Tipologia - Classificaes e Famlias de LetrasATipografia
conhecida como o mtodo de impresso baseado na montagem dos TIPOS
MVEIS, criado porJohannes Genfleisch Gutenberg, e est em extino com
o desenvolvimento do computador e dos softwares de editorao
eletrnica.Tipologia,no entanto, o estudo da formao dos tipos. Essa
por sua vez cresce a cada dia, principalmente com a importncia do
design grfico e digital.
Assim como as roupas so reflexos de tendncias e comportamentos
de uma poca, podemos dizer que o estudo dos tipos, desde a inveno
da escrita cuneiforme pelos sumrios em 3150 a.C at a impresso de
tipos mveis por Gutenberg em 1450, sempre acompanhou a urgncia do
homem como meio de diferentes expresses culturais e implementou as
trocas comerciais.
Como exemplo, pode-se afirmar que, a partir da Revoluo
Industrial, a tipologia passou a ter um foco mais comercial, que
foi fundamental para o desenvolvimento da propaganda. Alm disso, ao
aliar esttica e esprito crtico teve influncia decisiva em
movimentos artsticos como o Dadasmo, Futurismo, Construtivismo e a
Bauhaus.
A partir da dcada de 70, com o advento do computador, iniciou-se
outra revoluo considerada chave para entender a sociedade de
informao em que vivemos hoje: o processamento de informaes por bits
e o desenvolvimento do desktop publishing, atravs de softwares como
o PageMaker, inovaes estas que so a base da tipologia da
atualidade.
O termo tipo o desenho de uma determinadafamliade letras como
por exemplo: Verdana, Futura, Arial, etc.
As variaes dessas letras (claro ou ligth, itlico, negrito ou
bold e negrito itlico, por exemplo) de uma determinada famlia so
asfontesdesenhadas para a elaborao de um conjunto completo de
caracteres, chamado de alfabeto, em caixa alta e caixa baixa,
nmeros, smbolos e pontuao.
Os tipos constituem a principal ferramenta de comunicao. As
vrias alternativas de famlias e fontes permitem que voc d expresso
ao documento, para transmitir instantaneamente, e no-verbalmente,
atmosfera, imagem e personalidade de uma publicao
Tipografia transformar um espao vazio, num espao que no seja
mais vazio. Isto , se voc tem uma determinada informao ou texto e
precisa dar-lhe um formato impresso com uma mensagem clara que
possa ser lida sem problema, isso tipografia. Wolfgang Weingart
Bom design aquele que utiliza bem as potencialidades da
tipografia.Alis, no por acaso, que o conhecedor do design de
qualidade consegue identificar pelos tipos de letra utilizados se
quem fez o projeto ou no profissional.
Na era da Revoluo Digital, a tipografia seja uma rea bastante
complexa, recorrendo a tecnologias especficas e bastante avanadas,
para obter o melhor resultado na tela, impressoras postscript,
plotters, etc.
Falar em tipografia digital falar em criao de famlias de tipos
(para serem utilizados nos computadores pessoais em diversas
aplicaes, por exemplo), mas tambm na criao de logotipos,
letterings, ttulos, enfim, todo um universo tipogrfico que recorra
ao desenho de tipos para fins especficos e por vezes nicos (ex:
criao de um logotipo de um jornal).
Parte da LetraOs elementos tipogrficos podem ser divididos em:-
Linha de Base (baseline)- Linha Central (meanline ou midline)-
Ascendente (ascender)- Descendente (descender)- Letra Caixa Alta
(upper-case)- Letra Caixa-baixa (lower-case)- Altura de x
(x-height) - Cabea ou pice (apex)- Serifa (serif) - Barriga ou Pana
(bowl)- Haste ou Fuste (stem)- Montante ou Trave (diagonal stroke)-
Base ou P (foot)- Barra (bar)- Bojo (counter)
MEDIDAS TIPOGRFICAS
H dois sistemas bsicos de medidas tipogrficas utilizados no
Brasil : o Didot e o anglo-americano.O sistema Didot tem como
unidades bsicas o ccero e o ponto. Um ccero equivale a 12 pontos,
que medem cerca de 4,512 milmetros. O sistema anglo-americano tem
como sistemas a paica e o ponto. Uma paica equivale a 11,33 pontos
do sistema Didot.O sistema anglo-americano muito utilizado nas
mquinas de fotocomposio deorigem americana e o Didot usado na
composio em linotipo.
ESPAAMENTO ENTRE AS PALAVRAS
So os espaos entre uma palavra e outra, chamados dequadratins.O
quadratim est relacionado com o tamanho da letra M, que o quadrado
do corpo. Um espaamento normal entre palavras tem1/3 do
quadratim.
ESPAAMENTO ENTRE LETRAS
A maioria das fontes tem espaos de 1 ponto, que podem ser
utilizados isoladamente ou em grupos. Em computao grfica, pode se
dar pelotracking- espaamento normal, entre as letras; ou
pelokerning- espaamento entre combinaes de letras, geralmente entre
o i (a letra mais fina) e o M ( a mais grossa).
ENTRELINHAMENTO(leading) o espao entre as linhas. O
entrelinhamento mais comum tm de 2 a 4 pontos. As entrelinhas com 6
pontos ou mais so chamadas lingotes e tm 6, 12, 24 e 36 pontos. A
composio feita sem entrelinhamento chamada composio cerrada ou
cheia.
TIPOLOGIA E DESIGN
O maior de todos os objetivos do designer grfico o bom senso e a
criatividade. Ele precisa comunicar algo a algum, e tem que chamar
a ateno. A parte escrita muito importante num projeto grfico e
saber utilizar de forma correta os tipos ou fontes fundamental.
Alguns passos so abordados na construo de uma pgina:
1. Contraste- importante lembrar de algumas regras quando usar
as fontes na composio: tamanho, peso, estrutura, forma, direo,
cor.
E algumas regras valem como dicas permanentes na diagramao com
tipos: fontes com serifa facilitam a leitura, sejam em ttulos ou
textos. Fonte sem serifa ideal para ttulos, frases, textos de
leitura rpida.
O alinhamento esquerda tambm facilita a leitura. Cuidado com o
contraste que forma a cor com o fundo: amarelo sobre branco tem uma
leitura difcil, vermelho sobre verde vibra muito, branco sobre
preto em texto longo cansa a leitura.
2. Repetio- o que cria uma identidade visual com o leitor,
estabelecendo uma hierarquia, utilize determinadas fontes em
determinados pontos da sua pgina, como ttulos, subttulos e em
pontos estratgicos.
3. Alinhamento centralize ou justifique quando o tema do seu
site e o texto for formal, caso contrrio procure utilizar o texto
de forma mais livre e disponha conforme a sua criatividade e o bom
senso permitirem. H cinco maneiras bsicas de organizar as linhas de
composio em uma pgina :
Justificada :todas as linhas tm o mesmo comprimento e so
alinhadas tanto esquerda quanto direita.
No-justificada direita :as linhas tm diferentes comprimentos e
so todasalinhadas esquerdae irregulares direita.
No-justificada esquerda :as linhas tm diferentes comprimentos e
soalinhadas direitae irregulares esquerda.
Centralizada :as linhas tm tamanho desigual, com ambos os lados
irregulares.
Assimtrica :um arranjo sem padro previsvel na colocao das
linhas.
4. Legibilidade -Talvez seja o ponto fundamental, muito
importante saber utilizar estilos de fontes em determinados casos,
fontes desconstrudas e modernas se encaixam bem em designs modernos
e jovens, fontes clssicas e manuscritas muitas vezes se encaixam
bem em visuais clssicos e srios, fontes normais e srias se encaixam
perfeitamente em sites institucionais e moderados.
Classificao dos tipos
Famlia: o conjunto completo de caracteres sob o mesmo estilo e
em todos os corpos: caixa alta e baixa, sinais de pontuao, acentos
e numerais.
Fonte de tipos: so todas as variaes de uma fonte: Helvtica
Narrow, Helvtica Narrow Bold, Helvtica Narrow Bold Oblique.
Classificao quanto ao desenho da letra
Serifa triangular - chamadas tb de elzevir. Ex: Times New
RomanSerifa linear - didot. Ex:BodoniSerifa quadrada - egpcio. Ex:
GeoSlabSem serifa. Ex: HelvticaSemi sem serifa. Ex: Optima e
RotisCursivas ( manuscritas ). Ex: Thelly Alegro BTFantasias. Ex:
Kidnap
Fontes digitais - Com o advento do computador a Adobe
desenvolveu a linguagem postscript que possibilitou um novo formato
de fonte, o vetorial.
Fontes Adobe Type 1- apresentam um n a cada 90 graus, trazendo
refinamento e preciso ao desenho do tipo. Para impressoFontes True
Type- apresentam um n a cada 45 graus, portanto apresentam defeitos
quando ampliados. Para saida web
Baseados em estudos feitos por Francis Thibedeau, em meados do
sculo XVIII, na Frana, foi estabelecido as principais famlias de
letras de imprensa. So elas:
Romana antigaCriada pelos franceses no sculo XVIII, inspirada na
escrita monumental romana, proporciona ao leitor um inconsciente
descanso visual, alcanando o maior grau de visibilidade de todas as
famlias.
Romana modernaCriada pelos italianos no sculo XVIII, apresenta
uma evoluo dos romanos clssicos, Esteticamente agradveis, trouxeram
sensvel melhora na legibilidade das letras.
Egpcia ou Serifa QuadradaCriada com o advento da revoluo
industrial, no sculo XVIII, tem como caracterstica estrutural uma
certa uniformidade nas hastes e serifas retangulares.
Lapidria, Grotesca ou Sem SerifaCriada na Alemanha no sculo XIX,
possui caracteres com poucas variaes em suas hastes, cujos
arremates no possuem serifas. Indicada para a confeco de hastes e
embalagens, mas desaconselhvel para textos longos.
CursivaSo as letras que no se encaixam em nenhuma das famlias j
vistas. Elas tm hastes e serifas livres, o que as tornam as mais
ilegveis de todas, limitando seu uso a destaques, com nmero
limitado de toques.
Estilo Antigo:baseiam-se na escrita mo dos escribas, que
trabalhavam com uma pena na mo. Possuem serifas sendo que na caixa
baixa elas so inclinadas. nfase diagonal, transio grosso-fina
moderada. Ex.: Garamond
Estilo dos Tipos
Estilo Moderno:em 1700, o aperfeioamento do papel, as tcnicas
mais sofisticadas de impresso e um aumento genrico dos dispositivos
mecnicos foram fatores que fizeram com que o tipo tambm se tornasse
mais mecnico. nfase vertical, serifas horizontais e finas, transio
grosso-fino radical. Ex.: Bodoni
Serifa grossa:surgiu com o conceito de propaganda depois da
Revoluo Industrial. Tambm chamada de tipo egpcio. nfase vertical,
as serifas em caixa baixa so horizontais e grossas, pouca ou
nenhuma transio grosso-fino nos traos. Ex.: New Century
Schoolbook
Sem serifa: o tipo chamado de sans serif. A idia de remover as
serifas foi um progresso tardio na evoluo das tipologia e no obteve
muito sucesso at o incio do sculo XX. No h serifa em parte alguma,
no h transio grosso-fino nos traos, no h nfase em nenhum dos eixos.
Ex.: Antique Olive
Manuscrito:todos os tipos que parecem ser escritos mo. Ex.:
Ariston
Decorativo ou fantasia:so timos, engraados, diferentes, fceis de
usar. Devem ser usados pontualmente no trabalho para no
descaracteriz-lo. So usados para logotipos, capitulares e vinhetas.
Ex.: Shabby
CUIDADOS COM A LEGIBILIDADE
Vrios fatores influenciam na legibilidade de um determinado tipo
e, desta forma, em todo o texto e pgina.
