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Trabalho realizado por: Guilherme Rafael Tavares Ventura, nº 8, Turma B Disciplina: Português, 5º ano Professora: Dra. Eugénia Moura
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Fabulas Gui 5B

Jan 21, 2023

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Trabalho realizado por: Guilherme Rafael Tavares Ventura, nº 8, Turma B

Disciplina: Português, 5º ano

Professora: Dra. Eugénia Moura

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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE ALBERGARIA-A-VELHA

Guilherme Tavares A Fábula abril 2013 2

Índice

Introdução

Capítulo I A Fábula.

Capítulo II Fabulistas famosos.

Capítulo III Charles Perrault: biografia.

Capítulo IV Contos e Fábulas de Perrault.

Capítulo V As minhas escolhas:

i. O Conselho dos Ratos.

ii. A raposa e as uvas.

Conclusão

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O presente trabalho foi realizado a pedido da professora de português. Após termos estudado algumas

fábu las , a professora sugeriu que pesquisássemos sobre este assunto que não era totalmente desconhecido

para mim. Desde a minha infância que me habituei a ouvir contar histórias em que os animais falavam,

histórias que transmitiam lições sobre o bem e o mal. Pareceu-me um trabalho simples.

Recorrendo, em primeiro lugar à internet, realizei uma pesquisa global e fui recolhendo informação.

Depois fui buscar os meus livros infantis, retirei fábu las, e imagens que me pareceram úteis. Finalmente, em

manuais escolares, que tenho cá em casa, confirmei e acrescentei alguns detalhes.

O meu objetivo é explicar o que é uma fábu la, apresentar os escritores que se celebrizaram

como fabulistas e outros que lhe seguiram o modelo. Finalmente, tal como a professora pediu,

selecionei um autor para expor a sua biografia e as suas fábu las , optando depois por duas delas,

que me pareceram mais interessantes, para as transcrever e explicar a sua moralidade.

O autor que escolhi foi Charles Perrault, um escritor francês, conhecido como o pai da literatura infantil.

Muitas das suas obras são bastante conhecidas em Portugal, mas nem sempre sabemos quem as escreveu,

como é o caso do Capuchinho Vermelho ou o Gato das Botas. Escolhi este autor de entre outros mais

conhecidos, como Esopo, Fedro ou La Fontaine, primeiro porque queria ser original, depois porque um detalhe

da obra de Perrault chamou a minha atenção. Os seus contos infantis são marcados por alguma violência no

final. Os irmãos Grimm reescreveram muitos dos seus contos, tornando o seu desfecho mais suave. Por

exemplo, no conto “O Capuchinho Vermelho” de Perrault a protagonista termina na barriga do lobo. Os irmãos

Grimm vão reescrever a história e acrescentar o detalhe do lenhador que abre a barriga do lobo e salva a

Capuchinho e a sua avó. As suas fábulas , apesar de inspiradas nas de Esopo e la Fontaine, apresentam

também um toque pessoal.

Espero que gostem da minha escolha!

Introdução

“Convém que as crianças se alimentem de fábulas ao mesmo tempo que

sugam leite. (…) Não há outro meio de acostumar desde muito cedo à

sabedoria e á virtude. Em vez de sermos obrigados a corrigir os nossos

hábitos, melhor será conseguir torna-los bons enquanto são indiferentes

ao bem e ao mal. “

La Fontaine (séc. XVII)

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O termo fábula vem do latim- fari - falar e do grego - Phao - contar algo.

A fábula é uma narrativa breve e concentrada numa ação simples, cujas personagens são geralmente

animais que pensam, agem e sentem como seres humanos. O seu O comportamento é, geralmente, uma

caricatura do comportamento humano. Estas narrativas, de natureza simbólica, têm por objetivo transmitir

uma lição moral. Esta moralidade é intemporal, pois retrata o comportamento humano.

A exemplaridade desses textos espelha a moralidade social da época e o carácter pedagógico que

apresentam. É criado um modelo de comportamento em que o "certo" deve ser copiado e o "errado", evitado.

