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ANO IV - Nº12 MAR / ABR 2010 O Transcendente Av. Hercílio Luz, 1079 Florianópolis SC 88020-001 Fone: (48) 3222.9572 www.otranscendente.com.br
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O Transcendente - No.12

Mar 10, 2016

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Edição Março/Abril 2010
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Page 1: O Transcendente - No.12

ANO IV - Nº12

MAR / ABR2010

O Transcendente • Av. Hercílio Luz, 1079 • Florianópolis • SC • 88020-001 • Fone: (48) 3222.9572 • www.otranscendente.com.br

Page 2: O Transcendente - No.12

EDITORIAL

Jornal bimestral de Ensino Religioso pertencente ao PIME Registrado no Cartório de Registro Civil de Títulos e

Documentos de Pessoas Jurídicas de Florianópolis sob o nº 13Diretor: Pe. Paulo De Coppi - P.I.M.E.

Jornalista Resp.: Yriam Fávero - Reg. DRT/SC nº 800Redator: Sandro Liesch / Roseli Cassias

Diagramação: Fábio Furtado Leite

SEDE: Av. Hercílio Luz, 1079 - Servidão Missão JovemPARA CORRESPONDÊNCIA:

Cx. Postal 3211 / 88010-970 / Florianópolis / SCFONE: (48) 3222-9572 / FAX-AUTOMÁTICO: (48) 3222-9967

ENDEREÇO DO JORNAL “O TRANSCENDENTE”:

ANO IV - Nº 12 - MARÇO/ABRIL - 2010

Site: www.otranscendente.com.brE-mail: [email protected]

•Individual:•Assinatura Coletiva (no CUPOM da página 11)•Assinatura de apoio:•Internacional:

ASSINATURA ANUAL

R$ 20,00

R$ 35,00R$ 55,00

02 MARÇO/ABRIL - 2010

Prezados (as) educadores (as),Embora esta edição de O TRANSCEN-

DENTE chegue com o ano de 2010 já andan-do, quero desejar a vocês um ano cheio de conquistas e de realizações. A missão de educar não é fácil, mas é uma das mais nobres e indispensáveis para a cons-trução de uma nova sociedade que todos almejamos.

Com esta edição, o nosso jornal/subsídio entra em seu 4º ano de atividades. No entanto, em tão breve es-paço de tempo, OT já ajuda milhares de professores de Ensino Religioso e de disciplinas afins em todo o Brasil.

DICA DE LEITURA

São mais de 2 bilhões que

tem Jesus Cris-to como Filho de Deus. Após 20 sé-culos, Jesus Cristo continua presente na vida das pesso-as que o testemu-nham e que continuam a transmitir seus ensinamentos e sua mensagem de amor. Amai-vos uns aos outros como eu vos amei! (João 15 12)

Em grande parte, isso se deve à participa-ção concreta de centenas de Secretarias de Edu-cação que realizaram assinaturas coletivas para atender a todos os professores de sua rede escolar.

A Equipe de OT agradece por esse apoio, esperando que muitas outras Secretarias Municipais e Estaduais si-gam o exemplo. Trata-se de um pequeno investimento para auxiliar os professores dessa disciplina de extrema importância. Se trabalharmos juntos, o ER será mais valorizado e toda a sociedade ganhará com isso!

CONTEÚDOS DESTA EDIÇÃOApós termos apresentado, na 12ª edição, o Cris-

tianismo, religião de maior número de adeptos no mundo e no Brasil, nesta 12ª edição continuaremos a apresentá-lo, porém, enfatizando a sua presença na atual realidade brasileira, já que o Cristianismo não se confunde mais com o catolicismo, pois há cente-

nas de expressões cristãs presentes no Brasil. Trata-se de um enorme e variado mosaico de co-

munidades que, embora aceitem Jesus de Nazaré como Filho de Deus e único Salvador, em sua maneira de ser, de pregar, de louvar e de agir, têm aspectos bem diferentes.

unidade. É esse trabalho que paulatinamente vem sendo realizado o que chamamos de atividade ecu-mênica.

Madre Teresa de Calcutá assim rezava: Abre-nos Senhor para este caminho do amor, da alegria e da reconciliação, a fim de que o Corpo ferido de Cristo seja fermento de comu-nhão para os pobres e para toda a família humana.

DA TEORIA À PRÁTICAInfelizmente, constata-se o

grande desafio do diálo-go e do respeito mútuo entre as diferentes deno-

minações cristãs. Nisso, o Ensino Religioso pode ofere-cer uma grande contribuição, desde que seja ecumênico, aberto, sem proselitismo, e que busque apresentar, sem restrições, os aspectos positi-

vos de cada religião cristã presente em nosso meio. Há ainda pontos cruciais a serem vencidos na

mentalidade de muitos cristãos, para que seja pos-sível uma convivência mais amistosa.

Frequentemente ouvimos expressões deste tipo: “crente-fanático”; “espírita-macumbeiro”; “católico-carola”; “muçulmano-terrorista”. Tudo isso cria uma barreira mental e preconceituosa que nos impe-de de enxergar as riquezas de cada religião.

DIVISÕES HISTÓRICAS As divisões que aconteceram ao longo dos

séculos certamente não estavam nos planos de Jesus. De fato, o apelo à unidade, dirigido aos primeiros seguidores, foi insistente e forte, pois a missão de anunciar a Boa Nova de Jesus exi-gia o testemunho de uma grande unidade entre eles, como também entre seus sucessores. Foi por isso que, na Última Ceia, Jesus reza: Pai, não rogo apenas por eles, mas também por todos aqueles que, por meio de sua palavra, crerão em mim, a fim de que todos sejam um, assim como Tu Pai estás em mim e eu em Ti, para que o mundo creia que Tu me enviaste. (João17, 20-22)

AS DIVISÕES DOS CRISTÃOS

No entanto, por diversas razões, ao logo da história, as divisões foram acontecendo e os cristãos não foram capazes de realizar o sonho de Jesus de continuarem viven-do e agindo unidos, oferecendo ao mundo um sinal de unidade.

Há quem veja, na diversidade atual, um enri-quecimento. No entanto, por amor à unidade e por fidelidade ao seu fundador, as Igrejas devem trabalhar intensamente pela reconciliação e pela

O professor de Ensino Religioso deve se des-pojar de tais viseiras e olhar o outro com olhar de compreensão e interessar-se em conhecê-lo mais profun-damente.

O melhor antídoto para o preconceito é o conhecimen-to. Pode haver aspectos que nos choquem e que nos desa-gradem nas religiões alheias, mas, sem dúvida, haverá mui-to mais que nos encante e nos fale ao coração.

É isso que o educador deve passar para os alunos. Nisso tudo, a equipe de O TRANSCEN-

DENTE quer lhe ajudar, pois o nosso objetivo é auxiliar os professores de ER e educadores a construírem, junto às crian-ças e adolescentes, uma nova maneira de olhar o universo re-ligioso e cultural que nos cerca.

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O ENSINO RELIGIOSO MARÇO/ABRIL - 2010 03

A CAMPANHA Voltemos à campanha do jornal inglês. Os

organizadores pretendiam arrecadar cinco mil libras esterlinas. Com essa quantia daria para colocar durante quatro semanas, nas laterais de 30 ônibus que percorrem as avenidas da capi-tal, a frase irônica: Provavelmente Deus não existe. Então, parem de se preocupar (com o lado de lá) e aprovei-tem a vida (na terra). Como arrecadaram 10 vezes mais do que a expectativa, ampliaram a campa-nha para todo o território nacional, variando os slogans e colocando-os não só nos ônibus, mas também nos metrôs. Agora, o nosso limite é o céu, diz Ariane Sherine, a escritora que idealizou a iniciativa, mas com a consciência de que, no entanto, não tem ninguém lá em cima.

