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 MEDIUNIDADE I
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Mediunidade (CEFAK)

Oct 12, 2015

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  • MEDIUNIDADE I

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    Estudando a Doutrina Esprita Tema: Mediunidade I

    1. Mdium e mediunidade

    1.1. O que mdium

    Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influncia dos Espritos , por esse fato, mdium. Essa faculdade inerente ao homem; no constitui, portanto, um privilgio exclusivo. Por isso mesmo, raras so as pessoas que dela no possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos so, mais ou menos, mdiuns. Todavia, usualmente, assim s se qualificam aqueles em quem a faculdade medinica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que ento depende de uma organizao mais ou menos sensitiva. de notar-se, alm disso, que essa faculdade no se revela, da mesma maneira, em todos. Geralmente, os mdiuns tm uma aptido especial para os fenmenos desta ou daquela ordem, donde resulta que formam tantas variedades, quantas so as espcies de manifestaes. As principais so: a dos mdiuns de efeitos fsicos; a dos mdiuns sensitivos ou impressionveis; a dos audientes; a dos videntes; a dos sonamblicos; a dos curadores; a dos pneumatgrafos; a dos escreventes ou psicgrafos.

    O Livro dos Mdiuns Q. 159

    Mdium quer dizer medianeiro, intermedirio. Mediunidade a faculdade humana, natural, pela qual se estabelecem as relaes entre homens e espritos.

    Mediunidade J. Herculano Pires cap. I

    O mdium exatamente aquele indivduo que tem a possibilidade de propiciar a comunicao dos mortos com os vivos. No se trata de algum dotado de poderes milagrosos, no! Nem de algum atuado pelo demnio! Tampouco algum que sofra das faculdade mentais. No, nada disto. Apenas tem a condio de permitir o intercmbio entre a Humanidade desencarnada e a encarnada. Mediunidade, acima de tudo, uma ferramenta de trabalho, para consolar os que sofrem, para esclarecer os que se debatem nas trevas, quer sejam encarnados ou desencarnados. Na acepo mais ampla do termo, todos somos mdiuns pois todos estamos sujeitos influncia dos Espritos. Uns mais, outros menos. No entanto, h pessoas que apresentam esta faculdade em grau mais acentuado; nelas o fenmeno se faz mais patente, mais evidenciado. So aquelas pessoas que vem os Espritos, ouvem as suas vozes, dando-nos os seus recados e mensagens...

    A Obsesso e seu Tratamento Esprita Celso Martins pg. 39

    Os mdiuns, em sua generalidade, no so missionrios na acepo comum do termo; so almas que fracassaram desastradamente, que contrariaram, sobremaneira, o curso das leis divinas, e que resgatam, sob o peso de severos compromissos e ilimitadas responsabilidades, o passado obscuro e delituoso. O seu pretrito, muitas vezes, se encontra enodoado de graves deslizes e de erros clamorosos. Quase sempre, so espritos que tombaram dos cumes sociais, pelos abusos do poder, da autoridade, da fortuna e da inteligncia, e que regressam ao orbe terrqueo para se sacrificarem em favor do grande nmero de almas que desviaram das sendas luminosas da f, da caridade e da virtude. So almas arrependidas, que procuram arrebanhar todas as felicidades que perderam, reorganizando, com sacrifcios, tudo quanto esfacelaram nos seus instantes de criminosas arbitrariedades e de condenvel insnia.

    Prolas do Alm Chico Xavier pg. 155

    Ser mdium no quer dizer que a alma esteja agraciada por privilgios ou conquistas feitas. Muitas vezes, possvel encontrar pessoas altamente favorecidas com o dom da mediunidade, mas dominadas, subjugadas por entidades sombrias ou delinqentes, com as quais se afinam de modo perfeito, servindo ao escndalo e perturbao, em vez de cooperarem na extenso do bem. Por isso que no basta a

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    Estudando a Doutrina Esprita Tema: Mediunidade I

    mediunidade para a concretizao dos servios que nos competem. Precisamos da Doutrina do Espiritismo, do Cristianismo puro, a fim de controlar a energia medianmica, de maneira a mobiliz-la em favor da sublimao espiritual na f religiosa, tanto quanto disciplinamos a eletricidade, a benefcio do conforto na Civilizao.

    Prolas do Alm Chico Xavier pg. 157

    1.2. O que mediunidade

    Chama-se mediunidade o conjunto de faculdades que permitem ao ser humano comunicar-se com o mundo invisvel.

    Espritos e Mdiuns Lon Denis cap. III

    - Qual a verdadeira definio da mediunidade? - A mediunidade aquela luz que seria derramada sobre toda carne e prometida pelo Divino Mestre aos tempos do Consolador, atualmente em curso na Terra. A misso medinica, se tem os seus percalos e as suas lutas dolorosas, uma das mais belas oportunidades de progresso e de redeno concedidas por Deus aos seus filhos misrrimos. Sendo luz que brilha na carne, a mediunidade atributo do Esprito, patrimnio da alma imortal, elemento renovador da posio moral da criatura terrena, enriquecendo todos os seus valores no captulo da virtude e da inteligncia, sempre que se encontre ligada aos princpios evanglicos na sua trajetria pela face do mundo.

    O Consolador Emmanuel Q. 382

    Para conhecer as coisas do mundo visvel e descobrir os segredos da Natureza material, outorgou Deus ao homem a vista corprea, os sentidos e instrumentos especiais. Com o telescpio, ele mergulha o olhar nas profundezas do espao, e, com o microscpio, descobriu o mundo dos infinitamente pequenos. Para penetrar no mundo invisvel, deu-lhe a mediunidade.

    O Evangelho Segundo o Espiritismo Allan Kardec cap. XXVIII item 9

    Mediunidade, pois, meio de comunicao entre o mundo espiritual e o mundo fsico. Convivncia e intercmbio. Desenvolvimento e aplicao das potencialidades divinas. "Vs sois Deuses disse-o Jesus

    Mediunidade e Evoluo Martins Peralva cap. 2

    Mediunidade, em termos gerais, oportunidade para que o Esprito se reabilite de enganos do pretrito. Poucos mdiuns - muito pouco mesmo - so missionrios. A maioria, constituda de almas que faliram, esto tentando subir o monte da redeno, pelo trabalho medinico, sustentada na orao.

    Mediunidade e Evoluo Martins Peralva pg. 92

    Mediunidade, em boa sinonmia, , sobretudo, sintonia, afinidade. Emmanuel

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    Estudando a Doutrina Esprita Tema: Mediunidade I

    1.3. Todos ns somos mdiuns?

    A mediunidade no exclusiva dos chamados "mdiuns". Todas as criaturas a possuem, porquanto significa percepo espiritual, que deve ser incentivada em ns mesmos. No bastar, entretanto, perceber. imprescindvel santificar essa faculdade, convertendo-a no ministrio ativo do bem. A maioria dos candidatos ao desenvolvimento dessa natureza, contudo, no se dispe aos servios preliminares de limpeza do vaso receptivo. Dividem, inexoravelmente, a matria e o esprito, localizando-os em campos opostos, quando ns, estudantes da verdade, ainda no conseguimos identificar rigorosamente as fronteiras entre uma e outro, integrados na certeza de que toda a organizao universal se baseia em vibraes puras.

    Prolas do Alm Chico Xavier pg. 149

    - justo considerarmos todos os homens como mdiuns? - Todos os homens tm o seu grau de mediunidade, nas mais variadas posies evolutivas, e esse atributo do esprito representa, ainda, a alvorada de novas percepes para o homem do futuro, quando, pelo avano da mentalidade do mundo, as criaturas humanas vero alargar-se a janela acanhada dos seus cinco sentidos.

    O Consolador Emmanuel Q. 383

    Mdiuns so pessoas aptas a sentir a influncia dos Espritos e a transmitir os pensamentos destes. Toda pessoa que, num grau qualquer, experimente a influncia dos Espritos , por esse simples fato, mdium. Essa faculdade inerente ao homem e, por conseguinte, no constitui privilgio exclusivo, donde se segue que poucos so os que no possuam um rudimento de tal faculdade. Pode-se, pois, dizer que toda gente, mais ou menos, mdium. Contudo, segundo o uso, esse qualificativo s se aplica queles em quem a faculdade medinica se manifesta por efeitos ostensivos, de certa intensidade.

    Obras Pstumas pg. 57 item 33

    A maioria dos homens habituou-se a crer que mdium s o aquele que, em mesa especfica de trabalhos medinicos, psicografia ou fala, ouve ou v os Espritos, alivia ou cura os enfermos. O pensamento geral, erroneamente, difundido alm-fronteiras do Espiritismo, de que mdium somente o aquele que d passividade aos desencarnados, oferecendo-lhes a organizao medianmica para a transmisso da palavra falada ou escrita. Em verdade, porm, mdiuns somos todos ns que registramos, consciente ou inconscientemente, idias e sugestes dos Espritos, externando-as, muita vez, como se fossem nossas.

    Mediunidade e Evoluo Martins Peralva cap. 7

    - Sempre se h dito que a mediunidade um dom de Deus, uma graa, um favor. Por que, ento, no constitui privilgio dos homens de bem e por que se vem pessoas indignas que a possuem no mais alto grau e que dela usam mal? - Todas as faculdades so favores pelos quais deve a criatura render graas a Deus, pois que homens h privados delas. Poderias igualmente perguntar por que concede Deus vista magnfica a malfeitores, destreza a gatunos, eloquncia aos que dela se servem para dizer coisas nocivas. O mesmo se d com a mediunidade. Se h pessoas indignas que a possuem, que disso precisam mais do que as outras, para se melhorarem. Pensas que Deus recusa meios de salvao aos culpados? Ao contrrio, multiplica-os no caminho que eles percorrem; pe-nos nas mos deles. Cabe-lhes aproveit-los. Judas, o traidor, no fez milagres e no curou doentes, como apstolo? Deus permitiu que ele tivesse esse dom, para mais odiosa tornar aos seus prprios olhos a traio que praticou.

    O Livro dos Mdiuns Allan Kardec cap. XX Q. 226, 2

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    Estudando a Doutrina Esprita Tema: Mediunidade I

    H quem se admire de que, por vezes, a mediunidade seja concedida a pessoas indignas, capazes de a usarem mal. Parece, dizem, que to preciosa faculdade dever ser atributo exclusivo dos de maior merecimento. Digamos, antes de tudo, que a mediunidade inerente a uma disposio orgnica, de que qualquer homem pode ser dotado, como da de ver, de ouvir, de falar. Ora, nenhuma h de que o homem, por efeito do seu livre-arbtrio, no possa abusar, e se Deus no houvesse concedido, por exemplo, a palavra seno aos incapazes de proferirem coisas ms, maior seria o nmero dos mudos do que o dos que falam. Deus outorgou faculdades ao homem e lhe d a liberdade de us-las, mas no deixa de punir o que delas abusa. Se s aos mais dignos fosse concedida a faculdade de comunicar com os Espritos, quem ousaria pretend-la? Onde, ao demais, o limite entre a dignidade e a indignidade? A mediunidade conferida sem distino, a fim de que os Espritos possam trazer a luz a todas as camadas, a todas as classes da sociedade, ao pobre como ao rico; aos retos, para os fortificar no bem, aos viciosos para os corrigir. No so estes ltimos os doentes que necessitam de mdico? Por que o privaria Deus, que no quer a morte do pecador, do socorro que o pode arrancar ao lameiro? Os bons Espritos lhe vm em auxlio e seus conselhos, dados diretamente, so de natureza a impression-lo de modo mais vivo, do que se os recebesse indiretamente.

