Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v.2, n.4, junho 2009 1 Editorial O Curso de Ciências Econômicas da FAE Centro Universitário disponibiliza a “Vitrine da Conjuntura” do mês de junho de 2009. Este número exibe as seções permanentes, especificamente o Panorama Econômico e os Indicadores, bem como três artigos e uma nota técnica. No primeiro artigo, a estudante do Curso de Administração da FAE, Camila Priolo da Silva, levanta alguns impactos de programas sociais, comparando as ações de duas Organizações Não Gover- namentais (ONGs), uma bancada com recursos privados e outra por financiamentos públicos, com a principal iniciativa social do governo Lula: o Programa Bolsa Família. O segundo texto, do professor Semi Cavalcante, analisa o ciclo econômico do café no Paraná, em uma perspectiva histórica, demonstrando sua importância na ocupação e colonização de várias regiões do Estado. No terceiro artigo, o professor Gilmar Lourenço discute os principais efeitos da crise recessiva internacional na economia paranaense. Por fim, em nota técnica, o professor Christian Luiz da Silva critica recente proposta da área econômica do governo federal, centrada na realização de alterações no modelo de funcionamento das cadernetas de poupança no Brasil. A Vitrine continua aberta às colaborações de professores e estudantes da FAE e da comunidade em geral. Excelente leitura! Curitiba, junho de 2009. Gilmar Mendes Lourenço Editor
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Vitrine editorial junho 2009 - FAE · 2010. 6. 16. · Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v.2, n.4, junho 2009 1 Editorial O Curso de Ciências Econômicas da FAE Centro Universitário
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Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v.2, n.4, junho 20091
Editorial
O Curso de Ciências Econômicas da FAE Centro Universitário disponibiliza a “Vitrine da Conjuntura”
do mês de junho de 2009. Este número exibe as seções permanentes, especificamente o Panorama
Econômico e os Indicadores, bem como três artigos e uma nota técnica.
No primeiro artigo, a estudante do Curso de Administração da FAE, Camila Priolo da Silva, levanta
alguns impactos de programas sociais, comparando as ações de duas Organizações Não Gover-
namentais (ONGs), uma bancada com recursos privados e outra por financiamentos públicos, com a
principal iniciativa social do governo Lula: o Programa Bolsa Família.
O segundo texto, do professor Semi Cavalcante, analisa o ciclo econômico do café no Paraná, em
uma perspectiva histórica, demonstrando sua importância na ocupação e colonização de várias
regiões do Estado. No terceiro artigo, o professor Gilmar Lourenço discute os principais efeitos da
crise recessiva internacional na economia paranaense.
Por fim, em nota técnica, o professor Christian Luiz da Silva critica recente proposta da área
econômica do governo federal, centrada na realização de alterações no modelo de funcionamento
das cadernetas de poupança no Brasil.
A Vitrine continua aberta às colaborações de professores e estudantes da FAE e da comunidade em geral.
Excelente leitura!
Curitiba, junho de 2009.
Gilmar Mendes Lourenço
Editor
Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v.2, n.4, junho 2009
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Panorama Econômico - Maio/2009
COMÉRCIO INTERNACIONAL
BALANÇA COMERCIAL MENSAL (MAIO/2009) - MDIC
� Fato
Em maio de 2009, a Balança Comercial fechou com superávit de US$ 2,65 bilhões, resultado de
exportações de US$ 11,99 bilhões e importações de US$ 9,33 bilhões. A corrente do comércio atingiu
US$ 21,32 bilhões, no mês e US$ 101,60 bilhões, no ano. O superávit comercial acumulado no ano é de
US$ 9,37 bilhões, 10,4% superior ao do mesmo período no ano anterior.
Exportações Importações Saldo da BC em US$ milhões
FONTE: MDIC
� Causa
Considerando a média para dias úteis, com relação ao mês anterior, as exportações apresentaram
queda de 2,7% e as importações cresceram 8,4%. Pelo mesmo critério, na comparação com o mesmo
mês do ano anterior, houve retração de 37,9% nas exportações e de 38,7% nas importações.
O saldo comercial de abril diminuiu 34,9 com relação a maio de 2008 e 28,6% sobre o mês
anterior. A corrente do comércio registrou queda de 38,3% com relação ao mesmo mês no ano anterior e
cresceu 1,9% na comparação com abril.
No acumulado no ano, as exportações diminuíram 22,2% sobre igual período de 2008 e as
importações, na mesma comparação, reduziram-se 26,6%, fazendo com que o saldo comercial
crescesse 10,4%. Por outro lado, a corrente do comércio caiu 24,3%.
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Em maio, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, todas as categorias de produtos regis-
traram retração: semimanufaturados 45,1%, manufaturados 36,8% e básicos 35,8%. Em termos de países,
os cinco principais compradores foram: China, Estados Unidos, Argentina, Países Baixos e Alemanha.
Pelo lado das importações, com relação a maio de 2008, também houve queda em todas as
categorias de produtos: 60,1% nas importações de combustíveis e lubrificantes, 40,9% em matérias
primas e intermediários, 24,3% nos bens de capital e 14,2% nos bens de consumo. Os cinco principais
fornecedores para o Brasil foram: Estados Unidos, China, Argentina, Alemanha e Japão.
� Consequências
O resultado comercial do Brasil em 2009 continua abaixo e dificilmente irá ultrapassar o dos anos
anteriores, porém, já vem demonstrando alguma recuperação, que deverá se intensificar com a
retomada da produção interna e com a retomada do crescimento mundial.
ATIVIDADE
PRODUÇÃO INDUSTRIAL (MARÇO/2009) - IBGE
� Fato
Em março, a produção industrial cresceu 0,7% com relação a fevereiro. A terceira alta consecutiva
nessa comparação. Na comparação com março de 2008, houve queda de 10,0%. O acumulado, nos
últimos doze meses registra queda de 1,9%. Já no primeiro trimestre, frente ao trimestre imediatamente
anterior, a retração foi de 7,9%.
� Causa
Na comparação com o mês anterior, houve aumento em bens de consumo durável, 1,7%, bens de
consumo semi e não duráveis, 0,8% e em bens intermediários, 0,3%. Por outro lado, os bens de capital
recuaram 6,3%, acumulando perda de 13,0% nesse período.
O aumento frente ao mês imediatamente anterior reverteu a trajetória de queda da média móvel
trimestral, que avançou 1,6% entre fevereiro e março. Nesta comparação, os bens de consumo durável
cresceram 13,8%, bens intermediários, 1,0%%, bens de consumo semi e não duráveis 0,8%. Todavia, o
setor de bens de capital apresentou queda de 2,7%.
Na comparação com março de 2008, o recuo foi o quinto consecutivo, com a taxa mais negativa
em bens de capital, 23,0%, consequência de retrações na produção de bens de capital de uso misto,
para fins industriais, para energia elétrica e para construção. Os bens de consumo duráveis tiveram
variação negativa de 13,4%, com as maiores pressões negativas originadas em telefones celulares e
eletrodomésticos. Também os bens intermediários recuaram 13,3%, com fortes quedas em metalurgia
básica, veículos automotores, indústrias extrativas e outros produtos químicos. A única categoria em alta
foi em bens de consumo semi e não duráveis, 2,9%.
