UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EXPLORAÇÃO DE SISTEMAS FORRAGEIROS EM UM CONTEXTO DE AGRICULTURA SUSTENTÁVEL
Autor: Willian Gonçalves do Nascimento
Orientador: Prof. Dr. Ivanor Nunes do Prado Tese apresentada, como parte das exigências, para obtenção do título de DOUTOR EM ZOOTECNIA, no Programa de Pós-graduação em Zootecnia da Universidade Estadual de Maringá - Área de Concentração: Produção Animal.
MARINGÁ Estado do Paraná dezembro – 2005
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) (Biblioteca Central - UEM, Maringá – PR., Brasil)
Nascimento, Willian Gonçalves do
N244e Exploração de sistemas forrageiros em um contexto
de agricultura sustentável / Willian Gonçalves do
Nascimento. -- Maringá : [s.n.], 2005.
Xiv, 105 [5] f. : il. color.
Orientador : Prof. Dr. Ivanor Nunes do Prado.
Tese (doutorado) - Universidade Estadual de
Maringá. Programa de Pós-graduação em Zootecnia, 2005.
1. Vacas leiteiras. 2. Produção e qualidade do
leite. 3. Teor de gordura. 4. Silagem de milho. 5.
Silagem de sorgo. 6. Sorgo sacarino. 7. Composição
botânica. 8. Associações de gramineas e leguminosas.
9. Azevém perene. 10. Trevo branco.I. Universidade
Estadual de Maringá. Programa de Pós-graduação em
Zootecnia.
CDD 21.ed. 636.2142
ii
“Não que por nós mesmos, sejamos capazes de pensar
alguma cousa, com se partisse de nós, mas a suficiência
vem de Deus” 2 Coríntios 3.5.
iii
Este trabalho é dedicado com amor à minha família,
em especial, à minha esposa Lorena, pela paciência,
companheirismo, carinho e estímulo constante.
DEDICO
iv
AGRADECIMENTOS
“Em meio à tribulação, invoquei o Senhor, e o Senhor me ouviu e me deu folga. O Senhor está comigo entre os que me ajudam; ... Render-te-ei graças porque me acudiste e foste a minha salvação.” Salmo 118.5, 7,21.
A Deus pelo dom da vida.
À Universidade Estadual de Maringá, por ter-me possibilitado desenvolver este
trabalho.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES/COFECUB), pela concessão da bolsa de estudos.
Ao INRA – Institut National de la Recherche Agronomique, pela oportunidade
oferecida e por permitir o uso de suas instalações para a execução deste trabalho.
Ao Prof. Dr. Ivanor Nunes do Prado, pela dedicada orientação, ensinamentos, estímulo
e amizade.
Ao Prof. Dr. Clóves Cabrera Jobim, em especial, que muito contribuiu para a realização
deste trabalho.
Aos professores do Programa de Pós-graduação em Zootecnia, da UEM, pelos valiosos
ensinamentos.
Aos colegas de curso, estagiários e bolsistas, pela amizade, apoio e demonstração de
companheirismo.
Aos funcionários das Estações Experimentais (Les Verrines e UGAPF) do INRA
Lusignan - França, pelo auxílio nas realizações dos experimentos e análises
laboratoriais.
A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho.
v
REMERCIEMENTS
J'aimerais tout d'abord remercier les unités de l'INRA - Lusignan, France, qui
ont permis la réalisation de ce travail.
Je remercie sincèrement tous ceux qui m'ont aidé pendant cette année et plus
spécialement: Monsieur Jean-Claude Emile, pour l'accueil dans l'Unité Expérimentale
«Les Verrines» ainsi que pour son soutien amical, aussi bien que ses précieux conseils.
Monsieur Christian Huyghe, qui m'a accueilli dans son Unité de Génétique et
d'Amélioration des Plantes Fourragères de l'INRA de Lusignan, et aussi pour ses
précieux conseils.
Tout particulièrement Fabien Surault, pour sa disponibilité constante, son aide
précieuse et son soutien amical tout au long de cette année.
L'équipe des Verrines: Anthony Martineau, Christophe Huguet, Claude Pradeau,
Fabien Bourgoin, Françoise Menneteau, Franck Chargelègue, René Perceau et Xavier
Charrier, qui ont participé avec courage à ce travail notamment.
L'équipe du laboratoire fourrage: Rodrigue Veron et Serge Baudiffier, qui ont
participé au bon déroulement technique de ce travail notamment.
L'équipe du laboratoire Chimie: Corinne Melin, Catherine Lévèque, Martial
Briand, Monique Bucher, Simone Allerit, Véronique Menanteau, pour leur aide et la
réalisation de nombreuses analyses et prédictions biochimiques.
Enfin, de nombreuses personnes des unités qui m'ont apporté leur soutien et ont
répondu à mes questions. Je les en remercie.
vi
BIOGRAFIA DO AUTOR
WILLIAN GONÇALVES DO NASCIMENTO, filho de Orlei Mendes do Nascimento e
Rejane Mari Gonçalves, nasceu em Telêmaco Borba, Paraná, no dia 16 de março de
1974.
Em dezembro de 1994, concluiu o curso profissionalizante de Técnico em Agropecuária
pelo Instituto Cristão, Castro – Paraná.
Em dezembro de 1999, concluiu o curso de Zootecnia pela Universidade Estadual de
Maringá.
Em fevereiro de 2002, concluiu o curso de pós-graduação em Zootecnia, área de
concentração: Produção Animal com o título de Mestre em Zootecnia.
Em março de 2002, iniciou o Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, em nível de
Doutorado, área de concentração: Produção Animal na Universidade Estadual de
Maringá, realizando estudos na área de Nutrição de Ruminantes.
No dia 08 de dezembro de 2005, submeteu-se à banca para defesa da Tese.
ÍNDICE
Página
RESUMO................................................................................................................. ix
ABSTRACT............................................................................................................ xii
I – INTRODUÇÃO ................................................................................................. 01
A GEOGRAFIA DA EUROPA E SISTEMA FRANCÊS DE CRIAÇÃO................ 09
Referências Bibliográficas....................................................................................... 11
II - OBJETIVO GERAL.......................................................................................... 13
III - Valor Nutritivo das Silagens de Milho e de Sorgo Sobre o Desempenho e
Digestibilidade Aparente de Vacas Leiteiras............................................................ 14
Resumo .................................................................................................................. 14
Abstract .................................................................................................................. 15
Introdução .............................................................................................................. 16
Material e Métodos ................................................................................................. 18
Resultados e Discussão ........................................................................................... 27
Conclusões ............................................................................................................. 38
Referências Bibliográficas ...................................................................................... 38
IV - Composição botânica de associações interespecíficas de gramíneas e de
leguminosas conduzidas sob dois níveis de nitrogênio e dois intervalos de corte...... 41
Resumo .................................................................................................................. 41
Abstract .................................................................................................................. 42
Introdução .............................................................................................................. 43
Material e Métodos ................................................................................................. 44
Resultados e Discussão ........................................................................................... 50
Conclusões ............................................................................................................. 61
viii
Referências Bibliográficas ...................................................................................... 61
V – Valor Agronômico das associações interespecíficas de gramíneas e de
leguminosas conduzidas sob dois níveis de intensificação e dois intervalos de corte na
primavera ................................................................................................................ 63
Resumo .................................................................................................................. 63
Abstract .................................................................................................................. 64
Introdução .............................................................................................................. 65
Material e Métodos ................................................................................................. 67
Resultados e Discussão ........................................................................................... 73
Conclusões ............................................................................................................. 82
Referências Bibliográficas ...................................................................................... 83
VI – Produção de massa e composição química de variedades de Azevém perene
(Lolium perenne) conduzidas sob dois níveis de nitrogênio e dois intervalos de
corte ........................................................................................................................ 85
Resumo .................................................................................................................. 85
Abstract .................................................................................................................. 86
Introdução .............................................................................................................. 87
Material e Métodos ................................................................................................. 89
Resultados e Discussão ........................................................................................... 93
Conclusões ........................................................................................................... 102
Referências Bibliográficas .................................................................................... 103
VII - CONCLUSÃO GERAL ............................................................................... 105
VIII - APÊNDICE
Croqui ensaio intra-específico
Croqui ensaio interespecífico
Normas para preparação de trabalhos científicos submetidos à publicação na Revista
Brasileira de Zootecnia
RESUMO
Os quatro experimentos reunidos neste trabalho foram conduzidos na Unidade
Experimental do Institut National de la Recherche Agronomique – INRA, Centro de
pesquisas de Poitou-Charentes, localizada em Lusignan (Vienne, França, 42°65’ Leste e
15°82’ Norte). O primeiro ensaio teve por objetivo avaliar o uso de genótipos de sorgo
ensilado, em comparação a uma silagem de milho sobre os parâmetros de ingestão,
produção leiteira, composição química do leite e da digestibilidade aparente das rações
experimentais. Foram utilizadas 24 vacas da raça Prim’Holstein (PO), divididas em três
lotes de oito vacas (Quatro primíparas e Quatro multíparas), selecionadas considerando
os seguintes critérios: peso vivo, data de parto e produção de leite durante as quatro
semanas pré-experimentais. As rações experimentais foram compostas por: 1) silagem
de milho; 2) silagem de sorgo granífero e 3) silagem de sorgo sacarino distribuídos ad
libitum, com dois concentrados comerciais: um concentrado rico em proteína (ração
base) e um concentrado rico em energia (de produção) distribuído em função do nível
de produção leiteira. A silagem de sorgo granífero apresentou maior (P<0,05) ingestão
de MS (22,98kg/dia) em comparação à silagem de milho (21,95kg) e silagem de sorgo
sacarino (19,43kg/dia). A produção de leite total, corrigida a 4% de gordura, foi
superior (P<0,05) para as vacas alimentadas com silagem de milho em relação àquelas
que receberam as silagens de sorgo. Entretanto, as vacas alimentadas com silagem de
sorgo sacarino apresentaram maior (P<0,05) percentagem de gordura do leite (4,56%)
quando comparadas às vacas do tratamento silagem de milho (4,39%) e silagem de
sorgo granífero (4,31%). Por outro lado, as vacas alimentadas com silagem de milho
apresentaram maior (P<0,05) percentagem de proteína do leite (3,25%) em comparação
aos demais tratamentos. Os coeficientes da digestibilidade aparente da MS, PB, EB,
FDN, FDA, CB e MO foram superiores (P<0,05) para a ração à base de silagem de
x
sorgo sacarino em comparação às rações à base de silagem de milho e silagem de sorgo
granífero. O segundo ensaio teve por objetivo avaliar a evolução da composição
botânica e o terceiro ensaio o valor agronômico das associações interespecíficas de
gramíneas + gramíneas e de gramíneas + leguminosas. As forrageiras que compuseram
as associações (Dactylis glomerata - DG, Festuca pratensis - FP, Festuca arundinacea -
FA, Festuca rubra - FR, Phleum pratense - PP, Poa trivialis - PT, Lolium perenne - LP,
Lolium multiflorum - LM, Lotus corniculatus -LC, Medicago sativa - MS, Medicago
lupulina - ML, Trifolium repens - TR, Trifolium pratense - TP) foram cultivadas em
parcelas únicas (testemunhas). Cada associação experimental foi composta de três
blocos (repetições). Dois fatores foram atribuídos a cada associação: intervalo de
desfolhação (intervalo curto e longo) e nível de adubação nitrogenada (60 e 250kg
N/ha/ano gramíneas + gramíneas; 0 e 30kg de N/ha/ano gramíneas + leguminosas). O
LP apresentou uma maior capacidade de persistência em relação às demais espécies de
gramíneas, mantendo-se sempre acima de 50% de participação nas associações
gramíneas + gramíneas. Entretanto, quando associado a leguminosas, este índice caiu
para 30% em associações mais complexas. Nas avaliações de primavera, o TR alcançou
índices de participação de 40% em média. A qualidade da forragem, estimada pela
digestibilidade in vitro da MS, foi uniforme e alta para as associações gramíneas +
leguminosas, sendo de 71,5 a 79,7%. Os maiores teores de PB foram para as
associações gramíneas + leguminosas (18,1%) em relação às gramíneas + gramíneas
(10,7%). Da mesma forma, as associações gramíneas + leguminosas apresentaram
maior (P<0,05) rendimento de MS acumulado, no intervalo menor de desfolha (7,56ton
de MS/ha), bem como para o maior nível de nitrogênio (8,13ton de MS/ha). No quarto
ensaio, avaliou-se o valor agronômico das associações intra-especificas de gramíneas +
gramíneas. A partir de uma espécie padrão (LP) e de nove variedades, as associações
foram constituídas com duas ou três variedades de precocidade idênticas ou distantes
(precoce, ½ tardio e tardio). Estas foram cultivadas em parcelas únicas (testemunhas),
cada associação experimental foi composta de três blocos (repetições). Dois fatores
foram atribuídos a cada associação: intervalo de desfolhação (intervalo curto e longo) e
nível de adubação nitrogenada (60 e 250kg N/ha/ano). Os maiores teores de MS foram
apresentados no ciclo ½ tardio (37,83% IL60N, 34,25% IL250N, 27,57% IC60N e
24,00% IC250N) em relação aos demais ciclos. Os teores de PB apresentaram valores
variando entre 10,1% para IL a 13,3% para o IC. Teores de FDN, da ordem de 44,9% a
51,1% FDN, foram observados no IL associado ao menor nível de adubação. A DIVMS
xi
do LP puro apresentou os maiores coeficientes no IC independente do nível de
adubação. Entretanto, dentro do mesmo intervalo de corte, o nível de 250kg de N/ha
proporcionou maior DIVMS (80,8% a 87,7%), em relação ao menor nível de adubação
(81,4% a 86,5%). As variedades de ciclo produtivo precoce apresentaram rendimentos
da ordem de 7,4ton MS/ha para a variedade Belramo e em associações 7,18ton MS/ha
(Hamilton + Vital e Hamilton + Vital + Belramo).
Palavras-chave: azevém perene, composição botânica, desempenho zootécnico, sorgo sacarino, trevo branco, vacas leiteiras, valor agronômico.
GENERAL ABSTRACT
The four experiments in this work were led in the Experimental Unit of Institut National
of la Recherche Agronomique - INRA, Center of researches of Poitou-Charentes,
located in Lusignan (Vienne, France, 42°65' East and 15°82' North). The first essay had
as objective to evaluate the use of genotypes of sorghum, in comparison with corn
silage on the ingestion parameters, milk production, chemical composition of the milk
and of the apparent digestibility of the experimental rations. Twenty-four cows of the
race Prim'Holstein (PB) were used, divided in three sets of eight cows (Four
primiparous and Four multiparous), selected considering the following criteria: live
weight, dates of birth and milk production during the four pre-experimental weeks. The
experimental rations were composed for: 1) corn Silage; 2) Silage of sorghum grain and
3) Silage of sweet sorghum distributed ad libitum, with two commercial concentrate: a
concentrate rich in protein (ration base) and a concentrate rich in energy (of production)
distributed in function of the milk production. The silage of sorghum grain presented
larger (P <0,05) ingestion of DM (22.98kg/day) in comparison with corn silage
(21.95kg) and silage of sweet sorghum (19.43kg/day). Still, the DM ingestion of the
corn silage was superior (P <0.05) in relation to the silage of sweet sorghum. The total
milk production, corrected to 4% of fat and the chemical composition of the milk were
superior (P <0.05) for the cows fed with corn silage in relation to those that received the
sorghum silage. However, the cows fed with silage of sweet sorghum presented larger
(P <0.05) percentage of fat of the milk (4.56%) when compared to the cows of the corn
silage treatment (4.39%) and silage of sorghum grain (4.31%). On the other hand, the
cows fed with corn silage presented larger (P <0.05) percentage of protein of the milk
(3.25%) in comparison with the other treatments. The coefficients of the apparent
xiii
digestibility of the DM, CP, CE, NDF, ADF, CC and OM were superior (P <0.05) for
the ration the base of silage of sweet sorghum in comparison to the rations the base of
corn silage and grain silage. In relation to the other test, this had your first evaluation
accomplished in the French Autumn of 2003 (September to December) and during the
spring of 2004 (March to July). The second essay had as objective to evaluate the
evolution of the botanical composition and the agronomic value of the associations
grasses inter-specify + grasses and of grasses + legumes. The forage that composed the
associations (Dactylis glomerata - DG, Festuca pratensis - FP, Festuca arundinacea -
FA, Festuca rubra - FR, Phleum pratense - PP, Poa trivialis - PT, Lolium perenne - LP,
Lolium multiflorum - LM, Lotus corniculatus -LC, Medicago sativa - DM, Medicago
lupulina - ML, Trifolium repens - TR, Trifolium pratense - TP) were cultivated in single
plot (demonstrate). Each experimental association was composed of three blocks
(repetitions). Two factors were attributed to each association: defoliation interval (short
and long interval) and level of nitrogen fertilization (60 and 250 kg N/ha/year grasses +
grasses; 0 and 30 kg of N/ha/year grasses + legumes). LP presented a larger persistence
capacity in relation to the other grasses species, always above 50% of participation in
the associations grasses + grasses. However, when associated the legumes, this index
fell for 30% in more complex associations. In the Spring evaluations TR reached
indexes of participation of 40% on average. The quality of the forage, estimate for the in
vitro digestibility of the DM, it was uniform and high for the associations grasses +
legumes, being from 71.5 to 79.7%. The largest values of PB were to the associations
grasses + legumes (18.1%) in relation to the grasses + grasses (10.7%). In the same
way, the associations grasses + legumes presented larger (P <0.05) revenue of DM
accumulated in the smaller interval of it defoliates (7.56 ton of MS/ha) as well as for the
largest level of nitrogen (8.13 ton of MS/ha). The fourth essay was evaluated the mass
production and chemical composition of associations intra-specify of grasses + grasses.
From a species (Lolium perenne), nine varieties were associated, being constituted
associations with two or three varieties of similar or different precocity (precocious, late
and late ½). These were cultivated in single plot (demonstrate), each experimental
association was composed of three blocks (repetitions). Two factors were attributed to
each association: defoliation interval (short and long interval) and level of nitrogen
fertilization (60 and 250 kg N/ha/year). The largest values of DM were presented in the
cycle late ½ (37.83% IL60N, 34.25% IL250N, 27.57% IC60N and 24.00% IC250N) in
relation to the other cycles. The values of PB presented values varying among 10.1%
xiv
for IL to 13.3% for IC. Values of FDN, of the order of 44.9% to 51.1% FDN, they were
observed in IL associated to the smallest fertilization level. IVDMD of pure LP
presented the largest coefficients in independent IC of the fertilization level. However,
inside of the same cut interval the level of 250 kg of N/ha provided larger IVDMD
(80.8% to 87.7%) in relation to the smallest fertilization level (81.4% to 86.5%). The
varieties of precocious productive cycle presented yield of the order of 7.4 ton MS/ha
for the variety Belramo and in associations 7.18 ton MS/ha (Hamilton + Vital and
Hamilton + Vital + Belramo).
Key-words: agronomic value, animal production, botanic composition, dairy cows, perennial rye-grass, sweet sorghum, white clover
I - INTRODUÇÃO
No decorrer desta última década, a agricultura e a pecuária tinham uma
preocupação mais centralizada, com o objetivo de maximizar a produtividade agrícola e
animal, níveis estes proporcionados pelas novas tecnologias, mecanização, maior
utilização de defensivos agrícolas e fertilizantes químicos. No caso da pecuária, uma
otimização na produção das rações e na utilização de forragens mais produtivas com
alto valor alimentar. Estes fatores tornaram-se alvo de novas pesquisas.
Embora essas mudanças tenham efeitos positivos, como altas produções tanto na
agricultura como na pecuária, estas também geraram custos à saúde pública e causaram
impactos ambientais de proporções preocupantes. Destacando-se entre esses a
degradação da camada agricultável do solo, a contaminação dos lençóis freáticos, o
declínio das propriedades familiares, negligência contínua com as condições de trabalho
e de vida dos trabalhadores rurais, aumento do custo de produção e a desintegração das
condições econômicas e sociais das comunidades rurais (Martines et al. 2004).
Atualmente, a agricultura vem, progressivamente, atribuindo valores a outras
funções, não somente direcionados aos aspectos ambientais e sociais, mas utilizando-se
de práticas inovadoras e economicamente viáveis para o produtor, o trabalhador rural e
principalmente para o consumidor que se tem tornado cada vez mais exigente.
2
Hoje, a agricultura sustentável se baseia na compreensão do impacto em longo
prazo das atividades humanas sobre o ambiente e sobre as demais espécies. Para isso,
empregam-se processos produtivos melhores adaptados às diferentes realidades sócio-
ambientais. Contudo, para atender às necessidades em uma base sustentável, os recursos
naturais da terra devem ser preservados, não apenas como objetivo único para o
desenvolvimento, mas também com o intuito de contribuir para o equilíbrio ambiental
(solo x água x vegetação x animais) (Marques, 2004; Martines et al., 2004; Instituto
Solo Vivo, 2004).
Dentro deste contexto, as culturas forrageiras perenes constituem um excelente
meio de luta contra a degradação do solo, a contaminação dos lençóis freáticos,
limitando também os fenômenos de erosão, bem como os custos de produção mais
baixos que estão ligados a alimentações obtidas via pastejo em períodos estivais e via
forragens conservadas em períodos invernais. As forragens são igualmente mais
econômicas em energia fóssil e, estas permitem reduzir gastos com adubações
nitrogenadas e com a aquisição de alimentos para a complementação das rações
(Chenais et al., 2001).
As culturas anuais, como o milho, não possuem os mesmos benefícios que as
forragens perenes em relação ao meio ambiente, mesmo que um planejamento de
adubação nitrogenada seja mais fácil para as culturas anuais, em que o nível de
produção é mais previsível. No entanto, para solucionar os problemas ambientais
ocasionados pelas culturas anuais, a adoção de práticas inovadoras e de espécies
forrageiras que permitam melhor preservar os recursos naturais durante o exercício de
sistemas de criação autônomas e protetoras do meio ambiente pode ser uma solução
viável (Giovanni, 1990).
3
Balent et al. (1999) apresentaram três tipos de situações ecológicas mais
comumente encontradas em estudos sobre a durabilidade de pastagens, assim sendo: a)
situação de equilíbrio dinâmico entre vegetação e a prática de utilização deste; b) uma
situação em que a pastagem é perturbada pela prática; c) uma situação de abandono em
que a vegetação evolui sobre o efeito de fatores históricos e de paisagem. Contudo,
dentro destas três situações, onde existe um equilíbrio dinâmico entre a prática e a
vegetação, não foi possível evidenciar uma relação entre uma riqueza específica de
criação e a durabilidade. Segundo estes autores, a taxa de consumo da pastagem é uma
variável chave dentro do contexto de durabilidade.
Segundo Peeters et al. (2004), os indicadores de biodiversidade para as pastagens
são úteis para evolução da durabilidade dos sistemas de criação. Existem vários
sistemas de indicadores de biodiversidade, mas há diferentes tipos de escalas (nacional
ou em nível de propriedades, ou de parcelas, entre outros). Dentro do contexto de
biodiversidade agrícola, dos indicadores simples e de fácil medida, das diversidades
genéticas, compreende-se o número de variedades e de espécies de gramíneas e de
leguminosas semeadas no campo temporário (níveis de parcela, de propriedade e de
região) e o número de raças ou de espécies animais de criação (níveis de propriedade e
de região) (OECD, 2001). A raridade e a vulnerabilidade podem ser expressas pela
proporção de variedades ou de raças locais ameaçadas dentro do número total (níveis de
propriedade e de região) (Piveteau, 1998 citado por Peeters et al. 2004).
O número de associações forrageiras nas pastagens temporárias e sua proporção
sobre as superfícies de exploração são os indicadores de diversidade em nível de
propriedade e de região. Entre as associações, devem-se levar em conta,
particularmente, aquelas que contêm leguminosas, devido o interesse pela
“biodiversidade funcional ou intra-agrícola”, ou seja, àquela em que uma parte das
4
espécies espontâneas desenvolve um papel determinante dentro do funcionamento do
ecossistema. Sendo esta composta por espécies que apresentam um efeito positivo sobre
a produção, como de organismos fotossintéticos de interesse forrageiro (plantas
forrageiras), de microrganismos decompositores ou fixadores de nitrogênio, de
polinizadores e de minhocas. Por outro lado, há espécies funcionais que apresentam um
efeito parcialmente negativo sobre a produção agrícola, como as adventícias, as doenças
e as espécies de plantas depredadoras (Peteers et al. 2004).
Outro interesse dentro do sistema de associações é a “biodiversidade extra-
agrícola” que constituem de plantas como fonte de pólen e néctar para os polinizadores,
(vespas, borboletas, libélulas entre outros) e a importância dos animais (aves e
mamíferos) que habitam a região tendo, portanto, impacto sobre a fauna selvagem
(Peteers et al. 2004).