Espaamento entre as letras e seus contornos internos (determinam
a densidade de um tipo e da composio resultante).
Contraste dos traos e suas formas. Todas essas caractersticas so
fundamentais na escolha de uma certa famlia/fonte, isto , o
conjunto de tipos alfanumricos com traos comuns em seus
desenhos.
As letras podem ser condensadas ou expandidas, no desenho
original, ou eletronicamente. Mantm-se a altura da letra, mas
diminui a largura(condensao)ou aumenta a largura da
letra(expanso).
H vrios formatos comuns de tipo, e a principal classificao feita
pela presena ou no de serifas usadas nas famlias e fontes. De
maneira geral, as serifas - as curvas ou traos colocados nas
extremidades de um caracter -, facilitam a leitura, pois fazem as
palavras do texto parecerem contnuas aos olhos, oferecendo a mesma
sensao da caligrafia, lembrando a escrita manual.
Ostipos romanoscaracterizam-se pelas serifas arredondadas e
traos de espessuras diferentes. De leitura fcil, mesmo em corpos
(ou tamanhos) pequenos - mas com relativamente baixo impacto visual
- , tornaram-se um padro to forte desde sua inveno que hoje no so
usados apenas quando se pretende chamar a ateno em ttulos,
logotipos e congneres e oferecer um visual menos clssico ao arranjo
grfico.
Ostipos egpcios,caracterizados pelas serifas quadradas,
apresentam traos uniformes e, comumente, so monoespaados.
Outro formato comum de tipos osem serifa,ou ostipos basto ou
grotescos,com traos tambm uniformes e, normalmente, retos e com
espaos e tamanhos variveis entre as letras. Um exemplo comum a
fonte Arial, e algumas variaes como Helvetica, Futura, Franklin.
Apresentam bom impacto visual, mas a leitura em corpos pequenos e
caixa baixa pode ser prejudicada. So tipos adequados para ttulos e
logotipos, onde a composio feita com corpos maiores e a leitura
rpida desejada.
As letrasscript, itlicas ou cursivas, imitam as letras
manuscritas e podem ter vrios formatos e formas - assim a definio
desses tipos a mais genrica. As serifas das cursivas so naturais e
emendam as letras, umas nas outras, e os traos so bem contrastantes
e diferentes. Podem formar belos efeitos visuais em decoraes, mas
preciso usar corpos um pouco maiores para facilitar a leitura e
visualizar a beleza de seus traos. No so fontes que podem ser
usadas em grandes blocos de texto, como esse, pois o efeito no
exatamente agradvel. So mais usadas em ttulos e logotipos de
grandes tamanhos.
Existem ainda ostipos fantasia, com desenho artstico, que podem
ser usados apenas em mensagens rpidas, marcas, ttulos e similares.
Tm vrias formas diferentes, e misturam caractersticas de outros
tipos, com traos e pesos indefinveis. Normalmente so aqueles de
desenho livre e que no se encaixam em nenhum dos grupos de letras
da definio clssica.
Outros critrios que influenciam na classificao e na escolha dos
tipos para uma determinada composio so:
- a fora dos traos e a posio- inclinao das letras (redondo,
negrito, fraco, itlico)- largura dos caracteres (expandido,
condensado, normal, estreito).
Fatores externos aos tipos em si tambm devem ser levados em
conta na escolha das fontes, como a cor dos caracteres, a cor do
papel ou do fundo - o que pode exigir tipos mais fortes ou com
maior corpo -, e o tipo de impresso ou de suporte utilizado, que
pode impedir o uso de corpos menores ou com traos fortes e
prximos.
PADRONIZAO
O designer deve se preocupar com a padronizao grfica que adotar,
respectivamente, na produo do texto e na soluo grfica do
trabalho.
Aplicar pouca variedade de tipos, evita uma miscelnea de letras
- o famoso bilhete de seqestrador - que acabam por dificultar a
leitura e a definio de um estilo grfico para a o conjunto da
aplicao.
Variaes de tipos -Especialistas sugerem que o nmero de tipos de
letras utilizados fique em torno de trs ao longo de todo o
projeto.
Utilize famlias de letras para caracterizar diferentemente o
ttulo, o texto e demais informaes da pgina, como assinaturas,
rodaps e crditos. Ao adotar, por exemplo, trs tipos pode-se fazer
uso de suas variaes como o itlico, o bold e o condensado/expandido
que permitem boa margem de opes, sem, contudo, descaracterizar o
estilo da pgina.
A escolha do tipo de letra embora subjetiva deve considerar
legibilidade, ou seja, a facilidade que leitor deve ter para
reconhecer as letras. Leiturabilidade a facilidade de ler o
texto.
Tipos serifados
Tipos que contem traos nas extremidades das letras. Guiam os
olhos do leitor de uma letra para outra, imprimindo ritmo e
facilitando a leitura impressa. Ex: Garamond, Bodoni, Baskerville e
etc.
Tipos sem serifa (tipo basto, grotesca ou lapidria)Tipos que no
contm traos. So retos e utilizados em ttulos e legendas com letras
no formato bold. Os tipos sem serifa facilitam a leitura pela
ausncia de refinamentos como o das serifas. Ex: Helvtica, Verdana,
Arial, Futura, etc.
COMBINANDO TIPOS
Deve-se ter em mente um princpio bsico de design grfico: h muito
mitos e no h certo e errado. O importante comunica de acordo com a
proposta editorial da pgina ou do projeto. O que certo para um
projeto destinado a um pblico, no ser necessariamente para
outro
Alguns pontos devem ser evitados:
1. No use mais de uma famlia do mesmo estilo (moderno, antigo,
etc). Isso causa no leitor a sensao de que o diagramador errou,
porque ele v a diferena dos estilos mas no sabe compreender o
efeito.
2. Use e abuse de contraste. O contraste pode se processar pela
diferena de tamanho, de cor, e de estilo de tipos. Por exemplo, voc
pode combinar uma fonte sem serifa com uma fonte com serifa. Isso
porque elas tem sua formao e seu design contrastantes, e vo causar
uma tenso visual - o que positivo, porque orienta o olho do leitor
ao local desejado, com base na alterao do ritmo diferente dos
desenhos de letras.
VOCABULRIO BSICO 1(alguns termos utilizados)
O que ALINHAMENTO? a forma de organizao de colunas de texto,
cujas linhas podem ser alinhadas esquerda, direita, centralizadas
ou blocadas.O que CAIXA-ALTA/CAIXA BAIXA? a forma de designar a
tipologia utilizada em letras minsculas (caixa-baixa) ou letras
maisculas (caixa-alta).O que CAPITULAR? a letra - em corpo maior do
que o usado no texto - que inicia o pargrafo de uma matria
principal ou secundria.O que CORPO?Corpo a medida de tamanho das
letras. Quanto maior o corpo, maior o tamanho da letra.O que
DIAGRAMAR?Diagramar consiste em determinar a disposio dos elementos
em uma pgina, de acordo com critrios jornalsticos e estticos
textos, ttulos, legendas, anncios e imagens.
Alguns sites sobre
tipografia:-http://www.linotype.com/-www.adobe.com-www.fontsite.com-www.unostiposduros.com
Fonte: UNB/FAC; Universidade Anhembi Morumbi - Andrej Grujic;
Famecos/PUCRS, Planejamento Grfico 1O discurso grficoTrecho do
livroO Planejamento Grfico na Comunicao Impressa, de Rafael Souza e
Silva.
Observando as coisas em seu conjunto Marshall McLuhan, 1
(1.Marshall McLuhan, Os Meios de Comunicao como Extenses do Homem
(So Paulo, 1971), pp. 231-232) estudioso e pesquisador no campo da
comunicao humana, defende a idia de que a pgina do jornal teria
quebrado a linearidade do livro, isto , apresentando de forma
simultnea vrias estrias, em sistema de mosaico. Diz ele: Sabemos
que o livro uma forma restrita e confessional que nos leva ao ponto
de vista individual, enquanto que o jornal, ao contrrio, exige a
participao coletiva. Dessa forma, torna-o juntamente com as
revistas, um dos mais importantes veculos de comunicao de
massa.
Nele vamos encontrar imagens, ttulo principal e os secundrios, o
texto, subdividido em diversas partes, fios finos e grossos,
ordenando toda a pgina. H espaos vazios e cheios, dispostos de tal
forma que num simples bater de olhos somos informados com rapidez e
preciso.
na diagramao concentra-se todo o segredo do discurso grfico, em
que a tipologia mnima contida harmonicamente e padronizada, alia-se
ao ritmo dado s mensagens. Em vez de preto ocupando cada pedacinho
de papel, a leveza do espao em branco valoriza a mensagem e o feito
sutil obtido com o planejamento grfico e a significao esttica.
Foi a partir de 1950, com o advento da televiso no Brasil, que o
jornalismo impresso precisou se reestruturar para acompanhar a
forte concorrncia imposta pelos poderosos veculos de comunicao de
massa eletrnicos (rdio e televiso). Surge nessa poca a figura
legendria de Samuel Wainer 3 (3. Samuel Wainer (1912/ 1980),
jornalista fundador do jornal ltima Hora, de So Paulo, em 1951,
reunindo na poca um grupo de profissionais qualificados, causando
uma revoluo na imprensa brasileira, ao implantar novos padres
grficos e jornalsticos) , quando em 1951 lanou o jornal ltima Hora,
de linha inovadora e paginao ousada, editando simultaneamente em
vrias cidades, formando uma rede nos principais centros urbanos do
Pas.
Dentro desta nova realidade grfica, outros jornais brasileiros
criaram seus modelos especficos de planejamento grfico atravs da
diagramao que, alm de vislumbrar uma nova roupagem visual,
controlava de modo eficiente a produo industrial grfica de suas
edies, proporcionando acima de tudo economia e racionalidade na
produo de originais (textos) nas Redaes, e a composio grfica desses
originais nas oficinas.
No final dos anos cinqenta o Jornal do Brasil do Rio de Janeiro
reestruturou toda a sua paginao, obedecendo a modernos conceitos de
layout de suas pginas, e surpreendendo tanto aos profissionais de
imprensa quanto aos leitores.
O fenmeno esttico na Comunicao Visual
Para o artista a percepo um dado fundamental. Onde termina o seu
trabalho, comea o do observador, em cuja percepo o objeto esttico
vai se completar. O sistema sensorial orienta o indivduo em suas
relaes com o meio ambiente e cumpre um papel diverso na percepo
esttica: deve dialogar com os objetos significativos e, para
desempenhar essa funo, precisa ser adestrado.A experincia esttica
entendida como uma resposta a estmulos no apenas elaborados pelo
homem, mas tambm naturais e independentes da existncia de um objeto
intencionalmente artstico. Um alvorecer ou um pr-do-sol, por
exemplo, constituiriam um estmulo de intensa emoo esttica.
Entretanto, essa idia tem sido objeto de grandes polmicas e
refutada por muitos estetas e estudiosos, pela argumentao segundo a
qual a obra de arte portadora de experincias vlidas, j que se trata
de uma comunicao verdadeira e intencional.O significado que o
observador encontra na obra de arte vincula-se a uma srie de
fatores, entre os quais suas condies fsica e intelectual, alm da
prpria mensagem contida no objeto. O trabalho final do artista
converte-se em tema para uma resposta por parte do observador.
Nesse sentido, a arte visual pode ser considerada uma linguagem.
