vivido no presente quando relata o vivido, num outro quando vivo a diferença desse relato, num outro quando a pessoa atualiza. O atualizar, eu diria que é o que a gente busca na clínica, que pode ou não acontecer. Então a riqueza dessa clínica está nisso, nessa gama de possibilidades que ela abre a uma leitura de elementos presentes. A leitura não é do terapeuta nem do cliente, e é dos dois, num sentido muito especial, nas intensidades dos afectos correspondentes. Este trabalho é uma invenção de uma clinica que opera em nossos corpos, trazendo sentidos novos a cada olhar, clinicamente... Beijos, Cristina e Pablo 40 TEMPO [email protected]Fundação/edição: Pablo Gonzalez e Diogo Vancin Comunicação Visual e revisão de texto: Lis Amorim Assistência: João Paulo Hisse Transmissão: Margareth Hisse Imagem da Capa: Missiva: João Kammal 1
20
Embed
Revista Tempo 40 Editada e Revisada - Google Docs(1)_booklet
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
vivido no presente quando relata o vivido, num outro quando
vivo a diferença desse relato, num outro quando a pessoa
atualiza. O atualizar, eu diria que é o que a gente busca na
clínica, que pode ou não acontecer. Então a riqueza dessa
clínica está nisso, nessa gama de possibilidades que ela abre a
uma leitura de elementos presentes. A leitura não é do
terapeuta nem do cliente, e é dos dois, num sentido muito
especial, nas intensidades dos afectos correspondentes.
Este trabalho é uma invenção de uma clinica que opera
em nossos corpos, trazendo sentidos novos a cada olhar,
clinicamente...
Beijos,
Cristina e Pablo
40
TEMPO
revistatemmmpo@gmail .com
Fundação/edição:
Pablo Gonzalez e Diogo Vancin
Comunicação Visual
e revisão de texto:
Lis Amorim
Assistência:
João Paulo Hisse
Transmissão:
Margareth Hisse
Imagem da Capa:
Missiva: João Kammal
1
Neste número
4 Editorial
7 Epistemologias das Intensidades da Teoria para uma
Prática em Psicomotricidade– parte 2 Marcelo Antunes
10 Rio de Janeiro, 31 de Dezembro de 2014
Laís Patrão
11 Diário de um Nômade
Vitor de Jesus
13 Meia-noite em Paris
Tátia Rangel
17 A Vida Berra
Celso
19 Histórias
Cristie Campello e Martha Neiva
22 Das Armadilhas do Ressentimento – parte 2
Diogo Vancin
2
que potencializa nós em nós, que nos desata nós para novos
nós. Se entendemos o corpo da sociedade maquínico, vemos
que não temos garantias, podemos nos fuder saudavelmente
ou seja não sabemos, somos possibilidades. Porque a saúde
atual não é saúde, é doença negativa. Mas te pergunto o que é
saúde, o que é a grande saúde? Sinto que ela passa por baixo da
porta. E o fogo? calmo, raivoso, o fogo cozinha, aquece,
queima, fogo brando, fogo quente ou fogo que me gela, assim
criar é a solução.
A palavra é um acontecimento. Ela não está referida a
nenhum outro lugar. Ela é efeito do corpo presente e se refere
ao corpo presente. Os sintomas são índices, trata-se de criar
com eles pontos de sintonia para levar aquilo a proliferar,
multiplicar, crescer. A árvore social já está inchada demais.
Queremos levar essas sementes a semear novas árvores,
plantas, ervas. Não há garantia em nenhuma forma. Mas
queremos criar as possibilidades para que isso multiplique.
Forças nos impulsionam. Forças e coragem. Forças e
vontade. Talvez isso leve à exasperação. Temos então forças.
São vestes que travestem o nu. Travestidos de terapeutas,
forças, vontades, se encontram. Travestimos clínica. Mas
forças nos impulsionam. Forças e vontade. Essa clínica então
só pode ser uma clínica do acontecimento. Define-se por
mudança e pluralismo. Que forças nos fazem inclinarmos e
operar a mudança enquanto uma possibilidade de
acontecimento?
A clínica do acontecimento opera numa pluralidade,
porque ela aparece na possibilidade de atualização, no novo
acontecimento, nos relatos, nas emoções, nas apropriações do
39
podemos criar novas marcas, novos códigos, novas
novidades? Uma semente não vira com certeza nada, ela vira
com potência. Não temos garantia nenhuma e nada está
pronto, mas o anseio está aqui.