O objetivo da campanha é fornecer uma “contra-mensagem tranquilizadora” àqueles que se sentem ameaçados pelo fervor religioso, isto é, contra os pregadores e igrejas que lembram ardentemente aos não-cristãos o que lhes espera depois da morte: o inferno e a condenação eter-na. “O nosso protesto é suavizado com um pouquinho de humorismo, mas com um argumento de fundo muito sério”, explica Sherine. “Nós, ateus, queremos um país secula-rista, um governo secularista, uma escola secularista. O fato de que tenhamos sido inundados por doações revela o quanto é forte esse sentimento no nosso país”.

Na soma arrecadada não foram incluídas as

cinco mil libras esterlinas doadas por Richard Da-wkins, professor da London School of Economics e autor do livro que se tornou best-seller internacio-nal: Deus, um delírio. Nós já comentamos este autor e seu livro em artigos anteriores do jornal O TRANS-CENDENTE. Dawkins estava disposto a fazer o financiamento sozinho, doando toda a quantia necessária para cobrir 30 ônibus com publicidade durante um mês. Aí está o profeta e apóstolo do ateísmo contemporâneo.

A REAÇÃO DAS IGREJASA Inglaterra é um país profundamente laico,

onde há separação entre religião e Estado. A com-provação disso vem das reações das autoridades eclesiásticas à esta campanha ateísta. Várias Igrejas fizeram um pronunciamento após a divulgação e a realização da campanha ateia. Citemos duas delas.

A Igreja Metodista Britânica acolheu favo-ravelmente a iniciativa, agradecendo particular-mente ao professor Dawkins pelo seu “contínuo interesse em Deus”. Afirma que o seu livro encoraja as pessoas a pensar no problema da existência ou pelo menos do criador, e isso é, em si mesmo, positivo.

A Igreja Anglicana, oficial da Inglaterra, defen-de qualquer grupo que tenha uma posição religiosa “ou filosófica”. O porta-voz do arcebispo de West-minster declarou: “A fé cristã não prega a preocupação ou a proibição de aproveitar a vida”.

O RETORNO DO PENSAMENTO RELIGIOSODeus está morto!, sentenciou Nietzsche em seu

livro “A Ciência Gaia”, publicado em 1882. No entanto, as discussões contemporâneas em torno do pensamento religioso e da presença de Deus na vida humana parecem contradizer essa proclama-

ção e inaugurar o retorno de um problema que a modernidade supunha encerrado e despachado para sempre.

Gianni Vattimo, Richard Rorty, Jürgen Ha-bermas, Jacques Derrida, Hans Gadamer, entre outros, escrevem, discutem e se reúnem em me-sas redondas para falar de religião e de Deus.

A fé volta a fazer parte de uma discussão que alguns acreditavam obsoleta. Por quê? Qual é a necessidade desse retorno? Não estava claro que o pensamento crítico exige o fim das religi-ões e da discussão sobre o transcendente? Não é o suficiente a ciência para a verdade?

Depois de Nietzsche, de Freud e de Marx, é preciso voltar a pensar em Deus ou na religião ou em uma força divina para edificar o nosso pensa-mento humano?

Ao longo da modernidade, e particularmente no início do século XXI, aprendemos a pensar sem Deus. As formas contemporâneas de pen-sar excluem Deus de seu quadro de explicações. Quais são as razões desse retorno do pensar o sagrado?

UMA ÉPOCA EMTRANSFORMAÇÃO

Não há dúvida de que estamos vivendo o fim de uma época. A crise do pensamento mo-derno, anunciada em milhares de páginas sob o prefixo “pós” (pós-modernidade, pós-humanos, pós-industrial etc.) implica uma transformação enorme. Depois da morte teórica de Deus, as-sistimos o fim da Verdade, dos grandes relatos, da objetividade, da história, das ideologias, da ética humanista. O pensamento contemporâ-neo parece se referir à queda como um modo de afirmar a sua incerteza.

A demolição do edifício moderno deixa es-combros: culpas, ausências, reconstruções, críti-cas, obsessões, abandono, reordenamentos.

Muitos pensadores buscam fundamentos em um novo solo. É nessa perspectiva que se coloca o filósofo italiano Gianni Vattimo. Longe daqueles teóricos que prescindem de Deus, Vattimo volta sobre o pensamento reli-gioso e afirma que o niilismo pós-moderno, é o “pensamento fraco”, e reafirma a “verdade atual do cristianismo”.

1. Como você acolheu a campa-nha publicitária “Deus não exis-te, divirtam-se”?

2. O século vinte descartou Deus. Você é a favor dessa ideia? Por quê?

3. Você já se interessou em ler os pensadores pós-modernos que dis-cutem o retorno de Deus?

“Deus não e x i s t e , d i v i r -

tam-se!” foi lema de uma campanha publi-citária. O ateísmo se tornou um comercial. A ideia foi lança-da pelo jornal “The Guardian”, de Lon-

dres. E foi como fogo em palha seca. Em menos de 24 horas, foram arrecadadas doações de quase 50 mil libras esterlinas, aproximadamente 60 mil Euros.

O dinheiro serviu para imprimir e colocar cartazes a favor do secularismo nos ônibus de Londres. Isso nos faz lembrar Karl Marx que dizia ser a publicidade a alma do comércio. E, agora, no século XXI, faz-se propaganda para negar a existência de Deus. Afirma-se a alma do comércio e nega-se a alma no homem. Não é apenas trocadilho, mas contraste.

Este livro apresenta, de forma clara e completa, as várias manifes-tações religiosas tradicionais e as tendências atuais.

É indicado para escolas e para todo aquele que busca conhecer melhor as religiões, tendo como horizonte um diálogo sincero e aberto ao Ecumenismo e à realidade inter-religiosa.

São inúmeras as escolas que o adotaram para trabalhar o Ensino Religioso com seus alunos.

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04 MARÇO/ABRIL - 2010 VIDA NA ESCOLA

O TRANSCENDENTE: O Ensino Religioso no Brasil, por força de lei, é disciplina obrigatória nas es-colas públicas municipais e estaduais. As escolas confes-sionais também ministram esta disciplina, porém, não deixando de dar conotação especial à religião que professam. Em sua escola, como se dá o ensina-mento sobre o pluralismo religioso e como os alunos constroem este conhecimento?

Escolas Metodistas: Nas escolas metodistas o Ensino Religioso, desde a sua origem, sempre afirmou o res-peito à diferença e à inclusividade, a partir de uma perspectiva ocidental cristã e, no seu caso específico, con-fessional metodista.

As escolas metodistas entendem não haver como desencadear abertura para o plu-ralismo religioso sem o reconhecimento e a va-lorização da própria cultura e tradição religiosa. Entendem também que a construção do conheci-mento religioso deve estar imbricada na dinâmi-ca da contextualização mais ampla das realidades sócio-culturais e políticas que lhes são inerentes, suscitando a inter e a transdisciplinaridade. As escolas metodistas manifestam a intencionalidade de que o conhecimento religioso possa contribuir para o desenvolvimento de uma experiência dos/as educandos/as com Deus e, a partir dela, um en-gajamento efetivo em favor da vida humana e da vida do planeta. Escolas Luteranas: Embora entre os alunos pe-quenos e pré-adolescentes isso ainda não esteja tão evidente, porque a prática da religiosidade está mais associada aos adultos e idosos, as nossas escolas são o retrato da sociedade brasileira no que diz respei-to ao pluralismo religioso. Este vasto universo de concepções religiosas pode ser um campo minado se não houver cuidado no modo de conduzirmos nossas aulas. Por isso, o que as escolas luteranas fa-zem, basicamente, é concentrar-se na proclamação da mensagem universal do amor de Deus através de seu Filho Jesus Cristo. Este é o nosso objetivo prin-cipal e o nosso maior diferencial. Na prática, isso acontece através do estudo de histórias bíblicas em que este amor de Deus é demonstrado em relação a todas as pessoas, independente de raça, cor ou credo religioso. Numa escola confessional, porém, isto não pode ficar só no discurso. Por isso, esse tema é desenvolvido através de atividades intra e extra-

classe que ressaltam o valor de cada pessoa e de sua cultura, que desenvolvem o respeito à liberdade de pensamento e a solidariedade planetária.

