UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA CANTIGAS DE RODA NAS SERIES INICIAIS: Pressupostos para urn trabalho em sala de aula CURITIBA 2003
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
CANTIGAS DE RODA NAS SERIES INICIAIS:
Pressupostos para urn trabalho em sala de aula
CURITIBA
2003
JUCYLENE CHIARELLO
CANTIGAS DE RODA NAS SERIES INICIAIS:
PreS5upostos para urn trabalho em sala de aula
Monografia apresentada comorequisito parcial para a conclusao doCurso de Pedagogia. UniversidadeTuiuti do Parana.
Orientadora: Ms. Joselia SchwankaSalome
CURITIBA
2003
J~ !!~~':~~!!~~~~\!~~~J"~'~?de~~~~~UAP
liN 1\' I::R.q n.\ 01:: TliWTI DO P.\R.\N.\FACliLDADE DE nf:NClAs IIU,\I.\NAS. LETIU~ E ARTES
CliRSO DE I'EDA(;OGL\
TERtV!O DE APROVA<;:AO
NOME00 ALUNO: ..!neylen. Chinr•.1l0
TiTULO: "Cnntigns de Rod!!: nns Series Inicinis: pre,-supostos para UJU trabalbo em !Ii:l(:t
d('; n1l1:.!',
TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO APR VADO C MO REQUISITO PARCIAL
PARA A OBTENC;AO DO GRAU DE LlCENCIAD EM PEDAGOGlA. URSO DE
PEDAGOGIA DA FACULDADE DE CIENCIAS HUMANAS, LETRi'. E ARTES, DA
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA.
MfMllROS~'Ot'JS~O .tyV,\L1A~RA:I/, 1.L0.. r. UtA, lit..' ),{l.lf7n.( .~P. Jose i~\Schwnnka S~doll1eORIENTADORA
rIA IC-u-. WI (.'"0 C)PROP. Marcia Medeiros Mach:\do~IBRO DA ~ANCA .:NL~ -<:C.;o...\.lo-:J>o.-~
PROP. Rubia Cor\. SantiMEMBRO DA BANCA
DATA: 08/11 /2003_
MEDIA: 95
CURlTIBA- PARANA2003
c".~.a..;J.,;"Rc'~·""~~n~;""'''''''~''il''1III ••••••ne.·~m~·apGOIr.:·1-1Q·fe",!Olu.nl:lOlr...,t~1)1117""';:C:~rT¥<>'!W:"_; 1W~C:I_.Jo.""/!Ioy.s.1'I·.tlr~.1t-40·!l .•__ ;·CEl'tl5ojs.-11l1.rt"l\'41!~gn=IF ••·t~1f)stlOH:C"ffi/llKt~i:>IIfr..)t:1t••••lU-''''~'''''''_-M~·<Ef>'''lO-~~.f~ !41)JlI JC!:iIF"o;(II)))1 ;-tJO/;.J.I••••.•~~r:g"~ ~.l..lMl( ••••, 1;"·~~,,,,'·C(P.l~.f_.(.I))1ll~~!F," \11~l1)~Uc..m~l"ortiO:Ko.o> f~_II"'''''''N~~'J, I"· PvI•.•.CEPWlllO-*.f_l.ljl.,,)"~)lIF,",\41)l2'f4»4C""'I-"'~;""~.I;IoWa.~ ••~"'r";"d•.•••c..wI~.:il·f%,t""IlI;·a:f'''~IC'!'G-m·f_;~41)lJI1;n'_I~""'~')"'1»'c.."T .•••TifIf••'Mc-t-Hr"'''~ ••I~.J'''''imfNU~_·CE••8021~·F_(41)m.).lHIF •.•i·l):a:s).4.'OItM;;3;.P ••",i.!'), ..•••l
" Deixai-me preparar a mUsica para umanagao, e qualquer um podera elaborarsuas leis."
Goethe
Agrade,o primeiramente a Deus por estar sempreao meu lado nas haras diffceis.A minha irm~ Jucimara palo companheirismo emtodos as momentos de minha vida.Aos meus familiares e ao meu namorado, palapaci~ncia,forya e carinho.A minha mestra Joseiia peia sua dedica,aoe par estar sempre presente nos momentosem que precisei de urn ombro amigo.
SUMARIO
IINTRODU<;AO ..................................................................•..........•......••............................... 1
20 CONTEXTO DAS CANTIGAS DE RODA 3
3 A MOSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL E A DAN<;A INTEGRADA A MUSICA6
3.1 UM ESTUDO A PARTIR DOS PARAMETROS CURRICULARES NACIONAIS .. 63.2 A DAN<;A INTEGRADA A MUSICA 73.3 AS RODAS INFANTIS COMO FORMAS DE APRENDIZADO.. . 9
4 DETALHAMENTO DAS CANTIGAS DE RODA ......................•.......•.......•..•.............. 17
J .C:tlU:1 boca, cachorrinho . 172.Eu enlrei na rod'l.. . 183.Que I!: de Valentinl? 194.0 Cravo c a Ros:! 205.NcSln ruu.. ... 21
6.Alecrinl do cUlnpo.. . 227.Sambalel€.. ..238. Senhora dona viCiva . 259.Sapo jururu 26IO.Abra a roda,lninh'l gente 27II.A linda rosajuvcnil 2912.Seu pintor. .. 31
5 PESQUISA DE CAMPO ...............................................•................................................... 32
6 ANALISE E DIscussAo DOS RESULTADOS 32
Professora I .Profcssorn 2 .Professora 3 ..Professom 4 ..Prof cssora 5 ....Professora 6 ..Profcssora 7 ..Professora 8 ..
. 33.......................................................................................... 33
. 35. 35
. 36. 36_._. ._.__. ._. . n
. 38
7 CONSIDE({A<;OES FINAlS 39
({EFERENCIAS BIBLIOcRAFlCAS 40
RESUMO
A musica no Ensino Fundamental globaliza as diverses aspectos a serem alivadosno desenvolvimento da crianya, seja cognitiv~, linguistico, pSicomotor au afetivDsocial, envolvenda a crianc;a como urn todD. Sendo uma atividade interdisciplinar,deve estar incorporada ao ens ina objetivando a formayao integral do aluno, asensibilidade, aten,ao, motiva,ao, respeito pelas diferentes culturas, interpreta,aoe cria9ao, 0 gosto, 0 movimento, ritmo e a linguagem expressiva.
Nao sao poucas as atividades musicais que interagem no contexto escolar,aponta-se en tao, algumas cantigas de roda, onde 0 educador pode propiciar emform as de brincadeiras cantadas um clima motivador, alegre e descontraido.
Palavras-chave: musicaliza,ao, Ensino Fundamental, cantigas de roda.
1 INTRODUC;:AO
A musica, sando urn dos meiDs de expressao mais naturais e sugestivos,
exeree importante papel na forma,ao do ser humano, razao pela qual vem sendo
utilizada atraves dos tempos como instrumento de grande valor educativo.
Considerada como um objeto artfstieo, apresenta-se diversificada em relac;ao as
diversas interpreta95es na sociedade, em diferentes faixas etarias e com objetivos
presente na vida de todo sar humano.
Diante da presenc;a constanta da musica em todas as sociedades, podemos
considera-Ia uma linguagem par ser urn veiculo de comunicayao.
As atividades musicais, visam a livre expressao e a criatividade do aluno,
utilizando a voz e 0 corpo como 0 mais importante instrumento musical. Tern como
objetivo 0 desenvolvimento da percepc;ao e da memoria auditiva e ritmica, da
aprecia,ao estatica, e ainda, a preservac;aodo dado cultural.
