Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v. 10, n. 1, março 2016| 1 EDITORIAL O Curso de Economia da FAE Centro Universitário apresenta a primeira edição do décimo ano do periódico eletrônico mensal Vitrine da Conjuntura, referente ao mês de março de 2017. Além das seções permanentes, do Panorama Econômico e dos Indicadores, a publicação contém seis artigos. No primeiro texto, o editor da revista descreve os pontos relevantes registrados na trajetória de dez anos do periódico, sublinhando o caráter diversificado e controverso das abordagens voltadas à ampliação da visibilidade do curso e da própria FAE. O segundo artigo, preparado pelo professor Carlos Ilton Cleto, avalia a natureza distinta do clima conjuntural que marcou o começo da Vitrine daquele prevalecente nos dias atuais, caracterizado pelo esfacelamento do estado brasileiro, por conta da intensificação da crise fiscal. A terceira incursão reúne belos depoimentos de ex-alunos da FAE - Aline Carinhas, Ana Sílvia Martins Franco, Camila Kaizer, Diego Pelegrino, Francisco Roberto Fuentes Tavares de Lira, Jaqueline Teleginski e Maria Augusta Peixoto - escorados em relatos de suas experiências na confecção de artigos científicos para a revista. O quarto e o quinto artigos analisam, respectivamente, a situação recessiva da economia brasileira e as conexões entre queda dos juros e recuperação do crédito. Por fim, a sexta contribuição busca relativizar o modismo ensejado pela economia criativa. Excelente leitura. Gilmar Mendes Lourenço Editor.
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EDITORIAL - FAE · 2017-05-05 · Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v. 10, n. 1, março 2016| 1 EDITORIAL O Curso de Economia da FAE Centro Universitário apresenta a primeira edição
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Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v. 10, n. 1, março 2016| 1
EDITORIAL
O Curso de Economia da FAE Centro Universitário apresenta a primeira edição do décimo ano do periódico
eletrônico mensal Vitrine da Conjuntura, referente ao mês de março de 2017. Além das seções permanentes, do
Panorama Econômico e dos Indicadores, a publicação contém seis artigos.
No primeiro texto, o editor da revista descreve os pontos relevantes registrados na trajetória de dez anos do
periódico, sublinhando o caráter diversificado e controverso das abordagens voltadas à ampliação da visibilidade do
curso e da própria FAE.
O segundo artigo, preparado pelo professor Carlos Ilton Cleto, avalia a natureza distinta do clima conjuntural
que marcou o começo da Vitrine daquele prevalecente nos dias atuais, caracterizado pelo esfacelamento do estado
brasileiro, por conta da intensificação da crise fiscal.
A terceira incursão reúne belos depoimentos de ex-alunos da FAE - Aline Carinhas, Ana Sílvia Martins Franco,
Camila Kaizer, Diego Pelegrino, Francisco Roberto Fuentes Tavares de Lira, Jaqueline Teleginski e Maria Augusta
Peixoto - escorados em relatos de suas experiências na confecção de artigos científicos para a revista.
O quarto e o quinto artigos analisam, respectivamente, a situação recessiva da economia brasileira e as conexões
entre queda dos juros e recuperação do crédito. Por fim, a sexta contribuição busca relativizar o modismo ensejado
pela economia criativa.
Excelente leitura.
Gilmar Mendes Lourenço
Editor.
Equipe Técnica
Vitr ine da Conjuntura, Curit iba, v. 10, n. 1 , março 2017
Carlos Ilton CletoEconomista, doutor em Engenharia da Produção pela Universidade
Federal de Santa Catarina e professor da FAE.
Gilmar Mendes LourençoEconomista, mestre em Gestão de Negócios pela Universidade Federal de Santa Catarina, professor da FAE, eleito “O Economista Paranaense Acadêmico do Ano de 2011”, pelo Corecon/PR, e vencedor do Prêmio
“Imprensa”, em 2011, 2012, 2013 e 2014, na categoria gestor de empresa pública, oferecidos pelo grupo Quality TV & Jornais.
Gustavo Nunes MourãoEconomista, mestre em Teoria Econômica pela Universidade
Estadual de Maringá e professor da FAE.
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VITRINE DA CONJUNTURA DA FAE – CAMINHADA DE DEZ ANOS
Gilmar Mendes Lourenço
A Vitrine da Conjuntura, veículo eletrônico mensal de Economia da FAE, completa uma década neste ano de
2017, tendo sido concebida em 2007 e se tornado publicação oficial da instituição em março de 2008. Na época, o
encerramento das atividades do portal FAE Intelligentia, magistralmente conduzidas pela saudosa professora doutora
Eliana Beatriz Donoso Velasco (a Chilena), que envolvia a Escola de Negócios, deixou uma espécie de vazio no campo
das reflexões econômicas de “tiro curto”, capazes de propiciar uma visão panorâmica do cotidiano da economia
brasileira e paranaense.
