1 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
90 RAZÕES PARA GUARDAR O
SÁBADO
Leandro Bertoldo
2 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
Dedicatória
Dedico este livro à minha dedicada e esforçada aluna “Miriam
dos Santos Basílio Costa”.
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90 Razões Para Guardar o Sábado
“Como o sábado se tornou o ponto especial de controvérsia por
toda a cristandade, e as autoridades religiosas e seculares se
combinaram para impor a observância do domingo, a recusa
persistente de uma pequena minoria em ceder à exigência popular,
fará com que esta minoria seja objeto de execração universal”
(Eventos Finais, 137).
Ellen Gould White
Escritora, conferencista, conselheira,
e educadora norte-americana.
(1827-1915)
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90 Razões Para Guardar o Sábado
Dados biográficos
“O conflito por causa do sábado exporá o assunto ao povo, e será concedida uma
oportunidade para que sejam apresentadas as reivindicações do sábado genuíno”. (III Mensagens Escolhidas,
388).
Ellen Gould White
Meu nome é Leandro Bertoldo. Sou o primeiro filho do casal José Bertoldo
Sobrinho e Anita Leandro Bezerra. Do relacionamento dos meus pais também nasceu o
meu irmão Francisco Leandro Bertoldo. Quando alcançamos a adolescência, nosso pai
colocou-nos para trabalhar no Cartório do Distribuidor Judicial de Mogi das Cruzes.
Na minha infância fui estimulado pela leitura da vida de Isaac Newton e passei a
ter um enorme interesse nas áreas das exatas. Aos 17 anos comecei a escrever algumas
teses fundamentais nos campos da Física e da Matemática. Em 1979 matriculei-me na
faculdade de Física e em 2000 na de Direito, ambas na Universidade de Mogi das
Cruzes – UMC.
Em 1995 publiquei meu primeiro livro de Física, que foi um grande sucesso
entre os professores universitários. Recebi várias cartas e telegramas de congratulações.
O meu comprometimento com o Direito é resultado das minhas atividades trabalhistas
junto ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Em 1986, sob a orientação da professora e colega de trabalho, Célia Regina de
Souza Xavier, passei por um extraordinário e maravilhoso processo de conversão, que
veio a avivar todas as minhas faculdades espirituais, tornando-me um cristão vivo e
praticante da Palavra de Deus. As minhas primeiras orientações doutrinárias vieram dos
cursos bíblicos produzidos pelo professor Valdir Gonçalves Xavier. Posteriormente,
estudei profundamente as Escrituras Sagradas na Classe Bíblica, sob a orientação do
eminente professor Pedro B’ärg. Pouco tempo depois fui bem sucedido em ministrar
estudos bíblicos nos lares de diversos interessados.
Mais tarde, ao assumir a direção da Classe Bíblica, alcancei grande êxito em
preparar para o santo batismo algumas almas interessadas na verdade. Porém, a minha
obra principal tem sido realizada na Classe Pós-batismal, onde tenho preparado dezenas
de novos lideres para trabalharem nos ministério da igreja e na obra evangelística
voluntária.
Fui casado por duas vezes e tive uma maravilhosa filha do primeiro matrimônio
chamada Beatriz Maciel Bertoldo, formada em Direito. Minha segunda esposa, Daisy
Menezes Bertoldo, tem sido uma grande companheira e amiga inseparável de todas as
horas.
Sou dono de quatro lindos cachorros. Todos eles são amorosos, carinhosos,
doces e meigos. Seus maravilhosos nomes são: Fofa, Pitucha, Calma e Mimo. A minha
grande dúvida é a seguinte: Sou dono deles ou eles são meus donos?
Durante minha carreira como cientista, contabilizei centenas de artigos e dezenas
de livros, todos defendendo teses originais em Física e Matemática. Entre os livros que
cheguei a publicar destacam-se: “Teoria Matemática e Mecânica do Dinamismo”
(2002); “Teses da Física Clássica e Moderna” (2003); “Cálculo Seguimental” (2005);
“Artigos Matemáticos” (2006) e “Geometria Leandroniana” (2007), os quais são objetos
de discussões em vários grupos de pesquisas avançadas nas grandes universidades do
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país. Em teologia minhas principais obras publicadas são as seguintes: “Estudos
Bíblicos Avançados” (2006); “Exercícios de Estudos Bíblicos” (2008); “Profecias Sobre
o Tempo do Fim” (2009); “A Lei, o Sábado e o Domingo” (2010) e “Perguntas e
Respostas” (2011), os quais estão sendo empregados em pequenos grupos e classes
bíblicas. Muitas igrejas estão realizando seminários bem-sucedidos com o livro
“Profecias Sobre o Tempo do Fim” e “Exercícios de Estudos Bíblicos”.
No primeiro semestre de 2012, a convite do dedicado e carismático missionário
voluntário “Edson Felix”, tive a grata satisfação de realizar aos domingos, na igreja do
Jardim São Pedro, em César de Souza, durante um período de seis meses, um
enriquecedor seminário intitulado “Profecias Sobre o Tempo do Fim” baseado no meu
livro “Conflito Final”. Esse período foi estendido para mais seis meses. Mas agora com
a apresentação do seminário das doutrinas fundamentais das Escrituras Sagradas,
baseadas no meu livro intitulado “Exercícios de Estudos Bíblicos”.
Todas as minhas obras científicas e teológicas estão disponíveis a qualquer leitor
nos seguintes endereços eletrônicos:
http://centrodepesquisaleandrobertoldo.blogspot.com/
http://pesquisasbiblicas.blogspot.com/
No decorrer dos anos, em minha denominação religiosa, fui Secretário do
Ministério Pessoal, Tesoureiro, Professor da Escola Sabatina, Promotor de Literatura,
Professor da Classe de Visitas, Ancião e, atualmente, Coordenador de Classe Bíblica.
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Prefácio
“Na peleja a ser travada nos últimos dias estarão unidos, em oposição ao povo de
Deus, todos os poderes corruptos que apostataram da lealdade à lei de Jeová. Nessa peleja, o sábado do quarto
mandamento será o grande ponto em litígio”. (Eventos Finais, 124).
Ellen Gould White
As 90 razões para guardar o sábado foram produzidas entre os meses de
setembro a outubro de 2012. Naquele período procurei escrever em média dois textos
por dia. Como resultado dessa produção, o leitor poderá esclarecer suas principais
dúvidas sobre a questão do sábado.
Os comentários dos versículos estampados neste livro foram elaborados tendo
por base minha experiência como professor de curso bíblico preparatório para
candidatos ao batismo. Procurei desenvolver de forma abreviada algumas explanações
sobre as principais passagens bíblicas referentes ao sábado. Também procurei
apresentar ao leitor algumas outras passagens bíblicas que tem ligação imediata ou
mediata com os versículos bíblicos analisados.
A partir dos versículos bíblicos destacados no cabeçalho de cada texto do livro,
procurei tecer algumas breves considerações lógicas sobre o conteúdo da passagem
bíblica. Para isso, na medida do possível, empreguei uma linguagem clara e objetiva,
sempre procurando pautar-me pela sistemática da Bíblia Sagrada. Tudo isto com vista à
perfeita compreensão do leitor sobre o tema apresentado em cada versículo.
Nessa atividade, levei em consideração a rigorosa análise do contexto bíblico do
versículo considerado. Mesmo porque um comentário bíblico lúcido é simplesmente
uma paráfrase do texto bíblico selecionado. Porém, essa paráfrase deve limitar-se aos
parâmetros apresentados pelos próprios textos bíblicos analisados, sem perder de vista o
contexto sistemático das Escrituras Sagradas.
Portanto, o método de interpretação empregado nesta obra é chamado de
“Interpretação Autêntica Contextual”, no qual a passagem bíblica analisada é
interpretada pela própria Bíblia: “Vedes aqui, isto achei diz o pregador, conferindo uma
cousa com a outra para achar a causa” (Eclesiastes 7:27). “Porque é mandamento, sobre
mandamento, mandamento sobre mandamento, regra sobre regra, regra sobre regra: um
pouco aqui, um pouco ali” (Isaías 28:10). Destarte, a Bíblia Sagrada explica-se a si
mesma.
Para alcançar sucesso na empreitada proposta por este livro, foram selecionados
vários versículos bíblicos de grande expressão doutrinária e altamente precisos no
desenvolvimento dos temas apresentados.
Verdadeiramente, este livro representa um poderoso auxílio aos leitores que
desejam conhecer o que a Bíblia Sagrada tem a dizer sobre o dia do Senhor. Diante
disso, é meu sincero desejo que o leitor possa conhecer mais precisamente uma das
doutrinas fundamentais ensinadas nas Escrituras Sagradas.
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1ª Razão
DEUS ORDENOU A GUARDA DO SÁBADO NA CRIAÇÃO DO MUNDO.
“Assim os céus, e a terra e todo o seu exército foram acabados. E havendo Deus
acabado no dia sétimo a sua obra, que tinha feito, descansou no sétimo dia de toda a
sua obra, que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele
descansou de toda a sua obra, que Deus criara e fizera”. (Gênesis 2:1-3).
Deus abençoou e santificou o sétimo dia ainda estando na primeira semana da
criação. A santidade desse dia foi estabelecida pessoalmente por Deus, bem antes da
entrada do pecado no mundo, e muitos séculos antes da existência de qualquer judeu
sobre a face da Terra, razão pela qual o sábado foi dado por Deus em benefício de toda
a humanidade.
O sétimo dia da semana foi o único dia abençoado e santificado por Deus.
Nenhum outro dia, em qualquer outra época ou ocasião, recebeu tamanha distinção da
parte de Deus.
A palavra “santo” na língua hebraica é qadosh e em grego é hagio que,
etimologicamente, significam “ser separado”; mas, separado para propósito sagrado.
Não faria nenhum sentido Deus ter santificado o sétimo dia da semana caso ninguém
tivesse a obrigação moral de observá-lo.
O sábado não é preceito cerimonial. Ele não expia o pecado de ninguém, ainda
mais considerando que o sábado foi estabelecido bem antes da entrada do pecado no
mundo, o que demonstra claramente a sua natureza moral, e não cerimonial.
Como o sábado foi dado na criação do mundo, ele é universal e deve ser
observado por todos fieis filhos de Deus em qualquer época da história da humanidade.
2ª Razão
DEUS CONFIRMOU A GUARDA MORAL DO SÁBADO AO COLOCÁ-LO
COMO MANDAMENTO MORAL ENTRE OS DEZ MANDAMENTOS.
“Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás
toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus: não farás nenhuma
obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu
animal nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez
o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou:
portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou”. (Êxodo 20:8-11).
O Senhor Deus ratificou a benção e a santificação colocada sobre o sétimo dia
da semana – por ocasião da criação do mundo – ao incrustá-lo nas duas tábuas de pedra
do concerto, para fazer parte integrante dos Dez Mandamentos.
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O dia do sábado é um memorial da criação, haja vista que a razão dada por Deus
para sua observância foi que “em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo
que neles há, e ao sétimo dia descansou”.
O sábado nunca foi um dia qualquer entre sete, mas ele é especificamente o
sétimo dia da semana. Nem todos os dias são iguais, porque Deus fez questão de
distinguir o sétimo dia da semana dos demais ao descansar, abençoar e santificar o dia
do sábado. Destarte, nem todos os dias são santos, porque Deus santificou com
exclusividade absoluta somente o sétimo dia da semana, e nenhum outro dia.
Como o sábado integra os Dez Mandamentos, ele tem um caráter universal,
tanto quanto os demais. O sábado é um mandamento moral, tanto quanto são os demais
mandamentos do decálogo. Sua obrigação é perpétua e deve ser observada em todas as
épocas pelos sinceros filhos de Deus.
3ª Razão
FOI DEUS QUEM ESCOLHEU O SÉTIMO DIA DA SEMANA COMO DIA DE
DESCANSO.
“Seis dias farás os teus negócios, mas ao sétimo dia descansarás: para que
descanse o teu boi, e o teu jumento; e para que tome alento o filho da tua escrava, e o
estrangeiro”. (Êxodo 23:12).
Em sua infinita soberania, Deus escolheu o sétimo dia da semana como um dia
de descanso das atividades seculares. Esse dia foi estabelecido na fundação do mundo
em benefício de toda a humanidade, razão pela qual Jesus disse que “o sábado foi feito
por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” (Marcos 2:27). Como dia de
repouso indicado pelo próprio Deus e ratificado por Jesus Cristo, o sábado deve ser
observado por todos os santos do Altíssimo.
Em seu ciclo biológico, tanto os homens como os animais necessitam de um
repouso a cada período de atividade cotidiana ordinária de seis dias. Esse repouso do
trabalho secular é necessário para que todos os homens possam descansar e tomar
alento, restaurando as suas energias física, mental e espiritual.
A benção do sábado não foi colocada sobre nenhum outro dia da semana, razão
pela qual unicamente o descanso no sábado é abençoado pelo Senhor. Não adianta
descansar em qualquer outro dia da semana porque a benção do Senhor não foi colocada
em tal dia.
“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; bom entendimento tem todos os
que lhe obedecem” (Salmos 111:10). Aqueles que temem ao Senhor repousarão no
sétimo dia da semana, dia em que o Senhor escolheu para sagrado repouso, inclusive o
próprio Senhor descansou, abençoou e santificou o dia do sábado.
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4ª Razão
FOI DEUS QUEM ELEGEU O SÁBADO COMO DIA DE CULTO DIVINO.
“Seis dias obra se fará, mas ao sétimo dia será o sábado do descanso, santa
convocação; nenhuma obra fareis; sábado do Senhor é em todas as vossas habitações”.
(Levítico 23:3).
Foi o Senhor Deus quem estabeleceu o sétimo dia da semana como sábado: “ao
sétimo dia será o sábado”. Destarte, o sábado não pode ser o primeiro dia da semana, ou
o segundo, terceiro, quarto, quinto ou sexto dia. Os judeus, Jesus e os apóstolos jamais
entenderam que o sábado poderia ser qualquer outro dia, a não ser o sétimo dia da
semana.
O Senhor estabeleceu o sábado como um dia de “santa convocação”. Nesse dia
nenhuma obra secular deve ser realizada. A palavra “convocação” tem o significado de
“chamado”, “convite”. É claro que esse chamado tem uma finalidade especial. Não se
trata de uma convocação qualquer, mas sim de uma “santa convocação” da parte de
Deus. Como a palavra “santo” tem o significado de “ser separado” para propósito
sagrado, então a “santa convocação” no dia do sábado tem o significado especial de
separar uma convocação para propósito sagrado, o que nada mais é do convocar os
filhos de Deus para uma reunião religiosa.
Está claro que o sábado é o dia em que os filhos de Deus cessam as suas
atividades seculares para cultuar a divindade. Após o encerramento da “santa
convocação”, a reverência pela santidade do sábado deve continuar em todas as
habitações dos fieis. Em suas casas não devem realizar nenhuma atividade profana que
venha comprometer a santidade das horas sagradas do santo sábado do Senhor.
5ª Razão
DEUS ESCREVEU OS DEZ MANDAMENTOS COM SEU PRÓPRIO DEDO
PARA DESTACAR A IMPORTÂNCIA DESSA LEI.
“E deu a Moisés (quando acabou de falar com ele no monte de Sinai) as duas
tábuas do testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus”. (Êxodo 31:18).
Os Dez Mandamentos procederam diretamente das mãos do Senhor Deus.
Porém, as leis civis, criminais e cerimoniais foram escritas diretamente pelas mãos de
Moisés, que se encontrava sob inspiração divina.
A importância dos Dez Mandamentos é tamanha que a Moisés não foi permitido
escrevê-los. Isto aconteceu para que a observância desses dez preceitos não viesse a ser
questionada pelos pecadores como produto da mente humana, e também para que
autoridade legislativa da divindade não pudesse ser usurpada pelos homens.
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Foi Deus quem fez questão de escrever pessoalmente os Dez Mandamentos. As
Escrituras Sagradas registram claramente que o Senhor os escreveu com o Seu próprio
dedo em duas tábuas de pedra.
Os Dez Mandamentos eram tão importantes e necessários na vida dos crentes,
que o Senhor Deus os escreveu pessoalmente por duas vezes, e nas duas vezes os
escreveu em tábuas de pedra. Nessas duas vezes o Senhor não confiou ao homem a
escrituração dos Dez Mandamentos.
Algum tempo depois, quando Moisés estava registrando as leis civis, criminais e
cerimoniais, bem como os fatos históricos ocorridos entre o povo, é que ele foi
divinamente inspirado a “transcrever” os Dez Mandamentos para o Livro da Lei, onde
se encontram registrados em Êxodo 20:3-17.
6ª Razão
DEUS ESCULPIU OS DEZ MANDAMENTOS EM TÁBUAS DE PEDRA PARA
INDICAR A SUA ETERNIDADE.
“E aquelas tábuas eram obra de Deus; também a escritura era a mesma escritura de
Deus, esculpida nas tábuas”. (Êxodo 32:16).
Tanto as duas tábuas de pedra, quanto o conteúdo dos mandamentos, cuja
escritura estava esculpida naquelas tábuas, não eram obras de Moisés, mas “eram obra
de Deus”.
Esse fato é mais do que suficiente para demonstrar a importância dos Dez
Mandamentos, que se destacam sobre todas as demais leis escritas por Moisés em livros
de pergaminho ou papiro.
É extremamente significativo destacar que os Dez Mandamentos foram
esculpidos pessoalmente pelo dedo de Deus em duas tábuas de pedra para indicar a sua
tremenda importância e sua eternidade.
A História Universal mostra que os antigos egípcios procuraram eternizar-se
registrando os seus feitos nas pedras. Com esse propósito, construíram as grandes
pirâmides e escreveram a sua história esculpindo-a nas pedras, a qual permanece
registrada até aos dias de hoje. Por outro lado, os israelitas viveram como escravos nas
terras do Egito por quase cinco séculos. Gerações após geração ficaram conscientizadas
e com as mentes impregnadas com conceito egípcio de que toda escrita em pedra é para
sempre.
Foi por essa razão que Deus escreveu os Dez Mandamentos em pedra, visando
mostrar ao povo que aqueles mandamentos de origem divina deveriam ser observados
por todos em todas as épocas e para sempre.
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7ª Razão
DEUS ANUNCIOU, PRESCREVEU E ESCREVEU OS DEZ MANDAMENTOS
EM DUAS TÁBUAS DE PEDRA PARA DISTINGUI-LOS DAS DEMAIS LEIS.
“Então vos anunciou ele o seu concerto que vos prescreveu, os dez
mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra”. (Deuteronômio 4:13).
É a própria Bíblia Sagrada quem intitula o escrito das duas tábuas de pedra
como sendo “Dez Mandamentos”. Ela repete esse título por mais duas vezes (Êxodo
34:28; Deuteronômio 10:4).
Esses mandamentos são tão importantes que Deus não confiou a sua escrita a
Moisés. Mas fez questão de escrevê-los pessoalmente com o seu próprio dedo em duas
tábuas de pedra, e o fez por duas vezes. Com tal atitude o Senhor procurou distinguir os
Dez Mandamentos de todas as demais leis dadas ao povo por intermédio do ministério
de Moisés.
Os Dez Mandamentos representam a materialização institucional do amor a
Deus e do amor ao próximo.
A apresentação dos Dez Mandamentos ao mundo foi tão importante que na sua
tramitação esteve envolvida quatro processos distintos: Primeiro, o Senhor os
“prescreveu”. Segundo, o Senhor os “anunciou” a todos. Terceiro, o Senhor os
“escreveu” em duas tábuas de pedra. Quarto, Moisés copiou os Dez Mandamentos para
o Livro da Lei.
Entre os vários concertos feitos pelo Senhor Deus, no decorrer da história, com
várias pessoas notáveis, os Dez Mandamentos figura como um dos principais. Esses
mandamentos representam o Concerto do Senhor com todos crentes que desejam servir
a Deus com uma vida santificada na verdade pela fidelidade a Deus.
8ª Razão
A LEI ERA A MESMA TANTO PARA OS JUDEUS COMO PARA OS
GENTIOS CONVERTIDOS.
“Um mesmo estatuto haja para vós, ó congregação, e para o estrangeiro que
entre vós peregrina, por estatuto perpétuo nas vossas gerações; como vós, assim será o
peregrino perante o Senhor. Uma mesma lei e um mesmo direito haverá para vós e
para o estrangeiro que peregrina convosco”. (Números 15:15-16).
