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O Transcendente - No.11

Mar 16, 2016

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Edição Outubro/Novembro 2009
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A CAMINHADACONTINUA

A equipe de OT, após ter apresenta-do as quatro matrizes (africana, indígena, oriental e ocidental) e, sucessivamente, as religiões: hinduísmo, budismo, reli-giosidades afro-brasileiras (umbanda e candomblé) e o judaísmo, continua sua caminhada apresentando, nesta última edição de 2009, o cristianis-mo. Trata-se da religião majoritária existente no Brasil, pois, mais de 95% dos brasileiros, tendo rece-bido o batismo, passaram a fazer parte da religião fundada por Je-sus Cristo.

Os cristãos, baseados na Bíblia, acreditam que Jesus

é o Messias prometido e enviado por Deus para

Prezados leitores,

Com esta edição, O TRANSCENDENTE está completando três anos de existência. Trata-se de uma história ainda breve, mas, apesar disso, os que tiveram a oportunidade de ler e usar os conteúdos de suas edições estão admirados pela maturidade alcançada.

Entre tantos testemunhos, cito apenas os comentários de dois assinantes e professores de Ensino religioso:

“Gostaria apenas de agradecer a toda equipe de O TRANSCENDENTE pelo belíssimo trabalho que tanto tem enriquecido minha prática educacional. Deus abençoe muito a cada um de vocês”. (Silvio Vila Nova)

Jornal bimestral de Ensino Religioso pertencente ao PIME Registrado no Cartório de Registro Civil de Títulos eDocumentos de Pessoas Jurídicas de Florianópolis sob o nº 13Diretor: Pe. Paulo De Coppi - P.I.M.E.Jornalista Resp.: Yriam Fávero - Reg. DRT/SC nº 800 Redator: Sandro LieschDiagramação: Fábio Furtado Leite

SEDE: Av. Hercílio Luz, 1079 - Servidão Missão Jovem

PARA CORRESPONDÊNCIA: Cx. Postal 3211 / 88010-970 / Florianópolis / SC / FONE: (48) 3222-9572 / FAX-AuTOMáTICO: (48) 3222-9967

www.otranscendente.com.brE-mail: [email protected]

“O jornal O TRANSCENDENTE é uma bênção de DEUS para todos nós, professores do ER, como também para os que são interessados nos assuntos tratados no mesmo. Obrigada pelas lindas mensagens e pela reportagem sobre o Judaísmo, pois não tinha muitas fontes de pesquisas. Não esmoreçam nesse ótimo serviço que estão nos prestando”.

(Maria dos Santos Ferreira)

A equipe de redação agradece a Sílvio e a Maria, como também os mais de seis mil assinantes de OT e professores de ER, assegurando-lhes que, com renovado empenho e responsabilidade, continuará a sua missão de auxiliá-los com subsídios de conteúdos ricos e de fácil aplicabilidade.

A BELEZA DA ALTERIDADEFacilmente nos damos conta

de que, nem todos e nem sempre, em instância local, regional e nacio-nal, nos encontramos de acordo sobre os conteúdos a serem transmitidos na área de ER. Isso é facilmente compreensível.

Contudo, temos a clara percepção de que todos e todas somos caminheiros numa terra de valores e realidades que muitas vezes nos ultrapassam e nos transcendem.

Diante dessa realidade, surge a questão: por que, então, somos tão apegados e, de certa forma, escravizados por preconceitos e divisões cujo efeito não é outro senão o nosso empobrecimento?

É muito bom que a todos e todas seja dada a possibilidade de explicitar sua proposta, deixando a cada escola ou Secretaria de Educação a liberdade de escolher aqueles subsídios que considerarem melhores e mais adequados à sua realidade.

O jornal OT é uma dessas propostas. Ele está sendo lançado para todas as escolas do Brasil, acompanhado pela Coleção Educação: uma série de 10 livros que muito enriquecem e completam o conteúdo do jornal. Serão sempre bem vindas as contribuições de vocês para que a gente atenda às reais e mais urgentes necessida-des dos professores de ER.

salvar a humanidade. Acreditam também que, sendo Fi-lho de Deus, Ele mesmo é Deus, um Deus encarnado que veio morar entre nós.

Sem dúvida, não há fundador que tenha tantos se-guidores como Jesus, já que os cristãos somam nada menos do que dois bilhões e duzentos milhões. Tam-bém um bilhão e trezentos milhões de muçulmanos acreditam que Jesus seja um dos maiores profetas da história e tem grande veneração pela sua mãe, Maria. Conclui-se que mais do que a metade da humanidade, de uma forma ou de outra, é ligada a Jesus Cristo, o fundador do cristianismo.

SEM PERDER A IDENTIDADENa grande crise de valores pela qual a sociedade

está passando, as diversas denominações religiosas devem ser, no mundo, um lugar de encontro e de orientação para a vida individual e social. Chega de guerras de cunho religioso!

Cada pessoa, sem perder sua identidade religiosa, condição para o diálogo, precisa se esforçar e se tor-nar um instrumento para construir a práxis da frater-nidade, da justiça e da paz, na promoção dos direitos humanos e no respeito pela natureza. Isso é o que mais almejamos e é a razão da existência e da ação do jornal OT.

Amigos e amigas, na espera do Natal de Jesus, solenidade celebrada no mundo inteiro, embora muitas vezes com finalidades comerciais, vamos nos debruçar no estudo do cristianismo. Vale a pena conhecermos melhor essa religião que, de uma maneira ou de outra, orienta a vida

da maioria dos brasileiros. Bom trabalho!

Um grande abraço deste amigo!

ASSINATuRA ANuAL INDIVIDuAL Ou COLETIVA

Você que é professor de Ensino Religioso e interessado em conhecer o mundo fantástico

das culturas e religiões dos povos, assine o jornal O TRANSCENDENTE! As suas atividades

ficarão muito mais interessantes!

PARA REALIZAR ASSINATuRAS: use o CuPOM na página 11 ou o site:

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• Individual:• Assinatura Coletiva (Acima de 05 exemplares)

• Internacional:

Você pode adquirir o jornal O TRANSCENDENTE através

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Depósito e Boleto. O jornal agora também

dispõe da opção de assinatura

através dos Cartões de Crédito

VISA e MASTERCARD.

Prezado assinante, ajude-nos a difundir O TRANSCENDENTE.

Faça esta proposta aos professores de sua escola, como também às escolas e colégios de seu município e de sua região. Trabalhar juntos é mais fácil e chega-se mais longe.

Em 2010 queremos dobrar o número de assinantes!

ENDEREçO DO JORNAL “O TRANSCENDENTE”:

s ícones estão entre as mais belas

manifestações artísticas do cristianismo.

Essa arte, originariamente bizantina,

desenvolveu-se especialmente na Rússia.

A capa traz uma representação

iconográfica de Jesus Cristo.

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A cruzAdA contrA deusUm dos raciocínios para amparar o discurso ateu,

adotado principalmente por Dennett, é que fica-ria difícil acreditar num Deus diferente para cada religião. Se um católico acredita num Deus e um muçulmano acredita em outro, então um dos dois estaria errado.

Outro argumento, lembrado por Dawkins, é o que ele chama de evolução da complexidade. Segun-do o biólogo darwinista, qualquer inteligência criativa, suficientemente sofisticada para projetar algo, só se desenvolve após um longo proces-so de evolução gradual. Por isso, diz ele, uma inteligência criativa, como Deus, não poderia ter participado da criação do Universo ou da vida.

