-2 de Abril - A Argentina invade as Ilhas
Malvinas, dando início à Guerra das
Malvinas contra o Reino Unido;
-Nessa época, El Salvador um pequeno país da
América Central estava mergulhada em uma Guerra
Civil entre grupos de esquerda e direita;
-No Chile, a ditadura militar de Pinochet
cometem diversas violações aos direitos
humanos com muitas mortes, torturas e prisões;
-Brasil e Paraguai inauguram a Usina Hidrelétrica de
Itaipu tida como a maior do planeta durante diversos
anos;
A argentina continua sob o regime de uma Junta Militar
liderada por três membros um por cada força, um
governo igualmente autoritário e opressor;
O Uruguai também estava sob o jugo de
uma ditadura militar neste ano, desde 1973
por meio de um golpe de estado.
-Em 1982 o Brasil era o maior devedor do FMI
na América Latina;
-Os banqueiros internacionais olhavam com
desconfiança nosso país, com isso era difícil a
entrada de capitais estrangeiros;
-O Brasil estava sob o governo do general
João Baptista Figueiredo, que fora indicado
pelo ex-presidente Geisel e onde o partido
Arena tinha referendado a escolha;
-O crescimento econômico tinha acabado e o Brasil
deveria juntar milhões de dólares para pagar seus
débitos, medigando ajuda externa;
-A inflação no ano de 1982 foi de
110.2%, tendo Delfim Netto como
ministro do Planejamento;
-O setor industrial de maneira geral teve
uma retração de 52% e a taxa de
desemprego foi de 7.5% entre trabalhadores
ligados a indústria.
LEONEL DE MOURA BRIZOLA: Nasceu
em Carazinho-RS em 22 de janeiro de
1922. Lançado na vida pública por
Getúlio Vargas;
Era filho de camponeses migrados de
Sorocaba-SP. Formou-se em
engenharia civil pela Universidade
Federal do Rio Grande do Sul no ano
de 1949.
Foi exilado pelo Golpe Militar de
1964, contra o qual foi um dos líderes da
resistência.
Com a anistia brasileira de fins da
década de 1970, retornou ao Brasil.
Participa na eleição para governador do
Rio de Janeiro em 1982, primeira após o
exílio;
Faleceu aos 82 anos de idade na cidade
do Rio de Janeiro em 21 de junho de
2004, vitimado por problemas cardíacos.
Por duas vezes foi candidato a
presidente do Brasil pelo PDT, partido
que fundou em 1980, não conseguindo
ser eleito;
WELLINGTON MOREIRA FRANCO: Nasceu
em Teresina-PI em 19 de outubro de 1944.
Ainda jovem mudou-se com a família para o
Rio de Janeiro.
Foi Deputado Federal pelo estado do Rio de
Janeiro por três vezes. Seu primeiro mandato
foi de 1975 a 1976. De 1977 a 1982 foi
prefeito da cidade de Niterói.
Com o fim do regime de
bipartidarismo, acompanhou Amaral Peixoto e
filiou-se ao recém-criado PDS. Por esta
legenda foi candidato ao governo do Estado do
Rio de Janeiro em 1982
Atualmente é o ministro-chefe da
Secretaria de Assuntos Estratégicos da
Presidência da República.
ROBERTO PISANI MARINHO: Nasceu
no Rio de Janeiro, 3 de dezembro de
1904. Herdou ainda jovem o jornal O Globo, fundado por seu pai, Irineu
Marinho;
Em 26 de abril de 1965, fundou a Rede
Globo de Televisão, que se tornou o
principal canal de Televisão do Brasil e a
terceira maior do mundo;
Foi adversário de políticos
como Getúlio Vargas, Juscelino
Kubitschek, Leonel Brizola e o
Lula da Silva.
Foi acusado de ter apoiado a Ditadura
Militar pelo fato de haver recebido
vantagens por meio da mesma, além de ter
dado suporte ao regime;
Faleceu em 6 de agosto de
2003, aos 98 anos também no
Rio de Janeiro devido a um
edema pulmonar.
Com o governo Fernando Henrique, as
Organizações Globo passaram por uma
grande crise, retirando o nome do
jornalista na lista de bilionários da revista
Forbes.
Seria a primeira após a reforma política que pôs fim
ao bi-partidarismo e que , além dos novos
partidos(naquele ano apenas
cinco:PDS,PMDB,PDT,PTB e PT)contaria com alguns
candidatos anistiados à partir de 1979.
As eleições seriam para todos os cargos
políticos vigentes, já que as eleições
municipais de 1980 haviam sido adiadas. Só
não se votava para presidente da república.