Atrav9S da musica, 0 sar humane vivencia sua pratica desenvolvendo variosaspectos, como ritmo, criatividade, expressao corporal, oralidade, motricidade,
socializa,~o, coordena,~o visomotora, imital(ao de sons e gestos, aten,ao,
percep,ao, memoriza,ao, raciocfnio, intelig~ncia e Iinguagem.
A simples atividade de cantar uma musica, proporciona a pessoa humana 0
treinamento de uma serie de aptid6es importantes e necessarias, possibilita acrianya a expressao com seu corpo e voz, aquilo que sente em seu intimo e no
meio do seu grupo.
Brincadeiras com ritmos e sons ajudam a crian9a a experimentar e criar.
Essas duas atitudes sao necessarias para que a criam;:a cres9a com uma
personalidade propria, expressando -se de forma individual, rica e criativa.
A crianya consegue tirar sons de diferentes partes do carpo, demonstra que
se autoconhec8. Ao inventar ritmos com diversos tipos de materiais. demonstra
como esta 0 seu desenvolvimento em comparayao com as primeiras experiemcias
que ja vivenciou.
Este trabalho visa mostrar qual a efeito significativo na aprendizagem que as
cantigas de roda proporcionam aos alunos do Ensino Fundamental, e S8 esla
aprendizagem dar-se-a unicamente pela audi,ao, pais sabemos que a escuta
envolve 0 interesse, a motiva¥ao, aten9ao e a ayao de entender e compreender. Os
rilmos atendem natural mente a necessidade de atividades e movimentos, proprio dacrian9a desta faixa alaria. A socia1iza98.0, a criayao, a integra9ao e a comunica98,opodem servir tambem como instrumentos de aprandizagem no Ensino Fundamental,
pais a motiva,ao esta relacionada com a prazer obtido nas atividades e pode ser
despertada pelas cantigas de roda.
Esse trabalho divide-s8 em capitulos que S8 inter - relacionam, tendo 0
primeiro capftulo urn estudo a respaito do contexte das cantigas de roda,
apresentando 0 grande beneficia que 0 ensina da musica pade trazer para a
educa,ao, mostrando a linha de pensamento de alguns autores, em rela,ao ao
excelente recurso para 0 desenvolvimento da crianya.
No segundo capitulo aborda-se a questao da musica no Ensino Fundamental
a partir de urn estudo dos ParAmetros Curriculares Nacionais. A dan,a integrada a
musica e as rodas infantis como formas de aprendizado. Neste ultimo, a
classificayao das randas acentua a importfincia no aprendizado quando aplicado aescola, permitindo inumeras possibilidades didaticas.
o detalhamento das cantigas apresentado no terceiro capftulo, visa orientar
os professores quanto a escassez de material nesta area, portanto foram
selecionadas algumas cantigas com seus procedimentos metodol6gicos.
Buscando verificar a pratica docente no que concerne a utilizac;:8.oda musica
como elemento facilitador e transformador para a aprendizagem, atraves de
atividades com cantigas de roda, lan,ou-se mao de uma pesquisa de campo
envolvendo professores que atuam no Ensino Fundamental.
Desta maneira, esta pesquisa vern trazer uma contribui9ao a educaya.o
escolar, apresentando os beneffcios em rela9ao a expressao corporal, a
comunica,80 oral, a desenvolvimento da percep,ao e mem6ria, a integra,80 social,
compreendendo a estrutura do funcionamento corporal.
2 0 CONTEXTO DAS CANTIGAS DE RODA
.•Quando estou trabalhando nao me imponD que ascriaf19aS enrrem pe/a casa, liguem 0 radio, cantem ou dancem{ ... J Eu tenho ftl multo grande nas crianpas, Acho que de/astudo S8 pode 8sperar. Por isso ~ { ... I preciso dar-Ihes umaeducaylo primaria de senso 8slatica, como iniciayao para atutUf8 vida artfstica. Temos mafs necessidades deprofessores de senso eSlatica do que escolas au cursos dehumanidade ... ( HEITOR VILLA-LOBOS)
Na musica ,as palavras e sons S8 articulam atrav8S dos mais variados
autores, como por exemplo: professores ao comporem melodias para a sala de aula,
familiares ao cantar cany?)esde ninar e crian98s nas brincadeiras com seus colegas.Diferentemente da linguagem verbal, na qual 0 tinico protagonista capaz de articular
palavras, e 0 homem.
o homem fala musica. as animais falam musica. AS atomos falam musica. A
natureza fala musica. Os astros falam musica. 0 universa, atraves dos sons, expoe
toda a existencia em harmonia com uma lingua gem unica.
A musica e fundamental em nossas vidas, e aparece nas mais variadas
ocasioes: nas cantigas de beryo, nas brincadeiras de roda, nos bailes, no trabalho,
nos cultos e cerim6nias religiosas, no casamento e na morte.
A presen,a do discurso musical provoca no homem efeilos na area
emocional, cognitlva, espiritual e na saude, pois e posslvel no dia-a-dia, ouvir,
cantarolar e brincar, nas mais variadas atividades.
A musica, sando urn conjunto de sons com ritmo, harmonia e melodia, epercebida por cada um, de acordo com a sua historia de vida, e e ao mesmo tempo
um forte elemento de integra,ao, de solidariedade, de compartilhar emoyoes.
A mtisica induz e facilita 0 processo da dan,a, sendo para qualquer pessoa,
uma verdadeira terapia de liberta\'iio. Aprende-se a dominar 0 seu proprio corpo, a
harmonizei-Io com as vibrayoes do rilmo, a sincronizar saus passos com 0 de urn
parceiro ou de urn grupo.
" A danca musicada e uma das experiencias mais energizantes e
gratificantes para 0 ser humano" ( Viver Bem, 2001, p.23) .
4
Entende-se por danl'a musicada aquela em que ha a participal'ao da musica
na coreografia, pais 0 movimento do corpo pode estar direcionado a mfmicas cndeos sons aparecem relacionados a natureza, como par examplo : sons de animais,
rios, riachos, ventos e etc.
A musica na educayao escolar, tern como uma das finalidades 0
desenvolvimento integral da personalidade do educando, tendo em vista sua
integra,ao e participa,ao efetiva no grupo social, visando ao progresso do mesmo.
Ao participar em grupo, a crianya aprende com seus colegas, rilmes diferentes e
melodias variadas, pais 0 universo em que a crianya viva e ample e muito sugestivo,ela esta ccnstantemente envolvida a sons e com uma grande capacidade criadora.
Ultimamente, novas pesquisas apontam para 0 grande beneficio que 0 ensino
da musica pode trazer para os individuos desde a mais tenra idade.
Segundo 0 pedagogo Kodaly ( 2001, p.1) 0 que uma crian,a escuta nos seus
primeiros seis anos de vida jamais poders. ser apagado. Nesta mesma linha de
pensamento, 0 professor de neuropsicologia de Harvard, Howard Gardner,
apresenta a teoria sobre as multiplas inteligencias, sendo uma delas a intelig"'nciamusical.
Segundo Souza ( 2001, p.1) "As novas abordagens no ensino da musica t"'m
revolucionado a maneira de encara~lo. Ja nao S8 pode ver a musica como urn
passatempo elegante au apenas como urn sinal de refinamento educacional. Sob
essa nova 6tica, acreditamos que a crian,a brasileira tem 0 direito de poder
desenvolver sua inteligencia musical."
o professor, ainda que nao seja um especialista no assunto, podenj
proporcionar aos alunos oportunidades de terem cantato com obras-primas douniverso da musica. Para iSso, precisara apenas ousar a fazer, pais a musica estadentro de n6s, e e parte essencial da vida.
