Anderson, P. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. Trad.
Beatriz Sidou. 5. edio 1994; Ed. Brasilense So Paulo SP.
Fichamento do Livro: Passagens da Antiguidade ao Feudalismo
Aluna: Andria da Rocha Lopes
Curso: Bacharelado de Histria
Disciplina: Medieval I
Professora: Rejane Barreto Jardim
Ficha Bibliografia
Passagens da Antiguidade ao Feudalismo
Autor: Perry Anderson
1974
Traduo: Beatriz Sidou
5 edio, 1994
2 reimpresso, maro de 1998
Editora: Brasilense - SP
Perry Anderson no livro Passagens da Antiguidade ao Feudalismo,
discorre sobre a Antiguidade Clssica e os movimentos polticos e
sociais que ocorreram para est se transformar no sistema feudal,
caracterstica da Idade Mdia.
Abordando temas como a escravido, e a agricultura como principal
fonte de renda para o enriquecimento da polis, a dificuldade dos
meios de transportes terrestre, e a importncia da navegao para o
transporte na Antiguidade Clssica.
Anderson descreve a Antiguidade Clssica desde o surgimento da
Grcia e de sua ascenso, e do mundo romano at a queda de Roma.
Pontuando seu texto com as possveis causas da transio da
Antiguidade Clssica para o sistema feudal. Apontando as invases
rabes e germnicas e a crise na produo como a maior causa dessa
transio, que nasce da unio do modo de produo escravo da Antiguidade
com o sistema primitivo das tribos germnicas. Um modo de produo
onde o campons um servo ligado a terra que tem dever para com o
senhor feudal, que por sua vez um vassalo. Este com a ajuda da
Igreja atingindo seu apogeu nos sculos X, e seu deterioramento por
causa da crise na produo nos sculos XIV e XV, abrindo espao para o
Capitalismo.
As estruturas do mundo medieval A nova Europa no modo de produo
feudal e suas tipologias sociais com seus padres de
desenvolvimento. Por causa das fronteiras, onde em algumas regies
os romanos no adentraram, o sistema feudal demorou a comear. Sendo
que este nunca foi homogneo, pois ao mesmo tempo em que ele,
existia tambm escravos e os camponeses livres.
Prefcio
Antiguidade e feudalismo por um Lado e por outro absolutismo p.
7
Este ensaio explora o mundo social e poltico da Antiguidade
clssica, a natureza de sua transio ao mundo medieval e as
resultantes estruturas e evoluo do feudalismo na Europa p. 7
Primeira parte
1. Antiguidade Clssica
Para Anderson os historiadores delimitaram convencionalmente a
delimitao do leste e do ocidente Europeu, sendo traada uma linha no
continente que exclua a leste os eslavos das grandes naes do
ocidente definies essas usadas por Ranke (1924).
O autor ns trs um panorama da Europa geogrfica e humana, no
final da Antiguidade Clssica, em sua formao, sendo esta uma criao
da Idade Mdia inicial.
O imprio greco-romano teve um grande enfraquecimento com as
invases rabes, e inmeras crises polticas, esses no conseguiram
conter as investidas dos povos germnicos, o que levou a sua
queda.
Citaes
Era o ocidente sozinho que participava das migraes brbaras, das
cruzadas medievais e das conquistas coloniais modernas p.15
Pois todos os povos que ficavam fora da delimitao leste e do
ocidente da Europa, no apareciam na Histria como participantes
dessas migraes. Ex Eslavos.
mas a prpria distino e sua origem na idade das trevas permanecem
virtualmente inalteradas... sua aplicao comea com o surgimento do
feudalismo, na poca histrica em que o relacionamento clssico de
regies dentro do Imprio Romano o leste avanado e o Ocidente
atrasado p. 16
Discrio das diferenas de caracterizaes das regies, que levou ao
Feudalismo acontecer de modos diferentes em cada regio.
O fim da Antiguidade foi ento selado pelas conquistas rabes, que
dividiram o Mediterrneo. O Imprio se tornou Bizncio, um sistema
social e poltico distinto do resto do continente europeu. Era neste
novo espao, que emergia da idade das trevas, que a polaridade entre
Oriente e o Ocidente iria mudar de conotao p. 16
As invases rabes, que levaram ao fim o Imprio Romano.
A economia europeia na Idade Mdia no sentido em que este
adjetivo, emprestado da velha nomenclatura das cinco partes do
mundo, pode ser usado para designar uma realidade humana verdadeira
que do bloco latino e germnico, flanqueado por umas poucas ilhotas
cticas e franjas eslavas, gradualmente conquistou uma cultura comum
p. 16/17
A unio dos sistemas de produo escrava da antiguidade com o
sistema primitivo tribal resultou o Sistema Feudal
A formao da Europa e a germanizao do feudalismo tm sido
geralmente confinadas Histria da metade ocidental do continente p.
17
Esta tambm ocorreu em alguns lugares do Oriente, um pouco mais
tarde do que no ocidente. Ex. Rssia.
O modo de produo escravo
De acordo com o autor, a Antiguidade Clssica teve seu modo de
produo, em sua maioria de mo de obra escravo, com pouco
desenvolvimento tecnolgico, e grande explorao desse trabalho do
campo, para sustentar os excessos da polis.
Sendo descrita a exgua produo manual da antiguidade que ajudou
na passagem da Antiguidade para o feudalismo. E como deveria se
escolhido um bom escravo, entre os povos conquistados e a
importncia destes para a economia, tanto no seu auge, quanto no seu
declnio.