OT: As grandes problemáticas sociais apon-tam para o protagonismo do jovem na questão da violência e da intolerância religiosa e cul-tural. De que maneira esta realidade é con-templada dentre os alunos de sua escola?

Escolas Metodistas: A educa-ção metodista, buscando a superação do modelo educacional vigente, elitis-ta e fortalecedor da cultura dos podero-sos, acentua sua prática educativa na formação crítica dos/as educandos/as e seu compromisso com a transformação da sociedade. Desde o seu projeto pedagógico, as escolas objetivam educar para a sensibilidade e para uma cultura da paz. No Rio Grande do Sul, são desenvolvidos den-tre outros, os seguintes projetos que, certamente, contribuem para o protagonismo jovem em favor da vida e da não violência: Parceiros voluntários; Congresso Infantil; Projeto Isto é legal e Projeto Lixo Solidário.

Escolas Luteranas: A juventude parece ser um período muito propício para os descaminhos da vida. O trinômio Sexo, Drogas e Rock´n Roll tem rotulado a nossa juventude e ceifado vidas aos mi-lhares. Isso tem sido assim, mas, em lugar nenhum, está escrito que precisa ser sempre assim. Os jovens de nossas escolas não são diferentes de todas as ou-tras escolas do Brasil. Como diz o ditado: Só muda o endereço. Por isso, as escolas luteranas procuram implantar projetos multi e interdisciplinares que tem como objetivo desenvolver uma consciência diferente em seus educandos desde a tenra idade. Entendemos que educar não é só transmitir conhe-cimentos, mas também formar cidadãos que se tor-narão instrumentos de Deus e agentes positivos na construção de uma sociedade mais justa.

OT: O cristianismo é rico em ritos e celebrações. Como sua escola festeja as datas religiosas? To-dos os alunos participam?

Escolas Metodistas: O calendário cristão e metodista recebe destaque nas instituições meto-distas que, sem a metodologia do constrangimen-to, conta com a acolhida da comunidade escolar. As celebrações enfatizadas durante o ano nas cape-las das Instituições ou em templos das igrejas mais próximas são: Páscoa, Dia do Metodismo em 24 de maio (Experiência de João Wesley - fundador da Igreja Metodista), Dia de Ação de Graças e Natal. Escolas Luteranas: As programações espe-ciais, conforme as grandes festas do ano eclesi-

ástico e datas especiais do calendário civil, se revelam como pontos muito fortes e gran-

des oportunidades para testemunho das convicções religiosas, dos valores da escola e para o congraçamento da comunidade escolar. Normalmente essas atividades são

organizadas com muito cuidado pelas escolas luteranas, sob a coordenação do Serviço de Ca-

pelania Escolar. Elas são muito apreciadas por todos que participam. Como estas atividades fazem parte do calendário escolar, é grande a alegria da maioria dos alunos que participam mesmo quando são reali-zadas à noite, fora do horário escolar.

N esta edição conversamos com os Pastores: Jussa-ra e Luiz Alberto. Eles nos falam como seus co-légios, que formam rede de ensino confessional,

abordam as temáticas relativas à disciplina do Ensino

Religioso, somando, à proposta da LDB, a ética e a moral cristãs de suas igrejas e, mantendo, deste modo, coerência educacional e preservação da iden-tidade religiosa da escola.

Joãozinho, o menino que seguia JesusEste livro apresenta a história fictícia de um menino que seguia Jesus. Os autores

usaram o pequeno Joãozinho como protagonista do livro. De maneira imaginária, o menino foi transportado para a época em que Jesus viveu

e ele, com sua linguagem simples, mas detalhista, conta as histórias de Jesus. O livro é ilustrado com atraentes desenhos e apresenta a vida e as obras de Jesus Cristo de ma-neira didática e de fácil compreensão.

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EM SUA ESCOLA1. Como são trabalhadas as problemáticas

da violência e da intolerância?

2. A Páscoa e o Natal são celebrações cristãs que fazem parte do calendário civil ocidental. Como sua escola trabalha os valores dessas festas?

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UNIVERSO RELIGIOSO05 MARÇO/ABRIL - 2010

Paulo de TarsoA comunidade cristã começou a cres-

cer, a se multiplicar, e se espalhou pelo mundo todo. Um dos grandes difusores da mensagem de Jesus foi Paulo de Tarso.

Antes de converter-se ao cristianismo, Paulo era um grande perseguidor dos cristãos, inclusive esteve presente no apedrejamento de Estevão, o primeiro mártir cristão.

O que faz um cristão não é a raça, a cultura, os ritos

religiosos, mas a fé e a aceitação de Jesus. Paulo é, ainda hoje, para os cristãos, um grande exemplo de

coragem, de ousadia e de amor a Jesus Cristo e à sua men-

sagem. Ele repetia: Para mim o viver é Cristo! (Filipenses 1,21) Por amor e fidelidade ao seu grande mestre, Paulo foi decapitado em Roma.

O cristianismo e

o novo continenteAproximadamente 14 séculos após o surgi-

mento das primeiras co-munidades cristãs, junto aos navega-dores portugueses, desembarcaram os primeiros missio-

nários cristãos em terras brasileiras. Os missioná-rios católicos foram historicamente os primeiros portadores do Cristianismo no Brasil.

Infelizmente, sob o pretexto de catequi-zar os “infiéis”, pois estavam mais interessa-dos no ouro que em qualquer outra coisa, os colonizadores chegaram aqui com ares de dominadores e, sem terem o devido respeito pelas religiosidades e culturas dos povos indígenas, impuse-ram o cristianismo.

Porém, nem todos os estrangei-ros foram assim. Alguns anos

mais tarde, chegaram os missio-nários jesuítas que se destacaram por defender os indígenas. Quem nunca ouviu falar em José de An-chieta, o fundador da cidade de São Paulo! Para ele, era mais fácil trabalhar com os indígenas

do que com os portugueses. Os jesuítas criaram as “re-

duções”, uma espécie de “cida-des-estados”. Nelas, os valores

indígenas eram respeitados, tudo pertencia a todos, havia democra-cia e espírito comunitário. As re-duções funcionavam como foco de resistência contra os que queriam explorar os indígenas. Mas os jesu-ítas acabaram sendo expulsos do Brasil e todo esse projeto se esfacelou.

Trabalho e EvangelizaçãoCom o passar dos anos, o número de religiosos

foi aumentando e não somente de missionários ca-tólicos. Como o Brasil passou a ser consi-derado um eldorado, além dos portugueses e espanhóis, franceses e holandeses se inte-ressaram pelo Brasil e chegaram a criar algu-mas cidades. Com eles chegaram também alguns pastores calvinistas.

Mais tarde, com a vinda de imigran-tes alemães, italianos, poloneses, entre outros, surgiu a necessidade de um núme-ro maior de religiosos que os atendessem em seus respectivos idiomas. Para suprir essa necessidade espiritual, vieram então, da Europa, pastores luteranos, sacerdo-tes católicos e muitas ordens religiosas.

Os mesmos se instalaram no Bra-sil, criaram escolas e hospitais, mais tarde univer-sidades e outros projetos que melhoraram a qua-

lidade de vida do povo, além de ampará-lo espiritual-

mente.

O cristianismo e a sua diversidade

O Cristianismo, desde sua mais remota origem, manifestou-se e continua a manifes-tar-se sob diversas modalidades, adaptando-se conforme o tempo e as circunstâncias.

Por isso, o Cristianismo no Brasil pos-sui muitos rostos.

O grande número de igrejas cris-tãs se originou especialmente em de-

corrência das diferentes interpretações dos ensinamentos de Jesus Cristo e das dife-

rentes maneiras de conceber o “viver cristão” em comunidade.

O importante é que, embora haja diferen-ças, há respeito entre as igrejas. No entanto, a unidade entre as pessoas, tanto pregada por Jesus, ainda está longe se ser plenamente re-alizada.

A esperança é que as igrejas, através do diálogo ecumênico e de outras atividades realizadas em conjunto, como a Campanha da Fraternidade Ecumênica, ajudem a caminhar nessa direção.