As atividades musicais compartilhadas, como 0 canto coletivo, a bandinha
ritmica e cantigas de roda, sao elementos uteis a socializay8o da crianc;a. A crianya
quando toca ou dan,a em conjunto, sente que faz parte de um todo onde todos os
elementos sao igualmente importantes.
Neste sentido, a musica e um excelente recurso para auxiliar 0
desenvolvimento da crian,a, afim de que ssja atingido esse nivel de maturidads
indispensave[ Ii aprendizagem. A[em de [evar ao desenvo[vimento gera[, auxilia,
particu[armente a coordenaCao motora, a acuidade visual, a mem6ria, a atencao,
atendendo assim as mais variadas necessidades da crian<;a na sua expressao e
criatividade.
No aspecto do movimento, a pr6prio ato de cantar envo[ve uma serie de
movimentos ritmados que vao ao auxilio da aprendizagem motora, as que fazem
acompanhar de pa[mas, de gestos ritmados au de mimica.
Muitas sao as formas de reerear atrav8s da musica , porem nao podemospensar somente em recreayao, as possibilidades de aquisiyao de conhecimento saoinlimeras, pais sabemos que a musica €I uma linguagem e faz parte do cotidiano de
tadas. Atraves do canto co[etivo, brinquedos cantados, historias cantadas e
musicadas, dancas fo[cloricas ( cantigas de roda) entre outros, nao importa a forma
de recreacao e de aprendizagem, pais em qua[quer de[as as possibilidades sao
infinitas [ago nunca serao esgotadas.
" E difici[ estabe[ecer as origens exatas dos brinquedos cantados. Sabemas
que estes aparecem com os pavos antigos, a partir da cerim6nias de rituais e
posteriormente S9 transformaram em divertimentos infantis. 0 que S8 enriqueceu 0
nosso repert6rio musical foi a miscigenayao das tr~s raetas: 0 indio, 0 bran co e 0
negro" ( Cortez, t 994, p. 98).
De acordo com as finaJidades, a modalidade do brinquedo cantado mostra-sede uma forma muito diversificada , podendo ser em diferentes tipos: rodas,rnarchas. danyas ou filas, fazendo -se necessario danyar , participar, desenvolver,recrear.
3 A MUSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL E A DANCA INTEGRADA
A MUSICA
3.1 UM ESTUDO A PARTIR DOS PARAMETROS CURRICULARES
NACIONAIS
A musica, estando associada as tradil'oes e as cutturas de cada epoca, vem
atraves da diversidade tecnol6gica apresentar uma produl'ao de fitas, discos, ",dio,
televisao, computador, jogos eletrOnicos, cinema, publicidade e Qutros.
Toda proposta de ensina deveria considerar essa diversidade como um
espal'o para 0 aluno trazer musica para a sala de aula, context uali zan do em
atividades de aprecia<;ao e produ<;ao .
• As interpreta<;oes sao importantes na aprendizagem, pois tanto 0 contato
direto com alas quanta a sua utilizayao como modele sao maneiras de 0 aluno
construir conhecimento em music8. Aism disso, as interpretac;oes estabelecem as
contextos onde os elementos da linguagem musical ganham significado· ( peN'S ,
1997, p.97)
A crian<;a ao ouvir uma melodia, e capaz de interpretar de maneira diferente
dos demais colegas, depende de onde ela se encontra e de como esta no momento.
A fantasia, a imagina<;ao contribui muito nesta aspecta, pais ao vivenciar cada dia,
um dia diferente do Qutro, somas capazes de memorizar e de criar diversas melodias
e letras, Os momentos de composi<;1io e de interpreta<;ao devem ocorrer como uma
proposta bem estruturada quando trata-se de aprendizagem, para que a liberdade
possa ser alcan<;ada pela consci~ncia dos limites.
Cabe ressaltar que, dentro do ensina da musica, as canyoes brasileiras
promovem inumeras possibilidades para 0 ensino da musica fazendo parte das
produ<;oes musicais em sala de aula, permitindo a elabora<;1io, percepc;ao, ritmo,
afina<;1io dentre outros.
Nas produ~oesmusicais em sala de aula, e importante compreender claramente a dileren~aentre composi~aoe interpreta~ao.Numa cam;:ao, por exemplo, elementos como melodia ouletra fazem parte da composiyao, mas a canr;:aos6 se faz presente pela interpreta~ao,comtodos os demais elementos: instrumenlos, arranjos em sua concepyao formal, arranjos debase com seus padroes rftmicos, caraclerfsticas interpretativas, improvisar;:oese etc. (peN'S.1997 p.77)
E fundamental a participa~ao ativa em rela~ao aos ouvintes, interpretes,
compositores e improvisadores, dentro e fora da sala de aula para que a
aprendizagem aconte~a na forma~ao do cidadao.
"Envolvendo pessoas de fora no enriquecimento do ensino e promovendo
intera~ao com os grupos musicais artisticos das localidades, a escola pode
contribuir para que os alunos se tornem ouvintes sensfveis, amadores talentosos OU
milsicos profissionais." ( peN·S, 1997 p.77)
o incentivo quanto a participac;ao em shows e demais eventos, proporcionara
aos alunos condic;oes para uma ampia e rica apreciac;ao, pois assim, 0 mesmo
pas sara a valorizar momentos importantes em que a musica se inscreva no tempo e
na hist6ria.
3.2 A DANQA INTEGRADA A MUSICA
Para que a crian~a na educa~ao, esgote todo 0 seu potencial de riqueza, e
preciso que 0 educador nao seja condicionado por modelos, metodos de trabalho e
manias. A criancra deve tomar consciencia de que danc;ar nao e s6 tazer gestos
ritmados, individualmente ou em grupo, mais tambem expressar alguma coisa que a
engaje totalmente.
o educador, precisa considerar 0 desenvolvimento motor da crian~a ao
planejar as aulas, bern como suas ac;oes fisicas e habilidades naturais. Estimular 0
aluno a reconhecer ritmos corporais e externos, explorar 0 espac;o introduzindo 0
aluno na linguagem da dan~a.
As aulas podem inibir os alunos ou criar uma certa indisciplina, por isso e
importante estabelecer regras do uso do espa~o e de relacionamento entre os
alunos como garantia do bom andamento desta aula.
Na faixa etaria dos 4 aos 7 anos as aulas dever~o sar realizadas em forma de
jogos ou de hist6rias contadas. Elas terao por objetivo:
~desenvolver a no~aode ritmo;
- favorecer sua melhor percepy~odo esp8y:o;
- tomar consciEmciade cartas partes do corpo favorecendo a lateralidade;
- respirar malhor;
- favorecer a coordenayao, na medida do passlvel neste perfedo da infancia
Deve existir empenho no sentido de assegurar que 0 material utilizado nas
aulas, as historias em que 0 trabalho se apoia e as situa90es criadas favore9am as
aptidoes sensoria - motoras proprias dessa idade.
Urn programa de musica para a primeira infancia, dave, oferecer
oportunidades para as crian9as executa rem musica, aprenderem a entender seuselementos, reproduzirem-nos cantando e tocando instrumentos e relacionarem
movimentos corporais a expressao musical. 0 programa de musica nas escolas,
deve S8 relacionar com Qutras partes do currIcula, espacialmente Linguagem.HistoriaiGeagrafia, para ajudarem as crian((as a aprenderem sabre os usos damusica nas varias culturas. Quando os professores incluem a vivencia musical nos
programas para criancas pequenas, elas, alem de aprenderem sobre a musica,aprendem linguagem e outras materias. As letras possuem qualidades que ajudam
as criancas a relacionarem a linguagem oral e a impressa.