Ao mesmo tempo, consolidava-se a firme convicção, entre os professores, coordenação e direção da FAE, acerca
da necessidade de conferir maior visibilidade ao Curso de Ciências Econômicas e à própria escola, no ambiente
externo e interno, por meio do estreitamento dos laços com a comunidade. Ao contrário do que supunham os
marqueteiros de plantão, tratava-se de um modo diferente de compreender, retratar e debater a realidade, longe de
representar um novo mecanismo de propaganda da FAE.
O instrumento escolhido para a viabilização desse objetivo foi o desencadeamento de um processo de discussões
de assuntos relacionados ao clima econômico, político e social, em dimensão global, nacional e local, a ser agrupado e
divulgado, de forma rápida e precisa, em uma revista de conjuntura, de periocidade mensal, que assumiria o papel de
autêntica caixa de ressonância do ambiente acadêmico e empresarial, especialmente no âmbito do Estado do Paraná.
Mesmo com a participação predominante de docentes e discentes da FAE, a publicação estaria permanentemente
aberta a contribuições de representantes de diferentes segmentos da sociedade.
Desde então, optou-se pela perseguição da produção ininterrupta de dez edições anuais, cobrindo o intervalo de
tempo compreendido entre março e dezembro do ano corrente, coincidindo com o calendário letivo da FAE.
O procedimento padrão da Revista consiste na busca de incorporação de artigos e colaborações que cubram
temas multidisciplinares, reforçados por estatísticas e incursões macroeconômicas que propiciem, ao leitor (usuário),
visões múltiplas e articuladas da conjuntura planetária, brasileira e paranaense.
É igualmente destinado espaço privilegiado aos ensaios preparados pelos estudantes, brotados notadamente de
participações em diferentes disciplinas, depois de avaliação pormenorizada, por parte dos professores - liderados até
2015 pelo mestre em História Política, Semi Cavalcante de Oliveira -, e inserção de várias recomendações e
aprimoramentos. Afinal de contas, qualquer exposição, em Vitrine, deve priorizar a atração de incontáveis
interessados. Inclusive, algumas contribuições serviram de alicerce para a realização de seminários, abertos ao público
interno e externo, voltados ao debate dos rumos da conjuntura e do pensamento econômico brasileiro.
Há também duas partes permanentes, expressas no panorama e nos indicadores econômicos. A primeira
representa um maravilhoso guia prático de análise de conjuntura, desenvolvido pelo professor doutor Carlos Ilton
Cleto, ainda quando exercia as funções de Consultor Econômico do Gabinete da Presidência da Caixa Econômica
Federal, em Brasília. Aliás, a perfeição é a peculiaridade dos trabalhos do Cleto.
Já a segunda base perene oferece aos interessados uma gama diversificada de séries temporais, essenciais
para a formulação de hipóteses e cenários econômicos. Os parâmetros dessa atividade foram definidos pelo
professor doutor Christian Luiz da Silva, operados pelo professor doutor Lucas Lautert Dezordi e professora mestre
Leide Albergoni Bilinski, revistos e aprofundados pelas professoras doutora Heloisa Puppi e mestra Solidia Elizabeth
dos Santos, e implantados e consolidados, com excelência técnica, pelo professor Gustavo Nunes Mourão, mestre e
doutorando em Economia. Dos seis, quatro (Christian, Heloisa, Solidia e Gustavo) são “pratas da casa”, formados
pela FAE.
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Operacionalmente, a Revista funciona de maneira
diferenciada das tradicionais abordagens conjunturais que,
normalmente, apresentam esboços de pautas pré-definidas e
seções fixas, baseadas na categorização de indicadores.
O funcionamento da Vitrine reproduz maior flexibilidade,
permitindo que os assuntos aflorem ao sabor dos acontecimentos
econômicos mais relevantes, tangenciados pelos ventos políticos.
O tratamento dispensado a cada tema mostra-se
essencialmente polêmico e até provocativo, justamente na
perspectiva de despertar o salutar confronto de ideias e o cotejo
de opiniões, aspectos fundamentais para o fortalecimento de
ações voltadas à melhor compreensão das flutuações cíclicas da
economia, da sociedade e da política, à feitura de cenários
prospectivos e à subsequente tomada de decisão dos agentes
sociais. Quanto mais farta a mesa de opções mais adequadas e
acertadas serão as escolhas estratégicas.
