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NOTA TÉCNICA LPI-UFS. N.1 / 2020 PREVISÃO DE CASOS DE COVID-19 EM
SERGIPE E OCUPAÇÃO DE LEITOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
(UTI). ANÁLISE DE POSSÍVEIS CENÁRIOS PARA PLANEJAMENT...
Technical Report · May 2020
DOI: 10.13140/RG.2.2.19568.28160
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NOTA TÉCNICA LPI-UFS. N.1 / 2020
PREVISÃO DE CASOS DE COVID-19 EM SERGIPE E OCUPAÇÃO DE LEITOS EM
UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI). ANÁLISE DE POSSÍVEIS CENÁRIOS PARA
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
PAULO RICARDO MARTINS-FILHO, PhD1
1 Epidemiologista, Microbiologista e Expert em Revisões Sistemáticas e Meta-análises. Professor do Departamento de
Educação em Saúde da Universidade Federal de Sergipe (Campus de Saúde de Lagarto) e Chefe do Laboratório de
Patologia Investigativa (LPI) (CCBS/HU). Professor e pesquisador permanente do Programa de Pós-graduação em
Ciências da Saúde, Núcleo de Pós-graduação em Medicina, e do Programa de Pós-graduação em Odontologia. E-mail:
[email protected] ; [email protected] .
Sugestão de citação:
MARTINS-FILHO, P.R. Previsão de casos de COVID-19 em Sergipe e ocupação de leitos em unidade de terapia
intensiva (UTI). Análise de possíveis cenários para planejamento estratégico. Nota Técnica LPI-UFS. Nº 01-2020,
Laboratório de Patologia Investigativa (LPI), Universidade Federal de Sergipe, Aracaju, maio/2020.
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OBJETIVOS
1. Apresentar previsões do crescimento do número de casos de COVID-19 em Sergipe a partir
de 01 de maio de 2020.
2. Apresentar previsões do número de casos de COVID-19 com necessidade de internamento
em UTI em Sergipe a partir de 01 de maio de 2020.
3. Apresentar previsões em relação à necessidade de leitos de UTI para o Estado considerando-
se a instituição de quarentena em diferentes cenários.
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INTRODUÇÃO
A pandemia de COVID-19 tornou-se um sério desafio para os sistemas de saúde em todo o mundo.
Apesar do curso clínico favorável para a maioria dos casos, é esperado que 5% de todos os pacientes
infectados necessitem de cuidados intensivos e uma taxa de mortalidade de 30 a 70% para estes
pacientes tem sido estimada.1 Em Sergipe, até 05 de maio de 2020, foram confirmados 898 casos de
COVID-19 dos quais 26 necessitaram de cuidados em unidades de terapia intensiva (UTI), o que
corresponde a uma taxa de internamento de aproximadamente 3%. Em nosso Estado, o menor da
República Federativa do Brasil, tem sido observada uma taxa de crescimento médio de 15% ao dia no
número de casos de COVID-19 desde 01 de maio do corrente ano, sendo esta aproximadamente três
vezes maior àquela observada para o país no mesmo período.
Existem evidências de que os casos não documentados e assintomáticos são os principais transmissores
do novo coronavírus. Na indisponibilidade atual de uma vacina, medidas de isolamento social e
quarentena tem sido usadas com sucesso na tentativa de impedir a propagação do vírus e o colapso dos
sistemas de saúde, o qual pode acarretar também no aumento do número de mortes pelo não
atendimento de outras situações. O reconhecimento precoce e o diagnóstico rápido dos casos de
COVID-19 são essenciais para impedir a transmissão e fornecer cuidados de suporte em tempo hábil.
Tem sido relatada uma mediana de 10 dias desde o início dos sintomas da doença até a admissão em
UTI para pacientes que desenvolvem a forma grave da infecção.2,3 Isso é de considerável importância,
por exemplo, para o cálculo da necessidade esperada de leitos de UTI, com base na atual situação
epidemiológica.
