Top Banner
Estimados irmãos em Cristo Coordenadores e Assessores da Pastoral Familiar do Regional Sul II Irmãos no episcopado, saudações! Saúde! A Campanha da Fraternidade de 2012 volta ao tema que foi tratado em 1981, com o lema “Saúde para todos”, desta vez pedindo “que a saúde se difunda sobre a Ter- ra”. A saúde esteve presente em outras Cam- panhas, em temas ligados à defesa da vida, do planeta, da água, da alimentação e muitos ou- tros. Isso porque a saúde é desses bens tão fundamentais que acabam por estar na base de todos os outros bens. É um dom de Deus, mas é também conquista da ciência, da cida- dania, da consciência de uma vida equilibrada e saudável. Saúde, em latim é “salus”, a mes- ma palavra que significa “salvação”. É eviden- te, na ação evangelizadora de Jesus, a impor- tância da cura, que nosso Mestre conduz ao sentido mais profundo e completo, incluindo a cura do pecado, a vida plena, a salvação eterna. Muitos progressos Nas últimas três décadas, desde a última Campanha que pedia “Saúde para Todos”, o que mudou no campo da Saúde? Muita coisa. A mortalidade infantil diminuiu, a expectativa de vida aumentou. A preocupação com a prevenção, e com os hábitos de vida saudáveis, melhorou a quali- dade de vida, os números as estatísticas da miséria e da fome baixaram. O que mais quer a CF? Quer que estejamos atentos, pois, comemorando sucessos, corremos o risco de não ver claramente as contradições, que vêm junto, na nossa condição humana contraditó- ria: a medicina progride, mas não é para todos; a ciência descobre caminhos, mas também produz morte, os bons hábitos de saúde vêm marcados por um culto idolátrico do corpo, a saúde pública gratuita quer ser universal, mas a produção de medicamentos e saúde privada ainda é um “grande negócio” muito lucrativo e muitas vezes desumano. Um povo sem saúde pública adequada é fatal- mente vítima desse comércio abusivo, e até de espertos comerciantes de “milagres”, fantasiados de igrejas. E a família? Falando em saúde, não pode- mos deixar de lado o nosso foco principal que é a Família. Destroçada pela cultura do laicismo de Estado, de lascívia da mídia, de vale-tudo moral; feita e desfeita pelos amores passageiros e inconsequentes, só pode ser causa e origem de muitas doenças de hoje, como a depressão, o vício, a obesidade mórbida, o desrespeito à vida, do embrião ao ancião. Minha pergunta: nossos grupos organizados de Pastoral Familiar saberão enfrentar, junto com esse esforço de toda a Igreja, na Campanha da Fraternidade, esses imensos desafios? Espero que cada coordenação, cada atividade da nossa querida Pastoral Familiar, de mãos dadas com as outras forças da comunidade eclesial, possa conquistar muitos frutos de Vida para todos. Que Deus nos abençoe nesse propósito! Paz e Bem! Dom João Bosco, O.F.M. Bispo de União da Vitória CNBB REGIONAL SUL II BOLETIM ON LINE FEVEREIRO DE 2012 E E D D I I T T O O R R I I A A L L
20

Pastoral Familiar - Fevereiro 2012

Mar 11, 2016

Download

Documents

Mauricio Tab

Pastoral Familiar - Fevereiro 2012
Welcome message from author
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
Page 1: Pastoral Familiar - Fevereiro 2012

Estimados irmãos em Cristo Coordenadores e Assessores da Pastoral Familiar do Regional Sul II Irmãos no episcopado, saudações!

Saúde! – A Campanha da Fraternidade de 2012 volta ao tema que foi tratado em 1981, com o lema “Saúde para todos”, desta vez pedindo “que a saúde se difunda sobre a Ter-ra”. A saúde esteve presente em outras Cam-panhas, em temas ligados à defesa da vida, do planeta, da água, da alimentação e muitos ou-tros. Isso porque a saúde é desses bens tão fundamentais que acabam por estar na base de todos os outros bens. É um dom de Deus, mas é também conquista da ciência, da cida-dania, da consciência de uma vida equilibrada e saudável. Saúde, em latim é “salus”, a mes-ma palavra que significa “salvação”. É eviden-te, na ação evangelizadora de Jesus, a impor-tância da cura, que nosso Mestre conduz ao sentido mais profundo e completo, incluindo a cura do pecado, a vida plena, a salvação eterna.

Muitos progressos – Nas últimas três décadas, desde a última Campanha que pedia “Saúde para Todos”, o que mudou no campo da Saúde? Muita coisa. A mortalidade infantil diminuiu, a expectativa de vida aumentou. A preocupação com a prevenção, e com os hábitos de vida saudáveis, melhorou a quali-dade de vida, os números as estatísticas da miséria e da fome baixaram. O que mais quer a CF? Quer que estejamos atentos, pois, comemorando sucessos, corremos o risco de não ver claramente as contradições, que vêm

junto, na nossa condição humana contraditó-ria: a medicina progride, mas não é para todos; a ciência descobre caminhos, mas também produz morte, os bons hábitos de saúde vêm marcados por um culto idolátrico do corpo, a saúde pública gratuita quer ser universal, mas a produção de medicamentos e saúde privada ainda é um “grande negócio” muito lucrativo e muitas vezes desumano. Um povo sem saúde pública adequada é fatal-mente vítima desse comércio abusivo, e até de espertos comerciantes de “milagres”, fantasiados de igrejas.

E a família? – Falando em saúde, não pode-mos deixar de lado o nosso foco principal que é a Família. Destroçada pela cultura do laicismo de Estado, de lascívia da mídia, de vale-tudo moral; feita e desfeita pelos amores passageiros e inconsequentes, só pode ser causa e origem de muitas doenças de hoje, como a depressão, o vício, a obesidade mórbida, o desrespeito à vida, do embrião ao ancião. Minha pergunta: nossos grupos organizados de Pastoral Familiar saberão enfrentar, junto com esse esforço de toda a Igreja, na Campanha da Fraternidade, esses imensos desafios?

Espero que cada coordenação, cada atividade da nossa querida Pastoral Familiar, de mãos dadas com as outras forças da comunidade eclesial, possa conquistar muitos frutos de Vida para todos. Que Deus nos abençoe nesse propósito!

Paz e Bem!

Dom João Bosco, O.F.M.

Bispo de União da Vitória

CCNNBBBB –– RREEGGIIOONNAALL SSUULL IIII – BOLETIM ON LINE – FFEEVVEERREEIIRROO DDEE 22001122

EEDDIITTOORRIIAALL

Page 2: Pastoral Familiar - Fevereiro 2012

FFEEVVEERREEIIRROO DDEE 22001122

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul II 22

BBoolleettiimm OONN LLIINNEE ddaa PPaassttoorraall

FFaammiilliiaarr ddoo RReeggiioonnaall SSuull IIII -- CCNNBBBB

RRuuaa SSaallddaannhhaa MMaarriinnhhoo,, 11226666 –– 8800443300--116600

CCuurriittiibbaa –– PPRR –– TTeell..::((4411)) 33222244--77551122

DDoomm JJooããoo BBoossccoo BBaarrbboossaa ddee SSoouussaa

BBiissppoo ddee UUnniiããoo ddaa VViittóórriiaa--PPRR

RReepprreesseennttaannttee EEppiissccooppaall

EE--mmaaiill:: ddoommbboossccoo@@ddiioocceesseeuunniivviittoorriiaa..oorrgg..bbrr

DDiiáácc.. JJuuaarreess CCeellssoo KKrruumm

AAsssseessssoorr RReeggiioonnaall

EE--mmaaiill:: jjcckkrruumm@@yyaahhoooo..ccoomm..bbrr

AA ddiiffíícciill aarrttee ddee rreellaacciioonnaarr--ssee Maria Regina Canhos Vicentin*

Cada dia vem se

tornando mais

difícil relacionar-mo-nos com as

pessoas, principal-

mente as próxi-

mas, aquelas que se sentem no direi-

to, e também na

obrigação, de da-rem seus palpites

em relação à nossa vida. Ouvir, às vezes, já é sufici-

entemente duro. Colocar em prática tais conselhos, humanamente impossível em muitas circunstâncias,

pois as pessoas são diferentes, e o que é bom para

mim pode não ser para você. Mesmo assim, falta

respeito pelo posicionamento do outro, falta aceita-ção. Algumas pessoas vivem querendo impor seu

ponto de vista e, sinceramente não se importam se

magoam alguém. Isso ocorre muito entre pais e filhos, cônjuges, namorados, amigos íntimos...

Um julga estar sempre certo e tenta impor seu modo

de pensar e estilo de vida ao outro, por vezes, dimi-nuindo-o, humilhando-o, como se somente a sua

forma de pensar fosse correta. Em contrapartida, há

os que resistem ao diálogo e assistem comodamente

o desenrolar dos acontecimentos escondidos sob seu silêncio indiferente. Importa apenas o seu mundo

interior, seus próprios pensamentos e seu conforto

emocional. Ambos os lados da mesma moeda refletem formas de

relacionar-se erroneamente. De um lado aquele que

somente quer impor, de outro lado aquele que, em

seu silêncio indiferente, manipula a situação relacio-nal como bem entende. As pessoas passam a ser

joguetes e seus sentimentos são pisoteados como se

não existissem. Quem atravessa a situação de existir e não ser notado sabe bem do que estou falando,

assim como aqueles que não têm um minuto sequer

de sossego, porque seu capataz volta e meia vem verificar se tudo está como ele queria.

