1 o EEMED-1994 1 o . ENCONTRO ESPÍRITA SOBRE MEDIUNIDADE TEMA: A MEDIUNIDADE PSICOGRÁFICA Em 26 de junho de 1994 A MEDIUNIDADE PSICOGRÁFICA “Tudo está em observar com cuidado e isso todos podem fazer nós, desde que se não limitem a observar efeitos, sem lhes procurarem as causas. Se a nossa fé se fortalece, de dia para dia, é porque compreendemos. Tratai, pois, de compreenderdes, se quiserdes fazer prosélitos sérios.” ALLAN KARDEC “O LIVRO DOS MÉDIUNS” - item 149
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
1o E E M E D - 1 9 9 4 1o. ENCONTRO ESPÍRITA SOBRE MEDIUNIDADE
TEMA: A MEDIUNIDADE PSICOGRÁFICA Em 26 de junho de 1994
A MEDIUNIDADE PSICOGRÁFICA
“Tudo está em observar com cuidado e isso todos podem fazer
nós, desde que se não limitem a observar efeitos, sem lhes procurarem
as causas. Se a nossa fé se fortalece, de dia para dia, é porque
compreendemos. Tratai, pois, de compreenderdes, se quiserdes fazer
prosélitos sérios.”
ALLAN KARDEC
“O LIVRO DOS MÉDIUNS” - item 149
- 2 -
SUMÁRIO
CONTEÚDO PÁGINA
Temário para o 1o. Encontro Espírita sobre a Mediunidade (1o. EEMED) 003
Explicações sobre a Apostila 004
Programa para o 1o. EEMED De 005 a 006
Índice 007
Mensagens psicográficas dos Diretores Espirituais do CELD para o
Encontro
De 008 a 014
Roteiro para o estudo:
- Conceito e definições kardequianas
- Manifestações dos Espíritos
- Comunicações dos Espíritos
- Tipos de comunicações
- Quadro sinóptico dos diferentes modos de manifestação e comunicação
dos Espíritos
De 015 a 019
Comunicações através da escrita:
- A Escrita Direta ou Pneumatografia
- A Psicografia ou Escrita Manual
De 020 a 032
Kardec e a Mediunidade Psicográfica:
- Primeiros contatos
- Os médiuns psicógrafos e as revelações sobre a missão de Kardec
- Os médiuns psicógrafos e as orientações sobre a conclusão do trabalho da
Codificação
- A Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas e seus Médiuns
De 032 a 038
Estudo sobre as variedades dos médiuns escreventes, segundo Kardec (*)
A Prática da Mediunidade Psicográfica:
- Desenvolvimento Mediúnico
- Dificuldades
- Tipos de médiuns escreventes
- Quadro sinóptico das variedades dos médiuns escreventes
- A obsessão na Psicografia
De 039 a 051
Mecanismo da Mediunidade e Médium sem o Saber
Mecanismos da Psicografia:
- Introdução
- Pensamentos e Ondas
- Transmissão
- Comunicação entre os Homens
- Os tipos de médiuns psicógrafos e os Mecanismos da Comunicação
- A Comprovação pela Grafoscopia
De 052 a 081
Desenvolvimento do Programa para o 1o. EEMED
Roteiro para o Estudo dos Médiuns Escreventes
Conclusão
De 082 a 147
Dados Históricos De 148 a 154
Avaliação do 1o. Encontro Espírita sobre a Mediunidade De 155 a 156
(*) Ver o Quadro sinóptico das variedades dos médiuns escreventes, inserido às pp. 044 a 047
- 3 -
TEMÁRIO
Tema Geral
A Mediunidade Psicográfica
Tema 1:
Kardec e a Mediunidade Psicográfica
Tema 2:
A Psicografia, a Pneumatografia e os Médiuns Psicográficos
Tema 3:
Mecanismo da Mediunidade Psicográfica
- 4 -
CELD - CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS
1o. ENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE EM 26/06/1994
TEMA: A MEDIUNIDADE PSICOGRÁFICA
A MEDIUNIDADE PSICOGRÁFICA
“Tudo está em observar com cuidado e isso todos podem fazer como nós, desde que se não
limitem a observar efeitos, sem lhes procurarem as causas. SE A NOSSA FÉ SE FORTALECE DIA
PARA DIA, É PORQUE COMPREENDEMOS. TRATAI, POIS, DE COMPREENDER, SE
QUISERDES FAZER PROSÉLITOS SÉRIOS (grifo nosso). Ainda outro resultado decorre da
compreensão das causas: o de deixar riscada uma linha divisória entre a verdade e a
superstição.” (Kardec, LM item 149)
APOSTILA DO DINAMIZADOR
Este trabalho é resultado da pesquisa sobre a Mediunidade Psicográfica realizada pelo Grupo
de Planejamento do 1o. EEMED.
Destina-se também a fornecer subsídio para a dinamização dos Temas.
NÃO EXCLUI O ESTUDO DA BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
- 5 -
Programa para o 1o. EEMED
1o. Encontro Espírita sobre a Mediunidade – 26/06/1994
Tema: A Mediunidade Psicográfica
1.1 Definição
1.2 Variedades de tipos de médiuns escreventes (LM, itens 178/184)
1.2.1 Destaque para mediunidade receitista (LM, item 193)
1.3 Da natureza das comunicações (LM, itens133/138)
1.4 Pneumatografia (LM, itens 149/177)
- (Ernesto Bozzano 1 (monografias ditadas em LUCE E OMBRA, a principal revista
italiana de Espiritismo, tradução de Francisco Klörs Werneck, edição O CLARIM – Matão)
“ O Caso Jonathan Koons”
- (Bases Científicas do Espiritismo – Epes Sargent – FEB) Capítulo I, p. 29
- (Fatos Espíritas – William Crookes – FEB, p. 43)
2. Os Médiuns Psicógrafos
2.1 Os médiuns imperfeitos e Bons Médiuns
2.2 Da influência moral do médium
2.3.1 A influência moralizadora que os bons médiuns exercem sobre o público através da
ação deles próprios na Sociedade em que vivem.
2.3.2 A influência moralizadora que os médiuns exercem sobre os trabalhadores espíritas
[SEMPRE através da psicografia]
2.4 Os grandes médiuns psicógrafos que mexeram com o público mas por não serem
espíritas não deixaram uma mensagem que modificasse a mente do público para as obras do Bem.
2.5 A prática da mediunidade psicográfica
2.5.1 Sinais de chamada (LM, itens 152/158)
- Desenvolvimento
- Dificuldades
- Diferenciação entre: (LM, itens 178/183)
- Médiuns mecânicos
- Médiuns semi-mecânicos
- Médiuns intuitivos
- Médiuns receitistas (LM, item 193)
2.5.2 O medo de ser considerado
- Charlatão
- Falso
- 6 -
- Mentiroso
- De só dizer o que sabe
2.5.3 A obsessão na psicografia
- Escrever sem parar
- Livros ruins
- Livros ditados por obsessores
- Livros que a nada conduzem
- Livros atribuídos aos Espíritos quando são apenas frutos do trabalho do
homem (conhecer a personalidade do comunicante)
2.5.4 A vitória
- Ter sido útil ao próximo
- Ter servido a Jesus
- Ter sido instrumento dócil nas mãos dos Bons Espíritos
3. Níveis de atuação da mediunidade psicográfica
3.1 Atingir os pontos de direção de uma Casa Espírita trazendo instruções gerais e
particulares (Exemplo:Yvonne Pereira)
3.2 Atingir instruções conceituais sobre pontos doutrinários obscuros
(Exemplo: Erasto/Sr. D’Ambel)
3.3 Atingir os seres humanos através instruções moralizadoras e de caráter pessoal
(Exemplo: Chico Xavier)
3.4 O socorro a pessoas estranhas ao meio Espírita
- Mensagens de força
- Mensagens instrutivas para uma determinada situação
- Mensagens de consolação (sobre desencarnados ou pessoais)
- Mensagens que mudam o rumo das pessoas
- Mensagens que mudam o rumo das situações
- Mensagens que causam surpresa mas não transformação
4. Bases Científicas
(Perandréa - A Psicografia à Luz da Grafoscopia)
4.1 Como os Espíritos atuam no cérebro mediúnico
4.2 Como os Espíritos conduzem o braço
4.3 Como os Espíritos se fazem conhecidos
4.4 Como os Espíritos transmitem “as imagens” que querem transmitir ao público
4.5 O desgaste orgânico (fluídico) e o neuronal
5. Estímulo ao trabalho
- 7 -
ÍNDICE
01. Mensagem psicográfica dos Diretores Espirituais do CELD para o 1o. EEMED.
Demais mensagens.
02. Programa para o 1o. EEMED
03. Roteiro para o estudo
Conceito e definições kardequianos
04. Manifestações dos Espíritos
05. Comunicações dos Espíritos
06. Tipos de comunicações
07. Quadro sinóptico dos diferentes modos de manifestações e comunicações dos
Espíritos.
08. Comunicações através da escrita: A Escrita direta ou Pneumatografia
09. Comunicações através da Escrita : - A Psicografia ou Escrita Manual.
10. Kardec e a mediunidade psicográfica
- Primeiros contatos: com a mediunidade
com a escrita direta
com a psicografia
- Os médiuns psicógrafos e o Livro dos Espíritos
- Os médiuns psicógrafos e as revelações sobre a missão de Kardec
- Os médiuns psicógrafos e as orientações sobre a conclusão do trabalho da Codificação
(época do aparecimento das obras, revisão dos livros, auto-de-fé de Barcelona, a
publicação da Revista Espírita)
- A Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas (SPEE) e seus médiuns
11. Estudo sobre as variedades dos médiuns escreventes, segundo Kardec, apresentado em o
LM (O Livro dos Médiuns) e complementado com informações da Revista Espírita (RE).
12.. A Prática da Mediunidade Psicográfica
- Desenvolvimento mediúnico
- Dificuldades
- Tipos de médiuns escreventes ou psicógrafos
- A Obsessão na Psicografia
13. Mecanismos da psicografia
14. Dados Históricos.
15. Conclusão e avaliação.
- 8 -
Mensagem para o Encontro
1a Mensagem
Meus irmãos!
Na oportunidade da realização do 1o. Encontro sobre a Mediunidade dirigimo-nos a todos
estimulando-os ao estudo e sua conseqüência imediata que é o trabalho no Bem.
Trabalhadores: mediunidade é sublime desenvolvimento das forças da alma. Todos os
homens são chamados a desenvolver, ou seja, a sensibilizar os dons de comunicação entre os seres.
Para isso, primeiramente devemos orar e pedir a Jesus que nos ajude neste ministério.
Com o senso de elevação melhorado, dirigiremos nossas antenas psíquicas para os seres e os
pontos elevados impedindo o acesso de forças más, indiferentes ou perversas.
Trabalharemos nossa sensibilidade e nossa vontade para alcançarmos os dons desejados. A
luz se apresenta para todos mas só os que sabem utilizá-la convenientemente são capazes de tirar
proveito dela.
No que refere ao trabalho específico da mediunidade psicográfica, entendemos que é dom dos
mais sublimes, por permitir a livre difusão de idéias, dos conceitos e dos conhecimentos.
Preferentemente dirigida às classes mais conscientes, a psicografia perpetua,
convenientemente, os ideais e a cultura espiritual além da consolação. Através dela sublima-se no
homem o estudo e a conscientização.
Estudemos sempre a mensagem confortadora, a de paz e a de luz e teremos precioso auxiliar
do progresso.
Neste 1o. Encontro, desejamos que todos entendam que a psicografia é a porta aberta para as
comunicações estáveis e duradouras destinadas a perpetuar o pensamento da espiritualidade.
LUIZ, BALTAZAR, HERMANN e outros Espíritos do Bem
(Mensagem psicografada, em 16/04/94, pelo médium Altivo Pamphiro)
- 9 -
2a. Mensagem
Em todos os tempos o homem se apropriou do Invisível para transmitir seus próprios
sentimentos atribuindo a Deus ou aos Espíritos os seus conceitos pessoais.
Em todas as épocas o Mundo dos Espíritos surgiu apresentado como maravilhoso e por falta
de conhecimentos atribuíram-se aos Espíritos valores que estes não possuem realmente.
Com Kardec os fenômenos analisados nos mostram um mundo palpável, com limites de ação
e uma extrema simplicidade.
Os meios de se comunicar ficaram mais definidos.
Os sentimentos dos Espíritos comunicantes foram levados em conta.
Os valores morais dos médiuns passaram a contar.
O ambiente das sessões passou a ser lugar de maiores cuidados e comunicantes e ouvintes
passaram a ser vistos com outros olhos - os da conclusão do conteúdo das mensagens e aplicação
dos bons frutos.
A Doutrina Espírita explicando e mostrando onde o médium pode e deve atuar tem esta
vantagem. Limita a ação daqueles que não fazem o trabalho corretamente e abre novas e poderosas
frentes de ação para aqueles que muito desejam produzir.
Estudemos o Livro dos Médiuns, verdadeiro manancial de valores do conhecimento, e
aplicando-o na atividade mediúnica da Casa Espírita teremos, resplandecendo, um poderoso meio
de instrução para todos nós.
Luiz
(Mensagem psicográfica em .... /05/94, pelo médium Altivo Pamphiro)
- 10 -
1a. Vibração para o 1o Encontro Espírita sobre Mediunidade
Trata-se de uma experiência impar no campo do estudo da Mediunidade, esta a de que vocês
irão participar.
Por isso será o centro de atenção de muitas pessoas. Criaturas irão observar não só o
conteúdo como também o próprio comportamento dos dinamizadores, monitores, participantes de
um modo em geral que deverão passar de forma sucinta mas eficiente, demonstrando conhecimento,
aquilo que sabem sobre a mediunidade psicográfica.
Tentaremos liberar algumas idéias, alguns preconceitos, algumas conceituações errôneas sobre
o assunto e, simultaneamente, iremos demonstrar às pessoas que nos buscarem como devem agir
perante o fato mediúnico psicográfico.
Por isso, não só todo o cuidado no conteúdo, como também o cuidado na exposição, a fim de
ensinar sem ferir, e mostrar os erros sem agredir.
Culminando com o trabalho, lembrem-se de que a Bondade de Jesus que a todos socorre e
ampara, abre caminho para aqueles médiuns mesmo que ainda estão em fase de adaptação,
mostrando que tais médiuns iniciantes terão uma oportunidade de serviço adequado, na medida que
se dedicarem ao trabalho.
Que, portanto, ninguém diminua o valor de ninguém, mesmo encontrando erros ou
absurdidades naqueles que vos falarem.
Mas procurem agir com prudência, ensinando adequadamente a todos que estiverem desejosos
de aprender.
Agora, ao terminar o encontro desta vibração pedimos a todos que orem a Jesus, buscando
forças para se dedicarem completamente ao serviço que vai ser realizado brevemente.
Que Deus ilumine a todos, fortaleça a todos e a todos conduza agora e sempre.
Graças a Deus.
Que assim seja.
Hermann
(Mensagem psicofônica, em 08/06/94, transmitida pelo médium Altivo Pamphiro)
- 11 -
2a. Vibração para o 1o. Encontro sobre Mediunidade
A finalidade das nossas vibrações em torno do trabalho que se há de fazer, recordemos a
necessidade de uma confiança muito grande por parte de todos os monitores durante o Encontro e
também por parte de todos os dinamizadores.
Alguns temem falar de algum assunto que não é do pleno domínio da criatura; provoca uma
sensação de mal estar falar de algum assunto que não é do pleno domínio da criatura; provoca uma
sensação de mal estar falar de um assunto eminentemente técnico e com isso provoca um estado de
ânimo descompensado. Creio que todos devem manter a confiança em Deus, em Jesus, estudar e
partir confiantemente para a realização da tarefa que lhe está proposta. Não tema. Caminhe.
Todas as dificuldades serão naturalmente resolvidas, desde que vocês estudem, leiam e
estudem o material que lhes foi dado. Algumas vezes, é certo, falta o conhecimento a vocês, mas
se aquele que não estudou (devido a uma) dificuldade real, aquele que não pode melhorar o
conhecimento, por dificuldade explicável, para esses estaremos nós, juntos, socorrendo pela
inspiração para que as palavras saiam explicadas e explicadoras sem maiores dificuldades. Acredito
que se o coração de vocês se colocar definitivamente ao lado do Cristo e decididamente ao lado da
Doutrina Espírita todo o trabalho transcorrerá em clima de paz e de realizações. Portanto, nossa
palavra aos dinamizadores, aos monitores e a todos os demais companheiros é que mantenham
intacta em vocês a idéia do trabalho no Bem, com firmeza de propósito.
Que o Senhor da Vida nos ajude agora e sempre.
Hermann
(Mensagem psicofônica, em 15/06/94, transmitida pelo médium Altivo Pamphiro)
- 12 -
3a. Vibração para o 1o. Encontro sobre Mediunidade
Meus prezados irmãos, prontos para a oportunidade de servir, devemos estar sempre
preparados para o serviço que é fruto do esforço de cada um. Saber conviver com as dificuldades,
com as lutas e as perguntas que fizerem a vocês é resultado de uma espécie de experiência, de uma
espécie de convivência com as dificuldades para que a gente saiba responder convenientemente as
dúvidas daqueles que nos falam.
Estar ligado com a Espiritualidade é também o resultado de um esforço contínuo por parte de
cada um de nós, esforço esse que resulta da vontade, do conhecimento e do merecimento também,
porque não dizer.
Assim, todos aqueles que aqui estão devem estar conscientizados de que junto à vontade de
servir, junto aos conhecimentos devem procurar desenvolver a convivência, a experiência com a
convivência e também devem procurar sustentar a própria fé num convívio mais efetivo com os seu
Mentores Espirituais, pelo menos até o dia do trabalho.
De nossa parte estamos todos prontos, da parte de vocês evidentemente, há algumas pessoas
que não estão devidamente preparadas, mas peço a todos que aproveitem esses dias restantes para
estudarem e se prepararem intimamente para que o Encontro corresponda ao atendimento daqueles
que aqui vêm retirar da conversa com vocês novos conceitos, novas oportunidades de
aprendizagem.
Não esqueçam, conheçam, estudem, porque muito naturalmente alguns dos que visitarão
vocês podem até ter alguma experiência a mais do que alguns dos dinamizadores. Por isso que o
estudo será conveniente ser levado às conseqüências.
Que Deus ajude a vocês, ampare, proteja, prepare, ensine a Humildade e que cada um seja
muito feliz no trabalho do Bem.
Que Deus fique com vocês agora e sempre.
Muita Paz para seus espíritos.
Hermann
(Mensagem psicofônica, em 22/06/94, transmitida pelo médium Altivo Pamphiro)
- 13 -
4a. Vibração para o 1o. Encontro sobre Mediunidade
Não só para proteger o trabalho, mas também para estimular todos aqueles que de uma
maneira ou de outra desejam participar dos trabalhos a serem feitos nos Encontros, envolvemos
inúmeros Espíritos integrados às espécies da transmissão do conhecimento doutrinário, nas reuniões
públicas. Além desses, juntamos companheiros encarregados do socorro, no trabalho da
misericórdia e também aqueles inúmeros médicos espirituais que ajudam no processo da cura de
doenças nas reuniões de estudos, nos cursos, aqueles que dedicam-se a ensinar.
Atendendo a um desejo de todos movimentamos recursos de acordo coma solicitação.
Assim, convidamos vocês todos a orar e a decidir pelo trabalho, pela integração do trabalho
no Bem, porque se assim o fizerem haverá resposta da Espiritualidade.
Não esperem de nossa parte que venhamos apenas convocar, pelo contrario; compareceremos
segundo a intensidade de seus pensamentos.
Para o próximo Encontro intensifiquem em vós mesmos o desejo de estudar e o Plano Maior
com os Bons Espíritos acorrerão ao chamamento.
Que todos orem, se preparem bem, estudem mais para o bom andamento do próximo trabalho.
Hermann
(Mensagem psicofônica, em 25/06/94, transmitida pelo médium Altivo Pamphiro)
- 14 -
Mensagem para o 1o. Encontro sobre a Mediunidade
Meus amigos, Jesus nos ajude e abençoe agora e sempre.
No âmbito das atividades de um Centro existe a tarefa de um Encontro, trabalho feito com
carinho e dedicação dos trabalhadores encarnados e desencarnados, usando promover a educação
simultaneamente a convivência fraternal em torno de um assunto.
Seres afins se unem pelos valores que os tornam iguais, sentimento gerando sentimento,
conhecimento gerando conhecimento, amizade criando amizade e trabalho atraindo trabalho.
Assim, cada Encontro deve ser encarado como a uma oportunidade impar para todos aqueles
que dele participam.
De nossa parte vemos com satisfação a aproximação dos homens encarnados e tenham a
certeza que todos aqueles que trabalham vêem com satisfação a aproximação de Espíritos
Benfeitores que hão de conduzi-los, ajudá-los sempre.
A mais importante é a tarefa da convivência como elemento que criou o clima de trabalho.
Assim no Livro dos Espíritos temos a beleza, a tranquilidade, a certeza da presença das
vibrações de Allan Kardec por nós. No encontro de Eurípides Barsanulfo, o encontro de Léon
Denis, de Bezerra e de todos os demais Encontros também temos a certeza da presença, da vibração
de todos esses generosos Amigos.
E tudo isso por que? Para criar em cada ser não só o conhecimento, para criar em cada ser
não só a cultura capaz de conduzi-los naquele sentido de aprendizado, mas principalmente, criar a
condição de viver ao lado dos inspiradores dos Encontros.
Assim caros filhos, entendo que nos dias de Encontro não somente estudamos, mas
principalmente vivemos o clima mental daqueles que estão crescendo, desse modo, aproveitam essa
oportunidade. É a chance de encontrarmos com homens generosos que lutaram, cresceram e
fizeram crescer muitas outras criaturas.
É o momento de Luz do qual não podemos perder a oportunidade de participar.
Que Deus os ajudem e sua Luz os abençoe e os conduza agora e sempre.
Vosso irmão
Antonio de Aquino
(Mensagem psicofônica transmitida pelo médium Altivo Pamphiro, na reunião de 25.06.64, no CELD)
- 15 -
Introdução ao estudo da Mediunidade Psicográfica
Definições kardequianas:
1o. MANIFESTAÇÃO DOS ESPÍRITOS
O que é?
Quais são os tipos conhecidos?
2o. COMUNICAÇÕES DOS ESPÍRITOS
O que é?
Como são classificadas?
Sematologia
Tiptologia Alfabética
Interior
Psicografia Direta ou Manual ou Escrita Involuntária
Indireta
Espiritografia ou Pneumatografia ou Escrita Direta
Espiritologia Mediata
Direta (Pneumatofonia)
SISTEMATIZAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES ESPÍRITAS SEGUNDO ALLAN KARDEC
- 16 -
MANIFESTAÇÕES
“Os Espíritos atestam sua presença de várias maneiras, conforme sua aptidão, vontade e maior
ou menor elevação ... Para facilitar a compreensão dos fatos julgamos, pois, um dever ... [fazer] um
quadro das diversas formas de manifestações:
1o. Ação oculta
2o. Ação patente ou manifestação
3o. Manifestações físicas ou materiais
4o. Manifestações visuais ou aparições
5o. Manifestações inteligentes
6o. As comunicações
Ação oculta; nada tem de ostensivo. Exemplos: as inspirações ou sugestões de pensamentos,
os avisos íntimos, a influência sobre os acontecimentos, etc. ...
Ação patente ou manifestação: é a maneira provável [possível].do espírito atestar sua
presença.
Manifestações físicas ou materiais: se traduzem por fenômenos sensíveis, tais como ruídos,
aparecimentos ou deslocamentos de objetos. Não trazem freqüentemente nenhuma mensagem; só
tem por fim chamar a atenção para qualquer coisa e nos convencer da presença de um poder
sobre-humano.
Manifestações visuais ou aparições: o Espírito se mostra sob uma forma qualquer, sem
nenhuma das propriedades conhecidas da matéria.
Manifestações inteligentes: revelam um pensamento. Tem sentido. Mesmo quando não passa
de simples movimento ou ruído, ao acusar certa liberdade de ação, corresponde a um pensamento ou
obedece a uma vontade, é uma manifestação inteligente. As há em todos os graus.