O terceiro argumento, o mais ex-plorado, é que simplesmente não há nenhuma evidência concreta da exis-tência de Deus. Tanto Dennett quanto Dawkins usam a metáfora de Bertrand Russell: dizer que Deus existe é como afirmar que há uma xícara de chá em órbita do Sol, entre a Terra e Marte, mas ninguém pode vê-la. Segundo eles, ambas as hipóteses (da xícara e de Deus) seriam improváveis porque contrariariam as leis conhe-cidas da natureza e porque seriam difíceis de provar.

No último ar-tigo apre-sentei alguns

cientistas da atualidade que escreveram e partiram para um ataque direto contra a fé e o faziam abertamente. Esses novos ateus têm uma série de ideias em comum. Com eles, o ateísmo sai da clandestinida-de e passa a ser assumido e debatido. Eles questionam a existência de Deus. Dizem que Deus é uma hipótese, que é imprová-vel. Segundo eles, a religião não está ape-nas errada. Ela é perversa. A face mais vi-sível dessa cruzada contra a religião está registrada nos livros de Daniel Dennett, Sam Harris e Richard Dawkins, que já apresentamos no número anterior de “O TRANSCENDENTE!”

O grande trunfo desses cientistas ateus é lem-brar como as investigações sobre a origem do Uni-verso não deixam lugar para a criação divina. Nos últimos anos, físicos e astrônomos estão desvendan-do o que aconteceu antes do “big bang”, a explosão de matéria e energia que deu origem aos átomos, galáxias, estrelas, planetas e seres vivos inteligentes, como nós. Segundo as teorias mais aceitas, o que havia antes era algo homogêneo e estável, chamado singularidade inicial estável, exceto pela proba-bilidade ínfima de sofrer uma perturbação quântica. E foi o que ocorreu. Essa flu-tuação precipitou o “big bang” e a cria-ção do cosmo. O que havia antes dela? Nada, segundo os cosmologistas.

Eles não só escrevem, mas fazem con-ferências, debates e se apresentam como ateus convictos, líderes do novo ateísmo, uma espécie de religião dos não-crentes.

O grupo de militantes ateus ficou mais rui-doso nos Estados Unidos. O fenômeno cultural pode ser observado nas bancas de jornal e nas li-vrarias. De acordo com a Associação Americana dos Livreiros, no ano de 2005, as obras que se en-quadram na categoria “céticos e ateus” registraram o maior crescimento da história. A Sociedade dos Céticos edi-ta uma revista mensal com a quinta maior tiragem entre as publicações es-

pecializadas do país.

A ciênciA não exclui e nem

negA deusA revista Veja apre-

sentou uma reação do renomado cientista americano Francis Collins, que desmente os seus colegas ateus de que a Ciência exclui Deus. Trata-se de um dos cientistas mais respeitados do mundo: o biólogo que desvendou o genoma humano.

O Dr. Collins, em 2001, foi res-ponsável pelo mapeamento do DNA humano. É o cientista que mais rastreou genes com vistas ao tra-tamento de doenças em todo o mundo. Ele explica porque é possível aceitar a teoria da evolução sem desprezar a Deus e a sua ação na criação. Ele escre-veu o livro “The Language of God” (A Linguagem de Deus), no qual conta como deixou de ser “ateu inso-

lente” para se tornar cristão aos 27 anos e narra as dificuldades que enfrentou no meio acadêmico ao revelar sua fé. Ele afirma: “As sociedades precisam tanto da ciência como da religião. Elas não são in-compatíveis, mas complementares”.

Ele diz que não é certo negar aos se-res humanos o direito de acreditar que a vida não é um simples episódio da na-tureza, explicado cientificamente e sem um sentido maior. A busca por Deus sempre esteve presente na história e foi necessária para o progresso.

Precisamos da ciência para entender o mundo e usar esse co-nhecimento para melhorar as condi-ções humanas. Mas a ciência deve per-manecer em silêncio nos assuntos espirituais. As duas não são incompatíveis, mas complementares. A ciência investiga o mundo natural. Deus perten-ce a uma outra esfera. Deus está fora do mundo natural. Usar as ferramentas da ciência para dis-

cutir religião é uma atitude imprópria e equivocada. A religião é um veículo da

fé – essa, sim, imprescindível para a humanidade.

Sobre a compatibilidade da te-oria da Evolução e Deus ele escreve:

“Se no começo dos tempos Deus escolheu usar o mecanismo da evolução para criar a diver-

sidade de vida que existe no planeta, para produzir criaturas que à sua imagem tenham livre-arbítrio, alma e capacidade de discernir entre o bem e o mal, quem somos nós para dizer que ele não deveria ter criado o mundo dessa forma?”

retorno dA religiãoO filósofo italiano Gianni Vatti-

mo, no livro “Depois da cristanda-de. Por um cristianismo não religio-so”- Record, São Paulo 2004, entra na defesa da fé e da religião. Gianni Vattimo é um dos mais importantes filósofos europeus, político e um dos idealizadores da constituição euro-peia. Para ele, a pós-modernidade, como época do fim da metafísica, é momento propício para o retorno da religião.

Com a perda dos fundamentos absolutos, tan-to a filosofia como a técnica deixam de fornecer respostas ao vazio de sentido do ser humano, que o pode encontrar na religião. Além disso, no pro-cesso da técnica moderna surgem questões éticas, frente às quais ela não pode se posicionar, forçan-do a busca de resposta a outras instâncias, como a religião.

(continua)

Parabéns ao Instituto Esta-dual de Educação Tiraden-

tes - Nova Prata - RS que, por iniciativa do professor Moacir Marconi, professor de ER e de Filosofia, adotou o livro “O Universo Religioso” para todos os alunos.

Mais uma escola que, sem dúvida, fez uma boa escolha!

Como você considera estas di-ferentes opiniões sobre a origem e a evolução do mundo?

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O TRANSCENDENTE: O Ensino Re-ligioso no Brasil, por força de lei, é disciplina obrigatória nas escolas públicas municipais e estaduais. As escolas confessionais também mi-nistram esta disciplina dando, po-rém, conotação especial à religião que professam.

Em sua escola, como se dá o ensi-namento sobre o pluralismo religio-so e como os alunos constroem este conhecimento?

COlégiO ADvENTiSTA: Em nos-sa escola, privilegiamos o estudo de va-lores bíblico-cristãos, com ênfase nos relacionamentos entre indivíduos, fami-liares, com o meio e com Deus. Todos são bem aceitos e suas opiniões tratadas com respeito.

COlégiO CATóliCO: Em si, o Ensino Religioso é a área de conheci-mento na qual se estudará o fenôme-no religioso e as questões decorrentes dele. Não há nada que obrigue esta disciplina a dar ênfase à confissão religiosa da escola. A existência de uma Pastoral Escolar possibilita a dinamização da identidade por toda a instituição e, de certa for-ma, legitima a vocação científico-pedagógica do próprio ER. O pluralismo religioso se dá com “dupla face”: a face do conhecimento da diversidade religiosa e a face da alteridade, a partir da qual é possível lançar

O TRANSCENDENTE conversa com representantes das duas Escolas Cristãs:

O Professor Osmar e Professor Renato nos falam um pouco sobre a forma de como são trabalhadas, em suas escolas, questões referentes às problemáticas sociais da atualidade como a vio-lência, a intolerância e, também, sobre a política pedagógica confes-sional diante da Lei 9394/96 – LDB – para o Ensino Religioso no Brasil.

um olhar compassivo sobre o próximo, acolhendo sua identidade e dialogando com ela.O TRANSCENDENTE: As grandes problemá-ticas sociais apontam para o protagonismo do jo-vem na questão da violência e, consequentemente, em contravalores que permeiam as relações huma-nas. De que maneira é contemplada esta realidade entre os alunos de sua escola?

