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Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia O POVO FALA: DUPLA BA-VI DÁ VEXAME NO NORDESTÃO (PAG. 11) Cachoeira - Bahia Abril de 2013 Edição 67 A caminhada é um hábito recomendável, ainda mais às margens do Paraguaçu Cooper ganha adeptos em São Félix (pág. 4) Foto: Vanessa Araújo São poucas as opções de lazer em Cachoeira Uma delas é o Balneário Vale das Cachoeiras (acima, em foto de Samili Cintra). Confira outras opções na reportagem da página 7. Semana Santa aqueceu os preços em Cruz das Almas Mas os ingredientes para o caruru (abaixo, na foto de Alice Velame) também ficaram mais caros nos mercados de várias outrras cidade da região. Veja na página 6. REGIÃO Preço dos imóveis dispara em Cruz das Almas (pág. 8) SEU BAIRRO Conheça a Rua da Feira, um lugar de muitos nomes (pág. 9) VISITA Estudantes de jornalismo conhecem a Rádio Andaiá em Santo Antonio de Jesus (pág. 12) SANTO AMARO DA PURIFICAÇÃO: Poluição no Rio Subaé deve mudar o mercado de lugar (página 3) Foto: Ilze Melo Filarmônica Lyra Ceciliana realiza turnê em seu aniversário (pág. 10) Foto: Cáa Lima
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Reverso 67

Apr 08, 2016

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Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

O POVO FALA: DUPLA BA-VI DÁ VEXAME NO NORDESTÃO (PAG. 11)

Cachoeira - BahiaAbril de 2013

Edição

67

A caminhada é um hábito recomendável, ainda mais às margens do Paraguaçu

Cooper ganha adeptosem São Félix (pág. 4)

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São poucas as opçõesde lazer em Cachoeira

Uma delas é o Balneário Vale das Cachoeiras (acima, em foto deSamili Cintra). Confira outras opções na reportagem da página 7.

Semana Santa aqueceu os

preços em Cruz das Almas

Mas os ingredientes para o caruru (abaixo, na foto de Alice Velame)

também ficaram mais caros nos mercados de várias outrras cidade

da região. Veja na página 6.

REGIÃOPreço dos imóveis dispara

em Cruz das Almas (pág. 8)

SEU BAIRROConheça a Rua da Feira,

um lugar de muitos nomes(pág. 9)

VISITAEstudantes de jornalismo conhecem a Rádio Andaiá em Santo Antonio de Jesus

(pág. 12)

SANTO AMARO DA PURIFICAÇÃO:

Poluição no Rio Subaé devemudar o mercado de lugar(página 3)

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Filarmônica Lyra Ceciliana realizaturnê em seu aniversário (pág. 10)

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Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo

Reitor da UFRBProf. Dr. Paulo Gabriel S. Nacif

Diretora do CAHLProfa. Dra.Georgina Gonçalves

Coordenação EditorialProf. Dr.Robério Marcelo RibeiroProf. Dr. José Péricles Diniz

EditorProf. Dr. J. Péricles Diniz

RedatoraFabiana Dias

Editoração GráficaProf. Dr. J. Péricles Diniz, Alice Velame, Larissa Molina, Rodrigo Daniel Silva, Roquinaldo Freitas, Tássio Santos, Thacio Martins e Victor Erik

CARTA AO LEITOR

CACHOEIRA | BAHIA Abril 2013www.ufrb.edu.br/reverso 3CIDADECACHOEIRA | BAHIA

Abril 20132 OPINIÃO INEDITORIAL

Mais uma edição do Reverso nas ruas é sempre um prazerrenovado, que vem inevitavelmente com a sensação deresponsabilidade social pelo que buscamos, apuramos enoticiamos, sempre a usar como baliza os princpipios éticos das práticas e condutas dos jornalistas com formação.E contudo - nunca é demais lembrar - contando com a boa vontade e bom senso daqueles que percebem que sendo um jornallaboratório da turma de quarto semestre para a disciplinaJornalismo Impresso nem sempre é possível oferecer a notícia mais recente, mais atual ou mesmo graficamente impecável.Porque sabemos que eventuais atrasos ou imperfeições gráficas são enormemente compensados pela certeza de que o Reverso tem cumprido sua missão primordial, que é ensinar, na prática,o bom jornalismo impresso aos nossos estudantes. Foi com esta disposição que fomos atrás das novidades sobre a poluição que atinge o Rio Subaé, dos moradores que estão aderindo com energia à prática saudável das corridas matinais às margens do Paraguaçu e também dos preparativos, das receitas e cuidados para a Semana Santa e seu feriadão.Tratamos da turnê da Lyra Ceciliana, do merccado de sex shop na cidade heróica e da supervalorização do mercado imobiliário na cidade de Cruz das Almas. Na coluna Seu Bairro, conhecemos a movimentada Rua da Feira e na sessão O Povo Fala reverberamos as queixas contra o péssimo desempenho da dupla Bahia e Vitória no Nordestão, que ademais pressegue pelo Campeonato Baiano adentro. Boa leitura! Péricles Diniz

Albenísio FonsecaJornalista A implantação da TV digital interativa no Brasil (e na América Latina) vem sendo restringida à ideia de que essa nova multiplataforma tecnológica envolve apenas alta definição na qualidade da imagem e do som - como tem sido vendida no varejo. Aliás, há ênfase, também, na criação de serviços comerciais (ou t-commerce), contemplando “novidades” que incrementarão lucros a iniciativas, antes restritas aos detentores das concessões de TV, em serviços interativos como previsão do tem-po, resultados de jogos, pay-per-view.Há disponibilidade, ainda, para t-banking (serviços bancários) e t-gov (interatividade entre governo e po-pulação nas áreas tributária, educacional, cultural e de serviços públicos), além da recepção e transmissão de e-mails. Mais influente meio de comunicação no Brasil, presente em 90% dos lares, a TV (analógica) sofrerá um imensurável impacto no modo passivo como nos com-portamos ao assistir aos programas.A TV digital, sob padrão nipo-brasileiro, decorre de adaptações proporcionadas, desde 1994, por pesquisa-dores em universidades brasileiras. Foi inaugurada em São Paulo, em 2.12.2007, pelo presidente Lula: “Uma TV gratuita e aberta tem que preservar a inclusão so-cial”. Sim, a inclusão social agora propulsionada pela inclusão digital, e em caráter Hybridcast, combinando transmissão broadcast e aplicativos para Web das “TVs conectadas” (ou smart TVs) integrando e sincronizan-do conteúdos broadcast com os da banda larga.A propósito, fabricantes de aparelhos de TV digital an-dam em polvorosa com a consulta pública promovida pelos ministérios da Ciência e Tecnologia e da Indústria