A importância dada à moralidade era tanta que os copistas da Idade Média escreviam as lições finais das

fábulas com letras vermelhas ou douradas para destacar.

A presença dos animais deve-se, sobretudo, ao convívio frequente entre homens e animais. O uso

constante da natureza e dos animais para representar a existência humana faz com que os leitores/ouvintes

compreendam melhor a lição de moral que é parte essencial do texto. Algumas associações entre animais e

características humanas, feitas pelas fábulas , mantiveram-se fixas em várias histórias e permanecem até os

dias de hoje.

leão - poder real

lobo - dominação do mais forte

raposa - astúcia e esperteza

cordeiro - ingenuidade

Assim, podemos dizer que a proposta principal da fábula , é a fusão de dois elementos: o lúdico e o

pedagógico. As histórias, ao mesmo tempo que distraem o leitor, apresentam as virtudes e os defeitos

humanos através de animais. Acreditava-se que a moral, para ser assimilada, precisava da alegria e distração

contida na história dos animais que possuem características humanas. Desta maneira, a aparência de

entretenimento camufla a proposta didática presente.

Capítulo I

A Fábula

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As fábulas , foram escritas em diversas épocas. Os fabulistas mais apreciados são Esopo (secs. VII-VI

a.C.), Fedro (séc. I d.C.) e Jean La Fontaine (séc. XVII).

Acredita-se que fábula tenha nascido no século XVIII a.C., na Suméria. Há registos de fábulas , egípcias e

hindus, mas atribui-se à Grécia a criação efetiva desse género narrativo. Nascido no Oriente, vai ser reinventado

no Ocidente por Esopo (Séc. VI a.C.) e aperfeiçoado, séculos mais tarde, pelo escravo romano Fedro (Séc. I a.C.)

que o enriqueceu estilisticamente, embora apenas no século X, as suas fábulas

começassem a ser conhecidas.

O primeiro grande criador de fábulas foi o grego Esopo, um escravo do século VI a.C.,

que se terá inspirado em narrativas de origem indiana e persa. Demétrio de Falero

escreveu sobre ele em 325 a.C., dizendo que ele teria sido um escravo libertado pelo seu

senhor devido à beleza de suas fábulas , geralmente protagonizadas por animais,

contudo com grandes lições humanas no final. Note-se que Esopo nunca registou nada

por escrito, pois era de um tempo da tradição oral.

Seguiu-se-lhe Fedro, poeta latino do século I d.C.. Fedro, quando se iniciou-se

na literatura, enriqueceu estilisticamente muitas fábulas , de Esopo, todas não escritas,

mas transmitidas oralmente, servindo de aprendizagem, fixação e memorização dos

valores morais do grupo social. Deste modo, Fedro, como introdutor da fábula na

literatura latina, redigia-as, normalmente sérias ou satíricas, tratando das injustiças, dos

males sociais e políticos, expressando as atitudes dos fortes e dos oprimidos.

Esopo: Quadro de

Diego Velasquez

Capítulo II

Fabulistas famosos

Fedro

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Ao francês Jean La Fontaine (1621/1692) coube o mérito de dar a forma definitiva à fábula, criando

e recriando em verso mais de duas centenas de fábulas que se tornaram célebres em todo o mundo. Apesar

de escrever originalmente para adultos, La Fontaine tem sido leitura obrigatória para crianças de todo mundo.

Podem-se citar algumas fábulas , imortalizadas por La Fontaine: "O lobo e o cordeiro", "A raposa e o

esquilo", "Animais enfermos da peste", "A corte do leão", "O leão e o rato", "O pastor e o rei", "O leão, o lobo e a

raposa", "A cigarra e a formiga", "O leão doente e a raposa", "A corte e o leão", "Os funerais da leoa", "A leiteira e

o pote de leite".

Para além destes, ao longo da história outros escritores de histórias infantis se celebrizaram na escrita

ou adaptação de fábulas. Entre eles encontram-se Charles Perrault, de que falarei a seguir, os irmãos Grimm

(Alemanha: 1785/1786), Hans Christian Andersen (Dinamarca: 1805-1875), Lewis Carrol (Inglaterra: 1832-

1898) entre outros.