Cristo e o povo brasileiroDiz-se que o povo brasileiro é alegre,

receptivo, criativo, trabalhador, um povo que luta e nunca desiste. Tudo isso é verdade, como também é certo dizer que a maioria do povo brasileiro é cristã. Isso não significa que somos melhores ou piores que os outros povos, mas a convivência pacífica existente entre as pessoas de

diferentes religiões e crenças faz com que seja-mos um exemplo para o mundo.

O Brasil possui uma riqueza enorme em termos de religiosidades. Procissões, roma-

rias, marchas para Jesus, shows de música gospel, devoções populares, celebrações de matriz africana e indígenas, entre ou-tras, reúnem multidões, mostrando que o povo brasileiro é, acima de tudo, um povo de fé.

O povo brasileiro sempre demonstrou apre-ço e respeito pela diversidade religiosa. Porém, nem

sempre. Pesquise em jornais, em revistas, na internet, fa-tos que comprovem a intolerância religiosa no Brasil.

Em sala de aula, apresente aos seus colegas a sua pes-quisa e conversem a respeito.

1. Conhecer quais e quantas são as igrejas cristãs existentes no seu bairro ou cidade se for pequena.

2. Elaborar uma enquete direcionada a todos os alunos da escola, para co-nhecer quais são as igrejas ou deno-minações religiosas cristãs e outras religiões às quais pertencem.

Os cristãos ti-nham um modo de vi-

ver sua fé que chama-va a atenção de todos: eles viviam como se fos-sem um só coração e uma só alma. Eles tinham tudo em comum e ninguém passava necessida-de. Claro que havia também egoísmo e compe-tição entre eles, mas a partilha era claramente o ideal para os seguidores de Jesus.

O mais importante para eles não era sim-plesmente ir à igreja para rezar, mas ter um coração cheio de misericórdia e amar as pessoas incondicionalmente. Era isso que Jesus havia ensinado e praticado.

Esse modo de viver contagia-va multidões. Uma coisa era certa: a mensagem de Jesus de-veria correr o mundo. Esta foi a ordem de Jesus: Ide pelo mundo inteiro e anunciem a todos os povos a Boa Nova (Marcos 16,15)

Olá, estamos novamente aqui, com o padre Paulo, para continuarmos a apresentação do Cristianismo, desta vez, enfatizando o Cristianismo no Brasil.

Este livro apresenta a evangelização do Brasil de maneira clara, abrangente e fundamen-

tada em dados históricos. É um excelente livro para pro-fessores de História e de Geografia. O livro também pode ser utilizado para abordar temas interdisciplinares relacionados ao Ensino Religioso.

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Page 6: O Transcendente - No.12

ESPIRITUALIDADES MARÇO/ABRIL - 2010 06

1. É, segundo alguns dos grandes mestres espirituais, a grande aspiração do ser humano. 2. Os ... da sociedade receberam atenção especial de Jesus Cristo.3. Sinônimo de piedade, pena, dó, condolência. É uma virtude cristã.4. Aquilo que todo aquele que crê tem...5. Jesus Cristo foi um homem de ... Ele ensinava e agia.6. A quem Jesus Cristo mostrou um novo caminho a seguir?7. Através dela o cristão “conversa” com Deus.8. O maior mandamento de Jesus diz respeito ao ... . “Ame o próximo como a si mesmo”.9. A fé em Jesus anima os cristãos a viverem e a manterem viva a ... e a construírem um

mundo melhor. 10. Paulo, um dos grandes difusores do cristianismo, diz que a fé sem ... é morta.

11. Descobrir a ... de Deus, para os cristãos, deve ser uma busca constante.12.... e me deste de beber. Por isso, o cristão não nega um copo d’água para ninguém.

13. Foi uma das “marcas” de Jesus Cristo.

Leia com muita atenção o artigo desta página para responder com maior facilidade este jogo de palavras.

A essência da espiritualidade cristãO que anima os cristãos a viverem e

a manterem viva a esperança e a cons-truírem um mundo melhor é a fé em Jesus Cristo. Ele é a essência da espi-ritualidade cristã.

A espiritualidade cristã nas-ce a partir dos ensinamentos, da vida e das obras de Jesus Cristo que cada cristão procu-ra seguir.

Jesus Cristo, sendo Deus, fez-se homem e veio ao encon-tro da humanidade, de cada pes-soa humana, particularmente dos marginalizados, dos pobres, dos doentes, das crianças, das mulheres e dos excluídos da so-ciedade.

A vontade de Deus

Descobrir a “vontade de Deus” em suas vidas, para os cristãos, deve ser uma busca constante, diária. Para tal, a ora-ção torna-se o caminho ideal.

Mas isso não basta, pois a fé acarreta também um compro-misso com a comunidade e com a sociedade como um todo, para que haja coerência entre a fé e o agir.

Os cristãos sabem que, para Deus, nada é impossível, mas sabem também que Deus conta com sua inteligência, seu coração e suas mãos para disseminar o amor e realizar boas obras aqui na terra.

Tudo isso significa que a excelência da vida cristã não vem só “de cima”, mas que o próprio cristão deve se empenhar em construí-la no dia-a-dia de sua existência, sempre contando com a ajuda de Deus.

Quando o Filho do Homem vier na sua glória, acompanhado dos seus anjos,

se assentará em seu trono glorioso. Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabri-tos. Ele colocará as ovelhas à sua direita, e os cabritos à sua esquerda.

Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Venham vocês, que são aben-çoados por meu Pai e recebam como he-rança o Reino que meu Pai lhes preparou desde a criação do mundo. Pois eu estava com fome, e vocês me deram de comer; eu estava com sede, e me deram de beber; eu era estrangeiro, e me receberam em sua casa; eu estava sem roupa, e me vestiram; eu estava doente, e cuidaram de mim; eu estava na prisão, e vocês foram me visitar’.

Então os justos lhe perguntarão: ‘Se-nhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos como estrangeiro e te recebemos em casa, e sem

Um dos textos bíblicos que mais inspiram a espiritualidade e o agir cristão é, sem dúvida, a parábola do “Juízo Final”. Por isso, antes de continuarmos a reflexão, leiamos esta parábola

O ideal cristãoA mensagem de Jesus não é fácil de

ser colocada em prática, pois ela exige que amemos os inimigos, oremos pelos caluniadores, que sejamos mansos num

mundo competitivo e humildes numa sociedade ambiciosa. Isso parece quase que impossível se o próprio Jesus não tivesse dito: quem quiser seguir-me, tome a sua cruz e siga-me! Trata-se de um desafio e do segredo da espiritualidade cristã que conduz à felicidade.

Os grandes mestres espirituais sempre se preocuparam com esta profunda aspiração do coração humano: ser feliz. E isso acontece, para o cristão, na medida em que ele vive os ideais propostos por Jesus.

A compaixãoe a ternura

A ternura para com o ser hu-mano foi uma das “marcas” de Je-sus Cristo. Sendo Deus, Ele se fez homem, nasceu pobre, resgatou a muitos que estavam no “fundo do poço”, devolvendo-lhes a esperança, mostrou à humanidade um novo ca-minho a seguir, inclusive, para que ninguém duvidasse de seu amor, morreu numa cruz, como um mi-serável, para salvar a humanidade.

Os cristãos têm um ideal de vida: Jesus Cristo. Porém, muitas vezes, passam longe do caminho de santidade proposto por seu Mestre. Certa vez, Mahatma Gandhi, hindu, referindo-se aos cris-tãos, disse: Sem dúvida, eu seria cristão se os cristãos o fossem vinte e quatro horas por dia.

Se todos os cristãos ou simpatizantes do cristianismo amassem como Jesus Cristo amou, o mundo seria bem melhor.

roupa e te vestimos? Quando foi que te vimos doente ou preso, e fomos te visitar?’

Então o Rei lhes responderá: ‘Eu garanto a vocês: todas as vezes que vocês fizeram isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizeram.

Depois o Rei dirá aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastem-se de mim, malditos... Porque estava com fome, e vocês não me deram de comer; estava com sede, e não me deram de beber; era estrangeiro, e vocês não me receberam em casa; estava sem roupa, e não me vestiram; estava doente e na prisão, e vocês não me foram visitar’.