Muitas sessoes de musica e movimentos sao organizadas como atividades degrande grupo, porem as crian9as tambem precisam de tempo para trabalharem
sozinhas ou em pequenos grupos .Durante 0 perfodo de atividades, uma parte dasala pode estar reservada ao movimento, oulras com instrumentos musicais a outraparte podem escutar filas ou discos com fones de ouvido. As musicas que as
crian9as criarem em suas atividades pod em ser gravadas ou transcritas peloprofessor. Ao cantar, tocar instrumentos, escutar e criar movimantos, a crian<;:a58envolve em mfmicas e dramatiza<;:oescriativas.
« Toda a9ao humana envolve a atividade corporal. A crian9a e um ser em
constanta mobilidade e utiliza-se dela para buscar conhecimento de si masma e
daquilo que a rodeia, relacionando-se com objetos e pessoas. A a,8.o fisica enecessaria para que a crian,a harmonize de maneira integrada as potencialidades
motoras, afetivas e cognitivas." (peN's 1997, p.67).
A crian,a corre, pula, gira, sobe am objetos em inumeras a,oas no sau
cotidiano, com uma necessidade de exparimentar seu pr6prio corpo. A a,ao fisica oj
a primaira forma de aprendizagem da crian,a, saus movimantos sao pelo prazer do
exercicio e para a explora,ao do ambiente.
" A atividade da dan,a na ascola pode dasenvolver na crian,a a compreensao
de sua capacidade de movimento, mediante um maior entendimento de como seu
corpo funciona. Assim podera usa-Io express iva mente com maior jntelig~ncia,
autonomia, rasponsabilidade e sansibilidade" ( peN '5 1997,p.67)
Esta visao, esta de acordo com as pesquisas de neurocientistas anda
estudam as rala¢es entre 0 desenvolvimento da intelig~ncia, os sentimentos e 0
desempenho corporal. A dan,a e urna fonte de comunica,1io, expressao e
integrayao, tanto individual como coletiva. Ela contribui para 0 desenvolvimento da
crian,a na constru,ao de sua imagem corporal, aspecto este, importante para seu
crescimento individual e social.
••Os jogos populares de movimento, cirandas. amarelinhas e muitas outras
sao importantes fontes de pesquisa. Essas rnanifasta,Oes populares devem ser
valorizadas pelo professor e estar presentes no repert6rio dos alunos, pois sao parte
da riqueza cultural dos povos, constituindo importante material para a
aprendizagem.( peN'S 1997, p.70)
3.3 AS RODAS INFANTIS COMO FORMAS DE APRENDIZADO
Danyar em roda, em torna da fogueira, foi a primeira manifestagao ritualfstica
do homem. Ha registros da dan,as para pedir chuvas ou afastil-ias. Estas formas de
obsequiar a divindade tl§m sua origem remota no estagio grupal mais primitivo do
homem, quando habitava cavernas, como exemplificam as inscriyoes rupestres.
10
Ainda hoje, dan,ar em roda e comum a varias manifesta,oes folcl6ricas
brasileiras de adultos, 0 Coco de Roda e Ciranda de Adultos estao presentes em
todo 0 Norte. Algumas rondas, eram na origem dan,a de roda de adultos em salao,
como anotaram Lima ( 1979: 163), GARCIA ( sid) e Pinto ( 1916), de onde muitas
emigraram ate nos dias de hoje. 0 numBra expressivQ de cantigas des sa
manifesta,ao llidica infantil resulta da cria,ao an6nima destinada as crian,as, no
Brasil ou em paises de origem - Fran,a, Espanha, Portugal. A ado,8.o de tais
dan,as de salao pelas crian,as v~m do processo de imita,ao do comportamento dos
adultos bern como os jogos e brincadeiras com banecas.
Um exemplo de aprendizado pela imita,8.o da a,8.o, a ronda, roda infantil ou
brincadeira de roda, e a representa,ao ou encenal'8.o de uma historia cantada,
tendo como caracteristica basica a a\'i'io dramatica contida no texto cantado e
representado atraves da dan,a, expressao corporal ou por movimentos a ela
relacionados.
o elemento teatral e multo importante, por criar movimentos sensuais,
requebros e rebolados, como por exemplo: 0 pe de chuchu, Eu sou mineira de
Minas e 0 Coco de roda. Quanto a representa\'i'io e identifica,ao os contos de fadas
interferem no desenvolvimento do ego das crianl'as, onde a identifica,ao com 0
her6iJheroina permits superar suas frustrac;oes individuals e alivia a ansiedade.
Podemos observar 0 mesmo processo de identificac;ao da crianc;a com 0
personagem representando nas randas au rodas infantis, pois alas exercem
infiuencia poderosa na formal'aO de sua personalidade, principalmente do sexo
feminino. No que se refere ao conto, a crianl'a envolvida pela narra,8.o, participa na
condil'ao de ouvinte, onde interfere com perguntas. Uma crianl'a pede a alguem que
Ihe narra ou leia 0 conto indicando muitas vezes a preferencia, envolvenda-se pala
hist6ria e na escuta, passivamente.
As randas sao a representac;Ao de uma narrativa, um composto de texto e
a980 f{sica, expressao corporal, movimentos coreograficos de que as crianyas
participam diretamente, sao atores e atrizes em plena atual'ao. A teatraliza,ao e a
forma de aprendizado preferido pelas crian,as, os meninos brincam de herois e
ban didos, as meninas brincam de banecas au de casinha encenanda a vida em
familia.
Como uma pe,a teatral, as rondas sao um ato coletivo: Para dar-Ihe inicio, ha
II
urn convite dirigido par urna crianQ3 a varias Qutras de idade semelhante au pr6xima.
_ Vamos brincar de roda?
E a brincadeira S9 realiza S8 houver aceitayAo do convite palo grupe.
Nas rondas cada crianya e um personagem, ends participa ativamente das
3t;:oes desenvolvidas e a expressao verbal empregada para 0 convite traz em seu
conteudo 0 significado de participa,ao, de jogo. Neste contexto teatral as rondas
concedem igualmente a mesma fun9ao desinibidora de aprendizado sabre a vida em
grupo, conscillncia de que necessitamos do outro para 0 sucesso de nossos
projetos.
Como as contos de fadas, ao rondas foram e sAo elaboradas - texto
representa,ao ou movimenta,ao - par adultos embora dirigidas para as crianl'as ou
por elas adotadas. Gada uma dessas formas de expressiio preenche uma fun,iio no
grupo que a aceita.
Num enfoque funcionalista, as cantigas de roda tanto podem ser eXBminadasquanta a possibilidade do desenvolvimento ffsico da crianea, quanto a oferta depapeis serem de-sempenhados. Estes, geralmenta 9St8.0 ligados ao sistema devalores da sociedade em que a crial'l98 vive, podendo fornecer ate mesmo esquemasde comportamento. (GARCIA e MARQUES, t 998. p.' 2)
Um dos aspectos em relal'iio ao cari\ter formativo das rondas e 0 da
socializa9ao da crian9a, 0 seu relacionamento com 0 grupo a integraQao no meio
social e tambem 0 sentimento de amizade e solidariedade. Por sar um ate coletivo,
onda participam varias crianQas no ludico, ha a possibilidada de executar a
capacidade de lideranc;a, aprender a tomar iniciativas, desenvolver 0 raciocfnio
rapido e agir com esperteza para reforyar a auto - 9stima.
