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0
Universidade de Braslia - UnB
Universidade Aberta do Brasil UAB
Curso de Licenciatura em Educao Fsica
A EDUCAO FSICA COMO ELEMENTO ESTRUTURANTE
DO PROCESSO DE ESCOLARIZAO NA EDUCAO
INFANTIL
TEANA QUEIROZ DA SILVA
PIRITIBA-BA
2014
Universidade de Braslia
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1
TEANA QUEIROZ DA SILVA
A EDUCAO FSICA COMO ELEMENTO ESTRUTURANTE
DO PROCESSO DE ESCOLARIZAO NA EDUCAO
INFANTIL
Trabalho Monogrfico apresentado como requisito final para
aprovao na disciplina Trabalho de Concluso de Curso II do Curso de
Licenciatura em Educao Fsica a distncia da Universidade de Braslia
Plo- Piritiba-Bahia Orientador(a): JANANA TEIXEIRA
PIRITIBA-BA
2014
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2
TERMO DE APROVAO
TEANA QUEIROZ DA SILVA
A EDUCAO FSICA COMO ELEMENTO ESTRUTURANTE DO
PROCESSO DE ESCOLARIZAO NA EDUCAO INFANTIL
Trabalho Monogrfico defendido e aprovado como requisito final
para aprovao na disciplina Trabalho de Concluso de Curso II e no
Curso de Licenciatura em Educao Fsica a distncia da Universidade de
Braslia FEF EAD/UNB do plo de Piritiba-Bahia.
_________________________________________________________
Professor...
________________________________________________ Professor
_____________________________________________ Professor...
CONCEITO FINAL:
PIRITIBA-BA
2014
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3
DEDICATRIA
Dedico este Trabalho Final todos que direta ou indiretamente me
apoiaram
em mais esta jornada. Principalmente a Deus, Soberano e Eterno
Pai que nunca me
abandonou em nenhum momento e ao Meu Filho Valnei Sousa Conceio
Filho e
meus alunos do Instituto Presbiteriano de Educao em
Piritiba-Bahia, que foram a
inspirao para suportar tantas lutas e obstculos vividos durante
todos estes anos.
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4
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer a todos aqueles que fizeram parte deste
perodo da
minha vida, que acompanharam os momentos de alegria e
dificuldade e que
contriburam me incentivando a seguir estudando.
Agradeo primeiramente a Deus, Senhor da minha vida e da minha
histria,
que me ama incondicionalmente e providencia tudo aquilo que
preciso. Sem Ti
Senhor, nada posso!
Ao Filho Valnei que esteve sempre ao meu lado, sacrificando
muitos finais de
semana em prol dos meus estudos, compreendendo o meu cansao e
indisposio
para os momentos de lazer e em alguns casos abrindo mo das horas
que queria
ficar em frente ao computador para que eu pudesse cumprir as
atividades no prazo
determinado.
Agradeo muito a minha cunhada Priscilla Coelho, por todos os
cuidados
com meu filho nos dias de aula. Agradeo de forma especial a
minha colega e amiga
Lucia Do Carmo Souza Lima pelo seu apoio e ajuda. Minha Amiga
Silvania
(Nana), no tenho palavras para te agradecer por todos os sins
dados a mim cada
vez que te procurava.
Agradeo a todos aqueles que me mostraram que eu tinha potencial,
que me
ensinaram a reconstruir, a olhar o lado bom de tudo e a no ser
acomodada.
Professora Janana, esteve comigo desde o incio de tudo. Quanto
trabalho te dei.
Voc foi pea fundamental nesta jornada do curso, me orientando e
oportunizando a
mim a concluso desse trabalho.
Agradeo aos colegas e amigos, e ao nosso tutor Ricardo Lopes
Reis que
sempre esteve disposto a nos ajudar no que fosse preciso.
Agradeo tambm ao
Meu Colega Jonilson Avelino pelos momentos de conversa que muito
me ajudou
compartilhando comigo seus conhecimentos. E vocs Eriam, Jaci e
Marina sou
muito grata tambm. Obrigada pelo apoio e suporte nos dias mais
complicados do
curso.
O meu muito obrigado. Sem o auxlio de vocs ficaria tudo mais
difcil!
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5
SUMRIO
1.
INTRODUO.................................................................................................
09
1.1 Objetivo
geral............................................................................................
12
1.2 Objetivos especficos ou
intermedirios....................................................
12
2. REFERENCIAL
TERICO..............................................................................
13
2.1 Desenvolvimento Motor
............................................................................
13
2.2 Educao
Infantil.......................................................................................
16
2.3 A Infncia e as
Brincadeiras......................................................................
18
2.4
Ludicidade.................................................................................................
21
2.5 Planejamento Pedaggico e Contedos da Educao Infantil
................ 24
2.6 Educao Fsica
Escolar...........................................................................
27
3. MATERIAL E MTODO
..................................................................................
30
3.1 Delineamento do Estudo
........................................................................
30
3.2 Populao do Estudo
..............................................................................
30
3.3 Seleo da Amostra do Estudo
...............................................................
31
3.4 Aspectos ticos em Pesquisa
..................................................................
32
3.5 Instrumentos para Coleta de Dados
......................................................... 32
3.6 Procedimentos de Estudo
........................................................................
33
3.7 Tratamento
Estatstico..............................................................................
35
4. ANLISE E DISCUSSO DE DADOS
........................................................... 36
5. CONSIDERAES FINAIS
...........................................................................
45
REFERNCIAS
BIBLIOGRFICAS.....................................................................
47
LISTA DE
APNCICES........................................................................................
49
LISTA DE
ANEXOS.............................................................................................
53
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6
LISTA DE TABELAS
TABELA 01 - Quadro comparativo e descritivo da aprendizagem do
professor
sobre os contedos que envolvem o desenvolvimento infantil atravs
da ludicidade.
36
TABELA 02 - Quadro comparativo e descritivo,sobre como acontece
o desenvolvimento dos alunos ao participarem das atividades ldicas
na
escola...............................................................................
37
TABELA 03 - Quadro comparativo de quantas vezes por semana o
professor trabalha com atividades ldicas com seus
alunos.............................
38
TABELA 04 - Quadro comparativo e descritivo da dificuldade de
planejamento e execuo das atividades
ldicas.......................................................
39
TABELA 05 - Quadro comparativo e descritivo dos objetivos
trabalhados com a ludicidade em sala de
aula...............................................................
40
TABELA 06 - Quadro comparativo e descritivo sobre como as
atividades ldicas influenciam no desenvolvimento psicomotor do
aluno dentro da sala de
aula.......................................................................................
41
TABELA 07 - Quadro comparativo e descritivo sobre o
comportamento dos alunos nos dias no trabalhados com a
ludicidade...........................
42
TABELA08 - Quadro comparativo e descritivo sobre as atividades
ldicas adequadas para a idade dos
alunos..................................................
43
TABELA09 - Quadro comparativo e descritivo sobre as aulas com
contedo ldico na educao
infantil................................................................
44
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7
LISTA DE ABREVIATURAS
APASE- Associao Presbiteriana de Ao Social e Educao.
EF- Educao Fsica.
FEF- Faculdade de Educao Fsica.
FTC- EaD- Faculdade de Tecnologia e Cincias- Ensino
Distncia.
IPE-Instituto Presbiteriano de Educao.
LDB- Lei de Diretrizes e Bases.
PCNs- Parmetros Curriculares Nacionais.
RCNEI- Referenciais Curriculares Nacionais para aEducao
Infantil.
TCLE-Termo de Consentimento Livre Escalrecido.
UNEB-EaD- Universidade do Estado da Bahia-Ensino Distncia.
UnB- Universidade de Braslia
UNOPAR- Universidade Norte do Paran.
-
8
RESUMO
Este trabalho visa abordar a seriedade da disciplina Educao
Fsica no
contexto escolar, contudo visando sua importncia na Educao
Infantil, trazendo
em seu bojo discusses pertinentes de maneira a elucidar o quanto
o Ldico, jogos
e brincadeiras podem favorecer no desenvolvimento motor das
crianas, assim
como auxiliar no desenvolvimento integral das mesmas, uma vez
que apresenta
sentido e significado ao processo educativo. Trataremos tambm a
respeito de como
desenvolvido essas aulas e o quanto essa prtica precisa ser
notria na Educao
Infantil, uma vez que a sua escassez muito presente nesse
contexto.
Assim, este trabalho monogrfico tem como objetivo analisar as
condies em
que so desenvolvidas as aulas ldicas da Educao Infantil do
Instituto
Presbiteriano de Educao da cidade de Piritiba- Bahia.
Entendemos que as discusses tratadas aqui, sero pertinentes para
que
gestores e professores possam compreender e incluir de maneira
expressiva
prticas pedaggicas que favoream no desenvolvimento das crianas.
O presente
estudo fundamentado em um estudo de caso, em pesquisas
bibliogrficas, autores
e estudiosos do assunto.
De acordo com os resultados da pesquisa podemos verificar que a
criana da
Educao Infantil pode ser beneficiada com as vivencias corporais
que a Educao
Fsica proporciona, desenvolvendo e aperfeioando suas capacidades
fsicas e
motoras com mais segurana.
Palavras Chaves: Desenvolvimento Motor, Educao Infantil,
brincadeiras,
Ludicidade, Prticas Pdaggicas , Educaco Fsica
-
9
1. INTRODUO
De acordo os PCNs da Educao Infantil (2007) as brincadeiras de
faz-de-
conta, os jogos de construo e aqueles que possuem regras, como
os jogos de
sociedade, jogos tradicionais, didticos, corporais, etc.,
propiciam a ampliao dos
conhecimentos infantis por meio da atividade ldica. A ludicidade
no contexto da
Educao Infantil deve estar presente no cotidiano da criana. O
brincar permite,
ainda, aprender a lidar com as emoes. Pelo brincar, a criana
equilibra as tenses
provenientes de seu mundo cultural, construindo sua
individualidade, sua marca
pessoal e sua personalidade. Segundo Piaget (1998) o brincar,
implica uma
dimenso evolutiva com as crianas de diferentes idades,
apresentando
caractersticas especificas, apresentando formas diferenciadas de
brincar. Na
Educao Infantil deve-se facilitar a aprendizagem utilizando-se
de atividades
ldicas que criem um ambiente agradvel para favorecer o processo
de aquisio de
autonomia de aprendizagem. Para tanto, o saber escolar deve ser
valorizado
socialmente e a aprendizagem e a interao devem ser processos
dinmicos e
criativos atravs de jogos, brinquedos e brincadeiras e
musicalidade.
