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Isabella Valois Pedrosa Excesso de peso e fatores associados em escolares do município de Camaragibe-PE, 2004. Recife 2010
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Excesso de peso e fatores associados em escolares do ... · Tabela 1-Distribuição das variáveis sócio ... com e sem excesso de peso, Camaragibe-PE, 2004. 54 Tabela 4. ... (CARDOSO

Dec 09, 2018

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Isabella Valois Pedrosa

Excesso de peso e fatores associados em escolares do município de

Camaragibe-PE, 2004.

Recife

2010

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Isabella Valois Pedrosa

Excesso de peso e fatores associados em escolares do município de

Camaragibe-PE, 2004.

Orientadora: Profa Dra Ilma Kruze Grande de Arruda.

Co-orientador: Profo Dro Alcides da Silva Diniz.

Recife

2010

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Nutrição do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco, para obtenção do título de Mestre em Nutrição.

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Pedrosa, Isabella Valois

Excesso de peso e fatores associados em escolares do município de Camaragibe- PE, 2004.

– Recife: O Autor, 2010.

85 folhas: il., fig.; 30 cm.

Orientador: Ilma Kruze Grande de Arruda

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CCS. Nutrição, 2010.

Inclui bibliografia e anexos.

1. Saúde pública. 2. Hipercolesterolemia. 3.

Consumo alimentar. 4. Sobrepeso. 5. Condições

socioeconômicas. I. Arruda, Ilma Kruze Grande de.

II.Título.

UFPE

614 CDD (20.ed.) CCS2011-125

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Dedico este trabalho aos meus

familiares e amigos, em especial aos

meus pais Lucas e Rejane pelo amor,

dedicação e apoio em todas as etapas de

minha vida, contribuindo para a

conquista dos meus objetivos.

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Agradecimentos

A Deus, por me fazer acreditar que “tudo posso naquele que me fortalece”.

A minha mãe Rejane, em especial, pelo exemplo de luta e perseverança.

Ao meu pai Lucas e meus irmãos Silvio e Fábio, por estarem sempre presentes em minha

vida.

Ao meu namorado Henrique, pelo amor, carinho e compreensão pela minha ausência em

alguns momentos, nestes últimos anos.

A Profa Ilma Kruze Arruda, pela orientação na realização desta pesquisa, pela paciência,

tranqüilidade e sabedoria transmitidas durante este período.

A Profa Poliana Cabral e ao Profo Alcides Diniz pelas contribuições enriquecedoras para

elaboração do trabalho.

As minhas amigas e colegas do mestrado por todos os momentos de aprendizagem, alegrias e

angústias compartilhados. Em especial, as minhas amigas Patrícia Calado, Mirella Gondim e

Pamela Martins.

A amiga, Patrícia Brazil, pelo carinho e disponibilidade em ajudar sempre que solicitado.

A Goretti Burgos, pelo apoio e incentivo à pesquisa desde o período da Residência.

A pós-graduação em Nutrição da Universidade Federal de Pernambuco por proporcionar um

ensino de qualidade.

A todos que de alguma forma contribuíram para a elaboração deste trabalho.

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“É graça divina começar bem. Graça

maior, persistir na caminhada certa. Mais a

graça das graças é não desistir nunca.”

Helder Pessoa Camara

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Resumo

O excesso de peso (sobrepeso/obesidade) está entre os principais problemas de saúde pública em nível mundial, acometendo todas as faixas etárias e camadas sociais. A ocorrência desse evento na população mais jovem desperta preocupação, tendo em vista que crianças e adolescentes com excesso de peso poderão ter comprometimento com a saúde, associado ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis mais cedo na vida adulta. O estudo do tipo transversal objetivou determinar a prevalência de excesso de peso e alguns fatores associados. A amostra probabilística em poli-etapas incluiu 1205 escolares de 7-14 anos, ambos os sexos, do município de Camaragibe/Pernambuco/Nordeste do Brasil, realizado em junho/novembro 2004. O excesso de peso foi determinado pelo índice de massa corporal (IMC), segundo sexo e idade baseado nos pontos de corte estabelecidos por Cole et. al (2000). Foram avaliadas variáveis sócio-demográficas, antropométricas, comportamentais e o perfil lipídico. O teste Qui-quadrado foi utilizado para associação entre as variáveis independentes e o desfecho considerando um nível de significância de 5% e em seguida realizou-se a regressão logística (Backwards). A prevalência de excesso de peso foi de 12,9%, com freqüências mais elevadas no sexo feminino (60,3%; p= 0,117), idade de 10 anos (27,6%; p=0,038), renda familiar de 1 a 2 salários mínimos (55,9%; p=0,020), saneamento inadequado (78,7%; p=0,373), escolaridade materna ≤ 8anos (63,2%; p=0,007) e domicílios com ≤ 4 pessoas (57,1%; p<0,001). Foi verificado nos escolares com excesso de peso, elevada prevalência de obesidade abdominal (63,6%;p<0,001), níveis elevados de CT (45,2%;p=0,526) e baixo consumo de verduras (5,2%; p=0,002 consumiam ≥2x ao dia). Não houve associação significativa entre níveis de atividade física e o comportamento sedentário (horas de TV/dia) nos escolares com e sem excesso de peso. Após a regressão logística multivariada observou-se associação do excesso de peso com o sexo feminino (OR: 1,535;IC95% 1,050- 2,243), renda familiar ≥ 2 SM (OR: 2,050;IC95% 1,178- 3,567) e com ≤ 4 pessoas no domicilio (OR: 1,983;IC95% 1,364- 2,883). Apesar da prevalência de excesso de peso em escolares ter sido inferior a outras regiões do país, este estudo fornece subsídios para planejamento e direção de ações em saúde pública.

Descritores: Criança, adolescente, hipercolesterolemia, atividade física, consumo alimentar, condições socioeconômicas, sobrepeso.

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Abstract

The weight excess (overweight/ obesity) is one of the main problems of public health in world-wide, in all age groups and social classes. The occurrence of this event in the youngest population is a reason of concern as children and adolescents with weight excess might have health complication, associated to the development of not transmissible chronic illnesses earlier in adulthood. The aim of the study of the transversal type was to determine the prevalence of weight excess and some related factors. The probabilistic sample in polish-stages included 1205 7-14 years old schoolchildren of both sex, of the city of Camaragibe/Pernambuco/Northeast of Brazil, carried through in June/November 2004. The weight excess was determined by body mass index (BMI), according to sex and age based on the cut-off points established by Cole et al. (2000). Socio-demographic, anthropometric, behavioral and lipid profile variables were analyzed. The Chi-square test was used for association between the independent variables and the outcome considering a level of significance of 5% and after that, it was carried out the logistic regression (Backwards). The prevalence of weight excess was of 12,9%, with raised frequencies in the feminine sex (60.3%; p= 0,117), age of 10 years old (27.6%; p=0,038), familiar income of 1 2 minimum wages (55.9%; p=0,020), inadequate sanitation (78.7%; p=0,373), education level of the mother ≤ 8anos (63.2%; p=0,007) and domiciles with ≤ 4 people (57.1%; p<0,001). It was verified the prevalence of abdominal obesity (63.6% among the schoolchildren with excess of weight, high levels of total cholesterol (45,2%;p=0,526) and low vegetable consumption (5.2%; p=0,002 consumed ≥2x to the day). There was not significant association between the level of physical activities and the sedentary behavior (hours of TV a day) in the schoolchildren with or without weight excess. After the multivaried logistic regression, it was observed an association between the excess of weight and the feminine sex (OR: 1,535; IC95% 1,050 - 2,243), familiar income ≥ 2 minimum wages (OR: 2,050; IC95% 1,178 - 3,567) and with ≤ 4 people at home (OR: 1,983; IC95% 1,364 - 2,883). Although the fact that the prevalence of excess of weight among the schoolchildren was smaller than it was in other regions of the country, this study supplies subsidies to planning and direction of action in public health.

Key words: Children, adolescents, hypercholesterolemia, physical activity, dietary intake, socioeconomic status, overweight.

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Lista de Tabelas

Pág.

Tabela 1-Distribuição das variáveis sócio-demográficas de escolares de 7 a 14 anos, Camaragibe-PE, 2004.

52

Tabela 2-Distribuição da freqüência dos níveis lipídicos, segundo os valores recomendados pela I Diretriz Brasileira de Prevenção da Aterosclerose na Infância e na Adolescência, em escolares de 7 a 14 anos, Camaragibe-PE, 2004.

53

Tabela 3-Níveis de atividade física e atividade sedentária entre escolares de 7 a 14 anos, com e sem excesso de peso, Camaragibe-PE, 2004.

54

Tabela 4. Fatores associados ao excesso de peso, segundo modelo logístico multivariado, em escolares de 7 a 14 anos, Camaragibe-PE, 2004.

55

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Sumário

Pág.

1. Apresentação 10

2. Revisão da literatura 13

2.1 Prevalências de excesso de peso em crianças e adolescentes 13

2.2Critérios diagnósticos do excesso de peso entre crianças e adolescentes 14

2.3 Fatores associados ao excesso de peso em crianças e adolescentes 16

3. Métodos 21

3.1. Desenho do estudo 21

3.2. População do estudo 21

3.3. Critérios de elegibilidade 21

3.4. Amostragem 21

3.5. Métodos e técnicas de avaliação 22

3.5.1 Avaliação antropométrica 22

3.5.2 Avaliação bioquímica 23

3.5.3. Variáveis sócio-demográficas 24

3.5.5. Variáveis comportamentais 25

3.6. Análise e processamento dos dados 25

3.7. Aspectos Éticos 26

4. Resultados - Artigo original Excesso de peso e fatores associados em escolares do município de Camaragibe (Brasil), 2004.

27

5.Considerações Finais e Recomendações 56 Referências 57 Anexos 63 ANEXO A 63 ANEXO B 76 ANEXO C 77 ANEXO D 78 ANEXO E 80

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1. Apresentação

1.1 Caracterização do problema

O sobrepeso e a obesidade estão entre os principais problemas de saúde pública

em nível mundial acometendo todas as faixas etárias da população (WHO, 2000).

Mais recentemente, especialistas tem chamado a atenção para o aumento da

incidência em idades cada vez mais precoces (CARDOSO et al. 2009; TASSITANO;

TENÓRIO; HALLAL, 2009). Em 2004, já se estimava que 10% das crianças e

adolescentes do mundo apresentavam excesso de peso (LOBSTEIN et al. 2004).

Em países desenvolvidos, como os Estados Unidos, o incremento nas prevalências

de obesidade, entre as crianças e adolescentes de 6 a 18 anos, foi importante com

aumento de 16,8% para 27,3%. No Brasil, nas últimas décadas inquéritos nacionais

relataram que a prevalência de sobrepeso e obesidade entre crianças de 6 a 9 anos de

idade sofreu um aumento de 4,9% em 1974 para 17,4% em 1996/1997, e entre

adolescentes de 10 a 18 anos o aumento da prevalência foi de 3,7% para 12,6% no

mesmo período, demonstrando a magnitude e gravidade que o problema assumiu

nestas faixas etárias em sociedades desenvolvidas e em desenvolvimento. (WANG;

MONTEIRO; POPKIN, 2002).

A obesidade é uma doença crônica não transmissível caracterizada pelo acúmulo

excessivo de energia, no tecido adiposo distribuído pelo corpo, em extensão que

acarreta prejuízo à saúde dos indivíduos (FAGUNDES et al., 2008; SARTURI, 2006).

Compreendida como um agravo multifatorial envolvendo um complexo conjunto de

fatores biológicos, comportamentais e ambientais, ressalta-se, entretanto, a importante

influência dos fatores externos na incidência do problema. (CARDOSO et al. 2009;

KOPELMAN, 2000).

O nível socioeconômico interfere na disponibilidade de alimentos e no acesso à

informação, e sendo este um problema importante nos países em desenvolvimento, a

obesidade infantil ainda é mais prevalente nas classes socioeconômicas elevadas

(BALABAN; SILVA; MOTTA, 2001). Entretanto, essa relação ainda não está bem

definida, uma vez que estudos vêm demonstrado aumento da incidência de obesidade

em grupos de menor condição socioeconômica (MONTEIRO et al. 2004).

As mudanças no padrão alimentar, caracterizado pelo aumento do consumo de

alimentos de alta densidade energética, ricos em açúcares simples, gordura saturada e

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redução no consumo de fibras e micronutrientes, somado a redução da atividade física

de rotina e o aumenta de atividades sedentárias têm demonstrado papel importante na

etiologia da obesidade na infância e adolescência (MONTEIRO et al. 2000;

TROIANO et al. 2000).

A obesidade na infância torna-se ainda mais alarmante, quando se considera a sua

associação com comorbidades (dislipidemia, hipertensão e resistência à insulina) que

aumentam o risco de mortalidade cardiovascular cada vez mais precoce na vida adulta

sc(PEREIRA et al. 2009). As dislipidemias vêm sendo documentadas neste grupo,

assim como a sua associação com o excesso de peso (FRANCA; ALVES, 2006;

MOURA et al. 2000; NOBRE et al. 2008; GRILO et al. 2005).

1.2 Justificativa

Considerando a importância do tema e a ausência de estudos populacionais sobre a

prevalência de obesidade/sobrepeso e os fatores associados em crianças e adolescentes do

município de Camaragibe/PE, justifica-se o interesse em realizar uma investigação para

melhor compreensão do problema neste grupo etário, visando fornecer subsídios para adoção

de estratégias de prevenção e controle efetivos dessa morbidade.

Objetivos

1.2.1 Geral

Avaliar o excesso de peso e alguns fatores associados entre escolares do município de

Camaragibe, Pernambuco.

1.2.2 Específicos

Determinar a prevalência de excesso de peso corporal, segundo parâmetros

antropométricos;

Verificar a associação entre o excesso de peso corporal com variáveis sócio-

demográficas, antropométricas, bioquímicas e comportamentais.

1.3 Estruturação da dissertação

A dissertação foi estruturada em formato de artigo original, intitulado “Excesso de

peso e fatores associados em escolares do município de Camaragibe (Brasil), 2004”. O artigo

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objetivou descrever a prevalência do excesso de peso em escolares de 7 a 14anos e a possível

associação com fatores sócio-demográficos, bioquímicos e comportamentais. O mesmo será

submetido à publicação no periódico Archivos Latinoamericanos de Nutricion.

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2. Revisão da literatura

2.1 Prevalências de excesso de peso em crianças e adolescentes

A obesidade pode ser definida como uma condição de acúmulo anormal ou excessivo de

gordura no tecido adiposo que acarreta prejuízo à saúde, estando entre os principais

problemas de saúde pública em nível mundial acometendo todas as faixas etárias da

população (WHO, 2000)

A prevalência mundial da obesidade infantojuvenil, nos últimos anos, vem assumindo um

caráter epidêmico e preocupante, tendo em vista suas relações com diversas comorbidades no

adulto, incluindo hipertensão arterial, dislipidemias, doenças coronarianas, osteoarticulares,

diabetes e alguns tipos de cânceres (ROMALDINI et. al. 2004).