Também estes responderão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome, ou com sede, como estrangeiro, ou sem roupa, doen-te ou preso, e não te servimos?’

Então o Rei lhes responderá: ‘Eu garanto a vocês: todas as vezes que vocês não fize-ram isso a um desses pequeninos, foi a mim que não o fizeram’. Portanto, estes irão para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna.

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07 MARÇO/ABRIL - 2010 RITOS E VIDA

Certamente em sua sala de aula o(a) professor(a) encontrará alunos que participam de outras igrejas e ritos cristãos que não foram citados no artigo.

Apresentamos algo fundamental em todas as Igrejas: sua dimensão litúrgica e celebrativa. No entanto, entre as diferentes Igrejas, há uma pluralidade de formas litúrgicas, como pode haver pluralidade litúrgica dentro de uma mesma Igreja.

As comunidades cristãs têm dois principais tipos de celebração: um sacramental, que é a liturgia eucarística e, outro não sa-cramental, que é a celebração da Palavra.

Na Igreja católica, a liturgia eucarística tem diferentes ritos: o romano, o ambrosiano, o maronita, greco-melquita, entre outros. No Ocidente,

é mais comum o uso do rito romano. Não obstante a diversidade ritual, os elementos que estruturam a celebração são comuns: A) Acolhida. O animador ou o presidente da celebração faz um co-

mentário dando as boas vindas aos presentes. Segue-se a Invo-cação da Santíssima Trindade, o “Sinal da Cruz”, feita pelo presi-dente da celebração;

B) Ato penitencial. Através de um comentário, um canto, ou de um mo-mento de silêncio, os participantes da celebração fazem um exame de consciência pedindo a Deus perdão pelos próprios pecados. Em seguida, o presidente faz a oração de perdão e a comunidade entoa um hino de louvor;

C) Rito da Palavra. Dando sequência à celebração, são feitas as leituras da Palavra, sobre as quais o presidente da celebração reflete com a comunidade em sua homilia/prega-ção. Esse momento é seguido por orações de súplica/preces e a oração do “Creio”;

D) Rito eucarístico. É o momento central da liturgia eucarística, forma-do pelo ofertório, a oração sobre o pão e o vinho pedindo a vinda do Espírito Santo para que os transforme em Corpo e Sangue de Cristo, a consagração do pão e do vinho, a oração pela Igreja e pelos falecidos e a comunhão. Essas orações são sempre feitas pelo presidente da celebração, podendo a comunidade responder às orações feitas;E) Ritos finais. Após a comunhão, o presidente da celebração faz uma

oração conclusiva e dá a bênção aos participantes, exortando-os a viverem no co-tidiano o mistério da fé que foi celebrado na eucaristia.

Nas Igrejas Presbiterianas, ou Reformadas, devido à pluralidade de de-nominações, há também pluralidade de formas litúrgicas.

Desta vez vamos nos ater à Igreja Presbiteriana Independente. A Ordem de Culto dessa Igreja é orientada pelo Manual do Culto. A liturgia possui variantes. Dependendo da Igreja - nas mais “tradicionais” predomina o for-malismo e as orações escritas, enquanto que nas comunidades mais “informais” predominam as orações espontâneas.

No entanto, os elementos do Culto são os mesmos, mu-dando apenas a maneira como a comunidade e o Pastor enca-minham a celebração. A estrutura geral do culto presbiteria-no é semelhante à liturgia Católica: A) Invocação. O Ministro inicia o Culto invocando o Deus Trino.

Nesse momento, podem ser utilizados cânticos (hinos), oração silenciosa por parte da comunidade, oração em voz alta, feita pelo próprio Pastor ou pessoa por ele nomeada.

As Igrejas Batistas têm uma liturgia mais “aberta” e informal, embora, de modo geral, prevaleçam os elementos enumerados

na Liturgia Presbiteriana. Algumas diferenças: os Batistas não valorizam as orações escri-

tas, sendo todas elas feitas por pessoas da comunidade, nomeadas pelo Pastor ou “por aqueles que se sentirem tocados”.

O Louvor Congregacional é muito enfatizado, com Cânticos de fácil memorização pelos fiéis. A Homilia não recebe este nome, mas sim “pregação”.

Na Igreja Metodista, a Liturgia varia de igreja para igreja e de região para região. Não há uma forma padrão, e, mui-

tas vezes, a liturgia segue a “visão” e “formação” teológica do pastor ou responsável leigo pela igreja. Mesmo assim, a liturgia tradicional da Igreja Metodista pode ser definida dentro da es-trutura: Adoração, Confissão, Louvor e Pregação da Palavra.

Primeiramente, adora-se ao Senhor pelo que Ele é. Confessam-se os pecados através de uma oração individual e silenciosa e depois uma oração audível por uma ou duas pessoas, levando sempre em conta a confissão coletiva.

Para enriquecer ainda mais esse conteúdo, sugerimos que os alunos, per-tencentes a essas Igrejas cristãs, apresentem aos demais colegas o modo como são realizadas as celebrações em sua comunidade, em sua igreja.

B) Confissão dos pecados. O Pastor convida para que todos façam uma autoaná-lise da vida, confessando a Deus os pecados. Em seguida, o Pastor ou alguém por ele indicado faz uma oração. Logo após, o Pastor ou quem se encontre com ele no Altar, faz a leitura da Declaração de Perdão, contida no Manual do Culto.

C) Louvor. É uma parte do Culto muito valorizada e consiste na entonação de hinos. D) Intercessão. O Pastor ou um Presbítero faz uma oração pelas pessoas. Às vezes as pessoas são chamadas à frente, enquanto o celebrante ou seu auxiliar ora, outras vezes ficam em seus próprios lugares. E) Homilia. Começa com uma oração pedindo por iluminação. Em se-guida, é feita a leitura bíblica, e, então, o encarregado (normalmente o Pastor), faz a homilia.

F) Encerramento. É o momento em que é entoado um hino e normalmente é feita a Oração do Pai Nosso. Em seguida, o Pastor impetra a Bênção Apostólica.

Mensalmente, é celebrada a “Ceia do Senhor”, um simples “Memorial” para relembrar a morte de Jesus.

Nas Igrejas Batistas existe uma grande autonomia, não ha-vendo um concílio centralizador para uni-las. Algumas delas, mais antigas, passam atualmente por um processo de tornar o Culto mais tradicional e solene.

Outras continuam com uma celebração informal, incluindo testemunhos pessoais e algumas outras práticas semelhantes ao pentecostalismo.

A centralidade do Culto está na Palavra, na convicção de que, através da Palavra, a Trindade se faz presente, e que o ato de ouvir a Palavra prepara os fiéis para responderem à Palavra e os dispõe a serem enviados pelo Senhor para colaborar com Ele na missão de salvar o mundo.

A Mesa da Comunhão é geralmente celebrada no primeiro domingo de cada mês e nesse dia a centrali-dade é a Eucaristia.

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EDUCAÇÃO E SEXUALIDADE MARÇO/ABRIL - 2010 08

Sexo e Sexualidadeé a mesma coisa?

Atualmente, nos ditos tempos modernos, falar sobre sexo, sexualidade e genitalidade pa-rece ser ou falar da mesma coisa. No entanto, cabe esclarecer que estes são conceitos distintos e que requerem seriedade, res-peito e responsabilidade.

O sexo é a condição orgânica que distingue o macho da fêmea nos orga-nismos heterogaméticos (gameta mas-culino e gameta feminino), fazendo com que se tenha o sexo masculino e o sexo feminino. Ou ainda: é o conjunto dos órgãos sexuais masculinos ou femi-ninos e, de modo especial, dos órgãos externos.

A genitalidade é um termo pouco usado no dia-a-dia e refere-se ao sexo e ao aparelho reprodutor do ser humano e dos animais.

A sexualidade pode ser vista como um ele-mento básico da personalidade, um modo pró-prio de ser, de se manifestar, de se comunicar com os outros, de sentir, expressar e viver o amor humano.

