-
24 Biotecnologia Cincia & Desenvolvimento - n 38
Pesquisa
Pesquisa
TOXINAS DE BACILLUSTHURINGIENSIS
Laura Massochin Nunes Pinto
Biloga (PUCRS) e Mestre e Doutoranda
em Biologia: Diversidade e Manejo de Vida
Silvestre (UNISINOS).
Diouneia Lisiane Berlitz
Biloga (UNISINOS) e Mestre em Biologia:
Diversidade e Manejo de Vida Silvestre
(UNISINOS).
Raquel Castilhos-Fortes
Biloga (UNISINOS) e Mestre em
Microbiologia Agrcola e do Ambiente
(UFRGS)
Lidia Mariana Fiuza
Engenheira Agrnoma (UPF), Mestre em
Fitotecnia Fitossanidade (UFRGS),
Doutora em Cincias Agronmicas
(ENSAM-Montpellier) e Ps-Doutora em
biotecnologia Vegetal (CIRAD-Montpellier).
toxicidade de B. thuringi-ensis est relacionada sn-tese das
protenas Cry queatuam especificamente nointestino mdio dos
insetos,as quais so codificadas por
genes cry. Essas protenas tm atividadeinseticida a diferentes
ordens de insetos-praga, de acordo com a presena dos ge-nes cry,
nas cepas bacterianas. Alm des-sas protenas, o entomopatgeno
produzoutros tipos de toxinas, como exotoxinas,protenas Vip,
endotoxinas, entre outras.Sendo assim, esse artigo apresenta a
atualclassificao dos genes cry, as ordens deinsetos-alvo das
protenas Cry e outros fa-tores de toxicidade da bactria.
1.1 Protenas Cry
Juntamente com a esporulao, B. thu-ringiensis libera incluses
cristalinas para-esporais que podem conter uma ou maisprotenas
inseticidas, denominadas Cry, asquais so codificadas por genes
tambmdenominados cry. Estas protenas apresen-tam peso molecular
entre 40 e 140kDa etornam-se txicas a insetos, aps sua in-gesto e
solubilizao, no intestino mdiodas larvas (Bravo, 1997).
Estudos sobre a seleo de B. thurin-giensis tm identificado
diferentes cepasdesta bactria, as quais mostram ao so-bre diversas
ordens de insetos, como Lepi-doptera, Coleoptera, Diptera,
Hymenopte-ra, Homoptera, Hemiptera, Isoptera, Or-thoptera,
Siphonaptera, Thisanoptera eMallophaga (Feitelson et al., 1992;
Maagdet al., 2001; Cavados et al., 2001; Castilhos-Fortes et al.,
2002; Pinto et al., 2003; Ma-agd et al., 2003), alm de nematides
(Mar-roquim et al., 2000).
Assim, sabe-se que diversos grupos deinsetos so suscetveis aos
cristais txicosde B. thuringiensis e que uma espcie deinseto pode
ser afetada por mais de umacepa da bactria, pois estas
freqentemen-te produzem diferentes protenas insetici-das. Isso
significa que um cristal proticopode ser txico a uma grande
variedadede insetos, principalmente lepidpteros.Alm disso, as
protenas Cry de B. thurin-giensis podem ter seu efeito alterado
deacordo com a radiao solar, temperaturae pH (Nishiitsutsuji-Uwo et
al., 1977; Ro-
sas-Garca et al., 2008).A busca por novos genes cry, que
sin-
tetizem novas protenas Cry, com diferen-tes efeitos inseticidas
tem sido uma dasgrandes metas na pesquisa com B. thurin-giensis,
desde os primeiros trabalhos pu-blicados sobre a manipulao gentica
deB. thuringiensis (Schnepf & Whiteley, 1981).
As toxinas Cry tm sido classificadas deacordo com sua homologia
na seqnciade aminocidos (Figura 1), na qual a de-nominao Cry
apresenta quatro ranqueshierrquicos de nmeros e letras (mais-culas
e minsculas), como por exemplo,Cry3Aa2. As protenas Cry (Tabela 1)
comcerca de 45% de homologia em sua seqn-cia so colocadas no
primeiro ranque equando apresentam 78 e 95% de identida-de,
constituem o segundo e terceiro ran-que, respectivamente.
Cinco blocos de seqncias so comunsa maioria das protenas Cry.