e Comércio sobre as regras de fabricação da TV digital, obrigando a instalação do Ginga, o middleware nacio-nal, uma tecnologia em softwares, coração da interati-vidade.Mas há, também, outro viés em cena, com a recém sancionada Lei nº 12.485, que unifica as legislações das TVs por assinatura, as transmitidas através de sinais codificados por diferentes tecnologias, isto é: a cabo (TVC), por satélite (DTH) e em microondas (MMDS). A nova lei libera a participação do capital estrangeiro, limitando-o apenas nos sistemas a cabo (em 49%), sob a justificativa de “estímulo à competição e oferta de novas opções de conteúdo audiovisual de qualidade e melhores serviços, por menores preços”, sem maiores proteções ao capital e à indústria audiovisual nacional. A TV paga compreende um mercado nada desprezível. Em 2010 o faturamento bruto contabilizou R$ 1,011 bi. Dados da Anatel sinalizam que em agosto de 2011 a TV paga já alcançava cerca de 11,6 milhões de domicílios, correspondentes a 38,3 milhões de brasileiros. O certo é que somente com a expansão da cultura digi-tal brasileira contaremos com novos agentes que, além de consumidores de informação, tornem-se geradores de conhecimento, alimentando o sistema e tornando--se parceiros do desenvolvimento intelectual e cultural do País. A TV digital interativa, já em 3D, é um novo e revolucionário universo, seja como suporte para con-vergência de outras mídias digitais - Internet e mídias móveis - seja na adoção da multiprogramação, onde hoje se transmite apenas uma de forma linear. A in-serção da hipermídia proporcionará sua conversão em meio emissor a provocar reflexão, participação, intera-tividade.Muito mais que ter à mão um controle remoto – como um bumerangue - teremos a possibilidade de emisso-ras não só para operadores privados e estatais, mas (ge-ridas coletivamente) por sindicatos, associações, ONGs, movimentos sociais, a consolidar esta nova galáxia plu-rinformativa em extraordinário mercado para novos negócios, produção (e consumo) de conteúdo, na busca de um cenário onde reine “a mais avançada das mais avançadas das tecnologias”. Na expectativa de que as emissoras ofertem programa-ções interativas de qualidade, saliente-se que as técnicas não têm sentido em si mesmas, dependem do uso que façamos delas. Quanto à nova legislação, o critério fun-damental para sua avaliação deve ser o quanto ela possi-bilita de ampliação da participação de mais e diferentes vozes no debate público.

TV Digital Interativa, uma nova revolução? Poluição no Rio Subaé, em Santo Amaro, deve mudar o mercado de lugarLorena Soares

Devido ao alto número de sacolas plásti-cas espalhadas e da sujeira na feira local, que é realizada nos arredores do Subaé, a juíza Marivalda Almeida Moutinho, emitiu no mês de janeiro desse ano uma senten-ça à prefeitura municipal, cujo processo de ação civil pública que já havia sido de-

terminado antes, solicitava a mudança do mercado municipal, a fim de amenizar a poluição do rio e de suas proximidades.A coleta seletiva é feita diariamente, en-tretanto, existem pessoas que fazem da margem do rio local para depositarem móveis velhos, entulhos, entre outras coisas. Desse modo, a grande quantidade de lixo em locais indevidos gera revolta a

quem reside próximo a esses locais. Seu acúmulo atrai mosquitos, insetos e ratos, além de cães que fazem necessidades fi-siológicas, deixando um mau cheiro no ar. Em Santo Amaro, Recôncavo baiano, o Rio Subaé, que já foi o habitat de mui-tas espécies de peixes, hoje padece com a falta de consciência de alguns cidadãos.

Prazo

A prefeitura pediu a extensão do prazo, que até então era de 15 dias, pois não havia um local propício para funcionar a feira. Assim, para tentar diminuir o pro-blema, algumas barracas foram afastadas da margem do rio. Segundo Fabiana Pa-ranaguá, sub-coordenadora do licencia-mento ambiental do município, esse tipo de projeto pode fazer as pessoas enten-derem errado, acreditando que podem jogar lixo na área porque será retirado.Alguns trabalhos visando à melhoria da higiene ribeirinha foram feitos, o Bahia Azul foi implantado há alguns anos, com a função de desviar para estações de trata-mento a rede de esgoto das casas por meio de caixas, porém muitas pessoas alegaram transtornos e se recusaram a colaborar, de

modo que não foi concluído totalmente.

Coleta seletiva

A cidade também conta com um aterro sanitário nas proximidades do entron-camento que dá acesso as praias da re-gião (Itapema, Cabuçu e Bom Jesus). Nesse local existem pessoas que fazem do lixo seu sustento, são os catadores. A Universidade Federal do Recônca-vo da Bahia (UFRB), campus de Cruz das Almas, em parceria com a prefeitura municipal pretende realizar uma associa-

ção de coleta seletiva com os catadores de lixo, no qual a prefeitura deverá or-ganizar um local e a universidade pro-mover a capacitação para essas pessoas. “Alguns catadores foram levados para Cruz das Almas para ver como será o projeto aqui”, disse Fabiana Paranaguá.A expectativa é grande para que projetos de educação ambiental viabilizem a me-lhoria de higiene e saúde para a cidade. “Na realidade é como dar uma condição digna de vida a essas pessoas, então to-das as secretarias têm que estar unidas a esses projetos”, disse a sub-coordenadora.

Sacolas plásticas, entulho e até móveis velhos são jogados nas águas do Subaé

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Cachoeira tem efetivo policial reduzidoapós transferência de comando da PM

Mário Jorge

No final do ano passado, o comando do 2º pelotão da Polícia Militar de Cachoeira foi transferido pela Secretaria de Seguran-ça Pública da Bahia (SSP) da 27ª Compa-nhia Independente, sediada em Cruz das Almas, para a 20ª Companhia Indepen-dente, em Santo Amaro da Purificação. Com essa mudança, houve uma redução do efetivo policial, que passou de 48 para 29, uma redução de 60,41%. São quatro policiais por plantão, que se reversam a cada jornada de 12 horas, e uma viatura para assistir ao município que tem cerca de 33 mil habitantes e uma extensão terri-torial de 395 Km².

Comitiva

Para apresentar os problemas referentes à segurança pública em Cachoeira, uma comitiva de vereadores foi recebida pelo subsecretário da Segurança Pública da

Bahia, Ari Pereira. Os vereadores pleitea-ram principalmente o aumento do efetivo da policia civil e militar e apontaram o qua-dro reduzido como um dos responsáveis pela crescente onda de violência da cidade. Segundo Ari Pereira, o efetivo policial de Cachoeira será reforçado em breve. “O efetivo será reforçado, estamos concluindo as ultimas etapas do concurso público rea-lizado pela secretaria de segurança pública, tão logo o processo seja concluído os po-liciais serão distribuídos para as cidades do interior e com certeza estaremos aumen-tando o efetivo de cachoeira”, assegurou. Sobre a necessidade de reforço da frota, o subsecretário apontou que nesse momento serão destinadas ao município duas moto-cicletas para auxiliar na realização das ron-das policiais.A respeito da mudança do comando da PM, Ari Pereira declarou que ocorreu em decorrência de um levantamento realizado pela SSP que apontou o redimensiona-

mento de sua estrutura como mais eficien-te. Porém, não afastou a possibilidade do comando de Cachoeira voltar a ser sedia-do na 27ª CIA, em Cruz das Almas. “Não podemos dizer não para nada, vamos ver a evolução dessa nova estrutura, mas se não funcionar bem como previsto, eviden-temente que essa estrutura poderá sofrer novo redimensionamento”, disse.Na policia civil, responsável pelas investi-gações dos delitos, a realidade não é muito diferente da PM. Além do delegado, a uni-dade conta com apenas uma viatura e um agente plantonista por dia, para atender toda a demanda de elucidação de crimes que ocorrem dentro dos limites da cidade.