É gente, relacionamento humano não é fácil.

Relacionar-se é uma arte e devemos aprender a ceder

na medida certa. Se abaixamos demais mostramos os fundilhos. Se teimamos em não abrir mão dos nossos

posicionamentos precipitamos a derrocada, pois

ninguém cede eternamente. O que precisamos saber é que cansa muito ser

ignorado ou monitorado constantemente. Ambas as

situações vão, pouco a pouco, acabando com

qualquer sentimento gostoso que a gente queira

alimentar. Um casamento, uma amizade, um namoro,

uma família bem estruturada não podem ser conse-guidos somente com a boa intenção de uma pessoa.

Já diz o ditado: “Uma andorinha não faz verão”. O

próprio Jesus falou: “Onde dois ou três estão reuni-

dos em meu nome, aí estou no meio deles” (Mt 18, 20). Ora, deu pra entender? Um só não segura

casamento, namoro, amizade, família... Chega uma

hora que cansa. Recebi um texto muito interessante de uma amiga

esses dias. A pessoa segurava um copo com água e

perguntava à plateia se isso era algo difícil. Aparen-temente, a resposta é simples, pois é bem fácil

segurar um copo d‟água. Mas, exatamente aí, a

pessoa completa: depende do tempo que o tivermos

de segurar. Nossas situações relacionais esbarram na mesma explicação. Se tivermos de “segurar as

pontas” de uma relação por alguns dias, meses, anos

talvez... Mas, à medida que esse tempo vai se acumulando nossas mãos vão enfraquecendo, e o que

era apenas um copo d‟água assume a proporção de

um iceberg. Vamos pedir a Deus que isso sinceramente não aconteça conosco.

(*) Maria Regina Canhos Vicentin

(e.mail: [email protected]) é escritora.

Acesse e divulgue o site da autora: www.mariaregina.com.br

Page 3: Pastoral Familiar - Fevereiro 2012

FFEEVVEERREEIIRROO DDEE 22001122

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul II 33

OS DESAFIOS ATUAIS PARA A FAMÍLIA A PARTIR DA “FAMILIARIS CONSORTIO”

Dom Filippo Santoro

Durante os 30 anos que nos separam da publica-

ção da Exortação Apostólica Familiaris Consortio

do Bem-aventurado João Paulo II aconteceram

profundas mudanças no panorama contemporâ-

neo sobre a visão e a vivencia da família na

sociedade contemporânea. Contudo, a Familiaris

Consortio (FC) traça um quadro que, nos seus

elementos fundamentais, bem descreve a família

também no nosso presente.

Nessa nossa contribuição partiremos da descri-

ção dos desafio à família feita pela FC para

depois traçar um cenário com os problemas

atuais mais urgentes e a sua provocação para a

antropologia cristã.

A FC trata por explícito esta temática indicando

luzes e sombras da vivência da família: “A

situação em que se encontra a família apresenta

aspectos positivos e aspectos negativos: sinal,

naqueles, da salvação de Cristo operante no

mundo; sinal, nestes, da recusa que o homem

faz ao amor de Deus” (FC 6).

Plasticamente a pintura de Michelangelo A

Sagrada Família (Tondo Doni – Uffizi Firenze).

Representa a diferença entre o amor pagão e o

amor cristão. Enquanto o primeiro é composto

de corpos nus separados e divididos entre eles, o

amor cristão efeito de uma unidade circular na

qual as atenções de Maria e de José são captadas

pela presença do filho de Deus. Trata-se da

circularidade do amor e da comunhão, fruto da

graça, dada pela presença de Cristo. O Batista,

apoiado ao muro que divide os dois grupos de

pessoas admira a cena, mesmo pertencendo ao

Antigo Testamento. Nossa Senhora tem um livro

apoiado no seu colo e representa a Igreja que

oferece à humanidade a Palavra e é totalmente

voltada para o Filho de Deus.

A FC entra a especificar a natureza dos desafios

que a família enfrenta indicando antes os aspec-

tos positivos: “Por um lado, de fato, existe uma

consciência mais viva da liberdade pessoal e

uma maior atenção à qualidade das relações

interpessoais no matrimonio, à promoção da

dignidade da mulher, à procriação responsável,

à educação dos filhos; há, além disso, a consci-

ência da necessidade de que se desenvolvam

relações entre as famílias por uma ajuda

recíproca espiritual e material, a descoberta de

novo da missão eclesial própria da família e da

sua responsabilidade na construção de uma

sociedade mais justa”. E depois passa a observar

os aspectos negativos que caracterizam a

família: “Por outro lado, contudo, não faltam

sinais de degradação preocupante de alguns

valores fundamentais: uma errada concepção

teórica e prática da independência dos cônjuges

entre si; as graves ambigüidades acerca da

relação de autoridade entre pais e filhos; as

dificuldades concretas, que a família muitas

vezes experimenta na transmissão dos valores; o

número crescente dos divórcios; a praga do

aborto; o recurso cada vez mais freqüente à

esterilização; a instauração de uma verdadeira

e própria mentalidade contraceptiva” (FC 6).

A Exortação identifica de forma precisa as

causas destes fenômenos negativos: “Na raiz

destes fenômenos negativos está muitas vezes

uma corrupção da idéia e da experiência de

liberdade concebida não como capacidade de

realizar a verdade do projeto de Deus sobre o

matrimônio e a família, mas como força

autônoma de afirmação, não raramente contra

os outros, para o próprio bem-estar egoístico”

(FC 6).

Page 4: Pastoral Familiar - Fevereiro 2012

FFEEVVEERREEIIRROO DDEE 22001122

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul II 44

Não falta uma atenta referência às condições de

extrema pobreza de muitas famílias do Terceiro

Mundo, que bem conhecemos presentes entre

nós no Brasil. “Merece também a nossa atenção

o fato de que, nos países do assim chamado

Terceiro Mundo, faltem muitas vezes às famílias

quer os meios fundamentais para a sobrevivên-

cia, como o alimento, o trabalho, a habitação,

os medicamentos, quer as mais elementares

liberdades” (FC 6). Do outro lado preocupa

também a situação da família nos países mais

ricos, afetados por outra série de problemas.

“Nos países mais ricos, pelo contrário, o bem-

estar excessivo e a mentalidade consumística,

paradoxalmente unida a uma certa angústia e

incerteza sobre o futuro, roubam aos esposos a

generosidade e a coragem de suscitarem novas

vidas humanas: assim a vida é muitas vezes

entendida não como uma bênção, mas como um

perigo de que é preciso defender-se” (FC 6).

E disso tudo a Exortação tira uma conclusão que

convida a pensar. “Isto revela que a história não

é simplesmente um progresso necessário para o

melhor, mas antes um acontecimento de

liberdade, e ainda um combate entre liberdades

que se opõem entre si; segundo a conhecida

expressão de Santo Agostinho, um conflito entre

dois amores: o amor de Deus impelido até ao

desprezo de si, e o amor de si impelido até ao

desprezo de Deus”. Na temática da família entra

em jogo o grande tema da liberdade e da consci-

ência que será aplicado de forma muito aguda a

todo o desenvolvimento humano por Bento XVI

no capitulo VI da encíclica “Caritas in Veritate”.

A conseqüência disso é que é necessária uma

educação da pessoa humana para o justo exercí-

cio da liberdade em todas as atividades humana,

incluindo a atividade econômica e a experiência

da família. “Segue-se que só a educação para o

amor, radicada na fé, pode levar a adquirir a

capacidade de interpretar «os sinais dos

tempos», que são a expressão histórica deste

duplo amor” (FC 6).

Assistimos, portanto a um influxo muito grande

particularmente dos meios de comunicação

sobre a família entre estes a FC destaca: “Os

Padres Sinodais sublinharam, em particular, o

difundir-se do divórcio e do recurso a uma nova

união por parte dos mesmos fiéis; a aceitação

do matrimônio meramente civil, em contradição

com a vocação dos batizados «a casarem-se no

Senhor»; a celebração do sacramento do

matrimônio sem uma fé viva, mas por outros

motivos; a recusa das normas morais que guiam

e promovem o exercício humano e cristão da

sexualidade no matrimônio” (FC 7).

Para transformar esta situação é necessária a

evangelização da cultura emergente para que

possa nascer um “novo humanismo”. “Na

construção de tal humanismo, a ciência e as

suas aplicações técnicas oferecem novas e

imensas possibilidades. Todavia, a ciência, em

conseqüência de posições políticas que decidem

a direção de investigações e aplicações, é

muitas vezes usada contra o seu significado

originário, a promoção da pessoa humana.

Torna-se, portanto, necessário recuperar por

par te de todos a consciência do primado dos

valores morais, que são os valores da pessoa

humana como tal. A nova compreensão do

sentido último da vida e dos seus valores

fundamentais é a grande tarefa que se impõe

hoje para a renovação da sociedade” (FC 8).