Quando seanalisa o tamanho destas protenas tambmfica evidente sua
diversidade entre as dife-rentes protoxinas. A extenso
C-terminal,encontrada nas protenas mais longas, nofaz parte da
toxina ativa, pois digeridapelas proteases no intestino dos
insetos,mas pode ter ao na formao do cristal(Schnepf et al.,
1998).
A estrutura tridimensional das formasativas das toxinas Cry1
(Grochulski et al.,1995), Cry2 e Cry3 (Li et al.,1991),
quandoanalisadas em cristalografia de raio X, mos-traram-se muito
similares, cada uma apre-sentando trs domnios. As incluses
cris-talferas ingeridas por larvas susceptveisdissolvem-se no
intestino dos insetos e asprotoxinas inativas so solubilizadas e
cli-vadas na longa regio C-terminal, por pro-teases intestinais,
originando fragmentos re-sistentes a proteases com cerca de 60
kDa(Maagd et al., 2003).
O domnio I, N-terminal, consiste em setealfa-hlices e participa
na insero da mem-brana intestinal e formao do poro. O do-mnio II,
ou beta-prisma, apresenta trsfolhas dobradas simtricas, formando
asbeta-folha. O domnio III C-terminal con-siste em duas beta-folha
antiparalelas. Es-tes dois domnios esto envolvidos no
re-conhecimento dos receptores e ligao,alm do domnio III tambm ter
sido asso-ciado formao de poros (Maagd et al.,2001).
-
Biotecnologia Cincia & Desenvolvimento - n 38 25
Figura 1. Dendograma de protenas Cryde Bacillus thuringiensis
(Fonte http://www.lifesci.susx.ac.uk/home/Neil_Crickmore/Bt. Acesso
em 19/11/2008).
-
26 Biotecnologia Cincia & Desenvolvimento - n 38
Tabela 1. Classificao e caracterizao das protenas Cry de
Bacillus thuringiensis.
-
Biotecnologia Cincia & Desenvolvimento - n 38 27
L- Lepidoptera; C- Coleoptera; D- Diptera; H- Hymenoptera; N-
Nematoda; Le- leuccitos cancerosos humanos.
-
28 Biotecnologia Cincia & Desenvolvimento - n 38
Figura 2. Dendograma das protenas Vip sintetizadas por Bacillus
thuringiensis(Fonte:
http://www.lifesci.susx.ac.uk/home/Neil_Crickmore/Bt)
Atualmente, existem 428 protenas Crydescritas, que esto
classificadas em 55 clas-ses Cry (Tabela 1). O autor Crickmore
man-tm um site na internet, o qual rene asinformaes sobre todas as
toxinas Cry jpublicadas, alm de permitir o acesso scaractersticas
moleculares de cada uma.Estes dados so atualizados periodicamen-te
e podem ser acessados no endereo:http: / /www.l i fesci .
susx.ac.uk/home/Neil_Crickmore/Bt.
Este nmero tem crescido regularmen-te, pois a descoberta de
novos genes im-plica na obteno de novas toxinas quepossam ter maior
especificidade ou toxici-dade. Dentre os grupos de genes cry
maisestudados, destacam-se cry1, cry2, e cry9,os quais j foram
descritos com amplo es-
pectro inseticida aos lepidpteros.Dentre estes grupos, os genes
cry1 so
os mais freqentes na natureza, represen-tando mais de 43% dos
genes cry caracteri-zados e freqentemente as bactrias quepossuem
genes deste grupo codificam pro-toxinas entre 130 e 140kDa, que so
arma-zenados em cristais bipiramidais (Hofte &Whiteley, 1989;
Rosas-Garca et al., 2008;Thammasittirong & Tipvadee, 2008).
O dendograma da Figura 1 mostra osgrupos de protenas Cry, que so
classifi-cados de acordo com a similaridade entrea seqncia de genes
que codificam as re-feridas toxinas bacterianas.
De acordo com Crickmore et al. (1998),o primeiro domnio
apresenta em torno de45% de similaridade entre si, ao passo que
o segundo domnio mostra-se entre 45 e 75%similares e o terceiro
domnio a partir de 75%de similaridade, quando se trata da seqnciade
aminocidos.
