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Contextualização histórica
Produção comunal
• 10.000 a.C. a 2.000 a.C.
• Agricultura e sedentarismo
• Coletivismo e cooperativismo
• DURAÇÃO: 8.000 anos
Escravismo
• 2.000a.C. a 1.000 d.C.
• do império romano à Europa medieval e colônias
• Escravo pertencia ao dono e trabalhava até morrer
• DURAÇÃO: 3.000 anos
Feudalismo
• Séc. V ao XIX (da queda de Roma à Rev. Industrial)
• Agricultores eram servos dos senhores feudais
• Pagavam impostos, rendas e lutavam por ele
• DURAÇÃO: 1.400 anos
Capitalismo
• Da Rev. Industrial ao presente
• Ricos tem a propriedade e os meios de produção, trabalhadores a força física
• DURAÇÃO: nem 200 anos!
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NOTÍCIA 1:Você já ouviu falar do Kiribati?
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NOTÍCIA 2:
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NOTÍCIA 4:
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R$ 8 trilhões!
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• 1840: “Revolução” Industrial e o liberalismo econômico
• 1914: Guerra Mundial I
• 1929: Crise econômica mundial e keynesianismo
• 1945: Guerra Mundial II
• 1947: Plano Marshall• 1955: Victor Lebow*
• Anos 80: neoliberalismo com Thatcher e Reagan
•Anos 90: Globalização
Como foi que isto começou?
Ainda faz sentido falar em “Esquerda” e “Direita”?
• Durante a Guerra Fria:• EUA: economia liberal, regime político mais democrático,
capitalista
• URSS: economia estatizada, regime político autoritário, socialista
• Após a Guerra Fria:• Espectro político-ideológico ficou muito mais “fluido”
• Outros aspectos envolvidos:• Papel do Estado na Economia: mais intervencionista ou menos
intervencionista
• Papel da Sociedade na Política: mais representativa ou mais deliberativa
• Protagonismo social: mais individualista ou mais coletivista
• Religião: Estado Secular ou Teocracia
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Após o fim da Guerra Fria:Globalização
• A globalização do mundo é a globalização da fase avançada do capitalismo (neoliberalismo)
• As marcas não tem territórios
• Busca pelos mercados homogêneos:• “californização do gosto”
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Ideologia • O quanto as ideias explicam ou podem ser explicadas pelo concreto/ material?
• Sistemas de ideias desde Aristóteles:• Força material (madeira)
• Força Forma (cadeira)
• Força motora (energia)
• Força intelectual (como será a cadeira)
• Na pólis grega havia escravos e “homens”• Força motora x força Intelectual
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Ideologia
• Quem vem primeiro: as ideias ou as coisas materiais, concretas?• Visão idealista x visão materialista
• Visão idealista ➔ desígnio divino
• A gente pensa o mundo para ser desigual, ou a gente vive a desigualdade e inventa ideias para justificar a desigualdade?
• Principal valor numa sociedade capitalista é a “liberdade”• O homem não é mais escravo, mas pode fazer o que quer... Teoricamente!
• Na verdade, só tem escolha quem tem capital!
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Ideologia
• A ideia de que somos pessoas livres e podemos fazer o que queremos é FALSA!• A ideologia é um véu, uma fumaça que encobre a realidade
como ela na verdade é
• As ideias dominantes são as ideias da classe dominante• Ex. 1: a vendedora da loja de joias
• Ex. 2: o proletário que vai de carro pro trabalho
• Ideologia não é apenas um conjunto de ideias, mas um conjunto das ideias que encobrem a realidade• É um conceito sempre “negativo”
• Usado sempre no singular
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Dúvidas?
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Exercícios de revisão (Q1)Responda em dupla e entregue ao professor
1. Qual a diferença entre liberalismo e neoliberalismo?
2. Qual a diferença entre o neoliberalismo brasileiro e
o neoliberalismo europeu?
3. Você acredita que ainda faz sentido falar em
“direita” e “esquerda” na sociedade atual? Justifique.
4. Como você entende o conceito de materialismo
histórico dialético?
5. Em sua opinião, a crise que foi discutida em sala de
aula é ambiental, econômica ou cultural? Justifique.Prof. M.Sc. Érico Pagotto [email protected] http://pagotto.wordpress.com
Introdução à Sociologia Ambiental
• Sociologia ou Ecologia: a quem cabe estudar o meio ambiente?- Podemos estudar o meio ambiente sem o homem?!