Neste sentido a Exortação faz apelo à necessida-

de de uma Sabedoria que ilumina a consciência

e permite descobrir os valores que ajudam a

realizar plenamente a vida da pessoa, da família

e da sociedade. “Só a consciência do primado

destes valores consente um uso das imensas

possibilidades colocadas nas mãos do homem

pela ciência, que vise verdadeiramente a

promoção da pessoa humana na sua verdade

integral, na sua liberdade e dignidade. A ciência

é chamada a juntar-se à sabedoria” (FC 8). “A

Page 5: Pastoral Familiar - Fevereiro 2012

FFEEVVEERREEIIRROO DDEE 22001122

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul II 55

aliança do nosso mundo com a sabedoria divina

que deve ser mais profundamente reconstituída

na cultura moderna. De tal Sabedoria cada ho-

mem foi feito participante pelo mesmo gesto

criador de Deus. E é só na fidelidade a esta

aliança que as famílias de hoje estarão em grau

de influenciar positivamente na construção de

um mundo mais justo e fraterno” (FC 8).

Novos Desafios

Entre os novos desafios lembramos a discussão

sobre a diferença sexual (ou de gênero) como

base da construção da família. Trata-se das

teorias dos “gender studies” que constituem o

corpo ideológico utilizado pelas lobbies homos-

sexuais para defender suas reivindicações em

particular o “matrimônio homossexual”.

Com efeito, fala-se de “opção sexual” ignorando

o fato que a diferença biológica é um dado

estrutural e originário do ser humano. Acentua-

se o dado psicológico cultural e se tende a

eliminar o dado biológico que é a origem da

diferença que é o motor das relações em vista de

uma verdadeira igualdade entre os seres huma-

nos.

Essa ideologia é sempre apresentada como

“batalha contra as discriminações” para ser

mais facilmente acolhida e transformada em leis

que consideram a união homossexual como

“entidade familiar”. È exatamente o que está

acontecendo no Brasil depois do pronunciamen-

to do STF sobre as uniões de pessoas do mesmo

sexo.

Na Assembléia Geral da CNBB deste ano de

2011 saiu uma nota sobre este tema que afirma:

“A diferença sexual é originária e não mero

produto de uma opção cultural. O matrimônio

natural entre o homem e a mulher bem como a

família monogâmica constituem um princípio

fundamental do Direito Natural. (...) A família é

o âmbito adequado para a plena realização

humana, o desenvolvimento das diversas

gerações e constitui o maior bem das pessoas”.

Esses são os pontos de referência para um juízo

correto sobre a questão atualmente debatida.

Continua a Nota da CNBB: “As pessoas que

sentem atração sexual exclusiva ou predominan-

te pelo mesmo sexo são merecedoras de respeito

e consideração. Repudiamos todo tipo de

discriminação e de violência . (...) [Porém]

equiparar as uniões entre pessoas do mesmo

sexo à família descaracteriza a sua identidade e

ameaça a estabilidade da mesma”. Uma coisa é

o respeito, a não discriminação, outra coisa é a

riqueza da vida familiar, da identidade sexual

que dá origem ao matrimônio, que dá origem à

família. A família segundo o plano de Deus que

tem o direito de ser protegida pelo Estado. “É

atribuição do Congresso Nacional propor e

votar leis, cabendo ao governo garanti-las.

Preocupa-nos ver os poderes constituídos

ultrapassarem os limites de sua competência,

como aconteceu com a recente decisão do

Supremo Tribunal Federal. Isso compromete a

ética na política”.

A motivação usada pelos juízes nesse caso –

daqueles que sustentam a união estável e a reco-

nheceram e equiparando-a a uma entidade fami-

liar – é que nós vivemos em uma sociedade

fragmentada. Existem tantos fragmentos e um

desses fragmentos é a Igreja Católica. O

Supremo Tribunal decide quando um fragmento

quer prevalecer sobre o outro e intervém para

colocar ordem. O Supremo Tribunal tem a

Page 6: Pastoral Familiar - Fevereiro 2012

FFEEVVEERREEIIRROO DDEE 22001122

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul II 66

presunção de representar o uso da razão quando

os direitos de um fragmento são invadidos pelo

outro ou não são respeitados. Onze pessoas

representam a razão num clima de fragmentação

total, de confusão do eu; e aí que domina o

poder. Não pode ser um grupo de pessoas que

decide o que é justo e o que não é justo quando

se trata de definir o que é segundo a razão. E se

não é um grupo de pessoas quem é? È somente

algo que está na natureza humana, que a razão

reconhece, e que se chama lei natural. Existe

uma lei natural que junta todos os fragmentos,

todas as pessoas.

A fé católica, escuta a voz da razão, e nós somos

os primeiros a defender esse laço que une todos

os fragmentos da sociedade que sem um funda-

mento comum seriam incomunicáveis. Diz São

Tomás de Aquino: “A lei natural não é outra coi-

sa que a luz da inteligência infundida por Deus em

nós. Graças a ela conhecemos o que se deve cum-

prir e o que se deve evitar. Esta luz e esta lei Deus

a concedeu na criação”,(Collationes in decem

praeceptis, 1); cit. in: João Paulo II, Veritatis

Splendor, 40). Que a sociedade seja fragmentada

é um fato, mas que não haja um fundamento

comum é toda uma outra questão. Se não tivesse

comunicação entre um fragmento e outro não

poderia existir encontro entre as pessoas, não

poderia existir comunicação, não poderia existir

diálogo. O fundamento comum, que é a lei

natural, deve ser reconhecido e respeitado.

Nesse caso em que onze pessoas têm todo poder

de decidir o que é justo e segundo a razão se

manifesta uma prevaricação do poder. Nenhuma

lei humana pode-se substituir às leis não escritas

que se encontram na natureza humana, como já

dizia Sófocles na Antígona. E São Paulo afirma “A lei está escrita em seus corações” (Rom 2, 15).

A nossa posição é a defesa da racionalidade, é a

defesa da unidade, é a defesa da natureza.

Nós fazemos uma batalha positiva, que nos

permite encontrar qualquer pessoa, ter contato

com qualquer um, porque dialogamos com a

humanidade das pessoas, não de uma forma

reduzida, mas com uma atenção profunda.

Como fizeram os Apóstolos e os primeiros

cristãos. Naquele tempo estas coisas, no mundo

da Grécia eram aceitas, mas não era a forma

humana mais digna. São Paulo em Corinto não

está diante de uma sociedade patriarcal, mas

pretensamente liberal e manifesta um outro

ponto de vista radicalmente diferente. Pensemos

como eram tratadas as mulheres, sem falar dos

escravos. O Cristianismo revolucionou tudo

isso. E nós através do testemunho de uma beleza

extraordinária encontrada, podemos comunicar

como é positivo para todos defender o bem da

família, defender o bem da vida, a partir não de

uma teoria, mas da experiência.

A diferença entre o masculino e o feminino

carrega uma riqueza de sentido e um valor

humanizante que não é um limite, mas uma

fonte de significado.

Como resposta a este desafio temos a possibili-

dade de valorizar a diferença não como algo

puramente imposto pela tradição, mas como

expressão de liberdade na realização plena e

diferenciada do ser humano.

Outro elemento atual que

questiona a visão da família

É uma concepção do amor e do afeto como algo

que não pode ser governado pela pessoa, feita de

razão e vontade e, portanto capaz de liberdade.

Não se procura a verdade da relação, mas apenas

o espaço de uma própria gratificação individual

onde o critério é a pura emoção. Sobre esta base

é impossível algo de estável e construir relações

sérias e consistentes. Estamos diante de eternos

adolescentes.

Não que os afetos devem ser vistos com

suspeita, mas é importante que sejam vividos

como diz a palavra do latim “affectus” “ser

tocado”, como adesão e relação com o outro.

Em cada relação afetiva é necessário um

cuidado, um trabalho consigo mesmo e com o

outro. Sem isso depois da primeira séria dificul-

dade a relação se interrompe.

Lembramos também o desafio da “bioengenha-

ria”. Depois da crise das grandes utopias

continua um certo messianismo associado à

possibilidades oferecidas pela bioengenharia

numa incessante batalha contra os limites da

condição humana. Assim a função mais típica da

família, que é aquela de procriar, pode ser

dispensada pelo uso de laboratórios de fecunda-

Page 7: Pastoral Familiar - Fevereiro 2012

FFEEVVEERREEIIRROO DDEE 22001122

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul II 77

ção assistida, sem necessidade de relação sexual

entre o homem e a mulher.

Deste cenário nasce a figura de um indivíduo

instável, de convicções voláteis e de compro-

missos fluidos. Um adolescente, fortemente

individualista que nas suas escolhas é flutuante,

conduzido pelo instinto imediato e pela opinião

dominante. É este o produto final de uma certa

ideologia do mercado e do poder.

Uma grande oportunidade.

Esta situação que destrói o peso da tradição e

coloca tudo nas mãos da decisão do individuo

representa não apenas uma ameaça à realidade

da família, mas também uma grande oportuni-

dade. Várias possibilidades estão nas mãos do

sujeito que, como pode ser destruído, pode

também afirmar-se na sua liberdade. A liberdade

não como simples possibilidade de escolha, mas

como reconhecimento de uma exigência de

plenitude do próprio ser humano e como adesão

a algo que o pode realizar. A pessoa diante da

escravidão do efêmero pode se revoltar quando

despertada por algo que leva a serio o desejo de

um cumprimento pleno e estável.

A liberdade de não ser escravo, mas protagonista

do próprio destino. Isso comporta a adesão a

algo que liberta e que se torna a pérola preciosa

da vida. A liberdade que se realiza mesmo

quando tem que se enfrentar o sacrifício. A

liberdade que assume a característica da adesão

a um outro como significado de si e que se

realiza numa luta que exige também o sacrifício.

