PRETÉRITO IMPERFEITO DE TERRITÓRIOS MÓVEIS | Flavya Mutran19 MAR | 17 ABR
O trabalho é uma experimentação poética que busca diferentes maneiras de explorar fotograficamente o
rosto - e até a ausência dele -, no universo dos álbuns de Redes Sociais. A pesquisa se divide nas séries EGOSHOTS e
BIOSHOTS criando-se imagens que são chaves, portas e espelhos que refletem o eu, o outro e o lugar.
Tendo como mote os conceitos de Rostidade e de Nomadismo de Maffesoli e de Deleuze & Guattari, cada série
propõe pensar o rosto como um território que migra conforme os fluxos de interação social, e como tal adotá-lo como
uma espécie de plataforma para múltiplas inscrições. Os rostos que se apresentam nesses ambientes virtuais são
móveis e multifacetados. São muitos como se fossem um só, e únicos em suas particularidades. São fragmentos
visuais de territórios móveis, de passado incerto, presente inconcluso e futuro fragmentado em pixels.
Flavya Mutran
Em 2011, o Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul inicia uma nova fase na sua trajetória de
conquistas e transformações, sem abdicar de oferecer ao público significativas criações artísticas contemporâneas
que possam imprimir uma nova face cultural em nossa sociedade.
Sensível a este momento de renovação, a artista paranaense Flavya Mutran, vencedora da XI Edição do Prêmio
Funarte Marc Ferrez de fotografia inaugura o programa de exposições da MACRS deste ano. Sob o título de “Pretérito
Imperfeito de Territórios Movéis” a mostra reúne uma coleção de retratos em que se relacionam questões que dizem
respeito à publicação, o uso e a apropriação de imagens privadas no espaço público virtual e real.
A artista atualmente está em conclusão de mestrado no Programa de Pós Graduação em Artes Visuais, do
Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com orientação da professora e artista Maristela
Salvatori. Desse modo, o museu com esse projeto, além de estabelecer o intercâmbio com a produção representativa
de outro estado e a parceria com a Funarte, também se reaproxima da nossa principal instituição de formação artística
para estabelecer, respectivamente, a relação tripartite entre artista, estado e universidade na gestão do museu, a nosso
ver mais abrangente, democrática e participativa.
A exposição de Flavya Mutran ainda nos parece emblemática na medida em que coloca diante de nós uma
identidade que não é mais fixa e que muda diariamente com os avanços tecnológicos, tornando público aquilo que era
privado, íntimo, pessoal, trazendo o universo da Internet e da rede social para dentro do museu e, ao construir através
da poética do seu olhar um novo e poderoso território para a diversidade da subjetividade humana, está colaborando
para a construção de uma nova idéia de museu a ser construído dentro de nós.
André VenzonDiretor MACRS
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LEILÃO DE ARTE CONTEMPORÂNEA 07 ABR
Adreson de Sá | Adriana Xaplin | Aida Ferras | Alex Sevill | Alexandra Eckert | Amalia Dib Amelia Brandelli | Ana Borba | André Venzon
Andréa Brächer | Antônio Augusto Bueno | Antonio Benetazzo | Ana Paula Aprato | Arlete Santarosa | Arminda Lopes | Bea Balen Susin Beth Mello
Bina Monteiro Britto Velho | Camila Schenkel | Carlos Meinardi | Carmen Vera Guimarães | Carusto Camargo | Celma Paese | Clara Pechansky
Cláudia Hamerski | Claudia Stern | Cláudio Tozzi | Cristina Rosa | Dânia Moreira | Danielle Schütz | Daisy Viola | Denise Gadelha | Denise Pacheco Lopes
Diego Nolasco | Dirnei Prates | Nelton Pellenz | Eduardo Haesbaert | Elaine Tedesco | Eliane Bruél | Ena Lautert | Esther Bianco | Fabriano Rocha
Félix Bressan | Fernanda Chemale | Flávio Gonçalves | Fredy Vieira | Gaby Benedyct | Gilberto Perin | Gilmar Francisco | Iná Prolo | Isabella Carnevalle
João Otto Klepzig | Juliana Camerini | Julio Appel | Kira Luá | Leonardo Fanzelau | Letícia Lau | Lia Menna Barreto | Lilian Maus | Lina de Senna Flores
Lorena Steiner | Lou Borghetti | Luiza Fontoura | Magna Sperb | Maria Eunice Araújo | Maria Luisa Bueno | Maristela Winck
Marlene Kozicz | Marta Loguercio | Mateus Grimm | Neca Sparta | Patricio Farias | Raquel Lima | Galeria Arte & Fato | Ricardo Wittmann
Roberto Schmitt-Prym | Rogerio Livi | Rosane Morais | Roseli Deon | Rosana Almedares | Rosy Moreno | Silvia Ferrão | Suzana Sommer | Solange Caldas
Suzane Wonghon | Suzi Etchepare | Tridente | Tulio Pinto | Ulysses Bôscolo | Ubiratan Fernandes | Vera Chaves Barcellos | Vera Wildner
Vinicius Vieira | Waldemar Max | Walmor Corrêa | Walter Karwatzki | Wilbert | Yara Baungarten | Rodrigo DMart | Zetti Neuhaus | Zoravia Bettiol | Zupo
Leilão de arte contemporânea em solidariedade às vítimas da enchente ocorrida em São Lourenço do Sul no início
de 2011. O valor das obras foi revertido para a causa. 104 artistas participam doando trabalhos. Realização em parceria
com o Gabinete da Primeira Dama do Estado.
Destacamos a importância simbólica, econômica e cidadã deste primeiro grande evento realizado pelo MACRS
em prol de uma cidade que precisa ser reconstruída. Encarnamos este desafio de colaborarmos com instituições,
artistas, empresas, público e colecionadores, entre outros parceiros, para o sucesso deste evento, por
acreditarmos que esta força também é uma demonstração enquanto sociedade, que podemos construir um MAC que
se comunique com o Rio Grande do Sul, mas também com o mundo, pois no Rio de Janeiro, em São Lourenço do Sul
ou no Japão, vivemos em um mesmo planeta e a questão ambiental que esperamos, possa cada vez mais interessar
não só a Arte Contemporânea, mas a todos e a todas.
André Venzon
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RETROSPECTIVE GUY BOURDIN 13 MAI | 12 JUN
Curadoria de Shelly Verthime
Artista francês, Guy Bourdin (Paris/FR) foi um dos precursores da fotografia no mundo da moda, misturando-a
com a arte contemporânea. A exposição traz fotografias, filmes e editoriais produzidos entre 1950 e 1990.
Pararelamente a exposição, foram realizados encontros com o público para discutir a obra de Guy Bourdin.
Participaram destes encontros, Samuel Bourdin, filho do fotógrafo e responsável pela obra de seu pai, a
curadora Shelly Verthime, o jornalista e crítico de arte Fabio Cypriano, o coordenador de cinema, vídeo e fotografia
da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura de Porto Alegre Bernardo de Souza, o fotógrafo Raul Krebs, e os
artistas Fernando Bakos e Cláudia Barbisan.
Que o Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul em Porto Alegre seja a sede desta notável exposição
Retrospective Guy Bourdin, não só traduz o alto nível das relações pré-estabelecidas entre Brasil e França nos últimos
anos, como também, o prestígio do nosso Estado no roteiro internacional de projetos artísticos como este.
A presente mostra com curadoria de Shelly Verthime já esteve no Victoria & Albert Museum de Londres, no
National Art Museum da China, no Tokyo Metropolitan Museum of Photography, para citar alguns dos museus das
quatorze cidades que tiveram a oportunidade de conhecer as fotos, filmes e editoriais do artista francês que elevou a
fotografia de moda ao status de obra de arte.
Esta primeira mostra internacional do MACRS marca também a plena ocupação das galerias Sotero Cosme e Xico
Stockinger, esta última cedida pelo Instituto Estadual de Artes Visuais para a ampliação das atividades do museu, ago-
ra integradas pelo projeto museográfico desta exposição ao espaço Vasco Prado da Casa de Cultura Mario Quintana,
de forma a imprimir neste lugar o senso artístico de vanguarda das fotografias de Guy Bourdin. O artista "que pintava
É um momento de grande honra apresentar a obra do lendário fotógrafo Guy Bourdin, considerado um dos artis-
tas mais ousados e inovadores no mundo da cultura visual. Com sua singular percepção sobre arte, moda, fotografia e
publicidade, foi responsável por uma virada revolucionária na produção de imagens no século XX.
Um pintor durante toda sua vida e um fotógrafo autodidata, começou a carreira artística no início dos anos
1950, fortemente inspirado pelo Surrealismo e sua extrema liberdade de expressão. Libertário e independente, criou
imagens magistrais nos domínios da moda.
Nascido em Paris, Guy Bourdin esteve na vanguarda da fotografia de moda por mais de 35 anos. Criou um
universo visionário de glamour e intriga para as publicações de mior destaque internacional e capturou a imaginação
de toda uma geração com seus editoriais ousados e campanhas publicitárias que quebraram paradigmas.
Com o olhar de um pintor e intensa sensibilidade, criou momentos de magia usando a revista de moda como sua
tela pictórica, transformando a imagem de página dupla não apenas em sua assinatura, mas na sua própria arte.
