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OBESIDADE INFANTIL: UMA ASSOCIAÇÃO DE HÁBITOS COMPORTAMENTAIS EM ESCOLARES DA REDE PÚBLICA

E PRIVADA DE LINS-SP

Lucineio Gonçalves dos Santos – [email protected] Augusto Almeida de Oliveira- [email protected]

Vinícius Gomes da Silva - [email protected] Graduandos em Educação Física Bacharelado

Centro Universitário Católico Salesiano AuxiliumProfº Orientador Dagnou Pessoa de Moura– Centro Universitário Católico Salesiano

Auxilium –[email protected]

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo avaliar o estado nutricional de estudantes do

ensino fundamental I com idades entre seis à dez anos e, seus hábitos

comportamentais como norteadores para a obesidade infantil. Tratou-se de um

estudo transversal descritivo composto por duas amostras; uma escola pública e

outra privada, totalizando 50 estudantes da cidade de Lins. Através da aferição das

medidas antropométricas para avaliar a composição corporal, os percentis foram

afixados de acordo com as Curvas de crescimento da Organização Mundial da

Saúde de 2007. Os resultados revelaram que a prevalência de crianças obesas foi

maior entre os estudantes da escola privada (meninas 20,11 ± 3,71 / meninos 19,28

± 3,91) em relação aos estudantes da escola pública (meninas 18,04 ± 4,19 /

meninos 17,31 ± 2,48) e, estudantes da escola pública tem comportamentos mais

ativos. Assim, ficou evidente que as intervenções sobre o tema da obesidade infantil,

devem receber atenção tanto do Estado quanto de organizações e instituições

privadas.

Palavras-chaves: Obesidade Infantil. Estado Nutricional. Hábitos Comportamentais.

Estudantes.

Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul-dez de 2016

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ABSTRACT

The objective of this study was to evaluate the nutritional status of elementary

school students aged 6 to 10 years and their behavioral habits as guiding factors for

childhood obesity. It was a descriptive cross-sectional study composed of two

samples; a public and a private school, totaling 50 students from the city of Lins,

Brazil. By measuring anthropometric measures to assess body composition,

percentiles were plotted according to the World Health Organization's 2007 Growth

Curves. The results revealed that the prevalence of obese children was higher

among students in the private school (girls 20,11 ± 3,71 / boys 19,28 ± 3,91) in

relation to public school students (girls 18.04 ± 4.19 / boys 17.31 ± 2.48), and public

school students has more active behaviors. Thus, it became clear that interventions

on the subject of childhood obesity should receive attention from both the State and

private organizations and institutions.

Key-words: Child Obesity. Nutritional status. Behavioral Habits. Students.

INTRODUÇÃO

A obesidade infantil é um estado nutricional de excesso de peso. Nas últimas

décadas é tratada como um problema de saúde pública em todo o Mundo. Acomete

crianças e adolescentes em todos os níveis sociais tanto em países desenvolvidos e

em desenvolvimento, quanto em subdesenvolvidos. Está associada á globalização,

ao processo crescente de urbanização, principalmente nos grandes centros, novos

hábitos comportamentais sedentários, redução de atividades físicas e ás alterações

nutricionais decorrentes de alimentos industrializados, implicando assim, em

ambientes insalubres á qualidade de vida (OMS, 2016).

No Brasil a prevalência da obesidade infantil entre crianças e adolescentes,

está concentrada nas regiões mais desenvolvidas como o Sul e Sudeste. Porém, o

maior índice de escolares abaixo do peso também se encontra nessas regiões

(OLIVEIRA et al, 2010).

Nas últimas decadas, de modo geral, a população mundial passou a ter maior

acesso alimentar, independente de região e características. Contudo houve também

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um desordenamento pareado no que tange o estado nutricional tornando boa parte

de adultos e crianças em obesos. Fato que foi elevado á estátus de epidemia global

(OMS, 2016).

Os riscos da obesidade são tão severos em adultos como em crianças e

adolescentes, o que gera diversas patologias associadas. Em crianças isso pode ser

mais preocupante, pois certamente terão seus quadros clínicos antecipados

culminando em estágios crônicos de maior complexidade, ou até mesmo, levando ao

óbito com idade adulta ainda jovem (NETTO-OLIVEIRA et al, 2010).

