17 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ Programa Regional de Pós - graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente ALCIENE PEREIRA DA SILVA QUALIDADE AMBIENTAL E A SAUDE DA POPULAÇÃO: estudo epidemiológico de parasitoses em Canavieiras – Bahia Ilhéus, Bahia 2012
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ … · PS – Promoção da Saúde PSF - Programa Saúde da Família QM – Quadrados Médios RESEX - Reserva Extrativista ... Universo 3.1. 47
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ Programa Regional de Pós - graduação em Desenvolvimento e Meio
Ambiente
Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente
ALCIENE PEREIRA DA SILVA
QUALIDADE AMBIENTAL E A SAUDE DA POPULAÇÃO: estudo epidemiológico de parasitoses em Canavieiras – Bahia
Ilhéus, Bahia
2012
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ALCIENE PEREIRA DA SILVA
QUALIDADE AMBIENTAL E A SAUDE DA POPULAÇÃO: estudo epidemiológico de parasitoses em Canavieiras – Bahia
Dissertação apresentada ao Programa Regional de Pós graduação em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, Subprograma Universidade Estadual de santa Cruz, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente.
Orientadora: Prof.ª Dra. Cristina Setenta Andrade
Ilhéus, Bahia
2012
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S586 Silva, Alciene Pereira da. Qualidade ambiental e a saúde da população : estudo epi- demiológico de parasitoses em Canavieiras – Bahia / Alciene Pereira da Silva. – Ilhéus : O Autor, 2012. 160f. : il. ; anexos. Orientadora : Cristina Setenta Andrade. Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Santa Cruz. Programa Regional de Pós-graduação em Desenvolvi- mento Regional e Meio Ambiente. Inclui bibliografia. 1.Qualidade ambiental – Canavieiras (BA). 2. Parasitoses intestinais – Canavieiras (BA). 3. Saneamento – Aspectos ambientais. 4. Parasitologia. I. Andrade, Cristina Setenta. II, Título. CDD – 363.7
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ALCIENE PEREIRA DA SILVA
QUALIDADE AMBIENTAL E A SAUDE DA POPULAÇÃO: estudo epidemiológico de parasitoses em Canavieiras – Bahia
________________________________________ Dr. Paulo dos SantosTerra
PRODEMA/ UESC
________________________________________ Dra. Maria Aparecida Araujo Figueiredo
Universidade do Estado da Bahia (UNEB)
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Dedico este trabalho a meu filho Saulo Benjamin.
22
Agradecimentos
A minha mãe e meu irmão que sempre me apoiaram por mais
distantes que estejam.
Agradeço o carinho, paciência e prontidão do meu companheiro em
me mostrar o caminho certo das letras.
A Prof.ª Cristina Setenta pela confiança e palavras certas nos
momentos de indecisão.
Ao Prof. Max Menezes (em memória) por abraçar meu projeto e me
incentivar aos estudos.
A Nelia (em memória) que dedicou seu precioso tempo analisando
centenas de exames simplesmente por amizade.
A todos os profissionais da saúde da Atenção Básica de Canavieiras,
principalmente Enfermeiros e ACS.
Meus agradecimentos a equipe PRODEMA em particular Maria e
Prof. Salvador Trevizan pelo apoio constante.
E sempre a Deus por me dar algo chamado oportunidade.
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LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
ACS – Agentes Comunitários de Saúde Av. - Avenida BA – Bahia CV- Coeficiente de variação EMASA – Empresa Municipal de Águas e Saneamento EMBASA - Empresa Baiana de Águas e Saneamento ESF – Equipe de Saúde da Família ETA - Estação de Tratamento de Água Fc – Razão de variância FNMA - Fundo Nacional do Meio Ambiente FUNASA - Fundação Nacional de Saúde FV – Fonte de variação GL – Graus de liberdade GPS - Sistema Global de Posicionamento (Global Positioning System) IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. MS – Ministério da Saúde OMS - Organização Mundial de Saúde OPAS – Organização Pan-americana de Saúde PNAD - Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar PNSB - Pesquisa Nacional de Saneamento Básico PNPS – Política Nacional de Promoção da Saúde Pr > Fc – Probabilidade maior que a razão de variância PS – Promoção da Saúde PSF - Programa Saúde da Família QM – Quadrados Médios RESEX - Reserva Extrativista SEI - Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia SIAB – Sistema de Informação da Atenção Básica SIS – Sistema de Informação em Saúde SMS – Secretaria Municipal de Saúde SRH – Superintendência de Recursos Hídricos SIG - Sistema de Informação Geográfica SIH - Sistema de Informações Hospitalares SNIS - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento SQ- Soma dos Quadrados SUS - Sistema Único de Saúde UBS - Unidade Básica de Saúde UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz UNEB- Universidade do Estado da Bahia USF – Unidade de Saúde da Família
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LISTA DE QUADROS
Página Quadro 1. Nº de famílias cadastradas, Canavieiras, 2011. 58
Quadro 2. Nº de indivíduos sorteados para amostragem, Canavieiras, 2011. 59
Quadro 3. Divisão da zona urbana no município de Canavieiras – Bahia, 2011 65
Quadro 4. Número total de domicílios no município de Canavieiras - Bahia, 2011.
79
Quadro 5. Número de domicílios com abastecimento de água no município de Canavieiras - Bahia, 2011.
79
Quadro 6. Número de domicílios com tratamento da água nos domicílios no município de Canavieiras - Bahia, 2011.
79
Quadro 7. Número de domicílios de acordo com o destino dado ao lixo nos domicílios no município de Canavieiras - Bahia, 2011
82
Quadro 8. Número de domicílios de acordo com o destino dado às fezes e urina no município de Canavieiras - Bahia, 2011
84
Quadro 9. Sexo da população da amostra no município de Canavieiras - Bahia, 2011 88
Quadro 10. Ocupação da população amostral no município de Canavieiras - Bahia, 2011. 89
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LISTA DE FIGURAS
Página
Figura 1. Mapa de localização do município de Canavieiras, Bahia, Brasil. 49
Figura 2. Visão aérea da ocorrência humana nos manguezais, 2010. 51
Figura 3. Vista aérea do núcleo central da zona urbana, Canavieiras - BA, 2010. 54
Figura 4. Vista aérea da zona urbana (setor oeste) de Canavieiras - BA, 2010. 55
Figura 5. Vista aérea da Ilha de Atalaia (setor leste) de Canavieiras – BA, 2010. 56
Figura 6. Vista aérea de ocupações recentes (setor norte) de Canavieiras – BA, 2010. 57
Figura 7. Mortalidade infantil 1996-2009,Canavieiras - BA. 58
Figura 8. Mapeamento da área urbana no município de Canavieiras – Bahia, 2011. 66
Figura 9. Vista aérea do Bairro Centro e Birindiba, Rio Cipó, trecho de Mangue Bairro Atalaia e o Oceano Atlântico, Canavieiras- Bahia, 2011.