Famoso por seus cenários fotográficos ambíguos, sua narrativa sugestiva, sua estética surrealista, suas composições
extremamente precisas e suas cores hiperreais, ele quebrou de modo radical as convenções da fotografia publicitária
com seu perfeccionismo implacável e humor afiado.
Guy Bourdin foi o mestre do teatro de contradições, criando uma fantasia situada entre o absurdo e o sublime,
um terreno visual que não necessita de explicação e requer liberdade de interpretações, tornando-se um desafio para
o espectador. Usando a fotografia de moda como meio, ele mandou sua mensagem, a qual é de difícil decodificação.
Com Guy Bourdin, estamos no “théâtre de l’imaginaire”.
Shelly Verthime
com uma câmera" revela-se extremamente contemporâneo pois, no momento em que se debate o fortalecimento
do design, da moda e da própria fotografia enquanto linguagens artísticas no campo da cultura, vislumbramos a
ascensão do interesse público, principalmente daquele mais jovem, portador de uma nova estética que, assim como
Bourdin, é capaz de romper com padrões de gosto e comportamento provincianos que ainda engessam e atrasam
nossa sociedade.
É uma honra podermos receber esta exposição e um dever agradecer a todos aqueles que colaboraram na
realização deste importante projeto, em especial ao Conselho Estadual de Cultura, a Casa de Cultura Mario
Quintana, à curadora Shelly Verthime, às produtoras Amanda Monteiro e Andressa Damin, à museografia da Liquens,
e à patrocinadora Oi que, conhecedora da importância desta exposição no cenário internacional e consciente da
necessidade do intercâmbio cultural permanente, assumiram o compromisso de realizá-la no MACRS.
André Venzon
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METAMORFOSE | Magna Sperb 16 JUN | 10 JUL
A metamorfose indica mudança, transformação. Como na gênese da borboleta que troca de aparência várias
vezes em seu ciclo de vida, Magna Sperb transmuta a sua poética, pois ela também sai do ovo para chegar à
imago. As imagens da exposição representam o amadurecimento de seu processo criativo. Das pinturas que remete a
estereótipos de beleza, ela chega à fotografia em que o belo aparece contaminado em sua essência.
A reação de estranhamento, e até de repulsa ou medo, causada pelas imagens, suscita reflexões e faz
com que se pense além do que se vê. A alegoria da imagem é o produto de um longo processo de aprendizagem e
experimentações. As primeiras pinturas de Magna foram realizadas a partir de revistas de artigos de luxo:
moda, joias e perfumes. Os rostos em close e poses provocativas, geralmente de óculos, falavam de beleza e sedução.
A sua escolha foi a de representar a beleza, o prazer e a alegria para afastar-se do outro lado: a violência e a miséria
humana. Essa maneira parcial de ver e sentir fez com que o seu trabalho impulsionasse a catarse e a fizesse
aceitar a vida como ela é, sem congelar o tempo em suas belas imagens. A reflexão motiva a metamorfose em que
a pintura dialoga com a fotografia, já que a pintura é um artifício na representação, e a fotografia é o valor real sem
simulacros.
Nas pinturas recentes que fazem parte da mostra, o estereótipo escolhido foi o de uma figura feminina, delicada,
jovem, loura e sensual dotada dos aparatos usados por grifes para seduzir e provocar o narcisismo contemporâneo
em uma sociedade capitalista, em que tudo está à venda. A pintura foi usada como meio para retratar o mundo ideal
rodeado de beleza, juventude e felicidade. Em que pese a sua reflexão sobre isso e em seu desejo de mudança, ela
sobrepõe nos rostos e nos corpos adesivos de insetos para contextualizar a contaminação do belo como metáfora
daquilo que não queremos ver: sofrimento, doenças, velhice e morte.
Magna construiu este trabalho oferecendo as revistas que o inspiraram às baratas, criaturas dissimuladas e
traiçoeiras que devoraram a beleza e a perfeição. As formas perderam os seus contornos, envelheceram e foram
sugadas com o passar do tempo. As fotografias revelam um verdadeiro escrutínio desses insetos sobre as revistas
em que podemos enxergar a profundidade e as camadas que desvelam as entranhas que, fazendo-as emergir
à superfície. As cenas são captadas em momentos específicos revelando a fragilidade do ser humano no mundo, além
de aspectos lúdicos e eróticos.
Diretrizes ousadas foram utilizadas para desenvolver esse processo, por meio do abandono provisório da pintura,
para dedicar-se às fotografias, uma vez que elas possuem um impacto indiscutível para mostrar a realidade, em que os
tempos são misturados, utilizando fragmentos de um para resignificar o outro e para provocar pensamentos através
da alegoria visual. “O que vemos só vale – só vive – em nossos olhos pelo que nos olha.” Olhar para as imagens
instigantes para enxergar-se e também para ver através delas (que nos olham) questões sobre a essência da vida em
sua fragilidade e finitude.
Ana Zavadil
Curadoria de Ana Zavadil
Com o objetivo de promover o debate artístico entre pintura e fotografia, moda e publicidade, o Museu de Arte
Contemporânea do Rio Grande do Sul, apresenta a exposição METAMORFOSE de Magna Sperb.
A artista, natural de Novo Hamburgo, pós-graduada em Poética Visuais pela Universidade Feevale, aceitou o desafio
de ocupar a galeria Xico Stockinger, sob curadoria de Ana Zavadil, para tratar do eterno tema da beleza, cujo seu
predecessor neste cubo branco, foi um dos maiores artistas em seu métier: Guy Bourdin.
No entanto, Magna, tal qual uma iconoclasta contemporânea, contamina a beleza que o outro fantasiou.
As modelos apropriadas de revistas de moda põem em dúvida a permanência do humano frente à deterioração
social. Ou seja, aquilo que é percebido nas imagens como modelo de beleza totalmente artificial, em contato com a
manifestação do natural, os insetos daninhos como moscas e baratas, acabam por anunciar a morte destas
imagens, ou, ao menos, do prazer que elas nos proporcionam enquanto seus ávidos consumidores. Ao ponto de nos
perguntarmos como nos identificamos com estes ícones da sociedade de consumo?
Frente ao impacto e a provocação dos trabalhos de Magna Sperb, lembramos naturalmente de Kafka, e como
seu personagem Gregor Samsa, do livro homônimo ao título desta exposição, perguntarmo-nos se não nos damos
conta que nos transformamos em insetos, que a cada dia estamos perdendo nosso comportamento humano, e com o
tempo nos acomodando numa nova condição, sem realmente entender no que nos transformamos?
Agradecemos a artista por suscitar tais inquietações e a todos que acreditaram e colaboraram na realização desta
exposição.
André Venzon
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72 HORAS | 50 ANOS DE ATELIER LIVRE Curadoria de Felipe Caldas 16 JUN | 03 JUL
PROJETO 72 HORAS | ATOS E VIVÊNCIAS DE ARTE
Residências de artistas são experiências bastante enriquecedoras e frutíferas, que respondem à necessidade de
estabelecer diálogos entre estes indivíduos, quase sempre envolvidos em um fazer bastante solitário em seu atelier.
Comemorando seus 50 anos de existência o Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre desenvolveu uma nova
dinâmica para este tipo de atividade: uma residência imersiva relâmpago. Fiel às suas origens e inserindo-se nos
processos contemporâneos de socialização da subjetividade, convidou nove artistas para participar durante 72 horas
de uma vivência artística coletiva.
A escolha dos participantes buscou abranger diferentes tradições e lógicas de organização da imagem -
assumindo assim um compromisso com a diversidade - para juntos realizarem uma prática artística que envolvesse
ricas dinâmicas relacionais. Mais do que obras, foram produzidos momentos de ver-se/ouvir-se e de ver/ouvir o outro.
Minha atuação neste projeto foi fomentar possibilidades de emissão e recepção, alertando permanentemente para a
presença de um sentido bidirecional no conjunto das propostas interativas.
Esta exposição está organizada como uma memória desta experiência, nela podem ser ouvidos os
depoimentos dos artistas e podem ser vistas as fotos obtidas ao longo de todo o desenvolvimento do projeto.
Além disso, nos trabalhos realizados nestas 72hs podem ser percebidos os vestígios de uma atividade conjunta de
expansão das ferramentas e dos repertórios conceituais e imagéticos de cada um dos artistas envolvidos e de todos
eles em seu conjunto.
Maria Amelia Bulhões
Carlos Asp | Claudia Sperb | Denise Helfenstein | Felipe Caldas | Gelson Radaelli | Marcelo Monteiro | Rodrigo Nuñes | Túlio Pinto | Wilson Cavalcanti
Ao longo de 72 HORAS os artistas Carlos Asp, Cláudia Sperb, Denise Helfenstein, Felipe Caldas, Gelson Radaelli,
Marcelo Monteiro, Rodrigo Nunes, Túlio Pinto e Wilson Cavalcanti conviveram na atmosfera de um lugar que a
cinco décadas se reinventa e meio às ações criativas e transformadoras dos seus professores, alunos e freqüentadores.
Estamos falando do Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre.
A partir de debates e criações, acompanhados da professora e teórica de arte, Maria Amélia Bulhões, surgiram os
trabalhos desta dinâmica residência artística, que são apresentados agora na galeria Sotero Cosme, do Museu de Arte
Contemporânea do Rio Grande do Sul, com curadoria de Felipe Caldas.