Em relação às associações forrageiras, fatores que afetam a performance destas no
pasto, devem ser considerados na hora de selecioná-las. A planta está submissa a
competições de diversos níveis, da parte da planta da mesma espécie e de partes de
plantas de outras variedades de gramíneas e de leguminosas, de porte e ritmos de
crescimento diferentes. As condições de solo e de clima limitante para espécies que
podem ser cultivadas, as performances destas espécies são então determinadas pela
interação entre a constituição genética dessas e pelo sistema de exploração que será
sobreposto à pastagem (Rogers, 1966).
Segundo Groff et al. (2002), a associação de espécies tem sido uma alternativa
utilizada para melhorar a distribuição de produção da pastagem ao longo do ano e a
qualidade da dieta dos animais, sendo este um sistema complexo, em que fatores como
a competição entre plantas e a seleção animal atuam, dificultando a manutenção do
equilíbrio entre espécies. Para estes autores, as competições que ocorrem entre as
5
plantas dependem da forma de utilização dos recursos (água, luz e nutrientes), sendo
que o equilíbrio entre espécies associadas evolui em função das necessidades de cada
espécie. Enquanto que a seleção realizada pelo animal depende entre outros fatores, das
distribuições vertical e horizontal do pasto e da preferência destes (Carvalho, 1997).
Lemaire e Chapmam (1996) e Lemaire (1999) verificaram a resposta das plantas à
desfolhação, sendo esta influenciada pela velocidade de emissão de folhas, sendo que
espécies que emitem folhas mais rapidamente adequam-se melhor a desfolhações mais
freqüentes. Sendo assim, a interação da resposta das espécies a uma desfolha e dos
componentes da desfolha (intervalo e intensidade) determinam o funcionamento do
dossel e o equilíbrio entre espécies.
De acordo com Fauconnier (1982), a vantagem de associação de gramíneas e
leguminosas consiste no interesse pelas leguminosas, pois estas são ricas em proteínas,
em matérias energéticas e em minerais, e graças a sua capacidade de fixação simbiótica
do nitrogênio, estas podem assegurar uma associação gramínea + leguminosa. Certas
doses de nitrogênio favorecem as gramíneas enquanto que determinada quantidade de
potássio favorece as leguminosas, por isso deve determinar o equilíbrio de N/K2O para
a otimização da produção forrageira.
Em um estudo realizado na Suíça, sobre a produção de forragens, o interesse pelas
associações de gramíneas e leguminosas foi relatado por Charles e Lehmann (1989),
como uma solução adequada para os métodos de produção forrageira. A fim de
assegurar uma alta produção a partir das plantas, é indispensável que estas sejam de alta
qualidade e ricas em energia para que possam ser ingeridas em grande quantidade. Por
isso, é importante considerar a proporção de gramíneas, pois estas em grandes
quantidades podem diminuir o teor em energia digestível da forragem e a quantidade
6
ingerida em relação a um sistema de produção mais equilibrado de gramíneas, de
leguminosas e de diversas forrageiras.
A combinação de gramíneas + leguminosas e a associação de outras espécies,
geralmente, permite melhor colonização do solo e a emergência das plantas, bem como
uma redução da proporção de adventícias sobre a primeira brota. Outra vantagem
consiste na diminuição do uso de herbicidas, principalmente, sobre as limpezas
preliminares. A distribuição sazonal é mais equilibrada e o estado sanitário
freqüentemente melhor. As dosagens médias de nitrogênio, os rendimentos totais são
também melhores, freqüentemente superiores se as condições hídricas forem normais
(Charles e Lehmann, 1989).
Na França, a região do “Pays de la Loire”, as pastagens com multiespécies
despertam o interesse cada vez mais dos produtores, a origem do novo conceito de uma
pastagem, com flora diversificada, foi promovida pelo conceito de “Agricultura
Biológica”. Por isso, um grupo de agricultores desta região colocou em prática uma
série de associações utilizando gramíneas e leguminosas. Esse ensaio foi realizado com
o intuito de avaliar as vantagens de uma pastagem multiespécies, a fim de conhecer
melhor a distribuição de produção durante o ano, a adaptação à heterogeneidade do solo
intraparcelas, aceitabilidade e melhor equilíbrio alimentar. Para propor a associação foi
considerado o pastejo e o corte, e dentro destes dois parâmetros as espécies foram
divididas em dominantes e acompanhantes, avaliaram-se também as condições do solo
(calcário secante, ácido secante, sadio e profundo, hidromorfo e alternado-molhado no
inverno e seco no verão), onde cada associação foi submetida (Hubert, 2001).
Pelletier et al. (2002), na região do norte do “Massif Central” (França), em estudo
realizado durante dois anos, utilizando associação de gramíneas e leguminosas, sem
nitrogênio, baseado na filosofia de “Agricultura Biológica”, induzida por uma forte
7
predominância das leguminosas, principalmente com trevo violeta (Trifolium pratense
L.). Sendo que a data do primeiro corte teve pouca incidência, não sendo esta
importante para a rebrota, e o corte precoce originou um teor mais elevado de proteína
bruta.
Para Vertes e Simon (1991), a nutrição por nitrogênio da pastagem está ligada à
abundância (em biomassa e em percentagem) de leguminosas fixadoras e à
homogeneidade da sua distribuição. Esses dois critérios condicionaram a perenidade da
pastagem associada à otimização do seu uso.
A percentagem de trevo é um bom indicador do equilíbrio da associação (Frame e
Newbould, 1986; Harrus, 1987 citado por Vertes e Simon, 1991).
Giovanni (1990), em estudo realizado com ovinos em Rennes na França,
utilizando associações gramíneas + leguminosas, verificou algumas vantagens
importantes, um estado ótimo da pastagem é devido a um elevado valor nutritivo do
trevo branco que contribui para corrigir o valor que é variável nas gramíneas. A
determinação da proporção do trevo branco em uma associação é necessária para
estimar os dois primeiros ciclos, o valor nutritivo previsto no campo, mas também o
futuro agronômico provável do equilíbrio da associação. A presença do trevo branco
permitiu um aumento do nível de ingestão dos carneiros de 10%.
O valor alimentar de uma associação de gramínea e leguminosa (valor nutritivo
elevado x maior quantidade ingerida) vai favorecer melhores performances,
acompanhados de uma economia de alimento concentrado. Graças ao trevo, o valor
energético das quantidades ingeridas é um efeito estabilizado durante o tempo de
exploração de uma parcela e o valor de proteína digestível (Giovanni, 1990).
Simon (1993) verificou a importância da percentagem de trevo branco utilizado
nas associações, sendo este um indicador da performance que permite julgar a
8
perenidade de uma associação definida como “manutenção do tempo e de sua
capacidade de produção e da sua composição botânica”, do ponto de vista agronômico,
uma vez que os parâmetros zootécnicos, a importância dos níveis de trevo branco
refletem sobre a qualidade da forragem e devem satisfazer as necessidades do rebanho;
esta taxa deve estar entre 30 a 40% do total de massa de forragem presente.
Para Pflimlin et al. (1993), a adubação nitrogenada em pastagens ricas em trevo
branco, com mais de 20% de participação deste na primavera e mais de 40% no verão, a
adubação com nitrogênio é inútil.
Para Fougère et al. (2001), a percentagem de trevo branco para ser considerada,
ótima em uma pastagem com azevém perene, critérios como rendimentos, riscos
zootécnicos e riscos ao meio ambiente são importantes. Na ausência de fertilização com
nitrogênio, a produção forrageira aumenta com a percentagem em 50 a 60% de trevo no
verão, e depois decrescem chegando a 20 a 30% na primavera.
No estabelecimento de uma consorciação, deve-se escolher a espécie de azevém
em função do tipo do solo, forma de utilização da pastagem e tipos de animais, pois
deve associar uma variedade de trevo correspondente, evitando-se assim variações
extremas. Este conselho é valido para pastejo rotacionado e exprime grandes tendências
que devem ser moduladas de acordo com as próprias experiências dos produtores e suas
práticas (Fougère et al., 2001).
Segundo Robin et al. (1999), a escolha de cultivares melhores adaptadas às
condições climáticas locais permite otimizar a gestão das associações à base de trevo
branco para obter maior e mais regular produtividade.
Pflimlin et al. (1993) descreveram sobre alguns fatores limitantes das associações
do azevém perene + trevo branco, sendo esta associação mais sensível a solos úmidos
do que o azevém perene puro.
9
De acordo com Pflimlin et al. (1993), há três aspectos que as pastagens de trevo
branco podem oferecer, são eles: a redução dos custos de produção pela diminuição da
utilização de fertilizantes nitrogenados e o aumento do pastejo estival que permite
reduzir a suplementação com outras forrageiras; a manutenção de uma boa
produtividade por animal e por hectare; e a redução dos riscos de lixiviação do nitrato
na água de drenagem em relação aos campos fortemente adubados.
Portanto, dentro do contexto, o conceito de agricultura sustentável está ganhando
cada vez mais espaço por constituir-se de um sistema de agricultura que mantém o solo
protegido e coberto, não permitindo perdas de solo e nutrientes por erosão ou lixiviação,
que estimula a policultura e a biodiversidade, que fomenta o uso racional do solo e
desconcentra naturalmente a posse e a renda, estimulando a agricultura familiar, não
utiliza agrotóxico, preservando assim o meio ambiente. Não submetem a riscos
produtores, trabalhadores e consumidores, respeitando desta maneira a preservação do
meio ambiente, minimizam o consumo de energia, desenvolvendo assim um conjunto
auto-sustentável de procedimentos (Instituto Solo Vivo, 2004).
A GEOGRAFIA DA EUROPA E SISTEMA FRANCÊS DE CRIAÇÃO
A Europa física foi modelada pelas duas cadeias de montanhas “Hercynienne” e
“Alpine” que formam uma espinha dorsal montanhosa quase contínua da Serra Nevada
do sul da Espanha até os “Carpates” da Romênia com duas ramificações, os
“Alpennins” e os “Balkans”. O lado sul desta espinha dorsal desce bruscamente sobre o
Mediterrâneo e o Adriático. Assim, no lado noroeste é mais plano e apresentam largas
planícies menos férteis. O clima evidencia esta diferenciação norte-sul que gera a
Europa mediterrânea que apresenta um longo período de seca no verão, e no resto da
10
Europa um clima mais temperado. No mais, a escala dos países ou das regiões, o relevo
atenua ou acentua os efeitos climáticos: acima de 300 m para os países do norte e acima
de 700 m para os outros, onde os potenciais agrícolas são mais reduzidos (Pflimlin et al.
2001).
De acordo com Véron et al. (2001), as evoluções de 1988 a 1997 ocorridas na
França, das principais superfícies forrageiras, foram analisadas em nível nacional,
utilizando-se oito zonas de amostragens. A redução da superfície de pastagens foi
confirmada neste período, mas a diminuição da sua expansão foi significativa a partir de
1993, data da instauração da PMSEE (Prime au Maintien des Systémes d’Élevage
Extensifs) que surgiu durante o quadro da reforma Política Agrícola Comum (PAC).
A França, no ano de 1993, com o objetivo de manter a exploração da criação
extensiva e preservar as áreas de pastagens e seu potencial ecológico, promoveu
modificações no sistema de produção forrageiro que conduziu a um reforço nos tipos de
exploração dominantes no interior de cada região, como por exemplo, a exploração
intensiva em zonas de recursos naturais escassos, onde a cultura do milho é possível, e
as explorações elegíveis que satisfazem os critérios mínimos de extensividade, nas
zonas onde as condições naturais são satisfatórias (Véron et al.,2001).
11
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II - OBETIVOS GERAIS
O presente trabalho foi dividido em quatro ensaios:
1) o objetivo do primeiro ensaio é comparar a silagem de sorgo granífero e sorgo
sacarino em relação à silagem de milho, com vacas em lactação, sobre os parâmetros de
consumo voluntário, produção e composição química do leite e digestibilidade aparente
dos nutrientes;
2) o segundo ensaio teve por objetivo avaliar a evolução da composição botânica
das associações interespecíficas à base de gramíneas/gramíneas e de
gramíneas/leguminosas;
3) o terceiro ensaio objetivou avaliar as características agronômicas e de qualidade
(intervalo de desfolhação, nível de adubação, rendimento de matéria seca e
digestibilidade in vitro da matéria seca) das associações interespecíficas mais ou menos
complexas à base de gramíneas e de leguminosas;
4) o quarto ensaio teve como objetivo avaliar o potencial de produção de massa de
forragem e a qualidade da mistura de variedades de azevém perene, sob dois níveis de
N.
III - Valor Alimentício das Silagens de Milho e de Sorgo Sobre o Desempenho e Digestibilidade Aparente de Vacas Leiteiras
RESUMO – Este trabalho teve por objetivo avaliar o uso de silagem de sorgo granífero
e sacarino, em comparação a uma silagem de milho sobre os parâmetros de ingestão, da
produção leiteira, da composição química do leite e digestibilidade aparente. O
experimento foi conduzido na Unidade Experimental do INRA, Lusignan (França).
Foram utilizadas 24 vacas da raça Prim’Holstein (PO), divididas em três lotes de oito
vacas. As rações experimentais foram compostas por: 1) silagem de milho (SM); 2)
silagem de sorgo granífero (SG) e 3) silagem de sorgo sacarino (SS) distribuídos ad
libitum, com dois concentrados comerciais, distribuído em função do nível de produção
leiteira. A SG apresentou maior (P<0,05) ingestão de MS (22,98kg/dia) em comparação
à SM (21,95kg) e SS (19,43kg/dia). A ingestão de água (litros/vaca/dia) foi semelhante
(P>0,05) para os animais alimentados com SM (71,91) e SG (76,30) e maior (P<0,05)
em relação aos animais alimentados com SS (56,95). A produção de leite total, corrigida
a 4% de gordura, foi superior (P<0,05) para as vacas alimentadas com SM em relação
àquelas que receberam as SG. Entretanto, as vacas alimentadas com SS apresentaram
maior (P<0,05) percentagem de gordura do leite (4,56%) que as vacas do tratamento
SM (4,39%) e SG (4,31%). Por outro lado, as vacas alimentadas com SM apresentaram
maior (P<0,05) percentagem de proteína do leite (3,25%) em comparação aos demais
tratamentos. Ainda, as vacas alimentadas com SS apresentaram maior (P<0,05)
percentagem de proteína no leite (3,05%) em relação às vacas alimentadas com SG
(2,97%). Os coeficientes da digestibilidade aparente da MS, PB, EB, FDN, FDA, CB e
MO foram superiores (P<0,05) para a ração à base de SS em comparação às rações à
base de SM e SG. Ainda, esses coeficientes foram superiores (P<0,05) para a ração à
base de SG em relação à ração à base de SM.
Palavras-chave: digestibilidade, desempenho zootécnico, sorgo sacarino, vacas
leiteiras.
15
Nutritive value of corn and sorghum silages in the dairy cow performance and in the diet apparent digestibility
Abstract – The objective of this work was to evaluate the use of silages of genotypes of
sorghum comparing to the corn silage in the ingestion parameters, milk production,
milk composition and in the diets apparent digestibility. The experiment was conducted
in the INRA, Lusignan (French). Twenty four cows were used, Prim’Holstein (PO)
breeds, and split into three groups of eight cows each. The experimental diets were: 1)
Corn silage; 2) Sorghum grain silage and 3) Sweet sorghum silage, distributed ad
libitum, with two commercial concentrate, distributed following the milk production.
The sorghum grain silage presented higher (P<0.05) DM intake (22.98 kg/day) when
compared to corn silage (21.95 kg/day) and sweet sorghum silage (19.43 kg/day). The
corn silage DM intake was higher (P<0.05) than the sweet sorghum silage DM intake.
The water intake (l/cow/day) was similar (P>0.05) for the animals fed the corn silage
(71.91) and sorghum grain silage (76.30) and higher (P<0.05) than the water intake of
the animals fed with sweet sorghum silage (56.95). The total milk production, corrected
to 4% of fat and the milk chemical composition was higher (P<0.05) for the cows fed
with corn silage when compared to ones receiving sorghum silage. However, the cows
fed with sweet sorghum silage presented higher (P<0.05) milk fat percentage (4.56%)
when compared to the cows of the corn silage (4.39%) or sorghum grain silage (4.31%)
treatment. Meanwhile, the cows fed with corn silage presented higher (P<0.05) milk
protein percentage (3.25%) when compared to the others treatments. The cows fed with
sweet sorghum silage presented higher (P<0.05) milk protein percentage (3.05%) when
compared to the ones fed with sorghum grain silage (2.97%). The DM, CP, GE, NDF,
ADF, CB and OM apparent digestibility were higher (P<0.05) for the sweet sorghum
silage diet when compared to the corn and sorghum grain silage diets. The apparent
digestibility coefficients were higher (P<0.05) for the sorghum grain silage diet than for
the corn silage diet.
Key words: animal performance, dairy cows, digestibility, sweet sorghum.
16
Introdução
Considerado como uma das alternativas para a alimentação animal, a cultura do
sorgo forrageiro desempenha um papel importante na metade sul da França. Destaca-se
a sua capacidade de adaptação a situações de seca, que é limitante à cultura do milho,
garantindo melhores resultados econômicos à atividade.
Na França, durante muito tempo, a utilização do sorgo forrageiro foi praticada
com o Sudam grass. A partir dos anos 80, com o aparecimento de novas variedades
(Sorghum bicolor) que apresentam teores reduzidos de taninos, associados a novas
tecnologias no processo de ensilagem, a cultura do sorgo teve seu mercado ampliado
(Legarto, 2000).
Dentro das novas variedades de sorgo, destacam-se duas: a primeira é o sorgo
granífero que produz panícula compacta com muitos grãos. Este tipo de sorgo é
valorizado para pequenos ruminantes, mas em contrapartida, os grandes ruminantes não
possuem a mesma eficiência de utilização, devido ao aspecto duro do grão que passa,
muitas vezes, intacto pelo rúmen (Institut de l’Élevage, 1990). A segunda é o sorgo
sacarino que se caracteriza por uma altura de planta superior a dois metros, apresenta
colmo doce e suculento, justamente por acumular suas reservas na forma de açúcares
solúveis no colmo e nas folhas (Coleman, 1970). Estas características podem lhe
proporcionar qualidade interessante para a alimentação animal.
Uma das formas de utilização desses materiais para alimentação de ruminantes é
na forma de silagem. No entanto, existem critérios para avaliar o valor nutritivo desses
alimentos conservados que, segundo Souza et al. (2003), são: consumo voluntário,
digestibilidade e eficiência da utilização de nutrientes digeridos. Bezerra et al. (2002)
relataram que para os ruminantes existem inúmeros fatores que interferem no consumo,
17
com maior ou menor intensidade e de diferentes magnitudes. Estes fatores de variação
são de fundamental importância para o balanceamento das dietas.
Um desses fatores refere-se à granulometria dos alimentos que, segundo Sauvant
(2000), tem influência direta sobre a ruminação, a ingestão e, conseqüentemente, na
digestibilidade do alimento. Este autor ressalta que o tamanho da partícula de uma
forragem determina as condições ruminais e, quando é pequena pode provocar redução
do pH e redução da proporção do acetato.
Trabalhos de pesquisa do Institut d’Élevage (1990), comparando 50 variedades de
silagem de sorgo e de milho, obtidas em condições semelhantes, constataram que a
proporção de partículas finas é duas vezes maior no sorgo em relação ao milho.
Ensaios de consumo voluntário da silagem de sorgo e de milho, realizados pelo
Institut d’Élevage (1990), mostraram que não houve diferença no consumo entre estes
dois tipos de forragens com vacas leiteiras (3,3% do peso vivo). Estes resultados podem
ter sido influenciados pelos baixos teores de MS das silagens (26 a 27%), o que estaria
de acordo com os resultados observados por McDonald et al. (1991).
A digestibilidade da planta inteira do sorgo granífero é influenciada pelo seu
estado de maturidade (30 e 41% de MS). Os coeficientes da digestibilidade da matéria
orgânica e da celulose bruta caem, respectivamente, de 2,4 e 13 pontos percentuais
(Legarto, 2000).
Entretanto, Mizubuti et al. (2002) não observaram diferenças significativas da
digestibilidade aparente da MS entre as silagens de milho e sorgo, mesmo com baixos
teores de MS (29,56% e 24,94%, respectivamente).
O objetivo deste trabalho foi comparar a silagem de sorgo granífero e sorgo
sacarino em relação à silagem de milho, como volumoso para vacas em lactação sobre o
18
consumo voluntário, produção e composição química do leite e digestibilidade aparente
dos nutrientes.
Material e Métodos
O presente trabalho foi conduzido na Unidade Experimental do INRA - Institut
National de la Recherche Agronomique, Centro de Pesquisas Poitou-Charentes,
localizada em Lusignan (Vienne, França - 15° Leste, 45,26° Norte).
As culturas de sorgo e milho foram implantadas na primavera de 2003. Os dados
climáticos revelam que este ano foi marcado por uma primavera amena e de poucas
chuvas, seguido de um verão excepcionalmente quente. O mês de agosto, em particular,
foi muito atípico com calor excessivo e temperatura média máxima de 31,9 ºC (Figura
1), visto que, as temperaturas habitualmente observadas, nos anos precedentes estiveram
em 26°C, 25°C e 23,2°C, respectivamente para os anos de 2000, 2001 e 2002 (Estação
Meteorológica INRA - Lusignan).
-5,0
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Tem
pera
tura
(°C
) -
Tem
pera
ture
(ºC
)
-5,05,015,025,035,045,055,065,075,085,095,0105,0115,0125,0
Prec
ipit
ação
(m
m)
- Pre
cip
ita
tio
n (
mm
)
TM TN PP
Figura 1. Precipitação pluviométrica média (PP), temperatura máxima (TM) e mínima (TN).
Figure 1. Monthly average precipitation (PP), temperature maximum (TM) and minimum (TN)
19
As áreas cultivadas apresentam um solo classificado como argiloso (± 60% de
argila), o pH médio de 6,3 a 6,7 e o teor de matéria orgânica de 1,6 a 1,8% (Carbono
orgânico 1,72%).
O preparo do solo foi o mesmo para as três culturas: subsolagem, gradagem
(Covercrop) e nivelamento (Vibroculter flex).
A adubação orgânica constituiu de 30-35 t/ha (esterco bovino) sobre a cultura do
milho no inverno.
Em relação à adubação nitrogenada, para a cultura do milho e das variedades de
sorgos, as exigências em nitrogênio, foram determinadas utilizando-se o método dos
balanços PcAZOTE, considerando-se os seguintes parâmetros: cultura precedente,
histórico, nitrogênio remanescente e o objetivo de rendimento.
Os aportes de nitrogênio foram constituídos de 140kg/ha de adubo orgânico (fezes
líquidas de bovinos) antes da semeadura do milho, tendo como base um rendimento de
18 toneladas de MS. Para a cultura do sorgo sacarino, um aporte de 40kg/ha de
nitrogênio sobre a forma de amonitrato após emergência, sobre uma base de rendimento
estimada a 13 toneladas de MS. A cultura do sorgo granífero não recebeu nitrogênio.
Os híbridos utilizados foram: sorgo granífero Arakan e sorgo sacarino Top silo,
escolhidos em função das suas características de adaptação à seca. Bem como, suas
capacidades em produzir uma silagem de qualidade com um rendimento elevado. O
híbrido de milho utilizado como testemunha foi Cocagne.
As três silagens foram produzidas da mesma maneira de forma a não introduzir
diferenças significativas nas etapas que são: corte (altura de corte, velocidade da
máquina de corte), enchimento, compactação e fechamento do silo.
As principais características de condução das culturas estão demonstradas no
Quadro 1.
20
Quadro 1. Principais características de condução das culturas de milho e dos sorgos. Tableau 1. Mean characteristic of the conduction the culture of the corn and sorghum
Híbridos - Hybrid Características
Characteristic Cocagne Milho - Corn**
Arakan Sorgo granífero Sorghum Grain
Top silo
Sorgo sacarino Sweet sorghum
Cultura antecedente Culture antecedent
Trigo Wheat
Alfafa Alfafa
Azevém Ryegrass
Densidade (plantas/ha) Density (plant/ha)
100.000 375.400 200.000
Espaçamento Spacing
0,75 m 0,40 m 0,75 m
Data de semeadura Date to raise up seed
24 de abril 24 April
15 de maio 15 May
14 de maio 14 May
Herbicidas Herbicide
Atraphyt (atrazine 2,5 l/ha)
Lagon (isoxaflutole+aclonifen 0,7 l/ha) Frontière
(dimethenamide 1,3 l/ha) Pós-emergente – post-emergent
Ramrod (propachlore 6 l/ha)
Pós-semeadura Fighter
(bentazone 2,5 l/ha) Pós-emergente - post-emergent
Modo de condução Mode of the conduction
Total 152mm em 5 irrigações Total 152mm in 5 irrigation
Não irrigado Not irrigate
Ponto de corte (2003) Point of the cut (2003)
30 de agosto 30 August
26 de agosto 26 August
25 de agosto 25 August
Altura de corte* Height of the cut
10 a 15 cm 10 the 15 cm
*corte com ensiladeira automotriz para o milho e sorgo sacarino: John Deere 5730 equipada de uma plataforma de milho com quatro filas para o sorgo granífero: ensiladeira John Deere 6070 equipada de uma plataforma Kemper; **Combate biológico (Trichogramma maidis) contra a lagarta do milho foi realizado com o produto comercial TR16 da INVIVO-BIOTOP. *cut with automatic machine, to the corn and sweet sorghum: John Deere 5730 equipped of the a platform of corn
with four rang, to sorghum grain: machine John Deere 6070 equipped of the a platform Kemper; ***Combat
biological (Trichogramma maidis) against the palmer-worm of the corn was realized with the product commercial
TR16 of the INVIVO-BIOTOP
As avaliações de rendimento e composição morfológica das culturas foram
realizadas no momento do corte, uma vez que as amostragens das plantas foram
efetuadas na linha sobre um comprimento de três metros e com cinco repetições para
cada cultura.