67
Figura 10. Vista parcial do Bairro Birindiba, Canavieiras – Bahia, 2011 68
Figura 11. Frente da UBS do Bairro Sócrates Rezende, Canavieiras - Bahia, 2011. 68
Figura 12. Vista parcial Bairro Centro e trecho de mangue em Canavieiras, 2011. 69
Figura 13. Vista parcial da Rua da Areia no Bairro Tancredão, Canavieiras – Bahia, 2011. 70
Figura 14. Vista aérea do Bairro João Fonfom e Cidade Nova, Canavieiras – Bahia, 2011 71
Figura 15. Ocorrência de parasitos intestinais em habitantes dos bairros Birindiba, Centro (Módulo 1) no município de Canavieiras – Bahia, 2011.
74
Figura 16. Ocorrência de parasitos intestinais em habitantes do bairro Sócrates Rezende (Módulo 02) no município de Canavieiras – Bahia, 2011.
74
Figura 17. Ocorrência de parasitos intestinais em habitantes dos bairros Tancredão e Centro (Módulo 3) no município de Canavieiras – Bahia, 2011.
74
Figura 18. Ocorrência de parasitos intestinais em habitantes dos bairros João Fonfom e Cidade Nova (Módulo 4) no município de Canavieiras – Bahia, 2011.
74
Figura 19. Distribuição percentual do tipo de água consumida pelos habitantes Módulos 1, 2, 3,4 no município de Canavieiras – Bahia, 2011.
81
Figura 20. Distribuição percentual do destino do lixo gerado pelos habitantes dos Módulos: 1, 2, 3, 4 no município de Canavieiras – Bahia, 2011.
83
Figura 21. Ocorrência de infecção parasitária por destino do esgotamento sanitário doméstico no município de Canavieiras - Bahia, 2011.
84
Figura 22. Distribuição percentual do nível máximo de escolaridade dos habitantes dos Módulos: 1, 2, 3, 4 no município de Canavieiras – Bahia, 2011.
86
Figura 23. Propaganda em pedra pintada, Bairro: Centro, Canavieiras, 2012. 102
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LISTA DE TABELAS
Página Tabela 1. Ocorrência de parasitose em moradores dos Módulos: 1, 2, 3, 4, município de Canavieiras – Bahia, 2011.
72
Tabela 2. Ocorrência dos parasitos intestinais, com relação ao tipo de água consumida pelos moradores no município de Canavieiras – Bahia, 2011.
80
Tabela 3. Ocorrência dos parasitos intestinais, com relação a faixa etária em moradores no município de Canavieiras - Bahia, 2011.
87
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LISTA DE ANEXOS E APÊNDICES
Página
Anexo 1. Parecer Consubstanciado – Comitê de Ética em Pesquisa (CEP/ UESC) 96
Apêndice 1. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 96
Apêndice 2. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (se menor de idade) 99
Apêndice 3. Formulário de coleta de dados 101
Apêndice 4. Analise estatística dos dados pelo teste de Tukey. 102
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SUMÁRIO
Resumo xii Abstract xiii 1. INTRODUÇÃO 17 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1. Qualidade Ambiental e a Saúde da População 21
2.2. Interdisciplinaridade, Sustentabilidade Ambiental e Saúde
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2.3. Saúde da População, Condições Ambientais o Espaço Urbano
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2.4. Aspectos Básicos sobre Parasitologia 41 3. METODOLOGIA
3.1. Universo 47
3.2. População em Estudo 57
3.3. Amostragem 58 3.4. Variáveis 58
3.5. Instrumentos de Pesquisa e a Coleta de Dados 59
3.6. Análise dos Dados 61
4. RESULTADOS 4.1. Divisão da cidade por módulos 65 4.1.1. O Modulo 01 66 4.1.2. O Modulo 02 68 4.1.3. O Modulo 03 69 4.1.4. O Modulo 04 70 4.2. Ocorrência de parasitos em suas condições ambientais específicas
71
4.3. Caracterização do Saneamento Básico em Canavieiras 78 4.3.1. Água de Consumo 78 4.3.2. Destino dos resíduos sólidos 82 4.3.3. Esgotamento sanitário doméstico 84 4.4. Parasitologia e Aspectos Socioambientais em Canavieiras 85 4.4.1. Escolaridade 86 4.4.2. Faixa etária 87 4.4.3. Sexo e ocupação 88 5. DISCUSSÃO 90 6. CONCLUSÃO 99 7. REFERÊNCIAS 103 ANEXO 113 APÊNDICES 114
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RESUMO
Este estudo analisa a relação entre a ocorrência de parasitoses e condições
ambientais em Canavieiras, Bahia, Brasil. Especificamente, busca-se mapear a
ocorrência de parasitos na zona urbana do município, bem como caracterizar as
condições ambientais do saneamento básico comparando áreas de maior
ocorrência de parasitos e suas condições ambientais específicas. Trata-se de um
estudo epidemiológico, individual –observacional – transversal. Os dados primários
foram coletados por meio do exame coprológico e os secundários, obtidos por meio
do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) coletados através da “Ficha
A” da família cadastrada na Estratégia Saúde da Família. Seccionou-se a cidade
em quatro módulos através do Sistema de Informação Geográfica, consoante o
Sistema Municipal de Saúde para apresentar discussões sobre a ocorrência de
parasitos em condições de saneamento básico e os aspectos socioambientais da
zona urbana. O estudo apontou a positividade dos exames parasitológicos acima
de 90% em todos os setores de Canavieiras e, uma homogeneidade na ocorrência
de parasitoses no contexto da cidade como um todo, tendo o Ascaris lumbricoides
presente em mais de 50% da população e o Trichuris trichiura infectando quase
metade de toda população amostral. Desta forma, percebe-se que a situação de
saúde não é um atributo inerente aos grupos sociais às unidades espaciais em si
mesmos, e sim uma decorrência da relação de grupos sociais com o território e o
This study examines the relationship between the prevalence of parasitic diseases
and environmental conditions in the city of Canavieiras (Bahia State,
Brazil). Specifically, intents here to map the prevalence of parasites in the urban
area, as well as to characterize the environmental conditions of sanitation
comparing areas with the highest occurrence of parasites and their specific
environmental conditions. The methodology used is basically epidemiological and
quantitative, with two different analytical approaches: one based on prevalence, and
another based on cross-sectional studies with a perspective characteristic of
ecological design with operational typology. We used primary and secondary
sources, verifying the statistical significance using the Tukey test. The primary data
were collected by stool tests, obtained through the Information System of Basic
Care (SIAB), collected through the "Form A" of the family registered at the Family
Health Strategy. The city was divided into four modules through the Geographic
Information System, according to the Municipal Health System and so discussing on
the prevalence of parasites in basic sanitation and environmental aspects of the
urban area. One of the most important aspects identified in this study was the
relatively high number of positive parasitological examinations in all sectors of
Canavieiras City, and although the study point to a differentiated rate of
contamination between the suburbs and the new neighborhoods, and the central
districts and more old, is remarkable homogeneity in the prevalence of parasites in
the context of the city as a whole, showing the inseparability between the use of
natural resources and health risks to local residents, regardless of family
income. Thus, it is clear that the health situation is not an attribute inherent in social
groups or units of space in itself, but a result of the relationship of social groups with
the territory and environment where we live.