Citaes:
Em oposio ao carter cumulativo do advento do capitalismo, a
gnese do feudalismo na Europa derivou de um colapso catastrfico e
convergente de dois modos de produo distinto e anteriores p. 18
Uma referencia aos dois modos de produo os quais se estruturou o
modo de produo feudal.
os predecessores do modo feudal de produo foram naturalmente o
modo de produo escravo em decomposio, sobre cujos fundamentos todo
o enorme edifcio do Imprio Romano fora construdo outrora, e os
primitivos modos de produo distendidos e deformados dos invasores
germnicos, que sobreviveram a sua nova ptria p. 19
Afirmao sobre os dois modos de produo que formaram o
feudalismo.
preciso olhar para trs, para a matriz original de toda a
civilizao do mundo clssico. A Antiguidade greco-romana sempre
constituiu um universo centralizado em cidades. O esplendor e a
solidez da antiga polis helnica e da posterior Repblica romana p.
19
A importncia das cidades no Imprio Greco-Romano.
sua renda provinha do milho, do azeite e do vinho os trs grandes
produtos bsicos do Mundo Antigo p. 19
Principais produtos da economia do mundo Antigo.
A Antiguidade greco-romana era essencialmente mediterrnea em sua
mais profunda estrutura. O comercio interlocal que a reunia s podia
se fazer por gua: o transporte martimo era o nico meio vivel para
troca de mercadoria a mdia e longa distncias p. 20
na poca de Diocleciano era mais barato transportar trigo da
Espanha de um extremo ao outro do Mediterrneo por embarcaes do que
levar por 120 quilmetros por via terrestre p. 20
No acidental, portanto que a zona do Egeu Um labirinto de ilhas,
baas e promontrios tenha sido o primeiro bero da cidade-estado: que
Atenas, seu maior exemplo p. 20
quando a colonizao grega se espalhou pelo Oriente Prximo no
perodo helnico, o porto de Alexandria se tenha tornado a maior
cidade do Egito, a primeira capital martima em sua histria; e que
Roma, por sua vez, situada as margens do Tibre, se tenha tornado
uma metrpole costeira p. 20/21
O mar era o condutor do brilho duvidoso da Antiguidade. A
combinao especifica de cidade e campo que definia o mundo clssico
p.21.
Citaes que demonstram a importncia do transporte martimo na
Antiguidade e porque as cidades gregas ficavam perto da costa.
no ocorreu um enxame de invenes que impulsionasse a economia
antiga... a estagnao tcnica global da Antiguidade. p. 26
a tecnologia manual da Antiguidade era exgua e primitiva p.
26
o trabalho escravo em geral no era menos produtivo do que o
livre p. 27
O saque, o tributo e os escravos eram os objetos centrais do
engrandecimento, tanto meios como finalidades para a expanso
colonial p. 28
Trs grandes ciclos da expanso imperial podem ser traados na
Antiguidade Clssica... o ateniense, o macednico e o romano p.
28
Problemas que colaboraram com o colapso do sistema de produo
escravo.
A Grcia
Segundo o autor as cidades-estados helnicas so anteriores a poca
clssica propriamente dita, na regio da Egeia, o autor nos mostra um
panorama do surgimento da Grcia arcaica depois do colapso da
civilizao micnica.
A cristalizao do modelo urbano da civilizao Clssica surgiu na
Grcia arcaica entre 800 a 500 a.C. onde nos meados do sc. VI j
existia 1500 cidades helnicas. O autor fala da explorao poltica e
territorial de Atenas e Esparta, do poder da frota martima de
Atenas. Das tiranias que foram instaladas, as rivalidades entre as
prprias cidades helnicas, e o poder alcanado por Atenas.
A democracia foi diferente na cidade de Esparta, e nas
dificuldades enfrentadas por Atenas referentes as cidadanias, j que
a cidadania ateniense era ampla em casa, mas impraticvel para
estrangeiros no atenienses.
Sendo o imprio Grego derrubado por Lisandro em terra. As cidades
gregas do sc. IV caem de exausto.
Citaes:
Foi na poca seguinte da Grcia Arcaica, de 800 a 500 a.C., que o
modelo urbano da civilizao clssica lentamente se cristalizou p.
29
A organizao social destas cidades ainda refletia muito do
passado tribal de onde havia emergido p. 30
os habitantes eram organizados pela ordem descendentes de
tamanho e incluso em tribos, fratrias e cls, sendo os cls
exclusivamente grupos aristocrticos e as fratrias talvez
originalmente sua freguesia popular p. 30
O surgimento da Polis e suas primeiras organizaes polticas.
A ruptura dessa ordem ocorreu no ltimo sculo da era arcaica, com
o advento dos tiranos (c. 650-510 a.C.). p. 30
A chegada de um sistema monetrio e a disseminao de uma economia
financeira foram acompanhadas por um rpido aumento na populao e no
comrcio da Grcia... a maior produtividade helnica das culturas do
vinho e das oliveiras p. 30
A presso combinada do descontentamento rural da base e das
fortunas recentes foraram a ruptura do estreito anel de domnio
aristocrtico da cidade p. 31
Os tiranos, em conflito com a nobreza tradicional, na realidade
bloquearam o monoplio da propriedade agrria, que era a principal
tendncia de seu poder irrestrito e que estava ameaando causar um
crescente perigo social na Grcia arcaica p. 31
Slon privou a nobreza de seu monoplio de cargos pela diviso da
populao de Atenas em quatro classes de renda p. 32
Os conflitos sociais com os cidados logo se renovaram e
agravaram, culminando com a tomada do poder pelo tirano Pisstrato
p. 32
Crises de ordem poltica e social, que levaram a tomada de poder
pelos tiranos, sendo Slon o primeiro.
Em seus termos mais amplos, a escravido era fundamental para a
civilizao grega, no sentido em que sua abolio e a substituio do
trabalho livre, se a algum houvesse ocorrido, teria deslocado toda
a sociedade p. 35
Importncia dos escravos.
O mundo helnico
De acordo com o autor ,derivado da periferia setentrional rural
da civilizao grega, o segundo maior ciclo de conquista colonial,
surgiu de uma monarquia tribal - o Imprio Macednio. Onde a maioria
da populao era de camponeses livres e havia pouca escravido, sua
realeza era hereditria e toda terra era propriedade do monarca. Seu
mpeto levou-o a conquista de todo Oriente Prximo sob o comando de
Alexandre.