No Brasil, houve entre 2002 á 2009 melhora na renda das famílias. Ainda que,

em faixas etárias inferiores á 49 anos, a melhora não foi significativa, grupos acima

de 50 anos contribuíram de forma relevante com a composição da renda familiar.

Desta forma, houve melhora geral do total da renda familiar brasileira nos últimos

anos. Também verificou a estagnação de medidas sanitárias profiláticas para a

melhoria da saúde, com observância para a desnutrição em crianças 6,8%. Mas o

que mais chamou atenção, foi a prevalência de crianças com sobrepeso, 33,5%, na

faixa etária de 5 á 9 anos encontravam-se nesta classificação (PEREIRA et al,

2012).

Problema:

Qual a influência dos hábitos comportamentais, atividade física, além de

possíveis incidências do sobrepeso e obesidade em crianças no ambiente escolar?

Hipótese:

A inatividade física associada á má alimentação tem uma íntima ligação com

a obesidade, já que a ingestão de nutrientes e sua depleção devem acontecer

simultaneamente, proporcionando a homeostase do organismo (PIMENTA; PALMA,

2001).

A escola constitui um importante meio transformador na criança, influencia os

aspectos econômicos, sociais e psicológicos. Por isso a estrutura sanitária e oferta

de alimentos da escola, principalmente crianças que estudam na rede pública, é um

importante centro de observância para o seu estado nutricional. Neste contexto, este

trabalho objetivou a avaliação do estado nutricional de escolares na cidade de Lins,

Estado de São Paulo, do ensino fundamental I, enfatizando questões

socioeconômicas (escolas pública e privada) e a frequência de atividade física.

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METODOLOGIA

A cidade de Lins, localizada no centro-oeste do Estado de São Paulo possui

uma população estimada em 77.021 habitantes (2017), com uma renda per capta do

contingente de ocupados de ½ salários mínimos (2010). Na educação possui um

total de 8.073 de alunos matriculados no ensino fundamental com idade de 6 á 14

anos (2015). A taxa de mortalidade infantil gira em torno de 7,31% de óbitos por

1.000 nativivos (2014). Com uma área territorial de 570, 058 quilômetros quadrados

(km²) (2016), conta com 98,4% da rede de esgoto tratada (2010) (BRASIL, 2017).

O estudo foi elaborado de forma transversal com a atuação dos

pesquisadores nos locais de coleta, constituídos em duas amostras quantitativas

sendo, uma escola pública e outra privada da cidade de Lins-SP. A principal

característica amostral, focou crianças do ensino fundamental I, cuja faixa etária se

observou entre 06 á 10 anos. A população aferida foi de um total de 50 crianças das

citadas unidades escolares. Não foram excluídas da pesquisa nenhuma criança,

resultando um saldo amostral de 50 crianças. A escolha das escolas se deu de

forma aleatória através de convite, tendo como procedimentos coleta única que foi

submetido ao comitê de ética e aprovado. Foram entregue aos pais uma carta

contendo as informações sobre a pesquisa, termos de consentimento e de

assentimento, para posterior coleta e registros dos dados.

Para a análise dos dados foi indexado as seguintes variáveis; peso, idade,

gênero, circunferência abdominal e frequência de atividade física praticada. O IMC

foi coletado com o uso de uma balança portátil digital de marca G.Tech Glass 9,

graduada de 0kg á 180kg, e a estatura por meio de um estadiômetro de balança da

marca Filizola, antropômetro acoplado com escala numérica de, no mínimo, 200 cm

úteis. O cálculo ocorreu por meio do quociente entre a massa corporal em

quilogramas (kg) dividido pela altura ao quadrado (m²) e, comparando com as

Curvas de Crescimento da OMS (2007) em percentis (%) (quadro 01). Os dados

foram inseridos no programa software excel 2010 e calculados em percentis e

quartis. A circunferência abdominal foi aferida utilizando-se uma fita métrica.

. A frequência de atividade física foi obitida por meio do questionário proposto

por Barros & Nahas (2003). As modificações se embasaram nas principais intenções

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da pesquisa; intensidade e volume de atividade física na escola e no lazer, meios de

locomoção para ir e voltar da escola e esportes praticados.

Quadro 01: Parâmetros de classificação dos dados antropométricos em percentil.Parâmetro Classificação Percentil

IMC para idade (05 à 19 anos) Baixo IMC < p3

Eutrófico ≥ p3 e ≤ p85

Sobrepeso > p85 e ≤ p95

Obesidade > p95

Fonte: OMS, 2007.