COMUNICAÇÕES
Comunicações: manifestações inteligentes com permuta regular e continuada de pensamentos
entre o homem e os espíritos.
Classificação das comunicações:
1o. Frívolas: procedem de espíritos levianos, zombeteiros e travessos, mais malandros que
maus.
Nada de indecoroso encerram.
Compõe-se de tiradas espirituosas e mordazes, e por entre facécias vulgares dizem, não raro,
duras verdades, que quase sempre ferem com justeza.
As pessoas que geralmente se comprazem nesse gênero de comunicações naturalmente dão
acesso aos Espíritos levianos e falaciosos.
Não há preocupação com a verdade por parte do comunicante.
- Livro dos Espíritos (LE): Escala Espírita, item 100 e seguintes
- 18 -
VÁRIOS MODOS DE COMUNICAÇÃO
“Primeiro modo de comunicação”
“Os sinais consistem no movimento significativo de certos objetos e, mais freqüentemente,
nos ruídos ou golpes vibrados. Daremos a este modo de comunicação o nome de SEMATOLOGIA
ESPÍRITA, expressão que dá uma perfeita idéia e compreende todas as variedades de comunicação
por sinais, movimento de corpos ou pancadas. À comunicação primeiro de pancadas dá-se o
nome de TIPTOLOGIA.
Chama-se TIPTOLOGIA ALFABÉTICA às que consiste em serem as letras do alfabeto
indicadas por pancadas. Chama-se TIPTOLOGIA INTERIOR às pancadas produzidas na própria
madeira da mesa, usada nas manifestações, sem nenhuma espécie de movimento”. (Para maiores detalhes ver LM Cap. XI Da Sematologia e da Tiptologia)
“O segundo modo de comunicações é a escrita doravante designada PSICOGRAFIA”
Pode ser DIRETA ou MANUAL ou ESCRITA INVOLUNTÁRIA quando é obtida pela mão
do médium que segura diretamente o lápis. Chama-se PSICOGRAFIA INDIRETA aquela obtida
pela imposição da mão do médium sobre um objeto colocado de modo conveniente e munido de um
lápis ou qualquer outro instrumento para escrever (pranchetas, cestas, etc.)
Os Espíritos transmitem por vezes certas comunicações escritas sem intervenção direta (do
médium). Os caracteres são traçados espontaneamente por um poder extra-humano, visível ou não.
Chamaremos a tal modo de comunicação escrita ESPIRITOGRAFIA ou PNEUMATOGRAFIA ou
ESCRITA DIRETA.
“O terceiro modo de comunicação é a palavra”
Certas pessoas sofrem nos órgãos vocais a influência de um poder oculto, semelhante ao que
faz se sentir na mão dos que escrevem. Transmitem pela palavra tudo aquilo que os outros fazem
pela escrita. Chama-se ESPIRITOLOGIA MEDIATA a este gênero de comunicação.
Como as escritas, as comunicações verbais se dão por vezes sem a mediação corpórea.
Palavras e frases podem soar nos nossos ouvidos e em nossos cérebros sem causa física aparente.
Os Espíritos também podem aparecer em sonho ou em estado de vigília e dirigirem-nos a palavra
para nos darem avisos e instruções. Chamaremos ESPIRITOLOGIA DIRETA à palavra que
provem diretamente do Espírito.
Em o LM (item 150) Kardec designa como PNEUMATOFONIA o gênero de
ESPIRITOLOGIA DIRETA em que os Espíritos podem fazer se ouçam (no estado de vigília) gritos
de toda espécie e sons vocais que imitam a voz humana.
Os SONS PNEUMATOFÔNICOS exprimem pensamentos e nisso está o que nos faz
reconhecer que são devidos a uma causa inteligente e não acidental.
Pode se estabelecer, como princípio, que os efeitos notoriamente inteligentes são os únicos
capazes de atestar a intervenção dos Espíritos.
Referências bibliográficas:
- RE, janeiro de 1858, p. 06, editora EDICEL, Vários modos de comunicação
- LM: Cap. XI Da Sematologia e da Tiptologia
Cap. XII Da Pneumatografia ou Escrita direta e da Pneumatofonia
Cap. XIII Da Psicografia
- 19 -
QUADRO SINÓPTICO DOS DIFERENTES MODOS DE MANIFESTAÇÕES
E COMUNICAÇÕES DOS ESPÍRITOS (SEGUNDO KARDEC)
Tiptologia
Manifestações
Ação oculta
Ação Patente ou Manifestações
Manifestações Físicas ou Materiais
Manifestações Visuais ou Aparições
Manifestações Inteligentes
Comunicações
Sematologia
Psicografia
Alfabética
Interior
Direta ou Manual ou Escrita Involuntária
Indireta
Pneumatografia ou Escrita Direta ou Espiritografia
Espiritologia Mediata
Direta (Pneumatofonia)
- 20 -
COMUNICAÇÕES ESPÍRITAS ATRAVÉS DA ESCRITA
“A ciência espírita há progredido como todas as outras ciências e mais rapidamente do que
estas. Alguns anos apenas nos separam da época em que se empregavam esses meios primitivos e
incompletos, a que trivialmente se dava o nome de “mesas falantes”, e já nos achamos em
condições de comunicar com os Espíritos tão fácil e rapidamente, como o fazem os homens entre
si e pelos mesmos meios: a escrita e a palavra. A escrita, sobretudo, tem a vantagem de assinalar,
de modo mais material, a intervenção de uma força oculta e de deixar traços que se podem
conservar, como fazemos com a nossa correspondência.” (LM, item 152)
COMUNICAÇÃO ATRAVÉS DA ESCRITA
Introdução
Meio de comunicação entre os homens e os Espíritos que utiliza a escrita.
Permite exame e re-exame. Serve de prova da intervenção de uma força oculta, inteligente,
independente dos médiuns e assistentes. Repete a caligrafia e mesmo a assinatura que o
comunicante tinha em vida tornando-se poderoso meio de identificação do Espírito. Deixa traços
que se podem comprovar.
Sistematização das comunicações escritas:
I. Pneumatografia ou Escrita direta ou Espiritografia (LM, itens146/149)
a) Definição
b) Exemplos históricos
c) Resumo das considerações de Kardec sobre a escrita direta
d) Resumo do estudo de Epes Sargent sobre a escrita direta em sua obra: “BASES
CIENTÍFICAS DO ESPIRITISMO”, editora FEB, (cap. I - As bases - a
clarividência e a escrita direta p. 43)
e) Resumo de outros estudos sobre a escrita direta:
- William Crookes em “FATOS ESPÍRITAS”, editora FEB, à p. 43.
- “ERNESTO BOZZANO 1”, Ernesto Bozzano, O caso Jonathan Koons à p. 43,
editora O CLARIM
f) Resumo sobre a Pneumatografia
II. Psicografia (LM itens152/159) direta ou manual ou involuntária
indireta
- 21 -
PNEUMATOGRAFIA
Definição
A pneumatografia é a escrita produzida diretamente pelo Espírito, sem intermediário algum;
difere da psicografia, por ser esta a transmissão do pensamento do Espírito, mediante a escrita feita
com a mão do médium.
Exemplos históricos de escrita direta
BÍBLIA DE JERUSALÉM
Livro do Êxodo 24:12
Então disse o Senhor a Moisés: Sobe a mim no monte, e fica lá: e dar-te-ei tábuas de pedra, e
a lei, e os mandamentos que tenho escrito, para os ensinar.
Êxodo 31:18
“Quando ele terminou de falar com Moisés no Monte Sinai, entregou-lhe duas tábuas do
Testemunho, tábuas de pedra escrita pelo dedo de Deus.”
Êxodo 32: 15,16
“Moisés voltou-se e desceu a montanha com as duas tábuas do Testemunho nas mãos, tábuas
escritas nos dois lados: estavam escritas em uma e outra superfície. As tábuas eram obras de Deus,
e as escrituras eram obra de Deus, gravadas nas tábuas.”
Deuteronômio 4:13
Ele vos revelou a Aliança que vos ordenara cumprir: as Dez Palavras, escrevendo-as em duas
tábuas de pedra.”
Deuteronômio 5:22
“Tais foram as palavras que, em alta voz, Iaweh dirigia a toda vossa assembléia no monte, do
meio do fogo, em meio as trevas, nuvens e escuridão. Sem nada acrescentar, escreveu sobre duas
tábuas de pedra e as entregou a mim.”
- 22 -
Deuteronômio 9:10
“Iaweh deu-me então as duas tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus. Sobre elas estavam
todas as palavras que Iaweh falara convosco na montanha, do meio do fogo, no dia da assembléia.”
Deuteronômio 10: 1-5
“Iaweh disse-me então: “Corta duas tábuas de pedra como as primeiras e sobe até a mim, na
montanha. Faze também uma arca de madeira. Escreverei sobre as tábuas as palavras que estavam
sobre as primeiras tábuas que quebraste e tu as colocarás na arca.” Fiz um arca de madeira de
acácia, cortei duas tábuas como as primeiras e subi à montanha, com as duas tábuas na mão. Ele,
então, escreveu sobre as tábuas o mesmo texto que havia escrito antes, as Dez Palavras que Iaweh
vos tinha falado na montanha, do meio do fogo, no dia da Assembléia. A seguir Iaweh entregou-as
a mim. Depois voltei-me, desci da montanha e coloquei as duas tábuas na arca que eu havia feito.
E elas permanecem lá, conforme Iaweh me ordenara.”
Daniel 5:5
“De repente, apareceram dedos de mão humana que se puseram a escrever, por detrás do
lampadário, sobre o estuque da parede do palácio real, e o rei viu a palma da mão que escrevia.”
Daniel 5: 25, 26, 27, 28
“A inscrição assim traçada, é a seguinte: Mane, Mane, Tecel, Parsin. E esta é a interpretação
da coisa: Mane: Deus mediu o teu reino e deu-lhe fim; Tecel: Tu foste pesado na balança e foste
julgado deficiente; Persin: Teu reino foi dividido e entregue aos medos e aos persas.”
Resumo das considerações de Kardec sobre a escrita direta
A escrita direta ou pneumatografia
Obtida, como, em geral, a maior parte das manifestações espíritas NÃO ESPONTÂNEAS,
(isto é, provocadas, ver LM itens 60 e 62), por meio da concentração, da prece e da evocação.
É relatado por Kardec (LM, item 147) o aparecimento das três palavras célebres, na sala do
festim de Baltazar como um dos primeiros registros históricos de escrita direta. Entretanto, sendo a
possibilidade de escrever sem intermediário um dos atributos do Espírito (ver LM “Ação do Espírito
sobre a matéria” - Cap. I da 2a. Parte, itens 52 a 59), uma vez que os Espíritos sempre existiram desde todos
os tempos e que desde todos os tempos se hão produzidos os diversos fenômenos que conhecemos,
o da escrita direta igualmente se há de ter operado na antiguidade, tanto quanto nos dias atuais.
No século XIX foram registrados por Kardec os seguintes casos de escrita direta:
a) na RE, agosto de 1859, editora EDICEL, p. 229 - as experiências obtidas pelo Abade
Faria, em 1800;
b) na RE, maio de 1860, editora EDICEL, p. 163 - as comunicações de Channing à Srta.
Huet e ao Sr. X em 11/12/1863;
- 23 -
c) na RE julho de 1861, editora EDICEL, p. 212 - o relato de escrita direta sobre ardósia
produzido por um Espírito vivo durante momento de emancipação e que ocasionou o salvamento
das vítimas de um naufrágio em 1825.
Num médium escrevente a mão é um instrumento, mas a sua alma, o Espírito nele encarnado,
é o intermediário, o agente, o intérprete do Espírito estranho, que se comunica; na Pneumatografia é
o próprio Espírito estranho quem escreve diretamente, sem intermediário.
O Barão de Guldenstubbé foi o primeiro estudioso sério da escrita direta em sua obra “A
REALIDADE DOS ESPÍRITOS E DE SUAS MANIFESTAÇÕES, DEMONSTRADA
MEDIANTE O FENÔMENO DA ESCRITA DIRETA” (La Realité des Esprits et de leurs manifestations,
démonstrée par le phenomène de l’ecriture directe - RE, agosto de 1859, pp. 228/233).
Médiuns pneumatógrafos são os que têm aptidão para obter a escrita direta, o que não é
possível a todos os médiuns escreventes (LM, item 177). É faculdade muito rara. Conforme seja
maior ou menor o poder (fluídico) do médium obtém-se simples traços, sinais, letras, palavras,
frases e mesmo páginas inteiras. Encontra-se entre as variedades de médiuns especiais para os
efeitos físicos pois que “a ação do médium é aqui toda material, ao passo que no médium
escrevente, ainda que completamente mecânico, o cérebro desempenha sempre um papel ativo.”
“OS EFEITOS INTELIGENTES SÃO AQUELES PARA CUJA PRODUÇÃO O ESPÍRITO
SE SERVE DOS MATERIAIS EXISTENTES NO CÉREBRO DO MÉDIUM, O QUE NÃO SE
DÁ NA ESCRITA DIRETA” (LM, item 189)
“Para escrever dessa maneira, o Espírito não se serve das mesmas substâncias, nem dos
nossos instrumentos. Ele próprio fabrica a matéria e o instrumento de que lhe é mister, tirando
para isso, os materiais precisos, do elemento primitivo universal, que, pela ação da sua vontade,
sofre as modificações necessárias à produção do efeito desejado. Possível lhe é, portanto, fabricar
tanto o lápis vermelho, a tinta de imprimir, a tinta comum, como o lápis preto, ou, até, caracteres
tipográficos bastante resistentes para darem relevo à escrita” (LM, item 148). (Para estudo do mecanismo da comunicação, ver LM Cap. VIII “Do Laboratório do Mundo Invisível”, itens 127,
128).
Podemos assim resumir o mecanismo da pneumatografia:
“O Espírito atua sobre a matéria; da matéria cósmica universal tira os elementos de que
necessita para formar, a seu bel-prazer, objetos que tenham a aparência dos diversos corpos
existentes na Terra. Pode igualmente, pela ação da sua vontade, operar na matéria elementar uma
transformação íntima que lhe confira determinadas propriedades. Esta faculdade é inerente à
natureza do Espírito, que muitas vezes a exerce de modo instintivo, quando necessário, sem disso se
aperceber. Os objetos que o Espírito forma, tem existência temporária, subordinada à sua vontade
ou a uma necessidade que ele experimenta. Pode faze-los e desfaze-los livremente.” (LM, item 129).
“Os traços da escrita direta não desaparecem por se tratar de sinais que, por ser útil
conserva-los, são conservados.” (LM, item 128, 18a.)
A escrita direta foi minuciosamente estudada a partir de 13 de agosto de 1856, pelo Barão
Luis Guldenstubbé, falecido em 27 de maio de 1873, na sua residência em Paris, 29 Rue de Trévise,
aos 53 anos de idade. Suas investigações e experiências pneumatográficas estão documentadas em
sua principal obra “La Realité des Esprits et le Phenomène merveilleux de leur l’écriture directe” (A
Realidade dos Espíritos e fenômeno maravilhoso de suas escrita direta), 1o. volume in-8º , com 15
estampas e 93 fac-símiles, publicado em Paris por Dr. Franck em 1857.
- 24 -
Resumo do estudo de Epes Sargent
Epes Sargent em sua obra “BASES CIENTÍFICAS DO ESPIRITISMO”, editora FEB,
capítulo I (As bases - a clarividência e a escrita direta) traz extensos extratos da obra, assim como
dados biográficos do autor.
As considerações seguintes foram extraídas livremente do capítulo e obra supracitada.
Alicerçado em mais de quinhentas experiências de pneumatografia obtidas sem a presença de
médiuns conhecidos, em diferentes locais (no Louvre, na catedral de São Denis, em diferentes
igrejas e cemitérios de Paris, bem como na própria residência de Guldesntubbé, na Chemin de
Versailles, 74); em folhas de papel fornecidas por mais de cinquentas pessoas diferentes; a sós ou,
em presença de ilustres e honras testemunhas, como o Conde d’Ourches e o General Barão de
Bréwern o autor declara: “Toda a minha vida tem sido consagrada ao estudo do sobrenatural e
das suas relações com a natureza visível e material. Escolhi para único fim e objeto da minha vida
a irrevogável demonstração da imortalidade da alma, da intercessão direta dos Espíritos, da
revelação e do milagre pelo método experimental.”
Todas (ess)as manifestações (os fenômenos da inspiração, do transe, da invisível atração
mediúnica, dos misteriosos golpezinhos, e o movimento dos objetos inertes e inanimados) estavam
longe de serem conclusivos, podendo, no máximo, revelar-nos a existência de forças e de leis ainda
desconhecidas. Somente a escrita direta nos revela a realidade de um mundo invisível, donde
emanam as revelações religiosas e os milagres. A esperança renasce, portanto, agora no coração da
humanidade, ficando plenamente firmadas suas idéias religiosas a respeito da imortalidade da alma,
social, satisfações e triunfos, nada do que nos ocupa e preocupa todos os dias e por que lutamos
como por coisas sem as quais a vida seria um tormento, nada pode representar o valor que há em
saber-se o que nos sucederá depois da morte.”
Tradução de Carlos Imbassahy
(A MISSÃO DE ALLAN KARDEC, Carlos Imbassahy, Edição da Federação Espírita do Paraná, 1988)
- 32 -
A PSICOGRAFIA
“De todos os meios de comunicação, a escrita manual é o mais simples , mais cômodo e,
sobretudo, mais completo. Para ele devem tender todos os esforços, porquanto permite se
estabeleçam, com os Espíritos, relações tão continuadas e regulares, como as que existem entre
nós. Com tanto mais afinco deve ser empregado, quanto é por ele que os Espíritos revelam melhor
sua natureza e o grau de seu aperfeiçoamento, ou da sua inferioridade. Pela facilidade que
encontram em exprimir-se por esse meio, eles nos revelam seus mais íntimos pensamentos e nos
facultam julgá-los e apreciar-lhes o valor.
Para o médium a faculdade de escrever é, além disso, a mais suscetível de desenvolver-se
pelo exercício.” (LM, item 178)
Natureza das comunicações (RE, janeiro de 1858, pp. 6 e 8, editora EDICEL)
Definição de Mediunidade Psicográfica:
É a comunicação dos Espíritos pela escrita. (RE, janeiro de 1858, p. 9, editora EDICEL)
Pode ser direta ou indireta.
A psicografia direta ou manual é obtida pela mão do médium.
O Espírito que se comunica atua sobre o médium que, debaixo dessa influência, move
maquinalmente o braço e a mão para escrever, sem ter (é pelo menos o caso mais comum) a menor
consciência do que escreve. ...
De todos os meios de comunicação a escrita manual, que alguns denominam escrita
involuntária, é, sem contestação, a mais simples, a mais fácil e a mais cômoda, porque nenhum
preparativo exige e se presta, como a escrita corrente, aos maiores desenvolvimentos (LM, item 157).
Chama-se psicografia indireta a escrita obtida pela só imposição das mãos do médium sobre
um objeto colocado de modo conveniente e munido de um lápis ou qualquer outro instrumento para
escrever. Os objetos mais geralmente empregados são as pranchetas ou as cestas convenientemente
preparadas. A força oculta que age sobre a pessoa transmite-se ao objeto, o qual se torna, destarte,
uma espécie de apêndice da mão e lhe imprime um movimento necessário para traçar os caracteres (RE, janeiro de 1858, p. 09, Editora EDICEL).
“O que importa se conheça não é a natureza do instrumento e, sim, o modo de obtenção. Se
a comunicação vem por meio da escrita, qualquer que seja o aparelho que sustente o lápis, o que
há, para nós, é psicografia”. (LM, item 158)
Os Espíritos transmitem por vezes certas comunicações espíritas sem intervenção direta.
Neste caso os caracteres são traçados espontaneamente por um poder extra-humano, visível ou não.
Chamaremos a tal modo de comunicação de escrita espiritografia para distinguir da psicografia ou
escrita obtida por um médium. Na psicografia a alma do médium representa, necessariamente, um
certo papel, pelo menos como intermediário (RE, janeiro de 1858, pp. 09 e 10, editora EDICEL).
- 33 -
KARDEC E A MEDIUNIDADE PSICOGRÁFICA
Primeiros contatos de Kardec com a mediunidade psicográfica
HISTÓRICO
Em 1854 Rivail ouve falar pela primeira vez, das “mesas girantes”, através do Sr. Fortier,
magnetizador, com o qual mantinha relações devido aos seus estudos sobre magnetismo. O amigo
lhe diz que as mesas não só giram, como falam respondendo inteligentemente às questões que se
lhes façam.
Rivail replica que só acreditaria no fenômeno vendo com seu próprios olhos e quando lhe
provassem que uma mesa teria cérebro para pensar, nervos para sentir e poderia tornar-se
sonâmbula.
Pelo mês de maio de 1855, em casa da Sra. Roger, sonâmbula, em companhia do Sr. Fortier,
seu magnetizador, encontrou o Sr. Pâtier e o Sr. Plainemaison que residia à rua Grange-Batelière nº.
18, onde se realizavam sessões espíritas nas quais testemunhou o fenômeno das mesas girantes e
assistiu a alguns ensaios muito imperfeitos de escrita mediúnica sobre uma lousa, com auxílio de
uma cesta.
Em casa da Sra. Plainemaison conheceu a família Baudin, que habitava então na Rua
Rochechouart. As senhoritas Baudin, adolescentes que escreviam com o auxílio de uma cesta,
chamada carrapeta. Eram as médiuns através das quais ocorriam os fenômenos e das quais Rivail se
utilizou para verificar se as comunicações dos Espíritos reunidas em mais de cinquenta cadernos,
obtidas nos últimos cinco anos pelos amigos Carlotti, René Tallandier, Tildeman-Manthèse,
Victorian Sardou, Didier, eram concordantes com as respostas obtidas em casa da família Baudin (“VIDA E OBRA DE ALLAN KARDEC” - André Moreil, editora Edicel).
“Muitas vezes nos foram dirigidas perguntas sobre a maneira por que foram obtidas as
comunicações (grifo nosso) que constituem O Livro dos Espíritos ... Tudo foi obtido pela escrita,
por intermédio de diversos médiuns psicógrafos. Nós mesmos preparamos as perguntas e
coordenamos o conjunto da obra; as respostas são textualmente (grifo nosso), as que nos deram os
Espíritos. A maior parte delas foram escritas sob as nossas vistas, outras foram todas por
correspondentes ou que colhemos aqui e ali, onde estivemos fazendo estudos”.
Os primeiros médiuns que concorreram para o nosso trabalho foram as senhoritas Baudin,
cuja boa vontade jamais nos faltou. O livro foi quase todo escrito por seu intermédio e em presença
de numeroso público que assistia as sessões, nas quais tinha o mais vivo interesse. Mais tarde os
Espíritos recomendaram uma revisão completa em sessões particulares, tendo-se feito, então, todas
as adições e correções julgadas necessárias. Esta parte essencial do trabalho foi feita com o
concurso da senhorita Japhet (rua Tiquetonne, 14) a qual se prestou com a melhor boa vontade e o
mais completo desinteresse a todas as exigências dos Espíritos, porque eles que marcavam o dia e a
hora para suas lições. A senhorita Japhet é também uma notável sonâmbula”. (RE, janeiro de 1858, pp.
34 e 35, editora EDICEL)
As comunicações eram transmitidas com auxílio da cesta de bico (psicografia indireta).
Pelos fins do ano de 1856, as duas senhoritas se casaram e a família se dispersou.
(OBRAS PÓSTUMAS - A minha iniciação no Espiritismo, pp. 270/271, editora LAKE).
- 34 -
Até a fundação da SPEE em 1o. de abril de 1858, realizaram-se reuniões em casa de Allan
Kardec, na rua dos Mártires,18, com a senhorita Ermance Dufaux, como médium principal, na
presença de até trinta pessoas. (O PRINCIPIANTE ESPÍRITA - biografia de Kardec por Henri Sausse, edição LAKE)
A senhorita Dufaux, era boa médium psicógrafa e escrevia com grande facilidade tendo
recebido na idade de catorze anos a “História de Joana d’Arc ditada por ela própria”. A faculdade da
senhorita Dufaux se prestava a evocação de qualquer Espírito. Comunicações pessoais foram
transmitidas a Kardec através de sua mediunidade. Mas, sua especialidade era a História. Ela
escreveu do mesmo modo a de Luís XI e a de Carlos VIII (RE janeiro de 1858, p. 30, editora EDICEL).