Esse Imprio Macednio que partiu de Gaugamela do Adritico ao
Oceano ndico, no sobreviveu ao prprio Alexandre. Foi dividido em
quatro zonas por disputas internas: Mesopotmia, Egito, sia Menor e
a Grcia.
Citaes:
as conquistas de Alexandre no eram acompanhadas pela escravido
em massa p. 47
Explicao pelo pouco aumento dos escravos durante as conquistas
de Alexandre.
Os governantes helnicos herdaram a poderosa tradio autocrtica
das civilizaes ribeirinhas do Oriente Prximo p. 48
Poder pessoal ilimitado que tinham os monarcas.
O modelo administrativo dos novos estados reais revelou um
desenvolvimento similar uma estrutura fundamentalmente oriental
refinada pelos aperfeioamentos gregos p. 48
Modo de governo no mundo helnico.
Alexandria, que se tornou a nova capital martima do Egito lgida,
e, dentro de umas poucas geraes, a maior e mais florescente cidade
grega do Mundo Antigo p. 49
Importncia de Alexandria.
o museu de Alexandria foi o pai da maior parte das poucas
inovaes significativas do mundo clssico p. 50
Tecnologia na Antiguidade.
Do ano 200 a.C. em diante, o poder imperial romano avanou custa
deles, e pela metade do sculo II, suas legies haviam esmagado todas
as barreiras perigosas de resistncia no Oriente p. 50
Tomada do mundo helnico pelos romanos.
Roma
Para o autor, a Itlia se tornou o centro de gravidade do Mundo
Antigo com a expanso imperial urbana com a ascenso de Roma. A
Repblica romana conservou seu poder poltico aristocrtico na sua
fase clssica, sendo que a monarquia arcaica era de nobres,
comparada ao modelo helnico. Roma jamais conheceu o advento dos
tiranos em sua sociedade.
A estrutura social romana reduziu o campesinato livre mais pobre
escravido, por dbito se apropriando de suas terras.
A inovao da expanso romana era econmica, com o latifndio escravo
com grande produo na Antiguidade. Sendo que seu militarismo era sua
alavanca para acumulao, a guerra trazia terras, tributos e
escravos, que por sua vez forneciam o aparato para guerra.
A escravido no Imprio romano foi alavanca para seu apogeu e
tambm para sua queda.
A crise no sistema de produo escravo, disputas polticas internas
e as presses nas fronteiras levaram o Imprio Romano ao colapso.
Citaes:
a nova instituio rural do latifundium escravo extensivo. A
mo-de-obra para as enormes exploraes que emergiro do sculo III a.C.
em diante era abastecida pela espetacular series de campanhas que
deu a Roma o poder sobre o mundo mediterrneo: as guerras Pnicas,
Macednia, e contra Jugurta, Mitrdates e a Glia, que despejaram
cativos militares na Itlia p. 58
O poder romano, que trs consigo mais escravos de guerra para
produzir mais.
O militarismo predatrio da Repblica Romana era sua principal
alavanca de acumulao econmica. A guerra trazia terras, tributos e
escravos; os escravos, os tributos e as terras forneciam o aparato
para a guerra p. 60
Importncia das guerras para o mundo romano.
A Espanha e a Glia junto com a Itlia permaneceram as provncias
romanas mais profundamente marcadas pela escravido at o final do
Imprio p. 61
Os escravos era a principal mo-de-obra, no Imprio Romano.
as presses da base produtiva sobre a qual repousava. Ao contrrio
da economia feudal que o seguiu, o modo de produo escravo da
Antiguidade no tinha um mecanismo interno natural de
auto-reproduo...o suprimento de escravos dependia muito das
conquistas estrangeiras, j que os prisioneiros de guerra
provavelmente sempre haviam proporcionado a principal fonte de
trabalho servil na Antiguidade p. 73
A diminuio dos escravos pela estagnao das fronteiras no Imprio
Romano foi um dos processos que o levou a sua queda.
O uso permanente e direto do trabalho escravo pelo estado romano
uma caracterstica estrutural que durou at o Imprio Bizantino foi um
dos pilares centrais da economia poltica do final da Antiguidade p.
79
Importncia dos escravos para o Estado romano.
Nos caticos cinquenta anos entre 235 e 284 houve nada menos que
20 imperadores, 18 dos quais tiveram morte violenta, um esteve
cativo no exterior e outro foi vitima da peste tudo isso,
expressivas demonstraes dos tempos. As guerras civis e as usurpaes
eram ininterruptas, de Mximo Trcio a Diocleciano p. 80
Crises internas.
Os Francos e outras tribos germnicas assaltavam a Glia
repetidamente, saqueando tudo em seu caminho ate a Espanha; os
alamanos e jutngidas entraram pela Itlia, os carpos pela Dcia e
pela Mssia; os hrulos aniquilaram a Trcia e a Grcia; os godos
cruzaram o mar para pilhar a sia Menor; os persas sassnidas
ocuparam a Cilcia, a Capadocia e a Sria; Palmira foi separada do
Egito; os nmades mouros e blmios fustigaram a frica do Norte.
Atenas, Antioquia e Alexandria caram em mos inimigas em diferentes
momentos; Paris e Tarragona foram incendiadas; a propia Roma teve
de ser fortificada novamente p.81
Invases das tribos germnicas.
Sob intensa presso externa e interna, durante cinquenta anos
entre 235 e 284 a sociedade romana pareceu entrar em colapso p.
81
Problemas que causaram o fim do Imprio Romano.
