Complicações anestésicas• Anestesia é definida como um processo
controlado, benigno e reversível• A maioria das complicações anestésicas são
devidas:• Erro humano• Problemas de equipamento• Problemas de ventilação • Problemas de circulação
• A maior parte das complicações anestésicas pode ser prevenida ou tratada de forma eficiente
Complicações anestésicas• Mortalidade em anestesia de animais de
companhia• Em clínica privada a mortalidade
perianestésica varia entre 0,1-0,3%• Em hospitais universitários as complicações
anestésicas situam-se abaixo dos 15% • Hospitais universitários, a mortalidade
perianestésica é de 0,5%
Complicações anestésicas• Equipamento• Complicação anestésica mais frequente, falha
em administrar oxigénio ao paciente por obstrução do sistema, cilindros de oxigénio vazios
• Tubo endotraqueal dobrado• Válvulas bloquedas• Roturas no sistema anestésico• Enchimento de vaporizadores com anestésico
errado• Problema no vaporizador-paciente
constantemente muito profundo ou muito superficial
Complicações anestésicas• Erro humano
• Responsável pela maior parte dos acidentes anestésicos
• Cálculos errados das doses das drogas anestésicas
• Overdose de drogas anestésicas• Actualmente existem antagonistas
específicos que contrariam efeitos de drogas anestésicas
• Administração da droga anestésica errada ou por via errada
Complicações anestésicas• Antagonistas• α2- agonistas Yohimbina, atipamezol
• Opioides agonistas Naloxona
• Depressão anestésica inespecífica e por barbitúricos Doxapram (1-5mg/Kg IV)
• Benzodiazepinas Flumazenil
Complicações anestésicas• Problemas na ventilação• Apneia e obstrução a via aérea hipóxia• Raças braquicefálicas (Bulldog inglês)
predispostas para obstrução respiratória • Relaxamento muscular da pré-medicação e
agentes de indução
Complicações anestésicas• Problemas na ventilação• Apneia e obstrução da via aérea
hipóxia• Agravam obstrução por doença laríngea e
tecido faríngeo redundante• Detecta-se cianose após indução• Entubação endotraqueal revela obstrução
Complicações anestésicas• Problemas na ventilação• Hipoventilação- complicação mais frequente
• Overdose de anestésicos• Planos profundos de anestesia geral (Estádio III-
plano 4, Estádio 4)• Animais debilitados e com doença sistémica mais
predispostos• Lesão torácica• Depressão respiratória secundária a perfusão
inadequada dos centros respiratórios• Desequilibrios electroliticos
Complicações anestésicas• Problemas na ventilação
• Hipoventilação• Relaxantes musculares
• Resolução:• Ventilação por pressão positiva intermitente
(VPPI)• Identificação e correcção do problema primário
Complicações anestésicas• Problemas na ventilação• Hiperventilação• Devido a plano anestésico inadequado• Resposta excessiva ao estímulo cirúrgico• Hipercapnia (cal sodada exausta)• Falha na conecção ao circuito anestésico• Hipertermia (menos frequente)
Complicações anestésicas• Cianose e palidez• Palidez das membranas mucosas• Sinal complexo que ocorre como resposta
compensatória a planos anestésicos superficiais (↑ tónus simpático) ou profundos (cardiac output↓ e hipotensão)
• Cianose • raramente ocorre em pacientes entubados a
respirar oxigénio a 100%
Complicações anestésicas• Espasmo laríngeo• Frequente no gato, porco e macaco• Pode ser prevenido através da utilização de
algumas gotas de Lidocaína a 2% sobre a epiglote e cartilagens aritenoides.
• Também pode ocorrer no gato após a extubação
• Utilização de um estilete pode facilitar entubação
Complicações anestésicas• Rotura da traqueia• Frequente no gato • Entubação endotraqueal forçada
• Necrose da traqueia• Rara• Cuffs actuais são de baixa pressão
Complicações anestésicas• Entubação brônquica• Tubos endotraqueais disponíveis demasiado
longos para cães e gatos pequenos• Medir comprimento do tubo a introduzir antes
de entubar• Medir da arcada incisiva até ao ombro,
pescoço em posição natural
Complicações anestésicas• Bradicardia• Procedimentos ou drogas que aumentam o
tónus parassimpático• Entubações endotraqueais difíceis• Cirurgia abdominal profunda (nefrectomias,
lobectomias)• Cirurgias oftalmológicas, cervicais e torácicas
Complicações anestésicas• Bradicardia• Bradicardias não vagais• Planos anestésicos profundos• Hipoxia• Hipotermia• Hiperkalemia (K+↑)• Atropina e glicopirrolato são mais eficazes se
administrados antes de ocorrer a bradicardia
Complicações anestésicas• Taquicardia• FC acima de 180 no cão• FC acima de 200 no gato• Aumento do consumo de O2 pelo miocárdio• Diminuição da eficiência cardíaca• Medo• Dor• Anestesia superficial• Excitação pré-anestésica• Compensatória para hipovolemia
Complicações anestésicas• Taquicardia• Taquicardia ventricular• Urgência• Lidocaína 2% em bolus• 0,5 ml cães pequenos• 1 ml cães médios• 2 ml cães grandes• Gatos, droga de primeira escolha propanolol