COlégiO ADvENTiSTA: Trabalhamos a questão da violência e da intolerância a partir da base: a família.

Procuramos resgatar os valores familia-res, como o respeito, a tolerância, a vida em

sociedade, a empatia e o amor altruísta.

Fazemos isso:a) procurando uma aproximação com a família, através

de encontros que denominamos “Escolas de Pais”;

B) visitando o lar do aluno e conhecendo sua re-alidade;

C) através do projeto “Quebrando o Silêncio”, quando esta questão é devidamente tratada;

D) desenvolvendo semanas especiais na escola como: “Semana da Cortesia”, “Semana da Família” e “Semana de Oração”;

e) propondo desafios pedagógicos, através de gincanas que incluem escaladas, acampamentos, retiros etc;

f) trabalhando com atividades cooperativas e em equipe, a fim de desenvolvermos a interde-pendência, o respeito e a mútua aceitação.

COlégiO CATóliCO: É a partir de um olhar teológico pastoral sistematizado que se poderá questionar e refletir com os jovens so-bre os paradigmas de relacionamento vigentes em nossa cultura, que são geradores de vio-lência e intolerância, fazendo o contraponto com a proposta do Evangelho. Só é possível chegar à radicalidade destas questões a partir da radicalidade da identidade confessional.

A escola católica é um espaço de vivência para o jovem e de conhecer a maneira como

a Igreja atua no mundo para a reversão destes quadros. Nela o jovem entende o que é uma Campanha da Fraternidade, por exemplo, e toma contato com as diversas pastorais que atuam no âmbito social, nas quais muitos jovens já são pro-tagonistas.

O TRANSCENDENTE: O cristianismo é rico em ritos e celebrações. Como sua escola festeja, com seus alunos, as datas religiosas? Todos os alu-nos participam?COlégiO ADvENTiSTA: Damos ênfase es-pecial à Semana Santa, com palestras, vídeos e campanha de doação de sangue aos hemocentros. Na Páscoa, procuramos destacar o verdadeiro sentido da ocasião, com símbolos bíblicos em contraste com os de apelo comercial e, através de episódios bíblicos, que são encenados, destaca-mos os princípios cristãos. Todos os alunos são

encorajados a tomar parte em todas as atividades.

COlégiO CATóliCO: No am-biente escolar, é preciso sinalizar sim-bolicamente para os períodos do Ano Litúrgico, maneira como organizamos o tempo ao redor do Mistério Pascal de Jesus Cristo.

Através das “paraliturgias” é possível envolver os educandos em momentos celebrativos como atividade dos perío-dos escolares, sem que essa celebração seja, necessariamente, a maneira oficial como a Igreja celebra. Sua intenção é a de criar gosto e hábito através de uma experiência de celebração, uma vez que o celebrar é, antes de mais nada, humano. Por este motivo, é possível contar com a presença de todos. É re-

comendável, porém, que se faça fora dos horários de atividades normais da escola, com o con-

vite aberto à comunidade.

E a sua Escola, como trabalha es-sas questões?

Da mesma forma como o Pro-fessor Osmar e o Professor Renato res-ponderam às questões acima, convida-mos você, professor (a), para fazer uma avaliação sobre a sua escola.

Mesmo que sua escola não seja con-fessional, reflita:

• Como sua Escola trabalha o plura-lismo religioso?

• Como são trabalhadas as proble-máticas da violência e da intole-rância em sua Escola?

• Quais datas religiosas são festeja-das em sua Escola?

Veja as entrevistas na íntegra no site:www.otranscendente.com.br

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A GrAnde novidAdeO cristianismo tem algo diferente das outras

religiões. Nós, cristãos, acreditamos que o pró-prio Deus quis dar-se a conhecer em Jesus Cristo, nascido de uma mulher chamada Maria. Ele viveu aproximadamente 33 anos e morreu crucificado. Segundo a nossa fé, Jesus cumpriu tudo o que Deus anunciara através dos profetas acerca da vin-da do Messias.

Acreditamos que Deus, na pessoa de seu filho Jesus Cristo, veio à terra, viveu como nós, experimentou alegrias e triste-zas e aceitou ser morto cruelmente para salvar toda a humanidade. Jesus mostrou às pessoas que um mundo de amor e de fraternidade é possível.

A vidA de JesusJesus era judeu e nasceu em Be-

lém, uma cidadezinha próxima a Jerusalém. Não se tem muitas informações sobre sua infân-cia e adolescência, mas sabe-se que desde pequeno sua inteligên-cia era notável. Homem de muita oração e por ser judeu, participava assiduamente da sinagoga e do dia-a-dia de sua comunidade.

Jesus era carpinteiro de profissão e por volta dos 30 anos, após ter sido batizado no Rio Jordão por João

Batista, começou a pre-gar. Era, porém, um pregador diferente, pois, através de pará-

bolas, ele explicava as leis e os livros sagrados de for-ma cativante e envolvente. Além disso, Jesus realizava

muitos milagres.

Os Evangelhos são narrativas da vida de Jesus, escritos

por quatro autores. Pesquise e descubra quem são esses auto-

res e, no quadro ao lado, ligue as letras, formando assim o nome de cada um deles.

Os prodígios e o modo de ser e de agir de Je-sus atraíam as pessoas.

o GrAnde ensinAmentoJesus não fundou uma nova religião. Ele sim-

plesmente pregou, viveu o amor a Deus e ao pró-ximo e esteve sempre do lado dos mais fracos, empobrecidos e excluídos da sociedade. Ele criticava du-ramente aqueles que exploravam as pessoas.

Jesus tinha uma atenção es-pecial para com aqueles que se arrependiam dos pecados e que desejassem recomeçar a vida seguindo o caminho do bem.

os primeiros seGuidores

Durante os três anos de sua pregação, Je-sus se preocupou em escolher e preparar um gru-po de 12 homens, para que continuassem a missão

de anunciar o Reino de Deus. Jesus sabia que sua vida corria riscos, pois sua pregação atraía multidões

e o seu modo de falar a verdade, de-fendendo os humildes e os interesses

do povo, irritava cada vez mais os po-derosos.

pAixão, morte e ressurreição

Traído por um de seus discípu-los, Jesus foi preso, torturado e morto

numa cruz. A cruz era o pior instrumento de tortura da época e, como se não bastas-se, morrer numa cruz significava vergonha e desprezo diante do povo.

Contudo, no terceiro dia após sua morte, algumas mulheres foram ao túmulo e nada encontra-ram a não ser um anjo, que lhes disse que Jesus havia ressuscitado.

A notícia correu rapidamente entre os discípulos e, em várias ocasiões, Jesus apare-ceu a eles. Com a ressurreição, os discípulos, reanimados em sua fé, começaram a se reen-contrar.

Quarenta dias após a ressurreição, Je-sus reuniu seus discípulos, fez suas últimas recomendações, dizendo-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a todos os povos”. Em seguida, Jesus subiu aos céus.

Ainda com medo dos que haviam crucifica-do Jesus, os discípulos ficaram quarenta dias fe-chados em casa. Porém, como havia prometido,

Jesus enviou o Espírito Santo e, a partir de então, os discípulos criaram coragem e começaram a anunciar a mensagem do mestre pelo mundo afora.

