Tema: A Família
Projeto Sócio-Educativo
do
Centro Social Caldas de Vizela (São Miguel)
Creche
Lar de Infância e Juventude
Serviço de Apoio Domiciliário
De 2011 a 2014
1
ÍNDICE
I- Introdução………………………………………………………………………………………………………….3
II- Caracterização do meio envolvente……………………………………………………………………4
III- História da Instituição……………………………………………………………………………………….5
IV- Missão da Instituição………………………………………………………………………………………..9
V- Politica da Qualidade…………………………………………………………………………………………9
VI- Visão da Instituição………………………………………………………………………………….…….10
VII- Estratégias da Instituição………………………………………………………………….……..……10
VIII- Valores da Instituição………………………………………………………………………………..…10
IX – Caracterização da Instituição………………………………………………………………..………11
X- Fundamentação Teórica do Projecto Sócio-Educativo…………………………………..…25
XI- Objectivos do Projecto Sócio-Educativo………………………………………………….…….27
XII – Bibliografia…………………………………………………………………………………………….……28
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I
Introdução
“O projeto não é uma simples representação do futuro, mas um futuro a construir, uma
ideia a transformar em ato”
Jean-Marie Barbier
Este Projeto Sócio-Educativo estabelece os princípios e as opções que moldam
o Projeto Pedagógico das salas da Creche, o Projeto Educativo do Lar de Infância e
Juventude e o Plano de Atividades e Desenvolvimento Pessoal do Serviço de Apoio
Domiciliário.
A realização deste Projeto Sócio-Educativo por parte do Centro Social Paroquial
de Caldas de Vizela (São Miguel) assenta na articulação com Regulamento Interno e os
critérios estabelecidos nos Manuais de Qualidade da Segurança Social, promovendo
uma filosofia de desenvolvimento desta Instituição.
A existência deste projeto demonstra perante a comunidade, uma prática que
corresponde às necessidades e anseios da mesma, enquanto satisfaz a realização
profissional dos que se envolvem na sua execução.
Neste projeto são pretendidas desenvolver ações que vão ao encontro das
necessidades identificadas, para aumentar a qualidade dos serviços da Instituição, no
sentido de melhorar a participação dos seus elementos de acordo com o espírito deste
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Projeto Sócio-Educativo.
II Caraterização do Meio Envolvente
O concelho de Vizela, criado em 1998, pela Lei nº 63/98, localiza-se na região Norte,
na convergência do Minho e do Douro Litoral. Faz fronteira com os concelhos de Guimarães,
Felgueiras, Lousada e Santo Tirso. Administrativamente integra o Distrito de Braga, formado
por 14 municípios, e constitui-se como um dos oito concelhos que compõem a Sub-região do
Ave. Desde Abril de 2008 a Sub-região do Ave apresenta uma nova configuração com a
integração dos concelhos de Santo Tirso e Trofa na Área Metropolitana do Porto. De acordo
com a atual configuração, a NUT III Ave é constituída pelos concelhos de Cabeceiras de
Basto, Fafe, Guimarães, Mondim de Basto, Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho, Vila Nova de
Famalicão e Vizela.
O Concelho de Vizela apresenta uma área total de 24,7 km2, dividida
administrativamente em 7 freguesias: Infias, Caldas de Vizela (S. Miguel), Caldas de Vizela (S.
João), Santa Eulália, Vizela (Santo Adrião), Tagilde e Vizela (S. Paio).
O território apresenta uma elevada densidade demográfica, encontrando-se a
população dispersa pela sua quase totalidade. A densidade populacional registada no
concelho de Vizela, de 991.0 hab/km2, é bastante superior à média da NUT III Ave, que se
situa nos 421.1 hab/km2. Nenhuma freguesia tem densidade inferior a 600 hab/km2. A
distribuição da população pelas sete freguesias que compõem o concelho revela que Caldas
de Vizela (S. Miguel) (27,8%) e Santa Eulália (23%) são as freguesias com maior número de
residentes, totalizando metade da população do concelho.
Mais recentemente, as estimativas do INE para 2008 apontavam para 24.477
habitantes residentes no concelho: 12.061 (49,7%) homens e 12.416 (51,1%) mulheres.
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Constata-se, assim, que desde 2001 o número de residentes no concelho terá aumentado
em cerca de 1.882 efectivos (8.3%).