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PRODUÇÃO INDUSTRIAL BRASIL
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Jan. Fev . Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov . Dez.
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
FONTE: IBGE
� Consequência
O aumento ocorrido no mês ainda é muito modesto, todavia, e apesar do baixo patamar em que
se encontra a produção industrial, representa um início de recuperação frente à crise internacional.
ATIVIDADE
PESQUISA INDUSTRIAL - REGIONAL - BRASIL (MARÇO/2009) - IBGE
� Fato
Entre fevereiro e março de 2009, a produção industrial cresceu em oito dos quatorze locais
pesquisados. Na comparação com março de 2008, treze das quatorze regiões pesquisadas registraram
variação negativa. No primeiro trimestre, frente a igual período de 2008, todos os locais apresentaram recuo.
No Paraná, a produção industrial caiu 2,3% frente ao mês anterior. Na comparação com março de
2008, houve crescimento de 4,1%. A média móvel trimestral cresceu 3,6%. A produção trimestral caiu
0,9% com relação ao mesmo trimestre do ano anterior, mas aumentou 1,5% frente ao último trimestre de
2008. O acumulado nos últimos 12 meses atingiu 5,9%.
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PRODUÇÃO INDUSTRIAL BRASIL
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Jan. Fev . Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov . Dez.
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
FONTE: IBGE
PRODUÇÃO INDUSTRIAL PARANÁ
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Jan. Fev . Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov . Dez.
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
FONTE: IBGE - Índice de base fixa mensal sem ajuste sazonal
NOTA: Base: média de 2002 = 100.
� Causa
Na comparação com o mês anterior, os locais que registraram maior crescimento foram: Rio de
Janeiro, Pernambuco, Minas Gerais, Pará, Ceará e São Paulo. As maiores quedas foram no Espírito
Santo, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul. Na comparação com março de 2008, os destaques
negativos foram: Espírito Santo, Minas Gerais, Amazonas, Rio Grande do Sul e São Paulo.
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No Estado do Paraná, o avanço ocorrido na comparação com o mesmo mês no ano anterior
refere-se ao fato de que, das 14 atividades pesquisadas, sete registraram aumento. Os maiores
impactos positivos vieram dos setores de edição e impressão, com destaque para livros e brochuras,
outros produtos químicos e alimentos.
� Consequência
Apesar da queda na comparação com o mês anterior, a exemplo da produção industrial nacional,
a indústria paranaense deverá começar a dar sinais de recuperação nos próximos meses.
ATIVIDADE
PESQUISA MENSAL DE EMPREGO (ABRIL/2009) - IBGE
� Fato
Em abril, a taxa de desocupação foi de 8,9%, mantendo-se relativamente estável tanto na
comparação com o mês anterior, como com relação a abril de 2008. Por ordem, as variações foram de
queda de 0,1 p.p. frente a março e aumento de 0,4 p.p. no comparativo com o mesmo mês do ano
anterior. O rendimento médio real habitual da população ocupada recuou 0,7% na comparação mensal e
aumentou 3,2% frente a abril de 2008. A massa de rendimentos recebida pela população ocupada foi
estimada em R$ 27,9 bilhões, aumentando 3,7% com relação a abril de 2008, e diminuindo 0,7% na
comparação com o mês anterior.
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Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
FONTE: IBGE
� Causa
Na análise dos resultados com relação aos principais Grupamentos de Atividade, todos os grupos
mantiveram estabilidade, tanto com relação ao mês anterior, como na comparação com abril de 2008.
Quanto à inserção do trabalhador no mercado de trabalho, apenas para os Militares ou funcionários
públicos estatutários, houve queda de 3,8% frente ao mesmo mês do ano anterior e estabilidade no
confronto com março. Nas demais formas de inserção, ocorreu estabilidade nas duas comparações.
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� Consequência
Nas próximas apurações, a taxa de desocupação deve apresentar maiores recuos frente ao mês
imediatamente anterior. Todavia, a expectativa é de que não haja mudanças significativas no confronto
com iguais meses do ano de 2008.
ATIVIDADE
PESQUISA INDUSTRIAL MENSAL DE EMPREGO E SALÁRIO - PIMES (MARÇO/2009) - IBGE
� Fato
A Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário do mês de março apresentou as seguintes
informações:
(Em percentual)
BRASIL MAR-2007/FEV-2007 MAR-2007/MAR-2006ACUMULADO
NO TRIMESTRE
ACUMULADO
EM 12 MESES
Pessoal Ocupado Assalariado -0,6 -5,0 -4,0 0,3
Nº. de Horas Pagas -0,9 -5,6 -5,0 -0,1
Folha de Pagamento Real -2,5 -2,2 0,0 4,4
� Causa
Na comparação com igual mês do ano passado, o indicador de Pessoal Ocupado Assalariado
registrou redução em todos os locais e em quatorze dos dezoito ramos pesquisados. Regionalmente, os
principais impactos negativos vieram de: São Paulo, região Norte e Centro-Oeste, e Minas Gerais. Por
ramo de atividade, as variações negativas mais significativas foram em vestuário, máquinas e
equipamentos, calçados e artigos de couro e meios de transporte. Por outro lado, gráfica, refino de
petróleo e produção de álcool, minerais não metálicos e indústria extrativa tiveram variação positiva.
Quanto ao Número de Horas Pagas, também na comparação com o mesmo mês do ano anterior,
novamente houve queda em todos os quatorze locais, assim como em quatorze dos dezoito ramos
pesquisados. Os locais que assinalaram os maiores impactos negativos no resultado nacional foram:
São Paulo, região Norte e Centro-Oeste, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Região Nordeste. Em
termos setoriais, as pressões negativas mais significativas vieram de alimentos e bebidas; máquinas e
equipamentos; meios de transport;, vestuário, calçados e artigos de couro; e borracha e plástico. Os
setores que tiveram crescimento mais expressivo foram: gráfica; minerais não metálico; e refino de
petróleo e produção de álcool.
Comparativamente a março de 2008, a Folha de Pagamento Real registrou recuo em sete dos
quatorze locais pesquisados, sendo as principais variações negativas em São Paulo, Minas Gerais e Rio
Grande do Sul. Por outro lado, o estado do Rio de Janeiro exerceu a principal influência positiva,
impulsionado principalmente pela expansão observada na indústria extrativa. Na verificação setorial,
doze dos dezoito segmentos apontaram queda, com destaque para meios de transporte e máquinas e
equipamentos. Em sentido contrário, papel e gráfica e indústria extrativa apresentaram as variações
positivas mais significativas.
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� Consequência
O emprego industrial continua apresentando desempenho negativo, porém, para os próximos
períodos, a expectativa é de início de recuperação, a exemplo do que vem ocorrendo com os indicadores
referentes à produção industrial.
