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Conhecimentos Gerais para Câmara dos Deputados Aula 00 – Panorama Mundial
Prof. Vírgínia Guimarães
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Olá, amigos, tudo bem?
Meu nome é Virgínia Guimarães e minha relação com os
concursos públicos se iniciou quando me dei conta de que minha única
opção para alcançar o ensino superior seria adentrar numa Universidade
Federal – onde me graduei em História no ano de 2005. Após a
graduação, busquei o mestrado e, mais uma vez, tinha que ser na
Federal, onde adentrei em 2006 e me tornei mestre em História do Brasil.
Sou autora do livro, Ex-combatentes do Brasil – entre a História e a
Memória, mas, infelizmente, isso ainda não é cobrado nos concursos
públicos. rsrsrs
Enfim, em 2013 tornei-me tenente historiadora na Força Aérea
Brasileira, mas, desde 2010, dou aulas de Conhecimentos Gerais,
Atualidades e Geografia aqui no site do Ponto dos Concursos.
Bem, é sempre um grande prazer estar com vocês nesse
caminho, às vezes tão árduo e cheio de sacrifícios, que é o da aprovação!
Dentre as muitas matérias que serão cobradas nesse concurso
está a de Conhecimentos Gerais.
Conhecimentos Gerais: Tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais como
segurança, transportes, política, economia, sociedade, educação, saúde, cultura, tecnologia,
energia, relações internacionais, desenvolvimento sustentável e ecologia.
Aula 00 – Panorama Mundial
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Como vocês já devem ter percebido, os editais que tratam de
Conhecimentos Gerais, embora apresentem tópicos definidos, podem ser
considerados bastante amplos, não é mesmo? Isso porque há uma
enorme gama de assuntos que pode ser cobrada nessa disciplina!
Mas, é aí que entra a importância deste curso, pois vocês terão
inúmeras disciplinas para estudar, fora essa. Portanto, precisam estudá-
la da forma mais objetiva possível, certo? Bem, apesar da amplitude dos
tópicos que o edital propõe, alguns assuntos são muito mais prováveis de
serem cobrados do que outros e é, exatamente, em cima desses que
nosso curso trabalhará!
Assim, amigos, minha proposta é ajudá-los para que vocês
estudem da forma mais objetiva possível, todos os tópicos exigidos no
edital sobre a disciplina de Conhecimentos Gerais. Assim, vocês não
perderão tempo procurando informações aqui e acolá, pois terão tudo
aglomerado num só curso.
Pois bem, acho importante ressaltar que, ao contrário do que
muitos pensam, essa é uma matéria que exige muito estudo! Digo isso
porque muitos concurseiros pensam, por exemplo, que a simples leitura
de jornais pode valer para resolverem as questões, e não é bem assim.
Nossos assuntos são estudados mesmo!!! Por isso chamamos
esse curso de teoria+exercícios. Minha função aqui não é treinar ninguém
para ganhar o “Show do milhão”, e sim prepará-los para responder às
perguntas mais inteligentes possíveis.
Lançarei mão aqui de todas as questões mais recentes dos
concursos que ocorreram em diversas regiões do Brasil, principalmente
as de 2013 e 2014, todavia, ao observar as questões que vem caindo nos
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concursos atuais, percebemos que pode ser muito enriquecedor
utilizarmos também algumas questões mais antigas! Isso porque o
conteúdo que elas trazem é, geralmente, muito bom e tem sido
sistematicamente cobrado, ainda mais pensando na amplitude do
conteúdo programático cobrado no edital.
Enfim, a estratégia para obter o melhor desempenho possível
será, além de apresentar toda a teoria, resolver questões de concursos
anteriores e outras inéditas. Pensando nisso, eu vasculhei as últimas
provas elaboradas pelas maiores bancas do país encontrei algumas
questões que são muito interessantes como veremos a seguir.
Outro ponto importante de sabermos é que nas provas
elaboradas para grandes concursos como essa disciplina também
costuma ser cobrada em um nível bem alto e a expectativa é que assim
continue para a prova que vocês farão.
O que isso quer dizer? Quer dizer que é necessário um
aprofundamento maior nos temas relacionados à economia, política, meio
ambiente e desenvolvimento sustentável, sociedade, segurança etc., por
isso nossas aulas são grandes, pra explicar tudo explicadinho!!
Somente assim conseguiremos cumprir nosso objetivo de
prepará-los para responder qualquer questão de todos os tópicos
presentes no edital. Além disso, ter tudo compilado num único curso vai
permitir que vocês tenham tempo hábil para estudar todas as outras
matérias que serão cobradas na provas.
Assim, ao final das aulas todos vocês estarão em plenas
condições de acertar todas as questões da prova de atualidades.
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Assim, amigos, eu dividi nosso curso em 6 aulas, sendo esta
aula 0+5, o que originou o seguinte cronograma:
Aula Conteúdo Programático
00 Panorama Mundial
01 Política Internacional
02 O Brasil e a América Latina
03 Economia
04 Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia
05 Aspectos socioculturais I
06 Aspectos socioculturais II
Como já disse, trabalharei todo o assunto e, ao mesmo tempo,
buscarei mostrar como ele já foi cobrado em provas anteriores através de
muitas questões de concursos! Aliás, resolver questões pode ser um
grande diferencial em sua preparação, pois já você já vai se adaptando à
forma como o conhecimento costuma ser cobrado.
Todos preparados? Então chega de conversa e vamos logo para
a nossa aula! ☺
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Índice
PANORAMA DO DESENVOLVIMENTO MUNDIAL 6
SISTEMAS POLÍTICOS E ECONÔMICOS MUNDIAIS 7
1 – CAPITALISMO 8
2 – SOCIALISMO 20
CRISE ENTRE ESTADOS UNIDOS E COREIA DO NORTE (2013) 31
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Panorama do Desenvolvimento Mundial
Bem, falar de um panorama geral é algo muito amplo, e, com
toda certeza, não é meu objetivo abordar todas as situações do mundo
numa única aula, ok? De qualquer modo, para compreendermos os
tópicos mais relevantes do Brasil e do mundo no século XXI, é preciso
começar com uma ideia geral de como funcionam as políticas e as
economias mundiais, ok?
Temos que pensar, amigos, que todas, absolutamente todas,
as situações políticas, econômicas, sociais e ambientais pelas quais
passamos na atualidade tiveram origem em algum momento e foram
desencadeadas por algum fator pregresso.
Por isso, esta aula, tendo o caráter introdutório para as
aulas posteriores, é muito importante para o seu aprendizado. A partir
dela, será possível compreender as transformações que vemos hoje à
nossa volta, ou seja, para entender a dinâmica do processo é
imprescindível que conheçamos o próprio processo, as suas origens e,
aí então, poderemos entender suas consequências.
