Trabalho realizado por: Guilherme Rafael Tavares Ventura, nº 8, Turma B Disciplina: Português, 5º ano Professora: Dra. Eugénia Moura
Trabalho realizado por: Guilherme Rafael Tavares Ventura, nº 8, Turma B
Disciplina: Português, 5º ano
Professora: Dra. Eugénia Moura
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE ALBERGARIA-A-VELHA
Guilherme Tavares A Fábula abril 2013 2
Índice
Introdução
Capítulo I A Fábula.
Capítulo II Fabulistas famosos.
Capítulo III Charles Perrault: biografia.
Capítulo IV Contos e Fábulas de Perrault.
Capítulo V As minhas escolhas:
i. O Conselho dos Ratos.
ii. A raposa e as uvas.
Conclusão
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O presente trabalho foi realizado a pedido da professora de português. Após termos estudado algumas
fábu las , a professora sugeriu que pesquisássemos sobre este assunto que não era totalmente desconhecido
para mim. Desde a minha infância que me habituei a ouvir contar histórias em que os animais falavam,
histórias que transmitiam lições sobre o bem e o mal. Pareceu-me um trabalho simples.
Recorrendo, em primeiro lugar à internet, realizei uma pesquisa global e fui recolhendo informação.
Depois fui buscar os meus livros infantis, retirei fábu las, e imagens que me pareceram úteis. Finalmente, em
manuais escolares, que tenho cá em casa, confirmei e acrescentei alguns detalhes.
O meu objetivo é explicar o que é uma fábu la, apresentar os escritores que se celebrizaram
como fabulistas e outros que lhe seguiram o modelo. Finalmente, tal como a professora pediu,
selecionei um autor para expor a sua biografia e as suas fábu las , optando depois por duas delas,
que me pareceram mais interessantes, para as transcrever e explicar a sua moralidade.
O autor que escolhi foi Charles Perrault, um escritor francês, conhecido como o pai da literatura infantil.
Muitas das suas obras são bastante conhecidas em Portugal, mas nem sempre sabemos quem as escreveu,
como é o caso do Capuchinho Vermelho ou o Gato das Botas. Escolhi este autor de entre outros mais
conhecidos, como Esopo, Fedro ou La Fontaine, primeiro porque queria ser original, depois porque um detalhe
da obra de Perrault chamou a minha atenção. Os seus contos infantis são marcados por alguma violência no
final. Os irmãos Grimm reescreveram muitos dos seus contos, tornando o seu desfecho mais suave. Por
exemplo, no conto “O Capuchinho Vermelho” de Perrault a protagonista termina na barriga do lobo. Os irmãos
Grimm vão reescrever a história e acrescentar o detalhe do lenhador que abre a barriga do lobo e salva a
Capuchinho e a sua avó. As suas fábulas , apesar de inspiradas nas de Esopo e la Fontaine, apresentam
também um toque pessoal.
Espero que gostem da minha escolha!
Introdução
“Convém que as crianças se alimentem de fábulas ao mesmo tempo que
sugam leite. (…) Não há outro meio de acostumar desde muito cedo à
sabedoria e á virtude. Em vez de sermos obrigados a corrigir os nossos
hábitos, melhor será conseguir torna-los bons enquanto são indiferentes
ao bem e ao mal. “
La Fontaine (séc. XVII)
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O termo fábula vem do latim- fari - falar e do grego - Phao - contar algo.
A fábula é uma narrativa breve e concentrada numa ação simples, cujas personagens são geralmente
animais que pensam, agem e sentem como seres humanos. O seu O comportamento é, geralmente, uma
caricatura do comportamento humano. Estas narrativas, de natureza simbólica, têm por objetivo transmitir
uma lição moral. Esta moralidade é intemporal, pois retrata o comportamento humano.
A exemplaridade desses textos espelha a moralidade social da época e o carácter pedagógico que
apresentam. É criado um modelo de comportamento em que o "certo" deve ser copiado e o "errado", evitado.