As perseGuiçõesA vida dos primeiros cristãos não foi nada fácil. Empenhados em continuar

a missão de Jesus, os discípulos fo-ram continuamente perseguidos. Muitos deles morreram por de-fender a mensagem de Jesus: a

mensagem do amor e da justiça. Ao mesmo tempo em que a

mensagem perturbava os podero-sos, multidões aderiram ao cristianismo.

Em pouco tempo, o mundo inteiro co-nheceu a mensagem Jesus Cristo.

A BíBliA, A pAlAvrA de deus

Tudo o que dissemos está escrito na Bíblia, o livro sagrado dos cristãos. A primeira parte, o Antigo Testamento, é composto pelos livros sagrados do Judaísmo. O Novo Testamento foi escrito a partir da vida e das obras de Jesus Cristo e das pri-meiras comunidades cristãs.

De fato, Jesus não escre-veu a Bíblia, quem a escreveu foram pessoas inspirada por Deus e outras, muito próxi-mas a Jesus, que começaram a narrar e a escrever a vida e as obras de seu mestre. Graças a essas pessoas temos hoje a Bíblia.

Na próxima edição falaremos mais sobre os primeiros cristãos e a difusão do cristianismo no mundo. Até a próxima!

GeNiNhO: Olá, amigos, tudo bem com vocês?!Nesta edição começamos a apresentar o

cristianismo. e para isso, apresento a vocês o meu amigo Paulo.

PAulO: Olá, ami-gos! eu sou padre Paulo e falarei a vocês

sobre Jesus Cristo, o início do cristianismo

e a fé cristã.

Para conhecer mais sobre a vida e as obras de Jesus, sugerimos o livro

“Joãozinho, o Menino que Seguia Jesus”.

O livro, todo ilustrado, narra a história (fictícia) de um menino que viveu na época de Jesus.

Para adquiri-lo, entre em contato pelo

Fone: (48) 3222-9572

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Segundo o Livro do Êxodo, que se encon-tra na Torá e também na Bíblia, Deus

entregou a Moisés, no Monte Sinai, uma tábua com os Dez Mandamentos.

Siga a “tábua”, reescreva as le-tras destacadas no seus devidos

lugares, colocando os Dez Mandamentos na sequên-

cia correta.

A sua criação atribui-se a dois cristãos bizantinos. Esse alfa-

beto é utilizado na Rússia, Sér-via, Ucrania, Bulgária e em ou-tros países do leste Europeu.

As letras em preto são do alfabeto ci-rílico e as equivalentes do nosso alfabeto estão em branco. Algumas letras você pre-cisa identificar. Boa sorte. Coragem!

Essa atividade pode ser trabalhada individualmente ou em pequenos grupos, inclusive em modo de competição. No entanto, o mais interessante será a discussão em sala sobre o significado, a importância e as implicações da mensagem de Paulo para os cristãos e não-cristãos de hoje.

Assim, ele quis levar a Lei à perfeição, pela vi-vência do amor, condenando o legalismo estéril vivido por muitos.

AmA e fAze o que quiseresSéculos depois (no século IV), Agostinho de Hi-

pona, Bispo e grande doutor da Igreja do Ocidente, escreveu: “Ama e faze o que quiseres”, por entender, acer-tadamente, que o verdadeiro amor se traduziria, inevi-tavelmente, em atos de paz e justiça, razão pela qual, muitas vezes, na tradução do texto bíblico, se preferiu o termo “caridade” para expressar este sentimento.

Pelos tempos afora muito se falou, escreveu e en-sinou sobre o que seria “amor”, servindo-se do exem-plo de enamorados, pais e filhos etc. mas, recorrendo às fontes cristãs, se não encontramos uma definição de amor, o encontramos conceituado em valores extre-mamente elevados e neces-sários, como nas palavras do apóstolo Paulo: “O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”. (I Coríntios 13,4-7)

Esse amor sempre tem o outro como referen-cial, como explicita novamente São João, em sua 1ª Carta: “Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: que nos amemos uns aos outros. Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama a seu irmão permanece na morte. Qualquer que odeia a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele. Nisto conhe-cemos o amor : Ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos”. (3,11.14-16)

o Amor se trAduz em obrAs

Para Cristo e o verdadeiro Cristianismo, o qual jamais pode estar dissociado da vida concreta, e que não pode ser reduzido a práticas piedosas e ri-tuais, o amor é, pois, não meramente um conceito, mas um valor sagrado e experiencial, algo que está no âmago da vivência do Evangelho, um dom a ser buscado, praticado e transmitido. O que foi o nas-cimento de Jesus, senão a encarnação do amor?

Sem a menor sombra de dúvida, é este amor que tanta falta nos faz, cristãos ou não, ateus ou crentes, pois se, no mundo, houvesse mais desse sentimento e prática, com certeza os males, a que já nos habituamos, seriam menores. Pode-se dizer

que, se “Deus é amor” (I João 4,8), crer nele deveria levar, obrigatoriamente, a amar, uma vez que “aquele que não ama não conhece a Deus” (I João 4,8).

Concluímos, então, tris-temente, que há Cristianismo demais e cristãos de menos, cristãos nominais e ateus prá-ticos, religiosidade farisaica e praticantes de várias religiões que sequer conseguiram co-nhecer a Deus, como se per-

cebe em sua maneira de viver e do modo como vivem sua fé.

Nosso desafio é ir ao encontro de Deus através do amor, amor que pode salvar homens e nações, a na-tureza e todo o cosmo, energia capaz de nos transfor-mar em “bons samaritanos” (Lucas 10, 25-37), aqueles que conseguem ser, em verdade, “o próximo” de seus semelhantes.

A frase do título, palavras de São Paulo em sua 1ª Carta aos Coríntios (5,14), nos permitem entender a grande motivação do apóstolo no

anúncio do Evangelho: sentindo-se alvo do amor de Cristo, viu-se “constrangido” a falar desse amor a todos.

De fato, se podemos resumir toda a pregação de Jesus Cristo, todo o anúncio do Evangelho, e, principalmente, sua vida, em uma só palavra, essa seria “amor”, não entendida, naturalmente, num sentido contemporâneo e popular, como utilizada nos diálogos do dia-a-dia, na letra da maioria das músicas, e sim na sua mais elevada conotação, a da doação plena, da disposição ao sacrifício em favor de outrem, se necessário for.

Foi assim que Cristo ensinou e viveu o amor, segun-do suas próprias palavras: “Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos”. (João 15,13)

Segundo Paulo, um dos grandes difusores do cris-

tianismo, o cristão que confia em Deus deve ocupar-se com o que é...

ObServaçãO: Para responder a essa questão, decifre antes o enigma ao lado. Depois, substitua as letras do alfabeto cirílico pelas correspondentes ao nosso, obtendo assim a resposta.

o Amor cristãoNo Novo Testamento, que foi escrito em grego,

há três expressões que traduzimos, em português, como amor: “Eros”, de onde vem o termo erotismo, e que designa, portanto, a atração física; “phileo”, de onde temos “filantropia”, que se traduziu por amizade, e “ágape”, esse sim, o amor por excelência, o amor de Jesus.

