Top Banner
16 6 4 19 O Cidadão O Cidadão O Jornal do Bairro Maré ALFREDO, 94 ANOS ZELANDO PELA VIDA ECOPONTOS: LIXO NA RUA NUNCA MAIS DESCASO COM ESGOTO DA ROQUETE RIO DE JANEIRO - JULHO/AGOSTO 2005 - ANO VII - N O 41 CONHEÇA O SACOLÃO QUE VAI ATÉ VOCÊ O adolescente levado a sério O adolescente levado a sério
24

O cidadão 41

Mar 21, 2016

Download

Documents

Jornal comunitario da Maré
Welcome message from author
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
Page 1: O cidadão  41

O Cidadão���1

���� ��

O CidadãoO Cidadão��������������������

������������ ���������������

�������� ������������������

�� �� ����� �������������

������������������ ���������������������������

�������� �������������������

������ ����

�����������

������ ����

�����������

Page 2: O cidadão  41

2���O Cidadão

O Cidadão é uma publicação do CEASMCentro de Estudos e Ações Solidárias da Maré

Sede Timbau: Praça dosCaetés, 7 - Morro do TimbauTelefones: 2561-4604

Sede Nova Holanda:Rua Sargento Silva Nunes,1.012 - Nova HolandaTelefone: 2561-4965

Conselho InstitucionalAntonio Carlos Vieira � Cláudia Rose Ribeiro

Edson Diniz � Eliana S. SilvaJailson de Souza �Léa Sousa da Silva

Lourenço Cezar � Maristela KlemConselho Gestor

Alexandre Dias � Marielle FrancoRodrigo Siqueira � Soraia Denise

Vinicius AzevedoCoordenadora: Rosilene Matos

Editora: Viviane CoutoCoordenadores de Edição:

Flávia Oliveira �Aydano André MottaCoordenadora de Reportagem: Carla Baiense

Administrador: Hélio EuclidesSecretário de Redação: Leonardo Marques

Reportagem:Renata Souza � Ligia Palmeira � Cristiane Barbalho

Hélio Euclides �Rosilene MatosLeonardo Marques �Gizele Martins � Ellen Matos

Colaboraram nesta edição: Juliana Rodrigues � Jayme Rocha �Claudia Rose

Ubirajara de Carvalho �Elisângela RibeiroSilvana Sá �Admilson Rodrigues �Patrícia Alves

Rondinele Barbalho �Rosinaldo LourençoMarlenePereira

Jornalista Responsável:Marlúcio Luna (Reg. 15774 Mtb) Ilustrações: Tcharles CiprianoPublicidade: Elisiane Alcantara

Diagramação: José Carlos BezerraAssistente de Diagramação: Fabiana Gomes

Foto de Capa: Cristiane BarbalhoRepórter Fotográfico: Cristiane Barbalho

Distribuição: Givanildo Nascimento(coordenador)Josiane dos Santos� Sabrina da Silva

Elizângela Felix � Charles AlvesFotolitos / Impressão: Ediouro

Tiragem: 20 mil exemplaresCorreio eletrônico: [email protected]

[email protected]ágina virtual: www.ceasm.org.br

O Programa de CriançaPetrobras atende a diversasescolas públicas da Maré.

Promove oficinas e atividadesque se tornam extensão

da sala de aula.

Uma conquista dosmoradores da Maré

� � � � � � � � �

�������������� ���������

������ ����������������� ������������������������������

�������

�������� �������������������� ���!��"���##$%#$&&�'�(�)"��$$#&%$��$

��

���������

��� ��� ��������������

Cristiane Barbalho

José Manuel Rose, 65, Morro do Timbau,aposentado

Ricardon Morales da Rádio Muda - estu-dante da Unicamp

Hélio Euclides

saúde do Brasil vai mal, tanto no que diz respeito ao sistema único de saúde quan-to no que se refere à educação, à economia, à política e a todas as esferas que afe-tam diretamente nosso dia-a-dia. O Brasil é um paciente em fase terminal, internadoA

numa CTI - ou seria CPI? -, anestesiado em meio às denúncias de corrupção. Com o mensalão,nosso país sofreu uma parada cardíaca e os governantes não fazem mais nada a não sertrocar ofensas em rede nacional. Votar leis que melhorem a vida do povo, nem pensar.

Para um extrato da população, o prognóstico de saúde é ainda mais grave. Na ausênciade políticas claras e programas que enfoquem suas necessidades específicas, nossos jovense adolescentes morrem vítima da violência, das drogas, da AIDS ou do descaso.

Uma sociedade séria se preocupa com seu futuro. Mas, no Brasil, poucas são as iniciativasque trabalham a promoção da saúde do jovem, para que amanhã tenhamos adultos maissaudáveis e conscientes. E o que existe de bom corre o risco de acabar.

É o que acontece com o Adolescentro, um projeto piloto implantado na Maré, quemostrou na prática como deve ser feito o trabalho com o jovem, mas que pode diminuir, ou

simplesmente acabar por falta de verbas.No Rio de Janeiro, sede do PAN-2OO7,falta dinheiro para um projeto de saúdedo jovem. Esses e outros assuntos foramabordados na matéria de capa de OCIDADÃO, que também não esqueceuo crítico problema de esgoto da RoquetePinto, a continuação do Catálogo de Ins-tituições, as histórias do IV Centenário,o zelador da Igreja Nossa Senhora dosNavegantes, os meninos que pesqui-

sam estilos musicais na Maré, etc.Que mensalão que nada, o impor-

tante para o jornal O Cidadão é você!Boa leitura.

Page 3: O cidadão  41

O Cidadão���3

�����

tuberculose é uma doença infec-ciosa e contagiosa muito antiga.E também a que mais mata. Se-

Vencendo a tuberculosePacientes podem superar a doença seguindo o tratamento de forma correta

A

Médico examina doente: tratamento de tuberculose dura seis meses e não pode ser suspenso

Foto da internet

gundo dados do Ministério da Saúde,morrem seis mil pessoas por ano noBrasil, que integra o grupo de 22 paísesque concentram 80% dos casos de tuber-culose registrados no mundo. Na Maré,foram atendidos 202 casos de tubercu-lose, no Centro de Saúde Américo Veloso,em 2003. E 11% dos doentes abandona-ram o tratamento.

Má qualidade de moradia e alimen-tação,tabagismo e alcoolismo favorecemo aparecimento da doença. Por isso,países que têm grande parte da popu-lação vivendo em condições precáriasregistram os maiores índices de doentes.

Uma bactéria chamada Bacilo de Koché a causadora da tuberculose, que atingeprincipalmente os pulmões, mas podeatingir outros órgãos. Os sintomas sãotosse, com ou sem catarro, emagrecimento,febre baixa diariamente e suor noturno. Para

se ter certeza do diagnóstico são feitos oexame do escarro, a radiografia do tórax eo PPD (Derivado Purificado da Proteína)do bacilo da tuberculose.

A doença tem cura, mas é preciso com-pletar o tratamento, que é gratuito. Os remé-dios devem ser usados diariamente por seis

meses. A falta de regularidade contribuipara que o bacilo se torne resistente e osmedicamentos deixam de fazer efeito. “Ca-so você conheça alguém que tenha aban-donado o tratamento, diga que estamos es-perando por ele para que continue se tra-tando. Basta procurar o centro de saúde,que conta com assistentes sociais, enfer-meiras, auxiliares de enfermagem, médicos,entre outros profissionais”, diz Maria Apa-recida de Assis, médica epidemiologistado Centro de Saúde Américo Veloso.

Ao contrário do que muitos acreditam,os pacientes em tratamento não precisamficar isolados. Não se pega a doença nocontato de poucas horas e, sim, no conví-vio com o doente. As pessoas que convi-vem com o paciente devem procurar umposto de saúde para serem examinadas.Mas o paciente em tratamento não precisadeixar de trabalhar e ninguém precisa termedo do contato com ele.

“Os casais podem manter um relacio-namento normal. Não é necessário a sepa-ração de copos, talheres ou outros obje-tos”, explica a Maria Vicência Pugliesi, aDra.Vick, do Posto Operário VicenteMariano.

Todos os exames para o diagnósticode tuberculose são realizados no Centrode Saúde Américo Veloso, Setor dePneumologia, 1º andar, sala 14, desegunda a sexta, no horário de 8h às17h.

Professores das esco-las da Maré continuam uti-lizando O CIDADÃO nassalas de aula. A prova aolado foi elaborada pela pro-fessora Maria das GraçasSilva, do Programa de Edu-cação de Jovens e Adultos,do Ciep Ministro GustavoCapanema, e aplicada naturma 161.1. Ela faz partedo projeto peda-gógico da escola“Na Maré do Rio, aPaz é possível”. Aequipe de O CIDA-DÃO fica feliz e esperacontinuar contribuin-do para a formação denossos moradores.

Reproduções

O CIDADÃO na sala de aula

Page 4: O cidadão  41

4���O Cidadão

�������

uas sem asfalto, esgoto a céu a-berto. Uma cena do passado, es-quecida pela maior parte dos

Roquete Pinto em meio ao esgotoMoradores reclamam do descaso com a comunidade e querem solução

Rmoradores da Maré, faz parte do cotidianoda Roquete Pinto, comunidade onde vivem2.600 habitantes que sofre com as obrasde “fachada” e com a falta de saneamentobásico. JoséPereira, 62 anos, conta que narua onde mora, os próprios moradores com-praram tampas de esgoto para os bueirosem frente às casas: “Os governantes es-queceram da nossa comunidade”, lamenta.

O morador Joel da Silva, 36 anos, tam-bém reclama do descaso com a comuni-dade. “Numa época de eleição fizeram umcomeço de obras no fim da rua Uricurie atépuseram placas de geração de novosempregos. Não vi nada disso!”, afirmaindignado.

O comerciante Sérgio Silva Cardoso,44 anos, conta que só não perde suasmercadorias quando chove, porque hojetoma o cuidado de guardar todo o estoqueem prateleiras no alto. “Estão colocandoasfalto pelo meio da rua, sem se preocuparem fazer a medição do esgoto para a águaescoar. Quero ver quando chover”, alerta.

O presidente da Associação Morado-res da Roquete Pinto, João Batista da SilvaSegundo, 37 anos, diz que váriosmoradores procuram a associação para re-clamar da falta de saneamento básico. “Agente não quer dinheiro, porque ele vem eacaba. Queremos obras”, afirma Batista.