O brasileiro Monteiro Lobato (1882-1948) dedicou um volume de sua produção literária para crianças

às fábulas , muitas delas adaptadas de La Fontaine. Dessa coletânea, destacam-se os seguintes textos: "A

cigarra e a formiga", "A coruja e a águia", "O lobo e o cordeiro", "A galinha dos ovos de ouro" e "A raposa e as

uvas". Tornou-se célebre com o seu livro Sítio do Pica-pau Amarelo.

Em Portugal, escritores como Sá de Miranda, Filinto Elísio, Bocage, Almeida Garrett e João de Deus recriaram

e traduziram as fábulas , dos três grandes mestres: Esopo, Fedro e La Fontaine.

Jean La Fontaine

Monteiro Lobato

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Charles Perrault foi o primeiro a dar acabamento literário a um certo tipo de literatura, que lhe conferiu

o título de Pai da Literatura Infantil. Muitas das suas histórias, ainda hoje, são editadas, traduzidas e distribuídas

em diversos meios de comunicação e adaptadas para várias formas de expressões, como o teatro, o cinema

e a televisão, tanto em formato de animação como de ação viva.

Este escritor francês nasceu a 12 de janeiro de 1628, juntamente com um irmão gémeo, François, em

Paris. Filho de Pierre Perrault e Paquette Le Clerc, oriundo de uma família burguesa abastada, deu início aos

seus estudos em 1637, no colégio de Beauvais, que viria a concluir aos quinze anos, tendo demonstrado um

certo talento para as línguas mortas. Em 1643 ingressou no curso de Direito e, em 1651, com apenas vinte e

três anos, conseguiu o seu diploma, tornando-se pois advogado. Dois anos mais tarde terminou o seu primeiro

livro, Les Murs de Troie (Os Muros de Troia) ou L'Origine du Burlesque (A origem do Burlesco) (1653).

Em 1654, tornou-se funcionário público junto do seu irmão mais velho Pierre, cobrador geral do reino e, depois

de ter publicado uma série de odes dedicadas ao rei, tornou-se assistente de Colbert, o famoso conselheiro de

Luís XIV, o rei Sol. Em 1665 passou a ser superintendente das obras públicas do reino e, dois anos mais tarde,

ordenou a construção do Observatório Real, de acordo com as plantas do seu irmão Claude.

Capítulo III

Charles Perrault: biografia

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No ano de 1671 foi eleito para a Academia Francesa, onde protagonizou uma disputa intelectual, a

Querela dos Antigos e Modernos. Os Antigos defendiam a antiguidade greco-romana, os Modernos, liderados

por Perrault, afirmavam que a literatura francesa em nada ficava a dever ao passado. No ano seguinte, não só

foi nomeado chanceler da Academia, como contraiu matrimónio com Marie Guichon. Em 1673 viu nascer a

sua primeira criança, uma filha, e tornou-se bibliotecário da mesma Academia. Em 1678, após dar à luz o seu

quarto filho, Marie Perrault morreu com menos de 30 anos. O escritor, desgostoso, cedeu, em 1680, o seu

cargo de superintendente ao filho de Colbert e passou a dedicar-se à educação dos seus filhos. Movido por

este desejo, começou a registar as histórias da tradição oral contadas, principalmente, pela mãe ao pé da

lareira.

Publicou a sua obra mais famosa em 1697, Contes de ma Mère l'Oye, ou Histoires du Temps Passé,

uma coletânea de contos de encantar, que incluíam A Bela Adormecida, O Gato das Botas e A Gata

Borralheira, e que passaria a ser conhecida apenas como Contos de Perrault.

Perdeu o seu filho mais novo na guerra em 1700. Faleceu aos 75 anos na noite de 15 para 16 de

maio de 1703, na sua residência em Paris.

.