Ações da Prefeitura

A prefeitura de Cachoeira, por sua vez, anunciou que tem executado projetos para auxiliar no trabalho das autoridades poli-ciais na prevenção de delitos contra os ci-

Empresa de comunicação vai ser inaugurada

em CachoeiraJaqueline Suzarte

Lançada no fim de janeiro deste ano, a agência Orixá-Comunicação Natural é o novo empreendimento do empresário Marcus Ferreira e do publicitário Vinícius Xavier, que ainda este ano deve inaugurar uma sede em Cachoeira.De acordo com Ferreira, o nome da em-presa reflete seu intuito de mercado. “Orixá vem de natureza, por isso o nosso slogan é comunicação natural. Acreditamos que a comunicação atual anda meio forçada, com pouca objetividade – quando se acha algum objetivo nelas”, afirmou. A estudante, Geisa Lima, do quarto semes-tre de Artes Visuais, espera que a vinda de uma empresa de comunicação para cidade possibilite a divulgação das manifestações culturais de Cachoeira a um número maior de pessoas. Ela deseja que a empresa ab-sorva para atuar na sua área de produção, estudantes da UFRB, principalmente os alunos do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL), já que os cursos deste campus estão interligados com a produção de arte e cultura.

dadãos e o patrimônio. O prefeito Carlos Menezes Pereira disse que está “cobrando ações da SSP e, apesar da segurança ser de responsabilidade do Governo do Estado, a prefeitura vai continuar oferecendo toda estrutura às corporações para o seu pleno funcionamento”.Pereira anunciou, ainda, novas medidas para a segurança pública local, entre elas a criação da guarda civil municipal e a im-plantação do sistema de monitoramento por câmeras de segurança no centro histó-rico da cidade, a partir do mês de abril. “O monitoramento do centro da cidade com câmeras será uma ação preventiva que visa combater à criminalidade dando mais se-gurança para a população”, disse. Inicialmente, serão implantadas 15 câme-ras de segurança que serão operacionaliza-das pela Polícia Militar, mas o projeto, se-gundo o prefeito, prevê a ampliação desse número e a inclusão de outras regiões, na implantação da próxima etapa.

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CACHOEIRA | BAHIA Abril 2013

CACHOEIRA | BAHIA Abril 2013www.ufrb.edu.br/reverso 5CIDADEwww.ufrb.edu.br/reverso4 CIDADE

Assim como na maioria do comércio local, o movimen-to na loja é razoável. Segun-do a funcionária, as vendasde produtos eróticos só esquen-tam em maio, quando se apro-xima o Dia dos Namorados.

Mas não é apenas no comércio formal que esses produtos ga-nham espaço. Marcelo Lobo, 27 anos, é cachoeirano, estudante universitário, e viu no sex shop a oportunidade de ganhar di-nheiro. Ele trabalha há cerca de um ano com produtos do ramo a domicílio. Começou vendendo aos colegas na faculdade e hoje já possui uma clientela fixa. “A ideia surgiu por meio de uma amiga que já trabalhava com isso. Uni o útil ao agradável; sou mui-to extrovertido e comunicativo e conheço muita gente, o que facilitou nas vendas”, contou. Segundo Lobo, que possui um

Orla de São Félix recebe praticantes do CooperAlice VelameDiariamente, moradores de São Félix praticam o cooper, durante o dia e no final da tarde, quando o sol está bai-xo. As pessoas que levam esse estilo de vida variam muito, desde idosos e adultos, até adolescentes que procu-ram uma melhor qualidade de vida.A caminhada é uma ótima opção para quem quer levar uma vida com saúde. A prática dessa atividade previne a obe-sidade, melhora a captação de oxigênio, reduz a pressão arterial, além de melho-rar as funções cardíaca e psicológica. São Félix tem recebido, nos últimos anos, uma quantidade crescente de pra-ticantes do cooper e de outras ativida-des físicas, porém, depois da reforma da orla, essa procura aumentou bastan-te. Os frequentadores do local assegu-ram que, hoje, a estrutura da orla está melhor e eles se sentem mais seguros.

Para bons resultados na prática de exercícios físicos, alguns cuidados de-vem ser tomados. Segundo os espe-cialistas, comer bem uma ou duas ho-ras antes de correr é essencial para manter uma boa pressão sanguínea, (principalmente no caso de frutas, su-cos ou vitaminas), pois isso fornece

público consumidor exclusiva-mente feminino, as mercadorias mais procuradas são o pó de bruxinha e as bolinhas explosi-vas. “O período que vende com maior frequência é o inverno, quando os casais resolvem “es-quentar a relação”, brincou.

J. M., de 21 anos, é consumidora de sex shop e contou que seu na-morado adora quando usa algo diferente. “Comecei por curiosi-dade, porque todo mundo falava; aí eu comprei. É bom de vez em quando diversificar para agradar o parceiro também. Na primeira vez que usei o lingerie e o óleo ele achou ousado da minha par-te, ficou um pouco assustado. Mas depois viu que era bom, que aumentava o libido e proporcio-nava um prazer maior”, disse. Para ela., as pessoas têm vergo-nha, mas a maioria usa produ-tos de sex shop, nem que seja apenas um lingerie, mas usam.

As lojas de roupa íntima e sex shop, antes vistas com alguma reserva, vão ganhando espaço no mercado. Em Cachoeira, a Malu Moda Íntima vem funcio-namento há cerca de três anos, comercializando lingerie e pro-dutos eróticos. Com a intenção de transformar o estabeleci-mento num ambiente discreto, para maior comodidade dos consumidores, a loja é dividida em duas partes – na frente, rou-pas íntimas são expostas; e nos fundos, separado por uma divi-sória, fantasias e produtos eró-ticos transformam o ambien-te numa espécie de sex shop. De acordo com Mônica Men-des, 24 anos, vendedora da empresa, o público que mais entra para consumir é o mas-culino. “As mulheres entram, mas a maioria fica apenas na parte da frente e geralmen-te compram confecções; elas têm vergonha”, afirmou.

também a energia que a prática exige.Os nutricionistas apontam a bana-na como ótima opção, pois ela evita as câimbras, comuns nesse tipo de exer-cício, além de ser uma fruta rica em cálcio. Comer depois da atividade fí-sica também é importante para repor vitaminas perdidas durante a corrida.Por exigir um bom condicionamento físico, é muito importante para quem está começando, seguir sempre o seu ritmo, sem passar dos limites. De-pois que o corpo está acostumado, o atleta poderá ir aumentando gradati-vamente o ritmo, de acordo com os progressos da sua resistência física.

Outros conselhos de especialistas in-cluem o alongamento antes e depois de qualquer atividade física para evi-tar danos ou lesões, embora não sejam todos os que seguem essa dica. Não se pode deixar de usar roupas leves e um calçado confortável para evitar danos aos pés; beber líquidos antes, durante e depois da caminhada também é indis-pensável para manter bons resultados. O período mínimo de caminhada, para começar a fazer efeito é de três a cinco vezes por semana, num tempo de 30 mi-

nutos ao dia. O gasto calórico médio é de 200 a 400 kcal/hora, a depender do sexo, ritmo e condicionamento físico de cada pessoa. As gorduras corpóreas vão

Rafael Lopes

Loja conta com mecanismo de privacidade ao cliente

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desaparecendo vagarosamente, mas de forma eficaz, e previne a diabetes, hipertensão, osteoporose e muitos ou-tros problemas. Além de tudo, colabo-ra para um envelhecimento saudável.