As informações contrárias dos órgãosresponsáveis mostram que a situação vemse tornando crônica. “A Cedae começou afazer a obra da Roquete Pinto, mas perce-beu que o problema era maior do que oprevisto. Se não fosse feita uma estaçãode tratamento de esgoto na comunidade, oproblema não seria resolvido. Ainda assimasfaltamos duas ruas”, afirma NenémGouveia, responsável pela AdministraçãoEstadual da Maré, antiga ADL. Segundoele, o diretor da Cedae, Jair Otero, calculaque novo orçamento da obra ficaria emtorno de R$ 700 milhões. Mas não háprevisão para o reinício do trabalho.

A equipe de O CIDADÃO procurou Jair

Otero, mas só conseguiu falar com o Cen-tro de Comunicação da Cedae, que tem umaversão diferente dos fatos. Segundo o Cen-tro, a obra foi paralisada por causa das mu-danças no governo e nas diretorias. Aindaassim, informaram que já foram instaladoscerca de 200 metros de coletores de esgoto.

O Centro de Comunicação tambéminforma que existe uma provisão derecursos, mas não há previsão para oreinício das obras. Também não foiconfirmado o orçamento de R$ 700 milhõespara concluir o trabalho. Há controvérsiassobre a melhor alternativa para o problemade esgoto que atinge a comunidade. ACedae considera desnecessária a cons-

Fotos de Cristiane Barbalho

Moradores transitam em meio ao esgoto que se espalha pelas ruas da comunidade Roquete Pinto

trução de uma estação de tratamento. Ospróprios coletores fazem o trabalho deenviar o esgoto para a estação da Penha, amais próxima da região.

Em março de 2004, em reportagem pu-blicada no CIDADÃO, Neném Gouveia,que era coodernador da ADL, afirmou queo projeto Amigos da Comunidade tambémbeneficiaria a Roquete Pinto, com investi-mentos de R$ 2 milhões. Mas só as comuni-dades de Bento Ribeiro Dantas, Nova Ho-landa e Vila dos Pinheiros foram atendidas.Nessas comunidades, foram reformadastrês elevatórias, estações de esgotos queencaminham os dejetos para uma estaçãode tratamento.

Page 5: O cidadão  41

O Cidadão���5

Diante de tanta dificuldade na realiza-ção profissional, o mercado de trabalhopara os jovens estudantes hoje é realmentefrustrante. Os conflitos e a crise do nossopaís afastam o universitário do seu principalobjetivo. Encarar a saturação do mercadoestá cada vez mais doloroso, e se dedicara uma determinada carreira ficou longe darealidade. Os jovens sentem medo de nãose realizarem profissionalmente e issoacontece devido ao distanciamento entreo mercado saturado e a tão almejada carreira.

A grande concorrência para mostrar acapacidade de atuar no mercado detrabalho numa profissão desejada deixacada dia a mais o campo de atuação res-trito. Os preconceitos com os recém-formados são inúmeros, não há uma defe-sa do reconhecimento da força de vontadede muitos estudantes, que devido àsdificuldades financeiras, precisam tra-balhar durante o dia numa profissão nãodesejada e enfrentar anos de uma faculdadena esperança de conseguir um “lugar ao sol”.

O subemprego foi acontecendo devido

às necessidades de sobrevivência dogrande número de formados, que muitasvezes só trazem a teoria, isenta de umaprática. Mas essa falta de prática na profis-são está na pouca oportunidade que os es-tudantes têm com estágios ou laboratóriosmais bem equipados, que as instituiçõesse negam a promover. Por outro lado, elasabrem as portas para todos os que desejamum diploma ou uma carreira, não garan-tindo com isso um bom profissional no fimdo curso. Há vários argumentos possíveisde serem abordados, mas é importanteapontar a contradição evidente entre as ins-tituições educacionais, que formam, e ogrande mercado, que não absorve.

Essa demanda da formação universi-tária é um grave problema. Se de um ladomuitos querem o diploma porque ele dáum certo “status”, também coloca no mer-cado um número muito grande de profis-sionais, muitos deles despreparados e semuma real perspectiva de colocação no mer-cado. Com todo esse problema, criou-seuma pergunta: O curso superior possibilita

o jovem ingressar no mercado de trabalhodesejado ou é apenas um sonho?

O curso superior é uma dualidade. Deum lado, constrói a filosofia que anima ohomem ao trabalho. De outro, não indicacaminhos a serem seguidos pelos recém-formados. É necessário que haja umareformulação no ensino, alimentando nojovem o interesse de desempenhar um bompapel ao País.

É extremamente importante que novaspropostas de âmbito nacional apóiem aclasse estudantil quando em início decarreira, não trazendo prejuízo nem aosestudantes nem à sociedade. É precisomudar o pensamento de que “o recém-formado está despreparado” e democra-tizar toda e qualquer estrutura para nãoapenas diminuir a falta de credibilidade noensino, mas para melhorá-lo.

Mercado de trabalho: um ingresso doloroso!

Mesmo com a reforma da elevatória,a Vila do Pinheiro também sofre com aineficiência da rede de esgoto. “Já man-dei vários ofícios e fotos para a Cedae,participei de reuniões. O esgoto aquisempre encheu”, explica Gelson Aquino,32 anos, o Faísca, presidente do Con-selho de Moradores e Amigos da VilaPinheiro (COMOVIPI).

A Cedae Maré informa que faz perio-dicamente a limpeza na rede. “Quandoalguém reclama de entupimento, fazemoso atendimento normal. Mas não fazemosobras, apenas pequenos reparos”, escla-rece uma funcionária.

Severino Gouveia, administradorestadual , admite problema na tubulaçãode esgoto, mas diz que a água da chuvaenche a rua por causade um desnível.“Uma engenheira da Cedae constatouque a tubulação estava com problema,mas não é isso que enche a rua. Muitolixo é jogado no esgoto. É precisoconscientizar os moradores”, explica.

Acima, buraco onde escorre esgotoa céu aberto, pondo a saúde de muitosmoradores em risco. Ao lado,improviso dos maradores para oescoamento da água

������

Problemas na Vila do Pinheiro

*Adimilson tem 43 anos, é jornalista emorador do Parque Maré

*Admilson Rodrigues Gomes

Page 6: O cidadão  41

6���O Cidadão

������

eu Alfredo acorda cedo, varre o pá-tio, lava o chão e está sempre bemdisposto. No olhar dele há sempre

Amaro e depois o padre Vite, que me cha-mou para trabalhar na igreja. Pensei quequando ele saísse eu teria que sair também,mas fui ficando.Veio o padre Inácio, depoiso padre Afonso, padre Agostinho, padrePedro, padre Elias, padre José Roberto,padre João Pedro e hoje padre Adam”.

Seu Alfredo é muito religioso eassiste à missa todos os dias. Eleainda ajuda na coleta de recursospara a compra de cestas básicas,destinadas a famílias necessitadasda comunidade. Sua energia encan-ta aqueles que o cercam. “A gentefica de boca aberta vendo ele tomarconta disto tudo, com tanta respon-sabilidade. Com 94 anos, seu Alfredosobe e desce ladeira. Ele chega às seis,abre a igreja e mais tarde, é ele quemfecha”, declara Josefa Nicaula, 72anos, integrante do serviçosocial da igreja.

Outro fato que impre-ssiona é o tamanho da fa-mília dele, hoje são 17 ne-tos e 21 bisnetos. Dosseis filhos, restaram vi-vas três filhas, quepreferiam que o paidescansasse. “Porelas eu não traba-lhava mais, masnão sei ficar pa-rado”.

Quase cemanos de vigor

e simpatiaComunidade: Baixa do Sapateiro

Profissão: ZeladorIdade: 94 anos

Alfredo José Dos Santos

Sum brilho típico das crianças traquinas.Nada de tão extraordinário, não fosse eleum senhor de 94 anos. O ancião é zeladorda Igreja Nossa Senhora dos Navegantes,na Baixa do Sapateiro.

Ele nasceu em Mamanguape, no interiorda Paraíba, onde tinha um roçado. Lá, ele, amulher e os seis filhos cultivavam feijão,milho, arroz e mandioca. O paraibano deixousua cidade depois que quatro dos filhosvieram trabalhar no Rio de Janeiro. Alfredochegou à Maré em junho de 1958. Ele afirmaque escolheu o local por conta do carinhoe da solidariedade dos mareenses. “É bonitoquando as pessoas se reúnem, fazem visitasnas casas aos doentes”.

Há 28 anos ele é zelador da NossaSenhora dos Navegantes. Antes, havia tra-balhado como vigilante em algumas cons-truções. Doze padres já passaram pela igrejae Alfredo permanece. Ele cita, com faci-lidade, o nome de todos de cor. “O funda-dor foi o padre Francisco Carneiro, depoisveio o padre Juan. Em seguida veio o padre

Se há algum segredo para tamanhavitalidade, ele não sabe dizer. Diz comer detudo e afirma que o médico não recomendoudieta. Mas deixa algumas pistas que devemajudar na revelação de tal mistério: “Sou

tranqüilo. Gosto de traba-lhar aqui na igreja, há

movimento e as pes-soas me conside-ram muito”. Bem,se Alfredo puxarao seu pai, aindaterá muitos ani-versários a come-morar, para a feli-

cidade daqueles queo cercam.” Meu pai

viveu 110 anos”,conta.

Com 94 anos e muita energia, Alfredo é um exemplo de vida para todas as idades

Garganta inflamada

Ingredientes:1 pedaço de gengibre

1 pedaço de casca de romãFolhas de tansagem1/2 litro de álcool

Modo de preparo:Colocar os ingredientes no álcool e deixardescansar por 15 dias. Coar e reservar olíquido.Modo de usar:Misturar uma colher de chá do produto aum copo d’água e fazer gargarejo três vezesao dia.

�������������

Cristiane B

arbalho

Quem preferir compraro xarope pronto pode pro-curar o Centro Comunitá-rio José de Anchieta, naVia A1, Vila do Pi-nheiro (ao lado doBrizolão). Atendi-mento de segunda asexta, das 7h às 16h.