{Médiuns historiadores: os que revelam aptidão especial para as explanações históricas.
Esta faculdade, como todas as demais, independe de conhecimento do médium, por quanto não é
raro verem-se pessoas sem instrução e até crianças tratar de assuntos que lhes não estão ao seu
alcance. Variedade rara dos médiuns positivos (LM, item 193)
Médiuns positivos: suas comunicações têm, geralmente, um cunho de nitidez e precisão, que
muito se presta às minúcias circunstanciadas, aos informes exatos. Muito raros (LM, item193)}
“A senhorita Defaux recebeu a instrução das meninas de família decente, educadas com
cuidado, mas, ainda quando tivesse uma memória fenomenal, não seria nos livros clássicos que iria
encontrar documentos íntimos, dificilmente encontradiços nos arquivos da época. A História de
Joana d’Arc ditada por ela própria à senhorita Ermance Dufaux é uma narração completa e
seguida, como o faria um historiador, e contendo uma infinidade de detalhes pouco ou nada
conhecidos sobre a vida da heroína.
Para nós, que vimos o médium operar, a origem do livro, não pode ser posta em dúvida”.
Sobre a história de Luís XI ditada por ele mesmo à senhorita Dufaux, Kardec registrou na RE
março de 1858 à partir da p. 73, editora EDICEL:
“Bastaram quinze dias para ditar a matéria de um grosso volume. É notável a lembrança tão
precisa que pode um Espírito conservar de acontecimentos da vida terrena. Este trabalho, um dos
mais precisos no gênero, contem documentos precisos do ponto de vista histórico. Nele Luís XI se
mostra o profundo político que conhecemos; além disso, dá-nos a chave de vários fatos até aqui
inexplicáveis sob o ponto de vista da História e do fenômeno das manifestações a obra de Ermance
Dufaux é notável. A vida desse rei tal qual foi ditada por ele próprio, é incontestavelmente o mais
completo que possuímos e, podemos dizer, a mais imparcial. O estado do Espírito Luís XI lhe
permite hoje apreciar as coisas em seu justo valor”.
A RE dezembro de 1859 à p. 387 traz a primeira comunicação de Carlos IX à Ermance aonde
pergunta-se-lhe se poderia escrever a história de seu reino através do médium como fizera Luís IX e
outras. Fica assentada então a realização da obra.
Com Ermance passou-se um curioso fenômeno. A princípio, era boa médium psicógrafo e
escrevia com grande facilidade; pouco a pouco tornou-se médium falante e, à medida que esta
faculdade se desenvolveu, a primeira se atenua; hoje escreve pouco e com dificuldade; mais o que é
original é que, falando, sente a necessidade de estar com um lápis na mão e fingir que escreve. É
necessário uma outra pessoa para registrar suas palavras, como as da Sibila. Como todos os
médiuns favorecidos pelos bons Espíritos, jamais recebeu comunicações que não fossem de ordem
elevada. (RE janeiro de 1858, p. 30, editora EDICEL)
- 35 -
A mediunidade psicográfica foi a mais estudada por Kardec. Toda a sua obra foi obtida dessa
maneira, através de diversos médiuns.
Através da psicografia obteve importantes revelações sobre sua vida passada, segundo relato
de Imbassahy em “A MISSÃO DE ALLAN KARDEC” (à p. 42):
“A notícia de que Allan Kardec tivera uma existência ao tempo de Julio Cesar data de 1856;
a de ter sido João Huss veio em 1857. Ambas por via mediúnica: a primeira pela cestinha
escrevente de Baudin, com a médium Caroline; a última por psicografia de Ermance Dufaux.”
Da mesma forma Kardec tomou conhecimento de sua missão e da proteção espiritual que o
envolve e dirige para a realização de sua tarefa.
- 36 -
Resumo da Vida Espírita de Allan Kardec
Dezembro de 1854 - encontra com o Sr. Fortier, magnetizador.
Convite para sessão da mesa girante em casa da Sra. Roger, sonâmbula lúcida, vidente.
06 de janeiro de 1855 - encontro com Antonio Carlótti.
Convite para sessão de mesa girante.
01 de maio de 1855 - encontro com o Sr. Pâtier, magnetizador, com a Sra. Plainemaison,
médium auditivo inspirado, em casa da Sra. Roger.
08 de maio de 1855 - reunião em casa da Sra. Plainemaison, na Rue Grange-Batelière 18,
reunião de efeitos físicos, ensaios de Pneumatografia.
01 de agosto de 1855 - contato com as reuniões na residência de Émile-Charles Baudin.
Caroline, 18 anos, e Julie, 16 anos, filhas do Sr. Baudin e Clémentine eram as médiuns que às
quartas e sábados, na Rue Rochechouart, serviam de intermediárias aos fenômenos de psicografia
indireta, servindo-se da cesta de bico ou “tupia”.
As meninas Baudin foram responsáveis por mais de um ano pela elaboração das repostas às
questões que Kardec fazia aos Espíritos nestas reuniões. O conjunto deste trabalho constitui a
essência dos ensinamentos espíritas contidas em O Livro dos Espíritos. (grifo nosso) Caroline e
Ruth eram médiuns psicógrafas mecânicas.
Em casa do Sr. Baudin Kardec travou conhecimento com o casal Canu, ele, médium
inconsciente, ela, médium falante. Aí, ainda conheceu o casal Leclerc e Clèment. A Sra. Clèment
era médium falante e vidente. Foi o Sr. Leclerc que o levou à casa do Sr. Japhet, à Rue Tiquetonne
14.
11 de dezembro de 1855 - o Sr. Baudin transmite à Kardec mensagem de Zèphyr sobre a
existência de “um homem justo de muita sabedoria” que é o seu anjo de guarda e protetor.
1856 - contato com a família Japhet, residente à Rue Tiquetonne 14; o Sr. Japhet era médium
intuitivo. Sua filha Ruth-Celine, foi responsável pela revisão de O Livro dos Espíritos realizada
entre junho e dezembro de 1856, nos dias e horas marcados pelos Espíritos para essa finalidade.
25 de março de 1856 - através da Srta. Baudin Kardec entra em contato com o Espírito
Verdade, diretor da codificação da Doutrina Espírita.
09 de abril de 1856 - através da Srta. Baudin o Espírito Verdade anuncia pela primeira vez a
divulgação futura dos ensinos Espíritas.
30 de abril de 1856 - Em casa do Sr. Roustain, pela médium Srta. Japhet, é dada a Kardec a
Primeira Revelação da missão dele.
07 de maio de 1856 - em casa do Sr. Roustain, magnetizador, a Srta Japhet revela-lhe a sua
missão de Codificador da Nova Revelação.
12 de junho de 1856 - a Srta. Aline Carlótti, filha do Sr. Carlótti, é a portadora da
confirmação da missão de Kardec sendo intermediária do Espírito Verdade.
- 37 -
Durante todo o ano de 1856 Kardec recebe em casa do Sr. Baudin comunicações do Espírito
Verdade e orientações para o plano de O Livro os Espíritos.
06 de maio de 1857 - em casa da Sra. de Cardone, quiromante, frequentadora das sessões do
Sr.Roustain, novo aviso sobre sua missão especial.
O ano de 1857 encontra Kardec em contato com a mediunidade de Ermance Dufaux.
- 38 -
A SOCIEDADE PARISIENSE DE ESTUDOS ESPÍRITAS E SEUS MÉDIUNS
Fundada em 1o. de abril de 1858 realizou reuniões todas as terças-feiras em compartimento
alugado no Palais Royal, galeria de Valois, durante um ano. Surgiu da superlotação das sessões
realizadas em casa de Kardec, à rua dos Mártires (rue des Martyrs), no semestre anterior, onde a
Srta. Ermance Dufaux era o médium principal.
Após um ano transferiu-se para um dos salões do restaurante Donix, no mesmo Palais Royal,
galeria Montpensier, onde as sessões se realizavam às sextas-feiras até 1o. de abril de 1860.
Nesta data instalou-se em sede própria à rua Passagem Sant’Ana, 59.
O Espírito São Luís assume a presidência espiritual da Sociedade (RE, fevereiro de 1861, editora
EDICEL, p. 38).
Ermance Dufaux é a médium que freqüentemente traz suas comunicações filosófica,
moralistas e religiosas. As mensagens obtidas e/ou estudadas na sessões da SPEE são um dos
elementos essenciais das obras sobre o Espiritismo: foram aproveitadas em o LE e o LM, nas quais
são classificadas segundo o assunto (RE, fevereiro de 1861,editora EDICEL, pp. 39 e 40)
A RE de agosto de 1858 estuda a mediunidade de Victorien Sardou, médium desenhista,
responsável por notáveis desenhos de Júpiter, sob a inspiração de Bernard Palissy, célebre oleiro do
século XVI, habitante de Júpiter.
A mediunidade psicográfica dos Srs. Adrien, Roget e Cardun são também estudadas nesse
volume. O Sr. D. (Didier ?) revelou-se hábil psicógrafo polígrafo. Sua caligrafia natural é muito
má. Sob a influência dos Espíritos adquire um caráter especial, distinto conforme o Espírito que se
manifesta (p. 204). O Sr. D. é considerado um dos médiuns mais completos para receber ditados
psicográficos, não só pela grande facilidade de execução, como por sua aptidão em servir de
intérprete a todos os Espíritos, mesmo os das mais elevadas categorias. É, portanto, médium
psicógrafo, polígrafo, maleável, e bom médium. Sua psicografia reproduz a escrita que o Espírito
tinha em vida. É médium mecânico.
Antes do auto-de-fé de Barcelona (09.10.1861) Kardec consultou o Espírito Verdade através
do Sr. d’A (d’Ambel ?), médium de Erasto, em 21.09.1861, sobre a melhor atitude a tomar quando
da apreensão pelo bispo de Barcelona, das obras espíritas enviadas àquela cidade aos cuidados do
Sr. Lachâtre.
O Sr. d’A foi o intermediário de diversas comunicações orientadoras sobre a marcha da
Doutrina Espírita, sobre a necessidade de um sucessor de Kardec na orientação da Doutrina, sobre a
época de dar publicidade aos novos livros que iam sendo compostos; à medida em que se
avolumavam as informações e ensinos dos Espíritos sobre determinado ponto doutrinário.
Outros médiuns, anônimos, em Paris, em Lion, na SPEE prestaram-se ao papel de
mensageiros das instruções dos Bons Espíritos a Kardec sobre a marcha do Espiritismo.
(Consultar a sequência de mensagens incluídas na 2a. parte do livro OBRAS PÓSTUMAS).
- 39 -
A PRÁTICA DA MEDIUNIDADE PSICOGRÁFICA
- Desenvolvimento mediúnico
- Dificuldades
- Tipos de médiuns escreventes ou psicógrafos
- A Obsessão na Psicografia
Desenvolvimento mediúnico
... “Por nenhum diagnóstico se pode inferir, ainda que aproximadamente, que alguém possa
ter essa faculdade. Os sinais físicos, em os quais algumas pessoas julgam ver indícios, nada têm de
infalíveis.” ... “Só existe um meio de lhe comprovar a existência. É experimentar.”
“...O processo é dos mais simples: consiste unicamente em a pessoa tomar de um lápis e de
papel e colocar-se na posição de quem escreve, sem qualquer outro preparativo. Entretanto, para
que alcance bom êxito, muitas recomendações se fazem indispensáveis.” (LM, item 200).
“Como disposição material, recomendamos se evite tudo o que possa embaraçar o
movimento da mão. É mesmo preferível que esta não descanse no papel. A ponta do lápis deve
encostar neste o bastante para traçar alguma coisa, mas não tanto que ofereça resistência. Todas
essas precauções se tornam inúteis, desde que se tenha chegado a escrever correntemente, porque
então nenhum obstáculo detém mais a mão. São meras preliminares par o aprendiz.” (LM, item 201)
“É indiferente que se use da pena ou do lápis.” (LM, item 202)
“Todo aspirante a médium deve, porém, moderar a sua impaciência de poder confabular com
os Espíritos das pessoas que lhe são caras; porquanto a comunicação com determinado Espírito
apresenta muitas vezes dificuldades materiais que a tornam impossível ao principiante. Para que
um Espírito possa comunicar-se, preciso é que haja entre ele e o médium relações fluídicas, que
nem sempre se estabelecem instantaneamente. Só à medida que a faculdade se desenvolve, é que o
médium adquire pouco a pouco a aptidão necessária para pôr-se em comunicação com o Espírito
que se apresente. Pode dar-se, pois, que aquele com quem o médium deseje comunicar-se, não
esteja em condições propícias a fazê-lo, embora se ache presente, como também pode acontecer
que não tenha possibilidade, nem permissão para acudir ao chamado que lhe é dirigido. Convém,
por isso, que no começo ninguém se obstine em chamar determinado Espírito, com exclusão de
qualquer outro, pois amiúde sucede não ser com esse que as relações fluídicas se estabelecem mais
facilmente, por maior que seja a simpatia que lhe vote o encarnado. Antes, pois, de pensar em
obter comunicações de tal ou tal Espírito, importa que o aspirante leve a efeito o desenvolvimento
de sua faculdade, para o que deve fazer um apelo geral e dirigir-se principalmente ao seu anjo
guardião.”
“Não há para esse fim, nenhuma fórmula sacramental. ... “Contudo, a evocação deve sempre
ser feita em nome de Deus.”... “Formulada a súplica, é esperar que um Espírito se manifeste,
fazendo escrever alguma coisa. Pode acontecer venha aquele que o impetrante deseja, como pode
ocorrer também venha um Espírito desconhecido ou o anjo de guarda. Qualquer que ele seja, em
todo caso, dar-se-á a conhecer, escrevendo o seu nome.”
“Quando queira chamar determinados Espíritos, é essencial que o médium comece por se
dirigir somente aos que ele sabe serem bons e simpáticos e que podem ter motivos para acudir ao
apelo, como parentes, ou amigos.” ... “Não é menos necessário que as primeiras perguntas sejam
concebidas de tal sorte que as respostas possam ser dadas por um sim ou não, como por exemplo:
Estás aí? Queres responder-me? Podes fazer-me escrever? etc. Mais tarde essa precaução se
torna inútil. No princípio, trata-se de estabelecer assim uma relação. O essencial é que a
pergunta não seja fútil, não diga respeito a coisas de interesse particular e, sobretudo, seja a
- 40 -
expressão de um sentimento de benevolência e simpatia para com o Espírito a quem é dirigida.” (LM, item 203)
O Cap. XVII (Da Formação dos Médiuns) traz ainda outras recomendações kardequianas para
o desenvolvimento da mediunidade psicográfica mecânica.
1o. “calma, e o recolhimento;
2o. “desejo ardente e firme vontade de conseguir-se o intuito;
3o. “vontade séria, perseverante, contínua, sem impaciência, sem febricitação
“A solidão, o silêncio e o afastamento de tudo o que possa ser causa de distração favorecem
o recolhimento. Então, uma só coisa resta a fazer: renovar todos os dias a tentativa, por dez
minutos, ou um quarto de hora, no máximo, de cada vez, durante quinze dias, um mês, dois meses
ou mais, se for preciso.” (LM, item 204)
Para se evitarem tentativas inúteis, pode consultar-se, por outro médium, um Espírito sério e
adiantado”... “... aconselhamos se dirigir o interrogante (com questões diretas, específicas) a
Espíritos esclarecidos, que, geralmente, respondem de boa-vontade a essas perguntas e indicam o
melhor caminho a seguir-se, desde que haja possibilidade de bom êxito.” (LM, item 205)
“Pode empregar-se, como auxiliar de ocasião, um bom médium escrevente, maleável já
formado”. A magnetização da mão e do braço do aspirante à mediunidade psicográfica favorece a
eclosão da faculdade. A ação da faculdade do magnetizador desempenha também papel
importante no fenômeno.
“O concurso de um guia experimentado é, além disso, muito útil, às vezes, para apontar ao
principiante uma porção de precauçõezinhas que ele freqüentemente despreza, em detrimento da
rapidez de seus progressos.” (LM, item 206)
O desenvolvimento da mediunidade pode ser tentada em conjunto por vários candidatos.
“Os que se reúnem com um intento comum formam um todo coletivo, cuja força e
sensibilidade se encontram acrescidas por uma espécie de influência magnética, para auxiliar o
desenvolvimento da faculdade. Entre os Espíritos atraídos para esse concurso de vontades estarão,
provavelmente, alguns que descobrirão nos assistentes o instrumento que lhes convenha. ...
“Este meio deve sobretudo ser empregado nos grupos espíritas a que faltam médiuns, ou que
não o possuam em número suficiente.” (LM, item 207)
“O primeiro indício de disposição para escrever é uma espécie de frêmito no braço e na mão.
Pouco a pouco, a mão é arrastada por uma impulsão que ela não logra dominar. Muitas vezes,
não traça senão riscos insignificantes; depois, os caracteres se desenham cada vez mais
nitidamente e a escrita acaba por adquirir a rapidez da escrita ordinária. Em todos os casos, deve-
se entregar a mão ao seu movimento natural e não oferecer resistência, nem propeli-la .
“As primeiras comunicações obtidas devem considerar-se meros exercícios, tarefa que é
confiada a Espírito secundários. Não se lhes deve dar muita importância, visto que procedem de
Espíritos empregados, por assim dizer, como mestres de escrita, para desembaraçarem o médium
principiante. Não creiais sejam alguma vez Espíritos elevados os que se aplicam a fazer com o
médium esses exercícios preparatórios; acontece, porém, que se esse médium não colima um fim
sério, esses Espíritos continuam e acabam ligando-se-lhe. Quase todos os médiuns passaram por
esse cadinho, para se desenvolverem; cabe-lhes fazer o que seja preciso a captarem a simpatia dos
• Orgulhosos• Suscetíveis• Mercenários• Ambiciosos• De má-fé• Egoístas• Invejosos
CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS MEDIÚNICOS
Quadro sinóptico das diferentes espécies de médiuns
“O Livro dos Médiuns”, Cap. XVI.
- 48 -
A Obsessão na Psicografia
“A obsessão ... é um dos maiores escolhos da mediunidade e também um dos mais frequentes.
Por isso mesmo, não serão demais todos os esforços que se empreguem para combatê-la,
porquanto, além dos inconvenientes pessoais que acarreta, é um obstáculo absoluto à bondade e a
veracidade das comunicações. A obsessão, de qualquer grau, sendo sempre efeito de um
constrangimento e este não podendo jamais ser exercido por um bom Espírito, segue-se que toda
comunicação dada por um médium obsidiado é de origem suspeita e nenhuma confiança merece.
Se nelas alguma coisa de bom se encontrar, guarde-se isso e rejeite-se tudo o que for simplesmente
duvidoso.” (LM, item 242)
“Reconhece-se a obsessão pelas seguintes características:
1ª. Persistência de um Espírito em se comunicar, bom ou mau grado, pela escrita, pela
audição, pela tiptologia, etc., opondo-se a que outros Espíritos o façam;
2ª. Ilusão que, não obstante a inteligência do médium, o impede de reconhecer a falsidade e
o ridículo das comunicações que recebe;
3ª. Crença na infalibilidade e na identidade absoluta dos Espíritos que se comunicam e que,
sob nomes respeitáveis e venerados, dizem coisas falsas ou absurdas;
4ª. Confiança do médium nos elogios que lhe dispensam os Espíritos que por ele se
comunicam;
5ª. Disposição para se afastar das pessoas que podem emitir opiniões aproveitáveis;
6ª. Tomar a mal a crítica das comunicações que recebe;
7ª. Necessidade incessante e inoportuna de escrever;
8ª. Constrangimento físico qualquer, dominando-lhe a vontade e forçando-o a agir ou falar
a seu mau grado;
9ª. Rumores e desordens persistentes ao redor do médium, sendo ele de tudo a causa, ou o
objeto. (LM, item 243)
“A fascinação e a subjugação corporal quando exercidos sobre o médium psicógrafo
apresentam características específicas.
“A fascinação pode levá-lo a aceitar as doutrinas mais estranhas, as teorias mais falsas,
como se fossem a única expressão da verdade (LM, item 239)
“Há Espíritos obsessores sem maldade, mas, dominados pelo orgulho do falso saber. Têm
suas idéias, seus sistemas sobre as ciências, a economia social, a moral, a religião, a filosofia, e
querem fazer que suas opiniões prevaleçam. Para esse efeito, procuram médiuns bastante crédulos
para os aceitar de olhos fechados e que eles fascinam, a fim de os impedir de discernirem o
verdadeiro do falso. São os mais perigosos, porque os sofismas nada lhes custam e podem tomar
cridas as mais ridículas utopias. Como conhecem o prestígio dos grandes nomes, não
escrupulizam em se adornarem com um daqueles diante dos quais todos se inclinam, e não recuam
sequer ante o sacrilégio de se dizerem Jesus, a Virgem Maria, ou um santo venerado. Procuram
deslumbrar por meio de uma linguagem empolada, mais pretensiosa do que profunda, eriçada de
termos técnicos e recheada das retumbantes palavras - caridade e moral. Cuidadosamente
evitarão dar um mau conselho porque bem sabem que seriam repelidos. Daí vem que os que são
por eles enganados os defendem, dizendo: Bem vedes que nada dizem de mau. A moral, porém,
para esses Espíritos é simples passaporte, é o que menos o preocupa. O que querem, acima de
tudo, é impor suas idéias por mais disparatadas que sejam (LM, item 246) (Ler o LM, item 247).
“A subjugação é uma constrição que paralisa a vontade daquele que a sofre e o faz agir a
seu mau grado. Numa palavra: O paciente fica sob um verdadeiro jugo.
- 49 -
A subjugação pode ser moral ou corporal. No primeiro caso, ... é como uma fascinação.
No segundo caso, o Espírito atua sobre os órgãos materiais e provoca movimentos involuntários.
Traduz-se, no médium escrevente, por uma necessidade de escrever, ainda nos momentos menos
oportunos. Vimos alguns que, à falta de pena ou lápis, simulavam escrever com o dedo, onde quer
que se encontrassem, mesmo nas ruas, nas portas, nas paredes (LM, item 240)
A RE, outubro de 1858, editora EDICEL, a partir da p. 276, no artigo “Obsedados e
subjugados” estuda minuciosamente a obsessão na psicografia. Destacamos as seguintes
observações de Kardec:
“O Espiritismo apresenta um perigo real: (a obsessão). É aos próprios adeptos, àqueles que
o praticam, pois que para estes é que há perigo. Para quem quer que esteja bem informado da
Ciência, tal perigo não existe; existe apenas para aqueles que tem a presunção de saber, isto é,
como em todas as coisas, para aqueles que não possuem a necessária experiência.
“Um desejo muito natural em todos aqueles que começam a se ocupar do Espiritismo é ser
médium, principalmente, psicógrafo. É realmente o gênero que tem mais atração, dada a
facilidade das comunicações e por ser o que melhor se desenvolve com o exercício. Compreende-se
a satisfação que deve experimentar quem pela primeira vez vê a própria mão formar letras, depois
palavras, depois frases em respostas aos seus pensamentos. Essas respostas que traça
maquinalmente, sem saber o que faz, o mais das vezes estão fora de qualquer idéia pessoal, não lhe
podem deixar nenhuma dúvida quanto a intervenção de uma inteligência oculta”.
Kardec adverte que da alegria muito natural de poder entreter-se com os seres de além-túmulo,
parentes e amigos, conversas com eles, saber se são felizes, conhecer aquilo que fazem, desejam e
trocam amabilidades, enfim, compreendem que a separação não é eterna, e o intenso desejo de tudo
conhecer através de perguntas dirigidas aos Espíritos vai curta distância.
“Quem quer que se dê ao trabalho de estudar a Ciência Espírita jamais se deixará seduzir
por esses sonhos de explorar os Espíritos em benefício de sua fortuna”.