    O Evangelho Segundo o Espiritismo Allan Kardec cap. XXIV item 12

    1.4. Quando surge a mediunidade?

    O surgimento da faculdade medinica no depende de lugar, idade, condio social ou sexo. Pode surgir na infncia, adolescncia ou juventude, na idade madura ou na velhice. Pode revelar-se no Centro Esprita, em casa, em templos de quaisquer denominaes religiosas, no materialista.

    * * *

    Os sintomas que anunciam a mediunidade variam ao infinito. Reaes emocionais inslitas. Sensao de enfermidade, s aparente. Calafrios e mal-estar. Irritaes estranhas. Algumas vezes, aparece sem qualquer sintoma. Espontnea. Exuberante. Um boto de rosa (a figura de Emmanuel) que desabrocha para, no encanto e no perfume de uma rosa, embelezar a vida. Desabrochando, naturalmente, a mediunidade esse boto, tendo por jardineiro o Espiritismo, que cuidar de seu crescimento.

    Mediunidade e Evoluo Martins Peralva cap. 3

    1.5. Mediunidade e sintonia

    Mediunidade sintonia e filtragem. Cada Esprito vive entre as foras com as quais se combina, transmitindo-as segundo as concepes que lhe caracterizam o modo de ser.

    Prolas do Alm Chico Xavier pg. 153

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    Estudando a Doutrina Esprita Tema: Mediunidade I

    As bases de todos os servios de intercmbio, entre os desencarnados e encarnados, repousam na mente, no obstante as possibilidades de fenmenos naturais, no campo da matria densa, levados a efeito por entidades menos evoludas ou extremamente consagradas caridade sacrificial. De qualquer modo, porm, no mundo mental que se processa a gnese de todos os trabalhos da comunho de esprito a esprito. Precisamos compreender - repetimos - que os nossos pensamentos so foras, imagens, coisas e criaes visveis e tangveis no campo espiritual. Atramos companheiros e recursos, de conformidade com a natureza de nossas idias, aspiraes, invocaes e apelos. Energia viva, o pensamento desloca, em torno de ns, foras sutis, construindo paisagens ou formas e criando centros magnticos ou ondas, com os quais emitimos a nossa atuao ou recebemos a atuao dos outros. Nosso xito ou fracasso dependem da persistncia ou da f com que nos consagramos mentalmente aos objetivos que nos propomos alcanar. Semelhante lei de reciprocidade impera em todos os acontecimentos da vida. Comunicar-nos-emos com as entidades e ncleos de pensamentos, com os quais nos colocamos em sintonia. Na mediunidade, essas leis se expressam, ativas. Mentes enfermias e perturbadas assimilam as correntes desordenadas do desequilbrio, enquanto que a boa-vontade e a boa inteno acumulam os valores do bem. Ningum est s. Cada criatura recebe de acordo com aquilo que d. Cada alma vive no clima espiritual que elegeu, procurando o tipo de experincia em que situa a prpria felicidade. Estejamos, assim, convictos de que os nossos companheiros na Terra ou no Alm so aqueles que escolhemos com as nossas solicitaes interiores, mesmo porque, segundo o antigo ensinamento evanglico, "teremos nosso tesouro onde colocarmos o corao".

    Roteiro Emmanuel pg. 121

    459. Influem os Espritos em nossos pensamentos e em nossos atos? Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinrio, so eles que vos dirigem.

    O Livro dos Espritos Allan Kardec Parte 2 cap. IX

    A assertiva dos Espritos a Allan Kardec demonstra que, na maioria das vezes, estamos todos ns - encarnados - agindo sob a influncia de entidades espirituais que se afinam com o nosso modo de pensar e de ser, ou em cujas faixas vibratrias respiramos. Isto no nos deve causar admirao, pois se analisarmos a questo sob o aspecto puramente terrestre chegaremos concluso de que vivemos em permanente sintonia com as pessoas que nos rodeiam, familiares ou no, das quais recebemos influenciaes atravs das idias que exteriorizam, dos exemplos que nos so dados, e tambm que influenciamos com a nossa personalidade e pontos de vista. Quando acontece de no conseguirmos exercer influncia sobre algum de nosso convvio e que desejamos aja sob o nosso prisma pessoal, via de regra tentamos por todos os meios convenc-lo com argumentos persuasivos de diferente intensidade, a fim de lograrmos o nosso intento. Natural, portanto, ocorra o mesmo com os habitantes do mundo espiritual, j que so eles os seres humanos desencarnados, no tendo mudado, pelo simples fato de deixarem o invlucro carnal, a sua maneira de pensar e as caractersticas da sua personalidade.

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    Estudando a Doutrina Esprita Tema: Mediunidade I

    Assim, vamos encontrar desde a atuao benfica de Benfeitores a amigos espirituais, que buscam encaminhar-nos para o bem, at os familiares que, vencendo o tmulo, desejam prosseguir gerindo os membros do seu cl familial, seja com bons ou maus intentos, bem como aqueles outros a quem prejudicamos com atos de maior ou menor gravidade, nesta ou em anteriores reencarnaes, e que nos procuram, no tempo e no espao, para cobrar a dvida que contramos. Por sua vez, os que esto no plano extrafsico tambm se acham passveis das mesmas influenciaes, partidas de mentes que lhes compartilham o modo de pensar, ou de outras que se situam em planos superiores, e, no caso de serem ainda de evoluo mediana ou inferior, de desafetos, de seres que se buscam intensamente pelo pensamento, num conbio de vibraes e sentimentos incessantes. Essa permuta contnua e cabe a cada indivduo escolher, optar pela onda mental com que ir sintonizar. Portanto, a resposta dos Espritos a Kardec nos d uma noo exata do intercmbio existente entre os seres humanos, seja ele inconsciente ou no, mas, de qualquer modo, real e constante.

    Obsesso/Desobsesso Suely Caldas Schubert cap. 1

    Nosso Esprito residir onde projetarmos nossos pensamentos, alicerces vivos do bem e do mal. Por isto mesmo, dizia Paulo, sabiamente: - "Pensai nas coisas que so de cima".

    Palavras de Emmanuel Chico Xavier pg. 148

    1.6. Comunicao entre o mundo material e espiritual

    Os Espritos vivem, ora na Terra, encarnados, ora no espao, desencarnados, mas, os interesses recprocos, de toda ordem, que os unem, fazem com que se comuniquem, embora situados em planos diferentes de vibrao, por meio da mediunidade, faculdade orgnica de que so dotadas todas as criaturas, em maior ou menor grau de desenvolvimento. H, assim, um intercmbio ativo e contnuo de idias e mesmo de interesses materiais, que assegura o permanente contato entre os dois mundos, prova evidente da sobrevivncia do Esprito ao perecimento do corpo material, de que se servia, quando na Terra. A vida, em verdade, contnua, e tudo quanto apresente de grandeza ou misria retrata, por igual, as duas comunidades, que reagem constantemente entre si, intimamente ligadas pela origem e ideais. Coube ao Espiritismo revelar o mecanismo dessas revelaes, estudando as leis que as regem, e mostrar a necessidade de submeter todas as manifestaes direo e controle de pessoas esclarecidas, estudiosas e moralizadas. Na verdade, os encarnados sofrem verdadeiro assdio de seus irmos do mundo espiritual, a que continuam ligados por sentimentos de amor, saudade, dio, medo, remorso, vingana, alimentados, tambm, por eles, intensamente. Nos seus diversos graus de intensidade, a atuao dos Espritos sobre os encarnados pode acarretar-lhes, como de fato acontece, perturbaes das mais srias, agravadas por sua invigilncia e seus pensamentos negativos e pelos laos que os prendem, de vidas anteriores, aos antigos comparsas, hoje desencarnados. Ento teremos, como sabido, as obsesses, as subjugaes, as possesses, que hoje avassalam a maioria das criaturas. Disciplinando a mediunidade, estudando e controlando os fenmenos, a que d causa, o Espiritismo esclarece, em termos tcnicos, corretos e simples, o mecanismo da comunicao entre encarnados e desencarnados, oferecendo aos homens os meios seguros de convivncia com os que j partiram, mostrando-lhes como tornar proveitoso e til esse intercmbio. A Doutrina Esprita nos demonstra que, segundo a lei divina do Amor, devemos ser humildes e aceitar com resignao as provas, que nos so impostas, como conseqncia de nossas ms aes em

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    Estudando a Doutrina Esprita Tema: Mediunidade I

    vidas pregressas, quando, ento, ofendemos irmos que confiaram em ns e que agora procuram, em sua ignorncia espiritual, cobrar aquilo a que se julgam com direito, embora ningum possa fazer justia pelas prprias mos. Devemos ter f e trabalhar, com dedicao, pelo esclarecimento desses irmos, orando muito por eles e realizar a nossa prpria reforma ntima, indispensvel respaldo do nosso desejo de progresso espiritual, de nossa paz interior. O intercmbio com os irmos da espiritualidade tambm nos proporciona ensinamentos preciosos, pelas mensagens recebidas de entidades categorizadas e que constituem advertncias, conselhos, roteiros seguros para nossas vidas, sujeitos que estamos a difceis provas, individuais e coletivas. No nos deixemos, porm, enganar, porque entre o mediunismo sem doutrina e a prtica consciente e disciplinada da mediunidade, como comprova o Espiritismo, a diferena muito grande, e depende de ns a escolha do meio mais adequado de mantermos o intercmbio com os irmos da espiritualidade, aos quais devemos levar a contribuio do nosso saber e sincero desejo de ajuda e esclarecimento quando necessitados, recebendo, outrossim, dos que estejam em condies de assim proceder, o ensino precioso de suas mensagens de consolao.

    O Espiritismo Bsico Pedro Franco Barbosa pg. 143

    1.7. A mediunidade de todos os tempos

    Antiqssimos,

    porm, so os fenmenos medinicos. Eles se deram em todos os tempos e em todos os povos - conforme a Histria comprova - , porque a mediunidade uma faculdade inerente ao ser humano, sendo lei natural a comunicao entre os espritos encarnados e desencarnados. O intercmbio medinico sempre esteve ligado ao servio religioso e, a princpio, era feito apenas por iniciados, isto , por homens ou mulheres preparados especialmente para essa atividade, atravs de um treinamento que, s vezes, levava dezenas de anos (pitons e pitonisas, arspices, orculos, adivinhos, profetas, sibilas etc.). Desconhecendo as leis que regem os fenmenos medinicos, o povo os considerava maravilhosos, sobrenaturais. E quem podia produzir esses fenmenos e fazer o intercmbio medinico era considerado um ser privilegiado, investido de poderes divinos. Desse conceito se aproveitavam os sacerdotes na ndia, na Prsia, no Egito ou em Roma, que exerciam, ento, influncia sobre o povo e at mesmo sobre os governantes. E, para assegurar esse poder sobre as massas, usavam no s suas faculdades medinicas mas, tambm, as prticas mgicas e a prestidigitao.

    Estudos Sobre Mediunidade Apostila CEAK 1 fascculo Campinas-SP

    Em todos os tempos houve mdiuns naturais e inconscientes que, pelo simples fato de produzirem fenmenos inslitos e incompreendidos, foram qualificados de feiticeiros e acusados de pactuarem com o diabo; foi o mesmo que se deu com a maioria dos sbios que dispunham de conhecimentos acima do vulgar. A ignorncia exagerou seu poder e, muitas vezes, eles mesmos abusaram da credulidade pblica, explorando-a.