Desde a década de 80, estudos têm demonstrado um substancial aumento na prevalência

da obesidade tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento (WHO, 2000).

Nos Estados Unidos (EUA), as taxas de sobrepeso na infância e na adolescência mais do que

dobraram desde o início da década de 1960, afetando atualmente cerca de 20 - 27% dessa

população (TROIANO et al. 1995). Confirmando esses achados Wang, Monteiro e Popkin

(2002) ao comparar nos EUA os inquéritos nacionais National Health and Nutrition

Examination Surveys - NHANES I (1971–1974) e NHANES III (1988–1994) demonstraram

o aumento de 15,4% para 25,6% de sobrepeso em crianças e adolescentes de 6 a 18 anos.

No Brasil, com dados provenientes do Estudo Nacional de Despesas Familiares

(ENDEF), realizado em 1974-1975 e da Pesquisa sobre Padrões de Vida (PPV), realizada em

1996-1997 envolvendo as regiões Sudeste e Nordeste, foi observado um aumento de 4,1%

para 13,9% da prevalência sobrepeso nas crianças e adolescentes (6-18anos), mostrando que

a freqüência mais que triplicou. Em contra partida, a prevalência de baixo peso reduziu de

14,8% para 8,6%, no mesmo período caracterizando o processo de transição nutricional

relatados por diversos autores (WANG; MONTEIRO; POPKIN, 2002; BATISTA FILHO et

al. 2008)

Estudos epidemiológicos, realizados em diferentes cidades brasileiras, demonstram que a

obesidade nas crianças e adolescentes é realmente uma grande preocupação em nosso país

(ABRANTES; LAMOUNIER; COLOSIMO, 2002; TORAL; SLATER; SILVA, 2007),

alcançando prevalências da ordem de 28,8% de excesso de peso em escolares entre 6-19

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14

anos, como descrito no município de Belém/Pará (RIBAS; SILVA, 2009). Em Santa

Catarina, Ricardo, Caldeira e Corso (2009) revelaram prevalências de 15,4% de sobrepeso e

6,0% de obesidade em escolares (6-10anos). Em faixa etária similar, foram encontradas

prevalências de 16,9% de sobrepeso e 7,5% de obesidade em dois municípios do Rio Grande

do Sul (TRICHES; GIULIANI, 2005).

Bertin et al. (2008) em estudo realizado no Paraná, com adolescentes compreendendo a

faixa etária de 12-16 anos verificaram a freqüência de 12,3% de sobrepeso/obesidade.

Prevalências mais elevadas foram encontradas em adolescentes de 11-13anos da cidade de

Capão, Rio Grande do Sul da ordem de 24,8% (SUÑÉ et al. 2007).

Dados do IBGE (2002-2003), de adolescentes brasileiros com idades entre 10 e 19

anos, revelaram uma freqüência de excesso de peso de 16,7%, com freqüências de 11,8% na

região Nordeste. Em diferentes estados do Nordeste as prevalências, na mesma faixa etária

variam de cerca de 17,0 % a 30,0%, de acordo com as condições socioeconômicas

(CAMPOS; LEITE; ALMEIDA, 2006; NUNES, FIGUEIROA; ALVES, 2007).

2.2 Critérios diagnósticos do excesso de peso entre crianças e adolescentes

Em estudos populacionais, a antropometria constitui um importante método

diagnóstico, fornecendo estimativas da prevalência e gravidade de alterações nutricionais.

Assumindo grande importância no diagnóstico nutricional de crianças e adolescentes devido

à facilidade de realização, objetividade da medida e possibilidade de comparação com um

padrão de referência de manuseio relativamente simples (WHO, 1995; SOAR et al. 2004;

BARBOSA; SOARES; LANZILLOTTI, 2009).

Dentre os indicadores antropométricos o índice de massa corporal (IMC) que é obtido

dividindo-se o peso em quilogramas pela altura ao quadrado em metros, é o mais comumente

utilizado, por ser de fácil aplicabilidade e permitir continuidade do critério usado para

avaliação de adultos. Sua validade baseia-se também na boa correlação com gordura corporal,

principalmente a gordura visceral que, por sua vez está associada a fatores de risco para o

desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (ANJOS, 1992; HIMES; DIETZ,

1994).

Entretanto, apesar do consenso em torno do IMC, existem divergências com relação

aos pontos de corte que devem ser utilizados para definir excesso de peso corporal na

população mais jovem, a partir da utilização deste indicador (FARIAS JUNIOR et al. 2009).

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15

A OMS (1995) adotou a curva de valores de percentis de IMC, apresentada por Must,

Dallal e Dietz (1991) a partir dos dados do NHANES I (1971-74) considerando os percentis

85 e 95 como ponto de corte para classificar risco de sobrepeso e sobrepeso, respectivamente.

Para classificar obesidade a OMS propôs a IMC acima do percentil 85 para idade e valores de

dobras cutâneas tricipital e subescapular acima do percentil 90 (MUST; HOLLANDER;

ECONOMOS, 2006; VEIGA; SHIERE, 2007).

Devido à elevada prevalência de obesidade nos Estados Unidos, e conseqüentemente

dos valores elevados do IMC nos percentis 85 e 95 adotados pela OMS (1995), os quais

podem subestimar a extensão do problema nas regiões onde as prevalecias são mais baixas, a

International Obesity Task Force (IOTF) recomendou a utilização de curvas baseadas em

outros países e a utilização de pontos de corte para classificação de sobrepeso e obesidade em

adolescentes com valores associados à comorbidades nos adultos (VEIGA; SCHIERI, 2007;

BELIZZE; DIETZ, 1999).

Em 2000, Cole et al. desenvolveram uma curva baseada em pesquisas nacionais

envolvendo diversos países (Brasil, Estados Unidos, Reino Unido, Singapura, Hong Kong e

Holanda) propondo para cada sexo e idade, entre 2 e 18 anos, valores de IMC que

corresponderia ao IMC de 25 Kg/m2 (para identificar sobrepeso) e 30 Kg/m2 (para

identificar obesidade) aos 18 anos de idade, o qual tem sido proposto como padrão

internacional.

Contudo, o reconhecimento dos melhores pontos de corte e referências mais

adequadas para identificar excesso de peso em crianças e adolescentes ainda é um desafio e

vem sendo discutido em vários estudos (FARIAS JUNIOR, 2009; BARBOSA; SOARES;

LANZILLOTTI, 2009; SILVA et al. 2008).

Diante da falta de consenso sobre quais os melhores critérios para avaliação do

excesso de peso em adolescentes alguns estudos de diferentes regiões brasileiras tem

utilizado os pontes de corte propostos por Cole et. al. (2000) (SUÑÉ et al. 2007; MONDINI

et al. 2007; SILVA et al. 2008).

Mais recentemente, outro parâmetro antropométrico que vem sendo utilizado para

avaliação de sobrepeso/obesidade e adiposidade central, é a razão da cintura-estatura

(RCEst), obtida pela razão entre a circunferência da cintura (cm) e a estatura (cm). Estudos

realizados em crianças e adolescentes em alguns países como EUA (KHAN; IMPERATORE;

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16

CHENG, 2005), Inglaterra (McCARTHY; ASHWELL, 2006), Austrália (GARNETT;

BAUR; COWELL, 2008) concluíram que a RCEst seria melhor preditor para risco

cardiovascular, comparado ao uso isolado do IMC. O ponto de corte estabelecido como

diagnóstico para obesidade abdominal foram valores iguais e superiores a 0,5. Resultados de

estudo realizado no Brasil, com indivíduos adultos sugerem que a RCEst pode vir a ser

utilizada para discriminar risco coronariano. Contudo reforça a necessidade de mais estudos

com crianças, adolescentes e adultos de diferentes grupos etários para que se possa observar o

poder discriminatório da RCEst para o risco coronariano nestes grupos específicos

(PITANGA; LESSA, 2006).

2.3 Fatores associados ao excesso de peso em crianças e adolescentes

A etiologia da obesidade é multifatorial, estando envolvidos fatores genéticos e

ambientais. Dentre os fatores ambientais destacam-se hábito alimentar inadequado e redução

de atividade física (POPKIN, 2001). O nível socioeconômico interfere na disponibilidade de

alimentos e no acesso à informação, e sendo este um problema importante nos países em

desenvolvimento, a obesidade infantil ainda é mais prevalente nas classes socioeconômicas

elevadas (BALABAN; SILVA; MOTTA, 2001).

Em estudo realizado com adolescentes nas Regiões Sudeste e Nordeste, o aumento da

renda per capita mensal se associou ao risco de sobrepeso/obesidade apenas entre os meninos

(MAGALHÃES; MENDONÇA, 2003). Resultados da POF 2002-2003, conduzidas pelo

IBGE corroboram essa tendência positiva de maior prevalência de sobrepeso/obesidade em

adolescentes nos maiores quintos de renda. Entre as meninas, no 1º quinto (da renda mensal

per capita) a prevalência de sobrepeso foi de 9,9%, aumentando para 17,6% no 5º mais rico.

No sexo masculino a prevalência no 1º quinto foi de 9,3%, aumentando para 25,3% no 5º.

Evidencia-se, dessa forma, que no Brasil são encontradas maiores prevalências de sobrepeso

em populações de adolescentes com melhores condições financeiras.

Contudo, obesidade nos países em desenvolvimento não deve mais ser considerada

uma doença restrita a grupos de melhor situação sócio-econômica (MONTEIRO et al. 2004).

Grupos populacionais de baixo nível sócio-econômico têm sido atingidos pelo

sobrepeso/obesidade no Brasil (MONTEIRO et al. 2000; FORD; MOKAD, 2008) e em

outros países (FORD; MOKAD, 2008), com observação de associação inversa entre

obesidade e condição socioeconômica entre as mulheres (MONTEIRO et al. 2004). Dados

recentes de adultos de Niterói confirmam tal associação, com dados de prevalência de

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sobrepeso/obesidade maior nas mulheres de menor escolaridade. Entre homens, por sua vez,

foi observado um aumento do sobrepeso/obesidade com o aumento da escolaridade

(BOSSAN et al. 2007).

É importante ressaltar que, mesmo entre os mais pobres, o sobrepeso representa um

problema de saúde pública que atinge aproximadamente 1/10 desse grupo populacional entre

meninos e meninas (GOMES; ANJOS; VASCONCELLOS, 2009). Além disso, a

comparação dos resultados da POF 2002-2003 (IBGE, 2006) com estudos realizados pelo

IBGE em 1974/1975 (ENDEF) e pelo Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição em 1989

(PNSN) revela importantes aumentos nas prevalências de adolescentes com sobrepeso,

inclusive nos quintos mais pobres.

O Brasil vem passando nas últimas décadas, pelo processo de transição nutricional,

acompanhado por mudanças no hábito alimentar da população, caracterizado por aumento no

consumo de alimentos de alta densidade energética, gordura saturada e açúcares e redução do

consumo de leguminosas, verduras, legumes e frutas (MONTEIRO et al. 1995).

A relação dessas práticas alimentares inadequadas e o excesso de peso têm sido

evidenciadas por alguns autores. Mondini et al.(2007), verificaram maior razão de

prevalência para obesidade em crianças que consumiam quantidade superior de alimentos

industrializados (batata frita, salgadinhos de pacote, refrigerantes, dentre outros). Resultados

semelhantes foram descritos por Triches e Giugliani (2005), que observaram, nas crianças

com práticas alimentares menos saudáveis (reduzido consumo de frutas, hortaliças, leite, café

da manhã e maior consumo de refrigerantes), chance cinco vezes mais elevada de serem

obesas (OR=5,3; p<0,05).

Nos Estados Unidos, entre os anos de 1977 e 1996, o consumo de alimentos tipo fast-

food (refeições rápidas) aumentou em cerca de 300% (ST-ONGE; KELLER;

HEYMESFIELD, 2003). Mendonça e dos Anjos (2004) apontam como principais fatores

dietéticos responsáveis pelo aumento da obesidade dos brasileiros a alimentação fora de casa,

o crescimento na oferta de fast food e a ampliação do uso de alimentos industrializados. Estes

aspectos vinculam-se diretamente à renda das famílias e às possibilidades de gasto com a

alimentação, associado ao valor sociocultural que os alimentos representam para cada grupo

social.

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As atividades sedentárias, definida pelo tempo gasto frente à televisão (TV),

computador e jogos eletrônicos e a redução da atividade física têm demonstrado papel

importante na etiologia da obesidade na infância e na adolescência (TROIANO et al. 2000).

Em inquérito domiciliar americano de base populacional (NHANES III) foi evidenciado

associação entre a obesidade e o tempo gasto com TV, com maiores prevalências entre o as

crianças e adolescentes que assistiam até quatro horas ou mais de TV por dia (CRESPO et al.

2001). Corroborando com esses achados, outro estudo com crianças e adolescentes

americanos (8-16 anos) detectou risco mais elevado para o desenvolvimento de obesidade

entre os que assistiam a mais de quatro horas de TV diariamente (DOWDA et al. 2001).

Campagnolo, Vitolo e Gama (2008), avaliando os fatores associados ao hábito de

assistir TV em excesso entre adolescentes (10-19 anos), em uma cidade do sul do Brasil,

evidenciaram associação positiva entre assistir TV mais de quatro horas por dia e a obesidade

abdominal, medida pela circunferência da cintura (ORajustado: 1,63 IC95%: 1,09- 2,44). Silva e

Malina (2003) em adolescentes na mesma faixa etária observaram que o sobrepeso ocorreu

em indivíduos que assistiam TV mais de três horas por dia, com as ORs variando de 1,17 a

2,35, de 1 a 5 horas de TV/dia, representando um aumento de 17% de probabilidade de

sobrepeso a cada hora adicional de TV.

Possíveis explicações para a associação positiva entre obesidade e o tempo de TV é a

influência da programação desta, sobre as preferências alimentares de crianças e

adolescentes. Almeida, Nascimento e Quaioti (2002) ao analisarem 423 horas de

programação da TV brasileira em dias de semana e 126 horas aos sábado, constataram que a

categoria alimentos foi a mais freqüentemente veiculada. Dentre os produtos alimentícios

anunciados, 57,8% representavam as gorduras, óleos, açúcares e doces, além da ausência nos

anúncios dos grupos das frutas e vegetais. Outro fato importante é hábito de comer assistindo

TV, o qual foi intensamente citado entre escolares de Florianópolis, na faixa etária de 7 a 10

anos, onde cerca de 90% dos entrevistados referiram às vezes ou sempre fazer as refeições

com a TV ligada e 98% costumavam beliscar alguma coisa enquanto assistiam à TV

(principalmente bolachas, salgadinhos de pacote, pipocas, guloseimas, dentre outros)

(FIATES; AMBONI; TEIXEIRA, 2008).