As plantas amostradas foram separadas em duas partes e pesadas individualmente
para cada cultura, em que:
1) parte grão: sabugo e grãos para o milho e panículas do sorgo;
21
2) parte não grão: nesta fração foram inclusas todas às partes aéreas das plantas,
incluindo, no caso do milho, as brácteas e as panículas.
Para a determinação do teor de matéria seca, a secagem foi realizada em estufa a
75-80ºC, por 48 horas. As amostras secas foram moídas com o auxílio de um moinho
tipo martelo, com uma peneira de um mm de crivo e armazenadas em potes plásticos,
para posteriores análises em laboratório, bem como, uma sub-amostragem da forragem
fresca foi coletada e mantida conservada em congeladores para análises bromatológicas.
Para o experimento de desempenho das vacas leiteiras, 24 animais da raça
Prim’Holstein (PO) foram utilizados e separados em três lotes de oito animais (quatro
primíparas e quatro multíparas), levando-se em consideração os seguintes critérios: o
peso vivo (médio 635,5kg), período de lactação (valor médio no início do experimento
= 65 dias) e a produção de leite durante as quatro semanas pré-experimentais (valor
médio = 30,6kg/dia/animal).
O experimento de avaliação do desempenho animal foi realizado de novembro
2003 a fevereiro 2004, durante 103 dias. Após um período de 15 dias de adaptação, em
que os animais, em estabulação livre, puderam se familiarizar com as portas
eletromagnéticas que davam acesso aos comedouros individuais e às rações
experimentais, iniciou-se o ensaio que foi dividido em quatro períodos de 22 dias cada.
Os animais foram pesados no início do experimento e no final de cada período. As
pesagens foram realizadas após a ordenha da manhã, durante dois dias consecutivos e
corrigidos, segundo o método de Chilliard et al. (1987), para as variações de conteúdo
digestivo, em que:
PVc = PV – (4*MSI)
PVc = peso vivo corrigido (kg);
PV = Peso vivo bruto (kg);
22
MSI = matéria seca ingerida (kg).
As rações experimentais foram compostas de: 1) silagem de milho; 2) silagem de
sorgo granífero e 3) silagem de sorgo sacarino, distribuídos ad libitum, com dois
concentrados comerciais (Tabela 1): um concentrado de equilíbrio (2,2kg de MS/dia) e
um concentrado de produção (1,9 a 4,7kg de MS/dia), distribuído em função do nível de
produção leiteira.
O concentrado produção foi distribuído durante as duas ordenhas diárias
(07h30min h e 16h30min h). A quantidade oferecida foi de 1,0kg de concentrado para
cada 2,5kg de leite produzido, acima de uma produção de 22,5kg (ração base de
equilíbrio), para as multíparas e primíparas, 50% foram distribuídas durante a primeira
ordenha e os 50% restantes durante a segunda ordenha. Considerando-se que há redução
de 2,0 a 2,5%/semana na persistência da produção leiteira, para as primíparas e
multíparas, segundo Emile e Barrière (1992), as quantidades de concentrado foram
calculadas a partir da produção média de leite de referência de cada animal. Para as
primíparas, houve um reajuste de 2,0kg, para suprir as necessidades ligadas ao
crescimento (Jarrige, 1988). Os reajustes em concentrado foram realizados na primeira
semana de cada mês.
Para cada ração, a quantidade de silagem distribuída foi calculada diariamente,
considerando uma sobra de 10% de MS ofertada relativamente no consumo. A
quantidade de silagem ofertada cada dia foi calculada em função do ingerido no dia
anterior. As rações foram equilibradas em energia e em proteína, com a inclusão de
cevada (0,5 e 1,0kg/dia para os tratamentos sorgo granífero e sorgo sacarino,
respectivamente) e de uréia (50 gramas para o tratamento com silagem de milho), de
acordo com as recomendações preconizadas por Jarrige (1988).
23
Tabela 1. Ingredientes e composição química dos concentrados comerciais utilizados nas rações experimentais.
Table 1. Ingredient, chemical composition of commercial concentrates used in the diet experiments
Ingredientes Ingredient
1PROTIVAL 2DIAPASON
Farelo de soja, % Soybean meal, %
65 10
Farelo de canola, % Rapeseed meal, %
20 12
Farelo de girassol, % Sunflower meal, %
15 7
Resíduos de trigo, cevada e milho, % Wheat, barley, corn grains, %
- 41
Resíduos de grão trigo, % Wheat issues, %
- 21
Proteínas solúveis, % Soluble proteins, %
- 3
Melaço de beterraba, % Sugar beet molasses, %
- 3
Elementos minerais, g/kg Mineral premix, g/kg
- 5
CaCO3, g/kg CaCO3, g/kg
- 20
NaCl, g/kg NaCl, g/kg
- 5
Composição química (base MS) Chemical composition (DM basis)
Matéria orgânica (MO), % Organic Matter (OM), %
92,7 93,2
Proteína bruta (PB), % Crude protein (CP), %
46,0 21,0
Amido, % Starch, %
2,5 32,0
Fibra bruta (FB), % Crude fiber (CF), %
12,9 9,2
Gordura, % Fat, %
3,4 3,8
Lisina, g/kg Lysine, g/kg
13,7 6,8
Metionina, g/kg Methionine, g/kg
3,9 2,2
Fósforo, g/kg Phosphorus, g/kg
8,3 7,4
Cálcio, g/kg Calcium, g/kg
5,7 11,5
ELL, UFL3/kg NE L, UFL
3/kg
1,09 1,05 1Concentrado rico em Proteína; 2Concentrado rico em Energia; 3UFL = unidade ENL de acordo com o modelo francês (1 UFL = 7,1 mJ/kg de MS); Dados obtidos no Centre Atlantique Aliments, Ceaux em Couhé, França. 1Protein-rich concentrate;
2Energy-rich concentrate;
3UFL = NEL unit according to the French standard
(1 UFL = 7.1 mJ/kg of DM); Data obtained from Centre Atlantique Aliments, Sceaux en Couhé, French.
24
As produções leiteiras individuais foram registradas a cada ordenha (07h30min h
e 16h30min h) com auxílio de coletores volumétricos ligados a um sistema
informatizado de ordenha.
As análises dos teores de gordura e de proteína do leite foram realizadas a partir
de amostras coletadas durante quatro ordenhas consecutivas no início de cada semana.
As amostras foram enviadas ao Laboratório Interprofissional Leiteiro do Centro-oeste,
Surgères, França. A correção do leite a 4% de gordura foi calculada a partir da equação
descrita pelo NRC (2001).
Para a determinação do nível de aceitabilidade das silagens pelos animais, foi
realizado um ensaio de velocidade de ingestão, quando os animais receberam silagem
sem o concentrado por um período de uma hora, após este período, os comedouros
foram pesados para obtenção do consumo. Esta avaliação foi realizada durante três dias
consecutivos.
A granulometria das silagens foi determinada, segundo as recomendações de
Melcion (2000), com auxílio de um separador de partículas, modelo AS200 digit-
Retsch, no qual, uma amostra de 50 g de silagem seca (seca em estufa a 65ºC durante
72 horas) foi colocada no alto de um empilhamento de sete peneiras, dispostas em
ordem decrescente (19,0; 8,0; 4,0; 3,6; 2,8; 1,8 e <1,8mm), e submetidas a movimentos
vibratórios durante cinco minutos. As frações retidas para cada peneira foram pesadas
com objetivo de determinar a distribuição granulométrica. Cinco repetições foram
realizadas por amostras.
Extrações de suco das silagens foram realizadas a cada período experimental, a
partir de amostragens de silagem fresca, para determinar o pH.
Com objetivo de determinar a composição química do ingerido e das rações,
foram realizadas amostragens diárias das silagens e das sobras.
25
As amostragens de fezes, por coleta direta no reto, foram realizadas uma vez ao
dia, durante cinco dias consecutivos, após a saída da sala de ordenha, para determinar a
digestibilidade aparente das rações. As fezes de cada animal foram embaladas em sacos
plásticos, armazenadas e congeladas para posterior análise.
Os coeficientes da digestibilidade aparente das rações experimentais foram
determinados segundo o método de amostragens parciais de fezes. O marcador interno
utilizado foi a cinza insolúvel em ácido clorídrico (CIA), segundo Van Keulen e Young
(1977), com as seguintes equações:
Digestibilidade aparente da MS (DMS)
DMS % = 100 – 100 * % marcador na ração % marcador nas fezes Digestibilidade aparente dos nutrientes (Dnutr)
Dnutr % = 100 – 100* % marcador na ração % nutrientes nas fezes % marcador nas fezes % nutriente na ração
As digestibilidades in vitro da matéria seca (DIVMS) das silagens foram obtidas
através do método enzimático, descrito por Aufrère (1982).
As amostras dos alimentos volumosos e fezes foram secas em estufa a 65ºC
durante 72 horas. Ao final de cada período, as amostras das silagens e das sobras foram
reagrupadas para constituir uma amostra global por período e por tratamento. As fezes
foram reagrupadas para constituir uma amostra global por animal.
As amostragens dos concentrados e dos alimentos utilizados para equilibrar as
rações foram realizadas uma vez para cada período, depois reagrupadas no final do
experimento para formar uma amostra representativa de todo o período experimental.
As amostras compostas foram moídas com o auxílio de um moinho tipo martelo, com
uma peneira de um mm de crivo e armazenadas em potes plásticos para posteriores
análises em laboratório.
X
26
Os teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), nitrogênio insolúvel em
ácido (NIDA), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA),
celulose bruta (CB) e matéria orgânica (MO) foram determinados na forragem verde,
silagens, sobras e fezes, segundo a metodologia descrita pelo AOAC (1997). (Tabela 2)
Tabela 2. Composição química das dietas experimentais. Table 2. Chemical composition of the diet experiments
Ração de base1
Diet based1
Composição Composition
SM2
CS2
SG3
SG3
SS4
SS4
MS, % DM, %
37,12 46,08 26,45
EB**
CE**
4,30 4,35 4,31
PB, % CP, %
13,06 14,84 13,45
NIDA, % ADIN, %
2,27 3,01 2,16
FDN, % NDF, %
35,75 43,12 48,53
FDA, % ADF, %
17,6 21,75 24,15
Celulose Bruta, % Crude Cellulose, %
15,6 18,67 21,27
MO, % OM, %
92,76 92,12 91,59
CIA, % AIC, %
1,59 1,27 1,18
Silagem, % Silage, %
85,30 83,70 82,40
Concentrado, % Concentrate, %
14,70 16,30 17,60
*Dados obtidos no Laboratório de Análises da UGAPF - INRA Poitou-Charentes, França. 1Ração base: silagens (milho ou sorgo), concentrado rico em proteína (PROTIVAL, Centre Atlantique Aliments, Ceaux em Couhé, França), cevada ou uréia. 2Silagem de milho (SM); 3Silagem de sorgo granífero (SG); 4Silagem de sorgo sacarino (SS). **Megacalorias/kg de MS. *Data obtained in Laboratory of analysis of UGAPF - INRA Poitou-Charentes, French. 1Diet based: silage (corn or
sorghum),protein rich-concentrated (PROTIVAL, Centre Atlantique Aliments, Sceaux in Couhé, French), barley or urea. 2Corn
Silage (CS); 3Sorghum grain silage (SG); 4Sweet sorghum silage (SS). **Megacalories/kg.
A determinação da energia bruta (EB) foi realizada no Laboratório de Análises
Química da Estação Experimental do INRA, localizado na cidade de Magneraud -
França, com a utilização de uma bomba calorimétrica, sistema IKA® C7000.
27
As médias e as análises de variância foram estimadas segundo o modelo abaixo,
através do programa SAS (1989):
Yijkl = µ + Si +Tj + Tj * Si + Tj *Ak + Eijkl
Yikl = variável observada;
µ = constante geral;
Si = efeito da semana experimental ¨i¨, com i = 1 a 13;
Tj = efeito do tratamento experimental ¨j¨, com j = 1 (silagem de milho), 2 (silagem de
sorgo granífero) e 3 (silagem de sorgo sacarino);
Tj * Si = efeito da interação tratamento*semana;
Tj *Ak = efeito do animal hierarquizado no tratamento (k);
Eijkl = erro aleatório associado a cada observação.
Os efeitos do tratamento foram estimados com o F correspondente ao produto
entre os quadrados médios do tratamento (Tj) e o do efeito animal hierarquizado no
tratamento (Tj*Ak), porque se trata de um dispositivo com avaliações repetidas, que
segundo Little e Hills (1978), uma semana não é independente dos valores da semana
anterior.
Resultados e Discussão
Na Tabela 3, encontram-se os dados qualitativos de energia bruta (EB), de
proteína bruta (PB), de nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA), de fibra em
detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), hemicelulose (HEM),
lignina, celulose bruta (CB), matéria orgânica (MO), cinza insolúvel em ácido (CIA),
digestibilidade in vitro (DIVMS) e pH das silagens e rações.
28
Tabela 3. Composição química da forragem verde e das silagens. Table 3 Chemical composition of the forage green and silage.
Forragem verde Forage green
Silagem Silage
Composição Composition
SM1
CS1
SG2
SG2
SS3
SS3
SM1
CS1
SG2
SG2
SS3
SS3
MS, % DM, %
33,20 49,10 29,2 35,24 45,87 26,19
EB**
CE**
4,32 4,32 4,41 4,37 4,41 4,37
PB, % CP, %
7,89 8,56 10,67 7,69 10,98 9,83
NIDA, % ADIN, % 0,93 0,63 1,27 1,85 2,70 1,70
FDN, % NDF, %
40,62 49,38 49,20 38,19 47,40 54,58
FDA, % ADF, %
18,61 23,70 24,56 18,90 24,17 27,51
Hemicelulose, % Hemicellulose, %
22,01 25,68 24,65 19,29 23,23 27,07 Lignina, % Lignine, %
2,22 2,37 3,13 2,11 3,57 3,00
Celulose Bruta, % Crude Cellulose, %
16,52 24,45 23,15 17,48 21,42 24,89
MO, % OM, %
95,52 94,37 94,32 95,24 94,42 93,75
CIA, % AIC, %
- - - 1,59 1,24 1,14
DIVMS, %4 DMIVD, %
4
76,43 67,56 66,34 74,25 69,73 65,92
pH pH
- - - 4,02 4,59 4,08
*Dados obtidos no Laboratório de Análises da UGAPF - INRA Poitou-Charentes, França. 1Silagem de milho (SM); 2Silagem de sorgo granífero (SG); 3Silagem de sorgo sacarino (SS). 4Digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS). **Megacalorias/kg de MS. *Data obtained in Laboratory of analysis of UGAPF - INRA Poitou-Charentes, French. 1Corn Silage (CS); 2Sorghum grain silage
(SG); 3Sweet sorghum silage (SS).4 Dry matter “in vitro” digestibility (DMIVD) **Megacalories/kg.
Os valores médios obtidos para pH, nas silagens de milho e sorgo, encontram-se
dentro dos limites que caracterizam uma fermentação desejável e adequada para
preservação do material (4,02 a 4,59). Segundo Keplin (1992), uma silagem de milho
para ser considerada de boa qualidade deve apresentar de 7,1 a 8,0% de PB. Resultados
superiores ao preconizado por este autor foram observados no presente trabalho.
Corroborando com as informações de Keplin (1992), Flaresso et al. (2000) que
29
trabalharam com treze cultivares de milho e oito cultivares de sorgo, obtiveram médias
para as cultivares de milho de 8,3% e sorgo 7,1% PB.
Os valores médios obtidos, apresentados na Tabela 4, demonstram que o corte do
milho e das variedades de sorgo foi realizado em estágios mais avançados (29,2% a
49,1% de MS). Nesse ponto de corte, os grãos podem ser denominados farináceos e
farináceos duros, o que, segundo Le Gall et al. (1994) resultaria em silagens de melhor
qualidade. Da mesma forma, segundo estes autores a maior participação de grãos na
massa ensilada resultaria em melhoria do valor nutritivo, fato esse observado para a
cultura do milho (48,5% no teor de grãos).
Tabela 4. Características da cultura de milho e dos sorgos no momento da ensilagem. Table 4. Culture characteristic of corn and sorghum in moment of ensilage
Itens Item
Cocagne Milho - Corn**
Arakan Sorgo granífero Sorghum Grain
Top silo
Sorgo sacarino Sweet sorghum
MS planta inteira (%) DM plant entire (%)
33,2 49,1 29,2
MS espigas (ou panícula) (%) DM spike (or stem) (%)
54,6 62,9 46,1
MS não espiga (ou não panícula) (%) DM not spike (or not stem) (%)
21,4 39,4 27,0
Teor em grãos (% MS) Tenor in grain (% DM)
48,5 33,4 10,3
Rendimento em toneladas MS/ha Yield in ton MS/ha
18,4 13,4 11,7
Contudo, o menor valor observado para o teor de grãos, na cultura do sorgo
sacarino (10,3%), é justificado pela sua fisiologia, visto que esta cultura, ao contrário da
cultura do sorgo granífero, a sua finalidade não é de produzir o máximo de grãos e sim
alto teor de carboidratos não estruturais que permanecem no caule e nas folhas na forma
de açúcares solúveis, oferecendo um alimento energético e de fácil conservação (Hale,
1970).
30
A cultura do sorgo supera em alguns aspectos a cultura do milho, pois, alcança
maior produção de massa por área, principalmente quando cultivado em locais que
apresentam solos de baixa fertilidade e pouca precipitação (Zago, 1991). Esta afirmação
está de acordo com Legarto (2000) que, ao comparar os rendimentos da cultura do sorgo
em relação à cultura do milho realizado no norte de l’Aquitaine (França) pelo Institut de
l’Elevage de 1988 a 1990, demonstrou uma melhor performance do sorgo em situações
de seca, menos de 200mm de água entre o início de maio e fim de setembro. Por outro
lado, o milho tornou-se favorável com uma quantidade de água superior a 300mm de
água.
Dessa forma, os resultados demonstraram que as culturas de sorgo utilizadas neste
trabalho tiveram um bom rendimento em toneladas de MS/ha em relação ao milho, visto
que as culturas não foram irrigadas e, que do ponto de vista climático, o ano de 2003 foi
marcado por uma primavera amena e de poucas chuvas, seguido de um verão
excepcionalmente quente, como demonstrado na Figura 1.
O perfil granulométrico das silagens está demonstrado na Figura 2. A silagem de
milho apresentou maior proporção de partículas de grande tamanho em relação às
silagens de sorgo granífero e de sorgo sacarino. Entretanto, a presença de partículas
superiores a oito mm para o milho ensilado não teve influência sobre as quantidades
ingeridas pelos animais. Jarrige (1988) e Van Soest (1994) relataram que o tempo de
ruminação (partículas >5mm) limita a capacidade de ingestão.
31
0
5
10
15
20
25
30
35
40
< 1,8 1,8 2,8 3,6 4,0 8,0 >19,0
Tamanho de partículas (mm) - Size particle (mm)
Dis
trib
uiç
ão
(%
) -
Dis
trib
uit
ion
(%
)
Milho - Corn Sorgo Grão - Sorghum grain Sorgo Sacarino - Sweet sorghum
Figura 2. Distribuição do tamanho de partículas das silagens de milho, sorgo granífero e sorgo sacarino (%).
Figure 2. Distribution of the size particle and corn silage, sorghum grain and sweet sorghum (%)
Os valores médios de ingestão diária das silagens e rações totais estão
apresentados na Tabela 5.
A silagem de sorgo granífero apresentou maior consumo (P<0,05) de silagem e
ração total (kg de MS/dia), em relação às silagens de milho e de sorgo sacarino. Ainda,
o consumo de MS da silagem de milho foi superior (P<0,05) em relação à silagem de
sorgo sacarino.
A silagem de sorgo sacarino, em razão da sua maior proporção de parede celular
(Tabela 3), em relação às outras silagens teve efeito negativo sobre a ingestão de MS e,
por conseqüência, uma menor ingestão de energia.
32
Tabela 5. Ingestão média diária das diferentes silagens e das rações totais nos tratamentos com silagens de milho e sorgo.
Table 5. Average daily intake of the silage and of ration total in treatments with silage of
corn and sorghum.
Itens Item
SM1
CS1
SE SE
SG2
SG2
SE SE
SS3
SS3
SE SE
Ingestão de silagem, kg MS/dia Silage intake, kg DM/day
17,02b 0,24 17,64a 0,31 13,64c 0,21
Ingestão total, kg MS/dia Total intake, kg DM/day
21,95b 0,22 22,98a 0,32 19,43c 0,20
Ingestão média MS, 100kg PV corrigido DM mean intake, 100 kg LW correct
3,93b 0,07 4,22a 0,12 3,37c 0,08
Proteína Bruta (PB), kg/dia Crude protein (CP), kg/day
3,01b 0,02 3,54a 0,04 2,99b 0,02
Energia bruta (EB), Mcal/dia Crude energy (CE), Mcal/day
84,43b 0,97 87,68a 1,39 69,44c 0,85
Fibra Detergente Neutro (FDN), kg/dia Neutral detergent fiber (NDF), kg/day
7,78c 0,08 9,71a 0,15 8,87b 0,11
Ingestão de água, litros/vaca/dia Water of intake, litre/cow/day)
71,91a 2,14 76,30a 2,03 56,95b 0,98
Taxa de ingestão kg MS/1 hora Tax of intake, kg DM/1 hour
3,83a 0,26 3,05b 0,24 2,90b 0,21 a,b,cMédias seguidas de letras diferentes na mesma linha diferem (P<0,05) pelo teste Tukey; 1Silagem de milho (SM); 2Silagem de sorgo granífero (SG); 3Silagem de sorgo sacarino (SS); Erro-padrão (SE). a,b,c Averages followed by different letters in the same row differ (P<0,05) by the Tukey test; 1Corn Silage (CS); 2Sorghum Grain slage (SG); 3Sweet sorghum silage (SS); standard-error (SE)
Estes resultados concordam com os resultados de Dias et al. (2001) que
atribuíram esse fenômeno ao enchimento do rúmen antes que todos os nutrientes
necessários aos animais fossem ingeridos, como também pela saturação da capacidade
de ruminação, que refletirá na limitação da produção de leite.
A ingestão de PB foi superior (P<0,05) para as vacas do tratamento sorgo
granífero e semelhante entre as silagens de milho e de sorgo sacarino. A maior ingestão
de PB observada para o sorgo granífero pode ser explicada pela maior ingestão total de
MS, conseqüentemente maior participação de grãos na dieta total.
A ingestão de água foi semelhante (P>0,05) entre os tratamentos silagem de
milho (71,91 litros/ animal/dia) e silagem de sorgo granífero (76,30 litros/animal/dia) e
menor (P<0,05) para o tratamento silagem de sorgo sacarino (56,95 litros /animal/dia).
33
O consumo de água observado nos diferentes tratamentos está dentro da faixa de
consumo (14,2 a 171,4 litros/animal/dia), observado por Meyer et al (2004).
Segundo estes autores, o menor valor observado para o consumo de água, pode
ser atribuído a diversos fatores, entre eles, nível de produção, presença de cio,
temperatura ambiente. Bem como, a problemas sanitários do animal e a menor ingestão
de MS, este último evidenciado no presente trabalho, visto que a menor ingestão de
água foi evidenciada no tratamento com silagem de sorgo sacarino que apresentou a
menor ingestão de MS total, em relação aos demais tratamentos.
