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Mistérios e Magias do Tibete - Chiang Sing.pdf

Jun 02, 2018

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    MISTRIOS E MAGIA DO TIBETECHIANG SING

    APRESENTAO

    Tempos atrs, quando pub!"amos no #D!r!o de Not$"!as# e nos #D!r!osAsso"!ados# do R!o, %r!os art!&os sobre nossa %!a&em ao T!bete, mu!tose!tores nos es"re%eram para a d!re'(o do )orna, querendo saber "omo * a%!da entre os +amas, "omo s(o seus Tempos, seus deuses e suas "ren'as-./ Neste !%ro pro"uramos sat!s0a1er esta ben*%oa "ur!os!dade 2omos aoOr!ente bus"ando os donos da sabedor!a m!enar e seus ens!namentosse"retos Durante esta bus"a que durou tr3s anos, %!a)amos pea C4!na,5nd!a, Nepa e T!bete, entre%!stando d!%ersos m$st!"os e ma&os destes

    on&$nquos pa$ses Toda%!a, nesta obra 0o"a!1amos apenas a parte re0erenteao T!bete 6 o 7a$s das Ne%es 6 "omo * "ons!derado por mu!tos, que d!1emser o T!bete a ptr!a do m!st*r!o e do !mposs$%eComo !ntrodu'(o, "!taremos a&uns dados &era!s, por "erto ) "on4e"!dospea ma!or!a dos e!tores, mas "u)a repet!'(o * sempre !nteressanteT!bete * o nome de uma terra montan4osa na 8s!a Centra O nome dado aoT!bete peos seus pr!me!ros 4ab!tantes * #79O# ou #BOD#, que s!&n!0!"a o#7a$s das Ne%es# Tem "er"a de .:;;

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    A popua'(o entre&a6se @ a&r!"utura nos %aes e @ "r!a'(o de "abras"4amadas #D1o# de "a%aos de %r!as ra'as e de um t!po de )umento mu!to0orte, o #an, que * o &rande %e$"uo de transporte nos estre!tos "am!n4osdas montan4asSabe6se que at* o s*"uo II da nossa era, o T!bete %!%!a !soado dos seus

    %!1!n4os A n!"a re!&!(o era uma esp*"!e de pante$smo m&!"o "omsa"r!0$"!os o0ere"!dos aos deuses que %a&amente representam as 0or'as daNature1a, e seres en"antados Estes seres en"antados ou eementa!s, t3m&rande seme4an'a "om a "ren'a e os r!tos umband!stas do Bras!, onde os%erdade!ros #or!s# s(o sempre seres en"antados que nun"a en"arnaram eos #es# %3m a ser mu!to pare"!dos "om os #T$sas# 6 dem=n!os ousem!deuses t!betanos, que se a!mentam do san&ue dos an!ma!s sa"r!0!"adosem sua 4omena&emNo s*"uo II, re!na%a no T!bete, San& Tsen6Gampo, e este re!, no de"orrer

    de suas &uerras de "onqu!stas, a"abou "asando "om duas pr!n"esasF uma"4!nesa e outra nepaesa Ambas eram bud!stas 0er%orosas, e "onse&u!ram0a1er "om que o re! de!asse seus r!tos san&u!nr!as e se "on%ertesse aoBud!smo Son& Tsen Gampa reso%eu ent(o en%!ar um em!ssr!o espe"!a @5nd!a, a 0!m de tra1er !%ros e ob)etos sa&radas Este em!ssr!o te%e um papede destaque na 4!st?r!a "utura do T!bete, po!s a*m dos !%ros, troue"ons!&o a &ramt!"a e o a0abeta Mas 0o! um outro re! que troue para aT!bete o "*ebre sb!o bud!sta 7adma Samb4a%a, da n!%ers!dade deNaanda, na 5nd!a No ano %e!o ee para o T!bete "om suas duasesposas 2o! ee o &rande !nstrutor da re!&!(o t!betana e tornou6se "on4e"!do"omo o Guru R!mpo"4e T!n4a &randes poderes m$st!"os e "onse&u!udom!nar os 0e!t!"e!ros #Bon# Sendo uma re!&!(o de tota toerJn"!a, adm!te oBud!smo no seu pante(o as ma!s d!%ersas d!%!ndades t!betanas, d!ssoresutando um s!n"ret!smo re!&!oso, que "onst!tu! a es"oa a)ra6Kana, !sto *,o +ama$smo Esta re!&!(o "ara"ter!1a6se pea m!stura de r!tos m&!"os e"er!m=n!as que produ1em %erdade!ros m!a&res m ter'o da popua'(omas"u!na do T!bete perten"e ao sa"erd?"!o -:/ O Daa! +ama * o seu "4e0es!mb?!"o e "orresponde ao 7apa D!1 a trad!'(o que at* bem pou"o tempo%!%!am no T!bete os #Sen4ores do Con4e"!mento Se"reto#, os m!ster!osos

    sb!os que possuem em seus arqu!%os a %erdade!ra 4!st?r!a dos endr!os"ont!nentes desapare"!dosF +emr!a e AtJnt!da 6 bem "omo a 4!st?r!a da4uman!dade 0utura, da qua ees t!%eram uma bea %!s(o !ntu!t!%a D!1 outratrad!'(o or!enta, que estes sb!os %!%er!am no T!bete enquanto osestran&e!ros n(o !n%ad!ssem o seu pa$s Sem d%!da, este de%e ser o%erdade!ro mot!%o peo qua o T!bete 0o! uma terra !na"ess$%e para osestran&e!ros durante s*"uosCom a !n%as(o do T!bete em ma!o de .L;

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    Made!ra# Em .L

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    Preldio de Uma Longa Experincia

    O trem atra%essou as pan$"!es de Ben&aa, aos p*s dos montes H!maa!a, epenetrou em soo nepa3s ma "4u%a 0!na e pers!stente "ome'a%a a "a!r"obr!ndo a pa!sa&em brumosa As r%ores, ao on&e, eram quase !n%!s$%e!s

    naquea 0e!a tarde de !n%erno Era o :; d!a do Q m3s do ano do B0aoS!!&ur, nossa t!ma etapa !nd!ana, ) esta%a a ma!s de duas 4oras ded!stJn"!a No %a&(o do trem em que %!a)%amos, trans!ta%am pessoas dosma!s estran4os aspe"tos, ora um "ampon3s "om um %asto "esto de "erea!s,ora um &rupo de mo'as e rapa1es !nd!anos, que !am &o1ar os esportes de!n%erno no "!ma &eado de Gan&toX m &ar'om !nd!ano de pee bron1eada,tn!"a bran"a e turbante %erme4o, ser%!a "4 aos %!a)antes Bebemos a!n0us(o e%e e dourada, enquanto o4%amos as "ur!osas pa!sa&ens que sesu"ed!am pea )anea do trem

    Ha%!a quase do!s anos que eu de!ara meu "ar&o )orna$st!"o na Emba!adada C4!na no Bras! e, &ra'as a uma bosa de estudos, se&u!ra para +osAn&ees, "omo "orrespondente !nterna"!ona do D!r!o de Not$"!as no R!o,se&u!ndo depo!s para Hon& on&, S4an&a! e 7equ!m, onde !n&ressar!a numan!%ers!dade para espe"!a!1ar6me em S!noo&!a Mas, "om o !n$"!o da &uerra"!%! na C4!na sa$ @s pressas de 7equ!m e 0u! para a 5nd!a +, en"ontre! o Dr

    Ananda essantra e sua esposa Ma4!ma, a quem 0ora re"omendada peoM!n!stro oo, e6Emba!ador da C4!na no Bras!Com o "asa essantra %!a)e! atra%*s da 5nd!a, 0!"ando a&um tempo nas&randes "!dadesF Bomba!m, Eora A)anta, Ca"ut, 4a)urao, Ya!pur, A&ra,No%a De4!, Sr!na&ar e +adaX em Ca"4em!ra !s!tamos a "oor!da 7es4aar"om seus pa"!os de mrmore perd!dos na se%a, %erdade!ras mara%!4asdas M! e ma No!tesNestes u&ares pro"ure! entre%!star Mara)s e Em!res, ma&os e as"etasa&arosamente e &raduamente, m!n4a mente 0o! sendo preparada para ama!s 0as"!nante )ornada que a&u*m pode 0a1er em peno s*"uo %!nte, an!"a %!a&em que pode e%ar um %!a)ante a um mundo d!0erente emara%!4osoE 0o! ass!m, que naquea 0e!a tarde de !n%erno, en"ontre!6me num trem

    sa!ndo de S!!&ur, !mportante "!dade de Ben&aa, passando por atmandu e"4e&ando @ Gan&toX, no Nepa, aos p*s dos H!maa!as

    A"ompan4a%a6me a Dr Ananda essantra, sua esposa Ma4!ma e oarque?o&o 0ran"3s 7!erre Yu!en +a0o! Todos est%amos !nteressad$ss!mosem "on4e"er a m!ster!osa terra dos +amas, por*m )ama!s poder$amos pre%eras "onsequ3n"!as etraord!nr!as daquea %!a&emC4o%!a 0orte quando "4e&amos @ esta'(o de Gan&toX, "ap!ta do Estado deS!XX!m 6 ante6saa do T!bete m r!son4o "arre&ador de 0a"e ar&a e bemmon&?!"a, %e!o a)udar6nos na des"!da das maas m representante do

    Go%erno do Nepa espera%a, para, de autom?%e, nos "ondu1!r ao pa"!o doRa) Dor&e, onde 0!"ar$amos 4ospedados m %ento 0r!o entra%a peas0restas das %!dra'as do "arro, obr!&ando6nos a a"on"4e&ar ao rosto a &oa de

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    nosso "asa"o de pees Atra%essamos o mer"ado de a!mpon&, "ru1andoaquee "ur!oso mundo de 0a"es mon&?!"as, "u)a seme4an'a "om os $nd!osbras!e!ros * !mpress!onante Isto nos 0e1 pensar na "on4e"!da teor!a"!ent$0!"a de que nossos $nd!os perten"em ao mesmo tron"o da ra'amon&?!"a, "u)os ramos se espa4aram uns peas Am*r!"as e outros peo su

    dos montes H!maa!aSatamos em 0rente da enorme es"adar!a de mrmore bran"o do pa"!o doRa) Dor&e, Emba!ador da 5nd!a no Nepa 2omos re"eb!dos por do!ssen4ores !nd!anos que nos deram as boas %!ndas e nos "ondu1!ram ao!nter!or do pa"!oEntramos e tudo nos pare"eu um son4o, t(o e?t!"a era sua mob$!a e t(or!"o o "oor!do da sua esp3nd!da de"ora'(o or!enta +!ndos tapetes te"!dosa 0!o de ouro orna%am as paredes Em mes!n4as de *bano, 0!namenteenta4adas, %!am6se ant!&as es"uturas de bron1e, representando deuses

    !nd!anos Tapetes &rossos, e br!4antes 0orra%am o "4(o Espa4ados sobreos tapetes %!mos amo0ad>es de seda bordada "om 0ores raras No 0undo dosa(o, %!mos uma are!ra 0orrada "om Jm!nas de "obre, em 0rente a uma0ormosa pee de t!&reO Ra) entrou, usando uma &rossa tn!"a de ( %erde o!%a, sobre "a'asbran"as a)ustadas nos torno1eos Era um 4omem ato e de&ado, de uns"!nquenta anos presum$%e!s Sua pee era bem morena, que!mada de so,o4os es"uros sobran"e4as espessas, nar!1 0!no, bo"a "4e!a e um pou"oprotuberante Seu turbante de seda bran"a br!4a%a, ornado "om umaestran4a )o!a "!nt!ante Atrs dee %!eram suas tr3s esposas, es&u!as,morenas e 0ormosas, %est!ndo #sar!s# desumbrantes Deram6nos as boas%!ndas "om um "aro sorr!so

    Ap?s uma bre%e "on%ersa, e%aram6nos aos nossos aposentos, para ummere"!do des"anso Horas ma!s tarde, re0e!ta por um ban4o per0umado "omrosas bran"as, %est! uma tn!"a de seda a1u bordada de dra&>es e 0u! aoen"ontro de nossos an0!tr!>es Durante o )antar, @ moda !nd!ana, ser%!ram6nos d!%ersos pratos de!"!osos

    Ap?s o )antar, 0omos para o sa(o de ms!"a e o Ra) mu!to an!madamente,"ontou6nos a&o sobre sua %!da Soubemos que "on4e"!a toda Europa,

    Am*r!"a do Norte e Or!ente M*d!o Reatou6nos p!tores"as a%enturas naC4!na e no Nepa, e o que * ma!s estran4o, sua %!da num m!ster!osomoste!ro bud!sta em +adaX, onde na mo"!dade t!n4a passado um on&oper$odo de re"o4!mento esp!r!tuaEm bre%e 0a%amos sobre assuntos ma!s ampos en"arando a ant!&asabedor!a 4erm*t!"a do Or!enteE o Ra) 0aouF6 A&uns ens!namentos de nossos ant!&os sb!os "4e&aram ao O"!dente demane!ra um pou"o deturpada peas tradu'>es Da$ os ea&eros que se

    "ometem no O"!dente, em nome da "!3n"!a or!enta5amos retru"ar quando 0omos !nterromp!dos pea %o1 sua%e da #Ran!#-pr!n"esa pr!me!ra esposa/, que a"ompan4ando6se ao aade !nd!ano

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    "4amado #!na#, "antou no do"e !d!oma ben&a! Eram "an'>es po*t!"as, queme 0oram tradu1!das para o !n&3s, pea sen4ora essantraZuando a #Ran!# term!nou, per&unte!64e de quem eram aqueas "an'>es2o! o Ra) quem respondeuF6 Ent(o a )o%em sen4ora n(o "on4e"e estes tetos dos nossos pan!s4ads

    Con0esse! m!n4a !&norJn"!a que "ome'a%a por n(o saber sequer o ques!&n!0!"a%a a paa%ra pan!s4ads6 pan!s4ad 6 "ont!nuou o Ra) 6 * uma paa%ra sJns"r!ta S!&n!0!"a a"onqu!sta da !nte!&3n"!a dom!nando a !&norJn"!a S(o es"r!turas santas que0a1em parte das ant!&as trad!'>es %*d!"as Se&undo a&uns estud!osos estases"r!turas s(o ao todo .;es que 0o! @s mar&ens deste a&o sa&rado queos Sete Sen4ores Sub!mes 6 pr!me!ros !nstrutores da ra'a ar!ana 6 0aaramsobre os ens!namentos se"retos dos pan!s4ads Desde ent(o, d!1em quetodos os anos, na man4( do pr!me!ro d!a da pr!ma%era na 5nd!a, sete "!snesbran"os sobre%oam o a&o e depo!s desapare"em rumo ao monte Meru S?