Pierine et al (2006), ao avaliarem o nível de atividade física de 441 escolares, no

município de Botucatu/São Paulo verificaram que 54,0% dos alunos eram insuficientemente

ativos e 6,0% sedentários, independente do estado nutricional. Maitino (1997) verificou

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42,0% de inatividade física em escolares da periferia de Bauru/São Paulo. Em Niterói, Rio de

Janeiro este índice atingiu 85,0% dos meninos e 94,0% das meninas (SILVA; MALINA,

2000). Essas diferenças podem ser decorrentes, em parte, às diferenças metodológicas entre

os estudos.

Em Santa Catarina, observou-se entre rapazes (15-16 anos) que ser pouco ativo

aumentava a chance (OR=1,74 IC95% 1,08-2,79) de ter excesso de peso em relação aos

demais (SILVA et al. 2008). Baruki et al. (2006) também encontraram relação entre o estado

nutricional e nível de atividade física, mostrando que crianças eutróficas eram mais ativas,

praticavam atividades mais intensas e gastavam menos tempo assistindo a TV, comparadas às

crianças com sobrepeso/obesidade. As evidências apontam a prática regular de atividade

física como auxílio no controle e manutenção do peso e na redução de riscos cardiovasculares

(GILLIS; KENNEDY; BAR-OR, 2006; SANTOS et al. 2008)

Com a incidência crescente da obesidade na infância, esse problema torna-se ainda

mais alarmante, quando se considera a sua evolução e associações. As múltiplas

comorbidades que a acompanham, aumentam o risco de mortalidade cardiovascular e

reduzem a qualidade de vida no adulto. Dentre as situações associadas à obesidade do adulto,

algumas como dislipidemias, hipertensão e resistência à insulina têm sido encontradas

associadas ao excesso de peso na infância (PEREIRA et al. 2009).

As dislipidemias são consideradas um dos principais fatores determinantes para o

desenvolvimento de doenças cardiovasculares e vem sendo relatada em diversos estudos,

entre as crianças e adolescentes. Franca e Alves (2006) ao analisarem 414 crianças e

adolescentes, em Pernambuco detectaram em cerca de 30% deles perfil lipídico aterogênico

caracterizado por altos níveis de triglicerídeos (TG), colesterol total (CT) e LDL-c. Moura et

al.(2000) e Nobre et al.(2008) encontraram em escolares prevalências elevadas de

hipercolesterolemia, cerca de 35,0% e 40,3%, respectivamente, em diferentes regiões do

Brasil.

As III Diretrizes Brasileiras de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose (2001)

relatam a correlação entre colesterol sanguíneo elevado (>200mg/100ml) e incidência de

doenças cardiovasculares. Entretanto, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) através da

I Diretriz de Prevenção de Aterosclerose na Infância e Adolescência, desde 2005 recomenda

aconselhamento dietético a partir de 150mg de colesterol/100ml de sangue e supervisão

rotineira a partir de 170mg/100ml para prevenção de doenças cardiovasculares.

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No estudo de Pereira et al. (2009) a presença de obesidade infantil determinou uma

maior chance de encontrar níveis elevados de CT, LDL-c e TG. Carvalho et al. (2007) em

estudo com adolescentes (14 a 17 anos) observaram elevada prevalência de dislipidemia

(66,7%) e de redução do HDL-c (56,7%). Verificaram também associação estatisticamente

significante (p<0,05) do IMC, categorizado em tercis, com o colesterol total e a fração LDL-

c. No estudo desenvolvido por Grillo et al. (2005) níveis baixos de HDL-c associaram-se de

maneira significante com a presença de obesidade (OR: 3,27 IC95% 1,08-9,74) nos escolares

de baixa renda.

Ribas e Silva (2009) encontraram prevalência de excesso de peso de 28,8% e índice

de adiposidade elevada em 36,2% em escolares, além da freqüência de 49,0% de alguma

alteração no perfil lipídico, na rede privada de ensino em Belém/Pará. Outro fator importante

a ser considerado é que os escolares que apresentaram maior percentual de alteração do perfil

lipídico foram os que apresentaram IMC acima do percentil 85(sobrepeso). Ainda segundo

Ribas e Silva (2009) o HDL-c, lipoproteína que atua como fator protetor contra doenças

cardiovasculares, foi o componente lipídico que apresentou maior percentual de alteração.

Diante do exposto Lobstein et al. (2004) relatam a importância do controle de peso

durante a infância e adolescência, uma vez que a obesidade, além de ser fator de risco

independente para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, pode vir associada a

outros fatores de risco (dislipidemia) como descrita acima.

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3. Métodos

3.1. Desenho do estudo

A pesquisa foi desenvolvida utilizando parte do banco de dados do projeto

“Obesidade e sobrepeso infantil em escolares da rede pública e privada do município de

Camaragibe, Pernambuco/Brasil”, que teve como objetivo geral estimar a prevalência de

obesidade e sobrepeso em escolares da rede pública e privada. A coleta de dados ocorreu no

período de junho a novembro de 2004. O projeto foi realizado em parceria com as Secretarias

de Saúde e de Educação do Município de Camaragibe, o Departamento de Nutrição da

Universidade Federal de Pernambuco (DN/UFPE) e o Instituto de Medicina Integral

Professor Fernando Figueira (Imip) e com o apoio financeiro da Fundação de Amparo à

Ciência do Estado de Pernambuco (FACEPE) e o Ministério da Saúde (MS).

Trata-se de um estudo de corte transversal, o qual transmite a idéia de um corte no

fluxo histórico da doença e no estudo das características apresentadas por ela naquele

momento. Apresenta como vantagem, baixo custo, alto potencial descritivo e simplicidade

analítica. No entanto, os resultados não são indicativos de seqüência temporal e as únicas

conclusões legítimas derivadas da análise de estudo de prevalência restringem-se a relações

de associação, e não de causalidade (ROUQUAYROL; ALMEIDA FILHO, 1999).

3.2. População do estudo

Escolares com idade entre 7 e 14 anos, de ambos os sexos, regularmente matriculados

em escolas públicas e privadas do município de Camaragibe, Estado de Pernambuco, no

período de junho a novembro de 2004.

3.3. Critérios de elegibilidade

3.3.1. Critérios de exclusão

Escolares que estiveram ausentes no dia da coleta;

Escolares com incapacidade física que impossibilitasse ou comprometesse a tomada

das medidas antropométricas.

3.4. Amostragem

O tamanho amostral foi determinado com base nos dados de prevalência estimada (p)

de excesso de peso de 9,4%, encontrada na II Pesquisa Estadual de Saúde e Nutrição (II

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PESN-PE, 1997), um erro amostral (d) de 3% e nível de confiança (z) de 95%, utilizando-se a

fórmula n= [z2 p. (1-p)] / d2 (LWANGA; TYE, 1987). Como o processo de seleção da

amostra foi do tipo poli-etapas cujas unidades amostrais foram a escola (1º conglomerado), o

turno (2º conglomerado), a turma (3º conglomerado), e o escolar (4º conglomerado), o “n”

amostral foi ajustado pelo efeito do desenho do estudo, mediante o uso de um fator de

correção da ordem de 2,1 (HERDERSON; SUNDRESANT, 1982), totalizando um número

mínimo de 764 escolares. Para corrigir eventuais perdas, esse valor foi acrescido em 15%,

perfazendo uma amostra de 879 escolares. No entanto, 1205 escolares participaram do

estudo.

O processo de seleção das escolas, do turno, da turma e dos alunos foi aleatório, sendo

os alunos da turma pesquisada, sorteados com o uso de tabela de números aleatórios. Caso o

aluno sorteado não estivesse presente procedia-se novo sorteio.

3.5. Métodos e técnicas de avaliação

Os escolares foram convidados a participar da pesquisa e responderam um

questionário em sala de aula, padronizado e validado em 10% da amostra, e outro para ser

preenchido em casa pelos pais e ou responsáveis, juntamente com o Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido.

A coleta dos dados foi realizada por uma equipe de técnicos selecionados e

previamente treinados para aferição das medidas antropométricas (peso, altura e

circunferência da cintura) de acordo com técnicas padronizadas de Lohman, Roche e

Martorell (1988) e aplicação do questionário, no qual foram obtidas informações de

identificação pessoal, características familiares e socioeconômicas, atividade física e

consumo alimentar (ANEXO A).

3.5.1 Avaliação antropométrica

As técnicas adotadas para determinar as medidas antropométricas seguiram as

recomendações de Lohman, Roche e Martorell (1988). Cada escolar teve suas medidas

antropométricas (peso, altura, circunferência da cintura) aferidas duas vezes com a finalidade

de garantir a fidedignidade das medidas intra e inter observadores, segundo as

recomendações de Frisancho (1990), sendo desprezadas quando o erro de aferição foi maior

que 100g para peso e 0,5cm para altura e circunferência da cintura.

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3.5.1.1 Peso

O peso foi verificado em balança digital eletrônica, da marca Socram, modelo

Personal Line E-150, com capacidade para 160 kg e precisão de 100g. Os escolares se

apresentavam descalços, roupas leves, sem objetos nas mãos ou bolsos e sem adornos na

cabeça.

3.5.1.2. Altura

A altura dos escolares foi determinada com fita métrica Stanley milimetrada, com

precisão de 1 mm e exatidão de 0,5cm. A fita foi afixada na parede e os escolares colocados

em posição ereta, descalços, com os braços estendidos ao longo do corpo, os calcanhares, o

dorso e a cabeça tocando a parede, e olhando para frente.

3.5.1.3. Circunferência da cintura

A circunferência da cintura foi obtida com fita métrica inelástica, graduada em

centímetros e milímetros, e medida no ponto médio entre a crista ilíaca e a última costela

(TAYLOR et al, 2000).

3.5.1.4. Diagnóstico de excesso de peso

O excesso de peso (sobrepeso agrupado aos obesos) foi medido pelo índice de massa

corporal (IMC), relação entre peso (em quilogramas) e altura (em metros) ao quadrado.

Tendo em vista a falta de consenso internacional sobre qual o melhor critério antropométrico

a ser adotado para avaliação de excesso de peso na faixa etária estuda, optou-se pelo proposto

pela International Obesity Task Force (IOFT). Este critério utiliza dados de crianças e

adolescentes de diferentes países, incluindo o Brasil, e é baseado no ponto de corte 25Kg/m2

do IMC para adultos (COLE et al., 2000).

3.5.1.5. Diagnóstico de obesidade abdominal

O diagnóstico de obesidade abdominal foi determinado pela razão da circunferência

da cintura (cm)-estatura (cm), quando esta apresentava valores iguais ou superiores a 0,5 (LI

et al. 2006; McCARTHY; ASWELL, 2006).

3.5.2 Avaliação bioquímica

Perfil lipídico

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A coleta de sangue foi realizada por um profissional de enfermagem, após jejum noturno de

12 horas. Foi colhida uma amostra de 5 ml de sangue, mediante punção venosa cubital

usando tubos de ensaio específicos para a coleta. A análise foi realizada no Laboratório de

Bioquímica do Departamento de Nutrição localizado na Universidade Federal de Pernambuco

(DN/UFPE). O CT sanguíneo, os TG e o HDL-c, foram determinados por métodos

enzimáticos (Enzimático-Trinder) utilizando os reagentes da LABTEST. O LDL-c foi

calculado usando a equação de Friedewald, Levy e Fredrickson (1972), recomendada pela

American Academy of Pediatrics: LDL-c = CT- (HDL-c + TG/5).

Os valores de referência lipídica basearam-se nos propostos pela I Diretriz de

Prevenção da Aterosclerose na Infância e Adolescência (SBC, 2005). Os pontos de corte

estabelecidos foram: CT < 150mg/dL (desejável), CT ≥ 150mg/dL (limítrofe) e CT ≥

170mg/dL (aumentado); LDL-c < 100mg/dL (desejável), LDL-c ≥ 100mg/dL (limítrofe) e

LDL-c ≥ 130mg/dL (aumentado); HDL-c < 45mg/dL (não desejável); TG < 100mg/dL

(desejável), TG ≥ 100mg/dL (limítrofe), TG ≥ 130mg/dL (aumentado).

3.5.3. Variáveis sócio-demográficas

Dentre as variáveis sócio-demográficas foram obtidas informações sobre a idade,

sexo, condições de saneamento, renda familiar, no de pessoas no domicilio e escolaridade

materna.

3.5.3.1 Condições de saneamento

As condições de saneamento foram consideradas adequadas, quando estavam

disponíveis os serviços de água ligada à rede pública com canalização interna, esgoto ligado á

rede pública e coleta regular de lixo; inadequada quando um dos serviços de saneamento não

estava disponível (RAMALHO et al. 2006).

3.5.3.2. Renda familiar

A renda familiar foi coletada bruta e expressa em salários mínimos (SM),

categorizada de acordo como descrita na Pesquisa de Orçamentos Familiares (2002-2003) de

até ¼ de SM a mais de 5 SM (IBGE, 1990) e, posteriormente para análise foi recategorizada

em três classes: < 1SM, 1 ├ 2 SM e ≥ 2 SM.

3.5.3.3. Número de pessoas no domicilio

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O número total de pessoas no domicílio foi categorizado em três grupos ≤ 2, de 3 a 4 e

≥ 5 pessoas por residência, assim como classificação utilizada por Farias, Guerra-Júnior e

Petroski (2008).

3.5.3.4. Escolaridade materna

O grau de escolaridade materna foi obtido a partir do último ano cursado com

aprovação e categorizado em: analfabeta, até 8 anos ou maior que 8 anos de estudo, adaptado

ao critério apresentado por Campagnolo, Vitolo e Gama (2008).

3.5.5. Variáveis comportamentais

3.5.5.1. Atividades físicas

A atividade ocupacional foi obtida com aplicação de questionário adaptado ao

utilizado por Silva e Malina (2000), onde foram anotadas as informações relativas da

freqüência semanal da prática de atividades diárias (prática de esportes e jogos, atividades

físicas na escola e no tempo de lazer, incluindo o final de semana). Cada questão teve o valor

de 1 a 5 e o escore final foi obtido pela média das questões, representado o intervalo de muito

sedentário (1) a muito ativo (5). Os escores 2, 3 e 4 indicaram as categorias sedentários,

moderadamente ativo e ativo, respectivamente. Sendo assim, a partir do escore os indivíduos

foram classificados em ativos ou sedentários. Ativos foram aqueles com escore ≥ 3 enquanto

sedentários os escolares com escore < 3. A atividade sedentária foi avaliada pela freqüência

do tempo de assistência à televisão, porém esse dado não entrou no computo do escore.

3.5.5.2. Consumo alimentar

O consumo alimentar foi avaliado pelo questionário qualitativo de freqüência de

consumo do dia anterior a entrevista, obtido com o responsável pela criança e distribuído em:

café da manhã, lanches, almoço, jantar. Posteriormente, a freqüência do consumo foi

categorizada e descrita em: nenhum consumo ao dia, 1 vez ao dia, 2 ou mais vezes ao dia,

seguindo critérios similares aos apresentados por Furlan e Valero (2004).