A clínica são devires-terapeuta muito concretos que
guardam uma dignidade própria em sua singularidade.
Compartilhamos da crença de que ela não deve se tornar uma
escolástica, pois isso a faria perder seu nível operatório
singular, indo junto sua dignidade. Propomos então uma
clínica criativa, sem nenhum tipo de julgamento. Pois o ser só
é sendo, ou seja, somos durações. Somos marcas encarnadas, e
não são os caracteres que gerenciam nossos próximos
instantes mas as tendências que nossas marcas implicam
diante de um futuro totalmente imprevisível.
Estamos apresentando um trabalho do aprofundamento
que quer falar da nossa emoção, da nossa forma de ver o
mundo, que é falar da nossa clínica que é a clínica do
acontecimento no sentido em que ela possa mudar, porque
isso define o acontecimento, ele muda o mundo, são as
pulsações das minhas vísceras. É quando eu me sinto no
instante-já que muda o mundo. A hora em que eu me encontro
com a chuva, a hora em que eu me encontro com a cachoeira.
Eu descobri que eu adoro calor, descobri que o meu corpo adora
o verão, os cinquenta graus do Rio de Janeiro, porque ele fica
mais aberto à vida, ele me põe na rua, ele me põe em contato
com o mar, são acontecimentos. É um acontecimento toda
vez que um cliente chega. Uma história feita de presente,
porque a palavra de ontem já não faz mais o menor sentido. O
acontecimento quando o olho do cliente brilha em mim e aqui
criamos juntos uma nova sociedade, o lugar desse encontro
38
25 Teatro Interativo – parte 2
Flávia Azevedo
34 Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2013
Juliana Carbone
36 Cartas Clínicas por um Devir Criativo
Cristina Bertling e Pablo Gonzalez
3
EDITORIAL Pablo Gonzalez e Diogo Vancin
Uma vida grita por um próximo passo, nada é a toa, a
força que agrega faz uma casa. É com pedra que se faz uma
casa, com tijolo, e com luz também, música, e alegria. As
impressões, os afetos, as marcas, tudo que concerne ao visceral
que o corpo utiliza. Pode transvalorar. O resto joga-se fora.
Não há saúde e doença. só saudensa ou doençude, isso
porque tem o real, tem o imaginário e tem a realidade. Ou seja,
há condiçoes humanas, relações humanas e elas querem
viver.
O parodoxo não é a contradição. O que há de ser a
contradição? Há a coexistência que age, não por oposição mas
por aglutinação. Pedro Honório. Aprender não é faça como eu
mas faça comigo.
Toda palavra de ordem traz uma sentença de morte e
também componentes de passagem. Não se trata de fugir dela
mas de fazer algo fugir com ela. Aquilo que se repete, retorna
no presente ainda que varie a forma aponta para o processo
construtivo de uma ética. Escrever na busca afirmativa da
experiência, do possível. Na ética, com ética de ousar na
singularidade.
Mais possibilidades além do conhecido. É um risco e eu
banco.
Imaginário apaixonado. Bancar um centésimo do que
imagina. Desejo te desejar. Um tom inebriado de vinho,
amante de Charles Baudelaire. Menina nua, saia rodada, colar
4
toma certos lugares, traduz e induz olhares, codifica a
existência em pode/não pode.
Já fomos além, já fomos nômades, já fomos hipies, já
fomos baratas, já fomos vegetais. Por que muitas vezes, quando
parecemos em vias de criar novos territórios existenciais,
acabamos nos enganando, afundando em falsas crenças,
falsas drogas, falsos caminhos, ou elegendo campos
imaginários, falsas parcerias? Por que não criarmos um
trabalho, nesse campo sutil, nessa vida intensa, que seja de
novas criações?
Queremos viver. Estamos cansados de ter que escolher
entre a emoção familial e a nulidade enganada. Queremos
chover.
É muito fácil para cada um de nós que nasceu e cresceu
nessa maneira de viver onde a família é o tijolo do muro, na
conservação de uma ocidentalidade, orientalidade, capitalista,
socialista sei lá o quê, pegar o difícil caminho de remontar,
cuidar de feridas antigas, me inteirar inteiro, cicatrizando e
feliz mas rebatido em chamar meu próximo de pai, filho, mãe,
irmão, pra quê? Não vemos mais sentido em investir no
sagrado seio da família. Queremos outra coisa.
