Top Banner
 24 Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento - nº 38 Pesquisa  Pesquisa TOXINAS DE B AC I L L U S T H U RI N G I E N S I S  Laura Massochin Nunes Pinto Bióloga (PUCRS) e Mestre e Doutoranda em Biologia: Diversidade e Manejo de Vida Silvestre (UNISINOS).  Diouneia Lisiane Berlitz Bióloga (UNISINOS) e Mestre em Biologia: Diversidade e Manejo de Vida Silvestre (UNISINOS).  Raquel Castilhos-Fortes Bióloga (UNISINOS) e Mestre em Microbiologia Agrícola e do Ambiente (UFRGS)  Lidia Mariana Fiuza Engenheira Agrônoma (UPF), Mestre em Fitotecnia – Fitossanidade (UFRGS), Doutora em Ciências Agronômicas (ENSAM-Montpellier) e Pós-Doutora em biotecnologia Vegetal (CIRAD-Montpellier).  toxicidade de B. thuringi- ensis está relacionada à sín- tese das proteínas Cry que atuam especificamente no intestino médio dos insetos, as quais são codificadas por genes cry . Essas proteínas têm atividade inseticida a diferentes ordens de insetos- praga, de acordo com a presença dos ge- nes cry , nas cepas bacterianas. Além des- sas proteínas, o entomopatógeno produz outros tipos de toxinas, como exotoxinas, proteínas Vip, endotoxinas, entre outras. Sendo assim, esse artigo apresenta a atual classificação dos genes cry , as ordens de insetos-alvo das proteínas Cry e outros fa- tores de toxicidade da bactéria. 1.1 Proteínas Cry  Juntamente com a esporulação, B. thu- ringiensis  libera inclusões cristalinas para- esporais que podem conter uma ou mais proteínas inseticidas, denominadas Cry, as quais são codificadas por genes também denominados cry . Estas proteínas apresen- tam peso molecular entre 40 e 140kDa e tornam-se tóxicas a insetos, após sua in- gestão e solubilização, no intestino médio das larvas (Bravo, 1997). Estudos sobre a seleção de B. thurin- giensis  têm identificado diferentes cepas desta bactéria, as quais mostram ação so- bre diversas ordens de insetos, como Lepi- doptera, Coleoptera, Diptera, Hymenopte- ra, Homoptera, Hemiptera, Isoptera, Or- thoptera, Siphonaptera, Thisanoptera e Mallophaga (Feitelson et al ., 1992; Maagd et al ., 2001; Cavados et al., 2001; Castilhos- Fortes et al., 2002; Pinto et al., 2003; Ma- agd et al., 2003), além de nematóides (Mar- roquim et al., 2000).  Assim, sabe-se que diversos grupos de insetos são suscetíveis aos cristais tóxicos de B. thuringiensis  e que uma espécie de inseto pode ser afetada por mais de uma cepa da bactéria, pois estas freqüentemen- te produzem diferentes proteínas insetici- das. Isso significa que um cristal protéico pode ser tóxico a uma grande variedade de insetos, principalmente lepidópteros.  Além disso, as proteínas Cry de B. thurin- giensis  podem ter seu efeito alterado de acordo com a radiação solar, temperatura e pH (Nishiitsutsuji-Uwo et al., 1977; Ro- sas-García et al., 2008).  A busca por novos genes cry , que sin- tetizem novas proteínas Cry, com diferen- tes efeitos inseticidas tem sido uma das grandes metas na pesquisa com B. thurin- giensis , desde os primeiros trabalhos pu- blicados sobre a manipulação genética de B. thuringiensis (Schnepf & Whiteley, 1981).  As toxinas Cry têm sido classificadas de acordo com sua homologia na seqüência de aminoácidos (Figura 1), na qual a de- nominação “Cry” apresenta quatro ranques hierárquicos de números e letras (maiús- culas e minúsculas), como por exemplo, Cry3Aa2. As proteínas Cry (Tabela 1) com cerca de 45% de homologia em sua seqüên- cia são colocadas no primeiro ranque e quando apresentam 78 e 95% de identida- de, constituem o segundo e terceiro ran- que, respectivamente. Cinco blocos de seqüências são comuns a maioria das proteínas Cry. Quando se analisa o tamanho destas proteínas também fica evidente sua diversidade entre as dife- rentes protoxinas. A extensão C-terminal, encontrada nas proteínas mais longas, não faz parte da toxina ativa, pois é digerida pelas proteases no intestino dos insetos, mas pode ter ação na formação do cristal (Schnepf et al., 1998).  A estrutura tridimensional das formas ativas das toxinas Cry1 (Grochulski et al., 1995), Cry2 e Cry3 (Li et al.,1991), quando analisadas em cristalografia de raio X, mos- traram-se muito similares, cada uma apre- sentando três domínios. As inclusões cris- talíferas ingeridas por larvas susceptíveis dissolvem-se no intestino dos insetos e as protoxinas inativas são solubilizadas e cli-  vadas na longa região C-terminal, por pro- teases intestinais, originando fragmentos re- sistentes a proteases com cerca de 60 kDa (Maagd et al., 2003). O domínio I, N-terminal,  consiste em sete alfa-hélices e participa na inserção da mem- brana intestinal e formação do poro. O do- mínio II, ou beta-prisma, apresenta três folhas dobradas simétricas, formando as beta-folha. O domínio III C-terminal con- siste em duas beta-folha antiparalelas. Es- tes dois domínios estão envolvidos no re- conhecimento dos receptores e ligação, além do domínio III também ter sido asso- ciado à formação de poros (Maagd et al., 2001).
8