Foi em referência a esse sentimento que o apóstolo e evangelista João testemunhou o amor do Mestre pelos seus, quando disse: “Como havia amado os seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim”. (João 13,1)

Cristo deu um sentido novo a toda a legis-lação religiosa de seu tempo, ao enfatizar, de forma categórica, que a mesma se resumia no amor a Deus e ao próximo: “E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, se-melhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas”. (Mateus 22,35-38)

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HISTÓRIA DO BATISMOQuem primeiro administrou o batismo foi João

Batista, o “maior dos profetas” e precursor de Jesus. Porém, seu batismo expressava somente o arrepen-dimento pelos pecados, a decisão por uma vida nova. De fato, João denunciava primeiramente os pecados dos que dele se aproximavam e, depois, os batizava no rio Jordão. Quando Jesus se aproximou, junto com os outros, para ser batizado, não o fez por necessidade, mas por solidariedade. Naquele instante, Ele se colo-ca na fila dos pecadores e, ao mesmo tempo, assume todos os pecados da humanidade.

Naquela mesma hora, com a revelação da San-tíssima Trindade (o Pai que fala, o Espírito que se apresenta em forma de pomba e o Filho que recebe o batismo) revela-se igualmente o batismo cristão que, mais tarde, será administrado “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Marcos 1, 9-11).

O batismo de João era na água. O batismo cris-tão, na água e no Espírito Santo, realiza uma profunda transformação interior. O batismo cristão está ligado à Morte e Ressurreição do Senhor. É através de seu sacri-fício por nós, que Cristo nos deu a graça da salvação.

Simbolicamente, a pessoa entra pecadora na pia batis-mal e dela sai santa e renovada pelo poder do Espírito.

QUANDO E COMO BATIZARNo início do Cristianismo, o batismo era ministrado

somente aos adultos, após um tempo de preparação e de mudança de vida, denominado catecumenato. Isso se entende, pois não havia ainda famílias cristãs. Já no século II, há o batismo administrado às crianças, pois, sendo a família já cristã, ela mesma garantia a educação cristã da criança e passou-se a ver o batismo como uma graça especial no início da existência.

No final da Idade Média, e com a Reforma de João Calvino, no século XVI, não se aceita o batismo de crianças na Igreja reformada/calvinista. Seguin-do Mateus 28, 18-20, o batismo é ministrado após intensa evangelização, mudança de vida e aceitação consciente da fé cristã. Normalmente acontecia após os 15 anos. Atualmente é essa a prática das Igrejas presbiterianas, batistas, adventistas e pentecostais.

RE-BATISMONa mesma época das Reformas protestante e cal-

vinista surgiu outra prática: o re-batismo. Contrarian-do toda a tradição cristã, que afirma haver um único batismo, começou-se a batizar novamente quem ti-nha sido batizado na infância. Com isso, se um católi-

co ingressasse na Igreja batista, seria nova-mente batizado. No entanto, se um batista ingressasse na Igreja católica, seu batismo era considerado válido.

O batismo cristão (do grego bateiem - sub-mergir, mergulhar, lavar) é o primeiro dos sacramentos que os cristãos recebem,

acreditando ser ele o sinal da ação salvífica de Deus, pois, através dele, os que nascem para a vida natural recebem a regeneração, recriação: o que o pecado corrompeu, o batismo renova.

O diálogo ecumênico já estabeleceu acordos de reconhecimento mútuo do batismo entre os católi-cos, protestantes, anglicanos e ortodoxos.

REPETIÇÃO DO BATISMORepetição do batismo. Nas Igrejas pentecostais

e neo-pentecostais, o batismo perde o caráter de ser único e é repetido cada vez que a pessoa adere a outra Igreja, ou mesmo quando retorna à Igreja após um tempo de abandono. Nessas denominações cristãs, o batismo significa mais uma cerimônia de aceitação e menos o sacramento da regeneração interior da pes-soa que passa a fazer parte da comunidade cristã.

O modo do batismo supõe o uso da água e das palavras “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Isso quer dizer que as Igrejas que não aceitam a Santíssima Trindade, seu batismo não é considera-do válido pelas Igrejas cristãs.

O batismo pode ser por imersão (mergulho do batizando na água de uma fonte, rio, piscina) ou por aspersão (derramando água na fronte). As duas for-mas são consideradas válidas porque se servem do elemento água.

E OS QUE MORREM SEM O BATISMO?Jesus afirma que “quem crer e for batizado será

salvo; quem não crer será condenado” (Marcos 16,16). E como ficam as crianças que morrem antes do batismo, ou os adultos que se preparavam para o batismo, mas foram vítimas de perseguição ou morte repentina?

As Igrejas apresentam três formas de batismo:• A ordinária. O batismo administrado na água e no

Espírito Santo;• O batismo de desejo. Esta forma de batismo se

aplica à fé e à disponibilidade da família que iria batizar o filho, mas não pôde fazê-lo por morte repentina ou aborto espontâneo. Nestes casos, o desejo do batismo equivale ao batismo. Também se aplica ao adulto, vítima de morte repentina;

• O batismo de sangue. Dá-se quando um adul-to ou criança, em fase de preparação ao batismo, morre por causa de sua fé, sofrendo o martírio. O batismo no Espírito Santo (Atos 1,5; 11,16),

atualmente muito fomentado nos movimentos pen-tecostais e carismáticos, não tem o sentido do batis-mo propriamente dito, mas simboliza uma renovação na graça da fé e do amor por obra do Espírito.

Hoje há um grande desafio às Igrejas: como alimentar a vida de fé dos que foram incorporados a Cristo pelo batismo e fazem parte do Povo de Deus?

Atividade I:

O professor convida os alunos para falarem sobre o próprio batismo ou

outra cerimônia de iniciação na qual te-nham participado e o significado dessa celebração para a vida deles.

Jesus escolheu e convidou 12 homens para instruí-los, para

que eles continuassem a anun-ciar e a propagar a sua mensa-gem de amor.

Pesquise quem são os após-tolos, decifre o segredo da cha-ve e encontre o nome deles no diagrama. Atenção: alguns nomes não estão acompanhados de espe-cificações de família ou outras referências.

Atividade II: A atividade a seguir é um ótimo desafio aos alunos. Ela exige pesquisa, atenção e raciocínio lógico e pode ser desenvolvida em equipes ou individualmente, desde que haja algumas Bíblias disponíveis.

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Guiné-Bissau, o segundo país mais pobre do mundo, carece de condições econômicas e sociais básicas, como: alimentação, educação, saúde etc. Nesse ambiente, a Igreja procura responder às necessidades do povo que ainda nem desfruta da energia elétrica. Parece inacreditável!

Padre Lúcio cita algumas iniciativas que está desenvolvendo: assistência às mães com orientações básicas de saúde, de higiene; assistência às crianças subnutridas através de um projeto de reforço alimentar e perfuração de poços. Todos os nossos projetos são realizados com a colaboração de benfeitores, a maioria deles italianos.

Poderíamos dizer que o amor a Deus e ao próximo é a marca registrada de Jesus Cristo. Ligue as “igrejinhas” de maneira que a sequência de letras forme uma frase. A frase

está escrita em duas linhas. Assim, você descobrirá o maior mandamento de Jesus Cristo.

Escreva a frase aqui:

Perfuração de poços. Em Guiné-Bissau, há muitos rios e com muita água. No entanto, ela é salgada, pois os rios são formados pela água que vem do mar. O país possui apenas um rio de água doce. Diante disso, é fácil entender a necessidade de escavar poços artesianos, pois os poços, feitos à moda tradicional, não resistem à seca devido ao tipo de solo e às plantações de caju que, com suas raízes profundas, absorvem grande quantidade de água.