A vida nos emociona, queremos uns aos outros. Uma
fala que você diz me afeta, mexe comigo e na semana seguinte
cai uma ficha. Reconheço seu rosto, seu jeito de falar, seu jeito
de vestir. Experimento andar com você, cozinhamos juntos,
sou povoado de gente, moram no meu coração muitos
corações.
Por que ainda esse campo simbólico? Por que não
37
CARTAS CLÍNICAS POR UM DEVIR CRIATIVO
Cristina Bertling e Pablo Gonzalez
Rio, 13 de fevereiro de 2014
Para você,
Qual a diferença na emoção numa das igrejas
universais, num show de música, numa sessão de
psicomotricidade, numa palestra de filosofia da diferença,
numa novela televisiva, numa black friday...? O que estamos
gozo? Quem estamos, fiéis, fãs, pais, filhos, alunos,
telespectadores, consumidores?
Durante uma aula, o filósofo Gilles Deleuze subitamente
pára de falar e põe para tocar uma música num aparelho de
som. Ele quer abrir os repertórios para novidades... O que
estamos vivendo?
Por que campo simbólico? Por que o nome disso vai ser
família, homem, mulher? Nos interessa a emoção, a vida
mesmo dos nossos corpos em tudo o que eles podem viver, o
calor, o suor, o olhar, as expressividades. Mas a família, o
emprego, a diversão, essa sociedade que está aí, não é lenha
para o nosso coração. Então por que pai, por que filho, por que
homem, por que mulher? Afinal, o social é o grande ovo que
nos engole, que ai estava antes de papai-mamãe, o capital
36
e mais nada.
O corpo existe no tempo. Não querendo mais uma
epistemologia referenciada em algo que não seja o corpo, o
sentido, o acontecimento. A razão passa a ser a intensidade.
Olho em volta e os corpos se metamorfoseiam. Não mais
irmãos, irmãs, pais, mães, e filhos, mas bocas, babas, garras,
bichos. Verdade é ilusão, fantasma, delírio. Verdade é nó.
Crença é chão, e chão é placa tectônica.
Qual o valor dos valores? Nietzsche, Deleuze, cartas
clínicas. É necessário acabar com o julgamento. É preciso que
o novo homem vire os olhos em direção ao corpo, ao sentido
da terra.
Alegria, riso, o melhor possível com o que tenho. Afirmar
o que aumenta minha potência de agir. Acordei o dia bem.
Como tratar da criação de valores? Prática de uma
teoria, expressão de uma territorialidade. Feliz ano novo.
Memórias, dobras e desdobras.
História, autobiografia, expressão de transformação,
surpresa. Caminhos tortuosos, cadeia de pensamento, pedir
ajuda, o algoz está dentro de nós, já não há mais tempo. O
tempo é agora. A vida berra por um passo à frente. Uma
pergunta. A crença no humano fica em pedaços. Por onde
começar? Por agora.
A máquina de moer carne, mais um tijolo na parede.
Mais um igual a um certo modo de existir, mais um diferente,
mais um, um outro lugar, singularidade, diversidade,
multiplicidade. Ser diferente compondo.
Uma casa bem diferente. Passo a compreender com as
vísceras, entre as cadeias do pensamento. A casa que recebe o
nome de alguém que foi rejeitado como alimento por uma
tribo antropofágica, curiosamente parece ter se tornado abrigo
5
daqueles que estiveram próximos de serem triturados pela
máquina de moer carne, em que parece ter se tornado a nossa
sociedade. Chego como um náufrago, perco algumas ilusões. A
nova jornada está só começando.
Corpo intensivo formado por forças, devires e potências.
Interpretar ou experimentar? Eu ou componentes de
subjetivação, o corpo pensa sentindo. Rebelde alegria.
Inventar é transgredir. Quebrar as velhas tábuas. Unhas
vermelho brilhante.
O que insiste, o que persiste, o que retorna? A vida é
complexa. A operatória do corpo vivo no presente é irredutível.
A unidade são marcas de níveis diferentes. Diferenças não
conceituais e repetições complexas. Formam nossa
expectativa de que “isto” continue. Formam nossa dignidade
que se inclina sobre o outro e faz clínica.