Liberdade e dom de si que têm o seu fundamen-

to não numa decisão arbitrária ou voluntarista do

sujeito, mas na própria natureza humana que é

aberta ao infinito e estruturalmente feita para

realizar-se no encontro com o mistério e com os

outros. Isso é particularmente evidente na

experiência da família que é feita pela continua

decisão da liberdade que se realiza no encontro e

no dom de si.

Uma nova antropologia

Para isso é necessária uma nova antropologia

que valoriza o corpo e tem como elemento

fundamental a diferença sexual, pressuposto

para a reciprocidade e a plena doação de si.

Trata-se da antropologia desenvolvida pelo

Pontifício Instituto João Paulo II para Estudos

sobre o matrimônio e a família.

Essa antropologia, desenvolvida, sobretudo a

partir das catequeses do Bem-aventurado papa

João Paulo II nas quartas feiras entre o ano 1978

e 1985, “tem como ponto e partida o ser humano

criado a imagem e semelhança de Deus e destina-

do a encontrar sua realização na comunhão

interpessoal” (João Paulo II. Homem e mulher o

criou, Catequeses sobre o amor humano, Bauru:

EDUSC, 2005, p. 170).

Entre todas as criaturas o ser humano é único

porque é imagem de Deus, enquanto pessoa

racional e livre e portadores daquela qualidade

divina que é a comunhão. A comunhão interpes-

soal da SS. Trindade é o fundamento da relação

esponsal e da comunhão entre o homem e a

mulher.

A Conferência de Aparecida retoma esta afirma-

ção: “O amor conjugal é doação recíproca entre

um homem e uma mulher, os esposos: é fiel,

exclusivo até a morte e fecundo, aberto à vida e à

educação dos filhos, assemelhando-se ao amor

fecundo da Santíssima Trindade” (DAp 117).

Estamos diante de uma visão positiva do ser hu-

mano e da união conjugal entre um homem e uma

mulher. Não olhamos com saudade à família do

passado, mas temos consciência do “patrimônio

que a família é para a humanidade” como afirmou

Bento XVI no Discurso de abertura da Conferên-

cia de Aparecida em 2007.

Conclusão

O que era fruto de uma tradição agora se torna op-

ção da liberdade da pessoa, que no dom de si e no

amor encontra sua realização.

Não estamos numa batalha de retaguarda, mas

num caminho de liberdade onde o arbítrio é supe-

rado e a exigência de felicidade se realiza vivendo

o dom total de si.

A liberdade e o amor se abrem ao mistério de Cris-

to que, com sua presença vitoriosa sobre o pecado

e a morte, vem ao encontro do homem e da mulher

que procuram ser felizes na oferta de si e no dom

total da vida.

Page 8: Pastoral Familiar - Fevereiro 2012

FFEEVVEERREEIIRROO DDEE 22001122

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul II 88

JJuuaarreess CCeellssoo KKrruumm**

O Encontro em Prepara-ção ao Matrimônio, mais conhecido nos meios

eclesiais como “Curso de Noivos” faz parte do Setor Pré-Matrimonial da Pastoral Fami-liar e já existe há pelo menos quatro déca-das, pois foi em 1973 que eu e a Maria Lucia participamos lá em Ponta Grossa do nosso “Curso de Noivos”, em dois dias.

Em levantamentos nas diversas paróquias de nosso Brasil, o Encontro em Preparação ao matrimônio é destaque, pois existe e é realizado na grande maioria dessas paró-quias. Há casos em que, quando se fala em Pastoral Familiar, imediatamente vêm à lembrança O Curso de Noivos, que é uma das poucas, senão única atividade dessa

Pastoral.

Para não virar uma sessão nostalgia, gostaria de destacar alguns eventos, da-tas e publicações, a partir da década de 90 do séc. XX.

Em 1993 – após am-pla consulta pelo Brasil sobre “os En-contros ou Cursos de Noivos” o Setor Fa-

mília da CNBB lança pela Editora Vozes o livro “Casamento: Ternura & Desafio”. Considerado o Primeiro volume da coleção Subsídios de Pastoral Familiar do Setor Fa-mília da CNBB, o livro com 232 páginas foi elaborado por casais integrantes da Comis-são Nacional de Pastoral Familiar e a elabo-ração final por Frei Almir Ribeiro Guima-rães, OFM – assessor do Setor Família da CNBB com o objetivo de traçar diretrizes e conteúdos para cursos ou encontros de noi-vos. O livro orienta os agentes da Pastoral

Familiar e sugere um ótimo esquema de organização dessa pastoral, capacitan-do-os melhor na ár-dua e importante missão de preparar os jovens para a vida conjugal, familiar e para as responsabili-dades do seu futuro.

Ainda naquele ano, a CNBB lança na série Verde – Estudos da CNBB, o nº 65 - Pastoral Familiar no Brasil em que se destaca a importância da Preparação ao Matrimônio nas suas três etapas: a) Preparação Remota; b) Prepara-ção Próxima e c) Preparação Imediata. É a Preparação Próxima que “comporta basi-camente a realização do encontro ou curso de noivos, já tradicional em nossas dioceses e paróquias. Os candidatos ao matrimônio deveriam realizá-lo ao menos com seis me-ses de antecedência para que, eventual-mente, pudessem colocar intenções e pro-pósitos mais sólidos possíveis para sua vi-da cristã ao abraçarem o matrimônio” (p. 33)

Em 1994 – o segun-do livro da Coleção Subsídios de Pastoral Familiar, também pela Editora Vozes intitulado: “Casa-mento e Família no mundo de hoje – textos seletos do Magistério Eclesi-al” com 120 páginas foi editado com a fi-nalidade de destacar

trechos fundamentais de alguns pronunci-

Page 9: Pastoral Familiar - Fevereiro 2012

FFEEVVEERREEIIRROO DDEE 22001122

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul II 99

amentos do Magistério da Igreja nos últi-mos quarenta anos, a respeito do casamento e da família.

Após nova pesquisa, surge em 2000 o “Guia de Prepara-ção para a Vida Matrimonial” com reflexões sobre temas essenciais que desti-nam-se ao casal que deseja receber o Sa-cramento do Matri-mônio. O Guia está dividido em três par-

tes. Na segunda parte são apresentados oito temas essenciais e onze temas opcionais, sa-lientando-se que podem ser abordados de diversas maneiras, além de palestras, po-dem ser usadas dinâmicas de grupo, conver-sa a dois. A ordem de apresentação também pode ser adaptada conforme as especifici-dades e necessidades de cada paróquia. Po-rém, é fundamental que não se omita ne-nhum tema sugerido. Na terceira parte, no item metodologia, destaca-se novamente a importância da apresentação dos temas essenciais, que pode ser feita num Encontro de dois dias ou no “Encontro Personalizado” com oito en-contros de uma hora cada.

Infelizmente, ainda se insiste na realização do Encontro em Preparação ao Matrimônio em apenas um dia em muitas paróquias, deixando-se de lado alguns temas essenciais destacados no Guia de Preparação para a Vida Matrimonial.

O que se quer não é a uniformidade, mas a unidade em torno de temas que são de fato fundamentais para a reflexão dos casais que pretendem cele-brar o Sacramento do Matrimônio.

O subsídio é bastante claro a esse respeito. Não quer “engessar” a equipe de trabalho dos Encontros em Preparação ao Matrimô-nio. Apenas sugere, de forma simples e objetiva um caminho, uma opção, uma for-ma de trabalhar para alcançar os objetivos: “Algumas Comissões Regionais da Pastoral Familiar pediram uma revisão, uma versão mais sintética e uma atualização do livro ‘Casamento: Ternura & Desafio’. Outras pe-diram uma nova metodologia para os anti-gos ‘Cursos de Noivos’. Houve também Co-missões que não queriam um ‘curso pronto’, em um formato rígido, mas apenas diretrizes ou sugestões para a realização dos ‘Cursos de Noivos’... Nosso enfoque é exclusivamente pastoral.”(GPVM, p. 7)

Sem esquecer o que o papa João Paulo II, lembrava na Exortação Apostólica Familiaris Consortio sobre essas questões: “a preparação dos jovens para o matrimônio e a vida familiar é necessária hoje mais do que nunca” (FC, nº 66).

É recomendável que aquelas paróquias que ainda não se atualizaram, o façam o mais breve possível, aproveitando os subsídios que estão aí para isso mesmo e que, apesar da resistência à mudança em alguns casos, haja um esforço concentrado e se defina qual a melhor metodologia a ser aplicada nos Encontros em Preparação ao Matrimô-nio: Personalizado com oito encontros de uma hora ou o Encontro Tradicional (de dois dias), com a dinâmica que melhor se adapte à sua realidade paroquial e pastoral, procurando sempre abordar os temas es-senciais descritos no Guia de Preparação para o Matrimônio.

Tudo isso com a aprovação dos bispos de cada diocese, em conformidade com os pla-nos pastorais diocesanos, com o auxílio dos párocos e demais presbíteros e diáconos, e o envolvimento e engajamento dos leigos e leigas.

*Juares Celso Krum é Diácono Permanente, incardinado na

Diocese de União da Vitória, bacharel e mestrando em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, e Assessor Eclesiástico da Pastoral Familiar do Regional Sul II da CNBB.

Page 10: Pastoral Familiar - Fevereiro 2012

FFEEVVEERREEIIRROO DDEE 22001122

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul II 1100

2. NASCIMENTO DA IGREJA

Quando, em que momento a Igreja foi fundada?

Existem duas teses. A primeira chamada Tradi-

cional e a outra chamada Moderna.

