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Page 1: Introdução - ISEL...4/8 fig. 10 - Grandeza a calcular fig. 11 - Grandeza a variar entre os limites 0A e 5A fig. 12 - Grandezas a variar de forma dependente 𝑉 𝑍𝑒 ; 𝑉 𝑅𝑒

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Transformador monofΓ‘sico com fator de potΓͺncia constante na carga. Modelo em Simulink

Introdução

A tensΓ£o no secundΓ‘rio do transformador depende do valor de corrente e do fator de potΓͺncia (fdp) da carga, variando de valor mesmo que a tensΓ£o no lado do primΓ‘rio seja mantida constante.

Se se considerar uma situação típica de um transformador a ligar duas entidades distintas, com um fornecedor de energia elétrica a ligar a rede de abastecimento ao primÑrio e um cliente com a instalação de utilização ligada ao secundÑrio, percebe-se que esta característica do transformador constitui um ponto a merecer especial atenção das duas entidades.

O cliente necessita de um valor de tensão adequado Ñs características dos equipamentos instalados, mas é ele que provoca a variação da tensão ao ligar e desligar equipamentos, por outro lado, o fornecedor, que só pode agir a partir do lado do primÑrio, não sabe antecipadamente que equipamentos serão ligados pelo cliente nem o fdp daí resultante e assume muitas vezes compromisso contratual de manter o valor da tensão no cliente controlado, apesar das variaçáes de carga criadas por este.

A curva teórica de variação da tensão no secundÑrio em função da corrente e do fdp da carga, carateriza o funcionamento do transformador e constitui uma boa ferramenta de anÑlise desta situação.

Como a tensão depende de duas variÑveis, corrente e fdp, é usual, para simulação, fixar um valor para uma delas, por exemplo o fdp enquanto se faz variar a corrente desde zero até ao valor nominal. A curva assim obtida apresenta a variação da tensão relativamente à corrente, mas apenas para aquele fdp.

Repetindo o procedimento para outros valores de fdp, obtΓͺm-se outras tantas curvas, uma para cada fdp.

Problema

Calcular a tensΓ£o no secundΓ‘rio, mantendo constante um valor predefinido para o fdp do secundΓ‘rio.

Um cÑlculo da tensão no secundÑrio, baseada no circuito equivalente do transformador, com restrição de manter constantes a tensão e fdp no primÑrio, pode realizar-se pela aplicação simples das Leis de Ohm e Kirchhoff. Contudo o valor do fdp que resulta para o secundÑrio (carga) varia com a corrente, não permanece constante como se pretende.

A manutenção de um valor constante para o fdp da carga durante o cÑlculo, obriga a ajustar o modelo, para além da simples aplicação das Leis enunciadas.

Apresentam-se dois exemplos, em que se mantΓͺm constantes a tensΓ£o e o fdp no primΓ‘rio e se calculam a tensΓ£o e o fdp no secundΓ‘rio em dois pontos de funcionamento distintos. Comparem-se no final os valores do fdp resultantes para o secundΓ‘rio.

Vai ser usado nos exemplos um transformador mono-fΓ‘sico com as seguintes caracterΓ­sticas:

𝑆 = 750 𝑉𝐴 ; 𝑉1 = 150 𝑉 ; 𝑉2 = 300 𝑉 ; π‘…π‘’π‘ž = 1,88 𝛺 ;

π‘‹π‘’π‘ž = 13,19 𝛺

O modelo de transformador (fig. 1), Γ© o circuito equiva-lente aproximado reduzido ao primΓ‘rio (circuito de Steinmetz), numa versΓ£o simplificada (fig. 2) que nΓ£o influencia as conclusΓ΅es.

fig. 1 - Circuito equivalente aproximado do

transformador reduzido ao primΓ‘rio

A simplificação consiste em desprezar o ramo paralelo com a resistΓͺncia de perdas no ferro e a reatΓ’ncia de magnetização, 𝑅𝑝 𝑒 π‘—π‘‹π‘š, representados a cinzento na fig. 1.

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fig. 2 - Circuito equivalente simplificado como vai ser

considerado nos exemplos fig. 3 - Diagrama vetorial geral de correntes e tensΓ΅es

correspondente ao circuito da fig. 2.