Carlson et al. (1994) relatam que B. thu-ringiensis apresenta em
seu genoma de 2,4 a5,7 milhes de pares de bases, e a maioria
dosisolados apresentam elementos extra cromos-smicos lineares ou
circulares. Os genes cryesto localizados em plasmdios e muitos
iso-lados de B. thuringiensis possuem diversos ge-nes cry
responsveis pela sntese de diferen-tes protenas inseticidas
(Lereclus et al., 1993).Durante seu desenvolvimento, B.
thuringien-sis passa por duas fases, a fase vegetativa e
aestacionria, semelhantes ao desenvolvimentode Bacillus
subtilis.
A primeira fase caracteriza-se pelo cresci-mento exponencial das
clulas de B. thuringi-ensis, momento em que h grande
disponibili-dade de nutrientes no meio. A fase estacion-ria ocorre
quando o meio se torna hostil e abactria adapta-se diminuio de
nutrientesatravs de mecanismos genticos. A expres-so dos genes cry
de B. thuringiensis geral-mente ocorre na fase estacionria da
clula,acumulando seu produto na clula me, naforma de uma incluso
cristalfera, a qual liberada no meio ao final da esporulao
(Le-reclus et al., 2000). Esta incluso pode repre-sentar cerca de
25% do peso seco de clulas jesporuladas (Agaisse & Lereclus,
1995). Essesautores relatam que apesar da expresso dosgenes cry
estarem estreitamente relacionadaao evento da esporulao, existem
genes cryque so expressos independentemente da es-porulao.
A quantidade de protena produzida poruma clula de B.
thuringiensis no est direta-mente relacionada com o nmero de
cpiasde genes cry, pois a capacidade de produode protena pela
clula, mesmo com apenasuma cpia de um determinado gene cry, podeser
elevada. Por exemplo, a cepa B. thuringi-ensis kurstaki HD73,
possui apenas uma cpiade gene cry1, mas sintetiza cristais
bipirami-dais em quantidades semelhantes quelas pro-duzidas por
cepas que apresentam trs ou qua-tro diferentes genes cry1. Desta
forma, a snte-se protica atinge um limite mximo, com cer-to nmero
de cpias de genes cry na clula eacima deste no h acrscimo na produo
detoxinas (Agaisse & Lereclus, 1995).
As toxinas Cry so as mais proeminentesde uma srie de fatores que
permitem o desen-volvimento de sua virulncia morte ou
enfra-quecimento dos insetos. Esses dados sugeremque muitas
estirpes de B. thuringiensis podemser consideradas como patgenos
oportunistasde insetos. Seria de grande importncia umacompreenso
mais profunda das verdadeirasfunes ecolgicas de B. thuringiensis,
tantopara melhorar a confiabilidade da avaliao dosriscos e para o
desenvolvimento de mtodoseficientes de isolamento de estirpes de B.
thu-ringiensis, contendo genes cry ativos.
1.2 Protenas Vip
As protenas VIP foram descritas por Estru-
-
Biotecnologia Cincia & Desenvolvimento - n 38 29
Tabela 2. Protenas Vip com efeito txico a diferentes insetos
ch et al. (1996) e recebem essa denomina-o por serem produzidas
na fase vegetati-va de crescimento de B. thuringiensis.
Suaconcentrao tambm permanece alta an-tes e depois da fase de
esporulao.
Vrios estudos foram realizados apssua descoberta visando a
caracterizao,identificao de novos tipos, ao insetici-da e tambm
produo de plantas com ca-pacidade de express-las. Estes estudos,
po-rm, so incipientes quando comparadoscom as endotoxinas.
A localizao dos genes responsveispor sua produo ainda no foi
determina-da, embora existam vrios conjuntos deprimers que podem
ser utilizados para iden-tific-las como vip1 e vip2 (Rice, 1999;
Fanget al., 2007; Selvapandiyan et al., 2001 )vip3A (Rice, 1999),
vip3Aa (Seifinejad et al.,2008), vip5 e vip6 (Loguercio et al.,
2002).
A Figura 2 apresenta um dendogramacom as protenas Vip, j
identificadas e ca-talogadas, no site: http://w w w . l i f e s c i
. s u s x . a c . u k / h o m e /Neil_Crickmore/Bt. Esse dendograma
mos-tra primeiramente dois grandes agrupamen-tos de protenas onde
so encontradas se-qncias genticas semelhantes entre si,
subdivididos em cinco grupos menores, deacordo com essa seqncia
gentica. Per-cebe-se, claramente que esses cinco gru-pos similares
so formados por protenasda mesma classe, ou seja, Vip1, Vip2 e
Vip3. A diferena entre a seqncia de genesque codificam essas
protenas que definesua classificao, como Vip1Aa, Vip1Ab, en-tre
outras.