Formas diversas de vivera sexualidade

A sexualidade manifesta-se em todas as fases da vida de um ser humano, do nascimento à morte e tem na genitalidade apenas um de seus aspectos,

talvez, nem mesmo o mais importante. Esta dita se-xualidade, como parte constitutiva de toda pessoa, está e estará presente em suas várias formas e repre-sentações, nas mais diferentes áreas da experiência e da existência humana.

A sexualidade aflora no âmbito corporal, emo-cional, social, moral, ético, religioso e nas relações

que os filhos estabelecem com os pais, irmãos e ou-tros membros da família e da sociedade em geral.

Pode-se concluir que trabalhar, dançar, orar, cantar, correr, namorar, sorrir, viajar e outras tantas ações, são formas diferenciadas de se vi-ver a sexualidade. A partir deste entendimento,

consegue-se vivenciar a sexualidade na va-lorização de tudo o que se faz.

É importante descobrir-sea cada fase da vida

O contato, o viver a sexualidade, inicia-se desde o momento em que a pessoa nasce e percebe que é do sexo feminino ou mascu-lino, que tem desejos que se desenvolvem e aprimoram ao longo dos anos e que possui necessidades com a naturalidade que a evolu-ção humana lhe permite. É por isso que não se pode esquecer que há um tempo para cres-cer, para compreender e para sentir, apesar das tentativas que muitas vezes se faz para

inverter e atropelar esta condição.Há um tempo para tudo, respeitar este tempo é

fundamental para que se cresça de forma equi-librada, descobrindo-se em cada fase da vida e seguindo o seu ritmo próprio e não aquele que é imposto pela sociedade.

Muito se tem discutido sobre Sexualidade como tema de sala de aula. Como a sexualidade acon-tece durante toda a vida do indivíduo, desde

a infância, adolescência, idade adulta e terceira ida-de, ela deve sim, ser assunto a ser trabalhado na escola, pois, definitivamente, esse tema não pode deixar de ser tratado no processo da educação.

Para auxiliá-lo a elaborar boas aulas sobre esta te-mática, OT inaugura esta página, Sexualidade, com o

objetivo de auxiliar o educador a trabalhar com seus

alunos esta questão. Seguindo uma linha sistematizada e didática, os conte-

údos de Sexualidade, a serem apresentados em 2010 pelo OT, serão abordados por profissionais especialistas na área da psicologia educacional.

Na expectativa de construirmos uma educação inte-gral, cada vez mais humanizada e libertadora, convi-

damos os educadores a assumirem, por meio destas orientações e outras pesquisas, um compromisso orientati-vo-ético com seus alunos sobre o tema SEXUALIDADE.

Debater em grupo estas questões e, com a ajuda do professor (a), buscar tirar as dúvidas sobre o tema. 1. Conforme vimos no texto, sexualidade tem um sentido muito amplo e,

portanto, sexo e genitalidade são apenas partes da sexualidade. Você já tinha este conhecimento ou pensava que era a mesma coisa e tinha o mesmo significado?

2. Refletir e responder: quando dançamos, falamos ou conversamos, mani-festamos nosso sexo ou nossa sexualidade?

3. Mesmo não vendo o sexo de uma pessoa, como podemos dizer que ela é uma mulher ou um homem? Como percebemos seu gênero?

4. De modo natural, por meio do seu modo de ser e agir, a criança, desde

pequena, já revela sua sexualidade, porém, em muitos casos, vemos crianças sendo motivadas para exercer prematuramente sua sexualida-de em relação ao seu sexo. Como se pode entender isso?

5. Como você pode notar através desse estudo, nosso sexo apenas define nossa condição biológica, masculino ou feminino, no mais, todo o nosso modo de ser revela nossa sexualidade, ou seja, algo muito importante para nossa condição humana. Diante deste conhecimento, juntamente com seus colegas, busquem saber mais sobre este assunto conversando com a psicóloga da sua escola, seu (sua) professor de biologia, ensino religioso ou de ciências.

OS SÍMBOLOS DO FEMININO E DO MASCULINO• O símbolo feminino representa a deusa Vênus da mitologia grega. Este símbolo é uma representação da deusa com o espelho na mão.• O símbolo masculino representa o deus Marte na mitologia romana. Este símbolo é uma representação militar de uma lança e um escudo.

Observe pense e responda: como podemos perceber nestas imagens e suas representações, sinais da sexualidade femi-nina e masculina?

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VIVÊNCIA MARÇO/ABRIL - 2010 09

ELA HONROU O CRISTIANISMOPor 25 anos Zilda coordenou a Pastoral da

Criança acompanhando mais de um milhão e 800 mil menores de cinco anos e mais de um milhão e 400 famílias pobres.

A partir de 2004, Zilda iniciou a Pastoral da Pessoa Idosa com mais de cem mil idosos envolvidos. Com meios simples, como o soro caseiro, o alimento à base da multimistura e outros recursos mínimos, salvou milhares de crianças que antes fatalmente morriam.

Seria longo historiar seu extraordinário tra-balho difundido já em mais de 20 países po-bres do mundo. O que pretendo é enfatizar os valores do capital espiritual que sustentaram a sua prática. Nisso ela ia contra o sistema domi-nante e serve de inspiração para hoje. É con-vicção crescente que não sairemos da crise de civilização atual se continuarmos com os mes-mos hábitos e os mesmos valores consumistas e individualistas que temos. Ela mostrou como pode ser diferente e melhor.

A Dra. Zilda honrou o cristianismo, viven-do uma mística de amor à humanidade sofre-dora, de esperança de que sempre se pode fazer

J á se fizeram todos os elogios devidos à mé-dica brasileira Zilda Arns, irmã do Carde-al dos direitos humanos, Paulo Evaristo

Arns, que sucumbiu sob as ruínas do terre-moto no Haiti. Talvez a opinião pública mun-dial não se tenha dado conta da importância desta mulher que, em 2006, foi apontada como candidata ao prêmio Nobel da Paz. E bem que o merecia, pois dedicou toda sua vida à saúde das pessoas mais vulneráveis.

alguma coisa para salvar vidas, de fé na força dos fracos que se organizam e na escuta de todos e até das crianças que ainda não falam.

PARTIR DA SOCIEDADEEla tinha clara consciência de que a so-

lução vem de baixo, da sociedade que se mobiliza, sem com isso dispensar o que o Estado deve fazer. Problemas sociais se re-solvem a partir da sociedade. Para isso, ela suscitou a sensibilidade humanitária que se esconde em cada pessoa e inaugurou a política da boa

vontade. Mais de 250 mil voluntários,

sem nenhum ônus financeiro, se propuseram assumir os trabalhos junto com ela.

Uma ideia-geradora movia sua ação, copiada da prática de Jesus: multiplicar. Não apenas pães e peixes como Ele fez, mas, nas condições de hoje, multiplicar o saber, a solidarieda-de e os esforços.

Multiplicar o saber implica re-passar às pessoas simples os rudi-mentos de higiene, o cuidado pela água, a medição do peso e a alimentação adequada às crianças. Esse saber reforça a autoestima das pes-soas e confere autonomia à sociedade civil.

Multiplicar a solidariedade que, para ser uni-versal, deve partir dos últimos, buscando atingir as pessoas que vivem nos rincões onde ninguém vai, tentar salvar a criança mais desnutrida e qua-

se agonizante. Essa solidariedade é a que menos existe no mundo atual.

O AMOR ACIMA DO LUCROMultiplicar esforços, envolvendo as políticas

públicas, as ONGs, os grupos de base, as empre-sas em sua responsabilidade social, enfim, todos os que colocam a vida e o amor acima do lucro e da vantagem, mas, antes de tudo, multiplicar a boa-vontade generosa.

São estes conteúdos do capital espiritual que devem estar na base da nova sociedade

mundial que importa gestar. O século XXI será o século do cuidado pela vida e pela Terra ou será o século de nossa autodestruição. Até agora

globalizamos a economia e as comu-nicações.

