de não liberarem o vão para passagem total
do ar, proporcionam reduzida vedação.
• Vidro fixo - este tipo de janela se caracteriza pela imobilidade tanto dos vidros como
dos caixilhos, que se mantém fixados à abertura. Com luminosidade, estanqueidade e
segurança garantidas, a aeração, por sua vez, é nula.
Geralmente, as esquadrias são produzidas em quatro materiais básicos: madeira,
alumínio, aço (fero) e PVC.
A madeira, má condutora de calor e som, mas excelente isolante termoacústico, destaca-
se pela nobreza que confere aos acabamento. São as mais recomendadas para casas de
praia e campo por oferecer, quando tratadas corretamente, boa resistência à maresia e
intempéries. Aliás, o tratamento recebido pela madeira é de fundamental importância
para determinar a opção pelo produto. O tipo de madeira também deve ser observado, já
que algumas são mais resistentes a microorganismos que outras, não necessitando
sequer de tratamento.
As de aço, conhecidas como "de ferro", difundiram-se entre as construções populares;
pelo fato do material ser sensível à corrosão, esse problema foi minimizado com adição
de cobre ao aço. Assim como as de alumínio, são boas condutoras de calor e som, e,
conseqüentemente, péssimos isolantes termoacústicas.
A corrosão, que ataca o aço, não tem efeito sobre o alumínio.
O PVC utilizado na produção de caixilhos é o PVC Plus, que recebe aditivos químicos
dotando-o de maior tenacidade a impacto e calor, e pigmentos para cor. Além do ótimo
isolamento termoacústico, o PVC oferece boa vedação à água e ao ar, e demonstra
grande resistência à poluição química.
Os vidros são elementos de destaque nas janelas, proporcionando segurança, luz e
visibilidade às construções. O mais comum é o cristal liso, encontrado nas cores fumê,
verde e bronze e com espessuras de 3 a 6 mm. Porém, existem tipos tecnicamente mais
sofisticados. É o caso do laminado, ideal para segurança, que apresenta uma camada de
polivinil butiral (espécie de plástico prensado entre os vidros) que, mesclando
tonalidades diferentes de vidro e plástico, permite maior diversidade de cores. Sua
espessura varia de 6 a 40 mm; em caso de quebra, os cacos se mantém grudados ao
butiral.
Os aramados, com arames na horizontal e vertical, são fundidos junto com os
componentes do vidro (sílica). Translúcidos e sem cor, constituem-se numa alternativa
que fica apenas na promessa da paisagem, deixando a luz passar sem revelar com
nitidez as imagens. Têm de 6 a 7 mm de espessura.
Finalmente, os temperados, obtidos a partir do aquecimento e resfriamento abruptos dos
materiais. Não permitem cortes ou furos depois de prontos, são produzidos sob
encomenda, podendo ter 6, 8 ou 10 mm de espessura. As colorações mais comuns são
verde, marrom e cinza.
A fixação do vidro ao caixilho pode ser feita com a tradicional massa de vidraceiro (que
apresenta o inconveniente de rachar, com o tempo) ou por silicone, que prende o vidro
ao caixilho com tiras de borracha e garante total estanqueidade.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - mai/93.
TIPOS DE LAJE
Pré-fabricada de isopor
• vantagens: leveza; rapidez na montagem; facilidade de instalação de canos e
conduítes; preço;
• desvantagens: não é possível fazer furos na parte inferior; é preciso passar uma cola
especial na face aparente do isopor para que o acabamento (chapisco ou gesso) possa
aderir ao material.
Pré-fabricada de lajotas cerâmicas
• vantagens: é o sistema mais barato para lajes finas que cubram pequenos vãos;
• desvantagens: frágeis, as lajotas podem quebras no transporte, na colocação e na
concretagem.
Pré-fabricada de painéis treliçados
• vantagens: dá resistência à peça e facilita seu transporte; sua colocação dispensa
encaixes e acabamentos na parte inferior; uso menor de madeira para escoramento;
• desvantagens: custa, em média, 30% a mais que os demais sistemas pré-fabricados.
Maciça ou moldada na obra
• vantagens: menos suscetível a fissuras e trincas (depois de seco, o concreto torna-se
um monobloco que dilata e contrai de maneira uniforme);
• desvantagens: gasto maior de madeira para a base e escoramento; é a mais pesada e,
em geral, cara.
Essa comparação deve ser entendida como referencial, uma vez que, a princípio,
qualquer uma das lajes pode ser utilizada em casas, cabendo ao arquiteto e ao calculista
determinar a melhor solução para cada caso.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção – nov/98.
TIPOS DE LÂMPADAS
Incandescentes
Funcionam através da passagem da corrente elétrica por um filamento de tungstênio
que, com o aquecimento, gera a luz. Com temperatura de cor agradável, na faixa de
2.700 K ("amarelada") e reprodução de cor de 100%, têm atualmente sua aplicação
predominantemente residencial.
Halógenas
Funcionando em tensão de rede ou em baixa tensão, são também consideradas
incandescentes por terem o mesmo princípio de funcionamento; porém, são
incrementadas com gases halógenos que, dentro do bulbo, se combinam com as
partículas de tungstênio despreendidas do filamento. Essa combinação, associada à
corrente térmica dentro da lâmpada, faz com que as partículas se depositem de volta no
filamento, criando assim o ciclo regenerativo do halogênio. Suas principais vantagens
em relação às lâmpadas incandescentes são:
• luz mais branca, brilhante e uniforme durante toda vida;
• alta eficiência energética, ou seja, mais luz com potência igual ou menor;
• vida útil mais longa (entre 2 e 4 mil horas);
• menores dimensões.
Fluorescentes compactas
Possuem a tecnologia e as características de uma lâmpada fluorescente tubular, porém
com tamanhos reduzidos. São utilizadas para as mais variadas atividades, seja
comercial, institucional ou residencial, com as seguintes vantagens:
• consumo de energia 80% menor;
• durabilidade 10 vezes maior;
• design moderno, leve e compacto;
• aquecem menos o ambiente, representando forte redução na carga térmica das grandes
instalações;
• excelente reprodução de cores, com índice de 85%;
• tonalidade de cor adequada para cada ambiente, com opções entre 2.700 K (aparência
de cor semelhante às incandescentes) a 4.000 K (aparência de cor mais branca).
Fluorescentes tubulares
De alta eficiência e longa durabilidade, emitem luz pela passagem da corrente elétrica
através de um gás, descarga essa quase que totalmente formada por radiação ultravioleta
(invisível ao olho humano) que, por sua vez, será convertida em luz pelo pó fluorescente
que reveste a superfície interna do bulbo. É da composição deste pó que resultam as
mais diferentes alternativas de cor de luz adequadas a cada tipo de aplicação, além de
determinar a qualidade e quantidade de luz e a eficiência na reprodução de cor. São
encontradas nas versões Standard (com eficiência energética de até 70 lm/W,
temperatura de cor entre 4.100 e 6.100 K e índice de reprodução de cor de 85%) e
Trifósforo (eficiência energética de até 100 lm/W, temperatura de cor entre 4.000 e
6.000 K e índice de reprodução de cor de 85%). A performance dessas lâmpadas é
otimizada através da instalação com reatores eletrônicos. São usadas em áreas
comerciais e industriais.