De acordo com Rang et al. (2005), asprotenas Vip2 exibem entre
21 e 22% desimilaridade com a protena Vip3Ba1, en-quanto as
protenas da classe Vip1 so en-tre 8 e 22% similares Vip3Ba1.
Segundo Fang (2007) estas protenasrepresentam uma das maiores
descobertasde toxinas com capacidade inseticida, sen-do
extremamente relevante a ausncia desimilaridade nas seqncias de
aminoci-dos destas protenas com as seqncias deaminocidos das
endotoxinas, especialmen-te, em termos de manejo e evoluo
daresistncia.
De acordo com o dendograma da Fi-gura 2, estas protenas so
classificadas emtrs subfamlias diferentes (Crickmore et al.,2005),
sendo que ocorrem em torno de 15%das cepas de B. thuringiensis
avaliadas por
Estruch (1996) e 23% das cepas avaliadaspor Rice (1999). As
subfamlias Vip1 e Vip2(Tabela 2) so componentes de uma pro-tena
binria com atividade inseticida con-tra Diabrotica virgifera e D.
longicornis(Han et al., 1999; Warren, 1997). As prote-nas Vip 3 so
ativas contra lepidpteros(Tabela 2), como Spodoptera frugiperda
eHelicoverpa zea. Seu modo de ao estrelacionado formao de poros na
mem-brana do epitlio do intestino mdio (Yuet al., 1997; Loguercio
et al., 2002; Lee etal., 2003). Ao mesmo tempo que a Vip
3apresentou toxicidade sobre lepidpterose no mostrou efeitos sobre
insetos no-alvo (Whitehouse, 2007).
Devido a sua atividade inseticida rela-cionada a Heliothis zea,
as protenas Vip3A esto sendo expressas em plantas dealgodo,
conferindo resistncia ao inseto.Nesse sentido, Bommireddy et al.
(2007),avaliaram plantas de algodo modificadassomente com a protena
Vip 3A, ou com acombinao de Vip 3A e Cry 1Ab (Vip Cot)nos
lepidpteros H. zea e H. virescens. Con-siderando o comportamento
das lagartas,os resultados desses autores mostram quehouve maior
ndice de infestao em plan-tas no modificadas em relao s demais(Vip
3A e Vip Cot).
O conjunto desses dados demonstraque s protenas Vip so
promissoras nocontrole de insetos-praga, uma vez que pos-suem
diferenas estruturais em relao sdemais protenas de B.
thuringiensis, o quepode retardar o processo de resistncia
naspopulaes de insetos.
1.3 Demais fatores de virulnciade B. thuringiensis
Alm das protenas Cry e Vip, os isola-dos de B. thuringiensis
podem sintetizarprotenas denominadas Cyt, que possuematividade
citoltica in vitro e especificidadein vivo aos dpteros (Hfte &
Whitheley,1989; De Maagd et al., 2003). De acordocom esses autores
fazem parte desse gru-po as protenas Cyt1Ca e Cyt2Aa e seumodo de
ao tambm pode estar relacio-nado a um sinergismo com outras
toxinasproduzidas pelos isolados.
O entomopatgeno tambm produzoutros fatores de virulncia, como as
-exotoxinas, -exotoxinas, hemolisinas, en-terotoxinas, quitinases e
fosfolipases (Hf-te & Whiteley, 1989; De Maagd et al.,
2001).Esses autores declaram desconhecida aexata contribuio de cada
fator na viru-lncia da bactria, sendo uma dificuldadedeterminar o
espectro txico de um isola-do que sintetiza mais de uma protena.
Issoporque, quando os fragmentos txicos vose ligar aos receptores
da membrana dointestino mdio do inseto, ocorre uma com-petio pelos
stios de ligao, que podeinterferir na toxicidade do isolado.
Guttmann & Ellar (2000) identificaramisolados de B.
thuringiensis com a presen-a de hemolisinas, quitinases e
lecitinases,
-
30 Biotecnologia Cincia & Desenvolvimento - n 38
sendo eles: Bt kurstaki, Bt israelensis, Btfukuokaensis Bt
kyushuensis, Bt darmasta-diensis, Bt thompsoni, Bt tolworthii e Bt
os-trinae. J as subespcies Bt galleriae, Bt ai-zawai e Bt
wuhanensis apresentaram so-mente hemolisina e quitinase.