Educação. É, sem dúvida, uma das nossas maiores preocupações. Temos ainda muito a fazer: construir novas escolas, formar professores e, às vezes, até subsidiá-los, pois o governo não paga em dia o salário deles.

Bom relacionamento. Interessante é o fato de os próprios muçulmanos, embora mais numerosos, chegarem a nos pedir para abrir escolas em suas comunidades.

Isso é uma prova de que, na Guiné Bissau, a convivência entre as religiões é muito boa. Nota-se muito respeito entre católicos, evangélicos, muçulmanos e adeptos das religiões tradicionais. Para exemplificar, na região de Empada, onde trabalho, há cerca de 15 mil habitantes, pertencentes a 8 etnias diferentes, e nunca houve problemas de relacionamento entre as religiões ou etnias.

Embora esteja presente como missionário católico e, portanto, não faltem as atividades religiosas, devido à situação apresentada, a nossa presença se destaca particularmente pelo serviço social que desempenhamos movidos pelas palavras de Jesus: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. ( João 15,12)

O Colégio Piracicabano, mantido pela Igreja Metodista, foi fundado em 13 de setembro de 1881 pela missionária norte-americana Marta Watts, com a proposta de uma educação diferenciada e de valorização da vida. Para a fundação do Colégio e o seu desenvolvimento ela contou com o apoio dos republicanos da época, que também preconizavam uma educação que oferecesse uma amplitude na educação dos meninos e das meninas.

Este ideal continua presente no Colégio Piracicabano através de diferentes ações edu-cativas. Entre estas ações encontra-se o Pro-jeto Solidariedade, que é uma das importantes atividades dentro do seu propósito de forma-ção integral do aluno e da afirmação do seu compromisso com a vida e com os valores do Reino de Deus.

Por se tratar de uma instituição confessio-nal, o Colégio Piracicabano segue a filosofia educacional da Igreja Metodista, que tem o Reino de Deus como eixo central de sua missão e de sua ação educativa.

O Projeto Solidariedade, desta forma, se constitui em uma ação efetiva em prol da mudan-ça da realidade de: indiferença, exclusão, injustiça, preconceito e discriminação presentes na sociedade atu-

al. Para o Colégio Piracicabano, a solidariedade não é uma qualidade implícita, mas que se aprende e se ensi-na, por isso busca valorizar e oportunizar reflexões/ações de aproximação, cooperação e solidariedade que façam diferença na vida das pessoas envolvidas, que desenvolvam atitudes de ajuda mútua e que con-tribuam para que o sonho de uma sociedade justa, fraterna e solidária se concretize.

O Projeto Solidariedade é realizado ao lon-go do ano letivo e envolve todos os níveis de ensino: Educação Infantil, Ensino Fundamen-tal e Ensino Médio como também toda a co-munidade escolar: alunos(as), professores(as) e funcionários(as).

Os principais objetivos dessa ação estão cen-trados na sensibilização de toda a comunidade escolar diante da inegável realidade de exclusão social, na organização para uma ação eficaz, no desenvolvimento de ações práticas de solidarieda-de e na formação integral do alunado.

Esta ação solidária e cidadã tem envolvido 15 entidades assistenciais, além de contar com algu-

mas parcerias da sociedade piracicabana. Es-tas entidades desenvolvem o trabalho com crianças, deficientes, idosos, além de outras situações da vida que requerem o apoio e a solidariedade. No primeiro momento, as crianças fazem uma visita às Instituições, monitoradas pelas professoras e professores e, na sequência, pessoas das entidades aten-didas visitam o Colégio Piracicabano.

Nestas visitas trabalha-se a interação social e, posteriormente, as crianças fazem doações para suprir as necessidades e apoiar o trabalho realizado pelos diversos segmen-tos envolvidos no projeto. No ano passa-do, cerca de 1.200 pessoas foram atendidas. Entre as doações encontra-se uma grande

quantidade de brinquedos e jogos solidários. As-sim, a solidariedade se transforma numa expressão da espiritualidade e do com-promisso com a vida.

Josué Adam Lazier, Bispo honorário da Igreja Metodista, nos apresenta a edu-

cação diferenciada realizada no Colégio Piracicabano.

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Felizes os 02 em espírito, porque deles é o Reino do Céu. Felizes os 12, porque serão consolados. Felizes os 03, porque possuirão a terra. Felizes os que têm 01 e 11 de justiça, porque serão saciados. Felizes os que são 04, porque encontrarão misericórdia. Felizes os 09 de 05, porque verão a Deus.Felizes os que 13 a 10, porque serão chamados filhos de Deus.Felizes os que são 08 por causa da 07, porque deles é o Reino do Céu. Felizes vocês se forem 06 e perseguidos por causa de mim. Fiquem alegres, porque será grande para vocês a recompensa no céu.

Jesus proferiu muitos ensinamentos e discursos. Sem dúvi-da, as Bem-Aventuranças formam um dos mais belos. Na Bíblia, o texto das Bem-Aventuranças se encontra

em Mateus 5,3. Seguindo as indicações, substitua os núme-ros pelas palavras correspondentes, escrevendo-as no dia-grama abaixo.

Encontre em sua comunidade pessoas

que, movidas pela fé cristã, realizam trabalhos sociais.

Procure conhecê-las melhor e apresente

as ações delas aos demais colegas.

Albert Schweitzer nasceu em 1875. Filho de pastor evangélico, ficou claro, desde muito cedo, que ele era diferente. Sua sensibilidade para a música chegava a “causar-lhe dor de tanto prazer que sentia”.

Aos cinco anos começou a tocar piano e, aos nove, já era o organista oficial da igreja na qual seu pai era pastor. Tinha tal sentimento amoroso também para com os animais: não podia contemplar o sofrimento dos animais em cativeiro.

Doutorou-se em música, em filosofia, em teologia e lecionou na universi-dade de Estrasburgo. Albert tinha tudo o que uma pessoa poderia desejar e era reconhecido por todos. Mas uma frase de Jesus o seguia sempre: “A quem muito foi dado, muito lhe será pedido”. (Lucas 12,48)

Aos vinte anos, Albert fez uma promessa a Deus. Até os trinta anos ele faria tudo que lhe dava prazer: Daria concertos, falaria sobre literatura, teologia

Martin Luther King nasceu em 1929, em Atlanta, nos Estados Unidos. Filho de uma família de negros, seu pai era pastor batista e sua mãe professora. Aos 19 anos, Luther King se tornou pastor e teólogo batista. Dedicou seus

estudos a temas de filosofia de protesto não-violento, inspirando-se nas ideias de Mahatma Gandhi.

A senhora Rosa Parks, após se recusar a ceder seu lugar a um branco num ônibus, King liderou um forte boicote contra a segregação racial. King che-gou a ser preso, mas, ao final, a Suprema Corte decidiu pelo fim da segregação racial nos transportes públicos.

Em 1957, Luther King ajuda a fundar a Conferência da Liderança Cristã no Sul, uma organização de igrejas e sacerdotes negros. King tornou-se o líder da organização, que tinha como objetivo acabar com as leis de segregação racial por

Agnes Gonxha Bojaxhiu nasceu em agosto de 1910, numa família ca-tólica da Albânia. O pai morreu quando ela tinha oitos anos e a mãe teve que sustentar a família sozinha. Em 1928, Agnes entrou no con-

vento de Loreto, na Irlanda, onde recebeu o nome de Teresa. Enviada para a Índia, de 1930 a 1940 Teresa foi professora de

história e geografia num colégio católico para meninas ricas, na cidade de Calcutá. O contraste com a pobreza à sua volta era muito grande.