O cristianismo havia nascido no Oriente e se espalhara
firmemente por toda esta regio durante o sculo III, enquanto o
Ocidente, em comparao permanecia relativamente imune p. 84
Difuso da Igreja Crist no Oriente, onde no Sculo III esta se
tornou religio oficial do Imprio Romano.
do colonus o rendeiro campons dependente, amarrado propriedade
de seu senhor, pagando-lhe aluguis em bens ou em dinheiro por seu
lote ou trabalhando em seu cultivo em base de meao (os trabalhos
remunerados propriamente ditos no eram comuns). Os coloni
geralmente retinham a metade do que produzia o lote p.90
Surgimento do colonato modo de produo agrcola que substitui o
escravo, mas a escravido no desapareceu por completo.
a escravido e o colonato ambos sendo os sistemas inicial e final
do Ocidente agrcola p. 99
Sistemas de produo agrcola romana.
A polarizao social do Ocidente terminou, assim, em um duplo
final sombrio, com o Imprio fendido de alto a baixo por foras
externas aplicassem o golpe de misericrdia p. 99
Final do Imprio Romano.
2. A transio
O cenrio germnico
Os brbaros Germnicos, de acordo com o autor, viviam em tribos
que mantinham um sistema de produo comunal primitivo, os lideres
determinavam uma parte do solo para cultivo e o dividiam e
distribuam em pores para serem cultivadas pelos cls. Os rebanhos
eram propriedades particulares dos guerreiros liderantes. Esse
cenrio mudou com o contato dessas tribos com os romanos.
Citaes:
No havia chefes em tempos de paz que tivessem autoridade sobre
todo um povo: os chefes militares excepcionais eram eleitos em
tempo de guerra. Muitos dos cls eram matrilineares p. 103
Formao poltica e social das tribos germnicas at esta entrarem em
contato com os romanos.
Pela poca de Tcito, a terra deixara se ser distribuda pelos cls
e era distribuda diretamente aos indivduos, ao passo que a
frequncias das redistribuies diminua. O cultivo ainda se deslocava
muitas vezes, por entre terrenos florestais desocupados, de maneira
que as tribos no tinham uma fixao territorial muito grande: o
sistema agrrio encorajava as guerras sazonais e permitia as migraes
em grande escala p. 104
Mudanas que o contato com os romanos acarretaram.
A diplomacia romana ativamente inflamava estas disputas mortais,
com subvenes e alianas, de maneira a neutralizar as presses brbaras
nas fronteiras e a cristalizar um estrato de dirigentes
aristocrticos desejosos de cooperar com Roma p. 105
Os romanos tentavam proteger suas fronteiras formando alianas
com as tribos germanas.
por meio de trocas comerciais e da interveno diplomtica, a
presso romana acelerou a diferenciao social e a desintegrao dos
modos de produo comunitrios nas florestas germnicas p. 105
Modificaes nas estruturas polticas germanas.
pela imitao e interveno, iriam tornar-se acumulativas: o perigo
vindo das fronteiras germnicas crescia enquanto a civilizao romana
gradualmente as alterava p. 106
Problemas nas fronteiras.
A longa simbiose das formaes sociais romana e germnica nas
regies de fronteirias gradualmente estreitara a brecha entre ambas,
embora ainda continuasse uma fenda enorme na maioria dos aspectos.
De sua coliso e fuso final e cataclsmica iria surgir finalmente o
feudalismo p. 107
O surgimento de feudalismo.
As Invases
Segundo o autor, o imprio Ocidental foi assolado por invases
germnicas, em dois modelos diferentes. Em 406, atravs do Reno
gelado por suevos, vndalos e alamanos. Em 410 Roma foi saqueada
pelos visigodos. Os vndalos tomam Cartago.
O estado brbaro se instala em terras antes romanas, por volta de
480. O que marca o comeo da Idade Mdia.
Citaes:
Na primeira metade do sculo V a ordem imperial foi dissipada
pelo influxo dos brbaros por todo Ocidente p. 109
Fim do Imprio Romano.
Eles adotaram unanimemente o arianismo, em vez da ortodoxia
crist, e assim asseguraram uma identidade religiosa separada dentro
do universo comum da cristandade. A consequncia foi uma Igreja
Germnica, paralela Igreja Romana, em todos os reinos brbaros
iniciais p. 114
os ostrogodos na Itlia e os visigodos na Espanha chegaram a opor
obstculos jurdicos adoo de seu credo ariano pelos romanos, para
Garantir a separao entre as duas populaes p 114
A converso das tribos germnicas na Igreja Ariana, fundada por
rio, foi considerada uma heresia pelo cristianismo.
Mas esta claro que na Inglaterra, na Frana, e na Itlia um
campesinato livre foi inicialmente um dos elementos de migraes
anglo-saxes, franca e lombardas p. 119
Modo de produo germano.
Nem a simples justaposio nem a mescla rudimentar poderiam
libertar um novo modo de produo geral, capaz de ultrapassar o
impasse da escravido e do colonato, e, com isso, uma nova e
internamente coerente ordem social. Em outras palavras. Em outras
palavras, s uma genuna sntese poderia realizar isso. Uns poucos
sinais premonitrios isolados pressagiavam o advento de um tal
resultado definitivo. O mais notvel foi o surgimento, j evidente no
sculo VI, de sistemas antroponmicos e toponmicos complementares
novos p. 122
Comea surgir os resultados do convvio das duas culturas juntas,
germana e romana. Combinando em unidades estranhas a ambos, nas
fronteiras da Glia e da Germnia, elementos lingusticos.
Em busca de uma sntese
Para o autor a sntese histrica, foi a coliso dos modos de produo
primitivo e Antigo, que originou o surgimento do feudalismo em toda
a Europa medieval. Que foi uma fuso dos legados romano e
germnico.