A estrutura produtiva do concelho de Vizela é predominada pelos setores: terciário e
secundário. Em 2007, o setor terciário representava 78% das empresas com sede no
concelho predominando, de acordo com a Classificação Portuguesa de Actividades
Económicas (CAE), o “comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis
motociclos e de bens de uso pessoal e doméstico”, com 37.9% (543 empresas).
O sector secundário é representado por 22.0%, num total de 403 empresas,
dominando a área têxtil e confecção, com 260 empresas (64.5%) no total da indústria
transformadora do concelho (na NUT III Ave esta representa 58.5% e a nível nacional
representa 18.2%). Segue-se a indústria do couro e de produtos do couro, com 47 empresas
classificadas (11,6%). As indústrias metalúrgicas de base e de produtos metálicos e a
indústria de pasta, de papel e cartão e seus artigos de edição e impressão assumem também
alguma relevância com 30 e 26 empresas classificadas, respectivamente. Em relação à
dimensão das empresas, predominam as micro-empresas. Em 2007, 92% das empresas com
sede no município tinham ao seu serviço menos de 10 trabalhadores.
Em 2001 os Censos davam conta que o concelho de Vizela possuía uma
população economicamente ativa de 12 360 indivíduos (6 529 Homens e 5 831
Mulheres), dos quais 11 752 (95.1%) encontravam-se empregados e 608 (4.9%)
desempregados.
Na atualidade, o concelho de Vizela tem vindo a apresentar níveis de
desemprego preocupantes, acima da média nacional. Para esta situação terão
contribuído sobretudo a fragilidade da estrutura produtiva e as baixas qualificações
escolares e profissionais da população ativa.
III - História da Instituição
A comunidade de São Miguel de Vizela teve desde sempre, presente, o aspeto
sócio-caricativo, merecendo especial atenção o apoio à criança e á terceira idade.
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Neste sentido, a comunidade fez um levantamento da existência da população
idosa e verificou que a solidão deprimia as pessoas, e deste modo adquiriram uma
carrinha, com a ajuda de pessoas generosas, para que os idosos se pudessem deslocar
e conviver mais entre eles e com a própria comunidade.
A partir de 1986 desenvolveram-se diferentes actividades de carácter cultural,
recreativo, animação e convívio onde os idosos começaram a participar em passeios de
Verão, eram acompanhados a consultas médicas e tratamentos. Além disso, foi
dedicado um domingo á terceira idade, geralmente no mês de Setembro, agrupando
as pessoas num convívio com participação na Eucaristia e almoço de confraternização.
Nalguns anos dedicou-se mais atenção á época de Natal, com a realização de uma
Ceia. Ainda hoje se celebra, integrado na Festa de S. Miguel, padroeiro da comunidade,
o dia do Idoso.
No entanto, sem esquecer o sector infantil, a comunidade formou uma equipa
de apoio à criança que tinha, inicialmente, como objetivo realizar várias festas para as
crianças, tais como: o Carnaval, o Natal e o Dia da Criança, sempre com atividades
culturais e recreativas, desde concursos literários, desenho, desporto, etc.
Através da realização destas ações verificou-se que, para a terceira idade era
necessário um apoio mais direto e que as crianças precisavam de ter os tempos livres
mais ocupados, surgindo o Serviço de Apoio Domiciliário e o C.A.T.L. (Centro
Actividades de Tempos Livres).
Em declaração no Diário da Republica, Nº 38, III Série a 14 de Fevereiro de
1990, página 2186, declarou-se o registo definitivo dos estatutos desta Instituição
como Instituição Particular de Solidariedade Social, reconhecida como pessoa colectiva
de utilidade pública, em conformidade com o disposto no estatuto aprovado pelo
Decreto-lei nº 119/83 de 25 de Fevereiro. Tendo sido a 7 de Julho de 1989 recebida
pelo Centro Regional de Segurança Social de Braga a participação a que se refere o
artigo 45.º do citado estatuto. O registo foi lavrado pela inscrição nº 70/89, a fl. 49 do
livro nº 4 das Fundações de Solidariedade Social.