Page 7: O cidadão  41

O Cidadão���7

������

���������� ������������� ��� �������������������

��������������������������� ��������

� �������������������������� !� �"�#$��%&���������'

�����������������������������

������� ��� ��������������

������ ����������������������� ����

��������������������� ���!����"�

O CIDADÃO���������������������������

Page 8: O cidadão  41

8���O Cidadão

������

Rua 11, na quadra 5 – Vila do João. Tel: 3868-7056

Sede: Rua da Candelária, 4, Centro – Tel/fax: 2253-6443www.acaocomunitaria.org.brAÇÃO COMUNITÁRIA DO BRASIL

RIO DE JANEIRO

D a n i e lCaputo, pro-fessor de ka-ratê e educa-dor da ACB/RJ, em suasede na Vilado João, noComplexo deFavelas daMaré tornou-se Vice-Cam-peão de Ka-

fortalecimento da auto-estima, formando cidadãosconscientes de suas potencialidades e vence-dores no esporte e na vida.

Com o trabalho desenvolvido por Daniel, aequipe de karatê da ACB ganhou no final doano passado o Circuito Rio Open, quebrandoassim, a hegemonia da AEKS, campeã durante6 anos consecutivos.

����������������!��������"����������������#�����

���������� ��O Núcleo Vila do João foi sede do evento

“Economia Solidária em Ação Comunitária”,realizado no último dia 24. Durante todo o diarepresentantes de diversas instituições comoAssociações de Moradores da Maré, CEASM,LAMSA, Marias Maré, PACS, entre outros tro-caram experiências e fomentaram um debaterico sobre o tema.

O Buffet Mareação fechou mais uma parceriacom o Copacabana Palace. Os educandos daoficina de Gastronomia da Vila do João partici-parão de um estágio de capacitação no hotel.

Os Produtos Sociais da ACB/RJ são umsucesso. Muitas encomendas estão sendofeitas. A Shell Brasil encomendou produtos demosaico, cestaria, serigrafia e cadernos -brindes para o final de ano e eventos internos.A Accenture solicitou produtos de cestaria ebrindes para o Dia Internacional da Mulher.

ratê, no Campeonato Mundial de Clubes, queaconteceu no mês passado, em Vasto, nointerior da Itália. Daniel foi campeão na categoriakumitê até 65 kg. Ele hoje é o mais novoPresidente da Federação de Karatê do Rio deJaneiro, com apenas 25 anos.

A oficina de karatê faz parte do programaSaúde e Qualidade de Vida da ACB/RJ. Umresultado como esse é sempre gratificante, jáque um dos objetivos deste programa é o

O projeto Banco da Paz comprou troféusde cerâmica para o evento em comemoraçãoao Dia Internacional da Mulher no CCBB.

�������� ����� �������������

R. PRAIA DE INHAÚMA, 318 (PARTE) - BONSUCESSO

Tel: 2260.8541

������������� ���������������� ���

RUA PRINCIPAL, 218 - BONSUCESSO

Tels: 2590.2672 / 2270.0834

FINANCIAMOS EMATÉ 12 VEZES.PRIMEIRA PARCELAEM ATÉ 60 DIAS.BANCO LOSANGOBANCO VALEU

LAJES PRÉ-FABRICADASPISOSREVESTIMENTOSTINTAS EMASSASSUVINIL

Foto

s de

Cris

tiane

Bar

balh

o

Page 9: O cidadão  41

O Cidadão���9

�� ���� ����� �

Traremos agora mais um cursooferecido pelas faculdades do Rio paraque os pré-vestibulandos possamconhecê-los e, quem sabe, seguí-los.

Ciências biológicas Esse curso tem como objetivo preparar

profissionais em Biologia para atuar eminstituições de pesquisa científica, emempresas públicas e privadas na área decontrole ambiental, de biotecnologia e noensino fundamental, médio e superior. Obiólogo analisa homens, animais, vegetais,bactérias e microrganismos. Além dasdisciplinas da área, como zoologia, botânicae ecologia, há aulas de física, química e

O CIDADÃO dádicas de cursos

estatística. Parte da carga horária édestinada à pesquisa em campo e às práticasde laboratório, com a observação demicrorganismos no microscópio e adissecação de animais. Há também a opçãode licenciatura que forma professores deBiologia. Esse curso pode ser encontradona UFRJ e Uerj.

Duração: 4 anosCurso: Manhã e tarde na UFF, UFRJ,

UNI-RIO E Uerj. Licenciatura na UFRJ naparte da noite.

ois prêmios seguidos só podemsignificar duas coisas: talento e de-terminação. E essas características

Premiada Trupe da MaréJovens da Escola Bahia são bicampeões em Festival Estudantil de Teatro

a persistência das educadoras a posturamudou.“Nós ficamos mais responsáveis”,declara Priscila Almeida, 14 anos. O grupocresceu e chegou a 19 integrantes que, maismaduros, montaram as duas peças.

Os prêmios reforçam os ideais defen-didos por Edlane e Makeba. “Isso dá res-paldo quando falamos para eles que todomundo pode tudo. Basta batalhar por isso”,diz Edlane.

Mas vários integrantes do time inicialtiveram que deixar o grupo. Foi o caso de

Tawana e Priscila. Hoje, elas têm aulas nopreparatório para escola técnica no mesmohorário das aulas de teatro. Por isso, umanova turma está sendo formada. E osiniciantes já chegam cheios de gás. “Queroparticipar de todas as peças e me apresentarem escolas e grandes teatros”, declara YgorAssunpção, 14 anos.

As oficinas também acontecem noColégio Tenente General Napion. Os alunosinteressados nas aulas podem se informarcom as educadoras, nas duas escolas.

Do Grupo de Teatro da Escola Bahia tem desobra. O trabalho dos jovens mareenses fi-cou entre os cinco melhores, em 2003 e2004, no Festival Estudantil do Teatro Gon-zaguinha. Na primeira ocasião foi apresen-tada uma adaptação de “Mar Morto”, deJorge Amado.

Com toque de comédia, o espetáculoabordava sentimentos universais, comoamizade e falsidade, e questões da realida-de, como a dificuldade dos pais em criar osfilhos frente à violência. Em 2004, a trupeda Escola Bahia foi novamente vencedora,com a montagem de “Romeu e Julieta” deShakespeare. Nesta, novidades comoroupas modernas e batidas de Funk.

Antes do Gonzaguinha, as peças foramencenadas na Escola Bahia, no Colégio Te-nente General Napion e na Casa de Cultura.O trabalho faz parte do projeto “Palavra emMovimento”, do Programa de CriançaPetrobras, do Ceasm, e é dirigido pelas edu-cadoras e atrizes Alba Makeba, 40 anos, eEdlane Pacheco, 35 anos.

As três primeiras alunas se inscreverampela vontade de dançar. “No começo a gen-te entrou porque tinha dança”, lembra Ta-wana Pereira, 14 anos, uma das primeirasalunas. Nessa época, elas não levavam asoficinas a sério e chegavam atrasadas. Com

Apresentação no auditório da Escola Bahia. Esforço reconhecido por todos que assistem ao grupo

Marlene Pereira

Page 10: O cidadão  41

10���O Cidadão

���������������

Atores da Maré em cenaAconteceu na Maré, na sexta-feira da

Paixão, dia 25 de março, a Encenação da Paixãode Cristo. A peça foi apresentada às 19 horasna Praça do Parque União. A iniciativa defazer a encenação foi de Rosilene Miliotti,José Floripes e Carlos Eduardo Lapa e tevea ajuda da comunidade. "Muita gente ajudoucom o coração aberto", disse a diretora dapeça Rosilene Miliotti, 22 anos.

Almoço alternativo no PinheiroNo dia 16 de março, pelo simbólico

preço de R$1,50, o grupo Semente da Vidafez um saudável e saboroso almoço,utilizando partes dos alimentos que aspessoas muitas vezes jogam fora, comocascas e sementes. O evento aconteceuno Centro Comunitário José de Anchieta,na Vila do Pinheiro. O almoço ocorre umavez por ano, mas pelo sucesso podeacontecer novamente em 2005. Vale apena conferir!

Estado nomeia NenémNo dia 26 de abril, Severino Gouveia, o

popular Neném, foi nomeado como Adminis-trador Estadual da Agência de Desenvolvi-mento Local (ADL), que fica na TeixeiraRibeiro. A cerimônia, realizada na Associaçãode Moradores do Parque Maré, reuniu secre-tários de governo, entre eles Antony Garo-tinho, lideranças comunitárias e moradores.Ao final do encontro, todos se reuniram paraum almoço no Parque União.

Rosinaldo Lourenço

Passeata reúne 4 mil pessoas em todo o bairro

Arquivo pessoal

ãe de 11 filhos, avó de 35 netos ebisavó de 10 bisnetos. Lourdesrealmente é uma Vovó Maravi-

valorizado”, diz ela.Outra premiada da Maré foi Eliana Sousa,

42 anos, do Conselho Institucional do Ceasm.Ela recebeu o Prêmio Claudia na categoriatrabalho social em dezembro passado, emSão Paulo. A idéia do prêmio é homenagearmulheres com uma história de vida compro-metida com mudanças e que tenham buscadosoluções para transformar a realidade de for-ma criativa e original. “Acredito ser um reco-nhecimento importante para nós, uma vezque fomos homenageados pelo o queproduzimos de positivo”, diz Eliana.

Mulheres da Maré são premiadasPrêmios Vovô Maravilha e Claudia vêm para o bairro

Mlha. Este foi o prêmio recebido por Maria deLourdes do Nascimento, 61 anos, moradorada Vila do Pinheiro. O prêmio foi oferecidopelo Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB),no dia 6 de Março de 2005, ao ProgramaMulher em Ação, que têm 20 comunidadesenvolvidas. Lourdes foi homenageada pelotrabalho fitoterápico que desenvolve na Marée em outros bairros. “Eu não esperava ganhar,mas isso mostra que meu trabalho está sendo

Cristiane Barbalho

Dona Lourdes colhe raízes para novos chás

Cristiane Barbalho

Caminhada pela pazNo dia 19 de março, as igrejas evangélicas

da Maré organizaram uma caminhada pelapaz, para mobilizar a comunidade. Segundoo coordenador do evento, Sérgio Alves,quatro mil pessoas foram do Parque Uniãoaté a Vila do João, onde tiveram atendimentosocial, corte de cabelo e medição de pressãoe glicose e também cantaram louvores comos cantores gospel do Ministério de Louvorde Caetés e da Nova Vida.