Por outro ângulo de descrição, o surgimento da Vitrine ocorreu em um momento de fadiga do movimento de
financeirização da riqueza, em escala internacional, protagonizado desde os anos 1980 e que passou a exibir rota cadente
desde fins de 2006, chegando ao vale em setembro de 2008, com a quebra do banco de investimentos norte americano
Lehman Brothers, no ápice da crise do subprime, ou mercado hipotecário de segunda linha dos Estados Unidos.
Em paralelo, a política econômica brasileira, depois de ter eliminado a hiperinflação e ensejado a aplicação do maior
programa oficial de transferências de renda de que se tem notícia no mundo, a partir de 1994, começou, em 2005, a,
deliberadamente, destruir os fundamentos da estabilização, favorecer o mergulho do setor público em um oceano de
crise fiscal, sem precedentes na história republicana, e induzir ao aborto de um ciclo sustentado de crescimento.
A consideração analítica de tais perturbações passou a fazer parte da rotina da Vitrine e fortalecer o papel
histórico do Curso de Economia da FAE, representado pelo acompanhamento criterioso dos eventos e questões,
sintetizados em oportunidades e ameaças, relevantes ao desenvolvimento econômico e social do País e do Paraná.
Não por ocaso, trata-se do melhor ensino privado de economia no Estado, segundo avaliação realizada pelo Ranking
Universitário do Jornal Folha de São Paulo (RUF), em 2016.
Por fim, convém sublinhar que a consolidação do periódico impõe árduos esforços no sentido da ampliação da
participação de alunos e professores da FAE nos debates de problemas que afligem a sociedade brasileira e local.
Curiosamente, é fácil perceber, a par do acirramento das manifestações e do debate democráticos, verificado nos últimos
tempos no País, a escassez de produções de ideias e proposições acadêmicas consistentes, desprovidas de radicalismos
ideológicos. Urge virar esse jogo, sobretudo se se deseja construir um projeto de nação para a próxima década.
Por essa ordem de desafios, é alentador constatar que o Curso de Economia da FAE, em geral, e a Vitrine, em
particular, reúnem todas as condições técnicas e operacionais para capitanear uma empreitada dessa natureza que
poderá reunir intelectuais, técnicos, professores, representantes das classes política, empresarial e dos trabalhadores.
Até porque, não seria ocioso destacar que o periódico tem servido como elemento útil no suprimento de três
vetores de demanda: a facilitação do entendimento da evolução das principais variáveis econômicas (em escala
mundial, nacional e local); a realização e/ou aprofundamento de estudos e pesquisas; e a elaboração de previsões
macroeconômicas e exercícios de definições de ações, por agentes públicos e privados.
Por tudo isso, a publicação armazena um arsenal nada desprezível de dados, informações e indicadores,
quantitativos e qualitativos, com o qual especificamente os estudantes poderão confirmar e aprofundar ou até negar
os aspectos capturados em classe, e, por meio da montagem de pressuposições, apreenderem a edificar os pilares do
planejamento, a marca registrada dos profissionais economistas.
A Vitrine funciona de maneira
diferenciada das tradicionais
abordagens conjunturais ao
permitir que os assuntos
aflorem ao sabor dos
acontecimentos econômicos
mais relevantes, tangenciados
pelos ventos políticos.
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DÉCIMO ANO DA VITRINE DA CONJUNTURA
Carlos Ilton Cleto
Com muito orgulho comemoro a entrada no décimo ano da Vitrine da Conjuntura. Coloco-me, com alguma
prepotência, como um dos idealizadores deste veículo. Lembro-me dos idos de 2006, quando retornei à FAE, após um
tempo de gratificante experiência profissional em Brasília e fui fraternalmente recebido pelos amigos Eliana, de quem
sempre recordo com especial carinho, Gilmar, Christian, Semi, Lucas, Heloísa, entre outros tantos colegas de
dedicação acadêmica.
Retornei em setembro daquele ano e no início de outubro já estava novamente em sala, na minha segunda casa,
a FAE. Em conversa com os já citados pares, idealizávamos uma publicação econômica da FAE. Cercado de pessoas a
quem sempre admirei, montamos a Vitrine.
A intenção era realizar uma publicação eletrônica mensal que trabalhasse a conjuntura econômica nacional e
regional, permeando com as dificuldades estruturais da economia brasileira. Minha contribuição, desde o início, foi
centrada no Panorama Econômico, que trata a grande parte dos indicadores econômicos que servem como
termômetro da situação econômica.