Verificando-se que existiam idosos que necessitavam de um maior
acompanhamento ao longo do dia, criou-se o Centro de Dia e de Convívio, que
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funcionava das 9h00 às 17h00. O Centro de Dia proporcionava ao idoso todo o
acompanhamento, desde o transporte (quer de casa para o Centro, como do Centro
para casa), atividades recreativas e ainda o serviço de refeições (pequeno-almoço,
almoço e lanche). O Centro de Dia e de Convívio facultava aos idosos actividades
variadas, de forma a ocupar os seus tempos livres de uma maneira divertida e
saudável. Os idosos tinham a oportunidade de darem passeios a locais por eles
escolhidos, tais como: o Santuário do Sameiro e o Bom Jesus em Braga, a Penha em
Guimarães, entre outros. Tinham natação e ginástica uma vez por semana nas Termas
de Vizela, e na segunda quinzena de Julho iam para a praia juntamente com as
crianças, de forma a proporcionar um intercâmbio intergeracional, entre as crianças do
C.A.T.L. e os idosos do Centro de Dia e de Convívio.
Normalmente, quando os idosos começam a frequentar o Centro de Dia têm a
intenção de mais tarde serem integrados num Lar, situação que não se verificava nesta
Instituição. Os idosos eram muito apegados à sua residência e iam para o Centro de
Dia, apenas para não ficarem sozinhos em casa e passarem os seus tempos livres com
atividades lúdicas e recreativas.
Em Março de 1993, foram detectadas situações de pessoas em completo
isolamento. Então, criou-se um Mini-Lar para albergar permanentemente essas
pessoas idosas. Esta valência funcionou juntamente com o Centro de Dia e de Convívio
até Julho de 1999, mês em que os 15 utentes deste e do Mini-Lar transitaram para o
novo Lar da Santa Casa da Misericórdia de Vizela.
Relativamente ao C.A.T.L. que iniciou em 1989, com o acordo para 60 crianças,
tendo sido alterado para 120 crianças do 1º ciclo do ensino básico. Durante muitos
anos o C.A.T.L. funcionou em conformidade com a escola, com os horários duplos e
dando resposta das 07h30 até às 19h00 de acordo com as necessidades dos pais e
encarregados de educação. Durante 20 anos, esta resposta social proporcionou
actividades de carácter lúdico-pedagógicas e de animação sócio-cultural, bem como
actividades extra -curriculares como a natação, o karaté, o inglês, jazz infantil e
tecnologias de informação e comunicação. A ocupação dos tempos livres, durante as
férias escolares eram organizadas diversas atividades, como visitas a museus, idas á
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piscina, espaços de lazer e recreio, idas á praia durante a segunda quinzena de Julho,
realização de festas de Natal, Carnaval e Final do Ano e exposições.
Com reforma legislativa em que alterou os horários do 1º ciclo, com a
concepção de escola a tempo inteiro, afetou automaticamente á diminuição de
crianças no C.A.T.L. e culminou no efetivo encerramento em Agosto de 2009.
A resposta social de Serviço de Apoio Domiciliário (SAD) a funcionar desde
Julho de 1989 beneficiou no sentido de melhorar as condições existentes, o SAD em
2003/ 2005 do Programa de Apoio Integrado a Idosos (PAII), com vista a proporcionar
uma resposta social mais eficaz.
A Instituição contou também com no âmbito do Programa Ser Criança um
projeto de apoio a crianças em risco de 1995 a 1997, denominado “Amanhecer no
Vale de Vizela” que tinha como objectivo o acompanhamento de crianças e jovens
em risco de exclusão social e familiar; a realização de acções preventivas e
educativas para crianças e famílias como agentes do seu próprio projecto de
mudança e a execução de atividades promovendo condições para um
desenvolvimento equilibrado.
De 1998 a 1999, integrou-se num projeto de prevenção primária no âmbito do
Projecto Vida intitulado de “A minha Vida é a Vida do Outro”, que tinha como
objetivos orientar, acompanhar e sobretudo prevenir situações de toxicodependência,
alcoolismo, prostituição e situações de marginalidade.
A resposta social de Lar de Infância e Juventude iniciou a sua atividade em
Outubro de 1996, devido à necessidade de albergar 8 irmãos da comunidade por
motivo de abandonado e pobreza. Funcionou com os referidos irmãos até Julho de
1997, sendo nesta data aumentado com mais 3 irmãos de outra família próxima da
comunidade.
