APRESENTAÇÃO Era o ano de 1985. A SEREC SEREC acabava de ser fundada, por 4 ex-funcionários da filial brasileira de uma empresa francesa de consultoria em saneamento básico (Societé SERETE), quando esta já havia deixado o país, e o DMAE DMAE, antecipando-se ao crescimento urbano acelerado da época, avaliava a necessidade de ampliar suas instalações. Surgiu então o primeiro contrato celebrado pela SEREC SEREC ao longo destes últimos 19 anos, quando a empresa se especializou no atendimento aos organismos federais, estaduais, municipais e privados, na área de estudos e projetos de saneamento básico e ambiental. O contrato visou a ampliação e melhorias da Estação de Tratamento de Água São Benedito, foi concluído, a obra foi executada, e até hoje a ETA constitui uma das peças fundamentais do sistema de abastecimento de água de Poços de Caldas. Além de gravar o início das operações da SEREC SEREC, o contrato deu início a uma relação técnico-profissional extremamente bem sucedida e altamente gratificante, entre a empresa e o DMAE DMAE, visto que seguiram-se o Plano Diretor do Sistema de Abastecimento de Água, o Projeto Técnico do Sistema de Abastecimento de Água, o Plano Diretor do Sistema de Esgotos Sanitários, o Projeto Executivo da ETA Cipó, o Projeto Técnico do Sistema de Esgotos Sanitários, o Projeto de Redes de Distribuição de Água, o Parecer sobre a ETE Piloto, intercalados pela constante troca de informações sobre o estado da arte, com os técnicos do DMAE DMAE. Tendo como diretrizes esses trabalhos complementados, moldados, ajustados, corrigidos, implantados e mantidos pela equipe técnica do DMAE DMAE os sistemas de Poços de Caldas apresentam hoje elevados níveis de atendimento da população, com notável qualidade, compatível com os melhores sistemas em operação no Brasil e no mundo desenvolvido. É, portanto, com muito orgulho que a SEREC SEREC ostenta a galhardia de sentir-se parte desse processo tão importante para a saúde pública de uma população da magnitude de Poços de Caldas, objetivo maior de nossa atividade profissional. 1
92
Embed
SEREC DMAE SEREC - dmaepc.mg.gov.br Diretor/plano_diretor... · brasileira de uma empresa francesa de consultoria em saneamento básico ... e até hoje a ETA constitui uma das peças
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
APRESENTAÇÃO
Era o ano de 1985. A SERECSEREC acabava de ser fundada, por 4 ex-funcionários da filial
brasileira de uma empresa francesa de consultoria em saneamento básico (Societé
SERETE), quando esta já havia deixado o país, e o DMAEDMAE, antecipando-se ao
crescimento urbano acelerado da época, avaliava a necessidade de ampliar suas
instalações.
Surgiu então o primeiro contrato celebrado pela SERECSEREC ao longo destes últimos 19
anos, quando a empresa se especializou no atendimento aos organismos federais,
estaduais, municipais e privados, na área de estudos e projetos de saneamento básico
e ambiental.
O contrato visou a ampliação e melhorias da Estação de Tratamento de Água São
Benedito, foi concluído, a obra foi executada, e até hoje a ETA constitui uma das peças
fundamentais do sistema de abastecimento de água de Poços de Caldas.
Além de gravar o início das operações da SERECSEREC, o contrato deu início a uma relação
técnico-profissional extremamente bem sucedida e altamente gratificante, entre a
empresa e o DMAEDMAE, visto que seguiram-se o Plano Diretor do Sistema de
Abastecimento de Água, o Projeto Técnico do Sistema de Abastecimento de Água, o
Plano Diretor do Sistema de Esgotos Sanitários, o Projeto Executivo da ETA Cipó, o
Projeto Técnico do Sistema de Esgotos Sanitários, o Projeto de Redes de Distribuição
de Água, o Parecer sobre a ETE Piloto, intercalados pela constante troca de
informações sobre o estado da arte, com os técnicos do DMAEDMAE.
Tendo como diretrizes esses trabalhos complementados, moldados, ajustados,
corrigidos, implantados e mantidos pela equipe técnica do DMAEDMAE os sistemas de
Poços de Caldas apresentam hoje elevados níveis de atendimento da população, com
notável qualidade, compatível com os melhores sistemas em operação no Brasil e no
mundo desenvolvido.
É, portanto, com muito orgulho que a SERECSEREC ostenta a galhardia de sentir-se parte
desse processo tão importante para a saúde pública de uma população da magnitude
de Poços de Caldas, objetivo maior de nossa atividade profissional.
1
Esse sucesso do DMAEDMAE somente foi possível e podemos afiançar essa assertiva
com base em nossa vivência de 19 anos no setor por todos o país graças ao
profissionalismo, dedicação, seriedade e isenção, dos responsáveis pela condução
técnica do DMAEDMAE, notadamente os Engos. José Wanderley Franco, e Eduardo Lopes
Carvalho, com quem SERECSEREC sempre teve oportunidade de discutir e aprimorar as
soluções, durante todo esse período.