Com esta nova e original exposição o Instituto Estadual de Artes Visuais e o MACRS têm a honra de receber e
celebrar os 50 anos do Atelier Livre, lugar cujo objetivo, desde sua criação, não é a obra de arte em si, mas a liberdade
de fazê-la.
Parabenizamos os professores, alunos, funcionários e diretores deste importante espaço de formação artística e
também aos artistas que apresentam aqui sua homenagem na forma deste projeto.
André Venzon
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SOBRE AS ÁGUAS | Ana Norogrando 09 JUL | 14 AGO
Curadoria de Marcelo Gobatto
Durante mais de um ano, Ana Norogrando habituou-se a deslocar-se ao entardecer para um ponto próximo de
onde mora, na Ilha Grande dos Marinheiros, fixando sua câmera às margens do Rio Guaíba (rio de todas as águas
em língua tupi). Cotidianamente, repetindo o procedimento, a artista registrou séries de imagens que constituem
verdadeira taxonomia da paisagem local.
Entre estas séries, imagens quase abstratas da superfície da água constituem os vídeos que compõem a instalação
Sobre as Águas. De um mesmo ponto, mantendo ângulos e enquadramento, Ana capturou imagens singulares com
a atmosfera própria de cada momento, cada dia e cada estação do ano. Na superfície da água, a artista percebeu a
incidência da luz e dos ventos que provocavam as variações das cores e linhas, desenhando formas e ritmos em
constante mutação. Pequenas vibrações e ondulações que encontraram a resistência da máquina (de filmar) e quando
projetadas, nosso corpo. O cinema se faz assim: imagem-movimento, experiência de fluxo e movimento contínuos.
A instalação se insere na trajetória da Ana Norogrando de forma especial. Suas obras sempre foram heterogêneas,
construídas por diálogos de suportes e de materiais, incluindo escultura, pintura, design e obras públicas. Entre 2000
e 2007, a artista produziu uma série de instalações, onde destacamos Terra (exposição realizada em 2004 pelo MACRS
no Cais do porto) e poética dos trançados (Essa Poa é Boa, 2007). Nestas obras, percebemos pontos de intersecção
importantes com a produção atual em seu processo de criação. Elas surgem, respectivamente, a partir da experiência
de Ana com o lugar onde vive – o trabalho no campo, o artesanato indígena, a observação da paisagem –, e produzem
sentidos a partir de relações ambivalentes entre a matéria e a expressão, a história e a memória, o olhar crítico e o
poético. Nesse sentido, sua aproximação com o vídeo representa um momento em que as ressonâncias antes criadas e
sugeridas com o uso de matérias mais densas são agora produzidas em fluxo-luz (da imagem-vídeo), atingindo outra
dimensão perceptiva e de pensamento.
A exposição na Galeria Sotero Cosme do Museu de Arte Contemporânea do RS é composta por uma série de
trabalhos. Os vídeos Entre as águas e o registro da Intervenção na Ilha dos Marinheiros
encontram-se na entrada da sala coontextualizando a paisagem e a vida na Ilha Grande dos Marinheiros. A instalação
propriamente dita apresenta-se em três módulos de projeções. Iniciando por Desenho líquido, tem no centro o vídeo
Sobre as águas, que nos “captura” por seus movimentos constantes e desenhos singulares que se formam sobre
a superfície da água e que, por força de uma montagem precisa, se cruzam e se fundem no vídeo. “Abstração em
movimento”, como descreve a artista que podemos não distinguir como sendo da água.
Além das projeções de imagens, feitas em equipamento de alta resolução, a instalação foi concebida com uma
projeção sonora em cinco canais. Sons da água e sons do cotidiano captados na ilha (latidos de cães, o vento na copa
das árvores, pássaros, o ruído de motor dos aviões que sobrevoam o local, sons de rádio ao fundo...) são arranjados
musicalmente pelo compositor Fábio Mentz especialmente para a instalação. As imagens e os sons dialogam entre si e
ecoam no espaço da galeria com o objetivo de envolver sensorialmente o espectador. O encontro das imagens de Ana
com a música de Fábio não é casual. Nas imagens translúcidas das águas e em seus movimentos sobrepostos, assim
como nas melodias minimalistas, nos complexos arranjos rítmicos e nas tessituras sonoras presentes na obra de Fábio,
sobressai um tempo em espiral, originado do caos e do acaso que regem nossas vidas.
Marcelo Gobatto
Se o Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul não está mais junto ao Guaíba, a artista Ana Norogrando trouxe este lugar para dentro do MACRS na forma da vídeoinstalação "Sobre as águas" - espécie de batismo visual com este berço natural da cidade de Porto Alegre. A produção da artista, que iniciou sua trajetória nos anos 80 e possui uma extensa experiência em atividade docente na Universidade Federal de Santa Maria, esteve sempre ligada às dimensões simbólica e cidadã da arte.
Ana, ao nos fazer contemplar as águas da nossa existência, restabelece a relação do museu e do público com as águas do Guaíba, lugares pelos quais, apesar de nutrirmos um sentimento forte e duradouro, a maioria da população ainda desconhece. O museu assim como o rio muda, mas ambos permanecem como espaços fluidos, dúcteis, onde o eterno devir da arte e da vida torna este mundo diferente, outro, novo e contemporâneo. Frente a esta paisagem cultural e natural, torna-se inevitável tomar de empréstimo o pensamento do filósofo Heráclito para o qual “tudo flui”...
As imagens de Ana e os sons compostos por Fábio Mentz, músico convidado pela artista para participar da exposição, nos fazem reviver de um modo intenso a experiência de contemplar a superfície das águas do rio de nossa cidade e de seu pôr-do-sol, imersos em um ritmo e um movimento que transcendem a paisagem. Sua obra, portanto, está dizendo do museu e de nós mesmos, que somos feitos quase que absolutamente de água. Uma das múltiplas leituras que podemos aprofundar sobre as águas da artista, invertendo a célebre frase de Hélio Oiticica, é que o mundo (água) é o museu, mas para senti-lo, profundamente, temos que construí-lo antes dentro de nós.
O MACRS agradece ao FUMPROARTE e sua Comissão de Avaliação e Seleção que reconheceram o mérito e importância deste projeto para Porto Alegre, tornando-se agora importante para todo Estado. Agradecemos à comunidade da Ilha Grande dos Marinheiros, aos artistas que ministraram oficinas como parte do projeto pedagógico da proposta artística, aos produtores, ao curador e especialmente à artista Ana Norogrando que merece toda nossa admiração e respeito.
André Venzon
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PERSPECTIVAS | Instalações Coreográficas 20, 21, 23, 24 e 26 a 31 JUL
PERSPECTIVAS foi originado a partir de um processo colaborativo de pesquisa coreográfica que reali-
zei entre 2008 e 2010 com as bailarinas Julie Cleves e Kimberley Harvey em Londres. Com o financia-
mento do Fundo de Apoio à Produção Artística e Cultural de Porto Alegre - FUMPROARTE e o apoio
institucional do Museu de Arte Contemporânea do RS este trabalho teve a oportunidade de ser
desenvolvido em Porto Alegre dando início a uma nova etapa de criação: a Instalação Coreográfica.
O espaço branco da Galeria Xico Stockinger possibilitou a tridimencionalidade que o trabalho direcionava explorar. O
público vai se deslocando em uma trajetória que, a cada apresentação, desenha o espaço da galeria e o coreografa. A
proposta foi de investigar pontos de fuga, proximidade, distância, oposição, foco fechado e aberto, simetria e assime-
tria, repetição e transformação; trazendo novos olhares sobre as relações do corpo com o espaço e com o público, da
composição entre coreografia, som, luz e vídeo e das relações entre as bailarinas. O quanto o olhar sobre um objeto
(objeto, corpo, ou ideia) é relativo sob o ponto de vista do observador? A realidade percebida seria não pelo objeto
em si, mas pelos variados 'pontos de perspectiva', que trazem representações diversas da realidade.
O Projeto Perspectivas, quando inscrito no FUMPROARTE, apenas envolvia a realização das performances – Instalações
Coreográficas, e dois debates pós performance. As ações programadas tiveram desdobramentos: foram realizados dois
workshops de dança e um debate sobre Políticas de Inclusão Social e Participação Cultural na Câmara de Vereadores de
POA. O projeto, além de apresentar um trabalho artístico com elenco de grande experiência em dança e nível profissio-
nal, também abriu possibilidades para a participação, experimentação, discussão e reflexão de um público diverso. Os
workshops foram abertos a pessoas com e sem experiência em dança, com e sem deficiências, e de todas as gerações.
Ao invés de 'incluir' pessoas com deficiências, o objetivo foi de 'integrar' pessoas entre si, abarcando toda a diversida-
de existente nestas ações. Cada um foi valorizado e respeitado pelas suas individualidades, buscando uma compreen-
são das formas de comunicação, relacionamentos e movimentos.
Existem várias formas de 'dança' (contemporânea, ballet, folclórica, jazz, sapateado, de salão, etc.), e existem várias
formas de 'danças contemporânea e moderna' (técnicas de Release, Limon, Humphrey, Laban, etc., ou o entendimento
e a construção de uma dança contemporânea sobre algo que é atual, ou que está baseado na criação de novos parâ-
metros técnicos, conceituais e estéticos, entre outros fatores). A dança que se faz com pessoas com e sem deficiências
também não é uma só, ela se apresenta de formas e com grupos variados. A definição de 'dança inclusiva' ou 'dança
integrada', vem de uma necessidade social, pelo fato de que ela está em processo de transformação, mas ainda dis-
tante para realmente contemplar a diversidade. Pessoas com deficiências geralmente não saem de suas casas para ir a
uma aula qualquer de dança, e é fato que ações específicas precisam ser elaboradas para incentivar e desenvolver este
processo social. Entre discursos e contextos, o mais importante é percebermos que as generalizações são caminhos
fechados de entendimento.