Por meio das atividades ldicas, espera-se que a criana
desenvolva a
coordenao motora, a ateno, o movimento ritmado, conhecimento
quanto
posio do corpo, direo a seguir e outros; participando do
desenvolvimento em
seus aspectos biopsicolgicos e sociais; desenvolva livremente a
expresso corporal
que favorece a criatividade, adquira hbitos de prticas
recreativas para serem
empregados adequadamente nas horas de lazer, adquira hbitos de
boa atividade
corporal, seja estimulada em suas funes orgnicas, visando ao
equilbrio da sade
dinmica e desenvolva o esprito. A Educao Fsica tem um papel
fundamental na
Educao Infantil, pela possibilidade de proporcionar s crianas
uma diversidade
de experincias atravs de situaes nas quais elas possam criar
inventar, descobrir
movimentos novos, reelaborarem conceitos e idias sobre o
movimento e suas
aes. Alm disso, um espao para que, atravs de situaes de
experincias
com o corpo, com materiais e de interao social as crianas
descubram os
prprios limites, enfrentem desafios, conheam e valorizem o
prprio corpo,
relacionem-se com outras pessoas, percebam a origem do
movimento, expressem
sentimentos, utilizando a linguagem corporal, localizem-se no
espao, entre outras
situaes voltadas ao desenvolvimento de suas capacidades
intelectuais e afetivas,
-
10
numa atuao consciente e crtica de iniciativa, tornando-se capaz
de resolver
eficazmente situaes imprevistas.
"O brincar uma necessidade bsica e um direito de todos. O
brincar uma experincia
humana, rica e complexa." (ALMEIDA, M. T. P, 2000)
A funo da Educao Fsica Escolar levar os alunos a um ambiente
diferente sem sair da escola. As aulas das outras matrias, como
portugus,
matemtica, cincias dentre outras, so caracterizadas pelo teste
mental, por
desenvolverem mais a parte cognitiva das crianas. O objetivo da
Educao Fsica
despertar tanto a parte cognitiva quanto a motora, pois a mesma
no se
representa apenas por brincadeiras.
So nos primeiros anos da criana na escola que ela aprende as
vogais, os
primeiros nmeros, e tambm so apresentadas disciplina e ordem.
Isso pode
provocar uma distoro no desenvolvimento da criana. A escola um
lugar feito
para o estudo, o aprendizado, mas no podemos esquecer que
crianas so
especialistas nas brincadeiras e diverso. Sendo assim a escola
no pode deixar
de lado essa parte e sim trabalhar em conjunto com isso.
justamente na fase
infantil que a pessoa aprende a lhe dar com muitas coisas, por
conta disso, a
insero da Educao Fsica na Educao Infantil influenciaria no s
na
comunidade escolar, mas em toda a sociedade.
Estas formas de expresso, vividas e percebidas pelo brincar,
representam
a totalidade do ser criana e precisariam estar garantidas na
organizao
curricular da sua educao (...) e no enquadradas em reas do
conhecimento e alocadas em disciplinas (Sayo,1999, p.234; grifos
meus).
Seria um grande avano para a sociedade de maneira geral se a
Educao
Fsica estivesse presente na Educao Infantil. Partindo deste
princpio surgiu a
ideia tema: A Educao Fsica como elemento estruturante do
processo de
escolarizao na Educao infantil. Diante do tema, surge o
questionamento:
Como a escassez de estmulos nas aulas ldicas prejudica a
aprendizagem e o
desenvolvimento global de crianas vinculadas Educao Infantil do
Instituto
Presbiteriano de Educao na cidade de Piritiba-Bahia.
muito importante considerar o desenvolvimento motor infantil,
pois atrasos
motores acarretam prejuzos que podem se estender at a fase
adulta.Sendo assim,
os fatores de risco para atrasos no desenvolvimento devem ser
eliminados sempre
que possvel. Atravs de uma interveno adequada pode influenciar a
seqncia
-
11
tpica do desenvolvimento motor da criana. Desta forma o projeto
foi elaborado
diante da falta de aula de Educao Fsica para faixa etria entre 3
e 6 anos de
uma escola particular de nome Instituto Presbiteriano de Educao,
no municpio
Piritiba-Bahia.
-
12
1.1 Objetivo Geral
Analisar de que forma so desenvolvidas as aulas ldicas da
Educao
Infantil do Instituto Presbiteriano de Educao da cidade de
Piritiba- Bahia
1.2 Objetivos Especficos
Identificar os aspectos positivos ou aspectos de escassez de
estmulos nas
aulas ldicas da educao infantil do Instituto Presbiteriano de
Educao da
cidade de Piritiba-Bahia
Relatar o processo de interveno pedaggica e a adequao de
estmulos
ldicos para o desenvolvimento motor nas aulas de Educao Fsica
na
Educao Infantil,
Indicar os aspectos do desenvolvimento corporal e psquico das
crianas,
elencados a partir da interveno pedaggica ldica;
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13
2. REFERENCIAL TERICO
2.1 DESENVOLVIMENTO MOTOR.
O desenvolvimento motor um processo contnuo e demorado e, pelo
fato
das mudanas mais acentuadas ocorrerem nos primeiros anos de
vida, existe a
tendncia em se considerar o estudo do desenvolvimento motor como
sendo apenas
o estudo da criana. necessrio enfocar a criana, pois, enquanto
so necessrios
cerca de vinte anos para que o organismo se torne maduro,
autoridades em
desenvolvimento da criana concordam que os primeiros anos de
vida, do
nascimento aos seis anos, so anos cruciais para o indivduo (TANI
et al.,1988). As
experincias que a criana tem durante este perodo determinaro,
por grande
extenso, que tipo de adulto a pessoa se tornar (HOTTINGER apud
TANI et al. ,
1988). Mas no se pode deixar de lado o fato de que o
desenvolvimento um
processo contnuo que ocorre ao longo de toda a vida do ser
humano.
A organizao do desenvolvimento se inicia na concepo, o domnio
motor,
afetivo-social (conduta pessoal-social) e cognitivo (conduta
adaptativa e linguagem)
vo se diferenciando gradualmente. Mas no incio da seqncia, o
comportamento
motor uma expresso de integrao de todos os domnios. Este carter
do
movimento indica o importante papel do domnio motor na seqncia
de
desenvolvimento do ser humano, mas isto leva s vezes concepo de
que o
movimento apenas um ndice para medir outros domnios de
comportamento
(TANI et al,1988).
O desenvolvimento motor pode ser visto pelo desenvolvimento
progressivo
das habilidades de movimento, ou seja, a abertura para o
desenvolvimento motor
dada atravs do comportamento de movimento observvel do sujeito (
GALLAHUE
& OZMUN, 1995; 2001). Em seu modelo terico, Gallahue (1989),
apresenta o
desenvolvimento da transacionalidade, a interao indivduo,
ambiente e tarefa.
Com os domnios, cognitivo, afetivo e motor, o autor descreve seu
modelo desde a
fase dos movimentos reflexos at a fase dos movimentos
especializados. O
processo de desenvolvimento motor apresentado atravs das fases
dos
movimentos reflexos, rudimentares, fundamentais e
especializados. Para cada fase
-
14
do processo de desenvolvimento motor so indicados estgios com
idades
cronolgicas correspondentes. O desenvolvimento motor na educao
infantil
caracterizando, abaixo, (GALLAHUE E OZMUN (2001)) como a fase do
desenvolvimento
na idade pr-escolar.
Fase motora reflexiva: os reflexos so as primeiras formas de
movimento
humano. Os mesmos so movimentos involuntrios, que formam a base
para
as fases do desenvolvimento motor. A partir da atividade de
reflexos, o beb
obtm informaes sobre o ambiente.
Fase de movimentos rudimentares: os movimentos rudimentares
so
determinados de forma maturacional e caracterizam-se por uma
sequncia de
aparecimento previsvel. Esta sequncia resistente a alteraes
em
condies normais. Elas envolvem movimentos estabilizadores, como
obter o
controle da cabea, pescoo e msculos do tronco; as tarefas
manipulativas
de alcanar, agarrar e soltar, e os movimentos locomotores de
arrastar-se,
engatinhar e caminhar.
Fase de movimentos fundamentais: as habilidades motoras
fundamentais da
primeira infncia so consequncias da fase de movimentos
rudimentares do
perodo neonatal. Esta fase do desenvolvimento motor representa
um perodo
na qual as crianas pequenas esto envolvidas ativamente na
explorao e
na experimentao das capacidades motoras de seus corpos.
Fase de movimentos especializados: esse um perodo em que as
habilidades estabilizadoras, locomotoras e manipulativas
fundamentais so
progressivamente refinadas, combinadas e elaboradas para o uso
em
situaes crescentemente exigentes.
Os estudos do desenvolvimento motor, segundo Tani e
colaboradores (1988),
tende a ser considerados como sendo apenas estudos de crianas,
pelo fato do
desenvolvimento motor ser um processo contnuo e demorado e, as
mudanas mais
acentuadas ocorrerem nos primeiros anos de vida.
Paim (2003) considera a idade pr-escolar como sendo uma fase
urea da
vida, pois a criana se torna estruturalmente capacitada a
desenvolver tarefas
psicolgicas mais complexas.
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15
Segundo Garcia, citada por Gallahue e Ozmun (2001), nesse perodo
da vida
a infncia o movimento passa a ser um dos meios mais importantes
do
aprendizado e um aspecto muito valioso na vida da criana. Esse o
momento em
que as crianas comeam a explorar seu ambiente e suas habilidades
corporais, o
que representa o comeo do aprendizado.
O desenvolvimento pelo movimento compreende, para Mattos e Neira
(2003)
na realizao de atividades motoras que visam o desenvolvimento
das habilidades
motoras bsicas (andar, correr, saltar, correr, arremessar,
receber, empurrar, puxar,
subir, descer).
As experincias motoras esto presentes no dia-a-dia das crianas
e
representam toda e qualquer atividade corporal realizada em
casa, na escola e nas
brincadeiras. As experincia antes vivenciadas pelas crianas e
suas atividades
dirias eram suficientes para que se adquirissem as habilidades
motoras e formasse
uma base para o aprendizado de habilidades mais complexas. Seu
desenvolvimento
motor era aprimorado e explorado na disposio de grandes reas
livres para
brincar, como: praa, rua e quintal (NETO et al, 2004).