A importância dada à moralidade era tanta que os copistas da Idade Média escreviam as lições finais das
fábulas com letras vermelhas ou douradas para destacar.
A presença dos animais deve-se, sobretudo, ao convívio frequente entre homens e animais. O uso
constante da natureza e dos animais para representar a existência humana faz com que os leitores/ouvintes
compreendam melhor a lição de moral que é parte essencial do texto. Algumas associações entre animais e
características humanas, feitas pelas fábulas , mantiveram-se fixas em várias histórias e permanecem até os
dias de hoje.
leão - poder real
lobo - dominação do mais forte
raposa - astúcia e esperteza
cordeiro - ingenuidade
Assim, podemos dizer que a proposta principal da fábula , é a fusão de dois elementos: o lúdico e o
pedagógico. As histórias, ao mesmo tempo que distraem o leitor, apresentam as virtudes e os defeitos
humanos através de animais. Acreditava-se que a moral, para ser assimilada, precisava da alegria e distração
contida na história dos animais que possuem características humanas. Desta maneira, a aparência de
entretenimento camufla a proposta didática presente.
Capítulo I
A Fábula
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As fábulas , foram escritas em diversas épocas. Os fabulistas mais apreciados são Esopo (secs. VII-VI
a.C.), Fedro (séc. I d.C.) e Jean La Fontaine (séc. XVII).
Acredita-se que fábula tenha nascido no século XVIII a.C., na Suméria. Há registos de fábulas , egípcias e
hindus, mas atribui-se à Grécia a criação efetiva desse género narrativo. Nascido no Oriente, vai ser reinventado
no Ocidente por Esopo (Séc. VI a.C.) e aperfeiçoado, séculos mais tarde, pelo escravo romano Fedro (Séc. I a.C.)
que o enriqueceu estilisticamente, embora apenas no século X, as suas fábulas
começassem a ser conhecidas.
O primeiro grande criador de fábulas foi o grego Esopo, um escravo do século VI a.C.,
que se terá inspirado em narrativas de origem indiana e persa. Demétrio de Falero
escreveu sobre ele em 325 a.C., dizendo que ele teria sido um escravo libertado pelo seu
senhor devido à beleza de suas fábulas , geralmente protagonizadas por animais,
contudo com grandes lições humanas no final. Note-se que Esopo nunca registou nada
por escrito, pois era de um tempo da tradição oral.
Seguiu-se-lhe Fedro, poeta latino do século I d.C.. Fedro, quando se iniciou-se
na literatura, enriqueceu estilisticamente muitas fábulas , de Esopo, todas não escritas,
mas transmitidas oralmente, servindo de aprendizagem, fixação e memorização dos
valores morais do grupo social. Deste modo, Fedro, como introdutor da fábula na
literatura latina, redigia-as, normalmente sérias ou satíricas, tratando das injustiças, dos
males sociais e políticos, expressando as atitudes dos fortes e dos oprimidos.
Esopo: Quadro de
Diego Velasquez
Capítulo II
Fabulistas famosos
Fedro
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Ao francês Jean La Fontaine (1621/1692) coube o mérito de dar a forma definitiva à fábula, criando
e recriando em verso mais de duas centenas de fábulas que se tornaram célebres em todo o mundo. Apesar
de escrever originalmente para adultos, La Fontaine tem sido leitura obrigatória para crianças de todo mundo.
Podem-se citar algumas fábulas , imortalizadas por La Fontaine: "O lobo e o cordeiro", "A raposa e o
esquilo", "Animais enfermos da peste", "A corte do leão", "O leão e o rato", "O pastor e o rei", "O leão, o lobo e a
raposa", "A cigarra e a formiga", "O leão doente e a raposa", "A corte e o leão", "Os funerais da leoa", "A leiteira e
o pote de leite".
Para além destes, ao longo da história outros escritores de histórias infantis se celebrizaram na escrita
ou adaptação de fábulas. Entre eles encontram-se Charles Perrault, de que falarei a seguir, os irmãos Grimm
(Alemanha: 1785/1786), Hans Christian Andersen (Dinamarca: 1805-1875), Lewis Carrol (Inglaterra: 1832-
1898) entre outros.