• Catton e Dunlap (1978):- Considerados os “pais” da Sociologia Ambiental
- Crítica à ênfase da Sociologia no “social” em detrimento ao “natural”
• Outros autores avançaram no conceito:- Ulrich Beck: Teoria da Sociedade de Risco
- Anthony Giddens: globalização, “terceira via”
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Catton e Dunlap e a capacidade de suporte
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Área de vida
Produção de insumos
Descarte de resíduos
Capacidade de suporte
Catton e Dunlap e a capacidade de suporte
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Área de vidaProdução de
insumos
Descarte de resíduos
Capacidade de suporte
Zonas de disputa
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Catton e Dunlap e a capacidade de suporte
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Área de vida Produção de insumos
Descarte de resíduos
Capacidade de suporte
Capacidade de suporte
O conceito de capacidade de suporte, no entanto, é muito mais antigo
• William Petty (1623-1687): ⁻ - a capacidade de suporte poderia ser ultrapassada em 2.000
anos
• Thomas Malthus (1766-1834): ⁻ “Ensaio sobre a população” (1798)
⁻ População cresce em PG, produção de alimentos cresce em PA
• Paul Erlich (1968):
- “A tragédia dos comuns”
- Revisita às ideias malthusianas
• Relatório Meadows (1972):- “Os limites do crescimento”
- Donella e Dennis Meadows, representantes do “Clube de Roma”
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A Ecologia Profunda
Conceito proposto por Arne Naess (1973)
• Ecologia “rasa”: preservar para usar
• Ecologia “profunda”: preservar por questões bioéticas muito mais profundas- Igualdade biocêntrica- Visão sistêmica- Pensamento complexo
• Inspirado por naturalistas, como Henry Thoreau (1817-1862)- Simplicidade voluntária- “Um homem honesto não precisa contar
mais que seus dedos”
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A Ecologia Profunda
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Visão tradicional Ecologia Profunda (Ness)
Domínio da Natureza Harmonia com a Natureza
Ambiente natural como recurso para os seres humanos
Toda a Natureza tem valor intínseco
Seres humanos são superiores aos demais seres vivos
Igualdade entre as diferentes espécies
Crescimento econômico e material como base para o crescimento humano
Objetivos materiais a serviço de objetivos maiores de auto-realização
Crença em amplas reservas de recursos Planeta tem recursos limitados
Progresso e soluções baseados em alta tecnologia Tecnologia apropriada e ciência não dominante
Consumismo Viver com o necessário e reciclar
GlobalizaçãoRespeito às diferenças e reconhecimento de tradições das minorias
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Sociologia Ambiental: tarefas e temas de pesquisaOs principais interesses da Sociologia Ambiental são:
• Práticas sociais e mudanças socioambientais
• Conhecimentos e interpretações sobre o meio ambiente
• Política ecológica
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Dúvidas?
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Questões para revisão (Q2)responda em dupla e entregue ao professor
1. Explique com as suas palavras o que é “capacidade de suporte”.
2. Quais as similaridades entre os conceitos de Ecologia Profunda e da simplicidade voluntária descrita por Thoreau?
3. Qual a diferença entre os conceitos de “sustentabilidade forte” e “sustentabilidade fraca”?
4. Apresente com as suas palavras as diferenças entre o “tripé da sustentabilidade” e o “tripé Mickey Mouse” da sustentabilidade.
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• Rio Cuyahoga, Cleveland, junho de 1952
INÍCIO DA PERCEPÇÃO DA CRISE
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sO movimento ambientalista nos anos 70• Preocupações com a iminente crise ambiental
já percorriam o cenário internacional
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Eco 72Relatório Meadows
1972 – GoldsmithA Blueprint for survival
1973 – SchumacherSmall is beautiful: a study of
Economics as if people mattered
Alertava sobre “os limites do crescimento”
Críticas à sociedade, ao consumismo e à fé cega na tecnologia como “salvação”
Tragédias ambientais (1970-1980)
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Chernobyl, 1986• Ucrânia• 1 milhão de mortes• 50 mil casos de câncer • 10 mil deformados
Amoco Cadiz, 1978• Litoral da França • 220 mil ton de óleo • 160 km de extensão• Milhões de animais
mortos
Bopal, Índia , 1984• Vazamento de gás
pesticida• 700 mil afetados
• 8.000 mortos• Área permanece isolada
Exxon Valdes, EUA, 1989• Vazamento de óleo
• Maior desastre ambiental
• 28 mil Km²
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O movimento ambientalista nos anos 80• Anos 70: movimentos ecológicos mais
radicais. Estratégias de confronto e ecoterrorismo
• Anos 80: menos radicais, mais práticos, voltados à política
• Possíveis motivos:- Globalização do capitalismo- Crise econômica mundial- Maior efetividade, menos impopular- Muitas baixas no movimento- Aumento da repressão- Maior profissionalismo dos movimentos- Surgimento de discurso “apaziguadores”, como da
modernização ecológica e do desenvolvimento sustentável
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Modernização Ecológica• Não há uma definição única ou específica
• É uma ideologia ou conjunto de crenças que:- Vê a proteção ambiental não como obstáculo, mas
como pré-condição para o crescimento sustável futuro
- Reconfigura a economia capitalista para compatibilizar desenvolvimento econômico com proteção ambiental
• Para a ME, a crise ambiental é resultado de falhas ou imperfeições das instituições da sociedade
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Integração entre crescimento econômico e proteção ambiental• A ME busca sempre “ecologizar a Economia”
e “economizar a Ecologia”
• Principais problemas na relação mercado x meio ambiente:- Utilizar decisões individuais (empresas) para alocar
resultados coletivos (sociedade)
- Mercado estimula o crescimento da produção
• O mercado é formado por milhões de decisões tomadas por indivíduos e empresas isoladamente- As decisões são “livres”
- Ninguém determina as consequências coletivas- Ex: empresas fabricam carros, e compra quem “quiser”. No
entanto, a poluição, a falta de mobilidade e a redução no espaço urbano são consequências coletivas.