    O Que o Espiritismo Allan Kardec pg. 104

    A crena na apario e manifestao dos "mortos" remonta a eras que se perdem na noite dos tempos. Desde que o mundo existe, os Espritos nunca deixaram de patentear aos homens a sua imortalidade. Se remontarmos poca dos orculos, to venerados pela filosofia pag, veremos o papel saliente dos profetas (mdiuns) e das manifestaes dos "mortos", como que exaltando o sentimento e a razo humana, para lhe descortinar as manifestaes da Vida Eterna.

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    Estudando a Doutrina Esprita Tema: Mediunidade I

    Era to grande a influncia da profecia sobre os povos, que estes mandavam construir os templos sobre fendas do solo, donde diziam sair exalaes que davam o poder da inspirao proftica. Alm do Templo de Delfos, o mais clebre de todos, pelas portentosas manifestaes que procediam dos seus mdiuns, destaca-se o de Jpiter Amon, na Lbia; o de Marte, na Trcia; o de Vulcano, em Helipolis; o de Esculpio, o de sis e muitos outros de importncia religiosa nos antigos tempos. Os mdiuns tinham, na Antigidade, os nomes de profeta, sibila, ptia, e se purificavam pelos sacrifcios, obedientes a um regime especial. Vivendo nesses templos, onde se conservavam isolados das gentes, bebiam gua inspirada e antes de subirem tripea mascavam folhas de louro colhidas perto da nascente de Castlia. Inmeros eram os videntes espalhados por toda a parte, e era crena, naqueles tempos, que bastava ao indivduo dormir num templo para adquirir esse dom. O povo da China, cuja cronologia remonta h mais de 30.000 anos, entregava-se evocao dos Espritos dos avoengos. Na Prsia os fenmenos espritas fizeram proslitos. Em Acaia chegava-se a ver os Espritos com o auxlio de um espelho que havia num poo no Templo de Ceres. Os historiadores dizem que no Egito Antigo os sacerdotes possuam poderes sobrenaturais: "faziam prodgios, invocavam os mortos". A Histria est repleta de fatos, que outra coisa no so que aparies e comunicaes espritas vivificando o sentimento religioso.

    Mdiuns e Mediunidades Caibar Schutel pg. 28

    1.8. Os fenmenos medinicos no Velho Testamento

    O Velho Testamento um repositrio de fenmenos interessantssimos, que lembram os costumes israelitas, sua histria, sua vida protegida sempre pelos Espritos dos "mortos". Moiss, o grande mdium, libertador dos judeus escravizados tirania do Egito, vidente, audiente e escrevente, v Jeov na sara do Horeb e no Sinai, onde escreve as Tbuas da Lei, escuta vozes no propiciatrio da Arca da Aliana e produz maravilhas que a nenhum homem ainda foi dado fazer. Todas as grandes personalidades da Antiga Dispensao se distinguiram pelas suas faculdades medinicas. Jos, sub-rei do Egito, comunicava-se com Espritos, que lhe apareciam "num copo d'gua", (copo mgico). Esdras, com o auxlio do Esprito reconstitui a Bblia que se havia perdido; Samuel, Jeremias, Malaquias, J, Isaas, Ezequiel, Daniel, Osias, Ams, Jonas, Miquias, Sofonias, Naum, todos mantinham relaes com os "mortos". O Rei Saul invoca o Esprito de Samuel pela pitonisa do Endor. Joel, tomado por um Esprito, anuncia a multiplicao dos dons medinicos e as manifestaes dos Espritos, com as seguintes palavras: "E h de ser que depois derramarei o meu Esprito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizaro; vossos velhos sonharo; vossos mancebos tero vises. E tambm sobre os meus servos e minhas servas naqueles dias derramarei o meu Esprito."

    Mdiuns e Mediunidades Caibar Schutel

    No Velho Testamento vemos os profetas, videntes e audientes inspirados, que transmitem ao povo a vontade dos Guias e, de todas as formas de mediunidade parece mesmo que a mais generalizada era a de vidncia. Samuel, no Livro I, cap. 9, v. 9, assim o demonstra, quando diz: "Dantes, quando se ia consultar a Deus, dizia-se vamos ao vidente; porque os que hoje se chamam profetas chamavam-se videntes".

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    Estudando a Doutrina Esprita Tema: Mediunidade I

    j de rigor citativo a consulta feita por Saul ao Esprito de Samuel, na gruta do Endor. As pragas que, segundo se narra, por intermdio de Moiss foram lanadas sobre o Egito; as maravilhas ocorridas com o povo hebreu no deserto, quando conduzido por esse grande Enviado, a saber: a labareda de fogo que marchava frente dos retirantes, o man que os alimentava; as fontes que jorravam das rochas; o recebimento do Declogo, etc., tudo so afirmaes do extraordinrio poder medinico do grande fundador da nao judaica. Que maior exemplo de fenmeno de incorporao que o revelado por Jeremias - o profeta da paz - quando, tomado pelo Esprito, pregava pelas ruas contra a guerra aos exrcitos de Nabucodonosor! E que outro maior, de vidncia no tempo, que o demonstrado por Joo escrevendo o Apocalipse!

    Mediunidade Edgard Armond pg. 22

    Era costume consultar os videntes sobre todos os fatos da vida ntima, sobre os objetos perdidos, as alianas, os empreendimentos de toda ordem. L-se em Samuel I, cap. IX, v. 9: "Dantes, quando se ia consultar a Deus, dizia-se: Vinde, vamos ao vidente. - Porque os que hoje se chamam profetas, chamavam-se videntes." A Bblia (IV Reis, VI, 6), nos refere que Eliseu faz vir superfcie, lanando um pedao de madeira gua, o ferro de um machado que nela havia cado. Da levitao, esse mesmo Eliseu transportado "para o meio dos cativos que viviam junto do rio Chobar" (Ez., III, 14, 15), e Filipe que subitamente desaparece aos olhos do eunuco e se encontra novamente em Azot (Atos, VIII, 39,40), so exemplos notveis. A propsito de escrita medinica, pode citar-se a das tbuas da lei (xodo, XXXII, 15, 16, XXXIV, 28). Todas as circunstncias em que essas tbuas foram obtidas provam exuberantemente a interveno do mundo invisvel. No menos comprobativa a inscrio traada, por uma mo materializada, em uma das paredes do palcio durante um festim que dava o rei Baltasar. (Daniel, cap. V). Poder-se-ia considerar como fenmenos de transporte o man de que se alimentam os israelitas em sua jornada para Cana, o po e vaso d'gua, colocados ao p de Elias, quando despertou, por ocasio de sua fuga pelo deserto (I Reis, XIX, 5 e 6) etc.

    Cristianismo e Espiritismo Lon Denis nota n 7, pg. 285

    1.9. Os fenmenos medinicos no Novo Testamento

    No Novo Testamento, desde antes do Nascimento, ento as provas so ainda mais concludentes e notveis, mxime as de mediunidade curadora, o dom das lnguas, as levitaes e os fenmenos luminosos. Maria de Nazar no viu o Esprito anunciador? Jesus no foi gerado com interveno do Esprito Santo? E os milagres seus e dos apstolos? Voltando a citar Leon Denis, dele esta pergunta: os apstolos do Cristo foram escolhidos por serem sbios ou notveis ou porque possuam qualidades medinicas? Esses apstolos, como sabemos, e seus discpulos, durante o tempo de seus trabalhos, atuaram como verdadeiros mdiuns, bastando citar S. Paulo e S. Joo, um o mais dinmico e culto, outro o mais mstico. Que foi o Pentecostes seno a outorga de faculdades medinicas aos apstolos e discpulos? E, justamente por exercerem francamente a mediunidade, que sabiam de seus perigos, dos cuidados que sua prtica exigia, e sobre isso chamavam a ateno de seus discpulos.

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    Estudando a Doutrina Esprita Tema: Mediunidade I

    S. Paulo dizia: "Os espritos dos profetas esto sujeitos aos profetas" e S. Joo ajuntava: "Carssimos, no creiais em todos os espritos, mas provai que os espritos so de Deus". Advertiam, assim, contra a ao dos espritos obsessores e mistificadores. Era to comum a mediunidade entre os primitivos cristos, que instrues escritas eram enviadas s comunidades das diferentes cidades, para regular a sua prtica; e essas instrues foram sendo, com o correr do tempo, enfeixadas em livros para melhor conservao.

    Mediunidade Edgard Armond pg. 23

    O Apstolo Paulo, na 1 Epstola aos Corntios, cap. XII, lembra a diversidade de dons, e, portanto, a diversidade de operaes; lembra, conseqentemente, a diversidade de mdiuns, e acrescenta: "A manifestao do esprito dada a cada um para o que for til". No final do captulo recomenda a todos procurarem os melhores dons, vale dizer, mediunidades, e aponta o caminho mais excelente para que sejam bons os resultados experimentais. assim que, depois de um eloqente discurso sobre a caridade, faz realar esta virtude em sua forma espiritualizada, ou seja, caracterizada por benevolncia, tolerncia, humildade, pacincia, perseverana, desinteresse, condies estas de que devem revestir os mdiuns. O apstolo citado diz em sua Carta Doutrinria: "Uns tm a palavra da sabedoria, outros da f, outros promovem a operao de maravilhas, outros tm os dons de curar, outros a variedade de lnguas, outros a interpretao das lnguas, outros o DOM DE DISCERNIR OS ESPRITOS. (I Cor., XII, 4 a 9). A todas essas mediunidades e a todos esses mdiuns devemos acrescentar que - uma mesma mediunidade pode ser mais acentuada, mais vigorosa em uns do que em outros; a fora psquica no sempre a mesma para todos os mdiuns, que a possuem em graus diferentes.

    Mdiuns e Mediunidades Caibar Schutel pg. 23

    Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; e de repente veio do cu um rudo, como de um vento impetuoso, que encheu toda a casa onde estavam sentados; e lhes apareceram umas como lnguas de fogo, as quais se distriburam, para repousar sobre cada um deles; e todos ficaram cheios do Esprito Santo, e comearam a falar em outras lnguas, conforme o Esprito lhes concedia que falassem. E habitavam em Jerusalm judeus, homens religiosos, de todas as naes em baixo do cu: e quando se ouviu este rudo, ajuntou-se ali a multido e ficou pasmada, porque cada um os ouvia falar na sua prpria lngua. E estavam atnitos e maravilharam-se, perguntando: No so galileus todos esses que esto falando? E como os ouvimos falar, cada um na lngua do nosso nascimento, partos, medas e elamitas, e os que habitam a Mesopotmia, Judia e Capadcia, o Ponto e a sia, a Frgia, a Pamflia, o Egito e as partes da Lbia prximas a Cirene, e forasteiros romanos, sendo uns judeus e outros proslitos, cretenses e rabes; como que o ouvimos falar em nossas lnguas as grandezas de Deus? E ficaram todos atnitos e perplexos e perguntavam uns aos outros: Que quer dizer isto? Outros, zombando, diziam: Esto cheios de mosto.

    Atos II, 1-13

    UM LIVRO DE MEDIUNIDADE

    O Evangelho um livro de mediunidade por excelncia. Para comprovao, basta recordar-lhe alguns tpicos. Surge o Mestre em plano de exaltao medianmica. O Esprito de Gabriel entra em contato com Zacarias, vaticinando o nascimento de Joo Batista. Em seguida, procura Maria de Nazar, anunciando-lhe a vinda de Jesus. Um amigo espiritual conversa com Jos da Galilia, em torno do mesmo assunto.

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    Estudando a Doutrina Esprita Tema: Mediunidade I

    Espritos purificados materializam-se, frente dos tratadores de animais, exaltando o Cristo. Um esprito santificado move Simeo a reconhecer o Divino Orientador recm-nato.