Embora seja sabido que uma pequena parcela de pacientes com COVID-19 precisa de cuidados
intensivos, especialmente idosos e pessoas com condições pré-existentes, a dinâmica exponencial das
infecções juntamente com o intervalo de tempo entre o número das casos relatados e o número de
pacientes na UTI pode levar à falsa impressão de que a quantidade de pacientes internados não será
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problemática.4 Devido ao atraso pela procura de atendimento e do tempo de internamento de uma a
várias semanas, mesmo quando o crescimento exponencial de infecções é interrompido, leva um tempo
até que a pressão nas UTIs seja reduzida.5
O Laboratório de Patologia Investigativa (LPI/UFS), na figura do seu coordenador, alunos e
colaboradores, tem se dedicado desde o início desta pandemia ao desenvolvimento de estudos voltados
ao fornecimento de evidências científicas para a melhor tomada de decisão dos profissionais de saúde
que estão na linha de frente no combate à doença. Trabalhos que defendem a importância inequívoca
da ciência no enfrentamento desta pandemia6; que abordam a disseminação de Fake News e
informações equivocadas sobre o novo coronavírus7,8; que descrevem recomendações para uma prática
odontológica segura em caso de necessidade de tratamento dentário9; que demonstram a falta de
evidência atual sobre a presença do vírus no leite materno e trazem recomendações para amamentação
em gestantes diagnosticadas com COVID-1910; que discutem a importância da atenção primária em
saúde frente à pandemia11; e que sumarizam os principais preditores clínicos e laboratoriais associados
à mortalidade em pacientes críticos em UTI12 foram publicados pelo nosso laboratório nas últimas
semanas. Diante do número crescente e alarmante de casos confirmados de COVID-19 em Sergipe
especialmente a partir do início de maio, elaboramos esta nota técnica com o objetivo de projetar a
curva da epidemia para o presente mês e apresentar previsões em relação à necessidade de leitos de
UTI considerando-se a decretação de quarentena em diferentes cenários a fim de colaborar para o
planejamento estratégico dos órgãos competentes.
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METODOLOGIA
1. Modelo
Optou-se pela utilização do modelo matemático proposto por Ferris13, o qual leva em consideração a
taxa de crescimento diário de casos de COVID-19, a taxa de hospitalização em UTI, o total de leitos
disponíveis, o momento de decretação da quarentena conforme a taxa de ocupação de leitos, o tempo
decorrente do início dos sinais e sintomas ao internamento em UTI, e o tempo médio de internamento.
2. Variáveis, cenários e definições
As projeções para o Estado de Sergipe foram feitas com base em diferentes cenários considerando 04
taxas distintas de crescimento diário no número de casos confirmados de COVID-19. Além disso,
foram consideradas 03 taxas de ocupação de leitos de UTI para a instituição da quarentena no Estado,
com estimativa a posteriori do colapso desse sistema e a previsibilidade do número de leitos
necessários. O quadro a seguir detalha todos os parâmetros utilizados, cenários e definições necessárias
para transparência do modelo.
Quadro 1. Variáveis e parâmetros utilizados para as projeções do número de leitos de UTI.
Variáveis e cenários Parâmetros utilizados e definições
Casos acumulados em 01 de maio de 2020 517
Taxa de crescimento diário
Cenário 01 15%
Taxa aproximada de crescimento atual de casos de COVID-
19 em Sergipe, considerando os números divulgados a partir
de 01 de maio/2020
Cenário 02 10%
Cenário 03 7%
Cenário 04 5% Taxa aproximada de crescimento atual no país, considerando
os números divulgados a partir de 01 de maio/2020
Taxa de internamento em UTI 3% Número de casos em UTI/número de casos acumulados no
Estado em um determinado momento * 100
Total de leitos 85 Leitos disponíveis no setor público e privado em 05 de
maio/2020
Decretação da quarentena quando da
ocupação de leitos em 100%
50%
25%
Tempo entre o início dos sintomas e
internamento
10 dias
Tempo médio de internamento 12 dias
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3. Desfechos de interesse e análises
Os desfechos analisados para os diferentes cenários foram: (1) projeção do número de casos de
COVID-19 em Sergipe a partir de 01 de maio de 2020; (2) projeção do número de casos de COVID-
19 com necessidade de internamento em UTI; (3) projeção do número de leitos de UTI necessários.
Os dados foram analisados a partir de uma planilha adaptada de Ferris13, em Microsoft Excel, e os
dados apresentados em forma de gráficos de barras (Figura 1).
Figura 1. Imagem da planilha do Excel mostrando um exemplo de projeção para um determinado cenário.
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RESULTADOS
CENÁRIO 01: TAXA DE CRESCIMENTO DIÁRIO DE 15%
Quarentena iniciada com ocupação dos leitos de UTI em 100%.
▪ Previsão de casos confirmados em Sergipe para 15 de maio (3658 casos) e pico de casos com
necessidade de UTI para 25 de maio (110 casos novos).
▪ Previsão de 100% de ocupação de leitos de UTI entre 14 e 15 de maio.
▪ Previsão de um total de 871 casos em UTI para 30 de maio (ocupação em torno de 1025%).
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Quarentena iniciada com ocupação dos leitos de UTI em 50%.
▪ Previsão de pico de casos confirmados em Sergipe para 13 de maio (2766 casos) e pico de
casos com necessidade de UTI para 23 de maio (83 casos novos).
▪ Previsão de ocupação de 50% dos leitos de UTI entre 12 e 13 de maio e 100% de ocupação
entre 14 e 15 de maio.
▪ Previsão de um total de 659 casos em UTI para 28 de maio (ocupação em torno de 775%).
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Quarentena iniciada com ocupação dos leitos de UTI em 25%.
▪ Previsão de pico de casos confirmados em Sergipe para 12 de maio (2405 casos) e pico de
casos com necessidade de UTI para 22 de maio (72 casos novos).
▪ Previsão de ocupação de 25% dos leitos de UTI entre 11 e 12 de maio e 100% de ocupação
entre 14 e 15 de maio.
▪ Previsão de um total de 573 casos em UTI para 27 de maio (ocupação em torno de 674%).
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CENÁRIO 02: TAXA DE CRESCIMENTO DIÁRIO DE 10%
Quarentena iniciada com ocupação dos leitos de UTI em 100%.
▪ Previsão de pico de casos confirmados em Sergipe para 15 de maio (1963 casos) e pico de
casos com necessidade de UTI para 25 de maio (59 casos novos).
▪ Previsão de 100% de ocupação de leitos de UTI entre 14 e 15 de maio.
▪ Previsão de um total de 533 casos em UTI para 30 de maio (ocupação em torno de 626%).
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Quarentena iniciada com ocupação dos leitos de UTI em 50%.
▪ Previsão de pico de casos confirmados em Sergipe para 13 de maio (1623 casos) e pico de
casos com necessidade de UTI para 23 de maio (49 casos novos).
▪ Previsão de ocupação de 50% dos leitos de UTI entre 12 e 13 de maio e 100% de ocupação
entre 14 e 15 de maio.
▪ Previsão de um total de 440 casos em UTI para 28 de maio (ocupação em torno de 518%).
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Quarentena iniciada com ocupação dos leitos de UTI em 25%.
▪ Previsão de pico de casos confirmados em Sergipe para 12 de maio (1475 casos) e pico de
casos com necessidade de UTI para 22 de maio (44 casos novos).
▪ Previsão de ocupação de 25% dos leitos de UTI entre 11 e 12 de maio e 100% de ocupação
entre 14 e 15 de maio.
▪ Previsão de um total de 400 casos em UTI para 27 de maio (ocupação em torno de 471%).
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CENÁRIO 03: TAXA DE CRESCIMENTO DIÁRIO DE 7%
Quarentena iniciada com ocupação dos leitos de UTI em 100%.
▪ Previsão de pico de casos confirmados em Sergipe para 15 de maio (1333 casos) e pico de
casos com necessidade de UTI para 25 de maio (40 casos novos).
▪ Previsão de 100% de ocupação de leitos de UTI em 15 de maio.
▪ Previsão de um total de 392 casos em UTI para 30 de maio (ocupação em torno de 462%).
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Quarentena iniciada com ocupação dos leitos de UTI em 50%.
▪ Previsão de pico de casos confirmados em Sergipe para 13 de maio (1164 casos) e pico de
casos com necessidade de UTI para 23 de maio (35 casos novos).
▪ Previsão de ocupação de 50% dos leitos de UTI entre 12 e 13 de maio e 100% de ocupação em
15 de maio.
▪ Previsão de um total de 343 casos em UTI para 28 de maio (ocupação em torno de 403%).
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Quarentena iniciada com ocupação dos leitos de UTI em 25%.
▪ Previsão de pico de casos confirmados em Sergipe para 12 de maio (1088 casos) e pico de
casos com necessidade de UTI para 22 de maio (33 casos novos).
▪ Previsão de ocupação de 25% dos leitos de UTI entre 11 e 12 de maio e 100% de ocupação em
15 de maio.
▪ Previsão de um total de 320 casos em UTI para 27 de maio (ocupação em torno de 377%).
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CENÁRIO 04: TAXA DE CRESCIMENTO DIÁRIO DE 5%
Quarentena iniciada com ocupação dos leitos de UTI em 100%.
▪ Previsão de pico de casos confirmados em Sergipe para 15 de maio (1024 casos) e pico de
casos com necessidade de UTI para 25 de maio (31 casos novos).
▪ Previsão de 100% de ocupação de leitos de UTI em 15 de maio.
▪ Previsão de um total de 319 casos em UTI para 30 de maio (ocupação em torno de 375%).
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Quarentena iniciada com ocupação dos leitos de UTI em 50%.
▪ Previsão de pico de casos confirmados em Sergipe para 13 de maio (928 casos) e pico de casos
com necessidade de UTI para 23 de maio (28 casos novos).
▪ Previsão de ocupação de 50% dos leitos de UTI entre 12 e 13 de maio e 100% de ocupação em
15 de maio.
▪ Previsão de um total de 289 casos em UTI para 28 de maio (ocupação em torno de 340%).
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Quarentena iniciada com ocupação dos leitos de UTI em 25%.
▪ Previsão de pico de casos confirmados em Sergipe para 12 de maio (884 casos) e pico de casos
com necessidade de UTI para 22 de maio (27 casos novos).
▪ Previsão de ocupação de 25% dos leitos de UTI entre 11 e 12 de maio e 100% de ocupação em
15 de maio.
▪ Previsão de um total de 275 casos em UTI para 27 de maio (ocupação em torno de 324%).
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CONCLUSÕES
A situação do Estado de Sergipe assemelha-se ao apresentado no Cenário 01 com taxa aproximada de
crescimento diário de casos em 15% e ocupação atual dos leitos de UTI entre 25 - 50%. A projeção
neste cenário é que Sergipe - ainda que uma quarentena seja decretada imediatamente - tenha a partir
da metade do mês de maio entre 3000 e 4000 casos confirmados de COVID-19, pelo menos 70 novos
casos com necessidade de internamento em UTI cerca de 10 dias após o ápice da curva e saturação
precoce dos leitos disponíveis.
Não é um cenário promissor para o sistema de saúde Sergipano. Para encontrarmos um cenário mais
otimista, com redução brusca das taxas de crescimento no número de casos de COVID-19 e
necessidade de uma menor ampliação de leitos de UTI até o final de maio, são necessárias medidas
rígidas de controle da epidemia com instituição em caráter emergencial de quarentena. De qualquer
sorte, parece-me razoável e inevitável que o número de leitos de terapia intensiva precise ser dobrado
nas próximas 02 semanas com aumento gradual até o final de maio.
Apesar das limitações inerentes a este modelo, os cenários aqui apresentados ajudam a compreender a
dinâmica de espalhamento da epidemia de COVID-19 em Sergipe, os possíveis efeitos da decretação
da quarentena e a necessidade de ampliação dos leitos de UTI em caráter emergencial. É importante
frisar que este estudo não foi desenvolvido para ser um oráculo inquestionável a respeito da previsão
de casos de COVID-19 em Sergipe e a quantidade de leitos necessários para tratamento de casos graves
da doença, e sim uma orientação para as autoridades competentes frente aos fatos e dados disponíveis.
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APONTAMENTOS FINAIS
Apesar da importância e recomendação do uso de máscaras pela população, a Organização Mundial
de Saúde (OMS) tem afirmado que este comportamento adaptado não deve substituir as medidas de
isolamento, mas deve sim ser incorporado às estratégias de contenção de disseminação da doença
juntamente com a testagem, tratamento de casos, higiene das mãos e educação de comunidades. Assim,
em regiões onde a transmissão do novo coronavírus ainda não foi controlada e o colapso do sistema
de saúde é iminente, a exemplo de Sergipe, a decretação de uma quarentena imediata por um período
inicial de pelo menos 15 dias com a restrição obrigatória do trânsito de pessoas sadias e manutenção
de serviços essenciais (hipermercados/supermercados/mercadinhos, padarias, casas de ração animal,
farmácias, depósitos de água mineral e gás, postos de gasolina, serviços de entrega de comida, dentre
outros) parece ser de fundamental importância. Além disso, sugere-se durante este período a
intensificação de campanhas informativas para conscientização da população especialmente no interior
do Estado e em comunidades mais carentes.
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