Três pontos são indispensáveis à compreensão do exercício da mediunidade:
1º. o conhecimento da relatividade do poder e sabedoria dos Espíritos. “Como não passam
de almas humanas desembaraçadas de seu invólucro corporal, ainda apresentam uma variedade
maior que a que encontramos entre os homens na Terra, por isso que vêm de todos os mundos, e
porque entre os mundos a Terra nem é o mais atrasado, nem o mais adiantado”;
2º. a natureza, e
3º. o objetivo das relações que se podem estabelecer com os Espíritos.
Estando incessantemente cercado por nuvens de testemunhas invisíveis o homem tem ao seu
lado Espírito que espiam seus atos, lêem seus pensamentos e influenciam para o bem ou para o mal
de acordo com seus sentimentos.
Pela posição de nosso globo na hierarquia dos mundos, os Espíritos inferiores aqui são mais
numerosos que os superiores.
“Entre os Espíritos que nos cercam, há os que se ligam a nós, que agem mais
particularmente sobre o nosso pensamento, aconselhando-nos, e cujo impulso seguimos sem nos
apercebermos; felizes se escutarmos a voz dos bons.
“Em alguns médiuns o progresso da faculdade é lento, mesmo muito lento; por vezes se
submetem à prova a sua paciência. Noutros, é rápido, e em pouco tempo chega ao médium a
escrever com tanta facilidade e, às vezes, com mais presteza do que o faria sem condições
- 50 -
ordinárias.” Daí advir o perigoso entusiasmo que secundados por uma convicção e uma confiança
que lhe permitem vencer todos os obstáculos conduz o médium à crença cega e irrefletida na
superioridade dos Espíritos que se comunicam. Daí à confiança cega nos ditados dos Espíritos vai
um passo.
“Os Espíritos hipócritas vendo o entusiasmo e o amor próprio do médium, ou ainda
fascinando-o usam de diversos subterfúgios para serem acreditados. Nomes venerandos, títulos
pomposos, doçuras nas frases, meiguice, expressões carinhosas, protestos de dedicação tudo é
utilizado de forma a captar a confiança do médium nos conselhos do Espírito. Onde está o perigo?
“O perigo está nos conselhos perniciosos que dão, aparentando benevolência, nos movimentos
ridículos, intempestivos ou funestos, que nos levam a empreender”.
Observando as etapas do processo obsessivo em mergulhou o Sr. F. e a luta de Kardec contra
o Espírito obsessor, François Dillois, atentemos às conclusões:
“Grave erro seria pensar que os Espíritos não exercem sua influência senão pelas
comunicações verbais ou escritas. Essa influência é constante e a ela, tanto quanto os outros,
acham-se expostos aqueles que não acreditam, pois não tem contrapeso.
“Regra geral: Quem quer que obtenha más comunicações Espíritas orais ou escritas,
acham-se sob má influência. Esta se exerce sobre ele, quer escreve, quer não, isto é, seja ou não
médium”.
“A escrita oferece um meio de assegurarmos da natureza dos Espíritos que atuam sobre ele e
de os combater, o que, se faz com tanto maior sucesso quanto mais é conhecido o motivo que o leve
a agir. Se ele for bastante cego para não o compreender, outros podem abrir-lhe os olhos. Aliás
não é necessário ser médium para escrever absurdos. E quem nos diz que entre essas elocuções
ridículas ou perigosas não haverá algumas cujos autores são impulsionados por Espíritos
malévolos? Três quartas partes de nossas ações más e de nossos pensamentos são partes dessa
sugestão oculta”.
“Toda criatura de boa vontade e simpática aos bons Espíritos podem sempre, com o auxílio
destes, paralisar uma influência perniciosa. Dizemos que deve ser simpática aos bons Espíritos
porque se ela atrai os inferiores, é evidente que lobo não come lobo.”
“Em resumo, o perigo não está propriamente no Espiritismo, desde que este, ao contrário,
pode servir de controle, preservando-nos daquilo a que malgrado nosso, estamos expostos; o
perigo está na presunção de certos médiuns para mui levianamente, se crerem instrumentos
exclusivos de Espíritos superiores e da espécie de fascinação que não os deixa compreender as
tolices de que são intérpretes. Aqueles mesmos que não são médiuns podem ser arrastados”.
Recomenda Kardec:
“Todo médium deve prevenir-se contra o inevitável empolgamento que o leva a escrever sem
cessar e até mesmo em momento inoportuno; deve ser senhor de si e não só escrever senão quando
o quer.
“Não dominamos os Espíritos superiores, nem mesmo aqueles que, não sendo superiores,
são bons e benevolentes; mas podemos dominar e domar os Espíritos inferiores. Aquele que não é
senhor de si não o pode ser dos Espíritos.
“Os Espíritos, como os homens, são julgados por sua linguagem, a toda expressão, todo
pensamento, todo conceito, toda teoria moral ou científica que choque o bem senso ou não
corresponda à idéia que fazemos e um Espírito puro e elevado, emana de um Espírito mais ou
menos inferior.
“Os Espíritos superiores tem sempre a mesma linguagem com a mesma pessoa e jamais se
contradizem.
- 51 -
“Não devemos julgar os Espíritos por sua forma material nem pela correção da linguagem,
mas sondar-lhes o íntimo, perscrutar sua palavras, pesá-las friamente e sem prevenção: qualquer
folga ao bom senso, à razão e à sabedoria, não pode deixar dúvidas quanto à sua origem, seja qual
for o nome com que se mascare Espírito.
“Aquele que em tudo age tendo em sua vista o bem, eleva-se acima das vaidades humanas,
expele do coração o egoísmo, o orgulho, a inveja, o ciúme e o ódio e perdoa aos seus inimigos,
pondo em prática esta máxima do Cristo: “Fazer aos outros o que quereria fosse feito a si
mesmo” simpatiza com os bons Espíritos, enquanto que os maus o temem e dele se afastam.”
Em o LM (Cap. XX, item 230) Erasto adverte para o reflexo da influência moral do
médium sobre o seu trabalho do seguinte modo:
“Onde, porém, a influência moral do médium se faz realmente sentir, é quando ele substitui,
pelas que lhe são pessoais, as idéias que os Espíritos se esforçam por lhe sugerir e também quando
tira de sua imaginação teorias fantásticas que, de boa-fé, julga resultarem de uma comunicação
intuitiva. É de apostar-se então mil contra um que isso não passa de reflexo do próprio Espírito do
médium. Dá-se mesmo o fato curioso de mover-se a mão do médium, quase mecanicamente, às
vezes, impelida por um Espírito secundário e zombeteiro. É essa a pedra de toque contra qual vem
quebrar-se as imaginações ardentes; por isso que arrebatados pelos ímpetos de suas próprias
idéias, pelas lantejoulas de seus conhecimentos literários, os médiuns desconhecem o ditado
modesto de um Espírito criterioso e, abandonando a presa pela sombra, o substituem por uma
paráfrase empolada. Contra esse escolho terrível vem igualmente chocar-se as personalidades
ambiciosas que, em falta das comunicações que os bons Espíritos lhes recusam apresentam suas
próprias obras como sendo desses Espíritos. Daí a necessidade de serem, os diretores dos Grupos
Espíritas, dotados de fino trato, de rara sagacidade, para discernir as comunicações autênticas das
que não o são e para não ferir os que se iludem a si mesmos”.
- 52 -
MECANISMO DA MEDIUNIDADE
“De todos os gêneros de médiuns, o mais comum é o psicógrafo: e isso por ser a modalidade
mais fácil de se adquirir pelo exercício. Eis por que, e com razão, para ele se dirigem geralmente os
desejos e os esforços dos aspirantes. Também apresenta duas variedades, igualmente encontradas
nas outras categorias: os escreventes mecânicos e os escreventes intuitivos.
Nos primeiros o impulso da mão independe da vontade: ela se move por si, sem que o
médium tenha consciência de que escreve; seu pensamento pode até mesmo ser dirigido para outra
coisa. No médium intuitivo o Espírito age sobre o cérebro: seu pensamento atravessa, se assim
podemos dizer, o pensamento do médium, sem que haja confusão. Em conseqüência, ele tem
consciência do que escreve, mesmo uma consciência prévia, porque a intuição precede o movimento
da mão, entretanto, o pensamento expresso não é o do médium. Uma comparação muito simples nos
dá a compreender o fenômeno. Quando queremos conversar com alguém cuja língua não sabemos,
servimo-nos de um intérprete; este tem consciência do pensamento dos interlocutores; ele deve
entendê-lo, para o poder expressar e, portanto esse pensamento não é dele. Assim o papel do
médium intuitivo é o mesmo de um intérprete entre nós e o Espírito.
Com o médium intuitivo a dificuldade está em se distinguir os seus pensamentos daqueles que
lhe são sugeridos. Essa dificuldade existe também para ele. O pensamento sugerido lhe parece tão
natural que ele o toma às vezes por seu e põe em dúvida a sua faculdade. O meio de o convencer e
convencer aos outros é um exercício freqüente. Então, no número das evocações de que participará
se apresentarão mil e uma circunstâncias, uma porção de comunicações íntimas, de particularidades
das quais não poderia ter nenhum conhecimento prévio e que, de maneira irrecusável, demonstrarão
a inteira independência do seu Espírito.” (Revista Espírita, março de 1859, p. 61,- Estudo sobre os médiuns -, editora: EDICEL)
MÉDIUNS SEM O SABER
“Aliás constantemente os Espíritos que nos cercam, que exercem sobre nós, malgrado nosso,
uma influência incessante, aproveitam as disposições que encontram em certos indivíduos para as
transformar em instrumentos das idéias que querem exprimir e levar ao conhecimento dos homens.
Tais indivíduos são, sem o saber, verdadeiros médiuns, e para isto não necessitam possuir a
mediunidade mecânica. Todos os homens de gênio, poetas, pintores e músicos estão neste caso;
certamente seu próprio Espírito pode produzir por si mesmo, caso seja bastante adiantado para tal;
mas muitas idéias também lhe podem vir de uma fonte estranha. Pedindo inspiração, não parece que
estejam fazendo um apelo? Ora, o que é a inspiração senão uma idéia sugerida? Aquilo que tiramos
do nosso próprio íntimo não é inspirado: possuímo-lo e não temos necessidade de o receber. Se o
homem de gênio tirasse tudo de si mesmo, porque então lhe faltariam idéias exatamente no
momento em que as busca? Não seria ele capaz de as tirar de seu cérebro, como aquele que tem
dinheiro o tira de seu bolso? Se nada encontra em dado momento é porque nada tem. Porque,
quando menos espera, as idéias brotam como por si mesmas?
Segundo a Doutrina Espírita, o cérebro pode sempre produzir aquilo que está dentro dele. Por
isso é que o homem mais inepto acha sempre alguma coisa a dizer, mesmo que seja uma tolice. Mas
as idéias das quais não somos os donos, não são nossas, elas nos são sugeridas; quando a inspiração
não vem é porque o inspirador não está presente ou não julga conveniente inspirar...
Poder-se-ia objetar que o cérebro não produzindo não devia fatigar-se. Isto seria um erro: o
cérebro não deixa de ser o canal por onde passam as idéias estranhas, o instrumento que executa. O
cantor não fatiga seus órgãos vocais, embora a música não seja de sua autoria? Porque não se
- 53 -
fatigaria o cérebro ao exprimir idéias que está encarregado de transmitir, embora não as tenha
produzido? Sem dúvida é para lhes dar repouso necessário à aquisição de novas forças, que o
inspirador lhe impõe um intervalo.
Pode ainda objetar-se que esse sistema tira ao produtor o mérito pessoal, ao lhe atribuir idéias
de uma fonte estranha. A isto respondemos que, se as coisas assim se passassem, não saberíamos o
que fazer e não teríamos muita necessidade de nos enfeitar com penas de pavão. Mas essa objeção
não é séria, porque de início não dissemos que o homem de gênio nada possa de si mesmo; em
segundo lugar, porque as idéias que lhe são sugeridas se confundem com as suas próprias e nada as
distingue. De modo que ele não é censurado por atribuir a sua paternidade, a menos que as tenha
recebido a título de comunicação espírita constatada e quisesse ter a glória das mesmas. Isto,
entretanto, poderia levar os Espíritos a fazê-lo passar por algumas decepções. Diremos, enfim, que
se os Espíritos sugerem grandes idéias a um homem, dessas idéias que caracterizam o gênio, é
porque o julgam capaz de as compreender, de as elaborar e de as transmitir. Eles não tomariam um
imbecil para seu intérprete.
Podemos, pois, sentir-nos honrados de receber uma grande e bela missão, sobretudo se o
orgulho não a desviar do seu objetivo louvável e não nos fizer perder o seu mérito.” (Revista Espírita, novembro de 1859, p. 316, editora: EDICEL).
- 54 -
MECANISMOS DA PSICOGRAFIA
1. INTRODUÇÃO
“DÍNAMO ESPIRITUAL - Ainda mesmo que a Ciência na Terra, por longo tempo,
recalcitre contra as realidades do Espírito, é imperioso convir que, no comando das associações
atômicas, sob a perquirição do homem, prevalecem as associações inteligentes de matéria mental.
O Espírito, encarnado ou desencarnado, na essência, pode ser comparado a um dínamo
complexo, em que se verifica a transubstanciação do trabalho psicofísico em forças
mento-eletromagnéticas, forças essas que guardam consigo no laboratório das células em que
circulam e se harmonizam, a propriedades de agentes emissores e receptores, conservadores e
regeneradores de energia.
Para que nos façamos mais simplesmente compreendidos, imaginemo-lo como sendo um
dínamo gerador, indutor, transformador e coletor, ao mesmo tempo, com capacidade de assimilar
correntes contínuas de força e exteriorizá-las simultaneamente.” (André Luiz - “MECANISMOS DA
MEDIUNIDADE”, editora: FEB, Cap. V -.Corrente Elétrica e Corrente Mental)
A comunicação entre encarnados e desencarnados sempre esteve presente na História da
Humanidade, embora muitos não admitam essa realidade. A nós espíritas cabe o dever de alertá-los
para o fato de que, esses fenômenos são tão maravilhosos quanto uma transmissão de rádio,
televisão ou qualquer outro meio de comunicação à distância, como por exemplo o telex, o telefone,
o fax e etc. Em todos há em comum a emissão de um sinal (som e/ou imagem) modificado ou não, o
seu transporte, por meio físico ou pelo espaço, a sua recepção e finalmente a sua reconstituição à
forma original. A grande diferença está na superioridade da máquina humana em comparação com
os dispositivos criados pelo Homem, o cérebro é ao mesmo tempo emissor e receptor. Possui ainda
um sistema de conversão de sinais e um banco de memória com capacidade infinita de
armazenamento ao qual chamamos perispírito, é através dele que ocorrem todos os fenômenos
relacionados com a mediunidade. Gerenciando todo o sistema está o Espírito, que é o grande
responsável por esse complexo, “o Espírito quer, o perispírito transmite e o corpo executa”, como
bem definiu Kardec no livro “Obras Póstumas”.
Para entender esses mecanismos, é necessário ver o pensamento como um fluxo de ondas de
múltiplas freqüências que podem ser transmitidas, captadas e decodificadas pelas criaturas, desde
que haja sintonia.
- 55 -
2. PENSAMENTOS E ONDAS (1)
“ONDA HERTZIANA - Examinando sumariamente as forças corpusculares de que se
constituem todas as correntes atômicas do Plano Físico, podemos compreender, sem dificuldade, no
pensamento ou radiação mental, a substância de todos os fenômenos no espírito, a expressar-se por
ondas de múltiplas freqüências.
Valendo-se de idéia imperfeita, podemos compará-lo , de início, à onda hertziana, tomando o
cérebro como sendo um aparelho emissor e receptor ao mesmo tempo”. (André Luiz - “MECANISMOS
DA MEDIUNIDADE”, Cap. XI – Fluxo Mental)
Do fluido elementar e da matéria mental dos seres criados, estudamos o pensamento ou fluxo
energético de cada uma dessas criaturas, a se graduarem nos mais diversos tipos de ondas, desde os
raios super-ultra-curtos, em que se exprimem os seres angélicos, através de processos ainda
inacessíveis à nossa observação, passando pelas oscilações curtas, médias e longas e que se
exterioriza a mente humana, até às ondas fragmentárias dos animais, cuja vida psíquica ainda em
germe, somente arroja de si determinados pensamentos ou raios descontínuos.
Como alicerce vivo de todas as realizações nos planos físico e extrafísico, encontramos o
pensamento por agente essência. Entretanto, ele ainda é matéria, - a matéria mental, em que as leis
de formação das cargas magnéticas ou dos sistemas atômicos prevalecem sob novo sentido,
compondo o maravilhoso mar de energia sutil em que todos nos achamos submersos e no qual
surpreendemos elementos que transcendem o sistema periódico dos elementos conhecidos no
mundo.
Temos, ainda aqui, as formações corpusculares , com bases nos sistemas atômicos em
diferentes condições vibratórias, considerando os átomos, tanto no plano físico, quanto no plano
mental, como associações de cargas positivas e negativas.
Isso nos compele naturalmente a denominar tais princípios de “núcleos, prótons, nêutrons,
posítrons, elétrons ou fótons mentais”, em vista da ausência de terminologia analógica para
estruturação mais seguras de nossos apontamentos
Assim é que o halo vital ou aura de cada criatura permanece tecido de correntes atômicas
sutis dos pensamentos que lhe são próprios ou habituais, dentro de normas que correspondem à lei
dos “quanta de energia” e aos princípios da mecânica ondulatória, que lhes imprimem freqüência e
cor peculiares.
Essas forças, em constantes movimentos sincrônicos ou estado de agitação pelos impulsos da
vontade, estabelecem para cada pessoa uma onda mental própria.
Em condições normais a criatura humana produz uma excitação normal nos átomos mentais,
emitindo assim ondas longas, ou seja, de grande comprimento e de baixa freqüência,
conseqüentemente, de baixa energia, ondas de simples sustentação da individualidade
correspondendo à manutenção do calor. Em estados menos comuns da mente, quais sejam os de
atenção ou tensão pacífica em virtude de reflexão ou oração natural, o campo dos pensamentos, por
força da agitação causada pelos elétrons mentais, nas órbitas da mesma natureza, vai se expressar
em ondas de comprimento médio (maior freqüência e energia do que as longas), representando
aquisição de experiência por parte da alma, correspondendo à produção de luz interior.
E se a excitação nasce dos diminutos núcleos atômicos, em situações extraordinárias da
mente, quais sejam, as emoções profundas, as dores indizíveis, as laboriosas e persistentes
concentrações de força mental ou as súplicas aflitivas, o domínio dos pensamentos emitirá raios
mais curtos (pequeno comprimento de onda, alta freqüência e alta energia) ou de imenso poder
transformador do campo espiritual, teoricamente semelhantes aos que se aproxima dos raios gama.
Assim considerando, a matéria mental, embora em aspectos fundamentalmente diversos,
obedece a princípios idênticos àqueles que regem as associações atômicas, na esfera física,
demonstrando a divina unidade de plano do Universo.
- 56 -
Para um melhor entendimento acerca da indução mental, imaginemos a criatura emitindo
conscientemente seus pensamentos, visando influenciar as outras criaturas.
Essa corrente de partículas mentais exterioriza-se de cada Espírito com qualidade de indução
mental, tanto maior quanto mais amplos se evidenciem as faculdades de concentração e o teor de
persistência no rumo dos objetivos que demande.
Tanto quanto, no domínio da energia elétrica, a indução significa o processo através do qual
um corpo que detenha propriedades eletromagnéticas pode transmiti-las a outro corpo sem contacto
visível, no reino dos poderes mentais a indução exprime processo idêntico, porquanto a corrente
mental é suscetível de reproduzir as suas próprias peculiaridades em outra corrente mental que se
lhe sintonize. E tanto na eletricidade quanto no mentalismo, o fenômeno obedece à conjugação de
ondas, enquanto perdure a sustentação do fluxo energético.
Compreendemos assim, perfeitamente, que a matéria mental é o instrumento sutil da vontade,
atuando nas formações da matéria física, gerando as motivações de prazer ou desgosto, alegria ou
dor, otimismo ou desespero, que não se reduzem efetivamente a abstrações, por representarem
turbilhões de força em que a alma cria os seus próprios estados de mentação indutiva, atraindo para
si mesma os agentes (por enquanto imponderáveis na Terra), de luz ou sombra, vitória ou derrota,
infortúnio ou felicidade.
E é por esse mecanismo que as criaturas influenciam e são influenciadas, obedecendo sempre
à lei de afinidade. Essa influenciação magnética pode ser exercida de perto ou de longe, tanto no
plano visível quanto no invisível, quer por Espíritos encarnados ou por desencarnados.
O magnetismo, considerado em seu aspecto geral é a utilização, sob o nome de fluído
magnético da força psíquica, por aqueles que abundantemente a possuem.
É pois a qualidade dos nossos pensamentos que determina o tipo de ondas que emitimos, e em
conseqüência a nossa faixa de sintonia.
Observemos o resumo nos quadros anexos.
(1) Esse texto é baseado no Cap. IV - Matéria Mental - do livro “MECANISMOS DA
MEDIUNIDADE”, de André Luiz)
- 57 -
Deus, Espírito e Matéria
Matéria – modificação do elemento material primitivo
Molécula – modificação da molécula elementar
O Homem – ser integral
Figura 3.1
Espírito
Perispírito
Corpo Físico
- 58 -
TÚNICA ELETROMAGNÉTICA
- 59 -
MEDIUNIDADE E ELETROMAGNETISMO
SPINS OPOSTOS
CAMPO MAGNÉTICO NULO
SPINS PARALELOS
CAMPO MAGNÉTICO ATIVO
Os pares de elétron tem movimentos de translação chamados de órbita e movimentos de rotação chamados “SPINS”. Se o movimento de spin dos elétrons giram no mesmo sentido, formam pequenos domínios
magnéticos, que têm como resultado um campo magnético ativo - Ímãs.
Se giram em sentido contrário, o campo magnético formado é nulo, matematicamente quase zero –
Outros materiais. Descompensação vibratória – “Sem obstáculo, reconhecemos que a mediunidade ou capacidade de sintonia está em todas as criaturas, porque todas as criaturas são dotadas de campo magnético particular, campo esse, porém, que é sempre mais pronunciado naquelas que estejam em regime de “descompensação vibratória”. (Mecanismos da Mediunidade – André Luis)
- 60 -
(+) = (1) (2) (3)
(-) = (3) (2) (1)
1 - ÁTOMO
2 - ELÉTRON
EEELÉTRON
EELÉTRON 3 - NÚCLEO
PENSAMENTO - é um fluxo energético produzido pelas
criaturas, através da excitação da matéria mental, em seus vários
níveis.
POSIÇÃO MENTAL COMUM.
SUSTENTAÇÃO DA
INDIVIDUALIDADE E MANUTENÇÃO
DE CALOR .
ATENÇÃO OU TENSÃO PACÍFICA.
AQUISIÇÃO DE EXPERIÊNCIA DA
ALMA COM PRODUÇÃO DE LUZ
INTERIOR.
EMOÇÕES PROFUNDAS, DORES
INDIZÍVEIS, LABORIOSAS
CONCENTRAÇÕES MENTAIS OU
SÚPLICAS AFLITIVAS.
TRANSFORMAÇÃO DO CAMPO
ESPIRITUAL.
- 61 -
3. TRANSMISSÃO
“HOMENS E ONDAS” – Simplificando conceitos em torno da escala das ondas,
recordemos que, oscilando de maneira integral, sacudidas simplesmente nos elétrons de suas
órbitas ou excitados apenas em seus núcleos, os átomos lançam de si ondas que produzem calor e
som, luz e raios gama, através de inumeráveis combinações. Assim é que entre as ondas da corrente
alternada para objetivos industriais, as ondas do rádio, as da luz e dos raios X, tanto quanto as que
definem os raios cósmicos e as que se superpõem além deles, não existe qualquer diferença de
natureza, mas sim de freqüência, considerado o modo em que se exprimem.