Foi LUIZ DE GONZAGA FONSECA MOTA
pelo PDS com apoio dos coronéis Adauto
Bezerra, César Cals e Virgílio Távora, que
assinaram, em março de 1982, o Acordo dos Coronéis ou Acordo de Brasília, com os
quais romperia em seguida.
Desde o início da redemocratização política
do país com as eleições de 1982 que
permitia a escolha de todos os canditados
exceto presidente foram eleitos no Rio de
Janeiro 10 governadores;
Leonel Brizola (primeira vez) 15 de março de 1983 15 de março de 1987 Governador eleito
Moreira Franco 15 de março de 1987 15 de março de 1991 Governador eleito
Leonel Brizola (segunda vez) 15 de março de 1991 2 de abril de 1994 Governador eleito
Nilo Batista 2 de abril de 1994 1 de janeiro de 1995 Vice-governador eleito
Marcello Alencar 1 de janeiro de 1995 1 de janeiro de 1999 Governador eleito
Anthony Garotinho 1 de janeiro de 1999 6 de abril de 2002 Governador eleito
Benedita da Silva 6 de abril de 2002 1 de janeiro de 2003 Vice-Governadora eleita
Rosinha Garotinho 1 de janeiro de 2003 1 de janeiro de 2007 Governadora eleita
Sérgio Cabral Filho 1 de janeiro de 2007 1 de janeiro de 2011 Governador eleito
Sérgio Cabral Filho 1 de janeiro de 2011 atualidade Governador reeleito
A tentativa de fraude começou na escolha da
empresa que ia contar os votos, a Proconsult.
Até um órgão do Governo, o Serpro, se
recusou a participar da concorrência:
alegou que não podia dar conta da
totalização de eleições majoritárias,
estaduais e municipais, ao mesmo tempo.
Era uma empresa que só existia no papel. Foi
criada para se habilitar à apuração das
eleições [de 1982] no estado do Rio de
Janeiro;
Era uma subsidiária da Racimec –
empresa esta que no regime militar
ganhou o monopólio das máquinas de
jogos da Caixa Econômica Federal.
A Proconsult tinha concebido um
“diferencial Delta”, que seria “o grande
eleitor” – os votos brancos e nulos que
desfalcariam o Brizola.
Uma apuração paralela do PDT, liderada
por Cesar Maia, notou um fato singular:
os primeiros boletins oficiais (e da
Proconsult) eram divulgados sem os
votos nulos e brancos.
Além do “diferencial Delta”, era importante
que, primeiro, entrassem no computador os
votos de onde Moreira Franco era forte – o
interior do Estado.
A entrevista do Procurador Celso
Fernando de Barros a Maria Helena
Passos demonstra que a Justiça não se
empenhou em investigar a tentativa de
fraude.
O JB investigou e o então repórter do Jornal
do Brasil, Ronald Carvalho fez uma perícia
da Proconsult.
No sistema de apuração do jornal O Globo os
votos dos redutos de Moreira Franco entravam
numa proporção maior e mais rápido do que os
votos dos redutos de Brizola – embora
estivessem disponíveis.
Cabral chegou a dizer a Roberto Irineu
Marinho que era preciso colocar no
computador da Globo mais votos da
capital, onde havia mais redutos de
Brizola.
Já que nas ruas do Rio, onde se
bradava “o povo não é bobo, abaixo
a Rede Globo”, as equipes da Globo
não tinham condições de trabalhar.
A eleição foi na segunda-feira, dia 15 de
novembro de 1982.
Brizola, na verdade, só ganhou a eleição na
quinta feira.
Naquele dia, 18 de novembro de 1982, a
manchete do Jornal do Brasil era “Brizola deve
vencer Moreira por 34,1% a 29,5%”.
A manchete do Globo foi: “Decisão
da eleição só com as últimas
urnas”. Acima, em letras menores,
ainda no Globo, “diferença será
inferior a 60 mil votos”.
-
-A revista VEJA;
-O Jornal O Povo;
-Jornal Brasil;
-Folha de São Paulo;
-Livro do Jornal Nacional;
-Plim-Plim, a peleja de Brizola contra a fraude
eleitoral.
“explica que Brizola ganhou as eleições de 1982 duas vezes, na lei e na
marra”
“Fraude nas eleições para governador do Rio de Janeiro em 1982. Os
militares, ainda no poder, e a Rede Globo decidem impor, pela fraude
mais descarada da história da República, a vitória do deputado Moreira
Franco Moreira Franco, então figura exponencial do partido do regime, o
PDS, ex-Arena”.