Se a POiiyl!O de prestigio da pes·soa no grupo influencia seu autoconceito e !leucomportamento, nos CMOS as grupos ludfco.5infantis eS5M posiyOes s~o repres;entadaspalondmero de papais de destaquB dasempenhado nilS brincadeiras oeralmente , a 85colha dequem desempenhara e feita palo grupo, 0 conforme a atualfao da cria~a escolhida 0prestigio de/a tendem a aumentar au diminuir. Consequenlemente. isla podera influenciar 0conceito que ala faz de si e 0 que 0 grupo faz a seu respeilo. A importAncia da compet~nciapara a auto - 9stima pede referir-5e a qunlquer valor a que 0 orupo, como um lodo, atribuagrande importtmcia e que s6 pede ser alcancado por um nOmero limitado de seus membros.Di5$0 decorrem situa¢es que pro.•••ocam senlimentos dE! inadequaqao pessoal e quecontrlbuem para estabelecer maior au menor compet~ncia em determinadas B<;Oes.Pode-sa ,entao, supor que as criancas que n~o alcan<;amcompetl!!ncias exigidas e valorizadas palo
1-
grupo, podem refle1ir isso, de alguma forma. em sua auto - estima. ( GARCIA ,inPimentel,2003, p.17)
Apesar desta afirmativa, ha a considerar-se a capacidade de lideran,a,
observada em algumas crianyas urn dam inato, a permitir as demais urn aprendizado
onde as ajudara a reduzir suas inibi,oes e desempenhar os muitos papais que a
vida Ihes destina. Em todas as rondas ala e exercitada, a partir da iniciativa para a
convocayao, para realizar a brincadeira, a varias delas tarnbam exigem raciocfnio
rapido, presteza, agilidade, competividade, que refor,am 0 aprendizado.
As rondas s~o representa,oes dos varios estagios por que passa um ser
humano ao longo da vida, acentuando para a crianya que como ela ja foi um bebe,
urn dia sera adulta e tambam idosa. devendo, portanto, respeitar as pessoas em
cada idade que, ela propria, have,,\ de viver.
o que se tem, em verdade, como tematica das rondas em geral, e uma visao
do mundo em que a crianya esta inserida e urn adestramento para interagir nesse
universo, onde ha necessidade de assumir-se diferentes papais ao longo da vida. A
preocupa9ao com 0 entendimento do significado das rondas no processo de
aprendizagem da crianya levou Pimentel ( 2003) em seu livro, ordena-las em uma
classificayao 0 mais simples e abrangente passfve!, a partir de pesquisas de Qutros
autores.
Verissimo de Melo ( 1981, p.193) adota a classificayao das cantigas de roda
dos pesquisadores espanh6is Luis Hoyos Sainz e Nieves de Hoyos Sancho ( Manual
dol Folklore) assim:
1- Amorosas
II - Satiricas
III - Irnitativas
IV - Religiosas
V - Drarnaticas
Ja, Paulo de Carvalho Neto ( 1981, p. 21) transcreve a seguints classificayao
do escritor espanhol Rodriguez Marin (Cantos populares espanoles, 1882):
1- T rovas amorosas
13
2- Carinho e penas filiais
3- Religiosas
4- Sentenciosas e marais
5- Festa e baile
6- Balanc;:o
7- Engrac;:adase satiricas
8- Estudantes, soldados, marinheiros, contrabandistas, valentoes e bebados
9- Carcerarias
10- Hist6ricas e tradicionais
11- Locais
12- Varias
Porem , como nenhuma das duas classifica90es atendem com exatidao aosprop6sitos de Pimentel (2003), foram reformuladas extraindo a seguinte
classificac;:ao:
1-Amorosas por ser a mais trabalhada nas escolas, apresenta-se subdividida
em: requebros, ( sensualidade), declarac;:aode amor, namoro, procura do par ( nao
ficar sozinha) matrimOnio, pedido de casamento, beleza revelada. Apar~ncia,
planejamento familiar, ternura, amizade, constiincia, despedida e conselhos
amatorios.
2-Religiosas
3-Engrac;:adase satiricas
4-lmitativas
5-Historicas
6-Animais
7-Varias
Considerando esta pesquisa realizada em Cerebelo ( Nordeste), num total de
124 rondas, foi constatado que 61 delas, perlence a categoria Amorosas,
subdivididas em Requebros ( sensualidade); Declarac;:aode amor! Namoro! Procura
14
do par ( nao ficar sozinha); Pedido de casamento; MatrimOnio; Beleza Revelada;
Aparencia; Planejamento familiar ( Eu sou rica, rica, rica); Amizade; 0 que revela a
clara preferencia das crian9as pela tematica do relacionamento homemJmulher.
As rondas - texto representa9ao- conservam um indisfar9avel conteudo
didatico, revelando as criant;as varias aspectos do mundo em que vivem. No casedas Amorosas, ocorre urna aspecie de inicia~aodas meninas nas diferentes formas
de relacionamento, principalmente, com pessoas do sexo oposto, pela descoberta
da sensualidade, 0 entendimento da necessidade do outro (0 par), busca do
matrimonio, con sci en cia de que a sua estrutura de crian98 encobre a beleza da
mulher que urn dia sera revelada, e a necessidade de ter urna aparencia bonita e a
de possuir amigos.
Requebros ( sensualidade) - A inclusao desta subdivisao da categona das
randas Amorosas apoiou-se nos movimentos sensuais correspondentes a alguns
cantos, sem que estes possuam em sua composiy~o literaria - texto- qualquer
indica9ao de onde sa possa depreandar inten9ao nesse sentido.
Declara9ao de amort Namoro/ procura do par ( nao ficar sozinha) - E uma
especie de degrada9ao para a crian9a ficar sozinha no final da ronda, como vimos
acima. E, embora 0 processo de expor ao ridiculo, 11 solidao, ocorra no
desenvolvimento de reduzido numero de rcndas, as expressoes ficar sem par e ficar
sozinha sao bern mais freqGentes. A crianc;:a solista, que fica posicionada dentro ou
fora da roda, responde sempre que nao ha de ficar sozinha, pois haver,,- de
ancontrar alguem para ser sau par. Evidencia-se, assim, a necessidade de
conquistar 0 outro - 0 par - para nao sofrer a vergonha de permanecer sozinha.
MatrimOnio - Com 21 cantos pesquisados, onde estao os termos casamento
ou casar, concluisse a grande importancia que 0 matrimonio tern para as crianc;as,
em particular para as meninas a quem as rondas se destinam quase que
exclusivamente.
Beleza revelada - A partir do conto A Bela e a Fera foram inspirados algumas
rondas infantis, onde estao relacionadas as transforrna90es experimentadas pelos
adolescentes.
Aparencia - Nos cantos dasta subdivisao e exaltada a belaza ffsica, a
preferencia Ei pelas meninas bonitinhas.
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Planejamento familiar - Encontramos uma situa,ao em que se definem
classes sociais distintas, como na ronda Eu sou rica, rica.
Amizade- Entre os cantos desta subdivisao, Pimentel destaca nao s6 a
expressAo do sentimento da amizade como tarn bam ajuda a memorizar as ]atras quecompoem 0 alfabeto, 0 que quer dizer preenche uma finalidade didatica:O a ,e, i, 0,
u
Religiosas - Nesta categoria esta incluida cantos em que ha refer~ncia a
Deus, Nossa Senhora, santos, anjos e arcanjos da religiao cat6lica, Ceu e Inferno e
tambem ao Diabo.