Deus estabeleceu explicitamente que deveria haver um “mesmo estatuto”, uma
“mesma lei” e um “mesmo direito”, tanto para os judeus quanto para os gentios que
viviam no meio do povo de Deus.
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Claramente o Senhor disse o seguinte: “Uma mesma lei haja para o natural, e
para o estrangeiro que peregrinar entre vós”. (Êxodo 12:49).
Diante do exposto está mais do que evidente que os gentios convertidos ou não
nunca foram excluídos de obedecer todas as leis divinas. Eles sempre tiveram as
mesmas obrigações, deveres e direito que tinham os filhos de Israel.
Portanto, pode-se concluir que nenhuma das leis divinas foi dada exclusivamente
para o povo judeu e ninguém mais. A Bíblia Sagrada não estabelece essa exclusividade,
mas as Escrituras são claras, claríssimas em mostrar que os gentios sempre tiveram a
obrigação de guardar todas as leis divinas que estavam em vigor naquela época,
inclusive observando todos os Dez Mandamentos.
Nem poderia ser de outra forma, “pois o Senhor vosso Deus é o Deus dos
deuses, e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e terrível, que não faz
acepção de pessoas, nem aceita recompensas” (Deuteronômio 10:17).
9ª Razão
TANTO JUDEUS QUANTO GENTIOS DE TODAS AS CLASSES SOCIAIS
ENTRARAM NO CONCERTO DO SENHOR.
“Vós todos estais hoje perante o Senhor vosso Deus: os cabeças de vossas
tribos, vossos anciãos, e os vossos oficiais, todo o homem de Israel. Os vossos meninos,
as vossas mulheres, e o estrangeiro que está no meio do teu arraial; desde o rachador
da tua lenha até ao tirador da tua água. Para que entres no concerto do Senhor teu
Deus, e no seu juramento que o Senhor teu Deus hoje faz contigo”. (Deuteronômio
29:10-12)
Todas as classes sociais existentes dentro da jurisdição israelita, tais como
aqueles que eram cabeças das doze tribos, anciãos, oficiais, homens, mulheres, meninos,
rachadores de lenha, tiradores de água e até mesmo os estrangeiros que são os gentios,
foram convocadas para entrar no pacto ou concerto do Senhor Deus.
Portanto, está claro que o pacto ou concerto do Senhor não foi feito
exclusivamente com povo israelita e ninguém mais. A Bíblia Sagrada não ensina tal
heresia. Mas, as Escrituras ensinam que o concerto do Senhor foi feito com todos os
crentes, posto que até mesmo os gentios jamais foram excluídos do concerto do Senhor
Deus.
Diante dos versículos bíblicos supramencionados ficou perfeitamente
comprovado que o concerto do Senhor é universal. Sob a perspectiva da Bíblia Sagrada,
esse concerto abrange tanto judeus quanto gentios convertidos às verdades reveladas na
Palavra do Senhor.
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10ª Razão
TANTO OS JUDEUS QUANTO OS GENTIOS ESTAVAM OBRIGADOS A
PRATICAR AS PALAVRAS DA LEI.
“Ajunta o povo, homens, e mulheres, e meninos e os teus estrangeiros que estão
dentro das tuas portas, para que ouçam, e aprendam e temam ao Senhor vosso Deus, e
tenham cuidado de fazer todas as palavras desta lei”. (Deuteronômio 31:12).
Em várias ocasiões o povo de Deus era regularmente convocado pelas
autoridades civis e sacerdotais para ouvir, aprender e a temer ao Senhor Deus. Também
lhes era ensinado a serem cuidadosos em praticar todas as palavras do Livro da Lei.
O importante nesse versículo é mostrar que tanto quanto os filhos de Israel, os
gentios jamais foram excluídos de observar qualquer preceito divino expresso nas
palavras registradas no Livro da Lei.
Sem uma maior compreensão a respeito dos ensinos das Escrituras Sagradas,
algumas pessoas supõem que os gentios não tinham nenhuma obrigação de observar as
leis dadas ao povo de Deus.
Porém, a grande verdade é que as Escrituras Sagradas mostram que esses
expositores estão totalmente equivocados. Elas mostram que os gentios convertidos à
verdade tinham sim, a obrigação de praticar todas as palavras registradas no Livro da
Lei, e não somente os judeus.
Os gentios tanto quanto os judeus eram convocados “para que ouçam, e
aprendam e temam ao Senhor vosso Deus, e tenham cuidado de fazer todas as palavras
desta lei”.
11ª Razão
O CONCERTO NÃO FOI DADO SOMENTE PARA OS QUE OUVIRAM E
ACEITARAM OS TERMOS DO PACTO NO DIA QUE FOI ANUNCIADO.
“E não somente convosco faço este concerto e este juramento. Mas com aquele
que hoje está aqui em pé conosco perante o Senhor nosso Deus, e com aquele que hoje
não está aqui conosco”. (Deuteronômio 29:14-15).
O concerto que Deus fez com o Seu povo não se limitava exclusivamente aos
que ouviram e aceitaram os termos do concerto no dia em que foi pronunciado e depois
escrito no Monte Sinai.
Segundo o explícito ensino das Escrituras Sagradas o concerto do Senhor nosso
Deus também abrangia todas as gerações futuras do povo de Deus, tanto a dos gentios
quanto à dos filhos de Israel.
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Isso é muito claro, haja vista que tanto os filhos de Israel quanto os gentios
foram convocados para entrar “no concerto do Senhor teu Deus” (Deuteronômio 29:10-
12). Além disso, esse concerto também estava incluindo “aquele que hoje não está aqui
conosco”. (Deuteronômio 29:15).
Esse versículo bíblico é significativo porque alguns dizem que o concerto tinha
validade somente para os filhos de Israel que ouviram e aceitaram os termos do pacto.
Nada mais equivocado. Pela Bíblia Sagrada, o concerto também teria validade para
todos que não estiveram presentes e não ouviram os termos do pacto no dia em que foi
anunciado.
Diante do exposto, conclui-se que concerto divino não foi feito exclusivamente
com aquele que estava presente no dia em que foi anunciado por Deus, mas também foi
feito “com aquele que hoje não está aqui conosco”.
12ª Razão
O SÁBADO OU QUALQUER OUTRO PRECEITO DA LEI JAMAIS FOI DADO
EXCLUSIVAMENTE PARA OS FILHOS DE ISRAEL.
“E aos filhos dos estrangeiros, que se chegarem ao Senhor, para o servirem, e
para amarem o nome do Senhor, sendo deste modo servos seus, todos os que
guardarem o sábado, não o profanando, e os que abraçarem o meu concerto. Também
os levarei ao meu santo monte, e os festejarei na minha casa de oração; os seus
holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar, porque a minha casa será
chamada casa de oração para todos os povos”. (Isaías 56:6-7).
Os gentios convertidos que “se chegarem ao Senhor, para o servirem, e para
amarem o nome do Senhor”, além de terem a obrigação de guardar o sábado, também
poderiam abraçar o concerto do Senhor.
Diante do exposto, está claro que o sábado não faz parte de um pacto exclusivo
entre Deus e os filhos de Israel e ninguém mais, haja vista que até mesmo os gentios
convertidos tinham que guardar “o sábado, não o profanando”, bem como abraçando o
concerto do Senhor.
Antes da cruz os gentios convertidos eram festejados na casa de oração do
Senhor e os holocaustos e sacrifícios oferecidos pelos gentios eram aceitos no altar do
Senhor.
Antes da cruz a expiação dos pecados estava fundamentada no sangue de
animais. Essa regra tinha validade tanto para os filhos de Israel quanto para os gentios
convertidos. Após a cruz a expiação de pecados passou a ser pelo no sangue de Cristo.
Essa regra tem validade tanto para os filhos de Israel quanto para os gentios
convertidos.
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13ª Razão
O SÁBADO FOI DADO NA FUNDAÇÃO DO MUNDO E CONTINUARÁ PARA
SEMPRE SENDO LEMBRADO NA NOVA TERRA.
“Porque, como os céus novos, e a terra nova, que hei de fazer, estarão diante da
minha face, diz o Senhor, assim há de estar a vossa posteridade e o vosso nome. E será
que desde uma lua nova até à outra, e desde um sábado até ao outro, virá toda a carne
a adorar perante mim, diz o Senhor”. (Isaías 66:22-23)
Os versículos apresentados por Isaías estão claramente anunciando
acontecimentos vindouros. Nesses versículos Isaías profetiza a futura obra do Senhor
em restaurar os Céus e a Terra: “como os céus novos, e a terra nova, que hei de fazer,
estarão diante da minha face, diz o Senhor”. A profecia do Novo Céu e Nova Terra está
disseminada por toda extensão das Escrituras Sagradas (Isaías 65:17; II Pedro 3:13;
Apocalipse 21:1).
Em seguida o Senhor faz referência àqueles que serão ressuscitados para a vida
eterna: “assim há de estar a vossa posteridade e o vosso nome” (diante da minha face).
Sobre a ressurreição declara Isaías: “Os teus mortos viverão, os teus mortos
ressuscitarão; despertai e exultai, os que habitais no pó, porque o teu orvalho será como
o orvalho das ervas, e a terra lançará de si os mortos” (Isaías 26:19).
A seguir o Senhor faz alusão à adoração que receberá de toda a carne,
representada por todos os salvos de todas as épocas. Ele será adorado mensalmente:
“desde uma lua nova até à outra” e semanalmente: “desde um sábado até ao outro”.
Na nova Terra, a semana continuará tendo sete dias. O sábado será lembrado
para sempre, por todos os salvos, como um marco semanal na adoração do nosso
Criador e Redentor.
14ª Razão
CRISTO ENSINOU AOS SEUS OUVINTES SOBRE A NECESSIDADE DO
CRISTÃO OBSERVAR OS MANDAMENTOS.
“Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu porém, vos digo
que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu
adultério com ela”. (Mateus 5:27-28).
Nessa passagem bíblica, Jesus Cristo citou dois mandamentos esculpidos no
Decálogo – “adultério” e “cobiça” – visando ensinar três coisas fundamentais à vida do
cristão:
Primeira, Jesus mostrou que estava se referindo aos Dez Mandamentos ao
mencionar dois mandamentos do Decálogo.
16 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
Segunda, o Senhor mostrou que a lei é espiritual, alcançando até mesmo as
intenções do coração do ser humano.
Terceira, Jesus foi totalmente apreciativo para com a lei, então ela tem a
aprovação divina e deve observada por todos os Seus discípulos.
Longe de pensar na abolição da lei, Jesus ampliou-lhe o sentido e aplicação,
ensinando aos Seus ouvintes que a lei alcança até mesmo os desejos mais profundos do
coração humano, e não apenas um comportamento exterior.
Supondo que a lei dos Dez Mandamentos tenha sido abolida, então porque Jesus
preocupou-se em ensinar aos Seus ouvintes a praticar os mandamentos dessa lei de uma
maneira mais profunda e rigorosa do que vinha até então sendo observada?
A resposta para essa pergunta é muito simples e única: Cristo jamais teve a
intenção de anular a lei ou qualquer um de seus mandamentos morais.
15ª Razão
CRISTO VINCULOU A VIDA ETERNA À GUARDA DOS MANDAMENTOS
DA LEI MORAL.
“Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos. Disse-lhe ele:
Quais? E Jesus disse: Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás
falso testemunho. Honra teu pai e tua mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo”.
(Mateus 19:17-19).
Jesus afirmou ao jovem rico que para entrar na vida eterna é necessário guardar
os mandamentos. Para mostrar que estava se referindo aos Dez Mandamentos, o Senhor
citou cinco mandamentos do Decálogo. Esses mandamentos têm relação com a
materialização do nosso amor para com o nosso próximo. Foi por isso que Jesus
acrescentou: “e amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Jesus deixou claro que os Seus
seguidores precisam guardar os mandamentos da Lei Moral, mostrando que eles
continuam vigorando.
Alguns supõem que os cristãos não precisam guardar o sábado porque Jesus não
citou tal mandamento. Então, conforme a referida suposição, os cristãos podem servir
outros deuses, venerar imagens e usar o nome de Deus em vão, simplesmente porque
Jesus também não citou tais mandamentos ao jovem rico. Para um bom entendedor,
meia palavra basta. A lista de Jesus é exemplificativa e não taxativa.
Os primeiros quatro mandamentos do Decálogo materializam o nosso amor a
Deus e os seis últimos o nosso amor ao próximo. Mas, por que Jesus não apresentou os
demais mandamentos do Decálogo ao jovem? Eis como a Bíblia Sagrada responde a
essa pergunta: “Se alguém diz: Eu amo a Deus, e aborrece a seu irmão, é mentiroso.
Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?”
(I João 4:20).
17 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
16ª Razão
SABENDO QUE OS CRISTÃOS ESTARIAM GUARDANDO O SÁBADO
QUARENTA ANOS APÓS A SUA RESSURREIÇÃO, CRISTO ORIENTOU-OS
A ORAREM PARA QUE SUA FUGA DE JERUSALÉM NÃO OCORRESSE NO
SÁBADO.
“E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado”.
(Mateus 24:20).
Sabendo que os cristãos estariam cultuando no sábado, mesmo depois de
decorridas várias décadas de Sua ressurreição, Jesus orientou-os a orarem para que a sua
fuga da destruição da cidade de Jerusalém não acontecesse “no inverno nem no sábado”.
Caso a fuga dos cristãos ocorresse no inverno muitos morreriam devido o rigor
do frio. Se a fuga de Jerusalém ocorresse no sábado, muitos pereceriam, porque vindo
de todas as localidades da Judéia para adorar em Jerusalém no sábado, seriam cercados
e massacrados pelo exército invasor.
A suposição de que os cristãos deveriam orar para que a sua fuga não ocorresse
no sábado porque as portas de Jerusalém ficavam fechadas nesse dia não tem o menor
sentido, haja vista que a aproximação do exército invasor em qualquer dia da semana
teria igualmente levado as autoridades judaicas fecharem as portas de Jerusalém.
A profecia de Cristo cumpriu-se 40 anos após a Sua ressurreição. No ano 70
d.C., a cidade de Jerusalém foi totalmente cercada e destruída pelo exército romano
comandado por Tito Vespasiano. Nenhum cristão pereceu no cerco, haja vista que a
destruição de Jerusalém não ocorreu num sábado e, portanto, os cristãos não estavam
concentrados em Jerusalém para adorar no Templo (Lucas 24:52-53).
17ª Razão
PARA DAR EXEMPLO A TODOS, CRISTO TINHA O COSTUME DE
CULTUAR AOS SÁBADOS.
“E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o
seu costume, na sinagoga, e levantou-se para ler”. (Lucas 4:16).
Jesus Cristo nasceu em Belém (Mateus 2:1), mas foi criado na cidade de Nazaré
(Mateus 2:22). Longe de ensinar ou insinuar a abolição do sábado, Jesus tinha o
“costume” de cultuar aos sábados.
O Senhor Jesus frequentava as reuniões religiosas aos sábados em obediência ao
mandamento divino que ordena a santificação do sábado semanal (Êxodo 20:8) com a
realização de uma santa convocação (Levítico 23:3).
18 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
O culto religioso era realizado na igreja, conhecida pelo nome de sinagoga, que
passaram a proliferar no território judeu após o término do cativeiro babilônico, bem
como nas comunidades judaicas da diáspora.
O “costume” é definido como uma norma de conduta não escrita caracterizada
pela prática reiterada de um ato com o sentido de sua obrigatoriedade. Dentro dessa
linha de definição, Jesus Cristo observava o sábado reiteradamente, estando
perfeitamente consciente de que era uma atividade obrigatória para todos.
No sábado Jesus participava das atividades realizadas durante o culto divino.
Realizava a leitura da Palavra de Deus (Lucas 4:16-17), ensinava aos interessados
(Marcos 1:21; 6:2; Lucas 4:31; 6:6; 13:10), aliviava o sofrimento dos enfermos porque é
lícito fazer bem nos sábados (Mateus 12:12).
Portanto, longe de denegrir o sábado, Jesus o exaltava santificando esse dia nos
cultos religiosos realizados nas sinagogas.
18ª Razão
OS PRIMEIROS CRISTÃOS GUARDAVAM O SÁBADO DO SENHOR.
“E as mulheres, que tinham vindo com ele da Galiléia, seguiram também e
viram o sepulcro, e como foi posto o seu corpo. E, voltando elas, prepararam
especiarias e unguentos, e no sábado repousaram, conforme o mandamento”. (Lucas
23:55-56).
A Lei Cerimonial de expiação de pecados pelo holocausto de animais cessou
definitivamente com a morte de Cristo. Mas, o Decálogo continuou vigorando. Tanto é
verdade, que os discípulos de Jesus continuaram observando o sábado, conforme manda
o quarto mandamento da Lei Moral.
As mulheres que seguiram a Jesus desde a Galiléia, testemunharam a
crucificação do Senhor; presenciaram a retirada do corpo de Jesus da cruz e
acompanharam o féretro, conduzido por José de Arimatéia e Nicodemos, até o sepulcro.
Após o funeral aquelas santas mulheres retornaram para o local onde estavam
hospedadas e prepararam especiarias e unguentos com a intenção de ungir o corpo de
Jesus Cristo.
Ocorre que, com o pôr do sol daquele dia, começou a fluir as horas sagradas do
sábado. Então as santas mulheres cessaram as suas atividades e repousaram, conforme
determina o quarto mandamento do Decálogo.
Caso Jesus tenha transgredido o sábado e ensinado a outros fazerem o mesmo,
então Ele esqueceu-se de avisar aquelas santas mulheres, pois elas demonstraram nada
saber a respeito de uma suposta abolição do sábado. Muito pelo contrário, elas
demonstraram ter grande respeito pelo dia do sábado. Isto indica claramente que aquelas
mulheres jamais foram ensinadas a menosprezar o santo sábado do Senhor.
19 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
19ª Razão
TANTO QUANTO OS JUDEUS, O APÓSTOLO PAULO TAMBÉM
GUARDAVA O SÁBADO.
“E, saídos os judeus da sinagoga, os gentios rogaram que no sábado seguinte
lhes fossem ditas as mesmas coisas. E no sábado seguinte ajuntou-se quase toda a
cidade a ouvir a palavra de Deus”. (Atos 13:42 e 44).
Paulo e Barnabé observaram o sábado juntamente com judeus e gentios na
sinagoga da cidade de Antioquia. Ao final do culto divino os dirigentes da sinagoga
deram oportunidade para Paulo e Barnabé anunciarem alguma palavra de conforto aos
membros daquela sinagoga. Então Paulo aproveitou a oportunidade para anunciar o
evangelho aos judeus e aos gentios que se encontravam congregados.
Os gentios manifestaram grande interesse pela mensagem pregada pelo apóstolo
Paulo. Ao final da pregação, os judeus retiraram-se da sinagoga, mas os gentios
solicitaram que Paulo pregasse as mesmas mensagens no sábado seguinte. O entusiasmo
gerado pela pregação de Paulo foi tão grande que os gentios daquela sinagoga, durante a
semana, fizeram uma enorme propaganda por toda a cidade. O resultado foi que, no
sábado seguinte, quase todos os gentios de Antioquia estavam reunidos para ouvir a
Palavra de Deus.
O apóstolo Paulo nada anunciou aos gentios sobre a necessidade do cristão
cultuar no domingo, a não ser cultuar no sábado. Nada ensinou sobre a santificação do
domingo, mesmo porque toda cidade ajuntou-se para ouvir a “Palavra de Deus”. Ora, a
Palavra de Deus ensina claramente a observância do sábado e não a observância do
domingo. No caso de dúvida, a regra é a seguinte: No silêncio das Escrituras Sagradas
compreende-se que prevaleceu a situação consolidada no mandamento do sábado.
20ª Razão
MESMO EM LOCAIS ONDE NÃO HAVIA JUDEUS OU SINAGOGA, PAULO
FAZIA QUESTÃO DE GUARDAR O SÁBADO COM OS GENTIOS.
“E dali para Filipos, que é a primeira cidade desta parte da Macedônia, e é
uma colônia; e estivemos alguns dias nesta cidade. E no dia de sábado saímos fora das
portas, para a beira do rio, onde julgávamos ter lugar para oração; e, assentando-nos,
falamos às mulheres que ali se ajuntaram”. (Atos 16:12-13).
Alguns, inadvertidamente, supõem que o apóstolo Paulo não guardava o
sábado, mas que apenas aproveitava a oportunidade para evangelizar os judeus que
cultuavam nesse dia na sinagoga. Porém, não é esse o ensino bíblico.