Tese Tradicional Vem desde a época da escolástica (Séc XII), ne-

o-escolástica, passa pelo Concílio de Trento,

Concílio Vaticano I e até os limiares do Concílio

Vaticano II. É toda uma história. A tese diz o

seguinte: Jesus Cristo durante a sua vida públi-

ca fundou a Igreja junto com os apóstolos.

O fundamento desta tese está em Mt 16,13-20.

Os teólogos afirmam que Jesus, durante a vida

pública fundou a Igreja com base neste texto.

Atualmente, porém, começa-se a questionar este

texto. Há quatro dúvidas sobre ele.

1ª Dúvida – Os evangelhos foram escritos de-

pois da ressurreição de Jesus. Ou seja, quando

Jesus morreu na cruz, não havia nada escrito. E

durante a sua vida pública Jesus também não

deixou nada escrito. O que existe foi escrito de-

pois da ressurreição de Jesus. E aí pergunta-se:

O tu és Pedro, teria saído da boca de Jesus?

2ª Dúvida – Nos sinóticos a palavra Igreja só

aparece por três vezes em dois textos: Mt 16,18:

“Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre es-

ta pedra edificarei minha Igreja, e as portas do

Inferno nunca prevalecerão contra ela.” Neste

texto o enfoque é de uma Igreja no sentido uni-

versal, para todos; Mt 18,17: “Caso não lhes der

ouvido, dize-o à Igreja. Se nem mesmo à Igreja

der ouvido, trata-o como o gentio ou o publica-

no.” Neste caso o enfoque é de uma Igreja como

comunidade local.

3ª Dúvida – Jesus ao escolher o grupos dos doze

apóstolos o faz com uma finalidade: enviá-los a

pregar, a evangelizar. Conforme Mc 3,13-14:

“Depois subiu à montanha, e chamou a si os

que ele queria, e eles foram até ele. E constituiu

Doze1, para que ficassem com ele, para enviá-

los a pregar.”

4ª Dúvida – Toda a vida pública de Jesus se re-

sume nesta frase: “Pregar o Reino”. Jamais se

falou em fundar uma Igreja. Diante destes argu-

mentos, a Tradicional não se sustenta mais. Mas,

então quando a Igreja foi fundada?

Tese Moderna Diz que a Igreja foi fundada no momento Pascal.

Isto é, no momento em que Jesus morreu na cruz

(Jo 19,34).

Sangue e água – dois símbolos, que se transfor-

mam em sacramentos. Sangue – Eucaristia e

Água – Batismo.

Dos sete sacramentos estes dois são os mais im-

portantes. Todos os demais sacramentos podem

ser considerados apenas coadjuvantes a estes

dois.

Mas não é só isso. Vamos ver o que diz o texto

de Jo 20,21-22: “21Ele lhes disse de novo: “A paz

esteja convosco! Como o Pai me enviou, também eu

vos envio”. 22

Dizendo isso, soprou sobre eles2 e lhes

disse: “Recebei o Espírito Santo.” Para João tudo

isso é um momento só. Para João, a morte, o

derramamento do Espírito Santo e a ressurreição

é um momento só. Isso se chama na linguagem

teológica joanina Glorificação e Exaltação.

Por que é um momento só? Há duas teologias

sobre Pentecostes. Uma joanina e outra lucana.

João entende e escreve como um momento só.

Já Lucas faz e escreve como se fossem diversas

1 O número dos novos chefes do povo eleito deve ser doze, que foi ou-trora o número das tribos de Israel. Esse número será restabelecido depois da deser-ção de Judas (At 1,26), para ser conservado eterna-mente no céu (Mt 19,28p; Ap 21,12-14+). 2 O sopro de Jesus simboliza o Espírito (em hebraico, sopro, vento) que ele en-via, princípio da nova criação (Gn 1,2; 2,7; Ez 37,9; Sb 15,11). Ver Jo 1,33 +; 14,26 +; 19,30 + e Mt 3,16 +.

FFoorrmmaaççããoo && EEssppiirriittuuaalliiddaaddee

-- 22 --

Page 11: Pastoral Familiar - Fevereiro 2012

FFEEVVEERREEIIRROO DDEE 22001122

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul II 1111

etapas: Jesus morre, ressuscita, aparece 40 dias e

enfim acontece o Pentecostes. Vamos ver o que

diz At 2,1ss: “

1Tendo-se completado o dia de Pentecostes, esta-

vam todos reunidos no mesmo lugar. 2De repente,

veio do céu um ruído como o agitar-se de um venda-

val impetuoso, que encheu toda a casa onde se en-

contravam. 3Apareceram-lhes, então, línguas como

de fogo, que se repartiam e que pousaram sobre ca-

da um deles. 4E todos ficaram repletos do Espírito

Santo e começaram a falar em outras línguas, con-forme o Espírito lhes concedia se exprimissem.”

Lucas, na verdade recapitula Gn 11,5-9: “

5Ora, Iaweh desceu para ver a cidade e a torre que

os homens tinham construído. 6E Iaweh disse: Eis

que todos constituem um só povo e fala uma só lín-

gua. Isso é o começo de suas iniciativas! Agora, ne-nhum desígnio será irrealizável para eles.

7Vinde!

Desçamos! Confundamos a sua linguagem para que

não mais se entendam uns aos outros.” 8Iaweh os

dispersou dali por toda a face da terra, e eles cessa-

ram de construir a cidade. 9Deu-se-lhe por isso o

nome de Babel, pois foi lá que Iaweh confundiu a

linguagem de todos os habitantes da terra e foi lá

que ele os dispersou sobre toda a face da terra”.

- dando-lhe significado contrário ao da torre de

Babel. Portanto, parece melhor entender que a

teologia joanina é a mais coerente com a funda-

ção da Igreja. Esta tese é confirmada por 3 tes-

temunhos:

1º) Santo Agostinho – “Quando o Senhor dor-

mia na cruz, a lança atravessou o seu lado e de-

le brotaram os sacramentos com os quais a I-

greja foi criada (fundada).”

2º) São Tomás de Aquino – “Através dos sa-

cramentos brotados do lado de Cristo que pen-

dia da cruz foi construída a Igreja.”

3º) Concílio Vaticano II, mais especificamente

na Constituição Dogmática Lumen Gentium

(LG) no número 3 repete a idéia de Santo Agos-

tinho e São Tomás de Aquino:

“Veio pois o Filho, enviado pelo Pai, que ainda

antes da criação do mundo nos escolheu nele e

nele nos predestinou à filiação adotiva, porque

lhe aprouve encabeçar em Cristo todas as coisas

(cf. Ef 1,4-5 e 10). E Cristo, para cumprir a von-

tade do Pai, inaugurou na terra o reino dos céus,

cujo mistério nos revelou; e pela sua obediência,

operou a redenção. A Igreja, isto é, o reino de

Cristo já presente em mistério, cresce visivel-

mente no mundo pelo poder de Deus. Princípio e

incremento significados pelo sangue e pela água

que manaram do lado aberto de Jesus crucifica-

do (cf. Jo 19,34) e anunciados pelas palavras do

Senhor ao falar da sua própria morte na cruz: “E

eu quando for levantado da terra atrairei todos a

mim” (Jo 12,32 gr.). Sempre que no altar é cele-

brado o sacrifício da cruz, no qual Cristo, nossa

páscoa, foi imolado (1Cor 5,7), atua-se a obra da

nossa redenção. E juntamente com o sacramento

do pão eucarístico é representada e realizada a

unidade dos fiéis, que constituem um só corpo

em Cristo (cf. 1Cor 10,17). Todos os homens

são chamados a esta união com Cristo, que é a

luz do mundo, do qual procedemos, pelo qual

vivemos e para o qual tendemos” (LG, 3).

O Concilio Vaticano II, reafirma a doutrina ou

teologia desses

dois teólogos.

Quando se faz a

pergunta, por

que Pedro como

o primeiro papa?

Se verificarmos

o Livro dos Atos

dos Apóstolos,

do capítulo 1 ao

12 a figura em

destaque é Pe-

dro. Depois do

capítulo 13 passa

a ser Paulo.

Mas, a Igreja foi

preparada. Essa preparação pode ser considerada

em três etapas: 1) Jesus prega o Reino; 2) Jesus

escolhe os Doze e 3) A missão dos Doze

1) Jesus prega o Reino Lendo os evangelhos sinóticos (Mt, Mc e Lc),

encontramos três versículos que sintetizam a

pregação do Reino por Jesus.

Mt 4,17.23: 17

A partir desse momento, começou Jesus a pregar e

a dizer: “Arrependei-vos, porque está próximo o Reino dos Céus”

23Jesus percorria toda a Galiléia,

ensinando em suas sinagogas, pregando o Evange-

lho do Reino e curando toda e qualquer doença ou

enfermidade do povo.

Page 12: Pastoral Familiar - Fevereiro 2012

FFEEVVEERREEIIRROO DDEE 22001122

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul II 1122

O que isso quer dizer. Quer dizer que o Reino de

Deus está próximo. Agora eu vou começar a

pregar.

Mc 1,15: 15 “Cumpriu-se o tempo e o Reino de Deus

está próximo. Arrependei-vos e crede no Evange-

lho”.