Carla Vendramin
Direção geral e artística de Carla Vendramin
Carla Vendramin e o projeto Perspectivas estão no Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul porque tem uma vida muito próxima a nossa. As artes visuais e a dança estão unidas através da performance*, assim como a pele ao corpo. Porém, sempre há o risco de não percebemos estas coisas que estão na vizinhança...Neste caso, as perspectivas inclusivas de Carla ampliaram nossos horizontes conceituais em todos os sentidos.
A artista visualizou na galeria Xico Stockinger, na Casa de Cultura Mario Quintana, um projeto integrando as artes visuais e a dança contemporânea, e concebeu para a arquitetura asséptica do “cubo branco”, paradigma da neutralidade, uma proposta artística que engloba vídeos, luz, o próprio lugar e o corpo ─ este último o eixo central da instalação coreográfica que estará apresentando neste espaço.
No entanto, um detalhe não passará despercebido: Carla Vendramin dança com Mickaella Dantas (Natal) e Julie Cleves (Londres), representando um verdadeiro triunvirato, onde as bailarinas estão aliadas num só corpo, cuja ausência de algumas partes faz com que os movimentos e expressões se tencionem e complementem em busca de um equilíbrio físico e incorpóreo com este lugar.
Diante da beleza deste trabalho, recordamos imagens da história da arte como a escultura alada da Vitória de Samotracia, ou da Venus de Milo, símbolos, respectivamente, de força e amor. Sentimentos naturalizados e traduzidos nesta performance, e indispensáveis para as pessoas que precisam compreender a dimensão do outro enquanto ser diferente, percebendo que naquilo que não há, somos nós mesmos que faltamos uns nos outros.
Carla Vendramin tem esta percepção, este sentimento humano que é absoluto para a arte e cada vez mais necessário para nossa convivência cultural num mundo de realidades diversas. Por esta razão, o MACRS não se furtará do dever de acolher projetos que proponham esta transversalidade artística, ao passo que expandem as fronteiras da arte contemporânea, ocupando o espaço entre as paredes visíveis e invisíveis que muitas vezes turvamnossa sensibilidade.
André Venzon
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O ATELIÊ COMO PINTURA | Frantz 06 AGO | 04 SET
Para Frantz, o limite, é o lugar da pintura
Ao retomar a prática de exposições das suas“não-pinturas”, o artista, natural de Rio Pardo/RS, após
participações recentes em importantes mostras locais no Studio Clio, Fundação Vera Chaves Barcellos, Santander
Cultural e MARGS, apresenta no Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul – MACRS, telas de dimensões
generosas e livros, cujas superfícies pictóricas que os constituem foram descobertas dos ateliês de diferentes artistas.
Os trabalhos de Frantz não são resultados do tradicional ofício de pintura em ateliê - o artista não toca em nada
que faz - mas sim da ação de recobrir estes mundos particulares em diferentes artistas, paredes, chãos e mesas, onde
tudo que exceder a pintura daqueles é obra deste artista. Ele poderia facilmente pintar, pois além do seu precoce
talento, dispõe de fartos meios materiais e conhecimento técnico para isto. No entanto, ao não pintar, submete
a própria pintura a uma subversão total, de meios e formas, deixando livre seu pensamento e obra que ocupam e
vivem nesta vizinhança imediata das obras de diversos artistas. Se as telas são os testemunhos mais próximos deste
mundo que se concentra nas pinturas dos outros artistas, os livros nos parecem contar as histórias destas pinturas
apócrifas, cujos respingos são como pictogramas e rastros abstratos que se embaralham entre manchas e borrões,
onde é impossível identificar a linha e, por conseguinte, a mão do artista.
A abstração que predomina nas pinturas que ora observamos, não é nem de longe representante desta escola
artística, que ficou conhecida como o Abstracionismo. O que poderíamos pensar sobre a obra de Frantz é que esta
se vincula a arte conceitual, ou seja, aquilo que você não está vendo e não está fazendo. O artista não vê e nem pinta
as telas que agora também descobrimos pinturas, obras do acaso, dos sucessivos acidentes, de todos os erros e
excessos que ultrapassaram os limites da tela e se depositaram neste campo visual expandido da pintura que Frantz
nos propõe.
André Venzon
Curadoria de Paula Ramos
Frantz
Retalhos, aparas, fragmentos, parcelas. Agonias de cores, de texturas, de clarões. Tudo isso pode lembrar o
caos, e lembra mesmo. Não podemos esquecer, contudo, que do Caos primordial fez-se unidade e matéria legível,
organizou-se o Cosmos. Esse conforto estético equilibra-se no fio do conhecimento humano, mas está
constantemente em discussão – e quem opera essa discussão é o artista. É ele que nos pega pela mão e nos
conduz como Virgílio fez a Dante, dando-nos um caminho seguro perante visões dramáticas e, na aparência,
incompreensíveis. O olhar do artista compõe e instaura uma ordem naquilo em que não vemos senão um retrato de
nossas próprias perturbações.
Esta exposição de Frantz explora a arte visual às suas últimas possibilidades. Fazendo do aleatório sua matéria-
prima, é seu agudo olhar que nos diz: “olha e vê”. Olhamos e vemos um material assimétrico, nervoso; com a
permissão de nossas relutâncias a tudo o que é novo, nossa mirada descobrirá as intenções do artista, sim, poderá
encantar-se até, com o refinamento das intenções, com a pausada e orgânica caminhada que ele nos propõe, mas, ao
mesmo tempo, nossa mirada será um salto para dentro de nós mesmos. E aí, sim, fecha-se aquele círculo elétrico a que
pertencem o espectador e a obra. Só a genuína obra de arte é capaz desse prodígio.
E a obra de Frantz, como todo artifício de sincera e autêntica beleza, é aquela alegria eterna de que fala Keats.
Parabéns, Frantz.
Luiz Antonio de Assis Brasil
Inverno de 2011
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TRANSFIGURAÇÕES DO REAL | Beatriz Balen Susin 10 SET | 09 OUT
Curiosidade e encantamento permanentes
Beatriz Balen Susin (Caxias do Sul, 1946) se insere na tradição pictórica dos grandes coloristas. A cor é,
inegavelmente, o elemento mais marcante em sua obra. E jamais funciona como“acessório”, no
sentido de“colorir”uma forma; a cor é essência; é ela que estrutura e organiza suas criações, a ponto de a artista se
inquietar profundamente quando não encontra ou ainda desconhece a cor primordial de determinada obra.
Sua poética é marcada por prazer? Inegavelmente. Entretanto, mais que isso, é ungida pela necessidade.
Diariamente, como que cumprindo um ritual, a artista volta-se às superfícies das telas e papéis, aos vários pigmentos
e tintas, dando formas às figuras que há tempos povoam seu imaginário, insuflando-lhes vida por meio de vigorosas
cores.
Como uma antologia, a exposição apresenta alguns trabalhos marcantes da trajetória de Beatriz, calcados
vigorosamente no humano. Apresenta, ainda, a série inédita de gravuras em metal intitulada Miserere, produzida
a partir da leitura atenta do Inferno de Dante Alighieri. Trata-se de uma rara oportunidade, de observar o vigor e a
maturidade de uma artista que há mais de quatro décadas se dedica ao ofício espartano e apaixonado do desenho e
da pintura.
Paula Ramos
Curadoria de Paula Ramos
A artista Beatriz Balen Susin (Caxias do Sul/RS) tem reconhecida sua trajetória de 45 anos de produção visual
pelo Fundo Municipal de Apoio à Produção Artística e Cultural de Porto Alegre – FUMPROARTE, com a exposição
Transfigurações do Real no Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul/MACRS.
Detentora de uma segurança plástica e expressiva, a figura humana é o tema central de sua obra. A artista que
domina perfeitamente o grande tema das cores – estrutura profunda da sua pintura – parece nos dizer: “as pessoas
por dentro tem cor”. Assim, em sua intensa experiência pictórica e inquietude artística, importa-lhe mais pintar a
atualidade, é exemplo a série de trabalhos sobre as filas que circundam nosso cotidiano. Com a cor ainda parece
querer penetrar mais fundo em nosso olhar, no conhecimento do mundo, do ser humano e da natureza, a fim de que
esta percepção visual nos liberte cada dia mais. É seu modo de inscrever nas telas a narrativa do seu tempo? Sim.
Diante das pinturas, desenhos e gravuras de Beatriz podemos presenciar e sentir a força do artista que
pinta o mundo a sua volta, ora com cores vivas e vibrantes, ora menos esteta e menos serena. Para a artista as cores
estão no coração e se emocionar com a vida, pintando todos os seus momentos, é sua maior prova de engajamento
artístico. Beatriz Balen Susin nos brinda também com uma série de gravuras em metal dedicadas ao Inferno da Divina
Comédia de Dante Alighieri. Aqui, torna-se inegável constatar que estamos diante de uma artista que é herdeira do
valor universal da arte, acessível a todos, mas cujo conhecimento deve ser descoberto na vida e também no ateliê, na
sala de aula, nos livros e no museu. Este caminho a artista percorreu e é para ele que nos convida agora frente a sua
obra que parece gritar uma frase de René Huyghe: Pintar é viver!