Desde Outubro de 2008 esta resposta social está integrada no Plano DOM –
Desafios, Oportunidades e Mudanças de âmbito nacional tendo como objectivo
principal a implementação de medidas de qualificação da rede de Lares de Infância e
Juventude, incentivadoras para uma melhoria contínua da promoção de direitos das
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crianças e jovens acolhidas em Lar, nomeadamente no que se refere à definição e
concretização, em tempo útil, de um projecto que promova a sua
desinstitucionalização, após um acolhimento que ainda prolongado, lhes deverá
garantir a aquisição de uma educação para a cidadania e, o mais possível, um sentido
de identidade, de autonomia e de segurança, promotor do seu desenvolvimento
integral. Neste âmbito de actuação estão aplicadas as seguintes medidas de
qualificação: o reforço das Equipas Pluridisciplinares e a qualificação da intervenção e
dos interventores.
A Creche é a mais recente resposta social com início em Dezembro de 2006,
através do Programa Operacional Emprego Formação e Desenvolvimento Social
(POEFDS) onde dá resposta a 33 crianças das 7h30 às 19h00. É um espaço que surge
como resposta às necessidades da comunidade, onde a criança é acolhida,
proporcionando o bem-estar e desenvolvimento integral das crianças num clima de
segurança afetiva e física, durante o afastamento parcial do seu meio familiar através
de um atendimento individualizado, promovendo um crescimento e desenvolvimento
harmonioso nos vários domínios psico-motor, afectivo, cognitivo social e lúdico.
IV
Missão da Instituição
O Centro Social Paroquial de Caldas de Vizela (São Miguel) tem como Missão
dar resposta às necessidades sociais e educativas, do meio em que está inserido,
contribuindo para o bem-estar dos clientes, através da prestação de serviços com
qualidade.
VPolítica da Qualidade
A Instituição define, implementa e controla o seu compromisso de satisfação
das necessidades e expectativas legítimas dos clientes e de outras entidades
interessadas. Para garantir a execução da Politica da Qualidade, a Instituição deve
controlar a conformidade dos processos. Para tal estamos em processo de
9
implementação da qualidade, cujo objectivo se prende com a optimização de todos os
recursos e consequentemente melhoria na sustentabilidade da Instituiç
VI
Visão da Instituição
Assegurar uma prestação de serviços eficiente e eficaz, com profissionais
qualificados;
Implementação do Sistema de Gestão da Qualidade, cumprindo os requisitos
estabelecidos pela Segurança Social;
Alargamento das respostas sociais mediante as necessidades da comunidade,
nomeadamente Centro de Alojamento Temporário;
VII
Estratégias da Instituição
Assegurar Formação adequada para todos os colaboradores da Instituição;
Aplicar os requisitos de qualidade dos Manuais da Segurança Social das
respostas sociais existentes;
Estabelecer contactos com empresas de consultadoria e Segurança Social para
a Implementação do Sistema de Gestão da Qualidade;
Possuir uma ligação directa com a Rede Social do concelho;
Fomentar parcerias para colaboração e obtenção de um conhecimento real dos problemas sociais do concelho.
VIIIValores da Instituição
Solidariedade – Para com os que mais precisam, combater os fenómenos de
pobreza e todo o tipo de exclusão social.
Organização e Inovação – De acordo com a legislação em vigor, favorecer o
desenvolvimento de serviços e respostas de qualidade.
Trabalho – Para prestar um serviço de qualidade, direccionar os esforços para
as pessoas e para as suas necessidades.
Espírito de Equipa – Para se atingir um bem comum, trabalhar com base na
tolerância, na comunicação, na confiança, na responsabilidade e na
confidencialidade.
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Respeito – Respeitar a individualidade e as especificidades de cada pessoa
envolvida.
IX
Caracterização da Instituição
É composta por uma Direcção e Concelho Fiscal.
Actualmente detém 25 colaboradores maioritariamente do sexo feminino.
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É constituída pelos serviços da cozinha, lavandaria, limpeza, secretaria
transversais para a funcionalidade das respostas sociais de Creche, Lar de
Infância e Juventude e Serviço de Apoio Domiciliário. Os colaboradores estão
distribuídos da seguinte forma:
Creche
1 Coordenador/ Educador de Infância
1 Educador de Infância
3 Auxiliares de Educação
2 Ajudantes de Acção Educativa
Lar de Infância e Juventude
1 Coordenador/ Assistente Social
1 Psicólogo
1 Animador Sociocultural
1 Prefeito
1 Ajudante de Acção Educativa
Serviço de Apoio Domiciliário
1 Coordenador/ Assistente Social
3 Ajudantes de Acção Direta
2 Auxiliares de Serviços Gerais
Serviços de Limpeza, Higiene e Lavandaria
2 Auxiliares de Serviços Gerais
Serviço de Cozinha
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4 Cozinheiras
Serviço de Secretaria
1 Recepcionista
Habilitações Literárias dos Colaboradores
Anos de
escolaridade
4º
Ano
6ª
Ano
9º
Ano
12º
Ano
Licenciatura Mestrado
Nº de
Colaboradores
5 4 5 6 4 1
As habilitações literárias dos colaboradores acentuam ao nível do 12º ano e 9º
ano de escolaridade.