A técnica da velocidade de ingestão é, normalmente, empregada em ensaios de
pastejo, com intuito de avaliar a preferência do animal por determinadas espécies
vegetais (Emile et al., 2001 e Mayne et al., 2001). Por meio de adaptações desta técnica
para animais estabulados, observou-se maior (P<0,05) velocidade de ingestão de MS
para os animais do tratamento com silagem de milho, em relação aos demais
tratamentos (Tabela 5). Ainda, velocidade de ingestão de MS foi semelhante (P>0,05)
entre os tratamentos silagem de sorgo granífero e silagem de sorgo sacarino. No
entanto, a utilização desta técnica, para animais confinados, deve ser aprimorada, visto
que, a partir do primeiro dia de avaliação, os animais se condicionaram a esperar pelo
concentrado que foi adicionado após uma hora de avaliação.
Os dados sobre a produção de leite total, produção de leite corrigido para 4% de
gordura, os teores de gordura e proteína (expressos em kg e em %), bem como o peso
vivo médio e o ganho médio diário (GMD) dos animais estão apresentados na Tabela 6.
34
Tabela 6. Desempenho de vacas leiteiras recebendo silagem de sorgo granífero (SG), silagem de sorgo sacarino (SS) e silagem de milho (SM).
Table 6. Performance of dairy cattle received silage of sorghum grain (SG), sweet sorghum
silage (SS) and corn silage (CS)
Itens Item
SM1
CS1
SE SE
SG2
SG2
SE SE
SS3
SS3
SE SE
Produção de leite total, kg/dia Milk of production total, kg/day
28,81a 0,33 24,69b 0,37 24,14c 0,39
Produção corrigida (4% de gordura) Correct production, (4% of fat)
30,65a 0,51 25,63b 0,37 26,10b 0,46
Gordura no leite, kg/dia Fat in milk, kg/day
1,28a 0,03 1,05c 0,02 1,09b 0,02
Proteína no leite, kg/dia Protein in milk, kg/day
0,94a 0,01 0,72b 0,01 0,73b 0,01
Gordura, % Fat, %
4,39b 0,06 4,31b 0,06 4,56a 0,06
Proteína, % Protein, %
3,25a 0,02 2,97c 0,03 3,05b 0,02
Peso vivo médio bruto (PVb), kg Live wheight mean brute (LWb), kg
642,81a 11,54 609,13c 6,75 625,44b 11,97
Peso vivo médio corrigido (PVc), kg Live weight mean correct (LWc), kg
556,32a 10,94 521,78b 6,76 552,02a 11,67
Ganho médio diário corrigido, kg/dia Average daily gain correct, kg/day
0,07a 0,14 -0,02a 0,14 0,12a 0,20 a,b,cMédias seguidas de letras diferentes na mesma linha diferem-se (P<0,05) pelo teste Tukey; 1Silagem de milho (SM); 2Silagem de sorgo granífero (SG); 3Silage de sorgo sacarino (SS); Erro-padrão (SE) a,b,cMeans followed by different letters in the same row differ (P<0,05) by the Tukey test; 1Corn Silage (CS); 2Sorghum Grain slage (SG); 3Sweet sorghum silage (SS); standard-error (SE).
A produção total de leite (kg/dia) foi maior (P<0,05) para as vacas que
consumiram silagem de milho (28,81), em relação às vacas que consumiram silagem de
sorgo granífero (24,69) ou sorgo sacarino (24,14). Ainda, a produção de leite foi maior
(P<0,05) para as vacas que consumiram silagem de sorgo graníferos do que para as
vacas que consumiram silagem de sorgo sacarino. No entanto, a produção de leite
corrigida para 4% de gordura foi superior (P<0,05) para as vacas do tratamento com
silagem de milho, em relação aos demais tratamentos. Todavia, entre os tratamentos
silagem de sorgo granífero e de sorgo sacarino não foi observado diferença (P>0,05)
para a produção de leite corrigido para 4% de gordura. As produções leiteiras obtidas
com as silagens de sorgo, nestas condições experimentais, apresentaram valores
superiores aos encontrados na literatura com silagem de milho [Emile e Barrière,
35
(1992): 22,8kg de leite bruto/dia e 24,2kg de leite a 4% de gordura/dia; Barrière e
Emile, (1995): 26,4kg de leite bruto/dia e 27,9kg de leite a 4% de gordura/dia e Moreira
et al., (2001): 24,4kg de leite bruto/dia e 25,6kg de leite a 4% de gordura/dia].
A produção de gordura (kg/dia) foi maior (P<0,05) para os animais alimentados
com silagem de milho, em comparação aos demais tratamentos. Além disso, os animais,
que receberam silagem de sorgo sacarino, apresentaram maior (P<0,05) de gordura no
leite, quando comparado ao sorgo grão. Para a produção de proteína do leite (kg/dia), os
animais que receberam a silagem de sorgo granífero e silagem de sorgo sacarino não
apresentaram diferença (P>0,05) entre si, embora tenham apresentado uma produção
menor (P<0,05) do que os animais que receberam silagem de milho.
Por outro lado, a produção absoluta de gordura e proteína bruta do leite não é a
medida mais adequada para fazer comparações entre tratamentos. Assim sendo, a
percentagem de gordura e de proteína do leite seria o parâmetro mais adequado para
comparações. Nesse contexto, a percentagem de gordura do leite foi maior (P<0,05)
para os animais que consumiram silagem de sorgo sacarino e semelhante para aqueles
que consumiram silagem de milho e silagem de sorgo granífero. No que concerne à
percentagem de proteína do leite, os animais do tratamento silagem de milho
apresentaram uma maior (P<0,05) percentagem, em relação aos que receberam sorgo
sacarino e estes animais menores que os alimentados com silagem de sorgo grão.
Bal et al. (1997), avaliando o desempenho de vacas leiteiras alimentadas com
silagens de milho colhidas em diferentes estádios de maturidade (leitoso/pastoso, ¼
pastoso, ⅔ pastoso duro e vitrificado), obtiveram melhores resultados (1,14 a 1,17kg de
gordura/dia e 1,12 a 1,17kg de proteína/dia) aos observados neste experimento com as
silagens de sorgo (1,98 a 2,18kg de gordura/dia e 1,39 a 1,45kg de proteína/dia).
36
Entretanto, Dias et al. (2001) apresentaram resultados inferiores ao presente
trabalho para gordura do leite (3,55% silagem de milho, 3,43% silagem de sorgo estádio
de emborrachamento e 3,62% silagem de sorgo granífero leitoso).
Os baixos teores em proteína apresentados, na composição do leite dos animais
alimentados com silagem de sorgo granífero, estão diretamente ligados ao valor
energético da silagem. Segundo Le Gall et al. (1994), o problema reside na dificuldade
encontrada pelos microrganismos do rúmen em atacar os grãos e que acaba por gerar
um escape de energia disponível. Uma alternativa viável sugerida pelos autores seria
ensilar o sorgo granífero com estádio mais precoce (28-32% MS), que favorece o ataque
e a degradação dos grãos em um primeiro tempo, durante a fermentação da silagem, e
em um segundo tempo pelos microrganismos do rúmen.
A variação do peso corporal, durante o período de coleta de informações sobre a
produção de leite e composição do mesmo, foi próxima de zero, sem diferença (P>0,05)
entre tratamentos. Este resultado indica que houve utilização das reservas corporais para
manter o nível de produção leiteira. Resultados semelhantes foram observados por
Emile et Barrière (1992); Le Gall et al. (1994) e Barrière et Emile (1995).
A digestibilidade aparente de todos os parâmetros estudados (MS, PB, EB, FDN,
FDA, HEM, CB e MO) foi menor (P<0,05) para as dietas com silagem de milho e de
sorgo granífero (Tabela 7). Ainda, para estes mesmos parâmetros, a digestibilidade
aparente da dieta com silagem de sorgo granífero foi superior (P<0,05) à digestibilidade
aparente da dieta à base de silagem de milho.
37
Tabela 7. Digestibilidade aparente (%) das rações experimentais à base de silagem de milho, silagem de sorgo granífero e silagem de sorgo sacarino em vacas.
Table 7. Apparent digestibility (%) of the rations experimental the based of corn silage,
sorghum grain silage and sweet sorghum silage and cow
Variáveis (%) Variables (%)
SM1
CS1
SE SE
SG2
SG2
SE SE
SS3
SS3
SE SE
MS, % DM, %
52,52c 0,40 54,63b 0,53 63,65a 0,45
PB, % CP, %
51,87c 0,65 57,96b 0,59 68,38a 0,51
EB**
CE**
51,23c 0,41 51,69b 0,58 60,84a 0,49
FDN, % NDF, %
25,15c 0,57 48,64b 0,73 54,93a 0,63
FDA, % ADF, %
22,50c 0,60 49,38b 0,69 52,91a 0,74
Hemicelulose, % Hemicellulose, %
27,58c 0,76 47,91b 0,84 56,84a 0,71
Celulose Bruta, % Crude Cellulose, %
28,83c 0,70 50,69b 0,97 55,09a 0,76
MO, % OM, %
53,92c 0,40 55,75b 0,53 65,09a 0,43 a,b,cMédias seguidas de letras diferentes na mesma linha diferem-se (P<0,05) pelo teste Tukey; 1Silagem de milho (SM); 2Silagem de sorgo granífero (SG); 3Silage de sorgo sacarino (SS); Erro-padrão (SE) a,b,cAverages followed by different letters in the same row differ (P<0,05) by the Tukey test; 1Corn Silage (CS); 2Sorghum Grain silage (SG); 3Sweet sorghum silage (SS); standard-error (SE).
A maior (P<0,05) digestibilidade aparente apresentada pela ração à base de
silagem de sorgo sacarino estaria relacionada a dois fatores: 1) menor tamanho de
partículas, que segundo Buxtonton e Kolver, (1997) citados por Bezerra et al. (2002), as
pequenas partículas alimentares são digeridas a taxas mais rápidas do que partículas
maiores, porque apresenta maior área de superfície exposta por volume de tecido; 2)
maior teor de carboidratos solúveis da silagem, em que a digestibilidade tende a
aumentar à medida que os teores de carboidratos solúveis da planta aumentam (Ferreira,
2001).
Todavia, vale salientar que a maior digestibilidade apresentada pela ração à base
de silagem de sorgo sacarino, pode também estar relacionada a uma melhor
sincronização de metabólitos ruminais (Sinclair et al., 1995), juntamente com a
38
qualidade do volumoso (principal fonte de FDN e FDA), podendo proporcionar
elevados índices de digestibilidade aparente. Deste modo, uma sincronização entre
proteínas e carboidratos diminuiria as perdas de nitrogênio do rúmen. O que segundo
Nocek (1988), a utilização dos compostos da parede celular exige uma interação
dinâmica entre o animal, população microbiana e dieta.
Conclusão
Embora as silagens de sorgo tenham apresentado um potencial de produção
inferior ao milho, os principais fatores que caracterizam os sorgos continuam sendo a
sua rusticidade e capacidade de se adaptar a condições limitantes de crescimento, como
a temperaturas elevadas e a escassez de água.
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IV - Composição botânica de associações interespecífica de gramíneas e de leguminosas sob dois níveis de nitrogênio e dois intervalos de corte
RESUMO: O presente trabalho, em avaliações realizadas no outono francês de 2003
(setembro a dezembro), e durante a primavera de 2004 (março a junho), teve por
objetivo caracterizar a evolução da composição botânica das associações interespecífica
de gramíneas/gramíneas e de gramíneas/leguminosas. O experimento foi conduzido na
Unidade de Genética e de Melhoramento de Plantas Forrageiras (UGAPF) do Institut
National de la Recherche Agronomique – INRA, Centro de Pesquisas de Poitou-
Charentes, localizada em Lusignan (Vienne, França, 42°65’ Leste e 15°82’ Norte).
Estas associações foram estabelecidas por Mosimann (1993), Mosimann e Charles
(1996), Mosimann et al. (2002) e por Pelletier et al. (2002). As forrageiras que
compuseram as associações (Dactylis glomerata, Festuca pratensis, Festuca
arundinacea, Festuca rubra, Phleum pratense, Poa trivialis, Lolium perenne, Lolium
multiflorum, Lotus corniculatus, Medicago sativa, Medicago lupulina, Trifolium repens,
Trifolium pratense) foram cultivadas em parcelas únicas (testemunhas) e cada
associação experimental foi composta de três blocos (repetições). Dois tipos de
associações foram realizadas: associação gramínea/gramínea e associação
gramínea/leguminosa. Além das associações preconizadas neste experimento, outras
associações forrageiras foram avaliadas como referência. Foi avaliado: intervalo de
desfolha (intervalo curto e longo) e nível de adubação nitrogenada (60 e 250kg
N/ha/ano gramíneas/gramíneas; 0 e 30kg de N/ha/ano gramíneas/leguminosas). O
Lolium perenne apresentou maior capacidade de persistência em relação às demais
espécies de gramíneas, mantendo-se sempre acima de 50% de participação nas
associações gramíneas/gramíneas. Entretanto, quando associado a leguminosas, este
índice caiu para 30% em associações mais complexas. Nas avaliações de primavera, o
Trifolium repens alcançou índices de participação de 40% em média. Espécies como:
Festuca pratensis, Medicago Lupulina, Lotus corniculatos, Poa trivialis e Phleum
pratense apresentaram baixos índices de participação, chegando a alguns casos até o
desaparecimento por completo em associações mais complexas.
Palavras-chave: Associações, Azevém perene, Trevo Branco, composição botânica
42
Botanic composition of interespecific associations of grass and legumes conducted
by two nitrogen levels and two cuts intervals
Abstract: The present work, being the first evaluation done in the French 2003 Autumn
(September to December) and during the 2004 Spring (March to June), has the aim of
evaluate the botanic composition evolution of the interespecific associations of
grass/grass and of grass/legume. The experiment was conducted in the Forage Crop
Genetics and Breeding Unit UGAPF of the Institut National de la Recherche
Agronomique – INRA, Poitou-Charentes Research Center, located in Lusignan (Vienne,
French, 42°65’ East and 15°82’ North). The varieties that formed the associations
(Dactylis glomerata, Festuca pratensis, Festuca arundinacea, Festuca rubra, Phleum
pratense, Poa trivialis, Lolium perenne, Lolium multiflorum, Lotus corniculatus,
Medicago sativa, Medicago lupulina, Trifolium repens, Trifolium pratense) were
cultivated in unique parcels and represented the control group. Each experimental
association contained three blocks (repetitions). Two kinds of associations were
proposed: grass/grass association and grass/legume association. Besides the associations
done in this experiment, others forage associations were evaluated as reference. These
associations were established by Mosimann (1993), Mosimann and Charles (1996),
Mosimann et al. (2002) and by Pelletier et al. (2002). Two factors were investigated at
each association: defoliation interval (short or long interval) and nitrogen fertilization
level (60 and 250 kg N/ha/year for the grass/grass; 0 and 30 kg de N/ha/year for the
grass/legume). The Lolium perenne presented the higher persistence capacity when
compared to the others grass, kept always up them 50% of the participation in the
grass/grass associations. However, when associated with legumes, this rate was of 30%
in the more complex associations. In the spring evaluations, the Trifolium repens has a
mean of 40% of participation. Species like Festuca pratensis, Medicago Lupulina,
Lotus corniculatos, Poa trivialis and Phleum pratense, presented lower rates of
participations, and, in some cases, the completely disappearance in the most complex
associations.
Key words: associations, botanic composition, perennial ryegrass, white clover
43
Introdução
Nos últimos 50 anos, na Europa, uma lista de associações de espécies forrageiras
foi regulamentada e adaptada à evolução das técnicas de exploração e de conservação
das forragens (Mosimann e Charles 1996).
Uma série de associações forrageiras é utilizada com o intuito de melhorar a
distribuição da produção da pastagem ao longo do ano, bem como, a manutenção da
qualidade da dieta dos animais. A complexidade desse sistema é determinada por
fatores como a competição entre plantas e a seleção animal, que dificultam a
manutenção do equilíbrio entre as espécies. A competição nas misturas (escolha das
espécies e variedades, quantidades de sementes), por sua vez, é determinada com o
objetivo de favorecer o equilíbrio entre gramíneas e leguminosas. Isso é feito através
dos estudos das características de desenvolvimento das espécies, principalmente, da
força de competição entre elas (Mosimann, 1993 e Groff et al., 2002).
A competição entre as plantas pode ser estabelecida por variáveis como: regime de
chuvas, luminosidade, concentração de nutrientes no solo, oscilações na temperatura,
que podem influenciar de maneira negativa o desenvolvimento de espécies com índice
de crescimento mais curto.
O conhecimento da resposta morfológica e fisiológica de espécies forrageiras
(consorciadas ou em monocultivo) é essencial para o manejo de pastagens utilizadas por
animais (Canto, 1999).
A importância do estudo da estrutura e da forma das plantas, bem como, o
funcionamento do crescimento e desenvolvimento das mesmas são aspectos inter-
relacionados de interesse para a compreensão da capacidade de rebrota após a desfolha
das gramíneas e leguminosas nas pastagens (Monteiro e Moraes, 1996).
44
Após o conhecimento detalhado de como funciona e se desenvolve cada espécie
forrageira, individualmente, pode-se trabalhar com associações de plantas, a fim de
otimizar a produção destas, buscando maior rendimento da biomassa, alto valor
nutritivo e sustentabilidade de pastagens, durante o decorrer do ano.
O presente trabalho, em suas primeiras avaliações realizadas na França, no outono
de 2003 (setembro a dezembro) e durante a primavera de 2004 (março a junho), teve por
objetivo caracterizar a evolução da composição botânica das associações
interespecíficas de gramíneas/gramíneas e de gramíneas/leguminosas.
Material e Métodos
Este trabalho foi conduzido na Unidade de Genética e de Melhoramento de
Plantas Forrageiras (UGAPF) do Institut National de la Recherche Agronomique –
INRA, Centro de pesquisas de Poitou-Charentes, localizada em Lusignan (Vienne,
França, 42°65’ Leste e 15°82’ Norte).
O experimento foi implantado na primavera de 2003 (abril) e será avaliado ao
longo de cinco anos, com início das avaliações a partir do outono de 2003.
Os dados de temperaturas máximas e mínimas, assim como as precipitações,
foram obtidos na Estação Meteorológica do INRA, localizada na Unidade Experimental
«Les Verrines» (15° Leste e 45°26’ Norte) a 5 km da área experimental (Figura 1).
45
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
abr-0
3mai jun ju
lag
o set
out
nov
dez
jan/0
4 fev
mar ab
rmai jun
Tem
pera
tura
(°C
) -
Tem
pera
ture
(ºC
)
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
120,0
140,0
160,0
Prec
ipit
ação
(m
m)
- Pre
cip
itati
on
(m
m)
TM TN PP
Figura 1. Precipitação pluviométrica média (PP), temperatura máxima (TM) e mínima (TN).
Figure 1. Monthly average precipitation (PP), temperature maximum (TM) and minimum (TN)
A área experimental utilizada foi de 0,63 ha, sendo subdividida em parcelas,
composta de 9,37 m2 (7,50 m de comprimento por 1,25 m de largura), divididas em 6
linhas de semeadura.
A análise química do solo apresentou as seguintes características: pH (H2O) =
6,82; matéria orgânica = 16,2 g/kg; CaO = 1,76 g/kg; P2O5 = 0,437 g/kg; K2O = 0,257
g/kg e MgO = 0,154 g/kg.
As espécies utilizadas no experimento estão apresentadas na Tabela 1.
Dois tipos de associações foram propostas:
1) associação gramínea/gramínea, em que o azevém perene é a espécie principal,
com a qual foram associadas outras espécies forrageiras, até formar a associação com
cinco espécies;
2) associação gramínea/leguminosa, em que a associação azevém perene/trevo
branco constituiu a associação base, com a qual, outras gramíneas forrageiras foram
associadas até formar a associação com seis espécies (Tabela 2).
46
Tabela 1. Espécies utilizadas nas associações interespecíficas Table 1. Utilized species in the association interespecific
Nome comum (França) Usual name (French)
Nome comum (Brasil) Usual name (Brazil)
Nome científico Scientifc name
Variedades Variety
Sigla Siglum
Dactyle Capim dos Pomares Dactylis glomerata Lupré DG Fétuque des prés Capim do Prado Festuca pratensis Préval FP Fétuque élevée Festuca Festuca arundinacea Soni FA Fétuque rouge Laborinho Festuca rubra Echo FR Fléole des prés Capim Timóteo Phleum pratense Promesse PP Pâturin des prés Graminha Poa trivialis Compact PT
Hamilton (Precoce) LP Herbie (½ Tardia) LP Ray-grass anglais Azevém Perenne Lolium perenne
Ohio (Tardia) LP Ray-grass hybride Azevém Anual Lolium multiflorum Barsilo LM Lotier Cornichão Lotus corniculatus San Gabriele LC Luzerne Alfafa Medicago sativa Diane MS Minette Alfafa-Lupulina Medicago lupulina Virgo Pajberg ML Trèfle blanc Trevo Branco Trifolium repens Aran TR Trèfle Violet Trevo Vermelho Trifolium pratense Merviot TP
Tabela 2. Associações gramínea/gramínea e gramínea/leguminosa e suas respectivas densidades de sementes expressas em número de sementes puras viáveis /m2.
Table 2. Associations grass/grass and grass/legume and their respective density of seeds,
expressive in number of seeds viable pures/m2
Espécies - Species Associações*
Associations*
Inter a.b Dactylis
glomerata Festuca
pratensis Festuca
arundinacea Festuca
rubra Lolium
perenne Trifolium
repens Inter 1.1 - - - - 1250 - Inter 1.2 1475 - - - - - Inter 1.3 - - 1075 - - - Inter 1.4 - 835 - - - - Inter 1.5 - - - 2500 - - Inter 2.1 738 - - - 625 - Inter 2.2 738 - 538 - - - Inter 2.3 - - 538 - 625 - Inter 2.4 - - - - 1000 875 Inter 3.1 487 - 355 - 413 - Inter 3.2 590 - - - 500 875 Inter 4.1 369 209 269 - 313 - Inter 4.2 389 - 284 - 330 875 Inter 5.1 295 167 215 500 250 - Inter 5.2 295 167 215 - 250 875 Inter 6.1 236 134 172 400 200 875
*Inter a.b: 1ª coluna (a) – nº de espécies na associação; 2ª coluna (b) nº da associação *Inter a.b: 1ª column (a) – nº of species in association; 2ª column (b) nº of the association
47
Além das associações gramíneas/gramíneas e gramíneas/leguminosas
determinadas para este estudo, outras associações forrageiras foram avaliadas como
referência (Tabelas 3 e 4). Estas associações foram estabelecidas por Mosimann (1993),
Mosimann e Charles (1996), Mosimann et al. (2002) e por Pelletier et al. (2002) e estão
sendo avaliadas na ARVALIS Institut du vegetal - França.
As variedades que compuseram as associações (Dactylis glomerata, Festuca
pratensis, Festuca arundinacea, Festuca rubra e Lolium perenne) foram cultivadas em
parcelas únicas e serviram de testemunhas, sendo cada associação experimental foi
composta de três blocos (repetições).
Cada espécie foi semeada em densidades viáveis pré-estabelecidas (Tabelas 2, 3 e
4).
Tabela 3. Associações preconizadas por Pelletier et al. (2002) expressas em número de sementes puras viáveis /m2.
Table 3. Association commend publicly by Pelletier at al. (2002), express in number of seeds
viables purês/m2
Associações* (Inter a.b) –Assoctiation* (Inter a.b) Espécies Species
Variedades Varieties Inter 5.3 Inter 5.4 Inter 5.5 Inter 7.1
Lolium perenne Herbie 852 244 244 365 Dactylis glomerata Lupré 329 548 548 877 Festuca arundinacea Soni 116 192 192 231 Trifolium pratense Merviot - 94 94 2,0 Medicago sativa Diane - 246 - - Lotus corniculatus San Gabriele - - 420 168 Trifolium repens Aran 581 - - 47 Medicago lupulina Virgo Pajberg 268 - - 134 *Inter a.b: 1ª coluna (a) – nº de espécies na associação; 2ª coluna (b) nº da associação. *Inter a.b: 1ª column (a) – nº of species in association; 2ª column (b) nº of the association
48
Tabela 4. Associações utilizadas, na Suíça por Mosimann e Charles (1996), Mosimann (1993), Mosimann et al (2002), expressas em número de sementes puras viáveis /m2.