Algumas considerações sobre as condições econômicas de quando teve início a Vitrine da Conjuntura,
comparadas com o quadro econômico atual tornam-se interessantes. Em 2007, os indicadores econômicos
apontavam para um retrato muito mais positivo do que a atual, pois o produto interno bruto (PIB) daquele ano
apresentou taxa de crescimento de 6,07%, sendo sucedido em 2008, por variação de 5,09%, diminuindo para
negativos -0,13% em 2009 e crescendo, com muitos gastos fiscais e política monetária e de crédito extremamente
frouxas, para 7,53% em 2010.
Enquanto isso, a inflação, medida pelo índice nacional de preços ao consumidor amplo (IPCA) foi de 4,46%, no
fechamento de 2007, com uma taxa de juros SELIC (sempre alta) de 13,25% ao ano, em janeiro, chegando a 11,25%
a.a., em dezembro. Ao longo deste período o percentual mais baixo da SELIC foi de 7,25% a.a., entre o final de 2012 e
início de 2013.
Atualmente o PIB de 2016 fechou com queda de cerca de -3,5%, seguindo declínio de -3,77% em 2015, a inflação
do ano passado foi de 6,29%, casualmente dentro da meta, uma vez que projeções anteriores do próprio Banco
Central apontavam que este patamar somente seria atingido ao longo de 2017. Em 2015 a inflação chegou a 10,67%.
Salientando que apesar da profunda recessão, a taxa SELIC, apesar das reduções recentes, segue em 12,25% a.a.
Os resultados fiscais daquele ano se mostravam muito mais saudáveis do que os atuais, o resultado primário do Setor
Público, em 2007, foi superavitário em 3,24% do PIB, e o resultado nominal apresentou déficit de apenas 2,47% do PIB.
Nos dias atuais, a degradação fiscal alcança padrões
assustadores. De superávits primários obtidos até 2013, em 2014,
passou-se para um déficit primário de -0,56% do PIB, crescendo
para -1,85%, em 2015, e chegando a -2,47%, em 2016, como
consequência de uma política de gastos exagerados e inócuos
sobre o sistema econômico. Os resultados nominais, sempre
deficitários foram 5,95% do PIB, em 2014, atingindo absurdos
10,22%, em 2015, e recuando, apesar de ainda em patamar
extremamente elevado, para 8,93%, em 2016.
A dívida líquida total do setor público foi de 44,55% do PIB, em
2007, lembrando que ela vinha em queda desde 2002, quando havia
chegado a 59,93% do PIB. A dívida atual não difere muito da de
2007, estando em 45,91%, porém, vem apresentando crescimento
como proporção do PIB desde 2013, quando chegou a 30,5%.
A degradação fiscal alcança
padrões assustadores,
como consequência de uma
política de gastos públicos
exagerados e inócuos sobre
o sistema econômico.
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O presente panorama fiscal requer parcimônia e austeridade, o que deve agravar a recessão econômica, uma vez
que imporá elevação da carga tributária e corte de gastos públicos. Ou seja, os condutores da política econômica
perderam o seu “braço fiscal”, ao menos no que tange a um eventual estímulo sobre os níveis de atividade.
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O DÉCIMO ANO DA VITRINE – DEPOIMENTOS DE EX-ALUNOS DA FAE
Aline Carinhas
Décimo ano de Revista. É um marco e deve ser comemorado, ainda mais se olharmos para cada um que teve a
oportunidade de nela publicar e todos os seus desdobramentos acadêmicos após sua publicação. Como não seria
plausível falar pelos demais, conto a minha breve história com o periódico e como ela foi um divisor de águas para as
minhas experiências acadêmicas dentro da instituição de ensino FAE.
Sempre tive o costume de escrever minhas percepções sobre os acontecimentos, fossem eles históricos ou não,
mas em momento algum, em minha adolescência e vida adulta, imaginei que isso seria um diferencial. Longe disso,
tratava esse costume como um hobby.
Logo no começo da faculdade, tive o prazer de ter como mestre em sala de aula, o professor Gilmar Lourenço
que, em um de seus trabalhos para a nossa classe, solicitou que respondêssemos algumas perguntas e entregássemos
a ele. Naquele momento, fiz o meu melhor para responder todas as questões e colocar complementos literários e
demais percepções, claro que visando uma excelente avaliação. Minha surpresa veio quando, além da “boa nota”, fui
convidada para colocar aquelas respostas em formato de artigo, para a revista econômica da faculdade.