Evidentemente, a equipe técnica do DMAEDMAE não se restringiu aos seus dois principais
condutores ao longo do período, tendo sido absolutamente importantes também, as
participações de todos os seus técnicos e funcionários, mesmo os não envolvidos
diretamente nos contatos com a SERECSEREC, razão pela qual nos é impossível registrar,
neste documento, os nomes de todos, como seria necessário. Tomando como seus
representantes, citamos aqueles com quem os contatos menos freqüentes nos
permitiram fixar nomes, como os Engos. Menezes, Rabello (in memoriam) e com grande
participação, embora mais recentemente, o Engº. Luiz René Ballerini.
O apoio dos Srs. Prefeitos Municipais e Presidentes do DMAEDMAE, a essa equipe
técnica mencionada foi fundamental para alcançar o excelente nível vigente, e é
importante ressaltar sua visão e capacidade administrativa, principalmente
considerando-se que o DMAEDMAE logrou essa posição invejável contando com escassos
recursos financeiros quando confrontados com os requeridos pelas obras e
operação de sistemas tão complexos e sofisticados como os de tratamento e
distribuição da água limpa, e de coleta e afastamento dos esgotos urbanos a
exemplo de todos os municípios brasileiros, sem hoje ostentar graves problemas
econômico-financeiros, ou deficiências operacionais nos sistemas, tópico em que se
diferencia da grande maioria dos municípios mencionados.
A decisão de atualizar seus Planos Diretores de Abastecimento de Água e Esgoto
Sanitários é mais uma das iniciativas que certamente permitirão a manutenção de
Poços de Caldas no elevado nível em que encontra, do ponto de vista sanitário e
ambiental, e até possibilitar sua ascensão nesse mister.
Os Planos Diretores ora desenvolvidos, refletindo uma característica sempre presente
na atuação da SERECSEREC, de procurar constante aprimoramento e se possível antecipar-
se ao desenvolvimento da consultoria especializada no Brasil, não se limitam ao
2
estabelecimento do diagnóstico e das diretrizes, como outrora eram destinados a
desenvolver. Pelo contrário, com auxílio de uma ferramenta digital denominada
Sistema Integrado de Planejamento, Projeto e Controle de Redes de Água (SIPPCSIPPCaa), e
o equivalente para Esgoto (SIPPCSIPPCee), implantados juntamente com o desenvolvimento
dos Planos Diretores, o DMAEDMAE dispõe agora de instrumentos para uma constante
atualização do planejamento dos sistemas, além de propiciar a mais ágil e
tecnicamente correta elaboração de projetos de redes, simulações, estimativas de
custos, etc.
Dessa forma, mesmo que novas atualizações de natureza mais abrangente possam (e
talvez devam) ainda requerer contratação de Consultoria especializada, como neste
caso, o planejamento de partes do sistema, ou o planejamento global mais simplificado,
poderão ser desenvolvidos no próprio DMAEDMAE, eventualmente com consultoria pontual,
com a inestimável vantagem de operar com informações e simulações absolutamente
atualizadas, inerentes ao próprio sistema local, e com análise da evolução de cada
parâmetro praticamente em tempo real.
Com mais esse avanço, cuja plena funcionalidade estará naturalmente condicionada à
possibilidade do DMAEDMAE utilizar com freqüência os instrumentos agora disponíveis,
SERECSEREC tem convicção de que o DMAEDMAE continuará evoluindo para manter-se, e
certamente galgar posições ainda mais elevadas, no meio das concessionárias
municipais de serviços de saneamento básico e ambiental, em benéfico da população
local e de toda a região da bacia hidrográfica em que se situa.
No que se refere ao sistema de abastecimento de água, as ações já desenvolvidas
pelo DMAEDMAE ao longo dos anos, têm permitido que sua administração se coloque à
frente dos problemas, o que permite considerar as ampliações apontadas no Plano
Diretor do Sistema de Abastecimento de Água francamente plausíveis.
O último grande entrave ou seja, a construção de sua estação de tratamento de
esgotos para possibilitar o aprofundamento das ações do DMAEDMAE no sentido de tornar
seus sistemas ainda mais modernos, é assunto abordado no Plano Diretor do Sistema
de Esgotos Sanitários, uma vez que as medidas já levadas adiante no sistema de
afastamento também permitem considerar as ampliações e melhorias previstas nesse
particular como plausíveis.
3
A SERECSEREC espera assim, que esse entrave possa ser brevemente removido, e se
coloca, como sempre, à disposição do DMAEDMAE e seus técnicos para troca de
informações, sugestões e desenvolvimento de trabalhos em sua área de atuação.