    retomam no ano se&u!nte, no mesmo d!a e na mesma 4ora Consta queestes "!snes s(o os Sete Sen4ores Sub!mes que d!s0ar'ados de "!snes%eam "ont!nuamente, pea 4uman!dade e a&uardam tr!nta m! anos para

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    renas"er Sur&em em 0orma de "!snes, porque, se&undo a M!too&!a 4!ndu,esta a%e person!0!"a a sabedor!a un!%ersa o s$mboo de Bra4ma 6 oCr!ador 6 que tamb*m * "4amado #Hansa a4ara#, !sto *, #o que usa o "!sne"omo %e!"uo#

    Ante o reato do Ra), o tempo pare"!a ter s!do an!qu!ado Entretanto, na

    rea!dade, a no!te a%an'a%a rap!damente Era pre"!so repousar A!nda nosresta%am a&umas semanas no Nepa, antes de part!rmos para o T!beteA!nda t$n4amos mu!to que aprender "om o Ra) Dor&e

    Primeiro Contato com a Terra e o Poo de Si!!im

    Na man4( se&u!nte, bem "edo a!nda, sa$mos para %!s!tar Gan&toXD!spensamos o autom?%e e pre0er!mos montar nos bon!tos "a%aos

    nepaeses do Ra) 2o! "oo"ado @ nossa d!spos!'(o um s!mpt!"o nepa3s"4amado Tsaron&, se"retr!o part!"uar do Ra) que nos ser%!u de "!"eroneGan&toX * uma bea "!dade, "om uma a&omera'(o de "asas de pedrabran"a que embram mu!to as "onstru'>es dos ant!&as !n"as N(o * t(o0ormosa "omo atmandu, a "ap!ta do Nepa, por*m tem seus en"antos uma "!dade em est!o mu!to ma!s t!betana do que nepaesa As ampas ruas,pa%!mentadas de pedras ro!'as, s(o sombreadas por %e4os p!n4e!ros Aat!tude de Gan&toX * de "er"a de .Q< metros

    A d!0eren'a entre a 0res"a temperatura do %ae dos H!maa!as e o "!do "!made Ca"ut, de onde %!*ramos, "ausou6nos um "erto "4oque Contudo,t$n4amos que !r nos a"ostumando, po!s nos pr?!mos meses !r$amos %!%ernuma at!tude nun"a !n0er!or a QQ;< metros Sobre as montan4as ma!spr?!mas er&u!am6se as en"ostas ne%adas dos &randes p!"os

    A %!da em Gan&toX est en%ota na serena bee1a do %ae do r!o T!sta, que opo%o "4ama de #Bura"o dos entos#, po!s * uma estre!ta &ar&anta abr!ndo6se para o "*u 7equenos "ampos de arro1 pendem dos 0an"os dasmontan4as e Gan&toX pare"e suspensa no ar, entre o !n%!s$%e 0undo dos%aes e as ne%es eternas dos montes !n"4!)un&a 7eo "am!n4o,en"ontramos a&uns ba1ares !nteressantes, e!b!ndo beos traba4os de

    artesanato em "obre e mar0!m !mos tamb*m !nmeras "asas sen4or!a!s,ares pr?speros, suntuosos )ard!ns "4e!os de rosas, apesar do !n%erno, e asma!s beas orqu$deas que ) %!mos A!s, d!1em que S!XX!m * o para$so dasorqu$deas e das borboetas, "u)a %ar!edade de 0ormas e de "ores *mara%!4osaO po%o de Gan&toX, "4amado #erpa#, * traba4ador, &eneroso e4osp!tae!ro Tem a pee a%erme4ada, o4os amendoados e um ar ae&re Em&era, tanto os 4omens "omo as mu4eres usam on&as tn!"as t!betanas de"ores %!%as e por "!ma um manto de seda ou a&od(o, "or de %!n4o Na

    "abe'a, pontudos "4ap*us de 0etro %erme4o, que embram mu!to o "4ap*udas bruas o"!denta!s da Idade M*d!a Obser%amos tamb*m, que a&uns#erpas# t3m um )e!to 0urt!%o embrando os $nd!os da Bo$%!a, do 7eru, do

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    M*!"o e do Bras!, bem "omo os pees6%erme4as da Am*r!"a do NorteComentamos !sto "om Tsaron& 6 nosso "!"erone 6 que tamb*m * #erpa#6 D!1em nossas trad!'>es 6 respondeu ee, num !n&3s per0e!to 6 que n?ssomos des"endentes da ra'a amer$nd!a, "u)a 4!st?r!a * t(o m!enar que seperdeu na no!te dos tempos

    6 Mas n(o 0o! do Or!ente que sur&!ram as ra'as ma!s ant!&as do mundo 6!nda&ue! perpeaTsaron& te%e um bre%e sorr!so e retru"ouF6 Nossos !%ros santos d!1em que as Am*r!"as sur&!ram das &uas doo"eano, mu!to antes do Or!ente A nossa 4!st?r!a pare"e ant!&a, mas, na%erdade, * t(o no%a que a!nda pode ser embrada6 S!m, * %erdade 6 0aou o Dr essantra 6, 0o! das Am*r!"as que 4 mu!tosm!3n!os, sa$ram os pr!me!ros sb!os que se 0!aram em outros pontos daterra, e%ando "ons!&o &randes "on4e"!mentos que ser%!ram de base para

    0undarem mu!tas "!%!!1a'>es6 Nossas endas 6 "ont!nuou Tsaron& 6 a0!rmam que uma enorme "atstro0edestru!u nosso pa$s de or!&em, uma &rande !4a no o"eano, 4ab!tada por umpo%o pr?spero e not%e, do qua a&uns &rupos puderam a"an'ar o E&!to, a5nd!a e as Am*r!"as, es"apando ass!m do desastre Contudo, a&uns desses&rupos, por mot!%os que !&noro, re&red!ram esp!r!tuamente e tornaram6sese%a&ens, "om e"e'(o dos aste"as, dos !n"as e dos ma!as Da$ aseme4an'a que e!ste entre estes !nd$&enas e os as!t!"osEmbora bastante adm!rada, embre! que a e!st3n"!a de um &rande"ont!nente !&ando a 8s!a, a Europa e as Am*r!"as e o seu "aam!tosodesapare"!mento s(o 0atos adm!t!dos por mu!tos "!ent!stas do O"!denteSb!to, nossos pensamentos 0oram !nterromp!dos por uma parada que0!1emos numa #&ompa#, !sto *, "apea de do!s andares, em est!o t!betano,"ontendo em "!ma, uma b!b!ote"a e, emba!o, um orat?r!o "om !ma&ensbud!stas 2omos re"eb!dos por um mon&e e a&uns no%!'os %est!ndo a tn!"a"or de %!n4o dos amas #&eu&6pa# -se!ta dos "4ap*us %erme4os/ O mon&eera um 4omem !doso, pequeno, ma&ro, de!"ado "omo um pssaro, de rosto0!no e as"*t!"o Seus dedos es&u!os per"orr!am as "ontas de um rosr!o de"ora

    !s!tamos a b!b!ote"a que "onsta%a de duas ampas saas, de paredesd!%!d!das por pratee!ras de made!ra aqueadas de %erme4o %!n4o Os !%roseram "oo"ados nestes "ompart!mentos en%otos em panos de seda emant!dos entre duas tbuas en%ern!1adas As p&!nas eram 0o4as estre!tasde pape de arro1, "om quase do!s metros de "ompr!mentoU6 ma b!b!ote"a med!ana 6 ep!"ou o mon&e em !n&3s 6 "onsta de uns Q

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    #Xan&ur# -"oe'(o de es"r!turas sa&radas/ e o #ten&ur#, que s(o"omentr!os esot*r!"os sobre o #Xan&ur#

    Ap?s %!s!tarmos a b!b!ote"a, desped!mo6nos e "ont!nuamos o passe!o pea"!dade 7assamos peo posto do te*&ra0o, por %r!as es"oas, um 4osp!ta,uma estrada de autom?%e!s, o suntuoso pa"!o do Go%ernador de S!XX!m

    Sua Ate1a o Mara) Tas4! Nam&!a, que * de or!&em t!betana, "omo tamb*mtodos os d!r!&entes !mportantes do pa$s !mos as "asas dos representantesbr!tJn!"os no T!bete, o mer"ado, as o)as e 0!namente, quando o so ) !a ato,re&ressamos para amo'ar na mans(o do Ra) Era pre"!so des"ansar, po!snaquea no!te !r$amos ass!st!r a uma 0esta t$p!"a dos #erpas# "eebradaapenas uma %e1 por ano na re&!(o de S!XX!m

    A "e#ta da# "la$ta# Pa#tori#

    Eram "er"a de o!to 4oras da no!te, quando nosso &rupo "4e0!ado porTsaron&, de!ou a mans(o do Ra) Dor&e e apressou6se em tomar a d!re'(odo %ae do r!o T!sta, onde dentro em pou"o "ome'ar!a A 2esta das 2autas7astor!sNossos "a%aos atra%essaram um on&o "am!n4o, que nos e%ou ao 0undo deuma &ar&anta e, a&um tempo depo!s, %!mos um etenso %ae !um!nado peau1 da ua [ med!da que nos apro!m%amos, not%amos que o "entro do%ae esta%a en0e!tado "om r!"os estandartes de seda, a1u, %erde, amareo e%erme4o, bordados "om 0a!s>es, &rouse e outros pssaros m!to?&!"os Em%ota de uma &rande 0o&ue!ra, 0e!ta "om a per0umada made!ra de sJndao,%!mos mu!tos #erpas# %est!ndo tra)es 0est!%os, a"o"4oados de pee de"orde!ro As mu4eres, pequenas e &ra"!osas esta%am pro0undamenteen0e!tadas "om )o!as e 0ores, que apesar do !n%erno, n(o 0atam em S!XX!mEnquanto desmont%amos e entre&%amos nossos "a%aos a um ser%o quenos a"ompan4a%a, ou%!mos uma ms!"a estran4a e meod!osa6 A 0esta "ome'ouU 6 e"amou Tsaron&

    Apro!mamo6nos do po%o que se "ompr!m!a em %ota da 0o&ue!ra N!sso, um%e4o, ato e !mponente, %est!do "om a roupa dos #doXpas# pastorest!betanos, )o&ou no 0o&o um pun4ado de er%as per0umadas Ent(o o po%o

    "ome'ou a "antar a"ompan4ado peo r!tmo dos tambores, que embra%am osatabaques usados nos r!tos umband!stas no Bras!6 um apeo aos deuses, ped!ndo sua b3n'(o e prote'(o para as "o4e!tas 6d!sse Tsaron&Zuando term!naram as !n%o"a'>es, o %e4o pastor, que soubemos ser o"4e0e re!&!oso dos #erpas#, desen4ou no "4(o, "om um p? bran"o, uma&rande "ru1 sust!"a6 Aqu!o nos de!ou perpeos E 7!erre Yu!en !nda&ouF6 O que tem a %er a "ru1 sust!"a "om a "er!m=n!a desta 0esta

    6 Esta "ru1 6 0aou Tsaron& 6 * um dos ma!s ant!&os s$mboos sa&rados doOr!ente Os bud!stas "4!neses "4amam6na #an# Nos tempos t!betanos *"omum en"ontrarmos este s$mboo &ra%ado nos porta!s ou nas pedras da

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    ma!or!a dos moste!ros6 Na 5nd!a tamb*m podemos %er a "ru1 sust!"a sobre a "abe'a da serpente

    Ananta, no Tempo de Ouro em Amr!tsar 6 0aou o Dr essantra OsbrJmanes "4amam a sust!"a de Cru1 Ya!na6 A!s, e!stem duas sust!"as 6 retru"ou Tsaron& ma * pos!t!%a e a outra,

    ne&at!%a Ambas s(o sa&radas, sendo que a pos!t!%a * usada na ma&!abran"a e a ne&at!%a na ma&!a ne&raE qua * a d!0eren'a entre ambas 6 per&unte!, sumamente !nteressada

    Apontando para o desen4o que o %e4o esta%a tra'ando no "4(o, Tsaron&d!sseF

    6 Repare, aquea * a pos!t!%a Tem os bra'os dobrados no sent!do domo%!mento dos ponte!ros de um re?&!o A ne&at!%a * ao "ontrr!o A pos!t!%arepresenta o "ont$nuo mo%!mento das 0or'as do Cosmos S!mbo!1a arota'(o da terra nos e!os do mundo, porque as !n4as que se "ru1ams!&n!0!"am o esp$r!to e a mat*r!a per0e!tamente equ!!brados Ap!"ada ao4omem, representa o eo entre este e a d!%!ndade, embema de que oCr!ador est na 4uman!dade e est no Cr!ador, "omo as &otas d&ua noo"eano

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    Ent(o H!ter usou a sust!"a pos!t!%a 6 !nda&ou 7!erre surpresoS!m, meu am!&o 6 "ont!nuou essantra 6, H!ter era um &rande ma&o ne&roe sab!a o poder da sust!"a or!enta a!ado @ %!bra'(o dos astros 7or estara1(o es"o4eu "omo s$mboo a sust!"a pos!t!%a, apenas !n"!nou6a ;&raus, tornando6a um s$mboo ma*0!"o Basta que %o"3 eam!ne as 0otos da&uerra e "ompare6as "om a sust!"a pos!t!%a O mo%!mento dos bra'os *!d3nt!"o H!ter de&radou este poderoso s$mboo e pere"eu %$t!ma da suapr?pr!a madade6 Mas "omo "onse&u!u tornar a sust!"a ma*0!"a, apenas "om esta!n"!na'(o de ; &raus 6 per&unte! perpea

    essantra esbo'ou um e%e sorr!so e respondeuF6 Bem para ep!"ar !sto temos que entrar um pou"o no "ampo da

    Astroo&!a Se&undo os entend!dos, a "ru1 pos!t!%a, "oo"ada no "$r"uo do\od$a"o sob a !n0u3n"!a dos panetas est em bom aspe"to "om o So,doador da %!da, pos!t!%o, mas"u!no, &erador de 0or'a Se esta mesma "ru10or !n"!nada ;], ta "omo 0e1 o d*spota aem(o, sa! da "asa do So e suaspontas pe&am a %!bra'(o astro?&!"a de +!!t4, a +ua Ne&ra dos 0e!t!'os emquadratura ou mau aspe"to "om o So, Marte, Saturno e 3nus6 Mas o sen4or tem "erte1a de que H!ter usou mesmo a "ru1 pos!t!%a 6

    per&unte! me!o !n"r*dua -./ 6 Absouta 6 respondeu essantraserenamente Este 0o! um dos s$mboos que ma!s estude! na 5nd!a, e mu!tome surpreendeu obser%ar a "ru1 )a!na pos!t!%a, "omo s$mboo dos na1!stas