20 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
Em suas viagens missionárias, Paulo chegou numa cidade gentílica chamada
“Filipos”, localizada na Macedônia. Essa cidade estava em fase de colonização. Nela
não havia sinagogas ou judeus, mas somente os colonizadores gentios.
Supondo que Paulo não guardava o sábado, então ele não teria nenhum motivo
para cultuar nesse dia. Porém, após permanecerem alguns dias naquela cidade,
finalmente chegou o fim de semana com o sábado. Mas, devido às intensas atividades
dos colonizadores, não havia um lugar propício para a “santa convocação” do sábado.
Assim, Paulo e sua equipe missionária, saíram pelas portas do muro da cidade à procura
de um local sossegado para oração e culto religioso com vista à santificação do sábado,
conforme determina o quarto mandamento do Decálogo.
Essa passagem bíblica é muito clara em mostrar que Paulo e sua equipe
constituída por missionários cristãos guardavam o sábado entre os gentios, mesmo em
locais onde não havia nenhum judeu ou qualquer sinagoga.
21ª Razão
A LEI NÃO FOI DADA AO HOMEM COMO MÉTODO DE SALVAÇÃO.
“Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em
Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé de
Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será
justificada”. (Gálatas 2:16).
A justificação do pecador não vem pelas obras da lei porque a lei não foi dada
como método de salvação. A lei não possui a virtude para salvar o homem da morte
eterna. Ela não tem poder para perdoar os pecados. A lei não pode salvar porque ela não
tem sangue para ser vertido em benefício dos pecadores, haja vista que “sem
derramamento de sangue não há remissão” (Hebreus 9:22).
Os homens são justificados unicamente pela “fé em Jesus Cristo”, mas com o
fundamento da “fé de Cristo”. “Porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será
justificada”.
Nenhum homem poderá ser salvo com pelas obras da lei. Porem, ninguém
poderá ser salvo sem obedecer à lei “porque o pecado é a transgressão da lei” e “o
salário do pecado é a morte” (I João 3:4; Romanos 6:23). À mulher adultera Cristo
disse: “Vai-te, e não peques mais” (João 8:11).
Aos que seguem a Cristo está escrito: “Se queres, porém, entrar na vida, guarda
os mandamentos” (Mateus 19:17) porque “os que praticam a lei hão de ser justificados”
(Romanos 2:13).
A Bíblia Sagrada não contém contradições. As contradições encontram-se nas
interpretações dos homens que, “querendo ser doutores da lei, e não entendendo nem o
que dizem nem o que afirmam”. (I Timóteo 1:7).
21 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
22ª Razão
A LEI NÃO SALVA NINGUÉM PORQUE A SUA FUNÇÃO CONSISTE EM
MOSTRAR AO HOMEM O QUE DEUS CONSIDERA PECADO.
“Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque
pela lei vem o conhecimento do pecado”. (Romanos 3:20).
Nenhum ser humano obterá perdão dos seus pecados diante do Senhor
simplesmente por obedecer à Lei de Deus. A lei não possui eficácia para salvar qualquer
homem. Ninguém será justificado praticando as obras da lei.
O que a Bíblia Sagrada revela é que o homem é salvo unicamente pela graça,
mediante a fé e julgado pelas obras. A graça é o favor divino concedido à imerecida
humanidade pelos méritos da morte de Cristo Jesus. A fé é a plena convicção de que a
graça é suficiente para salvar aquele que deseja ter a vida eterna. Finalmente, todos são
julgados pelas obras porque “a fé sem obras é morta” (Tiago 2:26).
Muito embora a Lei de Deus não tenha sido dada aos homens como “método” de
salvação, ainda assim ela possui uma função. Sua função fundamental consiste em
trazer à consciência do homem o conhecimento do pecado. Este conceito da lei é tão
importante que Paulo foi levado a declarar: “Eu não conheci o pecado senão pela lei;
porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás”.
(Romanos 7:7). Em outras palavras, Paulo não teria conhecimento do pecado se a lei
não informasse o que o Senhor Deus considera pecado.
A verdade é que a lei não salva ninguém, mas ninguém que tenha aceitado a
graça poderá ser salvo sem observar a lei, porque o pecado é a transgressão da lei e o
salário do pecado é a morte eterna do pecador, estando ou não debaixo da graça.
23ª Razão
PAULO ENSINA QUE A FÉ NÃO ANULA A LEI, MAS PELO CONTRÁRIO, A
FÉ ESTABELECE A LEI NA VIDA DO CRISTÃO.
“Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a
lei”. (Romanos 3:31).
Na passagem bíblica em consideração, o apóstolo Paulo faz uma pergunta
retórica: “Anulamos, pois, a lei pela fé?” E, ele mesmo responde: “De maneira
nenhuma”.
Paulo mostra claramente que a fé não é incompatível com a observância da lei.
Seu ensino salutar é que a fé do cristão não anula a prática dos Dez Mandamentos. O
que é anulado pela fé no sangue remidor de Cristo é o pecado, e não a lei. A lei
simplesmente aponta para o pecado, mas ela mesma e sua observância não são pecado.
22 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
Eis o que diz o apóstolo Paulo: “Que diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum
(Romanos 7:7).
A fé e as obras da lei andam de mãos dadas. A fé sem as obras é morta e as obras
sem a fé é legalismo. Uma fé verdadeiramente viva é aquela acompanhada de obras. Eis
a razão pela qual a fé não anula a lei, mas na realidade a lei é estabelecida na vida de fé
do cristão.
Antes de sua conversão, o homem vive na transgressão da lei: Ele desonra pai e
mãe, comete adultério, furta, diz falso testemunho, cobiça etc. Porém, quando esse
homem se converte na fé de Cristo, ele passa a andar em novidade de vida. Agora, mais
do que nunca, a lei é estabelecida em sua natureza espiritual. A partir de sua conversão,
mais do que nunca, o homem passará a cumprir os mandamentos da lei: “Não matarás,
não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho, honra teu pai e tua
mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 19:18-19).
24ª Razão
TODOS QUE NASCERAM DE NOVO GUARDAM OS ESTATUTOS E JUÍZOS
DIVINOS.
“E vos darei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei
o coração de pedra da vossa carne, e vos darei um coração de carne. E porei dentro de
vós o meu espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e
os observeis”. (Ezequiel 36:26-27).
Todos que nascem de novo recebem da parte de Deus um “coração novo” e
passam a andar em novidade de vida. O Senhor Deus também implanta um “espírito
novo” e todos que nasceram de novo manifestam em seu viver uma natureza espiritual,
que até então não possuíam.
A promessa divina para aquele que nascer de novo é que o Senhor tirará o seu
“coração de pedra”, que caracterizava a sua natureza carnal, que andava em rebelião
contra a vontade do Senhor. No lugar do “coração de pedra” o Senhor dará ao que
nascer de novo um “coração de carne”, que caracterizará a nova natureza do crente,
tornando-o um ser humano mais sensível ao sofrimento do próximo.
O Senhor Deus também promete que colocará dentro daquele que nascer de
novo o Seu Espírito. Somente nessas condições aquele que nascer de novo passará a
andar observando os estatutos e juízos divinos, “porquanto a inclinação da carne é
inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser.
Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus”. (Romanos 8:7-8).
A lei de Deus é espiritual, e por ser espiritual, ela é escrita no coração do crente.
Eis o que diz a Bíblia Sagrada: “Porei as minhas leis no seu entendimento, e em seu
coração as escreverei” (Hebreus 8:10). Todo aquele que nasceu de novo tem a lei de
Deus em seu coração.
23 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
25ª Razão
OS CRISTÃOS QUE ESTÃO DEBAIXO DA GRAÇA DIVINA E QUE
PRATICAM A LEI HÃO DE SER JUSTIFICADOS.
“Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus: mas os que praticam
a lei hão de ser justificados”. (Romanos 2:13).
Paulo afirma que os cristãos que ouvem a lei, mas não a pratica, são injustos
diante de Deus. Porém, os que a praticam, hão de ser justificados. “Todo aquele, pois,
que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelha-lo-ei ao homem prudente, que
edificou a sua casa sobre a rocha. E aquele que ouve estas minhas palavras, e as não
cumpre, compara-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia”
(Mateus 7:24 e 26).
Em várias passagens bíblicas Paulo ensina que o homem é justificado
unicamente pela graça mediante a fé; então por que agora ele afirma que “os que
praticam a lei hão de ser justificados”? Estaria Paulo sendo incoerente?
Não, Paulo não está sendo contraditório! O homem realmente é justificado
somente pela fé; todavia, os cristãos que “não” praticam a lei serão condenados “porque
pela lei vem o conhecimento do pecado” e “o salário do pecado é a morte” (Romanos
3:20; 6:23). “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas
aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mateus 7:21). Além disso,
sem santificação na Palavra de Deus (João 17:17) “ninguém verá o Senhor” (Hebreus
12:14). Eis a razão pela qual aqueles que são justificados de seus pecados pelo sangue
de Cristo, mas que procuram evitar o pecado praticando a lei hão de ser justificados em
juízo. De nada adianta viver pela fé, se não existe obediência à lei, especialmente
porque somos salvos pela graça, mediante a fé, mas julgados pelas obras.
26ª Razão
OS CRISTÃOS GUARDAM A LEI PORQUE ELA CONTINUA EM VIGOR,
HAJA VISTA QUE ONDE NÃO HÁ LEI TAMBÉM NÃO HÁ
TRANSGRESSÃO.
“Porque a lei opera a ira. Porque onde não há lei também não há
transgressão”. (Romanos 4:15).
Toda e qualquer lei para ser eficaz necessita estar atrelada a uma penalidade a
ser aplicada aos transgressores. Uma lei sem penalidade é imprestável para o seu
objetivo. Até mesmo no Jardim do Éden havia lei, a qual também tinha uma penalidade
(Gênesis 2:16-17; I Timóteo 2:14). Assim igualmente, a lei divina tem uma penalidade.
24 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
A Bíblia Sagrada afirma que “a lei opera a ira”. Ocorre que a palavra “ira” aplicada
como atributo de Deus ou à lei tem sempre o sentido de “condenação”.
A lei condena o transgressor à morte eterna “porque o pecado é a transgressão da
lei” (I João 3:4) e “o salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23). Esta é a “ira”
operada pela lei de Deus: a morte do pecador.
No Novo Testamento, o apóstolo Paulo deixa claro que “onde não há lei também
não há transgressão”. Ora, supondo que a lei tenha sido abolida, então não há nenhum
mandamento para ser transgredido “porque onde não há lei também não há
transgressão”.
Os apóstolos de Jesus foram unânimes em ensinar que “o pecado é a
transgressão da lei” (I João 3:4). Em outras palavras: “Se tu pois não cometeres
adultério, mas matares, estás feito transgressor da lei” (Tiago 2:11). Como o pecado
continua existindo, então é porque ainda há transgressão da lei. Logo, a lei não foi
abolida, caso contrário não haveria mais pecado no mundo “porque onde não há lei
também não há transgressão”. Nada mais simples, claro é lógico!
27ª Razão
A LEI CONTINUA VIGORANDO PORQUE O PECADO NÃO PODERIA SER
IMPUTADO, NÃO HAVENDO LEI.
“Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado, não
havendo lei”. (Romanos 5:13).
Na passagem bíblica em questão o apóstolo Paulo está afirmando que até o
momento em que a lei foi dada no monte Sinai, havia pecado no mundo. Tanto é
verdade que Adão pecou contra o Senhor (Romanos 5:14); Caim pecou matando seu
irmão Abel (Gênesis 4:8); os antediluvianos pecaram cometendo grandes atrocidades
(Gênesis 6:5; 11-12;); os habitantes de Sodoma e Gomorra eram grandes pecadores
contra o Senhor (Gênesis 13:13) etc.
Ocorre que os pecados desses indivíduos jamais poderiam ser-lhes imputados,
caso não houvesse lei, porque “o pecado não é imputado, não havendo lei”. Porém,
sabemos que todos esses indivíduos foram considerados culpados pelos seus atos
pecaminosos e sofreram as consequências do juízo divino. Portanto, o seus pecados
foram-lhes imputados. Isto somente seria possível caso a lei estivesse vigorando antes
do Sinai.
Nos dias de hoje, falsos ministros ensinam que a lei foi abolida. Ora, não
havendo lei, o pecado não poderia ser imputado a ninguém. Todavia, o pecado continua
sendo imputado aos transgressores da lei. Tanto é verdade, que o Espírito Santo
convence o mundo do pecado (João 16:8). Ele jamais poderia realizar essa obra caso a
lei tivesse sido abolida, porque “o pecado não é imputado, não havendo lei”.
Resumindo. O pecado não poderia ser imputado a ninguém, caso não houvesse
lei. Todavia, a existência do pecado atesta a existência da lei, porque “o pecado não é
imputado, não havendo lei”.
25 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
28ª Razão
OS CRISTÃOS GUARDAM A LEI DE DEUS PORQUE O SALÁRIO DO
PECADO É A MORTE.
“Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida
eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor”. (Romanos 6:23).
Quando Adão e Eva pecaram, transgredindo o mandamento divino, eles
receberam a remuneração que o seu pecado merecia: a morte. As consequências da
transgressão de Adão e Eva atingiram todas as pessoas porque, muito embora Deus
perdoe os pecados, Ele não elimina suas consequências.
O homem foi condenado à morte eterna devido aos efeitos do pecado de Adão e
Eva. Porém, Jesus Cristo veio ao mundo e morreu pelos nossos pecados, para que no dia
em que nEle crêssemos, pudéssemos receber o perdão e a vida eterna. O pecador
arrependido e justificado pelo sangue do Cordeiro de Deus, tem como galardão a vida
eterna. Todavia, caso venha a cometer pecado do qual não se arrependa pela graça, ele
terá como salário a morte eterna. Nesta situação, a graça não lhe seria de nenhum
proveito.
Conforme o versículo mencionado, a remuneração pelo pecado é a morte do
pecador, “mas o pecado não é imputado, não havendo lei” (Romanos 5:13) porque “o
pecado é a transgressão da lei” (I João 3:4). Caso a lei tivesse sido abolida, então não
haveria mais morte porque o pecado não poderia mais ser imputado a quem quer que
seja.
Paulo afirma categoricamente que “o salário do pecado é a morte” (Romanos
6:23). Porém, “o pecado é a transgressão da lei” (I João 3:4) e “onde não há lei também
não há transgressão” (Romanos 4:15). Caso a lei tivesse sido abolida, então não haveria
mais morte porque não mais haveria transgressão.
29ª Razão
OS CRISTÃOS GUARDAM A LEI PORQUE, ALÉM DE NÃO SER PECADO, A
LEI TAMBÉM MOSTRA AO HOMEM O QUE É PECADO.
“Que diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum: mas eu não conheci o
pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não
dissesse: Não cobiçarás”. (Romanos 7:7).
A lei e sua prática pelos cristãos não constituem em pecado: “Que diremos
pois? É a lei pecado? De modo nenhum”, proclama o doutor dos gentios.
Paulo enfatiza que o conhecimento do pecado vem pela lei. Num texto paralelo
ele advoga: “Porque pela lei vem o conhecimento do pecado” (Romanos 3:20). Ele
26 LEANDRO BERTOLDO
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testifica: “Eu não conheci o pecado senão pela lei” (Romanos 7:7). Logo, está claro que
uma das funções da lei consiste em trazer ao homem o conhecimento do pecado.
Ninguém teria como saber que “concupiscência” é pecado, se no décimo
mandamento do decálogo não estivesse escrito: “não cobiçarás”. Portanto, como cobiçar
é pecado, então concluímos que a lei continua vigorando; caso contrário, a cobiça não
poderia ser considerada pecado.
Para mostrar a qual lei estava se referindo, Paulo fez questão de citar, a título de
exemplo, um dos mandamentos do decálogo: “não cobiçarás”. É evidente que a citação
de um dos mandamentos do decálogo não exclui os demais, posto que a referida citação
não é taxativa, mas exemplificativa. Mesmo porque o mandamento não se resume
somente em “não cobiçarás”, mas em “não cobiçarás a casa do teu próximo, não
cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi,
nem o seu jumento, nem cousa alguma do teu próximo” (Êxodo 20:17).
30ª Razão
AQUELES QUE ESTÃO NA CARNE MANIFESTAM UMA INIMIZADE
CONTRA DEUS PORQUE A CARNE NÃO ESTÁ SUJEITA À LEI DE DEUS.
“Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à
lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem
agradar a Deus”. (Romanos 8:7-8).
Paulo afirma que “a inclinação da carne é inimizade contra Deus”. Todos
descendentes de Adão nascem com uma natureza propensa para a prática do pecado.
Devido a essa natureza carnal, todos vêm ao mundo com um espírito de “inimizade
contra Deus”.
A inclinação carnal do ser humano não se submete aos mandamentos da lei de
Deus, porque são coisas antagônicas. A natureza carnal está em aberta oposição aos
mandamentos da lei de Deus. Eis a razão pela qual “aquele que não nascer de novo, não
pode ver o reino de Deus” (João 3:3).
A lei de Deus exige obediência, mas o coração natural do homem está em
rebelião contra Deus. Todos que rejeitam a lei de Deus manifestam em sua atitude que
ainda estão vivendo na carne.
A inclinação da carne é oposta à inclinação do espírito. Como Paulo diz que “a
inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus”; então,
podemos concluir que “a inclinação do espírito é amizade a Deus, pois é sujeita à lei de
Deus”. Isto mostra que a lei de Deus está vigorando, até mesmo para os que estão
vivendo no espírito.
Todos que não nascerem de novo jamais se sujeitarão à lei de Deus. É por essa
razão que aqueles “que estão na carne não podem agradar a Deus”.
27 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
31ª Razão
SOMENTE AQUELES QUE NASCERAM DE NOVO PODEM GUARDAR A
LEI DE DEUS.
“Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que
não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”. (João 3:3)
Jesus ensinou que todos precisam nascer de novo, caso contrário não podem ver
o reino de Deus. “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”
(Romanos 3:23). O nascimento natural do ventre materno é chamado nas Escrituras de
nascimento carnal. Foi por isso que Jesus disse: “O que é nascido da carne é carne”
(João 3:6). “Ora o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus,
porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem
espiritualmente” (I Coríntios 2:14).
A natureza carnal é o estado espiritual decaído do ser humano. Todos nascem
propensos para a prática do pecado: “Eis que em iniquidade fui formado” (Salmos
51:5). “Alienam-se os ímpios desde a madre” (Salmos 58:3). “Que é o homem, para que
seja puro?” (Jó 15:14). “Quem do imundo tirará o puro? Ninguém”. (Jó 14:4). Em
princípio, o novo nascimento é um avivamento das faculdades espirituais, que passam a
crer na veracidade da Palavra de Deus.
A Bíblia ensina que o homem em seu estado decaído não consegue guardar a lei
de Deus porque a lei se opõe à sua natureza carnal. Essa é uma das razões pela qual ele
precisa nascer de novo. “Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal,
vendido sob o pecado” (Romanos 7:14). “Porquanto a inclinação da carne é inimizade
contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os
que estão na carne não podem agradar a Deus” (Romanos 8:7-8).
32ª Razão
NO NOVO CONCERTO A LEI DE DEUS CONTINUA VIGORANDO, MAS NO
CORAÇÃO DO CRISTÃO E NO SEU ENTENDIMENTO.
“Este é o concerto que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei
as minhas leis em seus corações, e as escreverei em seus entendimentos; acrescenta”.
(Hebreus 10:16).
Todos que nascerem de novo participarão do concerto feito pelo Senhor com
Seu povo. Os fieis terão as leis de Deus colocadas “em seus corações” e escritas “em
seus entendimentos”. Nesse contexto, “coração” e “entendimento” são conceitos
diferentes. Ter a lei de Deus colocada no coração significa tê-la na mente, mas
envolvendo as faculdades emocionais. Ter a lei de Deus escrita no entendimento
28 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
também significa tê-la na mente, mas envolvendo as faculdades racionais. Isso se tornou
possível com o sacrifício do “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João
1:29).
Na vigência do Antigo Concerto de expiação de pecados pelo sangue de animais,
a lei de Deus não era devidamente observada pelos adoradores, porque ela não estava
em seu coração ou em seu entendimento. Eles praticavam a lei no pé da letra, sem a
devida compreensão do seu significado. Porém, no Novo Concerto de expiação de
pecados pelo sangue de Cristo, a lei de Deus é colocada no coração e escrita na
compreensão dos adoradores.