2.3. ACESSO E CLIMA......................................................................................................................................13
7.3. ANÁLISE DO GRAU DE TRATAMENTO NECESSÁRIO ÀS ETES.................................................73
7.4. ANÁLISE DO PROCESSO DE TRATAMENTO....................................................................................75
8. SISTEMA PROPOSTO....................................................................................................................................79
8.2. SISTEMA DA ETE-1...................................................................................................................................80
8.2.1. OBRAS PRIORITÁRIAS OU DE 1ª ETAPA...........................................................................................80
8.2.2. OBRAS DE 2ª ETAPA.................................................................................................................................82
8.2.3. OBRAS COMPLEMENTARES.................................................................................................................83
8.3. SISTEMA DA ETE-2...................................................................................................................................84
8.3.1. OBRAS PRIORITÁRIAS OU DE 1ª ETAPA...........................................................................................84
8.3.2. OBRAS COMPLEMENTARES.................................................................................................................84
8.4. SISTEMA DA ETE-3...................................................................................................................................85
8.4.1. OBRAS PRIORITÁRIAS OU DE 1ª ETAPA...........................................................................................85
8.4.2. OBRAS COMPLEMENTARES.................................................................................................................87
9. ESTIMATIVAS DE CUSTOS.........................................................................................................................88
ANEXOS:
ANEXO 1 - REGRESSÕES MATEMÁTICAS
ANEXO 2 - DADOS CENSITÁRIOS
ANEXO 3 - ESTUDO DE AUTODEPURAÇÃO
ANEXO 4 - PREDIMENSIONAMENTO DE ETEs
ANEXO 5 - PLANILHAS DE CÁLCULO DE COLETORES TRONCO E INTERCEPTORES
ANEXO 6 - MEMÓRIA DE CÁLCULO DAS ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ESGOTOS
ANEXO 7 - MEMÓRIAS DE CÁLCULO DO ORÇAMENTO
6
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho é fruto do contrato celebrado entre o DMAEDMAE – Departamento
Municipal de Água e Esgoto de Poços de Caldas e a SERECSEREC – Serviços de Engenharia
Consultiva Ltda., para a realização dos Planos Diretores e Sistemas Integrados de
Abastecimento de Água e Esgotos Sanitários.
O presente documento é o Plano Diretor do Sistema de Esgotos Sanitários de Poços
de Caldas, que além da presente introdução é formado pelos seguintes capítulos:
- Capítulo 2. Caracterização Geral da Área: onde é feita uma caracterização sucinta
dos principais aspectos do município;
- Capítulo 3. Área de Planejamento: onde é definida a área do município objeto do
planejamento do presente trabalho;
- Capítulo 4. Estudos Demográficos: onde são levantados o número de economias e
habitantes ao longo do período de planejamento, bem como é feito uma distribuição
física destes elementos na área de planejamento;
- Capítulo 5. Sistema Existente de Esgotos: onde é feita uma breve descrição dos
principais aspectos deste sistema existente, dentro da divisão de bacias proposta
no plano;
- Capítulo 6. Levantamento de Vazões: onde são estimadas as vazões de esgotos ao
longo do período de planejamento, por bacias de esgotamento, tendo como base os
estudos demográficos apresentados anteriormente, o levantamento de demandas
do Plano de Abastecimento de Água e parâmetros diversos de planejamento;
- Capítulo 7. Análise de Alternativas: onde são propostas e analisadas alternativas
para o futuro sistema de esgotos, com definição da alternativa aconselhável;
- Capítulo 8. Sistema Proposto: onde são descritas e caracterizadas, a nível
preliminar, as principais unidades componentes do sistema de esgotos proposto;
- Capítulo 9. Estimativa de Custos: onde são levantados os custos, a nível preliminar,
das principais unidades do sistema proposto;
7
Diversos elementos coletados e estudos realizados para elaboração do Plano Diretor
são apresentados na forma de anexos para não tornar o texto, apresentado nos
capítulos anteriormente descritos, demasiadamente técnico e/ou maçante. Assim são
apresentados 5 anexos com os seguintes conteúdos:
- Anexo 1: Regressões matemáticos utilizados nos estudos demográficos;
- Anexo 2: Dados censitários utilizados nos estudos demográficos;
- Anexo 3: Estudo de autodepuração dos corpos receptores de esgotos;
- Anexo 4: Pré-dimensionamento das estações de tratamento de esgotos propostos.
- Anexo 5: Planilhas de Cálculo dos Coletores-Tronco e Interceptores;
- Anexo 6: Memorial de Cálculo das Elevatórias;
- Anexo 7: Memória de Cálculo do Orçamento.
8
2. CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA
3.1.HISTÓRICO DO MUNICÍPIO
Localizada na Serra da Mantiqueira, a história de Poços de Caldas se iniciou a partir da
descoberta de suas primeiras fontes e nascentes, no século XVII, onde as águas raras
e com poderes de cura foram responsáveis pela prosperidade da cidade desde o início.
A região era habitada pelos índios Cataguases que foram expulsos pelas “Bandeiras
Unidas Paulistas” durante a “febre do ouro”. Com o declínio da atividade aurífera na
região de minas, as terras começaram a ser ocupadas por ex-garimpeiros desiludidos,
que inicialmente se dedicaram à criação de gado, sendo obrigados a percorrer longas
distâncias em busca de pasto para os animais.
A região onde se situa hoje a cidade pertencia desde 1818, ao capitão José Bernardes
Junqueira, que doou 96 hectares de suas terras, junto aos poços de águas sulfurosas,
para a fundação da cidade, em 06 de novembro de 1872, data em que se comemora o
aniversário da cidade.
Desde 1886 funcionava na cidade uma casa de banho, a partir das águas sulfurosas e
termais, utilizada para tratamento de doenças cutâneas; em 1889 fundou-se outro
estabelecimento semelhante, onde, no final dos anos 20, implantou-se o que é hoje as
Thermas Antônio Carlos.
Também em 1889 a cidade foi desmembrada do distrito de Caldas e elevada à
categoria de vila e município. O nome relaciona-se com a família real portuguesa, onde
na época em que foram descobertos os poços de água sulfurosa e térmica, a cidade de
Caldas da Rainha, em Portugal, era uma importante terma utilizada para tratamentos e
muito freqüentada pela família real. Caldas possui o mais antigo hospital termal em
funcionamento no mundo, desde o século XVI. Como as fontes eram poços utilizados
por animais determinou-se o nome Poços de Caldas.
Na época em que o jogo era liberado no Brasil, Poços de Caldas teve seu grande
momento, pois pelos salões do Palace Casino e Palace Hotel, desfilava a nata da
9
aristocracia brasileira e até internacional, assim como grandes artistas e proeminentes
figuras da política nacional.
A proibição do jogo, em 1946 pelo então presidente Eurico Gaspar Dutra e a
descoberta do antibiótico causaram forte impacto no turismo local. A economia de
Poços sofreu forte abalo, mas encontrou alternativa no “ciclo da lua-de-mel”, quando se
tornou elegante passar núpcias na cidade, com isso o turismo sobreviveu. Após esse
período o turismo de Poços de Caldas sofreu alteração, pois a classe média e grandes
grupos passaram a freqüentar as termas, a visitar as fontes e outros pontos interesse
da cidade.
Hoje a cidade vem investindo para aumentar o fluxo turístico diversificando para o
turismo ecológico, cultural, de aventura e esportes radicais, buscando assim, outros
atrativos de que dispõe e angariado turistas de todas as idades.
3.2.LOCALIZAÇÃO
A cidade de Poços de Caldas localiza-se na mesoregião sul-sudoeste do Estado de
Minas Gerais, conforme figura F 2/1, bem na divisa com o Estado de São Paulo e faz
limites com oito municípios: Botelhos e Bandeira do Sul ao norte; Andradas ao sul;
Caldas a leste; Águas da Prata, São Sebastião da Grama, Caconde e Divinolândia,
estes pertencentes ao Estado de São Paulo, a oeste.
O relevo do planalto em que se encontra Poços de Caldas, tem altitude média de cerca
de 1300 m e um conjunto de seis montanhas com altitudes que variam entre 1600 e
1800 m em relação do nível do mar. É essa a origem da lenda de que o município está
localizado dentro de um vulcão inativo.
O município ocupa uma área total de 533 km², divididos em 70 km² de área urbana e
463 km² de zona rural.
Poços de Caldas apresenta um posicionamento estratégico, pois dista: 260 km da
cidade de São Paulo, 465 km de Belo Horizonte e 497 km do Rio de Janeiro com
rodovias asfaltadas; e por estar integrada às rotas das estâncias hidrominerais
paulistas de: Serra Negra, Águas de Lindóia, Socorro, Monte Alegre do Sul e Águas da
10
Prata, e também com as mineiras de: Caldas (Pocinhos do Rio Verde), Cambuquira,
Lambari, Caxambu e São Lourenço. Além disso, Poços de Caldas encontra-se muito
próxima das regiões mais desenvolvidas de São Paulo, como Ribeirão Preto (175 km),
Campinas (163 km) e São José dos Campos (316 km).
11
Aqui entra a Figura F2/1, com o mapa da regiãode governo.
Contrato/ C238pdp/PDE/Texto/Figuras/F2-1.dwg
12
3.3.ACESSO E CLIMA
O acesso a Poços de Caldas pode ser feito, a partir de São Paulo, pela Rodovia dos
Bandeirantes (SP-348) até Campinas, acessando em seguida a rodovia Dom Pedro I
(SP-65) até a saída para a rodovia Adhemar Pereira de Barros (SP-340), seguindo por
esta até a SP-342 alcançando: São João da Boa Vista, Águas da Prata e
conseqüentemente Poços de Caldas. Desde Belo Horizonte acessa-se a rodovia
Fernão Dias (BR-381) até entrada para Varginha seguindo pela BR-491 até Paraguaçu,
daí por estradas vicinais pavimentadas que alcançam Machado, Campestre do Sul e
finalmente Poços de Caldas. Partindo do Rio de Janeiro, o acesso é feito a partir da
rodovia Dutra (BR-116) até Lorena, seguindo pela BR-459 (Rota Tecnológica) passa-se
por Itajubá, posteriormente cruza-se a rodovia Fernão Dias até alcançar Pouso Alegre,
Caldas e finalmente Poços de Caldas. Esses acessos podem ser visualizados na figura
F 2/2.
A cidade possui também, um aeroporto que se localiza a cerca de 6 km do centro, por
ruas pavimentadas; consiste em uma pista de 1200 m de comprimento por 30 de
largura , adequada para aeronaves de pequeno porte e balizamento noturno, o que
possibilita decolagens e aterrissagens 24 horas por dia. Atualmente a área do
aeroporto vem sofrendo reformas buscando melhoria do mesmo.
Poços de Caldas reúne diversos fatores que a torna um excelente local para se morar e
para atrair turista, pois possui uma temperatura média anual em torno de 17,6ºC e
média pluviométrica de cerca de 1745 mm ao ano, considerando-se 190 dias de chuva
no ano e a umidade relativa do ar em torno de 79%, prevalecendo duas estações bem
definidas durante o ano: verão e inverno.
O verão ocorre de outubro a março onde apresenta clima bem ameno, porém com
temperaturas mais elevadas, algo em torno de 21ºC, aumentando com isso o índice
pluviométrico que é de cerca de 1430 mm. Enquanto o inverno, que se observa de abril
a setembro, apresenta temperaturas bem mais baixas, chegando a – 6ºC e
prevalecendo um clima seco, com taxa pluviométrica em torno de 315 mm e
temperatura média de 15ºC.
13
Aqui entra a Figura F2/2, com o mapa deacessos à região
Contrato/ C238pdp/PDE/Texto/Figuras/F2-2.dwg
14
3.4.MEIO-AMBIENTE
Poços de Caldas é conhecida como uma das principais Estâncias Hidrominerais do
país, por conta das propriedades físico-químicas singulares de suas águas minerais, e
as águas termais adequadas ao tratamento de diversas enfermidades, que tornaram a
cidade um pólo de referência de turismo mineral e termal. O município tem procurado
resgatar este importante patrimônio, desenvolvendo ações integradas de gestão das
águas, sem agredir o meio ambiente.
Com isso, encontra-se em implantação projetos de reflorestamento no entorno de
nascentes e/ou represas responsáveis pelo abastecimento de água como o das sub-
bacias dos Ribeirões Ponte Alta, Várzea de Caldas e Vai-e-Volta, em parceria com
órgãos estaduais e iniciativas privada, recompondo matas ciliares e entorno de
nascentes; assim como a construção de cacimbas para contenção de águas pluviais
para proporcionar recarga do lençol freático, evitar erosão do solo e reter sedimentos.
Outras ações ambientais foram: a transformação do antigo lixão em aterro controlado,
com pequenas intervenções locais que contribuíram para a preservação dos recursos
hídricos da região; parcerias com empresas privadas para a construção de estações de
tratamento de esgotos para contribuir com a despoluição da represa Bortolan;
demarcação do Parque da Serra São Domingos, com limpeza da mesma e
demarcação de 400 hectares de área verde; criação da guarda verde atuando em:
ações preventivas e repreensivas em apoio aos diversos órgãos municipais relativos ao
meio ambiente, segurança patrimonial e de pessoas do Parque da Serra de São
Domingos, apoio ao turismo rural e participação em atividades escolares relacionadas
ao meio ambiente; recuperação e construção de fontes e fontanários preservando as
águas minerais do município e tombamento das águas termais.
3.5.ECONOMIA
O Estado de Minas Gerais representa a terceira força econômica do país com o
Produto Interno Bruto (PIB) da ordem de R$108 bilhões, em 2000, gerados pela
agropecuária (8,5%), setor de serviços (48,6%) e industrial (42,8%).
15
O Sul de Minas, pela localização estratégica de proximidade com grandes centros
como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, possui várias cidades de porte
médio como Poços de Caldas, Varginha, Três Corações, Pouso Alegre, Itajubá,
Extrema, Camanducaia, Brasópolis e Santa Rita do Sapucaí, onde se encontram
instaladas empresas de diversos setores como: mecânico, agroindustrial,
eletroeletrônico, confecções, calçados e minerais não-metálicos, dentre outros.
Também conta com expressiva produção agrícola sendo a principal região produtora
de café do Brasil.
A cidade de Poços de Caldas tem como algumas das atividades econômicas, dentro
das indústrias de transformação, os segmentos de metalurgia básica com a Alcoa
Alumínio S/A de fios e cabos elétricos; os minerais metálicos e não-metálicos com a
Mineração Corumbaba Ltda., Indústrias Nucleares do Brasil S/A – INB, Companhia
Brasileira de Alumínio, Minaspedras Ltda., Togni S/A Materiais Refratários, Cristais São
Marcos Ltda., Ca D’oro Ltda., Marmoaria Caldense Ltda., Marmoaria Poços de Caldas
Ltda.; produtos alimentícios e bebidas com a Danone S/A, Frigorífico Tamoyo Ltda.,
Indústria de Panificação Newbread Ltda., Ferrero do Brasil S/A, Águas Minerais Poços
de Caldas Ltda. EPP., Santa Maria Agropecuária e Comercial Ltda., dentre outras;
artigos de vestuário e acessórios com Tothal Indústria e Comércio de Confecções
Ltda., Jamer Confecções, Indústria e Comércio Ltda., Malharia Santa Inês Ltda., dentre
outras; fabricação de produtos químicos com Rhodia-Ster Fipack Ltda., Fertilizantes
Mitsui S/A Indústria e Comércio, Perfumaria Flores de Poços de Caldas Ltda.; assim
como fabricação de celulose, papel, artigos de borracha e plástico, máquinas e
equipamentos, dentre outros.
O setor industrial, conforme os exemplos citados acima, está distribuído em vários
locais do município, entretanto, a cidade já conta com uma área destinada a um Distrito
Industrial com área de cerca de 300 alqueires, situada na zona rural às margens da
rodovia Geraldo Martins Costa (rodovia do Contorno), com capacidade de abrigar cerca
de 400 micro e pequenas empresas.
No âmbito agrícola ocupa posição de destaque em batata, tomate, cebola, milho e
mandioca e no pecuário na bovinocultura, suinocultura e avicultura.
16
Dentro da classificação da FIBGE, Poços de Caldas caracteriza-se como “capital
regional” em função da centralidade que a cidade desempenha sobre outros municípios
da região no processo de bens e serviços, polarizando diretamente várias cidades
vizinhas como Botelhos, Caldas, Campestre, Cabo Verde, Santa Rita de Caldas e
Ibitiura de Minas dentre outras.
