BOLETIM INFORMATIVO – COVID 19 #10 · 2020-04-17 · BOLETIM INFORMATIVO – COVID 19 3 Situação atual no mundo – 17 abril 2020 Fonte: Center for Systems Science and Engineering

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BOLETIM INFORMATIVO – COVID 19 #10

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17 de abril 2020


Situação atual em Portugal – 17 abril 2020

Dados atualizados a 17 de abril de 2020Fonte: DGS


Situação atual no mundo – 17 abril 2020

Dados atualizados a 17 de abril de 2020Fonte: Center for Systems Science and Engineering (CSSE) at Johns Hopkins University (JHU)

Número de casos diários


COVID-19: Projeções para o fim da Fase Aguda

Para a realização destas projeções, os autores consideraram apenas o número de mortos, uma vez que a política e tipos de testes de cada país é diferente e varia conforme o tempo.

Referenciam a China e a Coreia do Sul como países com o ciclo da doença completo. Itália e a Espanha estão num estado pós pico e países como o Brasil ainda não chegaram ao pico, havendo incerteza na sua projeção.

Para este estudo foi tido em conta que, na maioria dos países, as medidas de isolamento foram adotadas depois do período de incubação do SARS-CoV-2.

Nas epidemias, habitualmente, o pico acontece quando 50% da população é contagiada, mas no caso da adoção de políticas de distanciamento social, dois picos podem ocorrer. Como a velocidade de contagio da COVID-19 é grande, o primeiro pico é maior que o segundo, pois a maior parte da população já terá sido infetada.

Projeções de acordo com a curva de Gauss:

Fonte: https://apps.who.int/iris/ saude.gov.br / worldometers.info/coronavírus

A presente taxa de mortalidade pode não ser real, devido à quantidade dos testes efetuados que não abrangem a totalidade da população.


COVID-19: Projeções de término da fase aguda para Portugal e Itália

Na maioria dos países, as medidas de isolamento foram adotadas depois do período de incubação do SARS-CoV-2 logo, a maior parte da população terá sido afetada, o que pode ser verificado pela normal curva de distribuição de Gauss, maior no início e menor subsequente.

A Pandemia da Gripe Espanhola de 1918, teve distribuição normal de Gauss, em praticamente todos os países afetados.

Com base na grande epidemia de 1918 (com transmissão comunitária), assume-se que a curva de óbitos decresce, quando mais de metade da população é infetada.


As co-morbilidades como fator de risco nos doentes COVID-19

Um estudo baseado em pesquisa bibliográfica, usando as plataformas eletrónicas científicas (PubMed, Cochrane Library, Embase e outros), confirmou que a Diabetes, a Hipertensão, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), a Doença Cardiovascular e a Doença Cerebrovascular, são os principais fatores de risco para agravamento da situação clínica, nos

doentes com a COVID-19. Um bom controlo e compensação destas patologias, permite uma evolução clínica mais favorável nestes doentes. Este estudo também revelou que infetados com o SARS-CoV-2 e que simultaneamente sofrem de Doença Hepática ou Doença Renal, não parecem ter agravamento significativo da sua situação clínica.

O conhecimento de fatores de risco em doentes com a COVID-19, permite uma abordagem mais direcionada e específica para evitar piores prognósticos.


Quem está imune ao novo coronavirus?

Grande parte do conhecimento da imunidade ao SARS-CoV-2 vem dos coronavírus que se espalham todos os anos, podendo causar infeções respiratórias que variam de uma gripe comum a uma pneumonia.

O epidemiologista Marc Lipsitch realizou um estudo em dois grupos de pessoas, que foram infetados com um coronavírus sazonal e, cerca de um ano depois, num dos grupos inocularam o mesmo vírus e no segundo grupo inocularam um coronavírus de estirpe semelhante, para verificar se tinham adquirido imunidade na infeção anterior. No primeiro grupo, nenhum dos voluntários desenvolveu a doença, graças à proteção adquirida com a resposta imunitária à primeira infeção. O segundo grupo de voluntários demonstrou uma reposta imunitária de proteção parcial, não estando completamente imunes ao novo vírus inoculado, desenvolvendo uma forma mais ligeira de gripe.

As pesquisas de anticorpos no sangue de doentes que sobreviveram ao SARS-CoV e ao MERS, mostram que as defesas persistem por algum tempo: dois anos para a SARS e quase três anos para a MERS. No entanto, a

capacidade de atuação destes anticorpos na inibição da replicação do vírus, já estava em declínio durante o período deste estudo. Ele é a base para uma previsão do que pode suceder a doentes com a COVID-19. Após a infeção pelo SARS-CoV-2, a maioria dos indivíduos terá uma resposta imune, alguns melhores que outros. Supõe-se que essa resposta ofereça proteção a médio prazo, talvez um ano, para depois a sua eficácia começar a diminuir.