O Antigo Concerto mudou para o Novo Concerto; a antiga lei do sacerdócio
levítico mudou para a lei do sacerdócio de Cristo. Porém, a lei de Deus vigorou no
Antigo Concerto e continua vigorando no Novo Concerto, posto que seja uma lei moral
e espiritual (Romanos 7:14), à qual deve sujeitar-se todos que nasceram de novo
(Romanos 8:7).
33ª Razão
O CRISTÃO TORNA-SE TRANSGRESSOR DA LEI QUANDO TROPEÇA
NUM ÚNICO PONTO DOS DEZ MANDAMENTOS.
“Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se
culpado de todos. Porque aquele que disse: Não cometerás adultério, também disse:
Não matarás. Se tu pois não cometeres adultério, mas matares, estás feito transgressor
da lei”. (Tiago 2:10-11).
A lei de Deus é constituída por dez mandamentos, que foram escritos em duas
tábuas de pedra (Deuteronômio 4:13). A transgressão de qualquer um dos mandamentos
do decálogo – inclusive do sábado – implica na transgressão da lei. Eis a prova bíblica:
“Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado
de todos”.
Para mostrar a qual lei estava se referindo Tiago citou dois mandamentos do
decálogo: “Não cometerás adultério” e “Não matarás”. A citação desses dois
mandamentos não excluiu os demais, haja vista que se trata de uma relação
exemplificativa e não taxativa.
Não adianta guardar nove mandamentos se você estiver quebrando o
mandamento do sábado. Nesse caso, seria como se não tivesse guardado nenhum. “Se tu
pois não cometeres adultério, mas matares, estás feito transgressor da lei”.
Parafraseando Tiago pode-se escrever: “Porque qualquer que guardar toda a lei,
e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos. Porque aquele que disse: Não
farás para ti imagem de escultura, também disse: Lembra-te do dia do sábado, para o
santificar. Se tu pois não faz para ti imagem de escultura, mas transgrides o sábado,
estás feito transgressor da lei”. O mesmo raciocino vale para os demais mandamentos
do decálogo.
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90 Razões Para Guardar o Sábado
34ª Razão
O CRISTÃO GUARDA A LEI DE DEUS PORQUE O PECADO É DEFINIDO
PELA BÍBLIA SAGRADA COMO TRANSGRESSÃO DA LEI.
“Todo aquele que pratica o pecado, também transgride a lei. Porque o pecado é
a transgressão da lei”. (I João 3:4).
O Novo Testamento define o pecado como sendo transgressão da lei. Não
poderia ser de outro modo, haja vista que “pela lei vem o conhecimento do pecado”
(Romanos 3:20). Com relação a esse assunto, o apóstolo Paulo declarou: “Eu não
conheci o pecado senão pela lei” (Romanos 7:7).
A transgressão de qualquer mandamento da lei de Deus é pecado: “Porque
qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de
todos... estás feito transgressor da lei” (Tiago 2:10-11). Bem sabemos que “o salário do
pecado é a morte” (Romanos 6:23). Portanto, a transgressão da lei tem como penalidade
a morte eterna do transgressor porque “o pecado, sendo consumado, gera a morte”
(Tiago 1:15). “Ora o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei” (I
Coríntios 15:56).
Admitindo a absurda suposição de que a lei foi abolida, então a que lei o
evangelista estaria se referindo? Se a lei foi abolida, então porque ainda existe pecado
no mundo? Caso os dez mandamentos tenham sido abolidos, então porque em nenhum
lugar das Escrituras encontramos Jesus ou os apóstolos expondo tal doutrina? A
resposta é muito simples: A lei dos dez mandamentos jamais foi abolida. Muito pelo
contrário, os dez mandamentos foram repetidos por preceito e exemplo por Jesus e pelos
santos apóstolos.
35ª Razão
O CRISTÃO CONSEGUE GUARDAR A LEI PORQUE ELE PODE TODAS AS
COISAS NO SENHOR.
“Posso todas as coisas naquele que me fortalece”. (Filipenses 4:13).
O cristão que diz ser impossível ao homem guardar a lei de Deus está negando
as palavras bíblicas pronunciadas pelo apóstolo Paulo: “Posso todas as coisas naquele
que me fortalece”. Por ter nascido de novo, o cristão não vive mais para satisfazer os
desejos da carne, razão pela qual ele é fortalecido no espírito e pode guardar os dez
mandamentos, inclusive o dia do sábado.
A recíproca também é verdadeira. Quem não nasceu de novo ainda está vivendo
para satisfazer os desejos da carne. Evidentemente não terá força espiritual para guardar
os dez mandamentos porque a natureza carnal não é sujeita à lei de Deus. Os cristãos
30 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
seriam incoerentes, caso dissessem que podem todas as coisas naquele que os fortalece,
mas dissessem que é impossível ao crente guardar os dez mandamentos.
É claro que, separados de Cristo, nenhum ser humano tem poder para vencer o
pecado e guardar a lei de Deus. Foi Jesus quem disse: “porque sem mim nada podeis
fazer” (João 15:5). Aqueles que não nasceram de novo estão em rebelião contra a lei de
Deus, simplesmente porque a natureza carnal do homem está em conflito com a
espiritualidade da lei. “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois
não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser” (Romanos 8:7-8).
Para o cristão nascido de novo a promessa de Deus é a seguinte: “Porei as
minhas leis em seus corações, e as escreverei em seus entendimentos” (Hebreus 10:16).
Somente a partir de então, é que o cristão pode guardar a lei de Deus.
36ª Razão
O ANTIGO TESTAMENTO FOI ESCRITO PARA ENSINO DOS CRISTÃOS.
NELE ENCONTRA-SE O ENSINO DO MANDAMENTO DO SÁBADO.
“Porque tudo que dantes foi escrito para nosso ensino foi escrito, para que pela
paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança”. (Romanos 15:4).
Em seus escritos, o apóstolo Paulo remeteu os cristãos ao estudo das
“Escrituras”. Porém, as Escrituras que ele estava se referindo eram as do Antigo
Testamento; as únicas até então produzidas.
Paulo diz que “tudo que dantes foi escrito” – uma clara referência ao Antigo
Testamento – “para nosso ensino foi escrito”. Ocorre que no Antigo Testamento
encontra-se o mandamento ordenando a santificação do sábado. Destarte, todos os
cristãos guardavam o sábado, conforme o ensino.
O Antigo Testamento, além de ensinar o cristão a guardar o sábado, também
ensina sobre os dízimos e as ofertas. Ensina que o cristão a comprovar que Deus é bom
e que abrirá as janelas do céu e derramará uma bênção que trará maior abastança ao que
for fiel na devolução dos dízimos e das ofertas (Malaquias 3:10).
É no Antigo Testamento que o cristão encontra o mandamento proibindo o
politeísmo, o culto de imagens, o uso indevido do nome de Deus, o adultério, o furto, o
assassinato, o falso testemunho (Êxodo 20:3-17).
Por meio do Antigo Testamento o cristão passa a conhecer a grandiosa obra da
criação do mundo, a queda do homem, o maravilhoso plano da salvação, as profecias
sobre a vinda do Messias etc.
As Escrituras, conhecidas como Antigo Testamento, trazem paciência e
consolação à vida do cristão. Isso faz com que todos tenham esperança no porvir.
31 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
37ª Razão
JESUS CRISTO MOSTROU QUE A LEI DEVE SER OBSERVADA, MAS
IMBUIDA DO AMOR A DEUS E AO PRÓXIMO.
“E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda
a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o
segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. (Mateus
22:35-37).
Ignorando os claros ensinos das Escrituras Sagradas, alguns afirmam que Jesus
Cristo substituiu os Dez Mandamentos do Antigo Testamento por outros dois novos
mandamentos, mais fáceis de serem guardados.
Infelizmente essas pobres mentes desconhecem que os dois “novos
mandamentos” também foram dados no Antigo Testamento, tanto quanto foram dados
os Dez Mandamentos (Levítico 19:18; Deuteronômio 6:5).
A verdade é que os dois grandes mandamentos que Jesus extraiu do Antigo
Testamento são princípios basilares e norteadores da lei de Deus. O amor, por ser um
sentimento subjetivo, está consubstanciado nos preceitos do decálogo.
Os Dez Mandamentos nada mais são do que uma extensão materializada dos
dois grandes mandamentos: Amor a Deus e amor ao próximo. Os primeiros quatro
mandamentos do decálogo concretizam o nosso amor para com Deus e os seis últimos
concretizam o nosso amor para com o próximo.
Jesus deixou claro que a correta observância da lei está atrelada aos dois grandes
mandamentos. Eis a prova bíblica: “Destes dois mandamentos depende toda a lei e os
profetas” (Mateus 22:40). Portanto, longe de anular a lei, Jesus
Cristo a complementou com o princípio do amor a Deus e do amor ao próximo.
38ª Razão
OS CRISTÃOS GUARDAM O SÁBADO PORQUE, CONFORME A BÍBLIA
SAGRADA, O SÁBADO É O DIA DO SENHOR.
“Se desviares o teu pé do sábado, de fazer a tua vontade no meu santo dia, e se
chamares ao sábado deleitoso, e santo dia do Senhor digno de honra, e o honrares não
seguindo os teus caminhos, nem pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falar as
tuas próprias palavras”. (Isaías 58:13)
Biblicamente falando, o “sábado” é conhecido desde tempos imemoriais como
“dia do Senhor”. Nenhuma referência a esse respeito é feita pela Bíblia Sagrada sobre o
domingo, o qual para concorrer com o sábado bíblico, também passou a ser chamado
“pelos homens” de dia do Senhor.
32 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
O versículo bíblico em análise é muito rico em informações espirituais,
especialmente sobre a maneira como o sábado do Senhor deve ser observado pelos Seus
verdadeiros adoradores. A passagem bíblica em questão deixa claro que pisamos o
sábado quando realizamos a nossa própria vontade nesse santo dia do Senhor. As nossas
próprias vontades são os nossos interesses particulares seculares.
A mensagem bíblica em questão esclarece que o sábado deve ser visto pelos
adoradores como um dia deleitoso, um dia agradável, aprazível, delicioso e gostoso de
ser observado. Isaías ainda ensina que o sábado deve ser visto como um dia digno de
honra e que deve ser honrado. Para honrar o dia do Senhor devemos evitar a prática de
três coisas durante as horas sagradas do sábado: 1ª) Não devemos seguir nossos
caminhos. 2ª) Nem fazer a nossa própria vontade. 3ª) Nem falar as nossas próprias
palavras. Evitando a prática dessas três coisas estaremos honrando o dia do Senhor.
39ª Razão
O “SANTO DIA DO SENHOR” TAMBÉM É CHAMADO DE “SANTO
SÁBADO DO SENHOR”.
“E ele disse-lhes: Isto é o que o Senhor tem dito: Amanhã é repouso, o santo
sábado do Senhor: o que quiserdes cozer no forno, cozei-o, e o que quiserdes cozer em
água, cozei-o em água; e tudo o que sobejar, ponde em guarda para vós até amanhã”.
(Êxodo 16:23).
Quatro acontecimentos distintos caracterizaram a relação do sábado com a
queda do maná: 1º) O maná guardado de um dia para o outro, durante os seis dias de
atividade secular, apodrecia e criava bichos (Êxodo 16:20). 2º) O maná guardado no
sexto dia para o sábado não apodrecia e nem criava bichos (Êxodo 16:24). 3º) No sexto
dia a porção de maná recolhida pelo povo era dobrada (Êxodo 16:22, 29). 4º) O maná
não caia do céu no sábado, embora caísse nos demais dias da semana (Êxodo 16:25-26).
Com o fenômeno sobrenatural da queda do maná, o Senhor disciplinou o Seu
povo na observância do sábado. Durante quarenta anos ininterruptamente o povo
presenciou aquele milagroso acontecimento. Testemunhou sua misteriosa cessação no
sábado. O ciclo de interrupção da queda do maná no sábado inculcou no povo a
periodicidade do sábado semanal. Não era um dia qualquer em sete, mas era
precisamente o sétimo dia da semana.
O incidente da queda do maná ocorrido antes do Monte Sinai, atesta claramente
a existência do sábado antes mesmo da promulgação da lei. Esse dia é conhecido como
“santo dia do Senhor” (Isaías 58:13) porque Moisés, divinamente inspirando, designou
tal dia como “santo sábado do Senhor” (Êxodo 16:23).
33 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
40ª Razão
NAS ESCRITURAS SAGRADAS O “DIA DO SENHOR” É DESIGNADO POR
“SÁBADO DO SENHOR”.
“Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus: não farás nenhuma obra,
nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal
nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas”. (Êxodo 20:10).
O sábado também é conhecido nas Escrituras Sagradas como “dia do Senhor”
porque em várias ocasiões Moisés definiu o sétimo dia da semana como sendo o
“sábado do Senhor”.
O dia do sábado é chamado de “sábado do Senhor” na seguinte passagem:
Êxodo 16:25.
O sétimo dia da semana é designado como “sábado do Senhor” nas seguintes
passagens: Êxodo 20:10; Levítico 23:3 e Deuteronômio 5:14.
Com fundamento nessas passagens, o Senhor falando pela boca do profeta
Isaías, chamou o sábado de “meu santo dia” e “santo dia do Senhor” (Isaías 58:13).
Como criador de todas as coisas (João 1:3; Colossenses 1:16-17), Jesus Cristo
afirmou que “o Filho do homem até do sábado é Senhor” (Mateus 12:8).
Pautando-se unicamente pelos maciços ensinos das Escrituras Sagradas, o
apóstolo João declarou: “Eu fui arrebatado em espírito no dia do Senhor” (Apocalipse
1:10).
As Escrituras Sagradas reconhecem em suas gloriosas páginas apenas um dia
como sendo o “dia do Senhor”. Esse dia não é o domingo, mas trata-se do dia designado
por Deus nas Escrituras Sagradas pelo nome de sábado, o sétimo dia da semana.
41ª Razão
O SÁBADO É O “DIA DO SENHOR” PORQUE O SENHOR DISSE QUE ELE
“ATÉ DO SÁBADO É SENHOR”.
“Porque o Filho do homem até do sábado é Senhor”. (Mateus 12:8).
O sábado é o “dia do Senhor” porque Jesus afirmou que até do sábado Ele é
Senhor. “Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou” (João
13:13). Portanto, o sábado não pertence ao judeu, mas a Jesus Cristo: o Senhor do
sábado.
O título “Senhor” designa aquele que é o proprietário, o dono absoluto da coisa,
o soberano e dominador. Logo, Jesus como “Senhor” do sábado é o proprietário, o dono
absoluto do sábado. Nada mais simples, claro e lógico!
34 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
O sábado foi criado por Jesus porque “nele foram criadas todas as coisas que há
nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam
principados, sejam potestades: tudo foi criado por ele e para ele” (Colossenses 1:16).
Jesus é o Senhor do sábado porque “todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada
do que foi feito se fez” (João 1:3). O sábado não teria vindo à existência se Jesus não o
houvesse criado.
Como Senhor do sábado, Jesus condenou as tradições humanas que os judeus
haviam impingido na observância desse dia. Ele fez questão de afrontar o legalismo que
os fariseus haviam embutido na guarda do sábado. Como Senhor do sábado, Jesus
ensinou aos Seus discípulos a maneira correta de observar esse dia. Destarte, o homem
não possui poder ou autoridade para mudar qualquer coisa do sábado, muito menos
trocar o próprio dia do sábado por outro dia.
42ª Razão
JOÃO FOI ARREBATADO EM ESPÍRIO NO DIA DO SENHOR. PORÉM O
DIA DO SENHOR É O SÁBADO.
“Eu fui arrebatado em espírito no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma
grande voz, como de trombeta”. (Apocalipse 1:10).
João diz que ele teve um arrebatamento dos sentidos no “dia do Senhor”. Para
muitas pessoas que leem, mas não estudam as Escrituras Sagradas, o mencionado dia do
Senhor é o domingo. Mas essa débil interpretação é por conta e risco desses leitores
superficiais e mal informados.
O Universo do cristão gira em torno da Bíblia Sagrada. Porém, desprezando esse
princípio, alguns interpretam muitas passagens bíblicas com base em conceitos
“extrabíblicos”. Assim, eles supõem que o “dia do Senhor” é uma referência ao
domingo, simplesmente porque etimologicamente a palavra “domingo” quer dizer “dia
do Senhor”.
O problema dessa interpretação secular são vários: 1º) Por ser de origem latina, a
palavra “domingo” jamais constou nas Escrituras Sagradas porque elas foram escritas
em hebraico, aramaico e grego. 2º) A palavra “dia do Senhor” mencionada no
Apocalipse não faz referência explicita a qualquer dia da semana. 3º) As Escrituras
Sagradas sempre designaram o primeiro dia da semana pelo numeral ordinal “primeiro”.
4º) Em nenhum lugar as Escrituras Sagradas empregam a expressão “dia do Senhor”
para designar o primeiro dia da semana. 5º) As Escrituras Sagradas sempre empregam a
expressão “dia do Senhor” para designar o sétimo dia da semana, conhecido como
sábado. Portanto, temos que admitir que o “dia do Senhor”, mencionado no Apocalipse,
é uma clara alusão ao dia do “sábado”.
35 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
43ª Razão
A ARCA DO CONCERTO, CONTENDO A LEI DE DEUS, FOI VISTA NO CÉU.
“E abriu-se no céu o templo de Deus, e a arca do seu concerto foi vista no seu
templo: e houve relâmpagos, e vozes, e trovões, e terremotos e grande saraiva”.
(Apocalipse 11:19).
Arrebatado numa de suas extraordinárias visões apocalípticas, o apóstolo João
declara que a arca do concerto foi vista no Santuário Celestial. Sabemos que “na arca
não havia senão somente as duas tábuas” (II Crônicas 5:10).
O conteúdo registrado nas “duas tábuas”, que foram colocadas no interior da
arca do concerto, não foram escritos por Moisés, mas “aquelas tábuas eram obra de
Deus; também a escritura era a mesma escritura de Deus, esculpida nas tábuas” (Êxodo
32:16). Diferentemente das demais leis registradas por Moisés num livro, as duas tábuas
de pedra foram “escritas pelo dedo de Deus” (Êxodo 31:18). Portanto, não eram leis de
Moisés, mas de Deus.
As palavras registradas nas duas tábuas de pedra foram chamadas de “Dez
Mandamentos”: “Então vos anunciou ele o seu concerto que vos prescreveu, os dez
mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra”. “Então escreveu nas tábuas,
conforme à primeira escritura, os dez mandamentos” (Deuteronômio 4:13; 10:4).
O santuário terrestre era dividido em dois compartimentos. O primeiro era
chamado de “santo” e o segundo de “santo dos santos”. A arca do concerto foi colocada
no segundo compartimento do santuário: “Mas depois do segundo véu estava o
tabernáculo que se chama o santo dos santos. Que tinha o incensário de ouro, e a arca do
concerto” (Hebreus 9:3-4).
44ª Razão
A VERDADEIRA IGREJA É AQUELA QUE GUARDA OS MANDAMENTOS
DE DEUS.
“E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao resto da sua semente,
os que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo”.
(Apocalipse 12:17).
Na simbologia apresentada no livro do Apocalipse, o signo do “dragão” é o
símile de Satanás, e o signo da “mulher” é o símile da Igreja. Portanto, o texto deixa
claro que Satanás irou-se contra a Igreja.
Em conformidade com as profecias, Satanás esteve irado contra a verdadeira
Igreja durante um período de mil duzentos e sessenta anos (538-1798). Porém, quando
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90 Razões Para Guardar o Sábado
terminou esse período, sua ira intensificou-se a tal ponto, que foi fazer guerra ao
restante da Igreja de Deus.
Esse fiel remanescente da Igreja de Cristo está preparado para o conflito final,
que culminará com a segunda vinda de Cristo e com o fim do mundo. Os remanescentes
são identificados por dois requisitos “guardam os mandamentos de Deus e tem o
testemunho de Jesus Cristo”.
Pelo contexto, em Apocalipse 11:19, os mandamentos de Deus são uma clara
referência aos Dez Mandamentos, que foram escritos pelo dedo de Deus em duas tábuas
de pedra (Êxodo 31:18; 34:28; Deuteronômio 4:13; 9:11: 10:4) e colocados no interior
da arca do concerto (II Crônicas 5:10).
Os remanescentes são identificados dessa maneira porque nenhuma outra facção
religiosa poderia preencher legitimamente esses dois requisitos. Nos dias de hoje, o
mundo cristão está insurgindo-se contra os mandamentos de Deus, para num futuro
levantar-se contra as pessoas que os guardam, especialmente o sábado.