Dicas de Saúde

Alongamento

Produtos eróticos entram em cena no comércio Cachoeirano

Informal

É recomendado fazer alongamentos antes e depois da caminhada

CIDADE

Com a aproximação da semana santa, há um aumen-to na população de moscas domésticas em toda a região. Mesmo sendo uma data mó-vel, em geral, com a chegada da quaresma, elas costumam aparecer aos montes.As moscas domésticas, espécie mais comum dos ambientes urbanos, têm suas atividades mais intensas nas horas mais quentes do dia e ao cair a tem-peratura costumam descansar em lugares calmos, onde não possam ser alvo de predadores. Apesar de não picarem, elas transmitem doenças através das patas, pois costumam pou-sar em locais sujos para se

Semana Santa é tambéma estação das moscas Maeli Souza

CuidadosThereza Machado, coordenadora da Vigilância em Saúde e Endemias de Muritiba, informou que, apesar de ser uma incidência anual específica de uma época, não há um trabalho de conscientização direcionado para esta data. Em lugares onde há o manuseio de alimentos, como na cozi-nha, recomenda-se colocar uma tela fina de proteção, bem como deixar os alimentos higienizados e cobertos, os utensílios como pratos, copos, talheres, enquanto que os específicos de crianças pequenas têm que ficar cobertos com panos limpos ou em recipientes com tampa, além de man-ter as casas e quintais limpos.

A Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) investiu cerca de R$ 1,3 milhão na reestru-turação, requalificação e am-pliação do Hospital São João de Deus, da Santa Casa de Misericórdia de Cachoeira. A reforma, que durou três anos, foi entregue no fim do ano passado e incluiu diversas sa-las, tais como clinica médica, pediatria, ortopedia, oftalmo-logia, ginecologia, consultório dentário e fisioterapia, porém só estão funcionando as salas de clinica médica e da triagem - onde o paciente é avaliado antes da consulta final, para assim agilizar e priorizar casos mais graves. A pediatria e a or-topedia funcionam no antigo local e as outras salas ainda es-tão inativas por enquanto.

A área ambulatorial possui central de ar refrigerado, tele-visão, filtro de água gelada; pa-redes decoradas com telas, fo-tografia e gravuras. Segundo o coordenador de gestão do hos-pital, Luiz Antônio Araújo, o intuito é humanizar o ambien-te. Contudo, a parte interna do hospital continua como an-tes: dependências velhas, rou-pa de cama gasta e puída, falta travesseiros, sistema elétrico e

hidráulico antigo e televisores quebrados. Apenas a estrutura do telhado do internamento e do centro cirúrgico foi restau-rado junto com a construção do novo anexo.

Reforma

De acordo com Luiz Antô-nio, novas roupas de cama já estão sendo providenciadas e a estrutura física está passando por um processo de diagnósti-co, sem prazo para o término da reforma. A prioridade agora é fortalecer a política da mu-lher, humanizando o centro de obstetrícia, o centro cirúrgico e internamento. Questionado sobre a cota de ultrassonografia à qual o paciente muitas vezes p r e c i s a pagar, ele e s c l a re -ceu que “faz parte de uma negocia-ção entre o governo e o município, um tipo de contrato chamado Pac-tuação Programado Integrado (PPI), baseado na quantidade de serviço e procedimentos de saúde, fundamentada no qua-dro demográfico”.

A Santa Casa possui uma

Cátia Lima

A prioridade agora é fortalecer a política da mulher, humanizando o centro de obstetrícia, o centro cirúrgico e internamento.

alimentar e colocar seus ovo-se. As lavas comem também restos de lixo, fezes humanas e animal, além de alimentos estragados.

Quaresma

Os mais velhos costumam dizer que as moscas aparecem na época da quaresma e ensi-nam várias táticas para evitá--las, como usar venenos com-prados em supermercados nos cantos da parede ou colocar

uma bacia com detergente em pó para fazer espuma e dei-xar em local estratégico onde elas fiquem presas na espuma, como também pendurar sa-cos com água no telhado ou colocar água em garrafas pets em cima da mesa para atrair a atenção das moscas.

O professor Carlos Alfre-do, doutor em entomologia da Universidade Federal do Re-côncavo da Bahia em Cruz das Almas, disse que o fenômeno normalmente tem a ver com questões climáticas. Segundo ele, moscas gostam de tempe-raturas quentes, então põem os ovos que eclodem, coinci-dentemente, nesse período.

Foto: Lorena Bernardes

Santa Casa passa por reformas mas ainda há queixas

equipe de 12 profissionais de diversas áreas médica, dois centros cirúrgicos, 95 leitos e realiza cerca de 70 atendimen-tos cirúrgicos ao mês, confor-me informou o coordenador. Além da cidade de Cachoeira, o hospital atende a população de cidades vizinhas como Mu-ritiba (que passa por uma de-sestruturação no sistema saú-de, segundo o relato de Luiz Antonio) e isso muitas vezes sobrecarrega o ambulatório. “Mas isso é o que chamamos Sistema Único de Saúde”, en-fatizou.

O desempregado Márcio de Jesus Azevedo, de 27 anos, se queixou, reclamando que “o atendimento está péssimo, para ser atendido a pessoa pre-

cisa estar morrendo, é muita demora no atendimento”. O pedreiro José Raimundo Fer-reira Alves, 48 anos, discordou e disse que agora o atendimen-to é mais rápido, o ambiente ficou melhor e sempre foi bem atendido.

Cátia Lima

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CACHOEIRA | BAHIA Abril 2013

www.ufrb.edu.br/reverso www.ufrb.edu.br/reverso 76 REPORTAGEM

Semana Santa aquece os preços em Cruz das AlmasPara manter a tradição do almoço na sexta-feira santa consumidor pagará mais caro

Reisânia Karla

Durante a Semana Santa, em geral ocorre um au-mento no preço dos pescados e ingredientes que fazem parte dos quitutes que compõem o tradi-cional almoço desse feriado. Nesse período, o con-sumidor já começa a se preparar, pois sabe que as receitas vão ficar mais salgadas por conta dos reajustes. Nas feiras-livres e principais supermer-cados de Cruz das Almas, os reajustes já começa-ram. Segundo Ana Claúdia Santiago, responsável pelo setor de compras, um dos produtos que mais aumentou foi a fubá de camarão, que por conta do preço elevado da farinha de mandioca (um dos compostos da fubá), teve um aumento de 10 a 15%. A castanha de caju é um dos itens que teve o menor reajuste e estará 5% mais cara nos pró-ximos dias. De acordo com Ana Cláudia, peixes e pescados não terão uma alta tão significativa e devem ficar em torno de 8 a 10% mais caro. Ela explicou que os preços são reajustados pelos for-necedores e repassados para os clientes a partir da margem de preços do supermercado.

Caruru

Em relação ao Caruru, prato típico desta época, é bom o consumidor se preparar, pois apesar de ain-da não ter sofrido alteração, o quiabo é o produto que deve sofrer maior reajuste nos dias que ante-cedem a Semana Santa. “Nos últimos dias antes da Sexta-feira, que é o dia do almoço tradicio-nal, o preço do quiabo aumenta de um dia para o outro. No ano passado, num intervalo de dois dias, o quiabo sofreu um reajuste de aproximada-mente R$ 2, 22 - uma elevação de preço bastante expressiva”, declarou. Por conta disso, a consumidora Ana Dalva Fer-reira afirmou que procura se preparar com an-tecedência: “ Já comprei antecipadamente o quiabo, cortei e congelei, pois na minha casa não pode faltar o caruru e no ano passado estava mui-to caro” disse. Ela contou ainda outra estratégia encontrada pela família para economizar nesse período: “Reunimos toda família para almoçar na casa de meus pais, dividimos as atribuições, cada um leva um prato e não pesa no bolso de nin-guém”, acrescentando que “ se a gente não tiver jogo de cintura e se programar, a conta fica muito cara no final da festa”, concluiu.