ATIVIDADE
SONDAGEM DA INDÚSTRIA (MAIO/2009) - FGV
� Fato
Na passagem de abril para maio, o Índice de Confiança da Indústria de Transformação aumentou
6,0%, passando de 84,5 para 89,6 pontos. O Índice da Situação Atual – ISA avançou 7,6%, passando de
86,5 para 93,1 pontos, e o Índice de Expectativas - IE - cresceu 4,4%, atingindo 86,1 pontos. O Nível de
Utilização da Capacidade Instalada também aumentou, chegando a 79,2%.
60,070,080,090,0
100,0110,0
120,0130,0140,0
Índice de Confiança Índice da Situação Atual Índice de Ex pectativ as
85,1 85,4 86,0 86,0 85,3 85,8 86,7 86,385,3
79,977,6
79,2
70,072,074,076,078,080,082,084,086,088,090,0
Maio/07
Jun./
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Maio/08
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8
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9
Mar./09
Abr./09
Maio/09
Nível de Utilização da Capacidade Instalada - NUCI
FONTE: FGV
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� Causa
No ISA, os maiores avanços ocorreram na avaliação a respeito da satisfação com o nível de
demanda e com a situação atual dos negócios, que tiveram crescimento de 13,1% e 12,2%,
respectivamente, alcançando, por ordem, 90,6 e 86,5 pontos.
No que tange ao IE, as perspectivas são as melhores desde outubro de 2008. A maior evolução
relativa ocorreu na avaliação dos negócios nos seis meses seguintes, com 27,9% das empresas
consultadas prevendo melhora, o que representa crescimento de 7,9 p.p. frente ao resultado anterior, e
27,1% esperando piora, regredindo 1,0 p.p., comparativamente a abril de 2008.
� Consequências
Apesar de ainda estar em patamar muito baixo, foi o quinto avanço consecutivo ocorrido,
confirmando a tendência de recuperação do setor que deve se intensificar nos próximos meses.
ATIVIDADE
ICC - ÍNDICE DE CONFIANÇA DO CONSUMIDOR (MAIO/2009) - FGV
� Fato
Entre os meses de abril e maio, o ICC aumentou 1,3% passando de 99,2 para 100,5 pontos. O
índice da Situação Atual avançou de 97,4 para 98,5 pontos e o Índice das Expectativas de 100,7 para
102,3 pontos.
90,0
95,0
100,0
105,0
110,0
115,0
120,0
125,0
Índice de Confiança Índice da Situação Atual Índice de Expectativas
FONTE: FGV
� Causa
Com referência à situação presente, a proporção de consumidores que avaliam a situação
econômica local como boa aumentou 0,5 p.p. e a dos que a consideram ruim diminuiu 2,9 p.p. O quesito
que, isoladamente, mais influenciou na evolução do ICC trata a respeito da situação econômica local nos
próximos seis meses, com melhora de 1,7 p.p. na proporção de informantes que preveem melhora, e
redução de 2,9 p.p. nos que acreditam que a situação ainda pode se agravar.
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� Consequência
A confiança do consumidor vem apresentando melhora, e a expectativa para os próximos períodos
é que a trajetória ascendente continue, devendo ter reflexos positivos na demanda ao longo do segundo
semestre.
ATIVIDADE
LEVANTAMENTO SISTEMÁTICO DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA (ABRIL/2009) - IBGE
� Fato
Na quarta estimativa da safra de 2009, foi estimada uma produção de 136 milhões de toneladas,
6,8% inferior à produção obtida no ano de 2008. A área a ser colhida de 47,3 milhões de hectares
apresentou acréscimos de 125.749 hectares na área colhida do ano passado.
� Causa
As produções de soja, milho e arroz, que correspondem a 81,5%, tiveram as seguintes variações:
crescimento de 6,2% para o arroz, bem como queda de 3,9% e 13,2%, para soja e milho,
respectivamente. O levantamento sistemático da produção agrícola registrou variação positiva para 11
dos 25 produtos pesquisados: amendoim em casca 2ª safra, arroz em casca, aveia em grão, cacau em
amêndoa, cana de açúcar, cebola, cevada em grão, feijão em grão 1ª e 2ª safras, laranja e mandioca.
Em sentido contrário, deverão apresentar redução na quantidade produzida: algodão herbáceo em
caroço, amendoim em casca 1ª safra, batata inglesa 2ª e 3ª safras, café em grão, feijão em grão 3ª
safra, mamona em baga, milho em grão 1ª e 2ª safras, soja em grão, sorgo em grão, trigo em grão e
triticale em grão.
� Consequência
De acordo com prognóstico das áreas plantadas, realizado pelo IBGE em abril, a safra de grãos
em 2009 deverá apresentar resultados inferiores aos de 2008, apesar de crescimento na área plantada.
ATIVIDADE
PESQUISA MENSAL DO COMÉRCIO (MARÇO/2009) - IBGE
� Fato
No mês de março, o volume de vendas do comércio varejista, com ajuste sazonal, cresceu 0,3% e
a receita nominal 0,5%. Nas demais comparações, sem ajustamento, as taxas para o volume de vendas
foram de 1,8% sobre março de 2008, 3,8% no acumulado do primeiro trimestre, e de 7,2% no acumulado
dos últimos doze meses. A receita nominal obteve taxas de 7,8% com relação a igual mês de 2008, 9,9%
no primeiro trimestre, e 13,5% no acumulado em doze meses.
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Janeiro Fevereiro M arço Abril M aio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
FONTE: IBGE
NOTA: Índices de volume de vendas no comércio varejista por tipos de índice (2003 = 100).
� Causa
Na série ajustada do comércio varejista, calculada com relação ao mês anterior, apenas Móveis e ele-
trodomésticos apresentou queda. Os destaques positivos ficaram por conta do segmento de Veículos, motos,
partes e peças; Material de Construção; Tecido, vestuário e calçado; e Livros, jornais, revistas e papelaria.
Comparativamente a março de 2008, seis das oito atividades do varejo tiveram aumento no
volume de vendas. As maiores variações foram: Artigos farmacêuticos; médicos ortopédicos; de
perfumaria e cosméticos; outros artigos de uso pessoal e doméstico; combustíveis e lubrificantes; e
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo. Por outro lado, apresentaram
retração: Móveis e eletrodomésticos e Tecido, vestuário e calçados.
� Consequência
Mesmo com taxas positivas, o desempenho do comércio varejista apresentou desaceleração no
mês, o que deve se repetir ao longo do primeiro semestre.
INFLAÇÃO
IGP-10 (MAIO/2009) - FGV
� Fato
Em maio, o IGP-10 registrou variação de 0,17%, 0,88 p.p. acima da inflação de abril. Em doze
meses, o índice acumula variação de 4,33%.
� Causa
No mês de maio, dois dos três componentes do índice registraram desaceleração. O IPA apresentou
variação superior a do mês anterior em 1,29 p.p., chegando a 0,06%. Na composição deste índice, o maior
aumento ocorreu em Matérias-Primas Brutas, com destaque para os itens: soja, bovino e milho.