Descarga em alta pressão
Seu princípio de funcionamento completamente diferente das incandescentes: uma
descarga elétrica entre os eletrodos leva os componentes internos do tubo de descarga a
produzirem luz. Funcionam através do uso de reatores, e, em alguns casos, só partem
com auxílio de ignitores. Dependendo do tipo, necessitam de 2 a 15 minutos entre a
partida e a estabilização total do fluxo luminoso. São utilizadas em ambientes internos e
externos e situações especiais. Seus tipos são:
• multivapores metálicos - são lâmpadas que combinam iodetos metálicos, com
altíssima eficiência energética, excelente reprodução de cor, longa durabilidade e baixa
carga térmica. Sua luz é muito branca e brilhante. Tem versões de alta potência (para
grandes áreas, têm índice de reprodução de cor de até 90%, eficiência energética de até
100 lm/W e temperatura de cor de 4.000 a 6.000 K, em vários formatos) e de baixa
potência (de 70 a 400 W, formato tubular com diversas bases, apresentando alta
eficiência, ótima reprodução de cor, vida útil longa e baixa carga térmica);
• vapor de sódio - com eficiência energética de até 130 lm/W, de longa durabilidade, é a
mais econômica fonte de luz. Com formatos tubulares e elipsoidais, emitem luz branca
dourada e são utilizadas em locais onde a reprodução de cor não é um fato importante,
como em estradas, portos, ferrovias e estacionamentos;
• vapor de sódio branca - seu diferencial é a emissão de luz branca, decorrente da
combinação dos vapores de sódio e gás xênon, resultando numa luz brilhante como as
halógenas ou com aparência de cor das incandescentes. Acionadas por reatores
eletrônicos, podem ter, através de chaveamento, a temperatura de cor alterada de 2.600
para 3.000 K ou vice versa. Com excelente reprodução de cor, são utilizadas em áreas
comerciais, hotéis, exposições, edifícios históricos, teatros, stands, etc.;
• vapor de mercúrio - com aparência branca azulada, eficiência de até 55 lm/W e
potências de 80 a 1.000 W, são normalmente utilizadas em vias públicas e áreas
industriais;
• lâmpadas mistas - compostas por um filamento e um tubo de descarga, funcionam em
tensão de rede de 220 V, sem uso de reator. Via de regra, representam alternativa de
maior eficiência para substituição de lâmpadas incandescentes.
Fonte: Catálogo da Osram do Brasil Ltda. - fev/98.
TIPOS DE PISOS DE MADEIRA
As características específicas de cada um dos principais tipos de pisos de madeira
encontrados no mercado - assoalhos, carpetes, laminados, tacos e parquetes - variam
bastante, apesar da semelhança entre eles após a instalação.
O quadro abaixo identifica cada tipo.
. O QUE É INSTALAÇÃO CARACTERÍSTICAS PREÇO
MÉDIO
Assoalho
Réguas de madeira
maciça com
comprimento, espessura e
larguras variáveis.
Diretamente sobre
contrapiso por
barroteamento (pequenas
peças de madeira
embutidas no contrapiso
onde as peças são
fixadas). Lateralmente, as
peças são encaixadas.
Durabilidade e
acabamento. A colocação
pode ser feita também em
diagonal. É necessário, no
entanto, observar se a
espessura das réguas não
vai colocar piso e portas
em desnível.
A partir de
R$ 70/m².
Carpetes
de madeira
Lâminas de madeira com
base de compensado com
cerca de 7mm de
Tipo flutuante (as lâminas
são assentadas sobre
manta plástica e fixadas
Podem ser instalados sobre
pisos já existentes. Podem
riscar com facilidade, não
A partir de
R$ 35/m².
espessura e dimensões
variáveis.
lateralmente por
colagem).
sendo indicados para áreas
de circulação intensa.
Laminados
Réguas de material
composto, com cerca de
8mm de espessura,
prensados e resinados,
reproduzindo, na
superfície, padrões de
madeira.
Réguas fixadas entre si
por colagem e apoiadas no
piso.
Possui encaixe lateral entre
as peças e pode também
ser instalado sobre pisos já
existentes. A aparência,
por vezes, é artificial.
A partir de
R$ 60/m².
Tacos e
parquetes
Tacos: pequenas placas
de madeira maciça com
tamanhos variáveis.
Parquetes: placas
compostas por pequenos
tacos rejuntados,
formando mosaicos.
Colagem sobre o
contrapiso.
Atualmente, colas
especiais tornaram a
fixação mais resistente,
diminuindo o risco das
peças descolarem.
Tacos: a
partir de R$
60/m²;
Parquetes: a
partir de R$
55/m².
Fonte: Revista da Folha - 2/ago/98.
TIPOS DE VIDRO
O vidro temperado passa por um processo de têmpera, aquecido e resfriado
rapidamente, tornando-se assim mais resistente do que os comuns. Caso quebre,
fragmenta-se em pequenos pedaços que não machucam. É indicado para fachadas,
portas, janelas, divisórias, boxes para banheiro e tampos de mesa, por ser fortemente
resistente a impactos.
O vidro laminado é formado por duas ou mais lâminas de vidro entremeadas de
películas plásticas. É um vidro seguro, pois, ao romper-se, os cacos ficam presos na
película, impedindo a passagem de pessoas e objetos. Utilizado para portas externas e
internas, janelas, terraços, telhados, clarabóias, parapeitos, pisos, visores de piscinas e
degraus devido à sua resistência a impactos e boa vedação do frio, calor e ruídos.
O vidro refletivo possui uma camada metálica espelhada na face externa, refletindo os
raios solares e reduzindo a passagem de calor e protegendo carpetes, móveis e pisos.
Não prejudica a visão de dentro para fora e não permite que se enxergue de fora o
ambiente. Apropriado para regiões muito quentes e também para portas, janelas,
coberturas, divisórias e boxes de banheiro.
O vidro aramado tem uma estrutura de tela de arame que impede que os cacos se
soltem quando quebra. Não é tão resistente quanto os vidros especiais, porém é mais
barato. Seu uso é indicado para coberturas, balaustradas, terraços e portas.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - abr/98.
TRATAMENTO DE ALUMÍNIO
O alumínio pode receber dois tratamentos básicos: a pintura e a anodização.
Até alguns anos, a pintura chegava a ser até três vezes mais cara, situação essa que, hoje
em dia, foi alterada em função da introdução de novos métodos de pintura eletrostática a
pó, o que tornou os custos dos tratamentos praticamente equivalentes.
Os quadros abaixo buscam estabelecer um comparativo técnico e de custos entre ambos:
ASPECTOS TÉCNICOS
DESCRIÇÃO PINTURA ANODIZAÇÃO
Aspecto estético resolve ressalta
Cores ampla e variada reduzida
Uniformidade de cor excelente boa
Elemento metálico resolve ressalta
Resistência mecânica muito boa excelente
Resistência química excelente boa
Resistência às intempéries ótima ótima
Custo - zona normal similar similar
Custo - zona agressiva menor maior
Manutenção similar similar
Perda de peso do alumínio não ocorre ocorre
CUSTOS
ZONA PINTURA ANODIZAÇÃO
Urbana / rural similar similar
Marítima 25% inferior 25% superior
Industrial 50% inferior 50% superior
Obs.: São Paulo, como a maioria das cidades brasileiras, apesar da poluição, é
considerada zona urbana de média agressividade.