Em setembro de 1946, no trem que a conduzia de Calcutá para Darjeeling, Madre Teresa ouviu um for te chamado interior convidando-a a abandonar o convento e a passar a viver entre os pobres. Teresa não resistiu ao chamado e passou a usar um sári branco com debruns azuis e uma pequena cruz no ombro. Pedindo ajuda nas ruas, auxiliava pobres, doentes e famintos. Pouco a pouco, foi angariando adeptas para sua causa entre as suas antigas alunas, a ponto de fundar, em 1950, uma congre-gação de religiosas.

Madre Teresa fundou comunidades religiosas por toda a Índia e em

(Pesquise na internet e você encontrarrá outras fontes que narram mais amplamente a vida desses personagens)

e filosofia, depois ele iniciaria um novo caminho. E foi o que ele fez. Aos trinta anos, Albert entrou para a escola de medicina. Doutorou-se em me-

dicina e mudou-se para o Gabon, na África, para cuidar de pessoas doentes e aban-donadas. E ali passou o resto de sua vida. Junto à sua esposa e com seus próprios recursos construiu um Hospital Tropical com uma estação destinada ao tratamento de leprosos. O que lhe importava não era o brilho, mas a consciência de ser verdadeiro com o princípio de “reverência pela vida”, o seu mais alto princípio religioso.

Albert Schweitzer aspirou sem fim à verdade, à paz, à liberdade e à humanida-de. Ele trabalhou em prol de seres humanos perseguidos e ameaçados, levantando repetidas vezes sua voz para protestar contra o preconceito racial e alertando sobre o perigo da guerra nuclear. Faleceu aos 90 anos, quando ainda andava pelos barracões sorrindo e confortando os 3500 doentes atendidos pela sua obra.

meio de manifestações e boicotes pacíficos. Em 1963, liderou a “Marcha para Washington”, que contou com mais de

200.000 pessoas que se manifestaram a favor dos direitos civis de todos os ci-dadãos dos Estados Unidos. Foi ali que Luther King proferiu seu famoso discurso “I have a dream” (Eu tenho um sonho).

A não-violência tornou-se sua maneira de demonstrar resistência. Foi pre-so diversas vezes. Teve sua casa bombardeada, mas os movimentos continuaram e, em 1965, conseguiram a aprovação da Lei dos Direitos de Voto, abolindo o uso de exames que visavam impedir a população negra de votar.

Em 1967, King uniu-se aos movimentos contra a Guerra do Vietnã. Em abril de 1968, foi assassinado a tiros por um opositor, num hotel, onde estava apoiando uma greve de coletores de lixo.

muitos outros países. Seu trabalho obteve enorme repercussão no mundo inteiro. Já idosa e com sérios problemas de saúde, Madre Teresa conti-nuou a viajar pelo mundo, dando seu testemunho e abrindo novas casas de missão para servir especialmente os pobres e os doentes.

Madre Teresa morreu aos 87 anos. Centenas de milhões de pessoas de todas as classes sociais e religiões da Índia e do mundo inteiro lhe renderam homenagens. O próprio governo da Índia lhe tributou um funeral reservado aos grandes da nação: seu corpo foi conduzido em um lon-go cor tejo pelas estradas de Calcutá, sobre uma carreta de canhão, que outrora trouxera também os corpos de Mahatma Gandhi e o presidente Nehru. Chefes de nações, primeiros Ministros, Rainhas e enviados espe-ciais chegaram para representar países do mundo inteiro.

“Quem quiser ser o primeiro entre vós, faça-se servo de todos” (Mar-cos 10, 44). Estas palavras de Jesus indicam o caminho que leva à verda-deira grandeza. Madre Teresa serviu Cristo e a sociedade nos mais pobres entre os pobres.

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Atitude, no dicionário Aurélio, significa: jeito, posição do corpo, postura, dispo-sição, propósito, ação, conduta, procedi-

mento, norma de comportamento.Na verdade, todas as pessoas, e de modo espe-

cial as crianças e os jovens, sonham em alcançar sucesso na vida. Logo cedo pensam em estudar “para ser alguém na vida”, conforme dizem alguns. Trabalhar, ganhar seu próprio salário e poder ad-quirir bens de consumo. Na maioria dos casos, os desejos dos jovens estão associados ao “ter”: com-prar produtos supérfluos como roupas e calçados de marca, alguns passeios e até, quem sabe, viagens com amigos.

Mas não basta sonhar.É preciso ter atitude!

É preciso ser!Pois, é! Atitude, conforme define o dicio-

nário, expressa comportamento, que, por sua vez, passa pela vontade e, esta, por um profundo espírito de querer e de tomada de decisão.

A atitude, em vários casos, implica abrir mão daquilo que aparentemente nos satisfaz e nos faz felizes. Por exemplo: André deseja-va muito ser advogado, porém sabia que, para chegar lá, teria que passar por muitas etapas. A primeira delas seria tomar uma ATITUDE! Sim, e qual foi a atitude tomada? André decidiu que faria o curso de Direito e consequentemente seria um advogado.

André tomou consciência de que deveria estu-dar muito e, para isso, deixar para trás festinhas com amigos, momentos de televisão e finais de se-mana na praia.

André decidiu, tomou uma ATITUDE e foi aprovado na prova do vestibular. Entrou para o curso de Direito e, ainda muito novo, aos 22 anos, formou-se advogado.

ViVeMos nuM Mundo rodeado por Valores e

contraValoresPois bem, desde pequenos somos rodeados por

apelos – uns bons, outros ruins. Somos atraídos pelas propagandas dos produtos da moda, influenciados

por amizades e pelas novidades em alimentos e outros produtos em geral.

Não bastasse isso, somos embalados por uma série de contravalores musicais, televisivos e, para agravar, pela tecnologia que vem revolu-cionando o mundo: o computador. Esse último, tanto pode ser uma janela para o desenvolvimen-to, como uma porta para a prática do mal ou um processo de escravidão, pois não são poucos os jovens viciados em jogos virtuais e sites de con-travalores.

É preciso toMaratitude do beM!

Vários líderes da humanidade se destacaram por suas atitudes de fé, de coerência e de profunda cari-dade e humanidade. Vamos lembrar de alguns:MAhAtMA GANdhi (1869-1948): Indiano, foi um grande líder pacifista do século XX. Gandhi era advogado e não suportava mais ver a opressão do seu povo. Deixou para trás suas vestes civis e vestiu “sua farda de guerra pela paz” – vestiu as ves-tes brancas do hinduísmo e juntou-se ao seu povo pregando a paz. Apesar de todo o bem que pro-

pagou, Gandhi foi assassinado. Por sua atitude ativista da não-violência, foi indicado cinco vezes para o prêmio Nobel da Paz, mas não chegou a recebê-lo.

NelsoN MANdelA (1918): Africano, lutou pelo “não Apartheid” – regime estabelecido no continente africano no qual os brancos detinham o poder e os povos restantes eram obrigados a vi-ver separados dos brancos e sendo considerados cidadãos de segunda classe. Com sua atitude an-tissegregação racial, Mandela conseguiu chamar a atenção do mundo e melhorou muito a vida do seu povo. Mandela ainda vive e recebeu o prêmio No-bel da Paz em 1993.MArtiN luther KiNG (1929-1968): Ame-ricano, King foi um pastor Batista que viveu no

século XX e lutou como ativista dos direitos humanos em seu país. “Eu tenho um sonho”...

proclamava ele... o sonho da paz e da igual-dade racial! Suas atitudes de luta e coerên-cia, incomodaram os interesses dos opo-sitores ao seu ideal de paz e Martin foi assassinado. Recebeu prêmio Nobel da Paz em 1964.