Os mesmos autores tambm relatam apresena do gene que codifica a
enteroto-xina, uma toxina produzida por diferentescepas de B.
thuringiensis, com peso mole-cular em torno de 45kDa, e que pode
sertxica a vertebrados, uma vez que anlo-ga toxina produzida por B.
cereus. Con-siderando a anlise de 13 isolados de B.thuringiensis
avaliados, 9 foram positivospara o gene entS que codifica a
enterotoxi-na. No mesmo sentido, Rivera et al. (2000)avaliaram 74
isolados do entomopatgeno,em relao a presena dos genes bce, hbl
enhe para a enterotoxina. Os seus resulta-dos mostram que o gene
nhe foi o maisfreqente, seguido de hbl e bce mostrandoassim, uma
pequena diferena na distribui-o desses genes entre B. thuringiensis
eB .cereus.
Outros dados de pesquisa sobre ente-rotoxina (Ngamwongsatit et
al., 2008), re-velaram a presena dos genes hbl, nhe, cytKe entFM em
205 isolados de B. thuringien-sis e 411 isolados de B. cereus. Os
dadosdesses autores mostram que, em 149 isola-dos de B.
thuringiensis todos os genes ocor-reram simultaneamente, sendo os
genes nhee entFM aqueles de menor freqncia. Es-ses autores relatam
a importncia desseconhecimento uma vez que a enterotoxina
pode causar intoxicao alimentar, quan-do relacionada ao patgeno
B. cereus.
Em relao -exotoxina, tambm cha-mada thuringiensina, uma protena
compeso molecular de 0,7 kDa (Gohar & Per-chat 2001),
insespecfica, termoestvel,identificada por inibir a sntese de
rRNA(Mackedonski & Hadjilov, 1972) e prejudi-car a formao do
fuso mittico, dentreoutros efeitos observados em ensaios in vi-tro
com Alium cepa (Sharma & Sahu, 1977).Por ser inespecfica e
txica a vertebrados,a thuringiensina avaliada em testes
labo-ratoriais, utilizando roedores como cobai-as.
Os dados de Ohba et al. (1981) mos-tram que, de 740 isolados de
B. thuringi-ensis avaliados quanto a presena da -exo-toxina, 28
produziram essa toxina. Almdesses, dois isolados da espcie B.
subtilis,um isolado de B. natto e dois isolados daespcie B.
megaterium tambm foram pro-dutores da thuringiensina.
Nesse sentido, Hernandz et al. (2003)revelam que 79% dos
isolados de B. thu-ringiensis thuringiensis so produtores des-sa
toxina, seguidos de 20% para B. thurin-giensis kenyae, 13% para B.
thuringiensiskurstaki, contrastando com 0% de produ-o para B.
thuringiensis aizawai.
Na Tabela 3 constam dados sobre a pro-duo da -exotoxina pelas
diferentes su-bespcies de B. thuringiensis.
A thuringiensina tambm apresenta ati-vidade inseticida a
diferentes espcies deinsetos-praga, como demonstra o trabalho
de Barreto et al. (1999) utilizando S. frugiper-da em seus
ensaios de toxicidade. Porm, de-vido as suas propriedades no
especficas aosinsetos, ou seja, pode tambm afetar organis-mos
no-alvo, os isolados bacterianos que soprodutores dessa toxina no
podem ser co-mercializados para serem utilizados na agri-cultura
visando o controle de insetos-praga.
1.1 Referncias
Agaisse, H. & Lereclus, D. 1995. How does Baci-llus
thuringiensis produce so much insetici-dal crystal protein? Journal
of Bacteriol., 177:6027-6032.
Bhalla, R., Dalal, M., Panguluri, S.K., Jagadish, B.,Mandaokar,
A.D., Singh, A.K., Kumar, P.A.,2005. Isolation, characterization
and expres-sion of a novel vegetative insecticidal pro-tein gene of
Bacillus thuringiensis. FEMSMicrobiology Letters 243: 467472.
Barreto, M.R., Louguercio, L.L., Valicente, F.H.,Paiva, E. 1999.
Inseticidal activity of culturesupernatants from Bacillus
thuringiensis Ber-liner strains against Spodoptera frugiperda
(Le-pidoptera: Noctuidae) larvae. Anais da Soci-edade Entomolgica
do Brasil. 28(4), 675-685.