    * * *

    Mais tarde, no ministrio pblico, v-se Jesus cercado de mdiuns e fenmenos medinicos. Transforma-se a gua em vinho nas bodas de Can. Multiplicam-se pes e peixes para a turba faminta. Ele, o Mestre, restaura o equilbrio de vrios mdiuns obsediados, inclusive de enfermos diversos, atuados por espritos sofredores, que os segregavam em molstias-fantasmas. Corporificam-se espritos venerveis no cimo do Tabor. Simo Pedro assinala em si prprio a influncia simultnea de espritos felizes e infelizes. Nas meditaes do jardim, que lhe precederam a crucificao, o Senhor sustentado por um esprito anglico.

    * * *

    Depois da morte do Grande Renovador, desbordam acontecimentos medinicos de todas as condies. Maria de Magdala surpreende-lhe o Esprito, nas vizinhanas do tmulo vazio. Dois companheiros encontram-no a caminho de Emas. Os discpulos conseguem v-lo e ouvi-lo, a portas trancadas, em sucessivas reunies de Jerusalm. Aps algum tempo, sete deles logram-lhe a presena, junto s guas do Tiberades. Legies de instrutores desencarnados improvisam efeitos fsicos, no dia de Pentecostes, entre os semeadores do Evangelho, impelindo-os a falar em lnguas diferentes. Um benfeitor espiritual liberta os cultivadores da Boa Nova, retidos indebitamente numa cadeia pblica. Realizaes da mediunidade socorrista fazem-se intensas. O Esprito de Jesus aparece a Saulo de Tarso, que cai de rojo, traumatizado de assombro, e, para ajud-lo, visita Ananias, em Damasco, a solicitar-lhe cooperao. Outros mdiuns chegam cena. Agabo transmite instrues da esfera espiritual. Elimas medianeiro a desgarrar-se da misso que lhe cabe. A jovem adivinhadora de Filipos mdium que as sombras envolvem na explorao mercenria. Da luz da Manjedoura s vises do apocalipse, todo o Novo Testamento um livro de Mediunidade, emoldurando a grandeza do Cristo. (Emmanuel)

    Mediunidade dos Santos Clovis Tavares - Prefcio

    1.10. A proibio de Moiss

    Nos tempos bblicos, quando o povo hebreu vivia em cativeiro, no Egito, o intercmbio medinico estava sendo utilizado para adivinhaes, interesses egostas, materiais e mesquinhos, misturando-se com prticas mgicas e, at, sacrifcios humanos. Por isso Moiss, o grande mdium e legislador hebreu, ao retirar o povo do cativeiro, proibiu a prtica medinica de modo geral.

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    Estudando a Doutrina Esprita Tema: Mediunidade I

    Se Moiss proibiu, que era possvel fazer o intercmbio, pois o impossvel no preciso proibir. Mas a proibio de Moiss no era uma condenao da mediunidade em si mesma. Visava, apenas, reprimir os abusos. Particularmente, porm, Moiss continuou usando sua mediunidade (pela qual recebia as instrues do Alm). E desejava que todo o povo viesse a fazer o intercmbio, tambm, mas de modo correto e superiormente inspirado. o que se v nesta passagem:

    Estudos sobre Mediunidade Apostila CEAK 1 fascculo Campinas/SP

    1.11. A liberao por Jesus

    Quando, 1300 anos depois, Jesus veio Terra, a humanidade j havia evoludo um pouco mais e poderia voltar a utilizar a mediunidade, que Moiss proibira. Jesus, ento:

    Afirmou a influncia dos espritos bons e maus sobre as pessoas, como ao declarar Pedro que Jesus era o Cristo (Mt., cap. 16, v. 17) e no caso do esprito impuro expulso (Mt. 12 v. 43 e L. 11 v. 24).

    Exemplificou o intercmbio com o Alm, como ao conversar com Moiss e Elias materializados (Mt. 17 vs 1/18) e com a legio de espritos que obsediava um homem em Gadara (Mt. 5 vs 1/20).

    Desenvolveu as faculdades medinicas nos seus discpulos ("conferiu-lhes o poder") e ordenou que trabalhassem com elas ("curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demnios"), sem nada cobrar ("Recebestes de graa, de graa dai") (Mt. 10). Vide ainda: Mt. 17 v.

    Quando entrares no pas que Jav, teu Deus, te der (...) No se achar, entre ti, quem faa passar pelo fogo o seu filho ou filha, quem se entregue adivinhao, aos augrios, s feitiarias e magia. Quem recorra aos encantamentos, interrogue aos espritos, ainda que familiares, e quem invoque os mortos. Porque todo homem que pratica estas coisas abominvel para Jav e por causa destas abominaes que Jav, teu Deus, vai expulsar estas naes da tua presena. Deuteronmio, Cap. 18, vs. 9/13

    Moiss pedira ajuda a Deus para atender ao povo muito numeroso e recebera a promessa de que o senhor iria "derramar o seu esprito" sobre 70 ancios do povo. Na hora aprazada, isso ocorreu, na tenda em que era feita a concentrao e orao por Moiss. Mas 2 dos ancios, Eldad e Medad, haviam ficado no campo e ali mesmo comearam a profetizar (a falarem mediunizados). Foram contar a Moiss. E Josu queria que Moiss mandasse impedir aquela manifestao, pois era proibido. Moiss, porm, retrucou: - Por que hs de ser to ciumento a meu respeito? Prouvera a Deus que todo o povo fosse feito de profetas, e que o Senhor lhes desse o seu esprito! Nmeros, Cap. 11, vs 26/29

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    Estudando a Doutrina Esprita Tema: Mediunidade I

    21, em que Jesus ensina os discpulos que necessrio "jejum e orao" para ter autoridade moral ante espritos mais rebeldes.

    Anunciou um batismo do esprito que se cumpriu no Dia de Pentecostes, quando os discpulos, mediunizados, falaram at em outros idiomas.

    Pedro esclareceu, ento, que se estava cumprindo a profecia de Joel: "...nos ltimos dias, acontecer, diz Deus, que do meu esprito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e filhas profetizaro, vossos mancebos tero vises, vossos velhos, sonhos". Era a liberao da mediunidade para todas as pessoas. Pedro ainda explicou que a promessa divina abrange "a todos quantos Deus nosso Senhor chamar". (Atos, cap. 1, vs. 4/5; cap. 2, vs 1/39).

    1.12. O uso da mediunidade no Espiritismo

    Alguns sculos depois, no respeitando a liberao da mediunidade, que Jesus fizera, grupos religiosos tentaram proibir de novo o intercmbio medinico, dizendo ser obra do demnio e perseguindo os que o praticavam, sob a acusao de serem bruxos, feiticeiros. Mas Deus j "derramou o seu esprito sobre toda a carne", a sensibilidade j se desenvolveu na espcie humana e a mediunidade se generalizou, sendo impossvel conter a manifestao dos espritos por toda parte. Surge, ento, o Espiritismo, que utiliza a mediunidade como instrumento valioso de espiritualizao da humanidade. Tambm no concorda que se faa mau uso dela, esclarece que sua finalidade superior e ensina tcnicas para a segurana e proveito espiritual na sua prtica, especialmente em "O Livro dos Mdiuns", de Allan Kardec. "Sem a fora disciplinadora da Doutrina dos Espritos, sem a orientao crist do Espiritismo, seriam os fenmenos, sem dvida, apenas um turbilho de energias avassalantes, desorientadas, sem rumo nem objetivo definido, sem finalidade educativa." (Martins Peralva - cap. 26 - Mediunidade e Evoluo)

    Estudos sobre Mediunidade - Apostila CEAK 1 fascculo Campinas/SP

    1.13. A mediunidade no exclusividade do Espiritismo

    Ante a palavra mediunidade, a nossa mente dirige-se, naturalmente, para a Doutrina que Allan Kardec, o insigne Codificador, estruturou no plano fsico. A associao compreensvel, porque, embora as manifestaes medinicas tenham-se verificado desde os primeiros tempos da evoluo planetria, foi o Espiritismo que, na segunda metade do sculo XIX, no s as classificou, metodicamente, mas igualmente estabeleceu diretrizes para a sua prtica.

    * * *

    Sem a fora disciplinadora da Doutrina dos Espritos, sem a orientao crist do Espiritismo, seriam os fenmenos, sem dvida, apenas um turbilho de energias avassalantes, desorientadas, sem rumo nem objetivo definido, sem finalidade educativa.

    Mediunidade e Evoluo Martins Peralva pg. 93

    Uma das partes mais fascinantes do Espiritismo , sem dvida, a mediunidade. um campo rico de problemas, onde o estudioso encontrar farto material para observaes e estudos. No nos alongaremos na tcnica da mediunidade, a qual poder ser facilmente estudada em livros especializados. Queremos aqui simplesmente chamar a ateno para os dois pontos seguintes:

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    Estudando a Doutrina Esprita Tema: Mediunidade I

    A mediunidade no depende do Espiritismo. Por que o Espiritismo usa a mediunidade.

    A mediunidade um meio de comunicao; ela serve para que duas esferas, ou se quiserem, dois mundos se comuniquem entre si: o mundo ou esfera material habitado por ns e o mundo ou esfera espiritual habitado pelos espritos. um erro supor que o Espiritismo inventou a mediunidade. A mediunidade sempre existiu, uma vez que sempre existiram as duas esferas. As pessoas que usam a mediunidade chamam-se mdiuns. Tambm os mdiuns no so exclusividade do Espiritismo; deles sempre houve e se manifestam no somente no seio do Espiritismo, como tambm no seio de todas as outras religies, no de todas as camadas sociais, entre ricos e entre pobres, entre crentes e descrentes, entre letrados e iletrados. A mediunidade uma qualidade inerente ao esprito e no h ningum privado dela. E assim, num sentido geral, todos ns encarnados somos mdiuns. Entretanto, o grau de mediunidade varia de pessoa para pessoa: em algumas acentuado, em outras menos, chegando a um mnimo imperceptvel em grande nmero. Acontece que poucos sabem usar conscientemente a mediunidade; a esses poucos que se d, especificamente, o nome de mdiuns. Mdiuns, por conseguinte, so as pessoas que se dedicam com sinceridade e carinho ao intercmbio entre os dois mundos, transmitindo-nos com mais facilidade as instrues e as explicaes provindas dos desencarnados. Quando as pessoas que se dedicam s Belas Artes em geral, os escritores, os sbios, os religiosos, os benfeitores da humanidade, concretizam na Terra suas obras e seus ideais, recebem a inspirao necessria atravs da mediunidade de que so portadores. As grandes realizaes humanas chegam Terra, provindas dos planos superiores, pela mediunidade dos que esto aptos a entend-las e a execut-las. Sendo o Espiritismo uma religio que veio especialmente para demonstrar-nos a imortalidade da alma e a vida que passaremos a viver depois do fenmeno da morte, encontrou nos mdiuns auxiliares preciosos para coadjuv-lo nessa tarefa. Como os escafandristas que mergulham nos mares e de l trazem notcias da vida submarina e mesmo tesouros que o fundo do mar guarda, assim o mdium penetra na esfera espiritual e de l traz informaes valiosas acerca de nossa vida futura e lies importantes para vivermos nobremente enquanto formos encarnados. Mdiuns e mediunidade no so privilgios do Espiritismo. O que acontece que o Espiritismo sabe tirar todo o proveito possvel da mediunidade, colocando-a a servio da libertao da alma humana e descerrando-lhe horizontes espirituais ilimitados. Resumindo: atravs da mediunidade estudamos o mundo espiritual; vemos o estado em que l vivem os desencarnados; conhecemos os resultados das aes que os desencarnados praticam na terra; e como homem prevenido vale por dois, aprendemos a pautar nossa vida segundo as leis divinas consubstanciadas no Evangelho de Jesus, para evitarmos as pssimas conseqncias do desrespeito a essas leis. Longe de ser combatida ou ironizada, a mediunidade precisa ser carinhosamente estudada, por constituir luminoso caminho de progresso para a humanidade.

    O Espiritismo Aplicado Eliseu Rigonatti pg. 54

    1.14. Mediunidade no catolicismo

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    Estudando a Doutrina Esprita Tema: Mediunidade I

    SANTA TERESA DVILA

    So incontveis os casos e exemplos de vidncia medinica na existncia dos Santos da Igreja Romana. A clarividncia na vida de Santa Teresa de Jesus, a grande mstica de vila, por ela mesma atestada no magnfico volume de sua autobiografia, precioso conjunto de depoimentos medinicos que confirmam a veracidade e a lgica da interpretao esprita dos fenmenos psquicos, to abundantes na vida dos grandes santos quanto na misso dos verdadeiros mdiuns. As aparies de Cristo na vida da grande mstica de vila so inmeras. No captulo VII de sua Vida, fala das graves irregularidades morais dos conventos espanhis: Usa-se to pouco o caminho da verdadeira religio que o frade ou a freira que comeam a seguir deveras os seus chamados, mais devem temer os companheiros de casa do que a todos os demnios... No sei de que nos espantamos vendo que h tantos males na Igreja; pois aqueles que deveriam ser os exemplos de quem todos tirassem virtudes, s fazem manchar os esforos dos Santos, passados nas lides da religio. E refere-se a determinadas visitas que compareciam aos conventos e que a Santa no cuidava serem moralmente perigosas: Estando eu com uma pessoa pouco tempo depois de conhec-la, quis o Senhor dar-me a entender que no me convinham aquelas amizades, avisar-me e dar-me luz em cegueira to grande. Apareceu-me Cristo com grande rigor, dando-me a entender quanto aquilo Lhe pesava. Vi-O com os olhos da alma, mais claramente do que O poderia ver com os olhos do corpo e ficou aquilo to bem impresso em mim que agora, passados vinte e seis anos, ainda me parece que O tenho presente...Fez-me muito mal o fato de no saber que era possvel ver sem os olhos do corpo; e o demnio, que me ajudou nesse engano, fez-me entender que era coisa impossvel; que eu o havia imaginado; que s poderia ser obra diablica e outras coisas dessa espcie. Contudo, sempre me ficava a idia de que fora obra de Deus e que no era iluso. No texto, explcita a declarao da clarividncia da Santa. Cristo lhe apareceu e a repreendeu. Interessante notar a observao seguinte. Diz Santa Teresa que viu Jesus com os olhos da alma, mais claramente do que o poderia ver com os olhos do corpo. Estava absolutamente certa a grande Doutora da Igreja. A Doutrina Esprita explica como se processa a sensibilizao das antenas psquicas para o fenmeno da clarividncia. Frei Estefnio Piat refere-se clarividncia de santa Teresa dvila: O prprio cu ratifica esse julgamento quando, depois da morte, Frei Pedro aparece Reformadora do Carmelo, rodeado pelo brilho fulgurante de sua beatitude e diz-lhe em tom penetrante: O bendita penitncia, que me valeu tamanho peso de glria! E noutra passagem: Durante um almoo, Teresa dvila viu o Mestre Divino aproximar-se e servir o frade menor (Frei Pedro de Alcntara) com as prprias mos e com um carinho infinito. Santa Teresa, conta ainda Piat, viu Francisco de Assis e Antnio de Pdua ladeando Pedro de Alcntara para lhe servir de ajudantes, num ofcio religioso. So Pedro de Alcntara foi um dos grandes, seno o maior dos amigos de Santa Teresa dvila. Ernest Hello chega a dizer que Pedro de Alcntara dividiu em duas partes a vida de Teresa dvila. Antes dele foi de trevas, com ele veio a luz.

    Mediunidade dos Santos Clovis Tavares pg. 29

    SANTA BRGIDA

    semelhana das antigas profetisas do Velho e do Novo Testamento, na mesma tradio que remonta a Miri, irm de Moiss, com seu louvores a Deus e suas dificuldades medinicas; a Hulda, que profetizou a destruio de Jerusalm; a Dbora, com suas intervenes na poltica de seu povo e de seu tempo e a Ana, filha de Fanuel, que reconheceu em Jesus menino, quando apresentado do Templo, o Cristo prometido e assim o proclamou... Na mesma trajetria espiritual de Francisco de Assis e de Catarina de Siena, Brgida dirige sua palavra inspirada ao povo da Sucia. Fala aos reis e aos prncipes de sua ptria, aos seus chefes religiosos locais e, finalmente, ao prprio Papa de Roma. Foi, por isso, chamada de correio a servio de um Grande Senhor.

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    Estudando a Doutrina Esprita Tema: Mediunidade I

    Transmite ao povo palavras profticas, que ouve das elevadas esferas espirituais. Chega a anunciar catstrofes para a sua ptria e suas predies vieram a cumprir-se. No processo de canonizao, Petrus Olai, seu confessor e que muitas vezes funcionou como seu secretrio, relata que quando Fru Brigitta se estabeleceu em Alvastra (Sucia), no ano de 1346, aconteceu que Deus lhe concedeu em grande abundncia vises e divinas revelaes; no enquanto ela dormia, mas em viglia, quando orava. O corpo permanecia como sempre, mas ela era arrebatada em xtase, fora dos sentidos. Era Petrus Olai que escrevia os ditados transcendentais, ou noutras palavras, as mensagens medinicas e as traduzia para o latim (...cominci Petrus Olai a scrivere e a tradurre tutte le visioni e rivelazioni...). Inmeros so os casos, narrados por Joergensen, de aparies de santos a Brgida de Vadstena. Limitar-nos-emos a alguns. A nossa vidente orava, um dia, na Igreja de S. Maria Maio, em Roma, quando se sentiu arrebatada, em xtase, e contemplou o Esprito da Santa Me de Jesus, que a esclareceu sobre dvidas ntimas e muito a confortou. Quando Brgida, humilde que era, duvidou, certa vez, de sua prpria misso, idntico auxlio do Alto lhe veio pela palavra de Joo Batista, o Precursor, palavra que foi continuada, no mesmo momento, pelo auxlio de Maria, que novamente lhe levantou o nimo, para o cumprimento de sua nobre tarefa espiritual. O Esprito de Joo Evangelista j lhe aparecera, certa vez, na Sucia, elucidando-a a respeito de idias correntes sobre a iminente vinda do Anticristo. Dissera-lhe o Apstolo, na viso: No sabemos nem o tempo nem a hora. Brgida disso se recordou das palavras do Esprito de Joo quando mais tarde, em Roma, um monge, um saccus verborum, lhe queria impingir idias tambm sobre impendente apario do Anticristo no mundo. Tambm, numa Igreja que lhe era dedicada em Roma, apareceu a Brgida o Esprito de So Loureno, o valoroso mrtir do sculo III. Outra apario, em Roma, foi a do Esprito de So Francisco de Assis. Numa Igreja a ele dedicada, no Trastevere, no dia 4 de outubro de 1351, Brgida v e ouve o Esprito do Poverello, que lhe fala com especial carinho. Meses depois, a Santa, em companhia de sua filha Karin (Catarina) e outros peregrinos se dirige a Assis. Joergensen descreve as impresses da vidente sueca ao chegar ao humilde santurio de Francisco. Traduzimos apenas o seguinte trecho: Sobre o altar no havia nenhum quadro, mas estava So Francisco em pessoa. Dos estigmas de suas mos, de seus ps e do lado, EMANAVAM RAIOS DOURADOS; e esses raios traspassaram o corao de Brgida: Bem-vinda sejas aqui, aonde te convidei. Mas existe uma morada que ainda mais minha a obedincia...

    Idem pg. 37

    Analisaremos em seguida a mediunidade psicogrfica na vida de Santa Brgida de Vadstena. Entre suas diversas faculdades medinicas, esta foi sem dvida uma das mais notveis. Psicgrafa, no ambiente catlico de seu tempo, sua potencialidade medinica muito se assemelha de um mdium esprita da atualidade. No seu processo de canonizao, ela chamada de correio a servio de um Grande Senhor. E o foi realmente, pois recebeu do Mundo Espiritual, vrias vezes, ordem explcita de escrever cartas a vrias autoridades civis e religiosas, em sua ptria e fora dela. O fenmeno legitimamente psicogrfico. Assim, com severas expresses, escreve ao Papa Clemente VI, da parte do prprio Cristo, segundo ela admitia. Ns, espiritistas, preferimos aceitar, sem querer negar a possibilidade excepcional da comunicao direta com o Esprito de Jesus, que muitas vezes, tenha sido um intermedirio de alta hierarquia o comunicante, em nome do Mestre Divino. De qualquer modo, o fenmeno da psicografia se repetiu, em inmeras ocasies, na vida de Santa Brgida. E na mesma ocasio, foram escritas mensagens dirigidas aos reis da Frana e da Inglaterra, visando por um fim Guerra dos Cem Anos. Na verdade, nem o Papa, nem os monarcas atenderam aos apelos do Alto por intermdio da humilde servidora de Deus. Interessante foi o processo de transmisso do livro medinico que Santa Brgida recebeu, o chamado livro das Revelaes. Conta seu bigrafo que em lngua sueca, Brgida escreveu tudo aquilo que em cerca de uma hora lhe fora revelado e que havia permanecido em sua memria, como se cada palavra tivesse sido insculpida no mrmore. O texto sueco de catorze mil palavras e o latino (a traduo foi feita por Petrus Olai) de cerca de dezesseis mil.

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    Estudando a Doutrina Esprita Tema: Mediunidade I

    Outro livro que Santa Brgida psicografou, foi o denominado Sermo Angelicus. Estava ela em Roma, por volta de 1350, hospedada num palcio que lhe fora oferecido temporariamente pelo Cardeal Hugo de Beaufort, irmo do Papa Clemente VI, e que na poca residia em Avinho. Foi na capela desse palcio que como claramente se expressa Joergensen - , Brgida, sob o ditado de um Anjo, escreveu o Sermo Angelicus. Pginas adiante o mesmo bigrafo repete a afirmativa: Brgida escreveu o Sermo Angelicus sob o ditado de um Anjo.

    Idem pg. 39

    SANTA MARGARIDA MARIA ALACOQUE

    Ampla faculdade de clarividncia possuiu Santa Margarida Maria Alacoque, a vidente de Paray-le-Monial. O Padre J. Croiset, em seu Compndio diz que Margarida Maria desde a infncia via os Espritos de Jesus e de Maria Santssima, havendo sido por gratido Santa Me do Senhor, que a curara de uma paralisia, que acrescentou o nome de Maria ao seu nome de batismo, Margarida Alacoque. Suas vises ela mesma descreve amplamente em sua autobiografia. "Minha Me Santssima me disse amorosamente, para me consolar: 'No temas coisa alguma; hs de ser minha verdadeira filha, e eu hei de ser sempre tua boa Me.