Mt 11,2-6: 2João, ouvindo falar, na prisão, a respeito das obras

de Cristo, enviou a ele alguns dos seus discípulos para lhe perguntarem:

3“És tu aquele que há de vir,

ou devemos esperar um outro?” 4Jesus respondeu-

lhes: “Ide contar a João o que estais ouvindo e ven-do:

5os cegos recuperam a vista, os coxos andam, os

leprosos são purificados e os surdos ouvemn, os

mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados. 6E bem-aventurado aquele que não ficar escandali-

zado por causa de mim!”

Lc 4,18-19: 18

Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me

ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para

proclamar a remissão aos presos e aos cegos a re-

cuperação da vista, para restituir a liberdade aos oprimidos

19e para proclamar um ano de graça do

Senhor.

2) Jesus escolhe os Doze. Mt 10,1-4: 1Chamou os doze discípulos e deu-lhes autoridade

de expulsar os espíritos imundos e de curar toda a

sorte de males e enfermidades.2Estes são os nomes

dos doze apóstolos: primeiro, Simão, também cha-mado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Ze-

bedeu, e João, seu irmão; 3Filipe e Bartolomeu; To-

mé e Mateus, o publicano; Tiago, o filho de Alfeu, e

Tadeu; 4Simão, o Zelota, e Judas Iscariotes, aquele

que o traiu.

Mc 3,13-19. Antes de serem enviados em mis-

são estão sendo preparados. Tinham que fazer a

experiência de Deus para depois saírem, serem

enviados em missão: 13

Depois subiu à montanha, e chamou a si os que ele

queria, e eles foram até ele. 14

E constituiu Doze, pa-ra que ficassem com ele, para enviá-los a pregar,

15e

terem autoridade para expulsar os demônios. 16

Ele

constituiu, pois, os Doze, e impôs a Simão o nome de Pedro;

17a Tiago, o filho de Zebedeu, e a João, o ir-

mão de Tiago, impôs o nome de Boanerges, isto é, fi-

lhos do trovão, 18

depois André, Filipe, Bartolomeu,

Mateus, Tomé, tiago, o filho de Alfeu, Tadeu, Simão o zelota,

19e Judas Iscariot, aquele que o traiu.

Lc 6,12-16:

12Naqueles dias, ele foi à montanha para orar e pas-

sou a noite inteira em oração a Deus. 13

Depois que

amanheceu, chamou os discípulos e dentre eles esco-lheu doze, aos quais deu o nome de apóstolos: 14

Simão, a quem impôs o nome de Pedro, seu irmão

André, Tiago, João, Filipe, Bartolomeu, 15

Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Simão, chamado Zelota, 16

\Judas Iscariot, que se tornou um traidor.

Estar com ele é igual a fazer a experiência. Os

apóstolos começam a pregar quando Jesus ainda

estava vivo. Mas depois que Jesus ressuscita e-

les são enviados novamente.

O monte (montanha) tem um sentido teológico.

É o lugar, segundo o Antigo Testamento, onde

Deus está. Isto quer dizer, que é um chamado

divino. E depois vão desempenhar a missão que

também é divina. Não se faz a experiência de

Deus no barulho, no corre-corre.

A quarta característica. A iniciativa é de Jesus.

É divina. E aqui foge todo esquema rabínico,

onde os discípulos é quem escolhem o mestre. O

aluno escolhia o mestre. Nesta iniciativa de Je-

sus não se leva em consideração as capacidades

destes doze escolhidos. Judas toma atitudes que

são humanamente compreensíveis. Ele pensava

assim: Se Jesus é o Messias resolverá o proble-

ma da Palestina. Se não, vamos cair fora e pro-

curar o Messias.

Outro detalhe: Jesus escolhe doze. Doze tem um

significado. Para os judeus doze queria dizer

comunidade. E ainda mais, os doze que Jesus

escolhe lembram os 12 filhos de Jacó (do AT)

que vão formar as 12 tribos de Israel e que vai

formar o povo de Israel. Por sua vez, os doze

apóstolos formam o novo povo de Deus.

Recordando: estar, pregar, montanha, Jesus, do-

ze e rezar.

Vamos ver o texto de Lc 11,1-4 (Pai nosso): 1Estando num certo lugar, orando, ao terminar, um

de seus discípulos pediu-lhe: “Senhor, ensina-nos a

orar, como João ensinou a seus discípulos”. 2Respondeu-lhes: “Quando orardes, dizei: Pai, san-

tificado seja o teu Nome; venha o teu Reino; 3o pão

nosso cotidiano dá-nos a cada dia; 4perdoa-nos os

nosso pecados, pois também nós perdoamos aos

nossos devedores; e não nos deixes cair em tenta-ção”.

Mateus e Marcos na cruz escrevem sobre Jesus:

Page 13: Pastoral Familiar - Fevereiro 2012

FFEEVVEERREEIIRROO DDEE 22001122

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul II 1133

“Lá pela hora nona, Jesus deu um grande gri-

to¨Eli, Eli, lemá sabachtáni?‟, isto é: “Deus

meu, Deus meu, porque me abandonaste?‟” (Mt

27,46)

“E, à hora nona, Jesus deu grande grito, dizendo:

„Eloi, Eloi, lemá sabachtháni‟ que, traduzido,

significa: „Deus meu, Deus meu, por que me

abandonaste?‟”. (Mc 15,34)

Enquanto Lucas diz de modo diverso: “E Jesus

deu um grande grito: „Pai, em tuas mãos entre-

go o meu espírito‟. Dizendo isso, expirou” (Lc

23,46)

3) A missão dos Doze Vamos ver os textos de Mateus, Marcos e Lu-

cas: 9Não leveis ouro, nem prata, nem cobre nos vosso

cintos, 10

nem alforje para o caminho, nem duas túni-

cas, nem sandálias, nem cajado, pois o operário é digno do seu sustento.

11Quando entrardes numa ci-

dade ou num povoado, procurai saber de alguém

que seja digno e permanecei ali até vos retirardes do

lugar. 12

Ao entrardes na casa, saudai-a. 13

E se for digna, desça a vossa paz sobre ela. Se não for digna,

volte a vós a vossa paz. 14

Mas se alguém não vos re-

cebe e não dá ouvidos às vossas palavras, saí daque-la casa ou daquela cidade e sacudi o pó de vossos

pés. (Mt 10,9-14)

16Os onze discípulos caminharam para a Galiléia, à

montanha que Jesus lhes determinara. 17

Ao vê-lo,

prostraram-se diante dele. Alguns, porém, duvida-

ram. 18

Jesus, aproximando-se deles, falou: “Toda a autoridade sobre o céu e sobre a terra me foi entre-

gue. 19

Ide, portanto, e fazei que todas as nações se

tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai, do

Filho e do Espírito Santo 20

e ensinando-as a obser-var tudo quanto vos ordenei. E eis que eu estou con-

vosco todos os dias, até a consumação dos séculos!”

(Mt 28,16-20)

7Chamou a si os Doze e começou a enviá-los dois a

dois. E deu-lhes autoridade sobre os espíritos impu-

ros. 8recomendou-lhes que nada levassem para o caminho, a não ser um cajado apenas; nem pão, nem

alforje, nem dinheiro no cinto.9Mas que andassem

calçados com sandálias e não levassem duas túnicas. 10

E dizia-lhes: “Onde quer que entreis numa casa,

nela permanecei até vos retirardes do lugar. 11

E se

algum lugar não vos receber nem vos quiser ouvir, ao partirdes de lá, sacudi o pó de debaixo dos vossos

pés em testemunho contra eles”. 12

Partindo, eles

pregavam que todos se arrependessem. 13

E expulsa-

vam muitos demônios, e curavam muitos enfermos,

ungindo-os com óleo. (Mc 6,7-13)

1Convocando os Doze, deu-lhes poder e autoridade

sobre todos os demônios, bem como para curar do-

enças, 2e enviou-os a proclamar o Reino de Deus e a

curar. 3E disse-lhes: “Não leveis para a viagem, nem

bastão, nem alforje, nem pão, nem dinheiro; tam-

pouco tenhais duas túnicas. 4Em qualquer casa em

que entrardes, permanecei ali até vos retirardes do

lugar. 5Quanto àqueles que não vos acolherem, ao

sairdes da cidade sacudi a poeira de vossos pés em testemunho contra eles”.

6Eles então partiram, indo

de povoado em povoado, anunciando a Boa Nova e

operando curas por toda a parte. (Lc 9,1-6)

Mateus e Marcos querem mostrar que a missão

de Jesus continua. Há dois momentos: Jesus que

prega e os discípulos que continuam.

Estas três questões desembocam na fundação da

Igreja.

A primeira tese de Mt 16,13-20 e a outra de

João, a partir do Vaticano II são duas maneiras

de ver o mesmo acontecimento.

Data Evento Local

22/02 Abertura da Campa-

nha da Fraternidade Paróquias e

Dioceses

25 e

26/02

Reunião de Coorde-

nação da CRPF

Curitiba-PR

28/04 2º Simpósio Nacio-

nal da Família

Aparecida -

SP

29/04 4ª Peregrinação Na-

cional da Família

Aparecida -

SP

AAggeennddaa

22001122

Page 14: Pastoral Familiar - Fevereiro 2012

FFEEVVEERREEIIRROO DDEE 22001122

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul II 1144

““FFrraatteerrnniiddaaddee ee aa SSaaúúddee PPúúbblliiccaa””

Apresentação

A quaresma é o caminho que nos leva ao

encontro do Crucificado-ressuscitado. Caminho,

porque processo existencial, mudança de vida,

transformação da pessoa que recebeu a graça de

ser discípulo-missionário. A oração, o jejum e a

esmola indicam o processo de abertura necessá-

ria para sermos tocados pela grandeza da vida

nova que nasce da cruz e da ressurreição.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil

(CNBB) promove a Campanha da Fraternidade,

desde o ano de 1964, como itinerário evangeli-

zador para viver intensamente o tempo da

quaresma.