Para Celso Kelly 8, (8. Celso Kelly, Arte & Comunicao (Rio de
Janeiro, 1972), pp. 57-70), existem trs funes na arte: a criativa,
que seria o impulso da exteriorizao do artista; a ldica, um
processo de recriao; e a comunicativa, decorrente da condio de que
a arte tambm linguagem.Como em outros cdigos, a linguagem artstica
possui um emissor, que a fonte da comunicao (o artista plstico, o
diagramador etc.); um meio para transmitir a informao originada da
fonte (o jornal, revista, livro, etc.) e um receptor (o observador
ou leitor). Este deve reconhecer e decifrar os signos para chegar
compreenso. A experincia esttica resulta da ao recproca entre o
objeto artstico e o observador. No jornalismo impresso, poderamos
traduzir como experincia esttica o que pressupe uma atitude ao
mesmo tempo contemplativa e atenta, no sentido de estabelecer uma
relao direta com a obra. No jornalismo impresso, o texto transmite
a informao semntica atravs dos seus signos compreensveis, mas ao
mesmo tempo produz uma informao visual de reforo esttico atravs dos
smbolos grficos que atuam na sensibilidade do receptor.Tudo aquilo
que podemos captar atravs da viso acaba constituindo uma comunicao
visual. Um cartaz, um edifcio, um jornal, uma flor, isto , uma srie
de elementos visuais, inseridos numa paisagem onde o fenmeno
espao-tempo completa essa significao. Ela se desenvolve num
processo de comunicao visual onde a mensagem intencional e atende a
fundamentos tericos, culturais e operacionais.H maneiras de
distinguir as diferentes formas desse tipo de comunicao. Ao se
observar uma nuvem no cu e uma nuvem de fumaa provocada por uma
tribo indgena norte-americana, por exemplo, tm-se as duas formas
distintas de comunicao visual. A primeira considerada causal, pois
ningum criou uma nuvem no cu com a finalidade de se comunicar com
algum. O inverso se d no segundo caso: os ndios norte-americanos
produziam nuvens de fumaa para transmitir mensagens precisas,
atravs de um cdigo comum, tratando-se portanto de uma forma
intencional de comunicao visual.Enquanto numa comunicao visual a
mensagem pode ser interpretada livremente pelo receptor, numa
comunicao intencional o receptor deve captar a mensagem no exato
significado que lhe atribuiu o emissor. Para que isso ocorra
sistematicamente necessrio ter em conta o processo de produo da
comunicao visual.Todo processo de comunicao implica um processo de
significao, onde o sinal uma forma significante que o destinatrio
dever preencher com significados. Os sinais so emitidos por um
emissor que, baseando sua mensagem em cdigos e lxicos, transforma a
mensagem significante (enviada pelo emissor) em mensagem
significada. Neste tipo de esquema, o papel do cdigo, preponderante
. Umberto Eco 9 (9. Umberto Eco, A Estrutura Ausente (So Paulo,
1974), pp. 39-40) define-o como "uma estrutura elaborada sob a
forma de um modelo, que postulada como regra subjacente a uma srie
de mensagens concretas e individuais a ele adequadas, e que
resultam comunicativas somente com referncia ao cdigo".O processo
da comunicao no termina quando a mensagem codificada pelo emissor
decodificada pelo recpetor. Todo o processo de decodificao bastante
marcado pela circunstncia que o envolve. Dessa forma, a prpria
circunstncia capaz de provocar mudanas na escolha do cdigo,
alterando no s o sentido como a funo e a quantidade de informaes da
mensagem.
Com a arte da palavra, coexiste no jornalismo impresso a arte
grfica. O jornal antes de tudo, alguma coisa que se v: do todo se
parte para os grandes ttulos e para as ilustraes. Importantssima a
paginao. Desce-se, depois, ao texto.Para Celso Kelly 13 (13. Kelly,
obra citada, pp. 163-174) , a arte grfica comea pela diagramao;
desdobra-se na escolha dos tipos; complementa-se na confeco das
manchetes. Estabelecem-se as relaes do grfico com o assunto.
Segundo ele as ilustraes aquecem o texto; do visualidade pronta,
antes da leitura.
Fotos, caricaturas, anncios, enxertam-se em meio aos textos,
quebram-lhe a monotonia, imprimem movimento ao todo. Eis o grande
arranjo esttico, a orquestrao grfica do jornalismo. As artes
grficas e plsticas se pem a servio de atrao e sugesto, em
complemento da arte da palavra.
A contribuio de Johan Gutenberg para a evoluo da Imprensa
consistiu em reunir num sistema integrado vrias operaes necessrias
produo de material impresso: produo de tinta, tipos mveis, emprego
de prensa e abastecimento de papel. A fabricao de papel trouxe uma
srie de problemas tcnicos em sua realizao. A tinta usada como cola
at atingir uma tcnica mais aperfeioada, ao tempo de Gutenberg
comeou a imprimir por volta de 1440. J se imprimiam, fazia anos,
tecidos, cartas de jogos e estampas religiosas. As chapas eram
blocos inteirios de madeira entalhada. Mas, embora rudimentar, o
processo permitia a impresso de livros que surgiram pouco antes de
Gutenberg iniciar sua produo.Com seus conhecimentos combinados de
entalhe e metalurgia, Gutenberg passou a produzir tipos metlicos
mveis, numa tcnica semelhante que ento se usava para cunhagem de
moedas e medalhas. Moldes de ao permitiam a produo profusa de tipos
numa liga de baixo ponto de fuso, mas suficientemente dura para
suportar a impresso: chumbo, antimnio e estanho (at hoje
constituintes da liga-padro do material tipogrfico). Com isso, as
chapas podiam agora ser mais durveis, estruturadas com menos
mo-de-obra (e muito menos especializada), e cada tipo reaproveitado
indefinidamente, pois quando danificado voltava fundio como sucata.
Os tipos mveis permitiam produo mais econmica de chapas de
impresso. J no era preciso entalhar na madeira toda a pgina de um
livro: os tipos, que depois poderiam ser distribudos e ordenados
noutra composio, eram montados na ordem apropriada.Com o advento da
Revoluo Industrial, as artes grficas deram grandes passos em busca
de tcnicas de composio e impresso. A composio mecnica, tambm
conhecida como composio a quente, tem como caracterstica a fundio
de tipos a partir de ligas metlicas. Foi com a mquina linotipo,
inventada em 1886 por Ottmar Mergenthaler, que se iniciou a fundio
de linhas completas e no de tipos individuais, que as artes grficas
ganharam grande impulso at chegar aos sofisticados sistemas de
fotocomposio dos nossos dias.Do tipo metlico mvel inventado por
Gutenberg, emprega-se hoje em escala industrial em todo o mundo o
revolucionrio sistema de fotocomposio, com o uso de computadores
digitais, utilizados na impresso offset. Com a utilizao desses
modernos processos de composio e impresso, as artes grficas
ganharam novo impulso, dando margem a infinitos recursos grficos,
em virtude da extraordinria capacidade de mobilizao do material
grfico em uso. A impresso nos jornais e revistas ganhou nova imagem
com a reproduo em cores, de efeitos hipnticos no consumidor.
Vivemos uma poca marcada pela comunicao visual.Na histria das artes
grficas o grande hiato entre a descoberta dos tipos mveis por
Gutenberg e a linotipo por Mergenthaler (iniciando o processo de
composio a quente de forma mecanizada), at o sofisticado processo
de composio a frio atravs da fotocomposio, tem em nossos dias
obrigado aos profissionais de produo grfica incessante participao e
acompanhamento mais de perto do avano das modernas e sofisticadas
tcnicas de produo industrial, lanadas no mercado mundial todos os
anos. Jornais americanos, europeus e asiticos esto utilizando
tecnologia eletrnica na composio e impresso, em escala industrial.
Grandes jornais brasileiros, tais como O Estado de S. Paulo, O
Globo, Folha de S. Paulo, e outros, esto montando novos parques
grficos para acompanhar a nova realidade da tecnologia grfica
internacional. Entramos na era do videotexto, e com ele a
substituio definitiva dos tradicionais artistas grficos das antigas
oficinas de composio a quente por sofisticados terminais de vdeo
que geram a fotocomposio ou composio a frio. um novo e
revolucionrio sistema de composio eletrnica, que dispensar o uso de
papel (laudas) nas Redaes, substitudas por terminais de vdeo que
armazenaro as mensagens (textos, ttulos), numa complexa central de
computadores que se encarregar de transform-las em reprodues
fotogrficas prontas para o paste-up da pgina a ser impressa.As
redaes dos jornais e revistas sofrero srias transformaes de
comportamento, onde os profissionais (jornalistas) tero que se
ajustar nova realidade tecnolgica com os terminais de vdeo, que
sepultaro, definitivamente, a figura legendria dos linotipistas,
que tanto contriburam no aprimoramento das Artes Grficas e do
prprio Jornalismo Impresso, hoje, seriamente ameaado pela forte
concorrncia dos chamados mdia eletrnicos.
Os principais elementos do trabalho grfico so o branco do
suporte e o preto do impresso. Como branco entendemos todos os
espaos e a disposio do arranjo tipogrfico, enquanto que o preto est
representado essencialmente pelo grafismo impresso, no havendo
qualquer distino entre as cores, tanto do suporte branco quanto da
linha impressa utilizada. O branco e o preto se condicionam entre
si: o preto sobre o branco exprime um efeito positivo, e o branco
sobre o preto exprime um efeito negativo (ver figuras 1 e 2).O
primeiro exemplo a forma mais convencional utilizada na reproduo
das mensagens, pela suavidade de sua forma plstica, caracterizada
pelo espao em branco na impresso tipogrfica, com excelentes
resultados de legibilidade. O segundo caso, usado apenas como
adorno nos arranjos grficos, serve para atrair a ateno da leitura,
de forma a destacar e realar uma mensagem em relao a outra na mesma
pgina impressa. Por ter sua posio invertida, isto , de forma
negativa, e provocar dificuldade e cansao no movimento tico,
recomendvel sua utilizao de forma restrita, em zonas ticas
apropriadas para que o seu efeito visual seja satisfatrio e atinja
o objetivo como expresso plstica, em benefcio da legibilidade.
Quando nos propomos a analisar a comunicao por meio de qualquer
tipo de manifestao esttica que utiliza a palavra ou elementos de
linguagem no verbal, vamos nos deparar numa dvida se realmente o
leitor ou ouvinte entende o que realmente transmitido. Tratando-se
de um texto escrito, devemos distinguir entre os conceitos de
legibilidade e leiturabilidade. Segundo H. Barracco 15 ( 15. Helda
B. Barracco e Francesca Cavalli, Formas e Linguagem Estticas em
Livros e Jornais. Problemas de Legibilidade e Lecturabilidade (So
Paulo, 1974), p.1.) , no texto escrito, o problema da legibilidade
pode ser conceituado como um simples ato formal, isto , qualquer
pessoa alfabetizada estar em condies de ler o texto. Entretanto,
nem sempre a legibilidade do texto corresponde leiturabilidade do
mesmo, ou seja, a capacidade de entend-lo e interpret-lo.No texto
falado a leiturabilidade facilitada pela imagem (expresso facial,
voz, cor). Numa pesquisa realizada na Europa, mesmo em pases
altamente alfabetizados, segundo a autora acima citada,
verificou-se que muitas pessoas desconheciam o significado de
termos tcnicos como exploso demogrfica, crise ministerial ou
projeto de lei entre outros. Da resulta que no entendendo o
significado da palavra a mensagem mal recebida. Torna-se imperioso
o uso adequado do lxico para que os cdigos sejam decifrados e
estejam ao nvel do receptor.Desde o incio do nosso sculo que vrios
estudiosos norte-americanos vm se dedicando a pesquisas sobre a
legibilidade e leiturabilidade da pgina impressa. No amplo
levantamento da literatura sobre esse aspecto, realizado nos
Estados Unidos em 1926, h muito pouco no que diz respeito situao
comum da leitura e da disposio espacial da pgina impressa.O
problema foi discutido durante muito tempo, at atingir a
uniformidade dos nossos dias, quanto utilizao do espao na pgina
impressa. As margens, os espaos entre as letras e entre as linhas e
entre as palavras, a largura da linha, foram os motivos
fundamentais desses experimentos, provocando muitas vezes discusses
calorosas sobre uma ou outra forma de disposio espacial.