E o homem, colocado na faixa desse imenso domínio, em que a matéria quanto mais estudada
mais se revela qual feixe de forças em temporária associação, somente assinala as ondas que se lhe
afinam com o seu modo de ser.
Temo-lo, dessa maneira, como viajante do Cosmo, respirando num vastíssimo império de
ondas que se comportam como massa ou vice-versa, condicionado, nas suas percepções, à escala do
progresso que já alcançou, progresso esse que se mostra sempre acrescentando pelo patrimônio de
experiência em que se gradua, no campo mental que lhe é característico, em cujas dimensões revela
o que a vida já lhe deu, ou tempo de evolução, e aquilo que ele próprio já deu à vida, ou o tempo
de esforço pessoal na construção do destino. Para a valorização e enriquecimento do caminho
que lhe compete percorrer, recebe dessa mesma vida, que o acalenta e a que deve servir, o tesouro
do cérebro, por intermediário do qual exterioriza as ondas que lhe marcam a individualidade, no
concerto das forças universais, e absorve aquelas que com as quais pode entrar em sintonia,
ampliando os recursos do seu cabedal de conhecimento, e das quais se deve aproveitar, no
aprimoramento intensivo de si mesmo, no trabalho da própria sublimação”.
(André Luiz – “MECANISMOS DA MEDIUNIDADE”, Cap I - Ondas e Percepção)
3.1 Conceitos Básicos
Onda – é uma perturbação (vibração) que se propaga em um meio. As características
de uma onda são: amplitude, comprimento de onda e freqüência.
Amplitude – é o tamanho da oscilação, é o que determina a força da onda.
Comprimento de onda – é a distância entre duas oscilações, medida entre duas cristas
consecutivas.
Freqüência – é o número de vezes que ocorre o fenômeno na unidade de tempo; suas
unidades são: rotação por minuto (RPM) e ciclos por segundos, chamada de Hertz
(Hz).
Faixa de freqüência audível para o ser humano – 20Hz a 20KHz.
Faixa de operação do AM – 540KHz a 1600KHz.
Faixa de operação do FM – 88MHz a 108 MHz.
Antena – equipamento utilizado para transmitir ou receber os sinais.
- 62 -
3.2 - Meios de Transmissão de um Sinal
Quando se deseja escolher um meio de transmissão, alguns fatores devem se analisados para
uma correta adequação do meio aos objetivos desejados. Desta forma, devemos levar em
consideração o número de canais a serem transmitidos, a distância ente os locais que desejam se
comunicar, as características geométricas e também a confiabilidade do sistema ideal.
Basicamente podemos dividi-los em dois grupos:
a) Via rádio (espaço)
b) Via linha (meio físico)
3.2.1 - Configuração Básica de um sistema de Transmissão Via rádio (espaço)
O esquema mostrado na figura a seguir, expõe a configuração básica da ligação entre duas
localidades feitas por meio de um sistema de rádio.
A estação de rádio é composta basicamente de um transmissor, um receptor, um modulador,
um demodulador e as antenas de transmissão e recepção.
O transmissor produz vibrações eletromagnéticas que são enviadas ao espaço pela antena
transmissora. A antena receptora se sensibiliza com estas vibrações e envia esta informação para o
equipamento receptor, estabelecendo assim a comunicação.
Para que a informação seja enviada ao espaço, é necessário que esteja preparada para tal.
Assim sendo, o transmissor enviará para o espaço ondas eletromagnéticas com frequência fixa, de
tal forma que um receptor sintonizado nesta frequência saiba que o transmissor está em
funcionamento.
A esta onda eletromagnética damos o nome de portadora. Porém, esta onda apenas estabelece
o contacto, através do espaço, entre o transmissor e o receptor, não possuindo informação a ser
transmitida.
Para que possamos transmitir o sinal que contém a informação é preciso modular este sinal. A
modulação consiste em variarmos um das características da onda portadora (amplitude, freqüência
ou fase), de acordo com as variações do sinal que contém a informação, chamada de sinal
modulante. Desta forma a modulação em amplitude (AM) é obtida fazendo-se a amplitude da
portadora variar proporcionalmente as variações do sinal modulante. S sinal obtido após este
- 63 -
processo chama-se sinal modulado, sendo então enviado à estação receptora. O equipamento que
produz o sinal modulado é o modulador. Na estação receptora, quem reconstitui a informação
original em função das variações da portadora é o demodulador.
Visualizando o processo como um todo, temos a informação original processada pelo
modulador transmissor, fazendo com que tenhamos uma onda portadora modulada na antena da
transmissora. Esta onda é captada pela antena da receptora, sendo processada pelo receptor
demodulador, reconstituindo a informação original.
3.2.2.1 Classificação dos Sistemas de Rádio
A propagação das ondas eletromagnéticas varia de acordo com sua freqüência e com a camada
da atmosfera em que ela se propaga. Valendo-se destas características foram desenvolvidos meios
de transmissão para a propagação de sinal de um ponto a outro, sub-divididos em faixas de
freqüências que definem a utilização destes sinais. O quadro a seguir mostra a classificação
internacional destas faixas de freqüências.
Faixa de
freqüência
Designação
Técnica
Designação
Leiga
Propagação
300Hz - 3 KHz E.L.E. Ondas extremamente
longas
Terrestre
3KHz - 30KHz V.L.F. Ondas muito longas Terrestre
30KHz - 300KHz L.F. Ondas longas Terrestre
300KHz - 3MHz M.F. Ondas médias Ionosférica
3MKz - 30MKz H.F. Ondas curtas Ionosférica
30MKz - 300MKz V.H.F. - Troposférica e Radar
300MKz - 3GHz U.H.F. - Troposférica e Radar
3GHz - 300GHz S.H.F. Microondas Troposférica e Radar
300 GHz - 3THz E.F.F. Microondas Troposférica e Radar
300THz - 3000THz Infra-vermelho - Troposférica e Radar
Propagação terrestre
A antena transmissora emite ondas esféricas que se propagam em todas as direções
acompanhando a curvatura da terra, são freqüências baixas, por isso com longo alcance e muita
freqüência.
Propagação ionosférica
As ondas que se propagam em direção ao espaço se expandem e encontram a ionosfera a uma
altura de aproximadamente 80 a 150 km da superfície da Terra. As ondas retornam à Terra devido a
refração ionosférica por mudança de índice de refração. Este processo é chamado de “Reflexão
Ionosférica”.
- 64 -
Propagação do sistema VHF/UHF
Ao se utilizar faixas de freqüências mais elevadas, as características de propagação se
modificam. Quando se trabalha nas faixas de VHF (30 a 300MHz) e UHF baixa (300 a 900MHz), a
ionosfera passa a ser transparente para estas freqüências, não refratando o sinal para a Terra. Nestas
freqüências as ondas de rádio se comportam como a luz, isto é, propagam-se em linha reta e
refletem-se em obstáculos. Tais características permitem que estas ondas somente sejam
focalizadas por antenas convenientes, portanto, o mecanismo de comunicação envolve a colocação
de antenas de tal forma que a antena receptora esteja na linha de vista da antena transmissora.
Propagação em microondas
Quando se opera na região de microondas (900 a 30.000 MHz), as ondas de rádio assumem
características de propagação, praticamente idênticas às características de propagação das ondas de
luz. Esta forma propaga-se em linha reta e pode ser focalizada por antenas convenientes. O
processo envolve a colocação de antenas distanciadas de no máximo 50 a 60 km, colocadas em
pontos elevados de tal forma que não haja intercepção do feixe por obstáculos.
Sistema rádio tropo-difusão
Embora seja um sistema de microondas, não utiliza a vista direta. Emprega a troposfera para
refletir as suas ondas.
Sistema de satélite
Este sistema utiliza como repetidora um satélite artificial em órbita estacionária com a Terra.
Esta órbita estacionária é conseguida fazendo-se com que o satélite gire com a mesma velocidade
angular que a Terra. Desta forma o satélite permanece estacionário a uma altura de 36000km da
superfície. Nos satélites estão instalados receptores e transmissores que recebem, ampliam e
retransmitem os sinais de volta à Terra.
3.2.2 Configuração Básica de um Sistema de Transmissão Via Linha (meio físico)
São divididas em bifiliares e coaxiais. Fisicamente as linhas bifiliares são constituidas por
dois condutores idênticos e paralelos, usualmente de cobre ou alumínio, separados por um material
isolante. As linhas coaxiais são constituidas por um condutor interno, envolvido por outro externo,
ambos de forma cilíndrica, separados por um isolante; normalmente os condutores são de cobre e o
material isolante o polietileno.
Nos sistemas de transmissão de rádio, a informação original necessitava ser modulado para ser
transmitido. Nas linhas físicas transmite-se diretamente a própria informação original.
3.3 Gravação de dados
Tudo começou da necessidade que o homem tinha em armazenar informações, pois até então
o único meio utilizado era o da escrita (papel e etc.). Então o que fazer para documentar
informações, ocupando menos espaço, utilizando um método mais eficiente e rápido? Vários
aparelhos apareceram, porém o mais simples e eficiente que se tem notícia foi o de Thomas Edson.
- 65 -
É simples; se tratava de um cilindro de cera, que girava fixado em um eixo, tocando na superfície do
cilindro atinha uma agulha bem fina, que era fixada em um funil. Conforme a pessoa ia falando na
boca do funil, a agulha sensibilizava a superfície do cilindro, assim era a gravação. Na reprodução,
passava-se novamente a agulha sobre o que havia sido gravado e as ondas sonoras eram
reconstituídas e ouvidas através do funil. Certamente esse foi o primeiro gramofone. Este método é
utilizado até hoje nos LP’s (disco vinil), só que bem mais aperfeiçoado. Fitas magnéticas e CD’s,
também são utilizados em gravações de audio e vídeo. Para o armazenamento de dados são
utilizadas fitas magnéticas, disquetes, cartuchos, discos rígidos e etc.
3.4 Codificação de dados
Basicamente o processo é sempre o mesmo. Tem-se um codificador que modula a informação
de tal forma que, somente um decodificador específico poderá reconstituir a informação original, ou
seja, há uma correlação entre um sinal emitido e um caracter ou um comando. É assim que se
processa a relação homem X computador; para que o computador execute uma operação desejada,
temos que emitir um sinal que esteja associado a tal operação. Quando montamos vários arquivos
na memória do equipamento, eles são identificados com sinais característicos (onmes) e gravados
em locais distintos (diretórios). Esses arquivos só serão acessados quando chamados pelos nomes
correspondentes dentro do ambiente em que se encontram.
- 66 -
4. COMUNICAÇÃO ENTRE OS HOMENS
Gerador do cérebro - “Erguendo-se sobre os vários departamentos do corpo, a
funcionarem por motores de sustentação, o cérebro, com as células especiais que lhe são próprias,
detém verdadeiras usinas microscópicas, das quais as pequenas partículas de germânio, na
construção do transistor, nos conjuntos radiofônicos miniaturizados, podem oferecer imperfeita
expressão
É aí, nesse microcosmo prodigioso, que a matéria mental, ao impulso do Espírito, é
manipulada e expressa, em movimento constante, produzindo correntes que se exteriorizam, no
espaço e no tempo, conservando mais amplo poder na aura personalidade em que se exprime,
através de ação e ração permanentes, como acontece no gerador comum, em que o fluxo energético
atinge o valor máximo, segundo a resistência integral do campo, diminuindo de intensidade na
curva de saturação.
Nas reentrâncias de semelhante cabine, de cuja intimidade a criatura expede as ordens e
decisões com que traça o próprio destino, temos, no córtex, os centros da visão, da audição, do tato,
do olfato, do gosto, da palavra falada e escrita, da memória e de múltiplos automatismos, em
conexão com os mecanismos da mente, configurando os poderes da memória profunda, do
discernimento, da análise, da reflexão, do entendimento e dos multiformes valores morais de que o
ser se enriquece no trabalho da própria sublimação.” (André Luiz - “MECANISMOS DA MEDIUNIDADE”, Cap IX – Cérebro e Energia)
4.1 Vocalização
A fala particularmente envolve o sistema respiratório, mas compreende também os centros
específicos de controle da fala no córtex cerebral, os centros respiratórios do tronco cerebral, as
estruturas de articulação e ressonância da boca e as cavidades nasais.
Basicamente, a fala se compõe de duas funções mecânicas distintas:
Fonação - realizada pela laringe;
Articulação - realizada pelas estruturas da boca.
4.1.1 Fonação
A laringe está especialmente adaptada para agir como um vibrador. O elemento vibrátil é
constituído pelas cordas vocais, que são pregas situadas ao longo das paredes laterais da laringe,
estiradas e posicionadas por vários músculos específicos, nos limites da própria laringe.
Cada corda vocal está estirada entre as cartilagens tireóide e aritenóide.
4.1.1.1 Vibração das cordas vocais
Poder-se-ia suspeitar de que as cordas vocais deveriam vibrar na direção do fluxo do ar.
Entretanto, não é esse o caso. Pelo contrário, elas vibram lateralmente. A causa da vibração é a
seguinte: quando as cordas vocais são aproximadas e o ar é expirado, a pressão do ar, proveniente
de baixo, empurra e separa as cordas vocais, o que permite o fluxo rápido de ar entre suas margens.
A seguir, o fluxo rápido do ar cria, imediatamente, um vácuo parcial entre as cordas vocais, que
tende a aproximá-las novamente. Isso faz para o fluxo de ar, surge uma certa pressão através das
cordas e estas se abrem novamente, persistindo, assim, em um padrão de vibração.
- 67 -
4.1.1.2 Freqüência de vibração
A altura do som emitido pela laringe pode ser mudada de duas diferentes maneiras:
a) Pelo estiramento ou relaxamento das cordas vocais
Toda a laringe se move para cima pela ação dos músculos laríngeos externos que ajudam a
esticar as cordas quando se deseja emitir um som de freqüência muito alta, e a laringe se move para
baixo, com relaxamento correspondente das cordas vocais, quando se deseja emitir um som muito
baixo.
b) Alteração da forma e do volume das cordas vocais
Quando se emite sons de freqüência muito alta, as bordas das cordas vocais tornam-se finas e
agudas, enquanto que, quando as freqüências baixas são emitidas, as bordas tornam-se irregulares e
de grande volume se aproximam.
4.1.2 Articulação e ressonância
Os três órgãos principais da articulação são: os lábios, a língua e o palato mole.
Os ressonadores incluem a boca, o nariz com os seios nasais associados, a faringe, e até
mesmo a própria cavidade torácica.
A função dos ressonadores nasais é ilustrada pela mudança na qualidade da voz quando uma
pessoa está com resfriado intenso que bloqueia as passagens aéreas para esses ressonadores.
(inserir, aqui, a figura que está na folha original)
4.2 Sentido da audição
4.2.1 Membrana timpânica e sistema ossicular
Condução de sons da membrana timpânica à cóclea
A membrana timpânica (comumente denominada tímpano), tem forma cônica, com a
concavidade para baixo e para fora em direção ao canal auditivo. Aderido ao centro da membrana
timpânica está o cabo do martelo. Este, acha-se firmemente unido por ligamentos, pelo seu outro
extremo, à bigorna, de maneira que, sempre que o martelo se move, a bigorna move-se em sincronia
com ele. O extremo oposto da bigorna articula-se com a haste do estribo, e a sua base descansa
sobre o labirinto membranoso na abertura da janela oval, onde as ondas sonoras são transmitidas ao
ouvido interno, ou seja, à cóclea . Os ossículos do ouvido médio são suspensos por ligamentos, de
tal maneira que o martelo e a bigorna atuam juntos como uma só alavanca. A articulação da bigorna
com o estribo faz com que este último avance contra o líquido coclear, cada vez que o cabo do
martelo se movimenta para dentro e para fora da base, ao nível da janela oval. O cabo do martelo é
tracionado constantemente para dentro por ligamentos e pelo músculo tensor do tímpano, que
- 68 -
mantém a membrana timpânica. Isto permite que as vibrações sonoras em qualquer porção da
membrana timpânica sejam transmitidas ao martelo,o que não ocorreria se ela estivesse relaxada.
(atenção: incluir aqui a figura f.61.1 A membrana timpânica....)
4.2.2 Cóclea
Anatomia funcional da cóclea
A cóclea é um sistema de tubos enrolados, com três tubos diferentes enrolados, uma ao lado
do outro, denominados: escala vestibular, escala média e escala timpânica. A escala vestibular e a
escala média são separadas entre si pela membrana de Reissner (também denominada membrana
vestibular), e a escala timpânica e a escala média são separadas uma da oura pela membrana
basilar. Na superfície da membrana basilar encontra-se uma estrutura, o órgão de Corti, que contém
uma série de células sensíveis a estímulos mecânicos chamadas células ciliadas. Estas células
constituem os órgãos receptores que geram impulsos nervosos em resposta às vibrações sonoras. A
membrana de Reissner é importante porque mantém um líquido especial, na escala média, que é
necessário para o funcionamento normal das células ciliadas receptoras de som. As vibrações
sonoras penetram na escala vestibular pela base do estribo ao nível da janela oval. A base cobre
essa janela e está conectada às bordas da mesma por um ligamento anular relativamente frouxo, de
modo que pode se moer para dentro e para fora, de acordo com as vibrações sonoras. O movimento
para dentro faz com que o líquido se mova no sentido das escalas vestibular e média, o que
imediatamente aumenta a pressão em toda a cóclea, causando protusão da janela redonda para fora.
As partes distais das escalas vestibular e timpânica se comunicam entre si através de uma abertura, o
helicotrema. Quando o estribo se move muito lentamente para dentro, o líquido da escala vestibular
é empurrado através do helicotrema para a escala timpânica, e isso faz com que a janela redonda
sofra uma protusão para fora. Entretanto, se o estribo vibrar rapidamente em ambas as direções, o
líquido simplesmente não terá tempo de passar através do helicotrema, chegar à janela oval e voltar
à janela oval entre duas vibrações sucessivas. Ao invés disso, a onda líquida toma um atalho
através da membrana basilar, fazendo-a arquear-se a cada vibração sonora.
(inserir aqui as figuras de nos. 51-4 e 61.3 sobre esta matéria e que está na folha original)
Transmissão de ondas sonoras na cóclea - “onda viajante”
Se a base do estribo se move instantaneamente para dentro, a janela redonda também deve
fazer proeminência instantânea para fora, porque a cóclea é limitada em todos os seus lados pro
paredes ósseas. Como a onda líquida não terá tempo de percorrer todo de percorrer o caminho da
janela oval até o helicotrema e de volta à janela redonda, o efeito inicial é fazer a membrana basilar
se arquear, bem na base da cóclea, em direção à janela redonda. Contudo,a tensão elástica
desenvolvida nas fibras basilares, quando elas se dobram em direção à janela redonda, inicia uma
onda que “viaja” ao longo da membrana basilar para o helicotrema.
Padrão de vibração da membrana basilar para sons de diferentes freqüências
Existem vários padrões de transmissão para ondas sonoras de diferentes freqüências. Cada
onda é relativamente débil no início, porém torna-se potente quando alcança a porção da membrana
basilar, que tem uma freqüência do som correspondente. Nesse ponto, a membrana basilar pode
vibrar com tal facilidade que a energia da onda se dissipa por completo. Em conseqüência, a onda
termina nesse ponto e já não viaja o resto da distância ao longo da membrana basilar. Assim, uma
onda sonora antes de alta freqüência viaja apenas a uma pequena distância ao longo da membrana
- 69 -
basilar antes de alcançar o seu ponto de ressonância e desaparecer. Uma onda sonora de freqüência
média viaja cerca da metade da distância e então desaparece; e por fim, uma onda sonora de
freqüência muito baixa, viaja toda a distância ao longo da membrana.
Função do Órgão de Corti
O órgão de Corti, é o órgão receptor que gera impulsos nervosos em resposta à vibração da
membrana basilar. Ele encontra-sena superfície das fibras basilares e da membrana basilar. Os
verdadeiros receptores sensoriais do Órgão de Corti são as células internas e as externas.
4.3 Mecanismos auditivos centrais
Função do córtex cerebral na audição
O córtex auditivo situa-se, principalmente, no lobo temporal. Neste, existem duas áreas
distintas, o córtex auditivo primário e o córtex de associação auditiva (também denominado córtex
auditivo secundário). O córtex auditivo primário é diretamente excitado por projeções nervosas,
enquanto o córtex auditivo secundário é executado secundariamente por impulsos nervosos do
córtex auditivo primário.
4.4 A função do cérebro na comunicação e na audição
Mecanismo
1. Recepção na área auditiva primária dos sinais sonoros que codificam a palavra.
2. Interpretação da palavra na área de Wernicke, porção temporal da área
interpretativa geral – são áreas de associação somática visual e auditiva, e encontra-se
mais desenvolvida do lado esquerdo.
3. Determinação da emissão da palavra, que também ocorre na área de Wernicke.
4. Transmissão de sinais da área de Wernicke para a área de Broca que situa-se na
região facial pré-motora do córtex, feita pelo fascículo arqueado.
5. Ativação dos programas motores especializados na área de Broca para o controle da
formação de palavras.
6. Transmissão dos sinais apropriados ao córtex motor para controlar os músculos da
fala.
Analisando estas informações, podemos observar que, mesmo na comunicação de encarnado
para encarnado há emissão, recepção e decodificação de ondas; tudo isso serve para encararmos
mais naturalmente o fenômeno da comunicação mediúnica e também para confirmar o quanto
maravilhosa é esta máquina chamada corpo humano.
- 70 -
5. OS TIPOS DE MÉDIUNS PSICÓGRAFOS E OS MECANISMOS DAS
COMUNICAÇÕES
“Em todos os processos medianímicos não podemos esquecera máquina cerebral como órgão
de manifestação da mente”. ...
“Bastar-nos-á sucinto exame da vida intracraniana, onde estão assentadas as chaves de
comunicação entre o mundo mental e o mundo físico”. (Instrutor Áulus)
“Centralizando a atenção, através de pequenina lente que Áulus nos estendeu, o cérebro de
nossa amiga pareceu-nos poderosa estação radiofônica, reunindo milhares de antenas e condutos,
resistências e ligações de tamanho microscópico, à disposição das células especializadas em
serviços diversos, a funcionarem como detectores e estimulantes, transformadores e ampliadores da
sensação e da idéias,cujas vibrações fulguravam aí dentro como raios incessantes, iluminando um
firmamento minúsculo.
O Assistente observou conosco aquele precioso labirinto, em que a epífise brilhava como
pequenino sol azul, e falou:
- Não nos convém relacionar minudências relativas ao cérebro e ao sistema nervoso em geral,
com as quais se encontram vocês familiarizados nos conhecimentos humanos comuns.
Nesse instante, reparei admirado os feixes de associação entre as células corticais, vibrando
com a passagem do fluxo magnético do pensamento.” (André Luiz – “NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE”. editora FEB, Cap. 3 – Equipagem mediúnica)
Os Espíritos utilizam constantemente como exemplo as transmissões de rádio e televisão, com
a finalidade de nos fazer entender os mecanismos envolvidos nas comunicações mediúnicas. O
mecanismo de chegada das informações é o mesmo para a mediunidade de efeitos intelectuais, o
que há de diferente é a forma de exteriorização utilizada, que pode sr oral ou escrita.
E é por esta associação de idéias, ainda que incompletas, que observaremos o fenômeno da
escrita mediúnica.
As comunicações psicográficas podem ser transmitidas basicamente de duas formas:
a) Por transmissão das ondas pensamento via espaço, tendo como meio de propagação o
fluido cósmico universal e como receptor o chakra coronário (idem transmissão de rádio).
b) Por transmissão das ondas pensamento via ligação direta, tendo como ponto de contato
o chakra umeral, que comanda os movimentos dos braços, antebraços e dedos (idem transmissão via
cabo).
Em ambos os casos o fenômeno ocorre no corpo espiritual, ou seja, no perispírito. Como
numa transmissão comum, temos que analisar também o aparelho receptor, pois é pela sua
característica que é definido o tipo de transmissão mais adequada.
- 71 -
5.1 Tipos de médiuns psicógrafos (O Livro dos Médiuns)
a) Médiuns mecânicos
‘Quando atua diretamente sobre a mão, o Espírito lhe dá uma impulsão de todo independente
da vontade deste último (o médium). Ela se move sem interrupção e sem embargo do médium,
enquanto o Espírito tem alguma coisa que dizer, e pára, assim ele acaba.