Bishop A H, Johnson C, Perani M 1999. The safetyof Bacillus
thuringiensis to mammals investi-gated by oral and subcutaneous
dosage. WorldJournal of Microbiology and
Biotecnology15:375-380.
Bommireddy, P. L., B. R. Leonard and K. Emfinger.2007. Arthropod
Management and AppliedEcology. Journal of Cotton Science.
11:199-207.
Bravo, A. 1997. Phylogenetic Relationships of Ba-cillus
thuringiensis d-Endotoxin Family Pro-teins and Their Functional
Domains. Journalof Bacteriology, 179:9 p. 27932801.
Carlson, C.R.; Caugant, D.A. & Kolst, A.B. 1994.Genotypic
diversity among Bacillus cereus eBacillus thuringiensis strains.
Applied Envi-ronmental Microbiology, 60: 1719-1725.
Crickmore, N., D. R. Zeigler, E. Schnepf, J. VanRie, D.
Lereclus, J. Baum, A. Bravo, and D.H. Dean. 2005. Bacillus
thuringiensis toxinnomenclature. [Online.] http://w w w . l i f e s
c i . s u s s e x . a c . u k / H o m e /Neil_Crickmore/Bt.
Crickmore, N.; Zeigler, D.R.; Feitelson, J.; Schnepf,E.; Van
Rie, J.; Lerecus, D.; Baum, J.; Dean,D.H. 1998. Revision of the
nomenclature forthe Bacillus thuringiensis pesticidal crystal
pro-tein. Microbiology and Molecular Biology Re-views 62(3):
807-813.
De Maagd, R.A. DE; Bravo, A.; Berry, C.; Crickmo-re, N. &
Schnepf, E. 2003. Structure, diversityand evolution of protein
toxins from spore-forming entomopathogenic bacteria. AnnualReview
of Genetics, 37: 409 - 433.
De Maagd, R. A. DE; Bravo, A. & Crickmore, N.2001. How
Bacillus thuringiensis has evol-ved specific toxins to colonize the
insectworld. Trends in Genetics, 17: 193-199.
Doss, V.A., Kumar, K.A., Jayakumar, R., Sekar, V.,2002. Cloning
and expression of the vege-tative insecticidal protein (vip3V) gene
ofBacillus thuringiensis in E. coli. ProteinExpr. Purif. 26,
8288.
Tabela 3. Subespcies de Bacillus thuringiensis produtores da
-exotoxina
-
Biotecnologia Cincia & Desenvolvimento - n 38 31
Estruch, J. J., G. W. Warren, M. A. Mullins, G. J.Nye, J. A.
Craig, and M. G. Koziel. 1996.Vip3A, a novel Bacillus thuringiensis
ve-getative insecticidal protein with a widespectrum of activities
against lepidop-teran insects. Proc. Natl. Academic Sci-ence,
93:53895394.
Fang,J.; Xu, X.; Wang,P.; Zhao, J.Z.; Shelton,A.M.; Cheng,J.;
Feng,M.G.; Shen,Z. 2007.Characterization of Chimeric Bacillus
thu-ringiensis Vip3 Toxins. Applied and En-vironmental
Microbiology, 73(3): 956961.
Feitelson, J.S.; Payne, J. & Kim, L. 1992. Baci-llus
thuringiensis: insects and beyond. Bi-oTechnology, 10:27175.
Gohar M., Perchat S. 2001. Sample preparationfor beta-exotoxin
determination in Baci-llus thuringiensis cultures by reversed-phase
high-performance liquid chroma-tography. Analitical Biochemistry
298: 112-117.
Grochulski, P. et al. 1995. Bacillus thuringien-sis CryIA(a)
insecticidal toxin crystalstructure and channel formation.
Journalof Molecular Biology, 254: 447464.
Guttmann, D.M.; Ellar, D.J. 2000. Phenotypicand genotypic
comparisons of 23 strainsfrom the Bacillus cereus complex for
aselection of known and putative B. thu-ringiensis vitulence
factors. FEMS Micro-biology Letters. 188: 7-13.
Han, S., J. A. Craig, C. D. Putnam, N. B. Caroz-zi, and J. A.
Tainer. 1999. Evolution andmechanism from structures of an
ADP-ribosylating toxin and NAD complex. Na-ture Structural Biology
6:932936.