O IPC foi o único componente do IGP-10 a ter desaceleração, 0,11 p.p., com a maior contribuição
para esta partindo do grupo Alimentação, com redução de 1,71 p.p., influenciado principalmente por
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frutas, hortaliças e legumes; e adoçantes. Também tiveram desaceleração: Educação, Leitura e
Recreação; e Transportes. O INCC teve aquecimento de 0,39 p.p., com elevações em Serviços e Mão-
de-Obra, e recuo em Materiais e Equipamentos.
0,17%
-0,31%
0,54%
0,03%
0,78%0,38%
1,52%1,07%
0,15%
-1,0%
-0,5%
0,0%
0,5%
1,0%
1,5%
2,0%
2,5%
FONTE: FGV
� Consequência
O aumento ocorrido no mês se deve principalmente a fatores sazonais, e embora deva se repetir
nos próximos meses, ainda não se configura motivo de preocupação.
INFLAÇÃO
IGP-M (MAIO/2009) - FGV
� Fato
O IGP-M apresentou variação negativa de 0,07% em maio, 0,08 p.p. acima da variação de abril.
Em doze meses o acumulado é de 3,63%.
� Causa
Dos índices que compõe o IGP-M, o IPA, embora com variação negativa de 0,30%, acelerou-se
0,14 p.p. frente ao mês anterior. O maior crescimento ocorreu em Bens Intermediários, com destaque
para materiais e componentes para a manufatura, seguido de Matérias-Primas Brutas, com forte
contribuição de milho, bovinos e soja.
O IPC teve desaceleração frente ao mês anterior de 0,16 p.p., fechando com variação de 0,42%.
Duas das sete classes de despesa apresentaram recuo, Alimentação e Transporte. O primeiro em
decorrência de frutas; hortaliças e legumes; e adoçantes, e o segundo como conseqüência da retração
nos preços da gasolina.
O INCC, que tem a menor participação na composição do IGP-M, ou seja, 10,0%, teve aumento
em sua taxa de variação de 0,26 p.p., atingindo 0,25%, com o aumento sendo em grande parte explicado
pelo aumento no componente Mão-de-Obra.
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12
0,26
1,76
0,26
-0,74 -0,07
1,29
0,690,53
1,98
-0,32
0,98
-0,44
-1,00-0,500,000,501,001,502,002,50
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Fev.
/09
Mar
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Abr./
09
Mai
o/09
IGP-M
FONTE: FGV
� Consequência
O índice permanece com variações comportadas, demonstrando que a inflação está sob controle,
não sendo esperada em 2009 a ocorrência de surtos inflacionários.
INFLAÇÃO
IGP-DI (ABRIL/2009) - FGV
� Fato
O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou inflação de 0,04% em abril,
crescendo 0,88 p.p. ante à inflação registrada em março. Nos últimos doze meses, o índice acumula alta
de 4,72%.
� Causa
Em abril, o IPA foi o único componente que teve aceleração, 1,36 p.p., apesar da variação
negativa de 0,10%. A grande contribuição para o aquecimento deste componente veio de Matérias
Primas Brutas, crescendo 3,41 p.p. com destaque para soja, bovinos e milho. Os Bens Finais e os Bens
Intermediários apresentaram aquecimento de 0,52 p.p. e 0,80 p.p., respectivamente.
O IPC recuou 0,14 p.p., chegando a 0,47%, com a maior desaceleração em Alimentação, com
forte contribuição de: frutas, pescados frescos, bem como hortaliças e legumes. Os grupos Transportes;
Educação, Leitura e Recreação e Habitação também recuaram. No INCC, que registrou taxa negativa de
0,04%, ocorreu aceleração de 0,21 p.p. Serviços e Mão-de-Obra tiveram acréscimos, por ordem, de 0,16
p.p. e 0,48 p.p., enquanto Materiais e Equipamentos recuaram 0,06 p.p.
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13
0,16%
1,39%
0,38%
1,89%
-0,38%
1,09%
-0,44%
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0,04%
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0,0%
0,5%
1,0%
1,5%
2,0%
2,5%
Maio/07
Jun./
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l./07
Ago./0
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Set./07
Out./07
Nov./0
7
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Fev./0
8
Mar./08
Abr./08
Maio/08
Jun./
08Ju
l./08
Ago./0
8
Set./08
Out./08
Nov./0
8
Dez./0
8
Jan./
09
Fev./0
9
Mar./09
Abr./09
FONTE: FGV
� Consequência
Embora tenha demonstrado aquecimento no mês, considerando os últimos dois anos, o IGP-DI
apresenta trajetória de queda, sendo que nos últimos seis meses aparenta estar acomodado.
INFLAÇÃO
IPCA (ABRIL/2009) - IBGE
� Fato
O IPCA variou 0,48% em abril, 0,28 p.p. acima da variação registrada em março. O índice
acumulado em doze meses é de 5,53%, abaixo do registrado nos doze meses imediatamente anteriores,
5,61%. O acumulado do ano ficou em 1,72%, 0,36 p.p. inferior ao registrado no mesmo período de 2008.
� Causa
O aumento do último mês foi decorrente, principalmente, da variação ocorrida no grupo Despesas
Pessoais, com variação de 2,14%, consequência do aumento de 14,71% nos preços dos cigarros. Este
aumento foi motivado pelo reajuste no IPI e PIS/COFINS, a partir de 10 de abril. Ainda em Despesas
Pessoais, serviços pessoais também tiveram destaque, com altas nos itens: empregado doméstico,
cabeleireiro, manicure e costureira. Também contribuíram significativamente para a elevação do IPCA,
em abril: Saúde e Cuidados Pessoais e Vestuário.
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14
0,00
1,00
2,00
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7,00Ab
r./07
Mai
o/07
Jun.
/07
Jul./
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Ago.
/07
Set./
07
Out
./07
Nov
./07
Dez
./07
Jan.
/08
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Abr./
08
Mai
o/08
Jun.
/08
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Ago.
/08
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08
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./08
Nov
./08
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./08
Jan.
/09
Fev.
/09
Mar
./09
Abr./
09
0,000,10
0,200,300,40
0,500,600,70
0,800,90
IPCA acumulado em 12 meses IPCA v ariação mensal
FONTE: IBGE
� Consequência
Mesmo com a aceleração de abril, o IPCA ainda tem se apresentado de forma controlada e o
índice acumulado pode ser considerado constante nos últimos meses, contribuindo para a continuidade
da trajetória de queda da taxa de juros.
INFLAÇÃO
IPCA - 15 (MAIO/2009) - IBGE
� Fato
O IPCA – 15 registrou alta de 0,59% em maio, 0,36 p.p. acima do registrado em abril. Nos últimos
doze meses, o acumulado foi de 5,44%, 0,04p.p. acima dos doze meses imediatamente anteriores. Em
Curitiba a variação foi de 0,68%.
� Causa
Os produtos não alimentícios variaram 0,68%, 0,27 p.p. acima do mês anterior. A maior influência
de alta sobre o índice veio de cigarros, com variação de 18,42% e remédios, 3,21%, que juntos
responderam por 0,26 p.p. do índice. Energia elétrica e empregado doméstico também tiveram aumento
expressivo. Os alimentos apresentaram variação de 0,29%, 0,09 p.p. acima da registrada em abril, com
destaque para leite pasteurizado, batata-inglesa, carnes e tomate.