𝑉2β€² e 𝐼2

β€² representam a tensΓ£o e a corrente do secundΓ‘rio e mantΓͺm a desfasagem observada entre 𝑉2 e 𝐼2.

A tensΓ£o e o fdp do lado do primΓ‘rio sΓ£o mantidos constantes nos dois exemplos.

𝑉1 = 150 ∠0ΒΊ

cos πœ‘1 = 0,8𝑖 (πœ‘1 = βˆ’36,87ΒΊ)

Exemplo 1: CΓ‘lculo da tensΓ£o e fdp no secundΓ‘rio para uma corrente de 2 A.

𝐼1 = 2 ∠ βˆ’ 36,87ΒΊ 𝐴

Aplicando a lei de Kirchhoff na malha do circuito equivalente,

𝑉2β€² = 𝑉1 βˆ’ (π‘…π‘’π‘ž + π‘—π‘‹π‘’π‘ž)×𝐼1

𝑉2β€² = 150 ∠0 βˆ’ (1,88 + 𝑗13,19)Γ—2 ∠ βˆ’ 36,87 = 132,51 ∠ βˆ’ 8,18ΒΊ 𝑉

Como 𝐼2β€² = 𝐼1, a desfasagem entre a corrente e a tensΓ£o no secundΓ‘rio Γ©

πœ‘2 = πœ‘(𝐼2β€²) βˆ’ πœ‘(𝑉2

β€²) = βˆ’36,87 βˆ’ (βˆ’8,18) = βˆ’28,69 ΒΊ

No ponto de funcionamento deste exemplo, o fdp resultante para o secundΓ‘rio Γ©:

cos πœ‘2 = 0,88𝑖

πœ‘2 = βˆ’28,69 ΒΊ

Como pode ser observado na fig. 4.

fig. 4 - Diagrama vetorial de correntes e tensΓ΅es correspondente ao exemplo 1.

Exemplo 2: CΓ‘lculo da tensΓ£o e fdp no secundΓ‘rio para uma corrente de 5 A.

𝐼1 = 5 ∠ βˆ’ 36,87 𝐴

𝑉2β€² = 150 ∠0 βˆ’ (1,88 + 𝑗13,19)Γ—5 ∠ βˆ’ 36,87 = 113,18 ∠ βˆ’ 24,60 𝑉

Desfasagem entre a corrente e a tensΓ£o no secundΓ‘rio

πœ‘2 = πœ‘(𝐼2β€²) βˆ’ πœ‘(𝑉2

β€²) = βˆ’36,87 βˆ’ (βˆ’24,60) = βˆ’12,27 ΒΊ

O fdp resultante para o secundΓ‘rio neste exemplo Γ©:

cos πœ‘2 = 0,98𝑖

πœ‘2 = βˆ’12,27 ΒΊ

Como pode ser observado na fig. 5.

fig. 5 - Diagrama vetorial de correntes e tensΓ΅es

correspondente ao exemplo 2.

Conclusão: do primeiro para o segundo exemplo o objetivo de manter constante o valor do fdp do secundÑrio não é atingido só com a aplicação das leis de Ohm e Kirchhoff.

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A variação da corrente de 2 para 5 A, teve como consequΓͺncia a passagem do fdp de 0,88 para 0,98 com a correspondente variação na desfasagem entre a tensΓ£o e a corrente no secundΓ‘rio de -28,69ΒΊ para -12,27ΒΊ.

Pode ver-se na fig. 6 e na fig. 7, a variação do valor do fdp e do angulo quando a simulação é alargada a todos os

valores de corrente no secundΓ‘rio entre 0 e 5 A (𝐼2𝑛′ ).

fig. 6 - Variação do angulo de desfasagem entre tensão

e corrente no secundÑrio em função da corrente no

secundΓ‘rio

fig. 7 - Variação do fdp do secundÑrio em função da

corrente no secundΓ‘rio

solução

A solução para manter o fdp constante no secundÑrio tem de respeitar a restrição de manter constante a tensão no primÑrio.

Se a questão se resumisse ao cÑlculo num ponto de funcionamento único, a solução estaria facilitada, com o desenvolvimento de um método de cÑlculo iterativo e as leis de Ohm e Kirschhoff seriam suficientes.