Hernndez C S, Martnez C, Porcar M, Caballe-ro P, Ferr J 2003.
Correlation betweenserovars of Bacillus thuringiensis and typeI
-exotoxin production. Journal of Inver-tebrate Pathology.
82:57-62.
Hfte, H. & Whiteley, H. R. 1989. Inseticidalcrystal proteins
of Bacillus thuringiensis.Microbiology Reviews 53: 242-255.
Lee, M. K., F. S. Walters, H. Hart, N. Palekar,and J. S. Chen.
2003. The mode of actionof the Bacillus thuringiensis vegetative
in-secticidal protein Vip3A differs from thatof Cry1Ab -endotoxin.
Applied Environ-mental Microbiology, 69:46484657.
Lereclus, D.; Agaisse, H.; Grandvalet, C.; Sla-mitou, S. &
Gominet., M. 2000. Regulati-on of toxin virulence gene
transcriptionin Bacillus thuringiensis. Int. Journal Me-dical
Microbiology, 290: 295-299.
Lereclus, D.; Delcluse & Lecadet, M.-M. Di-versity of
Bacillus thuringiensis toxins andgenes. In: P. Entwistle, J.S.;
Cory, M.J.; Ba-ley & S. Higgs (ed.), Bacillus thuringien-sis,
an environmental biopesticide: the-ory and pratice, John Wiley
& Sons, Ltd.,Chichester, U.K. p. 37-69. 1993.
Levinson, B.L.; Kasyan, K.J.; Chiu, S.S; Currier,T.C.; Gonzlez,
J.M. 1990. Identificationof -exotoxin production, plasmids
en-coding -exotoxin, and a new exotoxinin Bacillus thuringiensis by
using highperformance liquid chromatography. Jour-nal of
Bacteriology. 3172-3179.
Li, J. et al. 1991. Crystal structure of insectici-
dal delta-endotoxin from Bacillus thurin-giensis at 2.5
resolution. Nature 353:815821.
Liao, C., Heckel, D.G., Ackhurst, R., 2002. To-xicity of
Bacillus thuringiensis insectici-dal proteins for Helicoverpa
armigera andHelicoverpa punctigera (Lepidoptera:Noctuidae), major
pests of cotton. Jour-nal of Invertebrate Pathology 80, 5563.
Loguercio, L.L.; Barreto, M.L.; Rocha, T.L.; San-tos, C.G.;
Teixeira, F.F.; Paiva, E. 2002.Combined analysis of
supernatant-basedfeeding bioassays and PCR as a first-tierscreening
strategy for Vip-derived activi-ties in Bacillus thuringiensis
strains effec-tives agaist tropical fall armyworm. Jour-nal of
Applied Microbiology, 93: 269-277.
Mackedonski, V.V. e Hadjiolov, A.A. 1972. Pre-ferential in vivo
inhibition of ribosomalribonucleic acid synthesis in mouse liverby
the exotoxin of Bacillus thuringiensis.FEBS Letters,
21:211-214.
Mesrati, L.A., Tounsi, S., Jaoua, S., 2005. Cha-racterization of
a novel vip3-type genefrom Bacillus thuringiensis and eviden-ce of
its presence on a large plasmid.FEMS Microbiology Letters 244:
353358.
Mohd-Salleh, M.B.; Lewis, L.C. 1982. Compara-tive effects of
spore-crystal complexes andthermostable exotoxins of six
subspeciesof Bacillus thuringiensis on Ostrinia nu-bilalis
(Lepidoptera: Pyralidae)
Ngamowongsatit, P.; Buasri, W.; Pianariyanon,P.; Pulsrikarn,C.;
Ohba, M.; Assavanig, A.;Panbangred, W. 2008. Broad distribuitionof
enterotoxin genes among Bacillus thu-ringiensi and Bacillus cereus
as shownby novel primers. International Journal ofFood
Microbiology. 121: 352-356.
Nishiitsutsuji-Uwo, J.; Ohsawa, A. & Nishimu-ra, M.S. 1977.
Factors affecting the insec-ticidal activity of d-endotoxin of
Bacillusthuringiensis. J Invertebr Pathol 29:162169.
Ohba, M.; Ono,K.; Aizawa, K.; Iwanami, S. 1981.Two new
subspecies of Bacillus thurin-giensis isolated in Japan: Bacillus
thurin-giensis subsp. kumamotoensis (serotype18) and Bacillus
thuringiensis subsp. to-chigiensis (serotype 19). Journal of
Inver-tebrate Pathology 38(2):184-190.