A decodificao de uma pgina impressa se d em dois momentos,
segundo Jos Coelho Sobrinho, 17 (17. Jos Coelho Sobrinho, obra
citada, p. 43.) e explica: " O primeiro momento quando o leitor
observa a massa grfica em conjunto, distinguindo as sub-reas, isto
, identificando as ilustraes, os ttulos, os interttulos, os
brancos, os grficos, o texto etc. A segunda, ao se deter nos
detalhes destas sub-reas".
A GUERRA VISUAL DOS VECULOS IMPRESSOS
A preocupao com o visual hoje uma realidade em todos os setores
do cotidiano e a apresentao de uma imagem agradvel vem se
transformando em uma verdadeira febre, devido necessidade de se
fazer presente num mercado cada vez mais competitivo.Com o advento
da imprensa, na poca dos incunbulos (escritos produzidos
manualmente por escribas), buscou-se a utilizao dos caracteres
gticos, por serem os mais usados nos pergaminhos e na xilogravura
(mtodo de impresso com gravao em madeira, usando o alto e o
baixo-relevo como matrizes).Nas ilustraes, eram usadas orlas
capitulares, verdadeiras obras de arte, precursoras dos layouts
modernos, assim como nas finalizaes de livros medievais
manuscritos. Essas verdadeiras obras de arte no se prestavam
leitura, devido ao peso de suas formas, pois quanto mais adornados
eram, mais ilegveis ficavam.Apesar das muitas tentativas de romper
com estilos tradicionais, vrios movimentos propuseram novos
desenhos de caracteres, porm, os princpios clssicos de equilbrio,
harmonia, proporo e funcionalidade continuam imperando na soluo
tipolgica dos impressos.Trabalhar a tipologia significa muito mais
do que simplesmente escolher letras em mostrurios. Para essa
tarefa, necessria uma profunda reflexo cultural, social e at
ambiental, que influenciam na opo da escolha. Exemplificar essa
observao no difcil, bastando indagar se os caracteres utilizados em
anncio publicitrio no vero teriam o mesmo efeito no inverno. Num
pas tropical, talvez a diferena no seja to acentuada, mas num pas
de fortes oscilaes de temperatura, a influncia pode ser fortemente
sentida, da mesma forma que em pases de dimenses continentais como
o Brasil, onde as diferenas culturais so profundas e marcantes.O
sucesso de uma pea impressa resultado de ousadia, mas sempre com
conhecimento de causa, pois o profissionalismo no pode estar aliado
sorte. Podemos ter um sistema de composio altamente sofisticado,
fotolitos e chapas de primeira gerao, com alta definio, suporte de
qualidade, porm todos esses componentes estaro sendo desperdiados
se os impressos no forem projetados com equilbrio e proporo. A
escolha tipogrfica fator preponderante no aspecto visual do
trabalho.
O discurso grfico
Com o aparecimento dos veculos de comunicao de massa eletrnicos,
revolucionando a comunicao humana atravs da instantaneidade da
informao provocada pelo som e o movimento da imagem, alterou-se
radicalmente o comportamento de apresentao visual e editorial na
veiculao impressa.A difuso cada vez mais crescente desses poderosos
veculos, provocou em todo o tipo de veiculao impressa um grave
desafio. Jornais de todo o mundo sofreram o impacto e a concorrncia
sufocante desses canais de comunicao. Com isso o jornal foi forado
a investigar e encontrar uma forma adequada e eficiente de
sobrevivncia diante do novo impasse. A mdia impressa encontrou o
caminho certo para atingir seus objetivos. O "furo" jornalstico
tornou-se utpico em razo da velocidade da mdia eletrnica, com
antecipao de 24 horas em relao impressa. A partir da foi empregada
uma verdadeira revoluo em toda a estrutura editorial e grfica dos
jornais. As notcias passaram a ter um enfoque diferente, isto , a
notcia teria um tratamento completo, diferente dos pequenos flashes
dados pela mdia eletrnica. O fator espao-tempo de suma importncia
para ambos. Foi deles que derivou o equilbrio da informao e a
sobrevivncia entre eles, ao mesmo tempo. Hoje, no moderno
jornalismo existem trs tipos de gneros jornalsticos:
a) Jornalismo Informativo a notcia;b) Jornalismo Interpretativo
a interpretao dos fatos e complementos da notcia;c) Jornalismo
Opinativo o posicionamento filosfico da empresa ou do redator.
Em suas observaes Joo Rodolfo do Prado acentua: "Sabemos que
dificilmente olhamos um jornal sem ler ar palavras. Mas se no
conhecemos a lngua, a nica possibilidade. Se no lemos palavras, uma
folha de papel ou de jornal transforma-se em espao branco ocupado
por tinta. Branco e preto, sim e no."Preocupado tambm com a ordem
seqencial da leitura, criada pela civilizao ocidental, Joo Rodolfo
do Prado conclui, afirmando que h uma ordem rigorosa: "grandes reas
negras so seguidas de blocos de espaos ou traos menores. Ento
descobrimos logo uma regra: quanto maior o recorte negro, menor sua
quantidade. O exerccio infinito, mas serve para mostrar a
possibilidade de um corte na significao interna da pgina de jornal.
Estamos treinados para uma rgida sucesso: ttulo, abertura, texto.
Estamos to treinados que na verdade no tomamos conscincia dela.
Ora, isso nos permite dizer que o discurso grfico tem como objetivo
ordenar nossa percepo. ele que nos d o fio da leitura. O discurso
grfico fundamentalmente subliminar".
A diagramao no jornalismo impresso
O que diagramao? O termo diagramao resultante da palavra
diagrama, do latim diagramma, que significa desenho geomtrico usado
para demonstrar algum problema, resolver alguma questo ou
representar graficamente a lei de variao de um fenmeno. Em cinema e
televiso so os cenrios em miniatura, usados em filmagens de estdios
quando no h possibilidade de captar imagens no ambiente real.Para
Carlos Alberto Rabaa e Gustavo Barbosa, 21 (21. Carlos Alberto
Rabaa e Gustavo Barbosa, Dicionrio de Comunicao (Rio de Janeiro,
1978), p. 155.) "diagramar fazer o projeto da distribuio grfica das
matrias a serem impressas (textos, ttulos, fotos, ilustraes etc.)
de acordo com determinados critrios jornalsticos e visuais.
Distribuir tcnica e esteticamente, em um desenho prvio, as matrias
destinadas impresso".Outro conceito sobre diagramao de Mrio L.
Erbolato, 22 (22. Mrio L. Erbolato, Jornalismo Grfico (So Paulo,
1981), pp. 51-68.) Assim ele define: "Diagramar desenhar
previamente a disposio de todos os elementos que integram cada
pgina do jornal ou revista. ordenar, conforme uma orientao
predeterminada, como iro ficar, depois de montados e impressos, os
ttulos, as fotografias, os anncios, os desenhos e tudo o mais a ser
apresentado e outras especificaes complementares."J o jornalista
Juarez Bahia 23 (23. Juarez Bahia, Jornal, Histria e Tcnica (So
Paulo, 1965), pp. 173-177.) conceitua a diagramao como um estgio
superior da paginao. E dessa forma assegura: "enquanto a paginao
quer dizer a montagem de ttulos, notcias e fotos, a diagramao a
conscincia dos elementos grficos com a esttica o liame entre a
tcnica do jornal e a arte da apresentao. Em outras palavras, a
diagramao busca dar o padro de representao grfica, ligando harmonia
e tcnica".A diagramadora Clara Conti, 24 (24. Clara Conti, "O que
existe por trs da Imprensa" jornal ltima Hora (So Paulo, 25/26 de
janeiro de 1975), p. 15.) define: "a diagramao uma arquitetura de
formas. uma arte artesanal cujo resultado, a pgina globalmente
diagramada, nos dar a mensagem da comunicao visual,
qualitativamente distinta da mensagem especfica de cada componente
da mesma pgina. a comunicao linear consagrando o dinamismo pela
associao de imagens".Segundo Manoel Vilela de Magalhes, 25
(25.Manoel Vilela de Magalhes, Produo e Difuso da Notcia (So Paulo,
1979), pp. 46 a 54.) a diagramao responsvel, nos jornais modernos,
pela apresentao grfica das edies dirias. Graas utilizao desses
recursos que se consegue dar o desejvel equilbrio a uma pgina de
jornal, residindo nesse pormenor a prpria personalidade dos veculos
grficos.Para Luiz Amaral, 26 (26. Luiz Amaral, Jornalismo matria de
primeira pgina (Rio de Janeiro Fortaleza, 1982), pp. 65 a 71) a
diagramao possibilita a informao barata, clara, humanizada e
atraente. Ainda afirma: "resumir toda uma jornada do mundo em
algumas folhas de papel, de tal sorte que possa ser apreendida de
relance, quase um milagre que se realiza a cada instante, em cada
canto de rua, com uma facilidade to desenvolta que no nos chama
mais a ateno".Em seu livro, Luiz Amaral cita o professor Bernard
Voyenne, 27 (27. Bernard Voyenne, Secrtariat de Rdaction (Paris,
Centro de Formao de Jornalistas, 1962) quando observa que a
diagramao age como um discurso, detentor de uma linguagem especfica
e intencional:"Capaz de fascinar, a diagramao tambm capaz de
enganar. Agradvel, pode ser ftil; sedutora, pode ser demaggica;
atrativa, pode ser simplesmente comercial e, sabendo provocar e
concentrar o interesse, ela sabe tambm como dispersar e, assim,
dissolver. Estas so as perigosas contrapartidas de suas riquezas:
quem ousaria pretender que elas so imaginrias?"
Eugenio Castelli 28 (28. Eugenio Castelli, Manual de Periodismo
Teora y Tcnica de la Informacin (Buenos Aires 1981), pp. 133 a 177)
destaca que a diagramao depende, em grande mdia, da concepo e viso
que o diagramador tem da pgina a ser impressa, segundo os critrios
e normalmente a forma geral da padronizao grfica do jornal. A
distribuio dos blocos de material nas pginas, aliada tcnica da
diagramao que rene inmeros recursos visuais, fatalmente tende a
melhorar o aspecto plstico e enriquecer a fisionomia da pgina. As
possibilidades criativas e inventivas nesse sentido so infinitas e
podem oferecer efeitos de grande valor visual e esttico.Em termos
de programao visual, a diagramao o projeto, a configurao grfica de
uma mensagem colocada em determinado campo (pgina de livro,
revista, jornal, cartaz), que serve de modelo para a sua produo em
srie. A preocupao do programador visual, e, conseqentemente, sua
tarefa especfica, dar a tais mensagens a devida estrutura visual a
fim de que o leitor possa discernir, rpida e confortavelmente,
aquilo que para ele representa algum interesse.
Segunda parte
As decises mais importantes a serem tomadas no ato da diagramao,
so normalmente formuladas sobre os seguintes aspectos bsicos:
a)as idias que as palavras devero representar;b)os elementos
grficos a serem usados;c)a importncia relativa das idias e dos
elementos grficos;d)a ordem de apresentao.
Essas decises so claramente influenciadas pelo tipo de mensagem
a ser veiculada, pelo tipo de consumidor dessa mensagem e pelo grau
de interesse que a mensagem pretende proporcionar.No se limitando a
aspectos meramente tipogrficos, a diagramao implica, hoje, um
processo criativo, realizado em projetos de produtos grficos,
considerados no como produtos nicos em si, mas ligados a um
conjunto, a uma srie de famlia de produtos.
o caso de prospectos, embalagens e anncios publicitrios, que so
conseguidos em funo da publicidade geral de determinada empresa; o
caso de livros com o mesmo formato e as mesmas caractersticas
visuais, editados como fazendo parte de uma srie ou de coleo; o
caso dos documentos comerciais de empresas papel timbrado para
correspondncia, envelopes, carto de visitas e outros diagramados,
projetados e impressos para diferenciar-se do afluxo de outros
impressos que se acumulam sobre as mesas dos funcionrios, atravs de
sinais distintivos, como emblemas, marcas, logotipos, cores,
semelhanas de estilos ou tipos de composio.