A evoluo infantil obedece a uma seqncia motora, cognitiva, e
afetiva-
social que ocorrer de forma mais lenta ou mais acelerada, de
acordo com os
estmulos recebidos. A criana entre de 1 ano e meio e os dois
anos de idade age
sem refletir. O ato precede o pensamento. A partir dessa fase, a
criana j adquire
duas funes importantssimas: o andar e a linguagem. O pensamento
passa a ser
projetado no exterior pelos movimentos e pela linguagem. Isto
permitir uma maior
participao na sua relao com o meio. A ao da criana sobre o meio
estimular
sua atividade mental. A partir da, a criana comea a ter maior
conscincia sobre
sua prpria pessoa, iniciando a formao da sua auto-imagem. Em
seguida, a
criana vai iniciando a sua vida social ao formar pequenos
grupos, porm ocorre
uma troca constante de amizades e de grupos (escola,
clubes,etc.). Esse
intercmbio social essencial, pois leva a criana a se adaptar a
diferentes papis,
reconhecendo-se como pessoa.
-
16
2.2. EDUCAO INFANTIL.
A Educao Infantil uma etapa relevante na medida em que
proporciona na
criana desenvolver-se integralmente em seus aspectos fsico,
psicolgico,
intelectual e social. A princpio, a educao infantil desempenhou
um papel mais de
assistencialismo, como afirma Heidrich (2010, p. 01), dizendo
que no Brasil esse
perodo "perdurou por quase um sculo e s perdeu fora quando a
Constituio de
1988 tornou o segmento um dever do Estado e fortaleceu seu
carter educativo",
no s no Brasil, mas em todo o mundo a ideia de assistencialismo
ganhava fora,
como salienta Kuhlmann Jr. (2000, p. 14):
A concepo da assistncia cientfica, formulada no incio do sculo
XX, em consonncia com as propostas das instituies de educao popular
difundidas nos congressos e nas exposies internacionais, j previa
que o atendimento da pobreza no deveria ser feito com grandes
investimentos. A educao assistencialista promovia uma pedagogia da
submisso, que pretendia preparar os pobres para aceitar a explorao
social. O Estado no deveria gerir diretamente as instituies,
repassando recursos para as entidades.
Assim, as primeiras escolas j surgiam com o objetivo de manter
as classes
subordinadas no patamar em que estavam recebendo apenas
assistncia bsica
para que os pais das crianas pobres pudessem continuar
trabalhando para manter
o alto nvel econmico da classe dominante.
No sculo seguinte, devido a mudanas estruturais na sociedade
ocasionadas
pela Revoluo Industrial, a mulher passou a compor o mercado de
trabalho, e desta
forma houve uma crescente necessidade de se aumentar o nmero de
escolas j
que as mes no mais poderiam cuidar de seus filhos em tempo
integral,
necessitando assim de um auxlio do governo para contar com
escolas que
cuidassem bem de seus filhos, dessa forma Kuhlmann Jr. (2000, p.
11) expem que
As instituies de educao infantil tanto eram propostas como
meio agregador da famlia para apaziguar os conflitos
sociais,
quanto eram vistas como meio de educao para uma
sociedade igualitria, como instrumento para a libertao da
mulher do jugo das obrigaes domsticas, como superao
dos limites da estrutura familiar. As idias socialistas e
feministas, nesse caso, redirecionavam a questo do
atendimento pobreza para se pensar a educao da criana
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17
em equipamentos coletivos, como uma forma de se garantir s
mes o direito ao trabalho. A luta pela pr-escola pblica,
democrtica e popular se confundia com a luta pela
transformao poltica e social mais ampla.
No Brasil est havendo uma preocupao crescente com a educao
infantil.
Isso pode ser identificado em vrios nveis, dentre os quais se
inclui o legislativo. De
acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional LDB-
(Brasil, 1996),
a educao infantil passa a ser parte da educao bsica,
constituindo sua primeira
etapa. Ela deve ser oferecida em creches e pr-escolas, com a
finalidade de
promover o desenvolvimento integral da criana at seis anos de
idade. Esta mesma
lei defende o pluralismo das idias e das concepes pedaggicas, a
fim de garantir
excelncia na educao.
J nos Referenciais Curriculares Nacionais para a Educao Infantil
RCNEI
(Brasil, 1998) h uma preocupao em sensibilizar os educadores
para a
importncia do brincar tanto em situaes formais quanto em
informais. Neles,
brincadeira definida como a linguagem infantil que vincula o
simblico e a
realidade imediata da criana. No Estatuto da Criana e do
Adolescente (Brasil,
1990) explicitado o direito ao lazer, diverso e a servios que
respeitem a
condio peculiar da criana e do adolescente como pessoas em
desenvolvimento.
Verifica-se, com base nestes documentos, que de fato h uma
preocupao legtima
em promover melhores condies de desenvolvimento por meio da
educao.
O modo que a criana se desenvolve na fase pr-escolar
determinante para
o seu futuro desempenho. A presena da Educao Fsica nessa fase
importante,
pois altera a capacidade de habilidades, assim as desenvolvendo
mais rpido. A
escola um ambiente favorvel para isso. Nela, as crianas alm de
desenvolver a
parte motora, aprendem tambm a viver em sociedade. H uma rotina
pertencente
escola com relao atividade motora das crianas. Por mais que no
seja o
objetivo, as atividades escolares restringem o modo de ser e
agir dos alunos, pois
entendido que aluno bom aquele que fique sentadinho e comportado
na sala de
aula.
O espao da atividade infantil fica circunscrito viso estreita em
que o
movimento considerado de forma unilateral, isto , destacado de
qualquer outra
esfera do desenvolvimento humano (a inteligncia, a afetividade,
a socializao e o
-
18
conhecimento). Atentar para isso importante, pois a escola
precisa dar a criana
espao para que suas habilidades possam ser apresentadas e
compartilhadas com
os outros alunos. A Educao Fsica na Educao Infantil, vai alm de
um momento
de recreao. Quando as atividades forem escolhidas de maneira
correta, podem
ser usufruda uma enorme diversidade de qualidades. Reparamos
tambm, que em
momento nenhum reprimimos a capacidade e habilidade de cada
criana, pelo
contrrio, ampliamos seu campo motor e trabalhamos para que suas
caractersticas
pudessem ser mais acentuadas.
Nos dias atuais o papel do educador ampliar o conhecimento dos
alunos
cada vez mais, fazer com que as crianas se desenvolvam
entendendo o que
realmente necessrio para a sua vida. preciso incentivar e ouvir,
cuidar e
disciplinar, amar e corrigir. As crianas que j crescerem ouvindo
que a Educao
Fsica um benefcio para a sade, tero mais facilidade em ter uma
prtica
constante de exerccios. Aprendem a preservar a sade atravs do
conhecimento do
seu corpo e dos seus limites motores e fisiolgicos. A educao
fsica infantil de
suma importncia para o desenvolvimento das crianas, alm de
proporcionar uma
melhor adaptao da criana na sociedade.
2.3. A INFNCIA E AS BRINCADEIRAS
A infncia uma fase de aprendizado. nela que a criana tem a
oportunidade de definir quem realmente , e aprender o que
precisa carregar para a
vida. Aprendem a definir aes, e a respeitar os movimentos e
limites do corpo.
Geralmente, crianas expressam atravs de gestos os sentimentos.
At
aprenderem a controlar seus impulsos sempre que sentirem raiva
vo avanar em
cima das pessoas para bater, chorar, espernear, brigar. Isto
precisa ser trabalhado
ao passo que a criana vai crescendo. Para que as crianas possam
compreender e
descobrir os prprios limites, enfrentar desafios, conhecer e
valorizar o prprio
corpo, e passem a se relacionar com outras pessoas fora do
convvio familiar.
necessrio propor situaes didticas que possibilitem a expresso de
seus
sentimentos utilizando o seu corpo, entre outras aes.
Outra caracterstica da infncia que o desenvolvimento mental e
motor
ocorrem juntos. A criana alia a ao ao pensamento isso faz com
que o movimento
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19
corporal ganhe destaque nas fases iniciais do desenvolvimento
infantil. Wallon apud
Galvo concorda com isso.
Para alcanar esses fins na Educao Infantil, as atividades devem
ser
pedagogicamente estruturadas para proporcionar experincias
corporais
realmente significativas para as crianas, contendo em seu bojo
uma
intencionalidade pedaggica que legitime o fazer pedaggico nas
aulas de
Educao Fsica.
(FUNKE-WIENEKE)(1983, apud BASSEI, 2008)
A criana especialista no brincar, portanto da sua cultura essa
prtica, se
isto for bloqueado, tirado das crianas, o seu desenvolvimento no
ser completo.
Ao brincar, a criana representa papis, comunica-se, interage com
o outro e com o
meio, conhece, reconhece, cria e recria valores, desenvolve sua
imaginao. A
conscincia corporal, isto , reconhecer-se por meio de interaes,
fundamental
para a construo da identidade (ARANTES, 2003, p.14). Brincar est
diretamente
relacionado com o desenvolvimento de capacidades importantes,
como a ateno, a
imitao, a memria, a imaginao, a criatividade, a soluo de
problemas, alm da
experimentao de regras, valores e papis sociais, ou seja, a
socializao
incorporada por meio de atividades significativas, pois partem
das experincias
sociais da prpria criana. (BRASIL, 1998).
Brincando, a criana desenvolve a capacidade de domnio da
linguagem
simblica, uma vez que o brincar implica discernir entre a
brincadeira e a realidade
que oferece contedo para seu desenvolvimento, entre aquilo que
imaginao e
aquilo que imitao da realidade. Ao brincar de faz de conta a
criana est
aprendendo a criar smbolos (KISHIMOTO, 1999, p.40). As concepes
da
atividade de brincar podem ser categorizadas em quatro aspectos:
recreao,
criatividade, natureza infantil e desenvolvimento e socializao.
Como recreao
percebe-se o brincar como uma atividade prazerosa, divertida, em
que a criana tem
a possibilidade de expressar seus sentimentos e seus
desejos.
Estas formas de expresso, vividas e percebidas pelo brincar,
representam a
totalidade do ser criana e precisariam estar garantidas na
organizao
curricular da sua educao (...) e no enquadradas em reas do
conhecimento
e alocadas em disciplinas (SAYO,1999, p.234; grifos meus).
-
20
Pela importncia que a infncia representa na formao da
personalidade do
indivduo, esses estudos devem estar respaldados por uma prxis
pedaggica que
leve a uma organizao didtica, modificando a viso de aulas de
educao fsica
de embasamentos estritamente empricos, para uma viso mais
cientfica, evitando-
se um choque entre teoria e prtica o que poder refletir
negativamente na formao
de nossos jovens.
