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AS ACTIVIDADES ECONÓMICAS
Os espaços organizados pela população
As áreas rurais em mudança:
A agricultura;
As fragilidades dos sistemas agrários;
A Política Agrícola Comum;
As novas oportunidades para as áreas rurais
A AGRICULTURA: O sector agrícola tem vindo a perder peso no contexto da economia nacional. Ao nível do
emprego, o sector agrícola ocupa cerca de 10 % da população activa. É um sector que
apresenta um atraso significativo, quando comparado com outros países comunitários.
O sector agro-pecuário produz essencialmente carne (26% do valor total da produção), leite,
produtos hortícolas, frutos, vinhos, cereais e batata.
Portugal produz menos de metade dos produtos agro-pecuários que consome obriga a
importações maciças, reflectindo-se no constante défice da balança comercial neste sector.
Na generalidade, tem-se verificado uma diminuição dos rendimentos dos agricultores, o que se
traduz numa degradação do seu nível de vida;
Produção agrícola vegetal – principais culturas e sua distribuição:
Conceitos:
Superfície agrícola utilizada: (SAU) superfície da exploração que inclui terras aráveis, hortas
familiares, culturas permanentes, e pastagens permanentes.
Terras aráveis: superfícies frequentemente mobilizadas com lavouras, cavas, sachas, etc.,
destinadas a cultura de sementeira anual, ou ressemeadas com intervalos inferiores a 5
anos. Nelas se incluem as terras em pousio.
Culturas permanentes: culturas que ocupam a terra durante um longo período e fornecem
repetidas colheitas (árvores de fruto, olivais, vinha, etc.). não incluem as pastagens
permanentes.
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Culturas temporárias: culturas cujo ciclo vegetativo não excede um ano, (as anuais) e
também as que são ressemeadas com intervalos que não ultrapassam os 5 anos (morangos,
espargos, prados temporários, etc.).
Pastagens permanentes: conjunto de plantas, semeadas ou espontâneas, em geral herbáceas,
destinadas a serem consumidas pelo gado no local em que vegetam (mas que
acessoriamente podem ser cortadas em determinados períodos do ano) e que ocupam o solo
por um período superior a 5 anos.
A superfície agrícola utilizada (SAU) de Portugal continental ocupa 43% da área total, a área
florestal, 36% e os incultos e outras utilizações, 21%, representando 3,2% da superfície
agrícola utilizada da União Europeia.
Da superfície agrícola utilizada, 54,2% são ocupados por terras aráveis, as culturas
permanentes ocupam 19%, as pastagens permanentes, 26,1% e as hortas familiares, 0,7%.
Da superfície agrícola utilizada, 46,2% encontra-se no Alentejo.
Distribuição geográfica de algumas culturas:
Alentejo (predominância dos cereais)
Entre Douro e Minho (cultura do milho)
Algarve (pomares, amendoeiras)
Trás-os-Montes (amendoeira, vinha, oliveira)
Ribatejo e Oeste (pomares, vinha e olival)
Açores – predominam as pastagens permanentes para a criação do gado bovino
Madeira – vinha, bananeira, árvores de fruto, etc..
As culturas nacionais mais importantes do ponto de vista económico são: produtos hortícolas,
frutos, vinho, cereais, batata e azeite.
CEREAIS:
Trigo: é um dos cereais mais importantes para Portugal (base da alimentação). É o primeiro
dos cereais em termos de área ocupada. É um cereal essencialmente de sequeiro. Predomina
no Alentejo onde o solo é aplanado (favorável à mecanização) e o clima é quente e seco.
Milho: actualmente assume a liderança do sector cerealífero. O consumo tem aumentado pela
crescente utilização na alimentação do gado (avicultura). No entanto, Portugal não é auto-
suficiente no consumo de milho. É um cereal exigente em água e predomina na região de
Entre Douro e Minho.
Arroz: Portugal é também deficitário em arroz, cereal que necessita de clima quente e solos
muito húmidos com uma estação seca para a maturação.Por raz~es climáticas cultiva-se
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apenas no Verão em campos alagados, nas planícies fluviais facilmente inundáveis: vales dos
rios Mondego, Vouga, Tejo, Sorraia, Mira, Sado e Lis.
Outros cereais (centeio, cevada e aveia):
O centeio é um cereal pouco exigente, adaptando-se a terrenos pobres, acidentados, secos e
pedregosos, predomina em Trás-os-Montes e Beira Interior.
A cevada e a aveia adaptam-se às condições semelhantes às do trigo, mas são menos
exigentes em água. Predominam na região do Alentejo.
Estes cereais apresentam pouca relevância na economia agrícola nacional, apresentando uma
produção reduzida.
VINHO:
Cultura nacional, por excelência. Ocupa 1/3 da área de culturas permanentes.
Por ser sensível às agressões meteorológicas, a produção apresenta-se muito variável, mas é
geralmente excedentária.
Portugal apresenta vinhos de grande qualidade que são protegidos através da delimitação de
algumas “regiões demarcadas” (ex.: Bairrada, Dão, Colares, Bucelas, Douro, etc.)
O vinho do Porto é dos vinhos portugueses, o de maior renome internacional e o de maior valor
das nossas exportações. Produz-se nas vertentes da metade oriental do vale do rio Douro e seus
afluentes (apresentam Verões quentes, secos e luminosos e solos xistosos (Vila Real, Viseu,
Guarda e Bragança). É um vinho bastante exportado, especialmente, para França, Bélgica,
Luxemburgo, Reino Unido e Holanda.
Outros vinhos que se destacam são o moscatel de Setúbal e Carcavelos, tendo, a produção
deste último decrescido em resultado da crescente expansão urbana.
AZEITE:
É um dos produtos mais importantes, tipicamente mediterrâneo, mas sensível a condições
meteorológicas.
A produção é mais elevada no Alentejo, seguida de Trás-os-Montes.
A carência e elevados custos de mão-de-obra rural para a apanha da azeitona provocam os
elevados custos do azeite.
A olivicultura tem apresentado alguns melhoramentos (investimentos comunitários) mas ainda
se caracteriza por árvores muito velhas e de fraca produtividade. Este facto, aliado a abandono
de muitos olivais devido ao difícil acesso, têm provocado o decréscimo da produção.
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BATATA:
É, depois do pão, o principal recurso alimentar;
O grau de auto-suficiência depende do ano agrícola mas, geralmente, apenas produzimos 84%
do que consumimos.