CAMADAS ANÓDICAS PARA APLICAÇÃO ARQUITETÔNICA
CONFORME A ZONA (NBR 12609)
CLASSE CAMADA ZONA
A 13 de 11 a 15 micra agressividade baixa e média (rural)
A 18 de 16 a 2 micra agressividade alta (marítima)
A 23 de 21 a 25 micra agressividade excessiva (industrial)
Obs.: Os números em seguida à letra "A" identificam o valor médio da camada em
micra.
Fonte: Revista Finestra Brasil - ano 4 - nº 15.
TRATAMENTO PARA LAJOTAS
Para deixar a lajota sempre em bom estado, primeiro é preciso eliminar qualquer sujeira
do piso, passando removedor puro sobre o local com uma flanela. Deixar secar durante
2 horas. Para dar brilho, aplicar semanalmente uma camada de cera líquida incolor ou
no tom da lajota. Outra alternativa é o pó vermelhão misturado com cera vermelha,
retirando o excesso com um pano seco. Depois de duas horas, lustrar a superfície com
uma enceradeira. Quando a lajota estiver muito opaca, é possível ainda usar óleo
automotivo queimado. Espalhar com uma estopa, inclusive nas juntas, retirando a
porosidade do piso. Deixar secar por um dia e refazer o tratamento.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - fev/95.
TRINCAS E FISSURAS
Trincas e fissuras ocupam o segundo lugar entre os defeitos mais comuns na construção
civil, perdendo apenas para os problemas de umidade.
Elas são causadas pela movimentação de materiais e componentes da construção e, em
geral, tendem a se acomodar. Podem ainda ser conseqüência da ocorrência de vibrações
na área. Somente devem causar preocupação quando sua abertura ultrapassa 3,2mm.
Apesar de ser difícil avaliar o problema sem conhecer a situação, normalmente as
trincas de lajes que denunciam fragilidade na estrutura podem ser identificadas quando
formam ângulo de 45º em relação à laje, são próximas aos cantos e se dirigem ao centro
da laje. Outro tipo que apresenta risco é a trinca que não toca a parede. Fissuras em
forma de flor próximas a um pilar ou as que lembram flechas também merecem
cuidado. Já trincas isoladas, que atinjam a parede, não devem preocupar muito.
Para tentar eliminar problemas dessa natureza de pequena grandeza, sugere-se:
a) para pequenas fissuras, a solução tradicional é retocar o reboco usando argamassa ou
massa acrílica, mas as fissuras podem reaparecer. A alternativa é passar tinta
elastomérica pura na região e depois aplicar duas ou três demãos do mesmo produto,
diluído conforme indicação do fabricante.
b) para pequenas trincas, formar, sobre ela, um "V", com uma ferramenta chamada
abre-trinca, ultrapassando 10 cm em cada extremidade. Limpar a superfície e aplicar
fundo preparador de paredes. Preencher a fenda com sela-trinca ou argamassa e colocar
uma tela de poliéster. Acertar com massa e usar tinta elastomérica.
Fonte: Revistas Arquitetura & Construção - ago/98 e jul/99.
TUBULAÇÕES DE ÁGUA QUENTE
Para as tubulações de água quente, podem ser utilizados tanto o cobre quanto o CPVC.
Os dois materiais são bons, mas existem diferenças que devem ser levadas em
consideração na hora da escolha.
O cobre tem maior durabilidade (cerca de 50 anos, segundo a ABNT), suporta
temperaturas de até 1.100ºC sem deformação, não trinca e não desgasta. Porém,
necessita de isolamento térmico, pois transmite o calor da água para a parede, podendo
fazer descolar o revestimento (este serviço onera em cerca de 20% o custo de instalação
e exige mão de obra qualificada).
Os canos de CPVC - policloreto de vinila clorado, material derivado do PVC - suportam
temperaturas de até 80ºC (a temperatura gerada pelos aquecedores fica em torno de
60ºC), mas sua durabilidade é menor (de até trinta anos, segundo a ABNT). Sua
vantagem, além de ser mais maleável, está na facilidade de instalação e manutenção da
instalação hidráulica, que podem ser executadas por um encanador com prática.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jul/99
USO DE EPÓXI
• Nivelar a superfície, com massa fina de cimento e areia;
• aplicar uma demão de tinta epóxi, diluída em 40% de solvente próprio;
• após 24 horas de secagem, aplicar, com desempenadeira ou espátula, massa epóxi
misturada ao catalisador (que acompanha a massa);
• após 6 a 18 horas (dependendo da temperatura ambiente) de secagem, lixar a
superfície com lixa nº 240 e aplicar duas demãos de epóxi diluído em 20% de solvente.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - set/98.
USO DE MADEIRAS REFLORESTADAS NA CONSTRUÇÃO
A utilização de madeiras provenientes de reflorestamento ainda não é uma alternativa
economicamente atraente, principalmente porque a mão de obra para este tipo de
trabalho é mais cara. Porém, do ponto de vista ambiental, essa opção vem se tornando
cada dia mais presente.
Tanto o eucalipto quanto o pinus se prestam bem à construção. O pinus, apesar de ser
pouco utilizado, apresenta resistência inferior à do eucalipto, embora também seja
compatível com a norma técnica NBR 7190, da ABNT.
O tratamento químico é uma questão polêmica. As usinas fornecedoras de madeira
preservada o defendem, argumentando que a vida útil das madeiras expostas ao sol e à
chuva aumenta de 3 para 30 anos, no mínimo, quando tratadas. Por outro lado, isso pode
representar uma agressão à natureza, já que as as madeiras tratadas não são
biodegradáveis nem podem ser incineradas, o que liberaria produtos tóxicos no ar.
Quem discorda da obrigatoriedade do tratamento afirma que se a madeira for empregada
em locais sem contato com o solo, a chuva e o sol, a autoclave (processo de tratamento)
não é necessária.
O processo de preparo desse tipo de madeira inicia-se na área de reflorestamento, de
onde ela é cortada e levada para usinas onde são limpas (retiram-se resíduos de casca,
galhos, terra, nós e mato) com o auxílio de um machado. Seguindo as dimensões
encomendadas, são feitos os cortes eliminando-se as pontas que normalmente racham
quando a árvore é serrada na floresta. As toras são colocadas para secar ao natural,
controlando-se a umidade do ar (o teor de umidade ideal é de 15%) com um aparelho.
Se as madeiras forem tratadas, depois de secas elas vão para a autoclave, onde, através
de uma operação que alterna vácuo e alta pressão, os preservativos químicos são
injetados nas peças, conferindo-lhes resistência ao ataque de insetos, como brocas e
cupins, e de fungos.