Segundo Oliveira (2000) o brincar no significa apenas recrear,
muito mais,
caracterizando-se como uma das formas mais complexas que a
criana tem de
comunicar-se consigo mesma e com o mundo, ou seja, o
desenvolvimento acontece
atravs de trocas recprocas que se estabelecem durante toda sua
vida. Assim,
atravs do brincar a criana pode desenvolver capacidades
importantes como a
ateno, a memria, a imitao, a imaginao, ainda propiciando criana
o
desenvolvimento de reas da personalidade como afetividade,
motricidade,
inteligncia, sociabilidade e criatividade.
Vygotsky (1998), um dos representantes mais importantes da
psicologia
histrico-cultural, partiu do princpio que o sujeito se constitui
nas relaes com os
outros, por meio de atividades caracteristicamente humanas, que
so mediadas por
ferramentas tcnicas e semiticas. Nesta perspectiva, a
brincadeira infantil assume
uma posio privilegiada para a anlise do processo de constituio
do sujeito,
rompendo com a viso tradicional de que ela uma atividade natural
de satisfao
de instintos infantis. Ainda, o autor refere-se brincadeira como
uma maneira de
expresso e apropriao do mundo das relaes, das atividades e dos
papis dos
adultos. A capacidade para imaginar, fazer planos, apropriar-se
de novos
conhecimentos surge, nas crianas, atravs do brincar. A criana
por intermdio da
brincadeira, das atividades ldicas, atua, mesmo que
simbolicamente, nas diferentes
situaes vividas pelo ser humano, reelaborando sentimentos,
conhecimentos,
significados e atitudes. De acordo com o Referencial Curricular
Nacional da
Educao Infantil (BRASIL, 1998, p. 27, v.01):
O principal indicador da brincadeira, entre as crianas, o papel
que
assumem enquanto brincam. Ao adotar outros papis na
brincadeira,
as crianas agem frente realidade de maneira no-literal,
transferindo e substituindo suas aes cotidianas pelas aes e
-
21
caractersticas do papel assumido, utilizando-se de objetos
substitutos.
Zanluchi (2005, p. 89) reafirma que:
Quando brinca, a criana prepara-se a vida, pois atravs de
sua
atividade ldica que ela vai tendo contato com o mundo fsico
e
social, bem como vai compreendendo como so e como funcionam
as coisas.
Assim, destacamos que quando a criana brinca, parece mais
madura, pois
entra, mesmo que de forma simblica, no mundo adulto que cada vez
se abre para
que ela lide com as diversas situaes. Portanto, a brincadeira de
fundamental
importncia para o desenvolvimento infantil na medida em que a
criana pode
transformar e produzir novos significados. Nas situaes em que a
criana
estimulada, possvel observar que rompe com a relao de subordinao
ao
objeto, atribuindo-lhe um novo significado, o que expressa seu
carter ativo, no
curso de seu prprio desenvolvimento.
2.4 Ludicidade
A palavra ludicidade tem sua origem na palavra latina "ludus"
que quer dizer
"jogo". Se achasse confinada a sua origem, o termo ldico estaria
se referindo
apenas ao jogo, ao brincar, ao movimento espontneo, mas passou a
ser
reconhecido como trao essencialmente psicofisiolgico, ou seja,
uma necessidade
bsica da personalidade do corpo e da mente no comportamento
humano, as
implicaes das necessidades ldicas extrapolaram as demarcaes do
brincar
espontneo de modo que a definio deixou de ser o simples sinnimo
de jogo. O
ldico faz parte das atividades essenciais da dinmica humana,
trabalhando com a
cultura corporal, movimento e expresso (ALMEIDA, 2006).
Os jogos e as brincadeiras esto presentes em todos as fazes da
vida dos
seres humanos, tornando especial a sua existncia, o ldico
acrescenta um
-
22
ingrediente indispensvel no relacionamento entre as pessoas,
possibilitando que a
criatividade aflore. Sabendo que o jogo reconhecido como meio de
fornecer
criana um ambiente agradvel, motivador, planejado e enriquecido,
que possibilita
a aprendizagem de vrias habilidades, trabalhando tambm o
desempenho dentro e
fora da sala de aula, enfocamos neste trabalho sua importncia
para a Educao
Fsica (EF) Escolar.
Para que o ldico traga esse benefcio, preciso que o professor de
EF
trabalhe junto com os professores de outras disciplinas,
apresentando um ensino
com aplicao na realidade. Baseado nisto, Antunes (2002, p.
155-156) afirma que:
fundamental enfatizarmos a importncia do professor literalmente
"trazer
a rua e a vida" para a sala de aula, fazendo com que seus alunos
percebam
os fundamentos da matria que ensina na aplicao da realidade.
Usar uma
construo em argila, mbiles ou montagens para estudar o movimento
ou
perceber o deslocamento do ar, tudo uma serie de atividade, se
refletidas
e depois idealizadas por uma equipe docente verdadeiramente
empenhada,
transposta para uma estruturao de projetos pedaggicos, podem
facilmente se traduzir em inmeros recursos que associam a
inteligncia
cinestsico-corporal e outras ao fantstico mundo da cincia, o
delicioso
xtase pelo mundo do saber.
Para Kishimoto (2001), existe uma diferena do brinquedo para o
material
pedaggico baseado na natureza dos objetivos da ao educativa,
apresentando
seu interesse sobre o jogo pedaggico, quando afirma:
Ao permitir a manifestao do imaginrio infantil, por meio de
objetos
simblicos dispostos intencionalmente, funo pedaggica subsidia
o
desenvolvimento integral da criana. Neste sentido, qualquer
jogo
empregado na escola, desde que respeite a natureza do ato
ldico,
apresenta carter educativo e pode receber tambm a denominao
geral
de jogo educativo (KISHIMOTO, 2001, p.83).
O jogo na escola apresenta benefcio a toda criana, um
desenvolvimento
completo do corpo e da mente por inteiro. Por isso, na atividade
ldica, o que
importa no apenas o produto da atividade que dela resulta, mas a
prpria ao,
momentos de fantasia que so transformados em realidade, momentos
de
percepo, de conhecimentos, momentos de vida. Este jogo permite
tambm o
-
23
surgimento da afetividade cujo territrio o dos sentimentos, das
paixes, das
emoes, por onde transitam medos, sofrimentos, interesses e
alegrias. Uma
relao educativa que pressupe o conhecimento de sentimentos
prprios e alheios
que requerem do educador uma ateno mais profunda e um interesse
em querer
conhecer mais e conviver com o aluno; o envolvimento afetivo,
como tambm o
cognitivo de todo o processo de criatividade que envolve o
sujeito-ser-criana
(ALMEIDA, 2006).
por todos estes motivos que a ludicidade uma necessidade do
ser
humano em qualquer idade e no pode ser vista apenas como
diverso, mas como
um aprendizado. Os desenvolvimentos pessoais que a ludicidade
proporciona,
associados aos fatores sociais e culturais, colaboram para uma
boa sade fsica e
mental, facilitando o processo de socializao, comunicao,
construo de
conhecimento, alm de um desenvolvimento pleno e integral dos
indivduos
envolvidos no processo de ensino-aprendizagem.
O desenvolvimento da Educao Fsica na educao infantil dever
estar
pautada em uma proposta pedaggica na qual a atividade ldica o
principal agente
na construo do conhecimento, utilizando a recreao como veculo
para o
desenvolvimento do ser humano.
A criana pode brincar livre e permanentemente, o que no
significa que isso
seja banal. De to importante, a brincadeira ganhou lugar prprio
e pedaggico
para sua manuteno: a escola e, principalmente, as aulas de
Educao Fsica! Um
espao preparado para estimular a criana a brincar,
possibilitando o acesso a uma
grande variedade de brinquedos (objetos) e o brincar (ao),
dentro de um ambiente
especialmente ldico. um lugar onde tudo convida a explorar, a
sentir, a
experimentar e a estar junto. Ao mesmo tempo em que a criana
percebe o outro,
aprende que no est sozinha no mundo, pois ali o espao da
partilha, da
cooperao e tambm da competio, atitudes que surgem e so
negociadas
naturalmente durante a atividade ldica.
A Educao Fsica deve propiciar aos estudantes a aprendizagem
dos
movimentos fundamentais e possuir caractersticas ldicas, sem
contudo assumir
caracterstica de recreio. O ludismo que caracteriza as
atividades de Educao
-
24
Fsica possibilita que o professor oportunize criana um programa
educativo de
atividades motoras ( jogos, exerccios e atividades rtmicas) que
aumentem cada
vez mais suas habilidades , melhorando seu desempenho em todas
as atividades,
quer esportivas, quer cotidiano.
Uma criana com possibilidades ldicas variadas ter mais riqueza
de
criatividade, relacionamentos, capacidade critica de opinar. O
contato, a explorao
do meio ambiente, os brinquedos, a expresso musical, as artes, a
dana, o teatro e
as vivncias corporais, por mais simples que sejam, ampliam sua
viso de mundo na
medida em ela interagem.
importante valorizar as vivncias e o mundo das crianas por meio
de
atividades ldicas e imaginativas, prprias da cultura infantil, e
de contedos
pedaggicos facilitadores, como jogos, brincadeiras e brinquedos,
que garantam o
interesse e a motivao das crianas.
2.5. PLANEJAMENTO PEDAGGICO E CONTEDOS NA EDUCAO INFANTIL.
Apesar de os educadores em geral utilizarem, no cotidiano
escolar, os termos
"planejamento" e "plano" como sinnimos, estes no o so. preciso,
portanto,
apontar as diferenas entre os dois conceitos, bem como a relao
entre eles.
Enquanto o planejamento o processo que abrange "a atuao concreta
dos
educadores no cotidiano do seu trabalho pedaggico, envolvendo
todas as suas
aes e situaes, o tempo todo, envolvendo a permanente interao
entre os
educadores e entre os prprios educandos" (FUSARI, 1989, p.10), o
plano um
momento de documentao do processo educacional escolar como um
todo. ,
portanto, um documento elaborado pelo docente, contendo suas
propostas de
trabalho, numa rea e/ou disciplina especfica.
Este documento utilizado para o registro de decises do tipo: o
que se
pensa fazer, como, quando, com que e com quem fazer. E para que
exista um plano
necessria a discusso sobre seus fins e seus objetivos,
culminando com a
definio dos mesmos, pois somente desse modo que se podem
responder as
questes indicadas acima. Um plano considerado um guia, tendo a
funo de
orientar a prtica, partindo da prpria prtica e, por isso, no
pode ser um
-
25
documento rgido e absoluto. Ele a formalizao dos diferentes
momentos do
processo de planejar que envolve desafios e contradies.
A ao consciente, competente e crtica do educador que transforma
a
realidade, a partir das reflexes vivenciadas no planejamento
e,consequentemente,
do que foi proposto no plano de ensino. A ausncia de um processo
de
planejamento do ensino nas escolas, aliada s demais dificuldades
enfrentadas
pelos docentes no exerccio do seu trabalho, tem levado a uma
contnua
improvisao pedaggica nas aulas.