A procura pelo dendê, usado no preparo de vários pratos, também é grande nessa época do ano

Um alimento que não pode faltar durante a semana Santa é o camarão, usado principalmente, para o preparo do vatapá

Balneário é opção de diversão na cidadePiscinas, campos de futebol e área verde são atrativos do lugar

A natureza é o ponto alto do clube

Quedas d’água, piscina e campos de futebol compõe a área de lazer do Balneário Vale das Cachoeiras

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Domingo é dia de relaxar, estar com a família, com amigos, tomar sol, beber cerveja ou ir à igreja. A ordem é aproveitar o dia, com ou sem companhia, em Cachoeira, onde falta diversão e sobra alegria. Há poucas opções de lazer na cidade, as alternativas são bicas, cachoeiras e um balneário.Os moradores podem aproveitar o dia nas margens do Rio Para-guaçu ou nos braços dos seus afluentes, como a Bica de Belém, que fica a sete quilômeteros da cidade no povoado de Belém. Lá é possível se refrescar numa piscina da barragem do Rio Pitanga, onde há algumas barracas que vendem bebidas e petisco, a música rola solta, cada um escuta a sua e a diversão continua.

Quedas d’água

Existem também outras quedas d’água, como a da fazenda Vila Rial, onde alguns moradores mais antenados sabem como chegar sem ter que pagar nada por isso. É uma cachoeira mais tranquila, não há nenhum tipo de comércio por perto e o seu acesso não permite veículos. A partir de um certo ponto só mesmo a pé por

uma trilha, a natureza por lá é soberana. Mas se você quiser desfrutar da natureza sem sair da cidade há também uma pequena reserva onde funciona o Balneário Vale das Cachoeiras há 31 anos. Lá tem piscina, bicas, cachoeirinha, campo de futebol, churrasqueira, piscina

infantil e adulto com tubo água e funciona também um camping. O balneário tem aproximadamente 300 associados, com duas modalida-des de titulo, o sócio atleta, que um tipo de contrato para jogar futebol e frequentar o clube; e o sócio diamante dá direito a alguns membros da família a frequentar sem nenhum custo a mais.

Preços e sócios

Quem não é associado precisa pagar ingresso. Adulto desembolsa R$ 15,00 reais e crianças R$10,00. Gustavo Fraga Lobo, o administrador do clube, disse que abriu a venda de 30 novos títulos para novos associados no valor R$ 560,00. E pode ser dividido em cinco vezes.Apesar de ser um espaço voltado para família, a antiga sócia Sirlei Pinto, 31 anos, micro empresária, disse que perdeu interesse porque as opções para criança se resumiam à piscina, que falta mais opções para que seu filho de quatro anos brincar.Leonardo de Freitas, 29 anos, funcionário público, acha o lugar agradável e que o mais bacana é esse contato com a natureza sem ter que sair da cidade.O Balneário Vale das Cachoeiras funciona aos sábados, domingos e fe-riados e fica situado na Rua Dr. Vacareza, no bairro da Pitanga é aberto

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CACHOEIRA | BAHIA Abril 2013www.ufrb.edu.br/reverso

SEU BAIRRO 9CACHOEIRA | BAHIA Abril 2013 www.ufrb.edu.br/reverso8 REGIÃO

O mercado imobiliário de Cruz das Al-mas vem passando por um processo in-flacionário crescente nos últimos anos. A centralização de serviços e possibilidade de melhores condições de vida, princi-palmente depois da criação da Univer-sidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), fez o número de habitantes da cidade crescer e os imóveis se valorizarem ainda mais. Para a corretora de imóveis Lusinete Freire, que atua no mercado imobiliário da cidade há nove anos, a si-tuação atual é de supervalorização. Ela informou que em alguns locais os preços estão altos por conta da pouca oferta em relação à demanda que existe para alugueis, e também pelo desenvol-vimento econômico e crescimento po-pulacional da cidade, que fez com que as pessoas supervalorizassem suas pro-priedades, principalmente os locais mais próximos ao centro. Segundo ela, isso de certa forma dificulta as vendas, mas tam-bém atrai muitas pessoas a comprar imó-veis com objetivo de investir em renda de aluguel.

Valorização

A corretora informou também que os preços variam da quadra e rua em que se localiza o imóvel. As áreas que se en-contram mais valorizadas são o centro e regiões próximas, onde o valor do metro quadrado fica em média a R$ 2,5 mil. Os bairros Primavera, Inocoop e Ana Lucia, se valorizaram bastante pela proximida-de com a UFRB, enquanto que o Lauro Passos, além de estar próximo ao centro, é considerado como de classe media alta. Lá, o metro quadrado sem construção pode custar até R$ 600. Preços mais aces-síveis podem ser encontrados em bairros mais periféricos e distantes do centro.Para o secretario da fazenda de Cruz das Almas, David Nascimento, essa valoriza-ção existe principalmente por causa dos órgãos públicos presentes na cidade. Se-gundo ele, a planta genérica do municí-pio (PDM), que organiza os valores do metro quadrado de cada rua, já foi atu-alizada esse ano e houve um incremento de aproximadamente 2%. Esse aumento também está sendo utilizado como base

Imóveis estão supervalorizados na cidade de Cruz das AlmasLarissa Molina

para a cobrança de alguns impostos re-lacionados a imóveis como o IPTU que terá a cobrança a partir de junho.

Lusinete Freire disse que a planta genéri-ca do município não é utilizada para de-terminar os valores de venda e que quem supervalorizou o mercado em Cruz das Almas não foram as imobiliárias e sim os proprietários e compradores, porque muitas vezes um local não é tão bom, mas por estar próximo a outro já valorizado, os proprietários querem acompanhar os preços. É o caso do Parque das Arvores que fica próximo ao bairro Ana Lúcia. “Quando alguém compra algo com valor alto, acaba contribuindo para o mercado ficar valorizado nessa área”, disse.

Segundo ela, também tem sido comum casas antigas serem derrubadas para valo-rizar ainda mais os terrenos. “Se não der-rubar, as pessoas só pensam que vão estar comprando uma casa velha”, afirmou. Com imóveis a preços altos, possíveis compradores procuram auxilio de finan-ciamentos e consórcios, mas não conse-guem devido a outro problema relatado

que é o grande número de imóveis com documentação irregular. Para o futuro, a corretora acredita que os preços voltem a se normalizar: “Eu acho que vai chegar um momento que o mercado vai estabili-zar e cair”, concluiu.

O custo da tranquilidade

Alguns terrenos no centro e bairros pró-ximos chegam a custar entre R$ 300 a 500 mil. Segundo a corretora, muitas pessoas comparam com os preços dos imóveis de Salvador e reclamam sempre, mas isso não chega a impedir as vendas, já que ainda existe na cidade certa tran-quilidade de interior.

Para Danna Eloy, que vive em Cruz das Almas, os preços dos imóveis na cida-de então muitos altos, principalmente quando se compara com imóveis da ca-pital. “Existem terrenos aqui que apesar de grandes, custam o mesmo ou até mais que apartamentos muito espaçosos e que ficam em locais nobres de Salvador”, cri-ticou.

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Corretora acredita que os preços dos imóveis tendem a cair com o passar do tempo

Casas localizadas próximas ao centro são as que estão mais valorizadas

Drielle Costa

Crianças brincando, cadeiras nas noites quentes em prosas sinceras e descontraídas nas calçadas, bares sempre cheios, baianas de acarajé, pão quenti-nho, comércio, terreiros de can-domblé, festas e muita simpatia é o que se vê na Rua da Feira em Cachoeira.Quando se ouve falar em Rua da Feira, logo se imagina que é onde fica a feira livre, mas em Cachoeira curiosamente a Rua da feira não tem feira. Uma das mais antigas da cidade, tem esse nome, segundo os moradores, por ter sido o principal acesso à cidade de Feira de Santana atra-vés da linha velha do trem. Sem registros históricos que compro-vem a intenção, as ruas atestam os indícios do achismo popular.

Rua das brigas

Considerado por muitos como a rua das brigas, pude observar ao caminhar pela antiga Rua da Feira que ela tem muita histo-ria pra contar no decorrer das suas três nomenclaturas. Digo isso porque o logradouro inicia--se na altura do prédio da Caixa Econômica Federal, indo até o complexo Policial de Cachoeira, dividido-se em Rua J.J. Seabra e Rua Martins Gomes.Conforme informa uma placa fixada na rua, a antiga Rua da Feira teria como nome atual Avenida Antonio Carlos Maga-lhães, mas os moradores utili-zam pra correspondência ambos os nomes. “Uso qualquer um dos nomes e minhas correspon-dências sempre chegam,” disse Julio Rodrigues morador há 20 anos.

Na prefeitura, Egídio Ribeiro, coordenador do gabinete do prefeito, informou que quando calçou a rua o prefeito da época, Ariston Mascarenhas, teria tro-cado a denominação para Ave-nida ACM. O passeio pela rua durante o dia revela que lá tem vários estabele-cimentos comerciais importan-tes para o desenvolvimento da cidade, bancos, departamentos públicos, lojas de roupas e utili-dades para o lar, a famosa fabri-ca de charutos Leite Alves, reco-nhecida internacionalmente, e a padaria onde se vende o pão mais gostoso da cidade, segundo os clientes que enfrentam uma grade fila pra saborear o profuto todos os dias. Lavagem da fonte

A Fonte da Pechincha fica em uma área da Rua da Feira cha-mada Ponta da Calçada. Hoje já seca, era onde os caboclos bebiam agua. Menezio Moreira (Menezes, como é conhecido) mora no local há 68 anos, desde

que nasceu. Há 17 anos, teve a iniciativa, junto com outra mo-radora, a Mãe Filinha, de fazer a lavagem da Fonte da Pechin-cha através de parcerias com a prefeitura e comercio local. A tradicional lavagem das baianas com água de cheiro traz até hoje diversão não só para os mora-dores da rua, mas para todos os cachoeiranos.Os festejos começam sempre uma ou duas semanas após o carnaval, com dois dias de fes-tas, samba de roda, pau de cebo, corrida da colher, capoeira, sem falar na completa feijoada baiana com 60 quilos de feijão e todos os tipos de carne, distribuídos gratuitamente para a comuni-dade. A partir da quinta edição do festejo, foi criada a Corrida Rústica da Fonte da Pechincha, com percurso de 6,4 quilôme-tros, que premia com troféus e medalhas os vencedores.Segundo seu Menezes, a festa ajuda na renda de muitas famí-lias que aproveitam pra vender bebidas. “Aqui na Rua da Feira é onde mais se consome bebidas

alcoólicas em Cachoeira, aqui as pessoas bebem a semana toda” disse.

Dona Roquinha do Acarajé

Ganhadora de prêmios de reco-nhecimento, a baiana de acarajé Roquelina Ramos (Dona Ro-quinha, como é conhecida) há 30 anos vende e faz sucesso com seus quitutes na Rua da Feira. O preparo começa já no inicio da manhã para que no final da tarde esteja tudo pronto, quan-do se forma uma grande fila de clientes, pois vem gente comer o famoso acarajé de toda região.Ao lhe perguntar sobre o segre-do para tanto sucesso com os deliciosos quitutes ela disse: “Eu só trabalho com ingredientes de qualidade, vou à feira todos os dias em busca de produtos fres-cos, também não coloco no meu acarajé nem farinha, nem fubá, gosto de trabalhar direito”.Aos 60 anos, Dona Roquinha, mãe de 9 filhos, 20 netos e dois bisnetos disse estar cansada e pretende parar com as venda-gens após os festejos juninos. “Eu já parei uma vez, mais os meus clientes foram me buscar em casa”, contou. Dessa vez ela

assegura que pretende realmen-te parar porque os movimentos repetitivos estão prejudicando a sua saúde.

Time de futebol

Passando pela Ponta da Calça-da é fácil ver a curiosa sede do Internacional Futebol Clube da Rua da Feira, onde funcio-na um bar e ponto de encontro dos jogadores. Time que surgiu através dos babas entre amigos da Rua da Feira e adjacências, desde 1997 disputa campeona-tos municipais e interbairros. O Presidente do clube, Antonio Ivo da Nascimento, exibe os tro-féus com orgulho de dizer que o Internacional é o único time de Cacheira que nunca ficou de fora dos campeonatos. Ele garante que, desde que come-çou a competir, já ganhou um campeonato municipal, tam-bém ganhou dois interbairros e foi vice de um. O time não tem nenhum jogador que seguiu carreira em times profissionais, mas vários deles já jogaram na seleção de Cachoeira. “Amo o futebol, através do futebol faço muitas amizades”,disse o Pre-sidente, que é exemplo para os dois filhos jogadores.

A Rua da Feira é um lugar de muitos nomes e atrações

Dona Roquinha tem a qualidade do seu acarajé atestada por prêmios de reconhecimento

Apesar da idade avançada, Seu Menezes continua a atender seus clientes com o mesmo pique e educação e antes.

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CACHOEIRA | BAHIA Abril 2013www.ufrb.edu.br/reverso 11CACHOEIRA | BAHIA

Abril 2013 www.ufrb.edu.br/reversoEDUCAÇÃO10 O POVO FALA

Bahia e Vitória fazem feio no NordestãoIlze Melo

Os dois principais representantes baianos, favoritos porque eram os únicos da região que atuam na série A, foram eliminados precocemente da nova versão da Copa do Nordeste. O povo tá falando sobre o assunto e o Reverso foi saber o que os torcedores acharam da atuação do Bahia e Vitória no certame.

Jackson Alves dos San-tos, 14 anos, rubronegro, jogador infanto-juvenil do Vitória Futebol Clube“Por ser um time que re-tornou à série A este ano e ter um time melhor que o do Bahia, o Vitória deve-ria ser o campeão, não ter saído do jeito que saiu”.

Jomar Fraga, 47 anos, tricolor, funcionário público“Tiveram férias antecipadas de 45 dias para disputar agora e fi-zeram uma péssima atuação, os dois, principalmente por parte do Bahia, que é o meu time, eu torcia para que fosse melhor. Meu Bahia tá me fazendo sofrer demais!”