Keywords: parasitosis, sanitation, environmental quality, Canavieiras City, Brazil.
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1. INTRODUÇÃO
São estreitas as relações entre qualidade ambiental e saúde da população.
Nesta interface entre o biológico e o cultural – sendo o homem o agente decisivo
de alterações do espaço que repercutirão na sua própria qualidade de vida –, tem-
se uma ampla discussão no campo teórico, numa arena inter e multidisciplinar em
que atuam conjuntamente biólogos, cientistas sociais, ecólogos, geógrafos e
profissionais de saúde (MINAYO, 1999, 2002 e 2006).
Com efeito, a qualidade ambiental e sua relação com a saúde vêm sendo
discutidas no Brasil por diversos autores na busca de estabelecer discursos que
construam nexos interdisciplinares e intersetoriais e que avancem no sentido da
implementação de políticas mais eficazes e eficientes relativas ao planejamento
territorial, às ações e aplicabilidade de saneamento e aos efeitos da degradação
dos recursos naturais na população humana (DIEGUES 1987, 2004 e 2008).
Atualmente o país vive a proposta de formação de reservas ecológicas como
dispositivo de manutenção da diversidade biológica. Este processo tem levado
pesquisadores a enfatizar a necessidade de valorização de espaços regionais, bem
como, identificar a relação direta da saúde da população com os princípios básicos
para sustentabilidade ecológica, social, política e econômica (AKERMAN, 2006;
DIEGUES, 2001; SABROZA, 2001).
Este estudo se propõe a contribuir para o incremento das pesquisas sobre
qualidade ambiental e saúde, explorando, sob o ponto de vista epidemiológico, a
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análise da consistência nas relações de bio-agentes patogênicos e o homem como
hospedeiro, com a sua resistência e suscetibilidade dadas pelas condições
ambientais que disponibiliza.
Nesse sentido, este trabalho tem como questão central: a inexistência de
fossa pública na zona urbana de Canavieiras (IBGE, 2009); as infecções
parasitárias serem a maior causa de mortalidade (IBGE 2007 e 2009) e o
escoamento do esgotamento sanitário doméstico ser jogado diretamente no
mangue e no rio do entorno da cidade. A partir deste problema geral três hipóteses
foram testadas na zona urbana da cidade baiana de Canavieiras:
H1. As infecções e as verminoses intestinais, que são as principais causas de mortalidade em Canavieiras (IBGE, 2007 e 2009), têm ocorrências diferentes em zonas distintas da cidade de Canavieiras. H2. Os locais onde existe inadequada disposição de lixo doméstico, construção de casas sobre lagos e lagoas aterradas com lixo, inexistência de fossa pública e esgotamento sanitário indevido no mangue que margeia os rios na zona urbana da cidade tem ocorrência parasitológica estatisticamnete significativa pois são fatores decisivos para a disseminação de doenças parasitárias.
Assim, tendo-se como objetivo geral analisar a relação entre a ocorrência de
parasitoses e condições ambientais em Canavieiras – BA, nesta investigação
trabalhou-se com os seguintes objetivos específicos:
1. Mapear a ocorrência de parasitos no município de Canavieiras – Bahia;
2. Caracterizar as condições ambientais do saneamento básico no município de Canavieiras – Bahia.
3. Comparar áreas de maior ocorrência de parasitos e suas condições ambientais específicas;
Desse modo, considerando a saúde como o resultado do equilíbrio dinâmico
entre o indivíduo e o meio ambiente (DUBOS, 1995) e os fatores de caráter médico
e socioambiental enquanto componentes de um sistema integrado, o terreno de
investigação propiciou estabelecer nexos entre a ocorrência de parasitose na
população humana (doença de cunho particularmente ambiental), a degradação
ambiental, as condições de saneamento básico e as dinâmicas socioculturais locais
(FREITAS, 2000; HELLER, 1997; LUDWIG et al, 1999; VISSER et al, 2011).
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As razões de se ter utilizado o município de Canavieiras como local de
estudo devem-se ao fato de que a cidade compõe uma reserva ecológica (IBAMA,
2006), cuja terça parte da sua população é formada por pescadores ou
marisqueiros, com ocupações relacionadas diretamente à disponibilidade e
consumo direto de recursos naturais locais.
A partir da urbanização do município, em meados dos anos 1980, com o
declínio do cacau e a migração de agricultores para a zona urbana, a atividade
antrópica tem alterado dramaticamente a paisagem ecológica local. Espaços que
antes eram lagoas foram transformados em lixão e posteriormente loteados para
conjuntos habitacionais como também áreas de restinga transformaram - se em
condomínios de veraneio. Como enfermeira de uma USF, inquietava-me a grande
quantidade de resultados parasitológicos positivos, além de, o município apresentar
as infecções parasitárias como as principais causas de mortalidade (IBGE, 2007 e
2009).
Sobre a análise de questões relativa à salubridade ambiental, a pesquisa
epidemiológica vem contribuir no exame de ocorrência de endemias vinculadas ao
meio ambiente, como no tocante ao potencial de promover o aperfeiçoamento de
condições mesológicas favoráveis ao gozo de saúde e bem estar de uma estrutura
urbana com uma das maiores áreas contínua de manguezais do Estado da Bahia
(BRASIL, 1995; SCHAEFFR-NOVELLI et al.,1986).
Nesse contexto, este trabalho pretendeu, partindo-se de uma metodologia
epidemiológica, definir os nexos entre a degradação ambiental e o predomínio dos
4.1. Divisão da Zona Urbana de Canavieiras por Módulos
O estudo da ocorrência de parasitos em condições específicas e suas
correlações com o saneamento básico e os aspectos socioambientais na cidade de
Canavieiras, parte da divisão territorial da cidade, consoante o Sistema Municipal
de Saúde.
A zona urbana da cidade foi dividida quatro módulos (Quadro 3), que se
distribuem espacialmente, conforme demonstrado na Figura 8.
Quadro 3. Divisão da zona urbana no município de Canavieiras – Bahia, 2011.
MMóódduullooss BBaaiirrrrooss
1 Birindiba, parte do Centro e Atalaia
2 Sócrates Rezende
3 Tancredão e parte do Centro da cidade
4 João Fonfom e Cidade Nova
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde, 2011.
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Figura 8. Mapeamento da área urbana no município de Canavieiras – Bahia, 2011.
Módulo 1
São compostos pelos bairros Centro1, Atalaia e Birindiba (Figura 9). Eles
estão situados em antigas áreas de mangue, margeando o leito do Rio Cipó que
foram se constituído entre os anos 1900 e 1940. É uma área residencial que conta
também com casas de veraneio. Na zona circunscrita ao Módulo 1 há três
Unidades Básicas de Saúde (UBS), responsáveis pela produção do cuidado em
saúde nos seus territórios de abrangência.
1 Parte do Bairro Centro está localizada no Módulo 1 e outra parte no Módulo 2, porque é um bairro bastante
extenso, com grandes diferenças no que diz respeito a densidade demográfica além do que, os PSF nos Bairros
da Birindiba no Módulo 1 e ao bairro Tancredão no Módulo2 tem fronteira territorial facilitando assim, a
divisão por módulos e a coleta de dados do estudo.
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Figura 9. Vista aérea do Bairro Centro e Birindiba, Rio Cipó, trecho de Mangue Bairro Atalaia e o Oceano Atlântico, Canavieiras- Bahia, 2011. Fonte: Secretaria do Meio Ambiente
No Módulo 1, as residências, em sua grande maioria, jogam seus detritos no
leito do Rio Cipó, especificamente no resquício de Mangue que as margeia. Em
épocas de chuva, segundo moradores, quando o volume de água aumenta, é
comum que a água contaminada com o esgoto doméstico invada o quintal das
casas.
Note-se que ao mesmo tempo em que o esgoto doméstico é jogado no
mangue, é deste mesmo mangue que a população retira o marisco para consumo e
venda. Sendo este um fator de risco não só para infestação de parasitose como
também de outros agravos.
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Figura 10. Vista parcial do Bairro Birindiba, Canavieiras – Bahia, 2011. Autor: Roque Pinto
Módulo 2
Formado pelo bairro Sócrates Rezende (Figura 11). Este bairro antes de ser
um espaço residencial passou por diversas transformações. Originalmente ali
existiam lagos e lagoas que serviam para recreação da população local, depois
passou a ser o local onde era jogado o lixo da cidade (o lixão). Com o crescimento
da cidade, o lixo passou a ser jogado mais distante.
Figura 11. Frente da UBS do Bairro Sócrates Rezende, Canavieiras - Bahia, 2011. Autor: Roque Pinto
Entre os anos 1990 e 2005 este território foi loteado e distribuído para
população. Moram neste bairro pessoas que se ocupam basicamente da pesca e
80
mariscagem, seguida da atividade doméstica. Muitos são ex-agricultores que, com
o declínio do cacau migraram par zona urbana.
Atualmente é um dos bairros mais populosos de Canavieiras e é atendido
por dois PSF (Sócrates Rezende I e Sócrates Rezende II). Este bairro é atendido
por duas creches, mas não tem escola nem praça pública. A drenagem pluvial é
precária, em épocas de chuva a situação se agrava com a água empossada nas
ruas, dificultando o acesso e provocando o risco de contaminação dos moradores
por parasitoses.
Módulo 3
O Módulo 3 circunscreve os bairros Centro parte mais antiga, povoada por
volta de 1900 (Figura 12), e Tancredão (Figura 13), bairro surgido em meado dos
anos 1950. Neste local encontra-se implantado dois PSF.
No centro comercial e no centro histórico e turístico da cidade todas as ruas
são pavimentadas e, segundo informações da EMBASA (2010), 100% dos
moradores têm água encanada. De acordo com a Secretaria de Administração
Municipal, 40% dos imóveis são residenciais e 10% destes, tombados como
patrimônio histórico sendo que uma pequena parcela destes é utilizada com fim
residencial ou comercial, e a maioria se encontra fechado ou mesmo abandonado
por seus donos.
Figura 12. Vista parcial Bairro Centro e trecho de mangue em Canavieiras, 2011. Fonte: Secretaria do Meio Ambiente
81
Já o bairro Tancredão (Figura 13), apesar da proximidade do centro, tem
uma configuração distinta. Constitui um dos bairros mais populosos de Canavieiras,
tem apenas a rua principal com saneamento básico e drenagem pluvial regular, as
demais ruas são bastante arenosas facilitando desta maneira o contagio de alguns
parasitas. O bairro não possui escola, apenas uma praça publica..
Figura 13. Vista parcial da Rua da Areia no Bairro Tancredão, Canavieiras – Bahia, 2011. Autor: Roque Pinto
Módulo 4
Composto pelos bairros João Fonfom e Cidade Nova. Este setor foi povoado
nos anos 1980 e é basicamente residencial. Esta zona era anteriormente área de
mangue que foi paulatinamente aterrada para construção de residências. O
crescimento deste bairro sobre o mangue foi estagnado com a implantação da
RESEX, em 2006. Estes dois bairros contam cada um, com o serviço de dois PSF.
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Figura 14. Vista aérea do Bairro João Fonfom e Cidade Nova, Canavieiras – Bahia, 2011. Fonte: Secretaria do Meio Ambiente
Dos módulos estudados é o que tem a menor área coberta por saneamento
básico (SIAB, 2011). O acesso a algumas ruas só se dá através de jangada ou
pequenos barcos, e 100% das casas foram construídas sobre o mangue. O esgoto
doméstico é jogado no rio. Além destes fatores gerais para os dois bairros, no João
Fonfom os profissionais de saúde da equipe do PSF têm acesso restrito ao
território de abrangência devido ação de gangues armadas no local, ligadas ao
narcotráfico.
4.2. Ocorrência de parasitos em suas condições ambientais específicas
Na análise da ocorrência de parasitose por módulo, a partir do SIG foram
convertidos os dados geográficos em um código digital e programado para
processar as informações e, em seguida, obter as imagens para comparar áreas de
maior ocorrência de parasitoses e suas condições ambientais específicas. A partir
do georeferenciamento foi possível a análise de informações territorialmente
A relação de parasitismo intestinal com a condição ambiental do local de
residência de um indivíduo, pode apontar para o reconhecimento da importância do
investimento na melhoria da saúde da população e seus ambientes como pré-
requisitos para um desenvolvimento local sustentável.
83
A Tabela 1 apresenta a ocorrência de parasitos verificados nos moradores
da zona urbana de Canavieiras, estes valores referem-se à porcentagem da
população amostral que estão infectados por algum tipo de parasito que pode ser
detectado por exame coprológico.
Tabela 1: Parasitose em moradores dos Módulos: 1, 2, 3, 4, Município de Canavieiras – Bahia, 2011.
Módulos 1
(n=66) 2
(n=56) 3
(n=65) 4
(n= 36)
Parasitos Moradores Infectados (%)
Strongyloides stercoralis 01,51 a 00,00 a 00,00 a 00,00 a Schistosoma mansoni 00,00 a 07,14 c 04,61 b 00,00 a
Taenia spp 00,00 a 00,00 a 00,00 a 02,77 b Trichuris trichiura 24,24 a 41,07 b 43,07 b 19,44 a
Ancilostoma duodenale 33,30 b 41,07 c 41,53 c 25,00 a Ascaris lumbricoides 51,51 a 60,71 b 67,69 c 83,33 d
Enterobius vermicularis 21,21 d 12,49 b 03,07 a 16,60 c Giardia lambeia 01,51 a 05,35 a 15,38 b 13,88 b
Hymenolepis nana 09,09 c 01,78 a 03,07 a 05,55 b Entamoeba coli 01,51 b 07,14 c 00,00 a 00,00 a
Entamoeba histolytica 24,24 c 03,57 a 18,46 c 11,11 b
Médias seguidas de letras diferentes, nas linhas, diferem significativamente pelo teste Tukey (p=0,05).
Observa-se que o Ascaris lumbricoides está presente em mais da metade da
população amostral de todos os módulos de Canavieiras. Sendo que os valores de
ocorrência encontrados para os diferentes módulos, diferiram significativamente ao
nível de 5%, verificando-se no Módulo 4 a maior ocorrência de Ascaris lumbricoides
dos módulos estudados.
A visualização conjunta da ocorrência de parasitoses referentes aos
respectivos Módulos (figuras 15 a 18) permite uma observação sistêmica e
comparativa entre eles, possibilitando verificar graficamente o percentual de
positividade de parasitos nos resultados dos exames coprológicos na amostra
populacional e a distribuição dos tipos específicos de parasitos em cada setor em
que foi dividida a zona urbana de Canavieiras.
84
.
Figura 15. Prevalência de parasitos intestinais em habitantes dos bairros Birindiba, Centro (Módulo 1) no município de Canavieiras – Bahia, 2011. Fonte: dados da pesquisa
Figura 16. Prevalência de parasitos intestinais em habitantes do bairro Sócrates Rezende (Módulo 02) no município de Canavieiras – Bahia, 2011. Fonte: dados da pesquisa
Figura 17. Prevalência de parasitos intestinais em habitantes dos bairros Tancredão e Centro (Módulo 3) no município de Canavieiras – Bahia, 2011. Fonte: dados da pesquisa
Figura 18. Prevalência de parasitos intestinais em habitantes dos bairros João Fonfom e Cidade Nova (Módulo 4) no município de Canavieiras – Bahia, 2011. Fonte: dados da pesquisa
0 20 40 60 80
100
Tota
l
Stro
ngy
loid
e…
Sch
isto
som
a
Taen
ia
Tric
hu
ris …
An
cilo
sto
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…
Ente
rob
ius …
Gia
rdia
…
Hym
eno
lep
i…
Enta
mo
eba …
Enta
mo
eba …
90,91
1,52 0,00 0,00 24,24 33,33
51,52
21,21 1,52 9,09 1,52
24,24
Pre
valê
nci
a d
e in
fecç
õe
s p
aras
itár
ias
(%)
Parasitos
0 20 40 60 80
100
Tota
l
Stro
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Sch
isto
som
a
Taen
ia
Tric
hu
ris …
An
cilo
sto
ma
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…
Ente
rob
ius …
Gia
rdia
…
Hym
eno
lep
i…
Enta
mo
eba …
Enta
mo
eba …
94,64
0,00 7,14 0,00
41,07 41,07 60,71
12,50 5,36 1,79 7,14 3,57
Pre
valê
nci
a d
e in
fecç
õe
s p
aras
itár
ias
(%)
Parasitos
0 20 40 60 80
100
Tota
l
Stro
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loid
e…
Sch
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som
a
Taen
ia
Tric
hu
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An
cilo
sto
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…
Ente
rob
ius …
Gia
rdia
…
Hym
eno
lep
is …
Enta
mo
eba …
Enta
mo
eba …
95,38
0,00 4,62 0,00
43,08 41,54
67,69
3,08 15,38
3,08 0,00 18,46
Pre
valê
nci
a d
e in
fecç
õe
s p
aras
itár
ias
(%)
Parasitos
0 20 40 60 80
100
Tota
l
Stro
ngy
loid
es …
Sch
isto
som
a
Taen
ia
Tric
hu
ris …
An
cilo
sto
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Asc
aris
…
Ente
rob
ius …
Gia
rdia
lam
bei
a
Hym
eno
lep
is …
Enta
mo
eba
coli
Enta
mo
eba …
97,22
0,00 0,00 2,78 19,44 25,00
83,33
16,67 13,89 5,56 0,00 11,11
Pre
valê
nci
a d
e in
fecç
õe
s p
aras
itár
ias
(%)
Parasitos
MÓDULO 3
MÓDULO 2 MÓDULO 4
MÓDULO 1
85
Assim, na Figura 15, pode-se observar a ocorrência de parasitos intestinais
em habitantes do Módulo 1. Verifica-se que a ocorrência das parasitoses intestinais
nas amostras analisadas para este módulo foi de 90,91%, e que o parasito mais
freqüente foi A. lumbricoides (51,52%), seguido por Ancilostoma (33,33%) e com
uma ocorrência um pouco menor aparece a Entamoeba histolistica o Trichuris
trichiura ambos com 24,24% de ocorrência nas amostras analisadas.
Com porcentagens menores, porém não menos importantes, devido alto
grau de morbidade, aparecem o Hymenolepis nana (9,09%), Strongyloides
stercoralis, e Entamoeba coli ambos com 1,52% de ocorrência. A amostra do
Módulo 1 não apresentou casos de Schistosoma e Taenia, porém observou-se uma
elevada ocorrência de Entamoeba histolistica (24,24%) quando comparado ao total
de amostras positivas.
Na Figura 16 assinala-se a ocorrência de parasitos intestinais em habitantes
do bairro Sócrates Rezende (Módulo 2). Verifica-se que a ocorrência das
parasitoses intestinais nas amostras analisadas para este módulo foi de 94,64%, e
que o parasito mais frequente foi A. lumbricoides (60,71%), seguido por
Ancilostoma duodenale e Trichuris trichiura (ambos com 41,07%), Enterobius
vermicularis (12,50%) e com uma ocorrência um pouco menor aparece Entamoeba
coli e Schistosoma (ambos com 7,14% de ocorrência), Giardia lambeia (5,36%),
Entamoeba histolistica (3,57%), e Hymenolepis nana (1,79%).
Verifica-se, na Figura 17, a ocorrência de parasitos intestinais em habitantes
dos bairros Tancredão e Centro (Módulo 3). Nota-se que a ocorrência das
parasitoses intestinais nas amostras analisadas para este módulo foi de 95,38%, e
que o parasito mais freqüente foi A. lumbricoides (67,69%), seguido por Trichuris
Entamoeba histolistica (1,11%), e com uma ocorrência um pouco menor aparece
Hymenolepis nana (5,56%) e finalmente Taenia (2,78%).
Comparando-se os quatro gráficos, verifica-se que o Módulo 4 teve maior
positividade nos exames parasitológicos realizados e o Módulo 1 registrou a menor
positividade. A ocorrência de Ascaris lumbricoides foi a mais alta em todos os
módulos, os Módulos 3 e 4 tiveram os menores números de parasitos identificados
e os Módulos 1 e 2 tiveram verificados os maiores números de parasitos.
Nos Módulos 1 e 2 não se observou-se pelo teste diferença significativa
para ocorrência de Giardia lambeia (Módulo 1: 1,51% e Módulo 2: 5,35%), não
obstante estes valores diferiram daqueles encontrados, nos Módulos 3 e 4, onde
ocorreu uma ocorrência acima de 10%.
No que diz respeito ao parasito Hymenolepis nana, percebeu-se pelo teste
realizado positividade análoga nos Módulos 2 e 4. Já para Schistosoma mansoni
verificou-se positividade significativa no Módulo 2 e no Módulo 3 apresentou-se
pelo teste com baixa significancia (4,61%).
.
4.3. Caracterização do Saneamento Básico em Canavieiras
Quanto à análise relacionada ao saneamento básico foram utilizados dados
do Sistema de Informação da Atenção Básica - SIAB tendo em vista que
87
Canavieiras tem cobertura da Estratégia Saúde da Família ofertada a 80% da
população.
Muitas vezes as parasitoses são subestimadas pelos profissionais de saúde,
desconsiderando-se a morbidade significativa a elas associada. É nesse sentido
que a Organização Mundial de Saúde considera o saneamento uma das melhores
e mais eficazes formas de promoção da saúde. Em termos econômico-financeiros,
o investimento é relativamente baixo comparativamente aos seus benefícios para a
população com o um todo.
Dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH), do Sistema Único de
Saúde (SUS), mostram que, na última década, cerca de 700 mil internações
hospitalares ao ano foram causadas por doenças relacionadas à falta ou
inadequação de saneamento (BRASIL/FUNASA, 2007).
Abordamos neste ponto a associação de saúde e saneamento no contexto
de Canavieiras – BA, a partir de três variáveis ambientais: a água de consumo, o
destino de resíduos sólidos e o do esgotamento sanitário.
4.3.1. Água de consumo
A água é um recurso indispensável para a sobrevivência de todas as
espécies, e exerce uma influência decisiva na qualidade de vida das populações.
Contudo, o modo como são utilizados e gerenciados os recursos hídricos podem
causar danos a saúde da população humana gerando efeitos que necessitem de
intervenção seja coletiva ou no uso que se faz em domicilio.
A partir do número total de domicílios (Quadro 4) pode-se analisar os dados
sobre o abastecimento de água e a forma como são continuamente consumidos
nos domicílios verificados na zona urbana de Canavieiras (Quadro 5 e Quadro 6).
88
Fonte: SIAB, 2011
Fonte: SIAB, 2011.
Fonte: SIAB, 2011.
Quadro 4. Número total de domicílios no município de Canavieiras - Bahia, 2011.
2008 2009 2010 jun/2011
7.566 7.742 7.729 7.767
Quadro 5. Número de domicílios com abastecimento de água no município de Canavieiras - Bahia, 2011.
2008 2009 2010 jun/2011
Rede geral ou pública 6.995 7.190 7.187 7.238
Poço ou nascente 420 410 413 403
Outros (água de chuva, carro-pipa etc.) 151 142 129 126
Quadro 6. Número de domicílios com tratamento da água nos domicílios no município de Canavieiras - Bahia, 2011.
2008 2009 2010 jun/2011
Filtrada 5.880 6.051 6.018 6.003
Fervida 89 84 85 79
Clorada 858 793 763 781
Sem tratamento 739 813 864 904
89
A Tabela 2 apresenta os resultados da pesquisa feita na amostra
populacional da zona urbana da ocorrência de parasitos intestinais com relação ao
tipo de água consumida pelos moradores de Canavieiras. Nesta análise, as
variáveis independentes foram consideradas as fontes de água para consumo. Não
foi considerada água fervida devido amostragem desta variável se apresentar em
número inferior as demais. Para padronizar, considerou-se um conjunto de 29
amostras para cada variável independente, podendo os valores percentuais ser
considerados como uma média dos módulos.
Tabela 2. Ocorrência dos parasitos intestinais, com relação ao tipo de água consumida pelos moradores no município de Canavieiras – Bahia, 2011.
Médias seguidas de letras diferentes, nas linhas, diferem significativamente pelo teste Tukey (p=0,05).
Verificou-se que mais da metade das pessoas que consomem água do rio
e/ou de poço estão infectados por Trichuris trichiura, Ancilostoma duodenale e
Ascaris lumbricoides. O Ancilostoma duodenale aparece, ainda, em mais de 40%
da população que consome água direto do cano tendo porcentagem menor, porém
estatisticamente significativa na porcentagem de pessoas que consomem água
fervida. Ascaris lumbricoides está presente nos exames de mais de 60% das
pessoas que consomem água diretamente do rio/poço ou do cano. Nas pessoas
que consomem água filtrada é pouco menor porem bastante significativa
estatisticamente.
Fonte de Água para consumo Rio/Poço Direto do Cano Filtrada
Parasitos Moradores Infectados (%)
Strongyloides stercoralis 000,0a 03,44b 00,00a
Schistosoma mansoni 10,34b 00,00a 00,00a
Taenia spp 00,00a 00,00a 00,00a
Trichuris trichiura 51,72b 17,24a 17,24a
Ancilostoma duodenale 51,72c 41,37b 10,34a
Ascaris lumbricoides 68,96b 65,51b 44,82a
Enterobius vermicularis 06,89a 13,79b 06,89a
Giardia lambeia 03,44b 03,44b 00,00a
Hymenolepis nana 03,44a 06,89b 03,44a
Entamoeba coli 00,00a 03,44b 00,00a
Entamoeba histolytica 03,44a 24,13c 10,34b
90
Na Figura 19 observa-se que o Módulo 1 tem a maior porcentagem de
pessoas que consomem água filtrada e que o consumo de água que vem direto do
cano ultrapassa os 30% em todos os módulos. Como o Módulo 1 foi o que
apresentou a menor positividade de parasitose na população estudada, pode-se
inferir então, que a filtragem na água consumida pode estar afetando diretamente
nos níveis de parasitose desta população.
Figura 19. Distribuição percentual do tipo de água consumida pelos habitantes Módulos 1, 2, 3,4 no município de Canavieiras – Bahia, 2011. Fonte: dados da pesquisa
O Módulo 3 apresenta a maior porcentagem de pessoas que consomem
água direto do cano (51,61%). Este módulo teve a maior ocorrência de Ascaris
lumbricoides 67,69% e uma alta ocorrência de Trichuris trichiura (43,08%)
Entamoeba histolytica (18,46%), o que pode-se inferir como fator que contribui
significativamente para este alto índice de parasitose neste setor.