Citaes:
A vassalagem assim pode ter tido suas principais razes tanto no
comitatus germnico quanto na clientela galo-romana p.125
Dois sistemas que existiram na margem do Reno que contriburam
para o surgimento da vassalagem.
o legado romano de uma lei codificada e escrita foi tambm
importncia central para a sntese jurdica especfica da Idade Mdia; a
herana conciliar da Igreja Crist clssica foi tambm sem dvida
decisiva para o desenvolvimento do sistema de propriedade p. 126
Entretanto , uma nica instituio abarcou toda transio da Antiguidade
Idade Mdia em continuidade essencial: a Igreja Crist. Ela foi
realmente o principal e frgil aqueduto sobre o qual passavam agora
as resevas culturais do Mundo Clssico ao novo universo da Europa
feudal, onde a escrita se torna clerical p. 126
A importncia da Igreja Crist na transio da Antiguidade ao
Feudalismo e dessa na preservao da cultura do Mundo Antigo.
No final da Antiguidade, a Igreja Crist, como j vimos,
contribuiu indubitavelmente para o enfraquecimento dos poderes de
resistncia do sistema romano imperial....O vasto aparato clerical
que ela desovou no ltimo Imprio foi uma das principais razes da
sobrecarga parastica que exauriu a economia e a sociedade romana p.
127
A igreja Crist contribuiu muito para o fim do Imprio Romano.
A prpria lngua do governo e das letras era monoplio de uma
pequena elite. A ascenso da Igreja Crist foi o primeiro que
assinalou uma subverso e alterao deste padro p. 128
A escrita passou a ser domnio em sua maioria do clrigo ou de
poucos pertencentes a elite.
Os Padres da Igreja, de Paulo a Jernimo, tambm aceitavam de modo
unanime a escravido, apenas aconselhando os escravos a serem
obedientes a seus senhores, e os senhores a serem justos com seus
escravos p. 128
A Igreja no era contra a escravido, como modo de produo.
Nas ordens monsticas do Ocidente o trabalho manual e o
intelectual estavam unidos providencialmente a servio de Deus. O
pesado trabalho agrcola adquiria a dignidade do culto divino, e era
desempenhado por monges letrados: laborare estorare. Com isso caa
uma das barreiras inveno tcnica e ao progresso p. 129
O trabalho, nas ordens monsticas do oriente, no sculo VI
reformulado por Benedito de Nrcia, e alguns monges letrados
desenvolviam a agricultura.
com a cristianizao do Imprio, os bispos e o clero das provncias
ocidentais, assumindo a converso da massa da populao rural,
latinizaram permanentemente sua fala durante os sculos IV e V. As
lnguas romanas foram o efeito desta popularizao, um dos elos
sociais mais essenciais de continuidade entre a Antiguidade e a
Idade Mdia p. 130/131
O latim passa a ser a lngua oficial do cristianismo.
a monarquia carolngia. Com o Estado Carolngio, comea a histria
do feudalismo propriamente dito. Este esforo de recriar o sistema
imperial do velho Mundo Antigo, na verdade, por uma inverso
caracterstica, inclua e ocultava o involuntrio assentamento das
fundaes do novo. Na era carolngia foram dados os passos decisivos
para a formao do feudalismo p. 131/132
O fim do estado carolngio, com suas crises polticas e sociais
foi o cataclismo que junto com as invases germanas levaram ao
sistema feudal.
Foi nas ultimas dcadas do sculo IX, quando bandos de vikings e
magiares assolavam o continente na Europa Ocidental, que o termo
feudum (feudo) entrou em uso. Foi ento tambm que toda a Frana,
particularmente, ficou cheia de castelos e fortificaes privados,
erigidos por senhores rurais sem nenhuma permisso imperial, para
resistir aos novos ataques brbaros e consolidar o seu poder local
p. 136/137
Comeam a surgir o estilo de propriedades que mais tarde se
tornariam os feudos.
O enraizamento dos condes e dos senhores locais nas provncias,
atravs do nascente sistema feudal, a consolidao de suas
propriedades senhoriais e a suserania sobre o campesinato provaram
ser a pedra fundamental do feudalismo, que lentamente foi
solidificando por toda a Europa nos prximos duzentos anos p.
137
Inicio do feudalismo.
Segunda Parte
1. Europa Ocidental
O modo de produo feudal
Para o autor na Europa Ocidental o modo de produo feudal era uma
unidade complexa, foi regido pela terra e por uma economia natural,
onde o campons estava ligado ao solo. Este era um servo que tinha
juridicamente mobilidade restrita. Eram os senhores feudais que
controlavam as propriedades agrcolas, que extraiam os excedentes
dos camponeses por uma poltica legal de coao.
Citaes
O campons estava sujeito jurisdio de seu senhor. Ao mesmo tempo,
os direitos de proprietrios do senhor sobre sua terra geralmente
eram apenas de grau: o senhor era investido neles por um nobre (ou
nobres) superior, a quem passaria a dever servios de cavaleiros o
fornecimento de um efetivo militar em tempo de guerra. Em outras
palavras, suas propriedades eram mantidas como um feudo. O senhor
feudal, por seu lado, muitas vezes seria vassalo de um outro senhor
feudal superior, e a cadeia de tais posses dependentes se
estenderia at o cume do sistema na maioria dos casos, um monarca p.
144
Organizao da classes sociais no feudalismo.
O monarca, em outras palavras, era um suserano feudal de seus
vassalos, aos quais estava ligado por laos de feudalismo, e no um
soberano supremo colocado acima de seus sditos. Seus recursos
econmicos provinham quase exclusivamente dos seus domnios pessoas
enquanto senhor, enquanto aos seus vassalos pedia contribuies de
natureza essencialmente militar p. 147
Posio que o monarca ocupava na sociedade.
Tipologia das formaes sociais
De acordo com o autor o modo de produo feudal jamais existiu em
um estado puro em lugar nenhum da Europa, coexistiram junto com o
feudalismo, os camponeses livres e tambm os escravos. A gnese do
feudalismo na Europa Ocidental foi formada pela dissoluo dos modos
primitivo e escravo. Esta sntese produziu uma tipologia variada de
formaes sociais.