No entanto, um outro estudo do Shangai Public Health Clinical Center, com 175 doentes com infeção leve pelo SARS-CoV-2, demonstrou que 70% desenvolveram fortes respostas imunitárias, cerca de 25% tiveram uma resposta imunitária baixa e cerca de 5% não desenvolveram nenhuma resposta imunitária detetável.

Com estes dados, torna-se importante estudar a imunidade de pessoas que foram assintomáticas na infeção pelo SARS-CoV-2, para determinar se a gravidade desta doença influencia o grau de imunidade.

O controle do vírus a longo prazo depende da imunidade da maioria das pessoas ou a chamada imunidade de grupo.

O SARS-CoV-2 é a terceira maior epidemia de coronavírus a afetar humanos nos últimos tempos, após o surto de SARS de 2002/ 3 e o surto de MERS iniciado em 2012.



0,7: o número “mágico” do nosso Governo para o regresso à normalidade

Quando este indicador é inferior a 1, a transmissão de um vírus (qualquer que ele seja) ainda é possível, mas a tendência é para que o número de casos vá diminuindo ao longo do tempo, até que o surto termine.

Em Portugal, o indicador relativo à COVID-19 está nos 0,87 (média nacional) e mesmo na região Norte, a mais afetada do país, já está abaixo de 1.

No entanto, os especialistas deixam o alerta: “a barreira que importa atingir agora é um R0 de 0,7”. Este número não é um valor escolhido ao acaso. Foi a partir desta barreira que a Noruega começou a levantar algumas medidas de restrição. A Noruega tem hoje 6,905 infetados (1,274 por milhão de habitantes) e 152 mortos (28 por milhão de habitantes).

Também têm sido alvo de análise pelos especialistas portugueses as estratégias definidas pela Áustria, República Checa, Dinamarca, Espanha, Itália ou França, com o objetivo de seguir as melhores práticas internacionais e perceber o efeito que esse levantamento terá na evolução do surto.

Um valor de 0,7 ou próximo deste dá mais confiança que, após o levantamento de algumas restrições, o esperado aumento do número de novos casos será suportável e controlável pelos serviços de saúde. Os especialistas alertam que até lá, não há margem para levantar o estado de emergência.

O número médio de contagiados por cada pessoa infetada, indicador conhecido como R0, está finalmente abaixo do 1.



COVID-19: o que há de novo no país e no mundo?

Ventiladores portugueses começam a ser produzidos pelo Centro de Engenharia e Investigação Automóvel e Aeronáutica, em parceria com o Hospital de Santo Antonio, Hospital de Braga e Universidade do Minho. Os testes já começaram.

A possibilidade da vacina da BGG (contra a Tuberculose) aumentar a imunidade à COVID-19 é um dos temas em debate entre investigadores nacionais e internacionais. O responsável da DGS sublinha que estes estudos são “redutores”, com muitos “fatores contundentes”, já que comparam países com e sem este tipo de vacinação, ou seja, há mais variáveis a influenciar a evolução da doença. Mihai Netea, imunologista conceituado e investigador da Universidade de Radboud, na Holanda, acredita que a vacina da BCG possa ter “efeitos não específicos e potencialmente benéficos em vários grupos de indivíduos que foram vacinados”. Mas ainda é cedo para serem tiradas conclusões.

O Instituto Israelita “Migal”, apoiado pelo Ministério de Ciência e pelas coletividades comunitárias de Israel, é neste momento um foco de interesse mundial. Há anos que o

instituto procura uma vacina para um vírus semelhante ao que enfrentamos agora e que atinge as galinhas. Neste momento já estão a ser feitas as adaptações necessárias, para começarem os testes em seres humanos, previsivelmente, dentro de dois meses.

Cientistas australianos estão prestes a terminar os ensaios clínicos para encontrar procedimentos de diagnóstico precoce da COVID-19 e também, um tratamento que reduza a sua mortalidade. Este projeto nasce pela dificuldade de estar disponível uma vacina a curto ou médio prazo. Para além disso, serão também feitos testes para avaliar a imunidade de grupo.

Os Estados Unidos da América (EUA) declararam o Estado de Calamidade pela primeira vez na história do país. Nas últimas 24 horas registaram mais de 4,000 mortos devido ao novo coronavírus, o pior balanço diário registado por um país desde o início deste surto. Donald Trump anunciou a suspensão do financiamento dos EUA à OMS, justificando a sua decisão devido à má gestão da organização frente a pandemia do novo coronavírus.



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