� Conseqüência
A alta registrada no mês se deve em grande parte ao aumento do IPI sobre o cigarro, não
devendo se prolongar para os próximos meses.
Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v.2, n.4, junho 2009
15
INFLAÇÃO
CUSTOS E ÍNDICES DA CONSTRUÇÃO CIVIL (ABRIL/2009) - IBGE - CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
� Fato
O Índice Nacional da Construção Civil variou 0,32% em abril, 0,62 p.p. abaixo da variação de
março, e 0,05 p.p. menor do que a de abril de 2008. Em doze meses, o acumulado é de 11,62%, e no
ano 1,98%. O custo nacional por metro quadrado passou de R$ 688,00, em março, para R$ 690,19 em
abril, sendo R$ 403,49 relativos aos materiais e R$ 286,70 à mão-de-obra.
No Estado do Paraná, as variações foram de 0,12% no mês, 1,17% no ano e 12,33% em doze
meses, e o Custo Médio atingiu R$ 683,04.
0
0,5
1
1,5
2
Jan. Fev . Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov . Dez.
2005 2006 2007 2008 2009
FONTE: IBGE e Caixa Econômica Federal
� Causa
Na composição do índice nacional, a parcela dos materiais variou 0,24%, 0,47 p.p. abaixo do
índice de março, sendo esta a menor variação desde junho de 2007. O componente mão-de-obra
também teve expressiva queda, 0,85 p.p., passando de 1,28% em março para 0,43% em abril. Nos
últimos doze meses, os acumulados foram: 13,14% para materiais e 9,54% para mão-de-obra, e no ano:
1,98% tanto para materiais como para mão-de-obra. No mês, as variações regionais foram: 0,23% na
Região Norte; 0,64% na Região Nordeste; 0,25% no Sudeste; 0,15% no Centro-Oeste e 0,13% no Sul.
Ainda na verificação regional, os custos foram os seguintes: Sudeste, R$ 729,87; Sul, R$ 674,14; Norte,
R$ 685,69; Centro-Oeste, R$ 653,87 e Nordeste R$ 653,36.
� Consequência
O comportamento do índice abril se deve a fatores sazonais e decorrentes da crise e seus
desdobramentos. A sazonalidade e a retração econômica puxam o índice para baixo, assim como a
redução do IPI sobre materiais de construção. Por outro lado, o estímulo dado à demanda por habitação
e materiais estimula o aquecimento do setor.
No próximo mês o índice apontará forte aceleração como consequência do componente mão-de-
obra, resultante do dissídio coletivo da categoria em São Paulo.
Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v.2, n.4, junho 2009
16
OPERAÇÕES DE CRÉDITO
NOTA À IMPRENSA (ABRIL/2009) - BACEN
� Fato
O estoque das operações de crédito do sistema financeiro atingiu R$ 1.248 bilhões em abril. A
taxa média das operações de crédito referencial atingiu 38,6% a.a., o patamar mais baixo desde junho
de 2008. A taxa de inadimplência da carteira de crédito situou-se em 5,2% em abril. A relação entre o
crédito total e o PIB situou-se em 42,6%, crescendo 0,1 p.p. frente ao mês anterior e 6,8 p.p.na
comparação com abril de 2008.
� Causa
O estoque das operações de crédito em abril apresentou crescimento de 0,4% no mês e 22,6%
em doze meses. Os empréstimos contratados com recursos livres, que representam 70,2% do total,
atingiram R$ 876 bilhões, aumentando 0,5% no mês e 20,8% com relação a abril de 2008. Os
empréstimos realizados às pessoas físicas cresceram 1,1% no mês, e 18,7% em doze meses, chegando
a R$ 411,5 bilhões. No segmento de pessoas jurídicas, houve queda de 0,1% no mês, e alta de 22,7%
em doze meses, totalizando R$ 464,5 bilhões.
No crédito direcionado, os aumentos foram de 0,4% no mês e 27,2% em doze meses, chegando a
R$ 372,5 bilhões. Os maiores crescimentos neste item estiveram vinculados ao crédito habitacional,
2,6%, e os financiamentos concedidos pelo BNDES, 0,3%, esta última representando 58% do total dos
recursos direcionados.
As taxas médias de juros recuaram 0,6 p.p. no mês, e aumento de 1,2 p.p. em doze meses. Para
pessoa física, a taxa média de juros ficou em 48,8% a.a. e para pessoa jurídica, 28,8% a.a., com
decréscimos de 1,3 p.p. e 0,1 p.p., respectivamente. A taxa de inadimplência da carteira de crédito
atingiu 5,2%, sendo 8,2% para pessoas físicas e 2,9% para pessoa jurídica.
� Consequência
O crescimento do crédito no mês manteve trajetória moderada. Para os próximos meses, a expectativa
é de expansão mais intensa, principalmente com a recuperação do crédito voltado às empresas.
Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v.2, n.4, junho 2009
17
SETOR EXTERNO
NOTA À IMPRENSA (ABRIL/2009) - BACEN
� Fato
Em abril, o Balanço de Pagamentos registrou superávit de US$ 1,8 bilhão. As reservas internacionais
aumentaram US$ 1,1 bilhão, totalizando US$ 201,3 bilhões e a dívida externa somou US$ 193,1 bilhões, com
aumento de US$ 511 milhões frente ao mês anterior.
� Causa
No que tange ao Balanço de Pagamentos, o saldo da conta de transações correntes foi positivo
em US$ 146 milhões, após dezoito meses consecutivos de déficits. No acumulando dos últimos doze
meses, o déficit é de US$ 19,8 bilhões, equivalente a 1,41% do PIB. A conta capital e financeira registrou
entrada líquida de US$ 1,9 bilhão. Destacou-se no mês o ingresso líquido de US$ 3,4 bilhões em
investimentos estrangeiros diretos.
A movimentação das reservas durante o mês de abril foi conseqüência, principalmente, de
compras da Autoridade Monetária no mercado doméstico de câmbio que somaram US$ 1,3 bilhão, e da
receita com a remuneração das reservas, US$ 474 milhões.
A dívida externa registrou aumento de US$ 511 bilhões frente ao mês anterior. A dívida externa de
médio e longo prazo aumentou, totalizando US$ 161,3 bilhões, enquanto a dívida de curto prazo
diminuiu, chegando a US$ 31,8 bilhões.
� Conseqüência
Os indicadores externos da economia brasileira indicam início de recuperação, gerando superávit
no Balanço de Pagamentos no mês. Merece destaque o ingresso de investimentos estrangeiros diretos.
POLÍTICA FISCAL
NOTA À IMPRENSA (ABRIL/2009) - BACEN
� Fato
Em julho, o setor público não financeiro registrou superávit de R$ 12,5 bilhões. No acumulado do
ano, o superávit atingiu R$ 33,4 bilhões (3,57% do PIB) e, considerando o fluxo de doze meses, R$ 89,7
bilhões (3,06 % do PIB). A dívida líquida do setor público alcançou R$ 1,125 bilhões (38,4% do PIB),
elevando-se 0,9 p.p. do PIB, em relação ao mês anterior, e 2,4 p.p. em 2009. O montante dos juros
apropriados atingiu R$ 12,2 bilhões; no mês, R$ 50,9 bilhões, no ano (5,44% do PIB) e R$ 158,4 bilhões
(5,41% do PIB) em doze meses.
Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v.2, n.4, junho 2009
18
� Causa
Na composição do superávit primário no mês, o superávit do Governo Central atingiu R$ 10,9
bilhões; o dos governos regionais, R$ 1,8 bilhão. As empresas estatais, por outro lado, registraram déficit
de R$ 174 milhões. Com relação aos juros apropriados em abril, houve redução de R$ 1,9 bilhão em
relação ao total apropriado em março. Esta queda foi em decorrência do menor número de dias e o
resultado mais favorável das operações de swap cambial.
Com relação à Dívida Líquida do Setor Público como percentual do PIB, no ano, houve elevação,
na comparação com o mês anterior, de 0,9 p.p. e 2,4 p.p. em 2009. No ano contribuíram para este
aumento: o ajuste decorrente da valorização cambial acumulada no ano, a retração no PIB (como
conseqüência da crise internacional), o ajuste de paridade da cesta de moedas que compõem a dívida
externa líquida e os juros nominais apropriados.
� Consequência
Com a queda no desempenho da atividade econômica e a redução de alguns impostos, era
esperado menor superávit primário comparativamente aos períodos anteriores. Situação que não deve
se reverter em um curto espaço de tempo. Portanto, seria interessante reduzir os impactos financeiros
sobre o orçamento, diminuindo a necessidade de superávits primários expressivos.
Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v.2, n.4, junho 20091
Responsabilidade social - programa de reprodução ou
emancipação social?
Camila Priolo da Silva*
Introdução
O reconhecimento que o Terceiro Setor trabalha as diferentes manifestações da questão social,
traduzida na tentativa de perversão da pobreza que se acentua devido à dificuldade de acesso aos modos
de produção capitalista, acaba suscitando questionamentos quanto ao seu papel.
Desde a sua origem, a ação social está vinculada à filantropia e à caridade, em um modelo de inclusão
compensatório, sem pactuação emancipatória. Nos últimos anos, desde o programa Comunidade Solidária e
implantação do programa Bolsa Família, do governo FHC – modelo mantido e ampliado pelo governo Lula –
até os programas sociais financiados pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, ainda não
se consegue vislumbrar nenhuma estratégia emancipatória para o público-alvo aos quais eles se destinam.
Postas estas situações, podemos caracterizar a problemática que se põe à realidade na seguinte
questão: como o empreendedorismo social pode criar condições para a emancipação do seu público-alvo?
Como possibilidade de inclusão e de promoção social dos seus usuários, tanto individual como
coletivamente, esta análise avalia os impactos gerados em programa de formação cidadã por instituições
do Terceiro Setor com ações de empreendedorismo social, tomando como referência o principal programa
social do governo, que é o Programa Bolsa Família. O ponto de partida é a distinção das instituições do
Terceiro Setor com base no financiamento direto do empreendedorismo social e dos diferentes
beneficiários dos programas, correlacionando os critérios de inclusão e promoção social pretendidos e/ou
alcançados com a formação cidadã nas diferentes instituições.
A análise de duas realidades distintas de empreendedorismo social com diferentes financiamentos
do Estado aponta os resultados alcançados com vistas à cidadania dos usuários dos programas.
O Centro de Formação Urbano-Rural Irmã Araújo – CEFURIA - é uma instituição reconhecida como
utilidade pública, com os incentivos fiscais e financiamentos públicos que esta condição lhe aufere. O
Instituto Ettibagi é uma ONG com as mesmas características, mas tem financiamento direto da iniciativa
privada, visto que seu público-alvo é absorvido geralmente pela indústria.
1 Empreendedorismo social
O Empreendedorismo Social diverge do Empreendedorismo Empresarial no sentido de que este
pretende promover a maximização dos lucros, enquanto aquele a maximização dos retornos sociais.
Em suma, as técnicas de gestão do Empreendedorismo Social não possuem uma fórmula concreta,
e sim são norteados pelo instinto do empreendedor em colaborar para o manejo sustentável da sociedade
ao seu redor.
*Acadêmica do 3º ano do curso de Administração da FAE Centro Universitário.
Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v.2, n.4, junho 20092
2 Terceiro setor
Ultimamente temos visto com muita freqüência, nos mais diversos veículos de comunicação,
notícias que retratam questões sobre o terceiro setor. Muitas pessoas ainda desconhecem o significado e
a atuação deste setor na nossa economia, visto que seu surgimento no Brasil aconteceu nas últimas
décadas do século XX. Segundo a pesquisadora do tema, Simone C. Tavares Coelho:
Terceiro Setor é o conjunto de entidades filantrópicas, não governamentais e sem
fins lucrativos, associado a diversas ações dispersas entre as pessoas que praticam
a benemerência, pode ser reunido num único corpo, com propostas, opiniões,
culturas ou problemáticas semelhantes entre si. (COELHO, 2007)
Em um mundo capitalista, qual seria a importância das empresas privadas investirem no terceiro setor?
Muitas empresas utilizam a assistência social como marketing, dito social, para se tornarem mais simpáticas
aos olhos do consumidor, recebem diversos benefícios mercadológicos, além de contribuírem efetivamente
com os mais necessitados, a fim de que estes possam se inserir no mercado consumidor posteriormente.
3 Indicadores sociais
Na atual conjuntura brasileira, faz-se cada vez mais necessário a presença de indicadores sociais
como forma de avaliar os programas ou até mesmo a atividade pública efetivada com mais profundidade.
A mera comparação de resultados passa a dar espaço para os analistas especializados que têm por
dever indicar os efeitos da gestão sob múltiplos enfoques.
4 Desenvolvimento social e emancipação
Analisando o contexto de um mundo cada vez mais globalizado, onde são impostos constantemente
processos sutis e desumanos de exclusão social, faz-se necessário a busca incessante por alternativas de
emancipação social.
Alguns autores debatem com certa convergência de pensamento sobre o assunto, como é o caso
de Habermas (1997), que revisou o pensamento da práxis social de Marx, para quem a emancipação
social só seria alcançada mediante uma revolução da classe oprimida contra a classe opressora. Para
Habermas, só a conscientização, o diálogo e a educação do povo possibilitaria que os sujeitos oprimidos
percebessem a realidade que lhes é imposta.
Por isso é que o autor considera fundamental, para um processo emancipatório, que a população
apreenda tais determinações políticas e econômicas que regem a sociedade, e evitem as estratégias de
subalternidade que as tramas do poder lhe impõem.
5 Avaliação de programas sociais
Para conceituar o processo de avaliação como integrante de políticas e programa sociais que
possibilitem o desenvolvimento e a efetividade da ação empreendida, recorre-se a Barreira (2002),
programando-se como procedimentos uma abordagem Pluralista, a qual é centrada nas relações entre as
unidades-caso como sistema de ação e a lógica de atores.
Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v.2, n.4, junho 20093
6 Programas sociais
6.1 Programas sociais das ONGs
O Cefuria tem vários programas vinculados à orientação da Economia Solidária. A metodologia de
Paulo Freire é a desencadeadora da formação cidadã, pois foca as ações na realidade dos sujeitos. No
programa, o Clube de Trocas é o passo seguinte desta formação e, a partir da daí, o desenvolvimento de
competências de gestão, negociação, articulação e, principalmente, a concepção e vivências do sentido
coletivo compõem as suas dimensões constitutivas.
O governo federal financia desde a matéria-prima até a equipe de coordenação da instituição. Os
coordenadores enfatizam que o programa é uma alternativa à economia de mercado.
O Instituto Ettibagi tem etapas para a formação de adolescentes, na faixa de 15 a 18 anos, com vistas a
aptidões de relacionamento interpessoal, direitos sociais, cidadania e formação profissional na área de
eletroeletrônica e informática. São dois anos de programa com inserção no mercado formal de trabalho.
Tanto o Cefuria quanto o Instituto Ettibagi trabalham com um público cuja característica principal é a
exclusão no processo formal de acesso aos bens produzidos socialmente e serviços públicos, garantidos
pela Constituição Federal.
6.2 Programas sociais públicos
Os programas assistencialistas no Brasil sempre tiveram suas origens fundamentadas primor-
dialmente na política, identificado pelo partido e não pelo Estado de direito do povo. Nas situações de
crise social grave, campanhas emergenciais apontam para o assistencialismo como resposta imediata
para um problema endêmico de pobreza e privação. O programa Bolsa Família, implantado durante o
governo do FHC, é um exemplo típico de programa que compensa uma renda insuficiente e busca o
repasse de verba principalmente por critérios de sobrevivência e não de emancipação social. A
destinação da quantia repassada aos usuários pelo governo é para garantir a alimentação para a família
beneficiada. Desta forma, o governo supre a miséria absoluta, mas não supera a desigualdade social em
várias dimensões, condição que promove a emancipação social.
7 Relação entre o tipo de ONG e o processo emancipatório
Os programas sociais apresentam financiamento e relação com os usuários diferenciados. Os
programas sociais principais da política oficial do governo – Bolsa Família e Bolsa Escola - têm características
semelhantes: renda compensatória. Já os programas sociais, na condição de empreendedorismo social de
natureza privada, seja com financiamento público (no caso do Cefuria) ou com financiamento privado (no caso
do Instituto Ettibagi), promovem processo emancipatório nos seus usuários.
A avaliação destes programas sociais, tanto os de natureza pública, quanto os de natureza privada
será efetuada mediante comparação, considerando-se as características compensatórias e
emancipatórias detectadas na análise dos dados apresentados, como nos quadros a seguir.
Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v.2, n.4, junho 20094
7.1 Programas compensatórios
PROGRAMASCOMPENSATÓRIOS
PÚBLICO ALVO CRITÉRIOS DE ACESSO IMPACTOS
Bolsa Família(Instituído pelo GovernoFederal em outubro de 2003)
Famílias que possuam renda per capita
mensal de até sessenta reais, tendo elasfilhos ou não.
Famílias com renda per capita mensalentre R$ 60,01 e R$ 120,00, consideradaspobres, que apresentem em suacomposição gestantes, nutri-zes ecrianças e adoles-centes com idade entre0 a 15 anos.
Acompanhar o estado de saúde de todos osintegrantes da família.
Participar de programas sobre educação alimentar,garantindo um estado nutricional saudável aosparticipantes.
Manter todas as crianças em idade escolarmatriculadas e com frequência mínima de 85% du-rante o ano.
Promoção do alívio imediato e temporário dapobreza.
O repasse de verba acontece apenas porcritérios de sobrevivência e não de inclusãosocial.
Provoca a acomodação dos usuários.
Aumento aparente do IDH (índice dedesenvolvimento humano).
Bolsa Escola(Projeto implantado peloGoverno Federal)
Famílias com renda per capita mensalinferior a R$ 90,00 reais.
Famílias que possuam até três criançasem idade escolar (entre 6 a 15 anos).
Todas as crianças participantes do projeto devemestar matriculadas na escola e possuir freqüência de85 % no trimestre.
No caso do estado de São Paulo, os beneficiáriosdevem residir no mínimo dois anos na cidade parareceber o benefício por criança.
Auxílio temporário.
Não há um incentivo para as crianças depoisdo ensino fundamental e até mesmo oprofissionalizante.
7.2 Programas emancipatórios
PROGRAMASEMANCIPATÓRIOS
PÚBLICO ALVO CRITÉRIOS DE ACESSO IMPACTOS
ETTIBAGI Adolescentes com idade entre 15 a18 anos
Os adolescentes devem estar frequentando uma escola.
Devem possuir certa renda, dentro de um patamar nãodivulgado.
Devem passar, em uma primeira fase, na prova escrita eprática e, posteriormente, por uma entrevista com aassistente social.
Auxilia esses jovens a conse-guirem seuprimeiro emprego.
Profissionalizam os beneficia-rios nas áreasem que tenha procura de mercado.
Prepara-os para, no futuro, serem auto-dependentes.
CEFURIA
Comunidades carentes, que possuamorganização de moradores estruturadapara desempenhar os pro-gramas
Pessoas interessadas na filosofia“socialista” da ins-tituição
Desempenhar o programa dentro dos moldes ensinadosna instituição.
Prepara os beneficiados mais de formaindireta, por meio de princípios ensinados, doque prática.
Possibilita a ampla visualização do cenáriosócio-político aos participantes.
Projetos que procuram uma sustentabilidade alongo prazo.
8 Considerações finais
Os dados revelam que os programas sociais ainda se mostram como medidas paliativas para uma
questão de desigualdade econômica. Combater a desigualdade econômico-social requer mexer nas
estruturas obsoletas do país que geram e agravam as situações de risco social.
A análise preliminar do contexto abordado verifica que o Terceiro Setor ainda está se formando,
pois o Estado não tem regras claras quanto ao seu financiamento. Tanto o ETTIBAGI, quanto o CEFURIA
não prestam contas oficiais sobre seu desempenho, embora o primeiro apresente relatórios para as
empresas que financiam cada turma. Entretanto, a empresa, que recebeu a isenção fiscal pela ação de
responsabilidade social pelo financiamento de um programa social certificado para este fim, não presta
Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v.2, n.4, junho 20095
contas sobre a efetividade do programa selecionado. Entende-se aqui que efetividade é autonomia e
emancipação do programa social gerador da proposta.
Os conceitos de formação cidadã ainda são pouco debatidos no Brasil, apesar de termos bons
pensadores e escritores nesta área como César Froes e Francisco de Melo Neto (2001). Daí a dificuldade
de chegar ao consenso sobre o tema, em que assistência pode ser tomada como filantropia ou mesmo
caridade, sem um projeto efetivo de emancipação social do cidadão.
Nessa perspectiva, a política social que deveria, por direito constitucional, promover a cidadania,
acaba promovendo a manutenção das diferenças perpetradas pelas lutas de classe entre capital e trabalho.