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Contes de Ma Mère l'Oye é o nome em francês dos Contos da Mãe Gansa publicados em 1697. Trata-

se de uma compilação de contos populares que o autor foi recolhendo da tradição oral. A primeira edição, de

onze de janeiro de 1697, recebeu o nome de Histórias ou contos do tempo passado com moralidades, que

remete à famosa moral da história presente ao final de cada texto.

A coletânea era, inicialmente, composta por oito contos, mas posteriormente foram acrescentados

mais três. A figura da Mãe Gansa já demonstra a aproximação de Perrault com as narrativas populares. A Mãe

Gansa, numa ilustração da edição original, assemelha-se a uma velha fiandeira que conta histórias. Imortaliza-

se, assim, este símbolo no mundo literário.

Os oito contos iniciais são:

La Belle au Bois Dormant - A Bela Adormecida no Bosque.

Le Petit Chaperon Rouge – O Capuchinho Vermelho.

La Barbe-Bleue - O Barba Azul .

Le Maître Chat ou Le Chat Botté - O Gato de Botas

Les Fées - As Fadas.

Cendrillon ou La Petit Pantoufle de verre - A Gata Borralheira.

Riquet à la Houppe - Henrique, o topetudo.

Le Petit Poucet - O Pequeno Polegar.

Os três contos incluídos posteriormente na coletânea são:

A Pele de Asno.

Os Desejos Ridículos.

Grisélidis.

Na verdade, em metade desses contos não há fadas, assim chamá-los contos de fadas não seria o

melhor. Eles são contos maravilhosos, uma vez que aparecem elementos fora da realidade concreta, inclusive

as fadas (boas ou más). No conto Capuchinho Vermelho, o lobo personificado é o elemento maravilhoso; em

Barba Azul há a chave com a mancha de sangue que não pode ser lavada; em O Gato de Botas também há a

personificação do gato, além da presença do Ogre e suas transformações; enquanto em O Pequeno Polegar

existem as botas de sete léguas.

Capítulo IV

Contos e Fábulas de Perrault

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Com redação simples e fluente, as histórias eram adaptações literárias que traziam no final conceitos

morais em forma de verso. Essa perspetiva promove, desde a fase inicial, na chamada literatura infantil a

existência de um conteúdo pedagógico associado ao lúdico.

Tal como se pode ver, alguns destes contos partilham de características das fábulas , nomeadamente,

os animais que pensam e agem como humanos e a moralidade que se pode extrair do final. Mas, Perrault

também ficou conhecido pelas suas fábulas , ao estilo de Esopo e La Fontaine, textos curtos, geralmente

rimados.

as seguintes fábulas foram adaptadas por Perrault: De acordo com o livro

“O Corujão e os passarinhos”

“Os Galos e a Perdiz”“

“O Galo e a Raposa”

“O Galo e o Diamante”

“O Gato enforcado e os Ratos”

“A Águia e a Raposa”

“Os Pavões e o Gaio”

“O Galo e o Peru”

“O Pavão e a Pega”

“O Dragão, a Bigorna e a Lima”

“O Macaco e seus filhotes”

“O combate dos Pássaros”

“A Galinha e os Pintinhos”

“A Raposa e o Grou”

“O Pavão e o Rouxinol”

“O Papagaio e o Macaco”

“O Macaco Juiz”

“O Rato e a Rã”

“A Lebre e a Tartaruga”

“O Lobo e o Grou”

“O Gavião e os Passarinhos”

“O Macaco Rei”

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“A Raposa e o Bode”

“O Conselho dos Ratos”

“O Macaco e o Gato”

“A Raposa e as Uvas”

“A Águia e o Coelho”

“O Lobo e o Porco-espinho”

“A Serpente de várias cabeças”

“O Ratinho, o Gato e o Galeto”

“O Milhano e as Pombas”

“O Golfinho e o Macaco”

“A Raposa e o Corvo”

“Do Cisne e do Grou”

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Eu escolhi as fábulas “O Conselho dos ratos” e a “Raposa e as uvas” porque gostei da sua

moralidade e tema.