6
sei que vocês estão presentes para não dar merda quando eu
estou muito agitada, eu prefiro dormir, ficar comigo e segurar
minha onda. Para no dia seguinte eu acordar bem, eu poder
ajudar e conversar com calma sem dar alguma merda e sem
me exaltar nas minhas agitações. De manhã eu já estava
agitada, Pedro Honório falou que eu estava me exaltando,
então eu, que vi que estava agitada, e que estava com a cabeça
não muito boa, preferi, para não perturbar o pessoal e ficar
numa boa com eles, e como eu não tinha aula, resolvi dormir
o dia inteiro e segurar minha onda. Resolveu, acordei o dia
bem, ajudei, conversei e estudei. E foi a vivência que
aconteceu comigo.
Em pleno feriado, aproveitei para dormir, descansar e
pensar na minha vida, o que estava acontecendo naquele
momento na minha vida.
35
RIO DE JANEIRO, 21 DE NOVEMBRO DE 2013
Juliana Carbone
Auto Poiesis→Auto Poesia→ É um termo grego, que
significa produção. Ele é produto e produz. Centro dinâmico
constitutivo dos seres vivos, em outros termos são a auto
produção.
Trabalho da casa é saúde.
Estudar, trabalhar, diversão, isso tudo é saúde.
O que eu crio para ficar bem.
O que eu deixo de criar para eu também ficar bem.
O que eu acredito, que deixo de acreditar para ficar bem.
O que eu escuto que deixo de escutar para ouvir as
pessoas e atender e ouvir o que as pessoas falam para mim e
para vocês.
O que eu me isolo para ficar bem comigo e com os
outros.
O que eu sinto para me dar bem.
Quando eu tô bem eu sou uma ótima companhia e
quando eu não estou bem eu me isolo para dormir e ficar bem
com os outros. Eu não sabia escutar agora eu sei escutar.
Eu não me isolo para ficar sozinha, pelo contrário, eu
34
EPISTEMOLOGIAS DAS INTENSIDADES DA TEORIA
PARA UMA PRÁTICA EM PSICOMOTRICIDADE
parte 2
Marcelo Antunes
(artigo publicado nos Anais do XII Congresso Brasileiro de
Psicomotricidade, 2013. Dividido aqui em três partes, segue a
segunda)
A partir desta reflexão podemos supor que as variações
sensíveis que acometem o corpo orgânico são sensíveis ao
corpo psicomotor em seu plano de composição dinâmico e
cinético. É a partir desta análise das dinâmicas e cinéticas dos
espaços que o corpo psicomotor inscreve seus deslocamentos,
suas coordenadas energéticas intensivas aonde a constituição
dos mapas das intensidades vai além da relação sujeito e
objeto e inscreve no espaço transacional, polifonias e
multiplicidades de gestos e vozes, fragmentadas por natureza
cujos trajetos intensivos são dispositivos de subjetivação entre
outras habilidades do corpo em processo expressivo.
A partir desta relação o corpo oculta, encerra uma
linguagem. A linguagem forma um corpo intensivo, um campo
de força, uma grandeza intensiva, a partir de
signos-partículas, ou seja, unidade intensiva da palavra. Não
se sabe mais se é a pantomima que raciocina ou o raciocínio
que faz a mímica. Não se trata de falar de corpos tais como são
antes da linguagem ou fora da linguagem, mas, ao contrario,
de formar com as palavras um corpo psicomotor intensivo, um
7
corpo pensado como forças, devires e potências. Não há nada
mais verbal do que o excesso de carne. E se os corpos imitam a
linguagem, não o é pelos órgãos, mas pelas reflexões. É a
intensidade que dramatiza. É ela que se exprime
imediatamente nos dinamismos espaços-temporais de base e
que determina uma relação diferencial. Cita Deleuze: “Ao corpo
intensivo substituímos a anamnese pelo esquecimento, a
interpretação pela experimentação”.
Encontre seu corpo intensivo, saiba fazê-lo, é uma
questão de afirmação vital ou repressão, vida ou de morte,
alegria ou tristeza. Em última análise proponho uma questão
de expressividade psicomotora como condição de uma
epistemologia das intensidades em psicomotricidade. É aí que
tudo funciona e se decide. Muito mais pelos efeitos diretos
sobre o modo de funcionamento do que propriamente pelas
causas que atuam sobre o programa psicomotor. Entendemos
por efeitos as variações intensivas no corpo psicomotor. Cita
Deleuze: “Onde a psicanálise diz pare, reencontre o seu eu,
deveríamos dizer vamos mais longe, não encontramos ainda
nosso corpo intensivo”.
Não é seguindo um programa centrado no fantasma que
assombra a máquina psicomotora, mas chegamos ao corpo
intensivo pelo programa efetivo da experimentação
psicomotora, uma grande razão do corpo, como pensou
Nietzsche ou tendo o “corpo” como fio condutor, assim como
pensava Deleuze escrevendo sobre Espinosa em Filosofia
Prática. Portanto minha proposta é criar um pensamento
sensorial na prática psicomotora intensiva, onde
privilegiamos os afetos e forças, que valoriza a lógica da
sensação, o esquecimento como força vital para a realização
8
– Os desprezadores do corpo não percebem que é ele, o
próprio corpo, o fio condutor que guia o homem para o
caminho do criador. As forças criativas, positivas e a vontade
afirmadora que emana do corpo são a ponte, o caminho que
leva à super-ação do homem, que leva ao super-homem. A
transvaloração de todos os valores e a afirmação dionisíaca –
o sagrado dizer sim! - tornam possível a superação, o
devir-ativo: nada carregar, não se encarregar de nada, mas
aliviar tudo o que vive.14 Força desdobrada e redobrada –
Dionísio na mais alta potência!
O apresentador olhou o relógio. Ofereceu alguns
minutos para novas colocações, mas a plateia desejava o
porvir, desejava viver.
- Amigos, é chegada a hora do espetáculo! E após essa
aquecida discussão, tenho o prazer de anunciar... a peça tão
esperada! Com vocês....
A NOIVA! O SIM QUE RESPONDE AO SIM!15
TENHAM TODOS UM ÓTIMO ESPETÁCULO!! CITAÇÕES: 1- GILLES DELEUZE - NIETZSCHE E A FILOSOFIA. 2- FRIEDRICH NIETZSCHE - A GAIA CIÊNCIA. 3- GILLES DELEUZE - NIETZSCHE E A FILOSOFIA. 4- GILLES DELEUZE - NIETZSCHE E A FILOSOFIA. 5- GILLES DELEUZE - NIETZSCHE E A FILOSOFIA. 6- FRIEDRICH NIETZSCHE - GENEALOGIA DA MORAL. 7- FRIEDRICH NIETZSCHE -CREPÚSCULO DOS ÍDOLOS 8- GILLES DELEUZE - NIETZSCHE E A FILOSOFIA. 9- FRIEDRICH NIETZSCHE - VONTADE DE POTÊNCIA. 10- GILLES DELEUZE - NIETZSCHE E A FILOSOFIA. 11- FRIEDRICH NIETZSCHE - ASSIM FALOU ZARATUSTRA. 12- GILLES DELEUZE - NIETZSCHE E A FILOSOFIA. 13- FRIEDRICH NIETZSCHE - ASSIM FALOU ZARATUSTRA. 14- GILLES DELEUZE - NIETZSCHE E A FILOSOFIA. 15- GILLES DELEUZE – CRÍTICA E CLÍNICA: A F IG U RA DA NO IVA RE PRE S E NT A A DU PLA AF IRM AÇ ÃO O RIU NDA DA
RE LAÇ ÃO E NT RE ARIADNE E D IO NÍS IO : F O RÇ A DE S DO BRADA E RE DO BRADA
33
estivermos vivos haverá sempre uma solução a ser criada. E,
em se tratando de escolher a saúde, descobrir esses meios
particulares de lidar com o negativo nos é fundamental – disse
uma voz até então não ouvida.
O bêbado se pronunciou: " afinal, desde que os homens
existem, sempre o homem se alegrou pouco demais: é somente
este, meus irmãos, o nosso pecado original." 13
E saiu porta afora cantarolando: Desejo, necessidade,
vontade... Você tem sede de que? Você tem fome de que?
O apresentador percebeu o recado. É preciso que o novo
homem, o artista e criador, vire os olhos em direção ao corpo e
busque o sentido da terra. É preciso romper com os valores
metafísicos que depreciam a vida e o corpo. E, mesmo
chegando a hora do início do espetáculo, disse: Dirigir o olhar
para o corpo! .... Nietzsche quis dizer...
O apresentador foi interrompido abruptamente pelo
bêbado:
“Permaneceis fiéis à terra, meus irmãos, com o poder da
vossa virtude! Que o vosso amor dadivoso e o vosso
conhecimento sirvam ao sentido da terra! Eu vo-lo rogo, e a
isso vos conjuro. Não deixeis a vossa virtude fugir das coisas
terrestres e adejar contra paredes eternas. Restituí, como eu, à
terra a virtude extraviada. Sim: restituí-a ao corpo e à vida,
para que dê à terra o seu sentido, um sentido humano.”13
Estarrecido pela lucidez e sobriedade das palavras, o
apresentador continuou: - Dirigir o olhar para o corpo! ...
Mas... O que pode um corpo? Quantos pedidos do corpo sou
capaz de ouvir? Quando está de mais ou de menos pra mim?
Procuro saber? Conheço os meus limites? Conheço a minha
potência? Separo a minha força do que ela pode? Preciso de
ajuda? Será que peço?
32
do movimento. E o acontecimento como motor endógeno da
prática psicomotora, um construtivismo corporal de pele,
afetos, intensidades e forças acopladas a partir dos encontros
com a exterioridade das superfícies dos corpos sensíveis.
O corpo intensivo não é um espaço ou está no espaço, é
a matéria psicomotora expressiva que ocupará o espaço em
maior ou menor grau, ele é matéria intensa não formada e
estratificada. Matéria é igual à energia, ou seja, trabalho em
ação. Produção do real como grandeza intensiva, cujas
variações intensivas constituem a unidade transdutora de
afectos, perceptos e conceitos que entendemos como valências
psicomotoras. O corpo intensivo é o próprio desejo como
produção. Talvez a função do psicomotricista seja cartografar
as dinâmicas e cinéticas dos movimentos, tornando o espaço
e o tempo psicomotor uma sucessão de acontecimentos e
deslocamentos de potências intensivas que atuam sobre o
corpo em sua natureza de afetar e se afetado. Por que ainda
não sabemos o que pode um corpo em sua natureza de afetar e
se afetados.
(continua...)
9
RIO DE JANEIRO, 31 DE DEZEMBRO DE 2014
Laís Patrão
Bem, hoje é o último dia do ano de 2013, e nesse último
final de semana fez um dia bem lindo! O sol brilhava no
horizonte e eu pude fazer coisas bem maneiras!!
Bom, no sábado caminhei com a tia Kátia. Fomos até a
Lagoa ver a árvore. Aí nós conversamos, tomamos uma água e
voltamos para casa. Depois fui com o Diogão para o mercado,
conversando bem para caramba. Aí, ontem fui à Praia de Copa
junto com o Diogão, Marcelo e Vitoreba. Ai gente, a água
estava muito boa. Eu e o Vitor só ficamos dando mergulhos e
conversando naquela água deliciosa e depois nós fomos tomar
um caldo de cana delicioso (bom pra caramba). Nós fomos e
voltamos andando para mantermos a forma.
Aí ontem a minha “criagem” veio me visitar e trazer um
bando de coisas bonitas para eu usar. Hoje acordei, ouvi
música, lavei as minhas roupas porque estava precisando
exercitar o meu corpo (e ainda preciso), dei uma volta com o
Diogão, Pedroca e Viniçasso. Uma caminhadinha boa, não é? E
aí fiz um pão com o Vitor, Diogão e o gostosão do Nando.
Depois disso lanchamos e vimos TV. A novelinha das nove que
canto a música inicial com o Vitor.
Bem, o ano acabou e tomara que 2014 seja bem melhor
do que este, então:
FELIZ ANO NOVO
PAZ E SAÚDE
10
vive o melhor possível de um determinado dado ruim.
- Às vezes até mesmo dentro de um lance bom, existem
pequenos lances ruins. Alguns acontecimentos andam, outros
desandam e a gente vai agenciando e provocando o
deslocamento no famoso “jogo de cintura”, no dançar
nietzscheano. Esses agenciamentos são necessários; são o que
considero a própria saúde – acresceu o apresentador.
Novamente o bêbado: –"Dissestes sim, algum dia, a um
prazer? Ó meus amigos, então o dissestes, também, a todo o
sofrimento."11
– O exercício do artista criador é a grande redenção do
sofrimento, é o que torna a vida mais leve. É necessário
enxergar na criação, produção e na vontade de potência essa
redenção do sofrimento e, igualmente, enxergar a alegria
afirmativa, mesmo no caráter mais absurdo da vida –
concluiu o fomentador.