São colocadas plaquetas metálicas no topo de cada uma, para que não rachem.
Como outros materias, a madeira de reflorestamento tem que ser impermeabilizada.
Porém, devem ser evitados produtos que formem filme sobre a madeira, como o verniz.
Como ela se dilata e se contrai conforme a umidade do ar, essa proteção apresentará
fissuras que descascarão e acumularão água e fungos. Assim, recomenda-se o uso de
stain, produto que impermeabiliza sem criar película e que deve ser reaplicado a cada
três anos.
Existe uma entidade, a Associação Brasileira dos Preservadores de Madeira (ABPM),
que congrega os fornecedores de madeira preservada para construção.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - set/98.
USO DE PLÁSTICOS NA CONSTRUÇÃO
Atualmente, diversos tipos de plásticos podem ser utilizados na construção para
substituir com eficiência materiais tradicionais, como o alumínio das esquadrias, o
gesso das molduras e a madeira dos revestimentos externos. Talvez a maior de suas
vantagens seja o fato de que eles não enferrujam, além de requerer manutenção simples.
Os principais tipos e suas aplicações são:
POLIURETANO
• Usos - molduras e perfis de acabamento, caixas d'água e drenagem de solo.
• Derivado do petróleo pela transformação do gás metano, é fácil de montar e resistente
(essa resistência é tanto maior quanto a quantidade de poliuretano presente por área), o
material permite desenhos elaborados em alto e baixo relevos, razão pela qual é possível
confeccionar uma infinidade de modelos de molduras, sancas, rosetas e até "boiseries".
O preço é compatível com o gesso, mas são mais fáceis de instalar: basta uma cola
acrílica solúvel em água. Outro elemento encontrado nesse material são as colunas, com
base e capitel de poliuretano, mais leves e baratas que os similares feitos de mármore.
Dependendo do modelo, pode suportar até 9 toneladas.
POLIESTIRENO
• Usos - molduras e perfis de teto, drenagem de muro de arrimo, gramados e pisos.
• Derivado do petróleo pela transformação do gás estireno, ele é a matéria prima que
compõe o EPS, conhecido pela marca Isopor, muito utilizado em embalagens. Para
molduras e sancas, os perfis de poliestireno são uma solução 10 a 20% mais barata que
o gesso. Mais leve que o gesso, sua fixação é rápida e não faz sujeira, bastando cortar no
tamanho desejado e fixar com cola acrílica solúvel em água. Aceita pintura, mas é
aconselhável uma primeira demão com tinta à base de água. O processo de fabricação
por máquina extrusora não permite a elaboração de desenhos rebuscados. Além disso, as
peças devem ficar sempre próximas ao teto, pois podem se danificar com uma batida
acidental.
PVC (policloreto de vinila)
• Usos - esquadrias (portas e janelas), telhas, revestimentos de fachadas, forros e
divisórias, pisos, tubos, calhas e mantas de impermeabilização.
• Suas matérias primas são o cloreto de sódio e derivados de petróleo. Não precisam de
pintura, muito menos impermeabilização ou lixamento. São isolantes termoacústicos e
não propagam chamas. As esquadrias feitas com esse material têm durabilidade maior
que as metálicas, além de ser imunes à maresia. Podem substituir a madeira no
revestimento de fachadas tipo "clapboard siding", acabamento característico das casas
americanas. São fixados sobre qualquer superfície, sem necessidade de quebrar nada.
Quando a casa é planejada com o revestimento, o processo de construção é muito mais
rápido, pois a fixação é feita diretamente sobre o bloco ou tijolo, não precisando de
massa fina ou corrida. A única desvantagem são as emendas que podem aparecer, se a
instalação for mal feita. Para a limpeza, bastam água e sabão.
POLICARBONATO
• Usos - para coberturas e fachadas em que se deseje efeito de transparência.
• Derivado do petróleo pela associação de moléculas de carbono, é um termoplástico, ou
seja, amolece ao ser aquecido e endurece quando resfriado. Disponível em chapas ou
telhas, há modelos com transparência que chega a 89%, além das cores branco, bronze,
verde, azul ou cinza. Vale lembrar que as peças coloridas absorvem mais o calor. A
maior vantagem em relação ao vidro é que ele pode ser moldado sem emendas, em
formas curvas. É também mais resistente a impactos, porém, menos rígido, por isso
pode riscar com facilidade. O ideal é pedir a aplicação de uma película antiabrasiva.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - mai/96.
USO DO BAMBU
Econômico e ecológico, seu uso vai de cercas e telhas aos pisos de última geração.
Muito durável (cerca de oito anos em locais abertos, onde deve receber a proteção de
verniz com filtro solar), requer tratamento prévio para aumentar sua resistência:
• aos três anos, o bambu está maduro para ser cortado. Diz a crença popular que deve
ser colhido nos meses secos (maio, junho, julho e agosto) ou na lua minguante, quando
sua seiva seca e ele se torna menos atraente aos insetos;
• depois da colheita, a limpeza: os galhos devem ser cortados com uma serrilha, para
não lascar;
• eles devem ser lavados com pano embebido em uma mistura de cloro (200 ml) e água
(1 litro);
• para secar, deve-se usar um maçarico a gás (GLP), com movimentos de vaivém, o que
evita que o bambu esquente e estoure;
• depois de secos e dispostos em um estaleiro, os feixes são irrigados com veneno e
cobertos com plástico por quinze dias.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jul/98.
VIDEIRAS EM PÉRGOLA
As pérgolas podem ser utilizadas como suporte para uma videira, ao invés do arame.
Podem ser escolhidos vários tipos de uvas, como a rosada, a uva-itália, a uva-pretinha e
a moscatel. Os tipos com folhagem mais viçosa nem sempre produzem os melhores
frutos, por isso é preciso decidir se é mais importante a aparência ou o sabor. Mudas de
viveiros normalmente resultam do enxerto de duas variedades, uma americana e outra
européia, e são mais resistentes a pragas e doenças. Mesmo sendo forte, a videira se
desenvolve melhor em lugares ensolarados e protegidos do vento.
O plantio pode ser executado da seguinte forma: nas duas extremidades da estrutura,
abre-se uma cova com aproximadamente 35 cm de profundidade e 40 cm de lado e
coloca-se uma camada de brita no fundo para a drenagem. Acima dela, uma mistura de
duas partes de terra adubada e uma de areia cobre as raízes.
No primeiro ano após o plantio é necessário fazer uma poda radical, deixando o ramo
principal e apenas duas gemas de cada galho lateral. Após a florada dos anos seguintes
(sempre no final do verão), corta-se obliquamente os galhos laterais, deixando
novamente duas gemas do último ramo e eliminando também os raminhos que tenham
folhas ou flores fracas.
Durante o período de amadurecimento, adicionar adubo líquido à rega diária, o que
resultará em frutos mais doces.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - abr/98.
ÁRVORES NA CALÇADA
Para plantar uma árvore na calçada, deve-se, primeiramente, procurar a Secretaria do
Meio Ambiente da cidade. Em capitais como São Paulo, Salvador e Curitiba, essa é uma
tarefa exclusiva desse órgão, que tem um plano anual de plantio, embora também atenda
pedidos isolados, enviando um técnico ao local para determinar o tipo de árvore mais
adequado.