RESULTADOS

Das 50 crianças avaliadas 54% eram do gênero feminino enquanto que 46%

do masculino. Na escola pública o percentil médio do IMC/idade entre as meninas foi

de 18,04 ± 4,19 e o de meninos foi 17,31 ± 2,48. Já o percentil médio da escola

privada foi de 20,11 ± 3,71 entre as meninas e 19,28 ± 3,91 nos meninos (tabela 01).

Tabela 01: Caracterização amostral por IMC/idade (média ± desvio padrão).

PÚBLICA PRIVADA

Meninas (n=13)

Meninos (n=14)

Total (n=27)

Meninas (n=14)

Meninos (n=9)

Total (n=23)

48,14% 51,85% 100% 60,86% 39,13% 100%

Massa Corporal (Kg)

Estatura (m)

IMC

33,5

± 11,21

1,34

± 0,12

18,04

± 4,19

30,25

± 8,09

1,31

± 0,12

17,31

± 2,48

31,81

± 9,67

1,32

± 0,12

17,66

± 3,37

42

±11,72

1,43

± 0,08

39,18

± 10,42

1,41

± 0,08

19,28

± 3,91

40,9

± 11,07

1,42

± 0,08

19,78

± 3,72 20,11

± 3,71

Kg = quilograma; M = metros; N = número amostral; % = percentual; IMC = índice de massa corporal.Fonte: elaborado pelos autores, 2017.

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Em relação ao interesse dos alunos pela prática de atividades físicas, os

alunos da escola pública em sua totalidade responderam gostar de atividade física,

sendo os meninos maioria, 51,85%. A escola privada a totalidade dos meninos

disseram gostar de atividade física, as meninas mesmo sendo a maioria da amostra,

8,68% do total responderam gostar pouco de atividade física (tabela 02).

Tabela 02: Nível de interesse dos alunos nas atividades físicas.

PÚBLICA PRIVADA

Gosta

Um Pouco

Não Gosta

Meninas

48,14%

-

-

Meninos

51,85%

-

-

Total

100%

-

-

Meninas

52,17%

8,69%

0%

Meninos

39,13%

0%

0%

Total

91,3%

8,69%

0%

Fonte: elaborado pelos autores, 2017.

Nas questões pertinentes ao lazer, que corresponde a ocupação dos alunos

fora do período escolar, as meninas da escola pública disseram fazer na maior parte

do tempo atividades domésticas (11,10%) ou assistir TV (22,22%), enquanto que os

meninos preferiam brincar (14,81%) ou praticar esportes (25,92%). Os alunos da

escola privada revelaram ser mais ativos em casa, porém o percentual de meninas

que possuíam comportamentos pouco ativos foi alto, 26,08% assistiam TV, já os

meninos, em sua totalidade, foram mais ativos, 21,73% para brincadeiras e 52,17%

para práticas esportivas (tabela 03).

Tabela 03: Ocupação nas horas de lazer (tempo livre). PÚBLICA PRIVADA

Ajudando

TV

Brincando

Esportes

Meninas Meninos Total Meninas Meninos Total

11,10%

22,22%

7,40%

7,40%

3,70%

7,40%

14,81%

25,92%

14,81%

29,62%

22,22%

33,33%

0%

26,08%

17,39%

17,39%

0%

0%

4,34%

34,78%

0%

26,08%

21,73%

52,17%

Fonte: elaborado pelos autores, 2017.Para o quesito meio de locomoção no trajeto casa para escola e escola para

casa, os quartis, que vão de baixo peso (1ºquartil), eutrófico (2º quartil), sobrepeso

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(3º quartil) e obesidade (4º quartil), revelou que 44,43% dos estudantes da escola

pública disseram ir de ônibus, sendo que o quartil de baixo peso representou o maior

percentil (22,22%) e, entre os que caminhavam (44,43%) os eutróficos foram o maior

percentil (18,51%). Na escola privada a opção carro foi 82,59% do total (tabela 04).

