OBESIDADE INFANTIL: UMA ASSOCIAÇÃO DE HÁBITOS COMPORTAMENTAIS EM ESCOLARES DA REDE PÚBLICA E PRIVADA DE LINS-SP Lucineio Gonçalves dos Santos – [email protected]Renan Augusto Almeida de Oliveira- [email protected]Vinícius Gomes da Silva - [email protected]Graduandos em Educação Física Bacharelado Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Profº Orientador Dagnou Pessoa de Moura– Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium –[email protected]RESUMO Este trabalho teve como objetivo avaliar o estado nutricional de estudantes do ensino fundamental I com idades entre seis à dez anos e, seus hábitos comportamentais como norteadores para a obesidade infantil. Tratou-se de um estudo transversal descritivo composto por duas amostras; uma escola pública e outra privada, totalizando 50 estudantes da cidade de Lins. Através da aferição das medidas antropométricas para avaliar a composição corporal, os percentis foram afixados de acordo com as Curvas de crescimento da Organização Mundial da Saúde de 2007. Os resultados revelaram que a prevalência de crianças obesas foi maior entre os estudantes da escola privada (meninas 20,11 ± 3,71 / meninos 19,28 ± 3,91) em relação aos estudantes da escola pública (meninas 18,04 ± 4,19 Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul- dez de 2016
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Universitári@ - salesianolins.br · Web viewA obesidade infantil é um estado nutricional de excesso de peso. ... houve entre 2002 á 2009 melhora na ... (tabela 04). Tabela 04:
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OBESIDADE INFANTIL: UMA ASSOCIAÇÃO DE HÁBITOS COMPORTAMENTAIS EM ESCOLARES DA REDE PÚBLICA
Caminhando 0% 4,34% 4,34% 0% 8,68%Fonte: elaborado pelos autores, 2017.
A pesquisa evidenciou atividades como movimentos corporais (dança),
pedalar (bicicleta) e futebol por representarem as opções esportivas que mais se
enquadram no perfil etário dos estudantes brasileiros por gênero. Assim, convém
que, a dança é unânime entre as meninas e o futebol entre os meninos, a bicicleta
se enquadra no perfil bi gênero.
Entre os estudantes da escola pública, a dança era praticada todos os dias
em todos os quartis (11,11%), exceto no de estudantes obesos (3,70%). Na
somatória dos estudantes de baixo peso o volume (29,62%) e intensidade (29,62%),
representaram os maiores percentis e, os obesos, os menores, 22,21% para o
volume e 22,20% para a intensidade. Os estudantes da escola privada disseram
praticar a dança uma vez na semana (56,51% do volume total), com referencial de
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intensidade rápida (51,83% da intensidade total), sendo que a intensidade dos
quartis baixo peso e obeso foi igual em todos os níveis (tabela 05).
Tabela 05: Dança, volume e intensidade.Devagar Rápido Bem Rápido Final de Semana Na semana Todos
os dias
PÚBLICA1º Qt
2º Qt
3º Qt
4º Qt
Total
3,70%
3,70%
0%
7,40%
14,80%
14,81%
11,11%
18,51%
7,40%
51,83%
11,11%
7,40%
7,40%
7,40%
33,31%
14,81%
11,11%
7,40%
3,70%
36,72%
3,70%
0%
7,40%
14,81%
25,91%
11,11%
11,11%
11,11%
3,70%
37,03%
PRIVADA1º Qt 4,34% 17,39% 4,34% 13,04% 13,04% 0%
2º Qt 0% 21,73% 4,34% 4,34% 13,04% 8,69%
3º Qt 0% 13,04% 8,69% 4,34% 13,04% 4,34%
4º Qt 4,34% 17,39% 4,34% 4,34% 17,39% 4,34%
Total 8,68% 69,55% 21,71% 26,06% 56,51% 17,37%Qt= quartil.Fonte: elaborado pelos autores, 2017..
Os estudantes da escola pública disseram praticar futebol todos os dias
(44,42%), sendo que a intensidade rápida apresentou o maior percentil total dos
quartis (40,72%). Para os estudantes da escola privada o percentil das variáveis do
volume para a prática do futebol, escorreu de forma equalizada entre os quartis,
ficando a prática semanal com o maior percentil (39,11%) (tabela 06).
Tabela 06: Futebol, volume e intensidade.
Devagar Rápido Bem Rápido Final de semana
Na semana
Todos os dias
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PÚBLICA1º Qt
2º Qt
3º Qt
4º Qt
Total
7,40%
7,40%
3,70%
11,11%
29,61%
18,51%
11,11%
3,70%
7,40%
40,72%
3,70%
3,70%
18,51%
3,70%
29,61%
14,81%
7,40%
0%
7,40%
29,61%
7,40%
0%
7,40%
11,11%
25,91%
7,40%
14,81%
18,51%
3,70%
44,42%
PRIVADA1º Qt
2º Qt
3º Qt
4º Qt
Total
4,34%
0%
4,34%
13,04%
21,72%
13,04%
4,34%
8,69%
8,69%
34,58%
8,69%
21,73%
8,69%
4,34%
43,45%
13,04%
4,34%
4,34%
4,34%
26,06%
8,69%
13,04%
4,34%
13,04%
39,11%
4,34%
8,69%
13,04%
8,69%
34,76%
Fonte: elaborado pelos autores, 2017. / Qt= quartil.