O artigo foi publicado e recebi felicitações até de outros professores da instituição, que leram o texto e gostaram
dos meus apontamentos. Por causa desse artigo, escrevi mais um e parti para uma tentativa de ser escolhida para o
Programa de Iniciação Científica da FAE, que seria mais um desafio, já que, a meu ver, seria quase um TCC com uma
doutora. Fui aceita, mas tenho ciência de que não o seria se não tivesse publicado aqueles dois artigos, e não apenas
por ter isso no currículo, mas pelos ensinamentos que tive ao longo do processo de produção do texto e do PAIC.
Tenho muito a agradecer à Revista que, para mim, foi um divisor de águas que me colocou nos trilhos das
publicações e me fez refletir o que eu gostaria de fazer ao longo de minha carreira.
Ana Sílvia Martins Franco
A Vitrine da Conjuntura contempla excelentes artigos acerca do cenário econômico do Paraná, do Brasil e do
mundo. Aborda temas concernentes à indústria, emprego, comércio, inflação, comércio exterior, políticas
macroeconômicas, com análises sobre as principais pesquisas de divulgação mensal.
Os textos servem de embasamento tanto para acadêmicos do curso de Economia e profissionais da área, quanto
para empresários, em suas tomadas de decisões, bem como para a sociedade em geral, para a compreensão da
dinâmica dos agentes econômicos. É uma importante ferramenta para que docentes, discentes e demais cidadãos
exponham seus artigos e debatam sobre assuntos concernentes ao panorama econômico.
Desde que era aluna da FAE, acompanho as publicações para me inteirar, atualizar ou aprofundar nas questões
conjunturais. Fico muito feliz em ter dado minha contribuição para a revista, que considero um dos melhores
periódicos de Economia.
Camila Kaizer
Participar da revista Vitrine da Conjuntura foi uma experiência muito gratificante. A oportunidade de contribuir com
um veículo que nos oferece um quadro atualizado do momento econômico e traz reflexões para a prática profissional e
acadêmica foi expressiva para o entendimento e aprofundamento das questões com que nos deparamos diariamente.
A par da extrema competência na atuação do grupo da Revista, a abertura deste espaço para envolvimento dos
acadêmicos na produção das pesquisas ressalta o comprometimento da equipe na posição de docentes e, ao mesmo
tempo, a qualidade da nossa formação. Parabéns a todos os envolvidos pelo excelente trabalho realizado ao longo
destes dez anos!
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Diego Pelegrino
Foi com muita satisfação que pude, junto com minhas colegas, contribuir com a edição da revista eletrônica
Vitrine da Conjuntura. O professor mestre Gilmar Lourenço nos incentivou e nos deu todo o suporte durante o
processo de elaboração do artigo acadêmico “Cooperativas do Paraná: Uma Abordagem Histórica”. Com isso, criou
uma atmosfera que fez com que nos interessássemos em pesquisar e descobrir mais conteúdos e dados envolvendo o
assunto proposto.
Assim, nossa equipe pôde trabalhar de modo produtivo, trocando conhecimentos, exercitando e aprimorando
nossa capacidade analítica para que pudéssemos cruzar os dados históricos com as teorias econômicas. Além de
contribuir com a revista, que traz periodicamente análises de indicadores e da conjuntura econômica, pude me
aprimorar e aplicar na prática o que aprendi em sala de aula. Por isso, foi uma enorme honra ter, na edição do mês de
agosto de 2016, um artigo publicado dentre os trabalhos realizados pela brilhante equipe técnica da revista.
Francisco Roberto Fuentes Tavares de Lira
Quando estava FAE, me dedicava a estudar com o propósito de me tornar um economista - ingenuamente, mal
sabia que estudar não é um meio, mas o fim para um economista - me foi apresentada a oportunidade de escrever
para a Vitrine da Conjuntura.
As minhas contribuições para o espaço ajudaram na minha formação como economista, ao permitirem a
construção de senso critico, porém, mais importante, me oportunizaram praticar a escrita. Diz-se que um economista
que não escreve é como um engenheiro que não sabe física: incompleto.
O tempo mostrou que esse ditado era verdadeiro, pois, apesar das diversas demandas do mercado pelo
economista, é imprescindível para a profissão a capacidade de colocar no papel os mais complexos pensamentos e,
mais importante, de maneira simples. Posso dizer que a Vitrine da Conjuntura contribuiu para eu ser o economista
que sou hoje.
Jaqueline Teleginski
Participar da Vitrine da Conjuntura foi uma experiência gratificante. Cursava o 4º ano do curso de Ciências
Econômicas e o pensamento constante era trabalho de conclusão de curso. Fazer parte da revista ajudou muito no
processo de desenvolvimento da escrita e posterior apresentação do trabalho, pois além da publicação do artigo
naquele ano (2010), houve a apresentação do mesmo em um Seminário especial, preparado pelo Curso de Economia
da FAE. Bela lembrança do meu tempo de estudante.