O CIDADÃO em palestrasNo dia 30 de março, dois integrantes do

jornal partiparam do evento “ IV Amigas eAmigos do Movimento Sem Terra”, organi-zado pelo “Núcleo pela Reforma AgráriaCarlos Marighella”, na UNICAMP, Campinas.O tema do evento era Mídia e Criminalizaçãodos Movimentos Sociais. Já em 17 de abril, ojornal participou da mesa-redonda “Comomontar um jornal”. O encontro, no CentroCultural José Bonifácio, na Gamboa, foiorganizado pela Companhia Étnica de Dança.

Peça emociona muitos mareenses no P.U

Semana do MuseuCrianças das Escolas Paulo Freire e

Teotônio Vilela participaram, no dia 17 demaio, de oficinas lúdicas sobre a história daMaré. O evento foi organizado pela RedeMemória, que integra desde 2003 a progra-mação oficial da Semana Nacional do Museu.O tema deste ano foi “Diversidade MusealConstruindo Identidades”. Raquel Gonçal-ves, professora da Escola Municipal PauloFreire, acha o evento importante: "É bom porcausa da identidade".

Rondinele Barbalho

Crianças de escola pública bricam em oficinas

Eliana posa numa sala do CEASM Nova Holanda

Page 11: O cidadão  41

O Cidadão���11

Associação da Vila do João têm oobjetivo de melhorar a vida dosmoradores da comunidade. Por

isso, procurou a iniciativa privada paratentar colocar em prática antigos projetos.O primeiro resultado deste esforço é aparceria com a NHJ do Brasil, empresa decontêiner da região, para a reforma ereativação da Creche Tia Dulce.

Nessa parceria, a companhia fechouduas ruas da comunidade para a colocaçãode contêineres e, em troca, ficou responsá-vel pela reforma e conservação da crecheTia Dulce durante dez anos. Outras empre-sas envolvidas são a Moto ParticipaçõesLtda e a Real Auto Ônibus.

Outras parcerias também estão em estu-do. Um dos projetos é a criação de umaárea de lazer entre as ruas 5 e 9, com camposoçaite. Outra meta é cobrir a quadra polis-portiva da Vila do João, registrar o Blocode Carnaval Gargalo da Vila e incentivar asfestas caipiras. A associação conversa ain-da com a Fiocruz e com a Comlurb para trazerprojetos para a Vila do João. Para arrecadarfundos, o grupo pensa em criar uma gara-gem comunitária.

No entanto, o maior problema da Vilado João é a água, pois todos precisam terbomba em casa, para puxá-la. “A mesmaágua que vem para cá, vai para Ilha do Go-vernador. Por que só falta água aqui?”, per-gunta Paulo César, o popular Casa Grande,50 anos. Outras reivindicações são a limpe-

A força da comunidadeAssociação de Moradores da Vila do João busca parceiros para projetos da região

za do canal, o fim das quedas de luz e dosburacos no asfalto. A AMOVIJO já encami-nhou ofícios e pensa em passar abaixo-assinados para lutar contra o problema.

Neste mandato,a associação já refor-mou o campo de futebol. Ela também con-seguiu a cessão de contêineres para abrigaros escritórios das cooperativas de kombise moto-táxi da área. “Não vamos desistirfácil. Depois das melhorias, é só pedir paz”,diz Marquinhos do Gargalo, 43 anos, vice-presidente da associação.

Casa Grande afirma que quando assu-miu a diretoria, a associação era desacredi-tada perante o poder público. “Por isso,corremos atrás de iniciativa privada”, ex-plica o presidente. Mas, no que dependerdo morador, eles ainda terão que trabalharmuito e se fazer conhecer para ganhar credi-bilidade. Vários entrevistados disseram nãoconhecer o trabalho. Uma delas é CarmemDolores, 25 anos. “ Gosto daqui, minhasreclamações são o esgoto e a falta d’água.Sobre a associação não tenho o que falar.Não conheço o trabalho”, diz.

Cristiane Barbalho

Creche Tia Dulce é um dos espaços da comunidade que será reformado pelos parceiros da Associação

Procuram-se ruasO fechamento das Ruas 8 e 11, da Vi-

la do João, ocorreu para a criação de umcomplexo industrial. Para não tomar ne-nhuma atitude ilegal, as empresas procu-raram a lei. “O fechamento das ruas foiregistrado junto à prefeitura, em diáriooficial de maio de 2004”, afirma CasaGrande. Alguns gostaram da mudança“A obra ajudou na limpeza, era muitodesmantelo e sujeira”, diz Eliésio da Luz,22 anos. Contudo, alguns reclamam dafalta de diálogo. “Deveriam ter escutadoa população, realizado um seminário. Oque falta é informação, deixam as pes-soas ignorantes e acreditando em qual-quer coisa”, reclama a fundadora do Gru-po de Amigos da Vila do João e Adja-centes (Gavja), Sônia Soeli de Lima.

Antes, a comunidade já passou poressa situação. Isso ocorreu quando aReal Alto Ônibus resolveu unir dois ter-renos seus desocupados, e fechou umaoutra parte da Rua 8. A diretoria daempresa revela que a rua não pode serdada, nem vendida, mas que os últimospassos para unificação, por meio deparceria junto a prefeitura. “O objetivo éconstruir uma moderna garagem nolocal”, declara o diretor Anibal deCerqueira, 73 anos.

Cristiane Barbalho

Guarita de futura garagem fecha Rua 8

Presidente e vice pedem paciência à comunidade

Cristiane Barbalho

Vista do interior do complexo industrial

Hélio Euclides

A

�������

Page 12: O cidadão  41

12���O Cidadão

����

Tempo deProgramas da Maré ajudam jovens e adolescentes a evitar os riscos d

Integrantes do Adolescentro em palestras: sensibilizando jovens e profissionais para a temática

oice de Freitas, moradora da Nova Ma-ré, tem apenas 17 anos, mas já encaraos desafios da maternidade. Mãe de

os métodos de prevenção. "Possuir muitasinformações não quer dizer ser capaz de tomardecisões sozinhos”, afirma a psicoterapeutaRosane Regis, premiada por trabalhos sobreadolescência.

Os adolescentes se sentem pouco à von-tade para pedir orientação sexual aos pais."Meu pai é muito rígido. Quando levei cami-sinha para casa, ele mandou jogar tudo fora.Mas minha mãe aprendeu comigo", explicaAna Deise Penholato, 20 anos, monitora doAdolescentro e moradora da Nova Holanda.

A mãe de Joice, Emília Maria, 48 anos,ilustra esta barreira dos pais em tratar doassunto com os filhos. "Eu nunca falei so-bre sexo com minhas filhas. Só falava paranão se perderem. E só soube que a Joiceestava grávida quando ela foi ao médicopor causa de uma gripe", relata.

Perguntadas sobre o motivo de iniciar a vi-da sexual e ter filhos cedo, as respostas sãomuitas. A mais recorrente para a gravidez é aque não se engravida na primeira transa. Outrassonham com a maternidade. "Eu casei e quis lo-go engravidar. Quando consegui, pouco tem-po depois engravidei de novo. Esse foi falha dométodo", conta Natália Santos, 20 anos, que foi

mãe aos 17, e afirma que hoje faria tudo diferente.Por experiência, Maria del Carmem Mar-

tinez, 51 anos, que atende crianças e ado-lescentes do Centro de Saúde Américo Ve-loso (CSAV), percebe que é importante paraas meninas terem um filho em cada rela-cionamento. "Ele assume os filhos dela comoutros pais, mas ela tem que dar um filhopara ele", diz. No entanto, uma questão éclara para a médica. "As meninas que plane-jam sua vida só engravidam quando o méto-do falha", resume.

A médica considera que falta uma lin-guagem comum entre pais, médicos e pro-fessores. "As escolas devem reforçar osconceitos, assim como a televisão", opina.

Abordar o assunto com um adolescentede 13, 14 anos exige mais do que infor-mação. As dúvidas, nesta fase da vida, sãobem mais complexas. "Uma vez estava fe-chando o posto e chegou uma menina cho-rando. Ela queria terminar com o namorado,mas não sabia como fazer", conta ElianeGomes, 25 anos, assistente social do Ado-lescentro no Posto de Saúde Hélio Smidt.

Situações co-mo essa pare-cem simples,

Tempo dePatrícia Alves

Jum bebê de 2 anos, ela faz parte de umaestatística cada vez mais alarmante: a cadaano, no Brasil, nasce um milhão de bebêsfilhos de meninas de 10 a 19 anos.

No Brasil, a "primeira vez" ocorre cadavez mais cedo, precisamente aos 15 anos,segundo os dados oficiais. A gravidez é a-penas uma das conseqüências desta inicia-ção sexual precoce. Os números sobre in-fecções por HIV revelam o lado perverso daestatística: segundo o Ministério da Saúde,mais da metade dos casos de AIDS aconteceem pessoas com 15 até 24 anos.

É preciso mais diálogoA falta de diálogo em casa, o despreparo

das instituições públicas para lidarem com oassunto e a falta de políticas claras de apoioaos jovens e adolescentes explicam por que,mesmo com toda a informação disponível,os jovens continuam correndo os riscos dosexo inseguro. A Organização Mundial deSaúde mostra que 90% deles conhecem bem

Page 13: O cidadão  41

O Cidadão���13

de crescers da desinformação e da falta de apoio da família e dos governantes

Barraca na feira da Teixeira Ribeiro: jovens orientam sobre DSTs e distribuem camisinhas

Natália, grávida, com a filha mais velha no colo

Cristiane Barbalho

mas podem afetar até a saúde. "Outro diarecebemos um menino com pico de pressãoalta porque brigou com a namorada", dizMaria del Carmem. Por isto, a prevenção dedoenças e da gravidez transcende o univer-so médico. Entre os adolescentes, o sexosem camisinha virou "prova de amor". "Osmeninos dizem que não vão usar camisinhaporque não dá prazer e menosprezam osriscos para a sua saúde. E, quando o rela-cionamento envolve sentimento, as meninasacabam cedendo", avalia Laruama Silva, 15anos, moradora da Nova Holanda e inte-grante do projeto “O Futuro é Hoje”.

Maria Del Carmem acredita que a solu-ção é orientar as crianças cada vez mais ce-do. "Trabalhamos com um grupo de crian-ças entre 10 e 11 anos no CSAV, fornecendoinformações sobre doenças da infância.Mas as crianças só ficaram satisfeitas quan-do falamos sobre sexo", conta a médica,que os acompanhou até eles saírem do pro-grama. Nesse grupo não houve caso degravidez indesejada.

Saúde e pobrezaNão há estatísticas sobre a

quantidade de jovens e adoles-centes infectados pelo HIV na

Maré. Mas o número de testes, se-gundo os dados do CSAV, continua au-

mentando. E, segundo a Secretaria Mu-nicipal de Saúde, de cada cem adolescentesgrávidas, vinte e cinco não fazem pré-natal,pondo a própria saúde e a do bebê em perigo.

Além dos riscos a que estão expostos,eles ainda enfrentam um outro problemagrave: segundo o Unicef, em 2000 o Brasiltinha 21 milhões de menores de 18 anosvivendo em famílias com renda per capitamensal de até meio salário mínimo.

Na Maré, vivem por volta de 40 milpessoas entre 15 e 25 anos, que enfrentamalguns problemas bem específicos. Por faltade espaço nas casas, por exemplo, as cri-anças são expostas a situações constrange-doras. "Elas têm que dormir no mesmoambiente que os pais e acabam vendo o quenão deviam", opina Maria da Penha Souza,

37 anos, moradora do Conjunto Esperançae mãe de adolescente.

Outra situação que chama atenção é aprostituição. Maria Del Carmem diz que mui-tas vezes os jovens acham que é uma formade se divertir e ainda ganhar dinheiro fácil."As meninas acham que o que fazem nem éprostituição. Geralmente elas trabalham emcasas de homens mais velhos e os favoressexuais estão incluídos no pacote", explicaa médica, que tenta encaminhá-los paraprogramas que tratam do assunto.

Os casos de violência doméstica, comoabuso sexual de pais e padrasto, brigas eagressões, também acabam parando noposto de saúde. Mas, nestes casos, nemsempre é possível agir. "Os jovens têm mui-to medo do Conselho Tutelar. Então, nãopodemos bater de frente, pois eles podemnão querer voltar ao posto. Procuramos darorientação e encaminhá-los para trata-mento", explica Maria Del Carmem. E muitossofrem com as drogas e são afetados indire-tamente pela violência. "São distúrbiospsicológicos, como o do sono, de compor-tamento, fome e depressão", diz.

Um outro fato preocupante, para ela, é

de crescer

que eles não levam pequenos avisos docorpo a sério. "Descobri que usava um mé-todo anticoncepcional inadequado, pois te-nho forte tendência a ter problema de co-ração e diabetes", conta uma adolescenteda Praia de Ramos, que prefere não seidentificar.

Cristiane Barbalho

Page 14: O cidadão  41

14���O Cidadão

����

O que o mareense faz para mudar e gravidez na adolescência, segun-do as integrantes do projeto “OFuturo é Hoje”, também é fruto

Projetos se adaptam à Maré

O Adolescentro, projeto multidisci-plinar de promoção da saúde, foi uma ini-ciativa que conseguiu desenvolver na co-munidade novas formas de trabalhar comadolescentes e jovens. A parceria com oCeasm contribuiu para dar mais qualidadea capacitação dos adolescentes. Assim,adaptamos o projeto às necessidades lo-cais. "Utilizamos dados do Censo Maré eincluímos no currículo o estudo da históriae geografia da região", conta Dilma Cupti,42 anos, psicóloga e coordenadora deformação dos jovens.

O projeto contava com uma equipe deprofissionais de saúde, e jovens treinadoscomo promotores de saúde, que atuavamno acolhimento de outros jovens nos pos-tos de saúde, aos sábados. Eles realizavamoficinas, grupos de discussão e feiras desaúde. De uma delas, saiu a peça “Nin-guém aqui é Santo”, apresentada dentro efora da Maré construída a partir da vivênciado jovens. "Os promotores de saúde sensi-bilizaram os profissionais para fazer comque os adolescentes não sejam um pro-blema, mas a solução", diz Dilma.

Ainda assim, em 2005 acabou a segun-da fase do projeto e não há uma certezaquanto à renovação. Talvez continue, mascom verba menor. Para Eliane, vai ser ummomento difícil. "Vamos priorizar a quali-dade e não a quantidade. Vai ser complicadoporque nós já não conseguíamos atendertodo mundo", afirma a assistente social.

Já no projeto “O Futuro é Hoje”, osjovens aprendem sobre sexualidade. "Osnossos pais só falam da AIDS e da gra-videz, mas não conversávamos sobre todosos assuntos", diz Giselle Silva, 14 anos,moradora da Nova Holanda.

Para partilhar os conhecimentos comoutros grupos, o projeto montou uma bar-raca na feira, onde dá informação sobre oscuidados com a saúde sexual e distri-buição de camisinhas. Os pais aprovam a

Iniciativas que trabalham lado a lado com o jovem e priorizam a saúd

O que é a adolescência?A adolescência, palavra de origem latina

que significa crescer, mudar, é uma épocacomplexa na vida. De forma geral, acontecemmuitas transformações: a escolha daprofissão, decisões afetivas e a entrada nomercado de trabalho. Segundo o Estatuto daCriança e do Adolescente (ECA), em 1990,adotou-se no Brasil a classificação etáriapara a Adolescência, entre 12 e 18 anos,sendo que, em termos legais, este estatutoaplica-se em alguns casos para os jovensentre 19 e 21 anos. Já para a OrganizaçãoMundial de Saúde, em 1995, convencionou-se chamar por jovem todas as pessoas quese encontram na faixa etária de 15 a 25 anos.

Joice, com a filha na foto, acreditava que não se engravida nas primeiras relações sexuais

Cristiane Barbalho

Ada cultura de "prender o namorado". "Osnamorados costumam assumir o filho, masnão a mãe", opina Josiane Pereira, 14 anos,moradora da Nova Holanda.

Essas questões, e a dificuldade de fazero homem jovem pensar sobre seus atos,levaram o Prosad e o Adolescentro a criargrupos de homens. "No grupo, mostramosque o homem não é aquele turrão. Refleti-mos sobre nossas angústias", explicaWederson Ferreira, 24 anos, ex-morador daMaré e monitor do Adolescentro.

Page 15: O cidadão  41

O Cidadão���15

e ste quadro

Projeto O Futuro é HojeAlém dos encontros semanais para

oficinas e palestras, os jovens se dividemem escalas e distribuem quase 400 cami-sinhas numa tenda na Feira da Teixeira,todos os sábados, das 8h às 18h. "Quería-mos aumentar o público e a visibilidade. Afeira foi a alternativa porque tem muita gentecirculando", explica Bruno Mário, 17 anos,morador da Nova Holanda.

Sua dificuldade é grande. “Já estamoshá duas semanas sem camisinhas e aprocura é grande", diz Bruno. Para pegar opreservativo, só precisa deixar nome eidade, uma exigência da Unesco.

AdolescentroO projeto Adolescentro começou na

Maré em 2000 a partir da parceria doPrograma de Saúde do Adolescente daSecretaria Municipal de Saúde (SMS) como Ceasm. Segundo Viviane Castello, geren-te do Prosad, a Prefeitura está com restri-ções orçamentárias, o que compromete oprojeto. "É importante que os jovens e acomunidade se mobilizem para garantir suacontinuidade", explica.

Viviane avalia o Adolescentro. "Esseprojeto trouxe avanços e o mais importantefoi o envolvimento das famílias e a par-ticipação dos jovens no planejamento edesenvolvimento das atividades", explica.

ProsadO Prosad é o programa da Secretaria

Municipal de Saúde que visa a contribuirpara a promoção da saúde do adolescente.Ele aposta na potencial do jovem e reforçaa sua identidade e autonomia, favorecendoa sua inclusão social. na Maré, atua noatendimento nos postos de saúde.

Os adolescentes do Prosad participamde um planejamento. São quatro reuniões,cujos temas são DST, métodos anticon-cepcionais, violência, aborto,etc. Para seratendido pelo Prosad, os jovens devem irao CSAV, às terças e quintas feiras econversar. Ou pedir encaminhamento aomédico.

Vista essa CamisinhaO projeto Vista essa Camisinha tam-

bém pertence ao Prosad e distribui paracada jovem até 20 camisinhas em todosos postos de saúde. "Temos problemascom alguns profissionais do sexo queacham que devem receber uma caixainteira", conta a médica do CSAV.

A novidade é que existem dois tama-nhos de camisinha: normal e pequena.Mas há vergonha de pedir a camisinhamenor. "Temos que fazer um trabalho paraconscientizar. A camisinha deve ser notamanho adequado, nem maior, nemmenor", decreta.

Programas de apoio ao jovem e adolescenteIntegrantes do Adolescentro avaliam a segunda fase do projeto: incerteza quanto à continuidade

Cristiane Barbalho

idéia. "Quando meu filho era mais novoconversava com ele sobre tudo. Agora não,porque ele cresceu. Mas quando passo aquina barraca levo os panfletos para ele seinformar e não esquecer", brinca AurieniOliveira, 41 anos, mãe de dois jovens,moradora da Nova Holanda. Os adoles-centes que passam pela feira gostam daidéia. "É importante esse trabalho porquemostra a conseqüência de atos irrespon-

sáveis", resume Laude-nice Reis, 16 anos, mora-

dora do Parque União.

e da moçada no bairro

Jovem lendo o folheto de “O Futuro é hoje”

Cristiane Barbalho

Page 16: O cidadão  41

16���O Cidadão

�������

Escolas municipais eestaduais

CIEP Elis ReginaEducação Infantil / Ensino Fundamental I (1ºano do ciclo a 4ª série)Endereço: Rua Principal, s/nº - Nova HolandaMaré - CEP: 21044-690Telefone: 3977-5931 / 3881-0550Ano de fundação: 1989Funcionamento: manhã-tardeCIEP Estadual Prof. Cesar PernettaEnsino Fund. II (5ª a 8ª série) / Ensino MédioEndereço: Rua Ari Leão, s/nºParque União - Maré - CEP: 21044-020Telefone: 3867-8522 / 3867-8768 (fax)Ano de fundação: 1994Funcionamento: manhã, tarde e noiteCIEP Helio SmidtEd. Inf./Ensino Fund. I (1º ano do ciclo a 4ª série)

Endereço: R. Nova, s/nº - Parque Rubens VazMaré - CEP: 21043-330Telefone: 2564-9692E-mail: [email protected] de fundação: 1992Funcionamento: manhã-tardeCIEP Ministro Gustavo CapanemaEd. Inf./Ensino Fund. I (1º ano do ciclo a 4ªsérie)/Ed. Juvenil - PEJ (Supletivo-EnsinoFund.)Endereço: Via A 1, s/nº - Vila do PinheiroMaré - CEP: 21040-020Telefone: 2290-0588 / 2230-3835 (fax)E-mail: [email protected] de fundação: 1985Funcionamento: manhã, tarde e noiteCIEP Operário Vicente MarianoED. Inf. / Ensino Fund. I (1º ano do ciclo a 4ªsérie) / Ensino Fund. II (5ª a 8ª série)Endereço: Rua Praia de Inhaúma, s/nº Morrodo Timbau - Maré - CEP: 21012-130Telefone: 2290-9792E-mail: [email protected] de fundação: 1987Funcionamento: manhã-tarde

á dez anos eles são conhecidos dosmareenses. Os sacolões volantes,ônibus que circulam vendendo fru-

aproveitam para fazer uma boa ação. “Temosuma cota de 30 kg por semana para doar”,conta Júlio César Torres, 29 anos, funcionáriodo sacolão, morador de Belford Roxo. NoMorro, três famílias são beneficiadas.

Para Edivaldo de Oliveira, 42 anos, o saco-lão foi o que possibilitou que ele se reergues-se na vida. Ele trabalhava na extinta Feira deAcari. Quando a feira acabou, em 96, Edival-do foi preso e perdeu quase tudo. Ficou ape-

Frutas, legumes e verduras sobre rodasSacolões volantes levam mercadorias e comodidade para os moradores

Htas, verduras e legumes, já fazem parte do co-tidiano dos moradores. Dois carros circulampelo bairro. O principal atrativo, segundo osconsumidores, é a proximidade. “O preço é omesmo dos outros sacolões, a diferença é queestá na nossa porta”, diz Maria Francisca daSilva, moradora do Piscinão de Ramos.

A convivência com os moradores é boa.“A comunidade recebe eles muito bem”,conta Rosinete Siqueira, 53 anos, moradorado Morro do Timbau. Para as freguesas, aqualidade também é importante. Como atestaCleonice Maria da Silva, moradora do Pisci-não: “Os produtos vêm mais frescos”, diz.

Um dos carros vem para o Morro do Tim-bau, na Travessa Capivari, às quartas, das 16hàs 19h. Esta rotina já dura dez anos. A cumpli-cidade com a comunidade é tanta que eles

Os ônibus do sacolão circulam pelas comunidades e oferecem diversos produtos aos moradores

nas com uma casa, que vendeu. Com o di-nheiro, pagou as dívidas e comprou um ôni-bus. “Eu trabalhava como motorista, carrega-dor e caixa”, conta ele. Hoje, já é dono dedois ônibus e também distribui cestas básicase sobras de alimentos em boas condições.

O carro fica às terças e aos sábados noPinheiro, às sextas e aos domingos noPiscinão, às quartas na Baixa do Sapateiro, eàs quintas na Linha Amarela.

Cristiane Barbalho

E por falar em Educação...Continuação do primeiro capítulo do Catálogo de Instituições da Maré

presentaremos agora a continua-ção do primeiro capítulo do catá-logo. A seguir, informações sobreA

as escolas da Maré.

Ubirajara de Carvalho

CIEP Presidente Samora MachelEd. Inf./Ensino Fund. I (1º ano do ciclo a 4ª série)Endereço: Rua Principal, s/nº - Parque MaréMaré CEP: 21044-170 Telefone: 2564-2562E-mail: [email protected] de fundação: 1989Funcionamento: manhã-tardeCIEP 14 de JulhoEd. Inf./Ensino Fund. I (1º ano do ciclo a 4ª série)Endereço: Av. Brasil, 8666 - Praia de Ramos -Maré - CEP: 21030-001/Telefone: 2260-2070E-mail: [email protected] de fundação: 1985Funcionamento: manhã-tarde

Foto do CIEP Elis Regina, na Nova Holanda

Page 17: O cidadão  41

O Cidadão���17

������������PASSAGENS RODOVIÁRIAS

COMPRE SUA PASSAGEM EM ATÉ 12 VEZESAÉREA: VARIG - VASP - TAM - GOL

R. TEIXEIRA RIBEIRO, 650 R. DOIS, 301 - V. DO JOÃOTel.: 2560-7576 / 3868-4173 Tel.: 3869-7858

Aceitamos todos os cartões de crédito.Parcelamos em até 3x sem juros

SÃO GERALDO ITAPEMIRIM GONTIJOILHEUS

ITABUNAJOÃO PESSOA

MACEIÓNATAL

NOVA CRUZPORTO SEGURO

RECIFE

ARACAJÚBELÉM

BRASÍLIAC. GRANDEFORTALEZAGUARABIRAITABAIANASÃO PAULO

SAMPAIO ÚTIL NACIONALPRADO

LINHARESMOSSORÓ

JUIZ DE FORAB. HORIZONTEBARBACENA

IPÚPETROLINACRATEUSSOBRAL

EXÚSALGUEIRO

GUARACIABAF. SANTANA

APARECIDAJACAREÍTAUBATÉ

ww

w.s

anto

stu

rism

o.h

pg

.co

m.b

r

MERCADO RINOLAINE

Via A2 - n° 17 - Vila do Pinheiro

����������������� ����������������������

Todos os finais

de semana

grande promoção de

carne em nosso

açougue

VIA B1 Nº 191 E 193VILA DO PINHEIRO

O AMOR É DOCE

E DOCE É AQUI!

VENHA CONFERIR!DIREÇÃO: EUCLIDES

����������� � �������������

���� ����� ������ ��� ����ENTREGAMOS EM DOMICÍLIO

PRODUTOS VETERINÁRIOS * RAÇÕES EM GERAL NACIONAISE IMPORTADAS * PRODUTOS DE JARDINAGEM

ARTIGOS PARA PESCA * PEIXES ORNAMENTAISACEITAMOS TODOS OS CARTÕES DE CRÉDITO

Rua: Praia de Inhaúma nº 95 - Timbau -Bonsucesso - Tels.: 3869-8248 / 8836-0940

Sob Direção:Jacy Souza

Promoção em toda linha:Agora com banho e tosa (marcar horário)

RAÇÃO PARA CÃES

�$%�&'

Floppek ChipsRAÇÃO PARA GATO

Chique Cats

Ketty Mil Mix

������

Page 18: O cidadão  41

18���O Cidadão

������

PEÇAS PARAAUTOMÓVEISNACIONAIS

()*"+�(,

AV. CANAL, 41 – LOJA BVILA PINHEIRO

AO LADO DA LINHA AMARELA

���������������

��������

������

�������� ��

���������

����� ����� �����

������ ����

����������

��������������-���+." �� ��� �

Josenildo++/"0..,

Telefax(++�"+)*0

[email protected]

�����

�������

*Mínim

o por parcela: R$ 30,00. N

ãorevelam

os nos cartões.

�&1�,23+(4�&'15$�&267&8$

PAPELARIA • BRINQUEDOS • UTILIDADES EMGERAL

Temos filmes e revelações

��!�������"�#�$

Mochilas com carrinho e comuns,Fichários, Cadernos e outros itens, Copos, Jarras,

Bibelôs, Porta-Retratos, Quadros, Relógios deParede, Trio de Anjos, Sombrinhas (adulto e

infantil), Jogos de Panelas e de Mantimentos,Piscinas, Churrasqueiras, e outras mil e uma

utilidades em ofertas

Tudo em 3x semjuros noscartões*

O CIDADÃOANUNCIE

2561-4604

������ ��������� ����������������� ��������������������������������������������������������������������������������� �������������!��������"#��������� ���!������

.��$819

Rua Meireles, 44 - Bonsucesso - RJ

�8:1;72<$97;=$;>8$;&99$

3868-1539/9127-5733/3185-4102

��������������

�1;?178@?&=1"�A9=A'1:B$�&2C9<&=1" &=&='7<1"�9<7&81

>&22&2%"�1991%7;

O CIDADÃO���������������������������

Page 19: O cidadão  41

O Cidadão���19

de Ramos, Roquete Pinto e MarcílioDias, que é administrado pela Comlurbda Penha. Está em negociação a aberturade novos pontos. Os Ecopontosfuncionam diariamente, inclusive aosdomingos, das 7h às 19h, com lixeiros nolocal. Cada um tem uma ou duas caixas,com sete metros de capacidade, que foramfeitas para receber entulho e lixo sólido.“Agora 50% dos moradores ajudamcolaborando com a limpeza, trazendo lixoe entulho que sobra das obras”, diz o gariNelson Ramos, 38 anos, que trabalha emum dos pontos.

Lixo no lugar certoEcopontos amenizam problemas com lixo e diminuem gastos públicos

Onde encontrar osEcopontos:

- Av. Brigadeiro Trompowiski, entre osnºs 214 e 220, Parque União- Av. Lobo Junior, 83, Marcílio Dias- Rua Ouricurí s/nº (junto ao quartel doexército), Roquete Pinto- Travessa Principal, em frente ao nº 226,Nova Maré- Rua Teixeira Ribeiro, s/nº, NovaHolanda- Av. Guanabara, s/nº, Praia de Ramos

Cristiane Barbalhoara tentar solucionar o problema dagrande quantidade de lixo nas ruas daMaré, a Comlurb trouxe para o bairroP

os Ecopontos. São locais projetados parareceber resíduos sólidos, como entulhos,galhos de árvores, entre outros, para evitar queeles sejam depositados em ruas, terrenosbaldios e canais.

Os Ecopontos surgiram no bairro em 2003.O objetivo é fazer com que os moradorestenham um local certo para jogar o lixo, queantes era jogado na rua. “Os custos com coletade lixo das ruas são gastos públicos quepoderiam ser usados em outras coisas”, dizAgnaldo da Silva, 41 anos, gerente da ComlurbMaré. Ele explica que cada tonelada de lixorecolhido nas ruas custa R$150 entre equipa-mentos e mão-de-obra especializada. Já o lixoretirado dos Ecopontos custa apenas R$50 aoscofres públicos municipais.

Os moradores gostaram da idéia porquepercebem a diminuição da quantidade de lixodas ruas. “Quando não existia o Ecoponto erauma lixeira, hoje é mais organizado. Antes,víamos animais podres, lixo, hoje há muitadiferença. Só tem lixo nas ruas por causa deoutros moradores que não vêm jogar aqui. Jácheguei a chamar a atenção de outros porqueestavam jogando lixo no lugar errado. Eadiantou”, diz Augusto Lucena, 40 anos,morador da Nova Holanda.

Os Ecopontos funcionam nas comu-nidades Nova Maré, Nova Holanda, Praia

Funcionários da Comlurb despejam o lixo recolhido após coleta nas ruas da comunidade

������������������������������ Produtos de limpeza II Vidros e Tirar GorduraUse uma solução de vinagre ou limão

diluídos em água. Para secar, utilize tecidode algodão reutilizado ou jornais velhos.

Janelas e Esquadrias de AlumínioPara manter janelas e esquadrias de

alumínio sempre brilhando como novas,é só limpá-las uma vez por mês com umamistura de óleo de cozinha e álcool, empartes iguais. Em seguida é só passar umpano macio ou flanela.

Para afastar animaisA naftalina afeta o fígado e os rins,

utilize sachês com flores de lavanda emseu lugar.

Desodorante de AmbientePode ser substituído por uma solução

de ervas com vinagre ou suco de limão.Além de gastar menos dinheiro, você vaievitar produtos responsáveis pelo au-mento de doenças respiratórias e alergias.

Fonte: WWF Brasil e livro “SebastianaQuebra-Galho”, de Nenzinha MachadoSalles.

�����

Page 20: O cidadão  41

20���O Cidadão

SABOR DE MARÉ Torta Eliane da SôniaIngredientes massa:1 xícara de farinha de trigo1 xícara de maizena2 copos de leite1 colher de sopa de fermento em pó1 colher de chá de sal1 xícara de óleo3 ovos3 colheres de sopa de queijo parmesão

Ingredientes recheio:1 pimentão picado3 tomates picados2 cebolas trituradas ou picadas1 colher de chá de sal1 colher de sopa de óleo

1 colher de sopa de vinagre1 lata de sardinhas (amassadas)Misturar com colher de pau

Modo de preparo: Bata os ingredientesda massa no liquidificador e separe a massaem duas partes. A primeira parte será o forroda forma ou tabuleiro. Coloque os ingre-dientes do recheio já misturados e emseguida a segunda parte da massa, cobrindotodo o recheio. Leve para assar em fornoquente (pré-aquecido) e manter por vinteminutos. Servir quente.

Dica: espalhe o recheio às colheradaspara que o sabor não fique concentrado em

apenas uma parte da torta.Receita de Sônia Regina da Silva

Matheus, moradora do Parque União.

Torta da Sônia é sucesso no Parque União

Cristiane Barbalho

que o mareense ouve? O que eleouvia antigamente? Na Maré seproduz boa música? É isso que

os trabalhos já realizados estão os docu-mentários de eventos do Gato de Bonsu-cesso, de cultos evangélicos e a Feira doParque União. Além disso, já foram entrevis-tados alguns grupos musicais do bairro.

Cada integrante recebe uma bolsa auxíliopara participar do projeto. “Para aumentar o

grupo é necessário mais apoio”, contaSamuel. O projeto tem ampliado o gostomusical dos alunos. “Fui conhecendo outrosestilos musicais e perdi o preconceito quetinha em relação a eles. Eu só escutava rock.Agora, ouço de tudo”, comentou DiogoAraújo, 19 anos, integrante do grupo.

Maré do somJovens querem conhecer a influência da música na vida do mareense

Oos jovens do projeto Musicultura sepropõem a responder. O projeto que foi idealizado porpesquisadores da UFRJ funciona há 2 anose teve como idéia inicial fazer um estudo dosamba e sua coexistência com outros estilosmusicais da Maré. Daí, surgiu uma parceriacom o Ceasm. “Este trabalho mostra àuniversidade o quanto tem a constribuir nasociedade”, afirma o coordenador do projetopela UFRJ, Samuel Araújo de 53 anos. A idéia do projeto é construir uma espéciede memória musical do bairro com um acervoem áudio, vídeo, textos e entrevistas, tudoacessível aos moradores, pois será subor-dinado ao acervo da rede Memória, doCeasm. O grupo estima que o material estejacatalogado até o fim do ano. Para formação do grupo de 24 jovens,foram discutidos textos de antropólogos ehistoriadores como Paulo Freire. Elesparticipam de eventos, filmam e entrevistampara analisar o que foi documentado. Dentre

Grupo do Musicultura se reúne para discutir o andamento do projeto na comunidade

Cristiane Barbalho

�����������

Page 21: O cidadão  41

O Cidadão���21

������ ����

le toca contrabaixo, violão, bateria eoutros instrumentos de percussão,mas nunca freqüentou uma escola

Música na veiaCantor já tem 18 anos de dedicação à arte

Ede música. Autodidata, aprendeu a tocarobservando outros músicos. Sua carreiracomeçou quando tinha 10 anos de idade, aolado do pai. Hoje, aos 28 anos, o multi-instrumentista já se apresentou em váriascasas de shows e é conhecido como NegoDinho.

Nascido na Maré, em uma família demúsicos, começou cedo. Com 10 anos de idadejá tocava bateria pelos bares da comunidade,como integrante da banda de seresta do pai.Aos 16 anos, passou a tocar violão e, aos 18,encontrou sua paixão: o canto. Nesta época,começou a cantar na Sol e Imagem, banda que

tocava forró, pop e reggae. Atualmente, integraa banda de pop-rock Bom pra Caramba, quese apresenta todo domingo em uma casa deshows.

Forró, música baiana, pop-rock, reggae...Dinho toca vários estilos musicais. “Ummúsico precisa saber tocar de tudo um pouco”,diz. Ele faz apresentações de violão e voz,interpretando sucessos de Ana Carolina,Cássia Eller, Djavan e outros. Ele aceitaconvites para qualquer evento. “Faço o queaparecer: festas, aniversários, enterros”,brinca.

Para entrar em contato com Nego Dinho, ésó ligar para o telefone 81246295, após as 18hou enviar mensagem para o endereçoeletrônico [email protected]. Dinho faz apresentações de violão e voz

Divulgação

Uma via com cara de ruaA agitação da via A-1 chama atenção, mas não é unanimidade entre os moradores

e um lado é um agito só: trânsito,comércio, muitos pedestres, cai-xas de som. E do outro, uma rua

25 anos, trabalha na A-1 e diz que a rua éboa, mas tem alguns pontos negativos. “Opior é o trânsito. Tem muito movimento depedestres e os veículos passam com excessode velocidade. É perigoso também para ascrianças que saem da escola. Os ônibus nãotêm ponto certo, param em qualquer lugar.Além disso, tem muito lixo na rua. A coleta é

Dtranqüila. Assim é a Via A-1, na Vila do Pi-nheiro. Cortada ao meio por uma transver-sal, a rua concentra dois ambientescompletamente diferentes, num único trecho.

Em uma parte da rua estão as lojas. Por lá,passam as linhas de ônibus e kombis quecirculam pela comunidade. “É a melhor ruaque tem. É a rua do comércio, tem de tudo”,diz Fátima Rodrigues, 45 anos, que mora nolocal há 20.Mas há quem não goste de tantabadalação. “Esta rua é muito bagunçada, temmuito barulho a semana toda, 24h por dia. Aporta tem que ficar fechada o tempo todo,mesmo com esse calor. Depois de uma certahora, os bares espalham as cadeiras pelacalçada”, reclama a moradora Maria Lúcia,30 anos.

O comerciante Márcio Batista da Silva,

excelente, o lixeiro passa regularmente, masas pessoas jogam lixo nas esquinas e no muroda escola”.

Na outra parte da Via A-1, onde não háconcentração de comércio, os incômodossão os mesmos. “A rua deveria também terquebra-mola, porque os carros passamcorrendo”, diz Cátia Colares, 23 anos.

Cristiane Barbalho

A parte comercial da rua Via A-1, na Vila do Pinheiro, que concentra bares, loja e serviços em geral

Page 22: O cidadão  41

22���O Cidadão

��������

uitos jogadores andam cabis-baixos. A idade clama por apo-sentadoria, mas a exemplo deM

Escolinha da Nova Holandaforma 130 jogadores mirins

A escolinha de futebol da Associa-ção de Moradores da Nova Ho-landa tem futebol de campo e de

salão. As duas concentram aproximada-mente 130 crianças, nos turnos da manhãe da tarde, com idades de 5 a 13 anos.

O futebol de campo é do Projeto do Zi-co, que funciona há oito meses no campoda Paty. “Este projeto melhorou as nossas Alunos da escolinha jogam no campo da Paty

Cristiane Barbalho

condições de trabalho”, afirma o professorNarciso Fernandes, 33 anos, o popular Siri.

Já a escolinha de futsal funciona hátrês anos na quadra da Nova Holanda. Asdificuldades são muitas. Vão desde a ma-nutenção do espaço físico aos materiaiscomo bola e rede. “As portas estão abertaspara quem quiser ajudar. O futsal só temo apoio da associação”, diz Siri.

Valdo, Romário, Túlio e Sorato, os craquesmareenses também relutam em parar. Porisso, dez times participam aos domingosdo Campeonato de Veteranos no Campoda Vila do João, das 8h às 15h. Os jogadoresprecisam ter mais de 35 anos e o goleiromais de 30 anos. Segundo o organizador,Sebastião Rodrigues, 45 anos, conhecidocomo Boi, o primeiro campeonato aconte-ceu em 1999 e foi idealizado por jogadorescom mais de 30 anos, que acharam nesseespaço, seu lugar.

Hoje, 22 jogadores estão inscritos porequipe. São elas: Raiz da Vila, Veterano,Esperança, Nacional, Só Tricolor, Gargalo,Saco Murcho, Bonsucesso, Eca e Rôla. Osdois times com melhor pontuação parti-cipam do quadrangular final. Ao fim docampeonato há sempre uma confrater-nização. “O que acontece é que a molecadaestá doida para chegar à idade de poderjogar no veterano”, esnoba Boi. Para arealização do campeonato e premiação final,cada time paga R$150 de inscrição e R$30por jogo, para o mesário e juizes.

Com a transformação do campo da Vilado João em sintético, a bola rola mais fácil.As contusões também. Seria necessário umveículo e equipamento de primeiros socor-ros à beira do espaço, mas os aparatos ain-da são um sonho. E falta chuveiro para osatletas.

No que diz respeito às reclamações con-tra os juízes, neste campeonato há diferen-

ças. “Com a colaboração dos jogadores, otrabalho fica tranqüilo”, explica o árbitroFábio Alexandre, o popular Testa, 30 anos.Seu colega de profissão Alexandre Piquet,26 anos, confirma: “Não posso beber e nemfumar para ter condicionamento, pois elestêm muita disposição, apesar da idade. É umcampeonato seguro e não há violência”. Paramuitos, os lances são melho-res do que osvistos na tevê. “A diferença entre nós e osjogadores profissionais é que imaginamosque teremos que levar o pão para os nossosfilhos”, revela o meia-direita do Gargalo,Gilson Patrício, 35 anos.

Quando o assunto é o coração, a cardio-logista Cynthia Helena da Silva Kane, doCentro de Saúde Américo Veloso, afirma queapós as mortes de jogadores profissionais, apreocupação está em evidência. “É recreaçãojogar nos finais de semana, mas não é saudá-vel, pois não é regular. O certo é uma avalia-ção antes da prática de esporte, principal-

mente depois dos 35 anos, se houver casosde arritmia cardíaca ou infarto na família”,recomenda.

No campo da Paty, na Nova Holanda,outro campeonato de veteranos alegra osfins de semana. No Hexagonal deVeteranos,um mini-campeonato que começou dia 24de abril, seis equipes se enfrentão durantetrês meses. Para participar, cada time podeter apenas um jogador com 33 anos deidade. Os demais devem estar acima dos 35.

Cascudo, Cascavel, Ipiranga, SãoJorge, São Luís e Ritimista estão na lutapelo título de veterano deste semestre. Nofim, os dois times com mais pontuação seenfrentarão e a comemoração seráacompanhada de churrasco. O organizadoroficial, Wilson Santos, conhecido comoWilsinho, 45 anos, afirma que não háviolência, mas se ocorrer, haverá punição.“O campeão é todo aquele que prestigiaessa competição”, diz.

Moradores da Vila do João em partida do campeonato de veteranos: diversão e determinação

Cristiane Barbalho

Lazer não tem idadeMoradores com mais de 35 anos participam de campeonato de veteranos

Page 23: O cidadão  41

O Cidadão���23

�D�������� �����

O Projecto STEP/Portugal (Estratégiase Técnicas de luta contra a Exclusão sociale a Pobreza) do BIT(Bureau Internacionaldo Trabalho), em Genebra, tem o prazerde informar que se encontra disponível nainternet um site dedicado à inclusão socialnos PALOP (www.inclusao-palop.org).

STEP é um programa mundial de lutacontra a exclusão social e a pobreza. STEP/Portugal, como o seu nome indica, contacom apoio do Governo de Portugal e é umdos projetos do Programa Global do STEP.O trabalho apóia a todos os que tentamreduzir a exclusão social, nomeadamentenos PALOP (Países Africanos de LínguaOficial Portuguesa). O site focaliza-se emquatro componentes:

Informações sobre os PALOP -caracterização e dados gerais sobre osPALOP.

Fóruns - espaço aberto ao debatesobre temas relacionados com a inclusãosocial.

Recursos - acesso a referênciasbibliográficas, ligação electrônica a outrossites, instrumentos metodológicos eexemplos no âmbito da inclusão social.

Atualidade - espaço reservado àdivulgaçãode notícias,no âmbito da inclu-são social e de atividades e/ou aconte-cimentos ocorridos nos PALOP e no mun-do; eventos e outras atividades sobre atemática da inclusão social e novidades.

Gostaríamos que este instrumentocontinue ativo e atualizado. Neste sentido,contamos com a colaboração de todos. Asobservações, sugestões ou informações se-rão sempre bem-vindas. Para mais informa-ções, contactar: [email protected] /www.inclusao-palop.org.

Moradora do Parque Maré, que nãose identificou, entrou em contato com ojornal O CIDADÃO por carta para re-clamar sobre a Comlurb. Segunda ela, otrator que faz a coleta de lixo das ruasestá há dois meses parado e os garisestão recolhendo lixo com uma carroça.O CIDADÃO encaminhou a queixa aComlurb fazer esta reclamação. AgnaldoMorais, gerente da Comlurb, disse quenão há previsão de quando o trator po-derá ser consertado, pois está em ma-nutenção. Ele disse que já foram postosnas ruas um caminhão satélite para fazera coleta no lugar do trator. Segundo ele,apenas um dos garis teve que colher oslixos com carroça, por um dia. E garantiuque não foi a mando da Comlurb. O gariquis apenas adiantar o seu horário, jáque o trator neste dia estava quebrado.

��������� ����

IV Centenário em festa

Você conhece JurandirRodrigues da Silva?

Alguns parentes do Jurandir, queperderam contato com ele, gostariam muito

de encontrá-lo. Por isso, se você conheceessa pessoa, entre em contato com o jornal

O CIDADÃO ou peça para ele fazer o mesmo.Jurandir é filho de Neuzita Rodrigues da Silva ede Manoel Rodrigues da Silva. Ele tem 29 anose nasceu em Guarabira, Paraíba, no dia 22 deagosto de 1965.

Tento descobrir tua históriaTeu silêncio invade um traduzirEm que mundo você se encontra?

Nossos elos se partiramCom o passar dos anosNossa história se perdeuentre o teu silencioE minha loucura

No mundo...no mundo da luaÉ como te vejoÀs vezes sem sobraÀs vezes sem brilhoSem o continuar do dia-a-dia

Você me parece um lindo quadroMas sem movimento...Uma imagem parada...sem brilhoUm recomeço de vidasem respostas, sem tempo

Tento descobrir teu silêncioE me invade apenas um passadoO nosso passado ficou no traduzirDe cada momento que eu posso

No Mundo da LuaRelembrar, mas que você arquivou

Aonde está tua história?Aonde vou voltar a te encontrar?

Leticia Mª da Costa Rodrigues Gomes12 anos - Parque MaréColégio Santa Monica/Unidade Bonsucesso

No último dia 13 de maio a escolamunicipal IV Centenário comemorou 47anos de fundação. Participaram dafestividades direção, professores eoutros funcionários, juntamente comalunos, pais e responsáveis. Desejoparabéns a todos!

Rosângela Barbosa

Page 24: O cidadão  41

24���O Cidadão

uitos eventos foram realizados há 40 anos, durante ascomemorações dos 400 anos de fundação da cidade doRio de Janeiro. Um fato importante para a Maré está

ligado à Escola Municipal IV Centenário, que já existia com o nomede SEPHA 3, e recebeu a atual denominação no ano de1965, emhomenagem ao quarto centenário da cidade.

O tempo passou. Muitos moradores do Morro do Timbau,da Baixa do Sapateiro e do Parque Maré freqüentaram aquela escolae, com certeza, guardam boas lembranças do tempo em que estudaramlá. Mas, alguém já parou pra se perguntar o que havia naquele lugarantes da construção da escola IV Centenário?

Os moradores mais antigos dessas comunidades devem lembrardo tempo em que existia ali o campo de futebol do Minas GeraisFutebol Clube e dos jogos que aconteciam aos domingos. DonaIara, que veio morar na Maré, em 1928, quando algumas comunidadesainda faziam parte do bairro de Bonsucesso, contou pra RedeMemória um pouco da história daquele terreno...

“Ali tinha uma barreira e um campo que vinha daqui da rua daAssociação de Moradores (rua Nova Canaã) até a rua do Serviço...Tinha pé de manga, coqueiro, muito pé de caju. Era só árvore quetinha... Tinha o seu Luciano que morava ali, que era fazendeiro. Elenão deixava as crianças pegarem nada... Depois que ele morreu, opessoal foi invadindo, mas não tinha casa nem barraco... o campode futebol ficava ali...”.

Outros moradores que a Rede Memória entrevistou, tambémfalaram do campo de futebol do Minas Gerais, dos jogos aosdomingos e dos campeonatos que aconteciam naquele espaço. Hoje,ao passar pela rua Nova Jerusalém e olhar para a escola IV Centenário,poucos se dão conta dos 40 anos de história daquele prédio e do queexistia ali antes dele ser construído, uma história muito maisantiga. Ainda bem que moradores como dona Iara não nos deixamesquecer.

O tempo passa, as coisas mudam, mas a história da Maré temque ser preservada. Se começarmos a procurar, com certeza

M

encontraremos muitas lembranças do Minas Gerais e da IVCentenário: fotografias; depoimentos de ex-alunos, funcionários eprofessores; uniformes, bandeiras, troféus, medalhas... Se podemosreunir várias lembranças de um único time de futebol e de uma sóescola, onde reuniremos os vários objetos da história de todos ostimes e escolas da comunidade?... Imagine então, de toda a históriada Maré!

Amigo(a) leitor(a), na última edição do jornal O Cidadão falamosda construção do Museu da Maré. Muita gente pode ter pensado:“Museu pra quê?!...” Bem, a Rede Memória do CEASM acreditaque a Maré tem uma história muito bonita e importante para a cidadedo Rio de Janeiro. Essa história está viva na memória dos moradores,mas também nos objetos guardados naquelas caixas, que às vezesabrimos quando queremos recordar o passado...

Todos esses objetos e as lembranças que eles carregam fazemparte da história do nosso bairro, história que deve ser valorizada edivulgada para que não se apague com o tempo. Nós acreditamos queeste seja um bom motivo para a construção do Museu da Maré egostaríamos que você, morador(a), participasse dessa construção,pois a preservação da nossa história é tarefas de todos.

Caro(a) leitor(a), este espaço do jornal O Cidadão é seu.Conte sua história para que ela seja publicada aqui. Pergunteo que você gostaria de saber sobre a história da Maré e dacidade do Rio de Janeiro, e nós responderemos. Envie suahistória, perguntas e sugestões para a Rede Memória nosendereços: Morro do Timbau (Pç. dos Caetés, nº 07. Tels.:2561-4604; 2561-3946); Nova Holanda (R. Sargento SilvaNunes, 1012. Tel.: 2561-4965); Casa de Cultura (Av.Guilherme Maxwell, 26 - em frente ao SESI. Tel.: 3868-6748).Se você tiver facilidade de acesso à internet, envie suacolaboração para os seguintes endereços eletrônicos:[email protected] ou [email protected] da Costa, da Baixa do Sapateiro, em entrevista à Rede Memória

Rede Memória

A escola e o time de futebol���(��������������(�����������

IV Centenário: mudança de nome para homenagear o Rio de Janeiro

Hélio Euclides