Em outras palavras, aquilo que deveria ser uma prtica eventual
acaba sendo
uma "regra", prejudicando, assim, a aprendizagem dos alunos e o
prprio trabalho
escolar como um todo.
O planejamento para a Educao Infantil deve apresentar uma
estrutura que
contenha:
Objetivos gerais da Educao Infantil que apontamos que se espera
que a criana
domine em longo prazo;
Objetivos especficos de cada eixo de trabalho;
Contedos dos eixos de trabalho, distribudos em trs
categorias:
- Contedos Conceituais: que dizem respeito ao conhecimento de
conceitos, fatos e
princpios;
- Contedos Procedimentais: referem-se ao saber fazer;
- Contedos Atitudinais: que esto associados a valores, atitudes
e normas.
A Educao Infantil apresentada na atual Legislao Brasileira como
a
primeira etapa da educao bsica, onde a prtica pedaggica deve
favorecer a
construo do conhecimento das crianas de 0 a 6 anos de idade. O
trabalho na
Educao Infantil est centralizado em contedos procedimentais
devido s
especificidades da faixa etria; portanto, depende muito da
postura e das situaes
didticas utilizadas pelo professor para que as competncias
infantis sejam
estimuladas e as habilidades desenvolvidas. Um elemento que
merece destaque o
aspecto ldico, to presente e necessrio no universo infantil.
Uma prtica pedaggica que muito favorece o referido
desenvolvimento o
brincar, pois se trata de um instrumento pedaggico que atende as
necessidades
tanto de aprendizagem como de ensino.
-
26
O brincar o principal modo de expresso da infncia. uma
linguagem, por excelncia, para a criana aprender, se
desenvolver,
explorar o mundo, ampliar a percepo sobre ele e sobre si
mesma,
organizar seu pensamento, trabalhar suas emoes, sua
capacidade
de iniciativa e de criar e se apropriar da cultura. Assim,
garantir na
Educao Infantil um espao de brincar assegurar uma educao
numa perspectiva criadora e que respeita a criana e seus modos
de
estar no mundo. (p.17)
Cabe ainda colocar que, em razo dos contedos conceituais,
deve-se
manter a diviso por eixos de trabalho, o que, no entanto, no
invalida a abordagem
interdisciplinar do trabalho em sala de aula. Resguardadas as
especificidades de
cada rea do conhecimento, o que, em sua maioria, constri-se por
meio dos
contedos conceituais, por intermdio da aprendizagem dos outros
contedos os
procedimentais e os atitudinais que a interdisciplinaridade
ocorre. Para que essa
estrutura do plano de curso seja mais bem compreendida, deve-se
recorrer ao
REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAO INFANTIL, onde
se destaca os objetivos gerais da educao infantil afirmando
que:
A prtica da educao infantil deve se organizar de modo que as
crianas desenvolvam as seguintes capacidades:
desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma cada
vez mais independente, com confiana em suas capacidades e
percepo de suas limitaes;
descobrir e conhecer progressivamente seu prprio corpo, suas
potencialidades e seus limites, desenvolvendo e valorizando
hbitos
de cuidado com a prpria sade e bem-estar;
estabelecer vnculos afetivos e de troca com adultos e
crianas,
fortalecendo sua auto-estima e ampliando gradativamente suas
possibilidades de comunicao e interao social;
estabelecer e ampliar cada vez mais as relaes sociais,
aprendendo aos poucos a articular seus interesses e pontos de
vista
-
27
com os demais, respeitando a diversidade e desenvolvendo
atitudes
de ajuda e colaborao;
observar e explorar o ambiente com atitude de
curiosidade,percebendo-se cada vez mais como integrante,
dependente e agente transformador do meio ambiente e
valorizando
atitudes que contribuam para sua conservao;
brincar, expressando emoes, sentimentos, pensamentos,
desejos e necessidades;
utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plstica,
oral e
escrita) ajustadas s diferentes intenes e situaes de
comunicao, de forma a compreender e ser compreendido,
expressar suas idias, sentimentos, necessidades e desejos e
avanar no seu processo de construo de significados,
enriquecendo cada vez mais sua capacidade expressiva;
conhecer algumas manifestaes culturais, demonstrando
atitudes
de interesse, respeito e participao frente a elas e valorizando
a
diversidade. (p.63)
A partir do planejamento que o professor, o orientador, o
coordenador, o
educador podem pensar em sua atuao e possibilitar ao aluno um
resultado eficaz
e eficiente, e que esse planejamento deve ser realizado tambm na
educao
infantil e precisa ser entendido como o primeiro passo do
processo ensino-
aprendizagem.
2.6 EDUCAO FSICA ESCOLAR.
O termo Educao Fsica pressupe a ideia de controle do corpo ou,
ainda,
de controle do fsico. Educar, desde o sculo XVII, uma ao que est
intimamente
relacionada disciplina corporal: a separao proposta por
Descartes, entre corpo e
mente, torna-se base de todo o processo educacional ocidental.
Fato bastante
visvel nas salas de aula: o corpo fica sentado e parado, sem
atrapalhar o exerccio
de raciocnio e de aprendizado feito pela mente.
A Educao Fsica passou a evoluir ao passo que o ser humano
tambm
evolua. Portanto est sincronizada com os sistemas polticos,
sociais, econmicos
-
28
e cientficos presentes nas comunidades humanas. Na pr-histria a
preocupao
era com a fora bruta. Na antiguidade, dando destaque aos gregos,
visavam o
fsico e o moral do homem. Vale ressaltar que nos tempos antigos
o homem que
tinha o fsico mais bem estruturado era considerado o mais belo,
isso ocorria, pois
havia todo um preparo para que fosse dessa forma. Entende-se
ento que a
Educao Fsica existe desde os tempos antigos, mas era promovida a
uma
pequena parte da populao.
J a Educao Fsica Escolar vem quebrando barreiras com o passar
dos
anos. Ao olhar para trs vemos o quanto progredimos. Antigamente
no havia
aulas de Educao Fsica nas escolas e eram poucos os que tinham
acesso aestas
aulas. Segundo Sayo a ideia de Educao Fsica surge, num primeiro
momento,
muito mais ativa no setor privado do que no setor pblico, onde
atividades como
pratica de esportes, ballet, dana, so atrativos para pais que
podem pagar por por
estas atividades. Porm, muito ainda precisa ser feito, pois a
batalha para o
reconhecimento da Educao Fsica ainda continua. Atualmente a
maioria das
escolas entende que precisamos de aulas dessa matria, mas nem
todas as
exercem de maneira correta. A falta de professores capacitados
na rea uma
extrema dificuldade. Como cita Eliana Ayoub na Revista Paulista
de Educao
Fsica, que em sala de aula preciso haver um professor especfico
para que o
trabalho seja realizado de maneira correta em cada rea.
A princpio, a Educao Fsica, quando inserida no currculo escolar,
era tida
como um momento para a prtica da ginstica, com a finalidade de
deixar o corpo
saudvel. Aps muitas reformas na prpria ideia de Educao Fsica,
atualmente ela
uma disciplina complexa que deve, ao mesmo tempo, trabalhar as
suas prprias
especificidades e se inter-relacionar com os outros componentes
curriculares. De
acordo com a publicao da Lei das Diretrizes e Bases da Educao
Nacional no
Art.26, 3.: A educao fsica, integrada proposta pedaggica da
escola,
componente curricular da Educao Bsica, ajustando-se s faixas
etrias e s
condies da populao escolar, sendo facultativa nos cursos
noturnos.
De acordo com os Parmetros Curriculares Nacionais (PCNs),
documento
oficial do Ministrio da Educao, a Educao Fsica na escola deve
ser constituda
de trs blocos:
-
29
Jogos, Ginsticas, Esportes e
Lutas
Atividades rtmicas e
expressivas
Conhecimentos sobre o corpo
Segundo o documento, essas trs partes so relacionadas entre si e
podem
ou no ser trabalhadas em uma mesma aula. O primeiro bloco,
jogos, ginsticas,
esportes e lutas, compreende atividades como ginstica artstica,
ginstica rtmica,
voleibol, basquetebol, salto em altura, natao, capoeira e jud. O
segundo bloco
abrange atividades relacionadas expresso corporal, como a dana,
por exemplo.
J o terceiro bloco prope ensinar ao aluno conceitos bsicos sobre
o prprio corpo,
que se estendem desde a noo estrutural anatmica, at a reflexo
sobre como as
diferentes culturas lidam com esse instrumento. A Educao Fsica
tem uma
vantagem educacional que poucas disciplinas tm: o poder de
adequao do
contedo ao grupo social em que ser trabalhada. Esse fato permite
uma liberdade
de trabalho, bem como uma liberdade de avaliao do grupo e do
indivduo por
parte do professor, que pode ser bastante benfica ao processo
geral educacional
do aluno.
O objetivo da Educao Fsica escolar hoje o mesmo da escola:
colaborar na
formao das pessoas para que elas possam ler criticamente a
sociedade e
participar dela atuando para melhor-la. Dentro dessa misso, cada
disciplina
estuda e aprofunda uma pequena parcela da cultura. O que a
Educao Fsica
analisa o chamado patrimnio corporal. Nosso papel investigar
como os
grupos sociais se expressam pelos movimentos, criando esportes,
jogos, lutas,
ginsticas, brincadeiras e danas, entender as condies que expiram
essas
criaes e experiment-las, refletindo sobre quais alternativas e
alteraes so
necessrias para vivenci-las no espao escolar.
NEIRA, 2009
Atualmente a maioria das escolas entende que precisamos de aulas
dessa
matria, mas nem todas as exercem de maneira correta. A falta de
professores
capacitados na rea uma extrema dificuldade.
-
30
3. MATERIAL E MTODO
3.1. Delineamento do Estudo
Com a perspectiva de ampliar a viso da Educao Fsica atravs
do
conhecimento e prtica, a metodologia desse trabalho ser baseada
no Estudo de
Caso.O mesmo busca explorar, descrever, defender e aprofundar um
fenmeno que
muito amplo e complexo, assim contribuindo para compreendermos
melhor os
fenmenos individuais, os processos organizacionais e polticos de
uma sociedade.
Segundo Yin (2001), o estudo de caso uma estratgia de pesquisa
que
compreende um mtodo que abrange tudo em abordagens especficas de
coletas e
analise de dados.