Citaes:
a regio central do feudalismo europeu foi aquela onde ocorreu
uma sntese equilibrada de elementos romanos e germnicos:
essencialmente, o norte da Frana e zonas contguas, a terra do
Imprio Carolngio. Ao sul dessa rea, na Provena, na Itlia ou na
Espanha a dissoluo e a recombinao dos modos de produo brbaro e
Antigo ocorriam sob o legado dominante da Antiguidade. Ao norte e
leste, na Germnia , Escandinvia e Inglaterra onde o governo romano
jamais penetrara ou apenas enraizara superficialmente, houve, ao
contrario, uma lenta transio do feudalismo, sob a dominncia nativa
da herana Brbara p. 150/151
Tipologias diferentes de formaes feudais, por regio.
A sociedade feudal sempre foi muito heterognea da Idade das
Trevas, combinando feudos, pequenos camponeses livres, latifndios e
propriedades urbanas em diferentes regies p. 161.
Diversas tipologias sociais durante o feudalismo.
Portugal, na borda mais avanada da Pennsula Ibrica no Atlntico,
foi a ltima monarquia feudal importante a surgir na Europa
Ocidental. A regio noroeste da Hispnia romana recebera os suevos p.
166
Diferenciao de pocas de feudalizao
O extremo Norte
Para o autor a estrutura social viking foi um determinante
histrico da especificidade da formao social da Escandinava, que
isolou toda a regio do resto do continente, que naturalmente j
ficava a margem do mundo romano.
Citaes:
As relaes sociais escandinavas foram as ultimas na Europa a
fazer uso disseminado e normal do trabalho escravo p. 171
Diferenciaes sociais.
A relao de foras entre o Norte remoto e o restante da Europa
Ocidental doravante invertia-se: de agora em diante o feudalismo
ocidental devia exercer uma presso lenta e constante sobre a
Escandinvia, e gradualmente iria alterar seu prprio modelo p.
173
Presses externas sobre a Escandinvia. Sc.XII - XIII
Contudo, o feudalismo escandinavo jamais foi completado por
causa de seu incio tardio. Mostrou-se incapaz de suprimir
inteiramente as poderosas instituies e tradies rurais de um
campesinato independente, cujos direitos populares e assembleias de
agricultores ainda tinham viva memria no campo p. 174
Diferena de tempo na formao feudal por regio.
foi a Sucia que representou o exemplo mais puro do tipo geral de
formaes sociais escandinavas na poca do final da Idade Mdia...Foi o
ultimo pas a manter a escravido, que realmente persistiu at o incio
do sculo XIV p. 175
Diferenas de formao no modo de produo.
A dinmica feudal
Segundo o autor no sculo X na Europa Ocidental surgiu o
Feudalismo, expandindo-se no sculo XI e tendo alcanado seu auge no
final do sculo XII e no sculo XIII. Este registrava um enorme avano
dando um grande salto na produo agrcola, produzindo um excedente
agrcola.
Citaes:
As inovaes tcnicas que eram os instrumentos materiais deste
aumento foram basicamente o arado de ferro para lavrar, os arreios
firmes para trao equina, o moinho de gua para a fora mecnica, o
adubo calcrio para a melhoria do solo e o sistema de trs campos
para a rotao de semeaduras p. 178
Tecnologias do modo de produo feudal que consequentemente
aumentaram essa produo.
O resultado palpvel dessas presses dinmicas inerentes a economia
feudal ocidental foi aumentar de maneira muito considervel a produo
total p. 184
Presses que levaram ao aumento na produo.
no era por acidente que seus dois centros regionais, na Europa
do norte e do sul, estavam prximos a orla martima. A primeira
condio para a ascenso das cidades italianas foi o estabelecimento
de sua supremacia naval no Mediterrneo p. 188
Importncia martima para desenvolvimento da regio da Itlia.
A crise geral
Para o autor a produo cai em terras marginais, por causa de
problemas de recuperao de solo e a populao continuou a crescer.
Pois a pressa e o mau uso empobreceram o solo. O aumento de reas
cultivadas afetava a criao de animais, pois a quantidade de pasto
para estes diminua. Nos anos 1315-1316 foram anos de fome na Europa
devido a problemas na colheita. Isso provocou crises polticas e
sociais, que foram agravadas pela invaso Peste Negra vinda da sia
em 1348. Esses fatores levaram ao colapso o sistema feudal.
Nascendo assim o Capitalismo.
Citaes:
um emperramento dos mecanismos de reproduo do sistema at o ponto
das suas capacitaes bsicas. Em particular, parece claro que o motor
bsico da recuperao do solos, que impulsionara toda a economia
feudal por trs sculos, acabou ultrapassando os limites objetivos da
estrutura social e das terras disponveis p. 191
Problemas na tecnologia de recuperao de solo.
o abastecimento de esterco para a prpria terra arvel. Assim o
progresso da agricultura medieval incorria agora em suas prprias
perdas p. 192
A diminuio de pasto para a criao de animais, levou a ter uma
diminuio nestes, que causou por sua vez a escassez de esterco para
adubar o solo.
Contra o pano de fundo deste equilbrio ecolgico precrio e
crescente, a expanso demogrfica podia descontar na superlotao o
primeiro golpe de azar das colheitas p. 193
Golpes que levaram a anos de fome na Europa. 1315-1316
Mas o meio bsico para troca de bens sem dvida fora apanhado pela
crise: das primeiras dcadas do sculo XIV em diante houve uma
escassez insidiosa de dinheiro que inevitavelmente afetou as
operaes bancrias e o comercio p. 193
Problemas em todos os setores, tanto de produo, quanto
econmico.