André Venzon
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EQUINÓCIO | Ana Flores, Israel Kislansky (artista convidado), Rogério Pessôa e Simone Nassif 24 SET | 23 OUT
EQUINÓCIO
O termo instiga o pensamento para as possíveis ligações com as obras dos artistas da exposição. A relação é
singela e diz respeito ao tempo e ao equilíbrio. O tempo refere-se à data da exposição, que acontece um dia após
o equinócio de primavera. Já o equilíbrio aponta para os dias e as noites de forma igual, devido à luz solar que
incide com a mesma intensidade nos dois hemisférios. Na mostra, o equilíbrio indica que está entre a técnica e a
inventividade que permeia os trabalhos de cada um.
Os artistas Ana Flores, Rogério Pessôa, Simone Nassif e Israel Kislansky dedicam-se à cerâmica contemporânea.
Em seus fazeres, o acúmulo de experiências condensa-se nas séries apresentadas, pautando um discurso
impecável em que cada um deles infiltra no trabalho um mundo particular cheio de encantos, verdadeiros depósitos de
emoções e vivências. Os trabalhos primam pelo rigor técnico e indicam dois caminhos a serem percorridos: um através da
observação do todo e outro no fragmento poético que cada peça desempenha no conjunto.
Ana Flores apresenta séries de casas e pratos na técnica raku, cujo resultado é obtido por meio de
duasqueimas em baixa temperatura 1.000ºC. As casas são recorrentes em sua pesquisa e abarcam três sentidos:
morada, lar e corpo.“Como casa-morada, oferece proteção, como abrigo físico que é; como casa-lar, anuncia-se como
um lugar onde a vida é vivida como espaço íntimo e território pessoal, nela estão os objetos e as heranças que nos
salvam do conceito de‘não lugares’de Marc Augé; como casa-corpo, acolhe vivências, onde o tempo de
permanência é regido pela finitude e nos permite aqui estarmos até que ela chegue”. A narrativa está presente
agregando as casas aos pratos e à azulejaria, também bastante pesquisada por Ana.
Rogério Pessôa, traz para as paredes da galeria trabalhos de grande impacto visual em séries em que a cerâmica,
na técnica terracota com óxidos, está associada a suportes em metal que as sustentam. As obras são construídas em
caráter modular, ora se espalhando a partir do centro para as bordas, ora estruturando-se em limites idealizados para
criar contrapontos, relevos e tessituras para o olhar.
Simone Nassif cria um trabalho instigante em cerâmica gres, ou seja, a cerâmica‘nua’– despida de
revestimentos e originadas pela monoqueima a 1.200ºC. A obra explora os conflitos pessoais, a memória e a
passagem do tempo como possibilidade de criação artística. Os objetos apresentam-se como pequenos seres lúdicos
movendo-se ao redor da cama, e do olhar mais apurado não escaparão as curvas sensuais e a provocação que estão
inseridas sutilmente em cada um deles.
O artista Israel Kislansky compõe a mostra em uma participação especial com uma escultura de cerâmica da
série“A Cor do Corpo”, recém-realizada na Caixa Cultural de São Paulo. A sinuosidade, a cor e a beleza do corpo são
o resultado da pesquisa atual do artista, em que a cristalização dos minerais e das argilas, na busca de cores inusitadas,
mostra o seu potencial criativo.
A cerâmica contemporânea – do design à arte – apresenta-se nas mais variadas vestes; é uma linguagem que
incorpora novas atitudes do artista, em que a tendência é romper com o tradicional.
Curadoria de Ana Zavadil
O barro, como suporte, é encontrado em novas modalidades, como no espaço urbano ou no espaço do corpo.
Em Equinócio, os artistas visam manter a técnica apurada nas suas práxis, buscando na forma e no conceito as
inovações tão necessárias ao desenvolvimento das pesquisas, assim como em qualquer outra área de conhecimento
que possui suas especificidades.
Ana Zavadil
Entre as diversas formas de expressão artística, a cerâmica permanece em lugar privilegiado, pois além de ser uma
técnica liminar da nossa cultura e do seu aspecto simbólico ─ “Do barro da terra formou o homem.” (Gênesis) ─ é
possível transformá-la de objeto de design a artístico sempre que os seus criadores compreendem que esta matéria,
essencial para o surgimento da vida, também é para a arte.
A exposição EQUINÓCIO ─ título que denota a força vernacular das obras com a terra ─ tem curadoria de Ana
Zavadil e apresenta no Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul trabalhos dos artistas Ana Flores, Rogério
Pêssoa, Simone Nassif e Israel Kislansky, como artista convidado, que se dedicam com grande habilidade e fidelidade
à cerâmica contemporânea.
A semente, o fruto, a casa e o corpo são as sínteses visuais desta mostra. As maçãs e os seres ocultos que habitam
as formas estranhas de Simone Nassif, provocam ao mesmo tempo tentação e repulsa. Ana Flores e suas moradas
identificadas com letras sinalizam a tipografia de uma história urbana a ser escrita pelo nosso olhar. Rogério Pessôa
com seu trabalho seminal espalha pela galeria Sotero Cosme como uma constelação poética. Israel Kislansky reafirma
a premissa da criação humana de que somos feitos de barro.
Agradecemos aos artistas e a curadora Ana Zavadil que reuniu nesta exposição a tradição da cerâmica com o
talento contemporâneo.
André Venzon
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RASTROS | Tonico Alvares 29 OUT | 04 DEZ
Não faz muito, o senso comum ainda tinha a fotografia como documento objetivo que eximia a pintura do
compromisso de representação da realidade. A câmara não mentia. O fotógrafo não respondia pela imagem
capturada. O papel liberava a tela para a aventura abstrata e surrealista.
A situação é outra hoje. A manipulação digital terminou com a idéia do documento verdadeiro e do operador
autômato, fazendo ao mesmo tempo recordar que a fotografia também foi um dia abstrata ou surrealista. E não parou
por aí. Viabilizou a impressão da imagem digitalizada em tela de grande formato, assemelhando agora em termos de
suporte a arte de base mecânica e a arte de fatura manual.
É essa perspectiva que os Rastros de Tonico Alvares ganham sentido. Sozinhos ou compondo trípticos, os
quadros alongados afirmam de um jeito manso um recorte pessoal da paisagem metropolitana contemporânea.
O detalhe desmesurado e condensado na superfície parece levantado desde o olho do furacão, mas sua imobilidade
se adivinha transitória. Reconhecemos vagamente reflexões, refrações, distorções, halos e grelhas, fragmentos
ocupando o interstício entre a figuração convencional e a mancha ou o grafismo. E estranhamos que não venham
lustrosos, líquidos, brilhantes, como a água, o vidro e o metal na sua base. Porque seus tons se fazem surdos e a
consistência rala, de têmpera e não de óleo, desmentindo a gratificação sensual sugerida por suas matrizes.
E intrigando, instigando, provocando, acicatando, até nos darmos conta que estão a serviço da representação de
complexidades e contradições mais além do belo e do sublime. Para deleite da mente que indaga, e não apenas do
corpo que registra e acolhe.
Carlos Eduardo Comas
Curadoria de Carlos Eduardo Comas
O Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul inaugura a exposição RASTROS com fotografias de
Tonico Alvares (Minas do Leão/RS, 1953) em um momento que se questiona a permanência ou a pegada histórica do
homem no mundo atual.
Não por acaso, as imagens urbanas expostas são desérticas, do ponto de vista do ser humano. No entanto, sua
presença é percebida nos índices arquitetônicos que o olhar do artista explora e que será a memória dos séculos
futuros. Alvares registra a paisagem contemporânea que tem por excelência a fotografia como linguagem de
expressão, revelando um trabalho de altíssima referência técnica e composição artística.
Nova Iorque e Miami, dois grandes centros turísticos mundiais, respectivamente, financeiro e de lazer, foram e
ainda são cenários urbanos reproduzidos, em forma e conceito, mundo afora. Os detalhes investigados na sua
pesquisa visual e apresentados aqui em obras panorâmicas, são como peças de um quebra-cabeça paisagístico, onde
podemos identificar ― ou confundir ― entre as linhas, planos, texturas, espelhamentos, cheios e vazios, as imagens das
cidades que tem como matrizes aquelas capitais norte-americanas. Frente às fotografias de Tonico Alvares nos vemos
olhando para cima, para baixo, para os lados, percebendo a “cidade não-vista”, mas, principalmente, a cidade na
sua escala global, enquanto espaço urbano e lugar que o homem elegeu para ser o meio pelo qual expressa todas as
artes.
Agradecemos nossos apoiadores, especialmente, à Câmara de Vereadores de Porto Alegre, a Fábio Cabral do
Laboratório Fotográfico SulFotos, ao curador Carlos Eduardo Comas e ao artista Tonico Alvares pela realização desta
mostra no MACRS.
André Venzon
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DOAÇÕES CONTEMPORÂNEAS | Acervo MACRS 2011 18 a 25 OUT
arlete santarosa
beatriz balen susin
carloskrauz
carustocamargo
denisegadelha
eduardohaesbaert
fabrianorocha
félixbressan
fernandachemale
flavyamutran
frantz
giselawaetge
iberêcamargo
israelkislansky
leandroselister
lilianmaus lou
borghetti
luiscarlos
felizardo
magna sperb
patriciofarias
raquellima
vascoprado
xicostockinger
letíciaremião
walmorcorrêa
walterkarwatzki
O Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul apresenta as mais recentes doações de 26 artistas para
seu acervo. Durante os últimos anos o museu não recebeu ─ nem adquiriu obras ─ acumulando um atraso histórico
em relação à produção artística contemporânea brasileira e, especialmente, a riograndense. Enquanto se observou
surgir importantes fundações, instituições e eventos no campo das artes visuais em nosso Estado na última década,
como a Bienal do MERCOSUL, o Santander Cultural, a Fundação Iberê Camargo, o FestFotoPoA e a Bienal B, só para
citar alguns, muito pouco se fez no âmbito estadual pela conservação, divulgação e atualização da coleção do MACRS.
Fato comprovado nos últimos dez anos, pois desde o levantamento registrado em 1999, apenas cerca de 100 obras
foram doadas ao acervo, o que em média representou 10 obras/ano.
Portanto, assim que assumimos a atual gestão adotamos o princípio de valorizar o museu em toda sua missão:
pesquisar, preservar e divulgar um acervo de arte contemporânea regional, nacional e internacional e desenvolver
propostas educativas que visem a compreensão da arte contemporânea em suas várias modalidades.
Desse modo, realizamos prioritariamente um levantamento cadastral e fotográfico que contou 230 obras;
adotamos o programa DONATO para digitalização de acervos oferecido pelo Museu Nacional de Belas Artes (Rio de
Janeiro/RJ); inscrevemos a instituição no Cadastro Nacional de Museus junto o IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus);
constituímos, pioneiramente, o Comitê de Acervo e Curadoria, além de reimplantarmos o Conselho Consultivo,
também nomeado oficialmente, que agora acumulam, ambos, entre suas atribuições, orientar e aprovar a respeito de
doações, aquisições de obras, bem como posterior tombamento.
Atualmente, estamos implantando em caráter inédito uma Reserva Técnica adequada na própria Casa de Cultura
Mario Quintana para receber estas obras com o apoio do IEAVi (Instituto Estadual de Artes Visuais), e esperamos ainda
este ano integrar por meio do Prêmio Procultura de Estímulo às Artes Visuais a aquisição de mais 21 obras de arte
contemporânea brasileira.
A presente exposição visa, principalmente, tornar pública estas doações e fazer uma prestação de contas para a
sociedade do recente, mas intenso, trabalho de valorização do importante acervo com o qual pretendemos celebrar
plenamente em 2012 os 20 anos do MACRS. No total foram doadas 105 obras, de 26 artistas, sendo que 80 trabalhos
fazem parte da coleção de fotografias de Luiz Carlos Felizardo, que serão expostas em dezembro de 2011 no Museu
Juan Manuel Blanes em Montevidéu.
André Venzon
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BORDE SUR | Artistas Contemporáneos Uruguayos 09 NOV | 04 DEZ
A possibilidade de conhecer o lugar que a fronteira ocupa como um elemento na produção uruguaia confronta
cada artista com a noção de limite e suas conseqüências. Nesta situação, as fronteiras físicas, psicológicas e afetivas
ocupam uma classe similar. Estas atuam como vias pelas quais se conhece a perspectiva que os artistas têm sobre o
lugar da sua criação no campo artístico. A contemporaneidade revela diferentes acessos a conceitos que se vinculam
com bordas, limites e fronteiras.
Borde Sur surge como projeto em meio a um trabalho direto com a produção de arte contemporânea no
Uruguai, atualmente onde as tendências e pesquisas desenvolvidas nessa área, mostram novos desafios.
Um essencial e necessário impulso no desaparecimento do quietismo em relação à difusão da produção artística,
gerando novas rotas que produzam zonas de encontro e produtividade crítica. Os cinqüenta e sete artistas
convocados desenvolvem seus projetos com linguagens artísticas que nos permitem ver, de maneira
eclética, como a arte contemporânea opera no Uruguai, cada uma destas peças servem para nos
aproximar dos artistas, suas obras e a contextualização da informação das estéticas que se projetam no nosso país.
Diante da proposta de avançar no rizoma do campo da arte, o desafio está em permitir que a arte funcione cada
vez mais como agente catalisador do pensamento e da ação. Isto daria como resultado o avanço e a aceleração
necessários para encontrar sintonias e posicionar o corpo de criação no seu exterior, sem deixar de lado seu
vinco interno, a saber, a liberdade que é necessária para avaliar uma estratégia criativa da arte atual. Os processos
devem ser medidos nas categorias que a arte produz em relação aos sintomas que emergem de diferentes núcleos da
problemática, do que pode e deve ser arte contemporânea no nosso meio. Sem dúvida esta possibilidade brinda um
espaço de conflito que se situa no primeiro lugar nas interseções que oferecem as linhas limítrofes que acompanham
a imagem-movimento e a circulação dos conceitos e objetos da arte. Neste projeto, o objetivo está na configuração de
um território móvel, pleno de sentidos, de vivências, de materialidade para a sobrevivência e expansão das obras.
Nesses extremos móveis, alguns artistas vinculam sua obra a espaços físicos e os interceptam e intervêm com
ferramentas de outros campos de produção científica, como no caso dos artistas que trabalharam com temáticas
relativas ao Rio da Prata. Em outra linha de trabalho, artistas utilizam seu corpo como território, provocando
uma reconfiguração do espaço e o imediato deslocamento do que era uma imagem cotidiana. Outros aspectos
surgidos nesta mostra estão vinculados com a ação do discurso artístico, que sinaliza a necessidade de uma mudança
substancial, potencializando o espírito critico com respeito à instituição artística. Por sua vez, as políticas emocionais
na apresentação de diversas obras se manifestam em objetos ou imagens que referem diretamente a um controle do
destino na evolução da vida do artista e a possibilidade deste, de dirigi-lo também como metáfora da afetividade.
Nesse sentido as fronteiras, como construções artificiais ou naturais, operam na maioria das vezes para o
indivíduo, como diques que obstruem a capacidade de explorar e se posicionar em um novo lugar ou preservando
sua situação. Daí a exposição que se propõe, explore um território que se denominou “Borde Sur” e que habilita a
extrapolar estes conteúdos a outros espaços de luz, de consciência artística, de pensamento evolutivo. Isto não se
constrói com mecanismos que enrijeçam os processos dialógicos ou operem em um só sentido, mas sim devem
ter múltiplos pontos de fuga, transbordamentos e deságües que conceitualmente comovam, provocando um novo
sentido no discurso do Outro. Esta mostra se concebe através da transformação que começou a gestar-se há mais de
Curadoria de Jacqueline Lacasa
três décadas no campo da arte contemporânea uruguaia. A singularidade dos artistas expositores se manifesta, não
somente do ponto de vista da qualidade de suas trajetórias e obras, como na possibilidade de conceitualizar uma
nova paisagem no intercâmbio dos conteúdos simbólicos de mais de um território de práticas artísticas em comum.
Jacqueline Lacasa
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ARTE + ARTE | Transversalidades 18 AGO | 18 SET
Alexandra Eckert | Angela Zaffari | Antônio Augusto Bueno | Beatriz Dagnese | Carolina Paz | Denis Siminovich Diego De Los Campos | Eneida Ströher | Enilda Branco Rocha | Erika Romaniuk | Esther Bianco | Fernanda Barreto Gabriel Petito | Graça Marques | Ío | Jander Rama | Jandora Jakobson | Leonardo Fanzelau | Maristela Winck | Selir Straliotto
Para celebrar seus 72 anos a Associação Riograndense de Artes Plásticas Francisco Lisboa e o MACRS
uniram-se para a reedição do 8° ARTE+ARTE. Com o apoio do Instituto Estadual de Artes Visuais o conceito de
transversalidades foi eleito, para instigar os artistas a participarem do edital de seleção com suas criações poéticas.
Os trabalhos perpassam áreas do conhecimento desfazendo limites e agenciando múltiplas relações em uma cadeia
que inclui saberes, visibilidades, sujeitos e ações. Participam da exposição 19 artistas de diferentes estados do país.
Comitê de seleção Ana Flávia Baldisserotto, Ana Zavadil, Paulo Gomes e Paulo Porcella.
Quando iniciamos a atual gestão na Secretaria de Estado da Cultura foi nos proposto o desafio de praticarmos
uma política cultural transversal, ou seja, relacionando os diferentes setores artísticos entre si e com as outras áreas do
conhecimento humano em busca de modos diversos de pensar e expressar a cultura na atualidade.
Para o MACRS a transversalidade integra a natureza do objeto artístico contemporâneo, como algo que já vem
da inspiração do artista até o momento de provocação do público junto à exposição e vai além... Trata de descobrir
princípios éticos, estéticos e políticos em defesa da vida e das singularidades, possibilitando a construção coletiva de
novas práticas de comunicação e expressão na sociedade.
Felizmente o fato de o museu estar localizado no maior e mais diversificado centro cultural do nosso Estado – a
Casa de Cultura Mario Quintana – favoreceu-nos o diálogo das artes visuais com o teatro, a dança, a literatura, a
música e a memória deste patrimônio histórico que recebe o público de forma carinhosa e irrestrita há mais de 20
anos.
No início de 2011 o MACRS foi reaberto nesta hospitaleira casa, que nos abriga desde 1992, e com o auxílio do
seu diretor, Marcos Barreto, além de conquistar mais espaços para as artes visuais, demonstrou no seu modo de ser e
ver as coisas, que podíamos resistir frente às dificuldades estruturais encontradas, conservando o moral e mantendo
a confiança no futuro.
Nosso amigo e colega Marcos Barreto foi um verdadeiro eixo-transversal do trabalho que implantamos até aqui,
seja pelo humor que despontava mesmo nas situações mais difíceis, seja pela imensa força de vontade com que
administrou a Casa através da articulação de apoios mútuos construindo em pouquíssimo tempo uma rede de
amigos que mantiveram este lugar repleto de vida nestes últimos meses. Se para Mario Quintana – O amor é quando a
gente mora um no outro –nunca tantos amores moraram dentro da casa do poeta como agora... Talvez seja porque o
coração do ator e diretor Marcos Barreto esteve aqui recebendo a todos e cuidando de tudo até então.
O MACRS agradece a Associação Riograndense de Artes Plásticas Francisco Lisboa que, ao pensar a exposição
ARTE+ARTE sobre o tema da transversalidade, colaborou com esta homenagem póstuma despertando o sentimento
mais transversal que existe em nós: o amor. Marcos Barreto, os artistas visuais te agradecem e sempre lembrarão de
ti!
André Venzon
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CONHECIMENTO É PODER | 140 Anos da Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande do Sul 04 NOV | 04 DEZ
Alexandra Eckert | Denis Nicola | Frantz | Lorena Steiner | Silvia Giordani | Rosane Morais
Exposição em homenagem ao aniversário da Biblioteca Pública do Estado em que participaram artistas que têm
o livro e a palavra como objeto de sua pesquisa visual.
Em pararelo a exposição foi promovido no Santander Cultural, um painel sobre a história da Biblioteca Pública e
uma mostra da obra de restauro comemorativo ao seu aniversário de 140 anos. Participaram do evento, o arquiteto
Edegar Bittencourt da Luz, o artista Frantz, a diretora da Biblioteca Pública do Estado Morgana Marcon, a arquiteta
Maria Lúcia Duarte Fuentefria e a jornalista e professora do IA/UFRGS Paula Ramos.
A Biblioteca Pública é um lugar fascinante….de início, com toda sua suntuosidade até assusta quem por ali passa.
Em alguns, desperta curiosidade, em outros, receio. Em sua fachada, bustos contemplam a cidade e nos trazem à
memória o registro de diversas áreas do conhecimento e os precursores de cada uma delas.
Suas paredes contam histórias de épocas passadas, de personalidades ilustres da política, da literatura, religião, da
ciência e trazem ao nosso olhar a beleza da arte de diversos períodos. Nas prateleiras, o cheiro dos livros nos convida
a entrar em um mundo de poesia, aventura, romance e sabedoria. Não há quem resista á vontade de pegar um livro
da prateleira, levar para mesa e ler, sob a luz de lustres antigos e de painéis murais imponentes e intrigantes, saborear
a leitura nesse ambiente mágico, que faz nosso pensamento voar muito longe...
A Biblioteca é de todos, é o espaço mais democrático de acesso à leitura e à informação. É nela que encontramos
a nós mesmos e ao outro, que descobrimos o mundo ao nosso redor, que crescemos como indivíduos e aprendemos
Uma das melhores lembranças de minha adolescência é daquele ambiente luxuoso, imerso em silêncio, que me
levava todos os dias à Biblioteca Pública. Ali desfrutava horas perdidas. Eu estudava no Anchieta da Duque, de modo
que tudo ficava mais fácil. Lembro que o primeiro romance que li foi na Biblioteca Pública.“Os Maias”, de Eça de
Queirós. Nem os meus sonhos mais irreais me levaram a pensar, que, um dia, eu tivesse outro tipo de relação com a
“Pública”. E isso é um prêmio para meus sessenta e seis anos. O Governo do Estado, em seu propósito de levar a
cultura a todos, tem dedicado uma atenção especialíssima a todas as instituições que lhe são afetas. E a nossa
centenária Biblioteca está entre elas. Ainda há muito a ser feito. E o faremos. E espero que, logo, eu mesmo possa
deliciar-me com aquele silêncio, com aquele luxo. E não só eu, mas toda a população do nosso Rio Grande, que bem
o merece.
Luiz Antonio de Assis Brasil
a ser parte da coletividade. Na biblioteca também ampliamos nosso conhecimento, para sabermos argumentar e
questionar, tornando-nos cidadãos conscientes de nossos direitos e deveres na sociedade.
A Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande do Sul vêm cumprindo seu papel de propiciar o acesso á informação
e à formação do cidadão, e promover o acesso à cultura e o fortalecimento da identidade cultural de nosso Estado.
Muito ainda há por fazer, mas com a dedicação da equipe e o apoio governamental e da sociedade, chegaremos muito
longe ainda...pois há 140 anos aqui circula o espírito do mundo...
Morgana Marcon
Diretora da BPE-RS
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A Medida do Gesto | Um panorama do acervo MACRS 10 DEZ | 29 JAN 2012
Alexandre Antunes | Alfredo Nicolaiewsky | Berenice Unikowsky | Carlos Alberto Mayer | Edmilson Vasconcelos | Eleonora Fabre Élida Tessler | Elton Manganelli | Esther Bianco | Frantz | Henrique Fuhro | Gelson Radaelli | Gisela Waetge | Heloísa Crocco | Jader SiqueiraJailton Moreira | Klaudiusz Kowoll | Lenir de Miranda | Luiz Alcione | Marilice Corona | Mário Röhnelt | Michale ChapmanNilza Haertel | Otto Sulzbach | Plínio Bernhardt | Rogério Prestes de Prestes | Romanita Disconzi | Rosali Plentz | Tereza Poester
Um gesto pode ser amplo, pode ser rápido, contido ou violento. Gestos podem ser medidos, por sentimen-
tos, palavras ou opiniões. Mas como medir a qualidade de uma obra de arte? Como saber o lugar exato de uma
pincelada em uma tela? E a intensidade ou a leveza com a qual devemos riscar o desenho em uma folha de papel?
Por fim, como medir o valor e a função de uma coleção pública de Arte Contemporânea?
A medida do gesto é a concretização de um projeto coletivo de curadoria e expografia, realizado a partir de um
desafio lançado a um grupo de jovens estudantes de Artes Visuais, como proposta de trabalho para o Laboratório de
Museografia do IA-UFRGS.
Da pesquisa junto ao acervo do MACRS, chegamos as noções de gesto e medida, expressividade e
estrutura, emoção e rigor. Estes conceitos serviram como critério para a seleção de obras apresentadas nesta
galeria, representativas do acervo do Museu no momento de sua formação em 1992 e de parte significativa da
produção artística elaborada durante os anos 80 e 90 em nosso meio. Mais uma vez exposta: medida ou desmedida,
a proposição artística aguarda o olhar do público para afirmar-se como experiência vital.
Ana Maria Albani de Carvalho
Curadoria e Museografia realizadas pela equipe da disciplina de Laboratório de Museografia (DAV/IA - UFRGS),
coordenada por Ana Albani de Carvalho e integrada por Carlos Eduardo Galon, Fernanda Castilhos, Laura Miguel,
Leila Coffy, Luise Malmaceda, Luiza Mendonça, Mariana Patrício e Vânia Riger.
O projeto de exposição A Medida do Gesto realizado pelos acadêmicos da disciplina de Laboratório de
Museografia do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sob coordenação da Professora Ana
Albani de Carvalho, é o exemplo de quando um gesto pode valer mais do que mil palavras, ou, neste caso, obras de
arte.
Ao longo do ano realizamos diversas exposições na expectativa de celebrarmos o reencontro do público com o acervo
do museu e também a redescoberta deste patrimônio artístico, fundamental para elaborarmos uma visão e reflexão
do mundo contemporâneo em que vivemos.
Ter a universidade como parceira é a concretização de uma política cultural que só se estabelece no campo social
com a participação desta instituição. A Medida do Gesto na dimensão das relações institucionais é o que melhor
podemos propor enquanto museu, com a colaboração científica da universidade, para que tornemos mais público
nosso acervo que comemora a recente conquista do Prêmio Marco Antônio Vilaça da FUNARTE/MinC para aquisição
de novas obras.
O gesto de estar ao lado do museu com este trabalho e algo que não se mede no espaço de uma galeria, ou em
número de obras, mas ao longo do tempo, na carreira destes jovens estudantes que elaboraram esta curadoria e
museografia. Portanto, esta exposição resulta de um fazer coletivo, cuja principal narrativa temática é o próprio gesto
de fazer esta curadoria - da seleção das obras ao convite, da museografia a montagem, todos participaram deste
lugar, o museu, pensando em todas suas escalas, aproximando-se da instituição e também do público através das
obras. Sobre este gesto há ainda a dizer que, além da seriedade do trabalho, da qualidade, da consequência, e de
uma generosidade imensurável, que não tem medida que abarque. Sinceramente, esperamos que o público,
que é o grande merecedor deste gesto, ao percebê-lo entenda que fazer uma exposição, assim como tudo que dá
certo na vida, demanda muito estudo, dedicação e trabalho, e é muito melhor quando o processo nos envolve e nos
chama a colaborar.
Agradecemos a Professora Ana Albani de Carvalho, ao Instituto de Artes da UFRGS e aos acadêmicos Carlos
Eduardo Galon, Fernanda Castilhos, Laura Miguel, Leila Coffy, Luise Malmaceda, Luiza Mendonça, Maria Patrício e
Vânia Riger que possibilitaram esta exposição - a mais importante para o museu neste ano - e esperamos que o
público receba este projeto como um gesto de resgate e projeção do MACRS para a divulgação e valorização da arte
contemporânea no RS.
André Venzon
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ORFÃO 20 a 30 OUT
Espetáculo em que a experimentação foi o conceito chave para a concepção cênica, que subverteu o espaço/tempo
da galeria através de um diálogo teatral com as obras expostas.
ConcepçãoDiones Camargo, Ian Ramil, Isabel Ramil e Sofia Ferreira
Texto de Diones Camargo (peça curta O Tempo Sem Ponteiros, adaptação do conto Emma Zunz, de Jorge Luis
Borges).
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PRESENTE/FUTURO | Laura Cogo e Letícia Remião 08 DEZ | 10 JAN 2012
Todo o museu exerce um papel social. O Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul agradece o convite
das artistas Laura Cogo e Letícia Remião para integrar esta ação artística que amplia a responsabilidade social desta
instituição, afirmando com este projeto que ser solidário é ser contemporâneo!
Neste sentido acreditamos que um museu contemporâneo deve estar aberto à criação de serviços e
programas voltados ao atendimento das necessidades especiais de pessoas com deficiências sensoriais, físicas ou
mentais, inclusive de idosos e outras limitações
Ainda estamos distante desta realidade, no entanto PRESENTE/FUTURO nos desafia ainda mais a transformar os
ambientes físicos do museu, porém a maior e principal mudança estará na mentalidade das pessoas e na postura da
instituição, sobretudo na criação e implementação de suas políticas públicas, que devem entender o museu como
lugar de convivência entre pessoas de todos os tipos e inteligências, no legítimo exercício de seus direitos,
necessidades e potencialidades.
Para um museu formar cidadãos, antes de tudo deve ser um espaço de cidadania plena.
André Venzon
O PRESENTE
As imagens que apresento da Casa Rita de Cássia são um registro do “tempo presente” , fragmentos do
dia-a-dia em um espaço que, mais do que abrigar crianças e pessoas com limitações, abriga sonhos.
Nesse ambiente de conquistas e doação, imperam o respeito e o amor, o carinho e a fraternidade. Tais características
se revelam nos mínimos detalhes: nos recados espalhados pela casa para a equipe de atendentes, passando pela
dieta equilibrada, pelos brinquedos asseados e disponíveis e pelas roupas afetuosamente dobradas e organizadas nos
armários. Na Casa não há meros pacientes, mas pessoas. São aspectos que, desde o início, me cativaram e
impressionaram e que procurei registrar, silenciosamente, nessas imagens, conciliando as “várias Letícias”:
a fotógrafa, a publicitária, a artista e a mãe.
Letícia Remião
O FUTURO
Visualizamos o que sonhamos.
Visualizamos o que desejamos.
Visualizamos o que necessitamos.
Essa imagem vai se completando.
Vai se detalhando.
Vai se tornando completa.
Nosso lar é nosso lugar de repouso.
Buscamos o conforto.
Uma necessidade.
Como podemos alcançar?
Laura Cogo
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O MODELO VIVO | 20 anos de Oficina Curadoria de Ana Zavadil 08 DEZ | 10 JAN 2012
Os 20 anos da Oficina Desenho de Modelo Vivo da Casa de Cultura Mario Quintana são lembrados por meio de
significativas homenagens para marcar essa data. Os trabalhos da turma de 2011 fazem-se presentes mostrando
a diversidade de estudos realizados pelos frequentadores: iniciantes, dedicados, em processo de aprendizagem e
experiência, além de alguns ilustres, como Hilda Mattos. A figura mostra-se em seu potencial, através da linha e da
mancha, laboriosamente construídas com nanquim, pastéis, aquarela, grafite e colagens.
O Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul – MACRS, participa das homenagens e, junto com a
exposição de alunos, apresenta uma obra do acervo, restaurada para essa exposição, do artista Milton Kurtz, (Santa
Maria, 1951-1996). A sua importância para o cenário artístico-cultural de Porto Alegre foi indiscutível destacando-se
pela sua participação nos grupos KVHR, de 1978 a 1980, e no Espaço N.O., entre 1979-1982, bem como em grandes
mostras locais e nacionais, trazendo para o meio artístico um ambiente mais arejado.
E como não homenagear o modelo vivo, neste caso a modelo Ledir Carvalho Krieger, e através do seu nome todos
aqueles que pousaram ao longo destes anos de oficina. Ledir, como é conhecida por todos nós, foi retratada por
Danúbio Gonçalves, Laura Froes, a própria Hilda Mattos, entre outros.
Os trabalhos aqui expostos são testemunhos desta vivência. As histórias são construídas pelas tessituras do tempo: a
Casa de Cultura Mario Quintana, o MACRS, a oficina, os artistas, a modelo, todos deixam marcas indeléveis que não se
confundem, mas andam juntas compassadas, por vezes, se cruzam, e apontam novos rumos.
Ana Zavadil
Avani Schier | Beti Timm | Carlos Costa | Carlos Meinardi | Cristina Melloto | Glória Fadel | Guilherme Moojen | Hilda Mattos | Josué AlmeidaJussara Pires | Lucas Molina | Liane Thome | Luiza Fontoura | Lúcio Silva | Mabel Fricke | Marcia Souza | Maria Osório | Maria Takatsch Maritania Perdomini | Noemy Silva | Olívia Prestes | Paulo Galarça | Rachela Gleiser | Rogério Silva | Ruth Ferreira | Véra Centeno | Zilda Zanella
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MUSEU DESMIOLADO | Lançamento do livro de Alexandre Brito 17 JUN
O ATELIÊ COMO PINTURA | Lançamento do livro de Frantz 28 OUT
O livro, contemplado pelo Edital 2010 do Fumproarte, teve organização de Paula Ramos, e conta com textos de
Angélica de Moraes, Marcio Pizarro Noronha, Paula Ramos e Paulo Gomes.
Alexandre Brito (RS), a ilustradora Graça Lima (RJ) e a Editora Projeto ao apresentarem a proposta de exposição
e lançamento do livro Museu Desmiolado ao MACRS, mais do que nos aproximar da literatura e das artes gráficas,
lembrou-nos que o museu é para todas as gerações, e ao fazer isto, percebemos o maravilhoso público infantil.
A criança, tal qual Das Três Metamorfoses do Zaratrusta de Nietzsche, é vista por Alexandre Brito como aquele ser
que pode recriar este mundo complexo em que vivemos, porque tem o sentido primeiro das coisas, que porta o futuro,
assim como faz a arte contemporânea.
O autor que conviveu com Quintana, o poetinha que sabia das coisas, conseguiu escrever com um mobiliário
poético próprio para as crianças e foi além, escreveu sobre um grande tema para os pequeninos leitores: o museu.
A emoção que nos toca ao ler suas histórias de museus desmiolados, permite-nos exaltar e enaltecer o primoroso
trabalho de Brito que consegue algo como explicar um Louvre para uma criança, e realiza esta façanha porque o faz
com poesia.
Se o poeta faz isto com as palavras, Graça Lima por sua vez as traduz em formas e cores. Em suas ilustrações, onde
a colagem aparece como índice da coleção de arte, a artista volta a revelar como em seus excelentes trabalhos anterio-
res, ser generosa colorista. A curadoria da editora deixou visível o processo de criação de Graça, que ao criar mundos
visuais, mágicos e fantásticos para os museus de Alexandre, tornou-os possíveis também para o nosso olhar.
O Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul agradece a Editora Projeto, a Graça Lima e, especialmente,
ao autor Alexandre Brito pela oportunidade de fazermos juntos um museu para as crianças.
André Venzon
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GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
GOVERNADOR Tarso Genro
SECRETÁRIO DE CULTURAAssis Brasil
DIRETOR DO MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO RSAndré Venzon
CONSELHO CONSULTIVOBernardo José de SouzaDaniel SkowronskyDaniela CorsoJoel FagundesLena KurtzMárcio CarvalhoMargarita KremerPaula RamosPaulo GomesRenato Malcon - PresidenteValpírio MonteiroVera Chaves Barcellos
COMITÊ DE ACERVO E CURADORIAAna ZavadilBernardo José de SouzaPaula RamosPaulo GomesVera Chaves BarcellosWalter Karwatzki
TÉCNICAS EM ASSUNTOS CULTURAISAna Cristina GonzalesGabriela Corrêa da Silva
PRODUÇÃO GRÁFICAHeloisa Marques
MONTAGEMAtauan TellierMário Terrazas
ESTAGIÁRIOSFelipe SchulteGabriel BartzUlisses Carrilho Fo
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Apoiadores das exposições
Apoiadores MACRS
Realização
Instituições parceiras
Financiamento
Frantz - o ateliê como pintura,
Transfigurações do real de Beatriz
Balen Susin e Perspectivas Instalações
Coreográficas:
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