Tabela 04: Meio de locomoção para a escola. COMO VAI PARA ESCOLA

1º Quartil 2º Quartil 3º Quartil 4º Quartil Total

PÚBLICABicicleta 0% 0% 0% 0% 0%

Ônibus 22,22% 3,70% 7,40% 11,11% 44,43%

Carro 0% 0% 7,40% 3,70% 11,10%

Moto 0% 0% 0% 0% 0%Caminhando 7,40% 18,51% 11,11% 7,40% 44,42%

PRIVADABicicleta 0% 0% 0% 0% 0%

Ônibus 0% 4,34% 0% 4,34% 8,68%

Carro 26,08% 17,39% 17,39% 21,73% 82,59%

Moto 0% 0% 0% 0% 0%

Caminhando 0% 4,34% 4,34% 0% 8,68%Fonte: elaborado pelos autores, 2017.

A pesquisa evidenciou atividades como movimentos corporais (dança),

pedalar (bicicleta) e futebol por representarem as opções esportivas que mais se

enquadram no perfil etário dos estudantes brasileiros por gênero. Assim, convém

que, a dança é unânime entre as meninas e o futebol entre os meninos, a bicicleta

se enquadra no perfil bi gênero.

Entre os estudantes da escola pública, a dança era praticada todos os dias

em todos os quartis (11,11%), exceto no de estudantes obesos (3,70%). Na

somatória dos estudantes de baixo peso o volume (29,62%) e intensidade (29,62%),

representaram os maiores percentis e, os obesos, os menores, 22,21% para o

volume e 22,20% para a intensidade. Os estudantes da escola privada disseram

praticar a dança uma vez na semana (56,51% do volume total), com referencial de

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intensidade rápida (51,83% da intensidade total), sendo que a intensidade dos

quartis baixo peso e obeso foi igual em todos os níveis (tabela 05).

Tabela 05: Dança, volume e intensidade.Devagar Rápido Bem Rápido Final de Semana Na semana Todos

os dias

PÚBLICA1º Qt

2º Qt

3º Qt

4º Qt

Total

3,70%

3,70%

0%

7,40%

14,80%

14,81%

11,11%

18,51%

7,40%

51,83%

11,11%

7,40%

7,40%

7,40%

33,31%

14,81%

11,11%

7,40%

3,70%

36,72%

3,70%

0%

7,40%

14,81%

25,91%

11,11%

11,11%

11,11%

3,70%

37,03%

PRIVADA1º Qt 4,34% 17,39% 4,34% 13,04% 13,04% 0%

2º Qt 0% 21,73% 4,34% 4,34% 13,04% 8,69%

3º Qt 0% 13,04% 8,69% 4,34% 13,04% 4,34%

4º Qt 4,34% 17,39% 4,34% 4,34% 17,39% 4,34%

Total 8,68% 69,55% 21,71% 26,06% 56,51% 17,37%Qt= quartil.Fonte: elaborado pelos autores, 2017..

Os estudantes da escola pública disseram praticar futebol todos os dias

(44,42%), sendo que a intensidade rápida apresentou o maior percentil total dos

quartis (40,72%). Para os estudantes da escola privada o percentil das variáveis do

volume para a prática do futebol, escorreu de forma equalizada entre os quartis,

ficando a prática semanal com o maior percentil (39,11%) (tabela 06).

Tabela 06: Futebol, volume e intensidade.

Devagar Rápido Bem Rápido Final de semana

Na semana

Todos os dias

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PÚBLICA1º Qt

2º Qt

3º Qt

4º Qt

Total

7,40%

7,40%

3,70%

11,11%

29,61%

18,51%

11,11%

3,70%

7,40%

40,72%

3,70%

3,70%

18,51%

3,70%

29,61%

14,81%

7,40%

0%

7,40%

29,61%

7,40%

0%

7,40%

11,11%

25,91%

7,40%

14,81%

18,51%

3,70%

44,42%

PRIVADA1º Qt

2º Qt

3º Qt

4º Qt

Total

4,34%

0%

4,34%

13,04%

21,72%

13,04%

4,34%

8,69%

8,69%

34,58%

8,69%

21,73%

8,69%

4,34%

43,45%

13,04%

4,34%

4,34%

4,34%

26,06%

8,69%

13,04%

4,34%

13,04%

39,11%

4,34%

8,69%

13,04%

8,69%

34,76%

Fonte: elaborado pelos autores, 2017. / Qt= quartil.

Sobre as questões que se referiam á atividade física com bicicleta (pedalar),

os estudantes da escola pública obtiveram grande percentual quanto ao volume,

onde 55,54% na somatória dos quartis, relataram pedalar todos os dias e com

intensidade bem rápida 40,73%. Os estudantes da escola privada pedalavam com

maior intensidade, porém o volume era pouco mais que a metade no quesito diários

quando comparados com os estudantes da escola pública, 26,06% (tabela 07).Tabela 07: Bicicleta, volume e intensidade.

Devagar Rápido Bem Rápido Final de semana

Na semana Todos os dias

PÚBLICA1ºQt

2ºQt

3ºQt

4ºQt

Total

7,40%

11,11%

3,70%

3,70%

25,91%

11,11%

7,40%

7,40%

7,40%

33,31%

11,11%

3,70%

14,81%

11,11%

40,73%

14,81%

14,81%

3,70%

7,40%

40,72%

0%

0%

0%

3,70%

3,70%

14,81%

7,40%

22,22%

11,11%

55,54%

PRIVADA1ºQt

2ºQt

3ºQt

4ºQt

Total

4,34%

4,34%

0%

4,34%

13,02%

8,69%

13,04%

8,69%

13,04%

43,46%

13,04%

8,69%

13,04%

8,69%

43,46%

8,69%

17,39%

8,69%

13,04%

47,81%

13,04%

4,34%

4,34%

4,34%

26,06%

4,34%

4,34%

8,69%

8,69%

26,06%

Fonte: elaborado pelos autores, 2017. Qt= quartil.DISCUSSÃO

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A presente pesquisa revelou que a obesidade infantil é, de fato, um problema

de saúde pública no Brasil e atinge todas as esferas da população. A prevalência de

obesidade é elevada entre os estudantes da rede privada (20,11% meninas e

19,28% meninos). Entretanto, os dados coletados na rede pública (18,04% de

meninas e 17,31% de meninos) também são alarmantes para as populações de

níveis socioeconômicos menores. Batista Filho; Rissin (2003), já demonstravam o

crescimento dos índices da obesidade em todos os níveis socioeconômicos.

Porém, esta pesquisa se contrapôs aos estudos realizados por Spinelli et al

(2010) com estudantes da rede privada, onde os valores de 16,08% e 13,02%

atribuídos aos meninos e meninas respectivamente, com idade de 6 à 9 anos, foi

inversamente contrários aos desta pesquisa. Dessa forma, esta pesquisa

demonstrou que o perfil da obesidade infantil entre os gêneros é irrelevante, com

apontamento do percentil obeso maior para o gênero feminino.

A pesquisa apontou também diferença significativa quanto á prática de

atividades físicas. Se por um lado os estudantes da rede privada fazem atividades

com maior intensidade, mas em poucos dias da semana, por outro os estudantes da

rede pública praticam com maior volume, ou seja, fazem atividades físicas com

maior frequência, consequentemente o gasto calórico é mais eficiente, contribuindo

para que os índices de IMC/idade desta pesquisa sejam menores nesta amostra.

Com relação ao tempo de ocupação no lazer, as meninas estão mais

suscetíveis ao sedentarismo ou atividades pouco ativas como exemplo assistir TV

ou ajudar em tarefas domésticas. O que explica maior percentual de obesidade entre

elas em comparação aos meninos, que preferem brincar ou praticar esportes.

A questão do nível sócio econômico tem influência direta no sobrepeso e

obesidade das crianças, de modo que, a maior disponibilidade de alimentos torna

parte do problema com os maus hábitos pouco saudáveis de alimentação. Um

completo paradoxo, pois quanto maior o nível sócio econômico, maior o grau de

instrução dos pais em adotar comportamentos de alimentação menos prejudiciais

(CASTRO, 2013).

CONCLUSÃO

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Os resultados desta pesquisa concluíram que os valores do percentual médio

do IMC/idade dos avaliados obteve uma diferença significativa de 2 kg/m2 entre os

gêneros e também entre as escolas.

A elevada frequência de obesos entre o total dos estudantes, reforça o

processo de aumento da disponibilidade alimentícia ocorrido no Brasil nas últimas

décadas e que, independente do perfil socioeconômico dos estudantes, carecem de

informações contundentes por parte da família e dos órgãos públicos e privados no

tratamento á obesidade. Assim como a necessidade intervenção de todos os

segmentos da sociedade, principalmente mudanças que devam ser inseridas nos

hábitos comportamentais.

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