Sendo assim, entende-se que o mtodo mais eficaz para o projeto o
estudo
de caso j que com ele pode ser trabalhado tcnicas de coleta que
se identificam
com o trabalho de campo, porm mais versteis onde se inclui vias
de regras,
observao, fotografias, gravaes, documentos, anotaes de campo
entrevistas e
negociaes com os participantes do estudo.
A pesquisa foi qualitativa, sendo a mesma utilizada em busca de
novas
percepes e entendimento por parte dos entrevistados a cerca da
temtica
trabalhada, abrindo espao para uma nova interpretao. Ela uma
pesquisa
indutiva, isto , o pesquisador desenvolve conceitos, idias e
entendimentos a partir
de padres encontrados nos dados, ao invs de coletar dados para
comprovar
teorias, hipteses e modelos pr-concebidos. A pesquisa foi
realizada em uma rede
de ensino privada, que tem por nome Instituto Presbiteriano de
Educao. O estudo
aconteceu com as crianas da Educao Infantil, com idade entre 3 e
6 anos. Esse
pblico atendeu a pesquisa, visto que o projeto baseado na falta
de aulas de
Educao Fsica para esta faixa etria.
3.2. Populao de Estudo
Este estudo limita-se populao de professores e alunos da
educao
Infantil do Instituto Presbiteriano de Educao. O Instituto
Presbiteriano de
Educao, fica localizado no centro da cidade de Piritiba/Ba. O
Municpio de Piritiba,
est localizado no Piemonte da Chapada Diamantina, no centro do
interior baiano.
Possui clima ameno, (temperatura mdia de 25 C), devido a sua
altitude. A regio
foi desbravada em 1883, e tudo comeou na Fazenda Cinco Vrzeas de
propriedade
-
31
do Coronel Joo Damasceno Sampaio, que era totalmente coberta
pela Mata
Atlntica. Possui um bom nmero de rios e riachos, quase todos
temporrios, com
exceo do Rio Jacupe que corre o ano todo. Seu relevo bastante
ondulado, e em
suas terras como j disse Pero Vaz de Caminha, quando do
descobrimento do
Brasil, tudo que se planta, d.
A escola fica situada Rua Alameda Sampaio, s/n, prximo da
Praa
Getlio Vargas, Praa Principal da cidade. Prximo dela tm
academias,
supermercados, lojas e residncias tambm. A Escola bem
localizada, sendo
assim, de fcil acesso. uma escola particular, vinculada a Igreja
Presbiteriana de
Piritiba. O IPE possui uma associao que lhe d suporte a APASE
(Associao
Presbiteriana de Ao Social e Educao) que regulamenta e
supervisiona todo o
funcionamento da escola. uma instituio sem fins lucrativos, onde
os recursos
adquiridos servem somente para pagar os funcionrios e
professores. Seu pblico
de alunos de todas as classes sociais. O IPE tambm tem um
programa de
apadrinhamento para as crianas que no podem pagar as
mensalidades, sendo
patrocinadas pela Igreja Presbiteriana ou pessoas da comunidade
local. O IPE a
nica escola da cidade e da regio que conveniada com o Sistema
Positivo de
Ensino.
Seu espao fsico atualmente est em reforma. A estrutura possui 8
salas
de aula, uma videoteca, sala de professores, direo, ptio e
cantina. Com a
reforma a escola passar a ter 12 salas de aulas, alm de uma
biblioteca, quadra
poliesportiva e parquinho infantil. As aulas de Educao Fsica do
Ensino
Fundamental I e II e Ensino Mdio esto acontecendo num ptio
coberto. O
Professor de Educao Fsica graduado pela UnB. Na escola no h
aulas de
Educao Fsica para educao infantil. Por esta razo o projeto foi
aplicado nas
sries iniciais desta escola.
3.3. Seleo da Amostra de Estudo
Critrios de incluso:
O questionrio foi aplicado com professores da educao infantil
por tratar de
turmas que no possuem aulas dirigidas de educao fsica. Os quais
responderam
o questionrio fora do horrio de trabalho e em suas residncias e
assinaram o
-
32
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. (anexo A). Alm dos
professores
voluntrios, 8 alunos foram observados, sendo eles do grupo 5
(crianas de 5 anos).
As demais crianas das outras turmas no entregaram o Termo de
consentimento
Livre e esclarecido, assinado pelos responsveis (anexo B).
Critrios de excluso:
Alguns alunos no foram analisados, pois no houve o consentimento
por
parte dos responsveis.
3.4. Aspectos ticos em Pesquisa
Todos os indivduos que participaram do estudo foram informados
atravs de
um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, sobre os
procedimentos e
objetivos do estudo.
Os responsveis pela Instituio: Instituto Presbiteriano de
Educao,
receberam uma cpia do projeto de pesquisa e, bem como assinaram
uma
Declarao de Cincia Institucional (anexo C).
3.5. Instrumentos para coleta dos dados
O instrumento utilizado no presente trabalho foi um questionrio
qualitativo,
com questes abertas e fechadas. A razo da escolha deste
instrumento foi a busca
de resposta para o questionamento principal da pesquisa. Como a
escassez de
estmulos nas aulas ldicas prejudica a aprendizagem e o
desenvolvimento global
de crianas vinculadas Educao Infantil do Instituto Presbiteriano
de Educao na
cidade de Piritiba-Bahia.
O projeto foi elaborado na falta de aulas de Educao Fsica para
faixa etria
entre 3 e 6 anos de uma escola particular de nome Instituto
Presbiteriano de
Educao, no municpio acima citado.
O questionrio foi formulado com 10 questes (anexo 4), que tinha
como
objetivo analisar o desenvolvimento motor de crianas e o uso da
ludicidade nas
aulas com crianas na faixa etria de 3 a 6 anos, que no possuem
aulas de
Educao Fsica. O questionrio foi respondido pelos professores dos
grupos 3, 4 e
5 do Instituto Presbiteriano de Educao.
-
33
3.6. Procedimentos de Estudo
A instituio foi visitada para o esclarecimento da pesquisa
(objetivos,
metodologias, procedimentos para a realizao dos exames). Os
participantes e a
gestora da instituio j tinham cincia do projeto, visto que se
adequaram aos
critrios da pesquisa, deram seu consentimento livre e
esclarecido e posteriormente
foram encaminhados a Faculdade de Educao Fsica- FEF para a
realizao das
avaliaes.
As avaliaes foram realizadas dentro e fora das salas de aula do
Instituto
Presbiteriano de Educao, atravs de observaes do pesquisador e
das respostas
dos questionrios dos professores regentes das classes acima.
Na primeira semana de observao a professora regente do grupo 5
fez uma
atividade onde as crianas andavam sobre cordas no cho depois que
todos
passaram por cima das cordas que tinham a forma de ondas, reta,
encaracoladas
e at em movimentos. A professora fez em seguida as formas
geomtricas e no
ptio mesmo ela deu continuidade a sua aula sobre as formas
geomtricas.
Mostrando de forma ldica o contedo. As crianas ficavam ansiosas
para
caminharem por cima das cordas. Com esta atividade a professora
disse que alm
de trabalhar as formas geomtricas ela tambm trabalha equilbrio,
coordenao
motora, ateno.
Na segunda semana de observao, a professora fez atividades
motoras no
momento do recreio como: Coelhinho sai da toca cooperativo com
bambols.
Esta brincadeira aconteceu desta forma: A professora espalhou
diversos bambols
no ptio e falou como era a brincadeira. Cada vez que ela
dissesse coelhinho sai da
toca eles deveriam sai da sua toca e correr para outra. Ningum
podia ficar de fora.
Cada vez que reiniciava a brincadeira ela tirava um bambol. A
brincadeira acabou
com 4 crianas dentro do bambol.
Corre cutia. Todas as crianas se sentaram no cho e um ficava com
um
lencinho na mo enquanto os outros cantavam: Corre cutia na casa
da tia, corre
cip na casa da av, lencinho na mo caiu no cho, menino (a) do meu
corao. O
aluno deixava o lencinho cair no cho atrs de um coleguinha que
comeava a
correr atrs do outro at ele chegar no lugar que ficou vazio. A
brincadeira continuou
at que todos participaram.
-
34
Corrida do velotrol. A escola tem muitos velotrois e a pr fez
com um giz
uma pista e determinou a largada e a chegada. Mais a pista tinha
um percurso bem
grande e eles se divertiram muito quando um chegava outro saia.
Eles curtiram
demais esta corrida.
Pega-pega. Quem fosse pego deveria ficar esttua e quando todos
fossem
pegos o ltimo seria o pegador. No demorou muito, pois os pais
logo foram busc-
los. Mesmo assim quem estava l curtiu a atividade.
Arremesso. A pr pegou objetos leves e pesados, pediu a eles que
primeiro
pegassem nos objetos para sentir o peso e depois explicou a eles
como seria a
brincadeira. Todos deveriam arremessar o objeto e em seguida a
pr media a
distncia entre a faixa e o objeto arremessado. Ao final a pr
conversou com eles e
perguntou qual o momento que eles tiveram dificuldades. E a
maioria respondeu que
foi quando pegou o objeto pesado. Foi bem divertido. Mais
algumas crianas no
quiseram jogar o objeto pesado.
Na semana seguinte, houve tambm brincadeiras como: Passa
Anel.
Acontece assim: Em p as crianas uma ao lado da outra, ficam com
as duas
palmas das mos unidas, uma das crianas segura um anel. A criana
que est com
o anel passa suas mos por dentro das mos das outras e deixa o
objeto com um
dos participantes, sem que os outros percebam. Depois de mostrar
as mos vazias,
ela pergunta a um colega que foi previamente escolhido para
tentar encontrar o anel.
Meu combucu meu combucu eu vim de longe e no sei onde deixei o
meu anel
voc pode me ajudar a encontrar onde est? Se este colega acertar,
vira o
passador de anel. Se no, a brincadeira segue com o mesmo
passador at que
algum acerte.
A professora do grupo 4, fez uma brincadeira chamada bola ao
tnel coletivo.
Ela colocou as crianas dispersas no ptio coberto e fez um tnel
de cadeiras.
Uma criana corria e se dirigia para outra e todas receberam a
bola e a ltima
criana, jogava a bola no tnel. A ajudante da pr ficava l no
final do tnel
aguardando a bola para entregar a outra criana e a ltima sempre
trocava, indo
para a frente. Eles se atrapalharam um pouco, mais depois a pr
fez uma
demonstrao e foram acertando.
-
35
No dia que de observao de 3 anos, a professora estava
trabalhando com
cores. Ela colocou bambols de vrias cores no ptio e solicitou
que as crianas
entrassem no bambol da cor que ela falasse. Depois ela foi
pedindo que eles
entrassem sozinhos nos bambols e a ultima atividade proposta por
ela foi,
separando objetos de cores iguais e que iam colocando dentro dos
bambols que
possuam a mesma cor. Foi engraado, pois todos queriam fazer
juntos e alguns
deles no esperavam os outros.
Em um dos dias de observao do grupo 5 houve um ensaio da
apresentao
de uma msica que ser apresentada no final do projeto de leitura
proposto pela
escola. A professora fez uma brincadeira no final chamada boca
de forno. A pr
iniciou a brincadeira colocando os meninos juntos e explicou a
brincadeira. Dizendo
que eles tinham que cumprir as atividades que ela iria pedir. E
assim comeou.
Imitaram animais, pegaram objetos, abraaram colegas, danaram e
outras aes.
Dadas as caractersticas funcionais e fisiolgicas, avalia-se que
os dados
obtidos no tiveram impacto negativo sobre os participantes, a
famlia, ou meio em
que vive. Os dados coletados tm carter confidencial, com acesso
restrito ao
pesquisador responsvel e ao prprio indivduo, podendo este
retirar seus dados a
qualquer momento.
3.7. Tratamento Estatstico
Para as anlises estatsticas foram realizadas analises das
frequncias,
grficos e/ ou tabulaes dos dados qualitativos.
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36
4. ANLISE E DISCUSSO DOS DADOS
Professor I (P1): do sexo feminino, possui graduao em Biologia
pela
FTC-EaD. A referida professora leciona h 10 anos na rede privada
de
ensino,Instituto Presbiteriano de Educao, com crianas de 4
anos.
Professor II (P2): do sexo feminino, possui graduao em
Pedagogia, pela
UNEB-EaD. A referida professora leciona h 3 anos na rede privada
de ensino,
Instituto Presbiteriano de Educao, com crianas de 3 anos.
Professor III (P3): do sexo feminino, possui graduao em
Pedagogia, pela
UNOPAR. Concluindo a ps graduao em Psicopedagogia ainda este
ano. A
referida professora leciona h 5 anos na rede privada de ensino,
Instituto
Presbiteriano de Educao e na rede pblica h 6 anos como
coordenadora
municipal.
Anlise de contedo uma tcnica de pesquisa para a descrio
objetiva,
sistemtica, e quantitativa do contedo evidente da comunicao
(LAKATOS &
MARCONI, 1999).
Inicialmente foram tabulados os dados coletados para maior
compreenso da
pesquisa e interpretao da realidade.
Tabela 01.
Em sua formao acadmica voc teve a oportunidade de aprender sobre
os
contedos que envolviam o desenvolvimento infantil atravs da
ludicidade?
Voluntrio P1 P2 P3 Freqncia
Sim X X 80%
No 0%
Tem pouco conhecimento
sobre o tema
X 20%
De acordo com a tabela acima, dois dos voluntrios afirmaram que
j tiveram
oportunidade de aprender sobre os contedos que envolvem o
desenvolvimento
infantil atravs da ludicidade. E apenas um diz que tem pouco
conhecimento sobre o
tema.
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37
Acredito que todos ns professores precisamos ter conhecimento
sobre a
importncia do ldico dentro e fora da sala de aula entendendo o
ldico como toda
atividade que desperte nos alunos o prazer e a vontade de
aprender, participar,
comentar e se expressar.
A palavra ludicidade tem sua origem na palavra latina "ludus"
que quer dizer
"jogo". Se achasse confinada a sua origem, o termo ldico estaria
se referindo
apenas ao jogo, ao brincar, ao movimento espontneo, mas passou a
ser
reconhecido como trao essencialmente psicofisiolgico, ou seja,
uma necessidade
bsica da personalidade do corpo e da mente no comportamento
humano, as
implicaes das necessidades ldicas extrapolaram as demarcaes do
brincar
espontneo de modo que a definio deixou de ser o simples sinnimo
de jogo. O
ldico faz parte das atividades essenciais da dinmica humana,
trabalhando com a
cultura corporal, movimento e expresso (ALMEIDA, 2006).
Tabela 02.
Em sua opinio, como acontece o desenvolvimento dos alunos ao
participarem das atividades ldicas na escola?
Professores Respostas.
P1 De forma progressiva e prazerosa.
P2 As atividades ldicas despertam nos alunos o
prazer e a vontade de aprender, participar,
comentar e se expressar.
P3 A ludicidade possibilita maior envolvimento dos
alunos com as atividades, tornando o aprendizado
mais produtivo.
Analisando o quadro acima, cada um dos voluntrios respondeu de
acordo
com seus conhecimentos sobre o assunto o questionamento acima.
Ao ler cada
uma das respostas podemos chegar a concluso que ambos concordam
que
atravs da ludicidade os alunos se desenvolvem de forma prazerosa
e participativa.
Concordo com a resposta dos voluntrios acima, pois atravs do
ldico as
crianas aprendem e se desenvolvem com mais prazer e
envolvimento.
-
38
Para que o ldico traga benefcio, preciso que o professor de EF
trabalhe
junto com os professores de outras disciplinas, apresentando um
ensino com
aplicao na realidade. Baseado nisto, Antunes (2002, p. 155-156)
afirma que:
fundamental enfatizarmos a importncia do professor
literalmente
"trazer a rua e a vida" para a sala de aula, fazendo com que
seus alunos
percebam os fundamentos da matria que ensina na aplicao da
realidade.
Usar uma construo em argila, mbiles ou montagens para estudar
o
movimento ou perceber o deslocamento do ar, tudo uma serie
de
atividade, se refletidas e depois idealizadas por uma equipe
docente
verdadeiramente empenhada, transposta para uma estruturao de
projetos
pedaggicos, podem facilmente se traduzir em inmeros recursos
que
associam a inteligncia cinestsico-corporal e outras ao fantstico
mundo
da cincia, o delicioso xtase pelo mundo do saber.
Tabela 03.
Quantas vezes por semana voc trabalha com atividades ldicas com
seus
alunos?
Voluntrios Freqncia
Uma vez 0%
Duas vezes 0%
Trs vezes ou
mais
X X X 100%
Referente ao quadro 4, todos os voluntrios,responderam que
trabalham com
atividades ldicas de trs ou mais vezes na semana, entendendo
assim cada uma
das respostas da questo anterior.
Seria invivel fazer um planejamento para alunos da educao
infantil, sem a
presena do ldico, at porque esta fase as crianas vivem em um
mundo de
fantasias e o ldico ajudar a manter este mundo de fantasia.
Conforme Winnicott (1995), o ldico considerado prazeroso, devido
a sua
capacidade de absorver o indivduo de forma intensa e total,
criando um clima de
entusiasmo.
-
39
Tabela 04.
Voc possui alguma dificuldade para planejar ou executar
atividades que
envolvem atividades ldicas?
Voluntrios P1 P2 P3 Freqncia
Sim 0%
No X X 80%
Em parte X 20%
Ao realizar a pergunta referente do quadro 5, dois dos
voluntrios
responderam que no possuem dificuldades em planejar ou executar
atividades que
envolvem a ludicidade. Apenas o voluntrio P1 disse ter
dificuldade em parte.
Fazer um planejamento sempre algo muito complexo e um
planejamento de
atividades ldicas tambm. Apesar de o uso de atividades ldicas
ser um recurso
pedaggico que facilita o desenvolvimento, alm de propiciar as
crianas no s o
prazer de brincar e se divertir mais tambm o aprendizado, alguns
professores
possuem dificuldade no de planejar, mais de ter que acabar a
atividade para fazer
atividades escritas, quebrando assim todo o clima.
Jamais pense em usar os jogos pedaggicos sem um rigoroso e
cuidadoso
planejamento, marcando por etapas muito ntidas e que
efetivamente
acompanhem o progresso dos alunos (ANTUNES, 2002, p.37).
Os jogos pedaggicos tm que ser planejados pelo professor
cuidadosamente, para saber o objetivo da aula. "Os jogos ou
brinquedos
pedaggicos so desenvolvidos com a inteno explcita de provocar
uma
aprendizagem significativa, estimular a construo de um novo
conhecimento"
(ANTUNES, 2002, p.38). O professor deve preparar seus alunos
para o momento
especial a ser propiciado pelo jogo e explicar a razo pela qual
est adotando o jogo
naquele momento da aula.
-
40
Tabela 05.
Com qual objetivo voc trabalha com a ludicidade em suas
aulas?
Voluntrios Respostas
P1 Desenvolver habilidades
psicomotoras como esquema
corporal, lateralidade, equilbrio,
coordenao motora entre outros.
P2 Como professora de educao
infantil devo usar a ludicidade em
meus planejamentos, pois, atravs
dela possibilito ao aluno aulas
dinmicas e prazerosas. O ldico j
parte do universo infantil no posso
deixar de t-lo em minhas aulas.
P3 Tornar as aulas mais atrativas.
Despertar o interesse dos alunos de
forma prazerosa.
Em relao s respostas do quadro 6, percebemos que cada um dos
voluntrios exps um objetivo para a utilizao da ludicidade na
sala de aula. Ao
comparamos as respostas, podemos ver que ambos falam que as
aulas se tornam
mais prazerosas, alm do desenvolvimento psquico, motor e afetivo
que
desenvolvido na criana.
Acredito que um dos maiores objetivos da ludicidade ensinar de
forma
prazerosa os mais variados contedos, contribuindo assim para um
melhor
desenvolvimento motor, afetivo e psquico. O ldico deve mexer com
o imaginrio
da criana.
Partindo da considerao de que as atividades ldicas podem
contribuir para
o desenvolvimento Intelectual da criana, Plato ensinava
matemtica s crianas
em forma de jogo e preconizava que os primeiros anos da criana
deveriam ser
ocupados por jogos educativos (AGUIAR, 1998, p. 36).
Desta maneira, a criana aprende com mais facilidade; e
dificilmente ir
esquecer o contedo que foi passado, guardar em sua memria para o
resto da
-
41
vida e tambm ter incentivo em ensinar aos seus colegas,
aprendendo cada vez
mais, conseguindo se socializar com o prximo.
Tabela 06.
Em sua opinio, de que forma as atividades ldicas influenciam
no
desenvolvimento psicomotor do aluno dentro da sala de aula?
Voluntrios Respostas
P1 Tenho observado que aps as intervenes psicomotoras os
alunos vem apresentando um melhor rendimento. Acredito
que medida que o corpo vai trabalhando o movimento, o grau
de raciocnio vai ganhando estmulos para movimentar-se
melhor, assim como tambm para agir, respeitando as
limitaes dentro de cada regra.
P2 Planejando atividades que possam incentivar os alunos a
explorar suas capacidades motoras e cognitivas.
P3 Acredito que as atividades ldicas aguam a sensibilidade,
para ver, ouvir, tocar, enfim. Influenciam no hbito de
investigar, levantar hipteses e pesquisar.
Percebemos que no quadro 8, ambos os voluntrios concordam que
atravs
das atividade ldicas, as crianas desenvolvem no s as capacidades
motoras
como tambm as sociais e cognitivas.
Sabemos que o ldico tem funo motivadora: brincando, a criana
descobre,
experimenta, inventa, aprende e confere habilidades. Atravs da
brincadeira a
criana no s tem o estmulo realizao motora, como tambm descobre
regras,
socializa-se e desenvolve aptides cognitivas. Medidas simples,
mas que podem
facilitar o desenvolvimento infantil quando uma deficincia se
faz presente.
Segundo Santin (1996) apud Jnior (2005), a prtica da ludicidade
deveria
estar desprendida de regras, interesses, doutrinaes, imposies
feitas pela
sociedade funcionalista e mecanicista em que vivemos.
-
42
Tabela 07.
Nos dias ou na semana em que voc no trabalha com a ludicidade
como
contedo pedaggico como os alunos se comportam ou reagem?
Voluntrios Respostas.
P1 Eles ficam mais ansiosos e s vezes apresenta grau de
agressividade contra o coleguinha.
P2 Os alunos reagem positivamente de acordo com o
esperado.
P3 As aulas se tornam montonas. mais difcil atrair a
ateno dos alunos.
Percebe-se que no quadro 8, cada voluntrio tem uma resposta
diferente o
voluntrio P1 disse que as crianas ficam agressivas com os demais
colegas
quando no h atividades ldicas na aula o voluntrio P2 diz no
perceber nenhuma
modificao no comportamento dos alunos. O voluntrio P3 diz que as
aulas se
tornam montonas e os alunos ficam dispersos na aula. Diante das
respostas acima
percebe-se que a ludicidade muito importante para o
desenvolvimento infantil.
evidente que a ausncia do ldico nas aulas da educao infantil
com
certeza trar comportamentos negativos, pois, ldico faz parte do
mundo infantil.
Pudemos observar que a ludicidade, apesar de diverso e prazer,
uma
possibilidade muito rica de aprendizado, com inmeras
potencialidades para se
desenvolver habilidades, competncias (PERRENOUD, 2000) e
produtos
culturalmente valorizados atribudos resoluo de problemas e
situaes reais ou
simulativas.
Consequentemente, estas situaes estimulariam momentos de
criatividade
espontneos e individualidades; crescimento intelectual e
continuidade para o
desenvolvimento das inteligncias mltiplas.
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43
Tabela 08.
Em sua opinio, voc acha as atividades ldicas que so ofertadas
aos alunos
adequadas para a idade e favorecem o desenvolvimento dos
mesmos?
Voluntrio Freqncia
Sim X X X 100%
No 0%
Nem favorece e
nem prejudica o
desenvolvimento
dos alunos
0%
No quadro acima, ambos os voluntrios respondem que planejam as
aulas
com atividades ldicas para que as crianas aprendam e se
desenvolvam de forma
prazerosa.
Todo professor deve planejar suas aulas de acordo com a faixa
etria dos
seus alunos para que a aula seja agradvel, prazerosa e
participativa. Promovendo
assim o desenvolvimento das crianas.
O jogo na escola apresenta benefcio a toda criana, um
desenvolvimento
completo do corpo e da mente por inteiro. Por isso, na atividade
ldica, o que
importa no apenas o produto da atividade que dela resulta, mas a
prpria ao,
momentos de fantasia que so transformados em realidade, momentos
de
percepo, de conhecimentos, momentos de vida. Este jogo permite
tambm o
surgimento da afetividade cujo territrio o dos sentimentos, das
paixes, das
emoes, por onde transitam medos, sofrimentos, interesses e
alegrias. Uma
relao educativa que pressupe o conhecimento de sentimentos
prprios e alheios
que requerem do educador uma ateno mais profunda e um interesse
em querer
conhecer mais e conviver com o aluno; o envolvimento afetivo,
como tambm o
cognitivo de todo o processo de criatividade que envolve o
sujeito-ser-criana
(ALMEIDA, 2006).
-
44
Tabela 09.
Gostaria que usasse este espao para comentar sobre as aulas com
contedo
ldico na educao infantil.
Voluntrios Respostas
P1 As atividades recreativas dirigidas exigem regras e tudo
que tem regras tem um objetivo especfico e ao elaborar os
planos de aula necessrio analisar que tipo de
brincadeira cabe aos meus alunos e o que ele precisa
desenvolver, que habilidade e competncia dentro dos
critrios estabelecidos
P2 O ldico a ferramenta mais poderosa que o professor
possa usar para desenvolver o conhecimento de forma
prazerosa.
P3 A aula com contedos ldicos uma importante e
essencial ferramenta para as aulas na educao infantil.
Atravs deles, torna-se possvel inserir os alunos num
universo de aprendizagem prazerosa, possibilitando o
contato, a visualizao, o manuseio, a criao, o
movimento, enfim, diversos recursos que podem ser
includos numa aula ldica.
Ao analisar as respostas do quadro 10, percebemos que os trs
voluntrios,
falaram sobre a importncia do ldico nas aulas para o
desenvolvimento dos alunos
e para terem uma aula prazerosa.
As aulas com contedos ldicos tendem a colaborar com muito
mais
facilidade o aprendizado e desenvolvimento dos alunos de forma
prazerosa e
fantasiosa.
As habilidades motoras podem ser desenvolvidas num contexto
de
brincadeiras e jogos, no universo da cultura infantil, de acordo
com o conhecimento
que a criana j possui, sem precisar impor uma linguagem corporal
que lhes
estranha. Nesse sentido, Freire (1997) sinaliza a adoo de
atividades da cultura
infantil como contedos pedaggicos uma vez que facilita o
trabalho de professores
das escolas de primeira infncia, garantindo o interesse e a
motivao das crianas.
-
45
5. CONSIDERAES FINAIS
De acordo os PCNs da Educao Infantil (2007) as brincadeiras de
faz-de-
conta, os jogos de construo e aqueles que possuem regras, como
os jogos de
sociedade, jogos tradicionais, didticos, corporais, etc.,
propiciam a ampliao dos
conhecimentos infantis por meio da atividade ldica.
A ludicidade no contexto da Educao Infantil deve estar presente
no
cotidiano da criana. Nessa monografia buscou-se analisar atravs
de observaes
dos alunos e entrevistas com professores das classes de Educao
Infantil, como a
escassez de estmulos nas aulas ldicas prejudicaria a
aprendizagem e o
desenvolvimento global de crianas vinculadas Educao Infantil do
Instituto
Presbiteriano de Educao na cidade de Piritiba-Bahia.
No entanto, cabe ressaltar que apesar dos professores saberem o
que
ludicidade, em alguns casos deixam o ldico de fora do processo
de ensino-
aprendizagem, usando-o apenas em alguns momentos e de maneira
limitada,
fazendo uma separao rgida entre prazer e conhecimento para que
haja o
processo de aprendizado.
Com o perodo de observao, percebeu-se que no somente atravs
das
aulas de educao fsica que as crianas desenvolvem habilidades e
competncias
motoras pois, elas fazem os movimentos bsicos naturalmente em
atividades
cotidianas.
Os educadores, devem ser mediadores do conhecimento, e
oportunizar o
crescimento da criana de acordo com seu nvel de desenvolvimento,
oferecendo
um ambiente de qualidade que estimule as interaes sociais, um
ambiente
enriquecedor de imaginao, onde a criana possa atuar de forma
autnoma e ativa,
fazendo com que venha a construir o seu prprio processo de
aprendizagem.
A Educao Fsica escolar tem um papel fundamental na Educao
Infantil,
pela possibilidade de proporcionar s crianas uma diversidade de
experincias
atravs de situaes nas quais elas possam criar, inventar,
descobrir movimentos
novos, reelaborarem conceitos e idias sobre o movimento e suas
aes.
Alm disso, um espao para que, atravs de situaes de
experincias
com o corpo e com atividades ldicas - as crianas descubram os
prprios limites,
enfrentem desafios, conheam e valorizem o prprio corpo,
relacionem-se com
outras pessoas, percebam a origem do movimento, expressem
sentimentos,
-
46
utilizando a linguagem corporal, localizem-se no espao, entre
outras situaes
voltadas ao desenvolvimento de suas capacidades intelectuais,
afetivas e motoras,
numa atuao consciente e crtica.
O ambiente positivo age como facilitador do desenvolvimento
normal, pois
possibilita a interao e a explorao com o meio. De acordo com os
resultados da
pesquisa podemos verificar que a criana da Educao Infantil pode
ser beneficiada
com as vivencias corporais que a Educao Fsica proporciona,
desenvolvendo e
aperfeioando suas capacidades fsicas e motoras com mais
segurana.
Sendo assim, o presente estudo no esgota as possibilidades de
analisar a
incluso da ludicidade no planejamento escolar e no
desenvolvimento de atividades
na sala de aula, acarretando a propagao de uma educao flexvel
direcionada
para a qualidade e a significao de todo o processo educativo,
norteando aspectos
e caractersticas que sero a chave principal para o aprendizado
do educando.
As intervenes na faixa etria analisada podem auxiliar os ganhos
do
desenvolvimento humano e prevenir o atraso no desenvolvimento
motor.
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47
6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
1. A EDUCAO FSICA E O DESENVOLVIMENTO INFANTIL. Disponvel:.
http://www.educacaofisica.com.br/index.php/escola/canais-escola/educacao-fisica-escolar/27687-a-educacao-fisica-e-o-desenvolvimento-infantil
Acesso em 04 de novembro 2014 2. ANTUNES, Denise Dalpiaz;
HAUSCHILD, Jussara Bernardi. O PLANEJAMENTO PEDAGGICO NA EDUCAO
INFANTIL. Disponvel em:.
http://www.pucrs.br/edipucrs/online/vsemanaletras/Artigos%20e%20Notas_PDF/Denise%20Dalpiaz%20Antunes.pdf
Acesso em 28 de novembro 2014 3. ARAUJO, Fabola Pacheco.
PLANEJAMENTO PEDAGGICO NA EDUCAO INFANTIL. 2010. 35 f. Monografia (
Ps-Graduao Lato sensu Curso de Orientao Educacional e Pedaggica)
Universidade Candido Mendes,2010. Disponvel em:.
http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/t205692.pdf
Acesso em 28 de novembro 2014 4. BRASIL, ministrio da Educao.
Secretaria de Educa