Como se pretende desenhar uma curva e esta é obtida com os resultados da aplicação repetida do cÑlculo a uma elevada quantidade de pontos de funcionamento, o processo jÑ requere uma abordagem diferente da aplicação simples das leis enunciadas.

Propáe-se uma solução que tem por base algum desenvolvimento matemÑtico envolvendo grandezas do diagrama vetorial de tensáes e correntes como o da fig. 5, trigonometria, teorema de PitÑgoras e equaçáes de grau superior a 1. Ao tornar desnecessÑrio o cÑlculo iterativo, fica facilitada a implementação da solução num programa de simulação tipo Simulink, em que o modelo é repetidas vezes aplicado para se obter a curva pretendida.

Como resultado obter-se-ão algumas expressáes matemÑticas que constituirão o modelo de simulação, apesar de cada uma delas não representar em particular qualquer lei ou expressão do domínio da eletrotecnia.

Para maior clareza, revejam-se as variÑveis e a sua localização antes de se passar ao desenvolvimento.

fig. 8 - Diagrama vetorial correspondente ao circuito equivalente

fig. 9 - Grandezas a manter constantes durante a

simulação: 𝑉1 = 150 ∠0ΒΊ e π‘π‘œπ‘  πœ‘2 = 0,8𝑖

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fig. 10 - Grandeza a calcular fig. 11 - Grandeza a variar entre os limites 0A e 5A

fig. 12 - Grandezas a variar de forma dependente π‘‰π‘π‘’π‘ž ;

π‘‰π‘…π‘’π‘ž ; π‘‰π‘‹π‘’π‘ž

e πœ‘1 fig. 13 – Triangulo de tensΓ΅es

Passe-se Γ  anΓ‘lise e observe-se em particular do triangulo de tensΓ΅es formado pelos vetores [𝑉1, 𝑉2β€² , π‘‰π‘π‘’π‘ž

] e os

Γ’ngulos πœ‘2 e πœƒ da fig. 13.

πœ‘2 = angulo correspondente ao fdp pretendido

πœƒ = π‘Žπ‘‘π‘Žπ‘› (π‘‹π‘’π‘ž

π‘…π‘’π‘žβ„ )

SΓ£o ambos independentes do ponto de funcionamento, tΓͺm por isso valores constantes durante a simulação

(Nota: neste exemplo considera-se uma carga indutiva, logo o angulo πœ‘2 de desfasagem entre a tensΓ£o e corrente no secundΓ‘rio Γ© negativo e o angulo πœƒ correspondente Γ  impedΓ’ncia equivalente Γ© positivo.)

Observem-se agora os Γ’ngulos 𝛼 e 𝛽.

𝛽 = 180ΒΊ + πœ‘2 [1]

𝛼 = 360ΒΊ βˆ’ 𝛽 βˆ’ πœƒ [2]

Os Γ’ngulos 𝛼 e 𝛽, em consequΓͺncia tambΓ©m mantΓͺm valores constantes durante a simulação.

Considere-se o angulo 𝛼 dividido em dois Γ’ngulos, π‘Ž1 e π‘Ž2 e as variΓ‘veis assinaladas na fig. 14.

Desenvolvendo o seno do angulo Ξ±.

b c

d

a1 a2

1V

'

2V

ZeqV

fig. 14 – Diagrama com as variΓ‘veis a considerar no cΓ‘lculo.

𝑠𝑒𝑛 𝛼 = 𝑠𝑒𝑛(π‘Ž1 + π‘Ž2) = 𝑠𝑒𝑛 π‘Ž1 π‘π‘œπ‘  π‘Ž2 + 𝑠𝑒𝑛 π‘Ž2 π‘π‘œπ‘  π‘Ž1 [3]

Como

𝑠𝑒𝑛 π‘Ž1 =𝑏

𝑉2β€² π‘π‘œπ‘  π‘Ž1 =

𝑑

𝑉2β€²

𝑠𝑒𝑛 π‘Ž2 =𝑐

π‘‰π‘π‘’π‘ž π‘π‘œπ‘  π‘Ž2 =

𝑑

π‘‰π‘π‘’π‘ž

Substituindo na eq. [3].

