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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE TECNOLOGIA – CENTRO POLITÉCNICO

DEPARTAMENTO DE ELETRICIDADE CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

VALDORI BELMIRO CHAVES

CONTRIBUIÇÃO AOS ASPECTOS CIENTÍFICOS PARA O SISTEMA

IEEE 802.16 - WiMAX

CURITIBA

MARÇO – 2006

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VALDORI BELMIRO CHAVES GRR20003728

CONTRIBUIÇÃO AOS ASPECTOS CIENTÍFICOS PARA O SISTEMA

IEEE 802.16 - WiMAX

CURITIBA

MARÇO – 2006

Projeto de conclusão de curso apresentado à disciplina de Projeto Final de Curso como requisito parcial à conclusão do curso de Engenharia Elétrica, Setor de Tecnologia, Universidade Federal do Paraná. Orientador: Doutorando Alexandre Augusto

Shirakawa. Co-orientador: Prof. Dr. Horácio Tertuliano dos

Santos Filho.

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iii

AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, aos meus pais e familiares que foram, sem

dúvida, fonte de inspiração e apoio para que eu atingisse meus objetivos.

Sou honrado pela oportunidade de ter conquistado grandes amigos nos anos

de faculdade pelos quais passei. Anos de estudo, compartilhamento, de luta e apoio.

Fico grato ao Doutorando Alexandre Augusto Shirakawa, pelo

acompanhamento e revisão do estudo, por incentivar a pesquisa e pelo auxílio e

compreensão em meio às dificuldades.

Quero também agradecer ao Professor Dr. Horácio Tertuliano dos Santos

Filho, que me acompanhou na maior parte da graduação como coordenador do

curso de engenharia elétrica. Sempre tendo paciência e não medindo esforços em

sua dedicação aos acadêmicos.

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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO .....................................................................................................................11 2. MODELO DE CAMADAS ..................................................................................................13 3. PADRÕES DE REDES DE COMUNICAÇÃO................................................................15 3.1 CONTROLE DO ENLACE LÓGICO (LLC) .....................................................................16 3.2 CONTROLE DE ACESSO AO MEIO (MAC) E CAMADA FÍSICA ...............................17 3.3 AS GRANDES REDES SEM FIO......................................................................................18 3.3.1 WPAN - Wireless Personal Area Network.......................................................................19 3.3.2 WLAN - Wireless Local Area Network...........................................................................21 3.3.3 WWAN - Wireless Wide Area Network ..........................................................................21 3.3.4 WMAN - Wireless Metropolitan Area Network ..............................................................22 4. WIMAX .................................................................................................................................24 4.1 SUB-PADRÕES WIMAX...................................................................................................26 4.1.1 Padrão IEEE 802.16..........................................................................................................26 4.1.2 IEEE 802.16a e IEEE 802.16d .........................................................................................27 4.2 TÉCNICAS DE CORREÇÃO DE ERRO...........................................................................29 4.3 MODULAÇÃO ...................................................................................................................29 4.3.1 Modulação Adaptativa ......................................................................................................29 4.3.2 Tipos de Modulação .........................................................................................................32 4.4. TAXA DE TRANSMISSÃO..............................................................................................37 4.5. ESCALABILIDADE ..........................................................................................................38 4.6. COBERTURA .................................................................................................................... 38 4.7 ARQUITETURA E TOPOLOGIA DE REDE .................................................................... 38 4.7.1 A Arquitetura e Topologia de Rede do WiMAX..............................................................39 4.8. QUALIDADE DE SERVIÇO ............................................................................................ 40 4.9 SUBCANALIZAÇÃO.........................................................................................................40 5. APLICAÇÕES DO WIMAX................................................................................................41 5.1 BANDA LARGA SOB DEMANDA..................................................................................44 5.2 BANDA LARGA RESIDENCIAL .....................................................................................44 5.3 WIMAX HOTSPOT BACKHAUL.....................................................................................45 5.4 WIMAX PARA INTERNET PORTÁTIL ..........................................................................45 6. INTEGRAÇÃO E INTEROPERABILIDADE COM O UTRAS TECNOLOGIAS .........46 7. ASPECTOS TÉCNICOS PARA O SISTEMA WIMAX..................................................47 7.1 CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DOS EQUIPAMENTOS DE RÁDIO.....................47 7.2 BANDA DE FREQÜÊNCIA ..............................................................................................48 7.3 DUPLEXAÇÃO ..................................................................................................................48 7.3.1 Tecnologia TDD...............................................................................................................49 7.3.2 Tecnologia FDD ...............................................................................................................49 7.3.3 Tecnologia HFDD ............................................................................................................ 50 7.3.4 Contrastes entre TDD, FDD e HFDD...............................................................................51 7.4 LARGURA DO CANAL .................................................................................................... 52 7.5 MODULAÇÃO ...................................................................................................................52 7.6 PARÂMETROS OFDM PARA O WIMAX.......................................................................53 7.6.1 Parâmetros Primitivos .......................................................................................................53 7.6.2 Parâmetros Derivados .......................................................................................................53 7.6.3 Parâmetros do sinal Transmitido ......................................................................................53 7.7 CONTROLE DE POTÊNCIA.............................................................................................54 7.8 DIVERSIDADE DE TRANSMISSÃO...............................................................................55 8. ESPECIFICAÇÃO DOS PARÂMETROS DO TRANSCEPTOR WIMAX .................56

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8.1 BANDA DE FREQÜÊNCIA ..............................................................................................56 8.2 RECEPTOR.........................................................................................................................56 8.2.1 Nível de interferência de canal adjacente .........................................................................58 8.2.2 Demais Dados do Receptor ..............................................................................................58 8.3 TRANSMISSOR .................................................................................................................58 8.3.1 Potência de Saída. .............................................................................................................58 8.3.2 Linearidade da Potência de Saída .....................................................................................59 8.3.3 Nível de Ruído de Saída ...................................................................................................59 8.3.4 Erro de Constelação..........................................................................................................59 9. CONCLUSÃO......................................................................................................................60 10. GLOSSÁRIO .....................................................................................................................62 11. REFERÊNCIAS ................................................................................................................64

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01 – Arquitetura OSI..............................................................................................13 FIGURA 02 - Relação entre IEEE 802 e Modelo OSI da ISO ........................................16 FIGURA 03 – Padrões de redes e normas.......................................................................18 FIGURA 04 – Tecnologias sem fios ....................................................................................19 FIGURA 05 – Logo do WiMAX Forum ................................................................................25 FIGURA 06 – Enlace com visada e sem visada direta....................................................27 FIGURA 07 – Modulação Adaptativa..................................................................................30 FIGURA 08 – Constelação QPSK.......................................................................................33 FIGURA 09 – Ortogonalidade entre as portadoras ..........................................................34 FIGURA 10 – Portadoras OFDM.........................................................................................36 FIGURA 11 - Estrutura do Símbolo OFDM........................................................................37 FIGURA 12 – Distribuição das sub-portadoras em OFDM.............................................37 FIGURA 13 – Topologia Mesh.............................................................................................39 FIGURA 14 – Distribuição da rede WiMAX .......................................................................40 FIGURA 15 – Subcanalização .............................................................................................41 FIGURA 16 – Aplicações para o WiMAX..........................................................................42 FIGURA 17 – Interesses de mercado para a tecnologia.................................................43 FIGURA 18 – Empresas e aplicações de mercado..........................................................44 FIGURA 19 – Rádio TDD .....................................................................................................49 FIGURA 20 – Rádio WiMAX FDD .......................................................................................50 FIGURA 21 – Arquitetura HFDD.........................................................................................51 FIGURA 22 – Transmissão em TDD, FDD e HFDD (FDD/TDD)...................................52 FIGURA 23 – Ilustração do STC .........................................................................................55

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LISTA DE TABELAS

TABELA 01- Comparação entre IEEE 802.6e e IEEE 802.20 .......................................23 TABELA 02 - Codificação do canal por modulação para o WiMAX ..............................31 TABELA 03 – Modulação QPSK .........................................................................................33 TABELA 04 – Freqüências alocadas para WiMAX ..........................................................48 TABELA 05 – Modulação x SNR .........................................................................................53 TABELA 06 – Parâmetros do Símbolo OFDM..................................................................54 TABELA 07- Valores de SNR no Receptor [22]................................................................57 TABELA 08 – Sensibilidade do Receptor ..........................................................................57 TABELA 09 – Sensibilidade do Receptor ..........................................................................57 TABELA 10 - Mínima Interferência de canal adjacente e alternado..............................58 TABELA 11 – Potência de Saída ........................................................................................58 TABELA 12 – Erro de Constelação.....................................................................................59

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 01 – Características do WiMAX........................................................................28 QUADRO 02 – Características principais de antenas e equipamentos de rádio ........47 QUADRO 03 – Nivelamento Espectral da portadora OFDM..........................................60

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RESUMO

Pesquisa e embasamento sobre a nova tecnologia sem fio para grandes

distâncias, o WiMAX, que é regida pela norma do IEEE - Institute of Electrical and

Electronics Engineers (Instituto de Engenharia Elétrica e Eletrônica) a IEEE 802.16.

Visa para contribuir com os aspectos científicos dessa tecnologia, e discorre sobre

pontos fundamentais da parte técnic a como modulação, duplexação e freqüência.

Aborda, também, os aspectos econômicos e de mercado para, no fim, tratar das

especificações que a norma IEEE exige para a construção de um transceptor que

utilize a tecnologia WiMAX. Apóia-se em informações e estudos recentes que estão

sendo difundidos ao redor do mundo por empresas e grandes corporações como

Intel, HP, Cisco, dentre outras, e na norma vigente já mencionada.

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ABSTRACT

Research and basement on the new technology wireless for large distances,

the WiMAX, that is conducted by the standard of the IEEE (Institute of Electrical and

Electronics Engineers), the IEEE 802.16. It aims at to contribute with the scientific

aspects of this technology, and discourses on basic points of the technical part as

modulation, duplexing and frequency. It approaches, also, the economical and

business aspects for, finally, to approach the specifications that the IEEE standards

demands for the construction of a transceiver that uses the WiMAX technology. It is

based on recent data and studies that are being spread out in worldwide for

companies and great corporations as Intel, HP, Cisco, amongst others, and in the

mentioned present standard.

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1.INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, o acesso em banda larga tem se tornado um artigo

requisitado por uma alta porcentagem da população. O crescimento da quantidade

de linhas instaladas tem sido muito rápido e é esperado que se atinja o número de

200 milhões de linhas instaladas em 2006.

A wireless DSL1 (WDSL2) oferece uma solução complementar ao DSL,

possibilitando que as operadoras disponibilizem acesso em banda larga para regiões

que estão fora do alcance da banda larga com fio.

As empresas líderes mundiais em tecnologia, tais como Intel, Cisco,

Samsung e HP estão apostando firmemente na tecnologia sem fio. A Intel colaborou

no desenvolvimento do Wi-Fi3, que é a abreviatura de Wireless Fidelity, que

atualmente é a tecnologia sem fio dominante no mundo. Agora, a Intel está

investindo no lançamento de uma outra tecnologia, que permite um acesso de alta

velocidade à Internet similar ao do Wi-Fi porém, com um alcance muito maior, em

torno de 50 quilômetros ao invés de 100 metros para o Wi-Fi. Para indústrias que

preconizam a mobilidade, a adoção da tecnologia sem fio é indispensável para seu

crescimento. As indústrias vão esperar no mínimo acessibilidade, confiabilidade,

segurança e ac esso a aplicações corporativas da rede sem fio. Porém, existem

algumas barreiras para a adoção da tecnologia sem fio, sendo a principal delas a

segurança.

O WiMAX começou a ser desenvolvido em 2001. Tido como padrão IEEE4

802.16 é uma tecnologia projetada para prover acesso de banda larga nos últimos

quilômetros de uma rede metropolitana (MAN – Metropolitan Area Network).