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    Se! que a&uns estud!osos e a ma!or!a dos teoso0!stas, pensam que H!terusou a "ru1 sust!"a ne&at!%a, mas est(o errados Nas !nmeras 0otospub!"adas das re%!stas da *po"a, podemos "onstatar !sto per0e!tamenteN!sso o %e4o pastor term!nou de desen4ar a "ru1 sust!"a no "4(o e 0e1s!na para um mo'o ato e robusto, que esta%a @ sua d!re!ta O rapa1

    apro!mou6se est!a uma tn!"a on&a, de seda "armes!m, sobre umas"a'as 0o0as %erde )ade, que term!na%am es"ond!das sob on&as botas de"ouro %erme4o Na "abe'a t!n4a um barrete de pee de "astor Sentando6sesobre o desen4o da "ru1, ee "ru1ou as pernas, pousou as m(os sobre os

    )oe4os, "errou os o4os e "ome'ou a "antar Sua %o1 era "ara e %aron!Sub!a atra%*s do ar, d!%!d!ndo brandamente as paa%ras da "an'(oSoubemos que era uma "an'(o m$st!"a, "u)a or!&em era !mposs$%e desaber Zuando term!nou de "antar, 4ou%e &r!tos e %!%as de todos ospresentes Ent(o, a uma ordem do %e4o "4e0e, "ome'ou uma 0arta

    d!str!bu!'(o de #"4en, "er%e)a nepaesa 0e!ta de m!4o 0ermentado, ser%!daem atos "!!ndros de bambu, "4amados #pa!ps# Ha%!a tamb*m %!n4o!nd!ano, montan4as de boos de me e mu!tos outros qu!tutes estr!tamente%e&etar!anos Nada de "arne, &a!n4a ou pe!es O po%o a%an'a%a em tudo"om %erdade!ra ae&r!a Mu!tos at* ambu1a%am as %estes e r!am "ontentes

    Ap?s o banquete "ome'aram as dan'as m &rupo de mo'as e rapa1esdan'ou em %ota da &rande 0o&ue!ra Cas"atas de 0!tas "oor!das 0utua%amem seus "apa"etes dourados Cada um dees tra1!a na m(o uma 0auta, ques!mua%am to"ar A ms!"a era e?t!"a e 4armon!osa As mo'as usa%amms"aras de deuses tuteares A!s, em quase todas as dan'as as!t!"as, osdan'ar!nos atuam mas"arados Isto porque a"red!tam que a ms"ara a)uda6os a ee%arem6se da sua "ons"!3n"!a do E, !bertarem6se de s! mesmos ea"an'ar o 3tase d!%!noCer"a de duas 4oras da man4( term!nou a 0esta Apesar do "ansa'o,nen4um de n?s per"ebeu que o tempo passara t(o depressa E ass!mre&ressamos ao pa"!o do Ra), e%ando nos o4os a bee1a a&restedaquea 0esta b!1arra aos p*s dos montes H!maa!a

    VVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVNotaF

    -./ 6 Soubemos ma!s tarde, atra%*s das de"ara'>es do "*ebre astr?o&o4n&aro, +ou!s De ^o4 6 que 0o! "4e0e do Es"r!t?r!o de In%est!&a'>es7araps!"o?&!"as de +ondres e, o&o, Cap!t(o do E*r"!to Br!tJn!"o, &ra'as @prote'(o de +ord Ha!0a 6 que H!ter se !nteressa%a pro0undamente peas"!3n"!as o"utas e, em espe"!a, pea Astroo&!a Apesar de a Astroo&!apro0!ss!ona ser pro!b!da peo &o%erno aem(o, sabe6se que H!ter, etrao0!"!amente e para uso pr?pr!o, mant!n4a um &rupo de &randes astr?o&ostraba4ando para ee Os dema!s astr?o&os que %!%!am na Aeman4a 0oram

    perse&u!dos e a ma!or!a morta, po!s suas pre%!s>es astro?&!"as eramne&at!%as e poder!am %!r a pre)ud!"ar a propa&anda po$t!"a de H!ter

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    Conta +ou!s De ^o4 que #antes da II Grande Guerra morou %r!os anos emBer!m e 0e1 am!1ade "om Ma!m!!am Bauer, que era o astr?o&o 0a%or!tode Gusta% Stressemamn, M!n!stro do Eter!or da Aeman4a Atra%*s deBauer, +ou!s De ^o4 soube de %r!as "o!sas !nteressantes sobre H!terEntre outras que #a sa&rada "ru1 sust!"a dos ant!&os or!enta!s 0o! es"o4!da

    por H!ter para s$mboo do Na1!smo, sob a !n0u3n"!a de um ama t!betano domoste!ro de Tuun& Tserpun&, "on4e"!do "omo um dos ma!ores redutos dema&os ne&ros no T!bete# Soube tamb*m que em .L:Q, quando H!ter a!ndaera des"on4e"!do do po%o aem(o, "erta no!te ao sa!r da 0amosa "er%e)ar!ade Mun!que, onde se reun!a "om am!&os para 0aar sobre po$t!"a, H!teren"ontrou6se "om Aub, um %e4o ma&o mu!to "on4e"!do em Mun!que "omo%!dente Em "ompan4!a de Aub esta%a um ama t!betano %est!ndo a tn!"a%erme4a, t$p!"a da sua se!ta Aub "on%ersou "om H!ter por a&um tempo eo&o este o se&u!u @ sua res!d3n"!a Desde ent(o, "onsta que H!ter 0o!

    !n!"!ado nas "!3n"!as o"utas por Aub e o m!ster!oso ama t!betanoNa pr!ma%era de .L

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    ama$smo 7erten"e a uma ar!sto"ra"!a e"es!st!"a que sur&!u no T!bete em._;es deor"uos o0!"!a!sEmbora o bud!smo or!&!na ne&ue a e!st3n"!a de uma ama pessoa,permanente, que transm!&ra de uma e!st3n"!a a outra, a ma!or!a dosbud!stas %otou a adotar a "ren'a 4!ndu da reen"arna'(oConsta que e!stem tamb*m mu4eres #tuXus# De modo &era eas s(oabadessas de moste!ros de 4omens, ou ent(o erm!t(s Mu!tas %e1es ostuXus embram6se de suas %!das anter!ores e %r!os s(o os eempos d!ssoque se "on4e"e na 5nd!a e no T!bete r!as s(o as ant!&as endas, "u)os4er?!s determ!nam a nature1a do seu renas"!mento, e a "arre!ra de um 0uturo#a%atar# -reen"arna'(o/ Geramente pred!1em em seu e!to de morte, ondede%em renas"er e d(o deta4es sobre os 0uturos pa!s, o u&ar onde 0!"a a"asa, et"

    Do!s anos ap?s a morte de um Buda !%o, o "4e0e do moste!ro onde eemorreu "ome'a a bus"a da sua reen"arna'(o A&umas %e1es en"ontramo&o uma "r!an'a "om as "ond!'>es pres"r!tas, e esta se submete, entreoutras, a mu!tas pro%as de re"on4e"!mentoO 0ato de que a!, em Gan&toX, t(o perto de n?s, %!%!a um destes Budas!%os, sobre quem se "onta%am mu!tas 4!st?r!as m!ster!osas, de!ou6nos"ur!osos em "on4e"36o D!1!a6se que ee era um %e4o de .

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    Mer"r!o6 Mas, por qu3 6 !nda&ue!6 "ontra a ordem dos +amas Este moste!ro * "4e!o de endas e m!st*r!osD!1em que a sete"entos e setenta e sete passos do moste!ro 4a%!a, outrora,uma enorme esttua de Buda, toda em bron1e ma"!'o, que nem mesmo "em

    4omens pod!am "arre&ar Certa no!te, esta esttua desapare"eum!ster!osamente e os +amas t!%eram mu!to traba4o em des"obr!r a ra1(odeste desapare"!mento6 E qua 0o! 6 !nda&ue!6 N(o se sabe ao "erto Os +amas deste moste!ro s(o mu!to d!s"retosConta6se que a esttua 0o! e%ada peos &3n!os da quarta d!mens(o, paraa&um u&ar !na"ess$%e aos o4os pro0anos

    Aqueas paa%ras a%!%aram m!n4a "ur!os!dade e !ns!st! "om o Ra), para que!nter"edesse )unto aos amas, para que me perm!t!ssem %!s!t6os O Ra)

    prometeu 0a1er o poss$%e, mas n(o me deu mu!tas esperan'as MandouTsaron& "om mu!tos presentes, so!"!tar !"en'a para %!s!tarmos o moste!ro Aresposta 0o! ne&at!%a N(o me "on0orme! e ap?s mu!tas !das e %!ndas, %!mosnosso dese)o sat!s0e!to O %ener%e +ama, abr!ndo uma e"e'(o sempre"edentes, "on"ordara em re"eber6nos Impun4a apenas uma "ond!'(o,que eu %est!sse o 4b!to "!n1ento dos no%!'os e %easse meu rosto "om oon&o "apu1 do 4b!to A perm!ss(o era s? para m!m e o Dr essantraMa4!ma e 7!erre Yu!en n(o poder!am nos a"ompan4arNo d!a mar"ado, part!mos em d!re'(o @s montan4as, !derados por Tsaron&2omos a p*, "on0orme ped!ram A as"ens(o 0o! enta e se&u!a a"!%ess!nuosos Resp!r%amos "om pra1er o ar puro da man4(, !mpre&nado "om oaroma dos p!n4e!ros 2a1!a mu!to 0r!o Nen4um pssaro "ru1ou o beo "*ua1u Ap?s "er"a de tr3s qu!=metros, "osteando o %ae, a sub!da tornou6seabrupta O "am!n4o era por um "orte ob$quo na ro"4a, "u)o "!mo a brumao"uta%a +o&o se apa!nou o soo e entramos numa atmos0era "ara e "4e!ade so 7asso a passo, 0omos por um ata4o estre!to e $n&reme, no pendor damontan4a T!%emos que se&u!r um atrs do outro, reparando atentamente no"4(o, para n(o p!sar em 0aso De um ado, 4a%!a o 0an"o !na"ess$%e daserraP do outro o ab!smo O "ansa'o !a a0rouando nossos passos

    2!namente, %!mos uma "o!na %erde e deserta Em 0rente, a pou"a d!stJn"!a,er&u!a6se o Tempo do Buda Mer"r!o tamb*m "4amado Co*&!o dos SantosMa&osm &rupo de pa%!4>es "oor!dos, de tetos re"ur%os, pendura%a6se @ en"ostada montan4a, "omo uma 0or en"ra%ada nas pedras A re&!(o era "4e!a dees"arpas e "oberta de 0orestas p!tores"as De%a&ar, 0omos nosapro!mando A emo'(o era tanta que ma pod$amos resp!rar 5amos %er umdos &randes "4e0es esp!r!tua!s da 8s!aEntramos atra%*s do &rande port(o de 0erro que d a"esso ao tempo

    Grupos de mon&es, entos e soenes nas suas on&as tn!"as de a&od(obran"o ou amareo, anda%am peas %eredas que "ondu1!am ao !nter!or doparque O &rande &on&o de bron1e, sem!6o"uta entre as tra%es, a"aba%a de

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    ser tan&!do, "on%o"ando a todos para a ora'(o da man4( 7uamos bem o"apu1 do 4b!to e entramos no ampo 4a, pa%!mentado de mrmore rosa!mos uma s*r!e de n!"4os "om ob)etos sa&rados As paredes atera!s eram"obertas "om p!nturas 0e!tas sobre seda, representando a %!da de santos do+ama$smo A um ado, um &rande atar dourado su)e!ta%a uma enorme

    esttua, tamb*m dourada, representando Gautama, Buda, a!ndaadoes"ente T!n4a a 0a"e ma&ra e tranqu!a, o o4ar sem!"errado de quemn(o o4a para o mundo dos morta!s Re0et!a6se em seu todo uma epress(ode m!ster!osa p!edade, son4o e sabedor!am dos no%!'os ou #trapas# a"ompan4ou6nos at* a &rande "apea, onde,entre %eas "oor!das, "andeabros de ouro e !n"ens?r!os de )ade, %!mos um0ato s!n&uarSuspenso no ar e sem nen4um apo!o, esta%a um b"uo, !sto *, um pequenobast(o dourado, que se&undo a enda, re&ua os atos da "omun!dade

    Soubemos que aquee bast(o m!a&roso perten"era ao santo Tson& apa,que 0o! o re0ormador da re!&!(o bud!sta no T!bete 7ensamos que se tratassede a&um truque mu!to bem d!ss!muado peos amas, po!s nossa mente, porma!s que ra"!o"!nasse, n(o en"ontra%a nen4uma ra1(o ?&!"a para aquee0en=meno 7er"ebendo nossa !n"redu!dade, o Dr essantra d!sseF6 Soube que este bast(o m&!"o est neste moste!ro 4 mu!tos s*"uosNun"a n!n&u*m soube ep!"ar a ra1(o deste prod$&!o S? os amas"on4e"em este se&redo, mas n(o o re%eam aos pro0anos O sb!o N!"oasNoto%!"4, que 4 tempos este%e no T!bete "4e0!ando uma m!ss(o de"!ent!stas russos, eam!nou tudo det!damente e n(o en"ontrou nen4uma0raude, nem ra1(o ?&!"a para ep!"ar o 0en=meno Este sb!o russo 0o!quem en"ontrou na "!dade de +adaX, a "ea ant!qu$ss!ma do #Erm!t(o deIssa#, que os +amas d!1em ter s!do Yesus Cr!sto7erpeos e 0as"!nados, 0!"amos por a&um tempo "ontempando o prod$&!o2!namente, to"ando de e%e em nosso bra'o d!re!to, o no%!'o 0e1 s!na paraque o se&u$ssemos Cont!nuamos andando at* a"an'ar um on&o "orredorpenumbroso Apenas per"eb$amos a 0ra"a !um!na'(o de a&umas to"4asSent! um %a&o temor e meu san&ue pusou ma!s rp!do nas m!n4as %e!asHa%!a mu!tos n!"4os "a%ados nas paredes de pedra do "orredor !mos

    nestes n!"4os %utos !m?%e!s 7ensamos que 0ossem esttuas, mas em %o1ba!a, o no%!'o 0aouF6 Estes s(o mon&es que %ountar!amente se de!aram mum!0!"ar em %!da6 Mas "omo 6 per&untamos, atra%*s de Tsaron& A resposta %e!o "ara epre"!saF6 Durante tr3s d!as e tr3s no!tes "o1!n4amos sementes tenras de !n4om!sturadas "om 0a%a bran"a Depo!s, ambas s(o tr!turadas num p!(o A partese"a %ota duas %e1es ao 0o&o e ao p!(o e, por 0!m, 0!"a eposta ao so, at*se trans0ormar numa 0ar!n4a e%e Ent(o ap?s um )e)um r!&oroso o "and!dato

    @ mum!0!"a'(o "ome &rande quant!dade desta 0ar!n4a Durante tr3s meses0!"ar a!mentado por pequenas doses de que n?s 4e damos, )untamente"om pequenas por'>es da 0ar!n4a O mon&e de%e "onser%ar a mente 0!a no