𝑠𝑒𝑛 𝛼 =𝑏

𝑉2β€²

𝑑

π‘‰π‘π‘’π‘ž+

𝑐

π‘‰π‘π‘’π‘ž

𝑑

𝑉2β€² =

𝑑(𝑏 + 𝑐)

𝑉2β€²π‘‰π‘π‘’π‘ž

Como.

𝑉1 = 𝑏 + 𝑐 [4]

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𝑠𝑒𝑛 𝛼 =𝑉1𝑑

𝑉2β€²π‘‰π‘π‘’π‘ž

𝑑 =𝑉2

β€²π‘‰π‘π‘’π‘žπ‘ π‘’π‘› 𝛼

𝑉1 [5]

Aplicando agora o teorema de PitΓ‘goras aos triΓ’ngulos [𝑉2β€², b, d] e [π‘‰π‘π‘’π‘ž, d, c].

{𝑉2

β€²2= 𝑏2 + 𝑑2

π‘‰π‘π‘’π‘ž2 = 𝑑2 + 𝑐2

{𝑉2β€²2

βˆ’π‘‰π‘π‘’π‘ž2 = (𝑏2 + 𝑑2) βˆ’ (𝑑2 + 𝑐2)

…{𝑉2

β€²2βˆ’π‘‰π‘π‘’π‘ž

2 = 𝑏2 βˆ’ 𝑐2

…

Substituindo 𝑏 = 𝑉1 βˆ’ 𝑐, retirado da eq. [4].

{𝑉2β€²2

βˆ’π‘‰π‘π‘’π‘ž2 = (𝑉1 βˆ’ 𝑐)2 + 𝑐2

…{𝑉2

β€²2βˆ’π‘‰π‘π‘’π‘ž

2 = 𝑉12 + 𝑐2 βˆ’ 2𝑉1𝑐 + 𝑐2

…{𝑉2

β€²2βˆ’π‘‰π‘π‘’π‘ž

2 = 𝑉12 βˆ’ 2𝑉1𝑐

…

Explicitando 𝑐.

𝑐 =𝑉1

2 βˆ’ 𝑉2β€²2

+π‘‰π‘π‘’π‘ž2

2 𝑉1 [6]

Aplicando o teorema de PitΓ‘goras ao triangulo [π‘‰π‘π‘’π‘ž, d, c]

π‘‰π‘π‘’π‘ž2 = 𝑑2 + 𝑐2 [7]

Substituindo d e c das equaçáes [5] e [6].

π‘‰π‘π‘’π‘ž2 = (

𝑉2β€²π‘‰π‘π‘’π‘žπ‘ π‘’π‘› 𝛼

𝑉1)

2

+ (𝑉1

2 βˆ’ 𝑉2β€²2

+π‘‰π‘π‘’π‘ž2

2 𝑉1)

2

Desenvolvendo.

π‘‰π‘π‘’π‘ž2 =

𝑉2β€²2

π‘‰π‘π‘’π‘ž2𝑠𝑒𝑛2 𝛼

𝑉12 +

(4 𝑉12) (4)

(𝑉12 βˆ’ 𝑉2

β€²2+π‘‰π‘π‘’π‘ž

2)2

4 𝑉12

(1)

4 𝑉12π‘‰π‘π‘’π‘ž

2 = 4𝑉2β€²2

π‘‰π‘π‘’π‘ž2𝑠𝑒𝑛2 𝛼 + (𝑉1

2 βˆ’ 𝑉2β€²2

+π‘‰π‘π‘’π‘ž2)

2 [8]

Considerando temporariamente uma variΓ‘vel intermΓ©dia β„Ž2.

β„Ž2 = π‘‰π‘π‘’π‘ž2 βˆ’ 𝑉2

β€²2 [9]

e substituindo π‘‰π‘π‘’π‘ž2 βˆ’ 𝑉2

β€²2 por β„Ž2 na eq. [8].

4 𝑉12π‘‰π‘π‘’π‘ž

2 = 4𝑉2β€²2

π‘‰π‘π‘’π‘ž2𝑠𝑒𝑛2 𝛼 + (𝑉1

2 + β„Ž2)2

4 𝑉12π‘‰π‘π‘’π‘ž

2 = 4𝑉2β€²2

π‘‰π‘π‘’π‘ž2𝑠𝑒𝑛2 𝛼 + (𝑉1

2)2

+ (β„Ž2)2 + 2𝑉12β„Ž2

Voltando a substituir a variΓ‘vel temporΓ‘ria β„Ž2 pela eq. [9].

4 𝑉12π‘‰π‘π‘’π‘ž

2 = 4𝑉2β€²2

π‘‰π‘π‘’π‘ž2𝑠𝑒𝑛2 𝛼 + 𝑉1

4 + (π‘‰π‘π‘’π‘ž2 βˆ’ 𝑉2

β€²2)

2+ 2𝑉1

2(π‘‰π‘π‘’π‘ž2 βˆ’ 𝑉2

β€²2)

4 𝑉12π‘‰π‘π‘’π‘ž

2 = 4𝑉2β€²2

π‘‰π‘π‘’π‘ž2𝑠𝑒𝑛2 𝛼 + 𝑉1

4 + ((π‘‰π‘π‘’π‘ž2)

2+ (𝑉2

β€²2)

2βˆ’ 2π‘‰π‘π‘’π‘ž

2𝑉2β€²2

) + 2𝑉12π‘‰π‘π‘’π‘ž

2 βˆ’ 2𝑉12𝑉2

β€²2

4 𝑉12π‘‰π‘π‘’π‘ž

2 = 4𝑉2β€²2

π‘‰π‘π‘’π‘ž2𝑠𝑒𝑛2 𝛼 + 𝑉1

4 + π‘‰π‘π‘’π‘ž4 + 𝑉2

β€²4βˆ’ 2π‘‰π‘π‘’π‘ž

2𝑉2β€²2

+ 2𝑉12π‘‰π‘π‘’π‘ž

2 βˆ’ 2𝑉12𝑉2

β€²2

Reordenando as parcelas para melhor clareza do passo seguinte.

𝑉2β€²4

+ 4𝑉2β€²2

π‘‰π‘π‘’π‘ž2𝑠𝑒𝑛2 𝛼 βˆ’ 2π‘‰π‘π‘’π‘ž

2𝑉2β€²2

βˆ’ 2𝑉12𝑉2

β€²2+ 𝑉1

4 + π‘‰π‘π‘’π‘ž4 + 2𝑉1

2π‘‰π‘π‘’π‘ž2 βˆ’ 4 𝑉1

2π‘‰π‘π‘’π‘ž2 = 0

𝑉2β€²4

+ 4𝑉2β€²2

π‘‰π‘π‘’π‘ž2𝑠𝑒𝑛2 𝛼 βˆ’ 2π‘‰π‘π‘’π‘ž

2𝑉2β€²2

βˆ’ 2𝑉12𝑉2

β€²2+ 𝑉1

4 + π‘‰π‘π‘’π‘ž4 βˆ’ 2𝑉1

2π‘‰π‘π‘’π‘ž2 = 0 [10]

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𝑉2β€²4

+ 𝑉2β€²2

(4π‘‰π‘π‘’π‘ž2𝑠𝑒𝑛2 𝛼 βˆ’ 2π‘‰π‘π‘’π‘ž

2 βˆ’ 2𝑉12) + 𝑉1

4 + π‘‰π‘π‘’π‘ž4 βˆ’ 2𝑉1

2π‘‰π‘π‘’π‘ž2 = 0 [11]

Considerando temporariamente uma variΓ‘vel intermΓ©dia z.

𝑧 = 𝑉2β€²2

[12]

E duas constantes w e k.

𝑀 = 4π‘‰π‘π‘’π‘ž2𝑠𝑒𝑛2 𝛼 βˆ’ 2π‘‰π‘π‘’π‘ž

2 βˆ’ 2𝑉12

π’Œ = π‘½πŸπŸ’ + 𝑽𝒁𝒆𝒒

πŸ’ βˆ’ πŸπ‘½πŸπŸπ‘½π’π’†π’’

𝟐

[13]

[14]

Pode reescrever-se a eq. [11].

𝑧2 + 𝑀𝑧 + π‘˜ = 0 [15]

Como equação do segundo grau tem as seguintes soluçáes para z:

𝑧 =βˆ’π‘€ + βˆšπ‘€2 βˆ’ 4π‘˜

2 [16]

𝑧 =βˆ’π‘€ βˆ’ βˆšπ‘€2 βˆ’ 4π‘˜

2

[17]

Substituindo agora nas equaçáes [16] e [17] 𝒛 por 𝑉2β€²2

da eq. [12].

𝑉2β€²2

=βˆ’π‘€ + βˆšπ‘€2 βˆ’ 4π‘˜

2

𝑉2β€²2

=βˆ’π‘€ βˆ’ βˆšπ‘€2 βˆ’ 4π‘˜

2

TΓͺm-se finalmente as soluçáes para a equação [11] que Γ© do grau 4.

𝑉2β€² = +βˆšβˆ’π‘€ + βˆšπ‘€2 βˆ’ 4π‘˜

2 [18]

𝑉2β€² = βˆ’βˆšβˆ’π‘€ + βˆšπ‘€2 βˆ’ 4π‘˜

2 [19]

𝑉2β€² = +βˆšβˆ’π‘€ βˆ’ βˆšπ‘€2 βˆ’ 4π‘˜

2 [20]

𝑉2β€² = βˆ’βˆšβˆ’π‘€ βˆ’ βˆšπ‘€2 βˆ’ 4π‘˜

2 [21]

As quatro expressáes acima constituem as raízes da equação [11] numa conceção puramente matemÑtica, contudo, numa anÑlise ao circuito equivalente, rapidamente se encontrarão as que não fazem sentido nesse contexto, ficando apenas naturalmente a que constitui a solução procurada.

Tome-se como exemplo um ponto de funcionamento correspondente aos seguintes dados do exemplo 1:

Elementos do circuito equivalente : π‘…π‘’π‘ž = 1,88 𝛺; π‘‹π‘’π‘ž = 13,19 𝛺;

TensΓ£o constante no primΓ‘rio : 𝑉1 = 150 𝑉;

Fator de potΓͺncia pretendido para o secundΓ‘rio : cos πœ‘2 = 0,8𝑖 (πœ‘2 = βˆ’36,87ΒΊ);

Corrente no ponto de funcionamento do exemplo : 𝐼1 = 2 ∠ βˆ’ 36,87ΒΊ 𝐴.

Desenvolvimento do cΓ‘lculo.

𝛽 = 180ΒΊ + πœ‘2 = 180 + (βˆ’36,87) = 143,13ΒΊ

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πœƒ = π‘Žπ‘‘π‘Žπ‘› (π‘‹π‘’π‘ž