1A capacidade de sobrepor limitações físicas impostas nas redes a cabo é

uma das principais vantagens deste padrão As freqüências abaixo de 11 GHz

1 DSL (digital subscriber line - linha digital assimétrica de assinante) é uma tecnologia que

disponibiliza acesso à internet em banda larga usando a mesma infra-estrutura linhas telefônicas usadas para voz. 2 WDSL é uma tecnologia de DSL (digital subscriber line ) a altas taxas de transmissão sem a

necessidade da infra-estrutura telefônica. Provê velocidades maiores do que o T-1 (padrão americano de tecnologia que divide o canal de comunicação em 24 canais de 64 kbps). 3 O Wi -Fi (Wireless Fidelity) foi criado em 1997 pel o Instituto de Engenheiros Elétricos e Electrônicos

(IEEE) dos Estados Unidos. Termo usado para referir-se genericamente a redes sem fio que utilizam qualquer um dos padrões 802.11. O Wi-Fi permite a conexão de até 10 microcomputadores em uma velocidade de 11Mbps a um alcance de até 100 metros.

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possibilitam a performance sem linha de visada (NLOS)5, fazendo com que o padrão

802.16a seja a tecnologia ideal para as aplicações de última milha.

No começo do desenvolvimento do padrão IEEE 802.16, o foco inicial era

cobrir freqüências de 10 a 66 GHz mas, ratificações foram feitas, dando origem a

três novos documentos: “IEEE 802.16a” ,” IEEE 802.16d/802.16REVd” e “IEEE

802.16e” que regulamentam o uso do WiMAX para fins sem linha de visada (NLOS -

Non Line of Sight) e com linha de visada (LOS - Line of Sight)6 e em freqüências

abaixo de 11 GHz. [01]

A proposta desse projeto é apresentar o sistema WiMAX de um ponto de

vista técnico a partir da normatizaçao IEEE 802.16. Este estudo dar -se-á,

primeiramente, sobre o aspecto sistêmico da tecnologia WiMAX. Em seguida, com

base na especificação da interface de comunicação WiMAX, será apresentado para

o sistema uma especificação preliminar de um transceptor (transmissor-receptor).

4 O IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers) é uma associação técnica sem fins

lucrativos, cuja missão é colaborar para o desenvolvimento e difusão do conhecimento técnico-científico a nível mundial. Fundado em 1884, atualmente é a maior organização de classe do mundo. 5 NLOS (Non Line of Sight), ou linha sem visada, é o tipo de transmissão na qual as antenas não estão diretamente voltadas uma para a outra. O sinal é enviado em todas as direções cobri ndo um raio de 5 a 8 km. 6 LOS (Line of Sight), ou linha com visada, é o tipo de transmissão na qual duas antenas estão

diretamente voltadas uma para a outra. O sinal é enviado somente através dessa visada que vem a se chamar enlace.

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2. MODELO DE CAMADAS

Os sistemas de comunicação são subdivididos em camadas. Cada camada

oferece um conjunto de serviços ao nível superior, usando funções realizadas no

próprio nível. Um modelo bastante conhecido é o modelo de sete camadas OSI

(Open Systems Interconnection).

O modelo de referência OSI foi desenvolvido pela ISO (International

Standards Organization) e denominado Modelo de Referência para a Interconexão

de Sistemas Abertos (OSI) condensa a experiência de diversos fabricantes e

administradores de redes de comunicação de dados e visa a compatibilidade entre

sistemas de processamento heterogêneos, isto é, de fabricantes e concepções

distintas, através do uso de um conjunto de padrões que permitam a estes sistemas

funcionar entre si independentemente da natureza dos sistemas envolvidos .[02]

O modelo de camadas OSI subdivide-se em 7 camadas (vide figura 01)

sendo que os níveis começam de baixo para cima.

FIGURA 01 – Arquitetura OSI

As camadas do modelo OSI são descritas a seguir:

Camada Física: define as características mecânicas, elétricas, funcionais e

os procedimentos para ativar, manter e desativar conexões físicas para a

transmissão de bits. [03]

Camada de Enlace de Dados: O principal objetivo dessa camada é receber

ou transmitir uma seqüência de bits do, ou para, o nível físico e transformá-los em

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uma linha que esteja livre de erros de transmissão, a fim de que essa informação

seja utilizada pela camada de rede. Essa camada envolve tipicamente as seguintes

funções [03].

a) ativação e desativação do enlace de dados;

b) sincronização;

c) segmentação e delimitação das unidades de dados;

d) Controle de erros e seqüência das unidades de dados;

e) controle de f luxo.

Camada de Rede: tem por objetivo fornecer um suporte de comunicação fim

a fim para as camadas superiores. Isto inclui a escolha do modo de transferência e

da qualidade de serviço, endereçamento da unidade de dados ao seu destino final

na rede ou na sub-rede (segmento de rede) externa, operação mútua com

elementos de rede externos se necessário, notificação de eventuais deficiências de

segmentos externos, controle de fluxo fim a fim, etc. [04]

Camada de Transporte: é a camada responsável pelo controle da

transferência de dados, incluindo a qualidade do serviço e a correção de erros fim a

fim. Exemplos bem sucedidos dessa camada são os padrões associados a redes

IP7, TCP8 e UDP9. O protocolo TCP é orientado à conexão, permite a entrega sem

erros de um fluxo de dados e realiza controle de fluxo. O protocolo UDP, por outro

lado é não orientado à conexão, sem controle de fluxos e sem garantia de entrega.

2

7

IP (Internet Protocol - Protocolo da Internet), é um protocolo usado entre duas máquinas em rede para encaminhamento dos dados. 8 TCP (Transmission Control Protocol – Protocolo de Controle de Transmissão) é um protocolo de transporte e executa importantes funções para garantir que os dados sejam entregues de uma maneira confiável, ou seja, sem que os dados sejam corrompidos. 9 UDP (User Datagram Protocol - Protocolo de Datagramas de Usuário), é um protocolo de transporte

que, ao contrário do TCP, não garante segurança e nem estabelece conexões, ao invés disso ele usa um fluxo de datagramas para transportar as informações. 10

Permite as aplicações solicitar e transferir a primazia da comunicação ou de exercício de determinadas funções.

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Camada de Sessão: permite que duas aplicações em computadores

diferentes estabeleçam uma sessão de comunicação. Nesta sessão, essas

aplicações definem como será feita a transmissão de dados e coloca marcações nos

dados que estão sendo transmitidos. Se por ventura a rede falhar, os computadores

reiniciam a transmissão dos dados a partir da última marcação recebida pelo

computador receptor. [03] Nessa camada estão inclusas as seguintes funções : [04]

a) transferência de dados em ambas direções, normal ou expressa;

b) gerência de Token10, permitindo às aplicações solicitar e transferir a

primazia da comunicação ou de exercício de determinadas funções;

c) controle de diálogo, permitindo às aplicações definir a forma de diálogo,

se half duplex ou duplex;

d) sincronização e gerência de atividades, permitindo estratificar o

diálogo, colocando títulos, subtítulos e marcas de delimitação.

Camada de Apresentação: provê independência nas representações de

dados ao traduzir os dados do formato do aplicativo para o formato da rede e vice

versa. A camada de apresentação trabalha transformando os dados num formato em

que a camada de aplicação possa aceitar. Esta camada formata e encripta os dados

para serem transmitidos através da rede, evitando problemas de compatibilidade.

[03].

Camada de Aplicação: é o nível que possui o maior número de protocolos

existentes, devido ao fato de estar mais perto do usuário e de os usuários possuírem

necessidades diferentes. Essa camada fornece ao usuário uma interface que

permite acesso a diversos serviços de aplicação, convertendo as diferenças entre

diferentes fabricantes para um mesmo fim. [04]

3. PADRÕES DE REDES DE COMUNICAÇÃO

Os sistemas de comunicação sem fio são subdivididos segundo suas

aplicações e homologados por entidades mundialmente reconhecidas como é o caso

do IEEE [05] que é um instituto que regulamenta os padrões de redes sem fio

baseado nos padrões americanos. Outra instituto de regulamentação, também

mundialmente reconhecido, é a ETSI (European Telecommunications Standards

Institute ) [06], que regulamenta o padrão europeu.

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Cada padrão representa uma tecnologia otimizada para determinado tipo de

mercado e são projetadas de modo a serem complementares entre si.

O Comitê 802 do IEEE, dos Estados Unidos, desenvolveu e publicou uma

série de normas para redes locais (LANs ) e Metropolitanas (MANs) que foram

adotadas mundialmente inclusive pela ISO (International Standards Organization).

[07]

FIGURA 02 - Relação entre IEEE 802 e Modelo OSI da ISO

Como pode ser visto na Figura 02, o Controle do Enlace Lógico e Controle

de Acesso ao Meio estão no mesmo nível da camada de Enlace de dados do padrão

OSI.

3.1 CONTROLE DO ENLACE LÓGICO (LLC)

A LLC especifica os mecanismos para endereçamento de estações

conectadas ao meio e para controlar a troca de dados entre usuários da rede. A

operação e formato deste padrão são baseados no protocolo HDLC11. Estabelece

três tipos de serviços:

a) sem conexão e sem reconhecimento;

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b) com conexão;

c) com reconhecimento e sem conexão.

A IEEE 802.2 define a camada LLC para toda família de redes IEEE 802.

3.2 CONTROLE DE ACESSO AO MEIO (MAC) E CAMADA FÍSICA

A função do MAC é permitir que dispositivos compartilhem a capacidade de

transmissão de uma rede. Ele controla o acesso ao meio de transmissão de modo a

se ter um uso ordenado e eficiente deste meio.

A relação das normas do IEEE 802 é apresentada a seguir [ 08]: 3

a) IEEE 802.1 Protocolos das camadas mais elevadas de LAN;

b) IEEE 802.2 Controle Lógico de link ;

c) IEEE 802.3 Ethernet;

d) IEEE 802.4 Token bus (licenciado);

e) IEEE 802.5 Token Ring;

f) IEEE 802.6 Área de Redes Metropolitanas (licenciado);

g) IEEE 802.7 Banda Larga de LAN usando Cabo Coaxial (licenciado);

h) IEEE 802.8 Fibra Ótica TAG (licenciado);

i) IEEE 802.9 Serviços Integrados de LAN (licenciado);

j) IEEE 802.10 Segurança Interoperável de LAN (licenciado);

k) IEEE 802.11 LAN sem fio;

l) IEEE 802.12 Prioridade de demanda;

m) IEEE 802.13 (não usado);

n) IEEE 802.14 Cable modems (licenciado);

o) IEEE 802.15 PAN sem fio;

p) IEEE 802.16 Acesso à Banda Larga sem fio;

q) IEEE 802.17 Anel de pacote Flexível;

r) IEEE 802.18 Regulação de Rádio TAG;

s) IEEE 802.19 Coexistência TAG;

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t) IEEE 802.20 Acesso sem fio de Banda Larga Móvel;4

u) IEEE 802.21 Handoff Independente;

v) IEEE 802.22 Área de Rede Regional sem fio.

3.3 AS GRANDES REDES SEM FIO

Como já visto no item anterior, os sistemas de telecomunicações são sub-

divididos em padrões e a cada padrão é atribuída uma norma que o regulamenta. A

Figura 04 apresenta o posicionamento de cada um dos padrões de acesso sem fio,

mostrando do lado esquerdo o padrão IEEE (americano) e do lado direito o padrão

ETSI equivalente.

FIGURA 03 – Padrões de redes e normas

A Figura 04 exemplifica os padrões existentes e coloca em evidência os

padrões de estudo tanto do IEEE quanto do ETSI.