Nesta circunstância, o que caracteriza o fenômeno é que o médium não tem a menor
consciência do que escreve. Quando se dá, no caso, a inconsciência absoluta, têm-se os médiuns
chamados passivos ou mecânicos.” (LM, item 179)
b) Médiuns intuitivos
“A transmissão do pensamento também se dá por meio do Espírito do médium, ou melhor, de
sua alma, pois que por este nome designamos o Espírito encarnado. O Espírito livre, neste caso,
não atua sobre a mão, para fazê-la escrever; não a toma, não a guia. Atua sobre a alma, com a qual
se identifica. A alma, sob esse impulso, dirige a mão e esta dirige o lápis”. (LM, item 180)
c) Médiuns semimecânicos
“No médium puramente mecânico, o movimento da mão independe da vontade: no médium
intuitivo, o movimento é voluntário e facultativo. O médium semimecânico participa de ambos
esses gêneros. Sente que à sua mão uma impulsão é dada, mau grado seu, mas, ao mesmo tempo,
tem consciência do que escreve, à medida que as palavras se formam. No primeiro, o pensamento
vem depois do ato da escrita: no segundo, precede-o; no terceiro, acompanha-o. Estes últimos
médiuns são os mais numerosos.” (LM, item 181).
Por essas definições vemos que no caso do médium mecânico e do semimecânico a
transmissão é por meio de ligação direta, sendo que o primeiro é inconsciente e o segundo pode ter
ou não consciência da mensagem recebida. Já com o médium intuitivo a transmissão é de
pensamento a pensamento através do espaço, atendo o médium consciência da mensagem.
5.2 Aparelho receptor - o homem/o médium
Analisando o homem segundo a ótica da Doutrina Espírita, reconheceremos três elementos
básicos:
Espírito - princípio inteligente, com uma constituição que desconhecemos.
Corpo físico - que é matéria, e como tal constituída de moléculas, átomos e etc.
Perispírito - que é também matéria, porém numa apresentação mais etérea, menos
densa, sendo constituída consequentemente por moléculas mais sutis.
Segundo André Luiz o corpo espiritual, ainda retrata em si o corpo mental que preside a sua
formação e tem ainda um envoltório mais denso ligando-o ao corpo físico, chamado duplo etérico
ou corpo etérico.
Do mesmo modo que a ciência, a cada dia, penetra nas profundezas da estrutura atômica,
descobrindo novas partículas, os Espíritos nos revelam que entre o Espírito e o corpo físico, há
camadas intermediárias compostas de matéria com diferentes densidades, e que na verdade o
- 72 -
perispírito é um conjunto que envolve o princípio inteligente, e é constituído de vários corpos.
Então, temos ainda:
Corpo mental - envoltório sutil do mente.
Corpo etéreo ou duplo etérico - corpo formado de eflúvios vitais na sua maior parte
emanados do neuropsiquismo do corpo físico. Desaparece após a morte.
É através dessas camadas, representadas na figura abaixo, que ocorrem as comunicações
mediúnicas.
Por analogia devido à constituição material deste envoltório, temos a presença de elétrons, que
formam pelos seus movimentos denominados “SPINS”, campos magnéticos que podem estar
anulados (pessoas com sensibilidade normal) ou não (médiuns), dependendo da constituição íntima
da matéria, tal como acontece no magnetismo mineral. Mas temos uma diferença fundamental
quando se trata de magnetismo humano, que é a presença do princípio inteligente modificando seu
envoltório sutil através de pensamentos palavras e atos, dando um caráter dinâmico ao campo
magnético formado podendo torná-lo ativo ou não, de acordo com as circunstâncias do momento.
Cada um de nós emite radiações que variam de intensidade e amplitude de acordo com as
nossas disposições mentais. Essas radiações formam em torno de nós, camadas concêntricas que
constituem uma espécie de atmosfera fluídica, é o que chamamos de Aura Humana.
Observamos através da fotografia Kirlian, que todos os corpos dos três reinos possuem um
envoltório, o qual chamamos de Aura Material, que é o produto da vibração da matéria.
Para maior esclarecimento e sustentação, transcrevemos dois textos de André Luiz
- 73 -
Aura Humana
“Considerando-se toda célula em ação por unidade viva, qual motor microscópico, em
conexão com a usina mental, é claramente compreensível que todas as agregações celulares emitam
radiações e que essas radiações se articulem, através de sinergias funcionais, a se constituírem de
recursos que podemos nomear por “tecidos de força”, em torno dos corpos que as exteriorizam.
“Todos o seres vivos, por isso, dos mais rudimentares aos mais complexos se revestem de um
“halo energético” que lhes corresponde à natureza
“No homem, contudo, semelhante projeção surge profundamente enriquecida e modificada
pelos fatores do pensamento contínuo que, em se ajustando às emanações do campo celular, lhe
modelam, em derredor da personalidade, o conhecido corpo vital ou duplo etéreo de algumas
escolas espiritualistas, duplicata mais ou menos radiante da criatura.
“Nas reentrâncias e ligações sutis dessa túnica eletromagnética de que o homem se entraja,
circula o pensamento, colorindo-a com as vibrações e imagens de que se constitui, aí exibindo, em
primeira mão, as solicitações e os quadros que improvisa, antes de irradiá-los no rumo dos objetos e
das metas que demanda.
“Aí temos, nessa conjugação de forças fisico-químicas e mentais, a aura humana, peculiar a
cada indivíduo, interpenetrando-o, ao mesmo tempo que parece emergir dele, à maneira de campo
ovóide, não obstante a feição irregular em que se configura, valendo por espelho sensível em que
todos os estados da alma se estampam com sinais característicos e em que todas as idéias se
evidenciam, plasmando telas vivas, quando perduram em vigor e semelhança, como no
cinematógrafo comum.
“Fotosfera psíquica, entretecida em elementos dinâmicos, atende à cromática variada, segundo
a onda mental que emitimos, retratando-nos todos os pensamentos em cores e imagens que nos
respondem aos objetivos e escolhas, enobrecedores ou deprimentes.” (André Luiz, “Evolução em Dois Mundos” editora FEB, Cap. XVII - Mediunidade e Corpo Espiritual)
Campo da Aura
“Articulando, ao redor de si mesma, as radiações das sinergias funcionais das agregações
celulares do campo físico ou do psicossomático, a alma encarnada ou desencarnada está envolvida
na própria aura ou túnica de forças eletromagnéticas, em cuja tessitura circulam as irradiações que
lhe são peculiares.
“Evidenciam essa irradiações, de maneira condensada, até um ponto determinado de
saturação, contendo as essências e imagens que lhe configuram os desejos no mundo íntimo, em
processo espontâneo de auto-exteriorização, ponto esse do qual a sua onda mental se alonga adiante,
atuando sobre todos os que com ela se afinem e recolhendo naturalmente a atuação de todos os que
se lhe revelem simpáticos.
E, desse modo, estende a própria influência que, à feição do campo, proposto por Eisntein,
diminui com a distância do fulcro consciencial emissor, tornando-se cada vez menor, mas a
espraiar-se no Universo infinito.” (André Luiz, “MECANISMOS DA MEDIUNIDADE”, editora FEB, Cap. X Fluxo Mental)
Como vimos, todos nós temos esse campo magnético, que pode estar nulo ou não. Nas
pessoas com sensibilidade comum esse campo está reduzido, pois os movimentos dos elétrons estão
em sentido contrário (spins opostos). Nos médiuns ele apresenta-se ativo, devido a uma
“descompensação vibratória”, ou seja, os elétrons apresentam movimentos no mesmo sentido (spins
paralelos). Sendo assim, a mediunidade ou capacidade de sintonia, está em todas as criaturas,
porque todas têm campo magnético particular, só que é mais pronunciada nos chamados médiuns,
que funcionam como verdadeiras antenas. Esta descompensação é fruto das atividades do Espírito
nas diversas encarnações, tem como causa a constância do trabalho no bem ou ainda a persistência
- 74 -
no caminho do mal. Pela evolução moral dos habitantes do nosso planeta, é fácil concluir que
poucos possuem mediunidade de caráter missionário. Como nós ainda não fazemos parte desse
grupo de Espíritos, que descem à Terra para ajudar a humanidade a evoluir, devemos ver na nossa
mediunidade uma grande oportunidade para nos rearmonizarmos com as leis divinas.
5.3 O papel de algumas peças importantes no mecanismo
Chakras – através dos chakras (centros de força que atravessam todas as camadas perispirituais)
que o Espírito comunica-se com o corpo físico, utilizando-se da sua linguagem – o pensamento,
que como já foi visto, são ondas de múltiplas freqüências. Os órgãos recebem essas radiações
pelos plexos, completando assim a ligação.
Chakra coronário – é o sintonizador das ondas do plano mental, vindas dos Espíritos
desencarnados ou da própria criatura encarnada. Está situado no alto da cabeça.
Chakra umeral – comanda os movimentos dos braços, antebraços, mãos e dedos. Está situado
entre os omoplatas.
Plexos – pontos de entrelaçamento de células nervosas, formando uma espécie de rede
compacta. São pontos de contato entre os chakras e o corpo físico.
Plexo braquial – enerva toda a região das espáduas, dos braços, das mãos, com suas fibras
motoras e sensitivas.
Epífise – é glândula da vida espiritual do homem, ponto de contato entre o chakra coronário e o
corpo físico. Recebe as ordens da mente, por princípios eletromagnéticos, e as passa para os
departamentos celulares através das redes nervosas. É também a ponte de ligação entre todas as
nossas existências. O médium, por ter o seu campo eletromagnético ativado, é uma verdadeira
antena. Na atividade mediúnica a epífise representa o papel mais importante. É através das suas
forças equilibradas, que a mente humana intensifica o poder de emissão e recepção de ondas da
esfera espiritual. A epífise funciona de forma semelhante à galena, material utilizado na
recepção de ondas hertizianas.
Mente – órgão do corpo mental que emite vibrações provocadas pelo pensamento do Espírito.
É a sede da memória integral do Espírito, é uma molécula única e permanente.
Cérebro – órgão material usado pelo Espírito para coordenar o corpo físico. É o local onde são
armazenados os conhecimentos da existência atual, que posteriormente são transferidos para a
memória integral do Espírito.
Córtex cerebral – capa que envolve o cérebro, composta de neurônios (corticais), onde
situam-se as células em que são gravadas as experiências da vida atual.
Neurônios – células nervosas que executam todo o processo de comunicação entre o cérebro e
os demais órgãos. São como fios condutores de ondas eletromagnéticas.
Tálamo – corpo cinzento ovalado situado em cada um dos hemisférios cerebrais. É ele que
permite ou não que o impulso recebido pelo córtex seja conscientizado pelo encarnado, funciona
como um “relais”. O Espírito comanda-o através do corpo espiritual.
- 75 -
5.4 O mecanismo das comunicações
5.4.1 Na transmissão de pensamento via espaço
Este mecanismo é característico dos médiuns intuitivos.
Sintonia
Como já foi visto, o primeiro passo a ser dado para que uma comunicação ocorra, é
estabelecera sintonia entre transmissor e receptor. Isto equivale a dizer que o Espírito comunicante
e o médium têm que estar emitindo pensamentos coma mesma freqüência. Geralmente
encontramos o médium tentando elevar seus pensamentos através da prece, e o Espírito
comunicante baixando seu teor vibratório, revestindo-se de matéria mais densa, sendo que esta
funciona como um atenuador das ondas emitidas. Se o comunicante é um Espírito de grande
elevação, um ou mais Espíritos podem agir como se fossem ondas repetidoras, recebendo a
mensagem e repassando-a com uma freqüência mais baixa.
Transmissão
O Espírito comunicante emite o seu pensamento, que é irradiado por todas as direções. Este
propaga-se pelo espaço, com as características de uma onda de rádio cuja freqüência depende da
elevação do pensamento emitido e cuja amplitude é proporcional à força deste. É por este motivo
que vários médiuns podem receber a mesma mensagem no mesmo instante, até estando em lugares
diferentes.
Recepção
As ondas pensamento emitidas pelo Espírito comunicante, são captadas pelo Espírito do
médium (alma) através da mente e transmitidas para a epífise pelo chakra coronário.
Interpretação
A idéia do pensamento recebido é interpretada pelo Espírito do médium, que vai dar-lhe uma
característica própria, de acordo com o banco de dados disponível na sua memória atual (gravada no
córtex) e/ou na (memória) integral (gravada no corpo mental).
Mensagem
O cérebro do médium envia sinais eletromagnéticos através dos neurônios, comandando assim
os músculos da mão. A comunicação transforma-se em mensagem escrita,cuja forma apresentará
características do médium, mesmo que as idéias transmitidas lhe sejam alheias.
- 76 -
Mecanismo da mediunidade intuitiva
Neste tipo de comunicação o médium é sempre consciente. A mensagem recebida passa pelo
córtex, impressionando os neurônios e fazendo com que o médium tenha registro da mensagem na
consciência atual. Devido a sutileza deste mecanismo, o médium muitas vezes toma como seu o
pensamento do Espírito comunicante.
O fato de o médium possuir no cérebro conhecimentos adquiridos na vida atual e o Espírito
rico em conhecimentos latentes, facilita as comunicações e dá ao Espírito comunicante, material
para que o seu pensamento (do Espírito comunicante) seja transmitido com maior fidelidade.
5.4.2 Na transmissão de pensamento via ligação direta
Este mecanismo é característico da mediunidade mecânica e da semimecânica, com alguma
diferença.
Sintonia
São válidos os mesmo princípios da transmissão de pensamento via espaço.
Transmissão
O Espírito comunicante liga-se fluidicamente ao médium, através do chakra umeral. Via
plexo braquial passa a comandar a mão do médium, escrevendo contra a vontade deste. O Espírito
comunicante utiliza-se dos arquivos do médium (o atual e o integral) à sua revelia.
Sendo assim, o pensamento emitido, embora estranho ao médium, sempre será revestido com
as características inerentes à sua personalidade. É por este motivo, que mesmo na mediunidade
mecânica, o conteúdo da mensagem na maioria das vezes faz parte do arquivo do médium, pois em
caso contrário, a mensagem teria que se transmitida palavra por palavra, e se ainda estas lá não
estiverem, letra por letra. Daí conclui-se que quanto mais conhecimentos possuir a “Alma” do
médium, mais fácil torna-se o trabalho dos Espíritos.
- 77 -
Mecanismo da mediunidade semi-mecânica
Mecanismo da mediunidade mecânica
- 78 -
No médium semimecânico o Espírito comunicante impulsiona-lhe a mão, contra a sua
vontade, não mais através do chakra umeral e sim através do cérebro do médium.
Como a mensagem passa pelo seu cérebro, o médium pode ter consciência do seu conteúdo,
no momento em que a palavra é escrita. O Espírito comunicante pode atuar no tálamo do médium,
impedindo que a mensagem passe pelo córtex, não permitindo assim, a sua gravação na memorial
atual. Alguns médiuns possuem naturalmente este mecanismo de inibição, e só têm consciência da
mensagem recebida, quando esta chega ao fim.
QUADRO SINÓPTICO
SITUAÇÃO INTUITIVO SEMIMECÂNICO MECÂNICO
Mensagem passa pelo
cérebro do médium?
Sim pode passar ou não Não
Quando tem
consciência da
mensagem?
Antes da escrita durante a escrita após a escrita
O controle da mão
depende da vontade do
médium?
Sim Não não
Caligrafia não muda admite mudança admite mudança
Progresso intelectual
(do médium)
Facilita facilita facilita
- 79 -
6. A COMPROVAÇÃO PELA GRAFOSCOPIA
“Mudança da caligrafia – Um fenômeno muito comum nos médiuns escreventes é a
mudança de caligrafia, conforme os Espíritos que se comunicam. E o que há de mais notável é que
uma certa caligrafia se reproduz constantemente com determinado Espírito, sendo às vezes idêntica
à que este tinha em vida. Veremos mais tarde as conseqüências que daí pode se tirar, com relação à
identidade dos Espíritos. A mudança de caligrafia só se dá com os médiuns mecânicos ou
semimecânicos, porque neles é involuntário o movimento da mão e dirigido unicamente pelo
Espírito. O mesmo não sucede com os médiuns puramente intuitivos, visto que, neste caso, o
Espírito apenas atua sobre o pensamento, sendo a mão dirigida, como nas circunstâncias ordinárias,
pela vontade do médium. Mas, a uniformidade da caligrafia, mesmo em se tratando de um médium
mecânico, nada absolutamente prova a sua faculdade, porquanto a variação da forma da escrita não
é condição absoluta, na manifestação dos Espíritos: deriva de um aptidão especial de que nem
sempre são dotados os médiuns, ainda os mais mecânicos. Aos que a possuem damos a
denominação de médiuns polígrafos.” (LM, item 219)
“Da identidade dos Espíritos - ... Igualmente se pode incluir entre as provas de identidade a
semelhança da caligrafia. ... mas, além de que nem a todos os médiuns é dado obter esse resultado,
ele não representa, invariavelmente, uma garantia bastante. Há falsários no mundo dos Espíritos,
como os há neste. Aí não se tem, pois, mais do que uma presunção de identidade, que só adquire
valor pelas circunstâncias que a acompanhem..”... (LM, item 260)
6.1 Definição de grafoscopia
“Pode se definida como um conjunto de conhecimentos norteadores dos exames gráficos, que
verifica as causas geradoras e modificadoras da escrita, através de metodologia apropriada, para a
determinação da autenticidade gráfica e da autoria gráfica.
Dois são, portanto os objetivos da grafoscopia:
Exames para verificação de autenticidade, que podem resultar em falsidade gráfica ou
autenticidade gráfica.
Exames para verificação da autoria, aplicáveis para a determinação da autoria de
grafismos naturais, grafismos disfarçados e grafismos imitados.”
(Extraído do livro “A PSICOGRAFIA À LUZ DA GRAFOSCOPIA”, de Carlos Augusto Perandréa, editora
FOLHA ESPÍRITA)
6.2 A escrita como forma de identificação
A grafoscopia é um valioso instrumento de identificação do autor da escrita, esteja ele
encarnado ou não, devido ao fato de que a análise grafoscópica, não procura igualdade perfeita dos
traços, e sim, igualdade nas características presentes na produção da escrita.
Quando se trata de assinaturas, há uma premissa básica que diz o seguinte: se duas assinaturas
são perfeitamente iguais, uma das duas é falsa ou as duas são cópias de uma terceira, que é a
original. Isto porque o ato de escrever não é puramente mecânico. Os comandos são dados pelo
“cérebro”, o que torna as produções gráficas da criatura, um traço característico, pois ninguém
consegue repetir um determinado momento mental, no ato da escrita. Observemos que apesar de
- 80 -
não ter a visão de que o cérebro é um instrumento, que transmite as ordens do Espírito, a
grafoscopia admite a característica de individualidade , mesmo achando que as ordens tem origem
no cérebro.
A escrita do médium
Um dos problemas encontrados na análise de mensagens psicografadas, é a presença de traços
característicos do médium, misturados com os do Espírito comunicante. Este fato pode ser
entendido, a partir do que acontece nos casos de escrita com mão guiada e mão auxiliada.
A interferência dos conhecimentos do médium
Este problema também pode se melhor entendido, observando-se que o fato de termos a
presença de traços característicos do médium em algumas mensagens, é sinal da interferência do
médium (Alma ou Espírito), e está ligado ao fato dele possuir conhecimentos sobre o conteúdo da
mensagem. Para melhor esclarecimento vamos transcrever o relato de experiências feitas pelo prof.
Perandréa, no livro citado.
6.3 Experiências com mão guiada e mão auxiliada
a) Mão guiada
As experiências são realizadas com escritores (guia e guiado) de igual cultura gráfica e
condições físicas normais O guiado é orientado no sentido de manter a mão inerte, não interferindo
no ato de escrever. São três as situações:
O guiado desconhece o teor do texto, e não se atém ao ato de escrever - A escrita apresenta
características gráficas genéticas do punho do guia, com relativas alterações da forma, em virtude da
situação anormal.
O guiado desconhece o teor do texto mas fica atento ao ato de escrever - As características
da gênese gráfica ainda é do guia, e as alterações formais acentuam-se nos momentos em que o
guiado, conscientizando-se do andamento da mensagem, dificulta os movimentos
inconscientemente.
O guiado conhece o teor do texto - Características genéticas também do guia, com
frequência maior de distorções formais ocasionadas pelo guiado, em decorrência do conhecimento
prévio da mensagem a ser grafada. O guiado, mesmo orientado para não intervir, interfere quase
num impulso natural, como que desejando participar, sem no entanto faze-lo, mas ocasionando uma
interferência que fica registrada graficamente, com aumento de distorções formais, ocasionadas pela
resistência momentânea.
b) Mão auxiliada
Experiências realizadas com escritores (auxiliar e auxiliado) de igual cultura gráfica em
condições físicas normais, mas com simulação por parte do auxiliado, como se necessitasse de
ajuda, tendo um braço amparado. São três as situações:
- 81 -
O auxiliar desconhece o teor do texto e não se concentra no desenvolvimento da
mensagem ao ser grafada - A escrita apresenta características gráficas do auxiliado, com
deformações, inclusive com simplificação dos gestos gráficos, ocasionada pela situação anormal.
O auxiliar desconhece o teor do texto, mas acompanha o desenvolvimento da mensagem
ao ser grafada - As resultantes são as mesmas anteriores, com aumento das deformações nos
instante em que o auxiliar, conscientizando-se do conteúdo da mensagem, freava em alguns
instantes os movimentos.
O auxiliar conhece o teor do texto e acompanha o desenrolar da mensagem ao ser
grafada - As mesmas resultantes do item anterior, mas com aumento significativo das deformações,
em decorrência dos impulsos do auxiliar.
Em nova experiência, na mesma situação, o auxiliado foi orientado para tentar acompanhar o
ritmo rápido do ditado, o que resultou em hibridismo em alguns trechos, com características gráficas
de ambos os escritores, principalmente quando foram ditadas, em trechos diferentes, as palavras
“wolkswagen”e “beckenbauer”.
6.4 A imitação da escrita
A análise superficial de uma produção gráfica, pode levar o examinador a um laudo errado, e
isto acontece com muita freqüência até mesmo com pessoas que lidam diariamente com conferência
de escrita. Um exemplo, é a quantidade de assinaturas falsas em cheques, que são aceitas até nos
próprios estabelecimentos bancários, isto porque a maioria dos caixas, por ainda não terem noções
de grafoscopia, procuram a perfeita igualdade das assinaturas e dão por verdadeiras assinaturas
falsas. Há muitas técnicas de falsificação e também muitas pessoas com habilidade para executá-las
com perfeição. As falsificações são descobertas, quando são analisadas as características da grafia
do falsificador vai aparecer no meio do texto, toda vez que ele, por descuido, escrever liberando as
suas características normais, e isso quase sempre ocorre, mesmo que seja em poucas letras, o que já
é suficiente para um laudo. Como no plano espiritual estas pessoas continuarão a executar essas
peripécias, até o dia em que se conscientizarem do erro, corremos o mesmo risco, quando tratamos
de mensagens psicográficas. A maior facilidade de identificação ocorre quando lidamos com
mensagens de Espíritos contemporâneos, por termos mais material para servir como padrão gráfico.
De qualquer modo só pelo fato de ser um método científico de análise, reconhecido
oficialmente como identificador de autoria, e por admitir a individualidade da produção gráfica de
cada um de nós, a grafoscopia já presta um grande serviço à psicografia.
- 82 -
PROGRAMA PARA O 1o EEMED
1. Estudo dos conceitos e definições kardequianas sobre a Mediunidade que fundamentem a
discussão sobre Mediunidade Psicográfica.
2. O papel da Mediunidade Psicográfica na Doutrina Espírita.
Análise a partir dos históricos que permitem a avaliação da Literatura Mediúnica no
“E o Sr. Fernando de Lacerda soube, depois, a razão daquele tamanho espanto: - é que a
comunicação feita pelo Sr. Fernando de Lacerda à Sra. Dona Angelina Vidal, incluía uma
referência que só podia ser conhecida desta senhora e do espírito em questão”.