3.6. Análise e processamento dos dados

Os dados foram digitados com dupla entrada e verificados com o validate, módulo do

Programa Epi-Info, versão 6.04d (WHO/CDC; Atlanta, GE, USA) para checar a consistência

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e validação dos mesmos. As análises foram executadas pelo programa Statistical Package for

the Social Science (SPSS), versão 13.0 (SPSS Inc; Chicago, IL, USA).

Os resultados foram expressos em tabelas com as respectivas distribuições absolutas

e percentuais. Para análise das associações entre as variáveis foi utilizado o teste do Qui-

quadrado de Pearson, a um nível de significância de 5%. Para determinar a influência das

variáveis independentes sobre a variável dependente (ocorrência de excesso de peso), foi

ajustado um modelo de regressão logística com as variáveis associadas à variável dependente,

em nível de 20% (p< 0,20) selecionadas no modelo bivariado, empregando-se o método

backwards LR, considerando-se o nível de 5% (p<0,05). Utilizando-se o modelo foram

obtidas a significância dos parâmetros em relação à base, a OR ajustada e o intervalo de

confiança para esta medida.

3.7. Aspectos Éticos

O protocolo da pesquisa foi submetido e aprovado no dia 07 de novembro de 2001

pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal

de Pernambuco-CEP/CCS/UFPE, sob o protocolo de pesquisa no 142/2001, de acordo com a

Resolução no 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (ANEXO B e ANEXO C).

Os pais e ou responsáveis pelos escolares, que aceitaram participar da pesquisa foram

informados dos objetivos do estudo, assim como dos métodos a serem adotados e assinaram

um termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO D).

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4. Resultados –Artigo Original

Títulos:

Excesso de peso e fatores associados em escolares de Pernambuco (Brasil), 2004.

Excess weight and associated factors among schoolchildren in the state of Pernambuco

(Brazil), 2004.

Autores:

Isabella Valois Pedrosa1, Ilma Kruze Grande de Arruda2, Alcides da Silva Diniz3 , Poliana

Coelho Cabral4.

1 Mestre em Nutrição pela Universidade Federal de Pernambuco, Av. Prof. Moraes Rego,

1235, Cidade Universitária, 50670-901, Recife, PE, Brasil. [email protected]

2 Professora associada do Departamento de Nutrição, Universidade Federal de Pernambuco,

Av. Prof. Moraes Rego, 1235, Cidade Universitária, 50670-901, Recife, PE, Brasil.

[email protected];

3Professor associado do Departamento de Nutrição, Universidade Federal de Pernambuco,

Av. Prof. Moraes Rego, 1235, Cidade Universitária, 50670-901, Recife, PE,

[email protected]

4Professora adjunta do Departamento de Nutrição, Universidade Federal de Pernambuco,

Av. Prof. Moraes Rego, 1235, Cidade Universitária, 50670-901, Recife, PE, Brasil.

[email protected]

Instituição: Programa de Pós-Graduação em Nutrição, Universidade Federal de Pernambuco.

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Contato para correspondência: Isabella Valois Pedrosa. Rua Vitoriano Palhares, 218 Apto

101-CEP: 50710-190-Recife-PE. Fone: 81 3226 5589 / 81 9269 5777 E-mail:

[email protected]

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Resumo

Estudo transversal, com objetivo de determinar a prevalência de excesso de peso e fatores

associados. A amostra probabilística em poli-etapas incluiu 1205 escolares de 7-14 anos,

ambos os sexos, em um município de Pernambuco/Nordeste/Brasil, realizado em

junho/novembro 2004. O excesso de peso foi determinado pelo índice de massa corporal

(IMC), baseado nos pontos de corte estabelecidos por Cole et. al, 2000. Foram avaliadas

variáveis sócio-demográficas, antropométricas, comportamentais e o perfil lipídico. O teste

Qui-quadrado foi utilizado para associação entre as variáveis independentes e o desfecho

(p≤0,05), em seguida realizou-se a regressão logística (Backwards). A prevalência de excesso

de peso foi de 12,9%, com freqüências mais elevadas no sexo feminino (60,3%;p=0,117), nos

escolares com 10 anos de idade (27,6%;p=0,038), renda familiar de 1 a 2 salários mínimos

(55,9%;p=0,020), escolaridade materna ≤ 8 anos (63,2%;p=0,007) e em domicílios com ≤ 4

pessoas (57,1%;p<0,001). Foi verificado nos escolares com excesso de peso, elevada

prevalência de obesidade abdominal (63,6%;p<0,001), níveis elevados de colesterol total

(45,2%;p=0,526) e baixo consumo de verduras (≥ 2x/dia) (5,2%;p=0,002). Não houve

associação significativa entre níveis de atividade física nos escolares com e sem excesso de

peso. Após a regressão logística observou-se associação do excesso de peso com o sexo

feminino (OR:1,535;IC95% 1,050-2,243), renda familiar ≥ 2 SM (OR:2,050;IC95% 1,178-

3,567) e com ≤ 4 pessoas no domicilio (OR:1,983;IC95% 1,364-2,883). Apesar da prevalência

de excesso de peso em escolares ter sido inferior a outras regiões do país, este estudo fornece

subsídios para planejamento e direção de ações em saúde pública.

Palavras-chave: Criança, adolescente, hipercolesterolemia, atividade física, consumo

alimentar, condições socioeconômicas, sobrepeso, obesidade, excesso de peso.

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Abstract

The aim of the present cross-sectional study was to determine the prevalence of excess

weight and associated factors among schoolchildren. A total of 1205 male and female

children between seven and 14 years of age from a city in the state of Pernambuco

(northeastern Brazil) were selected through multi-stage probabilistic sampling carried out

between June and November 2004. Excess weight was determined based on the body mass

index (BMI), using the cutoff points established by Cole et al. (2000). Socio-demographic,

anthropometric, behavioral and lipid profile variables were analyzed. The chi-square test was

used to determine associations between the independent variables and outcome (p≤0.05),

followed by logistic regression (backward stepwise method). The prevalence of excess

weight was 12.9%, with higher frequencies among the female gender (60.3%; p=0.117), 10-

year-olds (27.6%; p=0.038), those with a household income of 1 to 2 times the monthly

minimum salary (55.9%; p=0.020), those whose mothers had ≤ 8 years of schooling (63.2%;

p=0.007) and those living in homes with ≤ 4 persons (57.1%; p<0.001). Among the children

with excess weight, a high prevalence of abdominal obesity (63.6%; p<0.001), high levels of

total cholesterol (45.2%; p=0.526) and low consumption of vegetables (≥ 2x/day) (5.2%;

p=0.002) were detected. Physical activity was not significantly associated to either the

presence or absence of excess weight among the children analyzed. The logistic regression

revealed that excess weight was associated to the female gender (OR: 1.535; 95%CI: 1.050-

2.243), household income ≥ 2 times the minimum salary (OR: 2.050; 95%CI: 1.178-3.567)

and ≤ 4 persons in home (OR:1.983; 95%CI: 1.364-2.883). Although the prevalence of excess

weight among schoolchildren was lower that that reported for other regions of Brazil, the

present study contributes knowledge for the planning of public health actions.

Keywords: Child, adolescent, hypercholesterolemia, physical activity, dietary intake,

socioeconomic status, overweight, obesity, excess weight.

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Introdução

O sobrepeso e a obesidade estão entre os principais problemas de saúde pública em

nível mundial acometendo todas as faixas etárias da população (1). Mais recentemente,

especialistas tem chamado a atenção para o aumento da incidência em idades cada vez mais

precoces (2,3). Em 2004, já se estimava que 10% das crianças e adolescentes do mundo

apresentavam excesso de peso (4).

No Brasil, nas últimas décadas inquéritos nacionais relataram que a prevalência de

sobrepeso e obesidade entre crianças de 6 a 9 anos de idade sofreu um aumento de 4,9% em

1974 para 17,4% em 1996/1997, e entre adolescentes (10 a 18 anos) o aumento da

prevalência foi de 3,7% para 12,6% no mesmo período, demonstrando a magnitude e

gravidade que o problema assumiu nestas faixas etárias no país (5). Nos Estados Unidos, o

incremento nas prevalências de obesidade, entre as crianças e adolescentes de 6 a 18 anos,

também foi importante de 16,8% para 27,3% (5).

Em estudos populacionais, o índice de massa corporal (IMC) que é obtido dividindo-

se o peso em quilogramas pela altura ao quadrado em metros, é o mais comumente utilizado

na avaliação do sobrepeso/obesidade, por ser de fácil aplicabilidade e permitir continuidade

do critério usado para avaliação de adultos. Sua validade baseia-se também na boa correlação

com gordura corporal, principalmente a gordura visceral que, por sua vez está associada a

fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (6,7).

A obesidade pode ser compreendida como um agravo multifatorial envolvendo um

complexo conjunto de fatores biológicos, comportamentais e ambientais, ressalta-se,

entretanto, a importante influência dos fatores externos na incidência do problema. (2,8).

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O nível socioeconômico interfere na disponibilidade de alimentos e no acesso à

informação, e sendo este um problema importante nos países em desenvolvimento, a

obesidade infantil ainda é mais prevalente nas classes socioeconômicas elevadas (9).

Entretanto, essa relação ainda não está bem definida, uma vez que estudos vêm demonstrado

aumento da incidência de obesidade em grupos de menor condição socioeconômica (10).

As mudanças no padrão alimentar, caracterizado pelo aumento do consumo de

alimentos de alta densidade energética, ricos em açucares simples, gordura saturada e redução

no consumo de fibras e micronutrientes, somado a redução da atividade física de rotina e o

aumenta de atividades sedentárias têm demonstrado papel importante na etiologia da

obesidade na infância e adolescência (11,12).

A obesidade na infância torna-se ainda mais alarmante, quando se considera a sua

associação com comorbidades (dislipidemia, hipertensão e resistência à insulina) que

aumentam o risco de mortalidade cardiovascular e reduzem a qualidade de vida no

adulto(13). As dislipidemias vêm sendo documentadas neste grupo (14,15,16), assim como a

sua associação com o excesso de peso (17).

Ainda são escassas as investigações direcionadas aos fatores associados com o

excesso de peso em crianças e adolescentes, ressaltando ainda a ausência de padronização das

metodologias e pontos de corte adotados para esta faixa etária. Dessa forma, o objetivo do

estudo foi determinar a prevalência de excesso de peso e verificar a possível associação com

fatores sócio-demográficos, perfil lipídico e estilo de vida (hábito alimentar/atividade física)

em escolares da rede de ensino do município de Camaragibe-Pernambuco (Brasil).

Métodos

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Trata-se de um estudo de corte transversal, sendo os dados analisados provenientes de

um projeto de pesquisa intitulado “Obesidade e sobrepeso infantil em escolares da rede

pública e privada do município de Camaragibe, Pernambuco/Brasil”.

A coleta de dados ocorreu no período de junho a novembro de 2004, com escolares

com idade entre 7 e 14 anos, de ambos os sexos, regularmente matriculados em escolas

públicas e privadas do município de Camaragibe, Estado de Pernambuco, Nordeste/Brasil.

Foram excluídos os escolares que estiveram ausentes no dia da coleta e os portadores de

incapacidade física que impossibilitasse ou comprometesse a tomada das medidas

antropométricas.

O tamanho amostral foi determinado com base nos dados de prevalência estimada de

excesso de peso de 9,4%, encontrada na II Pesquisa Estadual de Saúde e Nutrição (1997)

(18), um erro amostral de 3% e nível de confiança de 95%, utilizando-se n= [z2 p. (1-p)] / d2

(19). Como o processo de seleção da amostra foi do tipo poli-etapas cujas unidades amostrais

foram a escola (1º conglomerado), o turno (2º conglomerado), a turma (3º conglomerado), e o

escolar (4º conglomerado), o “n” amostral foi ajustado pelo efeito do desenho do estudo,

mediante o uso de um fator de correção da ordem de 2,1 (20), totalizando um número mínimo

de 764 escolares. Para corrigir eventuais perdas, esse valor foi acrescido em 15%, perfazendo

uma amostra de 879 escolares. No entanto, 1205 escolares participaram do estudo. O

processo de seleção das escolas, do turno, da turma e dos alunos foi aleatório, sendo os

alunos da turma pesquisada, sorteados com o uso de tabela de números aleatórios. Caso o

aluno sorteado não estivesse presente procedia-se novo sorteio.

Os escolares foram convidados a participar da pesquisa e responderam um

questionário em sala de aula, padronizado e validado em 10% da amostra, após autorização

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dos pais e/ou responsáveis por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido, que detalhava os objetivos, procedimentos e etapas do estudo.

A coleta dos dados foi realizada por uma equipe de técnicos selecionados e

previamente treinados para aferição das medidas antropométricas (peso, altura e

circunferência da cintura) de acordo com técnicas padronizadas de Lohman et al. (21)

O peso foi verificado em balança digital eletrônica, da marca Socram, modelo

Personal Line E-150, com capacidade para 160 kg e precisão de 100g. Os escolares se

apresentavam descalços, roupas leves, sem objetos nas mãos ou bolsos e sem adornos na

cabeça. A altura dos escolares foi determinada com fita métrica Stanley milimetrada, com

precisão de 1 mm e exatidão de 0,5cm. A fita foi afixada na parede e os escolares colocados

em posição ereta, descalços, com os braços estendidos ao longo do corpo, os calcanhares, o

dorso e a cabeça tocando a parede, e olhando para frente. Com as medidas de peso e altura

calculou-se o IMC, que foi utilizado para verificar a prevalência de excesso de peso

(sobrepeso agrupado a obesidade), segundo sexo e idade, baseados nos pontos de corte

estabelecidos por Cole et al. (22).

A circunferência da cintura foi obtida com fita métrica inelástica, graduada em

centímetros e milímetros, e medida no ponto médio entre a crista ilíaca e a última costela de

acordo com Taylor et. (23). A medida da CC foi utilizada para cálculo da razão da

circunferência da cintura-altura, considerando como ponte de corte para diagnóstico de

obesidade abdominal valores iguais ou superiores a 0,5 (24).

Cada escolar teve suas medidas antropométricas aferidas duas vezes com a finalidade

de garantir a fidedignidade das medidas intra e inter observadores, segundo as

recomendações de Frisancho (1990) (25), sendo desprezadas quando o erro de aferição foi

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maior que 100g para peso e 0,5cm para altura e circunferência da cintura, utilizando-se a

média das medidas para análise.

Para análise bioquímica, foi colhida uma amostra de 5 ml de sangue, após jejum

noturno de 12 horas, mediante punção venosa cubital usando tubos de ensaio específicos e

realizada por um profissional de enfermagem. A análise foi realizada no Laboratório de

Bioquímica do Departamento de Nutrição localizado na Universidade Federal de Pernambuco

(DN/UFPE). O colesterol total sanguíneo (CT), os triglicerídeos (TG) e o HDL-colesterol,

foram determinados por métodos enzimáticos (Enzimático-Trinder) utilizando os reagentes

da Labteste®. O LDL-colesterol foi calculado obedecendo a equação de Friedewald et al.

(26), LDL-colesterol = Colesterol total - HDL-colesterol – ( triglicérides/5).