3.6. INFRA-ESTRUTURA E SERVIÇOS
O Sistema de Abastecimento de Água assim como o Sistema de Esgotamento
Sanitário encontram-se sob a responsabilidade do DMAE DMAE – Departamento Municipal
de Água e Esgoto.
Poços de Caldas é dotada de um sistema de saneamento relativamente completo. Sua
população é totalmente abastecida por água tratada e servida por rede coletora.
Entretanto, o atendimento por unidades de transporte/afastamento
(interceptores/emissários) e tratamento de seus despejos encontra-se incompleto e
conseqüentemente deficitário.
O sistema de abastecimento de água é formado por 6 captações de água bruta, cada
uma num manancial diferente, 5 estações de tratamento de água, 42 reservatórios, 23
estações elevatórias de água tratada e cerca de 600 km de redes de distribuição,
unidades que deverão ser reavaliadas quanto às suas capacidades e necessidades no
presente estudo.
O sistema de esgotos sanitários é dotado de cerca de 400 km de redes coletoras,
coletores-tronco nos diversos fundos de vale, 4 estações elevatórias, interceptores e
uma estação de tratamento (ETE-2), situada no Jardim Kennedy, na região sul da
cidade. Assim como para o sistema de abastecimento de água, as unidades
componentes do sistema de esgotos sanitários também deverão ser reavaliadas no
presente estudo.
O serviço público de energia elétrica é prestado pelo Departamento Municipal de
Energia Elétrica (DME), autarquia municipal, cujo fornecimento atende 100% das
unidades habitacionais do município, tanto na zona urbana como na rural. O município
17
gera 60% da energia que consome através de usinas próprias, comprando apenas 25%
da CEMIG e até 15% da CESP.
O serviço de telefonia é operado pela TELEMAR, que atua em 100% do território
nacional. Os serviços de correio são realizados pela Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos, com uma agência central e algumas em regime de franquia.
O sistema de saúde é dotado de 4 hospitais, 651 leitos, 72 unidades laboratoriais, 21
postos de saúde, 4 centros de saúde e aproximadamente 235 médicos.
A cidade de Poços de Caldas tem tradição de ser um dos mais ativos centros culturais
do Estado, sendo dotada de instituições educacionais em todos os níveis de ensino.
Contabilizam-se cerca de 43 estabelecimentos de ensino fundamental, 14 de ensino
médio e 60 pré-escolar. Possui ainda instalações do SESI, SENAC e SENAI, que
dispõem de laboratórios de ensino profissionalizante, promovendo cursos em diversas
áreas. O ensino de nível superior é oferecido pela PUCMINAS (Pontifícia Universidade
Católica de Minas Gerais), UNIFENAS (Universidade de Alfenas) e UEMG
(Universidade do Estado de Minas Gerais).
Além das emissoras nacionais a cidade conta com uma emissora local, a TV Poços de
Caldas, afiliada da Rede Minas e com uma sede da EPTV Sul de Minas, retransmitida
pela Rede Globo. As emissoras de rádio são em número de seis, sendo duas AM e
quatro FM. São encontrados os principais jornais e revistas de São Paulo, Belo
Horizonte e Rio de Janeiro e são editados quatro jornais diários: Jornal da Mantiqueira,
Jornal da Cidade/Jornal dos Negócios, Jornal de Poços e Folha Popular; existe ainda a
edição mensal do Brand News.
O município conta com uma rede bancaria com cerca de 13 agências, com a presença
dos seguintes bancos: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Bilbao
Viscaya do Brasil, HSBC Bank, Itaú, Mercantil de São Paulo, Mercantil do Brasil,
Santander-Meridional, Real e Unibanco.
O transporte urbano coletivo é efetuado por uma única empresa concessionária, a
Circullare Poços de Caldas Ltda., que opera em 33 linhas de ônibus urbanas que ligam
o centro a diversos bairros locais e também à zona rural.
18
A cidade possui ainda um terminal rodoviário que está localizado na área urbana
apresentando administração privatizada. Nove empresas de ônibus fazem a ligação
direta com cerca de 80 cidades, gerando movimento diário de aproximadamente 127
partidas, sendo elas: Gardênia, Mil e Um, Nasser, Rápido D’Oeste, Rápido Luxo
Campinas, Santa Cruz, São Geraldo, Viação Cometa e Gontijo.
Como conseqüência natural do turismo a indústria hoteleira é a mais desenvolvida da
região, sendo extremamente diversificada e extensa, contando com cerca de 50 hotéis
e pousadas classificados de A a E, quanto à disponibilidade de serviços.
Poços de Caldas, como uma boa cidade mineira, apresenta vários restaurantes de
comida típica, além de culinária diferenciada como as italiana, japonesa e chinesa.
Conta também com o Mercado Municipal onde se comercializam doces, queijos,
geléias, frutas, artesanatos, especiarias, flores e outros produtos.
Possui também os cinemas São Luiz e Ultravisão, sendo o último também teatro; as
seguintes igrejas: 5 católicas, o Santuário de Nossa Sra. de Fátima, 2 presbiterianas, 1
Universal do Reino de Deus, 1 metodista, 1 Internacional da Graça de Deus, 1 do
Evangelho Quadrangular, 1 Ceifa de Poços de Caldas, 1 Assembléia de Deus, 1
Adventista do Sétimo Dia, 1 Congregação Cristã do Brasil e 1 Evangélica Sara Nossa
Terra, e 4 bibliotecas.