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    +o&os SoarF Com este re&!me resse"am os !ntest!nos e o 0$&ado Temposdepo!s "om a pee !nte!ramente endure"!da, o "and!dato pare"e mesmo umamm!a Somente a resp!ra'(o, 0raqu$ss!ma, "ont!nuar, mas por pou"otempo2o! 4orr$%e para n?s esta re%ea'(o e, quando sa$mos do "orredor &ubre,

    para um ampo pt!o arbor!1ado, resp!re! a!%!ada E a!, @ sombra de ump!n4e!ro m!enar, %!mos o Buda !%o de S!XX!m Esta%a sentado "om aspernas "ru1adas, em "!ma de uma este!ra de bambu Era d!0$"! pre"!sar64e a!dade As 0e!'>es m!das, !mpre"!sas, da%am64e um aspe"to !nde0!n!doest!a uma ampa tn!"a amarea, um "asa"o 0orrado de pees de "orde!ro eum barrete tamb*m de pees No que!o t!n4a uma barb!"4a raa e mu!tobran"a Os o4os eram pequenos e %!%os A pee quase sem ru&as As m(os0!nas e ar!sto"rt!"as Sua 0!s!onom!a n(o me pare"!a des"on4e"!da emboran(o pudesse en"ontrar sua !ma&em na m!n4a mem?r!a

    Apro!mamo6nos depos!tando aos seus p*s as e"4arpes de seda bran"a,que os t!betanos "4amam de #Xa6ta#, ou e"4arpes da 0e!"!dade, que Tsaron&nos 0!1era tra1er6 Sua Sant!dade 0o! mu!to bondoso em re"eber6nos 6 d!sse eu em !n&3sO Buda !%o %!rou6se para nosso !nt*rprete Tsaron& e d!sse a&o em t!betano

    Ad!%!n4o "orretamente o que ee qu!s d!1er6 O %ener%e 7a! da Ama D!amante entende quando 4e 0aam em !n&3s,mas teme que n(o 4e "orresponda o seu, por !sto pre0ere que eu tradu1a aspaa%ras 6 0aou Tsaron&O4ando6me 0!amente, o Buda !%o 0aouF6 #Yetsuma -re%erenda dama/, * "ontrr!o @ nossa re&ra e @ nossa ordemre"ebermos aqu! uma mu4er Mas os atos da sua %!da anter!or"ondu1!ram6na ao meu en"ontro Se)a bem6%!ndaU#

    A %o1 era 0raqu!n4a e &ra%e, mu!to a&rad%e de ser ou%!da Eu "ont!nua%a apensar !ntr!&ada, onde ) t!n4a %!sto aquee sembante Como querespondendo aos meus pensamentos, ee 0aouF6 Tens ra1(o, pequen!na !rm(, n?s n(o somos des"on4e"!dos7or %r!as %e1es est!%e ao teu ado, embora n(o soubesses da m!n4apresen'a et*rea Y d!r!&! mu!tas "orrentes de !de!as brotadas do teu "*rebro

    Tu n(o te embras porque o %*u de Maa -!us(o/ obs"ure"e tua %!s(o!nternaM!n4as m(os tremeram de emo'(o Zue pensar de tudo aqu!oRe"orde! as paa%ras de Gautama, o BudaF #Nada a"e!tes que n(o se)ara1o%eP nada "ons!deres "omo "ontrr!o @ ra1(o, sem um eame"on%en!ente#7er"ebendo m!n4a perturba'(o, o %ener%e passou a "on%ersar "om o Dressantra, em sJns"r!to O ma!s estran4o era que mesmo sem"ompreender o sJns"r!to, eu entend!a per0e!tamente tudo o que ambos

    d!1!am Era "omo se uma onda teept!"a transm!t!sse o "on4e"!mento aomeu "*rebro Cre!o que esta 0o! uma das ma!s beas pro%as !ntu!t!%as que t!%eno T!bete

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    2aaram sobre re!&!(o, r!tos e endas do po%o t!betano6 pre"!so ser erud!to para se "ompreender os ens!namentos bud!stas 6!nda&ue!, 0!namente6 O "on4e"!mento da %erdade 6 respondeu o %ener%e 6 * a&o que n(o sepode er nos !%ros Depende de nossas pr?pr!as eper!3n"!as Basta d!1er

    que S4en S!en, o seto 7atr!ar"a do bud!smo, des"as"a%a arro1 para %!%erm d!a, a 0or'a do seu Deus Interno despertou e ee tornou6se um sb!o derepenteEm se&u!da a "on%ersa passou a temas ma!s s!mpes Mu!to me surpreendeusaber que o Buda !%o 3 re&uarmente )orna!s !n&eses, e est bem!n0ormado dos probemas atua!s do mundo, 0ora do seu "$r"uoRe"ordo a "ren'a de Tsaron& que o %ener%e possu! uma %!s(o pro0*t!"aM!n4a "ur!os!dade me !ndu1 a ped!r64e op!n!(o sobre o 0uturo do mundo

    Antes que eu pudesse 0ormuar a per&unta, %e!o a respostaF

    6 S? o entend!mento esp!r!tua entre as na'>es "ondu1!r @ %erdade!ra 7a1Cre!o que o rem*d!o para os probemas do mundo * %!%er e a)udar a %!%er2!tou6nos "om um o4ar pro0undo e prosse&u!uF6 Os 4omens s(o a&entes do Carma -e! de "ausa e e0e!to/, e n?s "omoa&entes dos Mestres As"ens!onados, n(o podemos anuar as d$%!das que os4omens e as na'>es "ontra$ram "om seus atosEst pre%!sto que em "ada do!s m! anos a terra entra em "ontato "om umno%o ra!o "?sm!"o que a)uda a sua e%ou'(o 2o! "on0!ada a um &randeMestre As"ens!onado, a "ust?d!a do ) !n!"!ado "!"o de do!s m! anos da Erada +!berdade Este mara%!4oso Ser trar ao mundo o 2o&o da +!berdade eo0ere"er ao mundo a oportun!dade da que!ma tota do Carma 2uturamente,um &rupo de estud!osos no O"!dente, a part!r do ter"e!ro m3s do ano de.L;:, d!%u&ar(o os ens!namentos deste &rande Sen4or da +!berdade para aTerraH uma pausa que dura "er"a de um m!nuto O %ener%e a"ar!"!a a barb!"4a"om os dedos7e'o perm!ss(o para 0a1er64e a&umas per&untas pessoa!s6 Zua * a sua !dade, %ener%e 7a! da Ama D!amante

    A resposta "4e&ou rap!damenteF

    6 A !dade da 0orma n(o * a !dade da ama Tu e eu ) %!%emos na terra mu!tas%e1esCur!osa, pro"ure! 0a136o prosse&u!rF6 Se %!%emos anter!ormente e %os embra!s, por que n(o su"ede o mesmo"om!&o6 7r!me!ramente a mem?r!a "erebra, que * %ar!%e e !n"erta, s? re&!stra aseper!3n"!as desta %!daP as %!das passadas t3m seus re&!stros na ama Oestudo e a med!ta'(o despertam a "ons"!3n"!a da ama, e "om essa"ons"!3n"!a, todas as re"orda'>es do passado nea "onser%adas

    Hou%e outra pausa m no%!'o apro!mou6se e a"endeu uma %areta de!n"enso de rosas O Buda !%o obser%ou o 0umo a1u que se ee%a%a emesp!ra!s e permane"eu em s!3n"!o

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    Re"orde! que desde os tempos ma!s remotos, os or!enta!s asso"!am osodores a&rad%e!s "om a ess3n"!a d!%!na dos deuses C4e&a%am mesmo apensar que a ama t!n4a uma 0ra&rJn"!a pr?pr!a, mu!to super!or a todos osper0umes que o 4omem "on4e"!a Nos tempos sa&rados, a!nda 4o)e os4erbor!stas m!sturam po'>es se"retas e preparam raros !n"ensos, os qua!s

    a"red!tam6se que s(o seme4antes @ d!%!na 0ra&rJn"!a da ama "ren'a&era que a !naa'(o da 0uma'a per0umada ee%a a ama a &randes aturas,a)uda a produ1!r a 4armon!a dos sent!dos, tranqu!!1a e a"ama o "orpo e amenteSent!ndo que nossa entre%!sta term!nara reamente, e%antamo6nos do "4(o,onde est%amos sentados sobre &rossos tapetes O Buda !%o er&ueu a m(od!re!ta em s!na de b3n'(o Depo!s, pe&ando um dos manus"r!tos queesta%am sobre uma mes!n4a ba!a, ao seu ado, o0ere"eu6nos "omoembran'a E d!r!&!ndo6se a m!m, 0aouF

    6 En"ontrars a!nda outros Mestres ma!s es"are"!dos do que eu que tere%ear(o mu!tos se&redos Guarda6os "om "u!dado Zuando "4e&ar a*po"a ters a !ntu!'(o para d!%u&6os Cumpre o teu de%er no O"!dente eque nen4uma obs"ur!dade te !mpe'a de %er a +u1 D!%!na ou te des%!e do%erdade!ro "am!n4o !n!"!t!"oUEntarde"!a quando de!amos o Tempo do Buda !%o de S!XX!m m %ento0r!o, prenun"!ando tempestade, a&!ta%a nossas %estes Sent$amo6nos @mer"3 de a&uma 0or'a !mpenetr%e e etraord!nr!a [ med!da que nosa0ast%amos do tempo, per&unta%a a m!m mesma se tudo o que me %!n4aao "*rebro 0a1!a parte de uma %!s(o desperta ou de um son4o O roo deseda em m!n4a m(o, "ontendo uma ora'(o bud!sta, "on%en"eu6me daqueamara%!4osa rea!dadeC4e&amos ao pa"!o do Ra) Dor&e num estado de &rande a&!ta'(o ee"!tamento Naquea no!te, ap?s o )antar, a "on%ersa &!rou sobre nossa%!s!ta ao Buda !%o e suas de"ara'>es pro0*t!"as Depo!s, 0aamos sabre areen"arna'(o6 Mesmo no O"!dente 6 d!sse essantra 6 4omens 0amosos "omo Henr2ord a"red!tam na reen"arna'(o A&um tempo antes de 0ae"er, 2ord 0o!entre%!stado peo rep?rter amer!"ano 2ran1!er Hunt, e de"arou abertamente

    sua "ren'a na reen"arna'(o6 Cada %!da que %!%emos 6 de"arou 2ord ao )orna!sta 6 aumenta o tota denossas eper!3n"!as Tudo o que se en"ontra na terra 0o! posto para o nossobem, para obtermos eper!3n"!as que de%em ser &uardadas para um 0!m0uturo N(o e!ste uma part$"ua do 4omem, um pensamento, umaeper!3n"!a, uma &ota que n(o subs!sta A %!da * eternaP portanto, n(o e!stemorteIsto * !r ma!s on&e do que ens!na nossa re!&!(o "r!st( 6 d!sse 2ra1!er6 7ode ser, mas * n!sso que eu "re!o E "re!o, "omo se "r!a, em *po"as mu!ta

    anter!ores, em tempos bem remotos, nos qua!s se sab!a a&o que )perdemosP a&o do m!ster!oso en!&ma da %!da E estou "ompetamente "ertode tudo !sso Cre!o que o que "4amamos re!&!(o 0o! 4 s*"uos uma "!3n"!a

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    eata, enun"!ada em "on"e!tos baseadas em 0atos e "on4e"!mentos As"o!sas que resutam ser a&ora m!st*r!os sem sou'(o, ta!s "omo de onde%!emos antes de nas"er e para onde %amos ap?s a morte, eram "on4e"!daspor todo mundo Sab!a6se tudo "on"ernente @ e!st3n"!a A&um d!a, n?sseremos tamb*m bastante sa&a1es para %er e "ompreender a %!da toda do

    n!%ersoP o que est se passando em outros panetas e mu!tas outras "o!sasneste est!o#Re"orde! ent(o o que era "erta %e1 numa pub!"a'(o m$st!"aF#A reen"arna'(o * a %erdade!ra e a n!"a ep!"a'(o ?&!"a para !nmeras!n)ust!'as aparentes, o que se %er!0!"a quando por eempo se %3 tantodest!no pesado em "ertas pessoas boas e %a!osas enquanto outras 6 as que"4amamos de #ms# &o1am de um %!%er 0e!1U 7odemos estar "ertos, n(o 4des"u!doP a n(o ser que, "ada um en"ontre, no%amente, o e0e!to das ant!&as"ausas, que em quaquer tempo, no passado, 4a)a semeado, 6 mas das

    qua!s n(o possu! ma!s nen4uma embran'aAss!m, po!s, depende de "omo "ada um !r rea&!r no de"orrer dos 0atos e"!r"unstJn"!as e desta 0orma ser determ!nado "omo "ada um %!%er no0uturo Se a&u*m pode neutra!1ar seus erros, se ee pr?pr!o quer prestar umser%!'o a outrem e "om !sso d!sso%er o ma, ent(o estar !%re da "upa Masse ee n(o "onse&ue red!m!r6se, a %!da destas duas pessoas ser "ada %e1ma!s embara'osa, at* que em a&uma en"arna'(o 0utura !sto se)a a"an'ado

    A ma!or!a das pessoas s(o e%adas a apro!marem6se "om o n!"o !ntu!to ded!sso%er #"upas# esque"!das do passado Zuando entre a&umas pessoasre!na a atra'(o do amor e da 4armon!a * "erto que, em outra *po"a, ) 4a%!auma un!(o 4armon!osa e )untos traba4aram, podendo epand!r estasqua!dades no mundo aos que tanto ne"ess!tam deas Zuando sur&!r umsent!mento reutante ao en"ontrarmos a&u*m, quando per"ebermos quede%emos estar em &uarda, !sto * re"orda'(o de sent!mentos desa&rad%e!se desarm=n!"os de !&a'(o no passadoDeus * um Deus de amor e 6 m Bom Deus 6 nun"a !r!a pro%er seus 0!4os 6uma metade "om amor, bee1a, ae&r!a, abundJn"!a e dotada de todo bem 6e a outra metade "arre&ada "om doen'as e "o!sas !mpuras da %!da Bonspa!s n(o 0a1em d!0eren'a entre seus 0!4os, e Deus n(o o 0ar!a,

    absoutamenteSe, 0!namente, o 4omem per"ebe que ee * a Causa de toda des&ra'a etoda !m!ta'(o em seu mundo, e se ee, s!n"era e 4onestamente, re"on4e"e edese)a reparar todo este ma, ser64e6 dado !nte&ra au$!o 7or*m, at* queee "ons!&a at!n&!r este ponto, permane"er, &eramente bas0emando "ontraDeus e "ontra o dest!no ou res!&nando6se na !mpress(o de que esta * a%ontade de Deus 6 que naturamente, n(o *#Tudo !sto nos %e!o @ mente enquanto essantra "omenta%a o "aso damen!na S4ant! De%!, de no%e anos de !dade, que desde que "ome'ou a 0aar,

    a0!rma ser a reen"arna'(o da 0ae"!da esposa de um ne&o"!ante de te"!dos,de nome +u&d!, res!dente na "!dade de Mutra, a uns du1entos qu!=metros deNo%a D*4!, u&ar onde nas"eu e %!%e a men!na

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    6 A ama * eterna e !n"r!ada 6 0aou Ma4!ma 6 7assa de uma e!st3n"!a paraoutra, de um pa$s para outro N(o 4 d%!da de que o "aso de S4ant! De%! *um dos ma!s "ur!osos "asos de reen"arna'(o que ) 4ou%e na 5nd!a +st!maque mu!ta &ente du%!de d!sso6 Zuando "4e&ar o momento 6 d!sse o Ra) 6 todos "ompreender(o que a

    reen"arna'(o * uma &rande %erdade Mas "re!o que o mundo a!nda n(o estpreparado para a"e!tar !sto

    A "e#ta Sagrada de ,e#a!