Os valores de referência lipídica basearam-se nos propostos pela I Diretriz de

Prevenção da Aterosclerose na Infância e Adolescência (27), com os seguintes pontos de

corte: CT <150mg/dL (desejável), CT ≥150mg/dL (limítrofe) e CT ≥170mg/dL (aumentado);

LDL-c <100mg/dL (desejável), LDL-c ≥100mg/dL (limítrofe) e LDL-c ≥130mg/dL

(aumentado); HDL-c <45mg/dL (não desejável); TG <100mg/dL (desejável), TG ≥100mg/dL

(limítrofe), TG ≥130mg/dL (aumentado).

Dentre as variáveis sócio-demográficas foram obtidas informações sobre a idade,

sexo, condições de saneamento, renda familiar, no de pessoas no domicilio e escolaridade

materna. As condições de saneamento foram consideradas adequadas, quando estavam

disponíveis os serviços de água ligada à rede pública com canalização interna, esgoto ligado á

rede pública e coleta regular de lixo; inadequada quando um dos serviços de saneamento não

estava disponível (28). A renda familiar foi coletada bruta e expressa em salários mínimos

(SM), categorizada de acordo como descrita na Pesquisa de Orçamentos Familiares (2002-

2003) (29) de até ¼ de SM a mais de 5 SM e, posteriormente para análise dos dados foi

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recategorizada em três classes: < 1SM, 1 ├ 2 SM e ≥ 2 SM. O número total de pessoas no

domicílio foi categorizado em três grupos ≤ 2, de 3 a 4 e ≥ 5 pessoas por residência, assim

como classificação utilizada por Farias et al. (30). O grau de escolaridade materna foi obtido

a partir do último ano cursado com aprovação e categorizado em: analfabeta, até 8 anos ou

maior que 8 anos de estudo, adaptado ao critério apresentado por Campagnolo et al. (31).

A atividade ocupacional foi obtida com aplicação de questionário adaptado ao de

Silva & Malina (32), onde foram anotadas informações relativas a freqüência semanal da

prática de atividades diárias (prática de esportes e jogos, atividades físicas na escola e no

tempo de lazer, incluindo o final de semana). Cada questão teve o valor de 1 a 5 e o escore

final foi obtido pela média das questões, representado o intervalo de muito sedentário (1) a

muito ativo (5). Os escores 2, 3 e 4 indicaram as categorias sedentários, moderadamente ativo

e ativo, respectivamente. Sendo assim, a partir do escore os indivíduos foram classificados

em ativos ou sedentários. Ativos foram aqueles com escore ≥ 3 enquanto sedentários os

escolares com escore < 3. A atividade sedentária foi avaliada pela freqüência do tempo de

assistência à televisão, porém esse dado não entrou no computo do escore.

O consumo alimentar foi avaliado pelo questionário qualitativo de freqüência de

consumo do dia anterior a entrevista, obtido com o responsável pela criança e distribuído em:

café da manhã, lanches, almoço, jantar. Posteriormente, a freqüência do consumo foi

categorizada e descrita em: nenhum consumo ao dia, 1 vez ao dia, 2 ou mais vezes ao dia,

seguindo critérios similares aos apresentados por Furlan & Valero (33).

Os dados foram digitados com dupla entrada e verificados com o validate, módulo do

Programa Epi-Info, versão 6.04d (WHO/CDC; Atlanta, GE, USA) para checar a consistência

e validação dos mesmos. As análises foram executadas pelo programa Statistical Package for

the Social Science (SPSS), versão 13.0 (SPSS Inc; Chicago, IL, USA). Os resultados foram

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expressos com suas respectivas distribuições absolutas e percentuais. Para análise das

associações entre as variáveis foi utilizado o teste do Qui-quadrado de Pearson, a um nível de

significância de 5%. Para determinar a influência das variáveis independentes sobre a

variável dependente (ocorrência de excesso de peso), foi ajustado um modelo de regressão

logística com as variáveis independentes associadas à variável dependente, em nível de

significância de 20% (p< 0,20) selecionadas no modelo bivariado, empregando-se o método

backwards LR, considerando p<0,05. Utilizando-se o modelo foram obtidas a significância

dos parâmetros em relação à base, a OR ajustada e o intervalo de confiança para esta medida.

O protocolo da pesquisa foi submetido e aprovado no dia 07 de novembro de 2001

pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal

de Pernambuco-CEP/CCS/UFPE, sob o protocolo de pesquisa no 142/2001, de acordo com a

Resolução no 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.

Resultados

Foram elegíveis para o estudo 1205 escolares, dos quais 54,1% (652) eram do sexo

feminino e 45,9% (553) do sexo masculino. As perdas ocorridas foram devido à recusa na

participação da pesquisa, inconsistência na aferição das medidas antropométricas, alterações

no material biológico que impossibilitaram a análise bioquímica e, principalmente,

incoerência no preenchimento do questionário.

A prevalência de sobrepeso foi de 10,3% e obesidade 2,7%, segundo IMC. Para

seqüência das análises os escolares com sobrepeso foram agrupados aos obesos totalizando

uma prevalência de 12,9% de excesso de peso. De acordo com o indicador RCA a obesidade

abdominal foi diagnosticada em 9,7% da amostra, porém quando associado aos escolares com

excesso de peso a RCA ≥ 0,5 esteve presente em 63,6%, com associação significativa (p <

0,001).

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Dos escolares com excesso de peso, 60,3% eram do sexo feminino. Em relação à

idade, houve maior número de escolares com excesso de peso nas idades de 10 e 11 anos.

Quanto as variáveis socioeconômicas, aproximadamente 56% das famílias dos escolares com

excesso de peso relataram receber entre um e dois salários mínimos, quase 80% viviam em

condições de saneamento inadequado, cerca de 63% das mães cursaram apenas o ensino

fundamental completo ou incompleto (até 8 anos de estudo) e em torno de 60% dos escolares

com excesso de peso compartilhavam o domicilio com 3 a 4 pessoas. Foi evidenciada

associação significativa entre o excesso de peso com as variáveis idade, renda familiar,

escolaridade materna e número de pessoas no domicilio (Tabela 1).

As características do perfil lipídico nos escolares com e sem excesso de peso estão

apresentadas na tabela 2. Foram observadas maiores prevalências para alteração do colesterol

total, sendo esta a dislipidemia mais freqüente entre os indivíduos com excesso de peso.

Foram detectadas também prevalências elevadas de alteração da lipoproteína HDL-c (<

45mg/dL) e do TG (≥130mg/dL) entre os indivíduos com excesso de peso, contudo entre as

dislipidemias presentes, apenas a hipertrigliceridemia apresentou associação estatisticamente

significante (p< 0, 001).

Quanto ao consumo dietético, destacou-se entre os escolares o baixo consumo de

frutas e verduras, 25% consumiam frutas e cerca de 2% consumiam verduras, pelo menos

duas vezes ao dia. Adicionalmente, observaram-se consumo importante para o grupo de

pães, bolachas e biscoitos e de carne e ovos, consumidos por 78% e 50% dos escolares,

respectivamente, duas ou mais vezes ao dia. Quando comparado ao excesso de peso foi

verificado associação significativa com o baixo consumo de verduras (p < 0, 001), apenas 5%

dos escolares com excesso de peso relataram consumo de pelo menos duas vezes ao dia do

referido grupo de alimento.

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Os escolares com excesso de peso mostram-se ativos (cerca de 63%), incluindo as

categoria de moderadamente ativo, ativo e muito ativo. Quanto à atividade sedentária,

aproximadamente 50% deles assistiam de 3 a 4 horas de TV diariamente. Entretanto não foi

verificada associação significativa entre os escolares com e sem excesso de peso, com os

níveis de atividades físicas e sedentárias estudas (Tabela 3).

Com base no modelo de regressão logística múltipla, constatou-se que: sexo feminino,

renda familiar igual ou superior a dois salários mínimos e domicílio com 3 a 4 pessoas foram

fatores que associaram-se ao excesso de peso. Admitindo-se o modelo ajustado, o sexo

feminino aumentou em 1,52 vezes o risco de excesso de peso, o número de pessoas no

domicilio (3 a 4 pessoas) o fez em 1,9 vezes, enquanto a renda familiar ( ≥ 2SM) aumentou

em 2,05 vezes o risco de ocorrência desta morbidade (Tabela 4).

Discussão

A prevalência de sobrepeso em crianças e adolescentes vem aumentando em diversos

países, como demonstrado no estudo de Wang et al (2002), no qual a prevalência no Brasil

triplicou entre os anos de 1975-1997 (5). Dados da Pesquisa de Orçamento Familiar-POF

2002-2003, revelaram prevalência de excesso de peso de 11,8% em adolescentes de 10 a 19

anos da região Nordeste do Brasil, observando-se um incremento de 109% do problema em

nossa casuística (29). O aumento da prevalência de excesso de peso na população jovem de

cidades brasileiras vem sendo demonstrado, a pesar de poucos estudos utilizarem o mesmo

ponto de corte e as mesmas faixas etárias.

No presente estudo foi encontrada uma prevalência de 10,3% de sobrepeso e 2,7% de

obesidade, que agrupados em excesso de peso (sobrepeso/obesidade) atingiu 12,9% dos

escolares. Considerando o mesmo ponto de corte, Nobre et al. observaram prevalência mais

elevada de 13,59%, entre escolares de 10 a 19 anos em Barbacena/MG ao avaliarem a

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associação entre perfil lipídico e algumas variáveis antropométricas (16). Lunardi et al.,

detectaram a prevalência de 19,8% de excesso de peso entre crianças de 10 a 12 anos ao

verificar o valor diagnóstico de diferentes pontos de corte do IMC (34). Suñé et al., em

estudo de base populacional envolvendo adolescentes de uma cidade do Sul do Brasil

relataram prevalência de sobrepeso ou obesidade de 24,8% (35). As prevalências mais

elevadas de sobrepeso (29,8%) e obesidade (9,1%) foram descritas por Vieira et al. com

alunos de 1ª a 4ª séries, matriculados em escolas da área urbana do município de Pelotas, RS

(36).

Possíveis explicações para essa variação envolvem fatores tais como o potencial genético,

padrão alimentar (baixo consumo de frutas e verduras e alto consumo de alimentos

industrializados), hábitos sedentários (horas de TV), entre outros (16, 37, 38). Apesar da

prevalência do excesso de peso em Camaragibe/Brasil ter sido menor que em outras cidades

do país, pode ser considerada preocupante, uma vez que este é um problema emergente no

Brasil na população mais jovem e associa-se com problemas de saúde como diabetes,

hipertensão e doenças cardiovasculares.

Não foram encontradas diferenças significativas entre os sexos, nos escolares com e

sem excesso de peso. Resultados semelhantes foram encontrados por Suñé et al., quando

avaliaram a prevalência de sobrepeso e obesidade em escolares de 11 a 13 anos (35) e

Ricardo et al., em estudo com cerca de 5.000 escolares entre 6 a 10 anos (39). Outros estudos

realizados no país também não encontraram associação entre estas variáveis (40, 41, 42). Por

outro lado, Vieira et al., verificaram em escolares de 1ª a 4ª série do ensino fundamental,

menor prevalência de sobrepeso entre as meninas com melhores condições socioeconômicas

(escola particular), explicado possivelmente pelo padrão cultural de beleza feminino vigente

(36).

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Quanto à idade, foi evidenciado diferença significativa (p=0,038) com freqüências de

excesso de peso mais elevadas nas idades de 10 e 11 anos. De acordo com dados do IBGE, a

prevalência de excesso de peso foi maior, atingindo 22,4% dos adolescentes, nas idades de 10

e 11 anos, como demonstrado em nossa casuística (29). Suñé et al., revelaram

comportamento semelhante, estudantes com 13 anos apresentaram menores prevalências de

excesso de peso e mostraram-se protegidos (IC95% 0,49- 0,95) quando comparados aos

escolares com 11 anos (35), sugerindo que as diferenças maturacionais podem estar presentes

nestas faixas etárias, uma vez que por volta dos 13 anos, com o aumento da liberação dos

hormônios sexuais, se dá o estirão do crescimento (43). Em contra partida, alguns estudos

não encontraram associação significativa com a variável idade, apesar dos mais jovens

apresentarem prevalências mais elevadas de excesso de peso (41, 44).

As variáveis renda familiar, escolaridade materna e número de pessoas no domicílio,

propostas para explorar a associação de excesso de peso com características socioeconômicas

apresentaram associação significativa entre os grupos estudados. A partir da análise de

regressão logística multivariada foi detectado maior risco de aparecimento de excesso de peso

nos escolares com maior renda familiar (OR= 2,05 IC95%= 1,178; 3567) e até quatro pessoas

no domicilio (OR=1,98 IC95%= 1,364; 2,883). Corroborando com nossos achados, em estudo

com adolescentes brasileiros, de ambos os sexos, foi verificado que a freqüência de excesso

de peso aumentou com o aumento da renda (até 0,5 SM para ≥ 5 SM), de 8,5% para 28,2%

no sexo masculino e de 8,9% para 18,4% , no sexo feminino (29). Em contra partida, não

houve associação significativa entre excesso de peso e renda familiar e escolaridade materna,

no estudo desenvolvido por Alves et al.(40)

Farias et al. em escolares de 7–10 anos e Magalhães et al. com adolescentes de 15 -19

anos verificaram predomínio de sobrepeso e obesidade em domicílios com até quatro

pessoas, corroborando com os nossos achados, entretanto no primeiro estudo foi utilizado

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critério diagnóstico diferente para sobrepeso/obesidade (indicador peso/estatura) e no

segundo, faixa etária mais alta que a amostra estudada (30, 45). O aumento de consumo

alimentar per capita em função da diminuição do número de moradores poderia explicar o

aparecimento do excesso de peso encontrado nesses estudos (46).

Com relação à obesidade abdominal foi observada entre os escolares com excesso de

peso prevalência elevada (cerca de 64,0%; p=0,001), segundo o indicador RCA. Estudo

realizado em Santa Catarina, com escolares na faixa etária entre 6 e 10 anos com os

resultados expressos em médias revelou, em ambos os sexos, médias da RCA diferentes

(p=0,001) entre os grupos com e sem excesso de peso (sobrepeso/obesidade), sendo mais

elevadas naqueles com excesso de peso (39). Os resultados acima descritos reforçam o

interesse pela distribuição da gordura corporal, uma vez que esta se relaciona com o

prognóstico de risco para saúde. O diagnóstico de excesso de peso em estudos

epidemiológicos vem sendo realizado pela antropometria, sendo muito utilizado o IMC, por

sua facilidade de execução e baixo custo. (39, 22). Entretanto, a RCA tem sido proposta

como um dos indicadores antropométricos adicionais para avaliar a obesidade e adiposidade

central e também como medida de risco cardiovascular em crianças e adolescentes (24).