Meu tema foi Gudin e o Pensamento Liberal. Nunca esqueci. Tal evento desencadeou emoções: medo de falar
em público, insegurança de apresentar um artigo escrito meramente como atividade curricular e ansiedade antes das
primeiras palavras. Mas, ao final, os alunos participantes, assim como eu, sentiram-se realizados por serem capazes de
expor um pouco do aprendizado em sala de aula diante de um auditório repleto de colegas de curso e professores.
Em uma segunda oportunidade participei do projeto com a publicação de um trabalho em grupo, desenvolvido
com alguns colegas de sala, que hoje são amigos para a vida toda. Escrevemos um artigo sobre o Produto Interno
Bruto do País, tema sempre presente durante a formação dos economistas e de expressiva importância para todos os
brasileiros em seu cotidiano. Afinal, mensura nossas rendas e também expõe a desigualdade e a incapacidade
gestacional com que elas são usadas.
A Vitrine da Conjuntura vem oferecendo aos alunos a oportunidade de aprender fazendo, deixando-os mais
próximos dos assuntos econômicos do momento, e partilhar índices econômicos relevantes para uso durante a vida
acadêmica e, posteriormente, no dia a dia profissional e pessoal, ao longo de seus 10 anos de publicações.
Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v. 10, n. 1, março 2017| 3
Maria Augusta Peixoto
O envolvimento de discentes na elaboração da Vitrine da Conjuntura, por meio da produção dos textos componentes
da revista, é uma experiência de grande valia. No meu caso, representou a oportunidade de aprofundar conhecimentos
relativos a um tópico inicialmente abordado em sala de aula, do qual, para mim, acrescia especial interesse.
A elaboração do artigo retratou a possibilidade de criação conjunta, ao lado de colegas queridos e associada às
valiosas sugestões e correções do professor Gilmar. Ao habilitar a publicação da contribuição acadêmica de
estudantes, na Vitrine, o professor proporciona, aos interessados em cooperar, a participação no debate e reflexão de
questões econômicas, além da chance de permutar informações, construir entendimentos e expandir compreensões
acerca da história e atualidade da economia regional e brasileira.
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FIM DA RECESSÃO BRASILEIRA?
Gilmar Mendes Lourenço
A identificação de indicadores econômicos positivos, no final de 2016, ainda que localizados e de reduzida
magnitude, ao lado de sinalizações de retorno da confiança de empresários e consumidores, neste começo de 2017,
sob a influência, sobretudo, da ação acertada, embora demorada, do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco
Central (BC), de construir uma rota de corte mais pronunciados nos juros, oportunizou a feitura de diagnósticos de
que a instabilidade teria chegado ao fundo do poço e o País estaria finalmente escapando do abismo recessivo.
Do ponto de vista técnico, o quadro depressivo desaparecerá quando, de maneira generalizada, as estatísticas das
diversas variáveis subjacentes aos níveis de atividade superarem as verificadas no mesmo período do ano antecedente.
Nessa perspectiva, parece até razoável admitir e projetar a ocorrência desse fenômeno ainda no primeiro trimestre de
2017, auxiliada pela base de comparação bastante deprimida, erguida entre janeiro e março de 2016.
Contudo, convém advertir que o comportamento da produção e dos negócios no princípio do ano é
tradicionalmente determinado pela ampliação das encomendas do comércio à indústria, visando à recomposição dos
estoques comerciais, desovados com a movimentação de vendas de final de ano que, por sinal, em 2016, revelaram a
pior performance desde que a conjuntura de varejo é alvo de mensuração pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
Há igualmente a apreciável interferência da colheita, comercialização, processamento industrial e exportação
dos produtos do agronegócio que, em tempos de estabilização de preços nos mercados globais, devem ativar os fluxos
de renda, de uma forma pulverizada geograficamente, e provocar efeitos multiplicadores em um número nada
desprezível de cadeias de valor acopladas a esse segmento.
No fundo, o efeito do agro, no primeiro trimestre, abarca a repetição do que ocorre praticamente em todos os
anos, exceto por ocasião de frustrações de safra, associadas a problemas climáticos, ou compressão das cotações
internacionais dos alimentos, costumeiramente motivada por declínio de demanda ou circunstâncias de oferta
excessiva. Até porque, não fosse a produtividade e competitividade do agronegócio, cada vem menos preso às
amarras da ineficiência governamental, as contas externas da nação estariam em situação de irremediável colapso.