Table 4. Associations utilized in Swiss by Mosimann and Charles (1996), Mosimann (1993),
Mosimann et al (2002), express in number of seeds viables pures/m2
Associações* (Inter a.b) –Assoctiation* (Inter a.b) Espécies Species
Variedades Varieties Inter 4.3 Inter 5.6 Inter 6.2 Inter 7.2 Inter 8.1
Dactylis glomerata Lupré 548 548 Festuca pratensis Préval 376 376 Festuca rubra Echo 802 446 267 267 Phleum pratense Promesse 777 777 777 Lotus corniculatus San Gabriele 419 Poa trivialis Compact 2577 2577 2577 2577 2577 Lolium perenne Herbie 609 305 305 183 Lolium perenne Hamilton 214 214 Lolium multiflorum Barsilo 194 Trifolium repens Aran 581 581 581 581 Trifolium pratense Merviot 47 47 47 47 *Inter a.b: 1ª coluna (a) – nº de espécies na associação; 2ª coluna (b) nº da associação. *Inter a.b: 1ª column (a) – nº of species in association; 2ª column (b) nº of the association
Dois fatores foram atribuídos a cada associação e intervalo de desfolhação e nível
de adubação nitrogenada. A desfolhação, simulando pastejo contínuo ou rotacionado,
compreendeu intervalos diferentes de cortes:
a) intervalo curto (pastejo contínuo), um corte a cada 21 dias em período normal
de crescimento, mais ou menos 10 cm medidos pelo herbomètre – Herb’ITCF nos
períodos considerados fora de crescimento normal (verão e outono);
b) intervalo longo, devendo simular o pastejo rotacionado, um corte a cada 40 dias
na primavera, ou seguidos de estimação visual no verão e outono.
A adubação nitrogenada (fonte uréia) compreendeu dois níveis e diferentes
intervalos de aplicação, sendo:
1) aplicação de (250kg de N/ha/ano), às associações gramíneas/gramíneas
fracionado segundo o intervalo de desfolhação: a) intervalo curto, 50kg de N/ha no fim
do inverno (fevereiro), 40kg de N/ha após cada corte, perfazendo um total de cinco
49
cortes na primavera; b) intervalo longo, 70kg de N/ha aplicado no fim do inverno e
60kg de N/há, após cada corte (total de três cortes na primavera).
Para as associações gramíneas/leguminosas, no ano de implantação (2003), não foi
utilizada adubação nitrogenada para permitir o desenvolvimento das leguminosas. No
primeiro ano de avaliação (2004), foram utilizados 30kg de N/ha no fim do inverno,
para proporcionar um desenvolvimento precoce da vegetação, contudo, sem prejudicar
as leguminosas (Kerouanton, 1993; Pflimlin, 1993 e Simon, 1993).
2) aplicação de 60kg de N/ha/ano nas associações gramíneas/gramíneas. As doses
foram fracionadas em: 20kg de N/ha no fim do inverno para os dois intervalos de
desfolhação (12/02/2004) e 20kg de N/ha na primavera no 1º e 3º corte, intervalo
freqüente (09/04 e 12/05/04), e nos dois primeiros cortes, intervalo longo (29/04 e
16/06/04).
Para as associações gramíneas/leguminosas não foi aplicado nitrogênio;
estimando-se que a fixação simbiótica realizada pelas leguminosas deve assegurar o
fornecimento em nitrogênio (Farruggia et al., 2000).
As adubações fosfatadas e potássicas foram realizadas em duas etapas, sendo:
450kg/ha da fórmula 0-22-30 em outubro de 2002 e 437kg/ha da fórmula 0-25-25 em
fevereiro de 2003, para todas as associações.
As avaliações da composição botânica das associações foram realizadas a partir de
amostragens sobre a linha em 100 cm de comprimento. Somente as quatro linhas do
meio da parcela foram amostradas, as duas linhas de bordadura foram excluídas, assim
como o primeiro metro das extremidades da parcela (Esquema 1). O corte do material
vegetal foi realizado com uma cortadora de grama manual, equipada com um regulador
de altura de três cm. Cada amostragem foi condicionada em saco plástico especial,
individualmente e armazenadas em câmara fria.
50
Esquema 1. Visualização do método de amostragem utilizado para avaliação da composição botânica sobre cada parcela.
Scheme 1. Visual of the method of sample utilized to evaluation of the botanic composition
on each fragment.
Como o método de avaliação é demorado (vários dias), e para evitar que houvesse
evolução da cobertura entre os tratamentos do mesmo bloco, todas as parcelas do bloco
para um dado intervalo de desfolhação (curto ou longo) foram cortadas no mesmo
momento. Todas as amostras que não foram separadas manualmente, logo em seguida
do corte, foram armazenadas em câmara fria para posteriores triagens.
Cada espécie separada foi pesada e seca em estufa, com o objetivo de determinar a
contribuição de cada espécie à biomassa de cobertura.
Resultados e Discussão
Os resultados obtidos para a composição botânica das associações interespecíficas
propostas, no ano de implantação (primavera e outono 2003) e no primeiro ano de
produção (primavera 2004), estão apresentados nas Figuras 2 e 3. Assim como, os
resultados obtidos para as associações preconizadas por Pelletier et al. (2002)
encontram-se na Figura 4 e as associações utilizadas na Suíça, preconizadas por
Mosimann e Charles (1996); Mosimann (1993); Mosimann et al. (2002) na Figura 5.
100 cm
Excluído Excluded
Linha de bordadura – line of edge
Linha de bordadura – line of edge
100 cm
Amostra
sample 100 cm
Amostra sample 100 cm
Amostra
sample
100 cm
Amostra
sample
100 cm
Excluído
Excluded
51
Na Figura 2, a associação 2.1 demonstra a facilidade do Lolium perenne (LP) em
se estabelecer em relação ao Dactylis glomerata (DG), pois, o mesmo passou de 46% de
participação na semeadura para 83% na primeira avaliação de outono. Vale ressaltar
ainda a persistência desta espécie durante todo o período de avaliação, quando
permaneceu entre 77,2% e 87,5% de participação.
Entretanto, o DG, quando associado com Festuca Arundinacea (FA), na
associação 2.2, mostrou-se melhor adaptado às condições de intervalos mais curtos de
desfolha, nas primeiras avaliações de outono, embora esta diferença não tenha sido tão
marcante (4,1%). Na primavera, o DG apresentou aumento de 16,4% na sua
participação em relação a sua semeadura, ou seja, uma participação efetiva de 74,3%
contra os 25,7% da Festuca Arundinacea no intervalo curto de desfolha. Nessa
associação, pode-se evidenciar efeito direto do maior aporte de N (250kg de N/ha) no
intervalo longo de desfolha, em que o Dactylis glomerata apresentou maior participação
em relação à Festuca Arundinacea.
Na associação 2.3, o Lolium perenne (LP) associado à Festuca Arundinacea,
atingiu 80,0% em média de participação já na primeira avaliação do outono, em que
permaneceu dentro destes patamares até a última avaliação da primavera.
Quando associado às três espécies o Lolium perenne, Festuca Arundinacea e o
Dactylis glomerata “associação 3.1”, um novo comportamento entre elas foi
evidenciado. Inicialmente, a Festuca Arundinacea e o Dactylis glomerata tiveram suas
participações reduzidas em relação à semeadura, passando de 28,3% para 14,5% e
38,8% para 12,7%, respectivamente. Nessa associação, o Lolium perenne mostrou-se
melhor adaptado às condições de competição, apresentando um acréscimo na sua
participação na composição botânica de 39,9% em relação às demais espécies.
Comportamento semelhante foi observado na associação 4.1, quando houve a inclusão
52
de uma quarta espécie, Festuca pratensis (FP). Contudo, essa forrageira, mostrou-se
pouco competitiva, desaparecendo por completo na primavera.
O Lolium perenne apresentou maior agressividade na competição em relação às
demais espécies utilizadas nas associações, o que é evidenciado na associação 5.1. O
Lolium perenne foi semeado com uma participação de 17,5% e, chegou a ter
participação de 61,1% do total de produção na primavera, com nível de 250kg de N/ha,
no maior intervalo de desfolha. Esse comportamento está de acordo com a afirmação de
Lemaire e Chapman (1996) e Lemaire (1999), citados por Groff et al. (2002), em que
espécies com emissão de folhas mais rápidas são mais adaptadas a desfolhações mais
freqüentes.
Na Figura 3, as espécies de gramíneas foram associadas a uma leguminosa
(Trifolium repens), com objetivo de se aproveitar à capacidade de fixação simbiótica do
N pela leguminosa, promovendo maior rendimento de forragem, além de
proporcionarem melhor equilíbrio estacional na disponibilidade e qualidade do pasto.
Entretanto, o Lolium perenne, no primeiro corte (outono 2003), teve maior
participação nas associações 2.4, 3.2, 4.2, 5.2 e 6.1, tornando-se dominante até o fim do
outono. Já na primavera 2004, o Trifolium repens (TR) apresentou maior agressividade
e competitividade em relação às demais espécies, o que pode permitir melhora
substancial na qualidade da forragem. Esse comportamento estaria de acordo com
Giovanni (1990), que avaliando associações do tipo Lolium perenne e Trifolium repens
em comparação a uma pastagem de Lolium perenne pura, observou que a associação
com o Trifolium repens mostrou melhor valorização da pastagem pelos animais, em
função do melhor valor nutritivo, o Trifolium repens contribuiu para corrigir a
deficiência de qualidade por parte da gramínea.
53
2.1
0%
20%
40%
60%
80%
100%
sem.
(2003)
C60 C250 L60 L250 C60 C250 L60 L250Outono - Autumn (2003) Primavera - Spring (2004)
DG LP invasoras
2.2
0%
20%
40%
60%
80%
100%
sem.
(2003)
C60 C250 L60 L250 C60 C250 L60 L250
Outono - Autumn (2003) Primavera - Spring (2004)
DG FA invasoras
2.3
0%
20%
40%
60%
80%
100%
sem.
(2003)
C60 C250 L60 L250 C60 C250 L60 L250
Outono - Autumn (2003) Primavera - Spring (2004)
LP FA invasoras
3.1
0%
20%
40%
60%
80%
100%
sem.
(2003)
C60 C250 L60 L250 C60 C250 L60 L250
Outono - Autumn (2003) Primavera - Spring (2004)
DG LP FA invasoras
4.1
0%
20%
40%
60%
80%
100%
sem.
(2003)
C60 C250 L60 L250 C60 C250 L60 L250
Outono - Autumn (2003) Primavera - Spring (2004)
DG LP FA FP invasoras
5.1
0%
20%
40%
60%
80%
100%
sem.
(2003)
C60 C250 L60 L250 C60 C250 L60 L250
Outono - Autumn (2003) Primavera - Spring (2004)
FR DG LP FA FP invasoras
Figura 2. Composição botânica das associações interespecíficas de gramíneas em função do nível de nitrogênio e do intervalo de desfolhação: intervalo curto: 60kg N (C60) e 250kg de N (C250); intervalo longo: 60kg de N (L60) e 250kg de N (L250); Espécies: Dactylis glomerata (DG); Festuca
arundinacea (FA); Festuca pratensis (FP); Festuca rubra (FR), Lolium perenne (LP) e invasoras. Figure 2. Botanic composition of the interespecific associations of grass in function of the level of nitrogen and of the interval of defoliation: short interval: 60kg N (C60)
and 250 kg of N (C250); long interval: 60 kg N (L60) and 250 kg of N (L250); Species: Dactylis glomerata (DG); Festuca arundinacea (FA); Festuca pratensis
(FP); Festuca rubra (FR), Lolium perenne (LP) and invaders (invasoras).
Com
posi
ção
botâ
nica
- B
ota
nic
com
posi
tion
Com
posi
ção
botâ
nica
- B
ota
nic
com
po
siti
on
54
As demais espécies de gramíneas utilizadas nas associações (Dactylis glomerata,
Festuca arundinacea, Festuca pratensis e Festuca rubra), demonstradas na Figura 3,
apresentaram comportamentos distintos, com exceção do Dactylis glomerata (DG) e Festuca
arundinacea (FA) que independente do número de espécies associadas, mantiveram-se
constante, associações 4.2, 5.2 e 6.1, o que demonstra a persistência dessas espécies.
Entretanto, a Festuca pratensis (FP) associada com cinco e seis espécies, mostrou-se
pouco resistente a uma associação de tal complexidade, desaparecendo por completo nas
avaliações da primavera (associações 5.2 e 6.1).
A Festuca rubra (FR), presente na associação 6.1, demonstrou ser uma espécie
persistente como citado, anteriormente, para Dactylis glomerata e Festuca arundinacea,
entretanto menos adaptada a intervalos de corte mais curtos, quando apresentou índices
percentuais mais baixos em relação às demais gramíneas.
Os resultados apresentados, na Figura 3, estão de acordo com Ido (1997), que avaliando
diferentes ofertas de forragens sobre a produção e qualidade de uma pastagem de Lolium
perenne associada com leguminosas de inverno, observou comportamento semelhante. Isso
foi atribuído a maior participação das leguminosas em função de uma competição menos
agressiva exercida pelo Lolium perenne, por este estar no final do seu ciclo (fase reprodutiva).
Da mesma forma, que a participação das leguminosas no outono, foi menor por apresentarem
baixa persistência, e por serem menos tolerante ao sombreamento exercido nessa associação.
55
2.4
0%
20%
40%
60%
80%
100%
sem.
(2003)
C0 C30 L0 L30 C0 C30 L0 L30
Outono - Autumn (2003) Primavera - Spring (2004)
LP TR
3.2
0%
20%
40%
60%
80%
100%
sem.
(2003)
C0 C30 L0 L30 C0 C30 L0 L30
Outono - Autumn (2003) Primavera - Spring (2004)
TR DG LP
4.2
0%
20%
40%
60%
80%
100%
sem.
(2003)
C0 C30 L0 L30 C0 C30 L0 L30
Outono - Autmun (2003) Primavera - Spring (2004)
TR DG LP FA
5.2
0%
20%
40%
60%
80%
100%
sem.
(2003)
C0 C30 L0 L30 C0 C30 L0 L30
Outono - Autumn (2003) Primavera - Spring (2004)
TR DG LP FA FP invasoras
6.1
0%
20%
40%
60%
80%
100%
sem.
(2003)
C0 C30 L0 L30 C0 C30 L0 L30
Outono - Autumn (2003) Primavera - Spring (2004)
TR FR DG LP FA FP
Figura 3. Composição botânica das associações interespecíficas gramíneas/leguminosas em função do nível de nitrogênio e do intervalo de desfolhação: intervalo curto: 0kg de N (C0) e 30kg de N (C30); intervalo longo: 0kg de N (L0) e 30kg de N (L30); Espécies: Dactylis glomerata (DG); Festuca
arundinacea (FA); Festuca pratensis (FP); Festuca rubra (FR); Lolium perenne (LP); Trifolium repens (TR) e invasoras. Figure 3. Botanic composition of the interespecific association grass/legumes in function of the level of nitrogen and of the interval of desfoliation: short interval: 60kg N
(C60) and 250kg of N (C250); long interval: 60kg N (L60) and 250kg of N (L250); Species: Dactylis glomerata (DG); Festuca arundinacea (FA); Festuca
pratensis (FP); Festuca rubra (FR); Lolium perenne (LP); Trifolium repens (TR) and invaders (invasoras).
Com
posi
ção
botâ
nica
- B
ota
nic
co
mposi
tion
Com
posi
ção
botâ
nica
- B
ota
nic
com
po
siti
on
Com
posi
ção
botâ
nica
B
ota
nic
com
posi
tion
56
As associações preconizadas por Pelletier (2002), apresentadas na Figura 4, tiveram o
mesmo comportamento em relação à agressividade de competição do Lolium perenne e do
Trifolium repens (TR) observados nas associações preconizadas pelo INRA (Figuras 2 e 3).
Contudo, vale ressaltar a baixa tolerância das leguminosas à competição. O Lotus corniculatus
(LC) a Medicago lupulina (ML) e o Trifolium pratense (TP) desapareceram na associação mais
complexa com sete espécies (associação 7.1). Todavia, o Trifolium pratense, quando não
consorciado com o Trifolium repens, manteve-se presente nas associações menos complexas
(associação 5.4 e 5.5), mas com baixos índices de participação.
Os resultados iniciais de dois anos de avaliação, apresentados por Pelletier et al. (2002),
mostram que a proporção de leguminosas foi elevada em todas as associações, sempre superior a
50% da MS. Os autores ressaltaram que a proporção de leguminosas não foi influenciada pela
data de primeiro corte, mas sim pela complexidade das associações, momento que uma baixa
sensível do Trifolium pratense também foi observada.
57
5.3
0%
20%
40%
60%
80%
100%
sem.
(2003)
C0 C30 L0 L30 C0 C30 L0 L30
Outono - Autumn (2003) Primavera - Spring (2004)
LP TR DG ML FA
5.4
0%
20%
40%
60%
80%
100%
sem.
(2003)
C0 C30 L0 L30 C0 C30 L0 L30
Outono - Autumn (2003) Primavera - Spring (2004)
DG MS LP FA TP
5.5
0%
20%
40%
60%
80%
100%
sem.
(2003)
C0 C30 L0 L30 C0 C30 L0 L30
Outono - Autumn (2003) Primavera - Spring (2004)
DG LC LP FA TP
7.1
0%
20%
40%
60%
80%
100%
sem.
(2003)
C0 C30 L0 L30 C0 C30 L0 L30
Outono - Autumn (2003) Primavera - Spring (2004)
DG LP FA LC ML TR TP invasoras
Figura 4. Composição botânica das associações preconizadas por Pelletier et al. (2002) em função do nível de nitrogênio e do intervalo de desfolhação: intervalo curto: 0kg de N (C0) e 30kg de N (C30); intervalo longo; 0kg de N (L0) e 30kg de N (L30); Dactylis glomerata (DG); Festuca
arundinacea (FA); Lotus corniculatus (LC); Lolium perenne (LP); Medicago sativa (MS); Medicago lupulina (ML); Trifolium pratense (TP); Trifolium repens (TR) e invasoras.
Figure 4. Botanic composition of the association commend publicly by Pelletier et al. (2002) in function of the level of nitrogen and of the interval of desfoliation: short
interval: 0kg N (C0) and 30kg of N (C30); long interval: 0kg N (L0) and 30kg of N (L30); Species: Dactylis glomerata (DG); Festuca arundinacea (FA); Lotus
corniculatus (LC); Lolium perenne (LP); Medicago sativa (MS); Medicago lupulina (ML); Trifolium pratense (TP); Trifolium repens (TR) and invaders
(invasoras).
Com
posi
ção
botâ
nica
- B
ota
nic
com
po
siti
on
Com
posi
ção
botâ
nica
- B
ota
nic
com
posi
tion
58
As diferenças percentuais, na produção de MS, observadas no presente trabalho (Figura
4), em relação aos intervalos de corte, entre as leguminosas e gramíneas, são causadas
principalmente pelas diferenças dos ciclos de produção. Pois, as leguminosas apresentaram de
12 a 27% a mais de MS em relação às gramíneas na primavera, para o intervalo longo de
desfolha. Entretanto, durante o outono, as leguminosas apresentaram maiores percentagens de
produção (5 a 14%) para o intervalo curto de desfolha, o que estaria de acordo com as
observações de Pelletier et al (2002).
O Dactylis glomerata apresentou comportamento semelhante às associações
preconizadas pelo INRA, na Figura 3. Entretanto, na associação 5.3 da Figura 4, o Dactylis
glomerata apresentou índices percentuais abaixo de 1,0% para intervalo de corte curto e sem
adubação nitrogenada, fato isolado, visto que nas demais associações o Dactylis glomerata,
manteve-se constante, mesmo na associação mais complexa com sete espécies.
A Festuca arundinacea mostrou-se pouco persistente quando as associações tornam-se
mais complexas, como no caso da associação 7.1, com sete espécies, visto que a Festuca
arundinacea não ultrapassou valores percentuais de 1,5% na sua participação de primavera.
Na Figura 5, estão apresentados os resultados obtidos para as associações preconizadas
por Mosimann e Charles (1996); Mosimann (1993) e Mosimann et al. (2002). Nessas
associações foi observado que a Poa trivialis (PT), apresentou baixa capacidade de
competição. A mesma desapareceu quase que por completo nas associações apresentadas na
Figura 5.
59
4.3
0%
20%
40%
60%
80%
100%
sem.
(2003)
C0 C30 L0 L30 C0 C30 L0 L30
Outono - Autumn (2003) Primavera - Spring (2004)
PT FR LC FP invasoras
5.6
0%
20%
40%
60%
80%
100%
sem.
(2003)
C0 C30 L0 L30 C0 C30 L0 L30
Outono - Autumn (2003) Primavera - Spring (2004)
PT LP TR LM TP invasoras
6.2
0%
20%
40%
60%
80%
100%
sem.
(2003)
C0 C30 L0 L30 C0 C30 L0 L30
Outono - Autumn (2003) Primavera - Spring (2004)
PT PP TR LP FR TP invasoras
7.2
0%
20%
40%
60%
80%
100%
sem.
(2003)
C0 C30 L0 L30 C0 C30 L0 L30
Outono - Autumn (2003) Primavera - Spring (2004)
PT PP TR DG LP FR TP invasoras
8.1
0%
20%
40%
60%
80%
100%
sem.
(2003)
C0 C30 L0 L30 C0 C30 L0 L30
Outono - Autumn (2003) Primavera - Spring (2004)
PT PP TR DG FP FR LP TP
Figura 5. Composição botânica das associações preconizadas por Mosimann et Charles, 1996; Mosimann, 1993; Mosimann et al, 2002, em função do nível de nitrogênio e do intervalo de desfolhação, intervalo curto: 0kg de N (C0) e 30kg de N (C30); intervalo longo: 0kg de N (L0) e 30 (L30); Espécies: Dactylis glomerata (DG); Festuca
pratensis (FP); Festuca rubra (FR); Lotus corniculatus (LC); Lolium multiflorum (LM); Lolium perenne (LP); Phleum pratense (PP); Poa trivialis (PT); Trifolium
pratense (TP); Trifolium repens (TR) e invasora. Figure 5. Botanic composition of the association commend publicly by Mosimann et Charles, 1996; Mosimann, 1993; Mosimann et al, 2002, in function of the level of nitrogen and of the
interval of desfoliation: short interval: 0kg N (C0) and 30kg of N (C30); long interval: 0kg N (L0) and 30kg of N (L30); Species: Dactylis glomerata (DG); Festuca pratensis (FP);
Festuca rubra (FR); Lotus corniculatus (LC); Lolium multiflorum (LM); Lolium perenne (LP); Phleum pratense (PP); Poa trivialis (PT); Trifolium pratense (TP); Trifolium repens
(TR) and invaders (invasoras).
Com
posi
ção
botâ
nica
- B
ota
nic
com
posi
tion
Com
posi
ção
botâ
nica
- B
ota
nic
com
posi
tion
Com
posi
ção
botâ
nica
B
ota
nic
com
posi
tion
60
A espécie Phleum pratense (PP) esteve abaixo de 1,0% na sua participação,
durante as avaliações de outono. No entanto, no intervalo longo de desfolha, associado
com 30kg de N/ha, a espécie apresentou leve acréscimo nos seus percentuais
(associação 8.1). Esse fato, observado para a Phleum pratense, chama a atenção para as
demais espécies de gramíneas, pois, na primavera esse efeito torna-se um pouco mais
evidente, ou seja, a presença da adubação nitrogenada favoreceu o desenvolvimento por
parte das gramíneas em relação às leguminosas. Todavia, este nível de adubação não
prejudicou o desenvolvimento das leguminosas (Figura 5).
As duas espécies base dos ensaios experimentais, o Lolium perenne e o Trifolium
repens, apresentaram os mesmos comportamentos observados nas associações
preconizadas pelo INRA (Figuras 2, 3) e Pelletier et al., (2002) (Figura 4), em que no
outono houve maior predominância do Lolium perenne e na primavera do Trifolium
repens. Levando-se em consideração a participação total das leguminosas em relação às
gramíneas dentro dos intervalos de desfolha na Figura 5, verificou-se que essas
associações apresentaram os mesmos resultados encontrados nas associações
preconizadas por Pelletier et al. (2002), demonstrados na Figura 4.
Entre as duas espécies de Festuca utilizadas na Figura 5, a Festuca pratensis (FP)
apresentou-se mais tolerante a associações mais complexas que a Festuca rubra (FR).
As práticas de manejo têm um papel importante sobre a dinâmica da vegetação, o
que ressalta a importância de se conhecer as respostas morfológicas e fisiológicas das
espécies forrageiras. Segundo Schlichting (1986), descrito por Duru et al. (2001), as
gramíneas forrageiras desenvolveram, ao longo de sua evolução, uma morfologia
adaptada ao pastejo com meristemas localizados rente ao solo ao abrigo da desfolhação,
e um sistema radicular bem ancorado para evitar a retirada por completo do solo. As
61
dimensões destas modificações determinam sua plasticidade fenotípica e a amplitude
desta resposta a sua adaptação individual em função da freqüência de corte ou pastejo.
Conclusão
De modo geral, os resultados obtidos, neste primeiro ano de avaliação,
demonstraram o quanto as espécies Lolium perenne e o Trifolium repens são agressivas
em competição entre espécies, independentemente, da complexidade das associações
preconizadas no presente experimento.
Espécies como Festuca pratensis, Medicago lupulina, Lotus corniculatos, Poa
trivialis e Phleum pratense apresentaram baixos índices de participação, chegando, em
alguns casos, até o desaparecimento por completo em algumas associações mais
complexas.