Edson da Silva, 49 anos, tricolor, balconista“Sou torcedor do Bahia, mas a atuação eu achei pés-sima, horrível mesmo, o time tinha tudo pra ser o melhor, foi uma vergonha para o torcedor ser eli-minado por um time daquele; jogadores com má vontade, jogando sem interesse nenhum. Ou a di-reção toma alguma providência ou o Bahia volta para a segunda divisão. Se continuar assim o tor-cedor do Bahia vai sofrer muito. Do vitória eu não gosto nem de falar, desse a gente nem comenta”.

Uelton Alves, 32 anos, rubronegro, técnico em segurança do trabalho

“O Vitória foi melhor que o Bahia, mas decepcio-nou também, não obteve o resultado que a gente es-perava, empolgou, mas não convenceu. Me decep-cionou, agora é esperar para o baiano ser alcançado”.

José Carlos, 42 anos, rubro-negro, pintor e técnico do São

Félix Futebol Clube“Eu torço pro Vitória, mas nesse último jogo ele achou que já es-tava ganho, foram de sapato alto para o jogo e viram que sapato alto não leva ninguém à fren-te. O Bahia não tinha time pra disputar o campeonato. Como torcedor eu me sinto triste, es-perei do meu time uma coisa e foi outra.”

Tabatha Fernandes, 25 anos, rubronegra, pro-fessora de educação física“O Vitória começou bem, mas derrapou no cami-nho. Como o Bahia saiu logo no início, eu pensei que o Vitória ia seguir adiante e infelizmente não seguiu, mas eu gostei da atuação dele no início do campeonato. Acho que falta apoio aos times nor-destinos em geral, falando do Vitória precisa me-lhorar a questão financeira para ter melhores con-tratações, assim melhora o desempenho do time.” Antonio Ribeiro de Souza, 41 anos,

tricolor, motorista“Esperava um time melhor, eu como torcedor queria o Bahia campeão, mas teve um mau desempenho. Eu tou cha-teado, mas espero que melhore para o campeonato baiano, porque pra che-gar lá ta difícil. Do Vitória eu não que-ro nem falar, pra mim ele nem existe.”

José Carlos dos Santos, 60 anos, tricolor, comerciante “Péssima atuação a do Bahia, tem problema na diretoria e os jogadores não desempenharam o seu papel corretamente, isso levou ao fra-casso, eu me sinto triste, acompanho o Bahia há vários anos e já vi muitos jogadores bons e hoje eles só pensam no lado financeiro, e futebol que é bom nada. O Vitória foi outro fracasso, precisa que os dois times tomem ver-gonha na cara e melhore ou vamos ficar sen-do vistos sempre como um péssimo futebol.”

UFRB debateu a implantaçãode um novo centro em Santo Amaro Lorena Soares

A comunidade do Centro de Artes, Hu-manidades e Letras da Universidade Fe-deral do Recôncavo da Bahia (UFRB) se reuniu no dia 26 de março, no auditório da Fundação Hansen Bahia, para discu-tir a implantação do Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (CE-CULT) em Santo Amaro. A mesa contou com a participação dos docentes Danillo Barata, Péricles Diniz, Fabrício dos Santos, Cláudio Orlando, Maurício Ferreira e Rita Dias, com a presença da diretora do centro Georgina Gonçalves. O público foi com-posto por professores e alunos do CAHL, além de moradores de Santo Amaro.

Entre as abordagens, destacaram-se a democratização do acesso, ou seja, uma política social voltada para a inclusão de aspectos do Recôncavo a serem inseridos no currículo, bem como a possibilidade de implantação de um Bacharelado Interdisci-plinar em cultura, tecnologia e linguagens.

Novo campus Em Santo Amaro, os cursos propostos se-rão voltados para inovações tecnológicas aplicadas à cultura, como: Tecnologias do Espetáculo, Iluminação cênica, cenografia, sonoplastia e figurino, Engenharia de pro-dução com ênfase em espetáculos, Designer Digital, Licenciatura em Música Popular, e Produção Cultural. Inicialmente, as aulas

serão realizadas na Escola Municipal Araú-jo Pinho, Casa do Samba e Teatro Dona Canô (suporte para atividades acadêmi-cas). É possível que o funcionamento das aulas seja nos turnos vespertino e noturno.Para a técnica em informática e estudante de Sistema de Informação, Ana Manue-la Neves, “Santo Amaro já é uma cidade reconhecida internacionalmente pela sua cultura tão bem representada, principal-mente na área musical. Acredito que estes cursos propostos para serem implantados no CECULT serão uma ótima oportu-nidade de conhecimento mais avança-do a nível cultural e tecnológico para os estudantes desse novo campus,” disse. “Pela forte tendência de criação de pro-

dução artística no Recôncavo, os cursos citados inserem-se bem dentro das pers-pectivas das espetacularidades. O diferen-cial desses cursos é o seu aspecto singular na formação de profissionais da área cul-tural, o que certamente chamará a atenção e fortalecerá o corpo da UFRB”, disse o

músico e professor de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, Márcio Valverde. Após a construção, o campus funcionará no local onde foi a Siderúrgica Santo Amaro S.A, conhecida pelo nome mais antigo (Fun-dição Aço Tarzan). O terreno foi doado à universidade em 28 de fevereiro desse ano.

O reitor Paulo Gabriel, ao lado de representante do movimento pela implantação da Universidade do Recôncavo em Santo Amaro

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Filarmônica Lyra Cecilianarealiza turnê de aniversário

Mário Jorge

A Sociedade Cultural Orpheica Lyra Ceciliana, da cidade de Cachoeira, realiza turnê em come-moração ao aniversário de 142 anos de funda-ção. Denominada Lyra Ceciliana 142 de Música e História, a iniciativa prevê apresentações em coretos de praças públicas de nove cidades do interior do estado e um distrito de Cachoeira.A cidade de Conceição da Feira foi a pri-meira a receber o projeto. A apresentação aconteceu no dia 17 de março, no coreto da Praça da Bandeira. No dia 24 de março foi a vez da cidade de São Gonçalo dos Campos receber o projeto. Além da Lyra, o público assistiu à apresentação dos grupos Samba da Vida e o Choro de Menino, ambos compos-tos por músicos, ex-músicos da Lyra e alu-nos da Escola de Formação Musical Maestro Irineu Sacramento, mantida pela filarmônica.

Preservação

Segundo o secretário de Cultura e Turis-mo do município de Cachoeira, José Luiz da Anunciação Bernardo, o projeto tem como objetivo divulgar para o público de outras ci-dade os trabalhos desenvolvidos pela Lyra Ceciliana para preservação da filarmônica e a formação de músicos. “Além de divulgar o trabalho realizado pela filarmônica, nossa in-tenção é fomentar a criação de novas bandas

ou revitalizar as existentes nestas localida-des”, disse o secretário, acrescentando que “a experiência da Lyra com o seu trabalho de educação musical e atividades socioculturais para jovens e adolescentes cachoeiranos pode servir de exemplo para a população das cida-des incluídas no roteiro da turnê”. O encerra-mento do projeto ocorrerá em Cachoeira no dia 13 de maio, data de aniversário da entida-de e dia da abolição da escravatura no Brasil.A aposentadaVera Lúcia Araújo, presente em uma das apresentações, revelou seu sen-timento ao participar do evento. “Parabéns, hoje eu fiz uma viagem no tempo lembrei dos bailes e retretas da minha juventude, senti saudade e fiquei emocionada”, disse. Outros projetos

A Lyra Ceciliana mantém a Escola de Forma-ção Musical Maestro Irineu Sacramento com aproximadamente 250 crianças de famílias carentes de Cachoeira. Na escola, as crianças aprendem a tocar instrumentos gratuitamen-te. A filarmônica também desenvolve proje-tos dando apoio à formação de novos gru-pos, com diversos estilos musicais, a exemplo do grupo de chorinho Choro de Menino, a Orquestra Sinfônica de Reggae do Recônca-vo e o Samba da Vida. A Lyra oferece ainda curso de violão e cavaquinho, além de promo-ver diversas oficinas de qualificação para esti-

mular a profissionalização dos seus músicos.A Sociedade Orpheica Lyra Ceciliana foi fundada no dia 13 de maio de 1870, pelo maestro e compositor Manoel Tranquilino Bastos, responsável também pela criação de diversas filarmônicas no Recôncavo. Atual-mente, mantém no seu quadro 50 músicos, na maioria ex-alunos da Escola de Forma-ção Musical Maestro Irineu Sacramento.O Projeto Lyra Ceciliana 142 anos de Mú-sica e Histórica conta com apoio financeiro da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), Fundo de Cultura, Secretaria da Cultura do Estado, Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia. Apoio logístico da Pre-feitura Municipal de Cachoeira, através da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, e produção da Artbrasil! Diversão e Arte.

Fotos: Cátia Lima

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12 CACHOEIRA | BAHIA Abril 2013

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Turma de Jornalismo da UFRB visitaRádio Andaiá em Santo Antônio de Jesus

Além da rádio, os estudantes também conheceram os estúdios da TV RBR.

Paloma Teixeira

Os alunos do quarto semestre de Comu-nicação Social – Jornalismo da UFRB visitaram a rádio Andaiá FM, em Santo

Antônio de Jesus, no último dia 21 de março. Veículo de comunicação que no dia 31 de março atingiu a maioridade, faz parte de uma rede de seis rádios com canais AM, FM e traz, além de uma pro-

gramação de entretenimento, três quadros jornalísticos - Levante a voz, Andaiá Urgente e Estúdio Livre.As rádios no país estão passando por um processo de digitalização e no futuro deixarão de ser analógicas. De acordo com o estudante de Jornalismo, Reginaldo Silva, 29 anos (há três trabalhando como locutor na Andaiá), a rádio está buscando a melhoria das suas transmissões com a utilização de aparelhos que já possibilitam a transferência digital. Um teste com esses aparelhos foi feito na transmissão do carnaval de Salvador deste ano. “O que a gente manda e recebe vem pelo mesmo canal. A qualidade é melhor, quase não tem cortes e ruídos, temos 99% de suces-

so”, afirmou.

Rede

A Andaiá mantém parceria entre estúdios de São Paulo e Pernambuco para fazer comerciais. Ao fazer o pedido, a rádio descreve o que o cliente quer e manda os dados para algum desses estúdios. Reginaldo pontua que o sistema é bem simples e facilita o trabalho no momento do envio, pois, por exemplo, o sistema já oferece as vozes disponíveis. Geralmente, no dia seguinte, o produto já está pronto e poderá ser veiculado.As seis emissoras que fazem parte da Rede Baiana de Rádio (RBR) são dividas entre canais AM e FM. No dia 4 de abril

foi inaugurada a sexta rádio, Costa Sul FM, localizada na cidade de Canavieiras. Além desta e da Andaiá, as outras rádios são Caraíba AM (Senhor do Bonfim), São Gonçalo AM (São Gonçalo dos Campos), Vale FM (Amargosa), Alvorada AM (Cruz das Almas).

Em parceria com a Andaiá, funciona também a TV RBR, que é online e traz programas jornalísticos. Durante as elei-ções do ano passado, as entrevistas que foram feitas no estúdio da rádio foram postadas no site da TV. Em um primeiro momento, a TV não tem pretensão de apresentar programas ao vivo, mas segun-do Reginaldo Silva, essa é uma proposta para o futuro.

Exposição Cachoeira: Memóriasretrata passado e presente da cidadeLorena Bernardes

Sob a curadoria do museólogo Jomar Lima e da professora do curso de Museologia da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Sabrina Mara Sant’Ana, a exposi-ção Cachoeira: Memórias foi inaugurada no último mês de março, no Espaço Cultural Hansen Bahia, localizado na Rua Manuel Vitorino, nº 12. A exposição reúne 40 foto-grafias que retratam o passado e o presente do patrimônio cultural de Cachoeira.Segundo Jomar Lima, gerente técnico da Fundação Hansen Bahia, a mostra já foi apre-sentada num recorte menor, há três anos, na Câmara Municipal de Cachoeira. “Pensamos em reeditá-la e manter o mesmo recorte, re-fletindo sobre o antigo e o recente”, explicou Lima. Para ele, a comunidade cachoeirana, em especial, precisa ter o sentido de pertencimen-to da história do município e conhecer a sua

herança cultural.As fotografias são dos acervos do próprio Jomar Lima e de Alzira Costa, Erivaldo Brito e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Abrangem o período de 1792 a 2006 e representam lugares como a Praça da Aclamação, o Mercado Municipal, o Colégio Montezuma, o Sobrado do Engenho Vitória, o Conjunto do Carmo, formado pelo Convento e pela Igreja da Ordem Terceira do Carmo, entre outros. Imagens de aconteci-mentos marcantes da história de Cachoeira como as enchentes do Rio Paraguaçu, mais especificamente as que ocorreram nos anos de 1910, 1911 e 1940, também fizeram parte da exposição.

Recordações

Para o estagiário de Ações Culturais e Edu-cativas da Fundação Hansen Bahia, Vinícius

Castro, responsável pela arte gráfica da exposição, as imagens também são capazes de contar a história de Cachoeira. “A fotografia traz algo que as pessoas não têm muita recor-dação”, afirmou o estagiário.Construído em 1812, o Sobrado do Engenho Vitória, retratado em uma das fotografias, atualmente se encontra em estado de degra-dação. De acordo com Elenilson Fernandes, mediador da Fundação Hansen Bahia, através da imagem é possível relembrar como era o lugar e da sua importância para o comércio de Cachoeira. “Hoje, o Engenho Vitória não está conservado, e com isso perdemos um pouco da memória deste prédio. As pessoas que moraram lá talvez não estejam mais para contar aos netos e aos mais novos como era”, lamentou Elenilson.A aposentada Maridalva Veloso Texeira, uma das visitantes da exposição, nasceu em São Félix e mora em Cachoeira desde 1970. Ao apreciar as fotografias, ela elogiou a iniciativa. “Estou maravilhada com tudo isso. É um tra-balho muito bom”, comentou Maridalva. Ela também destacou a importância da mostra para o desenvolvimento turístico da cidade, visto que através das imagens pessoas que

visitam a cidade podem conhecer a história local. Segundo o coordenador executivo da Fun-dação Hansen Bahia, Elias Gomes de Souza, a exposição Cachoeira: Memórias é mais uma atividade realizada pela instituição, que

contribui para a divulgação de trabalhos artís-ticos. “O Espaço Cultural Hansen Bahia, em especial, tem como finalidade ser um espaço de difusão de toda e qualquer manifestação da cultura em geral e principalmente das artes”, declarou Souza.

A exposição aconteceu nas dependências da Fundação Hansen, em Cachoeira

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