11

O HDLC ou High-level Data Control é uma especificação do nível da camada de enlace do modelo OSI com grande utilização e que i nclui diversas variantes, utiliza a transmissão síncrona e é orientada por bit.

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FIGURA 04 – Tecnologias sem fios

3.3.1 WPAN - Wireless Personal Area Network (Área Pessoal de Rede sem fio)

Neste grupo abrigam-se as tecnologias sem fio com transmissão de

pequeno alcance. Algumas delas podem chegar a dezenas de metros, mas quase

sempre estaremos falando de algo ao redor das pessoas, por isso a designação

Personal . Há três padrões adotados nesse grupo: Bluetooth, Zigbee e o UWB.

O princ ipal padrão deste Grupo é o Bluetooth [09], atualmente muito utilizado

em dispositivos portáteis e móveis, e que é o padrão IEEE 802.15.1 [10]. O

Bluetooth é uma tecnologia de baixo custo para a comunicação sem fio entre

dispositivos móveis. Começou a ser desenvolvida em 1994 pela Ericsson, e a partir

de 1998 pelo Bluetooth Special Interest Group (SIG), consórcio inicialmente

estabelecido pela Sony, Ericsson, IBM, Intel, Toshiba e Nokia, hoje este consórcio

inclui mais de 2000 empresas.

É usado para comunicação entre pequenos dispositivos de uso pessoal,

como PDAs12, telefones celulares de nova geração, computadores portáteis, mas

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também é utilizado para a comunicação de periféricos, como impressoras, scanners,

e qualquer dispositivo dotado de um chip Bluetooth. Opera dentro da banda dos 2,4

Ghz com alcance máximo de aproximadamente 10 metros cuja velocidade pode

chegar a 721 Kbps e possui três canais de voz. As desvantagens desta tecnologia

são o seu raio de alcance, 10 metros, e o número máximo de dispositivos que

podem se conectar ao mesmo tempo, 10 dispositivos.[11]

O ZigBee - da ZigBee Alliance [12]cujo padrão é o IEEE 802.15.4 [13] - é

uma tecnologia sem fio de baixa velocidade com cobertura típica de 30 metros para

utilização em controle residencial, automação predial e automação industrial. Opera

em faixas de freqüências não licenciadas de 2.4Ghz (Global), 915Mhz (América) e

868Mhz (Europa), com uma taxa de transferência de dados de até 250kbps em

2.4Ghz (16 canais), 40kbps em 915Mhz (10 canais) e 20kbps em 868Mhz (1 canal),

visando possibilitar a melhor integração e operabilidade entre os diversos

dispositivos [14]. Sua taxa de transferência média (250Kbps) é menor que a do

Bluetooth, assim como seu consumo de energia: aproximadamente mil vezes menor

que o de um dispositivo Bluetooth [15].

O outro padrão é conhecido como UWB (Ultrawideband) cujo padrão é o

IEEE 802.15.3 [16]. O UWB ainda não foi completamente homologado pelo IEEE por

causa de disputas políticas entre fornecedores.

Sendo inventado na década de 60 para uso militar, seu consumo de energia

é cem vezes menor que o do Bluetooth e sua freqüência de operação pode variar

entre 3,1 e 10,6 GHz. 5O ponto forte do UWB é a sua velocidade de transmissão (100 a 500 Mbps) ,

mais rápida que a maioria dos tipos de transmissão sem fio convencionais. Em

contra partida, sua área de cobertura é bastante reduzida, no máximo dez metros.

O UWB opera de forma diferente das demais tecnologias sem fio. Além de ter um

espectro de atuaç ão amplo (3,1 - 10,6 GHz), o UWB transmite através de “rajadas"

12

Personal digital assistants (PDAs ou Handhelds), ou Assistente Pessoal Digital, é um computador de dimensões reduzidas, dotado de grande capacidade computacional, cumprindo as funções de agenda e programas comuns para escritório, com possibilidade de interconexão com um computador pessoal ou uma rede sem fios - wi -fi - para acesso a correio eletrônico e internet.

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de sinal (centenas por segundo). [15]. Segundo analistas o UWB deve substituir o

Bluetooth. [17]

3.3.2 WLAN - Wireless Local Area Network (Área Local de Rede Sem Fio)

O padrão mais difundido desse grupo é o Wi-Fi (Wireless Fidelity) [18] que

vem a ser o padrão IEEE 802.11b operando em 2,4 GHz com taxa de transmissão

de dados a 11 Mbps, modulação DSSS13 com alcance de 100 a 300 metros.

Como tempo e novas ratificações da norma, vieram o padrão IEEE 802.11a

(opera em 5 GHZ, taxa de transmissão de 54 Mbps e modulação OFDM) e o padrão

IEEE 802.11g (opera em 2,4 GHz, taxa de transmissão de 54 Mbps e modulação

OFDM – Orthogonal Frequency Division Multiplexing ).

O aumento da taxa de transmissão observado entre o padrão 802.11b e os

padrões 802.11a e 802.11g é basicamente devido à mudança da modulação do

canal de comunicação utilizada. A modulação OFD M é mais eficiente que a DSSS

pois , tem maior imunidade para os efeitos de reflexão dos sinais de multicaminhos 14.

Entretanto, a modulação OFDM necessita de uma melhor relação sinal-ruído

da transmissão e elevada linearidade dos circuitos de rádio-comunicação. [19]

3.3.3 WWAN - Wireless Wide Area Network (Área Larga de Rede Sem Fio)

Nesse grupo estão as tradicionais tecnologias do telefone celular de voz e

alguns serviços de dados (Wireless Data Services ), desde os TDMA15 (9,6

Kbps)[ 20] e CDMA16 (14,4 Kbps) [21] até as modernas tecnologias EDGE17 [22] e

UMTS18 [23] passando por GSM19 [24]/GPRS20 [22] e também o CDMA 2000 -1xRtt21

e CDMA 2000 -1xEV-DO [25] e o WAP22 [26]. 6

13

DSSS (Direct Sequence Spread-Spectrum – Espalhamento Espectral por Seqüência Direta) é um esquema de modulação por espalhamento espectral que gera um padrão redundante de bits para cada bit transmitido. 14

Os Multicaminhos são formados pela reflexão e/ou difração e/ou espalhamento do sinal em estruturas próximas ao receptor, tais como edifícios, árvores, morros, superfície do mar, lagos etc.

15 TDMA (Time Division Multiple Access), ou Acesso Múltiplo por Divisão de Tempo, que funciona

dividindo um canal de freqüência em até seis intervalos de tempo distintos. 16

CDMA (Code Division Multiple Access), ou Acesso Múltiplo por Divisão de Código, é um padrão de acesso múltiplo que funciona transformando a voz ou dados em um sinal da rádio codificado. 17

EDGE (Enhanced Data Rate s for Global Evolution), ou Aumento da Taxa de Dados para a Evolução Global, é uma tecnologia móvel compatível com 3G que permite transmissão de alta velocidade (384 kilobits por segundo) de grandes quantidades de dados. 18

UMTS (Universal Mobile Telecommunications System), ou Sistema Móvel Universal de Telcomunicações, é um padrão de 3ª Geração de sistemas celulares para evolução de redes GSM.

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

22

3.3.4 WMAN - Wireless Metropolitan Area Network (Área Metropolitana de Rede sem fio)

Dentro desta família abrigam-se o padrão 4G Proprietário23 , o WiMAX (IEEE

802.16) e o Mobile-FI (IEEE 802.20) [27].

O padrão 4G Proprietário está ligado aos fornecedores IP Wireless, Flarion,

Navini Networks , ArrayComm, Broadcomm, BeamReach Networks, Soma Networks

e Tantivy Communications [28].

O padrão mais difundido desse grupo é o WiMAX - IEEE 802.16 mas, outro

padrão em homologação é o padrão IEEE 802.20, Mobile-Fi, já mencionado. 1

A grande contribuição do Mobile-Fi é que ele é o primeiro padrão a ser

especificamente projetado para carregar o tráfego IP para acesso em banda larga de

forma completamente móvel. Ele proporcionará taxas de transmissão simétricas de 1

Mbps a 4 Mbps em espectros licenciados abaixo de 3,5 GHZ em distâncias de 15 km

aproximadamente. Isto faz com que ele tenha menos potência que o WiMAX mas

seja intrinsecamente móvel (mobile) oferecendo uma latência de 10 ms - até mesmo

para um veículo movimentando-se muito rapidamente - comparado aos 500 ms do

3G.

O padrão 802.20 parece ser altamente posicionado contra a versão móvel

do WiMax - o 802.16e - que tem um forte interesse da Nokia e da Intel. Embora os

dois padrões tenham começado baseados em aspectos técnicos diferentes e

endereçarem problemas suavemente diferentes, o WiMax ameaça tornar o 802.20

redundante. Por trás do 802.20 temos a Motorola e a Cisco que parecem estar bem

determinadas em fazer o seu padrão preferido, o padrão dominante do BWA ao

19 GSM (Global System Móbile ), ou Sistema Móvel Global é um sistema de celular digital baseado em divisão de tempo, como o TDMA, e é considerado a evolução deste sistema, pois permite, entre outras coisas, a troca dos dados do usuário entre telefones através do Sim-Card e acesso mais rápido a seviços WAP e Internet, através do sistema GPRS. 20

GPRS (General Packet Rádio Service) é um serviço de transmissão de informação por pacotes para comunicações móveis nas redes GSM. 21

O CDMA2000 é o padrão de 3ª Geração de sistemas celulares baseados no IS-95. O IS-95 é baseado na técnica de acesso múltiplo e é um sistema proprietário pertencente à empresa QUALCOMM. 22

WAP (Wireless Application Protocol), ou Protocolo para Aplicações sem Fio, um conjunto de especificações que caracteriza um ambiente similar à Web , voltado para redes de aparelhos sem fio e em velocidades mais baixas, basicamente os telefones celulares. 23

O "4G Proprietário" não tem definição formal pois, não é aderente a um padrão qualquer. A similaridade que as diversas tecnologias 4G guardam entre si é que têm a mesma modulação conhecida como OFDM. Todas estas tecnologias são conhecidas com redes IP/OFDM.

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23

invés de buscar uma aproximação com o padrão comandado pela Intel, o WiMax.

Aparentemente essa determinação pode ser desastrosa. O WiMax está bem mais

adiantado que o Mobile-Fi - e até mesmo a sua versão mais recente (a móvel

802.16e) está há um ano na frente do seu rival - e dessa forma apoiar o 802.20 é

retornar ao passado. Além do mais, o padrão 802.16 é uma tecnologia que pode ser

acomodada de forma relativamente simples pelas operadoras de telefonia móvel

[29].

O 802.16e é o padrão de acesso sem fio de banda larga móvel (WiMAX

Móvel), assegurando conectividade em velocidades de até 100 km/h, cujos

equipamentos estarão disponíveis em meados de 2006. [30]

Na tabela 01 é possível comparar melhor os padrões IEEE 802.16e e IEEE

802.20.

TABELA 01- Comparação entre IEEE 802.6e e IEEE 802.20

Especificação 802.20 802.16e

Taxa de Transmissão (Mbps) 1 a 4 15 máx.

Velocidade de Deslocamento

(Km/h) 250 150

Freqüência (GHz) < 3,5 2 a 6

Raio médio da Célula (Km) 15 1 a 5

Ambiente de operação NLOS NLOS

A emenda IEEE 802.16e corrigirá a especificação base para habilitar não

apenas a operação fixa mas, também, a portátil e a móvel. Esse é o principal

concorrente do IEEE 802.20 Mobile-Fi. Os grupos de trabalho das IEEE 802.16f e

IEEE 802.16g se encarregam das interfaces de administração da operação fixa e

móvel.