Engra.adas, Satiricas - Estao agrupados nesta categoria cantos em que ha
crftica a gabolice, a cola au fila dos exames escolares, a ge5t05 que revelam mal
educac;ao a gulodice, a embriaguez, galhofa com pessoas de defeitos trsicos ( baixa
estatura, pes e outras partes do corpo de tamanho desproporcional), as ideias por
que as pessoas passam, a forma de danc;ar ou de se comportar, a falta de destreza,
enfim, a varios aspectos risfveis da postura ou comportamento humano.
Imitativas - Sao aquelas rondas em que as crian.as representam as ac;6es ou
ge5t05 enunciados no canto e que correspondem aos atos da vida cotidiana:
encenam as movimentos de uma arvore, de uma flor, de uma pombinha,
cumprimentos etc. Nelas ha conteCido ideol6gico que permitam sua inclusao nas
demais categorias.
Hist6ricas - Ha apenas um canto referente a Princesa Izabel, filha do
Imperador D. Pedro II, que pede ser incluido nesta categoria. Pode-se tambsm
considerar nesta categoria a ronda Fui no lIor6r6 - Alude-se 11Batalha de Itor6r6.
Animais - 0 amor pelos animais e uma inclinay8.o natural das crianyas. Nesta
categoria sao reunidas rondas que evidenciam este sentimento expresso em alguns
cantos como: A carrocinha; A cobra e a rolinha; A cotia e gatinha parda.
Varias - Sao denominadas assim. por estarem localizadas em diferentes
temas e regioes. As rondas que pela tematica do texto postico ou pelas a90es
dramaticas elou core6grafas desenvolvidas nao S9 enquadram nas demais
categorias que foram aqui agrupadas. Mesmo assim, preenchem a funyBo didAlica
da socializa9ao da crian9a e do exercicio da lideranc;a.
16
Nesta abordagem, enfaea-se alguns dos aspectos das rondas, na pretensao
de acentuar a entendimento de que slas s~o uma forma de aprendizado que pode, edeve, ser aplicado a escola, permitindo explorar inumeras possibilidades didAticas,
com a utiliza,ao de exemplares ja conhecidos e cria,ao de novos conteudos .
17
4 DETALHAMENTO DAS CANTIGAS DE RODA
Pensando na escassez de material na area em que diz respeito as cantigas
de roda, e tambi§m como complementa,~o deste trabalho, descrevemos algumas
cantigas com as respectivas coreografias.
1. Cala a boca. cachorrinho
Roda de crian,as de m~os dadas. Aroda gira e as crian,as cantam.
TODAS- Cachorrinho esta latindo
La no fundo do quintal.
Cala a boca, cachorrinho!
Deixa meu benzinho antrar.
A roda para e as crian9as saltitam. 0 movimento e repetido todas as vazes
que cantam 0 Estribilho.
ESTRIBILHO:- 6 esquind6-lele!
6 esquindO-lala!
o esquind6-1~-I~!
Nao sou eu que caio la!
TODAS- Meu potinho de melado,
Minha casta de carei:
Quem quiser comer comigo,
Feche a porta e venha ca.
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2. Eu entrei na roda
Rcda de crianyas de maos dadas. A rada gira e as crian<;:as cantam. A estrofe
e repetida.
TODAS- Ah, au entrei na roda
Para var como se danya!
Eu entrei na contradan9a,
Eu nao sei dan9ar!
A estrofe seguinte e cantada com aroda girando em senlido cont,,1rio.
TODAS- Sete e sete sao catorze.
Tres vazes sete, vinte e urn:
Tenho sete namorados,
Mas nao caso com nenhum.
3. Que e de Valentim?
Roda de criancas de maos dad as. Aroda gira e as criancas cantam.
TODAS- Que e de Valentim?
Valentim, tras, tras!
Que oj de Valentim?
Eo um bom rapaz.
Que e de Valentim?
Valentim sou eu,
8ela moreninha,
Este par e meu!
Cada crianca abraca-se com a companheira ao lado, fazendo um par.
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4. 0 Cravo e a Rosa
Roda de crian9as de maDS dadas. Aroda gira e as crianyas cantam.
TODAS- o cravo brigou com a rosa
Debaixo de uma sacada:
o cravo saiu ferido
E a rosa despeda9ada.
o cravo ficou doente
A rosa foi visitar:
o cravo teve urn des maio,
E a rosa p6s-se a chorar.
Ao cantarem 0 ultimo verso da estrofe seguinte, as crian9as pOem a mao
sobre 0 peito ( no cora9801.
- Craveiro, me da urn cravat
Roseira, del-me urn batao!
Menina, me da urn abrayo
Que eu te dou meu coraya.o.
5. Nesta rua
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Roda de crian9as de m~os dadas, corn uma no centro- Solista. Aroda gira e
as crian9as cantam.
TODAS- Nesta rua, nesta rua tern urn bosque
Que S9 chama, que S8 chama solidao,
Denlro dele. denlro dele mora um anjo
Que roubou, que roubou mell cora9ao.
SOLISTA- Se eu roubei, se eu roubei teu cora9ao
Tu roubastes, tu roubastes 0 meu tambem.
Se eu roubei, S9 eu roubei leu corayao
E porque, e porque te quero bem.
6. Alecrim do campo
Roda de crianyas de maos dadas. Aroda gira e as crian9as cantam.
TODAS- Alecrim,
Alecrim dourado
Que nasceu no campo
S8m ser semeado.
- O! Meu amor,
Quem Ihe disse assim:
Que a flor do campo
Era 0 alecrim?
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23
7. Sambalele
Roda de criancas de maos dadas. A rada gira e as crianyas cantam.
TODAS- Sambalele ta doente
TIl com a cabeya quebrada,
Sambalele precisava
De urnas aite lapadas.
Quando cantam os dais primeiros versos do eslribilho, as crian9as pOem as
maos na cintura e S8 requebram. Nos dois Quiros versos, sapateiam.
ESTRIBILHO: - Samba, samba, samba Ole-Ie!
Pisa na barra da saia, 0 I~ Ie!
Samba, samba, samba, 0 mulata!
Pisa na barra da saia, 6 mulata!
- Minha morena bonita
Diga como S8 namora:
Bota 0 lencinho no bolsa
Deixa 0 lencinho no bolsa
Deixa a pontinha de fora.
- Samba, etc.
- Minha morena bonita
Diga como S9 cozinha:
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Bota a panela no fogo,
Vai conversar com a vizinha.
- Samba, etc.
~ Minha morena bonita
Diga como e que se casa:
Bota a veu na cabe<;a
E da 0 fora de casa.
- Samba, etc.
- Minha morena bonita
Diga onde e que voce mora;
Mora na praia Formosa,
Dou adeus e you embora.
- Samba, etc.
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8- Senhora dona viuva
Roda de criancas de maos dadas, com uma ao centro - Solistalviuva. Aroda
gira e todas cantam.
TODAS- Senhora dona viuva
Com quem voc~ quer se casar?
Se e com a filho do rei
Ou com a senhor general, general?
SOLISTA- N1io quero nenhum desses homens
Pois nao nasceram pra mim, pra mim.
Sou uma pobre viuva
Triste, coitada de mimI Ai, de mimI
TODAS- Vem ca, meu bem!
Vern ca., ,eu amer!
Amor par nos
Ja se acabou.
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9. Sapo jururu
Roda de crianl'as de maos dadas. Aroda gira e as crianl'8s cantam. Os dais
ultimos versos de cada estrofe sao repetidos.
TODAS- Sapo jururu
Na beira do rio!
Quando a sapo canta, 0 maninha!
Diz que esta com frio.
- A mulher do sapo
Deve estar 18. dentro
Fazendo rendinha. 6 maninha!