As maiores produções verificam-se na Beira Litoral (Aveiro, Ribatejo e Oeste), Entre-Douro e
Minho e Trás-os-Montes (Vila Real é o maior produtor distrital do país)
A HORTICULTURA E A FLORICULTURA:
HORTICULTURA:
a horticultura é um sector excedentário.
Em algumas regiões do país (Algarve, Beira Litoral e Ribatejo) desenvolve-se a horticultura
protegida as culturas são defendidas das condições climatéricas adversas, permitindo maiores
rendimentos e a produção fora da época normal (facilidade e garantia do escoamento dos
produtos apesar dos altos preços dos produtos)
As áreas mais importantes das culturas hortícolas são: Ribatejo e Oeste (Loures, Torres Vedras,
Caldas da Rainha, Coruche, Chamusca e Setúbal), Algarve, e também a faixa litoral a norte do
rio Mondego.
FLORICULTURA:
Constitui uma actividade económica compensadora e que se tem desenvolvido devido à
melhoria do nível de vida da população;
A principal região produtora é a do Ribatejo e Oeste.
FRUTICULTURA:
Por apresentar um clima predominantemente mediterrâneo, Portugal apresenta excelentes
condições ambientais para a prática da fruticultura.
Este sector tem vindo a ganhar importância devido á melhoria do nível de vida das populações
e consequente alteração dos hábitos de consumo da população e, ainda, ao aumento das
necessidades determinadas pela industria.
dos frutos frescos destacam-se: citrinos, maçãs, pêssegos, uvas, pêras, melão, morango e
cerejas.
dos frutos secos salientam-se as amêndoas, as castanhas e as nozes.
Actualmente, introduziram-se espécies frutícolas tropicais (kiwi, maracujá, abacate, anona,
etc.)
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na Madeira destaca-se a produção de bananas e nos Açores destaca-se o ananás, cultivado em
estufas.
Este sector ressentiu com a adesão à União Europeia, ao ser confrontado com a concorrência
das grandes superfícies comerciais que importam grandes quantidades de produtos a preços
muito mais baratos. Com esse problema destaca-se essencialmente o sector dos citrinos.
AS CULTURAS INDUSTRIAIS:
O tomate para a indústria é orientado essencialmente para a exportação (90%) sobre a forma
de concentrado de tomate. As aéreas de maior produção são o Ribatejo e Oeste e o Alentejo. É
um sector que actualmente apresenta uma crise profunda, provocada pelo regime de quotas,
desde 1984. com a limitação da produção de tomate Portugal tem vindo, nos últimos anos a
recorrer à importação de tomate de países como os EUA, Israel e Turquia.
O girassol é uma cultura destinada à produção de óleos alimentares e industriais, introduzido
em Portugal há menos de 20 anos. Adapta-se ao clima quente e seco e predomina no Alentejo
e Ribatejo.
A beterraba açucareira é uma cultura recente, sendo as áreas de produção mais importantes o
Ribatejo, Alentejo e planície do Baixo Mondego.
O tabaco é também uma cultura relativamente recente mas que tem vindo a aumentar a sua área
de produção. A maior produção ocorre na Beira Interior, no Alentejo, Beira Litoral, Ribatejo e
Oeste e ainda Açores.
Nos Açores, a produção de chá detém algum peso económico.
Características das explorações agrícolas:
Dimensão: grande número de minúsculas explorações (minifúndios) e pequeno número de
extensos latifúndios.
Dificuldades de modernização da agricultura, sobretudo no que respeita ao predomínio
dos minifúndios na maior parte do território nacional.
No Alentejo, predominam as grandes explorações e na Beira Litoral e Entre Douro e
Minho predomina a estrutura minifundiária.
A irregularidade de distribuição do solo justifica-se por vários factores naturais, sociais e
históricos:
No Norte, especialmente, no Noroeste e Beira Litoral, a amenidade do clima, a fertilidade
do solo, a descontinuidade do espaço agrícola (relevo acidentado e concentração
demográfica), favorecem a fragmentação do solo).
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No Alentejo, o clima seco, o relevo mais ou menos aplanado e o solo geralmente pobre, a
fraca densidade demográfica e as extensas áreas incultas favorecem o aparecimento de
grandes latifúndios.
A abolição das leis de morgadio [esta lei impunha que todas as terras do agregado familiar
fossem herdadas pelo primogénito]. Face ao elevado número de filhos por casal (devido às
altas taxas de natalidade), o novo mecanismo de herança acentuou, de um modo decisivo, a
fragmentação da propriedade, sobretudo no Noroeste do país.
Emparcelamento:
A agricultura nacional necessita de alterações profundas modernização e racionalização da
actividade agrícola para aumentar a produção e reduzir a dependência externa e rendibilizar os
meios de produção para aumentar a sua competitividade, proporcionando à população rural um
nível de vida mais aproximado dos padrões verificados noutros sectores de actividade.
A estrutura fundiária desordenada é um dos maiores obstáculos, constituindo, a reduzida
dimensão das explorações agrícolas do Norte do país, o principal obstáculo.
Minifúndios dificuldade de tornar rendíveis as modernas tecnologias agrícolas (mecanização)
o que origina decréscimos de produção e limita a melhoria da qualidade dos produtos.
A obtenção de maiores rendimentos e maior produtividade, com redução dos custos de
produção deverá passar pelo redimensionamento das parcelas – o Emparcelamento
Características da População Agrícola:
A população activa agrícola tem vindo a diminuir. Em 1960, ocupava 40% da população activa
(traduzia o acentuado atraso tecnológico do sector). Em 1995, a população activa deste sector,
decresceu para os 10%.
Este decréscimo da população activa no sector agrícola tem a ver com: os progressos
tecnológicos no sector (especialmente, no domínio da mecanização); o êxodo rural e o
envelhecimento da população agrícola (a generalidade dos jovens recusa-se a enveredar pela
agricultura como actividade económica principal).
Actualmente, a população agrícola caracteriza-se por possuir um nível relativamente baixo de
instrução e qualificação profissional [apenas 7 a 8% têm formação profissional completa] e por
um elevado grau de envelhecimento dos produtores [mais de metade (57,1%) dos produtores
agrícolas têm idade superior a 55 anos]
Efeitos negativos (baixos rendimentos e baixa produtividade)
A agricultura moderna pretende um somatório de conhecimentos desde a agronomia à
contabilidade, passando pelo manuseamento e manutenção de máquinas e outros
equipamentos, o conhecimento das tendências de mercado, etc.
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Outro aspecto relevante das características da população agrícola é a sua feminização. O
aumento do peso das mulheres neste sector – emigração (interna e externa) é superior nos
homens; as mulheres, sem ocupação profissional, são a garantia de manutenção das pequenas
explorações.