Um exemplo disso que estou dizendo são as conhecidas revoltas
em alguns países da África do Norte, como o Egito, a Líbia, Síria e a
ameaça da Coreia do Norte de atacar os EUA. Temos a morte do
presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e os graves conflitos políticos no
país na atualidade; a crise que envolve Ucrânia, a península da Crimeia, a
Rússia e potências ocidentais; além de outros assuntos recorrentes na
mídia atualmente.
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É praticamente impossível compreendermos a situação
política atual se não tivermos clareza das disputas nas quais esses
países estão inseridos. E mais ainda, se não soubermos o contexto
político-econômico local como entenderemos,por exemplo, a atual crise
econômica que a Europa como um todo enfrenta, sem regressar no
tempo?
Bem, deixaremos estes assuntos (Líbia, Síria, ONU, crise
europeia, EUA x Coréia do Norte, etc.) para aulas futuras, mas, esses
exemplos são importantes para que vocês percebam o quão conectados
estão TODOS os acontecimentos!
Portanto, pessoal, prestem atenção, ok?
Sistemas políticos e econômicos mundiais
Há basicamente dois sistemas econômicos no mundo atual: o
Capitalismo e o Socialismo. Mas qual a importância, ou qual a
finalidade desses sistemas econômicos existirem? Bem, são esses
sistemas econômicos que oferecem certa unidade aos diferentes países
do mundo – que passam a buscar mais ou menos a mesma coisa no setor
econômico e político. Apesar disso, não é essa tentativa de uniformização
que faz com que esses sistemas sejam tão importantes de serem
estudados. Como se diz por aí: o buraco é mais embaixo!
Quando me refiro a esses sistemas políticos e econômicos,
estou, na verdade, me referindo à divisão que houve no mundo durante a
Guerra Fria entre países capitalistas e socialistas. Estudar isso pode até
parecer meio sem graça, uma vez que já sabemos quem mata e quem
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morre no final, não é mesmo? Entretanto, é importante termos uma
compreensão mais aprofundada do funcionamento de cada um desses
sistemas, o que os caracteriza e, principalmente, o que os opõem.
Para compreendermos tanto um quanto o outro, é necessário
analisar um mesmo episódio histórico: a Revolução Industrial, ocorrida
na Grã-Bretanha do século XVIII. “Credo, professora, temos que ir tão
longe assim?” Sim, temos! Mas não se preocupem porque a viagem é
curta, prometo!
Pois bem, foi a partir desse acontecimento que a sociedade
passou a ser dividida em duas classes basilares à sustentação do
capitalismo: burguesia e proletariado. A existência e as discrepâncias
entre essas classes sociais tornaram-se o alvo principal das críticas dos
intelectuais, que formularam, a partir daí, um regime opositor ao
capitalismo: o socialismo. (Viram? Foi rápido, não foi?! rs)
1 – Capitalismo Sem a existência desse sistema, jamais estaríamos no estágio
em que nos encontramos: com uma economia tão integrada e com
“tentáculos” nos mais diversos lugares do mundo. Dentre os dois
sistemas existentes, podemos afirmar, com toda certeza, que o
capitalismo foi o grande personagem dentro da Nova Ordem Mundial.
Isso porque obteve um relevante crescimento de sua importância no
mundo após a Segunda Guerra Mundial e um solavanco maior ainda após
a queda do Muro de Berlim, resultando na globalização.
A grande pergunta que fica depois de ter lido tudo isso é: de
onde vem, então, essa essência da globalização chamada capitalismo?
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Calma, pessoal, não vou transformar isso aqui em uma aula de História!
Porém, é importante lembrarmos que, antes de chegar ao estágio em que
estamos, houve outros que solidificaram e contribuíram para que o
sistema capitalista assumisse a configuração atual. Bem, ao longo de seu
processo histórico, o capitalismo apresentou três períodos principais,
conhecidos como capitalismo comercial, industrial e financeiro.
De todos eles, o mais importante de compreendermos para
resolvermos as questões na prova é o Capitalismo financeiro, que se
baseia, principalmente, em um tipo de economia em que o grande
comércio e a grande indústria são controlados pelos bancos comerciais e
outras instituições financeiras. Porém, para compreendermos bem como
chegamos a esse estágio, é preciso voltar ao panorama político e
econômico mundial do século XX.
Passados os estágios do capitalismo comercial e industrial,
chegamos ao século XX, na fase do capitalismo monopolista
+financeiro. Nessa etapa, os grandes propulsores do desenvolvimento
econômico passaram a ser o sistema bancário, as grandes corporações
financeiras e o mercado globalizado. Foi nesta fase que o capitalismo
travou suas batalhas mais difíceis com o socialismo e é exatamente neste
século que manteremos nossa atenção para compreender como se
formaram as áreas de influência capitalista e socialista.
No final de 2011, se iniciou um movimento nos EUA, que nem o
mais ferrenho comunista do século passado poderia imaginar que
surgiria: “Occupy Wall Street”. Ganhando proporções e repercussões
mundiais, ele foi uma verdadeira revolta contra o sistema capitalista
dentro dos Estados Unidos, berço do capitalismo. Foram protestos contra
a ganância corporativa do sistema capitalista.
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Da desorganização inicial e da sabotagem da mídia tradicional, o
movimento ganhou força a cada dia e foi conquistando o apoio de artistas
e intelectuais de pensamento progressista, como os cineastas e atrizes
famosas. O curioso é que o movimento – que hoje se espalha por cidades
importantes, como Chicago e Boston – não é partidário ou
especificamente contra um determinado governo. A luta dos
manifestantes, a maioria jovens, é contra o sistema que socorre bancos,
enquanto faz vistas grossas ao crescimento da pobreza, o que levou o
povão às ruas americanas pedir que “não alimentem os bancos” e “taxem
os ricos”.
Occupy Wall Street começou com meia dúzia de gatos
pingados, na verdade gatas pingadas, porque o movimento partiu de
mulheres preocupadas com o destino dos filhos, que acabariam a
universidade e não teriam onde se empregar. Todavia, ele se
transformou em uma extraordinária manifestação contra o sistema
capitalista - mesmo que a maioria dos participantes não tenha muita
consciência do que isso significa.
Mas afinal, o que é o capitalismo?
A definição mais comum de capitalismo é a de que ele é um
sistema econômico que se baseia na propriedade privada dos meios de
produção. Contudo, o capitalismo possui outra e mais complexa
definição, que confunde a grande maioria das pessoas.
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“Capitalismo é a organização econômica que resulta do
sistema político de direitos individuais à vida, à
propriedade e à liberdade.”
Por exemplo, imagine que eu perguntasse a vocês qual país do
mundo é capitalista hoje em dia. A grande maioria responderia que quase
todos, não é mesmo? E por quê? Porque a tendência mundial é que haja
respeito aos direitos individuais, à vida e à propriedade – ainda que nem
sempre isso ocorra na intensidade que deveria. É claro que alguns países
se aproximam muito mais do ideal de capitalismo do que outros que
ainda possuem tantas dificuldades em respeitar os direitos individuais
(como os países mais pobres do mundo).