É preciso tomar cuidado ao quebrar a calçada para não danificar os encanamentos da
rua. E, no futuro, a árvore não poderá crescer a ponto de interferir nas fiações elétricas.
As árvores mais indicadas são as de pequeno porte, que sobrevivem num ambiente
adverso e tem boa adaptação a diversos climas. É bom que a espécie escolhida não
tenha folhas pequenas nem muito lisas e flores sumosas, para evitar que os pedestres
escorreguem. As árvores também não devem apresentar princípios tóxicos, espinhos ou
raízes superficiais que danifiquem calçadas, construções ou tubulações subterrâneas. É
preciso evitar árvores que necessitam de poda constante, tenham caule mole ou sejam
suscetíveis ao ataque de cupins e brocas.
Algumas árvores boas para o plantio são o ipê-amarelo, a quaresmeira, o manacá-da-
serra, a bauhínia e o resedá. Por outro lado, deve-se evitar o eucalipto, o ficus, o
flamboyant, a paineira e a seringueira.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - abr/95.
ASPECTOS LEGAIS DA CONSTRUÇÃO
A construção de uma edificação exige que sejam considerados e atendidos diversos
aspectos, principalmente os de caráter legal, que têm início já na escolha do lote.
A legislação é muito ampla, e varia de um local para outro, motivo pelo qual se
recomenda para todos os casos, a contratação de um profissional (arquiteto ou
engenheiro). Entretanto, é bom saber o que ela envolve.
A primeira questão refere-se às cláusulas contratuais do loteamento, que procuram
uniformizar o bairro e, muitas vezes, são até mais severas que o Código de Edificações
do município. Elas podem definir, por exemplo, o número de pavimentos, a taxa de
ocupação (percentual, em relação à área total do terreno, ocupada pela projeção da
construção sobre o terreno), o coeficiente de aproveitamento (índice que estabelece a
relação entre o total de área construída e a área do terreno) e a adoção de recuos maiores
que os previstos em lei.
Se o lote pretendido está no litoral, em região de mananciais (junto às represas ou bacias
hidrográficas) ou em área de floresta nativa, as exigências legais se multiplicam. No
caso do litoral, muitas faixas de terra são bens permanentes da Marinha Brasileira; paga-
se o preço de mercado do lote, mais uma taxa à Marinha para ocupá-lo e ainda é preciso
cumprir as exigências para sua ocupação. Geralmente, não se constrói ao longo de uma
faixa de 30m, contados a partir da maré alta; nela, só são permitidos equipamentos de
lazer e jardins, desde que não comprometam a paisagem.
Em área de proteção aos mananciais, o problema está mais na taxa de ocupação e no
coeficiente de aproveitamento, visando prejudicar o menos possível a vegetação nativa.
Árvores centenárias não podem ser derrubadas; muitas vezes, elas são identificadas pelo
diâmetro do seu tronco, e precisam estar indicadas no levantamento planialtimétrico.
No caso das matas naturais, por maior que seja o terreno, a taxa de ocupação e o
coeficiente de aproveitamento serão bastante pequenos, para que a construção da
edificação não caracterize um desmatamento. Ao visitar o loteamento, deve-se verificar
se o mesmo está em região protegida por lei especial.
Principalmente em cidades grandes, não é incomum estar tramitando, nas esferas
municipal, estadual ou mesmo federal, projetos que impliquem, futuramente, na
desapropriação parcial ou total de áreas - e, conseqüentemente, na sua desvalorização,
pois esse procedimento não respeita os valores de mercado.
Ao pensar em comprar um terreno urbano, é necessário conferir se há, no bairro, algum
projeto de porte, como uma alça viária, a duplicação de uma avenida, a construção de
prédio público ou até a urbanização de uma praça, o que poderá levar parte do lote.
O profissional pode identificar a classificação do lote quanto à sua localização, o que a
legislação de zoneamento permite construir e se há projetos para alteração do uso do
solo nas imediações.
Uma vez resolvidos os prováveis problemas que envolvem a compra, é preciso definir o
profissional responsável pelo projeto. O custo do projeto é pessoal, embora o Instituto
de Arquitetos do Brasil (IAB) possua uma tabela de honorários que serve de parâmetro
para os profissionais. A escolha de um profissional que já atue na cidade é uma boa
alternativa, tendo em vista que ele, com certeza, já deve estar cadastrado junto à
respectiva prefeitura.
Os procedimentos legais e burocráticos junto à prefeitura devem ser cumpridos pelo
arquiteto ou pelo proprietário, ou por terceiros, com a devida procuração legal. Os
documentos exigidos normalmente são:
• o título de propriedade do imóvel, devidamente registrado (escritura);
• cópia das folhas 1 e 2 da notificação/recibo do IPTU;
• memorial descritivo, especificando os materiais a serem utilizados, em duas vias
(assinadas pelo autor do projeto e pelo proprietário);
• peças gráficas (plantas, implantação, cortes, fachada principal, tabela de iluminação
e ventilação com carimbo próprio da prefeitura, assinadas pelo autor do projeto, pelo
responsável pela obra e pelo proprietário);
• levantamento planialtimétrico em duas vias (elaborado por profissional habilitado
ou pelo próprio arquiteto);
• vias da taxa recolhida para o CREA, com base no valor cobrado pelo arquiteto e na
metragem quadrada, sem a qual a prefeitura não libera o Alvará de Construção;
• cópia do recibo atualizado dos profissionais envolvidos e cadastrados na prefeitura;
• cópia da carteira do CREA dos profissionais;
• comprovante de pagamento das taxas e emolumentos exigidos pela prefeitura (que
variam de cidade para cidade) referentes ao andamento do processo a ser instaurado.
Caso o setor municipal responsável pela liberação do Alvará de Construção encontre
alguma irregularidade, emitirá um Comunique-se, ou seja, um comunicado oficial do
problema encontrado e um prazo para que este seja sanado; deve-se ficar atento aos
prazos do Comunique-se, para que as pendências sejam resolvidas em tempo hábil.
As prefeituras, via de regra, exigem que o canteiro construído na obra seja cercado por
tapumes, dão um prazo para seu cumprimento e cobram uma taxa para sua execução
(embutida nos comprovantes exigidos antes da aprovação do projeto).
Todos os profissionais que trabalharão na obra (à exceção dos autônomos) precisam ser
registrados de acordo com as normas no Ministério do Trabalho, pagando a Guia de
Recolhimento da Previdência Social. Em um quadro de avisos, em local visível, estarão
os nomes dos empregados, horários de entrada e saída e horário de funcionamento da
obra.
Na obra ficará uma cópia da planta aprovada e o Alvará de Construção. De acordo com
a legislação, deve haver um banheiro, mesmo que os empregados não durmam no
alojamento. A obra ainda deverá ter ligação de água e luz e a placa do autor do projeto e
do responsável técnico em lugar visível: se um fiscal do CREA não a localizar, pode
multar o profissional com base em lei federal.