Em nossa casuística, os escolares que apresentaram maior percentual de alteração do

perfil lipídico foram os diagnosticados com excesso de peso, segundo IMC, dados

semelhantes aos descritos por Ribas et al. (47). Observou-se elevadas prevalências de níveis

indesejáveis dos componentes lipídicos CT, HDLc e triglicerídeos, porém com associação

significativa apenas entre o TG e o excesso de peso. Corroborando nossos resultados, no

estudo de Pereira et al., foi observado que a presença da obesidade determinou maior chance

de se encontrar níveis elevados de triglicérides (p<0,001) (13).

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Em contra partida, Nobre et al. ao avaliarem escolares do município de

Barbacena/MG revelaram prevalências mais baixas de dislipidemias quando comparadas aos

nossos achados, CT (6,47 vs 45,2%), TG (2,16 vs 30,2%) e LDLc (1,33 vs 17,6%) entre

escolares com excesso de peso, mesmo utilizando pontos de corte inferiores (16).

Corroborando com esses achados, Grillo et al., em escolares de baixa renda, não encontraram

associação estatisticamente significativa entre as dislipidemias e a obesidade, exceto para o

HDL-c, com risco 3,27 (IC=1,08-9,74) vezes maior entre os obesos (17).

O presente estudo é um importante sinalizador para o fato de que o excesso de peso e

as dislipidemias fazem parte de uma realidade preocupante e precisam ser mais investigados

entre as crianças e adolescentes do país. Os resultados descritos são provenientes de estudos

regionalizados, o que possivelmente explica as diferenças encontradas em relação às

alterações lipídicas, devido aos hábitos alimentares e estilos de vida de cada população, assim

como a adoção de diferentes pontos de corte e faixas etárias estudadas. Ainda assim, os

achados enfatizam a importância de se diagnosticar precocemente o perfil lipídico, uma vez

que níveis séricos insatisfatórios desses componentes têm demonstrado associação com

doenças cardiovasculares, principalmente quando associado a outros fatores de risco, como o

excesso de peso (27, 48).

Na análise do consumo alimentar foi observado um baixo consumo de frutas e

verduras nesta população, com cerca de 25% e 2% dos escolares consumindo 2 ou mais vezes

ao dia frutas e verduras, respectivamente. Em relação ao excesso de peso e os hábitos

alimentares, houve associação significativa apenas com o baixo consumo diário de verduras.

Esses dados chamam a atenção pelo fato do consumo diário de frutas e vegetais está

contemplado no programa do Ministério da Saúde para prevenção de doenças crônicas da

vida adulta (1).

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44

Assim como em nossos achados, Nunes et al. observaram no estado da Paraíba, baixo

consumo de frutas entre os adolescentes com sobrepeso e obesidade, dos quais apenas 3,7% e

2,5%, respectivamente consumiam frutas por mais de três dias na semana (49).

Comportamento alimentar inadequado, semelhante ao descrito acima foi verificado por Fiates

et al., ao avaliar escolares na faixa etária entre 7 e 10 anos, de uma escola particular de

Florianópolis (SC), encontraram médias semanais de consumo de frutas ou sucos naturais

(4,7 DP=2,3) e de verduras (3,6 DP=2,4), inferior ao recomendado por Philippi et al., de

acordo com a pirâmide alimentar adaptada para o padrão brasileiro, na qual o consumo diário

de hortaliças não deve ser inferior a 4 porções e o consumo de frutas deve incluir ao menos 3

porções por dia (50, 51).

A prática alimentar mostrou-se significativamente (p<0,05) associada à obesidade em

escolares de dois municípios do Rio Grande do Sul, em estudo realizado por Triches et al., e

quando somada ao nível de conhecimento em nutrição mostrou-se altamente associada com

esta condição, indicando que crianças com menos conhecimento e práticas alimentares menos

saudáveis (quanto menos freqüente fosse o hábito de tomar café da manhã, consumir leite,

frutas e hortaliças e mais freqüente o consumo de refrigerantes e guloseimas) tiveram cinco

vezes mais chance de serem obesas (OR=5,3; 1,1,-24,9) (44).

É importante salientar a dificuldade em obter dados comparáveis, uma vez que várias

metodologias vêm sendo utilizadas para avaliar o consumo alimentar de indivíduos jovens.

Além de outras limitações contidas neste estudo, como a dificuldade do indivíduo em

fornecer informações exatas quando questionado e a própria limitação do tipo de inquérito

dietético utilizado, que apesar da praticidade e baixo custo, nos permitiu avaliar o

comportamento e não a ingestão alimentar.

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45

No que concerne à atividade física e sedentária não foi evidenciada associação

significativa entre os escolares com e sem excesso de peso na amostra estuda. Entre crianças

(7-10 anos), em duas comunidades assistidas pelo Programa Saúde da Família, Recife/PE,

não houve associação com as horas diárias assistindo a televisão (p=0,736) entre as crianças

com e sem excesso de peso, como verificado em nossa casuística (40).

Entretanto, vários achados na literatura demonstram a associação destas variáveis

com o excesso de peso, como os descritos a seguir. Em escolares (11-13 anos), no Sul do

Brasil aqueles moderadamente ativos (RP 1,33 IC95% 1,25-1,44) e inativos (RP 1,19 IC95%

1,06-1,35) foram considerados fatores de risco para a obesidade (35). Neste mesmo estudo, o

maior tempo de conduta sedentária (horas gastas com atividades como assistir a TV, jogar

vídeo game e utilizar o computador) também esteve associado aos adolescentes com excesso

de peso (31,4%; p<0,01) (35). Silva et al. verificaram que o nível de atividade física foi

inversamente proporcional ao sobrepeso (r = -0,09), apesar não significativa (p=0,052) e o

maior nível de atividade física pareceu conferir proteção ao aparecimento do sobrepeso (OR=

0,45) (37). Por outro lado, o sobrepeso ocorreu nos indivíduos que assistiram TV em tempo ≥

3 horas por dia (p<0,05). Assim como o consumo alimentar, os estudos relacionados a

atividades físicas foram de difícil comparação pelas diferenças metodológicas existentes.

A prevalência de excesso de peso encontrada entre os escolares de Camaragibe foi

inferior a de outras regiões do Brasil. Contudo esteve presente em uma população menos

favorecida (indicadores socioeconômicos), além de apresentar associação positiva com

alguns fatores de risco cardiovascular, como baixo consumo de fibras, obesidade abdominal e

elevação de componentes lipídicos (CT e TG). Os resultados encontrados sugerem a

realização de mais estudos nesta faixa etária, assim como evidenciam a necessidade de

intervenções articuladas entre os setores saúde, educação e sociedade visando mudanças no

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46

estilo de vida, com a incorporação de hábitos alimentares mais saudáveis e prática regular de

atividade física.

Agradecimentos

Às Secretarias de Saúde e de Educação do Município de Camaragibe, o Departamento

de Nutrição da Universidade Federal de Pernambuco (DN/UFPE) e o Instituto de Medicina

Integral Professor Fernando Figueira (Imip), pelo apoio à pesquisa; À Fundação de Amparo à

Ciência do Estado de Pernambuco (FACEPE) e o Ministério da Saúde (MS), pelo

financiamento do estudo.

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Tabela 1. Distribuição das variáveis sócio-demográficas de escolares de 7 a 14 anos,

Camaragibe-PE, 2004.

Excesso de peso Variáveis Não Sim P-valor *

n % n % Sexo Masculino 491 46,8 62 39,7 0,117 Feminino 558 53,2 94 60,3 Idade (anos) 7 81 7,7 13 8,3 0,038 8 177 16,9 15 9,6 9 179 17,1 23 14,7 10 231 21,9 43 27,6 11 155 14,8 36 23,1 12 115 11,0 11 7,1 13 61 5,8 8 5,1 14 50 4,8 7 4,5 Renda familiar (SM)** 0,0 |- 1,0 276 29,9 26 19,1 0,020 1,0 |- 2,0 476 51,6 76 55,9 ≥ 2,0 171 18,5 34 25,0 Condições de saneamento Adequado 185 17,9 33 21,3 0,373 Inadequado 846 82,1 122 78,7 Escolaridade Materna Analfabeto 118 11,5 12 7,9 0,007 Até 8 anos 716 70,0 96 63,2 Mais de 8 anos 189 18,5 44 28,9 Pessoas no domicílio ≤ 2 13 1,3 3 1,9 < 0,001 3 a 4 410 40,1 88 57,1 ≥ 5 600 58,6 63 41,0

(*) Qui-Quadrado de Pearson; (**) SM = salários mínimos (R$ 260,00) referente a ano de 2004.

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Tabela 2. Distribuição da freqüência dos níveis lipídicos, segundo os valores recomendados

pela I Diretriz Brasileira de Prevenção da Aterosclerose na Infância e na Adolescência, em

escolares de 7 a 14 anos, Camaragibe-PE, 2004.

Excesso de peso Variáveis Não Sim P-valor *

n % n % Colesterol total Desejável 394 40,2 54 37,0 0,526 Limítrofe 192 19,6 26 17,8 Aumentado 395 40,2 66 45,2 LDL-colesterol** Desejável 544 60,5 74 54,5 0,352 Limítrofe 229 25,5 38 27,9 Aumentado 126 14,0 24 17,6 HDL-colesterol*** Desejável 612 68,0 86 62,8 0,224 Não Desejável 288 32,0 51 37,2 Triglicerídeo Desejável 621 63,3 70 47,9 < 0,001 Limítrofe 216 22,0 32 21,9 Aumentado 144 14,7 44 30,2

(*) Qui-Quadrado de Pearson. (**) LDL – Lipoproteína de baixa densidade; (***) HDL- Lipoproteína de alta densidade

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Tabela 3. Níveis de atividade física e atividade sedentária entre escolares de 7 a 14 anos, com

e sem excesso de peso, Camaragibe-PE, 2004.

Excesso de peso Variáveis Não Sim P-valor *

n % n % Atividade física Sedentário 334 31,9 58 37,2 0,225 Ativo 712 68,1 98 62,8 Atividade sedentária Não 399 38,1 56 35,9 0,073 1 vez por semana 52 5,0 13 8,3 2-3 vezes por semana 92 8,8 9 5,8 4-6 vezes por semana 46 4,4 2 1,3 Todos os dias 457 43,7 76 48,7

(*) Qui-Quadrado de Pearson

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Tabela 4. Fatores associados ao excesso de peso, segundo modelo logístico multivariado, em

escolares de 7 a 14 anos, Camaragibe-PE, 2004.

Variáveis Análise Bruta Análise Ajustada OR (IC 95%) P OR (IC 95%) P

Sexo 0,099 0,027 Masculino 1,000 - 1,000 - Feminino 1,334 (0,947 ; 1,880) 1,535 (1,050 ; 2,243) Renda familiar (SM)** 0,022 0,030 0,0 |- 1,0 1,000 - 1,000 - 1,0 |- 2,0 1,695 (1,060 ; 2,710) 1,694 (1,053 ; 2,726) ≥ 2,0 2,111 (1,224 ; 3,640) 2,050 (1,178 ; 3,567) Pessoas no domicílio < 0,001 0,001 ≤ 2 2,198 (0,610 ; 7,920) 2,480 (0,669 ; 9,200) 3 a 4 2,044 (1,445 ; 2,982) 1,983 (1,364 ; 2,883) ≥ 5 1,000 - 1,000 - (**) SM = salários mínimos (R$ 260,00) referente ao ano de 2004.

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5. Considerações Finais e Recomendações

A prevalência de excesso de peso nos escolares de 7 a 14 anos do município de

Camaragibe revelou-se inferior a de outras cidades do Brasil, no entanto deve ser considerada

importante diante do comportamento epidêmico desta morbidade na população mais jovem.

Dentre os possíveis fatores associados ao excesso de peso foram estudadas variáveis

sócio-demográficas, comportamentais e bioquímicas. Na nossa casuística entre as variáveis

que refletem o nível sócio econômico mostraram-se associadas ao excesso de peso a renda

familiar, a escolaridade materna e o número de pessoas no domicilio. Hábitos alimentares

inadequados também estiveram presentes, com o baixo consumo de alimentos fontes de

fibras, vitaminas e minerais.

A ausência da associação do excesso de peso com os níveis de atividade física e de

atividade sedentária sugerem a necessidade de novos estudos em relação a estas variáveis,

uma vez que a literatura vem demonstrando tal associação.

As prevalências de dislipidemias foram elevadas entre os escolares com excesso de

peso. Dado que direciona o planejamento de ações voltadas a prevenção precoce dessas

comorbidades, uma vez que estão associadas ao desenvolvimento de outras doenças crônicas

não transmissíveis de elevada morbimortalidade em nosso país, como as doenças

cardiovasculares.

A realidade apresentada fornece subsídios para programas de intervenção e promoção

de ações na atenção integral à saúde da criança e do adolescente envolvendo o ambiente

familiar e também o ambiente escolar, considerando que este é um espaço potencial de

transformações sociais e de construção de conhecimentos e valores. Dentre as ações de

promoção à saúde destaca-se a promoção da alimentação saudável, a fim de incentivar a

oferta de alimentos saudáveis, bem como a escolha correta, respeitando as características e

cultura da região.

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Anexos

ANEXO A – Questionário pesquisa: Obesidade e sobrepeso infantil em escolares da rede

pública e privada do município de Camaragibe /Pernambuco-Brasil.

ALUNOS

Questionário no

Entrevistador ___________________________________ Questionário no

FÓRMULÁRIO 01 – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

1. Data da entrevista: _____/____/_____

2. Escola ___________________________________Série __________ Grau _________

3. Nome do Aluno:________________________________________________________

4. Responsável pelo aluno – na escola?: Pai Mãe outro Quem 5. Nome da mãe:

__________________________________________________________ 6. Nome do pai: __________________________________________________________

7. Nome do responsável ___________________________________________________ 8. Sexo M F

9. Data de nascimento: ____/____/________ (dd/mm/aa) 10. Idade: _______

11. Naturalidade: ___________________________________________________________

12. Endereço:______________________________________________________________ 13. Telefone para contato: _____________________

14. Ponto de referência: _____________________________________________________ 15. Fornecimento das informações: aluno Pai Mãe Responsável

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FORMULÁRIO 02 – HÁBITOS COMPORTAMENTAIS

1. Tabagismo:

Sim Tipo de Fumo: Cigarro industrializado Cigarro de palha Cachimbo

Outro___________Quantas vezes por dia: ______ Idade que começou a fumar: __________

Não Nunca fumou

2. Etilismo:

Sim Quantas vezes por semana: _____Por mês: ______Idade que começou a beber:__

Não Nunca bebeu

1. Requisitos Tosse Catarro Cansaço Espirros Outros Qual_______

2. Cardiovascular Inchaço Coração apressado Cansa quando corre? Outros Qual:_______

3. Digestivo Diarréia Prisão de ventre Fastio Vômitos Outros Qual________

4. Osteoarticular Deformidades Dor nos ossos Fraturas Outros Qual: ______

5. Sist. Nervoso Convulsões Desmaios Paralisia Dor de

Cabeça

Outros Qual: ______

6. Sist.Neurosens Def. vista Def. Ouvir Def fala Tonturas Outros Qual _______

7. Sist. Urinário Dor ao urinar Urina na cama Urina demais Outros Qual _______

8. Sist. Hematolog. Anemia Sangramentos Mancha roxa na pele Outros Qual _______

9. Dermato. Coceira Pano branco Ressecamento da pele

Verruga Outros Qual _______

10. Oftalmo. Coceira nos olhos

Ardor Lacrimejamento Outros Qual _______

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FORMULÁRIO 03 – RASTREAMENTO CLÍNICO

Possui alguns destes equipamentos?