E porque falamos, a todo o momento, de expansão capitalista,
classificando os próprios sistemas políticos de capitalistas?
Chamamos o sistema político de Capitalismo por ser ele
intrínseco aos efeitos econômicos conhecidos por este nome, ou seja,
classificamos como capitalistas países onde há existência de bancos,
empresários, indústrias, dinheiro, trabalho assalariado e juros.
Nesse sentido, os Estados Unidos da América (EUA) são a
grande potência defensora da organização capitalista, sendo, inclusive,
um dos países que mais se aproxima de seu ideal. À medida que a
hegemonia norte-americana foi disseminando pelo mundo seu “American
Way of Life”, todos passaram a ter contato com as pretensões capitalistas
e, ao se alinharem às suas ideias, os países passam a ser classificados
assim também.
De qualquer modo, a consolidação do capitalismo revelou, no
fim do século XX, a crescente interdependência entre os países e uma
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relativa padronização das condições de existência das sociedades
humanas.
“Como assim, professora? Você quer me convencer de que
todos no mundo vivem igualmente?”
Com toda certeza não! A diversidade fica, a cada dia, mais
clara diante dos nossos olhos e a qualidade de vida de um habitante do
norte da África não passa nem perto da de um morador dos EUA.
Entretanto, quando falamos de padronização, é preciso lembrar
que ela se refere muito mais às modalidades de produção, distribuição e
consumo de bens do que efetivamente à qualidade de vida das pessoas.
Assim, não seria exagero dizer que a maior parte dos países do mundo
conhece, produz e consome Cola-Cola e MacDonalds, concordam comigo?
Em razão dessa padronização e interdependência, é comum
ouvirmos dizer que o mundo se tornou o paraíso para as multinacionais.
Essas empresas estão sempre buscando compor novas organizações,
cadeias de auxílio e alianças – com parceiros de diferentes países, que
atuem em setores afins, complementares ou diversos aos seus. Tudo isso
tem o objetivo principal de monopolizar ou cartelizar os mercados e é em
função disso, alianças e fusões, que megaempresas foram formadas.
Como exemplo, temos o caso das 6 maiores empresas de pneus do
mundo, que atualmente controlam 80% de todo o mercado mundial.
Se por um lado a mundialização do capital trouxe uma crescente
integração de mercados e capitais, ela também mostrou um problema
mundial básico ainda hoje não resolvido: a fome.
Depois da Primeira Guerra Mundial, o capitalismo sofreu várias
mudanças e uma das mais significativas diz respeito ao seu principal
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representante. Se antes a Inglaterra e a França despontavam como
defensores do sistema, com a guerra, os EUA alcançaram uma posição de
destaque no cenário capitalista, sobretudo devido ao comércio de armas
com os países envolvidos no conflito. Mas, por que isso ocorreu? Porque
foi durante e nos anos imediatamente posteriores à Primeira Guerra que
o comércio estadunidense teve seu ápice de vendas.
Durante o desenrolar da Primeira Guerra Mundial, as indústrias
norte-americanas produziam e exportavam em grandes quantidades,
principalmente para os países que não tinham como produzir o que
necessitavam devido à turbulência militar pela qual estavam passando.
Dessa forma, os EUA assumiram o papel de grande abastecedor mundial,
o que levou sua produção industrial ao auge.
É no século XX que este sistema atinge outra fase chamada de
Capitalismo monopolista! Essa fase é marcada por algumas
características como:
forte concentração dos capitais, criando os monopólios;
fusão do capital bancário com o capital industrial;
exportação de capitais, que supera a exportação de
mercadorias;
surgimento de monopólios internacionais que partilham o
mundo entre si.
Pois é, pessoal, as características dessa fase do capitalismo são
importantíssimas para que compreendamos como o sistema deixou de
ser competitivo para ser monopolista.
Se observarmos à nossa volta, perceberemos, ainda hoje, essas
características em nossa realidade, já que a maior parte dos lucros e do
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capital do mundo cruza o sistema financeiro, não é mesmo? Pois bem,
praticamente todas as empresas inseridas em uma economia de mercado
vendem seus produtos a diferentes países, mantendo o que foi
classificado como monopólio internacional de algumas empresas. Quem
arrisca questionar que a Coca-Cola monopoliza o mercado?
Tudo bem, nós sabemos que existem vários outros refrigerantes
“cola” por aí! Entretanto, de Xangai à Montevidéu, sempre se encontrará
a tal da Coca-Cola. E por quê? Porque ela monopoliza, juntamente com
outras poucas empresas, o comércio mundial, mantendo ativo um
comércio de grandes proporções.
Outro ponto é o que a informatização dos sistemas foi capaz de
fazer, já que a movimentação e transferência de valores passaram a ser
feitas quase em tempo real. Isso gerou uma fusão entre o capital
bancário e o industrial, uma vez que todas as operações financeiras
passam pelo sistema bancário! É claro, pessoal, que as indústrias e o
comércio têm lucros estrondosos, porém os sistemas bancário e
financeiro são os que mais lucram e acumulam capitais dentro deste
contexto econômico atual.
Mas por que estou falando tudo isso agora? Porque foi a partir
desse novo estágio capitalista, que tinha como lideranças representativas
os EUA e a Inglaterra, que novas teorias foram desenvolvidas e
disseminadas pelo mundo. Foi na metade do século XX, pouco antes do
fim da Segunda Guerra Mundial, que aconteceu a Conferência de Bretton
Woods. Idealizada pelos Estados Unidos, ela estabeleceu pela primeira
vez na história uma ordem monetária totalmente negociada entre
Estados para governar as relações monetárias entre eles.
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Bretton Woods foi o nome dado a uma conferência realizada
em 1944 entre 45 países, que se reuniram com o objetivo de conduzir a
política econômica mundial. Ora, mas como se daria essa condução?
Como o sistema Bretton Woods foi o primeiro modelo de uma ordem
econômica totalmente negociada para reger as relações entre Estados,
era necessário criar instituições que regulassem seus objetivos.
Ainda que muitos de vocês nunca tenham ouvido falar de
Bretton Woods, tenho certeza de que já se cansaram de ouvir a respeito
de suas instituições: FMI e BIRD. Essas duas instituições foram criadas
justamente para definir e regular os procedimentos da política
econômica internacional. Na Aula 1, trataremos detalhadamente de cada
uma delas, mas pra ninguém ficar “boiando” vamos a uma passada
rápida, ok?
O BIRD (Banco Internacional para a Reconstrução e
Desenvolvimento) tinha como tarefa inicial financiar a reconstrução dos
países europeus destruídos durante a Segunda Guerra Mundial, mas,
atualmente, sua incumbência fundamental é o incentivo ao
desenvolvimento de projetos de infraestrutura em países em
desenvolvimento. Essa tarefa é desempenhada por meio de
financiamento e empréstimos aos países em desenvolvimento que
apresentem rendas médias e possuam bons antecedentes de crédito.