Os Sistemas de Produção:
Conceitos:
Sistema de produção: forma como uma sociedade tira partido das suas terras. Abrange o conjunto das
plantas escolhidas, o modo como as mesmas se associam e as técnicas ligadas à sua cultura.
Paisagem agrária: aspecto d espaço ocupado pela actividade agrícola, englobando a morfologia (forma)
dos campos, as culturas e o povoamento rural.
Povoamento rural: modo como as casas rurais se distribuem no espaço e em relação umas às outras.
O povoamento diz-se disperso se as casas se dispersam pelos campos, geralmente de modo
desordenado, mantendo com eles uma estreita ligação. É muito típico no Noroeste e na ilha da
Madeira.
Diz-se concentrado, se as casas se aglomeram, formando aldeias mais ou menos compactas. É o
povoamento mais característico do Alentejo.
Por vezes, no povoamento disperso as casas dispõem-se ao longo das vias de comunicação: é o
chamado povoamento disperso-concentrado, muito característico de algumas áreas da Beira
Litoral e dos Açores.
Pousio: período em que as terras, incluídas no afolhamento ou rotação, trabalhadas ou não, permanecem
desocupadas (sem culturas) com vista à reconstituição da sua fertilidade.
Geralmente, consideram-se dois sistemas de cultura: intensivo e extensivo. Dependem de
factores naturais (clima, natureza e qualidade do sol, relevo), sociais e económicos.
Sistema Intensivo:
Todo o espaço é cultivado integralmente e de modo contínuo, não havendo lugar para
pousio.
Os campos apresentam uma forma irregular, separados entre si por vedações (muros,
árvores, arbustos). Vulgarmente conhecidos por campos fechados ou “bocage” (quando
apresentam vedações construídas por árvores ou arbustos). As vedações constituem uma
protecção contra o gado e os ventos e representam os limites jurídicos da propriedade.
O povoamento dominante é o disperso, no qual as casas se encontram espalhadas pelos
campos, a curta distância umas das outras e de modo desordenado, mantendo estreita
ligação com as explorações agrícolas.
Sistema muito minucioso, com grande diversidade de culturas, exigindo mão-de-obra
abundante.
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Nas explorações mais dinâmicas, o sistema intensiva caracteriza-se por um abundante
emprego de fertilizantes e de utilização de modernos sistemas de rega.
Na agricultura intensiva, os custos de produção são elevados [maior quantidade de força de
trabalho humana, maior diversidade de equipamentos agrícolas]. Os rendimentos da terra
são superiores e os produtos de maior valor utilitário.
Pratica-se uma policultura (variedade de produtos cultivados) com vista à obtenção de uma
variedade de produtos alimentares (produtos hortícolas, frutos, etc.) para autoconsumo e/ou
abastecimento dos mercados, especialmente dos centros urbanos.
Em Portugal, é característico das regiões pluviosas, de solo rico, de forte densidade
populacional e de pequenas explorações Noroeste do país, Beira Litoral, Ribatejo e Oeste
e Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores.
Sistema Extensivo:
Tem como característica fundamental a ocupação descontínua do solo. É cultivado em
regime de rotação de culturas em que o solo é dividido em sectores (folhas). O pousio (que
permite o descanso das terras, para reconstituição da sua fertilidade natural) está a ser
abandonado e substituído por culturas forrageiras ou por pastagens artificiais (existência de
recursos hídricos) que enriquecem o solo e alimentam o gado.
Os campos são de forma regular, sem utilização de vedações que se denominam por
campos abertos ou openfield.
O povoamento rural é, em regra, concentrado (casas aglomeradas, formando aldeias ou
vilas mais ou menos extensas e compactas).
A agricultura extensiva é caracterizada por mecanização intensa, utilização de pouca mão-
de-obra, apresenta baixos rendimentos (explorações descontínuas e incompletamente
utilizadas), baixos custos de produção, elevada produtividade. Normalmente predomina o
regime de monocultura, o que significa haver uma cultura dominante.
Em Portugal, está especialmente ligado à cultura cerealífera, com especial destaque para o
trigo. É característico das regiões de clima seco, solo relativamente pobre, relevo mais ou
menos aplanado, fraca densidade populacional e grandes ou medias explorações Alentejo
e muitas áreas do Norte Interior.
SILVICULTURA OU PRODUÇÃO FLORESTAL: A floresta portuguesa representa um inestimável recurso económico e, portanto, deve constituir
um importante vector de desenvolvimento na estratégia de uso do solo.
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A espécie que maior superfície ocupa é o pinheiro-bravo (34,4% da área florestal do
continente), seguido do sobreiro, azinheira, e eucalipto. O carvalho e o castanheiro, embora
ocupando menor área, são também característicos do nosso património florestal.
O eucalipto é a espécie cuja área de ocupação tem aumentado a um ritmo acelerado nas últimas
décadas. É uma espécie de crescimento relativamente rápido (preferido pela indústria da pasta
de papel) mas que tem originado grandes controvérsias devido aos seus efeitos nefastos sobre a
fertilidade dos solos e o esgotamento das reservas hídricas subterrâneas.
Na produção florestal destaca-se a utilização da madeira (para mobiliário e outros fins), a
celulose, a cortiça e a resina.
Portugal é o primeiro produtor mundial de cortiça, mas a sua substituição por outros materiais,
por exemplo, o plástico, tem feito diminuir a sua importância.
Relativamente à balança comercial do sector florestal tem sido globalmente positiva. Apenas
somos deficitários em papel e cartão.
Das exportações, a cortiça ocupa o primeiro lugar, seguida da pasta de papel e cartão e
madeiras. Das importações o destaque vai para o papel, o cartão e as madeiras.
um dos grandes problemas que este sector tem de enfrentar é a grande quantidade de incêndios
que ocorrem durante todos os Verões e que afectam o património florestal.
Entre 1973 e 94, os incêndios destruíram, no nosso país, mais de dois milhões de hectares de
floresta e mato (cerca de 22,7% do território continental).
Os distritos mais afectados são geralmente os de Guarda, Viseu, Coimbra e Santarém,
afectando sobretudo espécies como o pinheiro-bravo seguido do eucalipto.
As principais causas destes incêndios são essencialmente a negligência, seguida da origem
criminosa.
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A PECUÁRIA: A produção pecuária desempenha um papel económico de primeiro plano na economia agrícola
nacional (55,2% do valor da produção agro-pecuária)
Carne, leite e ovos (avicultura), são alguns dos elementos básicos da alimentação humana e
constituem a matéria-prima de várias indústrias, por exemplo: produção de manteiga, queijo,
fiambre, enchidos, leite (condensado e em pó), iogurtes, chocolates, produtos de pastelaria, etc.
e ainda, a lã e as peles utilizadas para as indústrias de lanifícios e curtumes.
Em Portugal, a pecuária tem conhecido grandes progressos e constitui uma actividade
relativamente próspera. A partir de inícios da década de 80 (como na generalidade dos países
comunitários) o valor da produção animal passou a ser superior ao da produção vegetal. No
entanto, está longe de satisfazer o mercado interno.
O gado bovino é a espécie mais importante da pecuária portuguesa e tem conhecido progressos
técnicos assinaláveis – inseminação artificial, controlo sanitário, alimentação racional, ordenha
mecânica, selecção das espécies de maior rendimento, etc..
Exigente quanto à alimentação, requer pastagens frescas domina no Noroeste (condições
favoráveis ao desenvolvimento de pastagens naturais e artificiais, devido à suavidade das
temperaturas e abundância de água).
No entanto, com as alterações das técnicas pecuárias, especialmente, no que respeita ao regime
alimentar (culturas forrageiras, prados artificiais regados, rações, etc.), têm levado à dispersão
do gado bovino para outras regiões, especialmente o Alentejo.
Na faixa litoral, a Norte do rio Sado, particularmente em volta das cidades mais importantes e
dos centros industriais de lacticínios, domina a criação de gado leiteiro em regime intensivo –
os animais são alimentados com forragens de cultura anual, em prados artificiais e regados e
com rações (em regime de tabulação).
Nas restantes regiões do continente domina o regime extensivo – o gado é alimentado em
pastagens naturais e nos campos em pousio, verificando-se, por vezes, situações de regime
misto (intensivo e extensivo).
Nos Açores, as condições climatéricas (temperaturas amenas e chuvas abundantes), muito
favoráveis ao desenvolvimento de pastagens naturais, explicam que a criação de bovinos
constitua o principal recurso económico da região. A ela está ligada a indústria de lacticínios
que é a indústria mais importante dos Açores.
Ovinos e caprinos adaptam-se bem a regiões de clima seco, onde as pastagens são mais ou
menos pobres. São criados em regime de pastoreio extensivo nas montanhas, nos restolhos e
em pastagens naturais. Dominam no Alentejo, em Trás-os-Montes e nas Beiras Interiores.
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O gado suíno ocupa o segundo lugar na economia pecuária portuguesa, depois dos bovinos.
Destina-se, fundamentalmente, ao abastecimento de carne.
No Norte, é ainda frequentemente alimentado à pia, com restos de alimentos humanos e alguns
vegetais (couves, abóboras, batata, etc.). Embora de fraco rendimento, devido às deficiências
alimentares e à precariedade das condições sanitárias, esta forma assume ali um papel
importante no fornecimento de carne e na produção de enchidos e presunto, na sua maior parte
para o consumo dos respectivos agregados familiares.
Na suinicultura moderna, de características industriais, os porcos são criados em regime
intensivo, em pocilgas ou currais, bem equipados. A alimentação é feita à base de rações os
animais são objecto de constantes cuidados sanitários (vacinações contra pestes) e procura-se
seleccionar as raças de maior rendimento.
A maior produção é a do Ribatejo e Oeste que detém quase metade (47,8%) do efectivo
nacional.
Avicultura: é praticada quase exclusivamente em instalações especializadas (aviários), onde a
alimentação à base rações, a luz, a temperatura e a humidade são controladas automaticamente,
assumindo um carácter industrial.
Traduz-se na produção em massa de ovos e de carne relativamente barata, contribuindo para
diminuir parcialmente a insuficiência de carne de bovino.
Consiste na produção de carne de frango, peru, pato e codorniz e de ovos.
As regiões de maior produção são as do Ribatejo e Oeste e Beira Litoral.
A AGRICULTURA PORTUGUESA NO CONTEXTO DA POLÍTICA AGRÍCOLA COMUNITÁRIA:
A antiga política económica
A evolução da agricultura portuguesa está fortemente condicionada pela política agrícola
comunitária.
PAC (Política Agrícola Comum), prevista no Tratado de Roma, aquando
da fundação da CEE (1957), mas institucionalizada apenas em Janeiro de
1962.
A PAC abrange a produção e comercialização do sector agro-pecuário, com enorme poder
de coordenação e intervenção, gerando bastantes conflitos entre as diferentes partes. É o
sector mais dispendioso da Comunidade, absorvendo mais de metade do seu orçamento
anual.
Objectivos da PAC:
aumento da produção agrícola (nos seis países pioneiros da CEE, deficitários em
produtos agro-pecuários) através do progresso tecnológico;
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aumento dos rendimentos dos agricultores (aproximando-os dos outros sectores
económicos – indústria e serviços);
estabilização dos produtos agro-pecuários;
protecção da produção comunitária (imposição de barreiras alfandegárias às
importações de países terceiros);
obtenção de preços razoáveis para os consumidores;
A PAC adoptou uma lógica forte de incentivo à produção, com um grande
desenvolvimento das técnicas agrícolas e de investigação agronómica (apoiadas
numa indústria em forte expansão); sistema de incentivos através de uma
política de preços garantidos aos produtores e garantia do escoamento da
produção e da protecção aduaneira aos produtos comunitários
FEOGA (Fundo Europeu de Orientação e Garantia Agrícola) – é o instrumento financeiro
da PAC, com duas orientações:
o financiamento de projectos e programas de desenvolvimento e reestruturação da
agricultura (FEOGA – Orientação);
o financiamento de mecanismos de poio e regularização dos mercados e preços
dos produtos agro-pecuários (FEOGA – Garantia)
Os resultados da PAC foram bastante positivos. Nos anos 80 a Comunidade passou a ser
excedentária em relação a muitos produtos.
Enquanto se avolumavam excedentes (com elevados custos de manutenção), mais de 60%
do orçamento da Comunidade eram absorvidos por apoios ao sector agrícola (compensação
à exportação – para competir no mercado internacional extracomunitário; e subsídios aos
agricultores no âmbito da garantia de preços).
Este aumento de produção veio avolumar os desequilíbrios regionais, em desfavor de
economias menos desenvolvidas (ex.: Portugal e Grécia) e provocar agressões ambientais
severas (sobrexploração do solo nas regiões mais ricas)
Benefícios da “antiga” PAC em Portugal: recursos financeiros comunitários para o país com
o aumento substancial dos investimentos no sector agro-pecuário promovendo: melhoria
das infra-estruturas rurais (caminhos, electrificação), irrigação, drenagem, conservação dos
solos, formação profissional, associativismo agrícola, melhoria das estruturas de produção
e ainda das condições de transformação e comercialização dos produtos)
No entanto, a PAC, revelou-se de efeitos perversos para Portugal: os preço dos produtos e
os seus rendimentos estavam a ser penalizados pelo excesso de produção originado por
outros países; a obrigatoriedade de compara produtos à Comunidade, cujos preços são, por
vezes, superiores aos do mercado mundial.
A “nova” PAC:
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Em resultados das desigualdades regionais no sector foi aprovado, em Junho de 1992 a
Reforma da PAC, implementada no início de 1993.
É o resultado de uma realidade diferente da dos anos 60 (comunidade passou de
deficitária a excedentária neste sector; e o alargamento para 12 e depois para 15 países
aumentou a diversidade e a complexidade de questões que a PAC tem de dar resposta)
Objectivos da “nova” PAC:
redução dos preços da generalidade dos produtos (nivelá-los ao mercado
mundial);
diminuição dos gigantescos encargos da Comunidade com apoios ao sector
agrícola;
redução dos excedentes (redução da superfície agrícola e cortes nas quotas de
produção;
diminuição das assimetrias da agricultura comunitária;
atribuição de indemnizações directas aos produtores que directamente se
desvinculem da produção
concessão de subsídios aos produtores que enveredem por práticas agrícolas
menos intensivas e mais consonantes com as exigências do meio e pela
florestação agrícola);
defesa das explorações agrícolas familiares
Portugal apresenta a mais baixa dimensão média das explorações, os mais baixos
rendimentos da Comunidade o que implica que os agricultores portugueses recebam os
subsídios mais baixos da Comunidade [com a reforma da PAC, os subsídios são atribuídos
em função da área de exploração e dos rendimentos (por ha)]
Medidas de acompanhamento da “nova” PAC:
reformas antecipadas para agricultores com 55 ou + anos – renovação da
população agrícola];
reconversão da produção – arborização de solos agrícolas e criação de parques
naturais [Portugal apresenta elevada aptidão florestal];
financiamentos específicos a medidas que tenham efeito positivo sobre o
ambiente – protecção de águas, redução do uso de adubos químicos e pesticidas,
extensificação das produções vegetais e pecuárias, reconversão de culturas
arvenses em pastagens extensivas, desenvolvimento da agricultura biológica).
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A PESCA: Em Portugal, a pesca assumiu sempre alguma relevância sócio-económica (como actividade
geradora de riqueza, pelo seu peso na alimentação dos portugueses – é dos países que
consomem mais peixe, e pelas actividades que lhe estão associadas;
A frota pesqueira tem vindo a diminuir nos últimos anos – cumprimento das normas
comunitárias (graves desequilíbrios entre os recursos e a capacidade de pesca – a
sobrecapacidade da frota pesqueira tem vindo a provocar escassez nos recursos piscatórios;
No Algarve predominam as embarcações de pequena tonelagem e na região Centro
predominam as embarcações de grande tonelagem;
A frota pesqueira portuguesa é globalmente mal apetrechada, frágil e com excessivo grau de
envelhecimento (a maioria tem mais de 20 anos e apresentam um elevado grau de degradação);
A nível de infra-estruturas portuárias: verifica-se um exagerado número de portos para as
necessidades da frota. No entanto, a maioria dos portos são pequenos, com cargas e descargas
muito reduzidas sem as condições mínimas de funcionalidade – falta de barreiras de protecção,
cais de acostagem e de desembarque reduzidos, acessos difíceis e equipamentos de descarga
obsoletos, falta de instalações frigoríficas, lotas velhas e desadequadas.
A População Piscatória é bastante superior à generalidade dos países comunitários – reflecte o
atraso deste sector no nosso país; a qualificação profissional é bastante baixa (a maioria dos
pescadores não possui qualquer especialização obtida em curso profissional especializado); a
população piscatória é envelhecida (74% tem mais de 45 anos)
Perante este cenário social e por exigências de modernização das técnicas de pesca e de
resposta às normas comunitárias é necessário o aumento da formação profissional no sector;
Portugal apresenta uma reduzida plataforma continental com condições de costa desfavoráveis
(pouco recostada, com poucos abrigos, ventos fortes ). As águas são relativamente ricas em
peixe (sardinha, carapau, chicharro, peixe-espada, cavala, linguado, atum, pargo,
corvina),moluscos (polvo, lula, choco, amêijoa, mexilhão) e crustáceos (lagosta, camarão,
caranguejo e lavagante).
Tem-se verificado uma quebra de produção:
- delapidação dos recursos marinhos das águas costeiras (poluição, emprego incorrecto de
determinadas técnicas, utilização de redes com malhas inferiores às permitidas por lei) –
drástica redução de stocks nas nossas águas, o que se reflecte na diminuição das capturas.
- Restrições de actuação em zonas de pesca de alguns países (ex.: Noruega e Canadá têm
limitado a pesca do bacalhau)
A nível regional Lisboa e Vale do Tejo detêm 27,7% do total de pesca descarregada, seguido
do Norte e do Algarve.
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AS ACTIVIDADES ECONÓMICAS
Aquicultura: [criação de espécies com intervenção humana no seu ciclo de vida]:tem uma
importância económica pouco significativa. É uma actividade que exige investimentos
elevados já que é necessário suportar despesas (sem receitas) durante o tempo em que as
espécies levam a atingir o tamanho de comercialização.
O Algarve detém a maioria da aquicultura nacional (cerca de 75%).
Outras produções:
No domínio vegetal – produzem-se algas utilizadas como fertilizantes (adubo natural),
farinha (rações para gado ou para serem utilizadas na alimentação humana) e indústrias
farmacêuticas.
No domínio mineral – explora-se o cloreto de sódio (as das cozinhas), utilizado na
alimentação, indústria química e conservação de carne e peixe.
Indústria conserveira: teve grande importância no tecido industrial português (empregava
muita mão-de-obra, grande parte da produção estava destinada às exportações). Desde
meados da década de 60 tem passado por uma grave crise (dificuldade de escoamento da
produção, devido à forte concorrência de outros países com mão-de-obra mais barata
(Marrocos, Filipinas, Tailândia).
Congelação: é hoje o sector de transformação de pescado mais importante do nosso país. A
congelação permite satisfazer o mercado de um produto facilmente deteriorável.
A salga e a secagem, destinam-se exclusivamente ao tratamento do bacalhau. Tem vindo a
diminuir em resultado da diminuição das capturas do bacalhau.