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Integração entre crescimento econômico e proteção ambiental• A eficiência ambiental deveria reduzir
impactos sobre:- Recursos renováveis
- Recursos não-renováveis
- Volume e tipo de poluição
- Processos produtivos
- Produtos
- Consumo
• A adoção de medidas mitigadoras, no entanto, tem um custo
• Na maioria dos casos, a redução de impactos não é um problema técnico, mas político e/ou econômico
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Integração entre crescimento econômico e proteção ambiental• Neste caso, o Estado deveria intervir:
- Mecanismos voluntários: • Não envolve lucro ou lei, e são pouco efetivos
• Ex: certificações, selos, etc.
- Gasto público (menos democrático): • Subsídios: incentivos às ações privadas (ex: álcool)
• Ações diretas em pesquisa, monitoramento, fiscalização, etc.
- Regulação de comando: • Envolve leis, mas não despesas governamentais
• Ex: leis ambientais, princípio do poluidor-pagador, etc.
- Incentivos financeiros: • Linhas de crédito específicas
• Ex: mais crédito para produção “sustentável”
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Crítica positiva à Modernização Ecológica• A ME vai além da simples oposição entre
desenvolvimento x meio ambiente
• Busca um crescimento ecológico econômico possível
• Surge como saída para o industrialismo capitalista
• O capitalismo regulado seria preferível ao capitalismo selvagem
• Ela demonstra que diferentes tipos de crescimento econômico ocasionam graus de impactos diferentes. Os impactos existem em economias crescentes, decrescentes ou estacionárias
• Seu principal desafio é estabelecer as mudanças necessárias para colocar em prática um crescimento com menos impacto
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Crítica negativa à Modernização Ecológica• Procura apenas dar sobrevida a um modo de produção pouco
sustentável
• Herda todas as incoerências do capitalismo, focando apenas em melhorias produtivas
• Não preconiza decrescimento do consumo
• Ignora questões entrópicas
• A tecnologia é, e sempre será, limitada
• Os efeitos sinérgicos dos impactos ambientais são imprevisíveis
• Sociedades pós-industrialistas conquistaram melhorias ambientais, mas continuam sustentadas por sociedades industrialistas e agrárias
• O industrialismo é fruto da obsessão por crescimento econômico que, este sim, gera impactos sociais e ambientais
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Saídas à Modernização Ecológica
• Procurar tratar a lógica capitalista, e não apenas o industrialismo- Racionalidade ecológica além da econômica
- Propriedade coletiva dos meios de produção (pública, comunitária ou cooperativa)
• Tratar do regime de acumulação• Justiça fiscal quanto aos lucros, heranças, grandes fortunas
• Racionalidade ecológica
• Discutir modos de regulação estatal- Discutir seus conceitos
- Aperfeiçoar seus métodos
- Promover mudanças políticas e sociais
- Controle democrático do Estado
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Perguntas para revisão (Q3)responda em dupla, e entregue ao professor
1. Qual sua opinião em relação ao continuo lançamento de produtos chamados “verdes” ou “sustentáveis”?
2. Em sua opinião, o que leva o sistema de produção capitalista a adotar práticas de ME?
3. A busca por um capitalismo mais “ecológico” ou “sustentável” visa atacar as causas ou as consequências da crise socioambiental? Justifique.