Dependendo da situação do terreno, são estipulados horários para carga e descarga, da
entrega do material de construção aos bota-foras de terra. A legislação é específica
demais, mas os horários usados visam evitar que a construção incomode a vizinhança.
A fiscalização de obras, na verdade, não existe para aterrorizar os proprietários, mas
para impedir que a legislação seja ferida. Quando algum tipo de irregularidade é
encontrado - a construção não confere com a planta aprovada, foram feitas alterações no
projeto original, há desrespeito às leis trabalhistas -, o fiscal deve emitir uma
Notificação ao proprietário ou profissional responsável pela obra.
A exemplo do Comunique-se, a Notificação não é uma penalidade em si, mas um
documento legal, com prazo para que o proprietário ou o profissional apresente a
solução do problema. Quando a irregularidade é muito grave, pondo em risco a
integridade física dos pedestres ou casas vizinhas ou sendo obra clandestina, o fiscal
tem poderes para embargar (paralisar) a obra.
Uma vez embargada, é dado um prazo para regularizar (ou justificar) a irregularidade
que gerou o embargo, pagando uma taxa correspondente às adotadas na religação de
água ou luz quando interrompidas por falta de pagamento.
Concluída a obra, visitados os guichês que comandam os aspectos legais da construção
e cumpridas todas as obrigações técnicas e legais, é emitido o mais almejado dos
documentos para quem constrói: o Habite-se. Sem ele, não é possível ocupar o imóvel;
com ele, acaba a interferência municipal sobre a construção.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jul/92.
OBTENÇÃO DO HABITE-SE
Em geral, os Códigos de Obras, estaduais ou municipais, estabelecem que a construção
deve estar coberta e fechada, com paredes já revestidas, além de ter portas e janelas
colocadas. Isto é, a casa deve apresentar a mesma forma descrita no memorial entregue
à prefeitura, junto com a planta, no momento da inscrição da obra.
Outro item obrigatório é estar em dia com o INSS e o Imposto sobre Serviço (ISS).
Assim, se essa providência não foi tomada durante a construção, deve-se procurar
rapidamente uma agência do INSS para pagar os encargos referentes à mão-de-obra e
também a própria prefeitura (em São Paulo, a administração regional de seu bairro) a
fim de quitar o ISS.
Com as taxas em dia, a planta aprovada e o memorial descritivo da obra, é possível
retirar o Habite-se, que deverá ser levado ao Cartório de Registro de Imóveis para que a
construção seja lavrada na escritura do terreno.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jul/98.
GARANTIA CONTRA DEFEITOS DE OBRA
• Cinco anos, a partir do habite-se da Prefeitura, é o prazo que o Código Civil Brasileiro
determina para o construtor se responsabilizar por defeitos que comprometam a solidez
e a segurança da obra;
• noventa dias, a partir da entrega das chaves, para reclamações dos vícios aparentes, ou
seja, defeitos que podem ser notados a olho nu, como portas que não fecham ou paredes
mal pintadas;
• noventa dias, a partir do surgimento, para reclamações de vícios ocultos (que, segundo
o Código de Defesa do Consumidor, são os defeitos que demoram a aparecer, tais como
vazamentos e rachaduras), mas cuja causa encontra-se na execução ou no projeto da
obra.
Caso o morador faça reformas que alterem a estrutura ou as instalações originais do
imóvel, alguns direitos e garantia serão perdidos.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção – dez/98.
DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA PARA AQUISIÇÃO DE
TERRENOS
Ao pretender adquirir um terreno, deve-se exigir a certidão de propriedade do imóvel,
atualizada, para saber se a situação está regular. Nesse documento, requerido no
Cartório de Registro de Imóvel, levanta-se o histórico do terreno ao longo dos anos (se
foi vendido, arrendado ou hipotecado). Já do proprietário e de seu cônjuge, se for o
caso, é importante solicitar certidões de ações dos distribuidores cíveis, protesto,
execuções fiscais e de ações federais. Tudo isso pode ser obtido no fórum ou,
dependendo da região, no cartório local. Esses documentos indicam se há ações contra o
proprietário que possam comprometer o bem a ser vendido ou que envolvam o imóvel.
Se o vendedor for pessoa jurídica, deve-se ainda requerer a Certidão Negativa de
Débitos (CND) do INSS. O carnê do IPTU, no qual constam as metragens do terreno e
seu valor venal, entre outros dados, também precisa ser exigido. Para se certificar de
que não há nenhum débito pendente, o comprador pode também pedir à prefeitura a
Certidão Negativa de Débitos Municipais, que mostra se existem outras taxas devidas
ao município, referentes ao terreno.
Por fim, se o proprietário constar como solteiro na certidão de propriedade deve-se
verificar se casou. Nesse caso, além das certidões em nome de seu cônjuge, há
necessidade de se fazer averbação do casamento perante o Cartório de Registro de
Imóveis, exibindo-se a respectiva certidão. Mesmo que o proprietário declare continuar
solteiro, vale a pena averiguar se ele mantém uma situação de concubinato. Nesse caso,
o(a) companheiro(a) também precisa concordar com a venda.
Fonte: Dra. Fernanda Amaral, da Márcio Bueno Consultoria e Advocacia S/C, na
Revista Arquitetura & Construção - fev/97.
AQUISIÇÃO DO SEGUNDO IMÓVEL
No Brasil, os meses de janeiro e fevereiro são propícios para se avaliar bem imóveis à
beira-mar ou no campo. Em algumas regiões é época de chuvas, o que permite checar
sem disfarces problemas de umidade (se, por exemplo, o trabalho de impermeabilização
das fundações de uma casa não foi bem feito, é provável que o solo encharcado
provoque manchas no rodapé). E, no país inteiro, os primeiros meses do ano são
ensolarados e luminosos, o que, sem dúvida, ajuda na exigência de um imóvel arejado,
com bom planejamento de ventilação e distribuição dos ambientes, para não correr o
risco de efeito estufa no verão e do efeito geladeira no inverno (quartos voltados para o
Norte, por exemplo, mantêm-se frescos nos dias quentes e mais aquecidos nos dias
frios).