A Política Comum das Pescas que Portugal integra rege-se por uma série de princípios:
conservação e gestão dos recursos internos, utilização dos recursos externos, relações com
países terceiros, estruturas e apoios financeiros e organização do mercado; dos quais
Portugal retira benefícios mas que impõe limitações.
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AS ACTIVIDADES ECONÓMICAS
A EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS MINERAIS:
Apesar da relativa riqueza do subsolo, a indústria extractiva não desempenha um papel de
primeiro plano no contexto da economia nacional. No entanto, a nível regional assume um
papel importante nomeadamente ao nível do emprego em zonas economicamente depromidas.
A indústria extractiva ocupa cerca de 0,4% da população activa, e representa 2,5% do produto
industrial e 0,9% do Produto Interno Bruto.
A maior parte dos jazigos localizam-se especialmente no interior do país, em zonas de fraco
dinamismo económico.
As principais produções (em valor) são: as rochas industriais (calcários, granitos, caulinos e
outras), minérios metálicos (especialmente o cobre), rochas ornamentais (mármores, granito e
ardósias) e águas engarrafadas.
Relativamente a exportações, corresponde a cerca de 2,5 % do total de exportações do país.
Por motivos de rendibilidade económica o subsector dos minérios metálicos (baixas cotações
da maior parte dos minérios no mercado internacional), muitas minas que laboravam há várias
décadas foram sendo encerradas.
Os subsectores das rochas industriais e ornamentais têm vindo a assumir uma importância
crescente, alimentando com matérias-primas muitas das indústrias transformadoras.
As águas engarrafadas (minerais naturais e de nascente) conheceram um forte dinamismo nos
últimos anos, tendo duplicado a sua produção e quase decuplicado em termos de valor.
Minerais metálicos:
minério de ferro: fundamental na indústria siderúrgica (produção de ferro e aço), tem
conhecido um decréscimo em resultado da substituição do ferro por outros materiais.
Portugal importa 95% do minério de ferro que consome nas suas indústrias.
Os maiores produtores mundiais são: Rússia, China, Brasil, Austrália e EUA (no conjunto
têm mais de 75% da produção mundial).
As principais reservas localizam-se em Moncorvo, Marvão e Cercal, estando, actualmente,
em actividade, apenas duas minas (ambas no Cercal).
Minério de cobre: importante para a indústria, especialmente as indústrias eléctricas, mas a
sua importância relativa também tem diminuído em Portugal.
Os maiores produtores mundiais são: Chile, EUA, CEI (Comunidade de Estados
Independentes) e Canadá – produzem no total, 57% da produção mundial.
Portugal ocupa o primeiro lugar com 56% da produção comunitária.
Predomina no Alentejo com destaque para as minas de Neves Corvo com instalações
modelares em termos de tecnologia com elevado grau de automatismo na condução e
controlo das operações.
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AS ACTIVIDADES ECONÓMICAS
Volfrâmio: principalmente utilizado no fabrico do aço e nos filamentos das lâmpadas
eléctricas.
Nas Guerras Mundiais, assumiu grande importância na economia portuguesa (utilização
em armamento). Posteriormente a sua importância foi diminuindo.
Portugal possui jazigos de volfrâmio em Castelo Branco, Viseu, Guarda, Vila Real e
Bragança, no entanto, apenas se encontram em funcionamento as minas da Panasqueira
(Castelo Branco).
Portugal é o 4º produtor mundial e o segundo da Comunidade.
Estanho: utilizado no fabrico de ligas metálicas (ex.: bronze) e em soldadura.
As minas de estanho localizam-se sobretudo em Aveiro, Guarda, Castelo Branco, Beja e
Évora. A sua produção tem vindo a diminuir desde a década de 80.
As únicas minas em actividade são as de Neves Corvo que fazem de Portugal o maior
produtor da UE.
O ouro e a prata, de fraca expressão no nosso país, eram apenas explorados nas minas de
Jales (distrito de Vila Real) que foram recentemente encerradas.
Rochas ornamentais e industriais: ocupam o lugar cimeiro da indústria extractiva.
Rochas ornamentais: especialmente para exportação, destacam-se os mármores, os calcários
e os granitos.
A produção de mármore predomina na zona de Estremoz-Borba-Vila Viçosa e ainda em
Viana do Castelo, Alvito (Beja) e Vimioso (Bragança).
O calcário ornamental explora-se sobretudo em Montemor e Pêro Pinheiro (localizados no
distrito de Lisboa)
Os granitos, de exploração mais recente têm as suas áreas extracção em vários distritos,
especialmente em Évora, Portalegre, Guarda, Viseu, Braga, Bragança, Vila Real e Viana
do Castelo.
Rochas industriais: assumem grande importância pelas numerosas indústrias que
alimentam. O calcário sedimentar é utilizado em cerâmica, construção civil e produção de
cimento e cal, domina na Estremadura e Algarve.
As argolas, utilizadas na indústria de cerâmica e cimento e construção civil distribuem-se
pelos distritos litorais.
As areias (construção civil, vidro e outras) exploram-se praticamente em todo o litoral.
Águas engarrafadas: tem conhecido um aumento extraordinário, justificado essencialmente
por: modificação dos hábitos alimentares, melhoria da qualidade de vida, maiores cuidados de
saúde, gradual afastamento das bebidas alcoólicas e falta de confiança na água corrente
canalizada.
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AS ACTIVIDADES ECONÓMICAS
O mercado externo tem pouco significado neste sub-sector fruto da forte concorrência de
outros países e à deficiente estrutura empresarial , apesar da boa qualidade da água.
As termas: Portugal possui cerca de 40 estâncias termais localizadas especialmente no Norte
do país. São utilizadas para turismo (turismo ecológico e de ambientes tranquilos ou com fins
medicinais) e desenvolvimento regional (factor dinamizador – obriga ao lançamento de infra-
estruturas em áreas deprimidas, aumenta o emprego, atenua o êxodo rural e fomenta o
intercâmbio cultural).
Problemas da exploração e distribuição dos recursos naturais:
dependência externa – especialmente ao nível dos minerais não metálicos, sobretudo o
petróleo. O principal problema advém do subaproveitamento dos recursos existentes, e dos
minérios serem vendidos em bruto ou pouco elaborados o que faz com tenham baixo valor
comercial.
dificuldades de acesso às áreas minerais
custos de exploração e comercialização
Impacto ambiental e humano: destruição das áreas agrícolas e florestais, barulhos (de
constantes rebentamentos de cargas explosivas), poluição, acidentes, doenças...
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AS ACTIVIDADES ECONÓMICAS
A INDÚSTRIA:
Entre 1960 e cerca de 1973, a indústria portuguesa conheceu progressos notáveis “Fase de
ouro” do desenvolvimento industrial do nosso país.
Introdução de equipamentos actualizados, adopção de técnicas modernas e
diversificação da produção – introdução de indústrias novas, tecnologicamente mais
evoluídas e de maior rendimento (ex.: químicas, plásticos, indústrias metálicas de
base, etc.).
Desenvolveram-se também os sectores tradicionais como os têxteis, e o calçado
(desenvolvimento das suas exportações, aumentando substancialmente o seu mercado
externo).
Factores que contribuíram para estes progressos:
Integração de Portugal na EFTA (estimulou as exportações);
Adopção de medidas proteccionistas (visava eliminar ou reduzir a concorrência
estrangeira);
Concessão de incentivos fiscais aos investidores privados;
Investimentos públicos avultados em infra-estruturas;
Facilidades de acesso ao crédito em condições vantajosas.
Crescimento acelerado da economia mundial (aumento das exportações dos nossos
produtos manufacturados)
Investimento estrangeiro em Portugal (instalação de empresas multinacionais que
aproveitam as vantagens comparativas em termos de recursos e de mão-de-obra de
baixo custo).
Desde 1973, a evolução da produção industrial tem-se alterado quebras contínuas das taxas
de crescimento e diminuição do seu peso na economia nacional, sobretudo desde 1991.
Verifica-se, não só em Portugal como na generalidade dos países comunitários, uma
tendência para transferir a importância da indústria para o sector dos serviços.
Ao nível do emprego: regista-se um decréscimo da população activa empregue no sector
industrial.
Debilidades do sector industrial português:
Assenta a sua competitividade em sectores de mão-de-obra intensiva. O sector das
indústrias de bens de equipamento tem pouca expressão o que implica uma forte
dependência do exterior dispêndio de avultados recursos financeiros (acentua o défice
da balança comercial)
Baixo nível de produtividade da indústria portuguesa.
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AS ACTIVIDADES ECONÓMICAS
A indústria portuguesa está centrada em torno de sectores tradicionais: têxteis (tecidos, malhas
e vestuário), calçado, madeiras/ mobiliário, pasta para papel, cerâmica e vidro, cortiça,
indústrias alimentares e bebidas e alguns produtos metálicos.
são sectores de produtividade relativamente baixa, onde a especialização produtiva
assenta em indústrias intensivas na utilização de recursos naturais e em trabalho
de fraco conteúdo tecnológico.
Actualmente, a indústria transformadora nacional tem na produção de componentes para
automóveis um dos seus ramos mais activos aumento das exportações e do número de
postos de trabalho assegurados [ex.: AutoEuropa, Palmela, distrito de Setúbal – é o maior
investimento estrangeiro de todos os tempos em Portugal e representa 2,4% do PNB, cerca de
10% das nossas exportações e emprega cerca de 23500 trabalhadores]
A estrutura empresarial caracteriza-se pelo predomínio de pequenas e médias empresas
(PME).
Em 1997, 72,4% das empresas fabris empregavam menos de 10 trabalhadores, cerca de 3,8%
tinham mais de 100 trabalhadores e asseguravam 42,8% do emprego industrial e 60,4% das
vendas do sector.
As assimetrias regionais da indústria no espaço nacional: Portuga apresenta fortes assimetrias
regionais.
Zonas fortemente industrializadas regiões de Lisboa e Vale do Tejo e do Norte, detêm,
no seu conjunto, 79,3% do emprego e 75% do VAB (valor acrescentado bruto)
Lisboa e Vale do Tejo:
Região industrial mais importante do país, onde tem sido mais notória a renovação
tecnológica. Possui uma estrutura produtiva muito diversificada, com o domínio das
indústrias de capital intensivo e mão-de-obra qualificada. Encontram-se todos os
sectores industriais: bens de equipamento, químicas, agro-alimentares, pasta para papel,
farmacêutica, metalomecânica pesada, material eléctrico e electrónico, indústria
automóvel, construção e reparação naval e cimento.
Justifica-se pelo vasto mercado regional, localização em relação aos principais
mercados mundiais, oferta de infra-estruturas rodoviárias, ferroviárias e portuárias,
oferta de ensino, formação profissional e investigação científica e tecnológica.
Dentro desta região distinguem-se as sub-regiões da península de Setúbal e da Grande
Lisboa e ainda o triângulo Torres-Novas – Tomar – Abrantes.
Região Norte:
Engloba os dois distritos mais industrializados do país (Porto e Braga), é a 1ª região em
termos do número médio de empresas e do emprego industrial, mas ocupa o 2º lugar no
valor bruto da produção.
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AS ACTIVIDADES ECONÓMICAS
Predominam os sectores tradicionais dos têxteis, do vestuário, do calçado e da madeira
e do mobiliário.
Predomina ao longo da faixa litoral e ao longo de alguns vales, como é o caso do Vale
do Ave (indústria têxtil).
Actualmente, tem-se registado uma progressiva diversificação produtiva nesta região,
com destaque para as áreas periféricas da cidade do Porto, nomeadamente ao longo dos
principais eixos de comunicação onde existem outras indústrias (químicas,
metalúrgicas de base, alimentares, eléctricas).
Zona de industrialização intermédia do centro:
zona onde, nos últimos anos se tem verificado uma dinâmica na indústria transformadora.
Destacam-se: cerâmica, vidro, químicas de base, agro-alimentar, pasta para papel,
metalomecânicas, madeira/mobiliário e moldes para plásticos.
Predominam no litoral, expandindo-se para algumas zonas do interior centro através dos
principais eixos rodoviários existentes.
Zonas pouco industrializadas (Sul e Regiões Autónomas):
Alentejo:
Indústrias ligadas aos recursos endógenos (rochas ornamentais, indústrias alimentares,
minerais metálicos, madeira e cortiça).
A supremacia pertence ao complexo industrial de Sines onde predominam as indústrias
petroquímicas e de refinação de petróleo.
Algarve:
Grande tradição industrial com base nos recursos naturais (agricultura e pesca).
Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores:
Indústria transformadora pouco desenvolvida (falta de fontes energéticas e de matérias-
primas, falta de iniciativa no investimento e na conquista de mercados externos e fraco
poder de compra das populações locais.