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 Módulo 4
43,94
30,36
51,61
33,33
0,00
41,07 40,32
8,33
1,52 0,00 0,00
5,56
54,55
28,57
8,06
27,78
Águ
a C
on
sum
da
(%)
Módulos
Direto do cano Direto do Rio/Poço Fervida Filtrada
91
4.3.2. Destino dos resíduos sólidos
O Quadro 7 identifica o número total de domicílios de acordo com o destino
dado aos resíduos sólidos (lixo) doméstico em Canavieiras. Pode-se comparar
estes valores do SIAB com aqueles obtidos na amostra desta investigação,
apresentados na Figura 20, verificando-se que o Módulo 1 indica a maior
porcentagem de coleta pública do lixo (86,49%). Nos Módulos 2 e 3 o número de
pessoas que jogam o lixo em monturos é maior do que aquelas que têm seu lixo
coletado pelo serviço municipal. No Módulo 2, uma pequena parcela da população
queima o lixo produzido em domicílio.
Fonte: SIAB, 2011
Quando se analisa a distribuição percentual do destino do lixo por setores
como se verifica na Figura 20, tem-se uma melhor visualização dos bairros em que
o destino dos resíduos sólidos é indevido e, consequentemente, qual contingente
populacional tem maior risco de infestação parasitária, possibilitando-se, desse
modo, mapear os bairros aonde os profissionais de saúde devem adotar uma linha
Quadro 7. Número de domicílios de acordo com o destino dado ao lixo nos domicílios no município de Canavieiras - Bahia, 2011.
2008 2009 2010 jun/2011
Lixo-céu aberto 252 260 216 185
Queimado ou enterrado 258 243 241 242
Coletado por serviço público ou particular 7.056 7.239 7.272 7.340
92
de cuidado direcionado à promoção de saúde com ênfase no controle de parasitos
específicos.
4.3.3. Esgotamento Sanitário Doméstico e a ocorrência de parasitoses
Em Canavieiras, identifica-se no Quadro 8 a evolução temporal do número
total de domicílios de acordo com o esgotamento sanitário doméstico, num período
de três anos e meio.
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 Módulo 4
1,35 5,08
31,58
25,00
0,00 1,69 0,00 0,00
86,49
38,98
28,42
40,91
12,16
54,24
40,00
34,09
De
stin
o d
o L
ixo
(%
)
Módulos
Enterra Queima Coleta Publica Munturo
Figura 20. Distribuição percentual do destino do lixo gerado pelos habitantes dos Módulos: 1, 2, 3, 4 no município de Canavieiras – Bahia, 2011.
93
Fonte: SIAB, 2011.
A análise de variância na zona urbana da cidade foi significativa ao nível de
5% de probabilidade para a média da ocorrência dos parasitos Ascaris
lumbricoides e Hymenolepis nana em moradores de bairros com depósito do
esgoto domestico em solo e fossa. Percebe-se que em moradores de bairros cujo
destino do esgoto doméstico é o solo a ocorrência destes parasitos é
superior,como pode-se observar na Figura 21, sendo que em termos absoluto esta
tendência é contínua para os demais parasitos.
Figura 21. Ocorrência de infecção parasitária por destino do esgotamento sanitário doméstico no município de Canavieiras - Bahia, 2011. Fonte: dados da pesquisa
0
10
20
30
40
50
60
70
Prev
alên
cia
de In
fecç
ão P
aras
itári
a (%
)
Parasitos
Solo Fossa
Quadro 8. Número de domicílios de acordo com o destino dado às fezes e urina no município de Canavieiras - Bahia, 2011
2008 2009 2010 jun/2011
Sistema de rede geral
2.223 2.442 2.622 2.754
Qualquer tipo de fossa
4.568 4.541 4.386 4.320
Céu aberto 775 759 721 693
94
Segundo informações colhidas no IBGE, no ano de 2011, Canavieiras não
possui nenhum tipo de fossa pública para coleta do esgoto, e desta forma, o esgoto
doméstico é jogado – como é o caso dos moradores do Bairro Atalaia –
diretamente no mangue, no oceano ou nas águas dos rios que margeiam a zona
urbana do município.
4.4. Parasitologia e Aspectos Socioambientais
Para a descrição segundo variáveis sociais foi analisada a ocorrência de
parasitose de acordo com o sexo, faixa etária, escolaridade segundo dados
secundários coletados junto a Equipe de Saúde da Família.
4.4.1. A Escolaridade da população de Canavieiras
Na cidade de Canavieiras, conforme se vê na Figura 22, relativa à
distribuição percentual do nível máximo de escolaridade, o ensino fundamental é
predominante em todos os módulos, e a opção ‘não se aplica’ ou seja, o item ‘sem
escolaridade’, é também bastante relevante em toda a zona investigada. Com
efeito, não há registro de um único indivíduo com formação universitária em
nenhum dos módulos.
95
Figura 22. Distribuição percentual do nível máximo de escolaridade dos habitantes dos Módulos: 1, 2, 3, 4 no município de Canavieiras – Bahia, 2011. Fonte: dados da pesquisa
4.4.2. Faixa etária
Diversos trabalhos acadêmicos consideram a centralidade da faixa etária
como uma variável significativa. Contudo, reiteradamente conclui-se que tal
variável não pode ser restringida apenas à sua dimensão biológico-reprodutiva
(ALVES, 1998; COELHO, 1999; COSTA-MACEDO, 1998).
Nesse sentido, os dados empíricos coletados no contexto de Canavieiras
são esclarecedores. Assim, verifica-se, na Tabela 3, que a de variância foi
significativa ao nível de 5% de probabilidade para os parasitos Ancilostoma,
Enterobius vermicularis e Entamoeba histolytica e que a frequência para
Ancilostoma foi maior em moradores de 11 a 30 anos e maiores que 50 anos;
Enterobius vermicularis teve maior ocorrência em indivíduos de 6 a 10 anos e
Entamoeba histolytica no grupo com idade entre 41 a 50 anos. Ascaris
lumbricoides teve alta ocorrência em todas as idades.
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 Módulo 4
47,62
69,64
58,46 62,50
9,52
14,29
23,08
12,50
0,00 0,00 0,00 0,00
42,86
16,07 18,46
25,00
Nív
el M
áxim
o d
e E
sco
lari
dad
e (
%)
Módulos
Fundamental Médio Graduado/Pós Não se aplica
96
Tabela 3. Ocorrência dos parasitos intestinais, com relação a faixa etária em moradores no município de Canavieiras - Bahia, 2011.