    Na man4( se&u!nte, ap?s tomar o "4 "om boos de &en&!bre que uma das"r!adas nos e%ou no quarto, sa$mos para o )ard!m ao en"ontro de nossosam!&os Esta%am sentados num qu!osque, no "entro do &rande )ard!m "4e!ode 0ores, apesar do !n%erno Con%ersa%am an!madamente 6 2o! bom teres

    %!ndo 6 d!sse Ma4!ma 6, po!s est%amos 0aando sobre a sa&rada 0esta de^esaX6 S!m, po!s, 4o)e @ no!te o po%o do Nepa %a! 0este)ar o 2est!%a de ^esaX,que * um dos ma!s !mportantes de toda a 8s!a 0aou o Ra)Era a pr!me!ra %e1 que ou%$amos 0aar nesta 0esta e o seu nome estran4odespertou em n?s uma %!%a "ur!os!dade6 O que s!&n!0!"a esta 0esta 6 !nda&amos2o! o Ra) quem respondeuF6 Representa uma trad!'(o mut!m!enar do Or!ente, que todos os anos, na+ua C4e!a de ma!o, * "eebrada aqu! no Nepa e tamb*m em a&uns u&aresda 5nd!a e do Ce!(o Na &rande 4ora da +ua C4e!a, Ma!trea 6 o Buda daCompa!(o 6 derrama suas b3n'(os sobre o mundo6 A!s, estas b3n'(os 6 d!sse o Dr essantra 6 s(o mara%!4osamentee"ep"!ona!s, porque de%!do a sua ata "ate&or!a nos panos esp!r!tua!s,nosso sen4or Buda tem ampo a"esso aos panos da nature1a que est(omu!to on&e do nosso a"an"e 7ortanto, ee pode transmutar e trans0er!r aonosso mundo, a d!%!na ener&!a dos mundos super!ores Sem o au$!o doBuda, )ama!s estas ener&!as poder!am "4e&ar at* n?s6 E por que n(o 6 !nda&ue!, "ur!osa

    6 essantra o4ou para o Ra) e os do!s sorr!ram, e ap?s uma bre%e pausa oRa) 0aouF6 7orque as %!bra'>es do nosso bem6amado Buda s(o t(o 0orm!d%e!s e t(o!n"r!%emente rp!das, que ser!a6nos !mposs$%e per"eb36as Mas, nopen!n!o de ma!o, suas b3n'(os se d!0undem peo mundo !nte!ro, e%ando4armon!a e pa1 !ne0%e a todos os que est(o preparados, para re"eber osd!%!nos donsEstas paa%ras do Ra) "aaram 0undo em nossa ama, mas a!nda ass!m, n(ot$n4amos per"eb!do o sent!do o"uto da 0esta de ^esaX E "ont!nuamos

    per&untandoF6 7or que ra1(o esta b3n'(o mara%!4osa s? * dada no pen!n!o de ma!o6 7orque * no m3s de ma!o 6 d!sse o Ra) 6 que no "aendr!o da 5nd!a, Nepa

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    e Ce!(o * "4amado ^esaX, ou 2esta da +ua C4e!a de Ma!o Nesta *po"a0este)amos os a"onte"!mentos ma!s !mportantes da %!da de Buda, oIum!nado Contudo, a apar!'(o que sur&e na 2esta da +ua C4e!a n(o * a deS!darta Gautama, o Buda, mas s!m de uma de suas emana'>es d!%!nas"on4e"!da "omo Buda Ma!trea, ou Buda do 0uturo

    6 E todos podem %er esta d!%!na apar!'(o da sombra do Buda 6 !nda&ue!perpea6 Nem todos 6 retru"ou o ra) 6 somente aquees que est(o preparadosesp!r!tuamente e t3m aberto a sua Qa %!s(o ou ter"e!ro o4o esp!r!tuaConsta que nesse d!a sa&rado, mu!ta &ente %a&a !nut!mente de um ado paraoutro nas montan4as, sem en"ontrar o u&ar onde * "eebrada a 2esta da+ua C4e!a "omo se o #%*u de Maa#, a &rande !us(o, o"utasse este u&ardos o4os "ur!ososD!ante d!sto 0!"amos preo"upados A"aso ser$amos d!&nos de !r a esta 0esta

    e %er a sombra do BudaComo que ad!%!n4ando meus pensamentos o ra) 0aouF 6 Re"eb! ordens dosMestres da 2ratern!dade Bran"a do Or!ente para e%6as @ 0esta de ^esaX6 Mas quem s(o estes Mestres da 2ratern!dade Bran"a do Or!ente,!nda&ue! "ur!osa6 S(o Seres As"ens!onados, !%res de toda !mper0e!'(o, que %!%em no panoesp!r!tua e se "omun!"am "onos"o atra%*s de seus d!s"$puos, mu!tos dosqua!s %!%em aqu! no NepaNossa ae&r!a 0o! tanta que ma pudemos babu"!ar um a&rade"!mentoNaquea mesma tarde, @s tr3s 4oras, nosso &rupo !derado peo ra) e peo+ama a1!, de!ou o pa"!o no "entro de Gan&toX e part!u rumo ao %ae dor!o T!sta Os "a%aos atra%essaram um on&o "am!n4o que nos e%ou ao0undo de uma &ar&anta, depo!s a %aes 0*rte!s onde 4omens e mu4erespastorea%am "abras+e%amos "er"a de uma 4ora sub!ndo, &a&ando atura &radat!%amente A0!naa"an'amos uma ra%!na e ma!s ad!ante um pat=, que pare"!a s!tuar6se ame!o "am!n4o entre a base e o "!mo da montan4a A!, desmontamos,entre&amos nossos "a%aos a um ser%o que nos a"ompan4a%a e"ont!nuamos andando a p* 7asso a passo, &u!ados peo ama a1!, 0omos

    por um estre!to %ae que se apro0unda%a "ada %e1 ma!s na 0oresta 7araa*m do %ae, %!mos uma tortuosa re&!(o "4e!a de $n&remes "o!nas Aestrada 0o! se en"ara"oando pea etrem!dade norte, e em se&u!da, "ortandoatra%*s de uma abertura na montan4a, "4e&amos a uma "o!na %erde edesertam pou"o ma!s ad!ante era a pan$"!e @ qua "4e&amos por um "am!n4or!do e pedre&oso m re&ato "orr!a manso na parte o"!denta da pan$"!eNuma "are!ra aberta entre enormes "ar%a4os, %!mos um atar 0e!to de pedra,onde se espa4a%am mu!tas &u!randas de 0ores m &rupo de as"etas

    esta%a sentado no "4(o, med!tando Eram todos bem !dosos Os "abeos eas barbas on&os e bran"os sa%am apenas uma tan&a de a&od(oamareo, e seus "orpos eram ma&ros e bron1eados

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    6 Aquees 4omens s(o os #na)orpas# t!betanos 6 murmurou o ama a1!6 Na)orpas 6 repet!mos !ntr!&ados6 S!m, s(o os mon&es pere&r!nos que na %*spera do pen!n!o des"em desuas erm!das, e %3m aqu! prestar sua 4omena&em ao bem amado BudaMa!s ad!ante, %!mos a&uns 4omens armando uma 0o&ue!ra "om made!ra de

    sJndao6 Bre%e %!r a no!te 6 d!sse o Ra) 6 e ees est(o preparando a 0o&ue!ra dor!tua do ^esaX D!1em que quando part!"!pamos de um r!tua, a)udamos a&erar uma 0or'a redentora para toda 4uman!dade6 Como ass!m 6 !nda&amos6 No r!tua, os pensamentos e asp!ra'>es de todos os part!"!pantes, un!ndo6se @s 0or'as da Nature1a e @s ener&!as D!%!nas, "r!am um poderoso %?rt!"epara o Bem, um pensamento absouto, que atra! para a terra o poder e abondade de Deus

    Es"o4emos um u&ar perto do &rupo dos as"etas e nos sentamos no "4(o,s!en"!osamente, @ espera da &rande "er!m=n!a r!tua$st!"a Os pere&r!nos0oram "4e&ando em re!&!oso s!3n"!o Senta%am6se ordenadamente no "4(o,tendo o "u!dado de de!ar um ampo espa'o !%re d!ante do atar Todos%est!am on&as tn!"as amareo6aran)a 6 a "or dos d!s"$puos de Gautama, oBudaO Ra) t!n4a pro%!den"!ado para que n?s tamb*m %est$ssemos tn!"as dea&od(o amareo, por "!ma das pesadas roupas de (, po!s o 0r!o era !ntensoTamb*m t$n4amos nos pur!0!"ado de a"ordo "om a trad!'(o, tomando umban4o "om p*taas de rosas bran"as, e de0umado nosso "orpo e nossasroupas "om !n"enso e ben)o!mObser%amos em s!3n"!o os rostos &ra%es e serenos dos as"etas queesta%am perto de n?s De repente, um dees se e%antou Era um %e4o ato ees&u!o e toda a sua pessoa emana%a um &rande ma&net!smo ma men!nade uns sete anos apro!mou6se e entre&ou64e uma "a!!n4a de a"a%erme4a O %e4o abr!u6a e 0o! t!rando p?s "oor!dos %erde e aaran)ado Comestes p?s, tra'ou um &rande "$r"uo de uns tr3s metros de d!Jmetro No me!odo "$r"uo %!eram se sentar tr3s %e4os as"etas Seus rostos t!n4am umaepress(o tranqu!a e 4!ert!"a ma pequena orquestra, "omposta de

    0autas e &on&os, "ome'ou a to"ar uma ms!"a mu!to sua%e Sob o "*uestreado, sentados no "4(o "om as pernas "ru1adas, na postura do ?tus, osas"etas baan'a%am o "orpo ao r!tmo de um "Jnt!"o sua%e, ee%ando suaspre"es ao Cosmos, enquanto perto dees sub!a a esp!ra prateada do!n"enso No Or!ente, nen4uma "er!m=n!a m$st!"a est "ompeta sem aque!ma de res!nas aromt!"as O "ostume de que!mar !n"enso n(o * uma0antst!"a superst!'(o nem um r!to etra%a&ante, mas s!m um s$mboo da4armon!a do 4omem "om a &rande "ons"!3n"!a "?sm!"a, por me!o da pre"ee da med!ta'(o Adema!s, o uso do !n"enso * !nte!ramente "!ent$0!"o Todos

    os que estudam o"ut!smo sabem que n(o 4 mat*r!a morta, mas todos osseres e todas as "o!sas da Nature1a possuem e !rrad!am suas %!bra'>es ou"omb!na'>es de %!bra'>es Cada eemento qu$m!"o tem, portanto, suas

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    !n0u3n"!as pe"u!ares, que s(o te!s em determ!nado sent!do e !nte!s e at*mesmo no"!%as, em outros Zuando m!sturamos d!0erentes res!nas, "omo o!n"enso, o ben)o!m e a m!rra, eas ao serem que!madas est!muam asemo'>es puras e nobres, pur!0!"ando aquea parte da nature1a 4umana"4amada "orpo emo"!ona ou astra Seu e0e!to * seme4ante ao de um

    des!n0etante, que ao espa4ar6se peo ar, destr?! os &ermes pato&3n!"os,embora o !n"enso e outras res!nas aromt!"as atuem nos panos super!oresda mat*r!a sut!

    [ med!da que o "Jnt!"o dos as"etas se ee%a%a, numa sua%e "ad3n"!a, umama %est!do "om um r!"o manto amareo, que se&undo soube t!n4a %!ndo deum moste!ro da "!dade santa de +4assa, estendeu as m(os 0!nas e ma&rassobre o brase!ro per0umado6 O que ser que ee est 0a1endo 6 per&unte!E o ra) respondeuF

    6 Ma&net!1ando o !n"enso para aumentar seu poder, est!muando nosso"orpo 0u$d!"o, a 0!m de per"ebermos me4or as emo'>es que nos %3m dospanos super!oresCer"a de uma 4ora antes do pen!n!o 4ou%e um estran4o 0en=meno, quea!nda 4o)e "usto a a"red!tar !mos, n!t!damente, 0ormar6se perto dos tr3sas"etas que esta%am sentados no me!o do "$r"uo "oor!do, uma nu%em"!n1enta A nu%em "ondensou6se aos pou"os at* 0ormar a 0!&ura de um4omem )o%em a!nda, de pee morena, tra'os 0!nos e o4ar br!4ante est!auma tn!"a bran"a 0utuante e en%o%!a sua "abe'a um turbante de seda a1u6"aro6 Zue mara%!4aU Zuem * ee 6 !nda&ue! perpea6 a 0orma 0u$d!"a do Mestre as"ens!onado E Mora, um dos &randesMestres da 2ratern!dade Bran"a do Or!ente 6 ep!"ou o ama a1! Ee * oSen4or do pr!me!ro ra!o "?sm!"o que representa a 0or'a, o poder e aprote'(o da %ontade d!%!naP atra%*s dee * man!0estada no n!%erso esta%ontade Estad!stas, Gu!as e Or!entadores da 4uman!dade, 4omens "om&rande tend3n"!a para a rea!1a'(o de um !dea "onstrut!%o, possuem emseus "orpos et*r!"os uma ar&a 0a!a de "or a1u, po!s est(o em 4armon!a"om o Mestre E Mora

    6 A4U e"ame! !nteressada 2ae ma!s sobre eeUE a1! "ont!nuou 0aandoF6 Consta que ee %!%eu num "ont!nente ant!qu$ss!mo, que 4 m!3n!osdesapare"eu da 0a"e da terra Seu santur!o 0!"a ao p* da montan4a doH!maa!a, na "!dade de Dar)ee!n& E Mora * o &rande mestre que temresponsab!!dade sobre a or!enta'(o e o desen%o%!mento da 8s!a e seupo%o Ao mesmo tempo, perten"e64e o "ontroe dos &o%ernos de todo omundo D!1em que no tempo de Yesus, 0o! ee Me"4!or, um dos tr3s re!ssb!os do Or!ente Depo!s en"arnou "omo o endr!o re! Artur, da sa&rada