Já o FMI (Fundo Monetário Internacional) almejava zelar pela
estabilidade e garantir o bom funcionamento do sistema financeiro
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mundial por meio do monitoramento das taxas de câmbio e da balança
de pagamentos, o que é feito com amparo técnico e financeiro. Mas o que
seria exatamente esse monitoramento?
Bem, o FMI fiscaliza a taxa de câmbio dos países na intenção de
evitar que eles a desvalorizem intencionalmente. Isso mesmo:
desvalorizem, eu não escrevi errado!!!
Os Estados intervêm em suas economias desvalorizando suas
próprias moedas a fim de importar menos e exportar mais, contribuindo
para geração de um superávit na balança comercial, entenderam? Porém,
isso é uma medida protecionista chamada de “desvalorização
competitiva”, que o FMI busca impedir para que os países não
prejudiquem um suposto livre funcionamento do mercado.
Foi a partir dessa conferência, também, que o Capitalismo foi
reconhecido como o melhor sistema econômico a ser utilizado na
contemporaneidade e teve difundidos os seus conceitos pelo mundo,
adquirindo significativas zonas de influência política.
Para estabelecer uma efetiva influência sobre os países da
Europa que foram arrasados pela guerra, os EUA lançaram o Plano
Marshall, a fim de reconstruir o que a guerra havia destruído. Assim, a
partir de 1947, a nova potência do pós-guerra passou a injetar bilhões de
dólares no velho continente, impulsionando a sua reconstrução.
Pois é, amigos, com diz a música, “tudo muda no mundo o
tempo todo”. Se antes da Primeira Guerra Mundial, o nosso “tempo” era
influenciado pelo grupo de cinco potências formadas por Reino Unido,
França, Alemanha, Império Austro-Húngaro e Rússia, a partir da Segunda
Guerra, não são mais eles que determinam os rumos de outras nações.
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Deste modo, o quadro de forças internacionais, no qual a Europa reinava
soberana, foi dissolvido, dando origem a um “novo reinado”: o dos
Estados Unidos da América.
E foi assim que tudo fluiu para que se consolidasse o sistema
capitalista que temos hoje, caracterizado pelo crescente avanço da
Globalização e do poder das classes empresárias dominantes, ou seja,
das multinacionais.
Bem, amigos, agora seria o momento de falarmos das áreas que
foram influenciadas pelo capitalismo. Porém, como o domínio desse
sistema foi bastante extenso, é mais fácil enumerarmos os socialistas do
que os capitalistas.
Porém, antes de elencar os países sob a influência comunista,
precisamos saber o que é esse regime? Onde surgiu? O que ele defende e
por quê? Nesse sentido, uma vez que já entendemos a lógica dominante
no capitalismo, certamente será mais fácil compreendermos a doutrina
socialista, que foi constituída para combatê-lo, não é mesmo?
Entretanto, antes de entrarmos nisso, vamos ver algumas
questões de concursos anteriores que trabalharam com esses eixos de
poder mundial.
1) (CESPE / ABIN / 2008 – Questão adaptada) A geografia
política das relações internacionais foi nitidamente alterada, no
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século XXI, por uma série de mudanças nos eixos do poder
mundial. Com relação a essas mudanças podemos afirmar que:
a) Houve um declínio relativo dos Estados hegemônicos do Atlântico
Norte e a transferência do eixo de poder para países do Pacífico e do
Índico.
b) Os países do Atlântico Norte é um grupo formado por Japão, China,
Índia e os Tigres Asiáticos.
c) Com o fim da multipolaridade vivenciada pelo mundo durante o
período da Guerra Fria, houve a possibilidade do surgimento de novos
atores com relevância no cenário internacional.
d) Apesar de ter auferido grande desenvolvimento, países como a China e
o Japão não conseguem interferir significativamente no mercado mundial.
e) A economia voltada para o aumento das importações foi o modelo
adotado pelo Brasil e outros países da América Latina, que pretendiam
ganhar mais mercado em todo o mundo.
COMENTÁRIOS
Nossa professora! Uma questão de 2008? Sim, podemos fazer
uso dela porque seu foco não é atualidade, e sim, o conhecimento
histórico.
A assertiva A está correta. Houve mesmo um declínio relativo
desses países, já que outros passaram a ter visibilidade no cenário
internacional. Assim, há uma nova tendência das relações internacionais,
que é a relativa transferência de poder dos Estados hegemônicos do
Atlântico Norte para os países do Pacífico e do Índico.
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A assertiva B está errada. Os países do Atlântico Norte é um
grupo formado pelos EUA e por países europeus, que constituíram,
durante o período de Guerra Fria, o bloco capitalista. Já os países do
Pacífico e Índico que vêm ganhando espaço no cenário econômico
internacional são Japão, China, Índia e os Tigres Asiáticos.
A assertiva C está errada. Foi com o fim da bipolaridade
vivenciada pelo mundo durante o período da Guerra Fria, que se
instaurou uma ordem multipolar, possibilitando o surgimento de novos
atores com relevância no cenário internacional. Assim, surgiram os blocos
regionais, havendo uma fragmentação de poder no campo econômico.
Ainda nesse contexto, surgiram também os chamados Tigres
Asiáticos, países que programam um modelo de industrialização voltado
para exportações. Quais são? Hong Kong, Singapura, Coreia do Sul e
Taiwan.
A assertiva D está errada. Nos últimos anos, pudemos notar
uma grande ascensão da China e da Índia, países dotados de população
numerosa e com elevado potencial exportador. A China, por exemplo, já
deixou para trás o Japão e hoje ocupa o lugar de segunda maior potência
mundial, atrás somente dos EUA. Além disso, estes dois países integram
o grupo conhecido como BRICS e, além de seu poder econômico, também
podem ser considerados potências militares. O Japão, por sua vez, é
também uma das maiores economias do mundo, sendo um grande líder
mundial no desenvolvimento de tecnologia e pesquisas científicas.
A assertiva E está errada. Tanto no Brasil quanto em outros
países latino-americanos, a substituição de importações foi o grande
“lema” dos governos, que se empenharam em propiciar o
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desenvolvimento de uma industrialização que pudesse favorecer essa
meta.
Portanto, a resposta é certa é a letra A.
2 – Socialismo
O sistema socialista pode ser entendido como:
“Um conjunto de teorias socioeconômicas, ideologias e
políticas, que postulam a abolição das desigualdades
entre as classes sociais.”
Apesar de ter surgido na França, em contraposição a uma
realidade específica, o socialismo desenvolveu-se para além do seu lugar
de origem e foi moldando-se de acordo com as necessidades do local
onde era veiculado. Portanto, muitas configurações desse sistema foram
cunhadas para dar vazão a toda angústia das classes menos favorecidas
e, por isso, essas teorias começaram a ganhar influência, sobretudo,
entre essas classes.
Muito embora existam diferentes linhas socialistas, a base de
todas elas abarcava, como principais símbolos, a defesa da limitação
do direito à propriedade privada e o controle dos principais
recursos econômicos pelos poderes públicos – para, a partir daí,
promover a igualdade social, política e jurídica.