A cidade destaca-se também pelas lojas e feiras especializadas em artesanatos,
souvenires e mercearias espalhadas pela cidade, destacando-se os trabalhos em tricô,
crochê, bordados, cestas de palhas, sabonetes, diversos doces e queijos, sendo o
doce de leite e o queijo fresco os mais apreciados.
Finalizando, Poços de Caldas é conhecida internacionalmente pelos cristais, existindo
na cidade quatro fábricas, algumas delas permitindo visitação à produção e sendo seus
donos descendentes de famílias de vidreiros artísticos que viviam na Ilha de Murano,
próximo a Veneza, na Itália.
19
3. ÁREA DE PLANEJAMENTO
3.7.ÁREA ATUALMENTE OCUPADA
A área atualmente ocupada pela sede do município de Poços de Caldas, não difere
muito da apresentada como Área de Planejamento que pode ser observada no
desenho nº 238-50-001.
Os limites da área ocupada podem ser assim definidos: ao norte a ocupação alcança
as encostas da serra por ser um limitante natural. A oeste observa-se que a ocupação
restringe-se até as imediações da fazenda Chiqueirão; a leste o limitante é o município
de Caldas que já se confunde com o de Poços de Caldas e ao sul a ocupação
encontra-se limitada aproximadamente pelo córrego Papão e a represa Saturnino de
Brito.
A área apresentada anteriormente não se encontra totalmente ocupada devido à
topografia local; a ocupação se intensifica nos locais onde a topografia tende a ser
plana e próximo às vias de acesso e fuga do município com predominância
comercial/industrial nas duas últimas.
3.8.VETORES DE EXPANSÃO
Para a definição da área de planejamento buscou-se identificar os vetores de expansão
do perímetro urbano, procurando-se evitar distorções de avaliação de crescimento e
ocupação, assim como, aproveitar ao máximo as unidades constantes do sistema
tornando-o exeqüível.
Para isso a SERECSEREC avaliou juntamente com os técnicos da Secretaria de Planejamento
da Prefeitura de Poços de Caldas (SEPLAN) e do DMAEDMAE, e de posse da Lei de
Zoneamento Vigente, visitas a campo e avaliação de estudos existentes, esses
possíveis vetores de expansão.
A partir dessas avaliações definiu-se que ao norte a serra continua a ser o limitante
natural e de difícil transpasse para resultar em vetor de expansão.
20
Essas áreas ficariam restritas à zona leste, quase com a divisa de Caldas, onde se
observa a implantação de alguns loteamentos como a Morada dos Pássaros e o
Parque dos Lagos, sendo que o primeiro encontra-se bem ocupado.
Na Estrada Cachoeirinha, a nordeste, observa-se o bairro Pontal de Santa Clara,
região também considerada como vetor de expansão, principalmente por ser uma
opção de acesso à rodovia Geraldo Martins da Costa (rodovia do Contorno), sem que
seja necessário atravessar a cidade.
À oeste se nota a implantação de alguns loteamentos próximos à represa Bortolan
como: Campo da Antas, Campo da Cachoeira, Jardim dos Manacás, Campo das
Aroeiras, dentre outros, que mesmo com pouca ou quase nenhuma ocupação, tem sua
infra-estrutura em andamento ou implantada.
A sudoeste a ocupação tende a ser mais industrial com a existência da Rhodia, CBA e
Mitsui. Nesta região onde está prevista a implantação de um distrito industrial e um
loteamento com cerca de 150 lotes conforme informações obtidas.
A zona sul encontra-se em franco adensamento dos bairros existentes e nota-se o
surgimento de novos, ocupando os vazios.
E, finalmente ao longo da rodovia Geraldo Martins da Costa (rodovia do Contorno)
previu-se uma faixa de 100 m do eixo da pista para ambos os lados visualizando uma
ocupação de cunho comercial e/ou industrial que vem se iniciando, principalmente
entre as Avenidas Wenceslau Brás e Edmundo Cardillo.
3.9.ÁREA DE PLANEJAMENTO
Considerando-se as ocupações existentes e os vetores de expansão encontrados foi
possível a determinação da área de planejamento que pode ser visualizada no
desenho nº 238-50-001, com a seguinte descrição:
Ao norte a área de planejamento fica delimitada pela encosta da serra variando entre
as cotas de 1300 e 1350, desde o Ribeirão das Antas até o limite de município co
Caldas.
21
A leste o limitante é o município de Caldas e a rodovia Geraldo Martins da Costa
(rodovia do Contorno) até a avenida Alcoa.
Desse ponto o limite, já na zona sul, desce em direção pela Chácara Flora até a Alcoa
(Divisão de Condutores) inclusive, e depois paralelamente ao córrego Avelino até a
cabeceira deste e do córrego Papão, sendo o limitante ao sul.
A partir da nascente do córrego Papão o limite desce por esse até atingir a rodovia
Geraldo Martins da Costa, abrangendo a Alcoa Alumínio do Brasil S/A., segue para
sudoeste até o Distrito Industrial, seguindo em direção a Mitsui, Rhodia e CBA voltando
novamente para a rodovia Geraldo Martins da Costa.