A Igreja deseja sensibilizar a todos sobre a dura

realidade de irmãos e irmãs que não têm acesso

à assistência de Saúde Pública condizente com

suas necessidades e dignidade. A conversão

pede que as estruturas de morte sejam

transformadas.

Toda a ação eclesial brota de Jesus Cristo e se

volta para Ele e para o Reino do Pai.

Esta perspectiva norteia as novas Diretrizes

Gerais da Ação Evangelizadora. Ela é condição

para que, na Igreja, aconteça uma conversão

pastoral

que a co-

loque em

estado

perma-

nente de

missão,

com o

advento

de inúme-

ros discípulos missionários, enraizados em

critérios sólidos para ver, julgar e agir no

enfrentamento dos problemas concretos e

urgentes da vida de nosso povo.

A CF 2012 visa a saúde integral. Há muito

tempo, ela vem sendo considerada a principal

preocupação e pauta reivindicatória da popula-

ção brasileira, no campo das políticas públicas.

Introdução

O SUS (Sistema Único de Saúde), inspirado em

belos princípios como o da universalidade, cuja

proposta é atender a todos, indiscriminadamente,

deveria ser modelo para o mundo. No entanto,

ele ainda não conseguiu ser implantado em sua

totalidade e ainda não atende a contento,

sobretudo os mais necessitados destes serviços.

Objetivo Geral

Refletir sobre a realidade da saúde no Brasil em

vista de uma vida saudável, suscitando o espírito

fraterno e comunitário das pessoas na atenção

aos enfermos e mobilizar por melhoria no

sistema público de saúde.

Objetivos Específicos

a. Disseminar o conceito de bem viver e

sensibilizar para a prática de hábitos de vida

saudável;

Page 15: Pastoral Familiar - Fevereiro 2012

FFEEVVEERREEIIRROO DDEE 22001122

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul II 1155

b. Sensibilizar as pessoas para o serviço aos

enfermos, o suprimento de suas necessida-

des e a integração na comunidade

c. Alertar para a importância da organização

da pastoral da Saúde nas comunidades: criar

onde não existe, fortalecer onde está

incipiente e dinamizá-la onde ela já existe;

d. Difundir dados sobre a realidade da saúde

no Brasil e seus desafios, como sua estreita

relação com os aspectos socioculturais de

nossa sociedade;

e. Despertar nas comunidades a discussão

sobre a realidade da saúde pública, visando

à defesa do SUS e a reivindicação do seu

justo financiamento;

f. Qualificar a comunidade para acompanhar

as ações da gestão pública e exigir a

aplicação dos recursos públicos com

transparência, especialmente na saúde.

O cartaz

Atualiza o encontro do Bom Samaritano com o

doente que necessita de cuidado Lc 10,29-37. A

mão do profissional da saúde segurando as mãos

do doente afasta

cultura da morte

e viabiliza a

acolhida entre

irmãos (o pró-

ximo). A Igreja

como mãe, na

sua samaritani-

dade, aproxima-

se e cuida dos

doentes, de

todos que se

encontram à

margem do caminho. O profissional de pé, o

enfermo sentado, olhos nos olhos, lembram a

acolhida e o compromisso do profissional de

saúde, gera relação de confiança. A cruz que

sustenta e ilumina o sentido do cartaz recorda a

salvação que Jesus Cristo nos conquistou. A

alegria do encontro recorda aos profissionais da

saúde que foram escolhidos para atualizarem a

atitude do Bom Samaritano em relação aos

enfermos.

INDICAÇÕES PARA A

AÇÃO TRANSFORMADORA

NO MUNDO DA SAÚDE

Introdução

As ações de Jesus para com os doentes inspira-

ram a Igreja no exercício da caridade fraterna. É

importante salientar que muitos religiosos e reli-

giosas vivem sua consagração a Deus e se in-

corporam na missão da Igreja por meio do servi-

ço aos doentes e àqueles que sofrem. “O discí-

pulo missionário abre seu coração para todas

as formas de vida ameaçada desde o seu início

até a morte natural”. DGAE 2011 - 2015, n. 67.

Pastoral da Saúde

• A Pastoral da Saúde representa a atividade

desempenhada pela Igreja no setor da saúde,

é expressão de sua missão e manifesta a

ternura de Deus para com a humanidade que

sofre.

• A Igreja, ao meditar a parábola do bom

samaritano (cf. Lc 10,25-37), entende que

não é lícito delegar o alívio do sofrimento

apenas à medicina, mas é necessário ampli-

ar o significado desta atividade humana.

• Seu objetivo

geral é promo-

ver, educar,

prevenir, cui-

dar, recuperar,

defender e ce-

lebrar a vida ou

promover ações

em prol da vida

saudável e ple-

na de todo o

povo de Deus,

tornando pre-

sente, no mundo de hoje, a ação libertadora

de Cristo na área da saúde. Sua atuação é

em âmbito nacional e de referência

internacional.

• Esse trabalho evangelizador atua em três

dimensões, sempre em consonância com as

Diretrizes de Ação da CNBB. São elas:

solidária, comunitária, político-institucional.

Page 16: Pastoral Familiar - Fevereiro 2012

FFEEVVEERREEIIRROO DDEE 22001122

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul II 1166

A dignidade de viver e morrer

• Precisamos de sabedoria e ética samaritana

para cuidar das pessoas que estão se apro-

ximando do final de suas existências. O de-

safio ético é considerar a questão da digni-

dade no adeus à vida.

• Antes de existir um direito à morte humana,

há que ressaltar o direito de que a vida

possa ter condições de ser conservada,

preservada e desabrochada plenamente.

• É chocante e até irônico constatar situações

em que a mesma sociedade que nega o pão

para o ser humano viver, lhe oferece a mais

alta tecnologia para „bem morrer!‟

• Não pode-

mos passi-

vamente a-

ceitar a

morte que é

consequên-

cia do des-

caso pela

vida, causa-

da por vio-

lência, aci-

dentes e pobreza.

• Podemos ser curados de uma doença classi-

ficada como mortal, mas não de nossa mor-

talidade. Quando esquecemos isso, acaba-

mos caindo, pura e simplesmente, na tecno-

latria e na absolutização da vida biológica.

• É a obstinação terapêutica (distanásia)

adiando o inevitável, que acrescenta mais

sofrimento e vida quantitativa que qualidade

de vida.

• quando a morte se anuncia iminente e

inevitável, pode-se em consciência renunci-

ar a tratamentos que dariam somente um

prolongamento precário e penoso da vida,

sem, contudo interromper os cuidados

normais devidos ao doente em caso seme-

lhantes. (...) A renúncia a meios extraordi-

nários ou desproporcionais não equivale ao

suicídio ou à eutanásia; exprime, antes, a

aceitação da condição humana diante da

morte (Papa João Paulo II, EV n. 65).

• É um desafio difícil aprender a amar o

paciente terminal sem exigir retorno, com a

gratuidade com que se ama um bebê, num

contexto social em

que tudo é medido

pelo mérito! O

sofrimento

humano somente é

intolerável se nin-

ninguém cuida.

Como fomos

cuidados para

nascer, precisamos também ser cuidados

para morrer. Cuidar fundamentalmente é

sermos solidários com os que hoje passam

pelo „vale das sombras da morte‟. Amanhã

seremos nós.

Os Agentes da Pastoral da

Saúde

• Os agentes da pastoral da saúde são os

discípulos missionários de Jesus Cristo e de

sua Igreja, envolvidos em sua missão de

cura e de salvação.

• São eles: o bispo, os presbíteros, os

capelães, os diáconos, os religiosos e as

religiosas, e todos os leigos e leigas.

• os profissionais de saúde cristãos, católicos

(médicos, enfermeiros, fisioterapeutas,

assistentes sociais,...) são os agentes

naturais da pastoral da saúde. Deveriam ser

convidados a assumir evangelicamente sua

profissão.

“a) defender e promover a dignidade da

vida humana em todas as etapas da existên-

cia, desde a fecundação até a morte natu-

ral; b) tratar o ser humano como fim e não

como meio, respeitando-o em tudo que lhe é

próprio: corpo, espírito e liberdade; c) tra-

tar todo ser humano sem preconceito nem

discriminação, acolhendo, perdoando, re-

cuperando a vida e a liberdade de cada

pessoa, tendo presente as condições mate-

riais e o contexto histórico, social, cultural

em que cada pessoa vive” (DGAE n. 150).

Page 17: Pastoral Familiar - Fevereiro 2012

FFEEVVEERREEIIRROO DDEE 22001122

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul II 1177

Proposta de ação - Igreja

• trabalhar, datas ligadas à saúde, e mostrar a

importância de um estilo de vida saudável;

• promover a formação política e participação

cidadã cada vez mais responsável dos

cristãos;

• Trabalho de evangelização com os agentes

da área de saúde.

• articular a participação efetiva de membros

das comunidades nas instâncias colegiadas

do SUS (Conselhos municipais e

Conferências de Saúde).

• criar observatórios locais da saúde, que se

tornem referências para a população;

• denunciar situações de irregularidade na

condução da coisa pública.