Pro seu casamento.
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10. Abra aroda minha gente
Roda de numero impar de crian,as. As crian9as estao em roda compacta,
com as cabe9as baixas. Quando iniciam 0 canto, formam uma roda de pares
de maos dadas uma crian,a fica sem par - 0 cavalheiro. As crian9as dan,am
sem sair do lugar.
Todos- Abra aroda minha gente
Tr8.-18-18
Vamos todos vadiar
Tr8-18.-18
Cavalheiro entrou na roda
Tr8.-I8.-la
Cada urn em seu lugar
Tr8-la-la
Quando cantam a estrofe seguinte, a crian,a que esta sem par, pega a que
estiver mais parto e vai para 0 centro da roda com ala dan9ar.
- Cavalheiro, tire dama
Tra-18-18
Passe pra roda dan,ar
Tr8-18-18
E tenha muito cui dado
Tr8-la-18
Para 0 passe nao errar
Tr8-la-la
Minha mae, minha maezinha
Tra-I<I-12
Meu primeiro e santo am or
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Tra-Ia-Ia
Eu compara amor de mae
Tra-Ia-Ia
Com a imagem do senhor
Tra-Ia-Ia
Menina que esM na roda
Tra-Ia-Ia
Com esse buque no peito
Tra-Ia-Ia
Tira esse e bota 0 outro
Tra-Ia-Ia
Desengana esse sujeito
Tra-Ia-I<\
Dama, solte 0 cavalheira
Tra-Ia-In
Para 0 pobre descansar
Tra-Ia-Ia
Pra tomar uma tenencia
Tra-Ia-Ia
Para poder respirar
Tra-Ia-Ia
A crian,a qua represanta 0 Cavalheiro do par que sa ancontra no centro,
deixa a outra sozinha- a dama - e integra-se aroda.
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11.A linda rosa juvenil
Roda de criangas de maos dadas. Aroda gira e as criangas, enquanto
cantam, VaG executando a mfmica correspondente as indica<;:oes de cada
verso.
TODAS- A linda Rosa juvenil, juvenll, juvenil!
A linda Rosa juvenil, juvenil!
- Vivia alegre num solar, num solar, num solar!
Vivia alegre num solar, num solar!
Mas uma feiticeira ma, muito mol,muito mal
Mas uma feiticeira ma, muito mal
- Adormeceu a Rosa bem assim, bem assim, bern assim!
Adormeceu a Rosa assim, bem assim!
Nao ha de acordar jamais, nunca mais. nunca mais!
Nao he§.de acordar jamais, nunca mais!
o tempo correu a passar, a passar, a passar!
o tempo correu a passar, a passar!
E 0 mato correu ao redor, ao redor, aD redor!
E 0 mato carrsu ao redor. ao redor!
Um dia veio um lindo Rei, lindo Rei, lindo Rei!
Um dia velo um lindo Rei, linda Rei!
Que a bela rosa despertou, despertou, despertou!
Que a bela rosa despertou, despertou!
Digamos ao rei: Muito bern, muito bern, muito bern!
Digamos ao rei muito bern, muito bern!
Tra-Ia-Ia-Ia-Ia-Ia!
Tra-Ia-Ia! Tra-Ia-Ia-Ia!
Tra-Ia-Ia-Ia!
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31
12. Seu pin1ar
Roda de crianyas, com uma fora - 0 pintor
PINTOR- Pam, pam, pam!
RODA- Quem e que bate?
PINTOR- Eo sau pintar.
A sua casa vim pintar
o pintar entra na roda. 0 pintar com um gesto com a cabe,a concorda com
tudo que Ihe e sugerido pelas demais crian,as. Estas, par sua vez, fazem
gestos alusivos aos termos enunciados - pintar, bananeira, corayao e
cachorrao.
RODA- Seu pintar
Pode antrar.
Pegue a pincel
E com ace a trabalhar.
Na cozinha
Quero uma bananeira,
Para alegrar
o corayao da cozinheira
No portao
Quare um cachorrao
Au1 Au! Au! ( gritando)
Para assustar
A cara feia do ladrao.
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5 PESQUISA DE CAMPO
Esle trabalho visa mostrar como os professores utilizam-se des cantigas de
roda em atividades diversificadas.
Observando e participando da realidade no Ensino Fundamental, optou-se
pela pesquisa de campo, a fim de investigar as atividades realizadas com este
tema.
Para a realiza98.o da pesquisa de campo decidiu-se direcionar 0 questionario
II varias escolas com a preocupa9ao de urn enriquecimento da pesquisa. Os
professores pesquisados atuam na 1 II! sarie e 2il sarie do Ensino Fundamental.
5.1 INVESTIGA<;Ao DA PESQUISA DE CAMPO
o instrumento de pesquisa traz uma pergunta aberta a saber: A descri9ao de
uma atividade realizada a partir de canligas de roda.
A descril'ao desta atividade propiciara a observal'ao e analise das estrategias
de alguns professores do Ensino Fundamental em atividades a partir de cantigas de
roda, iniciando urn processo de expressao individual ou grupal, dentro e fora da sala
de aula.
Enviou-se 15 questionarios, sendo que somente 8 foram devolvidos. A
aplical'ao do questionario foi entregue pessoalmente aos professores, com a devida
explica9ao, motivo e importlmcia desta pesquisa. Alguns professores atuam na
aseela da pesquisadora e os demais estudam no curso de Pedagogia na
Universidade Tuiuti do Parana.
33
6. ANALISE E DISCUSSAO DOS RESULTADOS
A pesquisa caracterizQu-se em uma pergunta relacionada na area de
atuay8.o de professores do Ensino Fundamental. Optou-se em fazer uma analisegeral das resposlas.
A pergunla foi a seguinle:
Descreva uma atividade que pode sar realizada a partir de uma cantiga de
roda.
Professora 1
Dramatizacao
o professor organiza a lurma em grupos. Gada grupo lera que eseolher uma
milsiea. ( eanligas de roda anleriormenle apresenlada pelo professor).
Ap6s a escolha da musica 0 grupo precisani organizar uma "pequena"
dramaliza,Bo da milsiea, onde podera eonfeecionar adere,os para sua
apresentaya.o com jornais au Quiros materiais que estiverem disponiveis.
Gada grupo apresenlara sua milsiea ao reslanle da lurma.
Professora 2
Ganliga de roda: Giranda eirandinha
o professor explicara as crianyas que irao brincar com uma cantiga de roda.
Ele organizara de lal forma que as erian,as brinquem, depois de explieado como e:
movimento, letra e musica.
Ciranda, cirandinha
Em roda, as erian,as correm, dan,am e fazem valla.
_ Giranda, cirandinha
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vamos lodos cirandar,
vamos dar a meia volta,
volta e meia vamos dar.
Cada uma, por sua vez, obedecendo a ordem de disposi,ao da esquerda
para a dire ita, recita uma estrofe:
_ 0 anel que tu me deste
era vidro e S8 quebrou.
o amor que tu me tinhas
Era pouco e S8 acabou.
As crianyas voltam a correr, danr;ar e fazar voltas:
_ Ciranda, cirandinha,
vamos lodos cirandar,
vamos dar a meia volta,
volta e meia vamos dar.
8ugestao de mais uma estrofe:
_ Tal desgra,a nao se evita,
ate parece uma lenda.
Meu amor faz tanta fita,
E compra fita na venda.
Enquanto as crianyas brincam, 0 professor perguntara a eles quem jii
conhece essa cantiga, quem saba de uma outra maneira de apresentar, com uma
35
outra letra, ( porque ha crian<;asque nao sabem).