A oeste o limite de planejamento segue desde a Fazenda Chiqueirão até o loteamento
Alto da Boa Vista passando pelos bairros de Bortolan e Campo do Saco, até alcançar a
fábrica da Danone. Deste ponto o limite segue em direção ao Parque Véu da Noivas,
descendo até o limite da subestação de Furnas inclusive, daí segue em direção aos
bairros Campo das Antas, Maria Imaculada, Pontifícia Universidade Católica (PUC),
Jardim Novo Mundo, Bandeirantes até alcançar a avenida Edmundo Cardillo.
Algumas dessas áreas não são abastecíveis, por contribuírem para a represa Saturnino
de Brito que é manancial da cidade, e devem ser visualizadas como áreas de proteção
de mananciais. Essas localidades podem ser observadas no desenho nº 238-50-001.
22
4. ESTUDOS DEMOGRÁFICOS
Neste capítulo apresenta-se o estudo demográfico desenvolvido para o município de
Poços de Caldas, visando avaliar, exclusivamente do ponto de vista do saneamento
básico, a evolução populacional na área urbana do município, que serviu como
subsídio para a Elaboração dos Planos Diretores dos Sistemas de Abastecimento de
Água e Esgotos Sanitários, para um horizonte de planejamento de 20 anos.
A metodologia adotada para a determinação da evolução populacional consiste,
basicamente em: a partir dos dados da evolução histórica passada do município
(população recenseada nos últimos censos demográficos elaborados pela FIBGE),
elaborar projeções da população ao longo do horizonte de planejamento por meio de
regressões matemáticas representativas das diversas velocidades de crescimento,
definindo a mais provável, com base na análise da correlação dos diversos valores
obtidos com as projeções existentes e suas respectivas interações com o contexto
populacional da Região Administrativa e do Estado onde se insere.
3.10. EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA REGIONAL E LOCAL
Foram obtidos os dados de população e domicílios dos Censos de 1980, 1991 e 2000
e da Contagem de 1996, da FIBGE. Admitiu-se as considerações a seguir
apresentadas, para o número de domicílios, por representarem dados
aproximadamente equivalentes, apesar das nomenclaturas diferenciadas adotadas nos
diversos censos: para 1980 e 1991 consideraram-se os domicílios particulares
permanentes, para 1996 admitiram-se os domicílios particulares permanentes e
improvisados, mais os coletivos, e finalmente, para 2000 foram contabilizados os
domicílios recenseados particulares e coletivos, desconsiderando-se os vagos,
conforme observa-se no quadro Q4/1.
De acordo com os censos realizados pela FIBGE e apresentados no quadro Q4/1, para
o município de Poços de Caldas, a relação habitante/domicílio urbana vem caindo de
4,18 em 1980, para 3,76 em 1991, para 3,48 em 1996 e 3,20 hab/dom em 2000,
conforme tendência observada no País, fruto de maior controle da natalidade.
23
Urbana Rural Total Urbano Rural Total Urbana Rural Total
Obs.:1. Censo 1980 - considerados domicílios particulares permanentes 2. Censo 1991 - considerados domicílios particulares permanentes 3. Contagem 1996 - considerados domicílios particulares permanentes e improvisados e domicílios coletivos 4. Censo 2000 - considerados domicílios recenseados particulares e coletivos, desconsiderando-se os vagos 5. Para este quadro os valores do Censo 2000 foram obtidos da Sinopse.
RELAÇÃO (hab/dom)
QUADRO Q4/1
DADOS CENSITÁRIOS DE POÇOS DE CALDAS
ANOPOPULAÇÃO (hab) DOMICÍLIOS (un)
24
Não se pode esperar, contudo, a manutenção dessa queda acentuada da densidade
média habitacional, que já é declinante, como pode-se observar no gráfico G 4/1.
Admite-se mesmo que, somente em um horizonte bastante longo poder-se-ia atingir
uma relação igual 3,1 ou 3,0 hab/dom, ou seja, o equivalente a uma moradia por casal
com um filho (rigorosamente pouco mais de um filho).
Com este raciocínio foi montado o gráfico G4/1 onde, além dos resultados censitários,
foi estabelecido um valor mínimo de ~3,1 hab/dom, a longo prazo, como limite da
densidade habitacional de Poços de Caldas. Procurou-se representar assim, a
tendência de queda já demonstrada pelos dados censitários, bem como a redução
paulatina dessa queda até o limite considerado, em um horizonte ainda mais distante.
A partir da curva do gráfico G4/1 foi possível determinar a evolução da densidade
habitacional apresentada no quadro Q4/2.
Realizou-se a análise da evolução demográfica da região de governo onde se encontra
Poços de Caldas, considerando-se apenas os municípios constantes nos Censos de
1980, 1991 e 2000 e na Contagem de 1996, onde se obtiveram as taxas de
crescimento (tgc) apresentadas no quadro Q4/3.
A evolução populacional da região de governo teve comportamento semelhante à do
Estado, mas em índices menores, como pode ser observado nos quadros Q4/3 e Q4/4.
A década de 80 apresenta crescimento menor do que o observado no Estado, mas em
faixa próxima da média estadual. Tal tendência de crescimento volta a se reverter na
década de 90. Entretanto, tal redução, apesar de significativa, foi comum a todo o
Estado e País, motivada pela redução dos fluxos migratórios e consolidação dos
contingentes populacionais, e não por razões ligadas à região em si.
25
GRÁFICO G 4/1
EVOLUÇÃO DA DENSIDADE HABITACIONAL DE POÇOS DE CALDAS