Médias seguidas de letras diferentes, nas linhas, diferem significativamente pelo teste Tukey (p=0,05). Fonte: dados da pesquisa
4.4.3. Sexo e Ocupação
Quanto à distribuição da variável sexo nos módulos, verifica-se corroboração
com os dados do IBGE (2009) onde a população total é de 32.336, sexo masculino
16.089 e feminino 16.247. Não houve porém, para variável sexo e para variável
ocupação, significância estatística ao realizar-se testes de médias de ocorrência de
A maioria dos parasitas identificados nos exames coprológicos realizados
em Canavieiras indica contaminação fecal de origem humana e/ou animal,
uma vez que apresenta espécies de ocorrência no homem, nos animais ou
em ambos. Todos eles, sem exceção, representam um foco de preocupação
em termos de saúde pública.
Verificou-se que mais da metade das pessoas que consomem água do rio
e/ou de poço estão infectados por Trichuris trichiura, Ancilostoma duodenale
112
e Ascaris lumbricoides. Entre a população que consome água direto do cano
40% apresenta Ancilostoma e o Ascaris lumbricoides está presente nos
exames de mais de 60% das pessoas que consomem água diretamente do
cano.
Percebe-se que em moradores de bairros cujo destino do esgoto doméstico
é o solo a ocorrência de Ascaris lumbricoides e Hymenolepis nana é
superior sendo que em termos absoluto esta tendência é contínua para os
demais parasitos.
O ensino fundamental em Canavieiras é predominante em todos os
módulos, e a opção ‘não se aplica’ ou seja, o item ‘sem escolaridade’, é
também bastante relevante em toda a zona investigada e não há registro de
um único indivíduo com formação universitária em nenhum dos módulos
pesquisados.
Quanto à faixa etária, a variância foi significativa ao nível de 5% de
probabilidade para os parasitos Ancilostoma, Enterobius vermicularis e
Entamoeba histolytica e a frequência para Ancilostoma duodenale foi maior
em moradores de 11 a 30 anos e maiores que 50 anos; Enterobius
vermicularis teve maior ocorrência em indivíduos de 6 a 10 anos e
Entamoeba histolytica no grupo com idade entre 41 a 50 anos. Ascaris
lumbricoides teve alta ocorrência em todas as idades.
A uniformidade nos módulos tanto na ocupação profissional quanto na
questão de gênero e de escolaridade ratifica a idéia da necessidade de
ações de educação em saúde planejadas para públicos alvos específicos e
com o conhecimento prévio por parte dos profissionais de saúde das
condições ambientais, sócias e culturais do território onde está inserida a
Unidade Básica de Saúde.
Verifica-se que os dados secundários coletados na ‘Ficha A’ do SIAB apesar
de serem atualizados mensalmente e mostrarem, a partir de informações de
113
simples micro áreas, o panorama geral de saúde de um município e até do
estado ou país, eles não contemplam toda situação ambiental, abordando de
forma resumida as questões de saneamento.
Ao cruzar os dados epidemiológicos coletados no SIAB com aqueles
capturados no terreno, tem-se um quadro da saúde da população local mais
completo onde se vê a possibilidade para a gestão pública atuar de forma
eficiente e eficaz, monitorando o ambiente de maneira que possa gerar mais
qualidade de vida para a população adstrita
114
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ARTIGAS, P. A democracia participativa na gestão do meio ambiente urbano. In: SILVA B C (org.). Direito Ambiental: enfoques variados, São Paulo: Lemos & Cruz, 2004,101-131.
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ANEXO 1
Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC CNPJ: 40738999/0001-95 Campus Prof. Soane Nazaré de Andrade, Km 16 –
Rodovia Ilhéus/Itabuna - CEP: 45.662-000. Ilhéus – Bahia – Brasil Comitê de Ética em Pesquisa - Telefax: (73) 3680-5319
_____________________, abaixo assinado, concordo em participar do estudo
“Qualidade Ambiental e a Saúde da População: Estudo epidemiológico de
parasitoses em Canavieiras – Bahia”, como sujeito.
Fui devidamente informado e esclarecido pela pesquisadora Alciene Pereira da
Silva sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os
possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido
que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve à
qualquer penalidade ou interrupção de meu acompanhamento/
assistência/tratamento.
127
Local e data: _________________ / ___ / _____ marca do
polegar
Nome e assinatura do sujeito ou responsável:
____________________________________
Presenciamos a solicitação de consentimento, esclarecimentos sobre a pesquisa e
aceite do sujeito em participar.
Testemunhas (não ligadas à equipe de pesquisadores):
Nome: __________________________________
Assinatura: ______________________________
Nome: __________________________________
Assinatura: ______________________________
128
APENDICE 2
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(se menor de idade)
Seu filho (a)_____________________________________ está sendo convidado
(a), para participar como voluntário na pesquisa “Qualidade Ambiental e a Saúde
da População: Estudo epidemiológico de parasitoses em Canavieiras – Bahia”, que
busca mapear e analisar a relação entre a ocorrência de parasitoses e condições
ambientais em Canavieiras, bem como caracterizar as condições ambientais do
saneamento básico e comparar as áreas de maior ocorrência de parasitos e as
condições ambientais específicas no dito município.
Se vocês aceitarem que seu filho (a) participe da pesquisa, estarão concordando
com as seguintes ações da pesquisa:
Serão analisadas pequenas amostras de fezes do seu filho para possível
identificação parasitológica. O resultado do exame laboratorial será entregue em
domicilio posteriormente.
Fui devidamente informado e esclarecido pela pesquisadora Alciene Pereira da
Silva sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os
possíveis riscos e benefícios decorrentes da participação de meu filho ou menor
que está sob minha guarda. Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento
a qualquer momento, sem que isto leve à qualquer penalidade ou interrupção de
meu acompanhamento/ assistência/tratamento.
Eu, __________________________________responsável pela criança, aceito que
meu filho (a) ou menor sob minha guarda,
___________________________________participe das atividades da pesquisa
“Qualidade Ambiental e a Saúde da População: Estudo epidemiológico de
parasitoses em Canavieiras – Bahia”, fui devidamente informado
Local e data: _________________ / ___ / _____ marca do
polegar
129
Nome e assinatura do sujeito ou responsável:
____________________________________
Presenciamos a solicitação de consentimento, esclarecimentos sobre a pesquisa e
aceite do sujeito em participar.
Testemunhas (não ligadas à equipe de pesquisadores):
Nome: __________________________________
Assinatura: ______________________________
Nome: __________________________________
Assinatura: ______________________________
130
APENDICE 3
FORMULÁRIO DE COLETA DE DADOS
Bairro
Nº
de
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Resultado do Exame Água de
Consumo Destino do Lixo
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Grau de Instrução Dejeto
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131
APÊNDICE 4
ANALISE ESTATISTICA DE PARASITOSE POR MÓDULO (TESTE DE TUKEY) Legenda: FV – Fonte de variação GL – Graus de liberdade SQ- Soma dos Quadrados QM – Quadradados Médios Fc – Razão de variância Pr > Fc – Probabilidade maior que a razão de variância CV- Coeficiente de variação
Variável analisada: STRONGYLOI
Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )