CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Tema – Metodologia na proposta da Pedagogia Histórico- Crítica: estratégias de ensino Projeto Pós-graduação Disciplina Metodologia do Ensino Tema Metodologia na proposta da Pedagogia Histórico- Crítica: estratégias de ensino Professor Inge Renate Fröse Suhr Introdução Neste tema, estudaremos a metodologia sugerida pela Pedagogia Histórico-Crítica, na qual o professor e o aluno são sujeitos do processo ensino-aprendizagem, mas com papéis diferenciados. Apresentaremos, também, algumas estratégias de ensino. Para iniciar os seus estudos, assista ao vídeo, disponível em seu material digital, no qual a professora Inge explicará os objetivos deste tema e os seus subtemas. Problematização Lucília assumiu algumas turmas da disciplina História no ensino fundamental e decidiu, depois de ter participado de um curso, que precisava modificar o seu modo de organizar as aulas. Em conversa com a pedagoga da escola em que trabalha, ela relata como são as suas aulas: – Eu leciono História, não tem como contextualizar, são coisas que aconteceram em outras épocas, os alunos precisam memorizar mesmo! Eu começo assim: explico o assunto falando e, quando dá, mostro imagens da época que estou explicando. Enquanto falo, eu já vou fazendo a síntese do que considero mais importante no quadro e mando os alunos copiarem. Essas
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Tema – Metodologia na proposta da Pedagogia Histórico-
Crítica: estratégias de ensino
Projeto Pós-graduação
Disciplina Metodologia do Ensino
Tema Metodologia na proposta da Pedagogia Histórico-
Crítica: estratégias de ensino
Professor Inge Renate Fröse Suhr
Introdução
Neste tema, estudaremos a metodologia sugerida pela Pedagogia
Histórico-Crítica, na qual o professor e o aluno são sujeitos do processo
ensino-aprendizagem, mas com papéis diferenciados. Apresentaremos,
também, algumas estratégias de ensino.
Para iniciar os seus estudos, assista ao vídeo, disponível em seu
material digital, no qual a professora Inge explicará os objetivos deste tema e
os seus subtemas.
Problematização
Lucília assumiu algumas turmas da disciplina História no ensino
fundamental e decidiu, depois de ter participado de um curso, que precisava
modificar o seu modo de organizar as aulas. Em conversa com a pedagoga da
escola em que trabalha, ela relata como são as suas aulas:
– Eu leciono História, não tem como contextualizar, são coisas que
aconteceram em outras épocas, os alunos precisam memorizar mesmo! Eu
começo assim: explico o assunto falando e, quando dá, mostro imagens da
época que estou explicando. Enquanto falo, eu já vou fazendo a síntese do que
considero mais importante no quadro e mando os alunos copiarem. Essas
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anotações são a base para a prova bimestral, assim, se todos copiam (e eu
vou às carteiras ver se eles copiaram), não tem como alguém reclamar depois.
Quando os alunos terminam de copiar a síntese, peço que leiam no livro o
mesmo assunto. Eu sempre digo assim: vamos ver como outro autor explica
esse assunto e, depois que eles leem esse conteúdo, às vezes eu tiro alguma
dúvida, ou então peço para eles fazerem exercícios no livro ou no caderno.
Na sequência da conversa a pedagoga indaga:
– Mas você acha que os alunos não sabiam nada sobre história antes de
sua aula? E que realmente ela não tem relação com o dia a dia?
– Raramente alguém sabe alguma coisa, pois hoje os alunos não leem
mais, só ficam na frente da TV – responde Lucília.
Então a pedagoga retruca:
– Mas a nossa vida está cheia de coisas que só podemos compreender
se olharmos a história. Veja só: uma criança terá muita dificuldade para
entender que o pai está desempregado, pois a fábrica na qual ele trabalhava
fechou, se ele não entender como, no decorrer da história, o Brasil optou por se
inserir no mercado internacional de maneira subalterna. E isso começou com o
descobrimento, quando os portugueses tomaram posse do Brasil...
– Mas as crianças não entendem isso, elas não fazem essa relação –
responde Lucília. E, para garantir a disciplina, eu tenho que usar pulso firme!
Eu quero mudar, quero que os alunos se interessem mais pela história, mas
não sei como...
A pedagoga percebeu que a professora estava fazendo algumas
confusões no modo como compreendia o processo ensino-aprendizagem.
Então, ela a desafiou a organizar as aulas com base na proposta metodológica
da Pedagogia Histórico-Crítica.
Depois de realizar as atividades propostas neste tema, reflita e
responda: se você fosse essa pedagoga e tivesse que orientar a professora, o
que faria tendo como base a proposta metodológica da Pedagogia Histórico-
Crítica?
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Não responda agora! Antes, acompanhe o conteúdo deste tema e
reflita a respeito da melhor resposta para esse questionamento. Essa
situação será apresentada novamente adiante.
O Papel da Escola na Pedagogia Histórico-Crítica
A metodologia descrita neste tema é aquela proposta pela Pedagogia
Histórico-Crítica. Vale dizer que, segundo essa linha teórica, o papel da escola
é socializar os conhecimentos e saberes universais, “entendendo a apropriação
crítica e histórica do conhecimento enquanto instrumento de compreensão da
realidade social e atuação crítica e democrática para a transformação desta
realidade” (GAZIM et al., 2005, p. 50).
Nessa concepção, a escola é compreendida dialeticamente como
instância que é “determinada pelos condicionantes socioeconômicos e
políticos, mas também tem, por contradição, um espaço de ação que pode e
deve ser utilizado com o objetivo de promover a transformação social” (SUHR,
2011, p. 154).
Estamos assumindo, com esse direcionamento, que a educação tem
como horizonte contribuir para a construção de uma sociedade mais justa para
todos. A fim de contribuir com esse objetivo, a Pedagogia Histórico-Crítica
propõe que a especificidade da escola é ensinar (e muito bem) os conteúdos
aos alunos, mas como ferramentas para a interpretação do mundo.
O docente, nesse direcionamento, é a autoridade competente que
direciona o processo ensino-aprendizagem e interfere e cria condições para
que os alunos possam se apropriar do conhecimento. Por isso mesmo, além da
competência na área do conhecimento, o professor precisa desenvolver a
competência didática.
O aluno é compreendido como sujeito de sua própria aprendizagem, que
traz os seus conhecimentos prévios para a sala e os analisa à luz dos novos
conhecimentos trazidos pelo professor. Com isso, o aluno alcança níveis mais
elevados de organização do saber e o relaciona à prática social. Ele precisa
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desejar, estar envolvido, mas esse envolvimento não acontece “de graça”, pois
precisa, muitas vezes, ser despertado e estimulado pelo professor. Por isso:
a metodologia adotada se baseia na busca de relações entre o que o aluno já conhece (senso comum) e a forma mais elaborada desse mesmo conhecimento (ciência). O professor é o mediador que possibilita essa busca de relações por parte dos alunos, encaminhando as reflexões e atividades, organizando o processo de aprendizagem (SUHR, 2011, p. 157).
Assista ao vídeo a seguir, disponível em seu material digital, para
conhecer o papel da escola na Pedagogia Histórico-Crítica.
A Metodologia da Pedagogia Histórico-Crítica
Prática social (ponto de partida)
Todo trabalho em relação a qualquer conteúdo sempre deve tomar como
ponto de partida o conjunto de fenômenos materiais sociais, que estão em
constante movimento, organizando-se e reorganizando-se perpetuamente.
Tanto os alunos quanto o professor vivem imersos na prática social, mas em
níveis diferentes de compreensão. Exemplifiquemos: ambos vivem a situação
de precisarem comprar objetos à prestação, mas o professor tem mais
condições de compreender o cálculo de juros embutido no valor total do
produto.
Dizemos que o aluno tem a compreensão sincrética do real, ou seja,
misturada, mais confusa, menos organizada e refletida. Já o professor deve ter
uma compreensão mais elaborada (mais sintética), embora ele mesmo esteja
em constante processo de compreensão do real. O professor também não
sabe tudo, não consegue perceber todas as relações presentes em todos os
eventos do dia a dia, mas, com certeza, sua compreensão é mais avançada
que a dos alunos, pois ele tem mais base científica para tal.
Em síntese, ao iniciar todo e qualquer conteúdo, o professor precisa
planejar como fará o “link” com a realidade concreta vivenciada por ele e pelos
alunos. O docente precisa oferecer espaço para que os alunos manifestem
suas compreensões, visões, mitos e erros de compreensão, pois abrir espaço
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para entender “como os alunos pensam sobre este tema” é que lhe permitirá
saber em quais aspectos precisa interferir, qual questionamento deverá fazer,
quais materiais serão mais interessantes para a turma, entre outros pontos. Por
isso mesmo, a interação é essencial.
É importante lembrarmos, também, que não se trata apenas de trazer
um fato do dia a dia para ilustrar o conteúdo, e sim promover a reflexão. É
instigar a motivação e promover a significação do conhecimento.
É essencial também levar em conta que, partir do que é próximo ao
aluno, não significa limitar a abordagem apenas a fatos vivenciados por ele “na
carne”. Vejamos: mesmo quem não esteve presente em um evento marcante
da atualidade é envolvido por ele pela televisão e pela internet. Isso quer dizer
que, muitas vezes, um terremoto ou um tsunami ocorrido na Ásia são mais
próximos para o aluno do que um fato ocorrido no seu bairro.
Problematização
Na problematização, por meio de perguntas instigadoras,
questionamentos, levamos os alunos a se abrirem para o novo. É quando se
deve “colocar a pulga atrás da orelha”, causar dúvidas e curiosidades. Segundo
Vasconcellos (2009), é o momento de causar a ruptura em relação ao que os
alunos já sabem, permitindo que eles percebam a precariedade das
informações que têm sobre o fato/tema/conteúdo em questão.
Só nos abrimos para conhecer algo quando nos damos conta de que o
nosso conhecimento é falho, limitado. Por isso, cabe ao professor estabelecer
a contradição em relação às representações prévias dos alunos, pois sem isso
não há avanço do conhecimento. No entanto, não se trata de uma negação
simplista, que passe ao aluno a impressão de que ele é “burro” ou mal
informado. É a negação como parte de um processo, como momento dialético
que conserva o que há de bom e correto nas percepções dos alunos e os
empurra a perceberem as lacunas e, com isso, a aprenderem.
A problematização é uma etapa importante para “tirar o pensamento do
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aluno da inércia e colocá-lo no movimento do real” (VASCONCELLOS, 2005, p.
88).
É importante ressaltar que a problematização não se baseia apenas na
verbalização, já que ela pode ser favorecida por meio da pesquisa, de um
vídeo, da experimentação, da dramatização, da construção de um modelo,
entre outros fatores. A escolha da estratégia vai depender do conteúdo em
questão.
Instrumentalização
Essa é a etapa na qual se “introduz o novo conhecimento, seja por meio
de uma exposição dialogada pelo professor, seja por meio da coleta de dados,
estudo de texto, entrevista, etc.” (SUHR, 2011, p. 158).
É durante a instrumentalização que o professor, usando estratégias
variadas, oferece aos alunos novos elementos advindos da ciência, da filosofia
e da arte, sistematizados pela humanidade no decorrer dos tempos. Ao ter
contato com esses novos elementos, os alunos vão tendo condições de
ressignificar o que sabiam sobre o tema em questão e, com isso, passar a uma
visão mais elaborada do real.
Todo conhecimento passa a ter, nessa concepção, o papel de
ferramenta em prol de uma maior compreensão do real. Nada pode ser
ensinado apenas “por ensinar”, assim como o aluno sempre precisa saber por
que está fazendo determinada atividade. Para a Pedagogia Histórico-Crítica,
todo cálculo, exercício e leitura precisa estar articulado a essa busca de
compreensão do real, e sempre o aluno deve perceber essa relação.
O caminho do aluno para aprender se dá por sucessivas aproximações,
nos indicando que não devemos supor que, uma vez trabalhado o conteúdo,
não haverá mais dúvidas. Aprender é um processo em espiral e, a cada nova
abordagem ou novo contato com o assunto, o aprendiz vai aprofundando um
pouco mais a sua compreensão. Fatores como faixa etária e experiência prévia
também interferem nisso e precisam ser levados em conta nesse processo.
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Não podemos esperar que alunos iniciantes em um tema tenham o mesmo
nível de compreensão dos alunos que já estão mais avançados.
Vale ressaltar que o aluno também precisa ser iniciado ao método de
aquisição do conhecimento, e não apenas à sua forma final. Isso significa que
não basta apresentar uma fórmula (síntese de um raciocínio), e sim que o
aluno deve ser levado a compreender o raciocínio, pois só assim ele poderá
“se virar” se vier a esquecer da fórmula. O mesmo vale para regras
gramaticais, fatos históricos, regras de classificação de animais ou vegetais
etc.