“De mais ninguém.
“Deste ato, conclui-se que o episódio ali narrado deve ser autêntico, e que realmente, o
espírito da pessoa falecida aparecera e falara ao Sr. Fernando de Lacerda, pois este nunca vira a
pessoa do que narrara, não o conhecia, e por completo ignorava que a Sra. Dna. Angelina Vidal
estivesse com essa pessoa em determinado dia e hora, e que com ele tivesse especial conversa” (jornal “O País”, 22.11.1906, 2a. página).
O comunicante foi Heliodoro Salgado {08.07.1861 (Bougado, Santo Tirso) – 12.11.1906}.
Maçom, livre-pensador, jornalista, colaborador de quase todos os jornais da sua época.
Republicano.
Em notas à p. 76 do 1o volume da série “DO PAÍS DA LUZ” Fernando de Lacerda refere-se a
H.S. do seguinte modo:
“Ele era o porta estandarte do ateísmo, o mais denodado defensor da negação, ... interesse
de conhecer o estado da alma de um ateísta desencarnado”.
- 88 -
5.2. Mensagens que mudam o rumo das pessoas, que mudam o rumo das atitudes
Comunicações de Camilo Castelo Branco a Manuel da Silva Pinto iniciados em 28.10.1906.
Manoel José da Silva Pinto nascido em Lisboa a 14.04.1848, republicano, jornalista, literato
foi amigo pessoal, querido e estimado do suicida Camilo que por diversas vezes, em cartas abertas
vem adverti-lo das conseqüências típicas do suicídio na alma. Foi diretor da Casa de Correção para
crianças.
Essas comunicações encontradas em “DO PAÍS DA LUZ”, (vol. 1, caps. II, V, X, XVIII; vol.
2 cap. XXXVI), a mensagem de Camilo a Silva Pinto agora convicto da imortalidade da alma,
solicita:
“Ainda lhe falta alguma coisa, ainda lhe falta; - é o dizer estentorosamente como ele sabe
fazê-lo, por modo que se repercuta pelas gerações como o eco pelas quebradas, aquilo que a sua
alma proclama, em cântico de missa nova no templo do seu cérebro, e a sua boca diz baixinho ao
receptáculo íntimo das pessoas amigas.
“Diga isso; confesse às gerações apedantadas de efebos(5) intelectuais, que crê na existência
de Deus, na existência da Alma, na existência da Justiça, na existência da Bondade, e poderá
adormecer tranquilo sobre a montueira das suas heresias, sobre a peçonha da sua crítica, que o
despertar lhe será mais ledo(6) e tranqüilo do que foi o meu”.
(5) efebo – homem jovem, mancebo
(6) ledo – risonho, contente, alegre, jubiloso
A carta do Exmo. Sr. Silva Pinto ao Sr. Fernando de Lacerda que integra páginas iniciais do
volume 2 de “DO PAÍS DA LUZ”, é a confissão pública de conversão à crença na sobrevivência da
alma, de repúdio ao ateísmo, que evitou que Silva Pinto seguisse na morte o caminho de Camilo.
5.3. Mensagens que causam surpresas, mas não transformação
A psicografia de Fernando de Lacerda foi um fenômeno conhecido por todos que liam em
português. A surpresa de sua época publicava e comentava as cartas por ele recebidas. As edições
de “DO PAÍS DA LUZ” se sucediam; grande best-seller à sua época.
Entretanto tantos que presenciaram a recepção das mensagens, que sobre elas se detiveram
assim comentaram:
“Os fatos chamados de espiritismo não são novos... mas o que é indubitável, parece, é que
esses fenômenos, por mais insensatos que se afigurem à nossa inteligência de hoje, existem
realmente...
“Ficamos neutrais limitando-nos à apuração de episódios que nos últimos dias, a propósito
de fatos recentes sucedidos em Lisboa, a que vagamente nos referimos, nos tem enviado muitos
leitores...
“A crítica, deixamo-la ao leitor entendido... crente ou descrente. Falta-nos autoridade, tanto
para combater como para defender, quando sábios como Crookes, Lombroso, Wallace,
Flammarion, Richet, etc., defendem, não podemos nós lealmente contestar e quando sábios como
Hartman e outros, atacam, não nos é lícito, pelo mesmo modo, defendê-la.
“Narremos somente.’’ (artigo publicado em “O País”, de 16.11.1906, e transcrito no livro “FERNANDO
DE LACERDA O MÉDIUM PORTUGUÊS”).
O mesmo livro traz relato de “O País”, de 20.11.1906
- 89 -
“Relatemos agora o episódio sensacional... por mais extraordinário que ele seja e, por mais
insensato que ele pareça em fase dos nossos atuais conhecimentos científicos, não podemos lícito e
dignamente ocultá-lo desde que os fatos correlacionando-se, afirmam sua autenticidade, e dos que,
também, mais de uma pessoa, com a sua boa-fé e a sua sinceridade, abonam esses fatos.
“O articulista reconhece a realidade dos fatos mediúnicos, o testemunho comprado de
diversas pessoas, a comoção em reencontrar nas mensagens amigos de outras épocas, estuantes de
lógica, mas,“Como explicar o fenômeno? E também é certo que, pela nossa parte, isto é, pela parte
de quem isto escreve, nós nada temos de espíritas, nada, absolutamente nada”. (“FERNANDO DE
LACERDA O MÉDIUM PORTUGUÊS”, p. 70)
Tipos de mediunidade de Fernando de Lacerda
Audiente Psicografia mecânica Vidência Cura
especular
Sua ação pessoal, digna, honesta, foi penhor do seu trabalho. Respeitando o homem não se
pode levianamente julgar os fenômenos.
Sua fidelidade à tarefa é exemplo para todo trabalhador espírita.
- 90 -
MÉDIUNS PSICÓGRAFOS ESPÍRITAS
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
DADOS BIOGRÁFICOS
“Nascido em 02.04.1910, na pequena cidade Pedro Leopoldo, Minas Gerais, e filho de um
operário pobre e inculto que viveu 90 anos e faleceu em 06.12.1960, chamado João Cândido Xavier
e de uma lavadeira chamada Maria João de Deus, morta em 29.09.1915, quando o filho contava
apenas cinco anos de idade. Como órfão de mãe em tenra idade, o menino sofreu muito em casa de
pessoas de coração duro”. (“PRESENÇA DE CHICO XAVIER”, Elias Barbosa, editora: IDE)
2. SINAIS DE CHAMADA
Chico Xavier foi residir com a madrinha Rita, já que seu pai não tinha recursos para cuidar de
nove filhos. Rita dava-lhe 3 surras por dia, com hora marcada e quando Chico teve seu contato com
a mãe desencarnada e falou para a madrinha sobre o que acontecera, passou a levar surra extra e
pagar penitência de mil Ave-Marias, sendo esta a orientação do padre Sebastião Scarzolli, com
quem Chico se confessava de 2 em 2 meses.
A madrinha de Chico Xavier, quando ele ainda era pequeno, “castigava-o colocando garfos
amarrados em sua barriga, de tal maneira que as pontas dos garfos lhe penetravam na carne.
Ferido, acabavam-se transformando em calos doloridos.”
“Certa ocasião, tendo o filho da madrinha uma ferida na perna, alguém dissera que se um
cachorro lambesse a ferida, esta sararia. Chico foi obrigado a lamber a ferida nas três semanas
seguintes, em completo jejum. Antes de cumprir a tarefa, desesperado, ele ia ao quintal procurar a
ajuda da mãe. Ele conseguiu conforto e quando iniciava a atividade que a madrinha lhe obrigava
a fazer, via sua mãe colocando um pó na ferida, que aos poucos fechou.” (“CHICO XAVIER E OS GRANDES GÊNIOS”, Ranieri (Rafael Américo Ranieri), p. 13, editora: ECO, e “NO
MUNDO DE CHICO XAVIER”, Elias Barbosa, p. 27, editora: IDE).
A permanência de Chico Xavier com a madrinha durou dois anos. Seu pai casou-se
novamente com uma moça humilde chamada Cidália, que fez questão de reunir sob suas asas os
filhos do primeiro casamento do Sr. João Cândido Xavier, mudou-se e foram mais ou menos dez
anos de compreensão e muito carinho, apesar de ter que trabalhar desde os oito anos de idade, sendo
aprendiz em uma fábrica de fiação de tecelagem, servente de cozinha no bar de Claudovino Rocha e
caixeiro do armazém do Sr. José Felizardo Sobrinho.
“Vale ressaltar que somente em 1933 o administrador da fazenda Modelo, do Ministério da
Fazenda, em Pedro Leopoldo, Dr. Rômulo Joviano, deu ao jovem Xavier uma modesta função na
fazenda e lá se tornou ele pequeno funcionário público e trabalhou até 17 de janeiro de 1961,
quando foi afastado como inválido, por sofrer uma doença incurável nos olhos; aposentado, vive
até hoje da pensão da aposentadoria como amblíope”. (“PRESENÇA DE CHICO XAVIER”, Elias Barbosa, pp. 13/14, editora: IDE)
Chico Xavier coloca com simplicidade as suas lutas no campo do estudo:
“Nunca pude aprender senão alguns rendimentos de aritmética, história e vernáculo, como o
são, as lições das escolas primárias. É verdade que em casa, sempre estudei o que pude, mas meu
- 91 -
pai era completamente avesso à minha vocação para as letras e muitas vezes, tive o desprazer de
ver os meus livros e revistas queimados”, isso afirma Chico Xavier, sem reclamar, “apenas
declarando da sua passagem pelo Grupo Escolar São José e suas tentativas de busca do
conhecimento, com dificuldades com as quais convivi no meio familiar”.
Sempre foi considerado um menino estranho, pois relatava suas experiências em relação ao
Mundo Espiritual e era chamado de mentiroso ou perturbado mental, sendo repreendido por seu pai.
Certa vez, havendo um concurso instituido pelo governo de Minas para os alunos da rede
escola sobre “Brasil”, em comemoração ao centenário da Independência, Chico pega a caneta para
escrever e um vulto de homem ao seu lado, passa a ditar. “O menino, em sua honestidade, consulta
a professora Dona Rosália. Ela não sabe o que dizer e manda que ele prossiga a sua prova....
Mais tarde, quando o júri do concurso confere ao Chico Xavier uma menção honrosa, os
estudantes de Pedro Leopoldo passaram a acusar aquele estranho menino. Muita discussão se travou
e a classe pediu a professora que fizesse um exame público com o pequeno Francisco Xavier.
“Nesse exato instante, tornei a ver o homem que os outros não viam e ele me disse: estás pronto
para escrever?”
O tema seria “areia”. Na lousa, o pequeno Chico Xavier escreve: “Meus filhos, ninguém
escarneça da criação. O grão de areia é quase nada, mas parece uma estrela pequenina refletindo
o sol de Deus...” (“PINGA FOGO COM CHICO XAVIER”, p. 22 editora: EDICEL, e “NO MUNDO DE CHICO XAVIER”, pp.
13 e 14)
Na verdade, sua mediunidade manifestou-se, quando ele estava com 4 anos de idade, pela
clarividência e clariaudiência, dialogando inclusive com sua própria genitora, passando a ser a
maior dificuldade de Chico Xavier, considerar a doutrina católica, que lhe era imposta, com as
primeiras informações que passou a ter, com o tempo, sobre o Espiritismo.
Apesar da opinião geral e até mesmo da família, Chico recebia apoio de diferentes formas,
como de sua própria madrasta, Dona Cidália Batista, que o adotara por filho do coração:
“Chico, do que você escute ou veja fora da vida natural, nada conte a seu pai ou às outras
pessoas a não ser ao Padre Sebastião, que nos confessa perante Deus, e a mim, que me sinto sua
mãe. Você não é louco, nem está perturbado. Não compreendo bem o que você me descreve, mas o
padre saberá entender o que você diz... Não se aflija. Alguma pessoa no futuro saberá o que vem a
ser tudo isto que nós não compreendemos. É preciso esperar” (“LUZ BENDITA”, Rubens Silvio
Germinhasi, p. 9, editora: IDEAL).
“Ressaltamos, que Francisco Cândido Xavier recorda que o próprio Padre Sebastião, apesar
das penitências indicadas, sempre o tratava paternalmente e a ele “ensinava a rezar e a confiar em
Deus, a respeitar a escola e cultivar o trabalho, a fazer novenas pelo descanso dos mortos e a
esquecer as más palavras dos espíritos infelizes quando as escutava.”
“Diz Chico Xavier: - “Lembro-me de que uma vez debaixo da perseguição de um espírito
sofredor, quando eu ia completar quinze anos chorei muito na confissão, rogando a ele para
livrar-me... Ele interrompeu as minhas palavras e mandou que eu esperasse... me disse que eu não
devia chorar ou desesperar-me com as visões e vozes que me procuravam e acrescentou que se elas
viessem da parte de Deus, que Deus abençoaria e me daria forças para fazer o que devia ser
feito...”
(Acrescentar depoimento constante do livro “LUZ BENDITA”, p. 226 - O confessor de Chico Xavier, Padre
Sebastião Scarzolli - e o do “NO MUNDO DE CHICO XAVIER”, Elias Barbosa, pp. 27/28).
A própria professora, D. Rosália Laranjeira, apesar de não ter conhecimentos espíritas era
católica fervorosa, com profunda compreensão mostrava e dava ao seu aluno escritos católicos para
- 92 -
ele, infundia-lhe profundo respeito aos ofícios da religião, o argüia sobre o catolicismo e o ensinava
a orar. “Preocupada com Chico Xavier, ela o ouvia sempre com bondade e sem preconceitos.
Coloca o médium, que quando estava perto da professora, só via e ouvia espíritos amigos e nobres,
com abençoados ensinamentos e colocações”, para ele próprio. (“NO MUNDO DE CHICO XAVIER”, Elias Barbosa, pp. 29/30)
3. INICIAÇÃO NA DOUTRINA ESPÍRITA
Com todas essas circunstâncias, a partir dos 17 anos é que o médium em pauta, começa a ler
sobre a doutrina dos espíritos, ao mesmo tempo em que a sua 2a. mãe retorna à Pátria Espiritual,
sendo o episódio decisivo que originou a opção de Chico Xavier ao Espiritismo, a obsessão sofrida
por uma de suas irmãs, D. Maria Xavier Pena.
Nessa oportunidade, em contato mais direto com o casal Perácio, espíritas convictos, não só
alcançam a cura da irmã de Chico, como ele e familiares passam a freqüentar reuniões de estudos e
tratamento.
Chega 21.06.1927 e forma-se o Centro Espírita Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo, passando
o Sr. José Hermínio Perácio e sua esposa D. Carmen Pena Perácio, a residir na cidade, por
orientação do Plano Espiritual, objetivando a iniciação do mandato mediúnico de Chico Xavier.
Eles saíram da Fazenda de Maquiné, no município de Curvelo, onde moravam e praticavam a
mediunidade com Jesus.
4. A ECLOSÃO DA MEDIUNIDADE PSICOGRÁFICA
“... nessas reuniões que me desenvolvi como médium escrevente, semimecânico, sentindo-me
muito feliz... datando daí o ingresso do meu humilde nome nos jornais espíritas, para onde comecei
a escrever sob a inspiração dos bondosos mentores espirituais que nos assistiam...”
“Fala Chico Xavier: - Meu irmão José Cândido Xavier e alguns amigos de Pedro Leopoldo,
como por exemplo, Ataliba Ribeiro Vianna, achavam que as páginas deviam ser publicadas com o
meu nome, já que não traziam assinaturas e essas publicações começaram no jornal espírita
“Aurora” do RJ, que era dirigido, nessa época pelo nosso confrade Ignácio Bittencourt a quem
Ataliba escreveu perguntando se havia inconveniente em lançar as citadas páginas com meu
nome...”
O “Jornal das Moças”, do Rio, o “Almanaque de Lembranças”, de Portugal, o Suplemento
Literário de “O Jornal”, foram órgãos não espíritas que também publicavam muitas dessas páginas e
sonetos.
Diz Elias Barbosa em “PRESENÇA DE CHICO XAVIER”, pp. 84/86, que “... surgiu a
colaboração de F. Xavier, como poeta e escrevendo também algumas crônicas.” ... “Para nós, F.
Xavier era o poeta espírita que desabrochava em Pedro Leopoldo, com seus dezessete anos de
idade, publicando os seus trabalhos em três órgãos , na então capital da República: “Aurora”,
“Gazeta de Notícias” e “Jornal das Moças”. O soneto RENASCER, dedicado ao adorado Espírito
de Stefania Rocha; ROSAS DO PERDÃO, para o ilustre amigo José Tosta”. ... “sonetos do poeta
médium que vinham surgindo na beleza de sua modéstia”.
Publicações de páginas e sonetos psicografados pelo médium: o soneto “Nossa Senhora da
Amargura”, do Espírito Auta de Souza, e outros.
- 93 -
Vale lembrar que a sessão de 08.07.1927 marcou a vida mediúnica de Chico Xavier, que lá
recebeu a primeira mensagem. A sessão foi presidida pelo Sr. Perácio tendo D. Carmen como
auxiliar mediúnica; graças a sua mediunidade de vidência, então em desenvolvimento. Ressalta D.
Carmen, que foi o Espírito Emannuel quem lhe transmitiu a ordem de dizer a Chico que pegasse o
lápis..., “foram 17 páginas psicografadas sob título “Deveres Espíritas”.
O Sr. Antonio Barbosa Chaves, com 76 anos, quase cego, morando na mesma cidade,
participava daquela reunião e pôde declarar, ainda agora, aos confrades do jornal “O Espírita
Mineiro”: “Eu vi o Chico receber a primeira mensagem”.
Assim de 1927 a 1931, Chico Xavier recebeu centenas de mensagens que foram inutilizadas
depois, a pedido do Espírito Emmanuel, “por se destinarem apenas a exercícios de psicografia,
faculdade importante para o trabalho mediúnico que a espiritualidade planejara”. (“LUZ BENDITA”, Rubens Germinhasi, pp. 213/217; Revista PLANETA, 4a. edição; “PINGA FOGO COM
CHICO XAVIER”, p. 23 editora: EDICEL e “NO MUNDO DE CHICO XAVIER”, Elias Barbosa, p. 14)
Portanto, “durante 6 anos o casal Perácio morou em Pedro Leopoldo realizando sessões com
Chico, e D. Carmen conta que os fenômenos de transporte de pétalas de rosa e de perfume já se
verificavam naquele tempo. Por motivos particulares, o casal teve de mudar-se para Belo
Horizonte, ficando na presidência do Centro Espírita Luiz Gonzaga, o irmão de Chico de nome José
Cândido Xavier, até o ano de 1939 quando desencarnou, deixando a esposa Geni e filhos sob os
cuidados de Chico Xavier”. (“PRESENÇA DE CHICO XAVIER”, Elias Barbosa, p. 149)
Com o tempo, passam a chegar os poemas transcritos na 1a. obra psicografada pelo médium e
editada em 1932: “PARNASO DE ALÉM-TÚMULO”, onde Chico Xavier demonstra a existência
da alma e da sua individualidade e as possibilidades de comunicação do mundo invisível com o
mundo visível, trazendo versos da autoria de poetas famosos já desencarnados.
5. PRIMEIRAS PUBLICAÇÕES
Fala-nos o General Michelena (Roberto Pedro Michelena), em “PRESENÇA DE CHICO
XAVIER”, Elias Barbosa, p. 37, o seguinte:
“Em 1931, enquanto ultimávamos o Curso do Instituto Geográfico Militar, desfrutávamos a
preciosa amizade de Manoel Quintão, vice-presidente da Federação Espírita Brasileira. Um dia,
após o almoço conjunto, fomos à sala daquela instituição, onde ele atendia o receituário
homeopático a seu cargo e que secretariávamos. Na correspondência, sobre a mesa, um enorme
envelope recheado, despertando-nos a curiosidade. Aberto, verificou-se ser o remetente, um jovem
mineiro de 21 anos de idade. Dizia ele: “Sr Quintão: tenho deficiente instrução primária, o que
não me impede de perpetrar alguns versos de pé quebrado. Sucede, porém, que, há alguns anos,
mas especialmente agora, ao termo das sessões mediúnicas de cura de um parente próximo, venho
recebendo vasta coletânea de versos cuja autoria não é minha, mesmo porque, em suas assinaturas,
figuram nomes de consagrados poetas brasileiros e portugueses, já mortos. Sabendo-o filólogo e
também poeta, venho pedir-lhe valioso testemunho seu, em relação à eventual fidelidade dos
variados estilos daqueles autores. Isso porque, repito, os versos, em absoluto, não são meus - uma
vez que nenhum esforço mental me exigiram, salvo quanto à simples grafia intuitiva e
semi-mecânica”.
Quintão, pela primeira vez, no Rio, leu para nós aquelas jóias poéticas de um Augusto dos
Anjos, um Casimiro, um Guerra Junqueiro, um Castro Alves. ... Entusiasmado, saiu pelas salas
contíguas, a deliciar, com aquelas primícias, os companheiros presentes. Resposta para o Chico: -
“Mande tudo que tiver aí! São legítimos os estilos dos versos. Quero-os para a primeira edição do
PARNASO DE ALÉM-TÚMULO, que, se Deus quiser, sairá muito em breve!”
- 94 -
6. A REPERCUSSÃO
Por todas essas informações, acopladas a todos os depoimentos quanto a atividade mediúnica
de Francisco Cândido Xavier, é ele considerado pelos literatos de renome, um fenômeno, visto que
o estilo, a forma, a pontuação exata, as reticências, os termos empregados não poderiam ser de um
homem com cultura simples e humilde.
“Desconheço os fenômenos, mas reconheço os estilos. Isso espanta-me mas encanta-me!”,
coloca Zeferino Brasil em sua crônica dominical no “Correio do Povo” em Porto Alegre. (“PRESENÇA DE CHICO XAVIER”, Elias Barbosa, p. 38)
“PARNASO DE ALÉM-TÚMULO”, uma coletânea de 56 poesias ditadas por 14 nomes
famosos da literatura brasileira ... Hoje em dia, somadas às centenas de novas edições enviadas ao
médium no decorrer dos anos, o Parnaso compõe-se de 259 poesias atribuídas a 56 poetas.
Alguns poucos especialistas, como o romancista mineiro João Dornas Filho, duvidam da
autenticidade dos poemas psicografados por Chico.
Em 1935, recebeu textos psicografados, do escritor brasileiro Humberto de Campos. Um dos
melhores amigos de Humberto em vida, Agrippino Grieco, declarou publicamente que o estilo das
obras era “puro Humberto”. A viúva do escritor reclamou direitos autorais e Chico Xavier foi
chamado a depor, sugerindo então ao juiz, uma sessão pública de psicografia, para poder provar a
situação. O magistrado recusou e encerrou o caso declarando: os mortos não tinham direitos. Muita
polêmica foi estabelecida na época, pois pagar os direitos à viúva, era aceitar a comunicação com os
espíritos e não fazê-lo era consagrar Chico Xavier, como fenômeno literário e ter lugar na Academia
Brasileira de Letras, garantido.
Humberto de Campos, passa portanto, a assinar suas obras enviadas via mediunidade
psicográfica de Chico sob o pseudônimo de Irmão X, lembrando o Conselheiro de suas crônicas em
vida. (“LUZ BENDITA”, acrescentar os depoimentos de Humberto de Campos em vida e do filho, às pp. 165 e 180,
respectivamente, e das pp. 213/217; Revista PLANETA, 4a. edição, p. 47)
Nos livros “CHICO XAVIER MEDIUNIDADE E CORAÇÃO”, editora IDEAL, Carlos A
Bacelli (Carlos Antonio Bacelli), à p. 19; e Ranieri, em “O PRISIONEIRO DO CRISTO, fatos da
vida de Francisco Cândido Xavier”, p. 141, editora LAKE, os autores nos informam:
Humberto de Campos - gente, em sua coluna literária do “Diário Carioca”, quando era o
Presidente da Academia Brasileira de Letras declarava solenemente, em 10 de julho de 1932, na
crônica “Poetas do outro mundo”:
“Eu faltaria, entretanto, ao dever que me é imposto pela consciência, se não confessasse que,
fazendo versos pela pena do Sr. Francisco Cândido Xavier, os poetas de que ele é intérprete
apresentam as mesmas características de inspiração e expressão que os identificam neste planeta.
Os temas abordados são os que os preocuparam nesta vida. O gosto é o mesmo e o verso obedece,
ordinariamente, à mesma pauta musical.
Frouxo e ingênuo em Casimiro, largo e sonoro em Castro Alves, sarcástico e variado em
Junqueiro, fúnebre e grave em Antero, filosófico e profundo em Augusto dos Anjos - sente-se, ao ler
cada um dos autores que veio do outro mundo para cantar neste instante, a inclinação do Sr.
Francisco Cândido Xavier para escrever à la maniere de ... ou para traduzir o que aqueles altos
espíritos sopraram ao seu”.
- 95 -
Várias e diversificadas opiniões a respeito de Chico Xavier foram vinculadas.
Reproduziremos o depoimento de Mario Donato, jornalista e membro da Associação Brasileira de
Escritores:
“Dei-me ao trabalho de examinar grande número de mensagens psicografadas por Chico
Xavier e vários médiuns; e francamente, como não posso admitir que um homem, por mais
ilustrado que seja, consiga “pastichar” tão magnificamente autores como Humberto de Campos,
Antero de Quental, Augusto dos Anjos, Guerra Junqueiro e, se não me engano, Vitor Hugo e
Napoleão Bonaparte, opto pela explicação sobrenatural, que não satisfaz à minha consciência, é
verdade, mas apazigua a minha humaníssima vaidade de literato.” (“PRESENÇA DE CHICO XAVIER”, Elias Barbosa, pp. 140/141).
É pública, que não só nas letras, sua presença é considerada como de respeito e merecedora de
consideração. Em outubro de 1979, o jornal “Folha Espírita”, divulgava: “o juiz aceitou o
depoimento psicografado e absolveu o réu”. Tratava-se do caso do jovem José Divino Nunes, que
três anos antes matara seu amigo Maurício Henriques com um disparo de revolver em Goiana de
Campinas, próximo à capital. Os pais do jovem, receberam uma mensagem através de Chico
Xavier, onde Maurício inocentava o amigo. O processo contra José Divino seguiu normalmente até
que a mensagem da vítima chegou às mãos do Juiz, que absolveu o réu com base naquele
documento. (Revista PLANETA, 4a. edição)
Ao se referir a Chico Xavier, D. Benedito Ulhoa Vieira, arcebispo de Uberaba, fez-lhe
restrições doutrinárias; no entanto, não pode deixar de reconhecer que ele “goza de estima geral e o
seu conceito é o de um homem bom, que se interessa pelos pobres...”
É verdade que este reconhecimento não é unânime: o velho presidente da Academia Brasileira
de Letras, Austregésilo de Athayde (Belarmino Maria Austregésilo de Athayde), declarava
solenemente: “Aqui na Academia, não conheço ninguém que se interesse pelos livros dele”.
7. FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER E O DESENVOLVIMENTO DA MEDIUNIDADE
O processo de desenvolvimento e exercício da mediunidade, o próprio Chico Xavier
considera passível da divisão em 3 períodos:
a) 1915 a 1927
“O primeiro, de incompreensão para mim, é aquele, dos cinco anos de idade, quando via a
minha mãe desencarnada, a proteger-me, até os dezessete anos, época em que me via sob influência
de entidades felizes e infelizes, até que a Doutrina Espírita, por intermédio do Senhor, penetrou
nossa casa, em maio de 1927 (“NO MUNDO DE CHICO XAVIER”, Elias Barbosa, pp. 18/19)
Portanto, uma fase inicial, com as primeiras manifestações, ansiedades, medos, dúvidas e
instabilidade. Ocorre a clarividência, clariaudiência. Sua genitora é o Espírito que Chico
mais de perto percebe.
b) 1927 a 1931
“... aprendizagens e ensaios ..., psicografei centenas de mensagens que os Benfeitores
Espirituais mais tarde, determinaram fossem inutilizados porque, na opinião deles, essas
mensagens eram esboços e exercícios de entidades diversas que, caridosamente, me adestravam
para as tarefas em perspectiva.” (“NO MUNDO DE CHICO XAVIER ’’, Elias Barbosa, pp. 18/19)
- 96 -
8. EMMANUEL, DIRETOR DA MEDIUNIDADE DE CHICO XAVIER
D. Carmem Perácio relata que o Espírito Emmanuel, tanto em 08.07.1927 como em
10.07.1927, se faz presente à ela: primeiro para transmitir a ordem de Chico pegar o lápis,
psicografar as mensagens sobre deveres espíritas; da segunda vez, para trazer as idéias de D. Maria
João de Deus, mãe de Chico Xavier. Já para o médium ...
... “lembro-me de que, em 1931 numa de nossas reuniões habituais, vi ao meu lado, pela
primeira vez, o bondoso Espírito Emmanuel. Eu psicografava, naquela época, as produções do 1o.
livro mediúnico concebido através de minhas humildes faculdades...
“Via-lhe os traços fisionômicos de homem idoso, sentindo minha alma envolvida na
suavidade de sua presença, mas o que mais me impressionava era que a generosa entidade se fazia
visível para mim, dentro de reflexos luminosos que tinham a forma de uma cruz. Às minhas
perguntas naturais, respondeu o bondoso guia: - “Descansa! Quando te sentires mais forte,
pretendo colaborar igualmente na difusão da filosofia espiritualista. Tenho seguido sempre os teus
passos e só hoje me vês, na tua existência de agora, mas os nossos espíritos se encontram unidos
pelos laços mais santos da vida e o sentimento afetivo que me impele para o teu coração tem suas
raízes na noite profunda dos séculos...”
Essa afirmativa foi para mim imenso consolo e desde esta época, sinto constantemente a
presença desse amigo invisível que, dirigindo as minhas atividades mediúnicas, está sempre ao
nosso lado, em todas as horas difíceis, ajudando-nos a raciocinar melhor no caminho da existência
terrestre...” (“EMMANUEL”, Francisco Cândido Xavier, pp. 14/15, editora: FEB)
Coloca-nos Clóvis Tavares, em “AMOR E SABEDORIA DE EMMANUEL”, pp. 20/21
(editora: IDE):
“Esclareceu-nos o abnegado médium que sua primeira visão de Emmanuel se deu numa
reunião de preces que costumava ele fazer, às vezes em companhia de duas confreiras de Pedro
Leopoldo, já desencarnadas, D. Joaninha Gomes e D. Ornélia Gomes de Paula – nas tardes de
domingo, ao ar livre, em local próximo ao Ribeirão da Mata. Quando as duas irmãs não podiam
comparecer, o jovem lá ia sozinho até aquele bucólico recanto das proximidades do Açude, para o
espiritual encontro com os Amigos da Eternidade”.
“Emannuel não apareceu a Chico com o aspecto com que atualmente se apresenta, de
Públius Lentulus, que o famoso retrato de Delfino Filho tão amplamente difundiu. Apareceu-lhe
com a expressão de sua última encarnação terrestre.
“Segundo as lembranças do caro médium conforme me revelou, foi um pouco antes da
psicografia do livro “Há Dois Mil Anos” que se deu, gradativamente, a transição. E a
personalidade de Públius Lentulus se fixou na clarividência de Chico”.
Assim sendo, a partir daí, a mediunidade psicográfica de Chico Xavier passou da fase da
indecisão para a fase de segurança, bem como, todo o desenvolvimento mediúnico consegue
ser dirigido e educado, sempre nos parâmetros da Doutrina Espírita.
Fala-nos Chico: “Lembro-me de que num dos primeiros contatos comigo, Emmanuel me
preveniu que pretendia trabalhar ao meu lado, por tempo longo, mas que eu deveria, acima de
tudo, procurar os ensinamentos de Jesus e as lições de Allan Kardec e disse mais, que, se um dia,
ele Emmanuel, algo me aconselhasse que não estivesse de acordo com as palavras de Jesus e
Kardec, que devia permanecer com Jesus e Kardec, procurando esquecê-lo.” (“NO MUNDO DE
CHICO XAVIER”, pp. 44/46/47)
- 97 -
Ressaltamos que, em 18.01.1929, D. Carmem Perácio torna a dar informações a Chico Xavier
sobre a sua missão, ao contar após a sessão do Centro Espírita Luiz Gonzaga, o quadro espiritual
que tivera: “... vira muitos livros em torno de mim, trazidos por amigos desencarnados...”
c) Então, através da psicografia a partir de 1931, na 3a. fase das atividades mediúnicas de
Chico Xavier, com a direção direta do Espírito Emmanuel, vamos encontrar as obras:
“PARNASO DE ALÉM-TÚMULO” (diversas poesias de autores famosos)
“CARTAS DE UMA MORTA”, 1935 (mensagens da mãe de Chico, D. Maria João de Deus)
“PALAVRAS DO INFINITO”, 1936
“CRÔNICAS DE ALÉM-TÚMULO”, 1937 (dissertações de Humberto de Campos)
“EMMANUEL”, 1938, ... e tantas outras até nossos dias.
(“TRINTA ANOS COM CHICO XAVIER”, Clóvis Tavares, p. 47, editora: IDE).
“... quando o Espírito Emmanuel assumiu o comando de minhas modestas faculdades, tudo
ficou mais claro, mais firme. Ele apareceu em minha vida mediúnica assim como alguém que viesse
completar a minha visão real da vida. Tenho a idéia de que até a chegada de Emmanuel, minha
tarefa mediúnica era semelhante a uma cerâmica em fase de experiência, sem um técnico eficiente
na direção. Depois dele, veio, a orientação precisa, com o discernimento e a segurança de que eu
necessitava e de que aliás todos nós precisávamos em Pedro Leopoldo” (“NO MUNDO DE CHICO
XAVIER”, Elias Barbosa, p. 20).
9. OUTRAS FACULDADES MEDIÚNICAS
Bem, assim foram caminhando as faculdades mediúnicas de Chico Xavier:
“À medida que fui trabalhando na psicografia os Benfeitores Espirituais a pouco e pouco, me
abriram outras possibilidades de observação, como sejam as que se relacionam com a
clarividência e a clariaudiência, a psicofonia, as faculdades curativas e o serviço espiritual à
distância, conquanto Emmanuel, o instrutor que nos orienta desde 1931, considere que a
psicografia é o meu setor particular de trabalho, da qual não devo desviar a atenção.”
Fala-nos Chico Xavier que a mediunidade psicográfica, ele não sabe definir tecnicamente:
“Sei apenas que os Espíritos amigos tomam o meu braço e escrevem o que desejam e, de
1931 para cá, sempre sob a supervisão de Emmanuel... Quando escrevo psicograficamente, vejo,
ouço e sinto o Espírito desencarnado que está trabalhando por meu braço, e muitas vezes, registro
a presença do comunicante sem tomar qualquer conhecimento da matéria sobre a qual está ele
escrevendo.” (“NO MUNDO DE CHICO XAVIER”, Elias Barbosa, p. 121)
“Devo explicar que sou também médium para serviço de doutrinação a entidades
perturbadas e sofredoras. Desde 1928, freqüento sessões de desobsessão e, há muitos anos, esse
meu esforço é semanal. Em Pedro Leopoldo, participei das reuniões dessa modalidade que se
realizavam no Centro Espírita Luiz Gonzaga e, depois no Grupo Espírita Meimei. Atualmente
(1967), nas noites de quarta-feira, partilho as sessões para desobsessão que se efetuam na
Comunhão Espírita Cristã, aqui em Uberaba.
“Um dia, em Pedro Leopoldo, três soldados traziam com muito esforço, um possesso que
resistia de maneira impressionante. Vi o Chico aproximar-se e mansamente colocar a mão sobre a
cabeça do louco, que se transformou num cordeiro, de tão tranqüilo. Confesso que fiquei
- 98 -
profundamente admirado, quase não acreditava no que via. A força que emana desse homem, de
sua bondade de santo, é algo inexplicável. Ele afirma que Emmanuel é que lhe dá tamanha força”.
Tais dizeres são de Clóvis Tavares, pessoa que conviveu com Chico Xavier (“AMOR E
SABEDORIA DE EMMANUEL”, Clóvis Tavares, p. 56 editora: IDE).
Obs.: Acrescentar o caso contado em “TRINTA ANOS COM CHICO XAVIER”, Clóvis
Tavares, editora: IDE, às pp. 56/59, 132/137, 142/144 e 234/235
Exemplos no campo de clarividência, clariaudiência, pp. 104/107 do livro “CHICO XAVIER,
40 ANOS NO MUNDO DA MEDIUNIDADE”, Roque Jacinto, editora: LUZ NO LAR.
Recordemos que, a mediundade de efeitos físicos de Chico Xavier, apesar de ser
experimentadas com bons resultados nas reuniões íntimas de 1952 a 1954, foi orientada por
Emmanuel para que fosse encerrada, da forma como vinha sendo conduzida: “Acrescentou, ainda,
que o serviço do livro mediúnico, em que me encontro, é também, tarefa de materialização – a
materialização dos pensamentos do Mundo Espiritual.” (“NO MUNDO DE CHICO XAVIER”, Elias Barbosa, pp. 47 e 80)
Obs.: Acrescentar o caso “CHICO XAVIER, O SANTO DOS NOSSOS DIAS”, Ranieri, pp.
56 e 58, (editora: ECO); “CHICO XAVIER, 40 ANOS NO MUNDO DA MEDIUNIDADE”,
Roque Jacintho (editora: LUZ NO LAR), pp. 115 a 114 no caso de trabalhos de passe/desobsessão e
Mediunidade de Transporte: pp. 115 a 120, quanto a Materialização.
10. FASES DA PRODUÇÃO PSICOGRÁFICA DE CHICO XAVIER
1a. Fase: “PARNASO DE ALÉM-TÚMULO”
Páginas inéditas de conhecidos autores desencarnados que através da mediunidade polígrafa
de Chico Xavier atestam a continuidade da vida, a comunicabilidade dos chamados mortos.
A repercussão é semelhante àquela provocada por Fernando de Lacerda e sua obra “DO PAÍS
DA LUZ”.
O caso Humberto de Campos:
a) Ver “NOVAS MENSAGENS”, editora: FEB (comentário de Almerindo Martins de Castro
sobre o comunicante e o médium – os 2 artigos finais).
b) Em “LUZ BENDITA”, temos:
- Testemunho de Agrippino Grieco, p. 165
- Comentários de Humberto de Campos, encarnado, sobre a mediunidade de Chico
Xavier.
- À p. 171, Monteiro Lobato (José Bento Monteiro Lobato) atesta a impressão produzida
por estas obras:
“Se o homem produziu tudo aquilo por conta própria, então ele pode ocupar quanta cadeiras
quiser na Academia.”
2a. Fase – “Emmanuel, o quinto evangelista”
- 99 -
3a. Fase – Revelações sobre a realidade do Mundo Espiritual
A cargo de André Luiz e suas obras:
Estas revelações incompreendidas por muito tempo viriam solidificar o raciocínio
sobre a continuidade natural entre a vida terrena e o além-túmulo.
4a. Fase – Mensagens identificadoras de desencarnados
5a. Fase – O convite ao trabalho junto ao próximo
11. O SOCORRO A PESSOAS ESTRANHAS AO MEIO ESPÍRITA
11.1. Mensagens de consolação
Livro: “AMOR E LUZ”, de Rubens Germinhasi, editora: IDEAL
Testemunho de Lélia de Amorim Nogueira, pg. 48.
“A nossa alegria é constante, pois quando sentimos saudades, recorremos às mensagens e
nos reanimamos com as palavras que nos dão força para o trabalho. Não que nos faltem outras
fontes de sustentação, mas ali estão representadas as presenças de suas imagens.”
11.2. Mensagens que mudam o rumo das atitudes e das pessoas
Livro: “AMOR E LUZ” de Rubens Germinhasi (editora: IDEAL)
Testemunho de Wady Abrahão, p. 28
“Pessoa muito amiga e conhecedora do nosso problema (desencarne do filho), sugeriu à
Axima, minha filha, que procurássemos Chico Xavier... Ela, temerosa, não sabia como nos falar,
pois católicos que éramos e sem conhecermos nada de espiritismo, achou que não aceitaríamos a
sugestão. Ao, contrário, Jandira, minha esposa, numa ansiedade atroz, queria a todo custo
encontrar algo que nos tirasse daquele sofrimento. Havíamos até combinado em pôr termo à nossa
existência. Dentro do meu descontrole, cheguei a dormir dentro do jazigo com meu filho.
“À noite desculpava-me com os meus familiares e dizia ir à minha indústria e desviava-me
para o cemitério. Ludibriava o vigia e sorrateiramente introduzia-me em sua sepultura,
deitando-me na lápide superior. Ficava horas junto dele. Achava que Wadizinho tinha medo de
dormir sozinho. Várias vezes fui surpreendido, traído pela fumaça dos cigarros que fumava
durante o tempo que ali ficava. Certa feita até a Rádio Patrulha foi solicitada, quando tive de
justificar minha atitude.
“No meu sofrimento não admitia e não aceitava nada. Além do que não tinha interesse em
dialogar com ninguém...
“Com a experiência adquirida na minha juventude e no transcorrer de minha vida, em vista
de minha mãe ter estado doente por mais de 13 anos, vi-me obrigado a percorrer e procurar tudo o
que fosse possível para restabelecê-la. Fui a lugares inimagináveis. Coisas absurdas me
apareceram.
“Mesmo assim, fiquei no firme propósito que nenhum de nós falasse ou comentasse algum
ponto sobre o desencarne, com qualquer pessoa. Muito menos com Chico. Meus familiares, fiz
questão de que ficassem junto de mim, para que pudesse fiscalizá-los. No hotel, coloquei o telefone
- 100 -
perto de minha cama, sem que percebessem meu intento, pois achava que poderiam telefonar para
alguém. Tomei todas as providências para que não houvesse o mínimo contato.
... “Chico psicografou. Quando terminou e leu a mensagem ficamos muito surpresos.
Wadizinho trazia sua mensagem. Seu conteúdo era todo esperança, dissipava a saudade,
mostrava-nos a realidade.
“Pedia que transmitíssemos seus agradecimentos aos colegas do Colégio e do grupo da
Comunidade Unida a Cristo, na qual era coordenador.
“Incentivava-nos a construirmos um Natal Feliz, junto às criancinhas, pois sabíamos de sua
programação no Orfanato Irmã Albertina.
“Na qualidade de pai que sabe o que representa o amor a um filho, o incentivo para a vida
me foi devolvido! Chico na sua mediunidade mostrou-me, apesar de toda a experiência e vivência
que pensávamos ter, que meu filho está entre nós mais do que nunca”.
11.3. Mensagens que causam surpresas, mas não transformação
Livro: “CHICO XAVIER, MEDIUNIDADE E AÇÃO” (autor: Carlos A. Bacelli, editora:
IDEAL)
David Nasser, repórter, Jean Manzon, fotógrafo, e Henrique Natividade, piloto de avião,
dirigem-se incógnitos à cidade de Uberaba para entrevistar Francisco Cândido Xavier. O
repórter e o fotógrafo se fazem passar por correspondentes estrangeiros da Imprensa, servindo o
piloto supostamente de intérprete. Ninguém os conhecia. Seus nomes verdadeiros não são
declinados.
Recebem do Chico Xavier livros autografados ao se retirar da cidade.
Já no Rio de Janeiro ao abrir os livros encontram psicografia de mensagem-dedicatória de
Emmanuel chamando-os pelos respectivos nomes.
Os três profissionais produziram e vincularam através da revista “O Cruzeiro” reportagem
injuriosa sobre a figura do médium tentando lançar descrédito sobre o Espiritismo.
O inexplicado fato não modificou-lhes a atitude preconceituosa em relação à mediunidade ou
à Doutrina Espírita.
12. A INFLUÊNCIA MORALIZADORA QUE OS BONS MÉDIUNS EXERCEM
12.1 - sobre o público através da ação deles próprios na sociedade em que vivem
Exemplos: Obras Assistenciais no trabalho de Chico Xavier
Livro “AMOR E LUZ”, depoimento de Alberto Ferrante Filho (p. 166)
Trabalho assistencial com Franca desenvolvido a partir da observação da peregrinação
semanal de Chico Xavier.
“Amigos, depois que conheci Chico, minha vida transformou-se por completo. Do gênio
violento que eu tinha, passei a compreender melhor as coisas, dedicando-me mais aos necessitados.
Sim, ali estava o verdadeiro sentido, o exemplo vindo do Evangelho aplicado. Para os que o
conhecem há muito tempo, vêem nele sempre o mesmo exemplo de conduta moral, de amor, de
trabalho, de tolerância, na humildade que gostaríamos de exemplificar em nossa vida.”
- 101 -
12.2 - sobre os trabalhadores espíritas
a) livro “AMOR E LUZ”, p. 203, depoimento de José Gonçalves Pereira:
“Motivado por todo este aprendizado e exemplos de amor e dedicação de Chico Xavier e,
através das mensagens recebidas dos nossos Benfeitores Espirituais, trouxe-nos a necessidade de
ampliarmos nosso programa da Federação Espírita do Estado de São Paulo, levando-nos a criação
da Casa Transitória, baseada nas obras mediúnicas de André Luiz, nos volumes do “Nosso Lar” e
“Obreiros da Vida Eterna”, quando recebemos a mensagem de Batuíra, que nos trouxe orientação
e incentivo mencionando a necessidade urgente da construção desta obra.”
b) livro: “LUZ BENDITA”, p. 23, depoimento de Detzi de Oliveira
“Era espírita, criado por pais espíritas, mas, depois da convivência, mais adulto e lendo os
livros psicografados por Chico Xavier, interessei-me ainda mais pela Doutrina Espírita, com os
preceitos trazidos como ensinamentos por Emmanuel, Maria Dolores, André Luiz e tantos outros
mestres Espirituais.”
12.3 - mensagens orientadoras das tarefas da Casa Espírita
Livro: “AMOR E LUZ”, depoimento de Jorge Manuel Gaio à p. 210:
“A mediunidade de Chico, muito nos tem ajudado nos trabalhos da Fundação (Marieta Gaio)
pois, através dela nos chegaram vários bilhetes de Dr. Bezerra de Menezes, trazendo recados de
minha mãe, na orientação de nossa obra.
“Com sua mensagem e seus recados, conscientizamo-nos ainda mais, que a nossa
responsabilidade para com a obra, se fez patente...”
12.4 - mensagens renovadoras de caráter pessoal
Livro: “AMOR E LUZ”, p. 104, depoimento de Ediné Almeida de Paiva
“Quando da morte de Lúcio (marido), apesar de ser espírita, desesperei-me chegando mesmo
a pensar diariamente em suicídio. Não entendia o porque daquela provação. Achava injusta a
passagem de Lúcio.
“... Quando Chico recebeu sua mensagem, chorei muito. O público ali presente ficou
impressionado, em presenciar a profundidade e o número de páginas psicografadas, totalizando 94
páginas.
“Lúcio tinha o dom da oratória, e gostava muito de escrever. Acredito que foi o motivo pelo
qual o Chico sofreu todo esse tempo de hora e meia, para trazer a mensagem.
“Depois disso, senti-me completamente reabilitada, conformada.
“Tive a convicção de que Lúcio estava bem. Criei novas forças.”
- 102 -
Fontes de pesquisa:
AMOR E LUZ, Rubens Silvio Germinhasi, editora IDEAL
AMOR E SABEDORIA DE EMMANUEL, Clóvis Tavares, editora IDE
CHICO XAVIER, MEDIUNIDADE E AÇÃO, Carlos A Bacelli, editora IDEAL
CHICO XAVIER MEDIUNIDADE E CORAÇÃO, Carlos A Bacelli, editora IDEAL
CHICO XAVIER E OS GRANDES GÊNIOS, Ranieri, editora ECO
CHICO XAVIER, 40 ANOS NO MUNDO DA MEDIUNIDADE, Roque Jacintho, editora
LUZ NO LAR
CHICO XAVIER, O SANTO DOS NOSSOS DIAS, Ranieri, editora ECO