Quando em movimento, os usuários poderão se deslocar enquanto têm

acesso a dados em banda larga ou a uma sessão de transmissão multimídia em

tempo real. Todas essas características ajudarão a fazer com que WiMax seja uma

solução ainda melhor para o acesso à Internet nos países em desenvolvimento.

[32]

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

24

4. WIMAX

O WiMAX é regulado segundo o padrão IEEE 802.16 [32] e é uma

tecnologia projetada para prover acesso de banda larga nos últimos quilômetros (last

mile) de uma rede metropolitana (MAN). A capacidade de sobrepor limitações físicas

impostas nas redes a cabo é uma das principais vantagens deste padrão.

O WiMAX pode operar tanto em freqüências licenciadas quanto não

licenciadas. A freqüências licenciadas, são aquelas que são reguladas e controladas

por um órgão regulador dentro de um país. Para a utilização destas freqüências, faz -

se necessário registro do equipamento no órgão regulador, bem como o

atendimento a regras de irradiação como, máxima potência, ruído, etc.

As freqüências não licenciadas são aquelas de uso livre, isto é, não

necessitam de prévia autorização para o seu uso. Alguns países restringem o uso

desta faixa para equipamentos que operem acima de um certo limiar de potência, e

caso ultrapassem este limite, o uso da mesma passa a ser licenciado.

WiMAX é a abreviatura de Worldwide Interoperability for Microwave Access

e é também conhecido como a interface aérea da IEEE para Wireless MAN, sendo

um padrão de BWA (Broadband Wireless Access) para ser utilizado na última

milha. [33]

O WiMAX atualmente é coordenado pelo WiMAX Forum [34] (Figura 05) que

é uma organização sem fins lucrativos, formada por empresas fabricantes de

equipamentos e de componentes, tendo por objetivo promover, em larga escala, a

utilização de redes ponto-multiponto, operando em freqüências entre 2GHz e

11GHz, alavancando a padronização IEEE 802.16, garantindo a compatibilidade e

interoperabilidade dos equipamentos que adotarem esse padrão.

O WiMAX Forum é o equivalente, ao Wi-Fi Alliance, responsável pelo

grande desenvolvimento e sucesso do Wi-Fi em todo o mundo.

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

25

FIGURA 05 – Logo do WiMAX Forum

O WiMAX é constituído pelas indústrias líderes do setor, que estão

comprometidas com as interfaces abertas e com a interoperabilidade entre os

diversos produtos utilizados no acesso a banda larga sem fio.

O WiMAX atualmente trabalha com os padrões IEEE 802.16d e IEEE

802.16e.

O 802.16d (ratificado em JUN.2004) é o padrão de acesso sem fio de banda

larga fixa (WiMAX Fixo) e é uma evolução do padrão anterior (802.16a homologado

em JAN.2003) e já permite um menor consumo de energia e menores CPEs24 como

também inova na incorporação do conceito de Antenas MIMO 25.

O 802.16e é o padrão de acesso sem fio de banda larga móvel (WiMAX

Móvel), assegurando conectividade em velocidades de até 100 km/h, cujos

equipamentos estarão disponíveis em meados de 2006. [30]

O padrão 802.16d opera em faixa de freqüências de 2 a 11 GHz e o 802.16e

de 2 a 6 GHz. 7

O WiMAX suporta topologias ponto-multiponto e malha ( mesh ). Um lado

também bastante inovador nesta tecnologia é que ela opera em bandas de

24

CPE (Customer Premises Equipment) é o equipamento de banda larga que vai nas instalações do cliente. No padrão 802.16a é uma caixa externa ( external box ) conectada a um PC com uma antena externa. No padrão 802.16d uma caixa externa ( external box ) conectada a um PC com uma antena built-in . No padrão 802.16e é um cartão PCMCIA ou buil t in no chip da CPU como é o caso hoje da tecnologia Centrino de Wi-Fi da Intel. 25

MIMO (Multiple Input and Multiple Output), ou sistemas de antenas inteligentes. A tecnologia MIMO explora o uso de múltiplos sinais transmitidos para o meio físico sem fio e múltiplos sinais recebidos desse meio, para aumentar o desempenho dos dispositivos sem fio. 26 MMDS (Multichannel Multipoint Distribution Service - Serviço de Distribuição de Sinais Multiponto Multicanais ) utiliza-se da faixa de microondas para transmiti r sinais a serem recebidos em pontos determinados dentro da área de prestação do serviço. 27

ITFS (Instructional Television Fixed Service – Serviço de Televisão Educativa), televisão de alta freqüência, baseada em microondas, utilizada no oferecimento de p rogramas educacionais.

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

26

freqüências não licenciadas (2,4 e 5,8 GHz) e em bandas licenciadas (3,5 e 10,5

GHz).

Atualmente, existe um movimento da FCC (Federal Communications

Commission) [35] americana de buscar mais espectro de freqüência a partir da

reengenharia de espectro na banda da tecnologia MMDS26/ITFS27 em 2,5 GHz

buscando espaço de freqüência para novos serviços incluindo o WiMAX.

A modulação OFDM utilizada no WiMAX pode ser utilizada para

proporcionar a conexão sem linha de visada (NLOS - Non-Line of Sight ) entre

estações base e os equipamentos dos clientes. O WiMAX pode atingir um alcance

de até 50 km, com taxas de dados compartilhadas aproximando-se de 75 Mbp/s em

canaliz ação de 20 MHz.

A performance NLOS é assegurada mais fortemente quando se está mais

próximo da estação base. No alcance máximo de 50 km, espera-se apenas uma

performance LOS ( Line of Sight ). Um raio típico de BWA em NLOS varia entre 5 a 8

km.

O WiMAX é uma solução de BWA completa para voz, dados e vídeo

(streaming) com qualidade de serviço (QoS - Quality of Service ) e segurança

intrínsecas.

A Segurança do WiMAX suporta a autenticação com certificados x.50928 [36]

e criptografia de dados utilizando DES29 ( Data Encryption Standard )[37].

O WiMAX pode transportar IPv4, IPv6 e Ethernet ou todos simultaneamente

garantindo QoS.

Um detalhe bastante pertinente é de que os projetos que estão sendo

desenvolvidos no mundo atualmente são de Pré-WiMAX. Isso significa que são

equipamentos que não foram testados para saber se atendem ao padrão WiMAX

Fixo e se também atendem aos requisitos de interoperabilidade.

4.1 SUB-PADRÕES WIMAX

4.1.1 Padrão IEEE 802.16

Durante o projeto para a especificação da camada física, a propagação em

linha de visada era tida como necessária e, portanto, foi escolhida uma modulação

mono-portadora, ou seja, com uma única portadora.

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

27

A linha de visada (Vide figura 06) é muito utilizada em enlaces de

microondas nos quais utilizam-se altas freqüências.

Algumas das aplicações bastante comuns atualmente para a visada direta

são os enlaces de satélite (TV via satélite, internet, etc) e backhaul, que são enlaces

transferindo voz e dados de sites remotos para as centrais de comutação.

FIGURA 06 – Enlace com visada e sem visada direta

Devido à configuração ponto-multiponto, a estação base transmite em TDM

(Time Division Multiplexing) e recebe sinais em TDMA (Time Division Multiple

Access). Depois de alguns estudos, foi escolhido um projeto que permite tanto o

TDD (Time Division Duplexing), que possibilita que o uplink e o downlink

compartilhem o mesmo canal, sem que ambos transmitam simultaneamente, e o

FDD (Frequency Division Duplexing), em que o uplink e o downlink operam em

canais separados, porém podendo operar ao mesmo tempo [38].

4.1.2 IEEE 802.16a e IEEE 802.16d

O projeto do IEEE 802.16a não prevê a operação sem linha de visada

(NLOS). Como se espera utilizar esta faixa de freqüências para transmissão

residencial, as antenas possivelmente estarão colocadas sobre as casas e prédios,

podendo impossibilitar uma linha de visada adequada com a antena da estação

base. Desta forma, uma propagação com múltiplos caminhos é esperada. Para

alcançar este tipo de operação sem linha de visada, foram necessárias mudanças na

camada física nessa faixa de freqüência, com a introdução de três novas

especificações (monoportadora (single carrier), FFT30 de 256 pontos OFDM e FFT

de 2048 pontos OFDMA). Sendo ratificada e emitida a norma IEEE 802.16d.

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

28

8O formato OFDM (Orthogonal Frequency Divison Multiplexing) foi escolhido,

em detrimento de outras tecnologias, pois possibilita uma melhor performance sem

linha de visada mantendo um alto nível de eficiência espectral maximizando o uso do

espectro disponível. A tecnologia CDMA (Code Division Multiple Access) requer que

a banda de rádio freqüência seja muito maior que a taxa de transmissão de dados

para poder sobrepor as interferências, o que é impraticável pois, para freqüências

abaixo de 11GHz, uma taxa de dados de aproximadamente 70Mbps precisaria de

uma banda de rádio freqüência superior a 200MHz se a modulação considerada for

limitada em relação ao número de bits / símbolo [38].

Algumas outras características da camada física que possibilitam que o

WiMAX seja robusto são: largura de canais flexível, perfis de rajada adaptativos,

corretor de erro com Reed-Solomon e codificação convolucional , sistema de

antenas avançadas opcional e seleção de freqüência dinâmica. O Quadro 01

fornece uma visão geral de algumas das características mencionadas acima.

QUADRO 01 – Características do WiMAX

Característica Benefício

FFT de 256 pontos OFDM Suporte para multicaminhos em ambientes sem linha

de visada

Modulação adaptativa

Possibilita um link de rádio freqüência robusta

enquanto maximiza o número de bits por segundo

que cada assinante recebe

Tamanho variável de canais

Possibilita a flexibilidade necessária para operar em

diferentes bandas de freqüência com variação dos

requisitos de canal ao redor do mundo

Projetado para suportar

antenas inteligentes

Habilidade para diminuir interferência e aumentar o

ganho do sistema

30

FFT (Fast Fourier Transform – Transformada rápida de Fourier) algoritmo computacional criado por Cooley e Tukey

1 em 1965 e é uma aplicação matemática melhorada derivada da TF (Transformada

de Fourier - inventada por Jean-Baptiste Fourier em 1807). Este algoritmo reduz consideravelmente a quantidade necessária de operações matemáticas. A TF decompõe uma função F(r� em componentes do número de onda k ou da freqüência f. A decomposição chama-se espectro da função.

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

29

4.2 TÉCNICAS DE CORREÇÃO DE ERRO

Técnicas de correção de erro FEC (Forward Error Correction) [39] -

foram incorporadas ao WiMAX para reduzir os requisitos de relação sinal ruído do

sistema. Algoritmos avançados como Reed-Solomon [40] e codificação

convolucional são, utilizados para detectar e corrigir erros para melhorar a eficiência

do sistema. Estas técnicas robustas de correção de erro ajudam a recuperar quadros

corrompidos que podem ter sido perdidos devido a problemas de transmissão.

Requisições automáticas de repetição (Automatic Repeat Request – ARQ) [41] são

usadas para corrigir erros que não podem ser recuperados pelos algoritmos de

verificação, através do reenvio da informação corrompida. Isto significativamente

melhora a taxa de erro por bit do sistema.

O FEC é uma técnica de correção de erros por prevenção, utilizada em

sistemas digitais. Consiste na inserção de bits de redundância na informação

transmitida e codificação apropriada do sinal, ou seja, bits de excesso são incluídos

no fluxo de dados despachados, de tal forma que um algoritmo de correção de erro

possa ser aplicado após a recepção para reduzir os erros. [42]

4.3 MODULAÇÃO

O padrão WiMAX disponibiliza três tipos de modulação básicas na

transmissão do sinal: QPSK, QAM-16 e QAM-64. Todas podem ser usadas sendo

que a modulação será adaptada e modificada de um modo para outro , segundo a

qualidade da comunicação, em conseqüência da distância do assinante à estação

base. É o que chamamos de modulação adaptativa.