Estas observações têm peso de ouro como garantia de um bom negócio. Em linhas
gerais, entretanto, o melhor conselho é jamais comprar um imóvel por impulso,
deixando-se levar por paixão à primeira vista. Além de gostar da casa ou do
apartamento em questão, deve-se avaliar bem sua localização e as condições do imóvel
(pesando os gastos com documentação e uma possível reforma). Antes de decidir pela
compra, é fundamental checar alguns itens importantes:
• idade do imóvel - esse fator deve ser levado em conta não apenas pelo estado da casa
ou do apartamento, mas também por certos confortos de hoje em dia que, há quinze ou
vinte anos, não estavam previstos pelas construtoras, como circuitos elétricos
suficientes para lavadora de louça, forno microondas, aparelhos de ar condicionado,
sistemas de alarme e, entre outros equipamentos, antena parabólica, em caso de local
onde a TV não alcança boa sintonia;
• maresia - numa casa de praia, é este o maior problema, principalmente quando o
imóvel é localizado à beira-mar. É praticamente impossível evitar o desgaste acelerado
de ferragens, por isso deve-se avaliar o estado de portões, trincos, dobradiças, etc. Com
boa manutenção podem durar por muitos anos. A instalação hidráulica também merece
vistoria. Devido à corrosão, os metais de banheiro, como torneiras e válvulas, podem
estar pedindo substituição. Abrir várias torneiras ao mesmo tempo pode permitir
identificar se a pressão permanece forte e contínua. A coloração da água que sai das
torneiras, se tiver um tom ferrugem, é sinal de que os canos estão velhos, corroídos e
precisam ser trocados;
• fundações - atenção para as rachaduras: se forem horizontais e próximas ao teto, não
são motivo para alarme. Será problemático, entretanto, caso se localizem próximo às
janelas, quase sempre resultado de falhas na sua colocação, podendo gerar infiltrações,
ou junto às bases das paredes;
• telhado - observar a amarração das telhas aos sarrafos, sabendo ainda que o material
ideal em regiões litorâneas é o fio de aço inoxidável, já que até mesmo o fio de cobre
sofre a ação do sal da maresia. Quanto ao madeiramento, deve-se verificar se não há
ataque de brocas ou cupins, reparando se não há montinhos de pó junto às portas e nos
cantos, no chão;
• teto e paredes - verificar se há manchas de umidade. Perto de banheiros e janelas
podem indicar infiltração (em se tratando de apartamento, convém verificar o vizinho
do andar inferior, em busca de possíveis vazamentos). Se o forro for oco, sinal de que é
estuque, certamente trata-se de um imóvel antigo. Tem vantagem de oferecer maior
isolamento térmico, porém é mais frágil, podendo até facilitar a entrada de ladrões na
casa. E, com o tempo, surgem fissuras neste tipo de forro, resultando numa aparência de
casa velha;
• portas e janelas - conferir se as janelas fecham e abrem com facilidade, sem riscos de
empenar ou deixar frestas. Observar ainda o estado das esquadrias, lembrando que o
melhor material em casas de praia é o alumínio, que não enferruja. Quanto às portas,
abrir e fechar cada uma delas, para checar possíveis empenamentos ou folgas de
maçanetas e molas que não funcionem;
• água e esgoto - é bom verificar o tamanho da caixa d'água. E mais: de onde vem a
água para abastecer a casa, se existe poço e se a água é saudável. O tamanho da fossa
também é importante, para evitar a solicitação constante do serviço de limpeza. Outro
item a considerar é a localização da fossa, que deve estar longe da fonte de água limpa;
• piscinas - atenção ao rejuntamento dos azulejos: com o tempo, ele vai se soltando.
Não se esquecer de checar o estado de bombas, filtros e tubulação, além da iluminação
do local, inclusive a subaquática, se for o caso;
• casa de campo - exceto a maresia, os demais problemas precisam ser verificados
também numa casa de campo, que tem ainda certas especificidades. Caso esteja em
terreno acidentado, por exemplo, pode ocasionar transtornos com as águas da chuva.
Vale conferir ainda se não há inundações de córregos próximos à propriedade. Telhado
sem captação é outro indício de problemas futuros no piso externo, exigindo calçamento
para captação de águas pluviais (sem isso, a chuva contínua danifica o solo e
conseqüentemente, as paredes vão ganhar umidade). De toda forma, seja escolhendo
uma casa de campo, de praia ou apartamento, a providência mais segura é contar com os
olhos atentos de um engenheiro civil ou arquiteto, profissionais com conhecimento
suficiente para checar corretamente eventuais problemas do imóvel. Com um bom
diagnóstico, é possível ter uma previsão de gastos numa reforma, se for necessário, ou
até mesmo bom argumento para obter um desconto na negociação.
Outra questão que merece atenção é a documentação do imóvel. Por ocasião da entrega
do sinal, o vendedor precisa apresentar o documento de propriedade, estabelecendo um
prazo para a passagem da documentação completa. Deve-se ainda atentar:
• para a verificação da situação do imóvel, através da solicitação de uma certidão
vintenária no cartório de registro de imóveis do município. Normalmente, ela demora
cinco dias úteis e deverá vir com negativa de ônus e alienações;
• para a situação de vendedor (e, se for casado, também do cônjuge), através de
solicitação de certidões nos cartórios de protesto e nos cartórios distribuidores cíveis no
Fórum do município e na Justiça Federal. Caso o proprietário não more no município
onde se localiza o imóvel, deve-se solicitar certidão negativa também na comarca onde
se localiza seu domicílio;
• para a obtenção de certidões municipais, verificando se não há pendências de dívidas
de impostos e riscos de desapropriação (como, por exemplo, planos da prefeitura de
abrir uma avenida no local do imóvel). Para isso, deve-se requerer uma certidão
negativa do IPTU, na Secretaria de Finanças da prefeitura local;
• no caso de pessoa jurídica, ela deverá apresentar contrato social, certidão negativa de
débito do INSS e certidão negativa da Receita Federal relativa ao Finsocial;
• se o negócio envolver transferência de financiamento deve-se requerer também
certidão negativa do agente financeiro, dos cartórios distribuidores do Fórum e da
Justiça Federal;
• para a obtenção da escritura, é necessário ter o contrato de compra e venda. Na
ocasião, deve-se pagar o Imposto sobre Transmissão de Imóveis, cujo valor varia de um
município para outro. A transferência do IPTU ocorre após a lavratura da escritura e do
registro em cartório do imóvel adquirido.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jan/93.
MACETES DE OBRAS E DE PROJETOS ENGº MARTONIO FERREIRA MARTINS
http://www.martonio.eng.br
1.1 - Em lajes e vigas em balanço, a armadura principal de flexão é negativa, isto é,
colocada próxima à face superior para absorver os esforços de tração. Observamos
que após a concretagem da peça, a retirada das formas, escoramentos ou
cimbramentos deve ser iniciada próxima à extremidade livre do balanço e avançar
em direção ao apoio, pois do contrário a peça fica bi-apoiada e sujeita a uma flexão
positiva, e não contando com a armadura adequada na face inferior para os
esforços de tração que aí aparecem, pode romper-se bruscamente.
1.2 - ESCADAS
Quando dimensionamos escadas, aplicamos a relação de Blondell (1680):
p + 2.e = 62 a 64 cm onde p = passo e e = espelho da escada, com no máximo 16
degraus entre cada patamar de descanso.
A escada residencial mais comum é aquela que tem o espelho igual a 18 cm, e o
passo p = 63 - 2.18 = 63 - 36 = 27 cm.
Observe que em uma escada vertical, p = 0, resultando o espelho variando de 31 a
32 cm.
1.3- Quando as tubulações elétricas e hidráulicas atravessam vigas, devem fazê-lo
abaixo da linha neutra na região central da viga, e acima da linha neutra na região
próxima aos apoios intermediários, isto é, sempre na região tracionada da seção da
viga.
Nestas regiões, localizadas através do diagrama de momentos fletores, conta-se
apenas com a colaboração da resistência do aço, podendo-se colocar as tubulações
no espaço ocupado pelo concreto.