Temos que globalizar a consciência planetária e multiplicar o saber útil à

vida, a solidariedade universal, os esforços que visam construir aquilo que ainda não foi ensaiado. Amor e solidariedade não entram nas estatís-ticas nem nos cálculos econômicos. Mas são eles que mais busca-mos e que nos po-dem salvar.

A médica Zilda Arns, seguramente sem o saber, mas profeticamen-te, nos mostrou em miniatura que esse mundo não é só possível, mas é reali-zável já, agora!

APRENDENDO A LIÇÃO COM ZILDA ARNS:A lição que a Dra. Zilda Arns nos deixou precisa ser transformada em tarefas diárias e ações permanentes para construirmos um mundo melhor.

O que é a multimistura utilizada para salvar crianças?É um produto 100% natural, na forma de pó, que não contém aditivos químicos ou conservantes e deve ser misturado aos alimentos já cozinha-

dos e prontos. A multimistura é indicada para crianças, gestantes, lactantes, jovens, atletas, pessoas convalescentes e idosas, no combate à anemia e à desnutrição.

Receita da Multimistura

50 gr de casca de ovo fervida, torrada e triturada (opcional)50 gr de semente de abóbora torrada ou semente de gergelim triturada600 gr de farelo de arroz triturado e cozido (sem colocar água)

A multimistura não deve ser cozida e pode ser guardada em pote de vidro, na geladeira, por 4 meses. Criança pequena: comer 2 colheres de chá por dia misturada na comida ou sucos.Adultos: 2 colheres de sopa por dia misturada na comida ou sucos.

Elaborando um painel na EscolaCom a orientação do professor (a), elaborar um painel para a escola com imagens de crianças do mundo todo, desde os países mais pobres

como o Haiti, até os países mais ricos do mundo, tendo como frase o impactante questionamento: Por que será que crianças que moram no mesmo planeta, têm direitos tão diferentes?

200 gr de farinha de milho ou fubá100 gr de pó de folha de mandioca (aipim) torrada, triturada e peneirada (contém ferro e vit C). Misturar tudo.

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10 MARÇO/ABRIL - 2010 TEMAS TRANSVERSAIS

ORIGEM DA VIOLÊNCIANo Brasil, a violência surge na escola como fru-

to do que se vive nas comunidades e nas famílias, tendo como fonte geradora a realidade social e as debilida-des das políticas públicas.

Não há como separar a vida comunitária da escola, pois a escola faz parte da co-munidade e, portanto, tudo o que acontece na sociedade em geral e no entorno da esco-la, reflete-se diretamente no comportamento dos alunos dentro do ambiente escolar.

A grave crise de segu-rança que ataca as cidades brasileiras é, cada vez mais, um forte desafio para os educadores. A sociedade está permeada pela ameaça constante das ações de gangues armadas, oriundas do mundo do trá-fico de drogas, que buscam garantir seus espaços de atuação, atingindo diretamente a escola.

O MAPA DA VIOLÊNCIAO mapa da violência, em relação aos jovens, se-

gundo pesquisa da Rede de Informação Tecnológi-ca Latino-Americana – RITLA - apresenta estudo recente (2008) que contribui para a compreensão desta grande problemática que perpassa o dia-a-dia das pessoas e que adentra a nossa modernidade.

O estudo salienta que, apesar da falta de maiores estatísticas disponíveis, várias fontes pesquisadas: meios de comunicação, as plataformas políticas, os trabalhos acadêmicos e os diversos projetos institu-cionais públicos ou priva-dos convergem nos resul-tados de suas buscas como sendo a América Latina a região mais violenta do planeta.

PROTAGONISTASDA VIOLÊNCIA

A mais triste constatação do estudo é que os jo-vens são os protagonistas prin-cipais dessa violência e, ainda, que não é a pobreza o maior fator que explica a violência e, sim, as injustiças sociais deri-vadas da concentração da ren-da e da riqueza.

Estas são as questões gera-doras de elevados contrastes e desigualdades sociais, como também as maiores impulsio-nadoras de conflitos violen-tos, principalmente entre os jovens.

O mapa da violência aten-ta: para enfrentar a violência é

necessária uma grande mudança de perspectiva por parte dos gestores de políticas sociais.

Os estudos apontam que a violência juvenil abrange uma grande variedade de fenômenos nem

sempre vinculados à delinquência e à crimina-lidade. Esse fenômeno, muitas vezes, está liga-do a novas formas de coletivização alternativa, próprias da juventude. Isso leva a crer que as agências tradicionais de socialização primária: a

família, a escola e a so-ciedade já parecem não mais corresponder às demandas e necessida-des da juventude.

A ESCOLA NÃO PODE

SE OMITIR A ESTA QUESTÃO

A escola deve per-ceber que, ao omitir-se sobre essa questão, está ajudando a manter a

violência e isso traz reflexos negativos à apren-dizagem.

Não é certo “abafar o caso” achando que, ao abrir discussão sobre esta realidade está se despertando e trazendo a própria agressividade para a sala de aula, ou ainda, pensar que não é coerente falar de violência no ambiente es-colar que, a princípio, é espaço pacificador e construtor dos saberes. Acontece que o saber e o conceito de paz, hoje, incluem conhecer e sa-ber lidar com essas instâncias que são presentes no dia-a-dia da das pessoas.

A escola, como espaço privilegiado da edu-cação, deve rever com assiduidade suas ações educativas a partir de todas as pessoas que for-mam a comunidade educativa: alunos, profes-sores, funcionários, famílias.

No processo educativo, os agentes educacio-nais, de modo geral, devem exercer, com plena consciência e maestria, suas funções de poder, pois, se este for mal utilizado, resulta em ações repressoras e conflitantes, geran-do, desse modo, dicotomias e, conse-quentemente, desserviço social.

Servente de escola é pisoteada por estudantes em Dracema/SP

Ela teve os dois braços quebrados e ferimentos em um dos olhos. “Os alunos não respeitam professores, funcionários, diretores, nin-guém”, disse a servente.

Professora teve parte do dedo decepado por aluno que bateu a porta diante dela em São Bernardo do Campo/SP

A professora teve a mão direita prensada na porta de um banheiro na escola quando teria ido atrás de aluno para fazê-lo voltar para a sala de aula.

Professora é assaltada dentro da escola em Recife / PE Segundo a polícia, ela reconheceu um dos ladrões como sendo ex-aluno.

Sem se explicar, mãe de aluna bateu em professora em Florianópolis / SC

A professora contou que a briga teria começado depois que ela resolveu sortear chicletes entre os alunos e a menina se sentiu contrariada por não ter sido sorteada.

Alunos ‘colaram’ professora em cadeira em escola de Campinas – SP A professora teve queimadura de primeiro grau nas pernas causada pela

cola de secagem rápida.Pesquisa: Mapa da Violência / RITLA - Site G1

Notícias veiculadas pelos telejornais nos últimos três anos

Diante da ampla proposta da edu-cação, não é certo pensar que o tema violência não seja assunto

a ser debatido na escola, pois ela não é um fenômeno novo e tampouco exclusi-vidade das escolas das periferias.

Em tempos atuais, frente à expres-siva crise de contravalores que viven-ciamos e as problemáticas geradas pelas questões sociais do nosso mundo, vê-se crescer o índice da violência e da falta de segurança tanto no meio social, como também nas próprias escolas... “todas as escolas”... sejam elas públicas ou priva-das, de periferia ou de centro da cidade.

O vírus da violência está em todo lugar e, como toda doença contagiosa, prolifera-se a partir do ambiente propí-

cio que lhe é oferecido.

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CONCURSO / CUPOM MARÇO/ABRIL - 2010 11

N esta primeira edição do ano, o jornal O TRANSCENDENTE lança um novo desafio aos professores e alunos. É uma maneira inte-

ressante de descobrir e promover os talentos artísticos presentes em cada um. Centenas de escolas, professo-res e alunos já participaram. Além de ser uma forma muito interessante de abordar e de trabalhar o tema proposto de cada ano, os trabalhos produzidos enrique-cem o jornal e dão mais dinamismo à sala de aula.