(0,04mg/Kg)
Terapêutica imediata
Complicações anestésicas• Taquicardia• Lidocaína em bolus pode ser repetida até uma
dose acumulada de 10mg/Kg• Quando duas a três injecções são necessárias
num período de 15-20 minutos• Passar a infusão contínua• Monitorização ECG contínuo
Complicações anestésicas• Hipotensão• ↓ Output cardíaco, vasodilatação e hipovolemia• Anestésicos voláteis são vasodilatadores• Fenotiazinicos vasodilatadores• Anestésicos depressores do output cardíaco• Terapêutica com cristaloides isotónicos, taxa
de 10 ml/Kg/h apropriado para a maioria dos pacientes cirúrgicos
Complicações anestésicas• Hipotensão• Superficialização do plano anestésico• Aumento da taxa de fluidos intra-operatória• Drogas vasoactivas
Complicações anestésicas• Dissecação da córnea• Perda de reflexo palpebral• Diminuição da secreção lacrimal• Lágrimas artificiais
Complicações anestésicas• Paragem cárdio-respiratória (PCR)• Animais em hipoventilação, hipovolemia,
bradicardia, taquivardia ventricular e hipotermia predispostos para PCR
• Sinais de PCR:• Ausência de batimentos cardíacos• Pulso arterial não palpável• Mucosas cianóticas ou cinzentas• Pupilas em midríase• Apneia• Inconsciente
Complicações anestésicas• Paragem cárdio-respiratória (PCR)• Tempo entre a PCR e o inicio das técnicas de ressuscitação
essencial para o sucesso• PCR pode acontecer durante a anestesia e no periodo
perianestésico
• Se o tratamento não for iniciado em 3 a 4 minutos, alterações irreversíveis e fatais
• Taxas de sobrevivência a PCR- 5 a 10%
• Taxa de recidiva em pacientes que sofreram PCR- 60-70% • Carro de urgência com medicação e equipamento para
técnicas básicas de suporte de vida.
Complicações anestésicas• Paragem cárdio-respiratória (PCR)• Durante a anestesia- 1º passo, descontinuar
anestesia• Abordagem ABCD• Airway – via aérea• Breathing- ventilação• Circulação• Drogas• + de 5 minutos em PCR, lesões irreversíveis do
SNC
Complicações anestésicas• Paragem cárdio-respiratória (PCR)• Airway – via aérea• Cavidade oral e glote devem ser
inspeccionadas para obstrução• Entubação endotraqueal• Traqueotomia de urgência
Complicações anestésicas• Paragem cárdio-respiratória (PCR)• Breathing- ventilação• Ventilação artificial utilizando o sistema
anestésico e oxigénio a 100%• Alternativa Ambu• 5 a 10 ventilações minuto
Complicações anestésicas• Paragem cárdio-respiratória (PCR)• Circulação• Massagem cardíaca externa associada a
compressão abdominal• 90-120 compressões
Complicações anestésicas• Paragem cárdio-respiratória (PCR)
• avaliação de eficácia de massagem cardíaca, através do pulso femoral ou lingual
Complicações anestésicas• Paragem cárdio-respiratória (PCR)• Massagem cardíaca aberta/directa mais
eficiente em melhorar o output cardíaco e o fluxo de sangue cerebral e coronário
• Toracotomia de emergência não está associada a uma maior taxa de sobrevivência
Complicações anestésicas• Paragem cárdio-respiratória (PCR)• Drogas• Uso de drogas depende do tipo de PCR e
avaliação por ECG• Assistiria completa• Fibrilhação ventricular• Dissociação electromecânica
Complicações anestésicas• Assistolia completa• Administração de adrenalina é recomendada. • Concentração 1:1000 (1mg/ml)• Administração em veia central ou intra-traqueal
ou intra-brônquica• 1 ml- cães pequenos/gatos• 2 ml- cães médios• 3 ml- cães grandes• Atropina útil para contrariar efeitos vagais • Fluidoterapia 20 ml/Kg gato, 40 ml/Kg cão
Complicações anestésicas• Dissociação electromecânica
• Prognóstico grave
• Indica miocárdio em deterioração
• Doses altas de corticosteroides, infusão de dopamina, bicarbonato
Complicações anestésicas• Fibrilhação ventricular
• Utilizar desfibrilhador internamente ou externamente (2-10 J/Kg)
• Lidocaína e/ou adrenalina, uso controverso.
Complicações anestésicas• Hipotermia• Complicação frequente em anestesia• Anestésicos inibem mecanismos de produção de calor• Anestésicos voláteis reduzem limiar de temperatura
para 34,5ºC
• Prevenir hipotermia• Sala deve estar a 21ºC (animais adultos) ou a 26ºC
(animais pediátricos)• Fluidos IV aquecidos• Colchões de água aquecida
Complicações anestésicas• Hipotermia• Sistemas anestésicos de alto fluxo (ex:T-ayres)
predispõem para hipotermia• Cirurgias prolongadas (>1 hora)• Cobertores eléctricos desaconselhados• Atrasa recuperação anestésica • Reduz a oxigenação tecidular
Complicações anestésicas• Aspiração de conteúdo gástrico• Alimento presente no estômago até 10 horas
pós-refeição• Animais com megaesófago e fêmeas gestantes• Proteger traqueia com tubo endotraqueal• Aspirar conteúdo da faringe e laringe• Posicionar paciente com a cabeça em posição
inferior.
Complicações anestésicas• Outras complicações• Reacções anafilácticas• Hipertermia • Hemorragia e pneumotórax