4.3.1 Modulação Adaptativa

A modulação muda em função da distância do assinante à CPE, (vide figura

07). A curtas distâncias a modulação utilizada é mais complexa (QAM-64) e

conseqüentemente a taxa de bits é maior. Com o aumento da distância entre o

assinante e a estação base, redução da complexidade da modulação é exigida,

passando para QAM-16 e, finalmente, QPSK.

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

30

FIGURA 07 – Modulação Adaptativa

A modulação adaptativa confere grande robustez ao sistema. Tanto a

estação base quanto a CPE ficam em constante monitoramento do sinal. Uma vez

que o equipamento detecte que o sinal degradou mais do que o permitido para uma

determinada modulação o sistema automaticamente muda de uma modulação para

outra sempre visando QoS e alta taxa de transmissão.

O caminho inverso também é permitido, ou seja, quando um equipamento

percebe que o sinal está aumentando de qualidade e que é possível passar de uma

modulação mais simples para outra mais complexa, sempre visando uma alta taxa

de bits, ele o faz.

Na tabela 02 [43] pode-se perceber que quanto mais complexa for a

modulação (64-QAM) maior será a taxa de transmissão e sua eficiência. Fica

evidente ao de olhar a eficiência (bits/Hz). Isso pode ser observado a partir da

comparação entre as modulações.

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

31

TABELA 02 - Codificação do canal por modulação para o WiMAX

Modulação Tamanho do Bloco de Dados

Tamanho do Bloco

Codificado

Taxa Total de Código

Eficiência [bits/Hertz]

QPSK 23 48 ~ 1/2 1.0 QPSK 35 48 ~ 3/5 1.5

16-QAM 58 96 ~ 3/5 2.4 16-QAM 77 96 ~ 4/5 3.3 64-QAM 96 144 ~ 2/3 3.8 64-QAM 120 144 ~ 5/6 5.0

Nas modulações digitais, os bits do sinal de informação são codificados

através de símbolos. A modulação é responsável por mapear cada possível

seqüência de bits de um comprimento preestabelecido em um símbolo determinado.

O conjunto de símbolos gerado por uma modulação é chamado de constelação,

sendo que cada tipo de modulação gera uma constelação de símbolos diferentes.

Os símbolos nos quais as seqüências de bits de um sinal de informação são

transformadas é que serão modulados e transmitidos pela onda portadora.

A taxa de transmissão de dados disponibilizada por uma modulação é

diretamente determinada pela largura de banda do canal de transmissão e do tipo de

codificação dos bits (símbolos). Taxas elevadas de transmissão por largura de

banda ( bits/Hz ) são obtidas em modulações que apresentam um maior número de

símbolos para codificação dos bits (em ordem decrescente QAM64, QAM16, QPSK,

BPSK). Entretanto, as modulações com elevadas taxas de transmissão de dados

necessitam de uma boa qualidade da transmissão, o que reflete em um SNR (nível

de sinal-ruído) mais elevado.

O padrão IEEE 802.16 busca através de uma modulação adaptativa explorar

de forma otimizada, a melhor modulação para a qualidade da conexão possível.

Desta forma, entrega altas taxas de transmissão a grandes distâncias com eficiência

espectral relativamente imune às possíveis reflexões do sinal. A transmissão dos

dados se dá em entre taxas de transmissão de 1 a 75Mbps.

Basicamente, a distância entre a estação rádio base e o aparelho de

transmissão e as condições de propagação determinam a relação sinal-ruído da

transmissão. Desta forma, a estação base monitora o nível de sinal-ruído da

transmissão em relação a cada aparelho móvel. Assim, à medida que a qualidade do

sinal se deteriora, a estação base determina que a modulação da transmissão seja

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

32

modificada de forma a maximizar a taxa de transmissão de dados. Um procedimento

análogo é realizado quando a qualidade da relação sinal-ruído melhora, aumentando

a complexidade da modulação de fo rma a maximizar a taxa de transmissão de

dados. Assim, a estação base consegue realizar um compromisso entre alcance e

taxa de transmissão realizando uma modulação adaptativa dinâmica.[44]

4.3.2 Tipos de Modulação

A norma IEEE 802.16 [43] permite utilizar tanto a modulação QPSK

(Quadrature Phase Shift Keying) ou QAM (Quadrature Amplitude Modulation).

4.3.2.1 Modulação QPSK

Na modulação QPSK (Quadrature Phase Shift Keying – Modulação por

Mudança de Fase em Quadratura ), que é derivada da modulação PSK31 são

utilizados parâmetros de fase e quadratura da onda portadora para modular o sinal

de informação. Como agora são utilizados dois parâmetros, existem mais tipos

possíveis de símbolos nesta constelação, o que permite que sejam transmitidos mais

bits por símbolo. 9

A Figura 08 ilustra em um diagrama de fase e quadratura (IQ) os 4

possíveis símbolos gerados pela modulação QPSK usando 2 bits por símbolo. Na

QPSK são utilizadas as fases de 0°, 90°, 180° e 270° para carregar informação a

fase da portadora carrega a informação relativa a qual bit está sendo transmitido.

(Ver Tabela 03). [44]

31 PSK (Phase Shift Modulation - Modulação por desvio de fase) consiste em variar a fase da portadora de acordo com os dados a serem transmitidos. “0" - realiza um deslocamento de fase igual a 0 grau e “ 1" - realiza um deslocamento de fase igual a 180 graus.

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33

FIGURA 08 – Constelação QPSK

TABELA 03 – Modulação QPSK

Símbolo Mudança de Fase

00 0 graus 01 90 graus 10 180 graus 11 270 graus

4.3.2.2 Modulação QAM

Na modulação QAM (Quadrature Amplitude Modulation – Modulação de

Amplitude em Quadratura) tanto a fase como a amplitude da portadora variam e o

receptor tem que receber este sinal modulado, detectar a modulação e transformá-lo

de volta no sinal original.

A modulação 64-QAM permite mandar ainda mais bits por símbolo do que a

modulação 16-QAM, porém é necessária uma melhor relação sinal ruído para ser

possível sobrepor as interferências e manter uma determinada taxa de erro de bits.

[44]

4.3.2.3 OFDM (Orthogonal Frequency Division Multiplexing)

A modulação OFDM também conhecida como discrete multitone modulation

(DMT), é uma técnica de transmissão baseada na idéia de multiplexação por divisão

de frequência (FDM) onde as portadoras estão suficientemente espaçadas de modo

a poderem ser recebidas utilizando filtros convencionais. Entretanto, para tornar a

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34

filtragem possível, bandas de guarda têm que ser introduzidas entre essas

portadoras, o que resulta em uma diminuição da eficiência espectral .

Em um sinal OFDM é possível organizar as portadoras de forma que as suas

bandas laterais se sobreponham sem que haja interferência entre elas, resultando

em um ganho espectral de até de 50% em relação à técnica FDM. Para que isso

ocorra, as portadoras devem ser matematicamente ortogonais (vide figura 12),

linearmente independentes, ou seja, no domínio do tempo, o sinal em cada

portadora precisa ter um número inteiro de ciclos no período de símbolo, resultando

em zero o processo de integração do produto de todos os sinais no tempo. [45]

FIGURA 09 – Ortogonalidade entre as portadoras

Um sinal OFDM em banda base32 é a soma de várias sub-portadoras

ortogonais, com os dados de cada sub-portadora sendo independentemente

modulados usando alguma forma de QAM ou PSK. Este sinal em banda base é

usado para modular uma portadora principal usada para transmissão via rádio

freqüência. 10

As vantagens da utilização do OFDM são várias, incluindo elevada eficiência

espectral, imunidade contra multicaminhos e filtragem de ruído simples.

A modulação e demodulação OFDM são tipicamente feitas usando a

transformada rápida de Fourier (FFT) mas, antes de ser modulado na portadora,

32 Banda base é freqüentemente utilizada para a transmissão digital de dados, um único canal utiliza a largura de banda total disponível. Muito utilizada na transmissão de dados nas redes locais.

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35

este sinal passa por diversas etapas de processamento que melhoram ainda mais a

performance alcançada pelo OFDM.

Primeiro, os dados são submetidos a sistemas de proteção de erro (FEC –

Forward Error Corrector) que são a inserção de um código corretor de erros como

por exemplo o Reed-Solomon33 e embaralhamento (scrambling), em que os bits de

um mesmo byte são todos misturados. Em seguida, os bits passam por um processo

de entrelaçamento ou interleaving , no qual eles são reorganizados de modo que bits

subseqüentes passam a ser separados no tempo. Desta forma, a informação torna-

se mais imune a erros do tipo rajada, que atingem bits subseqüentes, pois após este

processamento, estes erros passam a atingir bits pertencentes a diversos bytes

diferentes, que estão muito distantes na informação original. Isto torna mais fácil a

recuperação do sinal original no receptor.

No processo de modulação OFDM, diversas portadoras em freqüências

diferentes são utilizadas para modular o sinal digital, sendo que cada portadora

transporta apenas alguns bits do sinal original após passar pelos processos de

interleaving, embaralhamento, e incluir códigos de correção de erro.

Estas portadoras são ortogonais entre si, para evitar que haja interferência

entre elas. Isso significa que o espaçamento entre as portadoras é igual ao inverso

da duração de um símbolo. A Figura 10 mostra como as portadoras são separadas

no tempo e na freqüência. As portadoras são ilustradas com cores diferentes

mostrando que pedaços de um mesmo bit são transmitidos por portadoras distantes

entre si tanto no tempo como na freqüência.

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

36

FIGURA 10 – Portadoras OFDM

Estas portadoras podem ser moduladas utilizando, por exemplo, QPSK, 16-

QAM ou 64-QAM. Desta forma, cada portadora pode transportar uma taxa

relativamente alta de bits. Além disso, como cada parte do sinal é transportada por

uma portadora em uma freqüência diferente, isso permite também imunidade ao

sinal quanto à interferência em freqüências específicas, uma vez que somente uma

pequena quantidade de bits serão atingidos, os quais estão bem distantes no sinal

original.

Os símbolos modulados em QAM ou QPSK são apenas representações das

suas posições espaciais na constelação de símbolos no domínio da freqüência.

Fazendo-se a transformada inversa de Fourier (IDFT - Inverse Discrete Fourier

Transform ) [46] destes símbolos, eles são colocados no domínio do tempo em

portadoras ortogonais. Ao receber o sinal, o receptor deve apenas fazer a DFT

(Discrete Fourier Transform ) dos blocos de sinal recebidos, para obter o sinal

enviado [44].

A Figura 11 ilustra o esquema de modulação OFDM para o WiMAX segundo

a norma vigente. A informação é mapeada em um símbolo de duração Ts, que

compreende um intervalo de guarda Tg e o símbolo efetivo, de duração Tb. O tempo

de guarda Tg tem a função de aumentar a robustez ao desvanecimento por

multipercurso.

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37

FIGURA 11 - Estrutura do Símbolo OFDM

A porção final de cada símbolo é ciclicamente copiada sobre porção

reservada ao intervalo de guarda originando um prefixo cíclico (CP - Cyclic Prefix),

que contribui para manter a ortogonalidade entre as sub-portadoras. Na Figura 12

pode-se observar os tipos de sub-portadoras da camada física.

FIGURA 12 – Distribuição das sub-portadoras em OFDM

As sub-portadoras piloto são utilizadas nos mecanismos de controle de

potência, ao passo que as sub-portadoras DC podem ser utilizadas como banda de

guarda dentro de um canal de banda larga.

4.4. TAXA DE TRANSMISSÃO

Com um esquema de modulação robusto, o WiMAX entrega elevadas taxas

de transmissão com longo alcance e uma grande eficiência espectral e que é

também tolerante às reflexões de sinais. A velocidade de transmissão dos dados

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38

varia entre 1 Mbps e 75 Mbps, dependendo das condições de propagação, sendo

que o raio típico de uma célula WiMAX é de 6 Km a 9 Km.