Sobre as questões que se referiam á atividade física com bicicleta (pedalar),
os estudantes da escola pública obtiveram grande percentual quanto ao volume,
onde 55,54% na somatória dos quartis, relataram pedalar todos os dias e com
intensidade bem rápida 40,73%. Os estudantes da escola privada pedalavam com
maior intensidade, porém o volume era pouco mais que a metade no quesito diários
quando comparados com os estudantes da escola pública, 26,06% (tabela 07).Tabela 07: Bicicleta, volume e intensidade.
Devagar Rápido Bem Rápido Final de semana
Na semana Todos os dias
PÚBLICA1ºQt
2ºQt
3ºQt
4ºQt
Total
7,40%
11,11%
3,70%
3,70%
25,91%
11,11%
7,40%
7,40%
7,40%
33,31%
11,11%
3,70%
14,81%
11,11%
40,73%
14,81%
14,81%
3,70%
7,40%
40,72%
0%
0%
0%
3,70%
3,70%
14,81%
7,40%
22,22%
11,11%
55,54%
PRIVADA1ºQt
2ºQt
3ºQt
4ºQt
Total
4,34%
4,34%
0%
4,34%
13,02%
8,69%
13,04%
8,69%
13,04%
43,46%
13,04%
8,69%
13,04%
8,69%
43,46%
8,69%
17,39%
8,69%
13,04%
47,81%
13,04%
4,34%
4,34%
4,34%
26,06%
4,34%
4,34%
8,69%
8,69%
26,06%
Fonte: elaborado pelos autores, 2017. Qt= quartil.DISCUSSÃO
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A presente pesquisa revelou que a obesidade infantil é, de fato, um problema
de saúde pública no Brasil e atinge todas as esferas da população. A prevalência de
obesidade é elevada entre os estudantes da rede privada (20,11% meninas e
19,28% meninos). Entretanto, os dados coletados na rede pública (18,04% de
meninas e 17,31% de meninos) também são alarmantes para as populações de
níveis socioeconômicos menores. Batista Filho; Rissin (2003), já demonstravam o
crescimento dos índices da obesidade em todos os níveis socioeconômicos.
Porém, esta pesquisa se contrapôs aos estudos realizados por Spinelli et al
(2010) com estudantes da rede privada, onde os valores de 16,08% e 13,02%
atribuídos aos meninos e meninas respectivamente, com idade de 6 à 9 anos, foi
inversamente contrários aos desta pesquisa. Dessa forma, esta pesquisa
demonstrou que o perfil da obesidade infantil entre os gêneros é irrelevante, com
apontamento do percentil obeso maior para o gênero feminino.
A pesquisa apontou também diferença significativa quanto á prática de
atividades físicas. Se por um lado os estudantes da rede privada fazem atividades
com maior intensidade, mas em poucos dias da semana, por outro os estudantes da
rede pública praticam com maior volume, ou seja, fazem atividades físicas com
maior frequência, consequentemente o gasto calórico é mais eficiente, contribuindo
para que os índices de IMC/idade desta pesquisa sejam menores nesta amostra.
Com relação ao tempo de ocupação no lazer, as meninas estão mais
suscetíveis ao sedentarismo ou atividades pouco ativas como exemplo assistir TV
ou ajudar em tarefas domésticas. O que explica maior percentual de obesidade entre
elas em comparação aos meninos, que preferem brincar ou praticar esportes.
A questão do nível sócio econômico tem influência direta no sobrepeso e
obesidade das crianças, de modo que, a maior disponibilidade de alimentos torna
parte do problema com os maus hábitos pouco saudáveis de alimentação. Um
completo paradoxo, pois quanto maior o nível sócio econômico, maior o grau de
instrução dos pais em adotar comportamentos de alimentação menos prejudiciais
(CASTRO, 2013).
CONCLUSÃO
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Os resultados desta pesquisa concluíram que os valores do percentual médio
do IMC/idade dos avaliados obteve uma diferença significativa de 2 kg/m2 entre os
gêneros e também entre as escolas.
A elevada frequência de obesos entre o total dos estudantes, reforça o
processo de aumento da disponibilidade alimentícia ocorrido no Brasil nas últimas
décadas e que, independente do perfil socioeconômico dos estudantes, carecem de
informações contundentes por parte da família e dos órgãos públicos e privados no
tratamento á obesidade. Assim como a necessidade intervenção de todos os
segmentos da sociedade, principalmente mudanças que devam ser inseridas nos
hábitos comportamentais.
REFERÊNCIAS
BARROS, M.V.G.; NAHAS, M.V. Teoria e aplicação em diversos grupos populacionais, Medidas da atividade física. Londrina: Midiograf, 2003.
BATISTA FILHO, M.; RISSIN, A. A transição nutricional no Brasil: tendências regionais e temporais. Cad. Saúde Pública, v.19, n. 1, p.181-191, 2003. Disponívelem:<https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/2132.pdf>. Acesso em: 18set. 2017.
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OLIVEIRA,L.A.P. de. et al. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2009: avaliação do estado nutricional dos escolares do 9º ano do ensino fundamental. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Rio de Janeiro, 2010
OMS. Ending childhood obesity: report of the commission on. World Health Organization, 2016.______.REFERENCE 2007: STATA macro package. Organização Mundial da Saúde, Genebra, Suiça, 2007. Disponível em <: www.who.int/growthref/readme_stata.pdf >. Acesso em: 29 ago. 2017.
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