Para completar o panorama desolador, esta crise estrutural era
determinada por mais uma catstrofe conjuntural: a invaso da Peste
Negra, vinda da sia em 1348. Este foi um acontecimento externo
Histria da Europa p. 194/195
A Peste Negra dizimou a populao da Europa em um quarto dos
habitantes do continente.
Longe de a crise geral do modo de produo feudal piorar a condio
dos produtores diretos no campo, ela terminou at melhorando tal
condio e emancipando-os. Na verdade, ela mostrou ser o ponto
decisivo na dissoluo da servido no Ocidente p. 198
A crise levou ao fim a servido no sistema feudal.
A localizao geogrfica das grandes revoltas camponesas do final
da Idade Mdia no Ocidente conta sua prpria histria. Em cada caso,
elas ocorriam em zonas de poderosos centros urbanos, que agiam
objetivamente como um fermento para estes levantes populares p.
198
Crises e revoltas internas que enfraqueceram o sistema
feudal.
2. Europa Oriental
A leste do Elba
Para o autor as formaes sociais deferentes que ocorreram nas
vastas regies a leste do feudalismo europeu foi caracterizada pela
ausncia de uma sntese ocidental especifica entre o modo de produo
tribal e comunal em desintegrao.
Para nossos objetivos, a caracterstica mais fundamental de toda
a zona plana, estendendo-se do Elba ao Don, pode ser definida como
ausncia permanente daquela sntese ocidental especifica entre o modo
de produo tribal e comunal em desintegrao, baseado em uma
agricultura primitiva e dominado por aristocracia guerreiras
rudimentares, e um modo de produo escravo em dissoluo, com uma
civilizao urbana extensiva, baseada na troca de mercadorias e em um
sistema de Estado Imperial p. 205
Diferenas sociais, que levaram o feudalismo ser diferenciado em
algumas regies.
O interior oriental jamais se integrou ao sistema imperial
romano. Sequer chegou a manter os contatos militares e econmicos
que a Germnia sempre reteve com o Imprio Embora ficasse mais longe.
As influncias diplomticas, comerciais e culturais romanas,
permaneceram intensas na Germnia depois da evacuao das legies, e o
conhecimento que os romanos tinham da regio era ntimo e correto p.
206
Trocas de conhecimento entre os romanos e germanos: Diplomticas,
militares, comerciais e culturais.
No havia tal relacionamento entre o Imprio e os territrios
brbaros do Leste. Tcito, que era admiravelmente bem informado sobre
a etnografia e a estrutura social germnica, no tinha noo alguma dos
povos que viviam mais alm. Este espao mais a Leste era mtico e
vazio p. 206
Desconhecimento dos romanos para com os povos que viviam a Leste
da Germnia.
Houve efetivamente uma mudana geral das populaes germnicas para
o ocidente e o sul, abrindo terreno para o avano de outro grupo
tnico de povos tribais e agrcolas atrs deles. Os eslavos
provavelmente se originaram na regio do Dnieper-Pripet-Bug, e
comearam a expandir-se para o vazio no leste deixado pelos
germnicos nos sculos V e VI p. 207
Ondas migratrias que foram povoando a regio.
Em outras palavras, a evoluo dos povos eslavos no Leste foi mais
ou menos uma reproduo fiel da evoluo dos povos germnicos que Oe
precederam, antes de irromperem pelo Imprio Romano e assimilaram a
sua civilizao muito mais avanada, numa dissoluo catastrfica de seus
respectivos modos de produo anteriores. Estes hesitantes
desenvolvimento sem auxilio indica a importncia indescritvel da
Antiguidade na formao do feudalismo ocidental p. 208
Importncia da Antiguidade e sua cultura mais desenvolvida nas
trocas culturais que levaram ao Feudalismo.
O atraso nmade
Segundo o autor As invases nmades que vinham da sia Central,
varriam a Europa desde o principio da Idade Mdia e chegavam at os
limites do Ocidente e influenciaram a Histria da Europa
Oriental.
Citaes:
O primeiro e mais famoso destes choques foi o sombrio ataque dos
hunos, que precipitou a queda do Imprio Romano no sculo V p.
210
Primeiro ataque das tribos nmades ao Imprio Romano.
O modelo e a frequncia destas invases fizeram delas uma das
coordenadas bsicas da formao da Europa Oriental. Se muito da
histria dessa regio pode ser definido em primeira instncia pela
ausncia da Antiguidade Clssica, ela est diferenciada da Histria da
Europa Ocidental em segunda instncia pela presso do nomadismo
pastoril p. 210
Duas diferenas da Europa Oriental da Ocidental.
J o inicio da histria do feudalismo oriental em muitos aspectos
o da ausncia total desta sntese entre sociedades agrcolas
estabelecidas e sociedades pastoris predatrias modos de produo dos
campos e das estepes p. 210
A diferena do feudalismo na Europa Oriental que nesta no houve
trocas culturais entre as tribos nmades e a sociedade clssica.
O nomadismo pastoril representa um modo de produo distinto, com
sua dinmica, limites e contradies prprios, que no deve ser
confundido com tribal ou com agricultura feudal. Historicamente ele
dominou os limites asiticos da Europa durante toda a Idade Mdia p.
211
em que ele representou em muitos aspectos uma explorao muito
mais especializada e experiente do mundo natural do que a
agricultura feudal p. 211
As formaes sociais nmades eram
definidas pelo carter mvel de seus meios bsicos de produo: eram
os rebanhos p. 211
O modo de produo das tribos nmades.
Assim organizadas, as sociedades nmades revelam notvel
habilidade na utilizao de seu meio ambiente inspito. O cl tpico
passava em revista sempre uma cuidadosa combinao variegada de
rebanhos, que inclua cavalos, gado bovino, camelos e ovelhas sendo
estas ltimas a principal forma social de riqueza p. 213
Tipos de rebanhos e formas de criao das tribos nmades.
At um certo ponto, o modo de produo nmade estava portanto
destinado estagnao p. 214
Falta de condies de crescer do meio de produo nmade.