Uma modulação dinâmica adaptativa permite que uma estação base negocie

a taxa de transmissão e o alcance do sinal. Por exemplo, se a estação base não

pode estabelecer um link robusto com um assinante localizado a uma grande

distância, utilizando o esquema de modulação de maior ordem, 64-QAM, a

modulação é reduzida para 16-QAM ou QPSK, o que reduz a taxa de transmissão,

porém aumenta o alcance do sinal.

4.5. ESCALABILIDADE

Para acomodar com facilidade o planejamento da célula WiMAX, tanto nas

faixas licenciadas quanto nas não licenciadas, o 802.16a/d suporta diversas larguras

de banda. Por exemplo, se um operador tem disponível 20 MHz de espectro, ele

pode dividi-lo em dois setores de 10 MHz ou 4 setores de 5 MHz cada. Isso permite

um melhor aproveitamento do espectro sem que se tenham faixas de freqüência não

utilizadas.

O operador pode aumentar a quantidade de usuários mantendo um bom

alcance do sinal e uma boa taxa de transmissão. O operador pode, também,

reutilizar o mesmo espectro em dois ou mais setores, criando uma isolação entre as

antenas da estação base.[47]

4.6. COBERTURA

O padrão 802.16 também suporta tecnologias que permitem a expansão de

cobertura, incluindo as tecnologias de smart antennas (antenas inteligentes) assim

como as tecnologias de topologia de rede mesh. [43]

4.7 ARQUITETURA E TOPOLOGIA DE REDE

O padrão IEEE 802.16d suporta duas topologias de rede: a ponto-multiponto

e opcionalmente a topologia mesh (malha). A topologia Mesh permite a comunicação

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

39

assinante-para-assinante em ambiente NLOS. O suporte a topologia foi também

estendido recentemente para as bandas licenciadas.

A topologia Mesh (vide figura 13) permite que a rede se ajuste

automaticamente em sua inicialização na entrada de novos dispositivos ou na perda

de dispositivos. Nesta situação existem múltiplos caminhos entre os diferentes nós e

a rede é auto-suficiente para otimizar o tráfego de dados. Usando esta configuração

podemos ter redes muito extensas, cobrindo largas áreas geográficas. [48]

FIGURA 13 – Topologia Mesh

4.7.1 A Arquitetura e Topologia de Rede do WiMAX

Para o WiMAX são definidos dois importantes elementos de rede:

• Base Station (BS – Estação Base)

• Subscriber Station (SS – Estação do assinante).

A BS realiza a interface entre a rede sem fio e uma rede núcleo (Core

Network), suportando interfaces IP, ATM, Ethe rnet ou E1/T1. A SS permite ao

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

40

usuário acessar a rede, por intermédio do estabelecimento de enlaces com a BS, em

uma topologia ponto-multiponto.

A topologia e a arquitetura de rede especificada pelo IEEE 802.16ª estão

ilustradas na Figura 14.

FIGURA 14 – Distribuição da rede WiMAX

4.8. QUALIDADE DE SERVIÇO

O padrão 802.16 apresenta qualidade de serviço que permite a transmissão

de voz e vídeo, que requerem redes de baixa latência (pequenos atrasos) .

O MAC (Media Access Control) do 802.16 provê níveis de serviço "Premium"

para clientes corporativos, assim como um alto volume de serviços em um padrão

equivalente aos serviços hoje oferecidos pelos serviços de ADSL e de Cable

Modem, tudo dentro da mesma estação base. [47].

4.9 SUBCANALIZAÇÃO

Um problema bastante comum em redes sem fio baseadas em topologia

ponto-multiponto é o desbalanceamento de cobertura entre os enlaces direto

(downlink) e reverso (uplink). De fato, em vários cenários práticos, os aparelhos dos

assinantes (CPE´S) sofrem restrições quanto ao consumo de potência e à potência

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

41

máxima de transmissão, resultando em uma tendência natural para que a cobertura

seja limitada pelo enlace reverso.

Para minimizar o problema do desdobramento de cobertura entre os

enlaces, o padrão 802.16 adota a técnica de subcanalização, representada na

Figura 15 que consiste em um cenário hipotético onde a potência máxima de

transmissão da estação repetidora corresponde a 25% da potência máxima da

estação. Para compensar este desequilíbrio, a técnica de sub-canalização é

adotada, de modo que a informação é transmitida em apenas 25% das sub-

portadoras disponíveis, o que permite elevar a potência efetiva em um fator de

quatro vezes nas sub-portadoras selecionadas. O preço a ser pago pelo aumento de

cobertura por meio da subcanalização é a redução na vazão suportada pelo enlace

[49] .

FIGURA 15 – Subcanalização

5. APLICAÇÕES DO WIM AX

O WIMAX irá facilitar o desenvolvimento de uma série de aplicações de

Wireless Broadband (Figura 16) [50]. Ele pode cobrir vastas distâncias

complementando Wi-Fi e interligando essas redes através de links NLOS e LOS.

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

42

FIGURA 16 – Aplicações para o WiMAX

Abaixo algumas das possíveis aplicações para o sistema WiMAX:

Telefonia Móvel

• Serviço internet de banda larga móvel;

• Conexão ponto-a-ponto (backhaul )33;

• Comunicação móvel (em médio prazo): a Nokia está prometendo o

aparelho móvel em dois anos.

• Backhaul de rede Wi-Fi: a operadora de telefonia móvel agora tem a

opção de conectar redes Wi-Fi a custos bem competitivos e mais

baratos que ADSL;

Telefonia Fixa

• Serviço de internet de banda larga móvel mais barato que o tradicional

serviço com ADSL;11

• Conexão ponto-a-ponto e ponto-multiponto.

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

43

• Busca de clientes de renda mais elevada (classes A, B e até C), em

nichos não alcançados pela tradicional banda larga com ADSL;

• Comunicação Móvel (em médio prazo): a fixa vai competir com a

telefonia móvel a médio/longo prazo;

• Oferta de serviço de telefonia de VoIP34;

• Telefonia Rural.

• Aplicações corporativas privadas (campus networking) (por exemplo,

sistem a de multipagamentos bancários).

Outras Aplicações

• Projetos sociais de inclusão digital;

• Segurança Pública;

• Aplicações públicas comunitárias.

A Figura 17 demonstra os interesses de mercado e a Figura 18 ratifica

mostrando os clientes que essa tecnologia pode vir a abranger.

FIGURA 17 – Interesses de mercado para a tecnologia

12

33

Tecnologia para transmitir o tráfego de voz e dados de uma estação remota para uma estação central. 34

VOIP (Voice over IP – Voz sobre IP) é um conjunto de tecnologias que usa a Internet ou as redes IP privadas para a comunicação de Voz, substituindo ou complementando os sistemas de telefonia convencionais.

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

44

FIGURA 18 – Empresas e aplicações de mercado

5.1 BANDA LARGA SOB DEMANDA

A conexão com a internet em banda larga tem se tornado crítica para várias

empresas, que tendem a se deslocar para regiões onde o serviço esteja disponível.

Atualmente, quando é solicitada a instalação de uma rede banda larga em um local

que ainda não a possui, é comum que isso leve um tempo maior que um mês.

Prédios antigos podem apresentar dificuldades na passagem do cabeamento devido

a não terem sido projetados para esta finalidade. A tecnologia sem fio 802.16

permite que seja oferecido um serviço em poucos dias e com velocidade comparável

a das redes com fio, porém com um custo reduzido.

Esta tecnologia também possibilita que sejam disponibilizadas conexões em

alta-velocidade sob demanda para eventos temporários.[44]

5.2 BANDA LARGA RESIDENCIAL

Limitações práticas impossibilitam que as tecnologias a cabo e DSL

cheguem a muitos consumidores de banda larga em potencial. Sendo assim áreas

não servidas podem vir a aproveitar da tecnologia sem fio, sendo uma escolha

natural para áreas rurais e áreas com pouca densidade populacional. Nestas áreas,

o custo para implementação de redes cabeadas não compensa o retorno do

investimento. Como a tecnologia sem fio possibilita um custo mais baixo, é viável

que seja oferecido acesso em banda larga para áreas rurais antes não atendidas.

Estas aplicações são possíveis pelas seguintes características do WiMAX:

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

45

• Fornecimento de link de dados de NxE135 (com garantia de banda).

• Fornecimento de link de dados de fração de E1 (com garantia de

banda).

• Fornecimento de link de dados em um padrão equivalente ao ADSL

/Cable Modem.

• Portabilidade, isto é, o usuário pode transportar sua CPE e utilizar o

serviço em local diferente do usual.

• Instalação da CPE no modo plug and play36.

• Cobertura sem linha de visada. [44]

5.3 WIMAX HOTSPOT BACKHAUL

Hotspots37 Wi-Fi estão instalados em escala mundial de maneira cada

vez mais acelerada. Um dos obstáculos para o crescimento dos hotspots, no

entanto, é a disponibilidade de soluções backhaul de alta capacidade e que

ofereçam custo beneficio.

Estes problemas podem ser solucionados com o uso do WIMAX. [49]

5.4 WIMAX PARA INTERNET PORTÁTIL

As WLAN´s públicas, enquanto oferecem vários benefícios, são

limitadas em cobertura e capacidade de mobilidade. WIMAX contorna essas

limitações e oferece conectividade banda larga em áreas maiores (hotzones). Wi-Fi

e WiMAX são soluções complementares onde o Wi-Fi é mais adaptado para maiores

áreas de cobertura e conexões internas, e o WiMAX sendo mais adaptado para

maiores áreas de cobertura e conexões externas.[49] 13

35

A Interface para um Tronco E1 é um conjunto de dois cabos coaxiais (metálicos ou ópticos), um para transmissão [TX] e outro para recepção [RX], por onde passam 30 canais de voz digitalizados [01 a 15 e 17 a 31] e 1 canal de sinalização telefônica [16]. 36

Plug and Play, conecte e use, tem como principal característica a facilitação e automatização do reconhecimento de um novo dispositivo conectado a um equipamento. 37

Hotspot é o nome dado ao local onde a tecnologia Wi -Fi está disponível. São locais públicos como cafés, restaurantes, hotéis e aeroportos onde você pode se conectar à internet utilizando um notebook ou PDA.

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

46

6. INTEGRAÇÃO E INTEROPERABILIDADE COM OUTRAS TECNOLOGIAS

A expectativa é de que haja uma convivência padronizada em breve entre as

tecnologias Wi-Fi, WiMAX e a das redes 3G, uma vez que os grupos de

padronização têm buscado a interoperabilidade das redes e dos dispositivos,

objetivando orientar os fabricantes de equipamentos, de dispositivos e de sistema

nos próximos anos. Essa integração é essencial par a evolução das redes e

facilitará, potencializando a comercialização da tecnologia WiMAX.

O WiMAX pretende motivar um mercado de acesso banda larga mais

competitivo através de um conjunto mínimo de especificações de performance da

interface aérea entre os produtos dos diversos fabricantes, certificando os produtos

que atendem a estas especificações.

a) Para os operadores de rede, esta interoperabilidade entre

equipamentos significa a não dependência de um fornecedor para o

desenvolvimento de sua rede.

b) Para os fabricantes de equipamentos significa menos tipos diferentes

de produtos a desenvolver e a produzir.

c) Para os Fabricantes de componentes, significa uma escala de

produção muito maior.

d) Para o usuário final significa acessos banda larga mais velozes e mais

baratos.

O estabelecimento de um padrão é essencial para a adoção em massa de

uma tecnologia, porém o padrão por si só não é suficiente para possibilitar a

interoperabilidade. Com o intuito de alcançar a interoperabilidade, o Forum WiMAX

se empenha para obter um conjunto único de parâmetros para o qual todos os

equipamentos devem obedecer. Estes parâmetros e uma série de protocolos de

testes visam estabe lecer um protocolo interoperável, possibilitando que

equipamentos de fabricantes diferentes se comuniquem, permitindo que os

compradores de equipamentos escolham qual o fabricante a ser utilizado [47].

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

47

7. ASPECTOS TÉCNICOS PARA O SISTEMA WIMAX

Após um embasamento do sistema WiMAX, o presente trabalho pretende

apresentar uma pré -especificação da cadeia de rádio baseado na norma IEEE

802.16 [43].

Um equipamento de rádio é utilizado com a finalidade de transmitir ou

receber mensagens e outras espécies de informações por intermédio de ondas

eletromagnéticas, incluindo-se nesta categoria os equipamentos destinados à

transmissão e recepção de imagens. Os equipamentos de rádio mais comuns são os

transmissores, os receptores e os transceptores, sendo este último uma combinação

dos dois primeiros.

A presente especificação baseia-se no padrão WirelessMAN – OFDM que se

restringe a camada física (PHY), sem linha de visada (NLOS) e na banda de 2 GHz

a 11 GHz.

7.1 CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DOS EQUIPAMENTOS DE RÁDIO

O desempenho de um sistema de comunicação depende das características

dos equipamentos que o compõe. No Quadro 02 estão citadas as principais

características dos transmissores e receptores de rádio, estando incluída a antena,

por ser ela parte integrante de uma estação. A qualidade da comunicação e a

distância alcançada pelo sistema são proporcionais à potência do transmissor, ao

ganho das antenas e à sensibilidade do receptor, mantido constante as outras

características.[51]

QUADRO 02 – Características principais de antenas e equipamentos de rádio

ANTENAS

Freqüência

Ganho

Diretividade

Impedância característica

Tipo de polarização

TRANMISSORES

Freqüência de operação

Potência de saída

Tipo de modulação

RECEPTORES

Freqüência de operação

Sensibilidade

Seletividade

Tipo de modulação

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

48

7.2 BANDA DE FREQÜÊNCIA

Em todo o mundo o estudo deste padrão de comunicações tem sido

bastante difundido e os governos e órgãos que regulamentam os sistemas de

telecomunicações de cada país, já estão por liberar faixas de freqüência para

WiMAX. No entanto, as faixas para esse sistema não são as mesmas em todos os

países. A Tabela 04 mostra as faixas que podem ser utilizadas para WiMAX e as

que são liberadas em breve [52].

TABELA 04 – Freqüências alocadas para WiMAX

Banda Freqüência Licença Requerida

Disponibilidade

2.5 GHz 2.5 a 2.69 GHz Sim

Brasil, México, alguns países do sul da Ásia e U.S. (o WiMAX fórum inclui 2.3 GHz para U.S. nessa categoria de banda porque espera cobrir 2.3 GHz com 2.5 GHz) propriedade varia com o país.

3.5 GHz

3.3 a 3.8 GHz, mas preferencialmente 3.4 a 3.6 GHz

Sim, em alguns países

Na maioria dos países. (exceto U.S.) 3.4 GHz a 3.6 GHz está alocado para banda larga sem fio.

5 GHz 5.25 a 5.85 GHz

Não

Na faixa de 5.725 GHz a 5.85 GHz, muitos países permitem alta potência de saída (4 Watts) a qual pode melhorar a cobertura.

7.3 DUPLEXAÇÃO

O padrão de duplexagem pode ser escolhido em função do valor do

equipamento ou e de uma maior eficiência e é outro fator de grande importante do

sinal. Os sistemas de duplexagem são divididos em TDD, FDD e HFDD.

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

49

7.3.1 Tecnologia TDD

O padrão TDD (time division dupplexing) utiliza uma mesma banda de

freqüência para o transmissor e o receptor mas os canais de recepção e transmissão

são separados no domínio do tempo.

Assim essa tecnologia requer apenas um oscilador local (LO) para o rádio.

Além do mais, apenas um filtro é necessário e esse filtro é dividido entre a

transmissão (Tx) e a recepção (Rx). O sintetizador é um dos componentes mais

caros de um rádio. Como o TDD requer apenas um sintetizador, o circuito torna-se

menos caro. Outro ponto positivo dessa tecnologia é de que ela só necessita de

apenas um filtro de RF reduzindo o custo e espaço da placa. A Figura 19 mostra um

rádio TDD.

FIGURA 19 – Rádio TDD

Embora o TDD tenha todas as vantagens já citadas, há uma redução da taxa

de transmissão pois não há transmissão de dados enquanto o Rx estiver acionado.

O que já não ocorre nos sistemas FDD.

Sistemas TDD são mais utilizados em bandas não licenciadas porque

nessas bandas, as regulamentações de potência de saída são mais leves do que

nas bandas licenciadas [ 53].

7.3.2 Tecnologia FDD

Nos sistemas FDD (frequency division duplexing) os dados de transmissão

(Tx) e recepção (Rx) são transmitidos ao mesmo tempo mas em freqüências

diferentes.

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

50

Isso confere uma maior robustez ao sistema demandando também um maior

consumo de potência. Esse é um dos fatores que fazem dessa tecnologia uma

implementação mais cara que a TDD. Assim, FDD não é ideal para plataformas

portáteis ou rádios móveis.

Sistemas FDD são tipicamente utilizados em bandas licenciadas (5,8GHz,

2,5 GHz e 3,5 GHz), na qual o espectro torna-se caro porque é preciso pagar pelo

seu uso. O custo do uso do espectro força as concessionárias a servir tantos

usuários quanto possível. No entanto, para WiMAX, é apreciável que a estação base

trabalhe em FDD, mas para reduzir custos a estação repetidora deve operar em uma

estrutura HFDD. A Figura 20 demonstra como é um rádio FDD. [53]

FIGURA 20 - Rádio WiMAX FDD

7.3.3 Tecnologia HFDD

A tecnologia HFDD proporciona que o transceptor opere tanto em TDD

quanto em FDD. O HFDD (half frequency division duplexing) agrega as vantagens

do TDD e do FDD.

A estação base pode operar em FDD e reter a vantagem de maior

capacidade frente a sistemas TDD. Isso diminui o custo do rádio significativamente

na estação repetidora, na qual o custo da unidade deve ser reduzido.

Em HFDD, o custo reduzido aparece no filtro Rx/Tx, sendo que há apenas

um sintetizador na placa. Outro ponto a favor dessa tecnologia é de que ela pode

operar tanto em bandas licenciadas como não licenciadas. Logo, ela vem a se

adequar perfeitamente as necessidades do WiMAX .[53].

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

51

A Figura 21 mostra a arquitetura HFDD. Como existe uma separação de

freqüência entre o Rx e o Tx então um filtro de separação é necessário na entrada e

na saída.

FIGURA 21 – Arquitetura HFDD

7.3.4 Contrastes entre TDD, FDD e HFDD

O FDD usa o Tx/Rx simultaneamente mas , separados por canais,

freqüências, diferentes, H-FDD transmite em canais diferentes em tempos diferentes

enquanto que o TDD utiliza-se de tempos diferentes pra a transmissão e recepção.

A escolha da duplexação, afeta o custo e o tempo de projeto. Por exemplo,

um sistema FDD custará mais porque o Tx/Rx requer dois rádios completos e

transmitindo simultaneamente. Entretanto, FDD permitirá uma taxa de transmissão

maior, como a largura de banda é dedicada para o receptor e transmissor, e essa

largura de banda é usada simultaneamente. A figura 22 demonstra as três

tecnologias, onde DL é download (entrega de dados pela BS) e UL é uplod

(recebimento de dados pela BS).

Muitas indústrias líderes de mercado acreditam que a BS usará

o modo FDD devido a sua alta taxa de transmissão, enquanto que a SS usará

duplexagens de custo menor como TDD ou o H-FDD.

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

52

FIGURA 22 – Transmissão em TDD, FDD e HFDD (FDD/TDD)

O HFDD pode ser uma alternativa bastante atrativa porque tem um único

rádio, um único sintetizador e custo similar ao TDD. A chave está em fazer com que

o sintetizador do H-FDD seja capaz de trocar entre Tx e Rx em um tempo entre 100

ms. Isso porque o não transmite e recebe o sinal ao mesmo tempo, a filtragem é

menos requisitada comparada ao FDD [54].

7.4 LARGURA DO CANAL

O WiMAX possibilita canalização desde 1.75 MHz a 20 MHz para o espectro

licenciado. Quanto maior a largura do canal, maior será a taxa de transmissão. A

canalização é variável em função da modulação e da distância da CPE a estação

base.

Por exemplo, se um fornecedor de serviço, Europeu, que opera na faixa de

3,5 GHz, e tem alocado 14 MHZ de espectro, é provável que ele deseje que o

equipamento suporte canais com largura de banda de 3,5 e/ou 7 MHz e,

dependendo das exigências regulatórias, opere em TDD ou de FDD. Similarmente,

um WISP (Wireless Internet Service Provider) nos Estados Unidos que usa o

espectro licenciado-isento na faixa de 5.8GHz pode desejar que o equipamento

suporte TDD e uma largura de banda de 10 MHz.

7.5 MODULAÇÃO

A norma IEEE 802.16 [43] estipula valores de SNR (Signal Noise Ratio –

Relação Sinal Ruído) que devem ser atingidos. (Vide tabela 05).

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

53

TABELA 05 – Modulação x SNR

Modulação Ruído SNR [dB]

BPSK 6

QPSK 9

16-QAM 16

64-QAM 22

7.6 PARÂMETROS OFDM PARA O WIMAX

7.6.1 Parâmetros Primitivos

Quatro parâmetros primitivos caracterizam os símbolos OFDM:

• BW: Largura de banda do canal

• Nused: Número de sub-portadoras

• N: Fator de amostragem. Esse parâmetro junto com o BW e o Nused

determinam o espaçamento das sub-portadoras.

• G: Taxa de tempo útil do CP.

7.6.2 Parâmetros Derivados

• NFFT : Menor potência de 2 e maior do que Nused

• Freqüência de amostragem Fx: fundo(n*BW/8000)*8000

• Espaçamento entre portadoras ∆f=Fx/NFFT

• Símbolo de tempo efetivo Tb=1/∆f

• Tempo de CP : Tx = G*Tb

• Símbolo de OFDM: Tx=Tb + Tg

• Tempo de amostragem: Tb /NFFT

7.6.3 Parâmetros do sinal Transmitido

Os parâmetros do sinal transmitido são dados No tabela 06 a seguir.

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

54

TABELA 06 – Parâmetros do Símbolo OFDM

PARÂMETRO VALOR

NFFT 256

NUSED 200

Largura do Canal

Múltiplo de:

n

1,75 MHz 8/7

1,50 MHz 86/75

1,25 MHz 144/125

2,75 MHz 316/275

2,00 MHz 57/50

N

OUTROS 8/7

G 1/4, 1/8, 1/16, 1/32

Nº de portadoras de baixa

freqüência

28

Nº de portadoras de alta freqüência 27

7.7 CONTROLE DE POTÊNCIA

Algoritmos de controle de potência são usados para melhorar a performance

geral do sistema, sendo implementados através do envio de informação de controle

de potência pela estação base a cada CPE, para que estas regulem o nível de

potência de transmissão de forma que o nível de potência recebido pela estação

base se encontre em um valor pré -determinado. Em um ambiente onde a atenuação

provocada pelo ambiente muda constantemente com a distância as CPE s irão

transmitir apenas potência suficiente para satisfazer os valores pré -determinados

pela estação base.

O controle de potência reduz o consumo de potência total do CPE e a

interferência potencial com outra estação base. [49]

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

55

7.8 DIVERSIDADE DE TRANSMISSÃO

Há um modo de transmissão opcional que possibilita que a estação base

tenha duas antenas de transmissão e a estação repetidora apenas uma. É a

codificação espaço-tempo (STC) (ou espaço-freqüência) que é onde os sinais são

transformados e delegados à antenas, freqüências ou símbolos específicos no

tempo. Este é um mecanismo para diminuir os efeitos do enfraquecimento do sinal

de multicaminhos, que pode oferecer um ganho maior do que a diversidade

comutada dependendo da implementação e do ambiente. Para os dispositivos

WiMAX o código espaço-tempo conhecido como código Alamouti é o que se

pretende usar.[55]

Esse esquema requer uma estimação de canal em MISO (Multiple Input

Silge Output) [56]. A Figura 23 mostra a inserção do STC na cadeia OFDM. Cada

antena Tx tem sua cadeia OFDM, mas elas possuem o mesmo oscilador local para

propósitos de sincronização.

Ambas as antenas transmitem ao mesmo tempo símbolos diferentes de

OFDM, mas como mesmo oscilador local. Assim, o receptor tem exatamente as

mesmas propriedades de auto-correlação para a antenas comum. [43]

FIGURA 23 – Ilustração do STC

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

56

8. ESPECIFICAÇÃO DOS PARÂMETROS DO TRANSCEPTOR WIMAX

O transceptor possui um transmissor (Tx) e um receptor (Rx). Baseando-se

no padrão IEEE 802.16 [43], a seguir será mostrado os parâmetros que o

transceptor deverá atender e sobre que aspectos deverá funcionar.

8.1 BANDA DE FREQÜÊNCIA

O dispositivo deverá operar entre 2 e 11 GHz cobrindo a faixa de

WirelessMAN-OFDM do sistema WiMAX e tem por objetivo sistemas NLOS.

8.2 RECEPTOR

Dois aspectos são de grande importância para um receptor: seletividade e

sensibilidade.

A seletividade é a capacidade de selecionar o sinal desejado dentre os

demais sinais a que o receptor está recebendo. Enquanto que a sensibilidade é a

capacidade de detectar sinais de baixa intensidade [51].

A norma IEEE 802.16 especifica que o NF (noise figure – figura de ruído)

deve ser de no máximo 7dB. [43]

A sensibilidade do rádio é calculada com base nas informações descritas

nos tópicos 7.5.1, 7.5.2 e 7.5.3., através da fórmula que segue:

Rss=-102+SNRRX + 10 log (FS (Nusado/NFFT*Nsubcanal/16)

Os valores de SNRRx são dados pelo tabela 07.

BER medido depois do FEC menor do que 10-6

Nsubcanal: igual a 16 sem subcanalização

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

57

TABELA 07- Valores de SNR no Receptor [22]

Modulação Taxa de

Código

RECEPTOR SNR

[dB]

BPSK 1/2 6.4

1/2 9.4 QPSK

3/4 11.2

1/2 16.4 16-QAM

3/4 18.2

64-QAM 2/3 22.7

3/4 24.4

Substituindo-se os dados da equação, obtêm-se os seguintes valores de

sensibilidade para cada taxa de código das modulações: (tabelas 08 e 09).

TABELA 08 – Sensibilidade do Receptor

BPSK QPSK BW

1/2 ½ ¾

1,75E+06 6,4 -72,69 9,4 -69,69 11,2 -67,89

1,50E+06 7,4 -72,35 10,4 -69,35 12,2 -67,55

1,25E+06 8,4 -72,12 11,4 -69,12 13,2 -67,32

2,75E+06 9,4 -67,71 12,4 -64,71 14,2 -62,91

2,00E+06 10,4 -68,12 13,4 -65,12 15,2 -63,32

TABELA 09 – Sensibilidade do Receptor

16-QAM 64-QAM BW

½ 3/4 1/2 3/4

1,75E+06 16,4 -62,69 18,2 -60,89 22,7 -56,39 24,4 -54,69

1,50E+06 17,4 -62,35 19,2 -60,55 23,7 -56,05 25,4 -54,35

1,25E+06 18,4 -62,12 20,2 -60,32 24,7 -55,82 26,4 -54,12

2,75E+06 19,4 -57,71 21,2 -55,91 25,7 -51,41 27,4 -49,71

2,00E+06 20,4 -58,12 22,2 -56,32 26,7 -51,82 28,4 -50,12

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

58

8.2.1 Nível de interferência de canal adjacente

O sistema deve alcançar o mínimo de interferência de canal adjacente e

alternado como mostrado na tabela 10.

TABELA 10 - Mínima Interferência de canal adjacente e alternado

BER 10-3 para 3dB

de degradação BER 10-3 para 1dB

de degradação

BPSK -12 BPSK -8 QPSK -9 QPSK -5

16-QAM -2 16-QAM 2 64-QAM 5 64-QAM 9

Interferência do 1º Canal Adjacente

256-QAM 12 256-QAM 16 BPSK -37 BPSK -33 QPSK -34 QPSK -30

16-QAM -27 16-QAM -22 64-QAM -20 64-QAM -16

Interferência do 2º Canal Adjacente

256-QAM -13 256-QAM -9

8.2.2 Demais Dados do Receptor

• Máxima potência de entrada: -40dBm

• Máximo sinal tolerado: máximo de 0dBm sem danos.

• Rejeição de Imagem: 60dB.[22]

8.3 TRANSMISSOR

8.3.1 Potência de Saída.

A potência de saída para o transmissor é dada pela tabela 11 [58].

TABELA 11 – Potência de Saída

BPSK 23 dBm

QPSK 23 dBm

16-QAM 20 dBm

64-QAM 17 dBm

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8.3.2 Linearidade da Potência de Saída

No caso do WiMAX, a linearidade da potência de saída pode ser

determinada através do EVM (Error Vector Magnitude) [59] que corresponde ao

máximo erro de magnitude observado para o vetor da modulação em quadratura

(vetor é dado a partir da origem até o ponto). É uma diferença de medição entre a

forma de onda ideal e a forma de onda medida. Não deve ser maior do que 3,10%,

assumindo para o pior caso, QAM-64.

8.3.3 Nível de Ruído de Saída

O sinal transmitido não deve ter um SNR38 menor do que 40 dB no ponto de

alimentação da antena de transmissão.

8.3.4 Erro de Constelação

O sinal de erro de constelação é o erro entre o símbolo da constelação

recebida (ruído) e o mais perto do ideal [60].

O erro de constelação permitido é dado pela tabela 12 a seguir: 14

TABELA 12 – Erro de Constelação

Modulação

Erro Relativo de Constelação

[dB]

BPSK-1/2 -13.0

QPSK-1/2 -16.0

QPSK-3/4 -18.5

16-QAM-1/2 -21.5

16-QAM-3,/4 -25.0

64-QAM-2/3 -28.5

64-QAM-3/4 -31.0

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8.3.5 Demais especificações

Controle de Potência: 0,5dB de degrau. De -64 dBm a 63.5 dBm.

Nivelamento Espectral: Diferença entre sub-portadoras não deve exceder

0,1dB. (Quadro 03)

QUADRO 03 – Nivelamento Espectral da portadora OFDM

Linha Espectral Nivelamento Espectral

Linha Espectral de -50 a -1 e +1 a

+50

± 2dB de energia medida média sobre

todos os 200 tons ativos

9. CONCLUSÃO

38 SNR (Signal to noise ratio – Relação Sinal Ruído) é a relação entre a potência do sinal e o ruído de

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61

O padrão WiMAX vem cada vez mais se despontando no mercado mundial e

promete revolucionar as redes atuais tanto fixas como móveis , provendo links

rápidos e maior largura de banda ao usuário.

Há previsões de que o WiMAX venha preceder a 4G (telefonia de quarta

geração). Ainda é possível concluir que os provedores dos serviços de

telecomunicações estarão livres dos altos custos de cabeamento para construir uma

nova rede, permitindo a eles prover um serviço mais barato e amplo de banda larga

em áreas antes inexploradas.

Um outro fator importante é a interoperabilidade e a variedade de serviços

suportados pelo 802.16, o que deve garantir a sua rápida adoção, justificando a

expectativa de ser a próxima revolução sem fio.

Visando a interoperabilidade e a breve inserção do padrão WiMAX no

mercado mundial, no presente trabalho foi proposto apresentar uma visão geral do

sistema. Mostrando as grandes qualidades e as contribuições que esse padrão

poderá trazer ao mercado corporativo, residencial e rural.

No entanto o que o trabalho procurou focar foram os aspectos técnicos do

sistema, para contribuir aos aspectos científicos, no desenvolvimento de futuros

equipamentos baseados nessa tecnologia sem fio.

Aspectos já conhecidos do mundo das telecomunicações como

multiplexação, modulação e modelo de camadas foram expostos para que com base

nesses já conhecidos assuntos e outros mais recentes como códigos corretores de

erros, modulação ortogonal, HFDD, etc; fosse de mais claro entendimento o modo

de operação do sistema WiMAX.

A norma IEEE 802.16 permite que o WiMAX possa despontar no mercado

mundial como uma tecnologia que devido às suas carac terísticas técnicas se molda

ao ambiente em que será implantado.

A modulação adaptativa e o uso de antenas MIMO farão do WiMAX uma

tecnologia robusta e de rápida aceitação.

Após todo o estudo e embasamento proposto, espera-se que as informações

aqui contidas venham colaborar para futuros estudos e desenvolvimentos sobre

essa tecnologia.

fundo, medida em decibéis (db). Quanto maior o número, mais pura é comunicação de dados.

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62

10. GLOSSÁRIO

3G Third-generation Mobile Telephone Technology

AAS Advanced Antenna Design

ARQ Automatic Repeat Request

ASK Amplitude Shift Keying

ATM Asynchronous Transfer Mode

BER Bit Error Rate

BPSK Binary Phase Shift Keying

BW Bandwidth

CDMA Code Division Multiple Access

CPE Customer Premise Equipment

DES Data Encryption Standard

DFT Discrete Fourier transformer

DSL Digital Subscriber Line

DSS Direct Sequence Spread Spectrum

EDGE Enhanced Data Rates for GSM Evolution

ETSI European Telecommunications Standards Institute

EV-DO Evolution Data Optimized

FCC Federal Communications Commission

FDD Frequency Division Duplex

FEC Forward Error Correction

FFT Fast Fourier Transform

FSK Frequency Shift Keying

GPRS General Packet Radio Service

GSM Global system for Mobile Communications

HDLC High-level Data Link Control

IEEE Institute of Electrical and Electronics Engineers

IP Internet Protocol

ISO International Standards Organization

LLC Logical Link Control

LOS Line of Sight

MAC Media Access Control

MIMO Multiple Input Multiple Output

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63

NLOS Non Line of Sight

OFDM Orthogonal Frequency Division Multiplexing

OFDMA Orthogonal Frequency Division Multiplexing Access

OSI Open Systems Interconnection Reference Model

PHY Physical Layer

PSK Phase Shift Keying

QAM Quadrature Amplitude Modulation

QoS Quality of Service

QPSK Quadrature Phase Shift Keying

RF Radio Frequency

SIG Special Interest Group

SNR Signal Noise Ratio

TCP Transfer Control Protocol

TDD Time Division Duplexing

TDM Time Division Multiplexing

TDMA Time Division Multiplexing Access

UDP User Datagram Protocol

UMTS Universal Mobile Telecommunications Systems

UWB Ultra Wide Band

WCDMA Wide Band Code Division Multiplex Access

WiMAX Worldwide Interoperability for Microwave Access

WISP Wireless Internet Service Provider

WLAN Wireless local Area Network

WMAN Wireless Metropolitan Area Network

WPAN Wireless Personal Area Network

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64

11. REFERÊNCIAS

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