Para transmitir visualmente a mensagem da pgina, o artista
diagramador conta com quatro elementos bsicos:
a) as letras, agrupadas em palavras, frases e perodos;b) as
imagens, sob forma de fotos ou ilustraes;c) os brancos da pgina;d)
os fios tipogrficos e vinhetas.
Da percia de utilizar funcionalmente esses elementos que
resultar uma pgina bem ou mal diagramada, atraindo ou no a ateno do
leitor. O importante descobrir qual vai ser o ponto de apoio da
pgina, e escolher o elemento que vai orientar toda a diagramao.
Pode ser uma foto, ou mesmo uma particularidade dela, um ttulo, uma
letra, ou at a prpria estrutura da pgina. Basta olhar globalmente
para um jornal para se perceber que seus elementos expostos foram
idealizados segundo uma estrutura definida. Ora formam blocos
horizontais ou verticais, ou ento uma combinatria de ambos, as
coordenadas. O ponto de apoio pode ser a prpria letra, o seu
formato, e nesse caso denominada palavra-peso.Os conceitos que
guiam o diagramador para escolher o ponto de apoio da pgina e
desenh-la so:
a) ritmo;b) equilbrio;c) harmonia;d) motivo predominante;e)
motivo secundrio;f) motivo de ligao.
O artista diagramador serve-se desses conceitos para compor a
pgina, da mesma forma como o msico estrutura os temas e variaes de
uma obra, um escritor comanda a dinmica dos personagens e idias, ou
um tcnico de futebol estrutura sua equipe e jogadas numa
partida.Para Allen Hurlburt, 29 (29. Allen Hurlburt, obra citada,
p.62.) , o equilbrio o elemento-chave do sucesso de um design,
tanto simtrico quanto assimtrico. Para ele as duas formas se compem
da seguinte maneira: "No estilo simtrico, fcil entender o equilbrio
formal de um layout com o centro da pgina servindo de fulcro e a
rea dividida uniformemente dos dois lados, relativamente simples
criar". J no estilo assimtrico ele faz a seguinte distino: "As
mltiplas opes e tenses provocadas pela inexistncia de um centro
definido vo requerer do artista que est desenhando a pgina
considervel habilidade no manuseio dos elementos bsicos da pgina a
ser impressa."Imagine um quebra-cabea, cujas peas so os seguintes
elementos para a sua montagem:
a) ttulo;b) texto;c) fotos;d) fios tipogrficos e vinhetas;e) o
espao em branco.
O espaos onde essas peas devem ser distribudas harmonicamente
mede, na maioria dos grandes jornais brasileiros de hoje, 33,5
centmetros de largura por 54 centmetros de altura. O resultado
final ser julgado por milhares de pessoas, comeando por editores,
se estendendo por redatores, pois so os que fornecem as peas do
jogo, aliados aos reprteres, fotgrafos e, finalmente, os leitores.
Embora o encaixe das peas obedea a um critrio pessoal, h certas
regras que devem ser observadas:
a) destaque para o ttulo (manchete), correspondente importncia
da notcia;b) preciso no corte das fotografias;c) clculo exato do
texto;d) bom senso esttico.
A desobedincia a uma dessas regras pode inutilizar o resto do
trabalho, e conhec-las em todas as suas variaes equivale a um
conhecimento do mecanismo dos diversos setores de um jornal,
isolados e entre si. Aps isto, qualquer pessoa estar apta a
participar do jogo e se intitular jornalista profissional
especializado em diagramao. O resto fica por conta do bom gosto
individual.Assim, com a colocao de todos esses elementos que
determinam o design de uma pgina impressa, pode-se definir a
diagramao como sendo a atividade de coordenar corretamente o
material grfico com o material jornalstico, combinar os dois
elementos com o objetivo principal de persuadir o leitor. O grfico
orientando o texto e vice-versa.
Padronizao grfica: a identidade do jornal
A padronizao grfica tem o seu incio na escolha de uma estrutura
grfica padro a ser utilizada pelo jornal. Na prpria Redao, as
laudas utilizadas so projetadas dentro da estrutura grfica padro do
jornal. Ao olharmos um jornal, facilmente identificamos o seu
estilo de apresentao visual por meio de uma tipologia especfica,
pela diviso das colunas, compartimentalizao das notcias e o seu
inconfundvel logotipo.Na padronizao grfica, a primeira pgina a que
detm os maiores recursos persuasivos para a posterior leitura de
todo o jornal. Para tal, necessrio que essa padronizao grfica seja
personalizada, para que o leitor a identifique imediatamente. Ela
representa a prpria imagem do jornal.Antes de ser estruturada uma
padronizao grfica, o diagramador dever conhecer e estabelecer os
elementos grficos que atuaro nas pginas internas e externas do
jornal, e saber tambm dos recursos materiais grficos que o jornal
dispe. Preocupando-se com a apresentao esttica, o diagramador dever
utilizar eficientemente os seguintes grficos para assegurar um
estilo de padronizao grfica definido:
a) definio dos caracteres tipogrficos para o texto, ttulo,
aberturas, legendas, etc.;b) escolha de logotipos e selos de sees
especializadas;c) definio das margens;d) uso de fios e vinhetas;e)
ilustraes (fotos e desenhos) reticulados e a trao;f) boxes
(quadros);g) distribuio dos anncios de publicidades;h) ligaes:
foto-texto, texto-ttulo, ttulo-foto;i) uso da cor (combinao das
cores).
Independentemente da escolha de um tipo definido de padronizao
grfica, a diagramao se utiliza de dois estilos bsicos de
planejamento grfico, que dar publicao um aspecto harmnico em suas
formas, com unidade, ritmo e equilbrio marcantes:
1. Simtrico disposio simtrica dos ttulos, textos, ilustraes e
outros elementos grficos de forma homognea utilizando coordenadas
verticais ou coordenadas horizontais nos arranjos grficos.
2. Assimtrico utilizao de coordenadas mistas (horizontais e
verticais simultaneamente), provocando grande valorizao esttica,
com a utilizao do espao em branco de forma adequada.
No estilo simtrico, a diagramao pode se firmar em blocos
quadrados de composio, utilizando a horizontalidade nos arranjos
tipogrficos, enquanto que a verticalizao desses arranjos mais
recomendvel, pois provoca melhor nvel de aproveitamento e
racionalidade da leitura.No estilo assimtrico, a diagramao pode se
firmar em outros conceitos estruturais de pgina. Fugindo das
limitaes da simetria, o diagramador tem a liberdade de criao,
podendo para isso deslocar os elementos grficos tradicionalmente
utilizados juntos (ttulos-texto-ilustrao), e disp-los de outra
forma grfica, provocando no leitor maior interesse na leitura e
dando pgina maior leveza e realce esttico.Principais estilos
grficos dos sculos XV ao XXPrincipais estilos grficos dos sculosXV
ao XX
Os primeiros alfabetos esto na origem da tipografia.No entanto,
com Johannes Gutenberg, em 1450, com a inveno dos caracteres mveis
e da imprensa que comea a histria da Tipografia.Gutenberg partiu do
primeiro perodo da tipografia, o Gtico, para revolucionar a
comunicao atravs da escrita com tipos de letras
1. Perodo GticoOs centros culturais desse perodo foram os
castelos e monastrios. Ali os jovens eram treinados para serem
guerreiros ou monges e aprendiam a ler e escrever.Os monges
copiavam a mo os textos religiosos para serem distribudos s
igrejas.Esse trabalho era encomendado pelos senhores feudais que
montavam suas grandes bibliotecas como forma de demonstrar sua
posio social.A rebelio do homem medieval contra os feudos e a criao
de cidades e escolas criou um novo sentimento onde a letra gtica
fez parte desse movimento de revoluo contra os privilgios dos
senhores do feudalismo.A letra gtica pesada, condensada e com forte
orientao vertical. Ao longo de duzentos anos (do sc. XIII ao XIV) a
letra gtica foi se transformando e ganhando novas formas e mais
detalhes.
2. RenascimentoO mundo do Renascimento estava baseado nos idias
clssicos da antiga Roma e da Grcia.O caminho era de novas idias,
especialmente nas Universidades que estavam sendo criada.A inveno
mais revolucionria foi a prensa manual, com tipos ou letras mveis,
realizada por Johannes Gutenberg em 1450. O primeiro trabalho foi
uma edio da Bblia terminada em 1455. Cinqenta anos depois havia
mais de 50 impressoras na Europa que impulsionou o desenvolvimento
da escrita.Gutenberg utilizou um tipo que imitava a escritura
manual. Em 1465, os italianos aperfeioaram a letra de Gutenberg e
criaram o primeiro tipo de letra romano. Os principais tipgrafos
foram Nicolas Jenson e Aldus Manutius.
Mais tarde, entre 1530 e 1550, Claude Garamond criou em Paris
seu prprio tipo baseado nas letras usadas na cidade de Veneza. Em
torno do ano de 1600 os tipos venezianos eram os mais utilizados em
livros na Europa e isso ocorre at hoje em razo da sua alta
legibilidade.
3. Perodo BarrocoA caracterstica dessa poca rica se reflete na
tipografia em formas redondas e riqueza de detalhes. Foi uma poca
de incentivos financeiros dos reis e prncipes ao teatro, msica,
pintura e arquitetura.Os pintores Rubens e Rembrandt e os msicos
Bach e Handel foram beneficiados e tiveram grande apoio e
considerao.
Na tipografia, os tipos desse perodo so chamados de transio. Os
tipos criados na Holanda, Inglaterra e Frana so os mais
importantes.Na Frana, Luis XIV mandou que fosse criado um tipo de
letra exclusivo para seus impressos. Na Holanda foram criadas
letras muito usadas e na Inglaterra foram criados os tipos Caslon e
Baskerville que com suas qualidades formais e legibilidades se
transformaram em tipos nacionais.
4. ClassicismoEsse perodo (1700) se desenvolve com a tecnologia
sendo aprimorada e as letras passam a ter traos mais estilizados.
Os traos finos do uma elegncia aos tipos e a cultura de todo o
perodos se reflete na escrita.A apresentao das letras simtrica,
justificada ou centralizada. Bodoni, Bell, Didot e Walbaum so os
tipgrafos da poca.Aparecem vrios livros com desenho sbrios e letras
capitulares em estilo mais sbrio que o Barroco.O Classicismo buscou
a clareza e a legibilidade. Bodoni escreveu seu Manual Tipogrfico e
Didot desenvolveu um sistema de medidas expresso em pontos
tipogrficos que at hoje um padro das artes grficas.
5. HitoricismoEsse perodo (1860) retoma formas do passado, com a
utilizao de ornamentos nas letras e formas do perodo gtico e do
barroco. Na pintura e na escultura so criados arcos, monumentos e
fachadas decoradas como uma retomada do perodo clssico.O texto
recebe esse tratamento de um monumento. Os alfabetos so muitos
decorados, sombreados e at com trs dimenses e volumes misturando as
letras com as ilustraes.
6. Movimento Arts and Crafts (1880-1900)Criado em contraposio ao
Historicismo para reafirmar que esse movimento no refletia as
possibilidades contemporneas de uma Inglaterra industrializada
entre a forma e o contedo.Os olhares se voltam para a Idade Mdia,
onde se encontram nas catedrais os manuscritos com a autenticidade
das coisas criadas pelo homem e no pela mquina e onde o arteso
recebe reconhecimento e revalorizao.O movimento Arts and Crafts
defendia o livro artesanal e belo na era industrial. No apenas a
letra era importante mas tambm o papel, as ilustraes, a impresso e
a encadernao.Ocorre uma volta s grficas particulares onde se
pratica uma tipografia inspirada na poca medieval com rica
ornamentao dos manuscritos e conceitos da legibilidade do tipo e
unidade da pgina. William Morris foi o grande nome dessa poca e
criou o tipo Troy e Golden.O Arts and Crafs foi um estmulo para o
Modernismo do Sc. XX.Empresas tipogrficas como a americana ATFC e a
britnica Monotype relanaram novas verses dos tipos antigos como
adotaram as idias das letras de Morris que mesclava o gtico com o
romano.
Na Monotype, outro tipgrafo Stanley Morison recuperou para o uso
moderno muitos tipos esquecidos como Bembo, Baskerville, Fournier,
Golden, Goudy, Cloister e Centaur.
7. FuturismoO incio do Sc XX estimulou escritores, pintores,
desenhistas e tipgrafos a buscarem novas expresses.Surge o
Futurismo pretendendo romper as estruturas tradicionais. Ocorre a
valorizao da mquina e da velocidade de produo.Os desenhistas criam
estruturas dinmicas, os textos parecem colagens e h uma
caracterstica de questionar o mtodo padro da leitura de muitos
sculos.A letra ganha autonomia, empregada de forma livre, feita com
muitos contrastes de formas e tamanhos e surge uma tipografia de
smbolos.Os tipos existentes so reduzidos, cortados, modificados e
misturados entre romanos, serifas redondas e serifas quadradas.O
livro passa a ter muitos espaos em branco, com letras bem
contrastadas para criar um impacto emocional no leitor.O livro do
poeta russo Vladimir Maiakovsky intitulado Uma Tragdia o exemplo
desse estilo que esteve presente nas artes durante a Revoluo Russa
de 1917.
8. ConstrutivismoSurge na Europa em torno de 1920. A revoluo
criou a idia de artista engenheiros. Desenvolveu-se uma forma de
representao dirigida a processos sociais coletivos e uma nova
linguagem formal foi criada: elementos geomtricos, clareza tcnica e
construes arquitetnicas com grande dinamismoA fotomontagem passa a
ser um recurso utilizado, os trabalhos pareciam rgidos e pesados.
Os textos eram justificados direita e escritos em maisculas
buscando um contraste de formas, alm do uso de barras, linhas em
branco e preto.Durante o Construtivismo foram criados vrios
alfabetos experimentaisMas na Unio Sovitica o Construtivismo passou
a no ser mais os ideais da propaganda que no podiam ser to
abstratos e formais. O poder oficial atacou o movimento como um
desvio do proletariado.O movimento rapidamente se expandiu pela
Europa. Na Holanda surgiu o movimento De Stijl. Esse movimento
criado pelo pintor, arquiteto e professor Theo van Doesburg sugeria
o uso de elementos geomtricos simples e com cores puras sem conexo
com imagens figurativas da realidade.
Seguiu essa linha o pintor Mondrian. Na Hungria, Polnia e nas
antigas Checolovquia e Iugoslvia houve importantes correntes
construtivistas.No incio da Bauhaus, na Alemanha, esse movimento
teve uma slida corrente.
Esse movimento de inquietao permitiu que o tipgrafo austraco Jan
Tschichold escrevesse uma sntese de todas as propostas de
funcionalidade, pureza e clareza da tipografia no livro A nova
Tipografia.
9. Individualismo da escritaDepois da liberao que o
Construtivismo representou, os trabalhos foram criados na busca da
visibilidade e legibilidade e escolas como a Bauhaus garantiram uma
unidade e identidade.A Bauhaus colaborou para a criao de novos
tipos e um estilo prprio que se opunha a definio e orientao clssica
da concepo de arte existente.
10. Tipografia elementarDepois da Primeira Guerra Mundial surge
uma tipografia baseada em formas claras e reduzida que vigoram at
hoje como base do modelo informativo.As tipografias serifadas so
abandonadas e conceitualmente a letra sem serifa eleita como a
letra dos novos tempos.
Clareza e eliminao dos ornamentos nas letras, assimetria na
pgina e uso restrito de muitas tipografias em um trabalho. Deste
perodo surge a tipografia Futura de Paul Renner.
11. Art Dec um estilo que surge em Paris, baseado na publicidade
e em prticas de uma caligrafia inconfundvel com traos sofisticados
que apreciam em jornais e revistas.Opunha-se ao estilo elementar e
procura destacar o consumismo atravs da publicidade, arquitetura,
moda e mobilirio
A tipografia era composta de alfabetos abstratos, muito
comerciais, e com um certo estilo de fantasia.O tipo mais
caracterstico, Broadway, foi criado por Morris Benton.
12. Tipografia TradicionalEsse perodo procura acalmar as
tendncias que eram chamadas de nova arte ou nova tipografia. A Unio
Sovitica criticava o Construtivismo e a Alemanha considerava a
Bauhaus uma arte degenerada. Inicia-se a perseguio aos professores
da Bauhaus Gropius, Moholy-Nagy, Bayer e Mies van der Rohe.
Os mais tradicionais encontram foras para voltar aos princpios
bsicos de novo.Stanley Morison publica Princpios Fundamentais da
Tipografia e suas idias se propagam pela Inglaterra.Em 1932,
Morison cria para o jornal The Times, de Londres, a letra Times New
Roman que se converte na letra mais usada em jornais e livros
13. Estilo InternacionalDepois da II Guerra Mundial, surge um
movimento na Sua nos anos 50. Esse movimento mistura o
Construtivismo e a Tipografia Elementar.Esse estilo defendia uma
pgina modular, letras sem serifa e utilizao do preto e branco.
Estilo simples baseado na Escola de Design de Zurich e nos
textos de Jan Tschichold.O movimento passou a influenciar o visual
de empresas na Europa e nos Estados Unidos.Apareceram os tipos
Univers de Adrian Frutiger em 1954 e Helvetica por Max Miedinger em
1957Cultura JovemDepois da fotocomposio, nos anos 50, os avanos da
tecnologia tipogrfica libertaram as letras do esquema rgido dos
tipos em metal. Os tipos podem ser expandidos, condensados,
distorcidos possibilitando novas criaes e o lamento dos mais
puristas.Em 1961 aparece a Letraset, com um catlogo de letras
adesivas que impulsionam a publicidade, o desenho de cartazes.
A pop art o movimento mais destacado dessa poca com a tipografia
misturando-se a grafismos urbanos, cultura popular e histrias em
quadrinhos.Surgem trabalhos mais expressivos, irnicos, divertidos.
Na tipografia Herb Lubalin influenciou o design nos Estados e
Inglaterra. A combinao com o estilo internacional suo monopolizou
os anos 60 com um novo cdigo visual.
A moda, a msica, capas de discos, cartazes ganharam novas letras
e formas mais desenhadas em uma releitura do estilo Art
Nouveau.
15. Reviso do Estilo InternacionalA fotocomposio nos anos 70
estabelece novos parmetros e o texto desafia os limites da
legibilidade com todos os recursos disposio.Surge a ITC
(International Typeface Corporation) para comercializar as letras.
Novos tipgrafos passa a desenhar letras e a receber royalties .
Surgem letras como Souvenir (Benguiat 1970), American Typewriter
(Kaden e Stan, 1974) e Avant Garde (Lubalin, 1964).O estilo comea a
tornar-se uma reviso na Sua. Surge um movimento que busca a inverso
do tipo, blocos de textos escalonados ou irregulares, espaamentos
diferentes, letras sublinhadas que pode ser chamado de New
Wave.
O movimento punk nos anos 70 traz um novo grafismo na
Inglaterra. Designers consolidaram obras inovadoras com liberdade
para rever normas histricas estabelecidas na tipografia. Os
modismos no se prolongaram muito, mas a tipografia viveu momento
convulsivo de muita criatividade.
16. Revoluo DigitalO computador Apple Macintosh criado em 1984
revolucionou a tipografia. Apesar da IBM j ter o seu modelo desde
1980, foi o Mac junto com os softwares PageMaker e QuarkXpress que
lanaram o conceito de edio eletrnica.
Os designers descobriram a rapidez, economia de tempo e
possibilidades de controle do desenho da letra.Junto com os
scaners, o trabalho digital ficou mais democrtico.A indstria grfica
teve que se adaptar para essa nova era. Surgiram letras adaptadas
qualidade das impressoras. Surgiu a linguagem PostScript que
desenhava os tipos de uma maneira a ter uma impresso melhor no
papel.
A tipogrfica clssica foi redesenhada e relanada nos
computadores.A revista Emigre com Zuzana Licko foi uma exploradora
de novas letras.Em 1991, Neville Brody lanou a revista Fuse que
pesquisou novas linguagens para a tipografia digital.Infografia,
tipos de grficosGrficos de tendncia ou curva Nmeros que mostram o
que aconteceu em determinado perodo. A linha o principal recurso
usado.
Grficos de barras Mostram claramente quantidade, tempo, durao,
movimento.
Grficos de torta Usados para comparar segmentos de um todo com
percentuais.
Tabelas So usadas quando h grande quantidade de dados
diferentes, variedades de nmeros, categorias e anos.
Mapas A maneira mais segura de localizar eventos locais,
nacionais e internacionais.
Grficos didticos Do gnero Como isso aconteceu, Como isso feito,
Como isso deve ser feito.Princpios do design de jornaisDesenho de
notcia no uma cincia.
Muitas das aplicaes so baseadas em julgamentos subjetivos. H, no
entanto, princpios fundamentais que devem ser aplicados no desenho
de jornais.
So eles:
OrganizaoSimplicidadeContrasteEquilbrioHarmonia
OrganizaoOs elementos que compem uma pgina devem estar bem
posicionados, assim como a tipografia e a disposio das matrias
devem apoiar a hierarquia necessria entre os textos.
SimplicidadeDesenho e edio devem estar apoiados nas mesmas
regras. Somente elementos essenciais devem ser usados. A aplicao de
muitos elementos grficos freqentemente um sinal de um desenho
amadorstico.Quando destacamos o texto principal os outros textos
devem ser suavizados para que s o principal atraia a ateno no
primeiro momento.
ContrasteUm bom desenho tambm significa uso de contrastes. Cada
pgina deve apostar num elemento de contraste. Muitas vezes o
tamanho dos ttulos ou o tamanho das fotos desempenham esse papel.
Quando h muitos elementos o leitor pode ficar confuso com certa
poluio visual. Por outro lado, quando h pouco contraste o desenho
da pgina poder ficar montono. O contraste tambm importante na
tipografia principalmente atravs do corpo, peso, forma e
posicionamento. A mistura adequada de tipologias ajuda e define um
ritmo diferente para a pgina.
EquilbrioA posio de cada item na pgina deve ser equilibrada.
Um desenho de pgina no deve pesar para a direita ou somente para
a esquerda.No pode priorizar a parte de cima da pgina ou a de
baixo. O equilbrio perfeito no deve, no entanto, prejudicar o
dinamismo geral.
Desenho simtrico adequado somente em situaes especiais, como em
matrias longas.Um desenho com apelo central garantido mas um pouco
excitante.Um desenho assimtrico geralmente produz melhor
resultados. Tem mais ritmo. A posio das fotos decisiva para
estabelecer um desenho simtrico ou assimtrico.
HarmoniaUm desenho de jornal deve ter unidade do princpio ao
fim.A tipografia, que geralmente um elemento constante e fixo, deve
ser mesclada a um inteligente uso de fotos e ilustraes.Todas as
variveis do desenho de uma pgina devem conservar harmonia.
A harmonia gera o DNA de um projeto grfico
Princpios de edio associados ao design
Edio a ligao entre a informao e o pblico, entre a notcia e
aquela pessoa que est disposta a pagar para l-la.A essncia de um
bom desenho uma boa edio. Os dois so inseparveis.Edio e desenho so
as maneiras de decidir o que e para quem.
Editar se tornou mais arriscado. Os custos e horrios de produo
esto exigindo edies e desenhos de pginas mais econmicos.Os leitores
esto mudando, por outro lado, tambm. Os leitores procuram assuntos
de interesse pessoal.
Editores e diagramadores devem aprender como atrair primeiro
para informar depois.Editores e diagramadores devem ter um senso
comum de economia sempre presente.Os leitores esperam que o jornal
tome algumas decises para ajud-lo na economia do tempo de
leitura.
Os leitores querem que os editores determinem prioridades,
organizem a sua leitura dos fatos.Para tanto, os editores devem
colocar matrias relacionadas em conjunto. importante que matrias
comuns no concorram com matrias realmente importantes para o
dia-a-dia.Os editores devem usar bem o poder dos ttulos para atrair
a ateno do leitor.Os editores devem usar bastante linhas de apoio,
subttulos onde mais informao pode ser dita.
Os leitores gostam de ttulos utilitrios.Os leitores lem os
jornais de acordo com o seu jeito prprio.Os leitores gostam de
resumos das matrias, como olhos e sumrios. Com esses recursos eles
podem se informar melhor e optar por seguir adiante ou no no
texto.
Os leitores se sentem guiados por cartolas e podem identificar
diversos nveis de interesse de leitura.Os leitores vem as pginas
como um elemento s. Por isso, legendas, fotos e grficos devem estar
integrados.Por tudo isso, design no decorao no fim do processo de
edio. Redao e edio no so o primeiro passo.
Boa edio significa bom planejamento.
Decises sobre desenho, ou como apresentar uma matria, devem
comear cedo no processo de edio de uma pgina.
Embora as funes especficas dentro de uma redao: reprteres,
redatores, editores e diagramadores deveriam pensar no pacote total
de edio e desenho.Uso de cor1. Cor cria emoo pgina de jornal,
revista ou web.2. A cor deve ser escolhida em funo do contedo
editorial.3. preciso compreender o contedo das pginas e o esprito
das matrias para selecionar uma cor e ressaltar uma pgina.4. Cor no
decorao. Deve ser usada como a pontuao usada nos textos, conduzindo
o leitor do alto ao p da pgina.5. Cor deve ser usada para
estabelecer relaes e unificar os elementos do pacote editorial.
Nossos olhos ligam as cores entre si, estabelecendo relaes e
agrupando elementos com a mesma cor.
Por isso quando usamos uma ilustrao colorida, o ttulo, o box
secundrio devem manter a unidade de cor.
6. Cor fornece dimenso pgina, criando vrios nveis de ateno.Cores
escuras em relao a tons pastis, objetos grandes em relao a objetos
pequenos.
Cores quentes em constraste com cores frias.
Este contraste permite que a informao seja apresentada em vrios
nveis, criando reas para o leitor viajar pela pgina.
7. O cinza ou gris uma cor tima para trabalhar com fundos em
conjunto de fotos. O gris um excelente componente para combinar com
cores como o verde e o laranja.
8. O vermelho uma cor perfeita para unir elementos em uma pgina.
Vermelho uma cor que pula frente, salta aos olhos. Cria movimento
na pgina. As pginas ganham em energia.
9. Quando se trabalha com cor, menos mais, especialmente se
temos uma boa foto, que provoca impacto e emoo.
10. Usar a cor em pontos da pgina como uma capitular, um fio no
alto e outro no p da pgina criam conexes entre os elementos.
11. O azul a cor mais tranqila para uma pgina. Embora cor fria,
confere elegncia e beleza pgina.
O uso efetivo da cor o resultado de uma cuidadosa estratgia
orquestrada e coreografada para levar ateno nas seguintes reas:
A cultura do jornalO pblico do jornalOs recursos de tecnologia
dos jornaisO esquema tipogrfico do jornalA arquitetura do
jornal
A criao de paletas de cor o resultado direto da anlise destes 5
pontos.
E tambm o primeiro passo para dar ao jornal um sendo de
identidade.
COR E IDENTIDADE
Esta rea onde o designer pode imprimir sua marca criando lugares
permanentes de cor em zonas como logotipos, selos, cartolas e
outros elementos de continuidade.
PALETA DE CORES E GRFICOS
Esta uma rea onde a cor pode desempenhar um importante papel que
assegura que todos os grficos informativos tenham uma marca, com
repeties que sejam a chave para estabelecer uma familiaridade
dia-a-dia.
COR E TIPOGRAFIA
Apesar da colorizao de tipos ser sempre um risco e passo
complicado, com a tecnologia hoje disponvel, se pode conseguir um
grande impacto com um ttulo ocasionalmente colorido numa seo mais
leve, ou talvez, uma palavra-chave em uma lista de vrios
elementos.
Cor e elementos decorativos, como cones oferecem a oportunidade
de introduzir um toque de cor dentro de uma pequena rea da
pgina.
COR E FOTOS
Ultimamente nada pode substituir o impacto da cor numa boa
fotografia ou ilustrao.
COMO TRABALHAR COM COR NO DESIGN EDITORIAL
Hoje a cor deixou de ser embalagem para estar diretamente
relacionada com os contedos das fotos e dos textos. Os jornais
diminuram o boto do volume das cores.O uso mais apropriado da cor
fora das fotos o do complemento.
A cor serve para organizar a pgina e guiar o leitor pelos
cadernos.
Muitos jornais montaram cartas com cores identificadas com as
cores da regio ou cidade. O objetivo ter cores mais reais, mais
prximas do universo do leitor.
Essa tcnica busca uma aproximao com os contedos e no a colorizao
do jornal.
As cores alm de criteriosamente escolhidas so testadas a nvel de
impresso.
Tons que no tm uma boa reproduo so descartados. A cor precisa
ser bem reproduzida para ser bem entendida.
O poder de cada cor
1. O amarelo a cor mais brilhante. capaz de criar grande
quantidade de luz na pgina. uma cor que domina. Uma boa soluo para
o amarelo no ficar to brilhante us-lo em percentuais de 20% a 30%.
O amarelo a cor ideal para letras aplicadas sobre fotografias,
recurso muito usado em revistas.
2. O vermelho mais compatvel com outras cores do que o amarelo.
Combina muito bem com o branco do papel ou com tons de cinza. O
vermelho pode ser uma das cores mais agressivas e visualmente
ativas do design.
3. O azul a cor mais sutil e harmonizadora de todas. Uma cor
elegante que combina com o branco do papel.
O azul, junto ao vermelho, tem um papel importante como
coadjuvante na combinao clssica entre cor fria e quente.
As cores pastis criam uma atmosfera de tranqilidade, deixando os
outros elementos que compem a pgina, fotos ou ilustraes
sobressarem.Combinaes interessantes ocorre ao unirmos o lils ao
vermelho.
Caractersticas de cada cor
Vermelho
A cor do fogo e do corao. uma cor que atrai nossa ateno.
popular, jovem e quando no tom de rosa pode ser associado com a
idia de romance.Um vermelho mais escuro associado com tradio,
nobreza e aristocracia.
Amarelo
uma das cores mais brilhantes, vivas e quentes. a cor do sol. O
amarelo se sobressai em relao s demais. Tons suaves de amarelo do
uma sensao de certa tranqilidade.
Verde
A cor das rvores e dos campos. Passa uma sensao de tranqilidade.
Um verde brilhante e vivo d a idia de primavera e at de
fertilidade. Verde escuro uma cor mais clssica que d a sensao de
profundidade, como de uma vasta floresta.
Azul
A cor do cu e do mar. Como o verde tem um efeito calmo e
tranqilo, mas ao mesmo tempo muito poderoso. Depois do vermelho uma
das cores mais familiares e poderosas de todo o espectro. Azul
claro representa esportividade e jovialidade. Azul escuro tem um
senso de dignidade e nobreza.
Violeta
uma cor sofisticada, tambm associada coisas nobres. Como no
muito freqente na natureza muitos pensam ser uma cor artificial,
mas no . Em tons suaves tem uma forte ligao com o universo
feminino, principalmente no vesturio.
Marron
uma cor nobre e tambm triste e melanclica, como as folhas de
outono. Marron claro, terra, bege do idia de tons rsticos, com um
visual natural. Marron escuro sugere fora e nobreza como madeira de
lei e couro.
Branco
A cor da natureza, virgindade, inocncia, paz, embora seja
associada a hospitais, inverno e at esterilidade, se o verde, por
exemplo, for associado fertilidade.
Preto
A cor da noite e da morte, muitas vezes associado com magia.
Geralmente associado elegncia feminina ou masculina pelos hbitos do
vesturio e tambm riqueza e ostentao.
Cores quentes
So os tons que vo do vermelho ao amarelo, incluindo o laranja,
rosa, marron e vinho. So cores brilhantes , espetaculares,
vistosas, e agressivas. Mais do que outras cores, atraem os olhos,
excitam e provocam emoes. Um esquema de cor, baseado em cores
quentes, parece impetuoso, arrogante e atrevido. Ao mesmo tempo,
pode ser alegre, jovial, animado e exuberante.
Cores frias
So os tons do verde ao violeta, incluindo o azul e todos os tons
de cinza. Cor fria por lembrar neve, gelo, ou um dia tpico de
inverno. Algumas vezes parecem insuportavelmente depressivas ou
tristes. Tons claros de verde e azul sugerem limpeza, natureza e
jovialidade. So cores refrescantes.
Cores claras
Tons claros de qualquer cor parecem suaves, sutis, refinados,
celestes e puros. Mesmo os tons suaves de laranja e violeta tm a
qualidade da transparncia e da fantasia. Muitas das cores suaves so
usadas em moda feminina e possuem a qualidade de serem as
preferidas em projetos contemporneos de design em geral.
Cores escuras
Preto e outras cores sugerem fora, solidez e densidade. Vermelho
escuro, violeta escuro, verde escuro e azul escuro tm uma forte
aura de dignidade. So cores tradicionais do vesturio masculino e,
tambm, do mobilirio mais sofisticado e caro de uma casa. Geralmente
so combinadas com as cores claras para formar um par mais
harmnico.
A LUZ e COR nas Artes Grficas
1 GENERALIDADESA cor como elemento de comunicao: ambientes,
impressos, vesturio, embalagens, vitrinismo, etc.
Mecanismo da viso das cores.Cor: parte da luz luz incompleta.O
espectro da luz.Tom, luminosidade, saturao da cor.Crculo das
cores.Cor complementar.Na luz: qualidade diferente de
intensidade.
2 FORMAO DAS CORES COM LUZ
Cores aditivas
Cores Primrias luz:laranja, roxo, verde = branco
Cores Secundrias luz:magenta (laranja mais roxo)amarelo (laranja
mais verde)ciano (roxo mais verde)
Cor terciria luz: branco da mistura equilibrada das trs primrias
mais todas as cores que provm da mistura do laranja, roxo e
verde.
3 FORMAO DAS CORES COM TINTAS PARA IMPRESSO
Cores subtrativas
Todas as cores-pigmento que impressionam nossos olhos so obtidas
pela mistura do magenta (vermelho), amarelo e ciano (azul).
Estas so as cores primrias. Misturando as duas em propores
iguais obtm-se as cores secundrias.
Laranja magenta mais amareloRoxo magenta mais cianoVerde ciano
mais amarelo
Com a mistura de uma cor primria com uma secundria vizinha
obtm-se as cores intermedirias.
Laranja avermelhado magenta mais laranjaLaranja amarelado
amarelo mais laranjaRoxo avermelhado magenta mais roxoRoxo azulado
ciano mais roxoVerde azulado ciano mais roxoVerde amarelado amarelo
mais verde
Com a mistura das trs primrias, em propores iguais ou desiguais,
obtm-se as cores tercirias:
preto, marrons amarelados, marrons avermelhados, marrons
azulados, etc.