O brasileiro Monteiro Lobato (1882-1948) dedicou um volume de sua produção literária para crianças
às fábulas , muitas delas adaptadas de La Fontaine. Dessa coletânea, destacam-se os seguintes textos: "A
cigarra e a formiga", "A coruja e a águia", "O lobo e o cordeiro", "A galinha dos ovos de ouro" e "A raposa e as
uvas". Tornou-se célebre com o seu livro Sítio do Pica-pau Amarelo.
Em Portugal, escritores como Sá de Miranda, Filinto Elísio, Bocage, Almeida Garrett e João de Deus recriaram
e traduziram as fábulas , dos três grandes mestres: Esopo, Fedro e La Fontaine.
Jean La Fontaine
Monteiro Lobato
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Charles Perrault foi o primeiro a dar acabamento literário a um certo tipo de literatura, que lhe conferiu
o título de Pai da Literatura Infantil. Muitas das suas histórias, ainda hoje, são editadas, traduzidas e distribuídas
em diversos meios de comunicação e adaptadas para várias formas de expressões, como o teatro, o cinema
e a televisão, tanto em formato de animação como de ação viva.
Este escritor francês nasceu a 12 de janeiro de 1628, juntamente com um irmão gémeo, François, em
Paris. Filho de Pierre Perrault e Paquette Le Clerc, oriundo de uma família burguesa abastada, deu início aos
seus estudos em 1637, no colégio de Beauvais, que viria a concluir aos quinze anos, tendo demonstrado um
certo talento para as línguas mortas. Em 1643 ingressou no curso de Direito e, em 1651, com apenas vinte e
três anos, conseguiu o seu diploma, tornando-se pois advogado. Dois anos mais tarde terminou o seu primeiro
livro, Les Murs de Troie (Os Muros de Troia) ou L'Origine du Burlesque (A origem do Burlesco) (1653).
Em 1654, tornou-se funcionário público junto do seu irmão mais velho Pierre, cobrador geral do reino e, depois
de ter publicado uma série de odes dedicadas ao rei, tornou-se assistente de Colbert, o famoso conselheiro de
Luís XIV, o rei Sol. Em 1665 passou a ser superintendente das obras públicas do reino e, dois anos mais tarde,
ordenou a construção do Observatório Real, de acordo com as plantas do seu irmão Claude.
Capítulo III
Charles Perrault: biografia
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No ano de 1671 foi eleito para a Academia Francesa, onde protagonizou uma disputa intelectual, a
Querela dos Antigos e Modernos. Os Antigos defendiam a antiguidade greco-romana, os Modernos, liderados
por Perrault, afirmavam que a literatura francesa em nada ficava a dever ao passado. No ano seguinte, não só
foi nomeado chanceler da Academia, como contraiu matrimónio com Marie Guichon. Em 1673 viu nascer a
sua primeira criança, uma filha, e tornou-se bibliotecário da mesma Academia. Em 1678, após dar à luz o seu
quarto filho, Marie Perrault morreu com menos de 30 anos. O escritor, desgostoso, cedeu, em 1680, o seu
cargo de superintendente ao filho de Colbert e passou a dedicar-se à educação dos seus filhos. Movido por
este desejo, começou a registar as histórias da tradição oral contadas, principalmente, pela mãe ao pé da
lareira.
Publicou a sua obra mais famosa em 1697, Contes de ma Mère l'Oye, ou Histoires du Temps Passé,
uma coletânea de contos de encantar, que incluíam A Bela Adormecida, O Gato das Botas e A Gata
Borralheira, e que passaria a ser conhecida apenas como Contos de Perrault.
Perdeu o seu filho mais novo na guerra em 1700. Faleceu aos 75 anos na noite de 15 para 16 de
maio de 1703, na sua residência em Paris.
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Contes de Ma Mère l'Oye é o nome em francês dos Contos da Mãe Gansa publicados em 1697. Trata-
se de uma compilação de contos populares que o autor foi recolhendo da tradição oral. A primeira edição, de
onze de janeiro de 1697, recebeu o nome de Histórias ou contos do tempo passado com moralidades, que
remete à famosa moral da história presente ao final de cada texto.
A coletânea era, inicialmente, composta por oito contos, mas posteriormente foram acrescentados
mais três. A figura da Mãe Gansa já demonstra a aproximação de Perrault com as narrativas populares. A Mãe
Gansa, numa ilustração da edição original, assemelha-se a uma velha fiandeira que conta histórias. Imortaliza-
se, assim, este símbolo no mundo literário.
Os oito contos iniciais são:
La Belle au Bois Dormant - A Bela Adormecida no Bosque.
Le Petit Chaperon Rouge – O Capuchinho Vermelho.
La Barbe-Bleue - O Barba Azul .
Le Maître Chat ou Le Chat Botté - O Gato de Botas
Les Fées - As Fadas.
Cendrillon ou La Petit Pantoufle de verre - A Gata Borralheira.
Riquet à la Houppe - Henrique, o topetudo.
Le Petit Poucet - O Pequeno Polegar.
Os três contos incluídos posteriormente na coletânea são:
A Pele de Asno.
Os Desejos Ridículos.
Grisélidis.
Na verdade, em metade desses contos não há fadas, assim chamá-los contos de fadas não seria o
melhor. Eles são contos maravilhosos, uma vez que aparecem elementos fora da realidade concreta, inclusive
as fadas (boas ou más). No conto Capuchinho Vermelho, o lobo personificado é o elemento maravilhoso; em
Barba Azul há a chave com a mancha de sangue que não pode ser lavada; em O Gato de Botas também há a
personificação do gato, além da presença do Ogre e suas transformações; enquanto em O Pequeno Polegar
existem as botas de sete léguas.
Capítulo IV
Contos e Fábulas de Perrault
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Com redação simples e fluente, as histórias eram adaptações literárias que traziam no final conceitos
morais em forma de verso. Essa perspetiva promove, desde a fase inicial, na chamada literatura infantil a
existência de um conteúdo pedagógico associado ao lúdico.
Tal como se pode ver, alguns destes contos partilham de características das fábulas , nomeadamente,
os animais que pensam e agem como humanos e a moralidade que se pode extrair do final. Mas, Perrault
também ficou conhecido pelas suas fábulas , ao estilo de Esopo e La Fontaine, textos curtos, geralmente
rimados.
as seguintes fábulas foram adaptadas por Perrault: De acordo com o livro
“O Corujão e os passarinhos”
“Os Galos e a Perdiz”“
“O Galo e a Raposa”
“O Galo e o Diamante”
“O Gato enforcado e os Ratos”
“A Águia e a Raposa”
“Os Pavões e o Gaio”
“O Galo e o Peru”
“O Pavão e a Pega”
“O Dragão, a Bigorna e a Lima”
“O Macaco e seus filhotes”
“O combate dos Pássaros”
“A Galinha e os Pintinhos”
“A Raposa e o Grou”
“O Pavão e o Rouxinol”
“O Papagaio e o Macaco”
“O Macaco Juiz”
“O Rato e a Rã”
“A Lebre e a Tartaruga”
“O Lobo e o Grou”
“O Gavião e os Passarinhos”
“O Macaco Rei”
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“A Raposa e o Bode”
“O Conselho dos Ratos”
“O Macaco e o Gato”
“A Raposa e as Uvas”
“A Águia e o Coelho”
“O Lobo e o Porco-espinho”
“A Serpente de várias cabeças”
“O Ratinho, o Gato e o Galeto”
“O Milhano e as Pombas”
“O Golfinho e o Macaco”
“A Raposa e o Corvo”
“Do Cisne e do Grou”
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Eu escolhi as fábulas “O Conselho dos ratos” e a “Raposa e as uvas” porque gostei da sua
moralidade e tema.
Nestas fábulas de Perrault fala-se de problemas que continuam a existir atualmente: a perseguição
dos mais fracos pelos mais fortes, a fome, a falta de humildade e o medo de aceitar as limitações.
Para além disso, gostei destas fábulas porque fogem um pouco às ideias habituais.
O gato representa a força e o rato a fraqueza que vence pela esperteza. Quem não conhece a famosa
dupla Tom e Jerry? No entanto, na fábula “O Conselho dos Ratos” isso não acontece, a esperteza dos ratos
não é suficiente para vencer a ameaça do gato.
Da mesma forma, a raposa da fábula “A Raposa e as Uvas” não obedece à imagem tradicional de
animal esperto e bem-sucedido.
Deixo agora os textos, a explicação da sua moralidade, representada também por um provérbio. Para
enriquecer o meu trabalho, acrescentei para a primeira fábula um questionário e para a segunda um caça-
palavras.
Capítulo V
As minhas escolhas…
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-Mui ilustres roedores,
Está aberta a sessão.
Inscrevam-se os oradores
Pediu, cortês, D. Ratão.
D. Ratão, o presidente
De tão grande reunião,
Sem outro orador presente
Pôs ele próprio a questão:
É forçoso descobrirmos,
Com astúcia e recato,
A forma de não cairmos
Nas garras do feroz gato.
De justiça, nada entende,
De direito, também não.
Nossa liberdade ofende
Na primeira ocasião
Não tem moral, nem quer ter,
Pois, sendo rato pacato
E sem guerra lhe fazer,
Ele é sempre um cruel gato.
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Guilherme Tavares A Fábula abril 2013 14
Não está certo, nem é justo
Que se faça muito fino
E nos pregue cada susto
E seja até assassino.
Nossos irmãos vai comendo,
Sem piedade, nem respeito,
Mesmo outra comida tendo
Vejam lá se isto tem jeito?
Não tem jeito, nem tem graça
Que tendo tão meiga voz,
<Miau> seja a desgraça,
Desgraça de todos nós.
Quem é que nesta assembleia
De ratinhos em apuro,
Nos dá uma boa ideia
Que nos ponha em seguro?
-Põe-se- sugeriu um rato
Com ar de muito juízo-
No pescoço desse gato
Um grande e sonante guizo
E tal guizo a tocar
Chamará nossa atenção
E assim não vai apanhar
Nenhum rato em distração
-Apoiado (com um hino)!
Gritaram todos contentes
Só um rato pequenino
Pediu silêncio entre dentes.
E ladino, mas com siso,
Perguntou o jovem rato:
Mas quem é que põe o guizo
No pescoço desse gato?
E nenhum voluntário se fez presente!
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Guilherme Tavares A Fábula abril 2013 15
“O Conselho dos Ratos” é uma fábula , que conta o que aconteceu numa reunião em
que jovens ratos, cansados de ser perseguidos por um malvado gato, decidem pendurar um
guizo no seu pescoço para assim poder ouvi-lo quando este se aproximasse. Mas, um
problema surgiu, quem colocaria realizaria esta tarefa?
Na minha opinião a lição de moral a extrair desta fábula é que é mais fácil ter ideias
do que realizá-las. Esta moralidade poderia ser representada pelos provérbios:
Palavras sem obras são tiros sem balas.
Do dito ao feito vai um grande eito.
Questionário sobre a fábula “O Conselho dos Ratos”
Responde às seguintes questões:
1. Qual é o motivo desta reunião de ratos?
2. Era fácil encontrar uma solução para o problema? Justifica com frases do texto.
3. A sugestão do rato “com ar de muito juízo” foi bem aceite? Justifica.
4. Houve um rato que não aprovou a ideia. Quem foi? E porquê?
5. Esse rato fez uma pergunta a que ninguém respondeu. No entanto, há um provérbio
que pode aplicar-se muito bem a esta situação: “Não responder é resposta.”
Estás de acordo? Que resposta significou, então, o silêncio dos ratos?
6. Poderemos dizer que a moralidade desta fábula é: «É mais fácil ter ideias do que
realizá-las.»
6.1.De entre os cinco provérbios seguintes, escolhe dois que resumam igualmente a
mensagem desta fábula:
O bom entendedor meia palavra basta.
Palavras sem obras são tiros sem balas.
Apressada pergunta, vagarosa resposta.
Se queres ser bom juiz ouve o que cada um diz.
Do dito ao feito vai um grande eito.
Que lição de moral tiras desta fábula?
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Guilherme Tavares A Fábula abril 2013 16
Uma Raposa, morta de fome, viu, ao passar diante de um pomar, penduradas nas ramas de uma viçosa videira, alguns cachos de exuberantes Uvas negras, e mais importante, maduras. Não pensou duas vezes, e depois de certificar-se que o caminho estava livre de intrusos, resolveu colher seu alimento. Ela então usou de todos os seus dotes, conhecimentos e artifícios para pegá-las, mas como estavam fora do seu alcance, acabou se cansando em vão, e nada conseguiu. Desolada, cansada, faminta, frustrada com o insucesso de sua empreitada, suspirando, deu de
ombros, e se deu por vencida. Por fim deu meia volta e foi embora. Saiu consolando a si mesma, desapontada, dizendo: "Na verdade, olhando com mais atenção, percebo agora que as Uvas estão todas estragadas, e não maduras como eu imaginei a princípio..."
2. A Raposa e as Uvas
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Guilherme Tavares A Fábula abril 2013 17
A “Raposa e as Uvas” é uma fábula que conta o que aconteceu a uma raposa esfomeada
que, vendo um belo cacho de uvas que não conseguia alcançar, afirma não ter interesse
nelas, não admitindo o seu insucesso.
Na minha opinião a lição de moral a extrair desta fábula , é que ao não reconhecer e
aceitar as próprias limitações, o vaidosa raposa abre assim o caminho para sua
infelicidade. Não devemos ignorar as nossas limitações. Devemos antes pedir
ajuda para as ultrapassar ou diminuir.
Esta moralidade poderia ser representada pelos provérbios:
Quem desdenha quer comprar.
Caça palavras sobre a Fábula .
Que lição de moral tiras destafábula?
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Guilherme Tavares A Fábula abril 2013 18
Gostei muito de realizar este trabalho, mas foi mais difícil do que eu pensava. Todo o
trabalho de recolha de informação e organização por temas foi feito por mim. Depois para
escolher o que era importante e o que não era e para dar um toque pessoal ao texto, tive a
ajuda da minha mãe que me explicou como deveria realizar esta tarefa. No arranjo gráfico do
texto, na inserção de imagem e na formatação, tive ajuda do meu padrasto que me ensinou
alguns truques.
Com aquilo que recolhi aprendi muitos factos curiosos. Primeiro gostei de saber o
nome dos “criadores” das fábulas . Achei interessante que tanto Fedro como Esopo fossem
escravos. Pensava que estas pessoas eram incultas, mas afinal foram capazes de criar e
adaptar textos de grande beleza. Fiquei também surpreendido quando compreendi que
durante séculos as fábulas circularam de boca em boca sem que ninguém as registasse
por escrito. Isto prova que as pessoas se interessavam por elas.
Este interesse talvez se explique pelo facto de as fábulas permitirem entreter e
ensinar de forma simples (é fácil compreender as breves histórias e as semelhanças entre
animais e humanos). Acho que todos entendem a lição de moral destes textos.
Finalmente, também descobri que uma mesma fábula pode ter várias versões.
Parece que os escritores são livres para reescrever os textos à sua maneira.
Charles Perrault foi também uma descoberta. Conheço bem as suas histórias, mas
não sabia o nome de quem as tinha escrito.
Para concluir, posso dizer que apesar de ter dado muito trabalho, esta pesquisa foi
muito proveitosa e aumentou os meus conhecimentos.
Conclusão
“A fábula tem uma dupla finalidade: entreter e aconselhar.”
Fedro (I d.C.)
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE ALBERGARIA-A-VELHA
Guilherme Tavares A Fábula abril 2013 19
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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE ALBERGARIA-A-VELHA
Guilherme Tavares A Fábula abril 2013 20
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Webgrafia