45ª Razão
OS SANTOS GUARDARM OS MANDAMENTOS DE DEUS.
“Aqui está a paciência dos santos: aqui estão os que guardam os mandamentos
de Deus e a fé de Jesus”. (Apocalipse 14:12).
É interessante observar que o livro do Apocalipse chama de “santos” todos
aqueles que possuem a fé de Jesus e guardam os mandamentos de Deus. Conforme
Apocalipse 11:19, os “mandamentos de Deus” é uma clara referência aos Dez
Mandamentos.
A mensagem de Apocalipse 14:12 está inserida dentro do contexto da
admoestação do terceiro anjo, o qual adverte o mundo sobre a condenação divina contra
o sinal da besta.
O contraste entre as duas mensagens é evidente! Enquanto a condenação divina
paira sobre aqueles que recebem o sinal da besta; os santos do Altíssimo recusam
perseverantemente receber esse sinal, e permanecem firmes na guarda dos
mandamentos de Deus, santificando o sábado.
Pelas Escrituras Sagradas o sábado é o sinal de Deus (Ezequiel 20:12; 20),
enquanto que o sinal da besta (Apocalipse 13:17; 14:9; 15:2; 16:2; 20:4) é uma
contrafação do sinal de Deus. Como o sábado é um dia da semana, então a contrafação
do sábado também tem que ser um dia da semana.
Ora, o único dia da semana que reivindica a santidade do sábado é o domingo.
Porém, como o domingo é observado por tradição e o sábado por mandamento divino,
fica claro que o domingo é o sinal da besta. Agora a mensagem do terceiro anjos está
mais evidente: enquanto que os adoradores da besta e de sua imagem observam o sinal
da besta, conhecido como domingo, os santos fazendo oposição ao sinal da besta,
observam o sinal de Deus conhecido como sábado.
37 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
46ª Razão
OS CRISTÃOS QUE PRATICAM A LEI HÃO DE SER JUSTIFICADOS.
“Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas. Porque todos os que sem
lei pecaram sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram pela lei serão
julgados. Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus: mas os que
praticam a lei hão de ser justificados”. (Romanos 2:11-13).
Deus não faz acepção de pessoas por suas classes sociais, raças, culturas,
nações, línguas, povos etc. Na verdade são as pessoas quem escolhem estar ou não com
Deus.
“Todos os que sem lei pecaram sem lei também perecerão”. As pessoas que
viveram sem o conhecimento da lei e vieram cometer pecados também sem lei
perecerão “porque o salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23).
“Todos os que sob a lei pecaram pela lei serão julgados”. Nesta passagem, a lei
mostra-se como norma de julgamento. Aqueles que viveram com o conhecimento da lei
e mesmo assim cometeram pecados, então pela lei serão julgados em juízo porque “o
aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei” (I Coríntios 15:56).
“Os que ouvem a lei não são justos diante de Deus”. Os que conhecem a lei,
mas não a pratica, não são tidas como justas diante de Deus, e serão condenadas em
juízo porque como transgressoras da lei recebem o salário do pecado.
“Os que praticam a lei hão de ser justificados”. Os crentes são salvos pela
graça, mediante a fé e julgados pelas obras, porque a fé sem obras é morta e o pecado é
transgressão da lei. Portanto, todos que foram justificados pela fé em Cristo e que
praticam a lei hão de ser justificados em juízo.
47ª Razão
TODOS TÊM O DEVER DE TEMER A DEUS E GUARDAR OS SEUS
MANDAMENTOS.
“De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus
mandamentos; porque este é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a
juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom quer seja mau”.
(Eclesiastes 12:13-14)
Divinamente inspirado pelo Espírito Santo (II Pedro 1:20-21; II Timóteo 3:16-
17), o sábio rei Salomão afirmou categoricamente que todo homem tem o dever de
temer a Deus e guardar os Seus mandamentos.
38 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
Nesse versículo, a expressão “temer” não se refere ao ato do homem ter medo,
pavor, terror ou pânico de Deus. Mas trata-se de um nobre sentimento de respeito
reverencial por Deus. Esse espírito de temor a Deus leva o homem a ser obediente e a
guardar os Seus mandamentos.
Evidentemente a admoestação de Salomão abrange todos os homens de todas as
épocas e nações, haja vista que ninguém está dispensado de temer a Deus. Diante disso,
fica claro que todos os homens também têm a obrigação de guardar os Mandamentos de
Deus, tanto quanto a de temer a Deus.
Outra razão dada por Salomão, pela qual os homens de todas as nações e épocas
têm o dever de temer a Deus e guardar os Seus mandamentos, é que Deus trará a juízo
todas as obras. Como nenhum homem está dispensando de passar pelo juízo divino,
então todos têm a obrigação de temer a Deus e guardar os Seus mandamentos. No juízo
divino nenhuma obra praticada pelos homens permanecerá desconhecida, quer sejam
obras boas ou obras más, mesmo que tenham sido realizadas escondidas ou
abertamente.
48ª Razão
PAULO DECLAROU QUE JAMAIS TRANSGREDIU QUALQUER
MANDAMENTO DA LEI.
“Mas ele, em sua defesa, disse: Eu não pequei em coisa alguma contra a lei dos
judeus, nem contra o templo, nem contra César”. (Atos 25:8).
Paulo jamais foi contra a lei dos judeus, muito menos contra a lei de Deus. Ele
nunca foi duro e nem severo com a lei, como alguns falsos mestres atualmente
costumam afirmar sem nenhum fundamento lícito nas Escrituras Sagradas.
Nos dias de hoje Paulo é acusado de ser um ferrenho adversário da lei, mas no
passado ele também foi acusado da mesma coisa. Todavia, tratava-se de “graves
acusações, que não podiam provar” (Atos 25:7). Então porque insistir no mesmo erro do
passado?
Na verdade, as Escrituras Sagradas mostram que o apóstolo Paulo tinha o maior
zelo pela lei de Deus e fez questão de deixar isso bem claro ao afirmar que a lei é boa (I
Timóteo 1:8); santa (Romanos 7:12) e espiritual (Romanos 7:14). Ele afirmou que pela
lei vem o conhecimento do pecado (Romanos 3:20), e que não conheceu o pecado senão
pela lei (Romanos 7:7). Também disse que o pecado não é imputado, não havendo lei
(Romanos 5:13) e que onde não há lei também não há transgressão (Romanos 4:15).
Afirmou que a inclinação da carne não é sujeita à lei de Deus (Romanos 8:7) e que a fé
estabelece a lei (Romanos 3:31) e que tinha prazer na lei de Deus (Romanos 7:22).
Diante de tão grande número de afirmações positivas de Paulo exaltando a lei de
Deus entre os cristãos, então como dizer que ele era contra a lei? Ou que ele era inimigo
da lei? Somente sendo muito mal intencionado é que alguém poderia fazer tais
afirmações absurdas!
39 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
49ª Razão
AQUELE QUE TRANSGRIDE A LEI DE DEUS ESTÁ DEBAIXO DA LEI.
“Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz aos que estão debaixo da lei o diz,
para que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus”.
(Romanos 3:19).
Tudo que a lei diz, ela o diz para aqueles que estão vivendo debaixo dela e não
para quem está vivendo em harmonia com seus preceitos porque “a lei não é feita para o
justo, mas para os injustos” (I Timóteo 1:9-10).
Para uma melhor análise do versículo em destaque, considere as seguintes
perguntas: Quem está debaixo da lei? Quem a transgride ou quem a obedece? Quem
está condenado? Quem está debaixo da lei ou quem a obedece?
A resposta para essas perguntas é bem simples. Evidentemente quem transgride
a lei está debaixo da lei porque “todo aquele que pratica o pecado, também transgride a
lei” (I João 3:4). Quem transgride a lei está debaixo da lei porque comete pecado e “o
salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23). Por exemplo, quem mata ou adultera está
debaixo da lei porque o salário do pecado é a morte.
A lei somente tem poder sobre aqueles que estão debaixo dela porque “o
aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei” (I Coríntios 15:56).
O mundo está debaixo da lei, razão pela qual ele é “condenável diante de Deus”
porque “não há homem justo sobre a terra, que faça bem, e nunca peque” (Eclesiastes
7:20).
Portanto, estar debaixo da lei implica em estar condenado. Eis a razão pela qual
o apóstolo Paulo conclui o seu raciocínio com as palavras: “e todo o mundo seja
condenável diante de Deus” (Romanos 3:19).
50ª Razão
A LEI VEIO ESCRITA PARA MOSTRAR CLARAMENTE A ABUNDÂNCIA
DO PECADO DO HOMEM.
“Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou,
superabundou a graça”. (Romanos 5:20).
Com a transgressão de Adão o pecado entrou no mundo (Romanos 5:12, 14). É
evidente que até o momento em que a lei foi escrita em duas tábuas de pedras no monte
Sinai o pecado estava no mundo. Porém, se antes do Sinai não houvesse lei também não
haveria pecado porque “o pecado não é imputado, não havendo lei” mesmo porque
“onde não há lei também não há transgressão” (Romanos 4:13, 15).
40 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
“Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse”. A lei foi escrita, “a fim de que
pelo mandamento o pecado se fizesse excessivamente maligno” (Romanos 7:13). A lei
escrita em tábuas de pedra e promulgada por Deus foi muito mais eficaz em
conscientizar os homens de sua natureza decaída e pecaminosa “porque pela lei vem o
conhecimento do pecado” (Romanos 3:20).
A lei mostra ao homem o pecado. Com isso todos podem perceber como o
pecado é abundante. Com a lei sendo escrita em duas tábuas de pedra, pelo dedo de
Deus, todos podem reconhecer que o homem é abominável e corrupto e “que bebe a
iniquidade como a água” (Jó 15:16).
Embora o pecado tenha sido mais claramente revelado pela lei escrita em duas
tábuas de pedra e se mostrado abundante, a graça mostrou-se superabundante. “A
Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, para que a promessa pela fé em Jesus Cristo
fosse dada aos crentes” (Gálatas 3:22).
51ª Razão
A LEI DE DEUS É BOA PARA OS CRISTÃOS QUE A USAM DE FORMA
LEGITIMA.
“Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela usa legitimamente”. (I
Timóteo 1:8).
A lei é definida em termos amplos como uma norma de conduta. O decálogo é
uma norma moral estabelecida pelo próprio Criador para servir de conduta a todos os
homens.
Paulo afirma a Timóteo que a lei é boa. Ele nunca faria tal afirmativa, caso a lei
fosse contrária ao viver do fiel cristão. Paulo jamais teria dito que a lei é boa, caso ela
fosse contrária à graça, à fé ou ao evangelho.
O que é legítimo ou ilegítimo não é a lei, mas sim o uso que fazemos dela
porque segundo Paulo, “a lei é boa”.
A lei é boa quando as pessoas a usam de forma legítima. Usar a lei
legitimamente significa viver em harmonia com os seus preceitos. Alias, a própria
definição da palavra “legitima” significa aquilo que tem as qualidades requeridas pela
lei.
Quem emprega a lei de forma legitima sabe muito bem que ela é boa porque traz
paz, harmonia e confiança entre os homens. Por exemplo, a lei proíbe matar, isto traz
segurança na sociedade; a lei proíbe furtar, isto traz confiança entre as pessoas; a lei
proíbe adulterar, isto traz harmonia no matrimônio etc.
A lei deixa de ser boa, quanto alguém a usa de forma ilegítima. Quem transgride
a lei faz uso ilegítimo dela e não possui as qualidades por ela exigida. Quem usa a lei de
forma legalista faz uso ilegítimo dela e torna-se intolerante. Quem usa a lei como
método de salvação faz uso ilegítimo dela e caminha para a perdição eterna.
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90 Razões Para Guardar o Sábado
52ª Razão
A LEI NÃO FOI FEITA PARA CONDENAR O COMPORTAMENTO DOS
JUSTOS, MAS DOS INJUSTOS.
“Sabendo isto, que a lei não é feita para o justo, mas para os injustos e
obstinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os
parricidas e matricidas, para os homicidas. Para os fornicários, para os sodomitas,
para os roubadores de homens, para os mentirosos, para os perjuros, e para o que for
contrário à sã doutrina”. (I Timóteo 1:9-10).
A lei é estabelecida para servir indistintamente como norma de conduta para
todos os homens. Para ser eficaz, a lei traz em seu bojo uma penalidade a ser aplicada
ao transgressor. Uma lei sem penalidade teria serventia somente para os justos, mas
nenhum valor teria para os injustos.
A lei não foi feita para penalizar o comportamento dos justos, simplesmente
porque a conduta dos santos está em harmonia com a vontade do Senhor. Porém, ela foi
feita para penalizar o comportamento dos injustos, porque a sua conduta é condenável
diante do Senhor Deus e precisa ser repreendida.
A mencionada lei tem relação com a atitude religiosa dos homens. Isto porque a
lei é feita para os “pecadores, para os profanos e irreligiosos... e para o que for contrário
à sã doutrina”. A lei tem relação com os dez mandamentos, haja vista que o santo
apóstolo fala que a lei é feita “para os parricidas e matricidas, para os homicidas... para
os fornicários, para os sodomitas, para os roubadores de homens, para os mentirosos,
para os perjuros”. É a lei que repreende o comportamento dos injustos. Caso ela tenha
sido abolida, então não existe mais repreensão para as obras dos injustos.
53ª Razão
TIAGO DEMONSTRA CLARAMENTE QUE OS PRIMEIROS CRISTÃOS
OBSERVAVAM A LEI.
“Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um irmão, e julga a
seu irmão, fala mal da lei, e julga a lei; e, se tu julgas a lei já não és observador da lei,
mas juiz. Há só um legislador e um juiz que pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és,
que julgas a outrem?” (Tiago 4:11-12).
Tiago afirma que a atitude dos irmãos maldizentes ao criticar os demais
demonstrava que virtualmente eles estavam falando mal da lei e julgando a lei. Ao falar
mal e julgar os irmãos esses cristãos inconscientemente estavam denegrindo o grande
código moral de conduta para todos os homens.
42 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
Da perspectiva dos maldizentes os demais irmãos estavam aquém das
expectativas estabelecidas pela lei. Nessa condição os maldizentes estavam julgando a
lei e colocando-se na posição de juiz ao condenar o irmão mais fraco na fé.
Tiago diz que aquele que julga a lei não é “observador da lei, mas juiz”. Com
essa afirmação Tiago está dizendo claramente ao mundo que o cristão deve ser um
“observador da lei” e não um juiz. O observador da lei pratica a lei, mas o juiz emprega
a lei com o objetivo de punir os transgressores.
Depreciando a atitude dos cristãos que empregam a lei para julgar os demais
irmãos, Tiago afirma que somente há um legislador e um juiz. Sabemos que esse
legislador e juiz é Deus. Somente o Senhor pode salvar e destruir os transgressores de
Sua lei.
Esse versículo termina deixando a reflexão de que nada somos para julgar o
próximo, tendo em vista que “há só um legislador e um juiz que pode salvar e destruir”.
54ª Razão
LEI OBEDECIDA É LEI DA LIBERDADE, E LEI TRANSGREDIDA É LEI DA
CONDENAÇÃO.
“Assim falai, e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da
liberdade”. (Tiago 2:12).
A lei de Deus estabelece o padrão de justiça, pela qual todos serão julgados:
“Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus”. “Todos os que sob a
lei pecaram pela lei serão julgados”. “Os mortos foram julgados pelas coisas que
estavam escritas nos livros, segundo as suas obras” (I Pedro 4:17; Romanos 2:12;
Apocalipse 20:12). O julgamento tem por base as obras porque a fé sem obras é morta.
Ninguém será dispensado de passar pelo juízo divino “porque todos devemos
comparecer ante o tribunal de Cristo” (II Coríntios 5:10). “Deus há de trazer a juízo toda
a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom quer seja mau” (Eclesiastes
12:14).
A lei de Deus foi designada por Tiago como “lei da liberdade” porque todos que
estão debaixo da graça foram lavados, santificados e justificados (I Coríntios 6:11).
Afinal de contas, quem é verdadeiramente livre: quem transgride a lei ou quem a
obedece? Quem é condenado pela lei: quem a transgride ou quem a obedece?
Evidentemente, para quem transgride a lei, ela é a lei da condenação. Porém, para o
cristão justificado que a obedece, ela é a lei da liberdade.
Quando transgredimos a lei de Deus não nos achamos em liberdade, mas em
escravidão porque “todo aquele que comete pecado é escravo do pecado” (João 8:34).
Quando o cristão vive em conformidade com a lei, ele vive em liberdade porque está
livre da escravidão do pecado e da morte eterna.
43 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
55ª Razão
CRISTO MORREU PARA NOS RESGATAR DA MALDIÇÃO DA LEI.
“Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque
está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro”. (Gálatas 3:13).
A “maldição da lei” é o pecado “porque o salário do pecado é a morte”
(Romanos 6:23). Outra passagem afirma que “o pecado, sendo consumado, gera a
morte” (Tiago 1:15) porque “o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a
lei” (I Coríntios 15:56). Eis o que diz o apóstolo Paulo sobre o salário do pecado: “E eu,
nalgum tempo, vivia sem lei, mas, vindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri”.
“Porque o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, me enganou, e por ele me
matou” (Romanos 7:9, 11).
Cristo nos resgatou das consequências da transgressão da lei de Deus “levando
ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro”. Ele “morreu por nossos
pecados, segundo as Escrituras” (I Pedro 2:24; I Coríntios 15:3).
Cristo fez-se maldição por nós, morrendo pelos nossos pecados: “Àquele que
não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de
Deus” (II Coríntios 5:21). Ele “se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de
si mesmo” (Hebreus 9:26).
Cristo não era maldito para ser pendurado num madeiro porque “como nós, em
tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hebreus 4:15). Apesar disso, Cristo tornou-se
maldição por nós, deixando-se pendurar no madeiro. “O qual por nossos pecados foi
entregue, e ressuscitou para nossa justificação” (Romanos 4:25). “A este dão
testemunho todos os profetas, de que todos os que nele creem receberão o perdão dos
pecados pelo seu nome” (Atos 10:43).
56ª Razão
A LEI NÃO É GUARDADA PELOS CRISTÃOS COMO “CAUSA” DE
SALVAÇÃO, MAS COMO “EFEITO” DE SALVAÇÃO.
“Não aniquilo a graça de Deus; porque, se a justiça provém da lei, segue-se que
Cristo morreu debalde”. (Gálatas 2:21).
O cristão é salvo unicamente pela graça, mediante a fé e julgado pelas obras,
porque a fé sem obras é morta.
A “graça de Deus” pode ser aniquilada na vida do cristão, quando ele a despreza
ou a substitui por qualquer outro suposto método de justiça.
44 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
Os gálatas, persuadidos pelos cristãos judaizantes, estavam procurando a
salvação pela “justiça que provém da lei”. Ocorre que é impossível ao homem tornar-se
justo diante de Deus pelas obras da lei.
A lei não foi dada ao homem como “método” de justificação. Ela não possui o
menor poder para salvar qualquer alma do lamaçal do pecado. A lei nunca teve a virtude
para perdoar os pecados. “Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas
obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado” (Romanos 3:20).
Caso pudéssemos ser justificados pela justiça que provém da lei, então a morte
de Cristo Jesus não teria nenhum sentido e seria totalmente inútil. Mas, conquanto a lei
não possa salvar quem quer que seja, ninguém será salvo sem obedecer a lei “porque o
pecado é a transgressão da lei” (I João 3:4) e “o salário do pecado é a morte” (Romanos
6:23).
Cristo veio ao mundo para perdoar os pecados cometidos em tempos de
ignorância, e não abolir a lei para autorizar a prática voluntária do pecado.
57ª Razão
CASO A LEI PUDESSE SALVAR, ENTÃO A SALVAÇÃO TERIA SIDO PELA
LEI.
“Logo, a lei é contra as promessas de Deus? De nenhuma sorte; porque, se
dada fosse uma lei que pudesse vivificar, a justiça, na verdade, teria sido pela lei”.
(Gálatas 3:21).
A lei não é contra o evangelho, contra o perdão, contra a salvação, contra a
justificação, contra a santificação etc. “Logo, a lei é contra as promessas de Deus? De
nenhuma sorte”. Portanto, quem diz que a lei é contra a graça mostra total
desconhecimento das Escrituras Sagradas. Mostra que está seguindo uma teologia
secular, mas não a teologia bíblica.