Toxinas de Bacillus Thuringiensis

Oct 04, 2015

Download

Documents

eduardosilva67
Welcome message from author
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
  • 24 Biotecnologia Cincia & Desenvolvimento - n 38

    Pesquisa

    Pesquisa

    TOXINAS DE BACILLUSTHURINGIENSIS

    Laura Massochin Nunes Pinto

    Biloga (PUCRS) e Mestre e Doutoranda

    em Biologia: Diversidade e Manejo de Vida

    Silvestre (UNISINOS).

    Diouneia Lisiane Berlitz

    Biloga (UNISINOS) e Mestre em Biologia:

    Diversidade e Manejo de Vida Silvestre

    (UNISINOS).

    Raquel Castilhos-Fortes

    Biloga (UNISINOS) e Mestre em

    Microbiologia Agrcola e do Ambiente

    (UFRGS)

    Lidia Mariana Fiuza

    Engenheira Agrnoma (UPF), Mestre em

    Fitotecnia Fitossanidade (UFRGS),

    Doutora em Cincias Agronmicas

    (ENSAM-Montpellier) e Ps-Doutora em

    biotecnologia Vegetal (CIRAD-Montpellier).

    toxicidade de B. thuringi-ensis est relacionada sn-tese das protenas Cry queatuam especificamente nointestino mdio dos insetos,as quais so codificadas por

    genes cry. Essas protenas tm atividadeinseticida a diferentes ordens de insetos-praga, de acordo com a presena dos ge-nes cry, nas cepas bacterianas. Alm des-sas protenas, o entomopatgeno produzoutros tipos de toxinas, como exotoxinas,protenas Vip, endotoxinas, entre outras.Sendo assim, esse artigo apresenta a atualclassificao dos genes cry, as ordens deinsetos-alvo das protenas Cry e outros fa-tores de toxicidade da bactria.

    1.1 Protenas Cry

    Juntamente com a esporulao, B. thu-ringiensis libera incluses cristalinas para-esporais que podem conter uma ou maisprotenas inseticidas, denominadas Cry, asquais so codificadas por genes tambmdenominados cry. Estas protenas apresen-tam peso molecular entre 40 e 140kDa etornam-se txicas a insetos, aps sua in-gesto e solubilizao, no intestino mdiodas larvas (Bravo, 1997).

    Estudos sobre a seleo de B. thurin-giensis tm identificado diferentes cepasdesta bactria, as quais mostram ao so-bre diversas ordens de insetos, como Lepi-doptera, Coleoptera, Diptera, Hymenopte-ra, Homoptera, Hemiptera, Isoptera, Or-thoptera, Siphonaptera, Thisanoptera eMallophaga (Feitelson et al., 1992; Maagdet al., 2001; Cavados et al., 2001; Castilhos-Fortes et al., 2002; Pinto et al., 2003; Ma-agd et al., 2003), alm de nematides (Mar-roquim et al., 2000).

    Assim, sabe-se que diversos grupos deinsetos so suscetveis aos cristais txicosde B. thuringiensis e que uma espcie deinseto pode ser afetada por mais de umacepa da bactria, pois estas freqentemen-te produzem diferentes protenas insetici-das. Isso significa que um cristal proticopode ser txico a uma grande variedadede insetos, principalmente lepidpteros.Alm disso, as protenas Cry de B. thurin-giensis podem ter seu efeito alterado deacordo com a radiao solar, temperaturae pH (Nishiitsutsuji-Uwo et al., 1977; Ro-

    sas-Garca et al., 2008).A busca por novos genes cry, que sin-

    tetizem novas protenas Cry, com diferen-tes efeitos inseticidas tem sido uma dasgrandes metas na pesquisa com B. thurin-giensis, desde os primeiros trabalhos pu-blicados sobre a manipulao gentica deB. thuringiensis (Schnepf & Whiteley, 1981).

    As toxinas Cry tm sido classificadas deacordo com sua homologia na seqnciade aminocidos (Figura 1), na qual a de-nominao Cry apresenta quatro ranqueshierrquicos de nmeros e letras (mais-culas e minsculas), como por exemplo,Cry3Aa2. As protenas Cry (Tabela 1) comcerca de 45% de homologia em sua seqn-cia so colocadas no primeiro ranque equando apresentam 78 e 95% de identida-de, constituem o segundo e terceiro ran-que, respectivamente.