π‘…π‘’π‘žβ„ ) = (13,19

1,88⁄ ) = 81,89ΒΊ

𝛼 = 360ΒΊ βˆ’ 𝛽 βˆ’ πœƒ = 360 βˆ’ 143,13 βˆ’ 81,89 = 134,98ΒΊ

π‘π‘’π‘ž = βˆšπ‘…π‘’π‘ž2 + π‘‹π‘’π‘ž

2 = √1,882 + 13,192 = 13,32 𝛺

π‘‰π‘π‘’π‘ž = π‘π‘’π‘žπΌ1 = 13,32Γ—2 = 26,65 𝑉

𝑀 = 4π‘‰π‘π‘’π‘ž2𝑠𝑒𝑛2 𝛼 βˆ’ 2π‘‰π‘π‘’π‘ž

2 βˆ’ 2𝑉12

𝑀 = 4(26,65)2𝑠𝑒𝑛2(134,98) βˆ’2(26,65)2 βˆ’ 2(150)2 = βˆ’44999,10

π‘˜ = 𝑉14 + π‘‰π‘π‘’π‘ž

4 βˆ’ 2𝑉12π‘‰π‘π‘’π‘ž

2

π‘˜ = (150)4 + (26,65)4 βˆ’ 2(150)2(26,65)2 = 474802269,64

Calculando as raΓ­zes

𝑉2β€² = +βˆšβˆ’(βˆ’44999,10) + √(βˆ’44999,10)2 βˆ’ 4Γ—474802269,64

2= 167,65 𝑉

𝑉2β€² = βˆ’βˆšβˆ’(βˆ’44999,10) + √(βˆ’44999,10)2 βˆ’ 4Γ—474802269,64

2= βˆ’167,65 𝑉

𝑉2β€² = +βˆšβˆ’(βˆ’44999,10) βˆ’ √(βˆ’44999,10)2 βˆ’ 4Γ—474802269,64

2= 129,98 𝑉

𝑉2β€² = βˆ’βˆšβˆ’(βˆ’44999,10) βˆ’ √(βˆ’44999,10)2 βˆ’ 4Γ—474802269,64

2= βˆ’129,98 𝑉

Confrontando estes valores com o circuito equivalente, verifica-se a existΓͺncia de duas raΓ­zes negativas que podem ser excluΓ­das por nΓ£o fazerem sentido no contexto. Restam os valores positivos.

Como se pode observar na fig. 15, o vetor 𝑉2β€² desloca-se

sobre a linha ponteada que representa o lugar geomΓ©trico da ponta do vetor 𝑉2

β€² , quando a corrente do secundΓ‘rio varia da situação de vazio (𝐼1 = 0 𝐴 ; 𝑉2

β€² = 150 𝑉 ) atΓ© Γ  situação de curto-circuito ( 𝑉2

β€² = 0 𝑉 ), sendo por isso sempre inferior ao valor de 𝑉1 = 150 𝑉, por esse motivo pode desprezar-se o valor 167,65 V.

1V

'

2V

ZeqV

fig. 15 – Lugar geomΓ©trico da ponta do vetor 𝑉2β€².

O valor procurado é 129,98 V e correspondente à equação [20] que é a que se deve usar na simulação.

Implementação em Simulink.

O modelo consiste apenas na implementação das equaçáes [1], [2], [13], [14] e [20], todavia, no modelo da fig. 16, também foram implementadas as equaçáes [18], [19] e [21] para se poderem observar as outras raízes.

O Clock representa o mΓ³dulo de 𝐼2β€² . Os valores

mínimo e mÑximo para a simulação são 0 e 2 como pode ver-se na fig. 17 com janela da opção:

β€œSimulation/Configuration Parameters …”.

fig. 16 –Modelo implementado em Simulink.

Page 8: Introdução - ISEL...4/8 fig. 10 - Grandeza a calcular fig. 11 - Grandeza a variar entre os limites 0A e 5A fig. 12 - Grandezas a variar de forma dependente 𝑉 𝑍𝑒 ; 𝑉 𝑅𝑒

8/8

Para facilitar a compreensΓ£o do modelo, os cΓ‘lculos estΓ£o divididos em dois subsistemas: β€œCÁLCULO DAS CONSTANTES W; K” e β€œCÁLCULO DE V'2”.

Apresentam-se a seguir e crΓͺ-se que sejam suficientemente claros para dispensarem explicaçáes adicionais.

fig. 17 – Atribuição de limites Γ  variΓ‘vel 𝐼2β€² .

fig. 18 – Interior do subsistema β€œβ€œCÁLCULO DAS CONSTANTES W; K”” da fig. 16.

fig. 19 – Interior do subsistema β€œCÁLCULO DE V'2” da fig. 16.

Observe-se que na fig. 16, para 𝐼2β€² = 2 𝐴 , constam os

quatro valores calculados teoricamente para 𝑉2β€², dos quais

apenas interessa o correspondente Γ  eq. [20], 𝑉2β€² =

129,98 𝑉.

Alterando os limites da corrente 𝐼2β€² (fig. 17) para 0 e 5,

obtΓ©m-se a curva para todos os valores de corrente.

Podem comparar-se na fig. 20 a curva de 𝑉2β€² obtida com a

solução proposta para fdp constante no secundÑrio (linha contínua), com a que se obtém com um modelo de fdp constante no primÑrio (linha ponteada).

Para a corrente nominal, observa-se uma redução aproximada de 19,5% no valor da tensΓ£o 𝑉2

β€² calculada com a solução proposta.

fig. 20 –TensΓ£o 𝑉2β€² com fdp constante no secundΓ‘rio

e fdp constante no primΓ‘rio.

Considera-se que este valor percentual (19,5%) possa ter alguma variação consoante o transformador, contudo o valor encontrado não é negligenciÑvel e justifica a adoção de uma metodologia mais rigorosa com a da solução proposta.


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