Quadro de Idades dos Colaboradores
Idades 20 - 30 31-40 41-50 +50
Nº de
Colaboradores
7 9 5 4
Quanto às idades assenta maioritariamente em colaboradores jovens, sendo a
faixa etária dos 31 aos 40 anos de idade.
Serviços de Secretaria
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14
Creche - Capacidade para 33 crianças.
Proporcionar os melhores cuidados aos bebés e paralelamente responder às
exigências dos pais ou encarregados de educação é o objectivo principal desta
resposta social, mantendo sempre os requisitos legais em vigor. Assim assegura a
prestação dos seguintes serviços:
Berçário
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Promover o acolhimento, guarda, protecção, segurança e todos os cuidados
básicos necessários a crianças de idades compreendidas entre os 4 e os 36
meses;
Sala dos 1 anos
Proporcionar à criança um clima de
segurança afectiva e física, durante o
afastamento parcial do seu meio
familiar, através de um atendimento
individualizado;
Casas de banho e Fraudário
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Prestar os cuidados básicos de: alimentação, higiene, repouso e saúde, tendo em
conta as necessidades e interesses de cada criança, em articulação com a família;
Promover o favorecimento da formação e desenvolvimento equilibrado da criança,
através da promoção de aprendizagens diferenciadas e significativas;
Sala dos 2 anos
Estimular o desenvolvimento global da criança nas suas componentes emocional,
cognitiva, comunicacional, social e motora, através da implementação e
adequabilidade de práticas lúdico-
pedagógicas intencionais, estruturadas e
organizadas;
Refeitório
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Colaborar de forma eficaz no
despiste precoce de
qualquer inadaptação ou
deficiência, assegurando o
seu encaminhamento
adequado;
Apoiar a criança em situação
de risco social.
A Creche realiza ainda actividades propostas no Projeto Pedagógico de sala e as
respetivas planificações semanais.
Manter a dinâmica com os bebés e pais no espaço na BEBETECA. Este espaço,
especialmente pensado para esta faixa etária, dispõe de mobiliário colorido e de uma
colecção de livros apropriada a este público.
Bebéteca
Almofadas, puffs, livros com cores, texturas e sons, permitem estimular, desde
cedo, o gosto pela leitura e pelo livro transformando-o num objecto do quotidiano dos
bebés.
18
Parque Infantil
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Lar de Infância e Juventude - Capacidade para 11 crianças e jovens.
Presentemente esta resposta social denominada Casa de Jovens Novos
Horizontes, tem capacidade para 11 crianças e jovens em risco, oriundos da zona de
origem geográfica do distrito de Braga.
Acolhe crianças e jovens com idades compreendidas entre os 6 – 18 anos,
podendo permanecer até aos 21 anos de idade, com medida de promoção e
protecção “Acolhimento institucional”, aplicada pelos Tribunais e Comissões de
Protecção e Crianças e Jovens.
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Norteia-se pela percussão de objectivos que visam uma educação integral da
criança/jovem que acolhe no seu seio:
Proporcionar às crianças/jovens a satisfação de todas as suas necessidades em
condições de vida tão aproximadas quanto possível à da estrutura familiar;
Garantir e promover o superior interesse da criança/ jovem;
Assegurar uma intervenção personalizada e conducente no desenvolvimento
pessoal, físico, intelectual e moral equilibrados que conduzem à inserção das
crianças/ jovens na comunidade;
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Promover a participação activa das crianças/ jovens no seu projecto de vida
tendo em vista uma melhor orientação em todos os domínios da sua vida;
Promover sempre que possível a sua integração na família e na comunidade de
origem, em articulação com as entidades competentes, com vista à sua gradual
autonomização.
Serviço de Apoio Domiciliário – Capacidade para 29 utentes
Atualmente o Serviço de Apoio
Domiciliário, tem presentemente
29 utentes e desenvolve serviços
semanalmente das 08h00 às
21h00, estes serviços são
extensivos aos fins-de-semana e
feriados.