óculos aparelho auditivo muleta outros: __________________________

Marcar com um X os sinais/sintomas que apresenta freqüentemente.

3. VACINAÇÃO

Vacinas DPT/DT

1a

DPT/DT

2a

DPT/DT

3a

DPT/DT

ref

GRIPE Hib

Data __/__/__ __/__/__ __/__/__ __/__/__ __/__/__ __/__/__ __/__/__ __/__/__ __/__/__

Vacinas PÓLIO

Data __/__/__ __/__/__ __/__/__ __/__/__ __/__/__ __/__/__ __/__/__ __/__/__ __/__/__

Entrevistador Questionário no

FORMULÁRIO 04 – ANTROPOMETRIA

ANTROPOMETRISTA: ______________________________

ANTROPOMETRISTA: ______________________________

PESO/ALTURA

Peso 1 (Kg) Altura 1(cm) Peso 2 (Kg) Altura 2(cm)

CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL (MEDIDA DA CINTURA)

1ª Medida - Centímetros 2ª Medida - Centímetros

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FORMULÁRIO 5 – PRESSÃO ARTERIAL

AUXILIAR DE ENFERMAGEM:_______________________________________________

AUXILIAR DE

ENFERMAGEM:_______________________________________________

BRAÇO DIREITO BRAÇO ESQUERDO

1ª aferição mnHg mnHg

2ª aferição mnHg mnHg

FORMULÁRIO 6 – EXAMES LABORATORIAIS

HEMOGRAMA

Hb HCM Bast L.T.

Hto CHCM Seg L.A.

Hc RDW E M

VCM Leucócitos totais

Bas Plaquetas

Vitamina A

Zinco

FORMULÁRIO 7 – AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA

1. – Além de suas atividades diárias você costuma andar? (com os amigos ou com o cachorro, usar as escadas ao invés do elevador, ir à pé ao supermercado ou à padaria, caminhar na hora do almoço)?

( ) Não

( ) 1 vez por semana

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( ) 2 – 3 vezes por semana

( ) 4 – 6 vezes por semana

( ) Todos os dias

2. – Além de andar, faz outro tipo de exercício? (como: andar de bicicleta, longas caminhadas, nadar, jogar bola, dançar, ginástica, educação física, etc.)?

( ) Não

( ) 1 vez por semana

( ) 2 – 3 vezes por semana

( ) 4 – 6 vezes por semana

( ) todos os dias

3. – Você costuma cuidar do jardim, limpar quintal, aguar plantas, cuidar de animal? ( ) Não

( ) 1 vez por semana

( ) 2 - 3 vezes por semana

( ) 4 -6 vezes por semana

( ) todos os dias

4. Você costuma ficar mais de 3 ou 4 horas seguidas assistindo TV ? ( ) Não

( ) 1 vez por semana

( ) 2 – 3 vezes por semana

( ) 4 - 6 vezes por semana

( ) todos os dias

FORMULÁRIO 8 – AVALIAÇÃO CONSUMO ALIMENTAR

1. Marcar com um X o que você comeu e bebeu no dia de ontem.

ALIMENTOS Café Lanche Almoço Lanche Jantar

Leite e derivados (leite, iogurte, coalhada, queijo)

Carnes/ovos (boi, frango, peixe, bode, charque, sol, etc)

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Vísceras (fígado, miúdo, bucho, rins, etc)

Embutidos (mortadela, salame, salsicha, etc)

Verduras (abóbora, cenoura, outras)

Frutas/ sucos naturais

Cereais (arroz, macarrão, farinha)

Leguminosas (feijão, fava)

Gorduras (óleo, banha, manteiga, margarina)

Doces, bolos e balas

Pães/ bolachas e biscoitos/ Preparações com milho

(tapioca, cuscuz, canjica, etc)

Raízes, tubérculos, inhame, macaxeira, batata – doce, banana comprida

Salgados (pipoca, pipos, coxinha, empada, pastel)

Bebidas não alcoólicas (sucos industrializados, refrigerantes, toddynho, etc)

2. Você costuma colocar mais sal na comida que está no seu prato? ) sim ) não

3. Você costuma trocar o almoço ou jantar por lanches? ) sim ) não

4. Quantos copos de água você bebe por dia? 0 ) menos de 1 ) 1 a 2 copos ) 3 a 4 copos ) 8 ou mais

5. Você costuma consumir bebidas alcoólicas? ) diariamente ) semanalmente ) mensalmente ) raramente ) nunca

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FAMÍLIA

Questionário no

Entrevistador Questionário no

FÓRMULÁRIO 01 – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

16. Data do preenchimento: _____/____/_____

17. Nome do aluno: ________________________________________________________

18. Escola _____________________________ Série __________ Grau __________ 19. Nome do pai:

__________________________________________________________ 20. Data de nascimento: ____/____/____. (dd/mm/aa)

21. Naturalidade: ___________________________________________________________

22. Nome da mãe: _________________________________________________________ 23. Data de nascimento: ____/____/_____. (dd/mm/aa)

24. Naturalidade: ___________________________________________________________

25. Endereço: _____________________________________________________________ 26. Telefone para contato:

____________________________________________________ 27. Situação: Urbana Rural

28. Ponto de referência: _____________________________________________________

Entrevistador Questionário no

FORMULÁRIO 02 – REGISTRO DOMICILIAR

1 Tipo:

1. 1.Casa 2.Apartamento 3.Quarto/Cômodo 4.Outro:____ TIPO:________

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2. Regime de ocupação: 1.Própria 3.Cedida 5.Outro:_____ REGIME_______

2.Alugada 4.Invadida

3. Paredes: 1.Alvenaria/tijolo 3.Taipa s/ reboco 5.Madeira PAREDE:

2.Taipa c /reboco 4.Tijolo +Taipa 6.Outro:

4. Piso: 1.Cerâmica 3.Madeira 5.Outro: PISO:

2.Cimento 4.Terra (barro)

5. Cobertura: 1.Laje de concreto 2.Telha de barro 3.Outro: TETO:

6. Abastecimento d’água: ÁGUA:

a) com canalização interna

1.Rede Geral

2.Poço ou nascente

3.Chafariz

4.Outro:

7. Tratamento da água de beber: TRATA:

1.Fervida 3.Coada 5.Mineral:

2.Filtrada 4.Sem tratamento 6.Clorada:

7.Outra:

8. Esgotamento sanitário: ESGOTO:

1.Sanitário ligado à rede 3.Sanitário ligado fossa rudimentar

2.Sanitário ligado à fossa c/tampa 4.Outro:

9. Banheiro Sim Interno Externo Coletivo

Não

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10. Destino do lixo: LIXO:

1.Coletado 3. Queimado 5.Outro:

2.Enterrado 4.Colocado em terreno baldio

11 Cômodos: Total: Servindo de dormitório: TOTAL:

DORME:

12. Iluminação elétrica 1.Tem LUZ:

13. Rádio: 1.Tem

14. Televisão 1.Tem TV:

15. Geladeira 1.Tem GELADEIRA:

16. Fogão a Gás 1.Tem FOGÃO:

17. TV a cabo 1.Tem TV CABO:

18. Vídeo 1.Tem VÍDEO

FORMULÁRIO 03 – AVALIAÇÃO SOCIOECONÔMICA

1. No de pessoas no domicílio: _______

2. Escolaridade dos pais: (último ano cursado com aprovação)

(Pai) Série _________ Grau ___________

(Mãe) Série _________ Grau ___________

3. Religião: Pai: _____________________________________

Mãe: ____________________________________

aluno: ___________________________________

4. Renda Familiar: R$ _________________________________

5. Plano de Saúde: Sim Qual: __________________________________

Não

6. Tipo de utilização: Exames Consultas Internamentos

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7. Atividade atual: Pai: _____________________________________

Mãe: ____________________________________

FORMULÁRIO 04 – HÁBITOS COMPORTAMENTAIS - PAI

1.Tabagismo:

Sim Tipo de Fumo: Cigarro industrializado Cigarro de palha

Cachimbo

Outro________________ Quantas vezes por dia ______ Idade que começou a fumar______

Não Nunca fumou Ex-tabagista: parou a quanto tempo ___________________

Idade que começou a fumar ________________________

2.Etilismo:

Sim Quantas vezes por semana: _______________Por mês: ________________

Idade em que começou a beber: ________________________________________

Não Nunca bebeu Parou a quanto tempo ________ Ex-etilista Idade

começou a beber ________________________________

3. Antecedentes alérgicos: :

Tipo: _________________________________

4. Internações últimos 12 meses: ___________________________Causas:____________

Período:_________________________________

FORMULÁRIO 05 – HÁBITOS COMPORTAMENTAIS - MÃE

1.Tabagismo:

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Sim Tipo de Fumo: Cigarro industrializado Cigarro de palha

Cachimbo

Outro__________________ Quantas vezes por dia: ______ Idade que começou a fumar:____

Não Nunca fumou Ex-tabagista: parou há quanto tempo ___________________

Idade que começou a fumar ______________

2.Etilismo:

Sim Quantas vezes por semana: _______________Por mês ________________

Idade em que começou a beber: ________________

Não Nunca bebeu Parou a quanto tempo ________ Ex-etilista Idade

começou a beber ____________________

1. Antecedentes alérgicos: :

Tipo: _________________________________________

Internações últimos 12 meses: ___________________________Causas:____________

Período:_________________________________

FORMULÁRIO 06 – ANTECEDENTES CLÍNICOS DA CRIANÇA/ADOLESCENTE

(marcar com um X as doenças que já teve)

1. Tuberculose Sim (tipo) ______________________ Não

Foi Tratado Sim Não

2. Hanseníase (lepra) Sim Não foi tratada: Sim Não

3. Alergia (tipo) ______________________________________________________

4. Doenças contagiosas Sim (Qual) ____________ Não

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DST (Doenças do Mundo) Sim (Qual) _____________ Não

5. Transfusões: Sim Não

6. Acidentes: Sim Não

7. Internações: Sim Não

8. Causa internações (últimos 12 meses): ______________________________________________________________________

9. Cirurgias: Sim Não

10. Convulsões Sim Não Quantas vezes ____________________

11. Outros_________________________________________________________________

FORMULÁRIO 07 – ANTECEDENTES FAMILIARES (Marcar com um X)

1 Hipertensão Quem

5 Doenças contagiosas

Qual

Quem

2 Diabetes Quem

6 DST

Qual

Quem

3 Tuberculose Quem

7 CA

Tipo

Quem

4 Hanseníase

Quem

8 Outros Quem

FORMULÁRIO 08 – ANTROPOMETRIA

PESO/ALTURA

Verifique seu peso e altura numa balança próxima a sua casa ( farmácia ou posto de

saúde)

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PAI MÃE

Idade Peso (Kg) Altura (cm) Idade Peso (Kg) Altura (cm)

FORMULÁRIO 09 – NUTRIÇÃO: CONSUMO ALIMENTAR DA FAMÍLIA

(Qualitativo)

O que se comeu ontem NA SUA CASA?

OBS.: Informar todo o alimento consumido no dia anterior (ontem) detalhando a refeição e a

preparação.

REFEIÇÃO PREPARAÇÃO Que ALIMENTOS usaram

Café da Manhã

Lanche

Almoço

Lanche

Jantar

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ANEXO B – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa

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ANEXO C - Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa

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ANEXO D – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Pelo presente documento, Eu ___________________________________________ concordo em participar e na qualidade de (pai/mãe/responsável) autorizo o menor (nome do aluno) ___________________________________________a participar da pesquisa “Obesidade Infantil: Diagnóstico, tratamento e avaliação em escolares da rede pública e privada dos Municípios de Camaragibe e Jaboatão dos Guararapes” que será realizada no (a) (nome da escola) __________________________________________________________ e estou consciente que:

1. O estudo tem como objetivo identificar a prevalência de obesidade (excesso de peso gordo);

2. Identificar e tratar a deficiência de ferro (anemia), vitamina A e zinco (deficiências de vitaminas. Será distribuído gratuitamente o tratamento com sulfato ferroso, vitamina A e suplemento vitamínico;

3. Caso ocorra algum dano, desconforto, sensação de dor na picada da agulha ou possível formação de hematoma, decorrente da coleta de sangue, os pesquisadores se responsabilizarão pela assistência adequada;

4. Receberei respostas a perguntas ou esclarecimentos a qualquer dúvida acerca dos procedimentos, riscos, benefícios e outros relacionados com a pesquisa;

5. Será aplicado um questionário para se conhecer os alimentos consumidos pela família do aluno/criança, em especial os alimentos fonte de vitamina A, de ferro e de zinco.

Declaro para os devidos fins que tenho conhecimento sobre os objetivos e procedimentos da pesquisa, tendo, portanto consciência que não teremos que nos submeter a nenhum ato cirúrgico ou tomar nenhum tipo de medicamento experimental que possa oferecer risco a nossa saúde física ou mental (minha e/ou do meu filho).

Afirmo ainda que tenho conhecimento que ao concordar em participar da pesquisa, não teremos nenhum tipo de retorno financeiro ou privilégios especiais no(a) (nome da escola)_____________________________________________________________________, além do respeito e consideração como participante da pesquisa.

Tenho conhecimento que mesmo tendo concordado em participar da pesquisa, poderei retirar meu consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo, sem qualquer prejuízo.

Em caso de dúvida ou maiores esclarecimentos entrar em contato com a Profa Dra. Ilma Kruze Grande de Arruda no Departamento de Nutrição no Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco, Campus Universitário, no bairro da Cidade Universitária, Recife, PE, CEP 50670-901, Tel: 81-2126-8470, 2126-8475, FAX: 81-2126-8473, e-mail: [email protected]; e/ou com o Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo

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Seres Humanos do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco na Av. Prof. Moraes Rego s/n no bairro da Cidade Universitária, Recife, PE, CEP 50670-901, Tel: 81-2126-8588.

(Nome Município), data, mês, 2004

Assinatura mãe/pai ou responsável_______________________________________________

Assinatura aluno (quando ≥ 12 anos)______________________________________________

Criança_____________________________________________________________________

Pesquisador_________________________________________________________________

Testemunha_________________________________________________________________

Testemunha_________________________________________________________________

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ANEXO E – Normas para publicação nos Archivos Latinoamericanos de Nutricion

Requisitos para la presentación de manuscritos

Resumen de los requisitos técnicos

Todas las partes del manuscrito estarán a doble espacio. Revise la secuencia: pagina del titulo, resumen y palabras clave, texto

agradecimientos, referencias, cuadros (cada uno en pagina aparte), pies e epígrafes de las ilustraciones.