1.4 – CALHAS
1.5 - Ao se detalhar armaduras de concreto armado, para uma mesma área
necessária de seção de aço, colocamos mais barras de menor diâmetro, no lugar de
menos barras de maior diâmetro. Desta maneira, temos uma área efetiva bem
maior de contato entre aço e concreto, melhorando bastante as condições de
resistência, aderência e fissuração do concreto.
1.6 - Um chute inicial para a altura de vigas de concreto armado é de 8% de seu
vão. Assim, uma viga de 5,00 m de vão deve ter uma altura de 40 cm.
1.7 - Toda Norma fornece parâmetros teóricos e experimentais, que nos indicam os
caminhos que devemos seguir em nossos cálculos. Mas não devemos deixar de
considerar também a experiência que o tempo nos ensina.
De acordo com o atual Código Brasileiro do Consumidor, a lei manda primeiro
"executar", e só depois o responsável técnico pode se "defender", isto é, primeiro
deve saldar o prejuízo e só depois entrar com recursos para se defender.
Na ocorrência de algum problema, os juízes não estarão interessados em saber se o
responsável técnico seguiu ou não as Normas, mas sim em saber quem irá pagar os
prejuízos.
1.8 - INTERRUPTORES PARALELOS
O esquema a seguir mostra a maneira correta de se instalar interruptores
paralelos. Assim, evita-se a chegada de "fases" na lâmpada, sem riscos de choques
quando for preciso trocá-la.
1.9 - ESPAÇADORES OU DISTANCIADORES
Dispomos de distanciadores plásticos para construção, especiais para o cobrimento
das armaduras das estruturas de concreto armado (lajes, vigas, pilares, fundações,
reservatórios, etc.), que substituem com vantagens nossos tradicionais calços,
pastilhas e caranguejos.
Dois de seus fabricantes encontram-se em www.coplas.com.br e
www.jeruelplast.com.br.
1.10 - O ALCANCE DOS VÃOS
Utilizando lajes mistas treliçadas compostas de nervuras de concreto armado e
lajotas cerâmicas, ganhamos um aumento de 10% em seu vão, quando
comparamos com uma laje maciça de concreto armado de mesma altura. Isto se
deve à presença dos sinuóides que as treliças metálicas contêm e que absorvem os
esforços cortantes e dão mais estabilidade à laje.
E quando comparamos concreto protendido com concreto armado, tanto para lajes
como para vigas de mesma altura, este aumento do vão é bem mais significativo,
chegando às vezes em torno de 30%.
1.11 - TRAÇOS USUAIS PARA O CONCRETO
Para se obter um concreto com resistência fck = 20 MPa, slump 5 ± 1, apenas com
brita n.º 1, misture:
- 141 l de brita n.º 1 (205 kg)
- 108 l de areia grossa (133 kg - umidade 4%)
- 50 kg de cimento (1 saco)
- 26 l de água
- 0,13 l de aditivo
- O rendimento será de 168 l, e o consumo de 298 kg/m3.
Para se obter um concreto com resistência fck = 20 MPa, slump 5 ± 1, com brita n.º
1 e 2, misture:
- 47 l de brita n.º 1 (67 kg)
- 105 l de brita n.º 2 (153 kg)
- 116 l de areia grossa (142 kg - umidade 4%)
- 50 kg de cimento (1 saco)
- 26 l de água
- 0,13 l de aditivo
- O rendimento será de 180 l, e o consumo de 278 kg/m3.
1.12 - Uma solução da arquitetura para escada com degraus em balanço,
engastados em uma viga.
1.13 - Já experimentou folhear as páginas amarelas de qualquer lista telefônica de
nosso país?
Você irá observar que mais de 90% dos anunciantes são de alguma maneira
ligados à construção civil!
Logo, em todos os aspectos, a construção civil é o setor econômico mais importante
da nação e por isto requer uma atenção bem maior do que lhe foi dispensada até
hoje.
1.14 - ESFORÇOS NAS LAJES
Em nosso livro "Cálculo e Desenho de Concreto Armado", para calcular os
esforços que agem nas lajes retangulares, adaptamos as TABELAS DE
MONTOYA, que usam o mesmo princípio das TABELAS DE MARCUS e de
CZERNY, isto é, equacionam e resolvem o problema igualando as flechas nas
direções X e Y. As TABELAS DE MONTOYA são mais completas, oferecendo
carregamentos variáveis além das cargas uniformemente distribuídas, e também
detalham as lajes com bordas livres.
Para quem está interessado no método dos ELEMENTOS FINITOS para calcular
lajes, ou em casos particulares de lajes apoiadas em apenas dois lados, lajes
circulares apoiadas sobre pilares, lajes em forma de setor circular, lajes oblíquas
ou trapezoidais, MONTOYA traz o cálculo dos esforços (momentos fletores e
cortantes) e o detalhamento das armaduras a partir da página 546 de seu livro
HORMIGON ARMADO, Volume 1, edição de 1973.
1.15 - LEITURA DO BOLETIM DE SONDAGENS
Durante a execução da sondagem à percussão de simples reconhecimento do solo,
procede-se o ensaio de penetração (Standard Penetration Test - SPT), que
relaciona a resistência oferecida pelo terreno à cravação do amostrador
TERZAGHI de 1, 3/8" e 2" - diâmetros interno e externo respectivamente.
Retirando-se as amostras, classifica-se o tipo do solo.
Anota-se o número de golpes necessários a fazer penetrar, individualmente, três
trechos de 15 cm do amostrador, sendo o valor SPT aquele que corresponde à
soma do número de golpes que fazem penetrar os últimos 30 cm.
A prática brasileira relaciona o SPT com a tensão admissível do solo:
A. Para fundações rasas, ponta de estacas ou base de tubulões:
Sadm = SPT / 5 (em kgf/cm2)
- evita-se o uso de fundações rasas, sempre que SPT < 3.
B. Para estacas pré-moldadas cravadas:
- a estaca atinge "nega" quando atravessa SPT > 65 ao longo de seu fuste;
- a estaca atinge "nega" com a ponta apoiada em SPT > 20.
1.16 - Cuidados a serem tomados no escoramento de lajes
Em residências térreas, após a concretagem da laje de forro, costuma-se realizar a
cura molhando-se o concreto endurecido nos três primeiros dias, e observa-se que
o excesso de água cai, umedecendo a base onde estão apoiados os pontaletes do
escoramento. Se o contra-piso ainda não foi executado, deve-se calçar com tábuas
ou terças e depois chapuzar com sarrafos estes pontaletes, que estão apoiados
diretamente na terra molhada e sem resistência, e que sem estas precauções
permitiria a ocorrência de recalques na laje.
Em lajes pré-moldadas de sobrados, por ocasião da concretagem da segunda laje,
não se deve retirar os pontaletes dos escoramentos da primeira laje em alguns
pontos importantes, porque esta irá fletir com o peso da segunda sobre ela,
anulando a contra-flecha da segunda laje e trincando em seus apoios após a
desforma, ao voltar à sua posição inicial.
Quando o pé direito é grande (maior que 3,00 m), os pontaletes dos escoramentos
devem ser contraventados com tábuas ou sarrafos, para evitar sua flambagem.