Nesta área dispomos presentemente de duas equipas no terreno que, diariamente
prestam no domicílio serviços de:
Alimentação servida a cada cliente de acordo com as suas necessidades;
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Higiene Pessoal feita de acordo com as necessidades de cada cliente,
podendo ser realizada mais do que uma vez ao dia;
Tratamento de roupa de uso pessoal e do lar do cliente;
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Limpeza habitacional levada a cabo uma vez por semana, sendo que
diariamente haverá o cuidado de a arejar e higienizar;
Apoio na ajuda da ministração de medicação feita de acordo com a prescrição
médica;
Acompanhamento e deslocações a consultas e tratamentos que são levadas a
cabo sempre que for preciso;
Atividades de animação, podendo participar os clientes sempre que o estado de
saúde o permita;
Acompanhamento psicossocial;
Disponibilização de informação facilitadora do acesso a serviços da comunidade
e outros apoios sociais.
Aqui importa destacar o papel que esta resposta social assume enquanto
serviço de aposta para o futuro, corroborado pelo número crescente de pessoas
24
que desejam permanecer no seu domicílio, continuando no seu meio habitual de
vida.
Optimizar os recursos, tendo em vista a melhoria dos serviços prestados, com a
consciência que no momento de optar pelos nossos serviços, os clientes e seus
familiares procuram a máxima qualidade.
Serviços de Cozinha
25
Serviços de Lavandaria
Veículos
X
Fundamentação Teórica do Projecto Sócio-Educativo
“ A Família” foi o tema escolhido pelas três respostas sociais Creche, Serviço de Apoio
Domiciliário e Lar de Infância e Juventude, para durante três anos, desenvolver atividades sócio-
educativas com as crianças, jovens e idosos.
26
Criança - Jovem - Idoso
A escolha do tema prende-se fundamentalmente em que a família é considerada o
elemento central no processo de socialização da criança (Maccoby, 1992).
Viver no seu núcleo familiar há uma aprendizagem de valores essenciais, onde se
forma no seu seio os primeiros hábitos e atitudes de partilha, respeito e convivência. A família é
por excelência, o lugar onde se vão construindo os valores de tudo quanto nos rodeia (Ribeiro,
2005).
Para o melhor e para o pior, ela ocupa um lugar de destaque nas nossas vidas,
continuando a apresentar-se como a unidade de base da sociedade. É nas famílias que nascemos
e crescemos, e delas esperamos que nos ajudem a crescer de forma saudável, o mais preparados
possível para lidarmos com as dificuldades, obstáculos e mesmo alegrias com que nos vamos
confrontando ao longo do trajecto de vida. Das famílias espera-se que cuidem internamente dos
seus membros, que os protejam para que desenvolvam de forma saudável, e que os preparem
para lidar com o mundo “lá fora” (Relvas, 1996 cit in Melo, 2010).
As alterações na estrutura familiar devem-se sobretudo às mudanças sociais,
produzidas na sociedade global, marcadas por modificações profundas no tecido social e familiar,
verificam-se sentimentos de incerteza, culpa, angústia e medo, em que a família vivencia
atualmente. Os pais vivem sob pressão de vária ordem: em muitos dos casos, com pouco tempo
disponível para cuidar quer dos seus filhos; os progenitores confrontam-se com problemas
crescentes, como a quebra de autoridade e a dificuldade na conciliação entre a vida profissional
e familiar; muitos são também os que não aprenderam com as suas famílias de origem a
capacidade de sentir empatia para com as necessidades das suas crianças (Ribeiro, 2003 cit in
Melo, 2010).
Em famílias multiproblemáticas ao nível da parentalidade quer a função vinculativa
quer a função socializadora dos pais estão perturbadas, desta forma, a nível interno familiar as
crianças ao nível da segurança básica, inteorizam modelos inseguros de vinculação que lhes
dificultam a verdadeira autonomização e a tranquila exploração do meio. Ao nível externo, as
27
Rede de Profissionais Família
crianças são deficientemente socializadas o que repercute a dois níveis: falta de protecção da
criança face ao meio de falta de normalização (potenciando uma posição de conflito com o
meio). Muitas vezes, os impulsos libidinais e impulsos agressivos destes pais flúem livremente
em relação aos filhos, sem o controlo das funções protectoras, possibilitando, assim, situações
de maus-tratos físicos que se inscrevem, frequentemente, num contexto de abandono e falta de
cuidados (Alarcão, 2002).
Paralelamente temos a questão do envelhecimento, com o aumento da população
idosa devido ao aumento da esperança de vida, em que acompanhar o idoso no seio da família, é
cada vez mais difícil pois, o estilo de vida actual contribui para a fragmentação da família nuclear,
isto é, dificulta a convivência entre pais e filhos (Pimentel, 2001).
A imagem do idoso na sociedade tem também vindo a sofrer profundas alterações.
Se antes o idoso era visto com respeito e o seu papel na sociedade era determinante, no
aconselhamento e decisão sobre matérias importantes, hoje em dia, numa sociedade onde a
produtividade e a atividade profissional são mais valorizadas e o envelhecimento é visto
exclusivamente como um conjunto de perdas de capacidades, o idoso é tido como um fardo
(http://primuscare.com/o-papel-da-familia-no-apoio-ao-idoso).
Em 1976 começou a elaboração de uma política, que ainda hoje se segue, de
prevenção e de manutenção das pessoas no seu domicílio o maior tempo possível. Esta é uma
resposta que contínua a expandir-se e se apresenta como a solução ideal para muitos problemas
dos idosos. Porque, para além da qualidade do serviço e de permitir ao idoso ficar mais tempo na
sua própria casa. O domicílio é visto como um espaço em que pessoas portadoras de doenças
crónicas e outras patologias, idosas ou não, podem viver com boa qualidade de vida e manter a
doença de forma estável.
Neste contexto as funções da família, é hoje partilhada por outras instituições
estatais e privadas, em diversos serviços de apoio.
Pois, estarão as famílias preparadas para cumprir com o seu papel e lidarem com os
desafios com que se deparam?
Desta forma, este projecto visa principalmente em colaborar comas famílias e
colmatando as suas dificuldades, preocupações e necessidades mediante as suas crianças, jovens
e idosos, sendo o principal objectivo a promoção de aprendizagens mútuas para melhor
educarmos as nossas crianças, orientar melhor os nossos jovens e cuidar melhor nos nossos
idosos.
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XI
Objectivos do Projecto Sócio-Educativo
O principal objectivo do tema “A Família” deste Projecto Sócio-Educativo prende-se
fundamentalmente em aplicar as seguintes ações de atuação:
O diálogo entre a família e os profissionais de infância, juventude e terceira
idade, é o primordial procedimento que permite conhecer e compreender
melhor a criança, o jovem e o idoso. A troca de informação e o encontro no
dia-a-dia são indispensáveis para a articulação entre a família e os profissionais
da Instituição.
Criar um clima de relação aberta entre a família e os profissionais, construir um
espaço de confiança, condição essencial para uma ação educativa participada,
principalmente na construção no plano de intervenção individual de cada
criança, jovem e idoso.
Comunicar efetivamente com a família, promovendo reuniões e/ou
atendimento personalizado, ou no domicilio onde haja uma efetiva troca de
opiniões que permitam um melhor conhecimento dos contextos socio-
familiares das crianças, dos jovens e dos idosos. Pretende-se assim, constituir
importantes momentos de auto-formação com benefícios para melhorar a
prestação do serviço.
Realizar uma intervenção sistémica nos problemas das famílias multiproblemáticas
pois, não são situações muitas vezes fragmentadas mas, absolutamente interligadas.
Realização de convívios familiares em comemorações significativas realizadas na
Instituição.
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Possibilitar momentos de reflexão para os familiares ou pessoas significativas dos
clientes que a Instituição presta serviços de Creche, Lar de Infância e Juventude e
Serviço de Apoio Domiciliário.
XII
Bibliografia
ALARCÃO, Madalena, (2002), (Des) Equilíbrios Familiares, Coimbra, Quarteto Editora.
RIBEIRO, O. Marisol Freitas Jesus, (2005), Avaliação do Envolvimento Parental no Novo
Programa de Intervenção, maior participação da família e maior contextualização da
intervenção dos técnicos, Universidade do Minho (Tese de Mestrado).
Melo, Ana, (2010), Em Busca do Tesouro das Famílias Intervenção familiar em
Prevenção, Gabinete de Atendimento à Família, 2ª edição.
http://primuscare.com/o-papel-da-familia-no-apoio-ao-idoso
Plano de Desenvolvimento Social de Vizela 2010/2015
Pimentel, Luísa (2001) O Lugar do idoso na Família – Contexto e trajectória,
Coimbra, Quarteto.
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