Las ilustraciones se presentaran en forma de impresiones fotográficas sin tomar. y no deberán exceder de 203 x 254 mm.

Incluya la autorización para reproducir material publicado con anterioridad o para usar ilustraciones en las que se pueda identificar a los sujetos humanos.

Adjunte la transferencia de los derechos de autor y otros formularios.Presente el numero exigido de copias impresas del articulo (ALAN exige original, 3 copias y el diskete correspondiente, en el caso de envió por correo postal).

Para el envío por correo electrónico consulte las direcciones que aparecen en la primera contraportada de la revista.

Guarde copias de todo lo que envié.

Principios generales

El texto de los artículos de observación y experimentales se divide generalmente, aunque no por fuerza, en secciones que Llevan estos encabezamientos: introducción, métodos, resultados y discusión. En a los artfculos largos puede ser necesario agregar subtítulos dentro de, estas secciones, sobre todo en las de resultados y discusión, a fin de hacer mas claro el contenido. Es probable que otro tipo de artículos como informes de casos, las revisiones y los editoriales. exijan otra estructura. Para mayor orientación, los autores deberán consultar la revista en la que pretenden publicar.

Mecanografíese el manuscrito en papel bond blanco de 2l6 x a 280 mm. Usar doble espacio en todas las palabras del manuscrito es decir, la portada, el resumen, el texto, los agradecimientos, las referencias, cada cuadro y los pies o epígrafes de las figuras, así te como márgenes amplios, permite que los editores, revisoras y correctores corrijan el texto línea por línea y anoten observaciones y re preguntas directamente en el original impreso. Si los manuscritos se as presentan en formato electrónico, los archivos deben venir a doble fa espacio. Siempre numere las paginas. Portada La portada debe llevar la siguiente información: l) El titulo del articulo. Los títulos concisos son mas fáciles de leer que los largos y enrevesados. Sin embargo, los títulos demasiado cortos pueden omitir información importante, como el diseño del estudio (que es particularmente importante para identificar los ensayos controlados aleatorizados). Los autores deben incluir en el titulo toda la información

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que permita que la recuperación electrónica del articulo sea al mismo tiempo sensible y especifica;

2) Los nombres y la afiliación institucional de los autores. Algunas revistas publican el grado académico mas alto de cada autor, mientras que otras no lo re, hacen;

3) El nombre de los departamentos e instituciones a los que debe atribuirse el trabajo;

4) Las cláusulas de descargo de responsabilidad, si las hubiera;

5) Los autores corresponsales. Hay los que anotar el nombre, dirección postal, numero de teléfono y de fax y dirección de correo electrónico del autor encargado de la correspondencia acerca del manuscrito (el "autor corresponsal");

6) da Nombre y dirección del autor aquí en se dirigirán las solicitudes de separatas, o nota informativa de que los autores no las proporcionaran;

7) Procedencia del apoyo recibido en forma de subvenciones, equipo, medicamentos o todos ellos. Autoría

Para concederle a alguien el crédito de autor, hay que basarse únicamente en su contribución esencial por lo que se requiere a los siguientes aspectos:

l) la concepción y el diseño o bien el análisis y la interpretación de los datos;

2) la redacción del articulo o la revisión critica de una parte importante de su contenido intelectual;

3) la aprobación final de la versión que será publicada. Las tres condiciones de tendrán que cumplirse siempre. La participación que consiste meramente en conseguir financiamiento o recoger dates no justifica el crédito de autor. Tampoco basta con ejercer la supervisión general del grupo de investigación. Toda parte del artículo que sea decisiva con respecto a las conclusiones principales deberá ser responsabilidad de por lo menos uno de los autores. Los directores de revistas podrán solicitar a los autores que describan la contribución de cada uno; esa información puede ser publicada.

Resumen y palabras clave

La segunda página incluirá un resumen que no sobrepasará las 250 palabras de extensión. En él indicaran los propósitos del estudio o investigación; los procedimientos básicos (selección de los sujetos o los animales de laboratorio incluidos en el estudio; métodos de observación y análisis); los hallazgos más importantes(proporciónense datos específicos y, de ser posibles, su significación estadística), y las conclusiones principales. Hágase hincapié en los aspectos nuevos e importantes del estudio o las observaciones.

A continuación del resumen agréguense, debidamente rotuladas, de 3 a 10 palabras o frases cortas clave que ayuden a los indizadores a clasificar el artículo, las cuales se publicarán junto con el resumen. ALAN exige que todo trabajo deberá acompañarse de un Resumen en

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inglés con sus palabras clave, “key words”, si el trabajo original fuese en español, portugués o francés. Si el trabajo original es en inglés, el Resumen debe presentarse en español, con el titulo también en español e igualmente con sus palabras clave. Deberá leerse corrido no en secciones.

Introducción

Proporcione el contexto o los antecedentes del estudio, es decir, la naturaleza del problema y su importancia. Enuncie la finalidad o el objetivo de investigación específico del estudio u observaciones, o bien la hipótesis que se ha puesto a prueba; el objetivo de investigación suele expresarse con más nitidez si se formula como una pregunta. Hay que expresar con claridad los objetivos principales y secundarios y describir todo análisis de subgrupos que haya sido especificado con anterioridad. Mencione las referencias estrictamente pertinentes y no incluya datos ni conclusiones del trabajo que está dando a conocer.

Materiales y Métodos

Describa claramente la forma como se seleccionaron los sujetos observados o que participaron en los experimentos (pacientes o animales de laboratorio, incluidos los testigos). Identifique la edad, el sexo y otras características importantes de los sujetos. La definición y la pertinencia de la raza o el grupo étnico son ambiguos. Los autores deberán ser particularmente cuidadosos con respecto a usar estas categorías.

Identifique los métodos, los aparatos (nombre y dirección del fabricante entre paréntesis) y los procedimientos con detalles suficientes para que otros investigadores puedan reproducir los resultados. Proporcione referencias de los métodos acreditados, incluidos los de índole estadística (véase más adelante); dé referencias y explique brevemente los métodos ya publicados pero que no son bien conocidos; describa los métodos nuevos o que han sido sustancialmente modificados, manifestando las razones por las cuales se usaron y evaluando sus limitaciones. Identifique exactamente todos los medicamentos y productos químicos utilizados, sin olvidar nombres genéricos, dosis y vías de administración.

Los informes de ensayos clínicos aleatorizados deberán presentar información sobre todos los elementos importantes del estudio. Para mayor información sobre estos aspectos, consulte la Sección J del Titulo III del documento que se indica al final.

Estadística

Describa los métodos estadísticos con detalles suficientes para que el lector versado en el tema y que tenga acceso a los datos originales pueda verificar los resultados presentados. Siempre que sea posible, cuantifique los resultados y preséntelos con indicadores apropiados de error o incertidumbre de la medición (por ej., intervalos de confianza). No dependa exclusivamente de las pruebas estadísticas de comprobación de hipótesis, tales como el uso de los valores P, que no transmiten información sobre la magnitud del efecto.

Analice la elegibilidad de los sujetos de experimentación. Proporcione los detalles del proceso de aleatorización. Describa los medios utilizados para enmascarar las observaciones (método ciego), indicando los resultados que dieron. Informe sobre las complicaciones del tratamiento. Especifique el número de observaciones.

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Mencione las pérdidas de sujetos de observación (por ej., las personas que abandonan un ensayo clínico). Siempre que sea posible, las referencias sobre el diseño del estudio y los métodos estadísticos utilizados serán de trabajos vigentes (indicando el número de las páginas), y no de los artículos originales donde se describieron por vez primera. Especifique cualquier programa de computación de uso general que se haya empleado.

Resultados

Presente los resultados siguiendo una secuencia lógica. No repita en el texto todos los datos de las Tablas ni de las ilustraciones; destaque o resuma tan solo las observaciones importantes.

Cualquier material adicional o complementario y los detalles técnicos pueden reunirse en un apéndice, de manera que estén accesibles pero sin interrumpir el flujo del texto; otra posibilidad es que dicho apéndice solo se publique en la versión electrónica de la revista.

Al resumir los datos en la sección de resultados, facilite los resultados numéricos no solo como derivados (por ej., porcentajes), sino también como los números absolutos a partir de los cuales se calcularon los derivados, y especifique los métodos estadísticos mediante los cuales se analizaron. Limite las Tablas y las Figuras al número necesario para explicar el argumento del artículo y evaluar los datos en que se apoya. Use gráficas en vez de cuadros subdivididos en muchas partes; no duplique los datos en las Gráficas y las Tablas. Evite el uso no técnico de términos de la estadística, tales como «al azar» (que entraña el empleo de un método de aleatorización), «normal», «significativo», «correlaciones» y «muestra».

Discusión

Haga hincapié en los aspectos nuevos e importantes del estudio y en las conclusiones que se derivan de ellos. No repita con pormenores los datos u otra información ya presentados en las secciones de introducción y de resultados. Explique en la sección de discusión el significado de los hallazgos y sus limitaciones, incluidas sus implicaciones para la investigación futura. Relacione las observaciones con otros estudios pertinentes.

En el caso de estudios experimentales, es útil empezar la discusión resumiendo brevemente los resultados principales; luego, analizar los posibles mecanismos o explicaciones de estos resultados; comparar y contrastar los resultados con otros estudios pertinentes; señalar las limitaciones del estudio; y, por último, explorar las implicaciones de los resultados para la investigación futura y para la práctica clínica.

Establezca el nexo entre las conclusiones y los objetivos del estudio, pero absténgase de hacer afirmaciones generales y extraer conclusiones que no estén completamente respaldadas por los datos. En particular, los autores evitarán hacer afirmaciones sobre los beneficios y los costos económicos, a menos que su manuscrito incluya datos y análisis económicos adecuados. No reclame ningún tipo de precedencia ni mencione trabajos que no estén terminados. Proponga nuevas hipótesis cuando haya justificación para ello, pero identificándolas claramente como tales.

Agradecimientos

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Todos los colaboradores que no satisfagan los criterios de la autoría deben mencionarse en la sección de agradecimientos. Por ejemplo, se puede agradecer la ayuda de una persona que prestó ayuda estrictamente técnica, de alguien que ayudó con la redacción o del director de departamento que solo brindó apoyo general. También debe reconocerse el apoyo económico y material.

Tablas

Mecanografíe o imprima cada tabla a doble espacio y en hoja aparte. No presente las tablas en forma de impresiones fotográficas.

Numérelas consecutivamente siguiendo el orden en que se citan por primera vez en el texto, y asigne un título breve a cada una. Cada columna llevará un encabezamiento corto o abreviado. Las explicaciones irán como notas al pie y no en el encabezamiento. En las notas al pie se explicarán todas las abreviaturas no usuales empleadas en cada cuadro. Como llamadas para las notas al pie, utilícense los símbolos siguientes en la secuencia que se indica: *, ‡, ¦, **, ††,‡‡..

Identifique las medidas estadísticas de variación, tales como la desviación estándar y el error estándar de la media. No trace líneas horizontales ni verticales en el interior de los cuadros. Cerciórese de que cada cuadro aparezca citado en el texto.

Al aceptar un artículo, el director podrá recomendar que las tablas suplementarias que contienen datos de respaldo importantes, pero que son muy extensas para publicarlas, queden depositadas en un servicio de archivo, como el Servicio Nacional de Publicaciones Auxiliares en los Estados Unidos, o que sean proporcionadas por los autores a quien lo solicite. En tal caso, se agregará en el texto la nota informativa necesaria. Dichos tablas se presentarán junto con el artículo para su consideración por parte de los árbitros.

Ilustraciones (figuras)

Envíe los juegos completos de figuras en el número requerido por la revista. Las figuras estarán dibujadas y fotografiadas en forma profesional; no se aceptarán los letreros trazados a mano o con máquina de escribir. En lugar de los dibujos, radiografías y otros materiales de ilustración originales, envíe impresiones fotográficas en blanco y negro, bien contrastadas, en papel satinado y que midan 127 x 173 mm, sin exceder de 203 x 254 mm.

Las letras, números y símbolos serán claros y uniformes en todas las ilustraciones; tendrán, además, un tamaño suficiente para que sigan siendo legibles incluso después de la reducción necesaria para publicarlos. Los títulos y las explicaciones detalladas se incluirán en los pies o epígrafes, no sobre las propias ilustraciones. Al reverso de cada figura pegue una etiqueta de papel que lleve anotados el número de la figura, el nombre del autor y cuál es la parte superior de la misma.

Las figuras se numerarán en forma consecutiva de acuerdo con su primera mención en el texto. Si la figura ya fue publicada, se reconocerá la fuente original y se presentará la autorización por escrito que el titular de los derechos de autor concede para reproducirla. Este permiso es necesario, independientemente de quién sea el autor o la editorial; la única salvedad son los documentos considerados como de dominio público.

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Unidades de medida

Las medidas de longitud, talla, peso y volumen se expresarán en unidades del sistema métrico decimal (metro, kilogramo, litro, etc.) o sus múltiples y submúltiplos.

Las temperaturas se consignarán en grados Celsius. Los valores de presión arterial se indicarán en milímetros de mercurio.

Todos los valores hemáticos y de química clínica se presentarán en unidades del sistema métrico decimal y de acuerdo con el Sistema Internacional de Unidades (SI). La redacción de la revista podrá solicitar que, antes de publicar el artículo, los autores agreguen unidades alternativas o distintas de las del SI.

Abreviaturas y símbolos

Utilice únicamente abreviaturas corrientes. Evite las abreviaturas en el título y el resumen. Cuando se emplee por primera vez una abreviatura en el texto, irá precedida del término completo, salvo si se trata de una unidad de medida común.

Referencias

Numere las referencias consecutivamente siguiendo el orden en que se mencionan por primera vez en el texto. En este, en los cuadros y en los pies o epígrafes de las ilustraciones, las referencias se identificarán mediante números arábigos entre paréntesis. Las referencias citadas solamente en cuadros o ilustraciones se numerarán siguiendo una secuencia que se establecerá por la primera mención que se haga en el texto de ese cuadro o esa figura en particular.

Consulte el formato que la Biblioteca Nacional de Medicina de los Estados Unidos usa en el Index Medicus. Abrevie los títulos de las revistas de conformidad con el estilo utilizado en dicha publicación. Consulte la List of Journals Indexed in Index Medicus [Lista de revistas indizadas en Index Medicus], que se publica anualmente.

La lista se puede obtener asimismo en el sitio que la biblioteca mantiene en la World Wide Web http://www.nlm.nih.gov/

Las referencias a artículos que han sido aceptados pero que todavía no se publican se designarán como «en prensa» o «de próxima aparición»; los autores obtendrán por escrito el permiso para citar dichos artículos y también la verificación de que han sido aceptados para publicación.

No cite una «comunicación personal» a menos que aporte información esencial que no pueda obtenerse de una fuente pública; en ese caso, el nombre de la persona y la fecha de la comunicación aparecerán entre paréntesis en el texto.

Todas las referencias deberán presentarse de modo correcto y completo. La veracidad de la información contenida en ésta sección es responsabilidad del autor (de los autores).