Ohba, M.; Tantichodok,A.; Aizawa,K. 1981. Pro-duction of
heat-stable exotoxin by Baci-llus thuringiensis and related
bacteria.Journal of Invertebrate Pathology. 38(1):26-32.
Rang, C.; Gil,P.; Neisner,N.; Van Rie, J.; Frutos,R. 2005. Novel
Vip3 related protein fromBacillus thuringiensis. Applied and
Envi-ronmental Microbiology, 71(10): 6276-6281.
Rice, W. C. 1999. Specific primers for the de-tection of Vip 3A
insecticidal gene withina Bacillus thuringiensis collection.
Lettersand Applied Microbiology. 28:378-382
Rivera, A.M.G.; Granum, P.E.; Priest, F.G. 2000.Common
occurrence of enterotoxin ge-nes and enterotoxicity in Bacillus
thurin-giensis. FEMS Microbiology Letters. 190:151-155.
Rosas-Garca, N.M.; Mireles-Martnez1, M.;Hernndez-Mendoza, J.L.
& Ibarra, J.E.2008. Screening of cry gene contentsof Bacillus
thuringiensis strains isola-ted from avocado orchards in Mexico,and
their insecticidal activity towardsArgyrotaenia sp. (Lepidoptera:
Tortri-cidae) larvae. Journal of Applied Mi-crobiology
104:224230.
Sharma C. B. S. R., Sahu R. K. 1977. A preli-minary study on the
responses of rootmeristems to exotoxin from Bacillusthuringiensis a
constituent of a micro-bial insecticide, Thuricide. Mutation
Re-search 46:19-26.
Schnepf, E.; Crickmore, N.; Van Rie, J.; Lere-clus, D.; Baum, J,
et al. 1998. Bacillusthuringiensis and its pesticidal
crystalproteins. Microbiology Molecular Bio-logy Review
62:775806.
Schnepf, H.E. & Whiteley, H.R. 1981. Clo-ning and expression
of the Bacillus thu-ringiensis crystal protein gene in Esche-richia
coli. Proc Natl Acad Sci USA,78:28932897.
Seifinejad, A.; Salehi-Jouzani, G. R.; Hossein-zadeh, A.;
Abdmishani, C. 2008; Cha-racterization of Lepidoptera-active cryand
vip genes in Iranian Bacillus thu-ringiensis strain collection.
BiologicalControl 44(2): 216-226.
Selvapandiyan, A; Arora, N; Rajagopal, R.;Jalali, S. K.;
Venkatesan, T.; Singh, S.P.; Bhatnagar, R. K. 2001.
ToxicityAnalysis of N- and C-Terminus-DeletedVegetative
Insecticidal Protein from Ba-cillus thuringiensis. Appliedd
Environ-mental Microbiology 67(2): 5855-5858.
Thammasittirong, A. & Tipvadee, A. 2008.PCR-based method for
the detection ofcry genes in local isolates of
Bacillusthuringiensis from Thailand. Journal ofInvertebrate
Pathology, 98: 121126.
Tsuchiya, S.; Kasaishi, Y.; Harada, H.; Ichi-matsu, T.; Saitoh,
H.; Mizuki, E.; Ohba,M. 2002. Assessment of the efficacy ofJapanese
Bacillus thuringiensis isolatesagainst the cigarette beetle
Lasiodermaserricorne (Coleoptera: Anobiidae).Journal of
Invertebrate Pathology.81:122-126.
Warren, G. W. 1997. Vegetative insecticidalproteins: novel
proteins for control ofcorn pests, p. 109121. In N. Carozziand M.
Koziel (ed.), Advances in in-sect control: the role of
transgenicplants. Taylor and Francis.
Whitehouse, m. E. A. L. J. Wilson, and G. A.Constable. 2007.
Target and non-targeteffects on the invertebrate communityof Vip
cotton, a new insecticidal trans-genic. Australian Journal of
Agricultu-re Research 58:273-285.
Yu, C. G., M. A. Mullins, G. W. Warren, M.G. Koziel & J. J.
Estruch. 1997. The Ba-cillus thuringiensis vegetative insecti-cidal
protein Vip3A lyses midgut epi-thelium cells of susceptible
insects. Ap-plied Environmental Microbiology63:532536.