    Ta'a do Santo Graa e sua t!ma en"arna'(o 0o! "omo o poeta !rand3sT4omas More Yunto "om ee, traba4am tamb*m no pr!me!ro ra!o "?sm!"oa1u, o Ar"an)o M!&ue e o poderoso Eo4!m H*r"ues

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    6 E MoraU 6 repet! "omo%!da, enquanto o4a%a a mara%!4osa mater!a!1a'(ode sua 0orma 0u$d!"aEra "omo se o nome do mestre pusesse uma nota de pa1 na m!n4a mente ena m!n4a ama Seus &randes o4os a1u!s t!n4am um br!4o t(o !ntenso, quepenetra%am o ma!s $nt!mo do meu ser

    Ao ado dee, %!mos apare"er uma um!nos!dade bran"a, "om "er"a de me!ometro de atura e uns %!nte "ent$metros de ar&ura Era a pr!me!ra %e1 queass!st$amos a um 0en=meno de mater!a!1a'(o e 0!"amos !n"r*duos e aomesmo tempo, ae&res e mara%!4ados

    A um!nos!dade bran"a desapare"eu rap!damente e o&o sur&!u d!ante de n?sa 0!&ura ma&n$0!"a de um %e4o de rosto 0!no e ar!sto"rt!"o, on&as %estesbran"as e "abeos &r!sa4os, repart!dos ao me!o e "a!ndo64e peos ombrosem sedosas ondas Ee mo%!mentou os bra'os num &esto de b3n'(o eandou at* o "entro do "$r"uo onde esta%am os tr3s as"etas T!n4a uma

    apar3n"!a norma, "omo ter!a quaquer um de n?s %est!dos de bran"oC!n"o mater!a!1a'>es su"ederam6se a esta, num "urto espa'o de tempoTodos t!n4am uma !nda 0orma'(o de e"topasma, arredondada de uma %!%a0os0ores"3n"!a me!o a1uada, dando a !mpress(o do "rep!tar de uma "4amaIsto para n?s era espantosoU Mas para todos que esta%am a! n(o pare"!anada anorma Eram 0atos que "on0und!am nossa !nte!&3n"!a, po!s embora )t!%*ssemos ou%!do 0aar sobre 0en=menos de mater!a!1a'(o, a!nda n(ot$n4amos %!sto nen4um Mu!tas das !n%est!&a'>es de "!ent!stas "omo C4aresR!"4et, pro0essor da n!%ers!dade de 7ar!s, Enr!"o Morse!, 0amoso ps!qu!atra!ta!ano, S!r O!%er +od&e e numerosos outros nomes !mportantes, ) eram donosso "on4e"!mento Mas, presen"!ar tantas mater!a!1a'>es ass!m, numano!te de ua "ara, em pena mata or!enta, era a&o desumbrante e quase!na"red!t%eUObser%amos que os seres mater!a!1ados "on%ersa%am naturamente "omtodos e o ma!s "ur!oso * que 0aa%am no !d!oma t!betano ou p!, e "ada umde n?s entend$amos suas paa%ras "omo se 0ossem d!tas em nossa pr?pr!a$n&ua, num m!ster!oso 0en=meno teept!"o

    A um s!na do Mestre Mora, troueram uma t!&ea de ouro "4e!a de &ua deuma nas"ente pr?!ma O mestre se&urou6a de!"adamente entre as m(os e

    "oo"ou6a sobre o atar, entre as &r!nadas de 0oresCome'aram ent(o os "Jnt!"os ma!s sa&rados ma do"e br!sa me?d!"a"4e&ou aos meus ou%!dos A !sto se&u!u6se uma epos(o de ms!"a de umabee1a per0e!ta, mas d!0erente de quaquer outra que eu ) ou%!ra T!n4a sonsde uma de!"ade1a e ternura t(o penetrantes, !mposs$%e de des"re%er Eues"uta%a perpea e desumbrada

    Ao meu ado ou%! a %o1 de a1! d!1endo ba!!n4oF6 Apenas os 0ra&mentos do &rand!oso "Jnt!"o dos Mestres * que "4e&am aosseus ou%!dos, pequen!na !rm(U

    Sent!a6me "omo%!da, !n"apa1 de 0aar m do"e espanto &ruda%a os meusb!os Gostar!a de per&untar mu!tas "o!sas ao ama a1!, mas era "omo seeu est!%esse "om a mente em bran"o

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    a1! per"ebeu a m!n4a emo'(o e "ont!nuou d!1endoF6 Dentro em pou"o se mater!a!1ar aqu!, toda a &rande assembe!a dosMestres da 2ratern!dade Bran"a do Or!ente Esta 2ratern!dade 0o! 0undada 4do1e m! anos, no pr!n"$p!o da Idade Ne&ra ou Xa!u&a, que term!nou em.L. Ass!m "umpr!u6se um "!"o e%out!%o e "ome'ou outro tamb*m de do1e

    m! anos O re&ente desta 2ratern!dade * o Ma4a6Guru Ba&4a%an Nara!anaDepo!s dee %3m os tr!nta e no%e An)os 7anetr!os e que %!%em em Badar!ana, re&!(o montan4osa ao norte do H!maa!a e que ser%e de "entro para apoderosa at!%!dade dos Mestres2!que! ou%!ndo em s!3n"!o +o&o m!n4a aten'(o 0o! atra$da por uma !ntensaum!nos!dade que se 0e1 d!ante do atarNo%os sons ma%!osos %!braram no ar e ent(o por uma &rande nu%emum!nosa, sur&!ram os quarenta Mestres que re&em a 2ratern!dade Bran"ado Or!ente A pr!n"$p!o pare"!am seres et*reos, %est!dos "om ampas tn!"as

    bran"as que 0utua%am no ar, sem to"ar a terra 7ou"o a pou"o suas 0!&urasum!nosas 0oram se adensando at* que se tornaram mu!to rea!s m dees0aouF6 N?s, os seres "?sm!"os, os Eo4!ns, os Ar"an)os, %os "4amamos e %osestendemos nossas m(os, ? 4uman!dade so0redoraU De!a! a d!s"?rd!a daterra e torna!6%os nossos d!s"$puos, torna!6%os o "ana, a ta'a de "r!starespande"ente de u1, por onde 0u!r o nosso amor, nossa sabedor!a enosso poder Er&o a m!n4a m(o d!re!ta e en%!o )atos de "4amas a1u!s a todosque pre"!sem de uma !nter%en'(o d!%!naU Nada res!ste a esta u1 "?sm!"a,nada pode subs!st!r que n(o se)a u1U!mos que de suas m(os d!0anas emana%am &randes u1es a1u!s 2!"amos"on0usos Estar$amos mesmo %endo tudo aqu!o, ou a"aso *ramos %$t!mas deuma su&est(o 4!pn?t!"a N(o t!%e tempo para ra"!o"!nar, po!s o&o, a"!ma doatar, %!mos 0ormar6se um &rande so um!noso, "omo se re0et!sse a u1 dem!4ares de s?!s Deste so sa$ram sete ra!os dourados que se !rrad!aramsobre todos n?s e o&o se 0und!ram numa br!4ante 0orma !mpre"!sa6 O4aU o Buda Ma!trea que %em aben'oar a 4uman!dadeU 6 murmurou ora) Dor&e tr3muo de emo'(oEu ma pod!a a"red!tar nos meus pr?pr!os o4os

    E todos "antaramF6 Tudo est pronto em, ? MestreU emUEra o momento eato do pen!n!o 7ou"o a pou"o a apar!'(o 0o! sede0!n!ndo, at* que %!mos a 0!&ura do Buda Ma!trea, o Buda do 0uturoTodos se a)oe4aram e !n"!naram a "abe'a, o&o er&ueram o busto e "om asm(os estend!das para a d!%!na apar!'(o, "antaram !mporando sua b3n'(oO Ser E"eso que 0utua%a a"!ma do atar apare"!a sentado, "om as pernas"ru1adas na postura do ?tus, %est!do "om uma tn!"a amareo6dourada Am(o d!re!ta aponta%a para o "*u e a esquerda para a terra Seu beo rosto,

    "or de mar0!m, re0et!a uma bee1a etraterrena e uma &rande seren!dade Oso4os eram !ntensamente a1u!s, de um !ndo a1u6%!oeta, os "abeos es"uros!sos e br!4antes "a!ndo64e sobre os ombros

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    Term!nados os "Jnt!"os, o Ser E"eso pe&ou a t!&ea dourada que esta%asobre o atar e, durante um momento, er&ueu6a a"!ma de sua pr?pr!a "abe'a

    Ao repor a t!&ea sobre o atar ee sorr!a bondosamenteSb!to, uma "4u%a de p*taas de 0ores "a!u sobre todos n?s e um per0umemara%!4oso espa4ou6se peo ar +o&o, a apar!'(o de Buda esbo'ou um

    &esto de b3n'(o e aos pou"os 0o! desapare"endo at* sum!r "ompetamenteO po%o "antou a sauda'(o do r!tuaFHar!U OmU TatU SatU -Sen4or Tu *s Aqu!oU Inepress%e n!dadeU/ [ med!daque o Buda Ma!trea 6 a representa'(o m!ma da 0or'a "r$st!"a 6desapare"!a, 0oram desapare"endo tamb*m as 0ormas mater!a!1adas dosMestres da 2ratern!dade Bran"a do Or!ente

    A uma ordem dos as"etas que re&!am a "er!m=n!a, 0ormamos uma 0!a e "adaum de n?s bebeu um pou"o da &ua que esta%a na t!&ea de ouro, "ontendoas %!bra'>es do Buda Ma!trea

    Depo!s todos se saudaram, un!ndo as pamas das m(os sobre a testa, nums!n"ero #namast3# e "ada um 0o! se ret!rando7or a&um tempo 0!que! !m?%e, per&untando a m!m mesma se tudo o que %!ran(o 0a1!a parte de uma %!s(o 0antst!"a ou de um son4o At* 4o)e n(o possoep!"ar as desen"ontradas emo'>es que sent! durante o santo 2est!%a de^esaX aos p*s dos H!maa!s Ho)e, ao tentar re"onst!tu!r este tesouro deembran'as que &uardo na m!n4a ama, rep!to para m!m mesma o %e4opro%*rb!o "4!n3s do #S4an Ha! !n ou +!%ro das Terras e MaresF#As "o!sas que o 4omem "on4e"e %erdade!ramente, n(o podem ser"omparadas em nmero "om as que 4e s(o des"on4e"!das#

    Ao re"ordar as %!s>es do 2est!%a de ^esaX, s!nto6me a!nda @ mer"3 de uma0or'a !mpenetr%e e m!ster!osa que 0a1 "om que eu pare de ser eu mesma,para me trans0ormar no "ana d!0usor dos sub!mes ens!namentos dosMestres da 2ratern!dade Bran"a do Or!enteZue ees nos aben'oem e nos a)udem a "umpr!r nossa m!ss(o sobre a terraU

    'O-SO "ormo#o Lago do# L.t$# %ranco#

    Ap?s tr3s semanas em Gan&toX, "onse&u!mos a amb!"!onada autor!1a'(o detrJns!to do Go%erno t!betano De!amos ent(o, o pa"!o do ra) Dor&e epart!mos em d!re'(o da 0oresta de Nat4u6+4a Esta pr!me!ra etapa, rumo aoT!bete des"on4e"!do, 0o! a ma!s d!0$"! de ser or&an!1ada As "ar&as de%!amser "u!dadosamente a)ustadas @s "ostas dos an!ma!s, e Tsaron& 6 ose"retr!o part!"uar do ra) 6 !ns!st!u para que e%ssemos bastantea&asa4os, mant!mentos e "4 A0!na, tudo 0!"ou pronto O ra) e suas tr3sesposas, sempre am%e!s e 4osp!tae!ros, a"enaram6nos um adeus

    dese)ando boa %!a&em Generosamente, nosso an0!tr!(o en%!ou6nos duaspessoas para a"ompan4ar6nos na on&a %!a&em Tser!n& 4an, uma )o%em"o1!n4e!ra t!betana que ans!a%a re%er sua terra e o +ama Daa a1!, que

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    0!"ar!a em +4assa, term!nando sua pere&r!na'(o m$st!"a a1! 0!"ou sendoent(o o &u!a da nossa pequena "ara%ana Zuando o t!mo an!ma "ru1ou ad!%!sa de Gan&toX, e %otamos a "abe'a para o4ar o ma)estoso monte!"4!)un&a, sent!mos &rande ae&r!a 2!namente est%amos a "am!n4o doma!s des"on4e"!do e m!ster!oso pa$s do mundoU

    Ca%a&amos por um "am!n4o 0orrado de pedras &randes e !sasA&um tempo depo!s entramos na 0oresta, onde t!%emos que "ondu1!rnossos "a%aos "u!dadosamente, peo "am!n4o estre!to e ama"ento, adeadopor &!&antes"os bambus e 0!&ue!ras se%a&ensNada pode dar !de!a da uur!ante mata do H!maa!a [ med!da Zue $amos"ontornando o %ae do r!o T!sta, os t!mos murmr!os da "!%!!1a'(o&raduamente desapare"!am T!%emos a !mpress(o de que sub$amos emd!re'(o @s nu%ens, de!ando para trs este mundo "!ent$0!"o e t*"n!"o, quetanto tem a0astado o 4omem da Nature1a

    A abundJn"!a de &ua nos %aes do H!maa!a * quaquer "o!sa que 0a1 medo7or todas as partes %!mos "as"atas, r!os, a&os e 0ontes De quando emquando !anas e "!p?s abr!am6se t!m!damente, de!ando %er !ndas 0oresdes"on4e"!das Aos pou"os pude "ompreender "omo aquea serenaatmos0era p=de !nsp!rar S!darta Gautama, o Buda, a pro"urar um "am!n4oma!s rp!do que e%asse o ser 4umano @ etern!dade

    A %o1 de Ma4!ma !nterrompeu meus pensamentosF 6 e)aU A! estarponan&U!mos um a&omerado de "asas bran"as Ma!s ad!ante um o"eano debrumas, no qua $amos mer&u4ando pou"o a pou"o Est%amos numaat!tude de do!s m! sete"entos e "!nquenta metros Zuando de!amos paratrs a n*%oa a%!stamos o 0ormoso a&o C4an&u Cont!nuamos "a%a&andodurante %r!as 4oras at* "4e&armos @ 0oresta de Nat4u6+4aO "am!n4o esta%a mar"ado por %r!as bande!ras de pre"es, "omo * "omumno T!bete S(o 0e!tas de pee de "arne!ro bem "urt!das, e neas os +amas&ra%am a 0?rmua sa&radaF Om Man! 7adme HumU, que entre outras "o!sass!&n!0!"a ` meu Deus que ests em m!m Estas bande!ras de pre"es s(osuspensas por "ord>es de "r!na de !aqueF 6 esp*"!e de bo! peudo t!betano 6e atadas a uma r%ore por uma "orda &rossa Os"!am nos &a4os e * "ren'a

    &era de que o %ento e%a as pre"es ao Cr!ador E o que passar por eas ea&!t6as "om 0*, obter o m*r!to da b3n'(o de Buda, o Sub!me E quantas%e1es o 0!1er, tantas ser(o as b3n'(os re"eb!dasZuando a "ara%ana passou por um monte de pedras en"!mada por outrasbande!ras de pre"es "oor!das, "om %r!as !ns"r!'>es bud!stas, os t!betanosque esta%am "onos"o desmontaram e "oo"aram ma!s uma pedra no monte,murmurando a trad!"!ona ada!n4a #So Ka +o Se# Soube depo!s que esta0rase s!&n!0!"a #Sa%e a )o!a do ?tusU# sendo Buda a )o!a Estas paa%rastamb*m est(o &ra%adas nos mo!n4os de ora'>es en"ontrados em todos os

    tempos e "asas t!betanasEntarde"!a quando "4e&amos ao umbra da 0oresta Reso%emos a"amparnuma "are!ra Os an!ma!s 0oram a!%!ados de suas "ar&as, as tendas de

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    "ouro armadas e o&o a"enderam uma boa 0o&ue!ra Sentamo6nos em %otada 0o&ue!ra, enquanto a "o1!n4e!ra Tser!n& 4an prepara%a uma 0ru&are0e!'(o Zuando term!namos de "omer ) era no!te "errada 2a1!a bastante0r!o, po!s est%amos numa &rande at!tude Embora %est!ndo pesadas roupasde ( 0orradas de pee de "astor, a!nda ass!m sent$amos mu!to 0r!o Ao on&e,

    os montes H!maa!a "obertos de ne%e, br!4a%am @ u1 da ua Cansada peaon&a )ornada 0e"4e! as "ort!nas da m!n4a tenda e 0u! repousar

    O# &ampiro# da "lore#ta de Nat/$ L/a

    Todos se re"o4eram e o&o tudo era s!3n"!o Ou%!a6se, apenas, o "rep!tar da0o&ue!ra Eu esta%a quase dorm!ndo quando ou%! um estran4o %o1er!o doado de 0ora +e%ante!6me, abr! a tenda e o4e! ! somente do!s "r!adossentados "amamente )unto ao 0o&o, 0umando seus on&os "a"4!mbos de

    barro 7are"!am a4e!os ao ru$do Sent! um "aa0r!o O4e! para a mata e %!por entre as r%ores, "obertas de mus&o, as ru$nas de um mara%!4osopa"!o Ium!nadas pea u1 da ua eram de uma bee1a s!n&uar ma 0or'asobrenatura pare"!a empurrar6me naquea d!re'(o C4e&ue! a dar a&unspassos 0ora da tenda, mas a&o dentro de m!m 0e16me parar Ap?s uma "ertareutJn"!a, 0!que! parada, o4ando as mara%!4osas ru$nas que os do!s "r!adospare"!am n(o %er Zue pa"!o era aquee 6 per&unta%a a m!m mesma Dequem ter!a s!do Zue tesouros arqueo?&!"os en"errar!am Sent! "ontato"om um passado on&$nquo e a"ud!ram @ m!n4a mente e%o"a'>es de tempos0abuosos D!ante de m!m, entre montan4as numerosas aqueas ru$nas0as"!na%am6me num apeo mudo 7ense! %er d!0anas sombras que pare"!ama"enar6me Mas sem saber "omo, uma 0or'a poderosa obr!&ou6me ades%!ar os o4os 2e"4e! apressadamente as "ort!nas da tenda e 0!que!de!tada sobre o "o"4(o de borra"4a, pensando no m!st*r!o de tudo aqu!o7ou"o a pou"o 0u! adorme"endo e o sono a"amou a m!n4a a&!ta'(o Naman4( se&u!nte, bem "edo a!nda, pro"ure! o +ama a1! Ee "on4e"!a todaaquea re&!(o e poder!a a"ompan4ar6me numa %!s!ta @s ru$nas a! pr?!masO +ama o4ou6me surpreso6 Zue ru$nas, m!n4a )o%em sen4ora 6 !nda&ou Conte!64e ent(o o que

    o"orrera durante a no!tea1! 0!"ou pensat!%o por um !nstante Depo!s 0aou "on%!"toF6 Esta %!s(o n(o passou de uma &rande Maa -!us(o/6 Como ass!m 6 per&unte! perpeaE ee prosse&u!u 0aandoF6 Nesta re&!(o, mu!ta &ente "ostuma %er ru$nas 0antst!"as durante a no!teMas eas n(o s(o rea!s S(o "r!adas pea %!bra'(o do pensamento dosendr!os %amp!ros #T$sas# que 4 s*"uos %!%em nesta 0oresta Com os 0!osdos seus pensamentos, te"em uma te!a m&!"a "om a qua atraem os

    !n"autos, para su&ar64es o san&ue Depo!s, abandonam o "orpo em a&umu&ar da 0oresta e os "or%os se en"arre&am deeE a1! "ontou que o T!bete * "4e!o de esqueetos ma6assombrados por

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    dem=n!os, dos qua!s "on4e"!a mu!tos eempos ma"abros De um etremo aoutro o pa$s est "4e!o de 0e!t!"e!ros, ma&os, m$st!"os, 0!?so0os, erm!t>es esantos 4omens &era a "ren'a num mundo esp!r!tua, po%oado de seres!n%!s$%e!s uns bons outros maus, que em "ertas o"as!>es apare"em aosmorta!s que t3m o dom da med!un!dade

    Certamente a ne&a'(o rotunda destes 0atos * o n!"o re"urso dos "r$t!"os, oma!s se&uro abr!&o em que se re0u&!ar a&um d!a, o t!mo dos "*t!"os Int!* "on%ersar ou tentar "on%en"er "om quem ne&a, s!stemat!"amente os 0atosdo ad%ersr!o, e%!tando ass!m ter que "on"eder a&o Creu1er 6 o ma!serud!to dos m!t?o&os aem(es 6 ta%e1 ten4a !n%e)ado a p"!da "on0!an'a ems! dos "*t!"os, ao %er6se 0or'ado a adm!t!r num momento de desesperadaperpe!dade queF#Somos obr!&ados a retro"eder @s teor!as dos &nomos, e dos &!&antes, ta"omo os "ompreenderam os ant!&osP po!s sem eas, * absoutamente

    !mposs$%e ep!"ar a&o re0erente aos m!st*r!os m!to?&!"os# -./VVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVV NotaF

    -./ 6 Creu1er Introdu'(o aos M!st*r!os, %o III, p& ;_

    O Mo#teiro de 0arg1ompa

    Ao sa!rmos da 0oresta de Nat4u6+4a, a"an'amos um "am!n4o s!nuoso, quepare"!a "ondu1!r6nos aos p$n"aros do "*u 2omos sub!ndo e, a "er"a de umaat!tude de Q_

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    t!m!damente At* que o so 0o! esquentando e tanto a ne%e "omo o &eo 0oramdesapare"endo e %!mos no%amente a terra 7ara n?s !sto 0o! um espet"uoestran4o e mara%!4osoU Era quase !na"red!t%e obser%ar esta trans0orma'(odentro de pou"as 4oras6 S(o m!a&res do %ae de C4umb! 6 ep!"ou o +ama a1! Apare"eram os

    p!n4e!ros e o&o a&umas 0or!n4as s!%estres %erme4as e a1u!s, "ada %e1ma!s numerosas, @ med!da que des"$amos rumo ao %ae Entarde"!a quandoa"ampamos no 0ormoso %ae de C4umb! Ap?s uma no!te serena erepousante, prosse&u!mos %!a&em Eram "er"a de duas 4oras da tarde,quando %!mos o moste!ro de ar&ompa Era uma s!n&ea "onstru'(o depedra no ato da montan4a, mas de uma &rande bee1a6 Neste moste!ro %!%em uns _< +amas e Q< no%!'os ou #trapas# 6 0aou a1!Ser!a bom !rmos at* U

    [ med!da que nos apro!m%amos, 0omos %endo &ra%ados nos atos muros

    de pedra, p!nturas representando deuses ama$stas Na entrada do moste!ro4a%!a uma 0onte "r!sta!na, onde os an!ma!s pararam para beber A 0or'a4!dru!"a 0a1!a &!rar um &rande mo!n4o de pre"es, 0!ado dentro da 0onte

    Ass!m que passamos os &randes port>es abertos de par em par, %e!o aonosso en"ontro um mon&e ba!!n4o, &ordu"4o e sorr!dente Sorr!u a!ndama!s quando essantra entre&ou64e uma bosa "4e!a de d!n4e!ro e ped!u64e pousada para n?s Ep!"ou que %$n4amos da 5nd!a e $amos %!s!tar osu&ares santos do T!bete6 Meu nome * Om Ts* 6 0aou 6 Entrem e se)am bem6%!ndosU 2omos andandoem d!re'(o a um pt!o sombreado por r%ores "entenr!as Grupos de#trapas# ou no%!'os, usando on&o 4b!to de ( "!n1a "ara, "o4!am amorasna aa oeste Obser%amos que todos t!n4am "abeos "ompr!dos e !sos"a!ndo64es peos ombros e usa%am um barrete pontudo de pee de !aqueMa!s tarde soubemos que este "4ap*u * uma das "ara"ter$st!"as dosno%!'os de ar&ompa Condu1!dos por Om Ts*, entramos numa &randesaa 0orrada "om uma esp*"!e de tatam!s ou este!ras de pa4a de arro1 No0undo, %!mos um atar de mrmore bran"o "om um &rande Buda sentadosobre uma 0or de ?tus A esttua era de bron1e po!do e numa do"e at!tudemed!tat!%a S!darta Gautama, o Buda, nos o4a%a

    6 Esperem um momento 6 d!sse Om Ts* 6 %ou a%!sar %ossa "4e&ada aoGrande e 7re"!oso +ama R!mpo"4eNo T!bete * "ostume quando %!s!tamos a&u*m, e%armos uma e"4arpe deseda bran"a "4amada #Xa6ta# E em tro"a, re"ebemos outra seme4ante

    A&uns momentos depo!s apare"eu o +ama R!mpot"4e se&u!do por Om Ts*Desta %e1 t!%e uma surpresa a&rad%e, po!s o +ama R!mpot"4e pare"!a sersb!o e !nte!&ente, ao "ontrr!o de Om Ts* que pare"!a s!mp?r!oO Grande e 7re"!oso +ama era um 4omem ato, ma&ro de uns setenta anospresum$%e!s, Br!4a%a em seus o4os amendoados uma u1 tranqu!a e

    rad!osa, Ee %est!a uma tn!"a amareo6a'a0r(o, de uma ee&Jn"!a nobre eremotaP na "abe'a usa%a o mesmo barrete pontudo de pee de !aque, sobreos "abeos bran"os e !sos 7or entre as pre&as de sua tn!"a %!mos um

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    &rande pun4a "u)o "abo !n"rustado de turquesas 6 a pedra sa&rada doT!bete 6 era uma obra de arte pre"!osa Estran4e! A0!na, por que mot!%os um+ama anda%a armado N(o 4a%!a ep!"a'(o ?&!"a no momento Ma!s tardesoube a estran4a e mara%!4osa 4!st?r!a daquee pun4a

    Ap?s a tro"a das e"4arpes de seda, o +ama R!mpo"4e "on%ersou

    on&amente "om a1! em t!betano Embora nada "ompreendesse, sent! "ertaemo'(o ao ou%!r sua %o1 &ra%e e ma"!a Ap?s um bre%e d!o&o, o Grande e7re"!oso +ama saudou6nos "om um e%e sorr!so e ret!rou6se6 O abade "on"ordou em que 0!"ssemos aqu!, at* passarem as &randes"4u%as 6 d!sse a1!, enquanto Om Ts* nos "ondu1!a aos aposentos dos4?spedes, s!tuados na aa norte do moste!ro

    A &ida Entre O# Lama#

    Esta%a o"upada em arrumar meus perten"es num &rande a0or)e, "omo *"ostume no T!bete e a dobrar o meu "o"4(o de borra"4a 0orrado de (, po!sno moste!ro n(o 4 "amas nem "ade!ras -os amas sentam6se sobreamo0adas e dormem no "4(o sobre o pr?pr!o 4b!to/, quando ou%! soar um&on&o O4e! atra%*s da &rande )anea e %! os amas reun!dos no pt!o mams!"a estran4a "4e&ou aos meus ou%!dos A orquestra era redu1!da, Era0ormada de : #&a!n&s# -esp*"!e de obo*s/, duas #ra&don&s# -enormestrombetas de meta t$p!"as do T!bete, de tr3s ou quatro metros de"ompr!mento/ e do!s tambores6 Zue reun!(o ser esta 6 !nda&ue! a m!m mesmam !nstante depo!s bateram na porta da "ea onde eu esta%a 4ospedada Eraa esposa de essantra Com o rosto moreno a0o&ueado e os &randes o4oses"uros mu!to br!4antes, ea 0aouF6 en4aU amos ass!st!r @ "er!m=n!a da sauda'(o ao So poente Des"emosuma tos"a es"ada de pedras e o&o nos en"ontramos no pt!o, d!ante dosamas ! um atar pr!m!t!%o 0e!to de pedras rosadas Nee br!4a%am as"4amas de uma to"4a, que soubemos depo!s s!mbo!1ar os quatro pr!n"$p!osda Nature1a A*m, no 4or!1onte a1u, p!"os abruptos sur&!am entre asnu%ens e o So poente derrama%a um "!do br!4o em toda a pa!sa&em

    Apro%e!tamos a "ar!dade para t!rar uma 0oto dos amas to"ando as on&astrombetas Mas a um s!na de a1!, t!%emos que &uardar a mqu!na, po!s as0otos s(o pro!b!dasO abade R!mpo"4e esta%a de p*, o4ando para o Oeste, "om os bra'osestend!dos para o ato e as pamas das m(os para "!ma 7are"!am !nd!"arque ee re"eb!a, a&rade"!do, a u1 d!%!naEnquanto !sto a orquestra dos amas "ont!nua%a a to"ar em surd!na Ams!"a 0u$a pura, $mp!da e serenaP ba!!n4o os amas murmura%amestran4as ora'>es Zuando a "er!m=n!a term!nou ) era no!te 2oram a"esos

    d!%ersos amp!>es de ?eo de !aque, mu!to usados no T!bete2omos "ondu1!dos ao re0e!t?r!o ma saa ampa, 0orrada de #tatam!s# oueste!ras de pa4a de arro1, onde uma 0!e!ra de mes!n4as ba!as esta%am

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    "obertas "om a%as toa4as de a&od(o, te"!das no pr?pr!o moste!roSentamo6nos no "4(o, sobre amo0adas, "om as pernas "ru1adas A re0e!'(o"onsta%a de arro1 !nte&ra "o1!do "om er%as aromt!"as, 0rutas, "oa4ada eme s!%estre Ap?s a re0e!'(o, todos nos re"o4emos a nossos aposentosDe madru&ada, "ome'aram as 0ortes "4u%as, o que * mu!to raro no T!bete,

    pa$s se"o e r!doCom o "orrer do tempo 0omos aprendendo a&uns "ostumes dos amas,"o4endo endas e trad!'>es, &ra%ando suas estran4as ms!"as e pro"urandosempre "on4e"er a&o ma!s sobre a %!da dos amas, naquee on&$nquomoste!ro

    A d!s"!p!na re!&!osa pare"!a ser bastante se%era O d!a "ome'a%a @s quatro4oras da man4(, ta "omo na 5nd!a, que d!1em ser a 4ora santa de Bra4ma oCr!ador Apos as ora'>es mat!na!s, 0a1!am uma re0e!'(o 0ru&a @ base de "4"om bastante mante!&a de !aque e broas de "e%ada Em se&u!da !am

    traba4ar em d!%ersos setores O ser%!'o dom*st!"o era 0e!to ae&remente,po!s todos a"red!tam na sant!dade do traba4o manua, n(o e%!tando nen4umser%!'o, por ma!s 4um!de e despre1$%e que se)a D!%ersas %e1es %!mos, "omespanto, o abade R!mpo"4e na "o1!n4a preparando o #tsampa# "e%adatorrada "o1!da "om mante!&a e &ua, que * o a!mento pr!n"!pa dost!betanos Tamb*m "ostumam m!sturar "e%ada "om "4 quente A m!sturaera me!da %!&orosamente sobre o 0o&o brando, at* 0!"ar bem "remosaYunta%am depo!s sa e mante!&a de !aque O resutado * uma massa est!"aque pode ser enroada em boos de %r!as 0ormas de"orat!%as Soubemosque a&uns 0e!t!"e!ros "ostumam 0a1er "om esta massa as 0amosas #tormas#boos ou tortas %oadoras, que amedrontam e assombram os t!betanos

    A 4!st?r!a destas #tormas# est !&ada @ ma&!a ne&ra e * das ma!s "ur!osasT3m uma 0orma "=n!"a p!ram!da Consta que pr!me!ro os 0e!t!"e!ros 0a1emum r!to espe"!a, "4amando os deuses protetores D!1em que ma eesterm!nam a !n%o"a'(o, as #tormas# se an!mam "omo se t!%essem umdem=n!o dentro, "ome'am a %oar e, %!a)ando peo ar "omo pssarosma*0!"os, entram nas "asas das pessoas que os ma&os ne&ros queremen0e!t!'ar, "ausando &randes estra&os Zuando a&u*m tenta se&urar umadestas #tormas#, "a! o&o morto %$t!ma de um estran4o poder !n0erna

    Soubemos que no moste!ro de ar&ompa o ens!no monst!"o "ons!ste nosse&u!ntes estudosF2!oso0!a or!enta e meta0$s!"aR!tua, ma&!a e astroo&!aMed!"!na natura e o poder das er%asRe&ras monst!"as do ama$smoTra'ado dos "$r"uos m&!"os !X4os ou !!XorsO tra'ado destes "$r"uos m&!"os * "ur!oso e embra mu!to os tra'ados dospontos umband!stas do Bras! T!%emos a oportun!dade de %er a&uns,

    durante nossa estad!a em ar&ompa S(o uma esp*"!e de d!a&ramadesen4ados no "4(o ou no pape, bem "omo sobre meta, pedra ou made!raH uma &rande %ar!edade dees S(o desen4ados "om p?s "oor!dos,

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    embrando a pemba a0r!"ana, em d!%ersas "amadasP que perm!tem ass!m umdesen4o em ree%o A&uns t3m "er"a de tr3s metros de d!Jmetro No "entro,s(o "oo"adas ampar!nas de a1e!te, %eas e bande!roas de pape "oor!do"om !ns"r!'>es m&!"as Os amas e%am anos estudando as re&ras do!X4os ou !!Xors O menor erro no desen4o, nas "ores ou na d!spos!'(o

    do a"ess?r!o pode a"arretar maus resutados D!1em os amas que estes"$r"uos ou #pontos# m&!"os s(o "omo 0a"as de do!s &umesP 0erem e matamaquees que n(o sabem desen46os Cada %ar!edade de "$r"uo e!&e uma!n!"!a'(o d!0erente Se 0or tra'ado por uma pessoa n(o !n!"!ada, n(o temnen4um poderOs amas an!mam ma&!"amente estes "$r"uos e tamb*m as !ma&ens dossantos ou dem=n!os, antes de render64es "uto Este r!to "4ama6se #pranaprat!s4a# e tem por ob)et!%o transm!t!r 0u$dos ps$qu!"os que s(o absor%!dospea !ma&em Estes 0u$dos pare"em que d(o %!da @s !ma&ens Esta %!da se

    "onser%a enquanto 4ou%er um "uto d!r!o, tanto ao "$r"uo m&!"o "omo @esttua Ea se a!menta da "on"entra'(o menta daquee que prat!"ou o r!toSe 0atar este a!mento sut!, os 0u$dos morrem e o ob)eto %ota a ser mat*r!a!nerteConsta que estes r!tos s(o prat!"ados tanto peos +amas do C4ap*uerme4o "omo peos +amas do C4ap*u Amareo A 4!st?r!a destas duas"on&re&a'>es que 0ormam o "ero t!betano * mu!to "ur!osa e mere"e sertrans"r!taFEm *po"as bem remotas, o T!bete 0o! &o%ernado peos #Bon#, ou 0e!t!"e!rosMas, em .Q_, um santo +ama, "4amado Tson& apa, d!s"ordou das normasn!&romates dos 0e!t!"e!ros e empreendeu uma re0orma re!&!osa, pro!b!ndo ama&!a ne&ra e o "asamento dos mon&es 2ormaram6se ent(o do!s &ruposanta&=n!"osF os +amas do C4ap*u Amareo, se&u!dores de Tson& apa, e os+amas do C4ap*u erme4o, adeptos dos 0e!t!"e!ros Durante mu!tos anos4ou%e uma &rande uta, mas por 0!m %en"eram os +amas do C4ap*u

    Amareo, "4e0!ados por 7adma Samb4a%a, um dos ma!ores 4er?!s do T!beteMas, a!nda 4o)e s(o mu!tos os moste!ros da se!ta %erme4a espa4ados portodo o 7a$s das Ne%es Consta que no moste!ro de Em"4e 4 um ama doC4ap*u Amareo que * abade de mon&es da se!ta %erme4a, num

    mara%!4oso s!n"ret!smo Este 0ato n(o * raro no T!bete, ta%e1 porque osma&os bran"os dese)em dar uma "4an"e de ma!or sabedor!a aos ma&osne&rosNa %*spera de nossa part!da rumo ao "ora'(o do T!bete t!%emos uma"on%ersa mu!to !nteressante "om o abade R!mpo"4e do moste!ro dear&ompa onde est%amos 4ospedados Tendo a1! "omo !nt*rprete,tradu1!ndo as paa%ras do abade para o !n&3s, !nda&ue!F6 7or que os &randes !n!"!ados s(o sempre do seo mas"u!no6 N(o * "omum en"ontrarmos uma "r!atura que a"an'a a &rande !n!"!a'(o,

    enquanto 4ab!ta um "orpo 0em!n!no, embora 4a)a e"e'>es A mu4errepresenta a 0or'a unar ne&at!%a #K!n# da Nature1a Ea tem de1 #"4aX"ras#ou "entros de 0or'a ener&*t!"a sut!s e n(o tem o dom da "r!a'(o que est no

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    s3men mas"u!no Em t!betano "4amamos estes "entros de #X4oros#, rodasou "entros de 0or'a ener&*t!"a sut!6 Como s(o estes "entros de 0or'a 6 !nda&ue! mu!to !nteressada6 D!1em nossos %e4os sb!os que o "orpo 4umano tem sete "entrosps$qu!"os ou sut!s de &rande !mportJn"!a S(o %?rt!"es, ou rodas %!brat?r!as

    seme4antes a um ?tus 6 a 0or sa&rada de toda a 8s!a Correspondem aoCorpo Esp!r!tua dos peos ner%osos que 4 em todo ser 4umano Os ma!s"on4e"!dos s(o sete Mas e!stem outros "entros de 0or'a sut! ma&n*t!"a, s?"on4e"!dos nas atas etapas da !n!"!a'(o No 4omem s(o L 6 o nmeroper0e!to Na mu4er s(o .es seua!s Ser o !n$"!o de uma %!oenta 0ase de trans!'(o eprepara'(o, para uma 0orma de e%ou'(o b!o?&!"a esp!r!tua e mora, ma!see%ada De%emos, po!s, ser toerantes "om estes seres em estado detrans!'(o e%out!%a, "u)o nmero aumenta "ada %e1 ma!s no mundo6 %erdadeU 6 "on"orde! pensat!%amente

    O P$n/al M2gico do Rei Langd/arma

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    As m(os ma&ras e bon!tas do abade a"ar!"!a%am e%emente seu !ndo pun4at!betano 6 Zue s!&n!0!"a para o sen4or, este !ndo pun4a 6 !nda&ue! "ur!osaE na sua %o1 &ra%e e mansa o abade respondeuF6 Este #purb4a# 6 pun4a m&!"o 6 0o! ret!rado por meu Guru, o %ener%e+ama de +at"4en, das m(os de um 0e!t!"e!ro, "u)os antepassados roubaram6

    no do nosso ant!&o re! +an&d4arma Os ma&os ne&ros 4 mu!tos s*"uos,en0e!t!'aram este pun4a e, ent(o, ee passou a ser man!puado mentamente@ d!stJn"!a m d!a %oou peos ares e "ortou o pes"o'o do re! +an&d4arma,que od!a%a os 0e!t!"e!ros -./ Desde ent(o, todos que o to"a%am, morr!am,e"eto os 0e!t!"e!ros At* que um d!a o +ama de +at"4en, "om sua &randesabedor!a, %en"eu os 0e!t!"e!ros Apoderou6se do pun4a e ret!rou64e a 0or'ama*0!"a Zuando "ompete! m!n4a !n!"!a'(o, o mestre 0e16me presente destepun4a en"antado Guardo6o "omo um ta!sm( "ontra o ma6 E o +ama de +at"4en, %!%e a!nda 6 per&unte!

    6 S!m a!nda est %!%o, apesar de ter ma!s de quatro"entos anos 6 ComoEssa assombrosa enda de on&e%!dade * demas!adamente 0antst!"a paraser a"e!ta por um ra"!o"$n!o ?&!"oO abade sorr!u da m!n4a !n"redu!dade e prosse&u!uF6 Atra%*s de "ertos r!tos se"retos, os Gurus ou Mestres podem "onser%ar o"orpo 0$s!"o por tempo !nde0!n!do, at* "ompetarem a sua m!ss(o da terraNaquea *po"a 0!que! "ompetamente !n"r*dua, mas 4o)e, passados tantosanos e tantas eper!3n"!as no "ampo esp!r!tua, a"e!to as paa%ras do abade"omo %erdades !rre0ut%e!s6 Como eu &ostar!a de "on4e"er o +ama de +at"4enU 6 e"ame! "ur!osa6 Ma!s "edo do que espera, este en"ontro se dar 6 respondeu o abade6 Mas, onde podere! en"ontr6o6 Espere e %er 6 0o! a en!&mt!"a respostaE ass!m d!1endo, o abade e%antou6se, 0e1 uma e%e re%er3n"!a edesapare"eu atrs dos pesados reposte!ros "or de a'a0r(oNa man4( se&u!nte de!amos o moste!ro de ar&ompa e part!mos rumo @"!dade de Katun& Ca%a&amos durante 4oras peo %ae ama"ento, bordadode p!n4e!ros e rododentros !mos um bando de &a1eas e o&o depo!s

    deparamos "om o mara%!4oso !a&o #7adama67u&o6C4o# 6 ou a&o dos ?tusAs &randes 0o4as %erdes, de "aues on&os e es&u!os pa!ra%am a"!ma dasuper0$"!e, rea'ando o "oor!do sua%e das 0ores !mos d!%ersas %ar!edadesde ?tus bran"os, a1u6"aro, rosa e "armes!m6 Esta * a 0or sa&rada de toda a 8s!aU 6 murmurou Ma4!ma, "om um br!4ono%o nos &randes o4os ne&rosEra a pr!me!ra %e1 que %$amos ?tus "oor!dos, po!s s? "on4e"$amos o ?tusbran"o da 5nd!a e 0!"amos %erdade!ramente en"antados Os ?tus t!betanospare"em ma!ores e de um "oor!do ma!s !ntenso

    Ass!m que "4e&amos @s mar&ens do a&o, o +ama a1! desmontou ea)oe4ou6se d!ante das 0ores 7aramos tamb*m e 0!"amos esperandoOu%!mos o "Jnt!"o dos pssaros na mar&em oposta do a&o +o&o, ou%!mos

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    tamb*m os rou"os &rasn!dos de um "or%o 2!namente o +ama a1! er&ueu6se e %e!o para )unto de n?s6 7erdoem6me 6 d!sse ee 6 n?s, os t!betanos, %emos nas 0ores de ?tus arepresenta'(o s!mb?!"a da Suprema D!%!ndade Yu&ue! meu de%er saud6a,ta "omo mandam nossos ant!&os r!tos

    6 2o! bom pararmos aqu! 6 retru"ou o Dr essantra 6 ass!m pudemosadm!rar "amamente, esta bea pa!sa&em Na m!n4a ptr!a, a 5nd!a, o ?tus *tamb*m "ons!derado "omo embema do Cr!adorE %!rando6se para a esposa, essantra 0aouF 6 +embras, Ma4!ma, daqueaenda dos ?tus des"r!ta no !%ro #!%a 7urana#6 S!m, embro6me6 Como * esta enda 6 !nda&ue! "ur!osaE Ma4!ma 0aouF6 Conta6se que "erta %e1 a deusa Doma do T!bete, ped!u ao deus Bra4ma,

    que 4e "ontasse a or!&em da 0or de ?tus Zuando o deus !n, !a "r!ar omundo 6 d!sse Bra4ma 6 0e1 sur&!r nas &uas do R!o de 7rata da !a +"tea,um 0ormoso ?tus bran"o de "u)as p*taas eu nas"! Zuem sou eu De onde%!m 6 per&unte! at=n!"o Depo!s de pensar mu!to "4e&ue! @ "on"us(o deque o ?tus era meu pa! e m!n4a m(e Ent(o, reso%! des"er por um dos"aues at* a"an'a