“Na madrugada das apurações, Leonel Brizola, candidato do PDT, e o
maior inimigo do regime, recebe ligação revelando que vão roubar dele o
resultado. Bicheiros cariocas convidam fiscais de juntas apuradoras a
fazer vista grossa. O escândalo Proconsult cresce”.
Já o Editorial da Folha de S. Paulo, por exemplo,
afirmava:
“O verdadeiro fiasco em que se envolveu a Rede
Globo de Televisão durante a fase inicial das
apurações no Rio de Janeiro torna ainda mais
presentes as inquietações quanto ao papel da
chamada mídia eletrônica no Brasil [...]. Houve uma
tentativa grave e inédita, posta a efeito pela maior
cadeia de TV do país, no sentido de turvar o
resultado das apurações e enfraquecer
politicamente o candidato da oposição pedetista ao
governo fluminense” (Folha de S. Paulo, 1982).
Nessa mesma revista a simples menção ao nome de Leonel Brizola
era raríssima, mesmo com o crescimento de sua candidatura. E
quando era mencionado, era com deboche, com baixeza, com
evidente espírito de ódio.
A revista Veja na época dava atenção
a uma outra candidata Sandra
Cavalcanti:
Jornal “O povo” do estado do Ceará publicado no dia 2 de
dezembro de 1982 sobre o caso:
Jornal “O povo” do estado do Ceará publicado no dia 5
de dezembro de 1982 sobre o caso:
O interesse da Globo e Proconsult em
manipular as eleições se encontra na
ligação direta dessa emissora com o
governo ditatorial militar;
O canditato Moreira franco seria o ideal para
vencer as eleições porque pertencia ao PDS
partido favorável ao governo militar, já que era
sucessor da extinta ARENA.
Segundo o depoimento de Homero Icaza
Sánchez, editor de análises e pesquisas da
TV Globo, Roberto Irineu Marinho, filho de
Roberto Marinho decidiu que ele e Roberto
Medina (ligado a Wellington) elegeriam
Moreira Franco de qualquer jeito.
“O Brizola perguntou o que eu achava. Eu disse: ‘Está parecendo fraude’. [Pergunta do Brizola]: ‘O que tu acha
que devo fazer?’ [Resposta]: ‘Bota a boca no mundo. Essa é a atitude que eu tomaria se fosse você, como
candidato. Bota a boca no mundo’. Brizola inclusive me perguntou se devia falar com a TV Globo. ‘Nesse
momento’ — eu disse para ele — ‘não te convém falar com a TV Globo porque lá agora toda a questão da apuração está sob as ordens de Roberto Irineu e ele
acredita que pode eleger o Moreira Franco de qualquer maneira. Eu não te aconselharia a fazer isso’. Então ele procurou a TV Bandeirantes nesta mesma quarta-feira à
noite.”
Embora a entrevista citada de Homero Sanchez seja
muito rica em detalhes sobre o envolvimento da RGTV
na tentativa de fraude, vale destacar o seguinte trecho:
Brizola era inimigo político de Roberto
Marinho desde o golpe de 1964, o qual
o dono da emissora apoiava e Brizola
por ter conspirado uma resistência ao
regime foi obrigado ao exílio;
Brizola tinha ideologias socialistas, no governo Jango
era a favor das reformas de Base que propunha
aplicar medidas a favor das classes mais
desfavorecidas da população como a Reforma
Agrária.
-Mas o que ele significa na mídia?
- O poder para o capital; a credibilidade para o
serviço.
- O interesse particular sobre o bem público da
informação
Thompson explica:
- Modo de operação da DISSIMULAÇÂO:
ocultação dos fatos reais e desvio da atenção para
outra realidade.
WIKIPEDIA: http://pt.wikipedia.org/wiki/Caso_Proconsult
OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/a-
historia-da-noticia
PÁGIMA DO DIÁRIO DO COMÉRCIO COM VÁRIOS LINKS:
http://www.muco.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=352:caso-
proconsult&catid=34:sala-de-escandalos&Itemid=53
PÁGINA DO SITE PDT: http://www.pdt.org.br/index.php/memoria-pdt/livros/plim-plim-a-peleja-
de-brizola-contra-a-fraude-eleitoral
MEMÓRIA GLOBO - PROCONSULT:
http://memoriaglobo.globo.com/Memoriaglobo/0,27723,5270-p-21750,00.html
TEXTO - CHAVE DE P.H. AMORIM: http://plogdopaulohenrique.zip.net/
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2005/02/308819.shtml