Oepois de levan tar assas questoes e ouvidas as respostas 0 professor
passara a dar informa<;Oessobre essa cantiga de roda. Dizendo que cantiga e uma
poesia cantada e ciranda e uma dan<;ade roda infantil, de origem portuguesa,
podendo ser chamada tambem de cirandinha. Que cirandar significa andar de um
lado para 0 outr~, dar voltas.
a professor informaril. tambem que essa brincadeira foi constru ida na pratica
social, na relac;ao entre pessoas. Alguma criant;:as naD conhecem essa cantiga,
porque culturalmente naD tiveram aces so a ala.
Entao, 0 professor podera pedir as crian<;asque se organizem para executar
a Ciranda, cirandinha da maneira como as Qulras crian9as conhecem.
Professora 3
Cantiga de roda: Atirei 0 Rav no aata
Atraves ca cantiga , "Alirei 0 pau no gato", realizei interpreta<;ao de texto e
produ<;aode texto. Trabalhamos a problematiza<;ao " nao atirei 0 pau no gato"
instigando assim a reflexao e os cuidados que devemos ter com as animais.
A canoa virou foi 0 inicio de outra atividade, para que fiz9ssemos urna
produ<;aode texto, onde entraria a imagina<;ao.
Exemplo: Se voce tivesse um barco.
Para ende iria? Que nome daria? Que cor seria? Quem voce levaria?
Tambem fizemos a dobradura do barquinho e montamos um painei.
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Professora 4
A carrocinha
Area de conhecimento: Lingua Portuguesa e Matematica.
A carroclnha pegou (2vezes)
Tras cachorros de urna vez.
Tra-Ia-Ia (2 vezes)
Que gente e essa.
Tra-Ia-Ia (2 vezes)
Que gente mao
Sentados em grupos, batendo m~o nas pernas, na hora do tra-Ia-Ia que gente
Ii essa, encosta 0 cotovelo com 0 do colega, e no tra-Ia-Ia que gente ma, os dois
batem palmas.
Professora 5
Urna atividade muito boa de trabalhar com crianc;:as de 11 a 4 I sarie e a
Aquarela do Toquinho. Cada crian,a fica com uma frase da m0sica, desenha 0 que
esta escrito, e espera tadas terminarem. Depois do termino dos desenhos, a
professora cola no quadro em ordem, e calcca a musica para que as crianc;:asoUyam, e aD masma tempo VaG seguindo as figuras, e ja VaG analisando S8 a figura
tern a ver com a frase escrita.
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Professora 6
DramatizacAo
As atividades envolvendo musicas sao bastante enriquecedoras, pais
proporcionam ao professor uma forma difaranciada da trabalhar determinados
conteudos. E, para 0 alunos, auxilia na compreensao dos temas propostos.
As cantigas de roda alem de carater hist6rico, regional, e urn resgate social enelas podemos encontrar a interdisciplinaridade inserida na sua dinamicidade e
clareza.
Uma das atividades propostas esta a dramatiZ8l'aO.
Professora 7
A janelinha
t' A janelinha fecha, quando esta chovando ( bra,os asticados e techa-os)
2'A janelinha abra, se 0 sol esta aparecendo ( abre os bral'os)
3'Pn\ la, pra ca, pra la, pra ca ( saltitar de urn lado, pra la, pra ca ... para 0
outro)
4'A florzinha fecha, quando esta chovendo ( bral'os esticados e fecha-os)
5' A florzinha abra, sa 0 sol esM aparecendo ( abre os bral'os)
6' Repete a 3' parte da musica
7' 0 guarda chuva abra, quando asta chovando ( bral'os esticados e techa-
os)
8' 0 guarda chuva fecha , se 0 sol esta aparecendo ( abre os bra,os)
g' Repata a 3 ' parte da musica
Forma,ao: dois a dois
Brincadeira: fazer ge5t05 como indicado
Atividade: cantar e fazer os gestos indicados el ou criados palas crianl'as.
38
Fazer e leitura apontada da letra da musica, solicitando a participa~il.o de
todos. Solicitar a representa~ao atraves de desenhos de cada estrofe da musica.
Localizar no texto a palavra JANELINHA e destacar seu som final. Produ~ao de
texto coletivo: 0 que voc~ va atraves da janela da sua moradia?
Professora 8
Tabuada
Confeccionar com caixinhas de f6sforo diferentes opera~6es ( pode usar a
tabuada)
Em cfrculo, cantar:
Escravos de J6
Jogavam Caxanga
Tira, bota, deixa ficar.
Guerreiro com guerreiros ( bis )
Fazem Zigu9, zigue za
As caixas VaG rodando de acordo com a musica e quando parar, cada crianlia
resolve a opera~ao.
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Os dados coletados permitiram perceber que as professores trabalham
cantigas de roda usanda a criatividade e a interdisciplinaridade. Fazem urn resgate
cultural e utilizam diferentes recursos cem as cantigas em diferentes momentos, de
acordo com os centeudos que estao trabalhando. Atraves destes exemplos
podemos perceber que trabalhar com cantigas pode-s8 alcanyar os objetivos
propostos em rela,ao ao conteudo desejado, como um reforl'o para a aprendizagem
envolvendo a socializa,ao entre todos os participantes, um elemento motivador e
muito significative.
Percebe-se que alguns professores trabalham a interdisciplinaridade, como
urna proposta a qual intsgra-se dUBS au mais disciplinas QU areas de conhecimento.
o empenho em direl'ao a integra,ao de areas e ao trabalho interdisciplinar
surtira resultados positiv~s quanta ao desenvolvimento educacional dos alunos, bern
como na cri8c;ao de urn ambiente de cooperac;ao entre lodos as envolvidos na
realizal'ao da atividade.
Sando assim, 0 professor pode e deve aproveitar as cantigas de roda como
urn elemento motivador para SUBS aulas.
40
7 CONSIDERAc;:6ES FINAlS
Esta pesquisa buscou retlelir sabra a musica no Ensino Fundamental e a sua
finalidade, a propiciar 0 desenvolvimento integral do educando. Importante mostrar
que a musica na educac;:aoescolar, tern como uma das finalidades 0
desenvolvimento integral da personalidade do educando onde auxilia
particularmente a coordena<;ao matara, a acuidade visual, a memoria e aten98.o.
o professor e 0 mediad or, cabe a ele incluir vivencia musical na programa<;ao
de suas aulas, pois al8m de aprenderem sobre musica, aprenderao linguagem eQutras malarias relacionadas, pois e cerlo, que a escola ensina aos seus alunos a
encontrarem 0 caminho para direcionarem suas vidas.
Portanto, sendo uma atividade natural da vida, a musica tern urn papsl
fundamental em seu desenvolvimento global. E pelo seu poder criador e libertador,
S8 transforma nurn poderoso recurso educativD, ajudando a crianya a expandir-se
cad a vez mais livre.
Tendo em vista todos 8sses beneficios que a musica traz para 0desenvolvimento da crian<;a, faz-se necessario estudar a questao de como trabalhar
a expressao corporal, a comunica<;ao oral e habilidades recreativas dentro dascantigas de roda.
o professor, al9m de passar aos alunos 0 amor pela musica, pois, sem
duvida, nenhuma gera<;ao de jovens vive tao musical mente como a de agora, cabe a
ele estabelecer a comunica<;aoentre a musica nas diferentes gera<;oes
Esta na consciencia de cad a educador '" trabalhar 0 ensino musical,desenvelver a cultura do alune, servir como um elemento mediador da
aprendizagem, despertando 0 saber.
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