Neste ano de 2010, propomos o seguinte tema: “O Ensino Religioso em minha escola”. Esse tema proporciona um riquíssimo leque de reflexões que podem muito bem serem trabalhadas através de desenhos, charges, poesias, fotos, redações, músicas, enfim, tudo o que a criatividade permitir. Os trabalhos serão avaliados segundo os critérios estabelecidos.

No entanto, devido a enorme quantidade de participações, não temos condições de colocarmos todos os trabalhos no jornal ou em nosso site. Todavia, divulgaremos os melhores. Por isso, pedimos a todos os participantes que sejam criativos, originais e que os trabalhos estejam de acordo com o tema. Haverá, assim, mais chances de ter seu trabalho divulgado nessa página e de ser premiado.

Em 2009, recebemos muitos e surpreendentes trabalhos. Alguns deles foram apresentados nesta página. Dentre todos os trabalhos recebidos, a Equipe de O TRANSCENDENTE contemplou os trabalhos que mais se destacaram (Veja a lista na página 12)

Em 2010, seja o primeiro a participar do concurso OT e envie o seu trabalho para: [email protected] ou através de carta: O Transcendente - Caixa Postal 3211 – CEP 88010-970 – Florianópolis – SC.

Quem sabe, você será o próximo contemplado. Participe!

Critérios de Avaliação para os trabalhos dos alunos:Desenhos: coloridos ou sombreados com grafite – rela-cionados ao tema;Músicas, poesias e charges: que tragam mensagem so-bre o tema;Redação: boa escrita no português, letra legível e máxi-mo de 1000 caracteres;Fotos: com boa definição - caso haja algum cartaz na foto, é necessário que a escrita seja visível;Data de entrega dos trabalhos: até 15 de outubro de 2010 (data de postagem do correio ou e-mail);

Todos os trabalhos devem ser revisados e rubrica-dos pelo(a) professor(a) e conter nome completo do(a) aluno(a) e série; nome da escola e nome do(a) professor(a).

Em 2010 comemoramos os 15 anos de novo Ensino Religioso no Brasil. Para valorizar essa data, O TRANSCENDENTE lança a proposta: “Meu ponto de vista. O Ensino Religio-

so na prática”. Trata-se de uma pesquisa que visa constituir uma coletânea de pareceres dos edu-

cadores do Brasil sobre a disciplina do Ensino Religioso.A iniciativa desse trabalho tem como finalidade a avaliação e a promoção do ER,

em constante processo de construção. Participe enviando seu “ponto de vista” e o modo como você trabalha a disciplina

de ER. Cada participante receberá um livro da Coleção Educação.

Critérios para participação:• Máximo 5 mil caracteres;• Mínimo 4 mil caracteres;• Texto de própria autoria (sem plágio);• Em caso de citações, acrescentar a referência;• Conteúdos que digam respeito ao tema proposto com clareza de expressão;• Oportunamente, os textos poderão ser publicados, portanto, tornam-se pro-

priedade do editor, que respeitará a autoria do mesmo;• Prazo de entrega: 31 de maio de 2010.

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12 MARÇO/ABRIL - 2010 SABEDORIA E VIDA

Certo dia, um jovem brigou tão furiosamente com seu pai que decidiu sair de casa. Estava tão enraivecido e orgulhoso que não queria mais ouvir e nem ver seu pai.

Infelizmente, o rapaz era rebelde e isso lhe trouxe também muitos proble-mas com outras pessoas.

De fato, um dia ele foi preso. Ele deveria pagar uma pena de três meses, mas permaneceu na prisão por apenas dois dias, tempo suficiente para refletir sobre a sua vida desregrada.

No segundo dia de prisão, o jovem foi libertado. Alguém havia pa-gado sua fiança. “Quem será que poderia ter pagado a fiança”?

- Pensou o rapaz: “Ninguém me quer bem, pois me compor-tei mal com todas as pessoas. Quem poderia ter feito para comigo esse gesto tão belo!. Provavelmente tenha sido um engano. Quem sabe, daqui a pouco me chamam para me dizer que devem libertar o meu companheiro de cela ao invés de mim”.

Enquanto pensava nisso tudo, saiu da cela e, antes mesmo de chegar à porta de saída da prisão, viu seu pai.

Papai, mas por que você está aqui?! – Perguntou o ra-paz surpreso e envergonhado.

Logo pensou que seu pai estivesse aí por acaso e não queria que percebesse que ele estava saindo da prisão.

Estou aqui por você! - Disse o pai abrindo os bra-ços. - Eu paguei sua fiança!

O filho não podia acreditar no que estava vendo. O pai, que ele ofendera com duras palavras, havia pagado a fiança, e agora lhe pedia apenas um abraço!

Colocando de lado o orgulho, o filho deu um forte abraço no pai. Enquanto o pai o acompanhava em direção ao carro, para levá-lo para casa,

seu filho lhe perguntou: - Pai, por que você pagou a minha fiança? Eu me comportei muito mal e,

mesmo assim, você me demonstrou tanto amor! O pai lhe respondeu:- Não pude impedir você de sair de casa, mas ao saber de sua prisão,

preocupei-me muito com você e logo corri para pagar a sua fiança. Você é meu filho e faria qualquer coisa por você.

- Papai, eu não mereço todo esse amor! O que posso fazer para mudar?- O meu amor não tem preço, caro filho, mas, se você puder, não se meta

mais em confusão.

Fonte: http://breviracconticristiani.blogspot.comTradução: Sandro Liesch

Prezados amigos e amigas,Inicialmente queremos agradecer a todos

que, com suas assinaturas, permitiram ao jornal O TRANSCENDENTE dar os primeiros passos de sua caminhada.

Ao entrar no quarto ano de existência, com sa-tisfação podemos afirmar que OT está já presente

Vamos trabalhar juntos!NÓS, que preparamos O TRANSCENDENTE,

um subsídio rico e motivador, e, VOCÊS, que pro-movem o ENSINO RELIGIOSO em suas escolas, trabalhando juntos, teremos resultados surpreenden-tes e toda a sociedade sairá ganhando!

Ao realizar uma Assinatura Coletiva que atenda a todas as suas escolas, a Secretaria fará

um investimento de apenas R$ 15,00

por escola.Esperamos seu contato!

Categoria 5ª série:1º lugar: Maria AngelitaEEF Profª Ondina Maria Dias - Tijucas - SC

2º lugar: Ricardo Cândido de Melo JrEEF Profª Ondina Maria Dias - Tijucas - SC

3º lugar: Gabrielly Silva de OliveiraEEF Profª Ondina Maria Dias - Tijucas - SC

Categoria 6ª série:1º lugar: Joetônio Ferreira Viana Bezerra DiasEEF e Médio Severino CabralCampina Grande - PB

2ºlugar: Luiz Eduardo Domingos LopesEEF Profª Ondina Maria Dias - Tijucas - SC

3º lugar: César VitorEEF e Médio Severino CabralCampina Grande - PB

Categoria 7ª série:1º lugar: Jéssica da SilvaEEF e Médio Severino Cabral - Campina Grande - PB

2º lugar: Camila ZenaroEEEB Joaquim D’Agostini - Lacerdópolis - SC

3º lugar: Yasmim Hanna Gomes da SilvaEEF e Médio Severino Cabral - Campina Grande - PB

Categoria 8ª série:1º lugar: Nicole Oliveira BarrosEEF e Médio Severino Cabral - Campina Grande - PB

2º lugar: Bruna Leitold SimplícioEMEF Rodolfo Dornbusch - Jaraguá do Sul - SC

3º lugar: Francine Teixeira PereiraEEB Profª Justina da Conceição Silva - Imbituba - SC

Categoria Ensino Médio:1º lugar: Lucas Haider (1º ano EM)Colégio São José - Itajaí - SC

em todo o Brasil e ajudando milhares de professo-res empenhados em abrir novos horizontes para o Ensino Religioso.

Um agradecimento particular às mais de 300 Se-cretarias de Educação Municipais e Estaduais que realizaram assinaturas coletivas para atenderem os professores de ER de todas as suas escolas.

I N V E S T I M E N T O