A graça nunca foi incompatível com a lei. Na verdade, a graça e a lei possuem
funções totalmente distintas. A graça foi concedida para que o crente pudesse receber o
perdão dos pecados e ter a vida eterna, enquanto que a lei foi dada para mostrar-lhe o
seu pecado (Romanos 3:20). É por intermédio da lei que o Espírito Santo convence o
mundo do pecado, levando-o a aceitar a graça de Deus (João 16:8).
Aquele que emprega a lei como método de salvação está tentando alcançar uma
impossibilidade. Essa não é a função da lei. A lei não salva ninguém; nunca salvou
alguém e jamais poderá salvar quem quer que seja. Quando alguns obtusos empregam
equivocadamente a lei como método de salvação, então ela torna-se incompatível com a
graça, especialmente porque a salvação passa a ser por mérito próprio do homem e Deus
passa a ser o devedor.
A lei não foi dada para trazer a vida eterna. Ela não pode vivificar ninguém.
Caso fosse possível uma lei que pudesse trazer a vida eterna, então a salvação da
humanidade teria sido pelas obras da lei. Porém, esse não é o caso.
45 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
58ª Razão
O PADRÃO DE JUSTIÇA DA LEI SE CUMPRE NA VIDA DE TODOS QUE
NASCERAM DE NOVO.
“Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne,
Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou
o pecado na carne. Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos
segundo a carne, mas segundo o espírito”. (Romanos 8:3-4).
Existem muitas coisas que são impossíveis à lei. Entre elas destacam-se as
seguintes: A lei não possui a função de justificar (Gálatas 2:16) ou vivificar (Gálatas
3:21).
A função primordial da lei é bem diferente. Ela traz ao homem o conhecimento
do pecado (Romanos 3:20; 7:7) porque é ela quem define o que é pecado (I João 3:4). A
lei nunca foi dada para justificar ou salvar. Ela foi estabelecida como norma de
perfeição de caráter para todos os santos do Altíssimo. Ocorre que, devido a entrada do
pecado no mundo, o homem ficou aquém da perfeita justiça exigida pela lei.
A lei exige que todos andem em perfeita harmonia com os seus preceitos, caso
contrário serão redarguidos como transgressores condenados à morte, haja vista que o
pecado é definido como transgressão da lei (I João 3:4) e o salário do pecado é a morte
(Romanos 6:23).
É impossível ao homem carnal, decaído da graça, viver perfeitamente dentro do
padrão de justiça exigido pela lei “porquanto a inclinação da carne é inimizade contra
Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser” (Romanos 8:7).
Porém, Jesus Cristo, expiando o pecado do mundo, condenou o pecado na Sua carne,
para que o padrão de perfeita justiça exigido pela lei pudesse ser cumprido na vida de
todos que nasceram de novo.
59ª Razão
O CRISTÃO GUARDA A LEI DE DEUS PORQUE O PECADO, SENDO
CONSUMADO, GERA A MORTE.
“Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado,
sendo consumado, gera a morte”. (Tiago 1:15).
Ser tentado não é pecado. O que é pecado é cair na tentação. Foi por essa razão
que Jesus nos ensinou a orar: “não nos deixes cair em tentação” (Mateus 6:13; Lucas
11:4). A Bíblia Sagrada ensina que Jesus foi tentado em todas as coisas, mas não caiu
em tentação: “como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hebreus 4:15).
46 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
Depois que o pecado entrou no mundo, todos descendentes de Adão passaram a
ter uma inclinação natural para praticar o pecado, posto que o pecado satisfaz a natureza
decaída do homem, definida na Bíblia Sagrada como natureza carnal.
A inclinação pecaminosa pelos prazeres dos bens materiais e sensuais é
conhecida nas Escrituras Sagradas como concupiscência. A concupiscência é concebida
quando o homem cede à poderosa sedução da tentação. Somente nesse momento é dado
à luz o pecado. A consumação do pecado ocorre estando ainda no coração do homem
(Mateus 5:27-28) “porque o pecado é a transgressão da lei” (I João 3:4) e “bem sabemos
que a lei é espiritual” (Romanos 7:14).
Disse o apóstolo Paulo: “eu não conheci o pecado senão pela lei” (Romanos 7:7)
“porque pela lei vem o conhecimento do pecado” (Romanos 3:20) e “todo aquele que
pratica o pecado, também transgride a lei” (I João 3:4). Ao ser consumado no coração
do ser humano, o pecado gera a morte, “porque o salário do pecado é a morte”
(Romanos 6:23).
60ª Razão
A FORÇA DO PECADO ATESTA A EXISTÊNCIA E A EFICÁCIA DA LEI.
“Ora o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei”. (I Coríntios
15:56).
O “aguilhão” é definido pelo dicionário informal de português como ferrão,
espinho, ponta, acúleo, dardo etc.
A “morte” é a cessação da vida, da consciência, dos sentimentos, do raciocínio,
da inteligência etc. “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não
sabem cousa nenhuma, nem tão pouco eles têm jamais recompensa, mas a sua memória
ficou entregue ao esquecimento. Até o seu amor, o seu ódio, e a sua inveja já
pereceram” (Eclesiastes 9:5-6).
O “pecado” é biblicamente definido como “transgressão da lei” (I João 3:4).
Paulo afirma que não teria conhecido “o pecado senão pela lei” “porque pela lei vem o
conhecimento do pecado” (Romanos 7:7; 3:20).
A “força” é caracterizada pelo conceito de eficácia, energia, alento, vigor etc.
A “lei” é definida como uma norma de conduta.
“O aguilhão da morte é o pecado”. Essa sentença encontra paralelo em outras
passagens e quer dizer que “o pecado, sendo consumado, gera a morte” (Tiago 1:15) ou
que “o salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23). Portanto, o ferrão da morte é o
pecado.
“A força do pecado é a lei”. Essa expressão diz que “o pecado não é imputado,
não havendo lei” (Romanos 5:13) e “onde não há lei também não há transgressão”
(Romanos 4:15). Portanto, a existência e a eficácia do pecado atestam a existência e a
eficácia da lei. Não poderia haver pecado se não houvesse uma lei vigorando que o
definisse.
47 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
61ª Razão
A LEI É NECESSÁRIA PARA O ESPÍRITO SANTO CONVENCER O MUNDO
DO PECADO.
“E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo”.
(João 16:8).
Qualquer pessoa que negligência a lei torna inútil o trabalho do Espírito Santo
em seu coração “porque o pecado é a transgressão da lei” (I João 3:4) e “o salário do
pecado é a morte” (Romanos 6:23). Porém, é Espírito Santo quem convence o homem
do pecado, mas Ele o faz por intermédio da lei porque “pela lei vem o conhecimento do
pecado” (Romanos 3:20).
Caso a lei tivesse sido abolida não haveria o que transgredir e não havendo
transgressão não haveria pecado. “Porque onde não há lei também não há transgressão”
e “o pecado não é imputado, não havendo lei” (Romanos 4:15; 5:13). Destarte, o
Espírito Santo nada teria para convencer o mundo. Para que o Espírito Santo possa
convencer “o mundo do pecado” é absolutamente necessário que a lei de Deus esteja
vigorando, caso contrário não é possível a prática do pecado, haja vista “onde não há lei
também não há transgressão”.
A lei não tem poder, propriedade ou virtude para salvar quem quer que seja. Ela
não foi dada ao homem como método de salvação, mas é um poderoso instrumento pelo
qual o Espírito Santo convence o mundo do pecado.
“Eu não conheci o pecado” declarou o apóstolo Paulo “senão pela lei” (Romanos
7:7). Logo é pela lei que podemos perceber a atuação do Espírito Santo em nossa vida.
É pela lei que podemos constatar que a nossa vida está ou não em harmonia com a
vontade de Deus.
62ª Razão
QUANDO CONFESSAMOS OS NOSSOS PECADOS, ADMITIMOS QUE
SOMOS TRANSGRESSORES DA LEI.
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo, para nos perdoar os
pecados, e nos purificar de toda a injustiça”. (I João 1:9).
Um dos dons mais preciosos concedidos por Deus à humanidade decaída foi o
dom do perdão dos pecados. O perdão somente tornou-se possível porque “Cristo
morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras” (I Coríntios 15:3).
O pecado é definido pelas Escrituras Sagradas como “transgressão da lei” (I
João 3:4). As Escrituras também afirmam que: “pela lei vem o conhecimento do
pecado” (Romanos 3:20).
48 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
Precisamos arrepender-nos e confessar os nossos pecados porque “o salário do
pecado é a morte” (Romanos 6:23). Porém, quando confessamos os nossos pecados, na
realidade estamos confessando que transgredimos a lei de Deus porque “pecado é a
transgressão da lei” (I João 3:4).
Caso a lei tenha sido abolida, como alguns fantasiam, então não haveria mais
nenhum pecado para ser confessado, perdoado e purificado. Porém, a grande verdade é
que o pecado existe e é praticado por bilhões de pessoas pelo mundo. Se o pecado existe
é porque a lei continua vigorando.
Somente pela graça de Deus podemos alcançar o perdão dos nossos pecados
porque Cristo “se manifestou para tirar os nossos pecados” (I João 3:5). “Vinde então, e
argui-me, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se
tornarão brancos como a neve: ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se
tornarão como a branca lã” (Isaías 1:18).
63ª Razão
A LEI SERVE DE AIO PARA QUE O ESPÍRITO SANTO POSSA CONVENCER
O MUNDO DO PECADO.
“De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que
pela fé fôssemos justificados”. (Gálatas 3:24).
O dicionário online de português define o vocábulo “aio” como “preceptor
encarregado da educação de crianças ilustres ou ricas”. A palavra “lei” mencionada por
Paulo na passagem bíblica supra mencionada refere-se tanto à lei moral quanto a
cerimonial. No caso vertente, a lei serve para orientar os homens com o objetivo de
conduzi-lo a Cristo, para que os homens possam ser justificados pela fé.
É o Espírito Santo quem convence o mundo do pecado para que ele possa crer
em Cristo Jesus (João 16:8-9). Mas para convencer o mundo do pecado o Espírito Santo
emprega a lei porque “pela lei vem o conhecimento do pecado” (Romanos 3:20). O
mundo jamais teria conhecimento do “pecado senão pela lei” (Romanos 7:7). Dessa
maneira a lei moral nos serviu de aio para nos conduzir à fé em Cristo.
Antes da cruz a lei cerimonial também serviu de aio aos homens porque as suas
ordenanças de expiação de pecados por meio do holocausto de animais eram sombras
que apontavam para o sacrifício supremo do “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do
mundo” (João 1:29).
No Antigo Concerto a lei moral condenava os transgressores; porém, eles eram
levados ao perdão pelo sacrifício de animais. No Novo Concerto a lei moral condena os
transgressores; mas eles são levados ao perdão pelo sacrifício de Cristo. Nada mais
simples, claro e lógico!
49 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
64ª Razão
O PECADO É DEFINIDO COMO TRANSGRESSÃO DA LEI, MAS O
CRISTÃO NÃO DEVE PERMANECER NO PECADO.
“Que diremos pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde? De
modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?”
(Romanos 6:1-2).
A Bíblia Sagrada afirma que “pela lei vem o conhecimento do pecado”
(Romanos 3:20). Paulo declara: “Eu não conheci o pecado senão pela lei” (Romanos
7:7). João assegura que “pecado é a transgressão da lei” (I João 3:4). Portanto, todos que
transgridem a lei cometem pecados.
Em sua epístola aos Romanos, Paulo declara: “Que diremos pois?
Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde? De modo nenhum”. Nesse
versículo, Paulo faz uma pergunta retórica que ele mesmo responde. Ele deixa claro que
o cristão “de modo nenhum” deve permanecer no pecado. Mas para que o cristão não
permaneça no pecado é necessário que ele venha a guardar a lei porque “todo aquele
que pratica o pecado, também transgride a lei” (I João 3:4).
O fiel cristão está morto para o pecado porque estando vivendo debaixo da
graça, a lei de Deus torna-se parte de sua vida. Pelo menos é isso que o apóstolo Paulo
ensina limpidamente: “Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes
estabelecemos a lei”. (Romanos 3:31).
O cristão é salvo unicamente pela graça, mediante a fé e julgado pelas obras
porque a fé sem obras é morta e a transgressão da lei é pecado. A fé em Cristo não anula
a lei, pelo contrário, o cristão mais do que nunca estabelece a lei em sua vida, posto que
ele não deve permanecer vivendo no pecado.
65ª Razão
A LEI É BOA PARA O CRISTÃO PORQUE ELA ESTÁ EM HARMONIA COM
SUA NATUREZA ESPIRITUAL.
“Porque o que faço não o aprovo, pois o que quero isso não faço, mas o que
aborreço isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa”.
(Romanos 7:15-16).
Nesses versículos o apóstolo Paulo está discorrendo sobre o conflito espiritual
pelo qual muitos cristãos passam. Ilustrando seu ponto de vista, o santo apóstolo refere-
se ao conflito existente entre sua natureza espiritual e sua natureza carnal. Na sua
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90 Razões Para Guardar o Sábado
natureza espiritual, Paulo aborrecia e desaprovava as obras que sua natureza carnal
realizava.
Como sua natureza carnal fazia coisas que a sua natureza espiritual não aprova,
Paulo é levado a reconhecer que a lei é boa. Ela é boa porque está em harmonia com a
vontade da natureza espiritual, opondo-se às obras realizadas pela natureza carnal. A lei
é boa porque, sendo de natureza espiritual (Romanos 7:14), ela alcança até mesmo as
mais profundas intenções do coração do homem.
Paulo jamais teria afirmado que a lei é boa caso ela fosse alguma relíquia do
passado e sem nenhuma serventia para os cristãos. A lei é boa porque ela está em
perfeita harmonia com a natureza espiritual do cristão. Ela é boa porque, assim como a
natureza espiritual, ela opõe-se às obras da natureza carnal. O cristão que guarda a lei de
Deus tem um poderoso instrumento para alimentar a sua natureza espiritual contra a
tremenda força de sua natureza carnal. “Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os
quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem
como o mal”. (Hebreus 5:14).
66ª Razão
COM SUA NATUREZA ESPIRITUAL, O APÓSTOLO PAULO DECLAROU
QUE TINHA PRAZER NA LEI DE DEUS.
“Acho então esta lei em mim: que, quando quero fazer o bem, o mal está
comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus”. (Romanos
7:21-22).
Nestes versículos o apóstolo Paulo está fazendo referência à natureza carnal e
espiritual do cristão. Essas duas naturezas são contraditórias e estão em constante
conflito, enquanto uma quer fazer o bem a outra quer fazer o mal. “Porque a carne
cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro: para
que não façais o que quereis” (Gálatas 5:17). Foi por essa razão que o apóstolo Paulo
declarou: “quando quero fazer o bem, o mal está comigo”
A “lei de Deus” mencionada pelo apóstolo Paulo é uma clara referência aos dez
mandamentos porque o contexto do referido capítulo cita um dos mandamentos do
decálogo. Eis a prova bíblica: “Que diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum:
mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a
concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás” (Romanos 7:7).
Caso a “lei de Deus” tivesse sido abolida, então o apóstolo Paulo jamais teria
dito: “tenho prazer na lei de Deus”. Ora, se o apóstolo Paulo declarou que tinha prazer
na lei de Deus é porque ele a guardava. Se a guardava era porque ela continuava
vigorando para todos os cristãos e se está em vigor é porque tem uma parte muito
importante na vida do cristão. É a “lei de Deus” que estabelece o comportamento que o
“homem interior” deve possui perante Deus e o próximo.
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90 Razões Para Guardar o Sábado
67ª Razão
A LEI É ESPIRITUAL E ALCANÇA AS INTENÇÕES DO CORAÇÃO.
“Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o
pecado”. (Romanos 7:14).
Paulo afirma que a lei de Deus é espiritual. Isso indica que ela alcança as
intenções do coração humano. Como a lei é espiritual, o homem pode transgredi-la pelo
simples desejo. Deus está interessado em restaurar o caráter puro da humanidade, razão
pela qual as intenções impuras do coração são pecaminosas à vista de Deus (Gálatas
5:19; Efésios 5:5).
Passar por tentações não é pecado, posto que Cristo “como nós, em tudo foi
tentado, mas sem pecado” (Hebreus 4:15). Como “o pecado é a transgressão da lei” (I
João 3:4) e, por sua vez, “a lei é espiritual” (Romanos 7:14), então o homem pode pecar
pelo simples pensamento, quando cede à sedução da tentação.
Longe de insinuar a abolição da lei, Jesus demonstrou que a mesma é espiritual
ao esclarecer que o homem comete pecado em seu coração quando intenta transgredir
alguns dos seus mandamentos. Eis a prova bíblica: “Ouvistes que foi dito aos antigos:
Não cometerás adultério. Eu porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher
para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela” (Mateus 5:27-28).
Nessa passagem, Jesus faz clara referência aos Dez Mandamentos ao mencionar
dois dos seus sagrados preceitos: “adultério” e “cobiça”. Aliás, o próprio mandamento
que proíbe a cobiça é espiritual. Tal mandamento somente pode existir no coração do
transgressor e, apesar disso, sua transgressão é tida como pecado. Para uma lei que seria
abolida, o preciosismo de Jesus tirou toda possibilidade de pensar em qualquer abolição
da lei.
68ª Razão
PAULO TINHA POR COSTUME DISPUTAR AOS SÁBADOS SOBRE AS
ESCRITURAS.
“E Paulo, como tinha por costume, foi ter com eles; e por três sábados disputou
com eles sobre as Escrituras”. (Atos 17:2).
O apóstolo Paulo foi chamado por Deus para ser doutor dos gentios. Ele
deveria ensinar a Palavra de Deus e pregar o Evangelho aos estrangeiros de todas as
nações.
Do mesmo modo como os judeus, o apóstolo Paulo guardava o sábado. Ele
observava esse dia porque as Escrituras Sagradas dos judeus e dos cristãos daquela
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90 Razões Para Guardar o Sábado
época eram as mesmas. Ocorre que as Escrituras Sagradas sempre orientaram aos
crentes a santificarem o dia do sábado.
Além de guardar o sábado junto com os seus conterrâneos judeus que viviam no
estrangeiro, o apóstolo Paulo também aproveitava a oportunidade para pregar o
Evangelho para judeus e gentios.
Na cidade de Tessalônica, localizada na Grécia, o apóstolo Paulo, por três
sábados consecutivos, disputou com judeus e prosélitos gentios sobre as boas novas de
salvação. Quando Paulo chegava numa nova localidade, o seu costume era procurar seus
conterrâneos e apresentar-lhes o evangelho.
Alguns dos interpretes formados na teologia secular sugerem que Paulo
frequentava as sinagogas aos sábados porque desejava evangelizar os judeus. Ocorre
que não é isso que as Escrituras Sagradas ensinam. A teologia bíblica ensina que,
mesmo em locais onde não havia sinagogas ou judeus, o apóstolo Paulo continuava com
o seu costume de santificar o sábado. Um exemplo clássico ocorreu na colônia de
Filipos na Macedônia. Naquela localidade não havia judeus ou sinagogas, mas mesmo
assim, o apóstolo Paulo guardou o sábado (Atos 16:12-13).
69ª Razão
O SÁBADO FOI FEIO EM BENEFÍCIO DO SER HUMANO E NÃO AO
CONTRÁRIO.
“E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por
causa do sábado”. (Marcos 2:27).
O sábado foi dado na fundação do mundo em benefício de toda a humanidade
(Gênesis 2:2-3). Esse dia não é cerimonial porque não visa à expiação do pecado. Além
disso, foi dado antes mesmo da entrada do pecado no mundo.
O ser humano é o maior beneficiário do dom do sábado. Segundo Jesus “o
sábado foi feito por causa do homem”. A constituição psíquica e física dos seres
humanos e até mesmo dos animais necessita, não somente do repouso noturno, mas
também do repouso sabático após um período de seis dias de trabalho “para que
descanse o teu boi, e o teu jumento; e para que tome alento o filho da tua escrava, e o
estrangeiro” (Êxodo 23:12).
“O sábado foi feito por causa do homem” para que nesse dia ele pudesse
livremente cultuar a divindade, haja vista que o sábado é o dia de “santa convocação”
(Levítico 23:3). Ao guardar o sábado o homem está reconhecendo a autoridade divina
que legislou a santificação do sétimo dia da semana como dia de repouso. Além disso,
ele recebe as benções divinas que foram expressamente colocadas sobre esse dia
(Gênesis 2:2-3; Êxodo 20:11).
Jesus afirmou que o homem não foi criado “por causa do sábado”. A
humanidade não foi criada para ser escrava do sábado, mas foi criada para usufruir as
benções do sábado. Esse dia é visto pelos adoradores da divindade como um dia
“deleitoso, e santo dia do Senhor digno de honra” (Isaías 58:13).
53 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
70ª Razão
NO SÁBADO NÃO É REALIZADA NENHUMA ATIVIDADE SECULAR, MAS
SOMENTE ATIVIDADE RELIGIOSA E FILANTRÓPICA.
“Pois quanto mais vale um homem do que uma ovelha? É, por consequência,
lícito fazer bem nos sábados”. (Mateus 12:12).
Os cristãos não guardam o sábado da mesma forma como as seitas dos fariseus
e dos saduceus o faziam. Mas eles guardam o sábado da maneira como Jesus o
guardava. Ele o guardava estando imbuído dos mandamentos do amor a Deus e do amor
ao próximo porque “destes dois mandamentos depende toda a lei e os profetas” (Mateus
22:40).
O sábado não deve ser guardado de forma legalista ou no pé da letra da lei como
os fariseus o faziam, porque seria guardá-lo sem entendimento, mesmo porque no Novo
Concerto o Senhor diz o seguinte: “porei as minhas leis no seu entendimento, e em seu
coração as escreverei” (Hebreus 8:10).
No dia do sábado o cristão não realiza nenhuma atividade secular (Êxodo 20:10).
Nesse dia ele descansa do trabalho secular (Êxodo 23:12), adora o criador porque é um
dia de “santa convocação” (Levítico 23:3), procura fazer bem ao próximo em estado de
necessidade porque Jesus ensinou que é “lícito fazer bem nos sábados” (Mateus 12:12;
Marcos 3:4). Para o cristão o dia do sábado é um “deleitoso, e santo dia do Senhor
digno de honra” (Isaías 58:13).
Finalmente pode-se acrescentar que em todas as arengas dos fariseus contra
Jesus, em nenhum momento a identidade do sábado foi questionada. Todos
reconheciam que o sábado é o sétimo dia da semana. O que estava sendo questionado
pelos fariseus era apenas a maneira como Jesus guardava o sábado.
71ª Razão
DESDE O INICÍO DO CRISTIANISMO, OS CRISTÃOS SEMPRE
GUARDARAM O SÁBADO.
“E era o dia da preparação, e amanhecia o sábado. E, voltando elas,
prepararam especiarias e unguentos, e no sábado repousaram, conforme o
mandamento. E no primeiro dia da semana, muito de madrugada, foram elas ao
sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado”. (Lucas 23:54, 56 e 24:1).
Esses três versículos fazem uma clara referência sequencial a três dias da
semana. Eles falam do dia da preparação, do dia do sábado e do primeiro dia da semana.
54 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
O dia da preparação é “a véspera do sábado” (Marcos 15:42). Como o sábado é o
sétimo dia da semana, então o dia da preparação é o sexto dia da semana. Este dia
recebeu esse nome por ocasião do incidente da queda do maná: “E acontecerá, ao sexto
dia, que prepararão o que colherem” (Êxodo 16:5). Somente o sexto e o sétimo dia da
semana possuem nomes próprios especiais: “dia da preparação” e “sábado”. O primeiro
dia da semana é designado por um simples numeral ordinal: “primeiro” dia da semana.
As mulheres que seguiam Jesus desde a Galiléia, acompanharam o féretro e
viram o local do sepulcro onde fora colocado o corpo de Jesus. A seguir, retornando
para a hospedaria, prepararam especiarias e unguentos com a intenção de ungir o corpo
de Cristo. Porém, com o pôr do Sol, elas guardaram o sábado, conforme prescrição da
lei de Deus. Caso Jesus tivesse ensinado que o sábado não tem nenhum valor, então Ele
se esqueceu de avisar as suas seguidoras mais dedicadas. Como o primeiro dia da
semana era visto como um dia ordinário, as mulheres foram realizar a atividade secular
que deixaram de fazer no sétimo dia da semana.
72ª Razão
OS CRISTÃOS ORIENTAVAM-SE PELO ANTIGO TESTAMENTO, O QUAL
ORDENA A GUARDA DO SÁBADO.
“Ora estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de
bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas
eram assim”. (Atos 17:11).
A Bíblia Sagrada demonstra que os primeiros cristãos praticavam os ensinos
contidos no Antigo Testamento, mesmo porque eram as únicas Escrituras até então
produzidas. Por exemplo, “Paulo, como tinha por costume, foi ter com eles; e por três
sábados disputou com eles sobre as Escrituras” (Atos 17:2). Apolo, “com grande
veemência convencia publicamente os judeus, mostrando pelas Escrituras que Jesus era
o Cristo” (Atos 18:28). “E no sábado seguinte ajuntou-se quase toda a cidade a ouvir a
palavra de Deus” (Atos 13:44).
Lucas relata em seu livro intitulado “Atos dos Apóstolos” que os bereanos eram
mais nobres que os tessalonicenses. Os motivos para esse elogio são vários: 1º) Os
bereanos receberam de bom grado a palavra anunciada por Paulo. 2º) Os bereanos não
eram apenas ouvintes passivos, que aceitavam cegamente tudo o que lhes era ensinado.
3º) Os bereanos submetiam à prova todo ensino recebido, examinando-os nas Escrituras
Sagradas com o objetivo de verificar a veracidade dos ensinos ministrados por Paulo.
Caso Paulo houvesse ensinado a observância de outro dia que não fosse o
sábado, tal ensino não teria passado pelo rigoroso crivo das Escrituras Sagradas
examinadas pelos bereanos. Simplesmente porque as Escrituras Sagradas ensinam
apenas a observância do dia do sábado.
55 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
73ª Razão
CRISTO RESSUSCITOU NO PRIMEIRO DIA DA SEMANA, MAS NÃO
MANDOU NINGUÉM GUARDAR O DOMINGO.
“E Jesus, tendo ressuscitado na manhã do primeiro dia da semana, apareceu
primeiramente a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demônios”. (Marcos
16:9).
Nem de longe as Escrituras Sagradas ordenam a santificação de outro dia da
semana, que não seja o dia do sábado.
Em razão da total ausência de qualquer mandamento bíblico ordenando a guarda
do domingo, os defensores dessa tradição de origem humana procuram por todos os
meios fazer valer a observância do domingo.
O principal argumento em defesa da guarda do domingo consiste em dizer que
esse dia deve ser guardado porque Jesus ressuscitou no primeiro dia da semana. Esse
frágil argumento procura relacionar a ressurreição de Jesus com o primeiro dia da
semana, para daí justificar a guarda do domingo. A verdade é que nenhum
acontecimento, por mais importante que seja, dá ao homem o direito de substituir
qualquer um dos mandamentos de Deus.
Caso fosse possível substituir os mandamentos de Deus por acontecimentos
ocorridos em determinados dias; então, o homem poderia observar a quinta-feira, sob o
argumento de que nesse dia Jesus instituiu a Santa-Ceia. De igual modo o homem
poderia guardar a sexta-feira sob o pretexto de que nesse dia Jesus morreu pelos
pecados da humanidade. Também poderia guardar o sábado com o argumento de que
nesse dia Jesus descansou na sepultura. De igual modo o homem poderia guardar o
domingo, sob o argumento de que foi nesse dia que Jesus ressuscitou.
74ª Razão
OS DISCIPULOS AJUNTARAM-SE NO PRIMEIRO DIA DA SEMANA, MAS
NÃO PARA SANTIFICAR O DOMINGO.
“Chegada pois a tarde de aquele dia, o primeiro dia da semana, e cerradas as
portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e
pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco”. (João 20:19).
Alguns cristãos são verdadeiros “analfabetos funcionais”; ou seja, eles sabem
ler, mas não sabem interpretar o que leram. Destarte, eles dão asas à sua imaginação e
dizem coisas que não entendem, totalmente fora do contexto bíblico, e passam a
navegam por maioneses nunca dantes navegadas.
56 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
Com relação ao versículo em questão, esses cristãos dizem que os discípulos
estavam reunidos cultuando e guardando o primeiro dia da semana em homenagem à
ressurreição do Senhor. Ocorre que essa afirmação gratuita é por conta e risco desses
analfabetos funcionais, pois o versículo não diz nada disso.
O que o versículo bíblico diz é que os discípulos realmente estavam reunidos,
mas estavam reunidos com medo dos judeus e com as portas fechadas, e não reunidos
para santificar o primeiro dia da semana.
Pelo contexto do versículo está claro que os discípulos não estavam cultuando a
ressurreição do Senhor no primeiro dia da semana, simplesmente porque eles ainda não
criam que Cristo havia ressuscitado. Sendo esta a primeira vez que Jesus apareceu-lhes.
Diante do exposto está claro que nesse versículo não existe nenhum
mandamento ordenando a guarda, santificação ou a observância do domingo. A bem da
verdade, nem mesmo o nome domingo aparece no versículo, porque esse nome tem
origem na língua latina e foi forjado no século IV d.C.
75ª Razão
OS DISCIPULOS AJUNTARAM-SE NO PRIMEIRO DIA DA SEMANA, MAS
NÃO PARA GUARDAR O DOMINGO.
“E no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão,
Paulo, que havia de partir no dia seguinte, falava com eles; e alargou a prática até à
meia noite”. (Atos 20:7).
Alguns supõem que a Igreja guardava o domingo porque os discípulos de
Trôade haviam se reunido nesse dia para realizar a Santa Ceia. Porém, muitos são os
problemas que aparecem nessa suposição: 1º) A expressão “partir o pão” não é
empregada pelo autor do livro Atos dos Apóstolos para designar a Santa Ceia, mas para
indicar uma singela refeição (Atos 2:46; 27:35). 2º) Mesmo que os discípulos
estivessem realizando a Santa Ceia, ainda assim não é possível deduzir do versículo que
eles estavam guardando o domingo, simplesmente porque a Santa Ceia pode ser
realizada em qualquer dia da semana. Aliás ela foi instituída numa quinta-feira (I
Coríntios 11:23-26) e nem por isso esse dia é considerando sagrado. 3º) Na época, o dia
era contado de pôr do Sol a pôr do Sol. Ocorre que, aquela reunião para “partir do pão”
ocorreu na noite do primeiro dia da semana, que nos dias de hoje corresponde ao sábado
à noite. 4º) O nome domingo não aparece no versículo bíblico, e nem poderia aparecer,
simplesmente porque essa palavra é de origem latina e o Novo Testamento foi escrito
em grego. 5º) Verifica-se que o primeiro dia da semana não é chamado nem mesmo
pelo nome de “dia do Senhor”, mas é designado por um simples numeral ordinal:
“primeiro dia da semana”. 6º) Nesse versículo bíblico não existe nenhum mandamento
ordenando qualquer pessoa a guardar ou santificar o domingo.
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90 Razões Para Guardar o Sábado
76ª Razão
NO PRIMEIRO DIA DA SEMANA OS CRISTÃOS COLOCARAM DE PARTE AS
SUAS DOAÇÕES, MAS NÃO FOI NUM CULTO RELIGIOSO.
“No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder
ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que se não façam as coletas quando eu
chegar”. (I Coríntios 16:2).
Alguns imaginam que a Igreja cultuava no domingo porque supostamente
nesse dia eram feitas coletas. Porém, é digno de nota observar que o versículo não
menciona que as coletas eram levadas à igreja. Aliás, a palavra igreja nem mesmo
aparece no versículo. O que o versículo diz é que as dádivas de cada cristão deveriam
ser postas “de parte”, mas na casa do doador, conforme esclarecem outras versões
bíblicas: “cada um de vós ponha de parte, em casa”. Mesmo que fosse num culto
religioso, ainda assim não seria possível deduzir que os cristãos guardavam o domingo,
porque um culto religioso pode ser realizado em qualquer dia da semana, mas nem por
isso tal dia é considerado sagrado. Além disso, Paulo nem desejava que se realizasse
qualquer espécie de coletas quando ele chegasse de viagem: “para que se não façam as
coletas quando eu chegar”. Poucas foram às vezes que Paulo solicitou coletas entre as
igrejas abastadas, como as igrejas da Galácia (I Coríntios 16:1), da Macedônia e da
Acaia (Romanos 15:26). Essas coletas eram destinadas aos cristãos de Jerusalém (I
Coríntios 16:3), que passavam por grandes necessidades. Foi por isso que “os discípulos
determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse, socorro aos irmãos que
habitavam na Judéia” (Atos 11:29). O que se observa no versículo em questão é que não
existe qualquer mandamento ordenando a observância do domingo, aliás a palavra
domingo nem mesmo é mencionada.
77ª Razão
PAULO ANUNCIOU TODO CONSELHO DE DEUS, MAS NUNCA ANUNCIOU
QUALQUER COISA SOBRE O DOMINGO.
“Portanto, no dia de hoje, vos protesto que estou limpo do sangue de todos.
Porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus”. (Atos 20:26-27).
Paulo foi “constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios” (II Timóteo
1:11). Durante seu ministério entre os gentios ele pregou a Palavra de Deus (Atos 13:44;
18:11; Romanos 15:4), a qual ensina a observância do sábado (Êxodo 20:8-11). Ele
guardou o sábado entre judeus (Atos 13:14; 17:2), guardou o sábado entre prosélitos
(13:42-44) e guardou o sábado entre os gentios (16:13; 18:4). Também ensinou a todos
cristãos seguirem seu exemplo (Filipenses 3:17; 4:9).
58 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
Num determinado ponto do seu ministério, Paulo foi levado a declarar que nunca
deixou de “anunciar todo o conselho de Deus”. Ocorre que ele jamais anunciou
qualquer coisa sobre a santificação do domingo, simplesmente porque o domingo não é
“conselho de Deus”.
Paulo também declarou que “nada, que útil seja, deixei de vos anunciar, e
ensinar publicamente e pelas casas” (Atos 20:20). Ocorre que ele nunca anunciou
qualquer coisa sobre a observância do domingo, porque o domingo não é “nada, que útil
seja”.
Caso do domingo fosse “conselho de Deus” ou algo “que útil seja”, Paulo jamais
teria omitido esse assunto, especialmente porque o costume arraigado entre os crentes
era guardar o sábado e não o domingo. Que espécie de pregador, apóstolo e doutor dos
gentios seria Paulo, que ensinou todo conselho de Deus, mas jamais ensinou qualquer
coisa a respeito do domingo?
78ª Razão
JESUS GUARDAVA O SÁBADO PORQUE ELE É DE DEUS.
“Então alguns dos fariseus diziam: Este homem não é de Deus; pois não guarda
o sábado. Diziam outros: Como pode um homem pecador fazer tais sinais? E havia
dissensão entre eles”. (João 9:16).
Na época de Jesus Cristo os fariseus constituíam a principal seita religiosa na
Judéia. Numa ocasião eles ficaram divididos entre aprovar ou reprovar a Cristo. Um
grupo dizia que Jesus não era de Deus porque não guardava o sábado. Outro grupo dizia
que Jesus não poderia fazer milagres caso fosse um pecador.
O primeiro grupo baseava seu julgamento pela observância dos mandamentos.
Para esse grupo Jesus não poderia ser de Deus porque Ele não guardava o sábado. Logo
Jesus seria um pecador. Ocorre que o critério desse grupo está errado porque Jesus
guardava sim o sábado. O que Jesus não guardava eram as tradições impostas pelos
fariseus sobre o sábado. Ou seja, Jesus não guardava o sábado da mesma maneira como
os fariseus supunham que o sábado deveria ser guardado. Portanto, Conclui-se que Jesus
era de Deus, pois guardava o sábado da forma bíblica e não da forma farisaica.
O segundo grupo fundamentava seu julgamento pelos prodígios e sinais que
Jesus realizava. Esse grupo deduziu corretamente que Jesus não estava transgredindo o
sábado porque um pecador jamais poderia realizar aqueles milagres.
No que pese ao que pensava o primeiro grupo de fariseus, sabemos que Jesus é
de Deus; portanto Ele guardava o sábado da forma correta. Com relação ao segundo
grupo, conclui-se que Jesus guardava corretamente o sábado porque “se este não fosse
de Deus, nada poderia fazer” (João 9:33).
59 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
79ª Razão
NÃO É PECADO REALIZAR A CIRCUNCISÃO NO SÁBADO, TANTO
QUANTO NÃO É PECADO REALIZAR CURAS NO SÁBADO.
“Pelo motivo de que Moisés vos deu a circuncisão (não que fosse de Moisés,
mas dos pais), no sábado circuncidais um homem. Se o homem recebe a circuncisão no
sábado, para que a lei de Moisés não seja quebrantada, indignais-vos contra mim,
porque no sábado curei de todo um homem? Não julgueis segundo a aparência, mas
julgai segundo a reta justiça”. (João 7:22-24).
A circuncisão é uma ordenança dada por Deus ao patriarca Abraão. Quatro
séculos depois, tal fato foi relatado por Moisés no Livro da Lei. Para os antigos a
circuncisão era um cerimonial, que consistia na remoção do prepúcio. Essa ordenança
facilitava a higiene local masculina, evitava o câncer peniano, e era o tratamento da
fimose.
A circuncisão era realizada na criança do sexo masculino no oitavo dia do seu
nascimento (Gênesis 17:10, 12; Levítico 12:3). Caso o oitavo dia do nascimento
ocorresse num sábado, ainda assim a circuncisão deveria ser realizada nesse dia. Deixar
de fazê-la constituía em grave transgressão ao mandado do Senhor, mesmo porque não
existe nenhum impedimento em realizá-la no sábado. O que constitui transgressão da lei
é realizar “trabalho secular” no sábado (Êxodo 20:8-11), o que não é o caso da
circuncisão, que faz parte de um pacto religioso.
Tanto a circuncisão como a santificação do sábado são determinações divinas.
Não havendo nenhum conflito ou subordinação entre elas. O que os judeus
contemporâneos de Cristo não compreendiam é que Jesus ao curar de todo um homem
no sábado estava cumprindo a mesma justiça dos fariseus em circuncidar localmente um
homem no sábado.
80ª Razão
PAI E FILHO TRABALHAM ATÉ AGORA PORQUE É LÍCITO FAZER BEM
NO SÁBADO.
“E por esta causa os judeus perseguiram a Jesus, e procuravam matá-lo;
porque fazia estas coisas no sábado. E Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até
agora, e eu trabalho também. Por isso pois os judeus ainda mais procuravam matá-lo,
porque não só quebrantava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai,
fazendo-se igual a Deus”. (João 5:16-18).
Os judeus haviam estabelecido centenas de regras de atividades que não
poderiam ser realizadas no sábado. Entre elas, estava a prática da medicina, em suas
60 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
diversas modalidades. Jesus foi severamente perseguido porque curava no sábado. Para
os judeus, qualquer espécie de cura era trabalho secular. Como resposta à perseguição
sofrida, Jesus declarou: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também”.
Como mantenedor de todas as coisas, o Pai trabalha em benefício do Universo
(Neemias 9:6; Salmos 65:9-10) porque em estado de necessidade é “lícito fazer bem nos
sábados” (Mateus 12:12). Existem duas razões pelo qual o Pai trabalha até agora: 1ª) Ao
contrário dos homens, Deus não se “cansa nem se fatiga” (Isaías 40:28). 2ª) Existe um
estado de necessitado que somente o Pai pode suprir.
Os judeus queriam matar a Jesus por duas razões: 1ª) Na concepção distorcida
dos fariseus, Jesus “quebrantava o sábado”. De fato, Jesus não guardava o sábado do
mesmo modo como eles guardavam, com suas tradições de origem humana. Para Jesus
o sábado é um dia “deleitoso” e um dia para “fazer bem” e não um dia de prisão. 2ª) Os
judeus queriam matar a Jesus porque Ele “dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-
se igual a Deus”, o que seria blasfêmia, caso Jesus realmente não fosse igual a Deus.
81ª Razão
O SÁBADO NÃO E QUEBRADO QUANDO EXISTE UM ESTADO DE
NECESSIDADE FAMÉLICO.
“Naquele tempo passou Jesus pelas searas, em um sábado; e os seus discípulos,
tendo fome, começaram a colher espigas, e a comer. E os fariseus, vendo isto,
disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer num sábado”.
(Mateus 12:1-2).
Os membros da seita dos fariseus criticaram a Jesus porque os Seus discípulos,
ao passarem por umas searas num dia de sábado, estando com fome, colherem algumas
espigas, e soltando os grãos com as mãos as comiam (Lucas 6:1).