A maior parte dos defensores do socialismo acredita que o seu
opositor capitalismo incita a concentração de riquezas e poder nas mãos
de uma minoria. Segundo eles, toda essa opulência só se mantém às
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custas da exploração do trabalho alheio, criando assim uma sociedade
injusta e desigual. Portanto, os críticos do capitalismo sempre ressaltam
que esse sistema não oferece oportunidades iguais para todos,
dificultando com que todos maximizem suas potencialidades.
Ora, é claro que essas ideias de igualdade foram muito bem
aceitas, principalmente naquelas regiões onde a industrialização era
menos desenvolvida e a pobreza era crescente, como no caso da Rússia.
Foi nesse país que, após uma forte crise política e econômica, apareceu a
primeira concretização das teorias socialistas. Nesse sentido, foi no
governo de Lênin que a sociedade soviética viveu a primeira experiência
socialista do mundo, materializando conceitos como a Reforma Agrária
e a estatização de bancos e fábricas como principais métodos para se
acabar com as desigualdades sociais existentes.
Até agora eu só tenho utilizado o termo socialismo, não é
mesmo? Muitos de vocês devem ter dúvidas a respeito da diferença entre
socialismo e comunismo, isso é muito normal, uma vez que muita gente
se confunde exatamente neste aspecto! Até porque esses dois conceitos
são utilizados, com muita frequência, como sendo uma coisa só. Todavia,
eles não o são!
As ideias socialistas surgiram na França em contraposição à
nova realidade que a Europa vivia com a Revolução Industrial. Já as
ideias comunistas passaram a existir somente após a Revolução Russa.
Assim, embora ambas as teorias caminhem para o mesmo objetivo – luta
contra a desigualdade social – existem certas diferenças conceituais entre
as duas palavras.
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O socialismo parte do pressuposto de que os problemas sociais
só existem porque existem desigualdades entre os indivíduos. Como
assim? Os meios de produção são o que diferenciam um individuo do
outro e, portanto, a socialização dos meios de produção resolveria o
problema. Por isso, o sistema socialista visa à extinção da propriedade
privada.
Para tanto, o governo se encarregaria de cuidar do cidadão
desde seu nascimento e, posteriormente, esse indivíduo seria obrigado a
seguir regras rígidas e a trabalhar para todos, sempre sob a coordenação
do Estado. Deste modo, a existência do Estado para coordenar a
socialização dos meios de produção e defender os interesses da
coletividade ainda é necessária.
Do mesmo modo, no comunismo também não existem classes
sociais e propriedade privada, mas também não existe a figura do
Estado regulador e protetor do bem comum, e essa é a grande
diferença! Como costumam dizer, é como se o comunismo fosse uma
evolução do socialismo, em que não há mais a obrigação de existência de
um Estado para tomar as decisões políticas, que seriam assumidas pelo
povo. Nenhum país do mundo atingiu essa etapa, pois nenhuma
sociedade moderna nunca foi regida sem um Estado.
A primeira experiência socialista vivida no mundo só foi possível
após a Revolução Russa, ou seja, ela se materializou no momento em
que se formulavam conceitos comunistas, fazendo com que o senso
comum tratasse os dois conceitos como sendo a mesma coisa!
Essa certa “confusão” é algo muito comum entre as pessoas,
pois como já disse, o senso comum, geralmente, costuma tratar uma
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coisa pela outra. Todavia, apesar de serem regimes políticos/econômicos
muito próximos e com alegorias muito semelhantes, o socialismo deve
ser pensando como uma espécie de “estágio” anterior imprescindível para
que se chegasse ao comunismo.
Costumo fazer uma analogia sempre com noivado (socialismo) e
casamento (comunismo). Durante o noivado, tem sempre os pais "de
olho" na filha e interferindo nos seus passos, no que ela pode ou não
pode fazer. Em contrapartida, depois de casada, a filha toma suas
próprias decisões sem precisar que o pai a guie a sua vida, não é
mesmo? Assim, o pai durante o noivado seria o Estado durante o
Socialismo – que ainda existe forte e com a função de
regulamentar todas as demandas sociais desse regime. Uma vez que a
sociedade já esteja "enquadrada" no ritmo do Estado, ele perde a sua
função existencial e aí passaríamos ao próximo estágio que seria o
Comunismo.
Todavia, o mundo nunca viveu uma experiência comunista –
que ficou sempre apenas na teoria e na retórica de muitas pessoas que
lutavam pela sua instalação.
“Mas, professora, e Cuba? Rússia? Também não viveram o
comunismo?”
Não!!
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Pessoal, a formação da União Soviética ocorreu em 1922,
portanto, após o socialismo já ter sido implantado na Rússia.
Especialmente nesse país, o sistema político/financeiro foi modificado
através de um movimento revolucionário que resultou na detenção do
poder político por defensores do Socialismo.
Assim, a URSS foi formada a partir da junção da antiga Rússia
com várias pequenas nações, o que conferiu um pioneirismo a esse país,
que se tornou o principal e mais forte representante do socialismo no
mundo. Apesar de essas pequenas nações terem aceitado se vincular à
Rússia, a grande maioria dos países que compuseram o bloco socialista
somente tiveram o novo sistema efetivado ao final da Segunda Guerra
Mundial.
Foi após a Guerra que a URSS se fortaleceu ainda mais e
polarizou, no cenário mundial, uma ferrenha disputa com os EUA, que
também buscavam ampliar sua influência no mundo com o sistema
capitalista.
Deste modo, enquanto a Europa Ocidental se beneficiava do
Plano Marshall – principalmente Reino Unido, França, Alemanha
Ocidental, Bélgica e Holanda – o socialismo se alastrava pelo Leste
europeu. Com exceção da Iugoslávia, onde insurgiu em 1948, todas as
democracias populares dessa região foram forçadas a admitir a
interferência de Stalin, que não hesitou em usar a força repressora para
ter o controle político e econômico desses países.
Assim, foi por meio de coação e investimentos que a URSS
dominou a região oriental da Europa e deu força política aos partidos
stalinistas na Albânia, Bulgária, Romênia, Hungria, Tchecoslováquia e
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Polônia. Além desses, temos como símbolos socialistas a China, Cuba,
Laos, Coreia do Norte e Vietnã. Bem, pessoal, mas estou falando esses
nomes todos só para explicação ficar completa, mas não precisam se
preocupar em decorar nada disso, pois certamente isso não ser cobrado
na prova, tá ok?
Vocês se lembram de que, em novembro de 2013, o mundo
comemorou o aniversário de 24 anos da queda do muro de Berlim?
Pois é, pessoal, em 1989, quando o Muro de Berlim veio
abaixo, era claro e notório o descontentamento popular dentro dos países
onde reinava o modelo socialista. Esse sentimento tinha como origem
principal as inúmeras propagandas que o bloco capitalista fazia de si
mesmo como um sistema quase perfeito, com liberdade e boas condições
de vida para todos. E por que estou falando desse tal muro agora?