4. Qual o papel do Estado enquanto mediador dos conflitos de interesses em relação aos recursos naturais?
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O desafio da sustentabilidade: Sociologia, justiça e democracia
• Sustentabilidade é um conceito normativo- Se impõe, mas não se descreve
- Baseia-se em uma visão política
• Sustentabilidade é um conceito contestável
• O conceito de “Sustentabilidade” tem implicações sobre os conceitos de modernização ecológica e sobre a própria Sociologia Ambiental
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A natureza contestável da sustentabilidade:além da crítica sociológicaPara vários autores sociólogos, o conceito de Desenvolvimento Sustentável é:
• “Vago, vazio, impreciso e inexpressivo” (Weinberg, Schneiberg e Pellow, 1996)
• Inútil
• Desinteressante
• Sem significado
• Modernista, tecnocrático, positivista*, um cientificismo simplista (Jacobs, 1999)
• “Um engano político, uma fraude” (Richardson, 1997)
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* positivista: só é verdade se puder provar cientificamente
A natureza contestável da sustentabilidade:além da crítica sociológica
É inegável, no entanto, que o Desenvolvimento Sustentável ainda é “uma ideia poderosa”
• Ainda assim, prevalecem as contradições do termo- Contradições POLÍTICAS, e não apenas acadêmicas!
• Tema permanece aberto ao debate
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A crítica da sustentabilidade
• Toda visão sobre sustentabilidade tem um princípio norteador:
• O QUÊ deve ser sustentado,
• COMO sustentar
• e POR QUE sustentar?
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Sustentabilidade como manutenção do capital natural crítico• Só há sustentabilidade se houver JUSTIÇA e
DEMOCRACIA
• Ao contrário da ME, o DS é fortemente normativo
• Relatório Brundtland (“Nosso Futuro Comum”, 1987):- “Desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que
satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer as suas próprias necessidades”
- Ora, satisfazer as necessidades humanas é uma forma de justiça social- Por outro lado, de acordo com esta definição, DS não é
“preservação da natureza”, mas atendimento às necessidades humanas!
- O que isto te lembra...?!
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DS
Social
Econômico Ambiental
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Capital natural crítico e justiça ambiental• Mas o que são NECESSIDADES humanas?
- Com certeza, alimentação, abrigo, higiene, saúde, saneamento, identidade cultural, etc. são necessidades UNIVERSAIS
- Mas e as outras “necessidades” criadas pela sociedade e pela indústria globalizada?
- Diferença entre DESEJO e NECESSIDADE
• Importante discutir os conceitos de:- JUSTIÇA SOCIAL (como os recursos são divididos),
- MERITOCRACIA (quem merece) e
- SUSTENTABILIDADE FÍSICA (capacidade de produção)
• Estas discussões passam por ESCOLHAS
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Capital natural crítico e justiça ambiental• A sustentabilidade MÍNIMA ou FRACA seria:
- Aquela que impediria uma catástrofe ambiental para as gerações atuais ou futuras
- Acesso a um padrão mínimo de bens e serviços ambientais
- Ou seja, JUSTIÇA DISTRIBUTIVA!
• Mas Justiça é mais do que isso!- Deve garantir oportunidade iguais de acesso a todos
- Presentes e futura gerações
• Racionalidade ecológica:- A capacidade dos ecossistemas fornecerem de forma
consistente e efetiva o melhor para o suporte da vida humana
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Sustentabilidade e democracia ambiental
• Só pode haver sustentabilidade se houver justiça social
• Só pode haver justiça social (e sustentabilidade) se houver democracia
• As ESCOLHAS do que se pretende sustentar, como e para que são consequência do nível de democracia social- Tudo que não for essencial à vida pode ser destruído?
- Quem deve arcar com o custo da preservação?
- Quem decide: é a população, ou seus representantes?
- Nossa organização social e política nos permite chegar a algum consenso?
- Nossas próprias decisões individuais são emancipadas, ou estão contaminadas por agentes dominadores e são (auto-) enganosas?
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Modelos de Democracia
• Democracia Direta (“das massas”): os cidadãos votam e decidem diretamente
• Democracia Representativa (“delegativa”): cidadãos escolhem seus representantes, e os representantes tomam as decisões
• Democracia Deliberativa (“radical”): escolhas feitas pelo cidadão a partir de decisões “competentes” e de formação de opiniões.• Instrumentos: plebiscito (“como ser”), referendo (“sim ou
não”), moções, petições, iniciativa popular, “tecnologias cívicas”, recall, conselhos populares, etc.
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Democracia representativa: modelos
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Democracia deliberativa: aplicação
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Sustentabilidade e democracia ambiental
• O critério de decisão deve ser moral ou econômico?- energia atômica x hidrelétrica
- pré-sal x efeito estufa
- Ecologia x Economia
• A democracia deliberativa e a democracia representativa- O exemplo da “Revolução das Panelas”, na Islândia
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Islândia: revolução das panelas
• A crise de 2008 fez a Islândia dever 3x o seu PIB e falir
• Em 2009 começam os protestos
• Em março de 2010, a saída por meio dos movimentos sociais:- Demissão em massa do governo
- Nacionalização dos bancos
- Prenderam os banqueiros e corruptos responsáveis pela crise
- Referendo popular sobre as questões econômicas, com decisão pela moratória
- Reescreveram a constituição:- 25 pessoas
- 1.000 avaliadores
- Uso da internet
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A política da sustentabilidade:aproximando justiça e democracia
• A simples consideração da democracia deliberativa não garantiria a justiça ambiental
- É necessário compartilhar VALORES MORAIS mais do que procedimentos
• Também é importante argumentar que há certas condições ecológicas essenciais à sobrevivência humana que não podem ser negociadas (“direitos ambientais”)
- A partir daí estabelecem-se direitos ambientais e políticos, que são sempre interligados
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A política da sustentabilidade:aproximando justiça e democracia
• O direito à vida inclui o direito ao meio ambiente saudável - e não poluído
- O equilíbrio ecológico é função pública governamental
- Art. 225 -Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. (BRASIL, 1998)
• Tá, mas e no plano internacional, quem garante o quê?!
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Modernização ecológica e sustentabilidade
• A discussão mundial sobre sustentabilidade só existe porque ela é um conceito vago e que permite muitas interpretações
• Para alguns autores, a ME é uma adaptação do DS, enquanto para outros há diferenças
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Desenvolvimento sustentável Modernização ecológica
Conceito político/ normativo Conceito analítico e operacional
Escopo global: preocupação com problemas ambientais globais e interdependência ecológica global
Escopo nacional: preocupação com problemas ambientais circunscritos (nível regional e nacional)
Preocupação com justiça social nacional e global: sustentabilidade e justiça são interligadas
Preocupação com a eficiência
Terceiro mundo incluído: preocupação com os mais pobres
Ocidente: preocupação com os mais ricos
Exige uma mudança econômica estrutural: crescimento econômico é submetido ao DS
Não enfrenta os aspectos sistêmicos do capitalismo
Enfatiza o papel do governo Perfil neoliberal: admite uma economia desregulada
Modernização ecológica e sustentabilidade
• Outros autores falam em uma “modernização ecológica reflexiva” ou “forte”:- Institucional
- Sistêmica
- Democrático-deliberativa
- Internacional
• Ambos os conceitos, ME e DS, buscam:- “ecologizar” o crescimento econômico,
- promover tecnologias verdes
- associar instituições governamentais às internacionais (múltiplas escalas)
- mantêm mútuas afinidades ideológicas
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Modernização ecológica e sustentabilidade
• Toda teoria ou discurso sobre a sustentabilidade deve responder: - “O que” sustentar
- “Como”
- “Por que”
• Qualquer possível resposta parte de uma visão moral e política
• Tanto DS como ME partem de bases antropocêntricas - Mas todos vivemos numa biosfera!
22 de julho de 2012 Prof. M.Sc. Érico Pagotto [email protected] http://pagotto.wordpress.com 76
Conclusões
• O que se precisa não é de uma produção mais eficiente
• O próprio modo de produção e consumo está em crise- O modo de produção atual cria crises ambientais e
sociais => crises sistêmicas!
• Não se trata de produzir “melhor” nossos bens materiais- Não há matérias-primas suficientes
- Não há energia para mantê-los
- Não há espaço para atirar o lixo
- E mesmo se houvesse... Será que a satisfação das necessidade humanos se dá apenas pelo consumo?
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Dúvidas?
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Perguntas para revisão (Q4)(responda em dupla e entregue ao professor)
1. Lenzi (2006, p. 94) afirma que “admitir que a sustentabilidade é um conceito normativo traz vários problemas”. Explique o que é um conceito normativo, e quais são os problemas aos quais o autor se refere neste caso especificamente.
2. Por que alguns autores consideram a sustentabilidade proposta pelo desenvolvimento sustentável como “um engano político, uma fraude”?
3. A partir de sua resposta à pergunta anterior, explique porque a sustentabilidade ainda permanece vigente nos discursos políticos, comerciais e acadêmicos.
4. Que relações podem ser estabelecidas entre meritocracia, neoliberalismo e justiça social?
5. Cite 3 semelhanças e 3 diferenças entre os discursos da modernização ecológica e do desenvolvimento sustentável
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