O padro de desenvolvimento
De acordo com o autor, a ausncia de legado da Antiguidade
clssica no leste do Elba, no alterou a organizao social das tribos
e dos cls por muito tempo, mas aos poucos a diferenciao e a
estratificao social e poltica prosseguiram, com a consolidao da
dominao das aristocracias dos cls. Ao poder dos nobres estava
sujeito o campesinato. Surgiram prncipes e chefes que reuniram uma
escolta armada e formaram uma classe dirigente. Houve na Rssia,
Polnia e Bomia uma multiplicao de cidades modestas no sculos IX e
X.
Citaes:
o vocabulrio mesmo da prpria superestrutura de Estado derivam de
termos germanos, romanos e turanianos. O russo tsar imperador
emprestado do csar romano. O polons krol, eslavo do sul kral rei
tomado do epnimo do prprio Carlos Magno, Carolus Magnus p. 222
Variedades de formao do vocabulrio da superestrutura do Estado,
primeiro catalisador externo da formao das estruturas do Estado no
Oriente: o vocabulrio era quase todo emprestado do estrangeiro.
O trabalho profcuo de emissrios da Igreja vinda de fora catlica
ou ortodoxa era um componente essencial ao processo de formao do
Estado na Europa Oriental p. 223
A Igreja Crist foi o segundo catalisador externo da formao do
Estado na Europa Oriental.
Em todos estes casos, a adoo do cristianismo pelos prncipes era
seguida de uma cristianizao oficial de seus sditos: era um ato
inaugural de Estado p. 223
A importncia da Igreja na criao do Estado Oriental.
um grupo compacto de guardas e guerreiros leais deve ser
dispersado para se transformar em senhores feudais com propriedade
nas provncias, mantidos como feudos em vassalagem a seu monarca p.
224
Organizaes polticas.
Entretanto, se os governantes nrdicos de Kiev proporcionaram o
impulso poltico inicial e a experincia comercial para o primeiro
Estado russo, foi um contado diplomtico e cultural prximo, do outro
lado do Mar Negro onde estava Bizncio, o que mais contribuiu para a
relativa sofisticao superestrutural da Rssia de Kiev p. 226
Formao do Estado Russo de Kiev.
O trabalho missionrio na Polnia foi obra da Igreja Catlica, que
trouxe o latim, doravante lngua literria oficial do pas (indcio da
brusca mudana nos nveis sociais e cultural resultante do
aparecimento do Estado piast, contrastando com a anterior e mais
lenta evoluo da Bomia...) p. 230
Cristianismo como religio organizadora do primeiro Estado
unitrio polons.
A crise no Leste
Para o autor, no Leste, a crise do feudalismo comeou mais tarde
e foi mais reduzida, pois o colapso da produo e a recesso econmica
no teria repercusso no Oriente, pois ali a implantao de novas
tcnicas agcolas e organizao social eram recentes, em vista do
Ocidente.
Citaes:
Esta vitalidade poltica, entretanto, j no podia opor-se mudana
de clima econmico que atingiu a Europa Oriental, atrasada em relao
que havia no ocidente, mas visivelmente ligada a ela. A evidncia
deixa claro que pelo inicio do sculo XV havia uma depresso
sincronizada nos dois lados da Europa p. 238
Diferenas e sincronia nas mudanas polticas do Leste.
A depresso agrcola no Leste ainda teve uma consequncia fatal p.
242
Problemas que atingiram as principais cidades,
A condio prvia para a cruel transformao regressiva do campo que
aconteceu no Oriente foi, assim, a aniquilao da autonomia e da
vitalidade das cidades p. 244
Crise econmica do Oriente.
As novas cidades criadas na Rssia eram centros militares e
administrativos sob controle de prncipes desde o inicio. A orientao
poltica mais sistemtica antiurbana de todas foi adotada pela
pequena nobreza polonesa p. 245
Estruturas polticas das novas cidades Rssia.
Na verdade, o Oriente ainda tinha de passar por todo um ciclo
histrico de desenvolvimento servil, exatamente quando o Ocidente
esta saindo dele. Esta afinal a mais profunda razo por que as
consequncias econmicas da crise geral do feudalismo europeu seriam
diametralmente opostas nas duas regies: a atenuao das obrigaes e
definhamento da servido no Ocidente, a reao senhorial e a implantao
da servido no Leste p. 254
Diferenas da ordem de acontecimentos da crise no Ocidente e no
Oriente.
Ao sul do Danbio
No extremo sul da Europa Oriental, os Blcs no desenvolveram no
representou uma variante do feudalismo estvel no Oriente.
apesar da prolongada presena metropolitana do Estado sucessor de
Roma na regio. Bizncio manteve um Imprio burocrtico centralizado na
Europa Sudeste, com cidades maiores, permuta de bens e escravido,
durante setecentos anos depois da batalha de Adrianpolis p.255
Caractersticas de Bizncio.
A razo essencial por que foi o Imprio Ocidental que desmoronou
no sculo V, e no o Oriental, que foi ali que a agricultura escrava
extensiva encontrou seu habitat nativo, com as conquistas romanas
da Itlia, da Espanha e da Glia p. 256
Diferenas entre Imprio Ocidental e Oriental.
Assim, Bizncio sobreviveu, por toda a Idade das Trevas do
Ocidente, com um territrio diminudo mas com virtualmente toda a
panplia superestrutural da Antiguidade Clssica intacta p. 259
Bizncio manteve sua estrutura poltica e econmica durante a Idade
Mdia.
ndice onomstico p.283 290.
ndice de autores p 291 293
Perry Anderson:
Nasceu em 1938, na cidade de Londres, Inglaterra, um grande
historiador Ingls, formou na Universidade de Oxford, marxista.
Alguns de seus livros so:
Consideraes sobre o Marxismo Ocidental;
A Crise da Crise do Marxismo.