    Cinco blocos de seqncias so comunsa maioria das protenas Cry. Quando seanalisa o tamanho destas protenas tambmfica evidente sua diversidade entre as dife-rentes protoxinas. A extenso C-terminal,encontrada nas protenas mais longas, nofaz parte da toxina ativa, pois digeridapelas proteases no intestino dos insetos,mas pode ter ao na formao do cristal(Schnepf et al., 1998).

    A estrutura tridimensional das formasativas das toxinas Cry1 (Grochulski et al.,1995), Cry2 e Cry3 (Li et al.,1991), quandoanalisadas em cristalografia de raio X, mos-traram-se muito similares, cada uma apre-sentando trs domnios. As incluses cris-talferas ingeridas por larvas susceptveisdissolvem-se no intestino dos insetos e asprotoxinas inativas so solubilizadas e cli-vadas na longa regio C-terminal, por pro-teases intestinais, originando fragmentos re-sistentes a proteases com cerca de 60 kDa(Maagd et al., 2003).

    O domnio I, N-terminal, consiste em setealfa-hlices e participa na insero da mem-brana intestinal e formao do poro. O do-mnio II, ou beta-prisma, apresenta trsfolhas dobradas simtricas, formando asbeta-folha. O domnio III C-terminal con-siste em duas beta-folha antiparalelas. Es-tes dois domnios esto envolvidos no re-conhecimento dos receptores e ligao,alm do domnio III tambm ter sido asso-ciado formao de poros (Maagd et al.,2001).

  • Biotecnologia Cincia & Desenvolvimento - n 38 25

    Figura 1. Dendograma de protenas Cryde Bacillus thuringiensis (Fonte http://www.lifesci.susx.ac.uk/home/Neil_Crickmore/Bt. Acesso em 19/11/2008).

  • 26 Biotecnologia Cincia & Desenvolvimento - n 38

    Tabela 1. Classificao e caracterizao das protenas Cry de Bacillus thuringiensis.

  • Biotecnologia Cincia & Desenvolvimento - n 38 27

    L- Lepidoptera; C- Coleoptera; D- Diptera; H- Hymenoptera; N- Nematoda; Le- leuccitos cancerosos humanos.

  • 28 Biotecnologia Cincia & Desenvolvimento - n 38

    Figura 2. Dendograma das protenas Vip sintetizadas por Bacillus thuringiensis(Fonte: http://www.lifesci.susx.ac.uk/home/Neil_Crickmore/Bt)

    Atualmente, existem 428 protenas Crydescritas, que esto classificadas em 55 clas-ses Cry (Tabela 1). O autor Crickmore man-tm um site na internet, o qual rene asinformaes sobre todas as toxinas Cry jpublicadas, alm de permitir o acesso scaractersticas moleculares de cada uma.Estes dados so atualizados periodicamen-te e podem ser acessados no endereo:http: / /www.l i fesci . susx.ac.uk/home/Neil_Crickmore/Bt.

    Este nmero tem crescido regularmen-te, pois a descoberta de novos genes im-plica na obteno de novas toxinas quepossam ter maior especificidade ou toxici-dade. Dentre os grupos de genes cry maisestudados, destacam-se cry1, cry2, e cry9,os quais j foram descritos com amplo es-

    pectro inseticida aos lepidpteros.Dentre estes grupos, os genes cry1 so

    os mais freqentes na natureza, represen-tando mais de 43% dos genes cry caracteri-zados e freqentemente as bactrias quepossuem genes deste grupo codificam pro-toxinas entre 130 e 140kDa, que so arma-zenados em cristais bipiramidais (Hofte &Whiteley, 1989; Rosas-Garca et al., 2008;Thammasittirong & Tipvadee, 2008).

    O dendograma da Figura 1 mostra osgrupos de protenas Cry, que so classifi-cados de acordo com a similaridade entrea seqncia de genes que codificam as re-feridas toxinas bacterianas.

    De acordo com Crickmore et al. (1998),o primeiro domnio apresenta em torno de45% de similaridade entre si, ao passo que

    o segundo domnio mostra-se entre 45 e 75%similares e o terceiro domnio a partir de 75%de similaridade, quando se trata da seqnciade aminocidos.

    Carlson et al. (1994) relatam que B. thu-ringiensis apresenta em seu genoma de 2,4 a5,7 milhes de pares de bases, e a maioria dosisolados apresentam elementos extra cromos-smicos lineares ou circulares. Os genes cryesto localizados em plasmdios e muitos iso-lados de B. thuringiensis possuem diversos ge-nes cry responsveis pela sntese de diferen-tes protenas inseticidas (Lereclus et al., 1993).Durante seu desenvolvimento, B. thuringien-sis passa por duas fases, a fase vegetativa e aestacionria, semelhantes ao desenvolvimentode Bacillus subtilis.

    A primeira fase caracteriza-se pelo cresci-mento exponencial das clulas de B. thuringi-ensis, momento em que h grande disponibili-dade de nutrientes no meio. A fase estacion-ria ocorre quando o meio se torna hostil e abactria adapta-se diminuio de nutrientesatravs de mecanismos genticos. A expres-so dos genes cry de B. thuringiensis geral-mente ocorre na fase estacionria da clula,acumulando seu produto na clula me, naforma de uma incluso cristalfera, a qual liberada no meio ao final da esporulao (Le-reclus et al., 2000). Esta incluso pode repre-sentar cerca de 25% do peso seco de clulas jesporuladas (Agaisse & Lereclus, 1995). Essesautores relatam que apesar da expresso dosgenes cry estarem estreitamente relacionadaao evento da esporulao, existem genes cryque so expressos independentemente da es-porulao.

    A quantidade de protena produzida poruma clula de B. thuringiensis no est direta-mente relacionada com o nmero de cpiasde genes cry, pois a capacidade de produode protena pela clula, mesmo com apenasuma cpia de um determinado gene cry, podeser elevada. Por exemplo, a cepa B. thuringi-ensis kurstaki HD73, possui apenas uma cpiade gene cry1, mas sintetiza cristais bipirami-dais em quantidades semelhantes quelas pro-duzidas por cepas que apresentam trs ou qua-tro diferentes genes cry1. Desta forma, a snte-se protica atinge um limite mximo, com cer-to nmero de cpias de genes cry na clula eacima deste no h acrscimo na produo detoxinas (Agaisse & Lereclus, 1995).

    As toxinas Cry so as mais proeminentesde uma srie de fatores que permitem o desen-volvimento de sua virulncia morte ou enfra-quecimento dos insetos. Esses dados sugeremque muitas estirpes de B. thuringiensis podemser consideradas como patgenos oportunistasde insetos. Seria de grande importncia umacompreenso mais profunda das verdadeirasfunes ecolgicas de B. thuringiensis, tantopara melhorar a confiabilidade da avaliao dosriscos e para o desenvolvimento de mtodoseficientes de isolamento de estirpes de B. thu-ringiensis, contendo genes cry ativos.

    1.2 Protenas Vip

    As protenas VIP foram descritas por Estru-

  • Biotecnologia Cincia & Desenvolvimento - n 38 29

    Tabela 2. Protenas Vip com efeito txico a diferentes insetos

    ch et al. (1996) e recebem essa denomina-o por serem produzidas na fase vegetati-va de crescimento de B. thuringiensis. Suaconcentrao tambm permanece alta an-tes e depois da fase de esporulao.

    Vrios estudos foram realizados apssua descoberta visando a caracterizao,identificao de novos tipos, ao insetici-da e tambm produo de plantas com ca-pacidade de express-las. Estes estudos, po-rm, so incipientes quando comparadoscom as endotoxinas.

    A localizao dos genes responsveispor sua produo ainda no foi determina-da, embora existam vrios conjuntos deprimers que podem ser utilizados para iden-tific-las como vip1 e vip2 (Rice, 1999; Fanget al., 2007; Selvapandiyan et al., 2001 )vip3A (Rice, 1999), vip3Aa (Seifinejad et al.,2008), vip5 e vip6 (Loguercio et al., 2002).

    A Figura 2 apresenta um dendogramacom as protenas Vip, j identificadas e ca-talogadas, no site: http://w w w . l i f e s c i . s u s x . a c . u k / h o m e /Neil_Crickmore/Bt. Esse dendograma mos-tra primeiramente dois grandes agrupamen-tos de protenas onde so encontradas se-qncias genticas semelhantes entre si,

    subdivididos em cinco grupos menores, deacordo com essa seqncia gentica. Per-cebe-se, claramente que esses cinco gru-pos similares so formados por protenasda mesma classe, ou seja, Vip1, Vip2 e Vip3. A diferena entre a seqncia de genesque codificam essas protenas que definesua classificao, como Vip1Aa, Vip1Ab, en-tre outras.

    De acordo com Rang et al. (2005), asprotenas Vip2 exibem entre 21 e 22% desimilaridade com a protena Vip3Ba1, en-quanto as protenas da classe Vip1 so en-tre 8 e 22% similares Vip3Ba1.

    Segundo Fang (2007) estas protenasrepresentam uma das maiores descobertasde toxinas com capacidade inseticida, sen-do extremamente relevante a ausncia desimilaridade nas seqncias de aminoci-dos destas protenas com as seqncias deaminocidos das endotoxinas, especialmen-te, em termos de manejo e evoluo daresistncia.

    De acordo com o dendograma da Fi-gura 2, estas protenas so classificadas emtrs subfamlias diferentes (Crickmore et al.,2005), sendo que ocorrem em torno de 15%das cepas de B. thuringiensis avaliadas por

    Estruch (1996) e 23% das cepas avaliadaspor Rice (1999). As subfamlias Vip1 e Vip2(Tabela 2) so componentes de uma pro-tena binria com atividade inseticida con-tra Diabrotica virgifera e D. longicornis(Han et al., 1999; Warren, 1997). As prote-nas Vip 3 so ativas contra lepidpteros(Tabela 2), como Spodoptera frugiperda eHelicoverpa zea. Seu modo de ao estrelacionado formao de poros na mem-brana do epitlio do intestino mdio (Yuet al., 1997; Loguercio et al., 2002; Lee etal., 2003). Ao mesmo tempo que a Vip 3apresentou toxicidade sobre lepidpterose no mostrou efeitos sobre insetos no-alvo (Whitehouse, 2007).

    Devido a sua atividade inseticida rela-cionada a Heliothis zea, as protenas Vip3A esto sendo expressas em plantas dealgodo, conferindo resistncia ao inseto.Nesse sentido, Bommireddy et al. (2007),avaliaram plantas de algodo modificadassomente com a protena Vip 3A, ou com acombinao de Vip 3A e Cry 1Ab (Vip Cot)nos lepidpteros H. zea e H. virescens. Con-siderando o comportamento das lagartas,os resultados desses autores mostram quehouve maior ndice de infestao em plan-tas no modificadas em relao s demais(Vip 3A e Vip Cot).

    O conjunto desses dados demonstraque s protenas Vip so promissoras nocontrole de insetos-praga, uma vez que pos-suem diferenas estruturais em relao sdemais protenas de B. thuringiensis, o quepode retardar o processo de resistncia naspopulaes de insetos.

    1.3 Demais fatores de virulnciade B. thuringiensis

    Alm das protenas Cry e Vip, os isola-dos de B. thuringiensis podem sintetizarprotenas denominadas Cyt, que possuematividade citoltica in vitro e especificidadein vivo aos dpteros (Hfte & Whitheley,1989; De Maagd et al., 2003). De acordocom esses autores fazem parte desse gru-po as protenas Cyt1Ca e Cyt2Aa e seumodo de ao tambm pode estar relacio-nado a um sinergismo com outras toxinasproduzidas pelos isolados.

    O entomopatgeno tambm produzoutros fatores de virulncia, como as -exotoxinas, -exotoxinas, hemolisinas, en-terotoxinas, quitinases e fosfolipases (Hf-te & Whiteley, 1989; De Maagd et al., 2001).Esses autores declaram desconhecida aexata contribuio de cada fator na viru-lncia da bactria, sendo uma dificuldadedeterminar o espectro txico de um isola-do que sintetiza mais de uma protena. Issoporque, quando os fragmentos txicos vose ligar aos receptores da membrana dointestino mdio do inseto, ocorre uma com-petio pelos stios de ligao, que podeinterferir na toxicidade do isolado.

    Guttmann & Ellar (2000) identificaramisolados de B. thuringiensis com a presen-a de hemolisinas, quitinases e lecitinases,

  • 30 Biotecnologia Cincia & Desenvolvimento - n 38

    sendo eles: Bt kurstaki, Bt israelensis, Btfukuokaensis Bt kyushuensis, Bt darmasta-diensis, Bt thompsoni, Bt tolworthii e Bt os-trinae. J as subespcies Bt galleriae, Bt ai-zawai e Bt wuhanensis apresentaram so-mente hemolisina e quitinase.

    Os mesmos autores tambm relatam apresena do gene que codifica a enteroto-xina, uma toxina produzida por diferentescepas de B. thuringiensis, com peso mole-cular em torno de 45kDa, e que pode sertxica a vertebrados, uma vez que anlo-ga toxina produzida por B. cereus. Con-siderando a anlise de 13 isolados de B.thuringiensis avaliados, 9 foram positivospara o gene entS que codifica a enterotoxi-na. No mesmo sentido, Rivera et al. (2000)avaliaram 74 isolados do entomopatgeno,em relao a presena dos genes bce, hbl enhe para a enterotoxina. Os seus resulta-dos mostram que o gene nhe foi o maisfreqente, seguido de hbl e bce mostrandoassim, uma pequena diferena na distribui-o desses genes entre B. thuringiensis eB .cereus.

    Outros dados de pesquisa sobre ente-rotoxina (Ngamwongsatit et al., 2008), re-velaram a presena dos genes hbl, nhe, cytKe entFM em 205 isolados de B. thuringien-sis e 411 isolados de B. cereus. Os dadosdesses autores mostram que, em 149 isola-dos de B. thuringiensis todos os genes ocor-reram simultaneamente, sendo os genes nhee entFM aqueles de menor freqncia. Es-ses autores relatam a importncia desseconhecimento uma vez que a enterotoxina

    pode causar intoxicao alimentar, quan-do relacionada ao patgeno B. cereus.

    Em relao -exotoxina, tambm cha-mada thuringiensina, uma protena compeso molecular de 0,7 kDa (Gohar & Per-chat 2001), insespecfica, termoestvel,identificada por inibir a sntese de rRNA(Mackedonski & Hadjilov, 1972) e prejudi-car a formao do fuso mittico, dentreoutros efeitos observados em ensaios in vi-tro com Alium cepa (Sharma & Sahu, 1977).Por ser inespecfica e txica a vertebrados,a thuringiensina avaliada em testes labo-ratoriais, utilizando roedores como cobai-as.

    Os dados de Ohba et al. (1981) mos-tram que, de 740 isolados de B. thuringi-ensis avaliados quanto a presena da -exo-toxina, 28 produziram essa toxina. Almdesses, dois isolados da espcie B. subtilis,um isolado de B. natto e dois isolados daespcie B. megaterium tambm foram pro-dutores da thuringiensina.

    Nesse sentido, Hernandz et al. (2003)revelam que 79% dos isolados de B. thu-ringiensis thuringiensis so produtores des-sa toxina, seguidos de 20% para B. thurin-giensis kenyae, 13% para B. thuringiensiskurstaki, contrastando com 0% de produ-o para B. thuringiensis aizawai.

    Na Tabela 3 constam dados sobre a pro-duo da -exotoxina pelas diferentes su-bespcies de B. thuringiensis.

    A thuringiensina tambm apresenta ati-vidade inseticida a diferentes espcies deinsetos-praga, como demonstra o trabalho

    de Barreto et al. (1999) utilizando S. frugiper-da em seus ensaios de toxicidade. Porm, de-vido as suas propriedades no especficas aosinsetos, ou seja, pode tambm afetar organis-mos no-alvo, os isolados bacterianos que soprodutores dessa toxina no podem ser co-mercializados para serem utilizados na agri-cultura visando o controle de insetos-praga.

    1.1 Referncias

    Agaisse, H. & Lereclus, D. 1995. How does Baci-llus thuringiensis produce so much insetici-dal crystal protein? Journal of Bacteriol., 177:6027-6032.

    Bhalla, R., Dalal, M., Panguluri, S.K., Jagadish, B.,Mandaokar, A.D., Singh, A.K., Kumar, P.A.,2005. Isolation, characterization and expres-sion of a novel vegetative insecticidal pro-tein gene of Bacillus thuringiensis. FEMSMicrobiology Letters 243: 467472.

    Barreto, M.R., Louguercio, L.L., Valicente, F.H.,Paiva, E. 1999. Inseticidal activity of culturesupernatants from Bacillus thuringiensis Ber-liner strains against Spodoptera frugiperda (Le-pidoptera: Noctuidae) larvae. Anais da Soci-edade Entomolgica do Brasil. 28(4), 675-685.

    Bishop A H, Johnson C, Perani M 1999. The safetyof Bacillus thuringiensis to mammals investi-gated by oral and subcutaneous dosage. WorldJournal of Microbiology and Biotecnology15:375-380.

    Bommireddy, P. L., B. R. Leonard and K. Emfinger.2007. Arthropod Management and AppliedEcology. Journal of Cotton Science. 11:199-207.

    Bravo, A. 1997. Phylogenetic Relationships of Ba-cillus thuringiensis d-Endotoxin Family Pro-teins and Their Functional Domains. Journalof Bacteriology, 179:9 p. 27932801.

    Carlson, C.R.; Caugant, D.A. & Kolst, A.B. 1994.Genotypic diversity among Bacillus cereus eBacillus thuringiensis strains. Applied Envi-ronmental Microbiology, 60: 1719-1725.

    Crickmore, N., D. R. Zeigler, E. Schnepf, J. VanRie, D. Lereclus, J. Baum, A. Bravo, and D.H. Dean. 2005. Bacillus thuringiensis toxinnomenclature. [Online.] http://w w w . l i f e s c i . s u s s e x . a c . u k / H o m e /Neil_Crickmore/Bt.

    Crickmore, N.; Zeigler, D.R.; Feitelson, J.; Schnepf,E.; Van Rie, J.; Lerecus, D.; Baum, J.; Dean,D.H. 1998. Revision of the nomenclature forthe Bacillus thuringiensis pesticidal crystal pro-tein. Microbiology and Molecular Biology Re-views 62(3): 807-813.

    De Maagd, R.A. DE; Bravo, A.; Berry, C.; Crickmo-re, N. & Schnepf, E. 2003. Structure, diversityand evolution of protein toxins from spore-forming entomopathogenic bacteria. AnnualReview of Genetics, 37: 409 - 433.

    De Maagd, R. A. DE; Bravo, A. & Crickmore, N.2001. How Bacillus thuringiensis has evol-ved specific toxins to colonize the insectworld. Trends in Genetics, 17: 193-199.

    Doss, V.A., Kumar, K.A., Jayakumar, R., Sekar, V.,2002. Cloning and expression of the vege-tative insecticidal protein (vip3V) gene ofBacillus thuringiensis in E. coli. ProteinExpr. Purif. 26, 8288.

    Tabela 3. Subespcies de Bacillus thuringiensis produtores da -exotoxina

  • Biotecnologia Cincia & Desenvolvimento - n 38 31

    Estruch, J. J., G. W. Warren, M. A. Mullins, G. J.Nye, J. A. Craig, and M. G. Koziel. 1996.Vip3A, a novel Bacillus thuringiensis ve-getative insecticidal protein with a widespectrum of activities against lepidop-teran insects. Proc. Natl. Academic Sci-ence, 93:53895394.

    Fang,J.; Xu, X.; Wang,P.; Zhao, J.Z.; Shelton,A.M.; Cheng,J.; Feng,M.G.; Shen,Z. 2007.Characterization of Chimeric Bacillus thu-ringiensis Vip3 Toxins. Applied and En-vironmental Microbiology, 73(3): 956961.

    Feitelson, J.S.; Payne, J. & Kim, L. 1992. Baci-llus thuringiensis: insects and beyond. Bi-oTechnology, 10:27175.

    Gohar M., Perchat S. 2001. Sample preparationfor beta-exotoxin determination in Baci-llus thuringiensis cultures by reversed-phase high-performance liquid chroma-tography. Analitical Biochemistry 298: 112-117.

    Grochulski, P. et al. 1995. Bacillus thuringien-sis CryIA(a) insecticidal toxin crystalstructure and channel formation. Journalof Molecular Biology, 254: 447464.

    Guttmann, D.M.; Ellar, D.J. 2000. Phenotypicand genotypic comparisons of 23 strainsfrom the Bacillus cereus complex for aselection of known and putative B. thu-ringiensis vitulence factors. FEMS Micro-biology Letters. 188: 7-13.

    Han, S., J. A. Craig, C. D. Putnam, N. B. Caroz-zi, and J. A. Tainer. 1999. Evolution andmechanism from structures of an ADP-ribosylating toxin and NAD complex. Na-ture Structural Biology 6:932936.

    Hernndez C S, Martnez C, Porcar M, Caballe-ro P, Ferr J 2003. Correlation betweenserovars of Bacillus thuringiensis and typeI -exotoxin production. Journal of Inver-tebrate Pathology. 82:57-62.

    Hfte, H. & Whiteley, H. R. 1989. Inseticidalcrystal proteins of Bacillus thuringiensis.Microbiology Reviews 53: 242-255.

    Lee, M. K., F. S. Walters, H. Hart, N. Palekar,and J. S. Chen. 2003. The mode of actionof the Bacillus thuringiensis vegetative in-secticidal protein Vip3A differs from thatof Cry1Ab -endotoxin. Applied Environ-mental Microbiology, 69:46484657.

    Lereclus, D.; Agaisse, H.; Grandvalet, C.; Sla-mitou, S. & Gominet., M. 2000. Regulati-on of toxin virulence gene transcriptionin Bacillus thuringiensis. Int. Journal Me-dical Microbiology, 290: 295-299.

    Lereclus, D.; Delcluse & Lecadet, M.-M. Di-versity of Bacillus thuringiensis toxins andgenes. In: P. Entwistle, J.S.; Cory, M.J.; Ba-ley & S. Higgs (ed.), Bacillus thuringien-sis, an environmental biopesticide: the-ory and pratice, John Wiley & Sons, Ltd.,Chichester, U.K. p. 37-69. 1993.

    Levinson, B.L.; Kasyan, K.J.; Chiu, S.S; Currier,T.C.; Gonzlez, J.M. 1990. Identificationof -exotoxin production, plasmids en-coding -exotoxin, and a new exotoxinin Bacillus thuringiensis by using highperformance liquid chromatography. Jour-nal of Bacteriology. 3172-3179.

    Li, J. et al. 1991. Crystal structure of insectici-

    dal delta-endotoxin from Bacillus thurin-giensis at 2.5 resolution. Nature 353:815821.

    Liao, C., Heckel, D.G., Ackhurst, R., 2002. To-xicity of Bacillus thuringiensis insectici-dal proteins for Helicoverpa armigera andHelicoverpa punctigera (Lepidoptera:Noctuidae), major pests of cotton. Jour-nal of Invertebrate Pathology 80, 5563.

    Loguercio, L.L.; Barreto, M.L.; Rocha, T.L.; San-tos, C.G.; Teixeira, F.F.; Paiva, E. 2002.Combined analysis of supernatant-basedfeeding bioassays and PCR as a first-tierscreening strategy for Vip-derived activi-ties in Bacillus thuringiensis strains effec-tives agaist tropical fall armyworm. Jour-nal of Applied Microbiology, 93: 269-277.

    Mackedonski, V.V. e Hadjiolov, A.A. 1972. Pre-ferential in vivo inhibition of ribosomalribonucleic acid synthesis in mouse liverby the exotoxin of Bacillus thuringiensis.FEBS Letters, 21:211-214.

    Mesrati, L.A., Tounsi, S., Jaoua, S., 2005. Cha-racterization of a novel vip3-type genefrom Bacillus thuringiensis and eviden-ce of its presence on a large plasmid.FEMS Microbiology Letters 244: 353358.

    Mohd-Salleh, M.B.; Lewis, L.C. 1982. Compara-tive effects of spore-crystal complexes andthermostable exotoxins of six subspeciesof Bacillus thuringiensis on Ostrinia nu-bilalis (Lepidoptera: Pyralidae)

    Ngamowongsatit, P.; Buasri, W.; Pianariyanon,P.; Pulsrikarn,C.; Ohba, M.; Assavanig, A.;Panbangred, W. 2008. Broad distribuitionof enterotoxin genes among Bacillus thu-ringiensi and Bacillus cereus as shownby novel primers. International Journal ofFood Microbiology. 121: 352-356.

    Nishiitsutsuji-Uwo, J.; Ohsawa, A. & Nishimu-ra, M.S. 1977. Factors affecting the insec-ticidal activity of d-endotoxin of Bacillusthuringiensis. J Invertebr Pathol 29:162169.

    Ohba, M.; Ono,K.; Aizawa, K.; Iwanami, S. 1981.Two new subspecies of Bacillus thurin-giensis isolated in Japan: Bacillus thurin-giensis subsp. kumamotoensis (serotype18) and Bacillus thuringiensis subsp. to-chigiensis (serotype 19). Journal of Inver-tebrate Pathology 38(2):184-190.

    Ohba, M.; Tantichodok,A.; Aizawa,K. 1981. Pro-duction of heat-stable exotoxin by Baci-llus thuringiensis and related bacteria.Journal of Invertebrate Pathology. 38(1):26-32.

    Rang, C.; Gil,P.; Neisner,N.; Van Rie, J.; Frutos,R. 2005. Novel Vip3 related protein fromBacillus thuringiensis. Applied and Envi-ronmental Microbiology, 71(10): 6276-6281.

    Rice, W. C. 1999. Specific primers for the de-tection of Vip 3A insecticidal gene withina Bacillus thuringiensis collection. Lettersand Applied Microbiology. 28:378-382

    Rivera, A.M.G.; Granum, P.E.; Priest, F.G. 2000.Common occurrence of enterotoxin ge-nes and enterotoxicity in Bacillus thurin-giensis. FEMS Microbiology Letters. 190:151-155.

    Rosas-Garca, N.M.; Mireles-Martnez1, M.;Hernndez-Mendoza, J.L. & Ibarra, J.E.2008. Screening of cry gene contentsof Bacillus thuringiensis strains isola-ted from avocado orchards in Mexico,and their insecticidal activity towardsArgyrotaenia sp. (Lepidoptera: Tortri-cidae) larvae. Journal of Applied Mi-crobiology 104:224230.

    Sharma C. B. S. R., Sahu R. K. 1977. A preli-minary study on the responses of rootmeristems to exotoxin from Bacillusthuringiensis a constituent of a micro-bial insecticide, Thuricide. Mutation Re-search 46:19-26.

    Schnepf, E.; Crickmore, N.; Van Rie, J.; Lere-clus, D.; Baum, J, et al. 1998. Bacillusthuringiensis and its pesticidal crystalproteins. Microbiology Molecular Bio-logy Review 62:775806.

    Schnepf, H.E. & Whiteley, H.R. 1981. Clo-ning and expression of the Bacillus thu-ringiensis crystal protein gene in Esche-richia coli. Proc Natl Acad Sci USA,78:28932897.

    Seifinejad, A.; Salehi-Jouzani, G. R.; Hossein-zadeh, A.; Abdmishani, C. 2008; Cha-racterization of Lepidoptera-active cryand vip genes in Iranian Bacillus thu-ringiensis strain collection. BiologicalControl 44(2): 216-226.

    Selvapandiyan, A; Arora, N; Rajagopal, R.;Jalali, S. K.; Venkatesan, T.; Singh, S.P.; Bhatnagar, R. K. 2001. ToxicityAnalysis of N- and C-Terminus-DeletedVegetative Insecticidal Protein from Ba-cillus thuringiensis. Appliedd Environ-mental Microbiology 67(2): 5855-5858.

    Thammasittirong, A. & Tipvadee, A. 2008.PCR-based method for the detection ofcry genes in local isolates of Bacillusthuringiensis from Thailand. Journal ofInvertebrate Pathology, 98: 121126.

    Tsuchiya, S.; Kasaishi, Y.; Harada, H.; Ichi-matsu, T.; Saitoh, H.; Mizuki, E.; Ohba,M. 2002. Assessment of the efficacy ofJapanese Bacillus thuringiensis isolatesagainst the cigarette beetle Lasiodermaserricorne (Coleoptera: Anobiidae).Journal of Invertebrate Pathology.81:122-126.

    Warren, G. W. 1997. Vegetative insecticidalproteins: novel proteins for control ofcorn pests, p. 109121. In N. Carozziand M. Koziel (ed.), Advances in in-sect control: the role of transgenicplants. Taylor and Francis.

    Whitehouse, m. E. A. L. J. Wilson, and G. A.Constable. 2007. Target and non-targeteffects on the invertebrate communityof Vip cotton, a new insecticidal trans-genic. Australian Journal of Agricultu-re Research 58:273-285.

    Yu, C. G., M. A. Mullins, G. W. Warren, M.G. Koziel & J. J. Estruch. 1997. The Ba-cillus thuringiensis vegetative insecti-cidal protein Vip3A lyses midgut epi-thelium cells of susceptible insects. Ap-plied Environmental Microbiology63:532536.