Os resultados demonstraram que o equilíbrio entre as espécies é difícil de
estabelecer em uma associação, visto que cada espécie apresenta maior ou menor grau
de competitividade em determinados períodos do ano, neste caso outono e primavera,
bem como, diferentes ritmos de estabelecimento e crescimento.
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V – Produção e qualidade das associações interespecíficas de gramíneas e de leguminosas conduzidas sob dois níveis de adubação e dois intervalos de corte na
primavera
Resumo: O presente trabalho, em suas primeiras avaliações realizadas no outono
francês de 2003 (setembro a dezembro) e durante a primavera de 2004 (março a junho),
teve como objetivo avaliar o valor agronômico das associações interespecíficas à base
de gramíneas + gramíneas e de gramíneas + leguminosas. O experimento foi conduzido
na Unidade de Genética e de Melhoramento de Plantas Forrageiras (UGAPF) do Institut
National de la Recherche Agronomique – INRA, Centro de Pesquisas de Poitou-
Charentes, localizada em Lusignan (Vienne, França, 42°65’ Leste e 15°82’ Norte). As
variedades que compuseram as associações (Capim dos Pomares, Capim do Prado,
Festuca, Laborinho, Grama Timóteo, Graminha, Azevém Perene, Azevém Anual,
Cornichão, Alfafa, Alfafa-Lupulina, Trevo Branco e Trevo Vermelho) foram cultivadas
em parcelas únicas e serviram de testemunhas. Cada associação experimental foi
composta de três blocos (repetições). Dois tipos de associações foram propostos:
associações gramíneas + gramíneas e associações gramíneas + leguminosas. Além das
associações preconizadas neste experimento, outras associações forrageiras foram
avaliadas como referência. Estas associações foram estabelecidas por Mosimann (1993),
Mosimann e Charles (1996), Mosimann et al. (2002) e por Pelletier et al. (2002). Dois
fatores foram atribuídos a cada associação: intervalo de desfolhação (intervalo curto e
longo) e nível de adubação nitrogenada (60 e 250kg N/ha/ano gramíneas + gramíneas;
00 e 30kg de N/ha/ano gramíneas + leguminosas). A qualidade da forragem, estimada
pela digestibilidade in vitro da MS, foi uniforme e alta para as associações gramíneas +
leguminosas, sendo de 71,5 a 79,7%. Os maiores teores de PB foram para as
associações gramíneas + leguminosas (18,1%) em relação às gramíneas + gramíneas
(10,7%). Da mesma forma, as associações gramíneas + leguminosas apresentaram
maior (P<0,05) rendimento de MS acumulado no intervalo menor de desfolha (7,56ton
de MS/ha) bem como para o maior nível de nitrogênio (8,13ton de MS/ha).
Palavras-chave: associações, azevém perene, interespecífica, trevo branco.
64
Agronomic value of interespecif grass and legume associations conducted at two levels of intensification and two cuts intervals in the spring
Abstract: This work, in the first evaluation done in the French Autumn of 2003
(September to December) and during the 2004 French Spring (March to June), has the
aim of evaluating the agronomic value of interespecific associations of grass + grass and
of grass + legumes. The experiment was conducted in the Forage Crop Genetics and
Breeding Unit UGAPF of the Institut National de la Recherche Agronomique – INRA,
Poitou-Charentes Research Center, located in Lusignan (Vienne, French, 42°65’ East
and 15°82’ North). The species that were present in the associations (Cocksfoot,
meadow fescue, tall fescue, red fescue, timothy, rough bluegrass, perennial rye-grass,
annual rye-grass, birdsfoot trefoil, alfalfa, black medick, white clover e red clover) were
cultivated in isolated parcels and represented the control group. Each experimental
association was done in three blocs (repetitions). Two kinds of associations were
proposed: grass + grass association and grass + legume association. Besides the
associations proposed in this experiment, other forage associations were evaluated as
references. These associations were established by Mosimann (1993), Mosimann and
Charles (1996), Mosimann et al. (2002) and Pelletier et al. (2002). Two characteristics
were attributed for each association: defoliation interval (short or long interval) and
nitrogen fertilization level (60 and 250 kg N/ha/year grass + grass; 00 and 30 kg de
N/ha/year grass + legume). The forage quality, estimated by in vitro DM digestibility
was uniform and high for the grass + legume association, being of 71.5 to 79.7%. The
grass + legume association presented higher crude protein levels (18.1%) than the grass
+ grass association (10.7%). By the same way, the grass + legume associations
presented higher DM productivity (7.56 ton of DM/ha) in the shorter defoliation interval
and in the higher nitrogen level fertilization (8.13 ton of DM/ha).
Key words: associations, interespecific, perennial rye-grass, white clover
65
Introdução
Dentro do contexto de agricultura durável, os métodos de produção devem ser
voltados a uma exploração autônoma a fim de assegurar os resultados econômicos.
Estes fatores têm estimulado os produtores a procurarem novas alternativas para reduzir
os custos de produção e como conseqüência novas pesquisas têm sido desenvolvidas
sobre os sistemas forrageiros sustentáveis (INRA, Institutos Técnicos, Chambres
d’Agricultura).
Os consumidores têm se tornado cada vez mais exigente, com relação à origem
dos produtos adquiridos para consumo, além de estarem atentos ao valor nutritivo, ao
controle sanitário, ao bem-estar animal e às preocupações relacionadas ao meio
ambiente. Todos estes fatores contribuem para evolução dos métodos de produção e por
conseqüência os sistemas forrageiros.
Segundo Chénais et al. (2001), assim como Pflimlin et al. (2001), os sistemas
forrageiros baseados em pastagens são, aos olhos dos consumidores, o meio natural de
alimentação dos herbívoros e que responde positivamente às principais exigências que
foram citadas anteriormente, além dos três pontos básicos: a economia, o respeito ao
meio ambiente e a imagem do produto final Mosimann e Charles (1996), ressaltam
outros fatores principais que explicam o interesse pelas pastagens ou pelas associações
entre estas, são eles: 1) alto valor alimentar da forragem (digestibilidade, ingestão e
equilíbrio nutricional); 2) regularidade e segurança de produção (rapidez de instalação e
produção, redução das oscilações sazonais e tolerância às diferentes condições de
estresse climático) e 3) freqüência de exploração (aptidão a uma utilização
diversificada: corte-pastejo, fenação ou ensilagem).
O interesse de associações do tipo azevém perene + trevo branco, em comparação
a uma pastagem pura de azevém perene, observou que a melhor fase da pastagem é
66
graças ao elevado valor nutritivo do trevo branco. Este contribuiu para corrigir a baixa
qualidade da gramínea.
Da mesma forma, a presença do trevo branco em pastagens permite aumentar o
nível de ingestão de ovinos em 10%, mais particularmente após a fase ótima de
exploração, que ocorre entre 28-30 dias de crescimento do azevém perene (Giovanni,
1990). Estes resultados confirmam as afirmações de Mosimann e Charles (1996) e
evidencia os benefícios esperados de uma associação tipo gramínea + leguminosa.
Segundo Pflimlin (1993), os campos com associações de trevo branco devem ser
adaptados a cada sistema de produção, tipo de animais, sistema de pastagem, tipo de
solo e clima. Apesar de otimização da associação entre o Lolium perenne e o Trifolium
repens ser descrita por vários autores, Pflimlin et al. (1993) atentam para os limites da
associação em solos úmidos.
A redução de custos com aumento da produção e durabilidade das pastagens, bem
como a valorização da qualidade da planta, sem adição de novas questões técnicas (risco
de regressão, manutenção da perenidade do campo, valor alimentar da planta, entre
outros), constitui numa vasta área da pesquisa a ser explorada. Ainda, essas pesquisas
deveriam ser conduzidas em diferentes regiões de cada país. Ainda mais, haveria
interesse em comparar os valores referentes à produção e à qualidade das associações
em diferentes países.
O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito do intervalo de desfolhação e nível de
adubação sobre o rendimento de matéria seca e digestibilidade in vitro da matéria seca
das associações interespecíficas de gramíneas e de leguminosas.
67
Material e Métodos
Este trabalho foi realizado na Unidade de Genética e de Melhoramento de Plantas
Forrageiras (UGAPF) Institut National de la Recherche Agronomique - INRA, Centro
de Pesquisas de Poitou-Charentes, localizada em Lusignan (Vienne, França, 42°65’
Leste e 15°82’ Norte).
O experimento foi implantado na primavera 2003 (abril) e será avaliado ao longo
de cinco anos, com início das avaliações a partir do primeiro ano de produção (2004).
Os dados de temperaturas máximas e mínimas, assim como as precipitações foram
obtidas na Estação Meteorológica do INRA, localizada na Unidade Experimental «Les
Verrines» (15° Leste e 45°26’ Norte) a 5 km do local do experimento (Figura 1).
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
abr-0
3mai jun ju
lag
o set
out
nov
dez
jan/0
4 fev
mar ab
rmai jun
Tem
pera
tura
(°C
) -
Tem
pera
ture
(ºC
)
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
120,0
140,0
160,0
Prec
ipit
ação
(m
m)
- Pre
cip
itati
on
(m
m)
TM TN PP
Figura 1. Precipitação pluviométrica média (PP), temperatura máxima (TM) e mínima (TN).
Figure 1. Monthly average precipitation (PP), temperature maximum (TM) and minimum (TN)
68
A superfície experimental utilizada foi de 0,63 ha, sendo subdividida em parcelas
composta de 9,37 m2 (7,50 m de comprimento por 1,25 m de largura) e divididas em 6
linhas de semeadura.
Antes da realização do experimento, foram coletadas amostras de solo que
apresentaram as seguintes características: pH (H2O) = 6,82; MO = 16,2 g/kg; CaO =
1,76 g/kg; P2O5 = 0,437 g/kg; K2O = 0,257 g/kg e MgO = 0,154 g/kg.
As espécies utilizadas no experimento estão demonstradas na Tabela 1.
Dois tipos de associações foram propostas:
1) associação gramínea + gramínea, onde o azevém perene é a espécie principal,
com a qual foram associadas outras espécies forrageiras, até formar a associação mais
complexa com cinco espécies;
2) associação gramínea + leguminosa, onde a associação azevém perene + trevo
branco constituiu a associação base, com a qual, outras gramíneas forrageiras foram
associadas até formar a associação com seis espécies (Tabela 2).
Tabela 1. Lista das espécies utilizadas nas associações interespecíficas. Table 1. List of the species utilized in the interespecific association
Nome comum (França) Usual name (French)
Nome comum (Brasil) Usual name (Brazil)
Nome científico Scientifc name
Variedades Variety
Sigla Siglum
Dactyle Capim dos Pomares Dactylis glomerata Lupré DG Fétuque des prés Capim do Prado Festuca pratensis Préval FP Fétuque élevée Festuca Festuca arundinacea Soni Fa Fétuque rouge Laborinho Festuca rubra Echo FR Fléole des prés Grama Timóteo Phleum pratense Promesse PP Pâturin des prés Graminha Poa trivialis Compact PT
Hamilton (Precoce) Herbie (½ Tardio) Ray-grass anglais Azevém Perene Lolium perenne
Ohio (Tardia) LP
Ray-grass hybride Azevém Anual Lolium multiflorum Barsilo LM Lotier Cornichão Lotus corniculatus San Gabriele LC Luzerne Alfafa Medicago sativa Diane MS Minette Alfafa-Lupulina Medicago lupulina Virgo Pajberg ML Trèfle blanc Trevo Branco Trifolium repens Aran TR Trèfle violet Trevo Vermelho Trifolium pratense Merviot TP
69
Além das associações gramíneas + gramíneas e gramíneas + leguminosas outras
associações forrageiras foram semeadas neste experimento como testemunha (Tabela 3
e 4). Estas associações foram estabelecidas por Mosimann (1993), Mosimann e Charles
(1996), Mosimann et al. (2002) e por Pelletier et al. (2002) e estão sendo avaliadas na
ARVALIS Instituto do Vegetal (França).
As variedades que compuseram as associações (Capim dos Pomares, Capim do
Prado, Festuca, Laborinho e Azevém Perene) foram conduzidas em parcelas únicas e
serviram de testemunhas. Cada dispositivo experimental foi composto de três blocos
(repetições).
Cada espécie foi semeada em densidades viáveis pré-estabelecidas (Tabelas 2, 3 e
4) e corrigidas pelas respectivas taxas de germinação.
Tabela 2. Associações experimentais e suas respectivas densidades de sementes, expresso em número de sementes viáveis /m2.
Table 2. Experimenta associations and their respective densities of seeds, Express in
number of viables seeds/m2
Espécies - Species Associações Associations
Dactylis
glomerata Festuca
pratensis Festuca
arundinacea Festuca
rubra Lolium
perenne Trifolium
repens Inter 1.1 - - - - 1250 - Inter 1.2 1475 - - - - - Inter 1.3 - - 1075 - - - Inter 1.4 - 835 - - - - Inter 1.5 - - - 2500 - - Inter 2.1 738 - - - 625 - Inter 2.2 738 - 538 - - - Inter 2.3 - - 538 - 625 - Inter 3.1 487 - 355 - 413 - Inter 4.1 369 209 269 - 313 - Inter 5.1 295 167 215 500 250 - Inter 2.4 - - - - 1000 875 Inter 3.2 590 - - - 500 875 Inter 4.2 389 - 284 - 330 875 Inter 5.2 295 167 215 - 250 875 Inter 6.1 236 134 172 400 200 875
70
Dois fatores foram atribuídos a cada associação: intensidade de desfolhação e
nível de adubação nitrogenada. As intensidades de desfolhação (pastejo contínuo ou
rotacionado) foram simuladas por intervalos diferentes de cortes:
a) intervalo curto (pastejo contínuo). Um corte a cada 21 dias em período de
crescimento normal ou a cada 10 cm medidos pelo ¨herbomètre – Herb’ITCF nos
períodos considerados fora de crescimento normal (verão e outono);
b) intervalo longo (pastejo rotacionado). Um corte a cada 40 dias na primavera e
seguido de estimação visual no verão e outono.
Os níveis de adubação nitrogenados foram dois:
1) nível mais elevado em nitrogênio (250kg/N/ha/ano), atribuído às associações
gramíneas + gramíneas e fracionadas, segundo o intervalo de desfolhação:
1.1) intervalo curto: 50kg/N/ha no final do inverno (fevereiro), 40kg/N/ha após
cada corte, perfazendo um total de cinco cortes na primavera;
1.2) intervalo longo: 70kg/N/ha final do inverno e 60kg/N/ha após cada corte
(total três cortes na primavera).
Para as associações gramíneas + leguminosas, no ano de implantação (2003), não
foi utilizada adubação nitrogenada para permitir o desenvolvimento das leguminosas.
No primeiro ano de produção (2004), foram utilizados 30kg/N/ha no final do inverno
para proporcionar melhor saída inicial da vegetação. Contudo, sem prejudicar as
leguminosas (Kerouanton, 1993; Pflimlin, 1993 e Simon, 1993);
2) nível baixo, limitado a 60kg/N/ha/ano para as associações gramíneas +
gramíneas, considerando esse como um nível básico de uma agricultura racional
(Kerguelen, 1960). As doses foram fracionadas em: 20kg/N/ha no fim do inverno para
os dois intervalos de desfolhação e 20kg/N/ha na primavera (1º e 3º cortes, intervalo
curto, e nos dois primeiros cortes, intervalo longo).
71
Para as associações gramíneas + leguminosas não foi realizado o segundo nível
de nitrogênio, visto que a fixação simbiótica realizada pelas leguminosas, por si só deve
assegurar o fornecimento em nitrogênio (Farruggia et al, 2000).
Tabela 3. Associações testemunhas preconizadas por Pelletier et al. (2002), expressas em número de sementes viáveis /m2.
Table 3. Witness associations commend publicly by Pelletier et al. (2002), Express in number
of viables seeds/m2.
Associações - Associations Espécies Species
Variedades Varieties Inter 5.3 Inter 5.4 Inter 5.5 Inter 7.1
Lolium perenne Herbie 852 244 244 365 Dactylis glomerata Lupré 329 548 548 877 Festuca arundinacea Soni 116 192 192 231 Trifolium pratense Merviot - 94 94 2,0 Medicago sativa Diane - 246 - - Lotus corniculatus San Gabriele - - 420 168 Trifolium repens Aran 581 - - 47 Medicago lupulina Virgo Pajberg 268 - - 134
Tabela 4. Associações testemunhas utilizadas na Suíça por Mosimann e Charles (1996), Mosimann (1993), Mosimann et al (2002), expressas em número de sementes viáveis /m2.
Table 4. Witness associations utilized in the Swiss by Mosimann e Charles (1996), Mosimann
(1993), Mosimann et al (2002), express in number of viables seeds/m2
Espécies Species
Variedades Varieties
Inter 4.3 Inter 5.6 Inter 6.2 Inter 7.2 Inter 8.1
Dactylis glomerata Lupré 548 548 Festuca pratensis Préval 376 376 Festuca rubra Echo 802 446 267 267 Phleum pratense Promesse 777 777 777 Lotus corniculatus San Gabriele 419 Poa trivialis Compact 2577 2577 2577 2577 2577 Lolium perenne Herbie 609 305 305 183 Lolium perenne Hamilton 214 214 Lolium multiflorum Barsilo 194 Trifolium repens Aran 581 581 581 581 Trifolium pratense Merviot 47 47 47 47
As adubações fosfatadas e potássicas foram realizadas em duas etapas:
- 1ª etapa: outubro 2002, a 450kg/ha da fórmula 0-22-30 (90kg P e 135kg K);
72
- 2ª etapa: fevereiro 2003, a 437kg/ha da fórmula 0-25-25 (110kg P e 110kg K),
para todas as associações.
Para determinação do rendimento acumulado da forragem foram realizados quatro
cortes no intervalo curto de desfolha (28 de abril, 15 de junho, 29 de julho e 22 de
setembro) e cinco cortes no intervalo longo de desfolha (08 de abril, 11 de maio, 08 de
junho, 29 de julho e 01 de setembro), sobre cada parcela, com auxílio de uma máquina,
especialmente, adaptada às condições experimentais (HALDRUP). A mesma efetua os
cortes, pesa e realiza a amostragem do material verde.
As amostras com cerca de 300 g de material verde foram secas em estufa a 60 ºC
por 72 horas e moídas em moinho tipo martelo com uma peneira de um mm, para
posteriores análises químicas. Os teores médios de matéria seca (MS) (Figura 2) são
oriundos dos quatro cortes obtidos no intervalo curto de desfolha e nos cinco cortes
obtidos no intervalo longo de desfolha.
As análises químicas foram realizadas com a utilização do NIRS (Near Infrared
Spectroscopy). Foram determinados os teores de fibra em detergente neutro (FDN),
digestibilidade in vitro da MS (DIVMS) e proteína bruta (PB). Os teores médios
apresentados (Figuras 3 a 5) são decorrentes dos dois primeiros cortes para o intervalo
curto de desfolha e dos três primeiros cortes para o intervalo longo de desfolha.
Paralelamente à utilização do NIRS, amostras escolhidas aleatoriamente eram
realizadas pelo método convencional para comparação aos resultados obtidos no
NIRS.
As observações utilizadas para estimação da análise de variância e comparação de
médias para o rendimento acumulado (ton MS/ha) foram calculadas com a utilização do
Sistema de Análises Estatísticas (SAS), segundo o seguinte modelo:
Yijkl = µ + Ai + Bj + Nk + IC + Ai*Nk + Ai*IC + Ai*Nk*IC + Eijkl
73
Yijkl = variável observada;µ = constante geral;
Ai = efeito do tratamento (associação forrageira) ¨i¨
Bj = efeito do bloco experimental “j”
Nk = efeito do nível de adubação “k”IC = efeito do intervalo de desfolha “l”Ai*Nk =
efeito da interação Tratamento * Nível de adubaçãoAi*IC = efeito da interação
Tratamento * Intervalo de desfolha
Ai*Nk*IC = efeito da interação Tratamento * Nível de adubação * Intervalo de
desfolhaEijkl = erro aleatório associado a cada observação
Resultados e Discussão
O teor de MS foi semelhante entre as gramíneas estudadas (Lolium perenne,
Dactylis glomerata, Festuca arundinacea, Festuca pratensis e Festuca rubra),
independentemente da dose de N e do intervalo de desfolha (Figura 2A). Para as
gramíneas estudadas, o teor de MS é mais dependente do que as demais variáveis (nível
de adubação e intervalo de desfolha) do que da espécie forrageira. No entanto, pode-se
observar que as menores doses de N apresentaram teor de MS mais elevado,
independentemente da gramínea estudada. Ainda, esse efeito foi maior para o intervalo
curto de desfolha, isso deve ter ocorrido em função do crescimento mais longo
apresentado pelas gramíneas em resposta à adubação nitrogenada. Por outro lado, para o
intervalo de desfolha mais longo, o teor de MS foi maior, devendo estar associado ao
estágio de maturação da planta. As plantas foram colhidas com idade mais avançada,
portanto, mais velhas, apresentando maior teor de MS na planta.
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Gramíneas - Grass
N-IL N+IL N-IC N+IC
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Associações Gramíneas/Gramíneas - Associations grass/grass
N-IL N+IL N-IC N+IC
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Associações Gramíneas/Leguminosas - Associations grass/legume
N-IL N+IL N-IC N+IC
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5.3 5.4 5.5 7.1
Associações Gramíneas/Leguminosas - Associations grass/legume
N-IL N+IL N-IC N+IC
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4.3 5.6 6.2 7.2 8.1
Associações Gramíneas/Leguminosas - Associations grass/legume
N-IL N+IL N-IC N+IC
Figura 2– Efeito do nível de nitrogênio e intervalo de desfolha sobre gramíneas puras (A) e as associações interespecíficas, preconizadas pelo INRA (B e C), Pelletier et al.,
2002 (D) e Mosimann e Charles, 1996, Mosimann, 1993, Mosimann et al., 2002 (E), sobre os teores MS. Níveis de nitrogênio: N- (60kg de N/ha/ano gramínea/gramínea e gramínea/leguminosa sem adubação nitrogenada) N+ (250kg de N/ha/ano gramínea/gramínea e 30kg de N gramínea/leguminosa); intervalos de desfolha: curto (IC), longo (IL).
Figure 2- Effect of the level of nitrogen and and interval of defoliation on grass purities (A) and the interespecific associations, commend publicly by INRA (B and C), Pelletier et al. 2002 ((D) and Mosimann e
Charles, 1996, Mosimann, 1993, Mosimann et al., 2002 (E), on the tenors of DM. Levels of nitrogen: N- (60kg of N’ha/Year grass/grass and grass/legume without nitrogened fertilization); N+ (250kg of
N/ha/Year grass/grass and 30kg of N grass/legume); intervals of defoliation: short (IC), long (IL).
A B
C D
E
Teo
r de
MS
(%)
– T
en
or
of
DM
(%
)
Teo
r de
MS
(%)
– T
enor
of
DM
(%
)
Teo
r de
MS
(%
) T
enor
of
DM
(%
)
75
Na Figura 2B, resultados semelhantes foram observados, visto que as associações foram
realizadas somente entre gramíneas. Contudo, quando a associação foi composta por leguminosas
(Figura 2C, 2D e 2E), pôde-se observar que, nos níveis baixos de N no intervalo longo de desfolha,
os teores de MS foram semelhantes, porém maiores em relação ao nível alto de N no intervalo curto
de desfolha.
Houve diferença no teor de MS no intervalo curto de desfolha em função dos níveis de N. O
nível alto de nitrogênio em relação ao nível baixo de N apresentou aumento médio de 0,6% no teor
de MS. Esse aumento poderia ser atribuído ao melhor aproveitamento do N, pelas gramíneas,
aumentando a produção da mesma em relação às leguminosas, caracterizando efeito inibitório do N.
Esses resultados estariam de acordo com Fauconnier (1982), que observou aumentos na
produção do azevém perene e uma redução no trevo vermelho. Segundo este autor, isso ocorre
porque o N favorece as gramíneas; enquanto as leguminosas o potássio.
Dutil (1982) reafirma as conclusões de Fauconnier (1982) e ressalta que a adubação
nitrogenada é importante e ao mesmo tempo delicada para as associações, visto que a adubação
nitrogenada controlada promove equilíbrio entre as gramíneas e as leguminosas na associação.
Na Figura 3, estão representados os teores de Fibra em detergente neutro (FDN), onde os
teores médios obtidos para as espécies de gramíneas puras (A) foram semelhantes entre si
independente das espécies utilizadas, apresentando valores entre 39,76% e 51,07% de FDN.
Todavia, os maiores valores foram observados para o intervalo longo de desfolha, independente do
nível de N. Esses resultados são provenientes do maior tempo que a planta possui para o seu
desenvolvimento em relação ao intervalo curto de desfolha. Segundo Van Soest (1994), esse
aumento no teor de FDN está relacionado ao aumento da lignificação da planta, devido ao maior
tempo de maturação.
Quando associadas entre si (Figura 3B), as gramíneas mantiveram os mesmos
comportamentos observados na Figura 3A.
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1.1 1.2 1.3 1.4 1.5
Gramíneas - Grass
N-IL N+IL N-IC N+IC
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2.1 2.2 2.3 3.1 4.1 5.1
Associações Gramíneas/Gramíneas - Associations grass/grass
N-IL N+IL N-IC N+IC
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2.4 3.2 4.2 5.2 6.1
Associações Gramíneas/Leguminosas - Associations grass/legume
N-IL N+IL N-IC N+IC
05
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5.3 5.4 5.5 7.1
Associações Gramíneas/Leguminosas - Associations grass/legume
N-IL N+IL N-IC N+IC
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4.3 5.6 6.2 7.2 8.1
Associações Gramíneas/Leguminosas - Associations grass/legume
N-IL N+IL N-IC N+IC
Figura 3– Efeito do nível de nitrogênio e intervalo de desfolha sobre gramíneas puras (A) e as associações interespecíficas, preconizadas pelo INRA (B e C), Pelletier et al.,
2002 (D) e Mosimann e Charles, 1996, Mosimann, 1993, Mosimann et al., 2002 (E), sobre os teores de FDN. Níveis de nitrogênio: N- (60kg de N/ha/ano gramínea/gramínea e gramínea/leguminosa sem adubação nitrogenada), N+ (250kg de N/ha/ano gramínea/gramínea e 30kg de N gramínea/leguminosa); intervalos de desfolha: curto (IC), longo (IL).
Figure3- Effect of the level of nitrogen and and interval of defoliation on grass purities (A) and the interespecific associations, commend publicly by INRA (B and C), Pelletier et al. 2002 ((D) and Mosimann e
Charles, 1996, Mosimann, 1993, Mosimann et al., 2002 (E), on the tenors of NDF. Levels of nitrogen: N- (60kg of N’ha/Year grass/grass and grass/legume without nitrogened fertilization); N+ (250kg of
N/ha/Year grass/grass and 30kg of N grass/legume); intervals of defoliation: short (IC), long (IL).
Teo
r de
FD
N (
%)
– T
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r of
ND
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A B
C D
E
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F (
%)
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Entretanto, nas associações gramíneas/leguminosas preconizadas tanto pelo INRA (C), como
por Pelletier et al., 2002 (D) e Mosimann e Charles, 1996, Mosimann, 1993, Mosimann et al., 2002
(E), os maiores teores de FDN foram observados para o nível alto de N, independente do intervalo
de desfolha, contudo esse é ainda maior para o intervalo longo. Esses resultados confirmam a
melhor utilização do N e o maior tempo de maturação da planta, já citados anteriormente.
Jeangros et al. (1999), avaliando a composição química de pastagens na Suíça, observaram
que as gramíneas apresentam mais constituintes, de parede celular (exceto a lignina) do que as
leguminosas.
Segundo Nelson e Moser (1994), a maturidade das espécies forrageiras é o principal fator que
afeta a morfologia dessas plantas, exercendo grande influência na qualidade da forragem.
Os resultados da Digestibilidade in vitro da MS (DIVMS) estão apresentados na Figura 4,
sendo na Figura 4A, os resultados obtidos para as gramíneas puras, variando entre 66,7% e 82,7%.
Os maiores resultados da DIVMS observados estão no intervalo curto de desfolha (69,0% a 82,7%)
em relação ao intervalo longo de desfolha (66,7% a 77,9%). Resultados semelhantes foram
observados para associação entre as gramíneas na Figura 4B, com resultados variando entre 71,7%
e 81,8% DIVMS.
Os menores valores observados da DIVMS, para o intervalo longo de desfolha, estão
associados à maturidade da forragem, havendo redução progressiva dos teores de digestibilidade à
medida que as espécies avançam em seu estádio de crescimento.
Nas Figuras 4C, D e E, estão representadas as DIVMS das associações entre gramíneas e
leguminosas, em que foram observadas pequenas diferenças entre os intervalos de corte na DIVMS,
essa redução é devido à presença das leguminosas nas associações, as quais podem melhorar a
DIVMS e devido as suas características, os coeficientes de digestibilidade de todas as associações
estudadas foram de 71,5-77,3% e 73,5-79,7%, respectivamente, para os intervalos longo e curto de
78
desfolha, apresentando em média 76,7% de DIVMS, indicando a capacidade das leguminosas em
manter uma dieta de qualidade, ao longo da estação de crescimento.
Resultados semelhantes foram observados por Moojen e Saibro (1981), que avaliado o efeito
de regimes de corte sobre o rendimento e qualidade de misturas forrageiras de estação fria,
encontraram teores da DIVMS entre 68-75% no regime de seis semanas entre corte e 71-76% para o
regime de corte de quatro semanas.
Na Figura 5, estão representados os teores de Proteína Bruta das associações preconizadas
pelo INRA, Pelletier et al., 2002, Mosimann e Charles, 1996, Mosimann, 1993, Mosimann et al.,
2002. As gramíneas puras apresentaram os maiores teores de PB (12,7%), no intervalo curto de
desfolha, associados a maior quantidade de nitrogênio. Entretanto, a menor quantidade de
nitrogênio dentro do intervalo curto de desfolha apresentou teores de PB (11,8%) semelhantes ao
intervalo longo de desfolha com maior aporte de N (11,7% PB), este efeito está intimamente ligado
à presença de folhas jovens e ao melhor aproveitamento do N aplicado. Resultados semelhantes
foram evidenciados na Figura 5 B, com associações entre as espécies de gramíneas.
Quando associadas entre si, gramíneas e leguminosas, os teores de PB variaram entre 13,5-
20,6% PB, desde a associação mais simples com duas espécies a mais complexa com oito espécies.
Comparando os teores de PB médios obtidos para as associações gramíneas/gramíneas (10,7%) em
relação às gramíneas/leguminosas (18,1%), este aumento de oito pontos percentuais é proveniente
da melhor qualidade apresentada pelas leguminosas.
Confirmados pelos trabalhos de pesquisa que ressaltam essa contribuição significativa das
leguminosas em associação com as gramíneas, entre eles podemos destacar os de: Moojen e Saibro
(1981), Fauconnier (1982), Giovanni (1990), Fontaneli e Freire Junior (1991), Lambert et al. (1993)
e Chénais et al. (2001).
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N-IL N+IL N-IC N+IC
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Associações Gramíneas/Gramíneas - Associations grass/grass
N-IL N+IL N-IC N+IC
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Associações Gramíneas/Leguminosas - Associations grass/legume
N-IL N+IL N-IC N+IC
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N-IL N+IL N-IC N+IC
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Associações Gramíneas/Leguminosas - Associations grass/legume
N-IL N+IL N-IC N+IC
Figura 4– Efeito do nível de nitrogênio e intervalo de desfolha sobre gramíneas puras (A) e as associações interespecíficas, preconizadas pelo INRA (B e C), Pelletier et al.,
2002 (D) e Mosimann e Charles, 1996, Mosimann, 1993, Mosimann et al., 2002 (E), sobre a digestibilidade in vitro da MS. Níveis de nitrogênio: N- (60kg de N/ha/ano gramínea/gramínea e gramínea/leguminosa sem adubação nitrogenada), N+ (250kg de N/ha/ano gramínea/gramínea e 30kg de N gramínea/leguminosa); intervalos de desfolha: curto (IC), longo (IL).
Figure 4- Effect of the level of nitrogen and and interval of defoliation on grass purities (A) and the interespecific associations, commend publicly by INRA (B and C), Pelletier et al. 2002 ((D)
and Mosimann e Charles, 1996, Mosimann, 1993, Mosimann et al., 2002 (E), on digestibility in vitro of the DM. Levels of nitrogen: N- (60kg of N’ha/Year grass/grass and
grass/legume without nitrogened fertilization); N+ (250kg of N/ha/Year grass/grass and 30 kg of N grass/legume); intervals of defoliation: short (IC), long (IL).
A B
C D
E
Dig
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(%
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2.1 2.2 2.3 3.1 4.1 5.1
Associações Gramíneas/Gramíneas - Associations grass/grass
N-IL N+IL N-IC N+IC
0
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2.4 3.2 4.2 5.2 6.1
Associações Gramíneas/Leguminosas - Associations grass/legume
N-IL N+IL N-IC N+IC
0
3
6
9
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5.3 5.4 5.5 7.1
Associações Gramíneas/Leguminosas - Associations grass/legume
N-IL N+IL N-IC N+IC
0
3
6
9
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21
4.3 5.6 6.2 7.2 8.1
Associações Gramíneas/Leguminosas - Associations grass/legume
N-IL N+IL N-IC N+IC
Figura 5– Efeito do nível de nitrogênio e intervalo de desfolha sobre gramíneas puras (A) e as associações interespecíficas, preconizadas pelo INRA (B e C), por Pelletier et
al., 2002 (D) e por Mosimann e Charles, 1996, Mosimann, 1993, Mosimann et al., 2002 (E), sobre os teores de PB. Níveis de nitrogênio: N- (60kg de N/ha/ano gramínea/gramínea e gramínea/leguminosa sem adubação nitrogenada), N+ (250kg de N/ha/ano gramínea/gramínea e 30kg de N gramínea/leguminosa); intervalos de desfolha: curto (IC), longo (IL).
Figure 5- Effect of the level of nitrogen and and interval of defoliation on grass purities (A) and the interespecific associations, commend publicly by INRA (B and C), Pelletier et al. 2002 ((D)
and Mosimann e Charles, 1996, Mosimann, 1993, Mosimann et al., 2002 (E), on the tenors of the CP. Levels of nitrogen: N- (60kg of N’ha/Year grass/grass and grass/legume
without nitrogened fertilization); N+ (250kg of N/ha/Year grass/grass and 30 kg of N grass/legume); intervals of defoliation: short (IC), long (IL).
A B
C D
E
Pro
téin
a B
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(%
) – C
rude
Pro
tein
(%
)
Prot
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%)
– C
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Pro
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(%
)
Prot
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Bru
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%)
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de
Pro
tein
(%
)
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Os dados apresentados na Tabela 5 mostram o rendimento acumulado (MS/ha) das
gramíneas puras e as associações. O intervalo curto de desfolha apresentou maior
rendimento acumulado (P<0,05) em relação ao intervalo longo (7,56 e 6,60 MS/ha,
respectivamente), da mesma forma que a maior quantidade de N (8,13 MS/ha)
apresentou rendimentos superiores (P<0,05) ao menor aporte de N (6,03 MS/ha).
A presença das leguminosas propiciou rendimentos em 6,47%, maior (P<0,05)
que o observado para a associação 5.2 (Dactylis glomerata, Festuca pratensis, Festuca
arundinacea, Lolium perenne e Trifolium repens) 8,23 de MS/ha. Entretanto, a
associação 2.2 (Dactylis glomerata e Festuca arundinacea) não diferiu (P>0,05) da
associação 5.2. Contudo, vale salientar que embora não houvesse diferença estatística
para o rendimento, a qualidade nutricional entre as duas associações teve
comportamentos diferenciados, sendo que a associação 5.2 contendo leguminosa,
apresentou qualidade superior à associação 2.2, ficando evidenciado pelos dados
apresentados nas Figuras 3, 4 e 5.
Segundo Fontaneli e Freire Junior (1991), consorciações de aveia + azevém +
trevo branco, aveia + azevém + trevo vermelho e aveia + azevém + ervilhaca
apresentaram os maiores rendimentos de MS, em relação à associação de gramíneas,
além do aumento quantitativo, misturas contendo leguminosas apresentaram melhor
distribuição estacional na disponibilidade e qualidade da forragem. Entretanto, Moojen
e Saibro (1981) relataram maior rendimento de MS para um maior intervalo (seis
semanas) entre cortes, em relação ao menor intervalo (quatro semanas), o que difere dos
resultados obtidos no presente trabalho.
82
Tabela 5. Médias e erro-padrão (EP) para o rendimento acumulado (MS/ha) para as variedades de gramíneas puras e em associações com outras espécies de gramíneas e ou leguminosas.
Table 5. Means and standard-error (SE) to the accumulate yield (DM/ha) to the varieties the
grass purities and in associations with others species of grass and/or legume.
Associações* Associated*
ICN- ILN- ICN+ ILN+ IC IL Média Means
EP SE
1.1 4,34 3,84 9,37 7,57 6,85 5,71 6,28jlik 0,70 1.2 5,50 4,93 10,05 8,74 7,77 6,84 7,30ebdhgcf 0,67 1.3 5,88 4,95 9,67 8,18 7,77 6,56 7,17edhgf 0,60 1.4 5,06 4,83 9,47 8,05 7,26 6,44 6,85higf 0,63 1.5 4,58 4,22 7,99 7,14 6,29 5,68 5,98jlk 0,52 2.1 4,78 4,58 9,43 7,66 7,11 6,12 6,61jhik 0,63 2.2 5,98 4,59 10,49 8,50 8,24 6,54 7,39ebdhagcf 0,73 2.3 4,86 4,34 9,58 8,21 7,22 6,28 6,75jhig 0,69 3.1 5,29 4,55 10,01 7,97 7,65 6,26 6,95ehigf 0,69 4.1 5,52 4,79 9,91 8,05 7,72 6,42 7,07edhigf 0,66 G
ram
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s +
Gra
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Gra
ss +
Gra
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5.1 5,15 4,28 9,76 7,99 7,46 6,14 6,80jhig 0,69 2.4 7,36 7,09 8,01 7,77 7,69 7,43 7,56ebdagcf 0,14 3.2 8,04 7,68 8,67 8,07 8,36 7,88 8,12ba 0,18 4.2 7,77 7,67 8,63 8,09 8,20 7,88 8,04bac 0,20 4.3 6,65 4,76 6,87 4,90 6,76 4,83 5,80lk 0,32 5.2 7,91 7,86 8,67 8,47 8,29 8,16 8,23ª 0,15 5.3 7,19 6,56 7,98 7,10 7,59 6,83 7,21edhgcf 0,20 5.4 5,20 3,81 5,94 4,74 5,57 4,28 4,92m 0,31 5.5 5,77 4,21 6,66 5,20 6,21 4,70 5,46lm 0,30 5.6 6,97 6,82 8,27 7,70 7,62 7,26 7,44ebdhagcf 0,21 6.1 7,82 7,71 8,72 7,83 8,27 7,77 8,02bac 0,16 6.2 7,93 6,89 8,83 7,48 8,38 7,18 7,78ebdac 0,28 7.1 7,55 7,19 8,64 7,63 8,10 7,41 7,75ebdac 0,18 7.2 7,81 6,76 8,97 7,12 8,39 6,94 7,66ebdacf 0,31
Gra
mín
eas
+ L
egu
min
osa
s G
rass
+ L
egu
me
8.1 8,27 7,35 8,23 7,60 8,25 7,48 7,86bdac 0,18 6,03b 8,13a 7,56a 6,60b Médias seguidas de letras na coluna e nas linhas diferem significativamente (P<0,05) pelo teste de Tukey.*Associações (Tabela 2,3 e 4). Níveis de nitrogênio: N- (60kg de N/ha/ano gramínea/gramínea e gramínea/leguminosa sem adubação nitrogenada), N+ (250kg de N/ha/ano gramínea/gramínea e 30kg de N gramínea/leguminosa); intervalos de desfolha: curto (IC), longo (IL) Means followed by different letters in the column and same row differ (P<0,05) by the Tukey test. *Associations
(Table 2,3 and 4). . Levels of nitrogen: N- (60kg of N’ha/Year grass/grass and grass/legume without nitrogened
fertilization); N+ (250kg of N/ha/Year grass/grass and 30 kg of N grass/legume); intervals of defoliation: short (IC),
long (IL).
Conclusões
As associações entre gramíneas e leguminosas foram as mais adequadas,
principalmente por melhorarem a qualidade da forragem, em que os teores médios de
83
proteína bruta apresentaram valores variando entre 13,5 e 20,6% e uma DIVMS de 71,5
a 79,7% e ainda por apresentarem os maiores rendimentos de MS. Em todas as
associações, houve vantagem do menor intervalo de desfolha, em relação ao maior
intervalo.
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VI – Produção de massa e composição química de variedades de Azevém perene
(Lolium perenne) conduzidas sob dois níveis de nitrogênio e dois intervalos de corte
Resumo: Este trabalho foi realizado no outono francês de 2003 (setembro a dezembro)
e durante a primavera de 2004 (março a junho) com objetivo de avaliar a produção e
qualidade de associações de variedades de ciclos produtivos diferentes. O experimento
foi conduzido na Unidade de Genética e de Melhoramento de Plantas Forrageiras
(UGAPF) do Institut National de la Recherche Agronomique (Vienne, França, 42°65’
Leste e 15°82’ Norte). A partir de uma espécie (Lolium perenne), nove variedades
foram associadas, constituindo associações com duas ou três variedades de precocidade
semelhantes ou diferentes (precoce, ½ tardio e tardio) e foram cultivadas em parcelas
únicas e serviram de testemunhas, cada associação experimental foi composta de três
blocos (repetições). Dois fatores foram atribuídos a cada associação: intervalo de
desfolhação (intervalo curto-IC e longo -IL) e nível de adubação nitrogenada (60 e 250
kg N/ha/ano). Os maiores teores de MS foram apresentados no ciclo ½ tardio (37,83%
IL60N, 34,25% IL250N, 27,57% IC60N e 24,00% IC250N) em relação aos demais
ciclos. Os teores de PB apresentaram valores variando entre 10,1% para IL a 13,3%
para o IC. Teores de FDN, da ordem de 44,9% a 51,1% FDN, foram observados no IL
associado ao menor nível de adubação. A DIVMS do Azevém perene puro apresentou
os maiores coeficientes no IC independente do nível de adubação, entretanto, dentro do
mesmo intervalo de corte, o nível de 250kg de N/ha proporcionou maior DIVMS
(80,8% a 87,7%) em relação ao menor nível de adubação (81,4% a 86,5%). As
variedades de ciclo produtivo precoce apresentaram rendimentos da ordem de 7,4ton
MS/ha para a variedade Belramo e em associações 7,18ton MS/ha (Hamilton + Vital e
Hamilton + Vital + Belramo).
Palavras-chave: associações, Azevém perene, intra-específicas, valor agronômico.
86
Mass production and chemical composition of varieties of rye-grass (Lolium
perenne) led under two levels of nitrogen and two cut intervals
Abstract: This work was carried out in the French Autumn of 2003 (September to
December), and during the Spring of 2004 (March to June) with the objective of
evaluate the production and quality of associations among varieties with different
productive cycles. The experiment was conducted in the Forage Crop Genetics and
Breeding Unit UGAPF of the Institut National of la Recherche Agronomique - INRA,
Poitou-Charentes Research Center, located in Lusignan (Vienne, French, 42°65' East
and 15°82' North). From a species (Lolium perenne), nine varieties were associated,
constituting associations with two or three varieties of precocity similar or different
(precocious, late and late ½) and they were cultivated in single plot and they served as
demonstrate, each experimental association was composed of three blocks (repetitions).
Two factors were attributed to each association: defoliation interval (interval short-IC
and long -IL) and level of nitrogen fertilization (60 and 250 kg N/ha/year). The largest
values of DM were presented in the cycle late ½ (37,83% IL60N, 34,25% IL250N,
27,57% IC60N and 24,00% IC250N) in relation to the other cycles. The values of PB
presented values varying among 10,1% for IL to 13,3% for IC. Values of NDF, of the
order of 44,9% to 51,1% NDF, they were observed in IL associated to the smallest
fertilization level. IVDMD of the perennial rye-grass pure, it presented the largest
coefficients in independent IC of the fertilization level, however inside of the same cut
interval the level of 250 kg of N/ha provided larger IVDMD (80,8% to 87,7%) in
relation to the smallest fertilization level (81,4% to 86,5%). The varieties of precocious
productive cycle presented yield of the order of 7,4 ton MS/ha for the variety Belramo
and in associations 7,18 ton MS/ha (Hamilton + Vital and Hamilton + Vital + Belramo).
Key-words: Agronomic value, associations, perennial rye-grass, intra-specifics
87
Introdução
Atualmente, um dos desafios para os produtores rurais é manter uma pastagem de
boa qualidade por um período longo e conciliar o máximo de ingestão com a
performance do animal.
Segundo Leconte (2002), para produzir uma melhor pastagem é necessário
conhecer os efeitos da altura e do intervalo de exploração sobre a rebrota e a
composição morfológica da cobertura.
Em pastagens, a regularidade e a segurança (rapidez de estabelecimento e
produção, redução das oscilações sazonais e tolerância as diferentes condições de
estresses climáticos) são características relevantes dentro da concepção de base das
associações forrageiras (Mosimann e Charles, 1996). Segundo estes autores, para a
utilização e a manutenção das pastagens, é necessário seguir algumas regras básicas que
incluem: uma correta semeadura das misturas de sementes; densidade dessas que devem
apresentar condições de concorrência interespecífica; tratos culturais, para enfraquecer
as plantas invasoras e estimular o crescimento e desenvolvimento das gramíneas; a
fertilização; a altura de corte. Todos esses fatores influenciam a produção e a
composição das forragens.
Segundo Groff et al. (2002), a associação de espécies tem sido uma alternativa
utilizada para melhorar a distribuição de produção da pastagem ao longo do ano e a
qualidade da dieta dos animais, sendo este um sistema complexo, em que fatores como:
a competição entre plantas e a seleção animal atuam e dificultam a manutenção do
equilíbrio entre espécies. Para estes autores, as competições que ocorrem entre as
plantas dependem da forma de utilização dos recursos (água, luz e nutrientes), sendo
que o equilíbrio entre espécies associadas evolui em função das necessidades de cada
espécie.
88
Em relação à fertilização, o nitrogênio (N) está entre os principais nutrientes, pois
proporciona maior perfilhamento e produção, e na maioria das vezes, conduz a melhora
na qualidade da forragem produzida (Mesquita e Pinto, 2000). Entretanto, níveis
adequados de N devem ser bem estabelecidos, a fim de promover balanço entre os
nutrientes, caso contrário a produção de forragem pode decrescer.
Segundo Burton (1976), Humpherys (1991) e Jarvis et al (1995), o efeito
favorável do N, sobre os rendimentos de forragens e a produção animal, é o fator de
manejo mais efetivo para a manipulação das produções que podem ser obtidas em
pastagens, pois os fluxos de N e carbono atuam em muitos dos processos de
crescimento e desenvolvimento das plantas (Lemaire e Chepman, 1996; Lemaire, 1999).
Gastal e Nelson (1994) demonstraram que o efeito principal do N é sobre a
produção celular. Quanto aos efeitos do N, na composição botânica das pastagens, as
mudanças observadas são usualmente atribuídas às competições entre plantas e estas
envolvem alterações mais complexas.
De acordo com Duru e Ducrocq (2000), as regras que caracterizam a morfologia
dos perfilhos das gramíneas durante seu crescimento dependem de alterações da
temperatura ambiente, umidade, disponibilidade de N e intensidade de desfolha.
Entre os vários efeitos da utilização de N sobre as pastagens de gramíneas, pode-
se destacar: pastos que apresentam altas densidades de populações de plantas ou mesmo
aquelas com plantas mais espaçadas e de baixa densidade populacional de perfilhos, o N
só apresentará efeito significativo sobre a taxa de aparecimento foliar (TAF) quando
houver uma deficiência acentuada desse nutriente (Whitehead, 1995).
Considerando que para este experimento foram realizados dois intervalos de corte,
sendo um longo que simula o pastejo rotacionado, e outro curto representando o pastejo
contínuo, o objetivo deste trabalho foi de avaliar o valor potencial de produção de massa
89
de forragem e a qualidade da mistura de variedades de azevém perene sob dois níveis de
N.
Material e Métodos
Este trabalho foi conduzido na Unidade de Genética e de Melhoramento de
Plantas Forrageiras (UGAPF) INRA – Institut National de la Recherche Agronomique,
Centro de Pesquisas de Poitou-Charentes, localizada em Lusignan (Vienne, França,
42°65’ Leste e 15°82’ Norte).
O experimento foi implantado na primavera 2003 (abril) e será avaliado ao longo
de cinco anos, com início das avaliações a partir do primeiro ano de produção 2004.
Os dados de temperaturas máximas e mínimas, assim como as precipitações,
foram obtidos na Estação Meteorológica do INRA, localizada na Unidade Experimental
«Les Verrines» (15° Leste e 45°26’ Norte) a 5 km do local do experimento (Figura 1).
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
abr-0
3mai jun ju
lag
o set
out
nov
dez
jan/0
4 fev
mar ab
rmai jun
Tem
pera
tura
(°C
) -
Tem
pera
ture
(ºC
)
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
120,0
140,0
160,0
Prec
ipit
ação
(m
m)
- Pre
cip
itati
on
(m
m)
TM TN PP
Figura 1. Precipitação pluviométrica média (PP), temperatura máxima (TM) e mínima (TN).
Figure 1. Monthly average precipitation (PP), temperature maximum (TM) and minimum (TN)
90
A área experimental utilizada foi de 0,63 ha, subdividida em parcelas, composta
de 9,37 m2 (7,50 m de comprimento por 1,25 m de largura), divididas em 6 linhas de
semeadura.
A análise química do solo apresentou as seguintes características: pH (H2O) =
6,82; MO = 16,2 g/kg; CaO = 1,76 g/kg; P2O5 = 0,437 g/kg; K2O = 0,257 g/kg e MgO =
0,154 g/kg.
A partir de uma espécie (Lolium perenne), nove variedades de ciclos diferentes
foram associadas, constituindo associações com duas ou três variedades de precocidade
semelhantes ou diferentes (precoce, ½ tardio e tardio). As variedades foram escolhidas a
partir dos seguintes critérios, oriundos dos resultados do CTPS (Comité Technique
Permanent de la Sélection): alto nível de rendimento, boa resistência a doenças, boa
adaptação ao intervalo de desfolha e boa perenidade. Cada espécie foi semeada a uma
densidade de sementes viáveis pré-estabelecidas e corrigidas pelas respectivas taxas de
germinação (Tabela 1).
As variedades que compuseram as associações foram manejadas em parcelas
únicas e serviram de testemunhas, cada dispositivo experimental foi composto de três
blocos (repetições).
Dois fatores importantes foram atribuídos a cada associação, desfolha e nível de
adubação, em que as desfolhas (pastejo contínuo e rotacionado) foram simuladas por
intervalos diferentes de cortes:
a) intervalo curto (IC), que simula o pastejo contínuo, um corte a cada 21 dias em
período de crescimento normal ou a 10 cm medidos pelo ¨herbomètre – Herb’ITCF
nos períodos considerados fora de crescimento normal (verão e outono);
b) intervalo longo (IL), que deve simular o pastejo rotacionado, um corte a cada
40 dias na primavera ou seguidos de estimação visual no verão e outono.
91
Tabela 1. Associações intra-especificas e densidade de sementes, expressas em número de sementes viáveis /m2
Table 1. Associations intra-especific and density of seeds, Express in number of viables
seeds/m2
Variedades de Lolium perene – Varieties of Lolium perenne Associações* Associations* Hamilton1 Belramo1 Vital2 Herbie3 Brest3 Milca3 Ohio4 Kerval4 Barlatan4
1.1 1250 - - - - - - - - 1.2 - - 1250 - - - - - - 1.3 - 1250 - - - - - - - 1.4 - - - 1250 - - - - - 1.5 - - - - 1250 - - - - 1.6 - - - - - 1250 - - - 1.7 - - - - - - 1250 - - 1.8 - - - - - - - 1250 - 1.9 - - - - - - - - 1250 2.1 625 - 625 - - - - - - 2.2 - - - 625 625 - - - - 2.3 - - - - - - 625 625 - 2.4 625 - - 625 - - - - - 2.5 625 - - - - - 625 - - 2.6 - - - 625 - - 625 - - 3.1 412,5 - - 412,5 - - 412,5 - - 3.2 412,5 412,5 412,5 - - - - - - 3.3 - - - 412,5 412,5 412,5 - - - 3.4 - - - - - - 412,5 412,5 412,5
1Precoce; 2 ½ precoce; 3 ½ Tardio; 4 Tardio. *Associações (a.b): 1ª coluna (a) – nº de espécies na associação; 2ª coluna (b) nº da associação. 1Precocious; 2 ½ precocious; 3 ½ late; 4 late. *Associations (a.b): 1ª column (a) – nº of species in associations; 2ª
column (b) nº of association.
Os níveis de adubação nitrogenada foram caracterizados em dois níveis:
1) nível alto em nitrogênio (250kg/ha/ano) fracionado, segundo o intervalo de
desfolha:
1.1) intervalo curto (IC): 50kg/ha no final do inverno (fevereiro), 40kg/ha após
cada corte, que perfaz um total de cinco cortes na primavera;
1.2) intervalo longo (IL): 70kg/ha no final do inverno e 60kg/ha após cada corte
(total 3 cortes na primavera).
2) nível baixo (60kg/ha/ano), considerando este como um nível básico de uma
agricultura racional (Kerguelen, 1960). Os aportes foram fracionados: 20kg/ha no fim
92
do inverno para os dois intervalos de desfolha e 20kg/ha na primavera (1º e 3º corte,
intervalo curto, e nos dois primeiros cortes, intervalo longo).
As adubações fosfatadas e potássicas foram realizadas em duas etapas:
1) outubro 2002, a 450kg/ha da fórmula 0-22-30 (90kg P e 135kg K);
2) fevereiro 2003, a 437kg/ha da fórmula 0-25-25 (110kg P e 110kg K), para
todas as associações.
Para determinação do rendimento acumulado da forragem, foram realizados três
cortes para o intervalo longo (28/04, 15/06 e 22/07/04) e quatro cortes para o intervalo
curto (08/04, 11/05, 08/06 e 01/07/04) em cada parcela, com auxílio de uma máquina
segadora (HALDRUP) adaptada às condições experimentais, onde a mesma efetua os
cortes, pesa e realiza a amostragem do material verde.
As amostras com cerca de 300 g de material verde foram secas em estufa a 60 ºC
por 72 horas e moídas em moinho tipo martelo com uma peneira de crivo de um mm,
para posteriores análises químicas.
As análises químicas foram realizadas com a utilização do NIRS (Near Infrared
Spectroscopy) e foram determinados: os teores de proteína bruta, fibra em detergente
neutro e a solubilidade enzimática (Lila e Furstoss, 2000), nos dois primeiros cortes do
intervalo longo e nos três primeiros cortes do intervalo curto.
As observações utilizadas para estimação da análise de variância e comparação de
médias foram calculadas com a utilização do Sistema de Análises Estatísticas (SAS),
segundo o seguinte modelo:
Yijkl = µ + Ai + Bj + Nk + Rl + Ai*Nk + Ai*Rl + Ai*Nk*Rl + Eijkl
Yijkl = variável observada;µ = constante geral;
Ai = efeito do tratamento (associação forrageira) ¨i¨
Bj = efeito do bloco experimental ¨j
93
Nk = efeito do nível de nitrogênio ¨k¨Rl = efeito do intervalo de corte ¨l¨Ai*Nk = efeito
da interação Tratamento * Nível de nitrogênio Ai*Rl = efeito da interação Tratamento *
Intervalo de corte
Ai*Nk*Rl = efeito da interação Tratamento * Nível de nitrogênio * Intervalo de
corteEijkl = erro aleatório associado a cada observação
Resultados e Discussões
Nas Figuras 2 a 6, estão apresentados os teores médios de MS, PB, FDN e da
digestibilidade in vitro.
Os teores de MS das variedades de Azevém perene puro (Figura 2A) apresentaram
comportamentos semelhantes, independentemente dos ciclos produtivos (precoce, ½
precoce, ½ tardio e tardio). No entanto, os maiores percentuais de MS foram observados
no intervalo longo (IL) de desfolha (média 35,0%), em relação ao intervalo curto - IC
(média 24,9%). Independente do intervalo de desfolha, o menor nível de nitrogênio,
apresentou um teor de MS mais elevado (36,4% IL e 26,3% IC em média) em relação
ao maior nível de nitrogênio (33,6% IL e 23,4% IC).
Estes resultados estão de acordo com a afirmação de Lazemby e Rogers (1965),
citados por Canto et al. (1999), em que a aplicação de N em pastagens, pode determinar
redução na percentagem de MS na forragem da ordem de até 7%.
Analisando-se os ciclos produtivos, pode-se observar que os maiores teores de MS
foram apresentados no ciclo ½ tardio (1.4, 1.5 e 1.6) com (37,83% IL60N, 34,25%
IL250N, 27,57% IC60N e 24,00% IC250N) em relação aos demais ciclos.
Observa-se na Figura 2(B) que as associações entre os ciclos produtivos: 2(A)
(P+½P), 2.2 (½T+½T), 2.3 (T+T), 2.4 (P+½T), 2.5 (P+T) e 2.6 (½T+T) apresentaram
comportamentos semelhantes aos ciclos cultivados isoladamente (Figura 2(A)), tanto
para intervalos de desfolha, quanto para nível de adubação nitrogenada. Entretanto, as
94
variedades de Azevém perene do ciclo tardio (associações 2.3 e 2.6) apresentaram os
teores de MS mais elevados em relação aos demais ciclos (38,09-37,38% IL60N, 36,12-
35,36% IL250N, 27,37-26,96% IC60N, 24,16-23,92% IC250N, respectivamente).
Segundo Nelson e Moser (1994), a maturidade das espécies forrageiras (ciclo
produtivo) é o principal fator que afeta a morfologia das plantas, exercendo grande
influência na qualidade da forragem.
Combinando-se os ciclos produtivos (P, ½P, ½T e T), com, no máximo, três
variedades (Figura 2(C)), os teores de MS apresentaram as mesmas tendências que as
Figuras 2(B) e 2(C), sendo os maiores teores identificados nas associações 3.3 e 3.4
(36,6-37,9% IL e 24,5-25,47% IC), composto de variedades do ciclo ½ tardio e tardio.
Os teores de PB (Figura 3) apresentaram comportamento inverso aos observados
na MS, o que pode ser atribuído ao maior aporte de nitrogênio (250kg N/ha),
independente do intervalo de desfolha. Os teores de PB mais elevados (variando entre
10,1% a 13,3% PB para o IC) foram observados nas variedades de ciclo produtivo
tardio (1.7, 1.8 e 1.9), cultivadas isoladamente (Figura 3(A)) ou em associações (Figura
3(B) - 2.3 e 2.6 e Figura 3(C) – 3.4).
Da mesma forma que as variedades de ciclo tardio associados aos demais ciclos
apresentaram aumento médio de 1,3 pontos percentuais, principalmente, com o ciclo
precoce, sendo que quando associado ao ciclo ½ tardio esta diferença não foi tão
evidente.
Alguns autores (Alvim e Moojem, 1984 e Gomide et al., 1984) constataram o
incremento no teor de PB das gramíneas, com aplicação de doses mais elevadas de
nitrogênio.
Segundo Van Soest (1994), a adubação nitrogenada tem grande efeito sobre a
composição da planta. Cecato et al. (1994) atribuíram o maior teor de PB, ao
95
incremento da produção de matéria seca de folhas, conseqüentemente uma melhor
qualidade da forragem disponível, oriunda da maior adubação nitrogenada.
Os maiores valores nos teores de FDN, demonstrados na Figura 4(A), foram
observadas no intervalo longo de desfolha associado ao menor nível de adubação
nitrogenada.
Variedades de azevém perene associadas, mesmo de ciclos produtivos diferentes
(Figura 4(B) e (C)), apresentaram o mesmo comportamento para os teores de FDN,
quando cultivadas isoladamente.
As pequenas variações observadas no intervalo curto, entre os níveis de N, estão
relacionadas com a característica individual de cada variedade do Azevém perene.
Resultados semelhantes foram obtidos por Zhang et al. (1995), avaliando a
influência da fertilização nitrogenada e da freqüência de desfolhação sob os
constituintes nitrogenados e valor alimentar do Azevém anual, em que os menores
teores de FDN foram observados para a maior dose de N (38,6%) e para o menor
intervalo de desfolha (39,6 %).
Avaliando-se a digestibilidade in vitro da MS (DIVMS) das diferentes variedades
do azevém perenes semeadas isoladamente (Figura 5(A)), pode-se observar que os
maiores valores de DIVMS encontraram-se no intervalo curto de desfolha independente
do nível de adubação. Entretanto, dentro do mesmo intervalo de corte, o nível de 250kg
de N/ha proporcionou maiores valores de DIVMS (80,8% a 87,7%) em relação ao
menor nível de adubação (81,4% a 86,5%). Resultados semelhantes foram observados
no intervalo longo de desfolha em que o nível maior de adubação apresentou maiores
coeficientes de DIVMS (77,0% a 82,3%) comparados ao menor nível de adubação
(71,2% a 79,8%).
96
Vale salientar que as variedades de ciclo produtivo tardio (Figura 5(A): 1.7, 1.8 e
1.9) apresentaram os maiores coeficientes de DIVMS (média 83,6%) em relação aos
ciclos precoce (1.1, 1.2 e 1.3, média 79,8%) e ½ tardio (1.4, 1.5 e 1.6, média 80,5%).
Na Figura 5(B), resultados semelhantes foram observados, mesmo quando os
ciclos produtivos foram combinados entre si, em uma associação simples (duas
variedades). Contudo, na associação 2.4 (precoce + ½ tardio), o menor nível de N no
intervalo curto de desfolha apresentou maior coeficiente de DIVMS (83,9%) em relação
ao maior nível de N (82,3%).
Associando-se os três ciclos produtivos (precoce, ½ tardio e tardio), Figura 5(C)
associação 3.1, pode-se observar um coeficiente de DIVMS médio de 80,7%, em
relação ao ciclo precoce (79,2%) associação 3.2 (P+P+P), ½ tardio (80,7%) associação
3.3 (½T+½T+½T) e tardio (82,9%) associação 3.4 (T+T+T), sendo os maiores
coeficientes observados no intervalo curto de desfolha com 250kg de N/ha.
Blaser (1964), em sua revisão, constatou que a maioria dos trabalhos mostra que a
fertilização nitrogenada nas pastagens proporciona melhorias na digestibilidade e no
teor de proteína bruta da forragem.
Segundo Brâncio et al. (2002), a adubação nitrogenada influencia o valor nutritivo
da forragem. Como os açúcares são utilizados na síntese de aminoácidos e proteínas,
aumentando o suprimento de nitrogênio para as plantas reduz-se o conteúdo de
açúcares. As proteínas são acumuladas no conteúdo celular e têm efeito de diluição dos
componentes da parede celular, que aumenta a digestibilidade.
97
0
5
10
15
20
25
30
35
40
1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9
Gramíneas - Grass (A)
Teo
r de
MS
(%
)T
en
or
of
DM
(%
)
IL60N IL250N IC60N IC250N
0
5
10
15
20
25
30
35
40
2.1 2.2 2.3 2.4 2.5 2.6
Associações - Assoctions (B)
Teo
r de
MS (%
)Tenor
of D
M (%
)
IL60N IL250N IC60N IC250N
0
5
10
15
20
25
30
35
40
3.1 3.2 3.3 3.4
Associações - Assoctions (C)
Teo
r de
MS (%
)Tenor
of D
M (%
)
IL60N IL250N IC60N IC250N Figura 2 – Efeito do nível de nitrogênio (60 e 250kg de N/ha/ano) e intervalo de desfolha (IL- intervalo longo e IC- intervalo curto) sobre as
gramíneas puras (A) e as associações preconizadas pelo INRA (B) e (C), sobre os teores de MS. Associações ver Tabela 1 Figure 2 – Effect of the level of nitrigen (60 and 250kg of N/ha/Year) and interval of desfoliation (IL – long interval and IC - short interval) on the purities
grass (A) and the associations commend publicly by INRA (B) e (C), on the tenors of DM. Associations look Table 1.
98
0
2
4
6
8
10
12
14
1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9
Gramíneas - Grass (A)
Teo
r de
PB
(%
)T
en
or
of
CP
(%
)
IL60N IL250N IC60N IC250N
0
2
4
6
8
10
12
14
2.1 2.2 2.3 2.4 2.5 2.6
Associações - Associations (B)
Teo
r de
PB
(%
)Tenor
of C
P (%
)
IL60N IL250N IC60N IC250N
0
2
4
6
8
10
12
14
3.1 3.2 3.3 3.4
Associações - Associations (C)
Teo
r de
PB
(%
)Tenor
of C
P (%
)
IL60N IL250N IC60N IC250N Figura 3 – Efeito do nível de nitrogênio (60 e 250kg de N/ha/ano) e intervalo de desfolha (IL- intervalo longo e IC- intervalo curto) sobre as
gramíneas puras (A) e as associações preconizadas pelo INRA (B) e (C), sobre os teores de PB. Associações ver Tabela 1. Figure 3 – Effect of the level of nitrigen (60 and 250 kg of N/ha/Year) and interval of desfoliation (IL – long interval and IC - short interval) on the purities
grass (A) and the associations commend publicly by INRA (B) e (C), on the tenors of CP. Associations look Table 1.
99
0
10
20
30
40
50
60
1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9
Gramíneas - Grass (A)
Teo
r de
FD
N (
%)
Ten
or
of
ND
F (
%)
IL60N IL250N IC60N IC250N
0
10
20
30
40
50
60
2.1 2.2 2.3 2.4 2.5 2.6
Associações - Associations (B)
Teo
r de
FD
N (%
)Tenor
of N
DF
(%
)
IL60N IL250N IC60N IC250N
0
10
20
30
40
50
60
3.1 3.2 3.3 3.4
Associações - Associations (C)
Teo
r de
FD
N (%
)Tenor
of N
DF
(%
)
IL60N IL250N IC60N IC250N Figura 4 – Efeito do nível de nitrogênio (60 e 250kg de N/ha/ano) e intervalo de desfolha (IL- intervalo longo e IC- intervalo curto) sobre as
gramíneas puras (A) e as associações preconizadas pelo INRA (B) e (C), sobre os teores de FDN. Associações ver Tabela 1. Figure 4 – Effect of the level of nitrigen (60 and 250 kg of N/ha/Year) and interval of desfoliation (IL – long interval and IC - short interval) on the purities
grass (A) and the associations commend publicly by INRA (B) e (C), on the tenors of NDF. Associations look Table 1.
100
0102030405060708090
100
1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9
Gramíneas - Grass (A)
Dig
estib
ilida
de "
in v
itro"
(%
)D
igest
ibil
iy "
in v
itre
" (
%)
IL60N IL250N IC60N IC250N
0102030405060708090
100
2.1 2.2 2.3 2.4 2.5 2.6
Associações - Associations (B)
Dig
estib
ilida
de "
in v
itro"
(%
)
Dig
estibiliy
"in
vitre
" (%
)
IL60N IL250N IC60N IC250N
0102030
40506070
8090
100
3.1 3.2 3.3 3.4
Associações - Associations (C)
Dig
estib
ilida
de "
in v
itro"
(%
)
Dig
estibiliy
"in
vitre
" (%
)
IL60N IL250N IC60N IC250N Figura 5 – Efeito do nível de nitrogênio (60 e 250kg de N/ha/ano) e intervalo de desfolha (IL- intervalo longo e IC- intervalo curto) sobre as
gramíneas puras (A) e as associações preconizadas pelo INRA (B) e (C), sobre a digestibilidade in vitro. Associações ver Tabela 1. Figure 5 – Effect of the level of nitrigen (60 and 250kg of N/ha/Year) and interval of desfoliation (IL – long interval and IC - short interval) on the purities
grass (A) and the associations commend publicly by INRA (B) e (C), on digestibility “in vitre”. Associations look Table 1.
101
Na Tabela 2, estão representados os rendimentos acumulados (MS/ha) das
variedades de Azevém perene semeadas isoladamente ou em associações duplas ou
triplas, levando em consideração o ciclo produtivo (precoce, ½ tardio ou tardio).
Tabela 2. Médias e erro-padrão (EP) para o rendimento acumulado (MS/ha) para as
variedades de Lolium perenne puras e em associações nos dois modos de desfolha, intervalo longo (IL) e curto (IC) de corte, como nos dois níveis de nitrogênio, baixo e alto nitrogênio (60 e 250kg de N/ha/ano)
Table 2. Means and Standard-error (SE) to the accumulate yield (DM/ha) to the varieties of purities
Lolium perenne and in associations in the two form of desfolition, long interval (IL) and
short (IC) of cut, like your two levels of nitrogen, down and height nitrogen (60 and 250kg
of N/ha/year)
Associações* Associated*
IL60N IC60N IL250N IC250N IL IC Média Means
EP SE
1.1 4,70 4,78 10,59 8,72 7,64 6,75 7,20BA 0,78 1.2 4,32 4,64 9,95 8,61 7,14 6,63 6,88BAC 0,75 1.3 5,08 4,97 10,55 8,93 7,82 6,95 7,38A 0,75 1.4 3,92 3,43 9,73 7,80 6,83 5,62 6,22FGDEC 0,80 1.5 4,08 4,47 10,52 8,08 7,30 6,28 6,79BDAC 0,81 1.6 4,84 4,57 9,82 7,88 7,33 6,22 6,78BDAC 0,67 1.7 3,26 3,47 9,24 7,14 6,25 5,30 5,78FGEH 0,77 1.8 3,15 2,91 9,15 6,91 6,15 4,91 5,53GIH 0,80 1.9 2,92 2,65 7,87 6,34 5,40 4,50 4,95I 0,69 2.1 4,76 5,14 10,11 8,70 7,44 6,92 7,18BA 0,72 2.2 4,19 4,11 9,98 7,09 7,08 5,60 6,34FGDEC 0,75 2.3 3,39 3,53 8,91 6,81 6,15 5,17 5,66FGIH 0,72 2.4 4,55 4,35 10,21 8,03 7,38 6,19 6,78BDAC 0,75 2.5 4,08 4,63 9,89 8,48 6,99 6,55 6,77BDAC 0,75 2.6 3,72 4,14 8,86 7,51 6,29 5,83 6,06FGDEH 0,69 3.1 4,51 4,16 9,86 7,62 7,19 5,89 6,54BDEC 0,72 3.2 4,45 5,66 9,73 8,84 7,09 7,25 7,17BA 0,70 3.3 4,19 3,99 10,08 7,40 7,14 5,69 6,41FBDEC 0,77 3.4 3,38 2,81 8,67 6,63 6,02 4,72 5,37IH 0,75
4,10b 8,72a 6,87a 5,94b Médias seguidas de letras maiúsculas na coluna e letras minúsculas na linha diferem significativamente (P<0,05) pelo teste Tukey.*Associações (Tabela 1). Means followed by different letters in the column and same row differ (P<0,05) by the Tukey test. *Associations
(Table1).
Analisando-se os intervalos de desfolha, independentemente, dos níveis de
adubação, o intervalo longo apresentou maior (P<0,05) rendimento acumulado (6,87
MS/ha) em relação ao intervalo curto de desfolha (5,94 MS/ha).
102
Da mesma forma que, analisando somente os níveis de adubação, o maior nível de
N (250kg de N/ha) propiciou maior (P<0,05) rendimento acumulado (8,72 MS/ha) em
comparação ao menor nível (4,10 MS/ha), que evidencia o melhor efeito do N nas
plantas forrageiras.
O incremento na produção da matéria seca, em decorrência da aplicação de
nitrogênio, foi relatado por vários autores (Caielli et al., 1991; Costa, 1995; Guerrero et
al., 1970; Monteiro e Werner, 1977).
Os maiores rendimentos acumulados foram observados nas variedades de azevém
perene de ciclo produtivo precoce, com 7,4 MS/ha para a variedade Belramo cultivada
isoladamente, e nas associações 2.1 e 3.2, média de 7,18 MS/ha (Hamilton + Vital e
Hamilton + Vital + Belramo).
Rendimentos acumulados em torno de 10 MS/ha foram observados em variedades
de ciclo precoce e ½ tardio dentro do intervalo longo de desfolha associado ao nível alto
de N (250kg de N/ha).
Conclusões
No primeiro ano de avaliação, os resultados encontrados demonstraram que as
variedades de ciclo tardio, associadas aos demais ciclos melhoraram a qualidade da
forragem. Entretanto, os maiores rendimentos acumulados foram observados nas
variedades de azevém perene de ciclo produtivo precoce (7,4ton MS/ha). O maior nível
da adubação nitrogenada contribui para o aumento nos teores de PB das gramíneas
puras e em associações, da mesma forma que o intervalo de corte teve influencia sobre o
conteúdo de parede celular, sendo os maiores teores observados no intervalo longo de
desfolha.
103
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VII - CONCLUSÃO GERAL
Os resultados obtidos nestes experimentos, acerca do valor nutritivo da silagem de
milho e das silagens de sorgo sobre o desempenho e digestibilidade aparente de vacas
leiteiras, ressaltam a importância da utilização do sorgo sobre o milho, quando se tem
uma condição menos favorável de solo e clima, que favorece a rusticidade e a
capacidade do sorgo em se adaptar a condições limitantes.
Para os demais ensaios realizados com associações de gramíneas e leguminosas, e
mesmo para uma cobertura vegetal composta de variedades de azevém perene, os
resultados obtidos dessas complexas associações constituíram um primeiro passo para a
otimização da utilização dessas nos sistemas de pastagens, a fim de contribuir para uma
melhora na qualidade, na durabilidade, no custo, no equilíbrio ambiental, no
desempenho animal e principalmente na qualidade do produto final para o consumidor.
VIII - APÊNDICE