Para essa seita o ato de colher espigas para saciar a fome momentânea era
considerado como sendo a mesma coisa que o trabalho secular de colheita; e, o ato de
tirar da espiga os grãos de cereal era tido como sendo a mesma coisa que praticar
trabalho secular de debulha.
A maneira farisaica de guardar os mandamentos de Deus não tem fundamento na
Bíblia Sagrada. As regras minuciosas que eles haviam inventado para guardar o sábado
não passavam de criações humanas. Do ponto de vista dos fariseus, a atividade dos
discípulos em colher algumas espigas no sábado para comer era atividade ilícita.
Essa seita extremista pouco se importava com o real estado de necessidade
famélico existente entre as pessoas. Em certa ocasião Jesus foi levado a fazer a seguinte
pergunta aos fariseus: “Uma coisa vos hei de perguntar: É lícito nos sábados fazer bem
ou fazer mal? Salvar a vida ou matar?” (Lucas 6:9). A verdade é que os fariseus
desconheciam o fato de que é “lícito fazer bem nos sábados” (Mateus 12:12) porque o
sábado é um dia “deleitoso, e santo dia do Senhor digno de honra” (Isaías 58:13).
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90 Razões Para Guardar o Sábado
82ª Razão
DAVI COMEU OS PÃES DA PROPOSIÇÃO PORQUE HAVIA UM ESTADO
DE NECESSIDADE FAMÉLICO.
“Ele porém, lhes disse: Não tendes lido o que fez Davi, quando teve fome, ele e
os que com ele estavam? Como entrou na casa de Deus, e comeu os pães da
proposição, que não lhe era lícito comer, nem aos que com ele estavam, mas só aos
sacerdotes?” (Mateus 12:3-4).
Em resposta à acusação dos fariseus de que os Seus discípulos estavam
praticando uma ilicitude no sábado, ao colherem algumas espigas para comer, Jesus
mostrou-lhes que não viu nada de ilícito. Isto é evidente. Os discípulos estavam em
estado de necessidade, pois tinham fome. É claro que eles não estavam realizando
nenhum trabalho de comércio ao colherem algumas espigas para saciar a sua própria
fome.
Justificando o estado de necessidade dos discípulos, Jesus argumentou que Davi,
estando com fome, comeu os pães da proposição, os quais não lhe era lícito comer. Mas,
por que Davi comeu os pães da proposição? Comeu porque estava em estado de
necessidade famélico (I Samuel 21:1-5). Destarte, era lícito aos discípulos de Jesus, no
sábado colher e comer as espigas necessárias para saciar a própria fome, tanto quanto
era lícito Davi saciar a sua fome comendo os pães da proposição. Assim, Jesus aprovou
a observância do sábado, demonstrando que o sábado não é quebrado quando alguém
em estado de necessidade é socorrido nesse dia.
Quando os discípulos foram acusados pelos fariseus de violarem o sábado, Jesus
justificou a atitude deles como lícita de ser realizada no dia do sábado. Em nenhum
momento o Senhor declarou ou insinuou qualquer possibilidade do sábado estar sendo
violado pelo ato de se alimentar nesse dia, mesmo que seja no meio de uma plantação.
Só mesmo sendo fariseu!
83ª Razão
OS SACERDOTES NO TEMPLO VIOLAM O SÁBADO PORQUE SUAS
ATIVIDADES ERAM LÍCITAS.
“Ou não tendes lido na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o
sábado, e ficam sem culpa?” (Mateus 12:5).
É fato consumado que os sacerdotes não realizavam qualquer “trabalho
secular” aos sábados. Suas atividades nos sábados se restringiam ao ritual religioso
desempenhado no Templo Sagrado. Eram atividades determinadas pelo Senhor para
serem realizadas exclusivamente no dia do sábado. O Livro da Lei registra as atividades
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90 Razões Para Guardar o Sábado
que os sacerdotes deveriam realizar no Santuário aos sábados (Números 28:9-10;
Levítico 24:5-8; I Crônicas 9:32 etc.).
A regra autorizando o trabalho sacerdotal aos sábados não era aplicada a
qualquer pessoa, mas valia apenas para os sacerdotes levitas. Mesmo assim, somente
para aqueles que trabalhavam no Templo aos sábados. Suas atividades religiosas
excluíam qualquer ilicitude no sábado, especialmente porque foram ordenadas pelo
próprio Senhor.
Os sacerdotes ficavam sem culpa porque cumprir preceitos sagrados
determinados por Deus, mesmo que seja no dia do sábado, não constitui em nenhuma
transgressão. A transgressão consistiria em não realizar tais atividades, que são
perfeitamente lícitas, haja vista que foram ordenadas pelo Senhor Jeová para serem
realizadas aos sábados.
O sábado é um mandamento moral. Ele não é quebrado quando o objetivo é
fazer bem ao próximo (Mateus 12:12) ou quando a atividade realizada nesse dia é
ordenada por Deus. É por essa razão que, em suas atividades religiosas, os sacerdotes no
templo ficavam sem culpa, porque os seus serviços no sábado eram necessários e lícitos,
e não um simples trabalho mundano.
84ª Razão
O SÁBADO ERA GUARDADO NAS SINAGOGAS PELOS CRISTÃOS
GENTIOS.
“Porque Moisés, desde os tempos antigos, tem em cada cidade quem o pregue, e
cada sábado é lido nas sinagogas”. (Atos 15:21).
O Concilio de Jerusalém mencionou a observância do sábado pelos cristãos
gentios que assistiam aos cultos religiosos nas sinagogas ao afirmar que “Moisés, desde
os tempos antigos, tem em cada cidade quem o pregue, e cada sábado é lido nas
sinagogas”. Essa declaração somente tem sentido se o Concílio estivesse deliberando
sobre os cristãos que frequentavam as sinagogas, mesmo porque o Concílio não estavam
deliberando sobre as seitas dos fariseus ou saduceus.
Judeus e gentios cultuavam juntos nas sinagogas (Atos 13:42-44), e quando se
convertiam continuavam cultuando aos sábados na própria sinagoga. Foi exatamente
essa situação que o Concílio de Jerusalém reconheceu. Para os primeiros cristãos, o
cristianismo não representava uma ruptura com o judaísmo, mas era o legitimo
resultado do cumprimento das profecias registradas na Lei e nos Profetas.
Quando a Igreja decidiu não infligir aos conversos gentios “mais encargo
algum”, ela estava dizendo que não imporia aos cristãos gentios mais nenhuma
incumbência, além daquelas que eles já vinham recebendo das Escrituras Sagradas, haja
vista que “Moisés, desde os tempos antigos, tem em cada cidade quem o pregue, e cada
sábado é lido nas sinagogas” (Atos 15:21). Uma forte evidência de que os cristãos
gentios guardavam o sábado está demonstrada pelo fato dos judeus e judaizantes nunca
os terem acusados de quebrarem o sábado, como os judeus acusaram a Jesus Cristo.
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90 Razões Para Guardar o Sábado
85ª Razão
PAULO FOI FAVORÁVEL A OBSERVÂNCIA DOS MANDAMENTOS DE
DEUS.
“A circuncisão é nada e a incircuncisão nada é, mas sim a observância dos
mandamentos de Deus”. (I Coríntios 7:19).
O apóstolo Paulo declarou a importância da observância dos “mandamentos de
Deus” em detrimento da “circuncisão” ao afirmar que “a circuncisão é nada e a
incircuncisão nada é, mas sim a observância dos mandamentos de Deus” (I Coríntios
7:19).
Naquela época a Igreja estava sofrendo severo ataque por parte dos cristãos
judaizantes, os quais pregavam aos cristãos gentios que a circuncisão era essencial para
a salvação: “Alguns que tinham descido da Judéia ensinavam assim os irmãos: Se não
vos circuncidardes conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos” (Atos 15:1).
Mesmo como cristãos, eles não abandonaram a prática das ordenanças dos
holocaustos dos dias de festas (Páscoa, Pães Asmos, Pentecostes, Trombetas, Dia da
Expiação, Tabernáculos), da Lua Nova e dos Sábados, como sendo algo necessário à
salvação. Porém, o mais grave é que eles queriam impor tais ordenanças aos cristãos
gentios: “Alguns, porém, da seita dos fariseus, que tinham crido, se levantaram, dizendo
que era mister circuncidá-los e mandar-lhes que guardassem a lei de Moisés” (Atos
15:5).
Em várias ocasiões o apostolo Paulo manifestou-se contrário aos cristãos
judaizante. Ele chegou a chamar tais cristãos de “falsos irmãos” (Gálatas 2:4). Paulo
considerava a circuncisão como nada sendo; porém, ele tinha em alta conta os
mandamentos de Deus: “A circuncisão é nada e a incircuncisão nada é, mas sim a
observância dos mandamentos de Deus” (I Coríntios 7:19).
86ª Razão
PAULO TRABALHAVA DURANTE A SEMANA E NO SÁBADO PREGAVA O
EVANGELHO.
“E, como era do mesmo ofício, ficou com eles, e trabalhava; pois tinham por
ofício fazer tendas. E todos os sábados disputava na sinagoga, e convencia a judeus e
gregos. E ficou ali um ano e seis meses, ensinando entre eles a palavra de Deus”. (Atos
18:3-4 e 11).
Paulo tinha por ofício fazer tendas. Estando na cidade de Corinto, juntamente
com Áquila e Priscila, ele trabalhava durante toda a semana. Porém, em obediência ao
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90 Razões Para Guardar o Sábado
mandamento divino, que ordena a santificação do sábado (Êxodo 20:8-11), ele
frequentava os cultos religiosos realizados nas sinagogas aos sábados.
Paulo guardava o sábado junto com seus conterrâneos judeus, “e todos os
sábados disputava na sinagoga”. Como resultado de suas intensas atividades
evangelísticas realizadas “todos os sábados” ele “convencia a judeus e gregos”, que
convertidos continuavam cultuando na própria sinagoga.
Na cidade de Corinto a grande maioria dos conversos era de gentios. Paulo ficou
naquela localidade durante “um ano e seis meses”, o que representa 78 sábados
ensinando entre os gentios “a palavra de Deus”.
Paulo “convencia a judeus e gregos” empregando as Escrituras Sagradas,
também conhecidas como “Palavra de Deus”. Ocorre que as únicas Escrituras Sagradas
existentes naquela época e aceitas pelos judeus era o Antigo Testamento, o qual
claramente ensina a observância do sábado.
É interessante observar que durante 78 sábados ensinando a Palavra de Deus aos
gentios, em nenhum momento Paulo fez qualquer referência a respeito do domingo,
mesmo porque a Palavra de Deus ensina sobre a guarda do sábado e não do domingo.
87ª Razão
O SÁBADO FOI DADO TANTO PARA JUDEUS QUANTO PARA GENTIOS.
“E, saídos os judeus da sinagoga, os gentios rogaram que no sábado seguinte
lhes fossem ditas as mesmas coisas. E no sábado seguinte ajuntou-se quase toda a
cidade a ouvir a palavra de Deus”. (Atos 13:42 e 44).
Alguns supõem que o sábado foi dado exclusivamente para o povo judeu e
ninguém mais. Porém, a Bíblia Sagrada jamais ensinou tal heresia.
Evidentemente o sábado não foi dado somente para os judeus, mas para toda
humanidade, simplesmente porque foi dado no sétimo dia da criação, bem antes da
entrada do pecado no mundo ou da existência de qualquer judeu na face da Terra.
Além disso, várias passagens bíblicas revelam claramente que além dos judeus,
todos estrangeiros também tinham a obrigação de guardar o sábado do Senhor.
O próprio mandamento que ordena a santificação do dia do sábado impede que
judeus ou estrangeiros façam qualquer obra secular nesse dia (Êxodo 20:10). Pessoas de
todas as classes sociais, constituídas judeus e estrangeiros, deveriam descansar no
sétimo dia da semana (Êxodo 23:12).
Todos os povos gentios foram convocados para adorarem a Deus, guardarem o
sábado, abraçarem o concerto e participar das ordenanças religiosas no templo sagrado
(Isaías 56:6-7).
Durante séculos, tanto judeus quanto gentios cultuavam no sábado. Mesmo em
território estrangeiros os verdadeiros adoradores guardavam o sábado (Atos 13:42 e 44)
simplesmente porque o sábado não foi dado somente aos judeus, ainda mais
considerando que “Deus não faz acepção de pessoas” (Atos 10:34).
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90 Razões Para Guardar o Sábado
88ª Razão
TANTO JUDEUS QUANTO CRISTÃOS GUARDAVAM O SÁBADO,
CONFORME MANDAMENTO BÍBLICO.
“E eles, saindo de Perge, chegaram a Antioquia, da Pisídia, e, entrando na
sinagoga, num dia de sábado, assentaram-se. E, depois da lição da lei e dos profetas,
lhes mandaram dizer os principais da sinagoga: Varões irmãos, se tendes alguma
palavra de consolação para o povo, falai”. Atos (13:14-15).
Tanto quanto os judeus, o apóstolo Paulo também guardava o sábado. A razão
para isso é que os dois grupos religiosos empregavam como base de sua fé o Antigo
Testamento. Ocorre que o Antigo Testamento ensina explicitamente que o dia de
descanso e culto divino escolhido pelo próprio Senhor Deus é o sábado.
Quando o apóstolo Paulo e sua comitiva evangelística realizavam as suas
viagens missionárias pelos países estrangeiros, no sábado eles procuravam uma
sinagoga para juntos com os seus conterrâneos judeus santificarem esse dia.
Na cidade de Antioquia, Paulo e Barnabé foram para a sinagoga no sábado e
assentando-se assistiram aos serviços religiosos realizados naquela localidade. Quando
terminou o culto religioso, os dirigentes da sinagoga deram oportunidade para Paulo e
Barnabé falarem algumas palavras de consolo para o povo. Então Paulo aproveitou a
oportunidade para pregar o evangelho aos judeus e gentios ali reunidos.
O apóstolo Paulo adquiriu o habito de fazer das sinagogas a base de pregação do
evangelho. Quando judeus e gentios convertiam-se ao cristianismo, Paulo continuava
evangelizando no sábado; muitas vezes na própria sinagoga, e jamais ensinou os
cristãos a observarem qualquer outro dia da semana, a não ser o sábado, conforme
mandamento bíblico.
89ª Razão
O DOMINGO É UMA TRADIÇÃO ANTIBÍBLICA PORQUE CONTRARIA A
PALAVRA DE DEUS.
“Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Por que transgredis vós também o
mandamento de Deus pela vossa tradição? Mas em vão me adoram, ensinando
doutrinas que são preceitos dos homens”. (Mateus 15:3 e 9).
Em nenhum lugar das Escrituras Sagradas existe mandamento ordenando
qualquer pessoa a guardar o domingo. Porém, mesmo assim, a cristandade vem
guardando o domingo como dia sagrado de repouso. Mas o fazem puramente pela
tradição e não por mandamento bíblico.
A tradição é um costume aglutinador transmitido de uma geração para outra no
decorrer dos séculos. Ela pode ser introduzida num grupo de pessoas pela prática
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90 Razões Para Guardar o Sábado
reiterada de uma doutrina, cuja repetição no decorrer do tempo a transforma numa
tradição. Para a tradição não importa a verdade, o que importa é o costume arraigado no
seio do grupo que defende tal prática.
O domingo é uma tradição antibíblica porque sua observância contraria a
Palavra de Deus. As Escrituras Sagradas claramente ordenam a observância do sábado;
mas, por força da tradição, a cristandade observa o domingo.
A cristandade pisa abertamente o sábado bíblico para guardar o domingo. Mas
Jesus tem uma advertência para esses cristãos que se negam a obedecer ao mandamento
de Deus para obedecer à tradição dos homens: “Mas em vão me adoram, ensinando
doutrinas que são preceitos dos homens” (Mateus 15:9). Pedro declarou: “mais importa
obedecer a Deus do que aos homens” (Atos 5:29). Portanto, as tradições que contrariam
as Escrituras Sagradas devem ser rejeitadas.
90ª Razão
TRADIÇÕES EM HARMONIA COM AS ESCRITURAS SAGRADAS SÃO
LÍCITAS.
“Então, irmãos, estai firmes e retende as tradições que vos foram ensinadas,
seja por palavra, seja por epístola nossa”. (II Tessalonicenses 2:15).
Existem no seio da cristandade muitas tradições que não contrariam as
Escrituras Sagradas. Essas espécies de tradições estão em harmonia com os princípios
bíblicos. Nesse caso, sua prática não constitui pecado. Por exemplo, casar de véu e
grinalda, trocar alianças, cultuar na quarta-feira etc são tradições que não contrariam a
Palavra de Deus.
Observe o que Paulo disse a respeito das tradições que estão em perfeita
harmonia com a Palavra de Deus: “Mandamos-vos, porém, irmãos, em nome de nosso
Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo irmão que andar desordenadamente e não
segundo a tradição que de nós recebeu” (II Tessalonicenses 3:6). Outra passagem diz o
seguinte: “Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos
quais imitai, atentando para a sua maneira de viver” (Hebreus 13:7).
As tradições em harmonia com as Escrituras Sagradas poderiam ser criadas por
“palavras”, “epístola” e “atitudes comportamentais” (II Tessalonicenses 2:15; 3:6;
Hebreus 13:7). No versículo áureo, o apóstolo Paulo ordenou que os tessalonicenses
retivessem as tradições que lhes foram ensinadas verbalmente e por escrito. Ele não diz
quais eram essas tradições, mas elas estavam em harmonia com as suas epístolas,
portanto eram perfeitamente lícitas.
Todas as tradições que estejam em conformidade com as Escrituras Sagradas são
facultativas e podem ser praticadas; porém, por serem tradições, não são obrigatórias.
67 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
Bibliografia
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Bertoldo, Leandro. O Sábado à Luz da Bíblia. 1ª edição. Rio de Janeiro, RJ: Litteris
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Bertoldo, Leandro. A Lei, o Sábado e o Domingo. 1ª edição. Rio de Janeiro, RJ: Litteris
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Nichol, Francis D. Respostas a objeções: uma defesa bíblica da doutrina adventista.
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Silva, D. Peixoto da e Siqueira, José Nunes. Calendários e Leis. Folheto. Santo André,
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http://www.jesusvoltara.com.br/buscalivros.htm
http://www.sbb.org.br/interna.asp?areaID=67
68 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
Epílogo
“Quando o espírito de alguém fica agitado, e ele começa a indagar dos falsos
pastores a respeito da verdade, utilizam a maneira mais fácil e melhor de alcançar o
seu objetivo e aquietar o espírito dos indagadores, embora mudando sua própria
posição para fazê-lo. A luz tem brilhado sobre muitos desses pastores, mas eles não
desejaram reconhecê-la, e têm mudado a sua posição inúmeras vezes para fugir à
verdade e evitar as conclusões a que teriam de chegar se continuassem em sua
posição anterior”. (Primeiros Escritos, 123).
69 LEANDRO BERTOLDO
90 Razões Para Guardar o Sábado
Relação de Endereços
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ENDEREÇOS EM MOGI DAS CRUZES:
Biritiba Mirim: Av. Maria José Siqueira Melo, 280 – Centro.
Botujuru: R.Frei Bonifácio Hanrik, 240, Vl. São Paulo.
Brás Cubas: R. Odilon Afonso, 80, Brás Cubas.
Casqueiro: Estrada Servidão, 50 – Biritiba Mirim.
César de Souza: R. João Mariano de Paula, 233 C. de Souza.
Jd. São Pedro: Avenida João XXIII, 3500 – Cesar de Souza.
Cocuéra: Faz. Hollancountry, Cocuéra – Biritiba Mirim.
Jd. dos Eucaliptos: R. José Servulo da Costa, 777 – B. Mirim
Jd. Margarida: R. Fátima, 115 – Jd. Margarida.
Jd. Santa Cecília: R. Massao Kakiute, 159.
Jundiapeba: R. Benedicto de S. Branco, 80 – Vl. Stº Antonio
Mogi das Cruzes: R. Cel. Santos Cardoso, 434, Jd. Santista.
Pq. Morumbi: R. Profª Rita de Cássia M. Menezes, 270.
Pomar do Carmo: R. das Acácias, 60 – Biritiba Mirim.
Sabaúna: R. João Gomes de Farias, 21 - Sabaúna.
São Martinho: R. 11, nº 22 – São Martinho.
Socorro: R. Aristóphanes Cataldo Éboli, 305 – Socorro.
Vila Cléo: R. Pref. José de Melo Franco, 906 – Vl. Cléo.
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