ChiCo MeNdes (1944-1988): Brasi-leiro, ativista ambiental, líder pela luta dos

seringueiros, Chico Mendes nasceu no Acre. Sua atitude de intensa luta pela preservação

da Amazônia o tornou conhecido internacional-mente, sendo também a causa de seu assassina-to. Chico Mendes ainda hoje é um exemplo para muitos jovens do Brasil e do mundo todo.

Grandes atitudes podeM ser ManiFestadas nos

peQuenos GestosSeria ingênuo pensar que os grandes líderes

começaram suas lutas pela paz através de gran-des movimentos e atitudes mirabolantes. Isto não é uma verdade, pois, foi através de posicio-namentos éticos, nas pequenas manifestações de solidariedade, respeito ao próximo, senso de justiça e diálogo que tudo começou.

Em vários cartões, o (a) professor (a) escreverá “casos” que exijam decisões e os distribuirá aos alunos para que cada um possa exercitar como tomar uma decisão.

Cada aluno (a) lerá o seu caso e tomará “uma atitude” para solucionar a questão.

Em seguida, o (a) professor (a) questionará alguns alunos para saber se to-

A Ética expressa a preocupação com a constituição de valores de cada aluno, ajudando-o a se posicionar nas relações sociais dentro da escola e da comunidade. É através da ética que o indivíduo reflete sobre seu modo de ser, pensar e agir.

Falar de ética é falar de respeito mútuo, de justiça, de diálogo e de solidariedade. Dentro deste tema, vamos trabalhar, nesta edição, com um termo muito utilizado pelos jovens nos dias de hoje

e que soa como que uma palavra de ordem: Atitude! Disse um colega para o outro... é preciso ter ATITUDE!

mariam a mesma atitude ou como fariam no lugar do colega.Um exemplo: Você está em sua sala de aula e percebe que um colega insis-te em provocar outro colega que não está a fim de conversar.Que atitude você tomaria diante desta situação?

Entre no site: www.otranscendente.com.br e encontrará mais dinâmi-cas para trabalhar este tema.

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O Brasil foi colônia de exploração de Portugal, por-tanto, desde sempre foi o lar de muita dife-rença e desigualdade.

Com o tempo, a escravidão foi abolida, o Bra-sil conseguiu a sua independência e foi se crian-do uma nação com o jeitinho brasileiro de ser. Desde sempre, a religião esteve muito pre-sente em nossas terras e as tradições foram respeitadas.

Isso foi uma das maiores razões para o Brasil ser o que ele é hoje: O berço das diferenças.

Podem até reclamar das divergências políticas, da violência nas baixadas, das brigas do trânsito, mas não há como não pensar em nos-sas qualidades e vantagens brasileiras, tais como: as mais belas paisagens e esse povo hospitaleiro e humilde.

Brasil, meu berço de virtudes e valores, de cultura e legados, meu Bra-sil brasileiro.

Giorgia Goulart Picoli – 8ª sérieEscola Redentorista Menino DeusPasso Fundo - RS

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Um esposo foi visitar um sábio conselheiro e dis-se-lhe que já não amava sua esposa e que pen-sava em separar-se. O sábio escutou-o, olhou-o

nos olhos e disse-lhe apenas uma palavra:- Ame-a! E logo se calou.- Mas, já não sinto nada por ela!- Ame-a! Disse novamente o sábio.E diante do desconcerto do esposo, depois de um bre-

ve silêncio, disse-lhe o seguinte:- Amar é uma decisão, não apenas um sentimento; amar é

dedicação e entrega. Amar é um verbo e o fruto dessa ação é o amor. O amor é um substantivo, um exercício de jardi-nagem: arranque o que faz mal, prepare o terreno, semeie, seja paciente, regue e cuide. Esteja preparado porque have-rá pragas, secas ou excessos de chuvas, mas, nem por isso,

abandone o seu jardim. Ame seu par, ou seja, aceite-o, valorize-o,

respeite-o, dê afeto e ternura, admire e compreenda-o.

Isso é tudo. Ame, simplesmente ame!A inteligência sem amor, te faz perverso.A justiça sem amor faz você implacável.A diplomacia sem amor faz você hipócrita.O êxito sem amor faz você arrogante.A riqueza sem amor faz você avaro.A docilidade sem amor faz você servil.A pobreza sem amor faz você orgulhoso.A beleza sem amor faz você fútil.A autoridade sem amor faz você tirano.O trabalho sem amor faz você escravo.A simplicidade sem amor deprecia você.A oração sem amor faz você introvertido e sem propósito.A lei sem amor escraviza você.A política sem amor deixa você egoísta.A fé sem amor deixa você fanático.A cruz sem amor se converte em tortura.A vida sem amor não tem sentido.

Algumas dicas para trabalhar essa história:1. A história poderá ser encenada. Há apenas dois personagens:

o esposo e o sábio. 2. Promover uma discussão sobre “O que é o amor”, como o amor pode ser traduzido. Comentar as frases impactantes citadas pelo “sábio” da história.

Amigos (as) professores (as),Visando maior sintonia entre a escola e O TRANSCENDENTE, apre-

sentamos os grandes temas que nortearão nossos trabalhos em 2010. Podemos adian-tar que estamos preparando muitas novidades!

Algumas das inovações se concentrarão especialmente nas páginas 04, 08, 09 e 10. Nessas páginas, serão apresentadas respectivamente as seguintes temáticas: Vida na Es-

cola, Educação e sexualidade, Vivência e Temas Transversais. Continuaremos dando sequência na abordagem do Fenômeno Religioso: na apresentação do Universo Religioso das religiões, das Espiritualidades, dos Ritos e Mitos e muito mais.

Em 2010, O TRANSCENDENTE dedicará suas edições à apresentação do Cris-tianismo (II) – Religiosidades Indígenas (brasileiras) – Islamismo e, na última edição do ano, será feita uma retrospectiva dos quatro anos de O TRANSCENDENTE.

Em 2010 comemoramos os 15 anos de novo Ensino Reli-gioso do Brasil.

Para valorizar esta data, O TRANSCENDENTE lança a pro-posta “Meu ponto de vista: O Ensino Religioso na prática”.

Trata-se de uma campanha que visa constituir uma cole-tânea de pareceres dos educadores do Brasil, sobre a discipli-na do Ensino Religioso.

A iniciativa deste trabalho tem como finalidade a avalia-ção e promoção do ER em constante processo de construção.

Participe enviando seu “Ponto de Vista” e o modo como você trabalha a disciplina de Ensino Religioso.

Cada participante receberá um livro da Coleção Educação.

Critérios para participação:

• Máximo 5 mil caracteres; • Mínimo 4 mil caracteres;• Texto de própria autoria (sem plágio);• Em caso de citações, acrescentar a referência;• Oportunamente, os textos poderão ser publicados, portan-

to, tornam-se propriedade do editor que respeitará a autoria do autor;

• Conteúdos que digam respeito ao tema proposto com clareza de expressão;

• Entrega no prazo previsto.O envio do material poderá ser feito através de carta

no endereço ou por e-mail.EndErEço PosTAl :

Av Hercílio Luz, 1079 - CEP: 3211www.otranscendente.com.br / redaçã[email protected]

Prazo de entrega das produções:31 de maio de 2010 (data limite para postagem)

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