Catarse
Saviani (1989) explica essa fase como aquela em que os instrumentos
culturais (novos conhecimentos) são incorporados pelos alunos, permitindo-
lhes uma visão mais crítica e consciente do real. É quando o novo
conhecimento passa, realmente, a fazer parte do aluno e a dirigir o seu modo
de compreender e se relacionar com o mundo à sua volta. É o momento em
que o aluno, tendo percorrido as etapas anteriores de aproximação do objeto
de estudo, conseguiu se apropriar dele, no nível esperado para a sua faixa
etária, série ou curso.
Aqui, referimo-nos a curso, série ou faixa etária porque há diferentes
níveis de aprofundamento em um mesmo conteúdo. Do estudante de ensino
fundamental podemos esperar um nível de conhecimento acerca da
reprodução humana, já do aluno de ensino médio, outro nível, mais
aprofundado. Se for um aluno de Medicina, o nível de aprofundamento, com
certeza, deverá ser bem maior. No entanto, em todos os casos, espera-se que
o aluno passe a agir diferente ao ter realmente compreendido um assunto. Esta
é a palavra-chave: compreensão! Precisamos superar aquela história de “eu vi
esse assunto, mas não me lembro de nada”.
Nessa etapa, o aluno deve ser instigado a elaborar e expressar o novo
conhecimento. Isso pode ocorrer por meio de várias estratégias, desde
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elaboração de desenhos, textos, mapas mentais, maquetes, exercitação
prática, apresentação em seminário ou produção de uma tese. Novamente, o
que define o nível de exigência nessa sistematização do saber pelo aluno é a
faixa etária, série ou curso do aluno.
De todo modo, é importantíssimo propiciar a elaboração de sínteses
compreensivas do conhecimento aprendido.
Prática social (ponto de chegada)
Assim como o início do processo é a prática social, o fim também o é,
mas ressignificada. Espera-se que o aluno seja capaz de compreender os
mesmos aspectos da realidade de maneira mais orgânica, coesa, organizada.
Trata-se do coroamento de todo o processo, no qual o aluno demonstra (às
vezes na escola, às vezes fora dela) que avançou em relação ao modo como
compreendia o mundo.
Para saber mais sobre essa metodologia, acesse o link disponível a
Vamos começar a explorar esse assunto assistindo ao vídeo da palestra
proferida por Marcos Napolitano sobre a análise de filmes em sala de aula.
Para tanto, basta acessar o link disponível a seguir:
<http://www.youtube.com/watch?v=n1UTnjFnBws>.
Nessa palestra, o professor Marcos Napolitano aborda aspectos
relativos a como a linguagem fílmica vai muito além do que o espectador
“desavisado” percebe e como isso nos atinge “por completo”. Ele nos lembra,
ainda, que todo filme é uma opção de seus realizadores e, portanto, transmite
determinada ideologia.
Por que usar filmes?
O uso do filme traz algumas vantagens, pois ele utiliza uma linguagem
complexa, na qual
o roteiro, a cenografia, a música, a interpretação dos atores, os efeitos sonoros e visuais, os figurinos, a direção de arte ou a direção de elenco são apenas alguns dos trabalhos que não percebemos, mas que dão vida e argumento para a consolidação de uma obra cinematográfica (MACHADO, 2006, p. 6).
Por isso mesmo, sobre o uso do filme em sala de aula, podemos dizer
que:
Favorece a ampliação cultural dos educandos;
A linguagem midiática tem um grande potencial mobilizador;
Aproxima o conteúdo da linguagem imagética e sonora, tão forte em
nossa sociedade;
Aciona mecanismos mentais e emocionais, pois o seu apelo inicial é
emocional e só depois racional;
Permite ultrapassar a cultura da transmissão oral.
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Como usar o filme?
Você deve estar se perguntando: como devo usar o filme? Pois bem, o
seu uso depende do objetivo. O professor deve saber o que deseja, o que
pretende extrair da obra, as conexões existentes entre o filme e as suas aulas
e as possibilidades de paralelo entre materiais didáticos de outra natureza.
Portanto, o “por que usar” deve estar bem claro na cabeça do professor
quando escolhe um filme, pois o seu uso pode desempenhar, no mínimo, três
funções: sensibilização, ilustração, fixação ou integração de conteúdos.
Sensibilização: como atinge diretamente a sensibilidade, o filme
favorece a discussão sobre valores/atitudes ou temas específicos.
