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Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia O POVO FALA: CÂMERAS VÃO MONITORAR AS RUAS (PAG. 11) Cachoeira - Bahia Maio de 2013 Edição 68 Arquivo Público de São Félix recebe doações e faz eventos O Arquivo Público Municipal de São Félix está aberto para a doação de documentos por parte da população. O objetivo é reunir arquivos para que seja feita a manutenção do acervo de memória e preservação da história desta localidade histórica de importância inestimável para o Recôncavo da Bahia. O aposentado Lourival Augusto (ao lado, em foto de Matheus Buranelli) busca por referências de antigos colegas e familiares. Para isso, visita o Ar- quivo de duas a três vezes na semana. (Leia na página 3) Reinaugurado ano passado Cine Glória segue sem atividade (pág. 3) Foto: Reginaldo Silva Santo Antônio de Jesus prepara campanha para incrementar as vendas no comércio (Confira na página 8) Foto: Reginaldo Silva Torneio sub-17 reúne equipes tradicionais do Recôncavo e RMS (página 10) Foto: Vitor Érik
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Reverso 68

Apr 08, 2016

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Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

O POVO FALA: CÂMERAS VÃO MONITORAR AS RUAS (PAG. 11)

Cachoeira - BahiaMaio de 2013

Edição68

Arquivo Público de São Félix recebe doações e faz eventosO Arquivo Público Municipal de São Félix está aberto para a doação de documentos por parte da população. O objetivo é reunir arquivos para que seja feita a manutenção do acervo de memória e preservação da história desta localidade histórica de importância inestimável para o Recôncavo da Bahia.O aposentado Lourival Augusto (ao lado, em foto de Matheus Buranelli) busca por referências de antigos colegas e familiares. Para isso, visita o Ar-quivo de duas a três vezes na semana. (Leia na página 3)

Reinaugurado ano passadoCine Glória segue sem atividade (pág. 3)

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Santo Antônio de Jesus prepara campanha para incrementar as vendas no comércio (Confira na página 8)

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Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo

Reitor da UFRBProf. Dr. Paulo Gabriel S. Nacif

Diretora do CAHLProfa. Dra.Georgina Gonçalves

Coordenação EditorialProf. Dr.Robério Marcelo RibeiroProf. Dr. José Péricles Diniz

EditorProf. Dr. J. Péricles Diniz

RedatoraFabiana Dias

Editoração GráficaProf. Dr. J. Péricles Diniz, Andrei Borges,Drielle Costa, Lorena Bernardes, Maeli Souza,Matheus Buranelli, Tássio Santos,Thacio Martins, Vanessa Araújo

CACHOEIRA | BAHIA Maio 2013www.ufrb.edu.br/reverso 3CIDADECACHOEIRA | BAHIA

Maio 20132 OPINIÃO INEDITORIAL

O Arquivo Público Muni-cipal de São Félix está aberto para a doação de documentos por parte da população. O ob-jetivo é reunir arquivos para que seja feita a manutenção do acervo de memória e preserva-ção da história de São Félix.

Fundado em 27 de junho de 1994, o Arquivo Público Mu-nicipal de São Félix Dr. Júlio Ramos de Almeida conta com acervo histórico da cidade de São Félix e de vizinhas, tais como Cachoeira e Muritiba.

O arquivo disponibiliza de jornais, fotos e vídeos a plantas de construções da cidade, além, é claro, de acervo particular de algumas personalidades que fi-zeram história na região.

Passados sete meses da rei-nauguração do Cine Teatro Gloria, a população de Cacho-eira ainda não pode utilizar o espaço, devido à demora por parte do Instituto do Patri-mônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) na com-pra dos equipamentos. Mesmo após todo este tempo, ainda não há uma data prevista para que ele volte a funcionar e também não se sabe quem vai administrar e como será o seu funcionamento.

A incerteza quanto ao início das atividades foi confirmada pelo servidor do IPHAN, Car-los Antonio Carolino, segundo o qual, questões legais impe-dem a compra imediata dos equipamentos necessários para a montagem da estrutura do empreendimento “O IPHAN ainda não pode estipular uma

Arquivo Público de São Félix espera a doação de arquivosMemória

O espaço recebe visitas dia-riamente, sendo a grande maioria de turistas. Para es-timular a visitação da popu-lação local, Oséas Fernando Oliveira de Souza, chefe do Arquivo Municipal, disse que criou, em outubro de 2006, o Quiz Cultural. A proposta é premiar os estudantes que mais acertarem perguntas re-lativas à cidade. Os brindes vão desde livros e bolas a bi-cicletas e celulares.

Oséas afirmou que para que haja mais visitação e partici-pação por parte dos morado-res, o espaço de visitação de-veria ser maior, assim coAmo o apoio e divulgação por par-te da Secretaria de Educação.

Referências

Lourival Augusto, aposen-tado, deseja encontrar refe-rências de antigos colegas e familiares. Para isso, visita o Arquivo de duas a três ve-zes na semana, além de fazer doações de fotografias his-tóricas. “Acho importante a questão de contribuir e de manter a identidade cultural, saber como os embates sur-giram, as festas, se está ha-vendo progresso na cidade”, declarou. Lourival atribui a pouca visi-tação e doação de documen-tos dos moradores à falta de sensibilidade para com a his-tória da cidade. “Vejo que a maioria dos visitantes vêm apenas por pesquisa e não

por gosto pessoal”, confes-sou o pesquisador. “Por isso, além de divulgar, é impor-tante fazer eventos culturais mostrando pequenos acervos

para que despertem o inte-resse da população”, frisou. O Arquivo Municipal recebe visitas durante toda a sema-na, em horário comercial.

Reinaugurado ano passado Cine Glória segue sem atividade

data (para a abertura do Cine), pois ainda falta comprar mui-ta coisa que o prédio necessita para que o cinema e o teatro funcionem. E eles só podem ser comprados quando o Governo (da Bahia) abrir edital de licita-ção para a compra dos equipa-mentos”, disse Carolino.

Tempos áureos

A expectativa da população em ter o antigo cine teatro em ati-vidade outra vez é grande, prin-cipalmente entre as pessoas com mais idade e que acompanharam seus tempos áureos. É o caso do aposentado Raimundo Oliveira,

neto de um antigo porteiro do prédio, que lá assistiu a muitos filmes, shows e peças teatrais. “Espero que volte logo a funcio-nar para a gente matar a saudade, porque assistir àqueles filmes de faroeste, os grandes cantores fa-zendo shows, era muito bom”, lembrou seu Raimundo.

Além de ser um monumento histórico, o cine teatro trará uma opção de lazer para a população de Cachoeira e cidades próximas, já que não precisarão mais ir a Salvador ou Santo Antonio de Jesus para assistir aos lançamen-tos, pois poderão fazer isso no Glória.

O Cine Teatro Glória foi cons-truído em 1922, na praça Tei-xeira de Freitas. Foi espaço para exibição de vários filmes e peças teatrais. As apresentações dura-ram até a década de 1990, quan-do o prédio foi fechado.

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Lourival busca referencias de seu tempo nos jornais do acervo

Victor Érik

Jenypher Pereira

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A restauração

O antigo cinema viveu mais de 20 anos de completo abandono, che-gando ao ponto de algumas paredes desabarem e todo o resto da estrutura ficar comprometida, tornando-se um perigo constante de desabamento.

Em 2009, foi comprado por aproxi-madamente R$ 186 mil pelo IPHAN e começou a ser reformado. A res-tauração foi orçada em mais de R$ 4 milhões e as obras ficaram a cargo da Flex Engenharia, empresa que venceu a licitação.

Depois de pronto, o prédio vai con-tar com salas de projeção, foyer, hall, sanitários, depósitos, subestação de energia, galerias e camarins. As novas cadeiras do cinema serão moveis, para poderem ser retiradas com facilidade, o motivo para o uso desses assentos é a necessidade de aumentar o es-paço para as apresentações e es-petáculos teatrais. Cine Glória permanece sem uso desde a sua reinauguração

O texto de um descrentePaulo Roberto LeandroJornalista

Nunca botei muita fé em instituições construídas pelos seres humanos, exceto botequins, prostíbulos (de boa qualidade) e campos de futebol, com trave marcada de pedra ou coquinho catado na praia. Com muita boa vontade, incluiria as casas de farinha entre estas honrosas exceções da nossa República.Daí, não entender por que o meu nome para escrever no jornal de uma universidade tão respeitada como é a nossa UFRB.Para não desapontar os leitores que me honram com o desperdício de alguns minutos, tentarei ser algo simpático. É alvissareiro (desculpa a expressão pedan-te) saber que o nosso Recôncavo produz conheci-mento com a qualidade que já se alardeia pelos links e simpósios de nossa vida impregnada pela revolução informacional.E não é porque o convite partiu de meu amigo de fé, irmão, camarada Péricles, honrando a origem do comandante original que lhe empresta o nome. Aqui temos também o nome de um Sérgio Mattos, meu querido professor de Jornalismo Comparado (ti-rei S , nota máxima, muita moral na graduação). Mas bem que poderia ser pela presença da mãe de meu amado filho caçula, Vitor, a melhor professora de te-lejornalismo jamais conhecida em toda a universidade latino-americana e quiçá mundial, a nossa veneranda e mais que sábia Márcia Rocha.Enfim, amigos, alcancei aqui o quarto parágrafo de um texto em que teço louas a algumas das pessoas

mais queridas de minha vida que já avança pelo cinquentenário, sem que meu clube, o amado Vitoria, tenha ainda laureado a conquista de sua primeira estrela, lacuna que não me aflige pois quando se ama, não se exige.A memória da nossa velha e inesquecível Escola de Biblioteconomia e Comunicação (EBC), onde conclu-ímos nossa graduação, não encontra rival no meu romântico coração como habitação imaginária cons-tante e quase divina, abençoada sempre pelas mãos da sacerdotisa dona Beré, a quem devo meus parcos conhecimentos, muitos deles menos que rudimenta-res, do mais bê-a-bá jornalismo.Tivesse o comandante Péricles o cuidado de uma melhor seleção, talvez não escolhesse esse amigo para ocupar e gastar estas tintas nobres do nosso bravo impresso da UFRB. Mas, já que assim o fez, resta-me agradecer e pedir desculpas em joelho sobre vidro moído aos que generosamente tentaram ver alguma conexão útil nestas palavras mal casadas.Escreve aqui um pesquisador em Cultura e Sociedade, que ousou concluir um doutorado, muito mais por ser aficcionado em futebol, mas que não vê maior futuro em uma academia tão acostumada a secular e imbatível brodagem que nos vem dos tempos das confrarias de jesuítas.E tal como faziam os santos da Inquisição, aqui tam-bém nesta instituição tão reputada e séria, também é preciso fazer acordos, alinhavar conchavos, acreditar em amizades acima das competências e fazer do talento de amor ao próximo um valor muito superior à produção séria de conhecimento.Então, só tenho a lamentar a escolha de meu nome para assinar este texto, uma vez que continuo acre-ditando em instituições mais sérias, como as citadas logo no início deste texto.Espero poder, quem sabe, na terceria ou quarta idade que se avizinham, poder recuperar ou mesmo criar um pouco de crença na possibilidade de um convívio ético, honesto e fraterno no ambiente universitário.E peço ao Deus em quem não acredito que ilumine as pessoas que compõem este cenário para tentar reduzir a poluição e os dejetos inevitáveis, pois afinal, somos humanos, e não temos a menor pretensão de voltar a massacrar os indígenas e quilombolas como fizeram os companheiros jesuítas no afã de impor seu projeto de poder.Fico por aqui, como comecei, descrente, incrédulo, periférico, acessório, mas sem deixar de reverenciar cada um de vocês que fazem parte desta comunidade tão bonita e positiva chamada Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.

Arthur CarmelJornalista

Tudo começou com minha necessidade de com-prar um carro. Depois de procurar em várias agên-cias, adivinhem onde achei “o carro !” ? Em minha própria rua. Mas o que meu novo carro tem a ver com Jornalismo ? Eu posso explicar.No dia em que fomos à uma oficina para testar a viatura, eu e o proprietário do carro ficamos frente à frente pela primeira vez. De boina e óculos de grau, alto e de voz estridente e aparentando ter seus setenta e poucos anos, notei que seo Edmundo era muito inquieto. Logo, logo passou a reclamar da demora do mecânico. Tentei amenizar a situação e puxei assunto: A cidade está toda engarrafada! Ele resmungou algo e, de repente, olhando firme para mim, perguntou: você sabe qual foi a última grande obra viária feita em Salvador ? Apesar de falar mal de Salvador àquela época (logo após as últimas eleições para prefeito) estar sendo moda, pensei antes de responder: a tal da Via Por-tuária, que ainda não acabou, e o Metrô, que ainda não rodou; pronto, falei. Mais considerações de lado a lado sobre o caos urbano de Soterópolis e seo Edmundo pergunta: qual sua profissão ? Res-pondi: Jornalista ! Notei um brilho estranho nos olhos dele.Jornalista, é ? Então me responda, você sabe quem construiu a Avenida Contorno ? Puxa, apelou, pensei. Sei não...; você sabe quem construiu a Estação da Leste ? Essa eu não tinha nem ideia. Você né jornalista ? Devia saber. Sentenciou seo Edmundo. Pronto, era só o que me faltava. Ain-da retruquei que aquelas obras não eram de minha época, mas seo Edmundo não me dava trégua , e eu louco para o mecânico vir logo fazer o tal teste.Pois bem, será que Jornalista tem que saber de tudo ? A explicação que tentei dar ao vendedor do carro - àquela altura já testando meus conhe-cimentos sobre a criação da Petrobras, do Pólo Petroquímico, do CIA, ufa... -, era de que jorna-lista tinha um conhecimento generalizado e, que dependendo da situação, nos aprofundávamos, ou não, sobre determinado assunto.É assim ? Perguntaria o aluno do curso de Jorna-lismo da UFRB ao professor. Em termos. Mesmo hoje, em plena era digital, o aluno faz vestibular para “jornalista” mas, na realidade, começa como repórter. E, independente da mídia – jornal, rádio, tevê, blogs, sites e etc-, e apesar de todas as fa-

cilidades para “encontrar” a notícia, continuam existindo alguns pré-requisitos essenciais, bási-cos, ao exercício da profissão.Sem querer aqui esgotar o assunto, nem ser a pe-dra filosofal de nada, é justamente por toda essa “facilidade” em achar a notícia, que se requer do “foca” de hoje muito empenho e não menos in-formações acumuladas sobre “todos os assuntos “. Impossível ? Não ! Impossível seria um aluno do curso de Geografia não saber se localizar ou localizar sua cidade em um mapa. Um médico não saber os órgãos vitais do corpo humano; a um advogado desconhecer os princípios básicos da lei.O futuro jornalista deve saber que grandes se-rão os desafios no exercício da profissão. Além da ética e da retidão na apuração e elaboração da notícia, o escriba de hoje deve saber que ser jornalista é, antes de tudo, um exercício de cida-dania. Uma das maiores contradições inerentes ao absurdo da não-obrigatoriedade do diploma, é o fato de muita gente ignorar (menos os empre-sários e os juízes que tramaram contra o nosso diploma) que para ser jornalista, pelo menos nas boas instituições de ensino, encontramos em suas grades curriculares disciplinas como Ética, Teoria da Comunicação, Filosofia, Sociologia, Psicolo-gia dos Meios de Comunicação, Legislação dos Meios , entre outras.Mas estamos falando de informação. Informação é conteúdo. E conteúdo temos aos montes por toda a rede. O bom jornalista será aquele que trará consigo certa bagagem (cultural, conheci-mentos gerais, noções básicas da língua pátria e alhures, sobre sua cidade) , além saber dominar as novas tecnologias. Mas, lembrem-se: tão im-portante quanto o conteúdo, é saber usá-lo.

Jornalistasabe tudo?

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CACHOEIRA | BAHIA Maio 2013

CACHOEIRA | BAHIA Maio 2013www.ufrb.edu.br/reverso 5CIDADEwww.ufrb.edu.br/reverso4 CIDADE

Prédio da Boa Morte ganha nova acessibilidade Jaqueline Suzarte

O prédio da Irmandade da Boa Morte está em reforma. O espaço sempre passa por reparos para manter a estrutura do local preservada, mas os deste ano, têm o intuito de adequar o pré-dio às normas da acessibilidade. Usuários de cadeira de roda, moleta e bengala terão maior mobilidade dentro do imóvel de quatro andares

A reestruturação da sede, instalada desde 1995 em uma construção do século XIX, era um desejo antigo das irmãs da Boa Morte, que sempre quise-ram promover de maneira ade-quada um maior contato dos tu-ristas e da comunidade com sua cultura. “Elas sempre tiveram esta preocupação do pessoal ter acesso a casa e não está tendo o acesso adequado”, afirmou Val-mir Pereira dos Santos, adminis-trador da casa da Irmandade da Boa Morte.

Adaptações

O apoio do Governo do Es-tado da Bahia e o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) propiciaram as adaptações necessárias. Serão construídos novos banheiros, elevadores, rampa de acesso e novas salas. Já na parte externa é possível que tenha uma rampa, sem afetar a arquitetura do lado de fora prédio.

O primeiro piso é a recepção, no segundo fica a extensão do memorial, acesso ao coro da igreja, banheiros, sala de expo-sição e galeria. O terceiro piso tem a cozinha e no quarto an-

dar são os quartos. Só não existe ainda um projeto para sinaliza-ções em braile e libras.

Outras instalações poderão ocorrer após a reforma. “A pro-posta do governo é ampliar e transformar em um centro cul-tural, organizando o memorial, a pinacoteca, o salão de exposi-ção, vídeo e palestra”, explicou Santos.

Lei Federal

No Brasil, a acessibilidade ganhou muita força nos últi-mos anos. Existe a lei federal nº 10.098 de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiên-cia ou com mobilidade reduzi-da. Segundo o censo realizado em 2010 e divulgado apenas em 2012, mais de 45,6 milhões de brasileiros disseram ter algum tipo de deficiência, isto repre-

senta 23,9% dos habitantes bra-sileiros.

Luana Freitas Pereira, estu-dante do segundo semestre de museologia, disse que a acessi-bilidade é de grande importân-cia para qualquer instituição de cunho museológico. Possibilita que as pessoas que tenham defi-ciência se aproximem e possam conhecer ainda mais a institui-ção sem correr o risco de não poder entrar ou ficar barrada por causa de uma das suas de-ficiências.

Em todo o país, instituições privadas e públicas, ruas, e transporte urbano passam por um processo de transformação para se adequar as normas de acessibilidade com o intuito de melhorar a qualidade de seus serviços. Pontos de acessibilida-de mostram uma preocupação social, um interesse de que to-dos tenham o direito a educa-ção, cultura e desenvolvimento pessoal.

Foto: Alissandro Lima

Curso ensina prevenção e conservação em suportes de papel

Larissa Molina

A Fundação Hansen Bahia, em parceria com o Centro de Humanidades de Artes Humanidade e Letras (CAHL) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), está promovendo o curso de noções básicas de conservação preventiva e reparadora de acervo em suporte de papel, que teve inicio no dia 20 de março.

O curso, que anteriormente foi oferecido apenas como oficina, agora é composto por quatro módulos, entre março, junho e agosto, com carga total de 60 horas. Os ministrantes são as professoras Ana Paula Soares Pacheco, do curso de museologia da UFRB, Ana Paula Corrêa de Carvalho, do curso de graduação em conservação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e o museólogo e técnico do CAHL Gildo José dos Santos Júnior. As aulas acontecem no Laboratório de Conservação e Restauração de Bens Culturais (CAHL), que funciona no prédio da Fundação Hansen Bahia.

Entre os materiais que podem passar por conservação e reparo estão correspondências, documentos pessoais, relatórios, certificados de comendas, mapas, plantas arquitetônicas, obras de arte e outros. Para Ana Paula Pacheco, esse trabalho é importante para preservar a memória porque esses materiais servem como fontes de informação e que, com a conservação, tem sua vida útil prolongada.

A professora disse que a oficina oferecida no ano passado foi muito procurada por alunos de diversos cursos do CAHL, como história, serviço social e artes visuais, mas também do curso de museologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e pessoas que trabalham em instituições culturais, arquivos, bibliotecas e fotógrafos, o deve se repetir nesta edição. “Alunos de outros cursos estão se interessando porque também querem trabalhar nessa área, manuseiam documentos para pesquisa, então é outra possibilidade de trabalho”, afirmou.

Ela ressaltou que o curso também tem o objetivo de formar multiplicadores desse conhecimento, para atuar na prevenção e conservação de diferentes tipos de acervos existentes em instituições das cidades da região. “É uma demanda do local, a gente vê que está precisando muito”, assegurou.

Segundo a professora, a Fundação Hansen Bahia percebeu a existência dessa demanda e teve interesse em promover o curso. “Não só pra atender pra quem trabalha na instituição, mas também os alunos e a comunidade de uma forma geral que trabalha nessas instituições que tem esses acervos de documentos em suporte de papel”, informou.

Ela também ressaltou que trabalhar com a conservação preventiva e a reparadora de acervos exige muita calma, que o curso tem abordagem teórica/pratica - o que também abrange os cuidados que devem ser tomados para a própria segurança, como utilizar os equipamentos de proteção. E que mais vagas para o curso não foram possíveis porque o laboratório só comporta até 20 pessoas.

Naiara Moura

Até o dia 8 de março deste ano, apenas 18 casos de suspeita de dengue foram notificados em Cachoeira, com só três confirmações. Mesmo em casos sus-peitos, a notificação é obrigatória. O primeiro caso foi registrado em 23 de janeiro e, apesar da pequena incidência

de confirmações, a pre-ocupação com o Aedes Aegypti é permanente.Segundo a coordena-dora da Vigilância Epi-demiológica (Viep), Mariana Rabelo Go-mes, ainda é cedo para avaliar a manifesta-ção da doença, prin-cipalmente porque os pacientes apresen-tam melhora rápida e abandonam o repouso.

“Desse modo,a pessoa fica mais susce-tível a complicações, como uma den-gue hemorrágica. Levamos em média 60 dias para encerrar o caso, através do exame de laboratório do Lacen (Labo-ratório Central de Saúde Pública Profº Gonçalo Moniz) ou pelos critérios clí-nicos epidemiológicos” explicou.

EquipeEm Cachoeira, a equipe de agentes de endemias em dengue da Viep é com-posta por 17 pessoas. O coordenador da equipe, Adelson Oliveira Cruz, res-saltou a importância da receptividade da comunidade aos agentes em suas re-sidências. “Hoje nós temos um alto nú-mero de pendências, tem muitas casas fechadas na cidade e ainda há algumas pessoas que se recu-sam a receber os agen-tes” completou.O agente de endemias Márcio Rogério Bas-tos relatou que algu-mas pessoas, mesmo estando em casa, não os recebem. “Tem gente que alega que só um outro respon-sável pode abrir a por-ta, outros dizem que estão ocupados e tem

São poucos os casos de dengue este ano

Vanessa Araújo

Nos últimos 20 meses, houve um au-mento no número de atos infracionais praticados por adolescentes na região. De acordo com as autoridades, os casos mais comuns são de lesões corporais, pequenos furtos e roubos, muitos des-tes motivados pelo envolvimento com o tráfico de drogas. “A comunidade está preocupada. Não conseguimos mais confiar em nossa própria juventude”, afirmou Saulo Brandão, morador de Cachoeira. Para o promotor de justiça das cidades de Cachoeira e São Félix, Millen Castro, percebe-se um permanente conflito fa-miliar em muitos casos de adolescentes em problemas com a lei. Segundo ele, os próprios pais não têm mais autorida-de sobre os filhos, que não os respeitam. Avalia, também, que faltam alternativas satisfatórias de complementação de

renda, o que induziria o adolescente a recorrer a meios ilícitos para conseguir dinheiro de maneira fácil, instigados pelo consumismo.

Competências

Ao poder Executivo municipal compe-te a execução de políticas públicas in-fantojuvenis, no entanto, a maioria dos

municípios sequer tem estrutura para aplicar medidas socioeducativas mais leves, como prestação de serviços à co-munidade ou liberdade assistida (orien-tação e acompanhamento por um adul-to responsável em complementação à educação familiar).O Estatuto da Criança e do Adolescen-te prevê penalidades para o adolescente que desrespeita a lei. Quando comete um ato infracional (crime), assim como se procede com adultos, o adolescente - acima de 12 anos - é detido pela polícia e encaminhado a um promotor de justi-ça que irá entrevistá-lo e analisar o caso.Se a infração foi leve e não houve vio-lência e se o adolescente não estiver envolvido em outros fatos delituosos, pode responder em liberdade e sofrer medidas mais leves. Mas, se o caso é mais grave inicia-se o processo, apre-sentam-se as provas, ouvem-se as teste-munhas e, ao final, o juiz determina a

medida socioeducativa mais adequada, que pode ser desde uma advertência até uma internação.Para o promotor Castro, embora mui-tas pessoas critiquem o estatuto como razão para o aumento da criminalida-de, o problema é mais sério e profundo, pois envolve a efetivação das políticas públicas, que não tem recebido inves-timento de recursos públicos suficien-te. Ele concluiu que “o problema não está em como a lei foi feita e sim em ela não ser devidamente aplicada. Os governos federal, estadual e municipal não têm investido devidamente na ins-trumentalização desses procedimentos, principalmente na prevenção dos atos infracionais, pois são deficientes os pro-gramas que ofereceriam medidas prote-tivas, como apoio e orientação familiar, de que tanto necessitam essas pessoas que acabam envolvendo-se em atos in-fracionais”.

Cresce a criminalidade na região e população cobra providências

Millen Castro, promotor de Justiça nas cidades de Cachoeira e São Félix

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gente que nem vem até a porta” comen-tou.Para a aposentada Noélia Soares Maga-lhães, é um orgulho ter o quintal livre de focos do mosquito. “Aqui no meu quintal nunca encontraram nada.Tem uns vizinhos aqui que não gostam, que não abrem a porta. Mas eu faço minha parte, isso que é importante” comple-tou.

Coordenador da equipe de edemias resaltou a importância da população abrir as portas de suas residencias para os agentes.

Agentes de edemias combatem a dengue em Cachoeira

Fotos: Jenypher Pereira

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CACHOEIRA | BAHIA Maio 2013

www.ufrb.edu.br/reverso www.ufrb.edu.br/reverso76 REPORTAGEM

A centenária Feira de Caxi-xis, que aconteceu no muni-cípio de Nazaré das Farinhas, entre 28 e 31 de março, trou-xe novidades em 2013. Em função da recém criada Se-cretaria de Cultura de Aratu-ípe, algumas medidas foram implantadas no intuito de dar um melhor suporte, tan-to aos oleiros que participam da feira vendendo seus pro-dutos, quanto aos visitantes que vêm prestigiar o evento e

Secretaria de Cultura reestrutura

Feira dos Caxixis

Maelí Souza terão mais espaço para transi-tar. De acordo com Emanuel Cardoso, que está à frente da nova secretaria, antes não existia representatividade por parte do município e a prefei-tura de Nazaré fazia o contato diretamente com a Associação de Auxílio Mútuo dos Olei-ros de Maragogipinho (AA-MOM) e a Secretaria de Cul-tura veio como intermediária nas negociações este ano.

Dentre as mudanças apon-tadas pelo secretário, estão as melhorias na infraestrutura da

feira, que teve barracas mon-tadas e organizadas no espaço destinado ao comércio livre local, suspenso no período a feira. Antes, as barracas eram de responsabilidade dos olei-ros e não havia organização. Outro diferencial apontado foi com relação aos cadastros dos oleiros que participam da feira, que segundo ele eram muito conflituosos, pois os oleiros sentiam-se explorados pela feira. O projeto apre-sentado pela secretaria teria sanado esse problema, per-mitindo que o credenciamen-to fosse feito em Maragogi-pinho, distrito de Aratuípe onde fica a AAMOM, no dia e hora escolhido pelos oleiros, bem como a entrega das cre-denciais e o fardamento, agili-zando a produção dos oleiros

A Feira de Caxixis acontece em Nazaré por tradição. Con-tam os mais velhos que havia uma olaria em Jaguaripe cujo oleiro era de Portugal. Toda sexta-feira o dono viajava para fazer compras em Nazaré e re-tornava no sábado. Em uma dessas idas, numa sexta-feira santa, ele foi à igreja para o ritual do beija-pé e, quando terminou a missa, ele percebeu que as pessoas procuravam algo para comprar de lembran-ça pra levar pra casa. Como ele trabalhava com cerâmica, teve a ideia de no ano seguinte levar algumas peças. E conseguiu vender todas. No outro ano, ele pediu a um de seus oleiros para fazer mais peças pra levar e deu certo. A feira cresceu e até hoje no período da semana santa acontece a Feira de Caxi-xis, que virou referencial para a cidade de Nazaré das Farinhas, situada a cerca de 230 km de Salvador.

que perdiam tempo se deslo-cando para Nazaré.

Descaracterização

Outra preocupação da se-cretaria, conforme contou Emanuel, foi evitar a desca-racterização do artesanato, que estava acontecendo em função de oleiros de outras cidades estarem vindo e to-mando o espaço, pois o que norteia a feira são os caxixis, miniatura delicada de cerâmi-ca. A cada ano, vinha-se cons-tatando que outro material era introduzido e os oleiros de Maragojipinho também esta-vam descaracterizando as ce-râmicas para competir em pé de igualdade. A medida toma-da, explicou ele, foi aumentar o quantitativo dos exposito-

res, colocando uma fiscaliza-ção mais forte para impedir a entrada desses comerciantes, pois além de tomar o espaço eles dão prejuízo por não pa-garem impostos à prefeitura.O secretário também adian-tou um projeto ainda embrio-nário, uma espécie de ressaca da feira dos caxixis, que será realizada em Aratuípe. Sem data marcada para acontecer, a feira - que não será deno-minada caxixis, por ser uma nomenclatura pertencente à feira de Nazaré - será mais voltada aos oleiros locais, que direcionarão tudo, decidindo desde a data, os participantes, o que será exposto, até as par-cerias que serão feitas. Tudo será organizado respeitando a estrutura do município, que é menor que Nazaré.

Todos os anos, há mais de três séculos, o feriado da pás-coa é acompanhado pela Feira dos Caxixis. Sediada em Na-zaré das Farinhas, a 200 km de Salvador, reune artesãos de diversas regiões do Re-côncavo, em especial do mu-nicípio vizinho de Aratuípe, cujo distrito é famoso pela produção das peças artesanais.Este ano, a Feira dos Caxixis aconteceu entre os dias 28 e 31 de março, organizada pelo

governo, com apoio da Bahia-tursa. As barracas foram dis-ponibilizadas para os comer-ciantes, bem como um vale para a alimentação durante sua estadia nas praças.

Entre os objetos vendidos, encontravam-se das mais va-riadas peças, desde porqui-nhos de barro, panelas e pe-quenos objetos que custam entre R$ 1 e R$ 10, até ima-gens sacras feitas de argila que podem valer mais de R$ 600.

O caráter comercial, porém, misturou-se com a preserva-

ção da cultura local e valoriza-ção da tradição dos habitantes da região. Mas além de colorir os olhos de quem visitou a ci-dade, a feira também ofereceu atrações musicais. Nesta edi-ção, distribuíram-se entre os quatro dias de festa os convi-dados Luiz Caldas, Filhos de Jorge, Harmonia do Samba, Araketu e Black Style.

Sem caxixis

A venda de artesanato au-menta bastante na época da

feira e os artesãos de Marago-jiponho, também conhecidos como oleiros, produzem mais para vender em Nazaré. Ape-sar do comércio promissor, alguns destes trabalhadores estão desgostosos com a feira.

Oleiro há 40 anos, Juraci Araújo alegou que ir à feira não compensa, pois os bene-fícios são poucos e é muito exaustivo se deslocar até a ci-dade sede do evento. Segun-do ele, o estímulo deveria ser maior, pois o trabalho já é bas-tante desvalorizado. “Estou

aqui há 40 anos e não posso parar de trabalhar. Não tenho aposentadoria.”, sublinhou.

Sobretudo, afirmou que a feira perdeu parte da tradi-ção. Antes, os investimentos direcionavam-se todos para o artesanato, mas o hábito de produzir e vender caxixis se perdeu. O próprio termo ca-xixi compreendia apenas um tipo de artesanato – pequeno, feito para crianças – e hoje de-nomina popularmente qual-quer trabalho artesanal.

Quando se começou a co-

mercializar em larga escala esses produtos, a principal fonte de lucro eram as peque-nas peças feitas para crianças e por essa razão a feira recebe o nome de Feira dos Caxi-xis. Entretanto, mesmo após a diminuição de sua venda, o nome permaneceu e esten-deu-se às outras peças.

Também oleiro, Antônio dos Santos não culpou nin-guém pelo esquecimento dos antigos caxixis. Em sua con-cepção “toda fruta tem seu tempo e as crianças de hoje

não querem mais caxixi”. En-tretanto, assim como Juraci, ele não foi à feira. Recebe seu sustento com a venda na pró-pria olaria, que atrai muitos visitantes de dentro e fora do país, especialmente no verão.

Apesar de tudo, o filho de Antônio esteve presente em Nazaré das Farinhas e ven-deu na feira. Exemplo de que, mesmo perdidas algumas tra-dições, uma delas persiste: a de dar um pouco mais de oportunidade aos artesãos da região.

Feira tem cada vez menos caxixisMatheus Buranelli

Foto: Lorena Bernardes

Foto: Jenypher Pereira

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Foto: Jenypher Pereira

Como começou

Almerentino segue a tradiçáo de produzir caxixis no povoado de Maragojipinho

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CACHOEIRA | BAHIA Maio 2013www.ufrb.edu.br/reverso

SEU BAIRRO 9CACHOEIRA | BAHIA Maio 2013 www.ufrb.edu.br/reverso8 REGIÃO

Espaço empresarial prepara campanhade vendas em Santo Antonio de JesusDrielle Costa

O segmento empresarial de Santo Antonio de Jesus, que investe bastante na fama de ser “o comercio mais barato da Bahia”, está preparando desde janeiro a campanha junina deste ano.O objetivo é trazer um numero superior ao

do ano passado das empresas participando dos sorteios de prêmios. As campanhas e ações contribuem para o desenvolvimento do comércio e consequentemente da cida-de de Santo Antonio de Jesus. Associação Comercial e Empresarial de Santo Antonio de Jesus (ACESAJ), Câ-mara de Dirigentes Lojistas (CDL) e Sindi-

cato dos Comerciários Varejistas de Santo Antonio de Jesus (SINCONSAJ) reuni-ram seus representantes com o secretário de Indústria e Comércio do município, Ail-ton Lago, e os organizadores da festa de São João, na sede do Espaço Empresarial, no último dia 15 de Abril.Na oportunidade, foram apresentadas as atrações confirmadas e firmadas as parce-rias para a organização e participação do comércio local no festejo e as ações pro-mocionais do período.

Espaço

O Espaço Empresarial é ligado ao serviço de SPC e conta com balcão de empregos e o programa Empreender, em parceria com o Sebrae. Seus associados têm opor-

tunidades como descontos em empresas parceiras.Oferece a empresários e comerciantes diversos cursos e workshops, como o de estratégia de mídia, que aconteceu em fe-vereiro, além de duas grandes palestras de incentivo por ano. Para incentivo às empresas, a cada final

de ano o Espaço Empresarial premia a empresa que foi destaque no ano com o prêmio Melhores do Ano, um evento que já acontece há 19 anos e é feito através de pesquisas populares em bairros e empresas da cidade, trazendo sempre uma figura pu-blica para a entrega do premio, que sempre acontece no inicio do mês de dezembro.

Alguns dos principais empresários santoantonienses compõema diretoria das entidades empresariais

O Espaço Empresarial abriga as três entidades que atuam em parceria

Fotos: Reginaldo Silva

Governador Mangabeira completou51 anos com sessão solene e inauguração

Thacio Machado O quinquagésimo primeiro aniversário de emancipação política de Governador Man-gabeira foi comemorado em 14 de março de 2013 com a reinauguração do Centro Educacional Angelita Gesteira (CEAG) e uma sessão solene na Câmara Municipal de Vereadores. Além desses eventos, fo-ram realizadas uma missa comemorativa e a solenidade de hasteamento da bandeira em frente ao paço municipal. Localizada a cerca de 130 km de Salvador e com pouco mais de 20 mil habitantes, de acordo o Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística (IBGE), Governador Mangabeira é uma das pequenas cidades do Recôncavo Baiano. Até 1662, pertencia

a Muritiba e se chamava Vila de Cabeças. Elevou-se à condição de cidade em 14 março do mesmo ano. O nome foi uma homenagem a Otávio Mangabeira, que foi Governador do Estado de 1947 a 1951.Muitos aspectos contribuíram para eman-cipação. “A vila tinha ótima condição eco-nômica, inclusive, se sustentava, ou seja, na sua sede existiam vários armazéns de fumo que chegaram a exportar o produto até para Europa. A situação de desenvolvi-mento econômico foi essencial para que o Governo do Estado instalasse, em 1959, na sede da vila uma coletoria de impos-tos”, afirmou Alex Brandão, Historiador, Professor e Pesquisador. Para Brandão, “outro fator que também pode ter contribuído foi a ocorrência de

grande comoção popular para que a vila alcançasse sua independência, pois se acre-ditava que, sendo cidade, as condições de vida poderiam melhorar”. Também foram importantes as articulações políticas. De-fendido por três vereadores que residiam no distrito, o projeto de emancipação foi aprovado em agosto de 1961, na Câmara de Vereadores de Muritiba, sendo votado em 14 de 1662 na Assembléia Legislativa do Estado. Vila de Cabeças Impulsionada pela produção de tabaco e pelo tropeirismo (atividade itinerante desenvolvida durante o Brasil Colonial, no transporte do gado e de bens essên-cias para o interior), em 1881 foi criado o Distrito de Paz das Cabeças, pertencente

à cidade de Cachoeira. No entanto, com a criação da cidade de São Felix, em 1889, o distrito passou a pertencer ao território São-Felista. Já no século XX, mais espe-cificamente em 1919, com a elevação de Muritiba à condição de cidade, Cabeças vi-rou distrito Muritibano. Existem diversas histórias para explicar o porquê do nome

Cabeças, “todas elas ligadas ao imaginá-rio popular e caminham sobre a ótica das chacinas”, afirmou Alex. Todas as versões contam histórias ligadas a assassinatos que ocorreram na região, sendo que as cabeças foram arrancas e fixadas em estacas ou pe-daços de pau, ficando expostas na estrada que passava perto da vila.

Foto de coleção particular

Alissandro Lima

Localizada no centro de Ca-choeira, a Rua Vinte e Cin-co de Junho, ligação entre as praças Aclamação e Teixeira de Freitas, é famosa por suas noites movimentadas e calo-rosas. Point de universitários e turistas, já se tornou parada obrigatória nos finais de sema-na. Na pequena rua são ofere-cidos todos os tipos de serviços e diversão para seus visitantes. Assim como toda a cidade, foi palco de grandes revo-luções e histórias que fize-ram o Brasil independente.

No século XIX, por exemplo, quem estava na rua pôde assis-tir à nomeação da Cachoeira como capital da Bahia ou até mesmo às cenas de lutas pela in-dependência do nosso Estado. O próprio nome do logradou-ro é uma homenagem a um dos marcos da independência do Estado. No dia 25 de ju-nho de 1822, a cidade da Ca-choeira proclamou sua Alteza Real como Regente Consti-tucional e Defensor Perpétuo do Brasil, este foi considera-do um dos principais passos para independência da Bahia.

Movimento e queixas

O tempo passou e o local hoje concentra em seus prédios antigos um gran-de número de bares, lan-chonetes e restaurantes, além de centros culturais e boutiques especializa-das em produtos con-feccionados por artistas locais. Com um público bem diversificado, ofere-ce espaços para vários ti-pos de gostos e públicos.Para a comerciante local Francine Torres a Vinte e Cinco, como é carinho-samente chamada pelos seus visitantes, é marcada pelo movimento intenso dos universitários e pela grande circulação de tu-ristas. Segundo ela, o bom atendimento dos co-merciantes locais também é um atrativo do lugar.Mas nem tudo são flores. Para o morador Climá-rio Gomes, o local deve-ria oferecer outro tipo de lazer para seus morado-res e visitantes. Segundo ele, o som alto durante a madrugada e a bebedei-ra que invade as noites são os aspectos negati-vos da rua boemia. Mes-mo com muitas críticas, o morador reconhece a sua importância como um ponto de encontro.Para Ivan Lemos, estu-dante de Serviço Social da Universidade Federal

do Recôncavo da Bahia (UFRB), a Vinte e Cin-co é um espaço de socia-lização onde é possível perceber todos os níveis, todas as cores, todas as classes em um só lugar. Segundo ele, trata-se de um espaço boêmio, de distração e de referên-cia para os estudantes e visitantes da Cachoeira.

A Vinte e Cinco de Ju-nho pode ser resumida como um lugar históri-co que abriga em seus prédios antigos todos os tipos de tribos e clubes para a celebração da vida e da amizade. Seu encan-to natural é responsável por toda efervescência cultural e revolucionária que nasce em suas noites.

Fotos: Lorena Soares

Vinte e Cinco de Junho é ponto deencontro para universitários e turistas

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CACHOEIRA | BAHIA Maio 2013 www.ufrb.edu.br/reversoESPORTES10 CACHOEIRA | BAHIA

Maio 2013www.ufrb.edu.br/reverso 11O POVO FALA

Monitorando Cachoeira

“Acho interessante para combater osroubos que estão acontecendo ao patrimônio histórico”.

“Vai ser muito interessante para o patrimônio.

Sabemos que aqui emCachoeira alguns

estabelecimentos já tiveram peças saqueadas e muitos deles estão fechados hoje

por conta disso.”

“Não ignoro a importância de tentar inibir os assaltos

na área, mas não é todo mundo que gosta de ser

vigiado por uma câmera e ter sua privacidade

invadida”.

“Uma câmera pode, sim, ajudar a diminuir os altos números de assaltos naregião, mas e a galera que mora no Caquende, Rua da Feira e no Monte?”

“Acho uma boa ideia, acredito que a decisão vai ajudar na identificação de um assaltante, por exemplo. Vai ser legal para um e para outros não.”

“Váriosestabelecimentos

comerciais já foram assaltados, me sentirei

mais segurotrabalhando em uma

área vigiada”.

Ângelo Alves, estudanteLucas Santana, estudante

Marinalva Cardoso, dona de casa Fredieh Simons, estudante

Alexandre Alves, vendedorNara Santos Leite, autônoma

A Prefeitura da Cachoeira anunciou a instalação de câmaras para monitorar o movimento nas principais ruas da cidade. O povo tem o que dizer a respeito. (Fotos de Andrei Soares Borges)

Copa de Futebol reúne em Cachoeira equipes sub-17do Recôncavo e Região Metropolitana de SalvadorThacio Machado

A Copa Metropolitana de Futebol Sub-17 começou no último dia 6 de abril e conta com a participação da seleção de Governa-dor Mangabeira e mais 29 equipes baianas. O confronto de Bahia (atual campeão) e Redenção foi a partida de estreia do cam-peonato. O Torneio organizado pela Supe-rintendência dos Desportos do Estado da Bahia (SUDESB) é realizado anualmente e visa a preparação das equipes baianas para a copa 2 de Julho (campeonato realizado na Bahia com a participação de equipes nacio-nais e internacionais).Além dos times tradicionais baianos (Bahia e Vitória) e clubes de renome no estado, como Ypiranga, Galícia e Cruzeiro de Cruz das Almas, a Copa Metropolitana também conta com a participação de equipes meno-res e seleções locais. As equipes estão divi-das em oito grupos, sendo que dois grupos com três times e os demais com quatro. Na primeira fase da competição, os times farão jogos de ida e volta, com os dois melhores de cada chave passando de fase.

Seleção de Mangabeira

A seleção de Governador Mangabeira tam-bém estreou na competição, no dia seis, contra a seleção de Maragojipe, vencendo com o placar de 1×0. O grupo também conta com a participação da seleção de Cachoeira e Conceição da Feira. Apesar da vitória, a seleção de Governador Manga-beira lamentou, pois seu mando de campo é na cidade de Cachoeira. “Não podemos receber jogos em nossa cidade por causa do estado do gramado e pela falta de estru-tura para receber bem os atletas”, afirmou Reginaldo Vitena, integrante da comissão técnica. O campo de Governador Manga-beira não pertence à prefeitura, faz parte do terreno de uma escola particular do mu-nicípio e se deteriorou com o tempo e falta de manutenção.Além do problema do mando de campo, o time ainda sofre com a falta de apoio. “Toda parte de uniformes, coletes, além de passagens de atletas de outras cidades, está sendo custeada pelo vereador Nerinho. A

prefeitura ajuda no transporte dos atletas para os jogos, mas também recebemos três bolas da SUDESB, o que ajuda no nosso treino”, admitiu Reginaldo. E complemen-tou que, “apesar das dificuldades, da falta de estrutura e de apoio, acredito nesse gru-

po e numa mudança no cenário esportivo de nossa cidade. O campo já está sendo comprado pelo governo municipal e com esse trabalho que estamos realizando tere-mos dias melhores para o esporte manga-beirense”.

Chaveamento da CopaMetropolitana de Futebol Sub-17

Grupo A: Bahia, Redenção, Vasco de Salvador e Botafogo

Grupo B: Vitória, Galícia, Ypiranga e Salvador

Grupo C: Lauro de Freitas, Atlântico, AABB e Simões Filho

Grupo D: São Francisco do Conde, Saubara e Cruzeiro de Crus das Al-mas

Grupo E: Mata de São João, Alagoi-nhas, Pojuca e Catu

Grupo F: Cachoeira, Maragogipe, Conceição da Feira e Governador Mangabeira

Grupo G: Itaparica, Salinas da Mar-garida, Santo Antônio de Jesus eLeônico

Grupo H: Camaçari, Dias D’Ávila e Teodoro Sampaio

Equipes do Recôncavo e Região Metropolitana do Salvador participaram do torneio (Fotos de Victor Érik)

Entraram em campo vários times tradicionais, como Bahia, Vitória, Ypiranga,Galícia e Cruzeiro de Cruz das Almas

Projeto de iniciaçãoesportiva forma

agente de esportesCátia Lima

Em solenidade realizada no ultimo dia 4 de março e que contou com a presença de diversas autoridades, como o prefeito Car-los Pereira, o vice-prefeito Wilson Lago, o presidente da Câmara José Matos Silva, o secretário de Esportes Juraci Rocha e o pre-sidente da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), o ex-jogador de futebol Bobô, foi implantado em Ca-choeira um projeto de iniciação esportiva que promoveu a capacitação de agentes de esportes.Foram beneficiadas localidades como São Francisco, Santiago, Opalma, Tabulei-ro, Formiga,Tupim, Alecrim, Boa Vista, Belém, Capoeiruçu, Caquende, Faceira e Campo da Manga entre outros, com a ca-pacitação de 20 agentes de esportes, 90% deles líderes comunitários ou menbros da própria comunidade. O curso foi ministra-do com 60horas práticas e 20horas teóricas para agentes que tinham aptidõão para o atletismo, basquete, vôlei, futebol, futsal ou ginástica,. O projeto pretende atingir cerca de 900 crianças e adolescentes, que são o publico alvo .

Boxe

Outras ações anunciadas pela Secretária de Esporte incluem o evento denominado Boxe em Cachoeira, que teve 12 lutas e foi realizado na quadra de esportes do muni-cípio no dia 27 de abril. No dia seguinte, a conteceu o Festival de Futebol, divido em três categorias: fraldinha, que atingiu crianças de 10 a 11 anos; dente de leite para crianças de 12 a 13; e fraldão de 14 a 15. Para maio está programada a Corrida Per-fumada, direcionada às mulheres, em co-memoração ao dia das mães.O secretário Juraci Rocha disse que a finali-dade do projeto nada tem a ver com a pro-ximidade do ano da copa, mas sim com o desenvolvimento de atividades físicas para a criança e o adolescente, propiciando, as-sim, que eles consigam se livrar de situação de risco.

Projeto quer ampliar as atividades de esporte e lazer

Foto: Reisânia Karla

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12 CACHOEIRA | BAHIA Maio 2013

www.ufrb.edu.br/reverso

ABI sedia debate sobre desafios do jornalismocom professores e estudantes da UFRB

Evento fez parte das atividades acadêmicas da turma do quarto semestre do curso de Comunicação Social - Jornalismoresponsável pela edição do jornal Reverso e teve como principal objetivo debater questões relevantes à profissão

Ilze Melo Os desafios do jornalismo enquanto profissão foram tema de um debate na tarde da última quinta-feira (09), no “Jornalismo em pauta”, realizado na sede da Associação Baiana de Imprensa (ABI), no centro histórico de Salvador. Estudantes do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) participaram do evento, organizado pelo coordenador do curso,

José Péricles Diniz.A mesa-redonda foi composta pelos jornalistas Ernesto Marques, vice--presidente da ABI, Marjorie Moura, presidente do Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba), e Alberto Freitas, coordenador de redação da Secretaria de Comunicação do Estado da Bahia (Secom).Estiveram presentes também as profes-sores de Jornalismo da UFRB Juciara Nogueira e Hérica Lene, além de alu-

nos e ex-alunos do curso. O evento foi iniciado com o lançamento do Rever-so, jornal laboratorial produzido pelos próprios estudantes da UFRB.

Mercado

Os jornalistas falaram das dificulda-des dos profissionais no dia-a-dia da profissão, do cenário atual do merca-do de trabalho (redução de vagas nas redações dos jornais impressos, mas

aumento em assessorias de co-municação privadas e públicas) e alertaram sobre a luta pela obrigatoriedade do diploma, que, segundo Alberto Freitas, é uma garantia de sobrevivência da categoria. Ainda explanaram sobre a necessidade da união dos jornalistas para a constru-ção de uma organização sólida da profissão.

“Esse tipo de encontro é fundamental para se conhecer como profissional dentro de um mercado em que eles ainda não adentraram, para se conhecer como sujeito ativo da sua profissão”, avaliou a presidente do Sinjorba, Mar-jorie Moura, sobre a importância de eventos que buscam aproximar estu-dantes de jornalismo dos profissionais atuantes no mercado.O evento ainda contou com a presen-

ça das jornalistas Regina Ferreira, vice--presidente do Sinjorba, e Cecília Soto, assessora de comunicação do Sindicato dos Petroquímicos da Bahia, que tam-bém deram suas contribuições durante o debate sobre as experiências na pro-fissão.As atividades foram encerradas com o lançamento do livro O Jornalismo na escola, estratégias de uso para a forma-ção de novo leitores e a construção da cidadania, do professor e jornalista Pé-ricles Diniz

“Esse tipo de encontro é fundamental para se

conhecer comoprofissional dentro de um

mercado em que elesainda não adentraram, para se conhecer como

sujeito ativo da suaprofissão”.

Marjorie Moura

Alberto Freitas, coordenador de redação da Secom

Marjorie Moura, presidente do Sinjorba

Ernesto Marques, vice-presidente da ABI