Na Madeira, a indústria assenta nos recursos locais (agricultura, pesca, criação de gado
– lacticínios), moagem, conservas de peixe, massas alimentícias, bolachas, conservas
de fruta e de produtos hortícolas. Possuem ainda bordados, tapeçarias e objecto de
verga – ameaçados pela concorrência dos países asiáticos.
Nos Açores, predominam as indústrias dos lacticínios, tabaco, açúcar de beterraba,
alimentos compostos para animais, massas alimentícias, conservas de peixe, conservas
de carne, fruta e produtos hortícolas.
AS ACTIVIDADES TERCIÁRIAS: O TURISMO:
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Até às primeiras décadas deste século, o turismo era praticamente exclusivo das classes sociais
privilegiadas (as viagens e as estadas eram muito caras). Após a II Guerra Mundial, o turismo
foi-se tornando cada vez mais acessível à generalidade das populações, sendo actualmente, um
fenómeno de massas.
Para esta evolução contribuíram vários factores como:
o desenvolvimento das vias de comunicação e dos transportes (cada vez mais rápidos e
cómodos);
a melhoria do nível de vida (aumento dos salários);
a generalização do direito ao gozo de um período anual de férias.
Em menos de 50 anos passou a ser uma das principais actividades económicas geradora de
empregos, produtora de divisas estrangeiras e reedistribuidora de riqueza.
A Europa constitui o maior mercado de turismo internacional, destacando-se a França como o
país maior receptor de turistas do mundo, seguida de Espanha, Itália, Reino Unido e Hungria.
Para além da Europa, destaca-se ainda os EUA.
Portugal ocupa, no contexto da Europa, uma posição média na actividade turística.
Actualmente, zonas como o Extremo Oriente e a América Latina começam a ter um peso
crescente como destinos turísticos.
Formas de turismo (de acordo com as motivações dos indivíduos que o praticam):
balnear (sol e praia);
termal (repouso, terapêutica);
montanha (desportos de Inverno, alpinismo, campismo);
cultural (visitas a museus, centros históricos);
religioso (peregrinação ou simples visitas a centros religiosos);
rural (contacto com a natureza, repouso)
congressos
etc.
O turismo balnear é o que globalmente movimenta mais turistas, especialmente durante o
Verão.
Turismo em Portugal:
Em Portugal, o turismo assume uma importância económica vital emprega cerca de 250 mil
pessoas (5,5% da população activa), as receitas representam cerca de 4,5% do PIB e 25% das
exportações de bens e serviços. Para além disso, as divisas estrangeiras geradas pelo turismo
contribuem para o equilíbrio da balança de pagamentos.
A actividade turística acarreta importantes efeitos económicos e sociais:
incentiva a expansão da indústria hoteleira (hotéis, pensões, restaurantes, etc.);
estimula o desenvolvimento dos transportes;
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impulsiona a indústria artesanal;
desenvolve o sector dos serviços e as infra-estruturas básicas de que as populações locais
podem beneficiar;
contribui para a melhoria da situação económica de algumas áreas deprimidas do Interior.
Portugal apresenta boas condições para o desenvolvimento do turismo:
clima ameno (Invernos suaves e Verões quentes, secos e luminosos);
boas e numerosas praias de areia fina e águas tépidas;
bom ambiente natural (variedade e natureza das paisagens);
riqueza do património histórico e cultural;
carácter hospitaleiro das gentes portuguesas;
proximidade geográfica dos principais mercados geradores de fluxos turísticos;
imagem do país como um destino seguro.
Problemas da actividade turística:
carácter sazonal: para dar resposta às grandes afluências de Verão criam-se infra-estruturas
(hotéis, restaurantes, admissão de pessoal, etc.) que durante o resto do ano estão
subaproveitadas;
sector sensível às flutuações da actividade económica – dependente das economias
internacionais;
grande concentração da procura em áreas de características balneares (sol/praia);
preços elevados praticados pela indústria hoteleira (principalmente no Algarve), muitas
vezes superiores a outros países do Sul da Europa
sobreexploração dos recursos hídricos e de energia;
saturação dos equipamentos;
sobreocupação dos solos com construções urbanas, gerando por vezes verdadeiras “florestas
de cimento”.
Proveniência dos turistas que vêm a Portugal: espanhóis, britânicos, alemães, franceses e
americanos.
Diferenças regionais: o Algarve, a Costa de Lisboa, a Costa da Prata, a Costa Verde e a
Madeira são as regiões mais importantes do país ao nível do turismo:
Algarve: ocupa o primeiro lugar no turismo nacional cuja forma dominante é o turismo
balnear;
Costa de Lisboa: abrange os distritos de Lisboa e Setúbal com o turismo em meio urbano a
predominar: balnear, histórico, cultural e de congressos;
Costa de Prata: local para onde converge o turismo português das Beiras. Assume alguma
importância, para além do turismo balnear, o turismo rural e o termalismo.
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AS ACTIVIDADES ECONÓMICAS
Costa Verde: área envolvente do grande Porto; verifica-se a prática de turismo balnear,
cultural e rural.
Madeira: a “pérola do Atlântico” – procurada pelas características do clima e belezas
naturais. O turismo constitui uma das principais actividades económicas da ilha.
OS OUTROS SERVIÇOS:
Actividades de comércio, transportes, educação, saúde, polícia, bancos, seguros, profissões
liberais (advogados, engenheiros...), actividades culturais, de investigação, etc.
Sector que conheceu grande expansão desde os anos 60. Em Portugal, registou um grande
crescimento desde o início da década de 80, especialmente no que se refere a actividades de
seguros, telecomunicações, serviços prestados às empresas, transportes terrestres e
comunicações, hotelaria, saúde e educação.
Assimetrias regionais: dado que as cidades são os lugares de eleição para as empresas de
serviços, o padrão de localização reflecte as características da rede urbana maior
concentração empresarial do sector terciário na faixa litoral a norte do Sado, com especial
destaque para Lisboa e Porto, devido a:
facilidades de transportes e comunicações com o resto do país e com o estrangeiro;
existência de aeroportos internacionais que facilitam a ligação com o exterior;
concentração das actividades desportivas (indústria);
facilidade de obtenção de outros serviços de apoio;
grande disponibilidade de mão-de-obra (em quantidade e qualidade);
existência de universidades e centros de formação;
Os meios rurais têm conhecido importantes progressos no desenvolvimento e diversificação
dos serviços, especialmente nas capitais de distrito e noutros centros urbanos mais dinâmicos.
Esta proliferação e diversificação dos serviços nas áreas rurais facilitam o acesso da população
à sua utilização e geram empregos proporcionam a melhoria da qualidade de vida e
consequente fixação das populações.
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