A ESPECIFICIDADE DA MORAL CRISTÃ
regime judaico | virtudes gregas | civilidade romana | vida no Espírito
Pedagogia
Regime judaico
A Lei de Moisés
Sistema, regime de vida religioso de Israel
Incluía normas jurídicas, cultuais e morais
Pedagogia da Lei
A Lei, embora reflexo do próprio Logos, não tornava os homens justos
Jesus, Logos encarnado, demonstra o sentido pedagógico da Lei
Excelência
Virtudes gregas
Busca agônica do heroísmo
Força “equina”: atletismo
Coragem e astúcia reveladas na guerra
Eloquência política exercitada na assembleia
Feminino: beleza e prendas
Tragicidade: a excelência é dada por Zeus e procurada conscientemente, mas pode ser diminuída pela escravidão
As virtudes cardeais
Honestidade
Civilidade romana
Virtudes pessoais
Todos os cidadãos deveriam aspirar às virtudes da “Via Romana”
Deram à República Romana a força moral necessária para conquistar e civilizar o mundo
Auctoritas Comitas Clementia
Dignitas Firmitas Frugalitas
Gravitas Honestas Humanitas
Industria Pietas Prudentia
Salubritas Severitas Veritas
Virtudes públicas
Deveriam ser compartilhadas por toda a sociedade
Às vezes eram cunhadas nas moedas
Podiam ser personificadas em divindades
Abundantia AequitasBonus
EventusClementia
Concordia Felicitas Fides Fortuna
Genius Hilaritas Iustitia Laetitia
Liberalitas Libertas Nobilitas Ops
Patientia Pax Pietas Providentia
Pudicitia Salus Securitas Spes
Uberitas Virtus
O que temos de específico
Vida no Espírito
Uma moral cristã
Uma moral propriamente cristã, desde um ponto de vista legalista, é inexistente
A moral natural é a arte de viver segundo a regra da racionalidade
A moral cristã é sacramental, segundo a regra do Espírito
Nova natureza: graça
Nova personalidade: filho de Deus
Nova conduta: metanoia
Novos modelos: Cristo
e os Santos
Ágape: cume da vida em
Cristo
Uma moral espiritual
Virtudes sobrenaturais
Dons do Espírito Santo
Frutos do Espírito Santo
Jesus, novo paradigma
O novo sistema ou regime de vida religioso é o seguimento de Jesus
Somos chamados a reencontrar a Lei na Pessoa de Jesus, que é a Lei encarnada
Carta magna do Cristianismo
Sermão da Montanha
Características gerais do Sermão
Paralelismo mosaico:
Bênção sapiencial
Imprecação profética
Solenidade:
“Vendo as multidões, Jesus subiu a montanha e sentou-se”
Universalidade:
“Abrindo a boca”
Intuições agostinianas
É o código fundamental da vida cristã
As bem-aventuranças são a chave do Sermão
Apontam sete graus da vida cristã
São consequência dos dons do Espírito Santo
São relativas aos sete pedidos do Pai-nosso
Concepções reducionistas
•só Cristo cumpriu seus preceitos
•serviriam apenas para os cristãos serem incentivados ao arrependimento e à fé
Lutero(sob sua ótica da justificação)
•espiritualidade para a elite, em oposição ao Decálogo, moral para o povo
Teólogos católicos ruins(preocupados com a determinação
dos ouvintes imediatos e dos destinatários)
•proposta ideal, intimista, de princípios gerais, alheios à experiência e desprovidos de força exterior de lei
Teólogos protestantes liberais
do século XIX
•válido apenas em tempo de exceção, quando da segunda vinda iminente de Cristo
Albert Schweitzer(músico, missionário e teólogo
protestante, pertencente à Academia Francesa e prêmio Nobel da Paz)
•regime do Reino de Deus na terra
•bastaria não resistir ao mau (rechaço ao exército, tribunais, juramentos, etc.) para a instauração da paz de Cristo
Leon Tolstoi(quando apóstata)
As bem-aventuranças para a Igreja
Nova lógica
O paroxismo das bem-aventuranças é um convite a reconhecer que a alegria é dom de Deus
Jesus é sinal de contradição porque adota uma postura em parte semelhante e em parte distinta frente à mentalidade do povo
Correspondências
coração desprendido
dom do temor de Deus
santificado seja o vosso
nome
tema caro ao profetismo
dom da ciência
seja feita a vossa
vontade
inspirada na partilha ideal da terra por Josué
dom da piedade
venha a nós o vosso Reino
metáfora do desejo intenso, do necessidade
sentida
dom da fortaleza
o pão nosso de cada dia nos dai hoje
atributo divinodom do
conselho
perdoai-nosas nossas ofensas
recompensada com a esperança
suprema
dom do entendimento
não nos deixeis cair
em tentação
dom e anúncio do Messias,
príncipe da paz
dom da sabedoria
livrai-nos do mal
Tipos de moral
Excurso
• clássica
• focada no que pode conduzir à felicidade natural
• Platão e Aristóteles
Eudemonológica(virtudes)
• focada na felicidade eterna
• Santo Agostinho e São Tomás de Aquino
Cristã(bem-aventuranças)
• moderna
• foco nas obrigações e proibições, motor do agir no puro dever, que assim nos tornaria dignos da felicidade
• Descartes e Kant
Legalista(deveres)
• fins pessoais justificam os meios e o fator de ponderação está na renúncia a prazeres inferiores e imediatos em vista de prazeres futuros e superiores
• Epicuro e Bentham
Utilitarista(prazeres)
• centrada no que transcende o meramente factual (bens) para atingir o essencial (valores), captado por uma intuição emocional
• Scheler
Axiológica(valores)
Evolução dos sistemas morais
Ética clássica
Moral revelada
Moral protestante
Moral iluminista
Intuicionismoestético
Emotivismo