Toda a cor pode variar em trs direes:
Para o branco = saturaoPara o preto = luminosidadePara outra cor
= matiz
4 NOMENCLATIRA RACIONAL DAS CORES
Primrias da luz:laranja (ou vermelho)roxo (ou azul
violeta)verde
Primrias-pigmento (impresso):ciano (ou cian, ou azul
ciano)magenta (ou vermelho magenta)amarelo
Primrias so puras; s variam em luminosidade e saturao.
Ex. ciano claro ou ciano escuro. No existe ciano esverdeado, mas
sim verde azulado.
Secundrias variam de matiz em direo das primrias:
Ex. verde amarelado (que contm mais amarelo que ciano); verde
azulado (que contm mais ciano que amarelo); roxo azulado ou roxo
avermelhado; laranja amarelado ou laranja avermelhado.
Na variao de saturao e luminosidade se diz:verde amarelado
claro, ou escuro; roxo azulado claro ou escuro, etc.
INFLUNCIA DA LUZ SOBRE AS CORES
As cores ficam alteradas na presena de diferentes fontes de
luz:Luz de tungstnio:espectro de poucos azuis e roxos, mas com
muito amarelo e vermelho. Faz as cores parecerem mais avermelhadas;
alteram azuis e roxos.
Luz fluorescente:espectro descontnuo; ressalta certas cores com
exagero.
Luz de vapor de mercrio:predominam as cores do extremo do
espectro; aviva os roxos e azuis. A luz verde azulada.
Lmpadas de xenon e arco de carvo:espectro completo e
equilibrado; emite todas as cores com a mesma intensidade. a luz
artificial mais completa.
Luz do sol:pela manh e entardecer predominam os amarelos e
vermelhos; entre 9 e 11, entre 13 e 16 horas o espectro completo e
equilibrado; entre 11 e 13 horas predominam os azuis e
ultravioletas.
6 DINMICA PSICOLGICA DAS CORES
Por motivos de associao de idias e por efeito de convenes, as
cores nos do sensaes diversas:
Cores quentes (vermelhos, amarelos e laranjas)Cores frias (azuis
e verdes)Cores leves (claras) e pesadas (escuras)
Outras sensaes so provocadas pelas prprias vibraesCores neutras
(preto, branco, cinza, prateado...)Aproximao (cores
quentes)Afastamento (cores frias)
7 DINMICA FISIOLGICA DAS CORES
O poder actnico da luz visvel situa-se principalmente nos
extremos do espectro: infra-vermelhos irradiam calor (ondas
longas); os ultra-violetas atual por penetrao (ondas curtas).
Superfcies claras refletem a luz; Superfcies escuras absorvem ou
retm.A cor menos actnica a do meio do espectro (verde).Os materiais
fotossensveis tm sua sensibilidade mxima na zona dos violetas e
ultravioletas.O efeito eritemal.Produo da cor inexistente
(complementar): a base da harmonizao de cores.
8 HARMONIZAO DAS CORES
Principais esquemas para harmonizao de cores:- Esquema
monocromtico Uso de uma s cor em tons claros e escuros.- Esquema de
cores anlogas Emprego de cores vizinhas no crculo das cores.-
Esquema de cores complementares Emprego de cores opostas no crculo
das cores.- Esquema tridico Emprego de trs cores eqidistantes no
crculo das cores.
As cores complementares: base da seleo de cores nas luzes d
branco; na impresso d preto
A seleo das cores
Seleo do magenta: filtro verdeSeleo do amarelo: filtro roxo
(azul)Seleo do ciano: filtro laranja (vermelho)Especialidades do
design grfico1. Design tipogrfico (Letras)2. Design publicitrio
(Anncios)3. Design de imagem corporativa (Logos)4. Design de
embalagens5. Ilustrao6. Cartazismo7. Design editorial (Livros)8.
Design de jornais9. Design de revistas10. Design de Sinalizao11
Design digital (tv, cinema, web)
1. Desenho tipogrfico
Todo designer grfico tem que saber lidar com letras de todos os
tipos e famlias.Ele vai trabalhar com desenho que inclui palavras e
imagens.Apesar de que saber lidar com isso se sabe pouco sobre quem
desenhou letras.
Comeando por Gutenberg h um grande grupo de pessoas que se
dedicou a isso.Jenson 1476Garamond 1546Plantin 1570Caslon
1734Baskerville 1754Bodoni 1881Benton Fuller Benton Century 1900
Franklin 1902Renner Futura 1928Gill 1928Morrisson Times
1931Hoffmann / Miedinger Helvetica 1951Frutiger Univers 1957
O desenhista de letras se dedica a desenhar alfabetos originais
nas verses maisculas e minsculas, alm disso nmeros e sinais de
pontuao.Antigamente essas letras eram desenhadas uma a uma, mas
agora possvel digitalizar e isso faz com que seja possvel pequenas
modificaes como a grossura da haste da letra, inclinaes,
condensaes, sombreadosIsso faz com que alguns desenhistas no
especializados faam experincias com desenho de letras.Otl Aicher,
desenhista da Rotis em 1987Neville Brody Industria 1984, Insignia
1986, Arcadia 1986
Os grandes clientes dos desenhistas de letras so os fornecedores
de fontes para empresas de fotocomposio e computadores de uso
profissional.AgfaMonotypeLinotypeAutologicAdobe
Tambm as indstrias de tipos transferveis como Letraset ou
pequenas e mdias empresas que buscam algum alfabeto exclusivo.Um
dos desafios dos desenhistas de tipos de letras obter uma perfeita
harmonia entre os perfis dos diferentes sinais alfabticos. Entre o
peso visual da forma desenhada e sua contra-forma com o preto e o
branco.
Giambatista Bodoni citava quatro virtudes do desenho
tipogrficoRegularidadeLimpezaElegnciaBom gosto
2. Desenho publicitrio
Seu trabalho criar idias.Suas ferramentas so o computador, com
suas tipografias, recursos de desenho e paletas de cores.O diretor
de criao inventa imagens, slogans, e estratgias que os outros
profissionais vo planejar, formatar e redigir.Cabe ao desenhista
publicitrio colocar no papel campanhas para jornais e revistas,
folhetos para venda direta, expositores para ponto de venda,
roteiros ou storyboard para televiso, etiquetas, logotipos e
embalagens para linhas de produto, alm de dar assistncia em
rodagens de anncios, comerciais para tev e sesses fotogrficas.O
trabalho pode exigir maquetes ou prottipos para exibir ao cliente,
artes-finais para reproduo e impresso ou projetos para superviso e
produo de fotos ou filmes publicitrios.
3. Desenho de imagem corporativa
Essa especialidade tem aspecto difcil e interessante. Encher uma
imagem ou algumas letras com contedo simblico para representar,
identificar e evocar uma instituio, entidade ou causa.Uma
identidade de imagem alguma coisa semelhante ao que representam
nome e sobrenomes ou as assinaturas para as pessoas.Os
especialistas de desenho de imagem corporativa sabem que o trabalho
de desenho e estratgia, porque a aplicao, o desenvolvimento e a
implantao de uma imagem devem ser uma ao disciplinada e
estratgica.O trabalho de identidade corporativa costuma exigir alm
de especialistas em comunicao, psiclogos, socilogos e especialistas
em marketing.Mas, s vezes, essa interdisciplinaridade no impede
imagens de identidade ruins e sem eficcia.Em resumo, o desenho
consiste em criar um smbolo grfico, um conjunto de siglas, ou um
logotipo que uma srie de letras caractersticas para expressar
sinteticamente o esprito ou a obra de uma instituio ou empresa.
H uma liberdade aparente que pode ser enganosa porque preciso
analisar constantemente o sentido das formas, das letras, a cor, a
composio dos elementos para obter a maioria coerncia com
significados e sensaes da imagem que vai ser projetada.
4. Desenho grfico de embalagem
O desenho de embalagem tem como objetivo fazer com que, nos
pontos de venda, cada produto possa defender a si mesmo, sem
luminosos, displays, anncios ou expositores no meio de milhares de
outras mercadorias.Ento ele tem concentrar ateno no recipiente, no
rtulo e na etiquetagem.O meio em que a embalagem est exposta no
dia-a-dia pode representar um grande desgaste e, por isso, muitas
dessas imagens esto sempre em mutao.As alteraes podem ser
provocadas por uma oferta especial, um brinde temporrio, um novo
ingrediente ou uma ampliao ou reduo do recipiente.s vezes a mudana
provocada pela saturao que as pesquisas de mercado detectam em
determinados produtos, com mais frequncia naqueles de maior apelo
popular.As frmulas de sucesso de um recipiente, rtulo ou etiqueta
no surgem sempre de uma anlise racional e estratgica, mas podem
surgir de decises emotivas que despertam ou no no consumidor o
desejo de adquirir o produto.Apesar disso, o desenhista de
embalagem tem que ter uma concepo prtica de seu trabalho. A
interveno do profissional deve ser neutra e transparente porque ele
atua sobre o produto e no sobre a sua promoo ou sobre a lembrana da
marca.O desenhista de embalagem deve conhecer tipografia,
tratamento de imagem e aplicao de cores.
5. Ilustrao
Todos os desenhistas so de alguma forma ilustradores. Porque o
princpio fundamental da profisso consiste em ilustrar, ou seja
iluminar um impresso com imagens alusivas ao texto.Uma das tarefas
do ilustrador fazer as imagens falarem. Isso exige critrio e
talento, mas tambm conhecimento tcnico e sensibilidade.Para algumas
especialidades da ilustrao como a infografia, especialidade que
consiste na traduo em imagens figurativas de quadros, grficos e
outros elementos da estatstica, importante um conhecimento mais
tcnico.O ilustrador que se dedica ao desenho grfico ou aquele que
se destina publicidade dever ter versatilidade suficiente pra
resolver de forma eficiente diversos pedidos.Uma ilustrao para um
cartaz diferente de um anncio. Em um cartaz, o leitor ver por um
tempo curto.Embora exista uma longa tradio de cartazes ilustrados,
o tratamento ideal ser sempre o de obter mximos efeitos com mnimas
formas.Em anncios de revista o tempo do leitor maior.Nesse caso, a
prpria proximidade do suporte ao leitor contribui para uma leitura
demorada e relaxada o que permite ao ilustrador ser mais
detalhista.
6. Cartazismo
O cartaz foi o primeiro passo clssico do lanamento de produtos,
sejam institucionais, comerciais ou culturais,Mas hoje est reduzido
a aes residuais de grande interesse, mas de escassa projeo.A
desvalorizao do cartaz mantm a existncia da especialidade ainda que
no sejam mais necessrios especialistas.Qualquer desenhista pode
fazer cartazes. Nos ltimos 30 anos, marcados pela televiso, os
melhores cartazes so de desenhistas polivalentes.O cartaz costuma
estar formado na sua parte principal por uma imagem que pode ser
figurativa ou abstrata, ilustrada ou fotografada, tipogrfica ou
caligrfica, multicor ou monocromticaO cartaz deve buscar o
essencial sem detalhes irrelevantes e sem ornamentos desnecessrios.
Essa a natureza do cartaz que no pode ser transgredida.
7. Desenho editorial
Essa especialidade a mais antiga. Tem 500 anos de produo e
parece ser feita como os coquetis, com um pouco de desenho
corporativo e outro pouco de desenho de embalagem.O livro uma das
grande especialidades do desenho.Milhes de matrizes tipogrficas,
muitas pginas, uma folha de cartolina que serve de capa, lombada,
contracapa e o ocasionalmente orelhas.Tem uma superfcie
multicolorida que equivale a uma carteira de identidade com nome do
autor, e d