O apresentador lembra Deleuze: "será tudo passível de
tornar-se objeto de afirmação, isto é, de alegria? Para cada
coisa, será preciso encontrar os meios particulares pelas quais é
afirmada, pelas quais deixa de ser negativa."12 Vê-se aqui, a
proposta de um saber trágico, de um viver dionisíaco. Um
saber que valorize a vida, a força, a saúde. Quantas vezes meu
olhar se perde nas dores da vida que nem mesmo percebo que
já adoeci? Nem percebo que estou distante de mim! Rir é o
melhor remédio e ensinar a rir é uma das maiores
preocupações de Zaratustra. O riso simboliza a resposta
corporal de um excesso de força criativa, de poder, excesso de
saúde e vida.
- Sem pieguices, fico animado com a eterna novidade
que é a vida. A montanha russa dos altos e baixos! Enquanto
31
de pensar são as tarefas que Nietzsche propõe para si: eu quis
conquistar o sentimento de uma total irresponsabilidade,
tornar-me independente dos elogios e da reprovação, do
presente e do passado.9
Um espírito livre do terceiro banco acrescenta: - É
necessário se livrar de qualquer julgamento! Acabar com o
julgamento! Essa nossa deplorável mania de acusar, de
procurar responsáveis fora de nós ou mesmo em nós.10
- Liberdade para agir além do bem e do mal, liberdade
para assumir o lugar de legislador e criador de novos valores,
liberdade para afirmar a vida tal qual ela é: non sens! – disse
um outro.
O fomentador de discussões provocou a plateia com
uma pergunta nietzscheana que sacode as vísceras: Tu és
poderoso o suficiente para suportares ser criador?
Sim ou... não? – deu uma oportunidade de reflexão e
repetiu: Tu és poderoso o suficiente? Temos aqui, duas
possibilidades de resposta: uma negativa, própria do niilista,
do escravo e outra afirmativa, própria do pensamento
afirmador, do pensamento trágico, do pensamento do amor
fati. O escravo não é capaz de suportar a condição de criador,
não é capaz de ocupar esse lugar vazio deixado pela morte de
Deus. O filósofo trágico, ao contrário, ama a condição de
artista, de criador de valores e de sentidos e ocupa esse lugar
alegremente, com riso.
O espírito livre do terceiro banco também contribui: No
entanto, para criar é necessário afirmar a vida em todas as
suas particularidades, sejam elas boas ou ruins.
É o caso do lance de dados. No tabuleiro da vida nem
todos os dados que caem são bons e favoráveis. Mas o bom
jogador para Nietzsche é aquele que afirma qualquer dado e
30
DIÁRIO DE UM NÔMADE
Vitor de Jesus
Diário, sou eu, Dj Aragorn. Hoje vou contar como foi meu
Reveillon.
O dia começou com a arrumação para a festa Pirex de
final de ano, colocamos tudo da casa na rua, sofás e mesas.
Colocamos um toldo de plástico como cobertura para caso
chovesse.
Na hora da festa, eu e um grupo de pessoas fomos para
Copacabana, para ver os fogos de artifício. Quando acabou
voltamos para a Hans Staden, começou a festa Pirex. Eu, Dj
Aragorn, toquei das 3:20 às 4:10. Adorei pois realizei um sonho
que era tocar como Dj no Reveillon.
Fiquei feliz por ter realizado um sonho.
Eu espero que esse ano de 2014 seja um ano de melhora
pois esse ano quero começar a estudar numa escola, para
poder completar a escola.
E eu, sendo um Dj nômade, desejo um feliz 2014 para
todos.
Em Copacabana vendo os fogos de artifício, me senti um
pouco eufórico e feliz. Fiquei eufórico pois era a primeira vez
que eu tinha ido a Copacabana no Reveillon para ver fogos de
artifício. E este acontecimento também foi uma realização de
11
um sonho.
Na hora de me vestir foi difícil escolher a roupa. O
modelo de cabelo e o tênis que iria usar.
Também tocaram o Celso, o Fernando, o Gonzalez e a
Joana.
Estavam na festa o Fábio, irmão da Mônica, a Mônica,
Vinícius, Valmor, Pedro Honório, Marcela, Camila, Bruna,