Por certo, no plano doméstico, a combinação de alguns elementos virtuosos, em paralelo ao lançamento de uma
agenda de reformas, gestados em 2016, permite a captação e observação de horizontes menos turvos, a eliminação
da sensação de barco à deriva e, por extensão, o regresso dos componentes essenciais ao alargamento temporal da
previsibilidade dos agentes.
Dentre os itens favoráveis, sobressai o acentuado decréscimo da inflação, surpreendendo os mercados e a
própria equipe econômica, oportunizado por recessão inédita, em intensidade e duração, que ensejou o
abrandamento das posturas conservadoras da autoridade monetária. Apenas para ilustrar, a inflação, medida pelo
índice nacional de preços ao consumidor amplo (IPCA) foi de 5,35% no ano encerrado em janeiro de 2017, versus
6,29% nos doze meses imediatamente anteriores. Já o produto interno bruto (PIB) caiu -9,5% entre abril de 2014 e
dezembro de 2016.
Os demais ativos reúnem a prospecção de posições fiscais de restauração do equilíbrio orçamentário, em longo
prazo, fruto da imposição de tetos constitucionais à evolução dos gastos públicos federais, e encaminhamento, pelo
executivo ao legislativo, de indiscutíveis avanços institucionais, como a proposta de um novo arcabouço
previdenciário e a reforma de aspectos da legislação trabalhista.
Só que a legitimidade de tais empreitadas esbarra no desenrolar das investigações da operação Lava Jato que, a
julgar pela multiplicação das delações premiadas dos executivos das corporações públicas e privadas envolvidas deve,
paradoxalmente, atingir apreciável fração dos parlamentares encarregados da discussão e formulação de
modificações no modus operandi do tecido econômico e social do País.
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Por tudo isso, a retomada do fôlego da economia brasileira,
sem o uso contínuo de aparelhos, deve ser recebida com
redobrada cautela. Na melhor das hipóteses, será um estágio de
reerguimento amparado na ocupação das enormes margens de
ociosidade, acumuladas durante a fase de prolongada retração, em
um ambiente de massa de salários cadente, com o desemprego
recorde e o encolhimento dos rendimentos reais, mesmo com a
queda da inflação, e endividamento e inadimplência ainda em
patamares extremamente elevados.
Levantamento efetuado pelo Serviço de Proteção ao Crédito
(SPC) Brasil e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL)
apontou que 46% dos brasileiros atrasaram ou suspenderam a
quitação de pelo menos uma conta em 2016, contra 53% em 2015. Os pagamentos mais afetados foram cartão de
crédito (19%), conta de luz (17%) e internet (13%). Deste universo, 65% tiveram ou estão negativados, versus 68% no
ano anterior, especialmente aqueles integrantes das categorias sociais C, D e E (69%). Em fins de 2016, 58,3 milhões
de pessoas (39% da população adulta) figuravam em relações de inadimplentes.
Sem contar as incertezas oriundas do front externo, determinadas pelas posições nocivas ao funcionamento do
comércio global, manifestadas pelo novo governo dos Estados Unidos que, em uma pressuposição otimista, devem
brecar acenos de sincronização da recuperação econômica mundial e punir estados com finanças públicas
cronicamente abaladas.
A retomada do fôlego da
economia brasileira, sem o
uso contínuo de aparelhos,
deve ser recebida com
redobrada cautela.
Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v. 10, n. 1, março 2017| 1
NÃO HÁ CAPITALISMO SEM CRÉDITO
Gilmar Mendes Lourenço
A nova redução de 0,75 ponto percentual da taxa Selic, representando recuo de 13,0% ao ano para 12,25% a.a.,
definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, no encontro de 22 de fevereiro de 2017,
confirma a continuidade do afrouxamento do garrote monetário, iniciado de forma moderada em fins de 2016 e
intensificado neste começo de ano. Trata-se do quarto corte seguido, que serviu para colocar os juros básicos do País
no menor patamar desde janeiro de 2015.
Mais uma vez a autoridade monetária demonstrou firme convicção acerca da consistente trajetória de declínio
da inflação, propiciada pela profunda e prolongada recessão que atinge o País desde o princípio de 2014 e que, ao
contrário do que avalia parcela expressiva dos meios especializados, defendendo que os negócios já desenhariam um
ciclo de retomada, parece aproximar-se de uma situação de “nado no do fundo do poço”.
A esmagadora maioria dos indicadores correntes aponta que, na mais tolerante interpretação, o quadro
econômico teria parado de piorar. Ademais, o elevado grau de endividamento e inadimplência dos consumidores, as
taxas recordes de desemprego, a multiplicação do passivo das empresas e a enorme capacidade produtiva ociosa do
parque industrial representam barreiras nada desprezíveis à recuperação da demanda doméstica (consumo e
investimento).
Sem contar que a condição de Estado quebrado, em face da combinação entre deterioração da gestão e
malversação dos recursos, agravada pelo fortalecimento das cadeias de corrupção, formadas especialmente por
representantes dos poderes constituídos e grandes empreiteiras, inibe e, em certos casos anula, a capacidade de
inversão do setor público, em clima ainda inóspito às privatizações, conduzidas institucionalmente por um quase
ministro citado em delações premiadas da Lava Jato.
Nessas circunstâncias, a conduta do BC constitui exceção, não regra, de uma orientação econômica expansiva.
Por certo, a superação da depressão exige expressiva ampliação e barateamento da oferta de crédito. Conforme o BC,
a relação crédito/PIB decresceu de 53,2% do PIB, em janeiro de 2016, para 48,7% do PIB, em janeiro de 2017.
Até porque, a ciência econômica ainda não conseguiu inventar capitalismo sem crédito. Por isso, a dimensão do
decréscimo da Selic precisa contaminar os demais elos e modalidades de financiamento. Enquanto a taxa média de
juros situava-se, em janeiro de 2017, em 32,8% a.a., as praticadas no desconto de duplicatas, crédito pessoal, cheque
especial e cartão de crédito rotativo estavam em 34,7% a.a., 61,6% a.a., 328,3% a.a. e 486,8% a.a., respectivamente.
É importante reconhecer que a inadimplência é alta, por conta da queda da massa de salários (diminuição dos
rendimentos e subida da desocupação). Mas é impossível ignorar o poder de mercado do oligopólio bancário no
Brasil, amparado em estilo de funcionamento propenso às operações de tesouraria, atreladas à rolagem da dívida
mobiliária federal, desprovida de riscos, que rendem lucros estratosféricos, inibem a competição e encurtam e
encarecem o volume de recursos destinados ao giro da roda da economia real.
Apenas como ilustração, quatro entidades (Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Caixa Econômica Federal) atuantes
por aqui detêm 72,4% dos ativos do sistema no Brasil, contra 43%, no ano de 2000, o que permite o levantamento da
hipótese, pouco confortável, de que, sem amplas alterações no arcabouço financeiro vigente, o desencadeamento de
ondas descendentes da Selic pode não beneficiar o tomador final, notadamente em situação de arrefecimento das
pressões inflacionárias que, produz, inclusive, a subida dos juros reais.
A reativação sustentada dos níveis de atividade também requer a colaboração da perna fiscal, ainda presa a
promessas de ajuste, ancoradas na aplicação do teto dos gastos e na reforma da previdência, em tramitação no
Congresso Nacional, instância de credibilidade, na melhor das hipóteses, duvidosa.
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NOTA: Índice Ibovespa é o valor atual, em moeda corrente, de uma carteira teórica de ações constituída em 2/1/1968 (valor-base: 100 pontos), a partir de uma aplicação hipotética. Supõe-se não ter sido efetuado nenhum investimento adicional desde então, considerando-se somente os ajustes efetuados em decorrência da distribuição de proventos pelas empresas emissoras (tais como reinversão de dividendos recebidos e do valor apurado com a venda de direitos de subscrição, e manutenção em carteira das ações recebidas em bonificação). Dessa forma, o índice reflete não apenas as variações dos preços das ações, mas também o impacto da distribuição dos proventos, sendo considerado um indicador que avalia o retorno total de suas ações componentes (IBOVESPA).
INDICADORES
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INDICADORES
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PREÇO MÉDIO MENSAL E NOMINAL NO ATACADO EM REAIS (R$) DE PRODUTOS AGRÍCOLAS
FONTE: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA); CONAB; SEAB-PR NOTA: Cotação para o arroz longo fino agulhinha. Sinal convencional utilizado: ... Dado não disponível
INDICADORES
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INDICADORES DO MERCADO FINANCEIRO NACIONAL E INTERNACIONAL
FONTES: (1) Banco Central do Brasil, (2) Bovespa (Índice de Fechamento do último dia útil do mês), (3) Dow Jones, (4) Nasdaq NOTA: Para os anos de 2005 a 2008, os valores referem-se ao mês de dezembro, exceto para emissão de debênture que é o total do ano. Sinal convencional utilizado: ... Dado não disponível.
FONTE: CONAB – Levantamento 5 – FEV/2017 (disponível em: www.conab.gov.br) Nota: Estoque de passagem – Algodão, feijão e soja: 31 de dezembro – Arroz 28 de fevereiro – Milho 31 de janeiro e Trigo 31 de julho.