Assistir a um filme permite abalar visões prévias (vindas do senso
comum) e ressignificá-las a partir da discussão posterior a ele.
Ilustração: o filme pode ajudar o aluno a compreender fatos ou cenários
desconhecidos.
Fixação ou integração: quando aborda corretamente algum conteúdo,
o filme pode ajudar a sedimentar a aprendizagem.
Em todos os casos, é preciso planejar o uso do filme com antecedência
e tendo em vista o objetivo de sua projeção!
Planejando o uso do filme
Inicie este tópico lendo o texto “Cinema e currículo: caminhos e
possibilidades”. Aproveite e leia com bastante atenção o trecho que fala sobre
como fazer para chegar lá. Esse texto está disponível no link a seguir:
Como você leu no texto, o autor propõe seis itens a serem levados em
conta ao pensar em usar filmes em suas aulas. Vamos agora, com base no
texto e em outros materiais, listar alguns cuidados importantes.
Assista ao filme antes, anote os pontos importantes para o seu
conteúdo, verifique se é necessário intervir durante a projeção ou se é
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preciso editar trechos.
Organize uma aula introdutória ao filme, na qual você informe os
aspectos gerais do vídeo: autor, duração, época e contexto em que foi
filmado, entre outros pontos. Mas cuidado! Não quebre a expectativa
oferecendo informações detalhadas demais sobre o enredo.
Explique que todo filme expressa “o olhar” do diretor, portanto, não é
uma descrição “factual” da realidade apresentada, e sim uma
interpretação.
Planeje as atividades a ser realizadas a partir do filme: debate, resenha,
relação com textos lidos, produção de cartaz, paráfrase, crítica etc.
Apresente previamente as atividades a ser realizadas com a exibição do
filme: a sua relação com os textos lidos, com as aulas dadas etc.
Comente quais são os elementos principais a ser observados pelos
alunos durante a exibição.
Durante a projeção, se for necessário parar o filme para alguma
explicação, seja breve, para não “quebrar o clima”.
Antes da projeção certifique-se de que os aparelhos estão funcionando,
para evitar surpresas desagradáveis.
Explore o filme por meio de atividades posteriores, que podem, inclusive,
ter caráter avaliativo.
Lembre-se de que nos debates que se estabelecerem após um filme o
professor é o mediador. Ele deve impulsionar o aluno a argumentar e
fundamentar as suas posições, preferencialmente com base na
disciplina em questão.
Também é possível usar trechos de filmes em vez de projetá-los por
completo. Muitas vezes, dado o tempo que temos e a especificidade do
conteúdo, essa é uma excelente estratégia. De todo modo, continuam
valendo as orientações anteriores! Na internet há vários sites que dão
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orientação para fazer os cortes nos filmes desejados.
O seminário
O seminário é um procedimento metodológico no qual diversos grupos
estudam e pesquisam um assunto predeterminado, preferencialmente tomando
diferentes pontos de vista ou abordagens, fontes de pesquisa também
diferentes e, dependendo do nível de maturidade da turma, posições
conflitantes dos autores ou linhas de pesquisa sobre o tema. A apresentação
dos diversos grupos nessa metodologia não tem o objetivo de apenas “trazer”
as informações, e sim suscitar o debate, a participação, a construção de novos
conhecimentos, tendo como referência os conteúdos trazidos pelos grupos.
Essa técnica exige a participação de todos. Não se trata de “aula dos
alunos em vez do professor” nem desobriga o restante da sala da discussão,
como normalmente ocorre, reduzindo o seu papel ao de mero ouvinte.
Ele é uma oportunidade para os alunos se aprofundarem em um tema e
desenvolverem a capacidade de comunicar os resultados das pesquisas aos
colegas. E estes, debaterão, questionarão, enfim, participarão!
Por meio do seminário (quando bem organizado) podemos desenvolver
nos alunos:
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O seminário obedece às seguintes etapas: preparação, execução,
avaliação.
a. Preparação
Estando já definido o “grande tema”, em um primeiro momento os
grupos fazem as suas pesquisas, orientados pelo professor. É interessante
propor pontos de vista ou posicionamentos teóricos diferentes para cada grupo,
ou mesmo temas “menores”, que contribuam para a discussão final.