A manutenção do statu quo recorrente dos usuários dos programas sociais caracteriza-se pelas
propostas focalistas dos programas de empreendedorismo social, já que seus critérios de inclusão e
acesso são, na mesma proporção, critérios de exclusão pela falta de condições para acesso aos
programas. Portanto, formação cidadã deve oportunizar aos usuários dos programas a emancipação pela
via da sustentabilidade e desenvolvimento local, ou seja, o cidadão deve ter condições de subsistência,
acesso aos serviços públicos e, principalmente, de felicidade social.
Referências
BARREIRA, Maria Cecília Roxo. Avaliação participativa de programas sociais. São Paulo: Veras, 2000.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1991. 159p.
HABERMAS, Jürgen. Técnica e ciência como ideologia. Lisboa: Edições 70, 1997.
JANNUZZI, Paulo de Martino. Indicadores sociais no Brasil. 3.ed. Campinas: Alínea, 2004. 141p.
MARX, Karl, ENGELS, Friedrich. Manifesto do partido comunista. 7.ed. São Paulo: Global, 1988. 112p.
MELO NETO, Francisco Paulo de; FROES, César. Gestão da responsabilidade social corporativa: o
caso brasileiro da filantropia tradicional à filantropia de alto rendimento e ao empreendedorismo social.
Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001.
REVISTA DA FAE, Curitiba, v.7, n.2, p.9-18, jul./dez. 2004.
Sites consultados
COELHO, Simone C. Tavares. Disponível em: <http://www.planejamento.gov.br/arquivos_down/spi/
relatorio_anual_2006/cadernos_setorias/Caderno%2017-% 20MDS.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2008.
NOTA: Índice Ibovespa é o valor atual, em moeda corrente, de uma carteira teórica de ações constituída em 2/1/1968 (valor-base: 100 pontos), a partir de uma aplicação hipotética.
Supõe-se não ter sido efetuado nenhum investimento adicional desde então, considerando-se somente os ajustes efetuados em decorrência da distribuição de proventos
pelas empresas emissoras (tais como reinversão de dividendos recebidos e do valor apurado com a venda de direitos de subscrição, e manutenção em carteira das ações
recebidas em bonificação). Dessa forma, o índice reflete não apenas as variações dos preços das ações, mas também o impacto da distribuição dos proventos, sendo
considerado um indicador que avalia o retorno total de suas ações componentes (IBOVESPA).
Sinal convencional utilizado:
... Dado não disponível.
Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v.2, n.4, junho 20093
INDICADORES CONJUNTURAIS DA INDÚSTRIA BRASILEIRA, SEGUNDO TIPO DE INDÚSTRIA - PESSOAL OCUPADO
ASSALARIADO – MARÇO 2009
INDÚSTRIA MENSAL ACUMULADOÚLTIMOS
12 MESES
Indústria Geral 94,97 96,05 100,28
Indústrias Extrativas 100,48 100,81 103,28
Indústria de Transformação 94,84 95,93 100,2
Alimentos e Bebidas 97,63 98,39 101,15
Fumo 91,34 90,11 91,93
Têxtil 92,96 93,67 93,66
Vestuário 91,41 91,45 92,81
Calçados e Couro 89,68 89,89 91,48
Madeira 84,12 85,37 89,23
Papel e Gráfica 106,97 103,17 101,72
Coque, Refino de Petróleo, Comb. Nucleares e Álcool 103,48 105,96 107,10
Produtos Químicos 96,30 96,91 103,78
Borracha e Plástico 91,10 92,75 98,47
Minerais Não-Metálicos 100,80 101,72 104,55
Metalurgia Básica 97,21 100,23 105,84
Produtos de Metal - exclusive máquinas e equipamentos 92,63 94,29 102,34
Máquinas e Equips - excl. elétr., eletrôn., de precisão e de comun. 91,81 95,62 105,63
Máquinas e Aparelhos Elétr., Eletrôn. de Precisão e de Comunicações 93,86 96,90 106,28
Fabricação de Meios de Transporte 93,05 95,49 104,49
Fabricação de Outros Produtos da Indústria de Transformação 94,11 94,52 96,79
FONTE: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria. Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (www.ibge.gov.br)
NOTAS: Número índice base = 100
Índice Mensal: compara os dados do mês de referência do índice com os de igual mês do ano anterior;
Índice Acumulado: compara os dados acumulados no ano, de janeiro até o mês de referência do índice, com os de igual período
do ano anterior;
Índice Acumulado 12 Meses: compara os dados acumulados nos últimos 12 meses de referência do índice, com os dos 12
meses imediatamente anteriores.
Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v.2, n.4, junho 20094
BRASIL - DESEMBOLSOS DO SISTEMA BNDES, SEGUNDO OS GÊNEROS INDUSTRIAIS - 2007-2009
(Em US$ milhões)
JAN-MARGÊNERO INDUSTRIAL 2007
2008 2009
VAR. (%)
2009/2008
Indústria de Transformação 13.182 4.283 3.381 -21,1
Produtos Alimentícios 2.260 679 407 -40,1
Bebidas 212 73 39 -46,5
Produtos do Fumo 7 0 0 -
Produtos Têxtil 153 172 21 -87,8
Confecção de Artigos do Vestuário e Acessórios 55 85 11 -87,1
Couros, Calçados e Artefatos 87 187 14 -92,5
Produtos de Madeira 184 66 67 1,3
Celulose, Papel e Produtos de papel 944 174 878 404,6
Impressão, Reprodução de Gravações 16 6 9 45,1
Refino Petróleo, Coque e Biocombustíves 943 352 576 63,6
Produtos Químicos 993 250 100 -60,0
Produtos Farmaquímicos e Farmacêuticos 325 69 24 -65,2
Produtos de Borracha e Material Plástico 576 50 51 2,0
Produtos Minerais Não-Metálicos 223 68 81 19,1
Metalúrgica 1.572 326 410 25,8
Produtos de Metal, exceto Máquinas e Equipamentos 270 64 36 -43,8
Equipamentos de Informática, Produtos de Eletrônica e Ópticos 423 69 12 -82,6
Máq. Aparelhos e Mat. Elétricos 434 166 108 -34,9
Máquinas e Equipamentos 895 220 104 -52,7
Veículos Automotores, Reboques e Carrocerias 1.604 969 196 -79,8
Outros Equipamentos de Transporte, exceto Veículos Automotores 889 150 216 44,0
Móveis 76 77 15 -80,5
Produtos Diversos 32 9 4 -55,6
Manutenção, Reparação e Instalação de Máquinas e Equipamentos 7 2 2 -
NÍVEL MÉDIO DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE INSTALADA E BALANÇA COMERCIAL POR GÊNEROS DA INDÚSTRIA BRASILEIRA
NÍVEL MÉDIO DE UTILIZAÇÃO DA CAP. INSTALADA (%) BALANÇA COMERCIAL - (US$ MILHÕES FOB)
2008 e 2009 Jan-Abr/2009 Jan-Abr/2008DISCRIMINAÇÃO