    DOM BOSCO

    Um dos mais notveis fenmenos medinicos da vida de Dom Joo Bosco o seu colquio com o Esprito daquele que foi seu condiscpulo e ntimo amigo, uma nobilssima alma, Lus Comollo. O fato foi testemunhado pela me do Santo, D. Margarida Bosco. O que no se pode saber ao certo - pelo silncio que em torno do singular fenmeno fez Dom Bosco - que se o acontecimento se limitou a simples clarividncia, to comum na vida do missionrio italiano, ou se o Esprito de Lus Comollo se materializou e pde, assim, conversar mais intimamente com seu amigo terreno. Esta ltima hiptese bem plausvel. De qualquer modo, entretanto, o fenmeno extraordinrio e quem o descreve o ilustre Padre A. Auffray, no seu clebre Saint Jean Bosco, obra premiada pela Academia Francesa. Seu melhor bigrafo cita este caso, aps relatar o fato extraordinrio da manifestao do Esprito de Comollo.

    Idem pg. 67

    Na biografia da Santa Gemma Galgani se diz: "Gemma levava intensa vida interior. Jesus lhe aparecia, mas nunca aos olhos do corpo". Tambm testemunha de igual modo Santa Margarida Maria Alacoque, a vidente de Paray-le-Monial, em sua autobiografia: "Via-o e sentia-o junto de mim e ouvia-o muito melhor do que se fosse com os sentidos corporais, pelos quais me poderia distrair para me voltar para outra coisa".

    Idem pg. 27

    Existe ainda um pequeno livro chamado O Manuscrito do Purgatrio - impressionante e proveitosa revelao de uma Alma no Purgatrio - formado por mensagens medinicas, de autoria de uma freira que desencarnara num convento da Frana, psicografado por outra freira no perodo de 1874 a 1890. O opsculo tem o imprimatur da Igreja, foi traduzido para o portugus pelo Monsenhor Ascnio Brando e publicado pelas Edies Paulinas. Nestas mensagens h relatos de zonas de sofrimento muito semelhantes s descritas por Andr Luiz em seus diversos livros, psicografados por Francisco Cndido Xavier. H tambm afirmativas que sugerem a reencarnao, como a seguinte: "A terra apenas uma passagem onde s se recebe um corpo que por sua vez h de voltar terra".

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    Estudando a Doutrina Esprita Tema: Mediunidade I

    Logo de incio diz o manuscrito que apario " uma manifestao do outro mundo, de algum que nos vem dizer o que l se passa". E o que ocorreu no caso citado com a freira, que era por todos do convento considerada santa, e tambm dotada de reto juzo, equilbrio e de muito bom senso.

    Idem pg. 104

    imenso o rol dos Santos da Igreja, detentores da mediunidade curativa. Aqui est uma lista do Padre Rohrbacher: S. Abro, o Ermito, curava os doentes. O Bem-aventurado Andr de Gallerani realizou curas maravilhosas. So Cutiberto, Bispo de lindisfarne, na Inglaterra, tambm realizou extraordinrias curas. Igualmente, So Yurbio, espanhol, Arcebispo de Lima. O Bem-aventurado Tomasso, no sculo XIV, realizou curas admirveis na mbria. So Ludigero, Bispo de Mnster e contemporneo de Carlos Magno, curou o cantor cego Bernlef, o Jovem, So Ruperto, primeiro Bispo de Salisburgo; So Joo do Egito; So Gontro, rei da Borgonha e neto de Santa Clotilde; Santo Eustcio curaram cegos, portadores de vrias enfermidades, possessos... Afirma Frei Francisco de Jesus Maria Sarmento, que Santa Genoveva restituiu a vista sua Me, que repentinamente a havia perdido.

    * * *

    Entre as faculdades psquicas de Santo Afonso de Ligrio, era notvel sua mediunidade curativa. Foram inmeras - relata seu bigrafo, Pe. Montes - as curas efetuadas pelo missionrio napolitano. Certa vez, no Seminrio de Nola, curou um cego: "Havia entre os visitantes um certo Miguel Brancia, que perdera a vista h longos anos, sem que os mdicos e remdios lhe valessem. Brancia pediu a Afonso lhe fizesse o sinal da cruz na fronte. F-lo o bispo e imediatamente o cego deu um grito, aturdido pela luz. Recobrara a vista". Profundamente edificante, muito alm da notvel mediunidade curativa de Santo Afonso, sabermos que o missionrio italiano nunca se envaideceu de seus reais poderes psquicos. No apenas os colocou a servio do bem, em favor dos sofredores do mundo, mas no permitiu jamais que sombras de orgulho espiritual penetrassem seu esprito. Uma vez mais reconhecemos que no a mediunidade em si que engrandece o missionrio da Luz no mundo, mas sim a nobreza espiritual do servidor de Deus a revelar-se em sua vida inteira, inclusive na atividade medinica.

    Idem pg. 183

    1.16. Mediunidade e enfermidades

    MEDIUNIDADE E DOENA

    Mediunidade no doena nem leva perturbao, pois uma faculdade natural. Se a pessoa se perturba ante as manifestaes medinicas, por sua falta de equilbrio emocional, por sua ignorncia do que seja a mediunidade ou porque est sob a ao de espritos maus. Porque h quem no saiba se equilibrar no uso da mediunidade e por isso apresenta distrbios, foi levantada a hiptese de ser a mediunidade um estado patolgico, ou seja, de doena do mdium. Para esclarecimento do assunto, Allan Kardec indagou e os espritos responderam: "Ser a faculdade medinica indcio de um estado patolgico qualquer, ou de um estado simplesmente anmalo?" (fora do normal) "Anmalo, s vezes, porm, no patolgico; h mdiuns de sade robusta; os doentes o so por outras causas." (de "O Livro dos Mdiuns" - 2 parte, Cap. XVIII).

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    Atualmente, as pesquisas no campo da Parapsicologia j evidenciaram o que o Espiritismo, h mais de cem anos, preconizava. "Os fenmenos paranormais no so patolgicos", afirma Robert Amadou (Parapsicologia, IV parte, Cap. IV, n 5) "At hoje, nada indicou qualquer elo especial entre funes psicopatolgicas e parapsicolgicas", diz J. B. Rhine (Fenmenos e Psiquiatria, Pg. 40, Linhas 18 e 20).

    MEDINIDADE E LOUCURA

    "Poderia a mediunidade produzir a loucura?" "No mais do que qualquer outra coisa, desde que no haja predisposio para isso, em virtude de fraqueza cerebral. A mediunidade no produzir a loucura, quando esta j no exista em grmen; porm, existindo este, o bom senso est a dizer que se deve usar de cautela, sob todos os pontos de vista, porquanto qualquer abalo pode ser prejudicial'. (O Livro dos Mdiuns, 2 parte, Cap. XVIII) Se o princpio predisponente da loucura existir, fcil reconhec-lo pelas condies psquicas e mentais da pessoa. Em muitos casos, porm, rotulado como doena mental, segundo os cnones cientficos, o que h simples perturbao espiritual que, tratada convenientemente, cede por completo. Em outros casos, a mediunidade no teve os cuidados necessrios e gerou obsesses e possesses de curto, mdio e longo curso, que somente uma assistncia espiritual adequada e paciente poder resolver.

    Estudos sobre Mediunidade Apostila CEAK 1 fascculo Campinas/SP

    - Certas pessoas consideram as idias espritas como capazes de perturbar as faculdades mentais, pelo que acham prudente deter-lhes a propagao. - Deveis conhecer o provrbio: "Quem quer matar o co - diz que o co est danado". No , portanto, estranhvel que os inimigos do Espiritismo procurem agarrar-se a todos os pretextos; como este lhes pareceu prprio para despertar temores e suscetibilidades, empregam-no logo, conquanto no resista ao mais ligeiro exame. Ouvi, pois, a respeito dessa loucura, o raciocnio de um louco. Todas as grandes preocupaes do esprito podem ocasionar a loucura; as cincias, as artes, a religio mesmo, fornecem o seu contingente. A loucura provm de um certo estado patolgico do crebro, instrumento do pensamento; estando o instrumento desorganizado, o pensamento fica alterado. A loucura , pois, um efeito consecutivo, cuja causa primria uma predisposio orgnica, que torna o crebro mais ou menos acessvel a certas impresses; e isto to real que encontrareis pessoas que pensam excessivamente e no ficam loucas, ao passo que outras enlouquecem sob o influxo da menor excitao. Existindo uma predisposio para a loucura, toma esta o carter de preocupao principal, que ento se torna idia fixa; esta poder ser a dos Espritos, num indivduo que deles se tenha ocupado, como poder ser a de Deus, dos anjos, do diabo, da fortuna, do poder, de uma cincia, da maternidade, de um sistema poltico ou social. provvel que o louco religioso se tivesse tornado um louco esprita, se o Espiritismo fosse a sua preocupao dominante.

    O Que o Espiritismo Allan Kardec pg. 111

    No a faculdade medinica que provoca a obsesso. - Os Espritos sempre existiram, influenciando salutar ou perniciosamente a humanidade; no foram os mdiuns ou os espritas que os criaram. - A faculdade medinica apenas mais um meio de se manifestarem; na falta dela, o fazem por mil outras maneiras, mais ou menos ocultas.

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    - Atravs da prtica medinica, os Espritos que estavam agindo invisvel, ocultamente, so revelados. Graas ao Espiritismo e prtica medinica que ele apresenta, os encarnados ficam esclarecidos sobre a existncia dos Espritos e seu modo de agir, podendo se acautelarem e reagirem sua influncia. De fato, a obsesso surge mesmo em pessoas que nunca conheceram nem praticaram o Espiritismo (j nos tempos bblicos se apontavam obsediados). Hoje em dia, observa-se que as foras trevosas e sombrias, aproveitando a invigilncia e a ignorncia dos encarnados, desfecham verdadeiros assaltos sobre muita gente. Mais do que nunca, os grupos espritas so solicitados para tentar intervir nos casos de obsesso, no sentido de recuperar o equilbrio e a sade das pessoas.

    Mas a obsesso um dos maiores escolhos da mediunidade e tambm um dos mais freqentes. "Por isso no sero demais todos os esforos que se empreguem em combat-la porquanto alm dos inconvenientes que acarreta, obstculo absoluto bondade e veracidade das comunicaes. A obsesso, de qualquer grau, sendo sempre efeito de algum constrangimento, e este no podendo jamais ser exercido por um bom Esprito, segue-se que toda comunicao dada por um mdium obsediado de origem suspeita e nenhuma confiana merece. Se nelas alguma coisa de bom se encontrar, guarde-se isto e rejeite-se tudo o que for simplesmente duvidoso". (Item 242/244 Cap. XXIII O Livro dos Espritos)

    Estudos sobre Mediunidade Apostila CEAK 4 fascculo Campinas/SP

    2. Sonhos e premonies

    2.1. O sono

    um fenmeno fisiolgico pelo qual o corpo entra em repouso. Nele se d uma suspenso da vida ativa e de relao que possibilita se afrouxem os laos fludicos que prendem o esprito matria. Estando lassos os cordes fludicos, o esprito pode afastar-se do corpo adormecido e:

    Recuperar suas faculdades espirituais (cuja ao a influncia da matria impedia ou limitava). Reconhecer-se como ser imortal e ver com clareza a finalidade de sua existncia atual. Lembrar-se do passado (inclusive vidas anteriores) e prever acontecimentos.

    Obs: A amplitude ou no dessas possibilidades relativa ao grau de evoluo do esprito. O sono parece um pouco com a morte (desencarnao). S que, nesta, o desligamento dos laos fludicos total, enquanto que, no sono, a emancipao parcial. No sono, os cordes fludicos, mesmo lassos, continuam a possibilitar perfeita comunicao com o corpo; se for necessrio o pronto retorno, o esprito tomar imediato conhecimento e regressar incontinente.

    Estudos sobre Mediunidade Apostila CEAK pg. 92 Campinas/SP

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    2.2. Perisprito: Unio do esprito com o corpo

    face do Espiritismo, o ser humano constitudo por trs elementos essenciais e diferenciados, com natureza, organizao, estrutura, funes e finalidades distintas, interpenetrando-se mutuamente sem perderem a sua autonomia, formados de matrias sucessivamente mais rarefeitas e sutilizadas, constituindo um sistema solidrio e harmnico: 1 - Corpo fsico 2 - O perisprito 3 - O esprito

    O Homem e seus Corpos Anne Besant

    O perisprito o trao de unio entre a vida corprea e a vida espiritual. por seu intermdio que o Esprito encarnado se acha em relao contnua com os desencarnados; , em suma, por seu intermdio, que se operam no homem fenmenos especiais, cuja causa fundamental no se encontra na matria tangvel e que, por essa razo, parecem sobrenaturais.

    A Gnese Allan Kardec pg. 288

    2.3. Vivncia do Esprito durante o sono

    401. Durante o sono, a alma repousa como o corpo? No, o esprito jamais est inativo. Durante o sono, afrouxam-se os laos que o prendem ao corpo e, no precisando este ento da sua presena, ele se lana pelo espao e entra em relao mais direta com os outros Espritos.

    O Livro dos Espritos Allan Kardec Parte 2 cap. VIII

    O esprito nunca est inativo. O sono, que repousa o corpo, para o esprito, oportunidade de entrar em relao com o mundo espiritual, a fim de haurir orientao, conforto e foras para prosseguir com acerto em sua jornada terrena. Emancipando-se parcialmente do corpo, cada esprito vai agir segundo seu estado evolutivo. Assim, varia a vivncia do esprito durante o sono.

    Inferiores - Presos que esto por interesses egostas, materialistas, pouco se afastam do corpo ou

    do ambiente terreno; do expanso aos seus instintos e tendncias inferiores, junto aos espritos com os quais se afinam. Benvolos ou evoludos - Vo a ambientes espirituais elevados, onde se instruem e trabalham, junto a entidades superiores e reencontram amigos e parentes desencarnados.

    2.4. Importncia do sono

    O fato de passarmos um tero de nossa existncia dormindo (8 das 24 horas do dia) indica a importncia:

    Do sono fsico, ensejando repouso orgnico, liberao de toxinas etc.

    Do sonho, para o equilbrio:

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    Psquico (pessoas impedidas de sonhar sofrem perturbaes graves). Espiritual (a vivncia espiritual que desfrutamos enquanto o corpo dorme como hora de visitas ou

    de tomar sol no ptio para o detento numa priso). Faamos, pois, um preparo para o nosso repouso dirio:

    Orgnico (refeies leves, higiene, silncio etc.). Mental (leituras, conversas, filmes, atividades comedidas, no afligentes ou desgastantes). Espiritual (leitura edificante, meditao, serenidade, perdo, prece).

    Assim, nosso corpo e mente repousaro, enquanto em esprito teremos melhor oportunidade de alcanarmos a convivncia com os espritos bons e amigos.

    Estudos sobre Mediunidade Apostila CEAK pg. 94 Campinas/SP

    2.5. Emancipao da alma

    Em certos estados, o esprito encarnado se emancipa parcialmente do corpo, passando a gozar de relativa liberdade, com diferentes percepes e manifestaes. Durante a emancipao parcial e conforme o grau dela, o corpo fica com suas funes diminudas ou alteradas.

    2.5.1. Desdobramento

    o nome que se d ao fenmeno de exteriorizao do perisprito. No desdobramento:

    O Esprito, com o seu perisprito, se afasta do corpo. O perisprito continua ligado ao corpo por cordes fludicos; isto permite ao esprito tomar

    conhecimento de tudo que se passa com o corpo e retornar instantaneamente, se necessrio (inclusive em caso de ameaa fsica ou ferimento mortal).

    O corpo fica com as funes orgnicas reduzidas, mais ou menos inerte, conforme o grau de desdobramento.

    O perisprito que manifesta a vida do esprito (ativa e inteligente), agindo com maior liberdade, tal como o perisprito dos desencarnados, podendo afastar-se a grandes distncias do corpo.

    O desdobramento pode ser: Consciente se a pessoa guarda conhecimento do processo ocorrido. Inconsciente se, ao retornar do desdobramento, a pessoa nada recorda.

    OBS: h casos em que, durante o desdobramento, a pessoa relata o que est ocorrendo mas, ao despertar, de nada mais se lembra.

    Voluntrio se a prpria pessoa o promove. H perigos, porm, para as pessoas inexperientes ou mal assistidas em promover o desdobramento, que s deve ser feito: Por quem esteja habilitado. Com objetivos elevados.

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    Com a concordncia e auxlio do mentor espiritual. Provocado por outros agentes, encarnados ou desencarnados atravs de processos hipnticos e

    magnticos. Os bons espritos podem provocar o desdobramento ou auxili-lo sempre com finalidades superiores. assim o caso de "Desdobramento em Servio", relatado por Andr Luiz no Cap. II do livro "Domnios da Mediunidade", psicografado por Francisco Cndido Xavier. Mas os espritos obsessores tambm podem provoc-lo para produzir malefcios (obsesso ou possesso); os espritos protetores nem sempre podero impedir, se a vtima oferecer dependncia, afinidade com o obsessor.

    2.5.2. Letargia

    resultante da emancipao parcial do esprito. Nela, o corpo perde temporariamente a sensibilidade e o movimento, h flacidez geral (tronco e membros) e diminuio do metabolismo e dos ritmos fisiolgicos-orgnicos, ficando com todas as aparncias da morte. Por isso chamada tambm de morte aparente. Mas as funes do corpo continuam a se executar, sua vitalidade no est aniquilada porm em estado latente (como na crislida). O sair deste estado faz o povo pensar em ressurreio. (Ex.: Lzaro).

    2.5.3. Catalepsia

    Tambm resulta da emancipao parcial do esprito. Nela, tambm h perda temporria da sensibilidade e do movimento. Mas difere da letargia, porque h rigidez muscular, no atinge o corpo todo (no geral), a inteligncia pode se manifestar, no se confundindo nunca com a morte.

    2.5.4. Sonambulismo

    outro dos estados de emancipao da alma. No estado sonamblico, o esprito est de posse de suas percepes e faculdades, que o corpo geralmente embota. E poder usar seu prprio corpo para certas aes, como movimentaria uma mesa ou outro objeto no fenmeno de efeitos fsicos, ou movimentaria a mo do mdium na psicografia mecnica.

    2.5.5. xtase

    um sonambulismo mais apurado, o grau mximo da emancipao da alma. Permite vivncia maior no campo espiritual. O corpo fica somente com vida vegetativa, a um passo do desprendimento total.

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    Quando em xtase, a pessoa pode ficar num estado de encantamento e exaltao prejudicial; preciso, ento, adverti-la e convid-la ao retorno ao corpo.

    OBSERVAES FINAIS

    Em estado de emancipao, qualquer que seja o seu grau, o esprito pode ter percepes, colher informaes, observar fenmenos etc. Entretanto, pela imperfeio da criatura humana, poder enganar-se quanto ao que v, no saber interpretar etc. Por isso, nem tudo o que a pessoa disser nesses estados deve ser considerado como inteiramente digno de crdito. H necessidade de analisar, como, por exemplo, certas profecias. H tambm a possibilidade de suceder que, nesse estado de emancipao, ela mergulhe no conhecimento de si mesma, nas suas idias, experincias anteriores, etc. e enseje o fenmeno anmico (produo da prpria alma), do qual falamos em aula anterior. Conforme o grau de emancipao, o esprito encarnado pode at influenciar outros mdiuns e dar comunicao.

    LIVROS CONSULTADOS

    Allan Kardec: - O Livro dos Espritos - 2 parte - Cap. VIII; - Obras Pstumas - 1 parte - 4 - Manifestaes dos Espritos; - A Gnese - Cap. XIV (especialmente item 29); - A Alma Imortal - 1 parte - Cap. IV.

    "Durante o sono, apenas o corpo repousa; o Esprito, esse no dorme; aproveita-se do repouso do primeiro e dos momentos em que a sua presena no necessria para atuar isoladamente e ir aonde quiser, no gozo ento da sua liberdade e da plenitude das suas faculdades. Durante a encarnao, o Esprito jamais se acha completamente separado do corpo; qualquer que seja a distncia a que se transporte, conserva-se preso sempre quele por um lao fludico que serve para faz-lo voltar priso corprea, desde que a sua presena ali se torne necessria. Esse lao s a morte o rompe."

    Obras Pstumas Allan Kardec pg. 51, item 24

    O sono liberta a alma parcialmente do corpo. Quando dorme, o homem se acha por algum tempo no estado em que fica permanentemente depois que morre. Graas ao sono, os Espritos encarnados esto sempre em relao com o mundo dos Espritos. Por isso que os Espritos superiores assentem, sem grande repugnncia, em encarnar entre vs. Quis Deus que, tendo de estar em contato com o vcio, pudessem eles ir retemperar-se na fonte do bem, a fim de igualmente no falirem, quando se propem a instruir os outros. O sono a porta que Deus lhes abriu, para que possam ir ter com seus amigos do cu; o recreio depois do trabalho, enquanto esperam a grande libertao, a libertao final, que os restituir ao meio que lhes prprio.

    O Livro dos Espritos Allan Kardec Q. 402

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    Duas so as finalidades do sono: proporcionar ao corpo oportunidade de recuperar energias e libertar parcialmente nosso esprito, facultando-lhe novas experincias. Enquanto dormimos, nosso esprito pode afastar-se de nosso corpo, ficando preso a ele apenas por um lao fludico.

    O Espiritismo Aplicado Eliseu Rigonatti pg. 11

    2.6. Encontros com Encarnados e Desencarnados

    414. Podem duas pessoas que se conhecem visitar-se durante o sono? Certo e muitos que julgam no se conhecerem costumam reunir-se e falar-se. Podes ter, sem que o suspeites, amigos em outro pas. to habitual o fato de irdes encontrar-vos durante o sono, com amigos e parentes, com os que conheceis e que vos podem ser teis, que quase todas as noites fazeis essas visitas.

    O Livro dos Espritos Allan Kardec Parte 2 cap. VIII

    A seu turno, muito comum indivduo que se conhecem e ainda vivem no plano fsico, visitarem-se durante o sono; e h casos em que um deles encontrando-se acordado, tm a viso do outro na sua forma perispiritual, cpia autntica do corpo fsico, dirigindo-lhe palavra com toda a naturalidade.

    Revista Esprita n 1 Goinia pg. 6

    No somente com os desencarnados podemos nos relacionar espiritualmente, enquanto o corpo dorme. Tambm podemos visitar criaturas encarnadas e com elas convivermos, de maneira superior ou inferior, conforme sejam o grau de evoluo, propsitos e anseios, nossos e deles.

    Revista Esprita n 1 Goinia pg. 6

    No livro "Os Mensageiros" - Cap. XXXVII - Andr Luiz, referindo-se aos encontros que se do durante o sono, acrescenta: "Estas ocorrncias, nos crculos da crosta, do-se aos milhares, todas as noites. Com a maioria de irmos encarnados, o sonho apenas reflete perturbaes fisiolgicas ou sentimentais a que se entregam; entretanto, existe grande nmero de pessoas que com mais ou menos preciso, esto aptas a desenvolver este intercmbio espiritual." Vivemos atualmente na carne, com perda de mais de um tero de nossa vida consciente, que escapa assim ao nosso controle, nas brumas do esquecimento do sono. O problema est, pois, em obtermos aos poucos esse domnio, vivendo conscientemente, tanto de dia como de noite, na viglia como no sono para que a luz da verdade triunfe das sombras da morte, e para que a vida realmente seja eterna. Estas faculdades de lucidez, to belas e to teis, abrem ao mdium educado e consciente, um mundo extraordinrio de conhecimentos e revelaes espirituais. Transformam o homem em um ser diferente, visto que possui o poder de, mesmo quando encarnado, viver nos dois mundos. Rasgam-se para ele ilimitados horizontes que abarcam muito do universo e lhe permitiro compreender muitas das grandezas da criao divina. Mas preciso educao e desenvolvimento metdico e progressivo, o que s se torna possvel quando o Esprito est em condies de mrito prprio, quando digno e pode merecer a colaborao preciosa e indispensvel de assistentes espirituais competentes. No havendo mediunidade-tarefa, nenhum processo material ou artificial dar resultado se, do ponto de vista moral, ou segundo as necessidades de sua prpria evoluo, o indivduo no for digno.

    Mediunidade Edgard Armond pg. 71

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    2.7. Posio do Esprito encarnado durante o sono

    Uma vez que o sono nos liberta parcialmente da matria, abrindo-nos as portas do mundo espiritual, importante que aproveitemos bem estas horas de liberdade. Vejamos em quais posies pode colocar-se o esprito, nas horas em que seu corpo dorme. H espritos que, parcialmente libertos do corpo pelo sono, conservam toda a lucidez; compreendem que esto no mundo espiritual e dedicam estas horas e estudos para trabalhos espirituais; assim ganham tempo, porque quando desencarnarem encontraro prontos esses trabalhos. Outros espritos continuam durante o sono a tratarem de seus negcios e a preocuparem-se com seus problemas materiais, exatamente como quando acordados. Esses espritos em nada se beneficiam dos momentos de liberdade espiritual que o sono lhes concede. Alguns espritos ficam perturbados, sonolentos e no se afastam do p do leito onde repousam seus corpos. Enfim, h espritos que do azo a seus instintos baixos e procuram os lugares do vcio e mesmo do crime. O sono favorece o encontro dos espritos encarnados com os desencarnados. Assim o encarnado pode encontrar-se com seus entes queridos j desencarnados, de cujo encontro lhe advm grande consolo. Os doentes que sofrem sem esperanas de cura para seus corpos e muitas vezes segregados do convvio de seus familiares, nas horas de sono haurem foras para suportar seus padecimentos com pacincia e resignao. Os encarcerados, enquanto seus corpos dormem, podem perfeitamente procurar a companhia de espritos mais elevados, os quais lhes ensinaro os meios de se regenerarem e corrigirem seus erros; desse modo ganharo tempo, pois que, verificaro mais tarde terem executado grande parte do trabalho regenerativo. A ns, espritos encarnados desejosos do progresso espiritual, o sono concede excelentes oportunidades. Instrutores espirituais mantm escolas onde congregam, todas as noites, um nmero considervel de espritos encarnados semilibertos pelo sono, e lhes ministram lies, ensinamentos e conselhos.

    2.8. Preparar-se para bem dormir

    til que ns nos preparemos para bem dormir. Um bom sono concede maior liberdade ao nosso esprito, permitindo-nos aproveitar melhor nossa estada no mundo espiritual. Para termos um bom sono, isto , um sono que ajude o nosso esprito desprender-se com facilidade do corpo, preciso que prestemos ateno no seguinte: o mal e os vcios seguram o esprito preso Terra. E quem se entregar ao mal e aos vcios durante o dia, embora seu corpo durma noite, seu esprito no ter foras para subir e ficar perambulando por aqui, correndo o risco de ser arrastado por outros espritos viciosos e perversos. A excessiva preocupao com os negcios materiais tambm dificulta o esprito a desprender-se da Terra e mesmo enquanto o corpo dorme, continua o esprito a pensar exclusivamente em seus problemas materiais, alheio ao proveito espiritual que poderia conseguir naquelas horas de liberdade. O bem e a virtude nos levaro, atravs do sono, s colnias espirituais onde fruiremos a companhia de mentores elevados; receberemos bom nimo para a luta diria; ouviremos lies enobrecedoras e poderemos dedicar-nos a timos trabalhos. Compreendemos agora que de grande valia a maneira pela qual passaremos o dia; cultivemos bons pensamentos, falemos boas palavras e pratiquemos bons atos; cumpramos rigorosamente nossos

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    deveres; no alimentemos ambies excessivas, nem desejos de realizao difcil; evitemos a ira, o rancor, o dio, a maledicncia; conservemo-nos tranqilos, cheios de confiana na Providncia Divina. E assim preparados, contentes, iremos noite ao mundo espiritual. E de manh, ao retomarmos nosso veculo fsico, elevemos ao Senhor nossa prece agradecida pela noite que nos concedeu de repouso ao nosso corpo e de liberdade ao nosso esprito.

    O Espiritismo Aplicado Eliseu Rigonatti pg. 12

    2.9. Os sonhos

    Pobres homens, que mal conheceis os mais vulgares fenmenos da vida! Julgais-vos muito sbios e as coisas mais comezinhas vos confundem. Nada sabeis responder a estas perguntas que todas as crianas formulam: que fazemos quando dormimos? Que so os sonhos? O sonho a lembrana do que o Esprito viu durante o sono. Notai, porm, que nem sempre sonhais. Que quer isso dizer? Que nem sempre vos lembrais do que vistes, ou de tudo o que haveis visto, enquanto dormeis. que no tendes ento a alma no pleno desenvolvimento de suas faculdades. Muitas vezes, apenas vos fica a lembrana da perturbao que o vosso Esprito experimenta sua partida ou no seu regresso, acrescida da que resulta do que fizestes ou do que vos preocupa quando despertos. A no ser assim, como explicareis os sonhos absurdos, que tanto os sbios, quanto as mais humildes e simples criaturas tm? Acontece tambm que os maus Espritos se aproveitam dos sonhos para atormentar as almas fracas e pusilnimes. Os sonhos so efeito da emancipao da alma, que mais independente se torna pela suspenso da vida ativa e de relao. Da uma espcie de clarividncia indefinida que se alonga at aos mais afastados lugares e at mesmo a outros mundos. Da tambm a lembrana que traz memria acontecimentos da precedente existncia ou das existncias anteriores. As singulares imagens do que se passa ou se passou em mundos desconhecidos, entremeados de coisas do mundo atual, que formam esses conjuntos estranhos e confusos, que nenhum sentido ou ligao parecem ter. A incoerncia dos sonhos ainda se explica pelas lacunas que apresenta a recordao incompleta que conservamos do que nos apareceu quando sonhvamos. como se a uma narrao se truncassem frases ou trechos ao acaso. Reunidos depois, os fragmentos restantes nenhuma significao racional teriam.

    O Livro dos Espritos Allan Kardec Q. 402

    H sonhos que so apenas um processo fisio-psquico e outros que so sonhos espritas. No primeiro caso, o sonho:

    Retrata condies orgnicas (perturbaes circulatrias, digestivas, rudos ambientes, calor, frio, etc.). s vezes, ajudam a detectar enfermidades de que conscientemente no nos apercebemos.

    Ou revela criaes mentais nossas (subconsciente), com base no que houver afetado a nossa mente na viglia (pensamentos, impresses, anseios, temores, etc.). Podem ajudar a interpretar nosso mundo psquico.

    J o sonho esprita o resultado da vivncia do esprito no mundo espiritual, enquanto o corpo dormia; a lembrana do que ele viu, sentiu ou fez durante a emancipao parcial.

    Estudos sobre Mediunidade Apostila CEAK pg. 94 Campinas/SP

    2.10. A lembrana dos sonhos

    Pergunta-se com freqncia: Por qu razo as pessoas, via de regra, no se recordam dos sonhos?

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    Estudando a Doutrina Esprita Tema: Mediunidade I

    Acontece que o corpo, vestimenta do esprito, composto de uma matria pesada e grosseira que dificulta a conservao das impresses que o ser inteligente recebeu atravs do seu perisprito e no por intermdio dos rgos corporais.

    Revista Esprita n 1 Goinia pg. 6

    Sabemos que nem tudo de nossa estada no plano espiritual por meio do sono, fica esquecido ao acordarmos. Freqentemente trazemos de l imagens, cenas, fatos e idias que formam aquilo a que denominamos sonhos. O sonho , por conseguinte, um reflexo fragmentrio de nossa vida fora do corpo e fixamo-lo por analogia, por smbolos e por intuies. Entretanto, para que sonhemos, isto , para que lembremo-nos de qualquer fato que presenciamos no plano espiritual, necessrio que tal fato nos tenha impressionado fortemente a fim de que nosso esprito possa conserv-lo na mente, ainda quando envolto na matria.

    ANALOGIA

    Quando o esprito semi-liberto do corpo pelo sono observa uma cena, um acontecimento, ou nele toma parte, ao voltar para o corpo trazendo a lembrana, traduz o que viu por imagens que lhe so familiares. Procede, nesse caso, como uma criana que ao descrever para um adulto um fato que presenciou, serve-se de sua reduzida compreenso infantil. Da as descries por vezes cmicas, absurdas, incompreensveis, retorcidas que as crianas fazem. Elas viram o fato mas no possuem recursos para se expressarem convenientemente. Assim o esprito, ao regressar ao corpo, no tem possibilidades de se lembrar fielmente do que viu; e o pouco do que se recorda, que constitui o sonho propriamente dito, sofre a distoro do crebro e traduzido pelas imagens comuns ao estado de acordado. Por exemplo, a lembrana da rapidez com que o esprito se movimenta no espao reproduzida no crebro por uma queda de grande altura. Se um inimigo desta ou de outras encarnaes nos persegue em nossa semi-liberdade, parecer-nos- que sonhamos termos sido perseguidos por algum.

    O Espiritismo Aplicado Eliseu Rigonatti pg. 12

    O esprito, semi-liberto pelo sono, recebe impresses: v, ouve, fala, age, move-se, usando de facilidades, tais como: maior viso, maior percepo mental, maior compreenso; por vezes, maior lembrana do passado, maior mobilidade; possibilidade de encontros com espritos que conheceu em encarnaes anteriores; assiste a cenas que se desenrolam em esferas espirituais prximas Terra; vai a lugares aos quais s pode ter acesso como esprito e executa tarefas de seu interesse. Contudo, ao regressarmos ao nosso corpo fsico, esquecemos os nossos atos espirituais, ficando a nossa memria adormecida com relao nossa vida de semi-liberdade. Isto se deve a que nosso corpo funciona como um redutor da capacidade perceptiva do esprito, particularmente o crebro, em virtude de suas lentas e pequenas vibraes. Para termos uma idia aproximada da capacidade perceptiva do esprito, figuremos uma escala de percepes espirituais, graduada de zero a cem. Quando acordados, isto , inteiramente ligados ao corpo, nossa capacidade de percepo espiritual se reduz a zero; raros encarnados conseguem perceber alguma coisa do mundo espiritual que os cerca. Quando semi-libertos do corpo pelo sono, nossas percepes espirituais se ampliam, variando na escala de um a noventa e nove, dependendo de nosso maior ou menor adiantamento espiritual. E finalmente quando desencarnarmos e passarmos a viver definitivamente como espritos, nossa percepo espiritual ser completa. De nossas atividades no mundo espiritual enquanto nosso corpo repousa, geram-se os sonhos, das quais so uma lembrana perfeita. Nem sempre sonhamos, isto , nem sempre guardamos a lembrana do que se passou conosco durante o sono. Isto porque ao reentrar no corpo, ficamos com nossa capacidade de percepo espiritual

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