• dar continuidade à CF 2011 (Fraternidade e

Vida no Planeta) e reforçar ações de

equilíbrio na relação entre ser humano e o

meio ambiente.

Como as famílias podem cola-

borar

incentivar o cuidado pleno aos extremos de

vida (criança e idosos);

garantir que a prevenção avance através de

ações educativas abrangentes e outras como

manter o cartão de vacinas atualizado.

Colaborar na prevenção ao uso de drogas;

Aderir à coleta seletiva e à reciclagem, a

práticas que resultem na sustentabilidade.

Propostas para a ação em re-

lação a temas específicos

Quanto ao acesso no atendimento dos doentes na

rede de saúde pública

Quanto à gestão do sistema de saúde pública.

Quanto à problemática do financiamento

Quanto aos fatores externos

(Conferir texto base, nº 257-260).

Propostas gerais para o SUS

• Priorizar a atenção básica em relação aos

outros níveis de atenção à saúde, fortale-

cendo e as redes especializadas de atenção à

saúde.

• estudar uma forma de coparticipação ou

contribuição à saúde pública dos setores

empresariais que usufruem ou estimulam

hábitos inadequados à saúde.

• criação, no Poder Judiciário, da „Vara da

Saúde‟, para atendimento especializado e

eficaz neste segmento.

• estimular a „quarentena política‟ (proibição

de se candidatar, durante certo período, a

cargos) aos gestores técnicos que deixarem

o cargo, no governo.

Conclusão

Ao longo dos

últimos anos, houve

mudança no concei-

to de saúde: de

„caridade‟ para

„direito‟. Hoje em

dia, no entanto,

esse direito está

sendo transformado em „negócio‟, num

mercado livre sem coração! Há necessidade de

empoderamento dos pobres, em termos de

reivindicação (cidadania) e para fazer algo

concreto e forçar o direito básico à saúde.

É preciso aprofundar e colocar em prática a

chamada „bioética dos 4 Ps‟: promoção da

saúde; prevenção de doenças; proteção das

vulneráveis presas fáceis de manipulação;

precaução frente a possíveis riscos de danos

moralmente inaceitáveis, quer sejam uma

ameaça à saúde, ou à vida humana, ameaças de

danos graves e irreversíveis, injustos com as

gerações presentes e futuras.

Page 18: Pastoral Familiar - Fevereiro 2012

FFEEVVEERREEIIRROO DDEE 22001122

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul II 1188

VEM AÍ!

PREPARE-SE!

PARTICIPE!

FALTAM SETE

MESES!

Page 19: Pastoral Familiar - Fevereiro 2012

FFEEVVEERREEIIRROO DDEE 22001122

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul II 1199

PPaaddrree ZZeezziinnhhoo:: MMiissssaa nnããoo éé ooppeerreettaa

Opera é um teatro todo cantado. Opereta, um te-

atro declamado, falado e cantado. Pode haver

danças no meio. É mais ou menos isso! Os deta-

lhes eu deixo para os especialistas em artes cêni-

cas. Missa é culto católico, com séculos de his-

tória, que não depende de lugar para acontecer,

mas, em geral, acontece num templo. Não é nem

nunca foi ópera ou opereta. Quem dela participa

não é ator e nem o presidente da assembléia nem

os cantores podem ser sua principal atração.

Mas são! E o são por conta de um fato: a maio-

ria não estudou ou não respeita as orientações

dos especialistas de uma ciência chamada “litur-

gia”. Liturgia deve ser o que impede que o altar

vire palco, e o lado direito ou esquerdo dele vire

coxia! Regula o culto de maneira que transpare-

ça a catequese e a teologia daquele momento.

Na hora em que o presidente daquele culto, o-

fuscado pelas luzes e pela fama local ou nacio-

nal, e algum cantor ou cantora deslumbrado com

a sua chance de mostrar seu talento roubam a

cena, temos mais uma exibição de opereta, num

templo católico. Gestos, corridinhas, roupas lin-

das, música que estoura os ouvidos, o padre oni-

presente, inserções aqui e ali no script do que

tratam como peça de arte, vinte músicas para

uma missa, as canções duram 50 minutos e as

palavras da missa 12 ou 15, o sermão do padre

25… E o povo que não pagou para assistir, é

convidado a deixar sua contribuição no ofertó-

rio. Na semana que vem haverá outra exibição…

Isto, nos cultos em que o altar vira palco e o ce-

lebrante que poderia, sim, ser alegre, comunica-

tivo, acolhedor, resolve se o ator principal com

alguns coadjuvantes chamados banda católica.

Nos outros cultos chamados de eucaristia e tra-

tados como eucaristia a coisa é bem outra! Tem

decoro, tem lógica, obedece-se ao conteúdo e

aos textos daquele dia, as canções são verdadei-

ramente litúrgicas, os leitores sabem ler e não

engasgam, os microfones não estouram, nin-

guém toca nem fala para ensurdecer, músicos

não entram em competição, nenhum solista can-

ta demais, cantores apenas lideram o povo, nin-

guém fica dedilhando cançõezinhas durante a

consagração, como fundo para Jesus que faz o

seu debut, as canções são ensaiadas e escolhidas

de acordo com o tema da missa daquele dia, não

se canta na hora da saudação de paz porque nin-

guém diz bom dia, ou como vai cantando… Tais

coisas só acontecem nas operetas…

Nas missas sérias e com unção ninguém fica

passando à frente ou atrás do altar, ministro não

fica mexendo no altar enquanto o padre prega,

padre não exagera nas vestes, não berra, não gri-

ta, não dá show de presença, tudo é feito com

muita seriedade e decoro. O padre até se destaca

pela seriedade. Celebra-se, dentro das nuances

permitidas, o mesmo ato teológico com implica-

ções sociais que se celebra no mundo inteiro.

Todos aparecem e ninguém se destaca.

Mas receio ser inútil escrever sobre estas coisas,

porque pouquíssimas bandas e pouquíssimos sa-

cerdotes admitem que isso acontece com eles…

E ai de quem disser que acontece! Mandam con-

sultar o ibope sobre as novas missas transforma-

das em operetas, nas quais se privilegia mais

canção do que os textos do dia. Perguntem se,

depois daquele “somzão” e daquelas inserções

com exorcismo, oração em línguas e outros a-

dendos não aumentou a freqüência aos templos!

É! Pois é! Fonte: www.padrezezinhoscj.com

Page 20: Pastoral Familiar - Fevereiro 2012

FFEEVVEERREEIIRROO DDEE 22001122

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul II 2200

EExxppoossiiççããoo rreevveellaa ooss

AArrqquuiivvooss SSeeccrreettooss ddoo

VVaattiiccaannoo Museus Capitolinos abrem exposição "Lux in Arca-

na" em 1º de março

ROMA, quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

(ZENIT.org) - Um evento único na história da

Igreja: a partir de 1º de março até 9 de setembro,

ficará aberta para visitação a mostra Lux in

Arcana: O Arquivo Secreto do Vaticano se

revela.

Uma centena de códigos, pergaminhos,

arquivos, registros e manuscritos serão tempora-

riamente transferidos do Arquivo Secreto

Vaticano para os Museus Capitolinos, em Roma.

Os documentos cobrem a história desde o século

VIII até o XX.

Esta será a primeira vez, e talvez a única, que

esses documentos secretos vão cruzar as frontei-

ras do Vaticano. A exposição Lux in arcana,

organizada por ocasião do quarto centenário da

fundação do Arquivo Secreto Vaticano, tem

como objetivo explicar e dizer o que é e como

funciona o Arquivo dos Papas, ao mesmo tempo

em que "torna visível o invisível" e abre acesso

a algumas das maravilhas que até o momento

estavam custodiadas em cerca de 85 km lineares

de estantes.

Entre os documentos de época que poderão ser

vistos, está o manuscrito em que Galileu Galilei

abjurou das suas teorias, aceitando a condenação

da Igreja (1633); o Privilegium Ottonianum,

com que o Imperador Otto I da Saxônia se

comprometeu a defender o pontífice de

eventuais ataques e agressões (962); a excomu-

nhão de Martinho Lutero (1520); a carta em que

o papa Celestino V fez a "grande recusa",

renunciando ao papado (1294); o dogma da

Imaculada Conceição, assinado por Pio IX

(1854), entre outros muitos.

O olhar do visitante passará através dos tempos,

encontrando figuras históricas tão diversas como

Wolfgang Amadeus Mozart (de quem está

exposta a decoração pontifícia), Abraham Lin-

coln (com o discurso que encerrou a escravidão

nos Estados Unidos) e Napoleão Bonaparte (será

exposto o Tratado de Tolentino, que obrigou o

papa Pio VII a entregar manuscritos valiosos e

importantes obras de arte).

A Lux in arcana é realizada em colaboração

com organismos como o Departamento de

Assuntos Culturais e do Centro Histórico e a

Superintendência do Patrimônio Cultural de

Roma.

A exposição estará aberta todos os dias, exceto

às segundas-feiras, das 9h às 20h.

O ingresso integrado Museu + Exposição

custará 12 euros na versão inteira, mas há

descontos e gratuidades previstas. A gratificação

é concedida, por exemplo, a crianças menores de

6 anos, a grupos de escolas de ensino fundamen-

tal e médio, a portadores de necessidades

especiais e ao seu respectivo acompanhante,

além dos usuários de passes como o RomaPass e

o Roma&Più Pass.

Mais informações e reservas no site

www.luxinarcana.org