Nestas fábulas de Perrault fala-se de problemas que continuam a existir atualmente: a perseguição

dos mais fracos pelos mais fortes, a fome, a falta de humildade e o medo de aceitar as limitações.

Para além disso, gostei destas fábulas porque fogem um pouco às ideias habituais.

O gato representa a força e o rato a fraqueza que vence pela esperteza. Quem não conhece a famosa

dupla Tom e Jerry? No entanto, na fábula “O Conselho dos Ratos” isso não acontece, a esperteza dos ratos

não é suficiente para vencer a ameaça do gato.

Da mesma forma, a raposa da fábula “A Raposa e as Uvas” não obedece à imagem tradicional de

animal esperto e bem-sucedido.

Deixo agora os textos, a explicação da sua moralidade, representada também por um provérbio. Para

enriquecer o meu trabalho, acrescentei para a primeira fábula um questionário e para a segunda um caça-

palavras.

Capítulo V

As minhas escolhas…

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-Mui ilustres roedores,

Está aberta a sessão.

Inscrevam-se os oradores

Pediu, cortês, D. Ratão.

D. Ratão, o presidente

De tão grande reunião,

Sem outro orador presente

Pôs ele próprio a questão:

É forçoso descobrirmos,

Com astúcia e recato,

A forma de não cairmos

Nas garras do feroz gato.

De justiça, nada entende,

De direito, também não.

Nossa liberdade ofende

Na primeira ocasião

Não tem moral, nem quer ter,

Pois, sendo rato pacato

E sem guerra lhe fazer,

Ele é sempre um cruel gato.

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Não está certo, nem é justo

Que se faça muito fino

E nos pregue cada susto

E seja até assassino.

Nossos irmãos vai comendo,

Sem piedade, nem respeito,

Mesmo outra comida tendo

Vejam lá se isto tem jeito?

Não tem jeito, nem tem graça

Que tendo tão meiga voz,

<Miau> seja a desgraça,

Desgraça de todos nós.

Quem é que nesta assembleia

De ratinhos em apuro,

Nos dá uma boa ideia

Que nos ponha em seguro?

-Põe-se- sugeriu um rato

Com ar de muito juízo-

No pescoço desse gato

Um grande e sonante guizo

E tal guizo a tocar

Chamará nossa atenção

E assim não vai apanhar

Nenhum rato em distração

-Apoiado (com um hino)!

Gritaram todos contentes

Só um rato pequenino

Pediu silêncio entre dentes.

E ladino, mas com siso,

Perguntou o jovem rato:

Mas quem é que põe o guizo

No pescoço desse gato?

E nenhum voluntário se fez presente!

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Guilherme Tavares A Fábula abril 2013 15

“O Conselho dos Ratos” é uma fábula , que conta o que aconteceu numa reunião em

que jovens ratos, cansados de ser perseguidos por um malvado gato, decidem pendurar um

guizo no seu pescoço para assim poder ouvi-lo quando este se aproximasse. Mas, um

problema surgiu, quem colocaria realizaria esta tarefa?

Na minha opinião a lição de moral a extrair desta fábula é que é mais fácil ter ideias

do que realizá-las. Esta moralidade poderia ser representada pelos provérbios:

Palavras sem obras são tiros sem balas.

Do dito ao feito vai um grande eito.

Questionário sobre a fábula “O Conselho dos Ratos”

Responde às seguintes questões:

1. Qual é o motivo desta reunião de ratos?

2. Era fácil encontrar uma solução para o problema? Justifica com frases do texto.

3. A sugestão do rato “com ar de muito juízo” foi bem aceite? Justifica.

4. Houve um rato que não aprovou a ideia. Quem foi? E porquê?

5. Esse rato fez uma pergunta a que ninguém respondeu. No entanto, há um provérbio

que pode aplicar-se muito bem a esta situação: “Não responder é resposta.”

Estás de acordo? Que resposta significou, então, o silêncio dos ratos?

6. Poderemos dizer que a moralidade desta fábula é: «É mais fácil ter ideias do que

realizá-las.»

6.1.De entre os cinco provérbios seguintes, escolhe dois que resumam igualmente a

mensagem desta fábula:

O bom entendedor meia palavra basta.

Palavras sem obras são tiros sem balas.

Apressada pergunta, vagarosa resposta.

Se queres ser bom juiz ouve o que cada um diz.

Do dito ao feito vai um grande eito.

Que lição de moral tiras desta fábula?

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Uma Raposa, morta de fome, viu, ao passar diante de um pomar, penduradas nas ramas de uma viçosa videira, alguns cachos de exuberantes Uvas negras, e mais importante, maduras. Não pensou duas vezes, e depois de certificar-se que o caminho estava livre de intrusos, resolveu colher seu alimento. Ela então usou de todos os seus dotes, conhecimentos e artifícios para pegá-las, mas como estavam fora do seu alcance, acabou se cansando em vão, e nada conseguiu. Desolada, cansada, faminta, frustrada com o insucesso de sua empreitada, suspirando, deu de

ombros, e se deu por vencida. Por fim deu meia volta e foi embora. Saiu consolando a si mesma, desapontada, dizendo: "Na verdade, olhando com mais atenção, percebo agora que as Uvas estão todas estragadas, e não maduras como eu imaginei a princípio..."

2. A Raposa e as Uvas

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Guilherme Tavares A Fábula abril 2013 17

A “Raposa e as Uvas” é uma fábula que conta o que aconteceu a uma raposa esfomeada

que, vendo um belo cacho de uvas que não conseguia alcançar, afirma não ter interesse

nelas, não admitindo o seu insucesso.

Na minha opinião a lição de moral a extrair desta fábula , é que ao não reconhecer e

aceitar as próprias limitações, o vaidosa raposa abre assim o caminho para sua

infelicidade. Não devemos ignorar as nossas limitações. Devemos antes pedir

ajuda para as ultrapassar ou diminuir.

Esta moralidade poderia ser representada pelos provérbios:

Quem desdenha quer comprar.

Caça palavras sobre a Fábula .

Que lição de moral tiras destafábula?

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Guilherme Tavares A Fábula abril 2013 18

Gostei muito de realizar este trabalho, mas foi mais difícil do que eu pensava. Todo o

trabalho de recolha de informação e organização por temas foi feito por mim. Depois para

escolher o que era importante e o que não era e para dar um toque pessoal ao texto, tive a

ajuda da minha mãe que me explicou como deveria realizar esta tarefa. No arranjo gráfico do

texto, na inserção de imagem e na formatação, tive ajuda do meu padrasto que me ensinou

alguns truques.

Com aquilo que recolhi aprendi muitos factos curiosos. Primeiro gostei de saber o

nome dos “criadores” das fábulas . Achei interessante que tanto Fedro como Esopo fossem

escravos. Pensava que estas pessoas eram incultas, mas afinal foram capazes de criar e

adaptar textos de grande beleza. Fiquei também surpreendido quando compreendi que

durante séculos as fábulas circularam de boca em boca sem que ninguém as registasse

por escrito. Isto prova que as pessoas se interessavam por elas.

Este interesse talvez se explique pelo facto de as fábulas permitirem entreter e

ensinar de forma simples (é fácil compreender as breves histórias e as semelhanças entre

animais e humanos). Acho que todos entendem a lição de moral destes textos.

Finalmente, também descobri que uma mesma fábula pode ter várias versões.

Parece que os escritores são livres para reescrever os textos à sua maneira.

Charles Perrault foi também uma descoberta. Conheço bem as suas histórias, mas

não sabia o nome de quem as tinha escrito.

Para concluir, posso dizer que apesar de ter dado muito trabalho, esta pesquisa foi

muito proveitosa e aumentou os meus conhecimentos.

Conclusão

“A fábula tem uma dupla finalidade: entreter e aconselhar.”

Fedro (I d.C.)

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Guilherme Tavares A Fábula abril 2013 19

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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE ALBERGARIA-A-VELHA

Guilherme Tavares A Fábula abril 2013 20

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Webgrafia