Cada grupo deverá retirar de suas pesquisas elementos necessários
para a discussão, que será realizada em data predeterminada. Para isso, no
decorrer da pesquisa os grupos produzem fichamentos, sínteses, relatórios,
gráficos e imagens, dependendo do objetivo e do tema.
Durante a preparação para o seminário é importante:
Explicar aos alunos como será a dinâmica do seminário;
Comentar sobre postura corporal, dicção e roupa no momento da
apresentação;
Organizar e divulgar um cronograma de ações;
Sugerir bibliografia para a pesquisa;
Orientar sobre o uso de recursos audiovisuais;
Oferecer tempo e orientar sobre a apresentação;
Definir se deve ser entregue algum texto escrito relativo à pesquisa
realizada e qual o seu formato;
Definir datas (entrega de texto escrito, apresentações);
Definir se os apresentadores deverão entregar alguma síntese aos
participantes;
Verificar previamente o material de apoio que as equipes usarão para
evitar a exposição de conceitos equivocados, erros de escrita, entre
outros pontos;
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Discutir com os alunos quais serão os critérios de avaliação.
b. Execução
O momento do seminário deve ser muito bem organizado para que seja
produtivo. Cada grupo/apresentador precisa saber antecipadamente a dinâmica
da apresentação, como, por exemplo:
Qual será o tempo para exposição;
Quais aspectos da pesquisa devem ser apresentados (senão os alunos
simplesmente repetem oralmente o que escreveram);
Qual será o papel dos demais alunos;
Se haverá debates ao fim de cada apresentação ou ao fim do dia.
Há também outros cuidados importantes que o professor deve tomar,
sendo eles:
Organizar o espaço físico de tal modo que favoreça o debate e a troca
de informações;
Cumprir os combinados;
Regular o tempo de cada apresentação. É muito comum que os
primeiros a apresentar utilizem um período maior e sobre menos tempo
para os últimos, o que geralmente causa indignação nos alunos. Por
isso, controlar o tempo é de vital importância, sendo possível escolher
um aluno para o papel de controlar o tempo e avisar o(s)
apresentador(es) quando faltarem 10 minutos, 5 minutos, conforme
combinado previamente. Pode-se usar um código ou mesmo uma
plaquinha com esse objetivo;
Não fazer interrupções no decorrer das apresentações (exceto se o erro
for crasso), para não causar ansiedade no grupo ou mesmo gastar o
tempo da equipe;
No momento do debate (após a apresentação), mediar a participação da
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turma, oferecendo espaço para todos participarem. É também nesse
momento que serão encaminhadas as sínteses, será feita a retomada de
pontos que ficaram frágeis na apresentação e se completará o conteúdo;
Para garantir a aprendizagem, é prudente que ao fim do seminário todos
os alunos elaborem um texto (ou outra forma de expressão do que foi
aprendido) a partir das apresentações e dos debates. Essa produção
pode ser considerada um instrumento de avaliação.
c. Avaliação
A avaliação do seminário precisa ser previamente combinada com a
turma, deixando bem claros os critérios. Sugerimos, a seguir, um esquema que
poderá auxiliar na hora de planejar a avaliação de um seminário. Observe que
esse esquema de pensamento pode ser utilizado também para definir critérios
para outras estratégias de avaliação, tais como o trabalho em equipes, a
maquete, a dramatização etc.
Todas as etapas do seminário podem ser avaliadas. Observe o quadro a
seguir:
Etapa do seminário Possibilidades de avaliação
Pesquisa - Levantamento de material de consulta relevante; - Postura colaborativa em grupo; - Capacidade de análise e síntese; - Construção do material de apoio.
Preparação - Qualidade do material de apoio; - Avanços e dificuldades no decorrer do ensaio para o seminário.
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Apresentação - Objetividade na apresentação, usando o tempo de forma produtiva; - O tom de voz adequado, sendo bem audível, com bom ritmo, entonação, sem se tornar cansativo; - O vocabulário utilizado: correção teórica, evitando uso de chavões e gírias; - Adequação teórica do conteúdo (não conter conceitos errados); - Uso adequado do material de apoio; - Domínio do conteúdo por todos os participantes do grupo; - Capacidade de argumentação; - Capacidade de ouvir outras ideias e interagir com elas.
Após o seminário - Texto final (valem os critérios para a correção de textos escritos e a adequação à discussão realizada no seminário).
A revista “Nova Escola” tem algumas sugestões sobre a preparação e
apresentação de seminários, que podem ser vistas a seguir: