Análise da associação entre tempo de reação e tempo de movimento
em crianças Thiago SINESIO
Márcio Mário VIEIRA
NECOM – Núcleo de Estudos em Comportamento Motor Uni-BH – Centro Universitário de Belo Horizonte
Introdução Esporte
Capacidades à traços relativamente
permanentes e estáveis. Habilidades à máxima certeza, menor tempo
possível e o menor dispêndio energético.
Capacidades
Nível de habilidade (HIRTZ ,1971)
(MAGILL, 2000)
(SANTOS et al, 2003)
Capacidades e habilidades � Capacidades contribuem para bons
níveis de performance e rápido aprendizado de habilidades motoras.
� Habilidade do indivíduo depende das capacidades, tarefas e experiências motoras.
(CALVETE, 2005)
(SOUZA, ALMEIDA, 2006)
Tempo de reação (TR) � TR à capacidade de responder rápida e
objetiva a um estímulo.
� Intervalo de tempo entre apresentação de um estímulo e o início da resposta a ele.
(GRECO, BENDA, 1998)
(MAGILL, 2000)
TR
TR Simples
TR Escolha
TR Discriminação
Tempo de reação (TR) � O menor intervalo de TR é encontrado
em TR simples.
� Tipos de estímulo e complexidade da tarefa influenciam o TR.
(MACHADO-PINHEIRO et al, 1998)
(TEIXEIRA, 2006)
Relação complexidade / TR
� C o m p l e x i d a d e à n ú m e r o d e elementos de um movimento.
� Quanto mais complexa a tarefa, maior o TR.
(SOUZA, ALMEIDA, 2006; HENRY e ROGERS, 1960)
Tempo de reação (TR)
� Quanto maior a musculatura a ser controlada, maior o TR.
� Movimento com o braço apresenta TR 20% maior quando comparado com movimento de dedo.
(MYIAMOTO e MEIRA JR, 2004)
(HENRY e ROGERS, 1960)
Tempo de reação (TR)
� Verifica-se a capacidade de percepção;
� Atenção;
� Velocidade de condução de estímulo;
� Rapidez de programação de resposta.
(COLLARDEAU et al., 2001; POWELL et al., 1999)
Tempo de movimento (TM) � Capacidade de tempo entre o início e
o término de uma habilidade motora.
� Avalia as habilidades motoras, maior v e l o c i d a d e e q u a n t i d a d e d e movimentos em determinado tempo.
(SAGE, 1977)
Correlação entre TR e TM � CHAGAS et al, (2005) não encontraram
correlação significativa.
� MYIAMOTO e MEIRA JR (2004) realizaram um teste de correlação com atletas federados de atletismo e não encontraram correlação significativa.
Correlação entre TR e TM � PHILLIPS e GLENCROSS (1985);
PIERSON e RASH (1960); MAGILL e P O W E L L ( 1 9 7 5 ) e n c o n t r a r a m correlação significativa entre TR e TM.
� Devido a divergência de resultados entre a correlação das capacidades TR e TM e poucos estudos realizados avaliando esta associação em uma ú n i c a h a b i l i d a d e m o t o r a e especialmente com crianças.
Objetivo
� Verificar se há correlação entre TR e TM em crianças.
Método e Materiais � Amostra à 10 crianças ; à Ambos os sexos; à Inexperientes na tarefa; à Idade entre 9 e 11 anos, média de 10,6 (± 0,8).
Foram seguidos os devidos cuidados éticos na pesquisa com seres humanos como determina o modelo de Helsinki.
Método e Materiais Instrumento e tarefa
Transportar bolas de tênis da parte inferior da plataforma para a parte superior em uma ordem pré-determinada na maior velocidade possível.
Delineamento e procedimento experimental
� Procedimentos foram informados verbalmente;
� Teste foi constituído de 15 tentativas.
Resultados
Geral (n=10) TR TM
537,54 (±77,29) 3629,77 (±280,24)
A tabela abaixo mostra os valores médios geral dos indivíduos (n=10) e o desvio padrão
Valores médios de tempo de reação (TR) e de movimento (TM) em milissegundos (ms).
Para a análise estatística foi utilizado a correlação produto momento de Pearson a qual detectou valor significativo para a associação (r=0,65; p=0,04).
Discussão � Os resultados deste estudo mostram
uma correlação significativa entre TR e TM.
� MYIAMOTO e MEIRA JR (2004) poss ive lmente não encont raram correlação por se tratar de grupos musculares diferentes e provavelmente os membros inferiores eram mais treinados.
Discussão � CHAGAS et al (2005) também não corroborou
com nossos resultados o principal argumento para isso é que as habilidades utilizadas foram distintas e assim necessitavam de programação também distintas.
� TR e TM são entendidos como capacidades independentes à o principal fator que influencia TM é a força muscular, já no TR são os mecanismos centrais de processamento antecedentes ao movimento.
(HENRY, 1960; 1961)
Discussão � MAGILL e POWELL (1975) avaliaram a
associação entre as duas capacidades a partir de uma única habilidade motora e encontraram correlações significativas.
� PHILLIPS e GLENCROSS (1985); PIERSON e RASH (1960) também verificaram correlações significativas entre TR e TM.
Discussão � A p r i nc i pa l a rgumen tação dos
resultados obtidos em nosso estudo parte do ponto que foi utilizada uma mesma habilidade motora para medir a correlação entre TR e TM.
� Outros autores fizeram testes a partir de habilidades motoras diferentes, ou seja, não utilizaram a mesma tarefa e não encontraram correlação entre TR e TM.
(CHAGAS et al, 2005; MYIAMOTO e MEIRA JR, 2004)
Conclusão
� Há uma correlação significativa entre tempo de reação simples e tempo de movimento em uma mesma habilidade motora.
NECOM Núcleo de Estudos em Comportamento Motor
Uni-BH – Centro Universitário de Belo Horizonte