Porque a sua queda é o grande símbolo do início das mudanças no
espaço socialista.
Se, outrora, o muro “escondia” as belezas e monstruosidades do
mundo capitalista, após sua queda os habitantes do outro lado puderam
conhecer de perto as inúmeras mudanças pelas quais o mundo havia
passado nas duas últimas décadas em que o muro os isolava.
Assim, em 9 de novembro de 1989, o mundo abandonou a
bipolarização que viveu durante a Guerra Fria entre comunismo e
capitalismo e adentrou numa nova fase, em que o sistema capitalista era
o grande vitorioso.
Porém, pessoal, uma vez em contato com os “mistérios” do
mundo capitalista, muitas pessoas que acreditavam ser possível usufruir
apenas do lado bom desse sistema ou o enxergavam como um modelo de
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sistema equilibrado, começaram, em pouco tempo, a sentir os problemas
do desemprego, do desequilíbrio social e da frustração profissional.
Assim, com o declínio do stalinismo na ex-URSS, houve uma
deterioração das condições de vida da grande maioria da população. Do
dia para a noite, a economia socialista, que antes era conduzida e
protegida de forma quase paternalista pelo Estado, foi colocada diante
das turbulências do mercado. Essa exposição teve como principal
consequência uma forte instabilidade nas áreas da educação, saúde,
habitação e principalmente, emprego. Além disso, todas as
transformações que ocorreram no Leste Europeu fizeram com que o
mapa político desse continente fosse modificado em decorrência do
nascimento de um grande número de novos Estados nacionais.
Assim, a desintegração da URSS e o fim da política de
bipolaridade trouxeram profundas mudanças econômicas para aqueles
países que haviam optado por uma economia planificada. Com a
reunificação da Alemanha, novos paradigmas foram firmados e a
mundialização da economia capitalista levou também ao Leste Europeu a
integração pela interdependência e uma relativa uniformização das
condições de existência das sociedades humanas. Como assim?
Empresas multinacionais foram para o centro da produção material
daqueles países, houve uma mudança na estrutura de produção,
distribuição e consumo dos bens e serviços etc.
Mas, afinal, o que levou à derrocada do comunismo?
Nos anos 80, a URSS vivia uma situação econômica muito
complicada, na qual a população e os movimentos sociais e trabalhistas
estavam à beira de um verdadeiro colapso. Os níveis de produção caíam
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a cada ano e o desemprego aumentava cada vez mais – apesar de o
governo não divulgar. Assim, a qualidade de vida tornava-se cada vez
pior para a maior parte da população. Tanto a falta de alimentos e
produtos básicos quanto a precariedade da prestação de serviços (luz,
água, telefone) atingiram a URSS, evidenciando que algo precisava ser
mudado pelo governo antes que os movimentos sociais ganhassem ainda
mais força. Foi por isso que as mudanças ocorreram!
Vocês já ouviram falar da glasnost e da perestroika?
A glasnost (transparência) e a perestroika (restauração da
economia) foram reformas lançadas pelo presidente da URSS, Mikhail
Gorbatchev, em 1985. Dentre as principais medidas levadas a cabo se
destacam: a redução dos gastos com defesa, o fim do monopólio do
Partido Comunista e maior liberdade de expressão à população. Tais
reformas levaram ao desfacelamento da URSS, sendo que as repúblicas
que a constituíam, juntamente com a Federação Russa, formaram a CEI
(Comunidade dos Estados Independentes).
“Mas, professora, então quer dizer que o socialismo não mais
existe hoje em dia?”
Ótima pergunta, amigo! Atualmente, existem algumas
controvérsias em como considerar os casos do socialismo de Cuba, China,
Coreia do Norte e Vietnã, por exemplo. É preciso uma análise cuidadosa
de cada um deles, por terem características peculiares, como a indústria
do turismo em Cuba ou a existência de salário e lucro na China.
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Mas, afinal, por que precisamos saber que houve essa
polarização do mundo em dois sistemas e que essa disputa se acirrou
ainda mais depois da Segunda Guerra Mundial?
Bem, para compreendermos os conflitos geopolíticos atuais será
fundamental que tudo o que lemos até aqui esteja bem claro para, a
partir disso, compreendermos melhor o cerne das disputas, que ainda
hoje fazem parte da nossa realidade.
(CESPE / ABIN / 2008 – Questão adaptada) A ONU, criada em um
momento bastante distinto do de hoje, vem sofrendo forte
pressão por reforma institucional para agregar mais legitimidade
política ao sistema multilateral de segurança coletiva. Com base
nessa afirmação podemos afirmar que:
I) A ONU foi criada em 1945, num momento em que havia uma sutil
diferença na ordem internacional se comparado ao que é hoje em dia.
Assim, fica difícil entender o porquê da necessidade de mudanças no
sistema que a rege.
II) O Conselho de Segurança da ONU é órgão responsável pela
manutenção da paz e segurança internacionais e possui 15 membros,
sendo 5 membros permanentes e 10 membros temporários.
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III) Para que a ONU tome uma decisão importante, como o envolvimento
em um conflito internacional, é necessário que pelo menos metade dos
seus membros esteja de acordo.
IV) São membros permanentes da Organização das Nações Unidas: EUA,
China, Rússia, França e Reino Unido.
V) A atual estrutura institucional das Nações Unidas reflete, exatamente,
seus ideais de simetria de poder entre os países, deixando visível o
direito e a igualdade de opiniões.
a) somente I está correto.
b) somente II está correto.
c) todos itens estão corretos.
d) estão corretos os itens II e IV.
e) estão corretos os itens I, II e IV.
COMENTÁRIOS
Mesmo sendo uma questão do ano de 2008, julgo necessária para
podermos falar sobre a ONU desde sua criação, já que nas aulas futuras
faremos muitas menções a este órgão.
A assertiva I está errada. Quando a ONU foi criada em 1945,
a ordem internacional era completamente diferente do que é hoje em
dia, já que estávamos acabando de sair de um período turbulento como a
Segunda Guerra Mundial. Portanto, nada de sutil. Assim, toda sua
estrutura institucional reflete um cenário ultrapassado e, portanto, dá
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margem e explica os pedidos de mudanças em todo o seu sistema de
funcionamento.
A assertiva II está correta. Sobre esse órgão, é importante
sabermos que ele possui 15 membros, sendo 5 membros permanentes e
10 membros temporários, conforme afirma a questão.
A assertiva III está errada. Para que uma decisão importante
seja tomada por esse órgão é preciso que haja quórum de 9 votos,
incluindo, necessariamente,votos afirmativos de todos os membros
permanentes do Conselho de Segurança, que possuem o chamado
“poder de veto”. Assim, se 14 membros do Conselho de Segurança da
ONU votarem a favor de uma questão, mas um membro permanente
votar negativamente, a decisão não será adotada.
A assertiva IV está correta. São membros permanentes do
Conselho de Segurança da ONU: EUA, China, Rússia, França e Reino
Unido.
A assertiva V está errada. Como podemos ver, o que a
estrutura institucional das Nações Unidas reflete, na verdade, é uma forte
assimetria de poder entre os países, deixando visível uma desigualdade
de fato. É justamente por isso que se reclama por uma reforma do
Conselho de Segurança da ONU. Objetiva-se estruturar, dessa forma, um
sistema multilateral que evidencie a nova ordem internacional.
Nesse sentido, há países que pleiteiam um assento permanente
no Conselho de Segurança da ONU, particularmente Alemanha, Japão,
Brasil e Índia. Vejam que interessante: Japão e Alemanha são duas das
maiores economias do mundo, mas por terem perdido a Segunda Guerra
Mundial, ficaram de fora da estrutura do Conselho de Segurança!
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Todavia, apesar dessas intenções, há algumas resistências
regionais: o Paquistão se opõe à entrada da Índia; a Itália se opõe à
Alemanha; Argentina e México se opõem à do Brasil; e China e Coreia do
Sul se opõem à entrada do Japão.
Portanto, o correto é a letra D.
Muitos de vocês devem estar pensando que essa divisão
capitalista x socialista não tem a nada a ver com a nossa atualidade,
certo? Erradooo.
Um forte exemplo disso é o grave conflito diplomático existente
entre esses dois eixos de poder: o gigante capitalista EUA que sofreu a
ameaça da Coreia do Norte ”comunista”.
Crise entre Estados Unidos e Coreia do Norte (2013)
Bom, pessoal, um outro assunto, que além de ter estado na
mídia do mundo todo e colocado todos em estado de alerta, foi sem
dúvida a ameaça que a Coreia do Norte emitiu aos EUA, em 2013.
Alguns de vocês devem estar se perguntando: O que houve
para que isso acontecesse, quem provocou quem e por que foi tão sério
assim, professora? Bom, galera, “tudo” começou por causa de um voo,
mas não um voo qualquer! Ressalto, nesse momento, que a relação entre
esses dois países há tempos não é tão amável!
Vocês sabiam que a Coreia do Norte é o "adversário mais
antigo" dos Estados Unidos?
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Teremos que fazer uma breve retrospectiva histórica. Prometo
ser breve mesmo: rsrs!
Ao final da Segunda Guerra Mundial os norte-americanos
ajudaram a dividir a península coreana em Coreia do Sul e Coreia do
Norte, que até então era uma colônia do Japão. A do Norte foi ocupada
pelos russos e os norte-americanos ocuparam a Coreia do Sul. Isto levou
a um conflito político que originou a Guerra da Coreia e deixou o país em
ruínas. O sul enriqueceu e o norte empobreceu com o fim da União
Soviética.
Avançando no tempo, chegamos no ano de 1990. Neste ano a
Coreia do Norte expandiu o seu programa nuclear, e os Estados Unidos
emitiram suspeita de haver o desenvolvimento de armas de destruição
em massa e ameaçou bombardear essas instalações. Com isso, a relação
entre os dois países piorou e ficou estremecida por um bom tempo,
sendo que somente em 1994, Jimmy Carter e o líder norte-coreano Kim
Jong-il negociaram o caminho de volta no limiar da guerra. Para isso, o
acordo entre eles exigia que a Coreia do Norte congelasse o seu
programa nuclear em troca de carregamentos pesados de óleo
combustível dos Estados Unidos e dois reatores nucleares de água leve a
serem construídos por um consórcio internacional financiado, em grande
parte, pelo Japão e a Coreia do Sul, e também se comprometeram a
avançar em direção à plena normalização das relações diplomáticas.
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Com a morte do líder norte-coreano Kim Jong-il, em dezembro
de 2011, a sucessão ficou para seu filho Kim Jong-n (30 anos) que
somente em fevereiro de 2012, iniciou com os Estados Unidos um
primeiro contato oficial, cujo principal tema foi a desnuclearização na
península coreana, e outras questões, como a não proliferação, os
direitos humanos e também questões humanitárias.
A Coreia do Norte é um Estado comunista, e sua economia
inicialmente teve um crescimento substancial, mas entrou em colapso na
década de 1990, ao contrário do seu vizinho comunista a China. A Coreia
do Sul surgiu, após décadas de regime autoritário, como uma democracia
liberal capitalista.
Em 12 de fevereiro de 2013, os 15 membros do Conselho de
Segurança (incluindo China e Rússia) votaram, por unanimidade, o
reforço das restrições financeiras à Coreia do Norte e um aumento da
vigilância para controlar os bens e as mercadorias que entram e saem do
país, para que este não consiga financiamento para alimentar as suas
ambições militares e balísticas.
Apesar de benéfica, esta sanção econômica da ONU preocupa os
vizinhos da Coreia do Norte, pois significaria um número ainda maior de
pessoas deixando o país e emigrando para países vizinhos. E no caso de
um conflito militar ou econômico, os Estados Unidos terão dificuldade em
convencer os vizinhos da Coreia do Norte a cooperarem. A Coreia do Sul,
apesar de aliada aos Estados Unidos, deseja manter um bom
relacionamento com a Coreia do Norte.
No dia 07/03/13, a Coreia do Norte acusou Washington de usar
testes militares conjuntos com a Coreia do Sul como uma plataforma
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para um possível ataque nuclear e convencional ao país, e ameaçou fazer
mais testes de armas nucleares em resposta às sanções impostas pelo
Conselho de Segurança.
Mas e o tal voo professora? Não foi um voo qualquer e foi a
“gota” d’água para subir a tensão entre esses dois países. Ele aconteceu
quando os EUA e a Coreia do Sul praticavam os seus exercícios militares
conjuntos anuais, que envolviam cerca de 15.000 soldados.
Os EUA efetuaram voos de bombardeiros B-52 sobre a
península coreana, como parte das manobras conjuntas, causando a ira
do ditador Kim Jong-un , e é por isso que está sofrendo retaliação da
Coreia do Norte, qualificando de "provocação imperdoável" o tal voo sob
o espaço aéreo sul-coreano.
Por isso ameaçou retaliar com uma ação militar deixando seu
exército de prontidão a partir do dia 21/03/12 para que, se preciso fosse,
estes atacassem as bases dos Estados Unidos no Japão.
Ou líder norte-coreano estava genuinamente preocupado com
um possível ataque ao seu país ou se, ainda inseguro após substituir seu
pai como chefe de estado, tenta mostrar firmeza à população.
No auge do clima de tensão com os vizinhos do Sul e os Estados
Unidos, no início de abril, o Norte proibiu o acesso de sul-coreanos a
Kaesong, mas já admitiu a reabertura do complexo industrial. O bloqueio
ocorreu justamente no contexto do agravamento da tensão na península
coreana, após a aprovação de novas sanções pelas Nações Unidas, em
resposta ao terceiro ensaio nuclear da Coreia do Norte, em fevereiro.
E como está o “resto” do mundo? E os países próximos ao
continente?
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Claro que o mundo está preocupado com as ameaças da Coreia
do Norte e está se movimentando. Os Estados Unidos estão enviando dois
navios de guerra para a península coreana, e instalando um dos mais
modernos sistemas para derrubar mísseis em pleno voo na base militar
na pequena Ilha de Guam, que pertence aos Estados Unidos e fica no
meio do Oceano Pacífico. Porém, o governo norte-coreano já avisou que,
se houver uma guerra, esse é um dos alvos.
No Reino Unido existe uma grande pressão no parlamento para
que não haja cortes nos gastos militares, especialmente na área dos
armamentos nucleares. Os submarinos do programa Trident estão sendo
construídos. Eles disparam um sistema de mísseis considerado muito
caro, mas o governo está cortando gastos em outras áreas, por
enquanto.
O “Japão, apesar de acreditar que não se pode permitir a
provocação agressiva da Coreia do Norte”, em resposta às crescentes
ameaças do regime de Pyongyang, disse que vai reforçar a vigilância e
que vai "manter uma relação estreita com os Estados Unidos, a Coreia do
Sul, a China e a Rússia". A Coreia do Sul afirma que irá reagir
rapidamente a um eventual ataque norte-coreano, agindo como aliada
aos EUA.
É, meus amigos, a parte mais complicada é que não será fácil
para os Estados Unidos atacar a Coreia do Norte, pois bombardear o
reator nuclear espalharia radiação pelo Japão, Coreia do Sul e China, sem
contar que, a Coreia do Norte possui um grande e poderoso exército.
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Apesar de alguns analistas acreditarem que a possibilidade de
um ataque nuclear seja muito baixa, a Coreia do Norte se diz
determinada a produzir mísseis capazes de atingir os Estados Unidos.
Vamos aguardar e continuar acompanhando os acontecimentos.
;-)
(CESGRANRIO/CEF/2012-adaptada) O presidente norte-coreano
Kim Jong-un comprometeu-se com negociadores estrangeiros a
suspender o programa de enriquecimento de urânio, os testes
nucleares e os lançamentos de mísseis de longa distância.
Também consentiu a inspetores da Agência Internacional de
Energia Atômica que visitem os prédios onde há atividades
nucleares. Revista Veja. São Paulo: Abril. ed. 2259, ano 45, n.10, mar. 2012, p.76. Adaptado.
Esse comprometimento norte-coreano tem como contrapartida
estrangeira o recebimento de alimentos enviados pelos Estados
Unidos.
Comentários
A assertiva está correta . Em fevereiro de 2012, os EUA
concordaram avalizar a possibilidade de fornecer ajuda em alimentos à
Coreia do Norte em troca da suspensão das atividades de enriquecimento
de urânio e testes nucleares. A ajuda alimentícia seria bem aceita num
país onde dois terços da população passam fome.
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Assim, como a Coreia a China é outro exemplo de país
“comunista” que tem aparecido com frequência nas provas de
Atualidades. Então vejamos como ela vem sendo abordada.
(CESPE/CNJ/2013- ANALISTA JUDICIÁRIO) A China tem
investido US$ 250 bilhões por ano no que economistas chamam
de capital humano. Assim como os Estados Unidos da América
(EUA) ajudaram a construir uma classe média no final dos anos
40 e início dos anos 50 do século passado, usando um programa
para educar veteranos da segunda guerra mundial, o governo
chinês emprega recursos para educar milhões de jovens que se
mudam das áreas rurais para as cidades. O objetivo disso é
transformar o sistema atual, em que uma elite minúscula,
altamente educada, supervisiona vastos exércitos de
trabalhadores rurais e de operários de fábricas pouco
qualificados.
O Globo, 18/1/2013, p. 30 (com adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial, e considerando a
crescente importância da China no cenário global contemporâneo, julgue
os itens seguintes.
1) A aposta chinesa na universalização educacional denota outro
aspecto marcante da transformação econômica vivida por esse
país asiático na atualidade: a abertura da economia, incluindo a
presença significativa de capitais privados externos, se faz
acompanhar da indispensável abertura política, mediante a
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identificação de seu regime de governo com os padrões ocidentais
de democracia.
COMENTÁRIOS
A assertiva está errada. Essa pergunta foi para ajudar, não
foi? Falar que a China está num processo de abertura política é até
engraçado.
Só para se ter uma ideia, o Partido Comunista Chinês (PCC) tem
66 milhões de membros e o título de maior partido político do mundo,
governa a China desde 1949, sem tolerar oposição e geralmente reagindo
de maneira polêmica em relação a dissidentes.
O partido exerce influência sobre vários aspectos da vida dos
cidadãos chineses: do que aprendem na escola ao que assistem na
televisão, seus empregos, suas casas e até o número de filhos que
podem ter. Ou seja, se isso é abertura política, imaginem o que é
ditadura! Eu tenho uma amiga que morou na China em 2011. Ela me
contou, que às vezes, do nada, a internet ficava dias fora do ar, sem
motivo aparente.
2) Com peso cada vez maior no mercado global, a China, por ser
detentora de enorme população — que produz e consome — e de
todos os recursos naturais de que necessita para sustentar seu
desenvolvimento, tem sido constantemente acusada de
protecionismo, buscando exportar e praticamente nada importar.
COMENTÁRIOS
Essa assertiva está errada. Ao iniciarmos a leitura das
questões, parece que está tudo bem: China, enorme população,
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exportação. Mas o erro está em dizer que a China possui todos os
recursos naturais de que necessita. Isso não é verdade. Tanto que a
China importa do Brasil: soja, minério de ferro, óleo de soja, produtos
siderúrgicos, entre outros.
Na próxima aula trarei mais sobre a política desse país e nos
deteremos em maiores detalhes que podem ser objeto de cobrança na
prova de atualidades, ok?
Meus queridos amigos, essa foi uma pequena demonstração de
como nossas aulas se estruturarão! Mas, já adianto que ela deve ser
encarada como uma fonte inicial de estudos, pois ela é MUITO importante
para o que veremos em nossos encontros futuros.
Como vocês puderam observar, hoje, eu tracei alguns aspectos
gerais e panorâmicos sobre questões importantes de um modo geral. A
partir de nossa próxima aula, os temas serão mais limitados, o que não
quer dizer que serão separados. “Como assim?”
Quero dizer, amigos, que quando se trata de atualidades não é
possível separar um assunto de outro porque todos eles estão imbricados
e, em alguns momentos, eles se entrecruzam.
Assim, não se assustem ao estudar uma aula de economia que
faz referência à política, ou ao meio ambiente, ou ainda às questões
sociais. De uma maneira geral, estudar conhecimentos gerais com uma
abrangência tão grande, como a que foi colocada edital, é um caminho de
avanços e retornos nos mais variados temas.
Espero vocês em nossa próxima aula sobre Economia!
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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