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COMÉRCIO DE ROUPAS EM FEIRA LIVRE FAZ SUCESSO (Pág.11) Conheça o município, o que rola na net sobre ele e a polêmica proibição às barracas de praia. (págs. 9 e 10) Curso de Jornalismo da UFRB é reconhecido com ótimo conceito VISITA DO MEC Jornalismo foi o primeiro curso da UFRB a passar pelo processo de reconhecimento por parte do Ministério da Educação. Os avaliadores se declararam positivamente surpresos. (Confira nas páginas 6 e 7) RESTAURAÇÃO: Matriz da Cachoeira ainda em obras (pg. 3) Fonte da Gameleira está abandonada (pág. 8) SAÚDE: É hora de malhar nas academias em busca de um corpo sarado (pg. 4) ESPECIAL SAUBARA:
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Reverso 38

Mar 26, 2016

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Jornal laboratório do curso de Jornalismo da UFRB
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COMÉRCIO DE ROUPAS EM FEIRA LIVRE FAZ SUCESSO (Pág.11)

Conheça o município, o que rola na net sobre ele e a polêmica proibição às barracas de praia.(págs. 9 e 10)

Curso de Jornalismo da UFRB é reconhecido com ótimo conceito

VISITA DO MECJornalismo foi o primeirocurso da UFRB a passarpelo processo dereconhecimento por partedo Ministério daEducação. Os avaliadoresse declararam positivamentesurpresos. (Confira nas páginas 6 e 7)

RESTAURAÇÃO:Matriz da

Cachoeira ainda em obras (pg. 3)

Fonte da Gameleira

está abandonada(pág. 8)

SAÚDE:É hora de malhar

nas academias em busca de um corpo

sarado (pg. 4)

ESPECIALSAUBARA:

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Jornal Laboratório do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Reitor: Paulo Gabriel Soledad Nacif

Coordenação Editorial: J. Péricles Diniz e Robério Marcelo

Coordenação de Editoração Gráfica: Juliano Mascarenhas

Centro de Artes Humanidades e Letras (CAHL)Quarteirão Leite Alves, Cachoeira/BA - CEP - 44.300-000 Tel.: (75) 3425-3189

Acesse o Reverso Online: www.ufrb.edu.br/reverso

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INEDITORIAL

CARTA AO LEITOR

Curso de Jornalismo da UFRB é conceito 4 pelo MEC

A Edição 38 do Jornal Laboratorial Reverso tem como desta-que o reconhecimento do curso de Jornalismo da UFRB, primeiro a ser avaliado na instituição, em recente visita de uma comissão do Ministério da Educação (MEC). Por conquistar nota 4 pelo curso, pontuação alta de acordo com os critérios avaliativos do MEC, que tem como nota máxima 5 - esse resultado revela o reconhecimento e importância do resultado obtido.

É uma honra adquirida ao curso, é a conquista de uma vitória que demonstra o progresso positivo. Também representa uma refle-xão àqueles que criticam e rotulam com indisposição e maledicência o esforço de todos os que deveriam estar e os que efetivamente estão envolvidos no processo. Ser estudante de jornalismo é compreender as dificuldades e, mais ainda, valorizar os avanços precisos já culti-vados. Vamos ser menos pretensiosos, mais produtivos. Ora, afinal todos os estudantes caminham, juntos, em prol de uma profissão mais ética, valorizada. A pretensão não leva a lugar algum.

Essa edição aborda também a intenção do MP de retirar as barracas de praia em Saubara, além das colunas Conheça Saubara e Tá na net Saubara. Acompanhamos o comércio de roupas na feira livre de Cachoeira, bem como o processo das obras de restauração da igreja da matriz. Temos ainda o movimento nas academias em busca de um corpo perfeito para o verão. Um texto sobre o trata-mento dado e ao abandono em que se encontra a Fonte da Game-leira, em São Gonçalo dos Campos. E um ensaio fotográfico sobre o trânsito confuso de Cachoeira.

O Reverso é um trabalho em conjunto, é o resultado de um esforço coerente em equipe. A satisfação e o resultado final trazem benefícios a nós mesmos, estudantes de Jornalismo. Críticas e elo-gios são aceitos, mais ainda se forem construtivas e não apenas re-flexos de egos em conflitos. Sejamos menos imaturos, vamos exaltar o que temos de melhor a oferecer.

Boa leitura!

Cristiano Contreiras

Cachoeira e seus doces acordes

Nascida em 13 de maio de 1870, a Sociedade Cultu-ral Orfeica Lyra Ceciliana, fundada pelo autodidata na música, exímio clarinetis-ta e combatente do sistema escravocrata, maestro Ma-noel Tranquilino Bastos. A Lyra Ceciliana era mantida pelos sócios e amantes da filarmônica, a qual teve um período de pleno funciona-mento sempre presente nas atividades sociais, culturais e religiosas da cidade. Po-rém, por volta de 1980 pas-sou por um período de di-ficuldade de instrumentos, fardamentos, e até mesmo músicos que se ausentavam da cidade devido à necessi-dade de sobrevivência.

Com empenho da dire-toria e o surgimento dos festivais do Centro Cultural Dannemann, na década de 1990, a filarmônica foi cam-peã do grupo B no sexto Festival de Filarmônicas da Bahia, defendendo a mar-

cha “Airosa Passeata”, de Tranquilino Bastos. Após essa vitória a associação que presa pelos valores e a cultura cachoeirana passou a acumular vitórias, seja em gravações de discos ou em premiações nos festivais que participava.

Ainda mais valiosos do que os belos troféus e me-dalhas são os olhares em-botados de magia que os músicos da Lyra Ceciliana podem contemplar nas pla-téias em cada apresenta-ção, não importando a sua magnitude. O trabalho de

capacitação dos jovens com a música tem possibilitado o ingresso de muitos destes nas exaltadas bandas das corporações militares por todo país.

A participação da Lyra Ceciliana em eventualida-de ligadas a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia também é notável. Nesse sentido a universi-dade pública tem um papel crucial dentro da comu-nidade cachoeirana. Um papel que ultrapassa as fronteiras do conhecimen-to acadêmico, alavancando a cada apresentação a con-templação da comunidade local e o trabalho social re-alizado por essa entidade que tanto apóia e difunde as atividades promovidas por essa entidade do conhe-cimento que brota em meio a uma terra de fortes raízes culturais.

Raimundo Cerqueira é presidente da Sociedade Cultural Orfeica Lyra Ceci-liana, de Cachoeira

* Raimundo CerqueiraToni Caldas

Restauração da Igreja Matrizsem previsão para ser concluídaA reforma foi solicitada ao Iphan em 2008, mas só no ano seguinte houve a concessão.

A Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, padro-eira da cidade de Cachoeira,

está em reforma desde o dia 17 de setembro de 2009 e tinha pre-visão de entrega para a mesma data, este ano. Contudo, a obra não foi finali-zada a tempo e não tem nova data prevista para entrega.

A primeira etapa do pro-

jeto, que contempla o altar mor e os altares colaterais, não tem data prevista para término. A segunda eta-pa compreende a restau-

ração dos azulejos e pai-neis e terá início quando a primeira for concluída. Estima-se que levará mais tempo que a primeira, por ser um trabalho muito mais minuncioso e delicado.

Cachoeira possui o se-gundo maior conjunto his-tórico preservado do Bra-sil, depois de Ouro Preto. Em 1971, foi tombada pelo Instituo do Patrimônio His-tórico e Artístico Nacional (Iphan) e, por isso, contem-plada pelo Programa Mo-numenta, do Ministério da Cultura, que tem o intuito de recuperar o patrimônio cultural urbano brasileiro.

O Programa está presen-te em Cachoeira desde 2002, quando foi assinado convê-nio com o governo estadual e a execução é de responsa-bilidade do Instituto do Pa-trimônio Artístico Cultural da Bahia. O investimento na cidade é de R$ 41,3 milhões.

Neste período, já foram executadas cerca de 20 obras, entre elas o restau-ro do Conjunto do Carmo, da Igreja Matriz do Rosá-rio, do Quarteirão Leite Alves (onde está instalado o campus da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia) e da Casa de Câma-ra e Cadeia, além do finan-

São Félix cria canil público para recolher animais soltos nas ruas

Texto de André Gustavo Cardoso

A administração municipal de São Félix anunciou a criação do cur-ral e canil público, com o objetivo de recolher a gran-de quantidade de animais soltos nas ruas da cidade. Segundo a veterinária Elisa Márcia Morais Dias, direto-ra da vigilância sanitária lo-cal, esta era uma das maio-res queixas dos moradores, que reclamavam dos incô-

modos e perigos que os animais soltos nas ruas traziam. Em São Félix existe agora a figura do laçador pú-blico, que são funcionários da vigilância sanitária res-ponsáveis pela captura dos animais. Eles, então, são

levados para o curral e canil, onde têm a assistência e contam com uma médi-ca veterinária de plantão. A vigilância sanitária tam-bém promove feiras de animais, onde são expos-tos animais para adoção.

ciamento para a recupera-ção de imóveis privados.

A obra faz parte do Proje-to Monumenta, para o qual foram destinados, apenas na primeira parte do proje-to, R$ 956.732,84. A empresa responsável pela restaura-ção da igreja é a Restaurar´t.

A Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário é um monumento da primeira metade do Século XVIII e foi tombado pelo Iphan em 1939. Os paineis de azule-jos que recobrem as pare-des laterais da nave prin-cipal alcançam altura de quatro metros e estão entre os de maior área do país.

Animais soltos estão sendo recolhidos das ruas de São Félix

Foto: Divulgação

A primeira etapa contempla o altar mor e os laterais

“Segundo a veterinária Elisa Márcia Morais Dias, diretora da vigilância sanitária local, esta era uma das maiores queixas dos moradores.”

Texto de Mariana Vilas Boas

Laís

Oliv

eira

No rumo certoQuando, em agosto de 2006, realizamos uma primeira reunião dos professores aprovados no concurso para Comunicação da UFRB e decidimos que Jornalismo seria o curso a ser oferecido com certeza estavamos caminhando para obter, no futuro, o reconhecimento da comunidade baiana pela nossa de-cisão. E agora, com o aval da comissão do INEP/MEC, fica patente que acertamos o passo, que seguimos o rumo certo. Assim, todos os dias, neste longo tempo, muitas questões e desafios que pareciam não ter solução foram acontecendo e, cada um a seu tempo, foram devidamente resolvidos e passaram a contabilizar as experiencias vividas pelo colegiado do curso de Comunicação. É possivel, sim, superar todos os obstáculos, todas as carências quando o objetivo é maior que todas estas querelas - e assim, objetivando fazer realmente jornalismo, em todas as suas dimensões, professores e alunos abraçaram esta causa comum e o resultado esta aí. Nesta jornada, de muitos caminhos, vários personagens percorreram as muitas trilhas apontadas e, entre eles, estão o Paulo Miguez, Leandro Colling, Alexandra Carvalho e, daqui da casa, a Juliana, a Vera Fofa, e de lá da Prograd, a Dinalva, Janeth, Carolai, Dani Le Rouge e a Bené. Com toda sua fúria legislerante, o Anacleto não pode deixar de ser citado. Os pares do colegiado e da representação dis-cente, o grande e inestimável Ted Boy, o beligerante Tiago e, agora, o inquieto Dioguito.

Prof. Dr. Robério Marcelo Ribeiro, coordenador do curso de Jornalismo

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População busca mais saúde nas academiasO cachoeirano está mais consciente ao procurar as academias e o objetivo principal agora é a saúde.

Texto de Larissa Araújo

O verão está se aproximan-do e logo começa a corrida às academias, com todos querendo garantir um cor-po bonito para a estação preferida de muitos brasi-leiros. Na Espaço qualidade e vida, por exemplo, esse é o período em que o maior número de pessoas se ma-tricula.Mas aos poucos isso vem mudando. Nos últimos anos, a população de Ca-choeira tem cada vez mais

procurado as academias em outras épocas do ano e não mais em busca de resulta-dos imediatos. De acordo com os especialistas da área, a procura agora é por saúde.Para Cecília Thomas, pro-fessora de educação física e gerente da academia Ca-choeira Fitness há três anos e meio, o ideal é “praticar esportes, fazer exercícios e consequentemente ter um corpo bonito e admirável.Ela afirma que as pesso-as chegam à academia em busca de saúde e bem estar.

Quem quer resultado ime-diato acaba desistindo. “As pessoas têm preguiça de malhar, o resultado é gra-dativo tem que ter paciên-cia”, garantiu.Para incentivar o aluno ela procura usar música, mudar periodicamente o progra-ma de exercícios, orientar e provar que dá certo. Para quem ainda vai começar, ela alerta para o perigo de se fazer exercícios por conta própria. Reforça que é pre-ciso acompanhamento de um profissional, realização de exames médicos e uma

programação adequa-da para cada caso. Mas não receita dietas nem suplementos alimen-tares, lembrando que “não sou nutricionista, isso é coisa para um profissional da área”.A academia Cachoei-ra Fitness, por sua vez, conta com cinco profis-sionais especializados e oferece, além de mus-culação, atividades como boxe, jiu jitsu, ginásticas localizada e pos-tural, swing baiano e capo-eira. O custo é de R$ 30 e o

horário de funcionamento vai das 5h30min às 10h e das 15h às 20h15min.

Mudança de hábitos alimentares transforma a vida de jovens

Texto de Juliana Barbosa

Um corpo belo e esbelto é, atualmente, o objetivo de muitos jovens. Segundo os especialistas, as pessoas

magras vi-vem de ma-neira mais s a u d á v e l e por mais tempo do que as que têm excesso de peso. A auto-estima também in-terfere di-r e t a m e n t e na forma de vida destas

pessoas. As imprudentes dietas ditadas pela moda e pela ignorância falham quase sempre. Por isso, emagrecer de maneira natural é a melhor e mais segura alternativa hoje.

Exemplo disso foi dado pelo gerente administrativo Arlindo Neto, de 24 anos, que há cerca de um ano pe-sava 121,5 quilos. Forte can-didato à cirurgia bariátrica, para redução do tamanho do estômago, ele lembra que chegou “ao meu limi-te, mas, não aceitava cair na faca, então tracei uma meta, optei por algo natural que obstante não apresen-tasse resultados imediatos era mais saudável, menos agressivo”.Começou a praticar espor-tes como muay thai, boxe, jiu jitsu e musculação, e logo nos primeiros 24 quilos per-didos notou a necessidade de estabelecer uma dieta

mais saudável, bem como horários regulares para ser alimentar.Hoje, com 97 quilos, come-mora a proximidade do seu objetivo, que é chegar aos 80 quilos. “Pretendo con-tinuar a levar um estilo de vida saudável, é claro que nos finais de semana abro exceções, mas comidas caló-ricas agora só em pequenas quantidades”, finalizou, com um sorriso estampado.Neto e sua obstinação in-centivaram o amigo, Cláu-dio Júnior, estudante de 18 anos, a adotar outro estilo de vida. Há quatro meses, Júnior pesava 150 quilos. Sua saúde e auto-estima estavam prejudicadas pelo

excesso de peso. “Hoje faço uma hora de esteira, outro-ra em poucos minutos esta-ria exausto. Sinto-me mais disposto para sair, sociali-zar, curti meu lado músico com mais agitação”, garan-tiu.Júnior também adotou a prática de esportes e dieta equilibrada. Cortou bestei-ras do cardápio, como fritu-ras, excesso de açúcar, refri-gerantes, salgados e vestiu a camisa verde. “Nunca fui amante de tantas folhas, mas me habituei e hoje faz parte da minha rotina”, dis-se. Hoje pesa 113 quilos, após dieta de apenas quatro meses. Sua meta é chegar aos 90 quilos.

Nesta época do ano aumenta a procura por equipamentos de malhação.

Para evitar cirurgia, Arlindo assumiu nova atitude.

Pollyanna Macêdo

Julia

na B

arbo

sa

Após ser contemplada por olhos e lentes de diversos países através da terceira edição do Bahia Afro Film Festival (BAFF), a cidade herói-ca se encontra mais uma vez como centro das atenções para a produção e difusão do seu con-teúdo audiovisual. Trata-se do primeiro Festival de Documentários de Cachoeira (CachoeiraDoc), que ocorre entre os dias 05 e 11 de novembro o Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). O evento tem como principal propósito contribuir para a afirmação e a renovação da tradição documental, através da partilha, da re-flexão e do encontro. Ao longo das atividades serão realizadas mostras competitivas de caráter nacional, composta por documentários de curta, média e longa-metragem que concorrerão à pre-miação concedida por um júri de especialistas. Segundo a idealizadora e coordenado-ra do CachoeiraDoc, Amaranta Cesar, a cidade tem muitos motivos para abraçar eventos que contemplem o audiovisual. “Cachoeira foi esco-lhida para sediar este momento de celebração e experimentação do documentário, uma vez que, desde a fundação do Curso de Cinema e Au-diovisual da UFRB, este espaço histórico tem se transformado em um privilegiado terreno para a produção, a difusão e o pensamento do cinema, de um modo geral, e do documentário, mais es-pecificamente”, afirma. Além das mostras de obras da sétima arte, conferências e minicursos, o CachoeiraDoc tam-bém oferecerá atividades especiais para estu-dantes e profissionais da área audiovisual, como oficinas que estimulam a busca por processos próprios de criação. Os professores de ensino médio dos colégios locais também terão espaço em oficinas que tem como propósito discutir as possibilidades de uso pedagógico do audiovisu-al no contexto escolar a partir da Coletânea Fes-tas Populares de Salvador, material produzido pelo Núcleo Kabum Novos Produtores com o intuito de resgatar os múltiplos significados re-lacionados às festas populares.

Cachoeira ganha seu próprio festival de Cinema

Textos de Toni Caldas

Praça da Aclamação vira palco para Mario Gusmão Iniciando as atividades do Cineclube Mario Gusmão, a mostra gratuita do documentário Mario Gusmão: O anjo negro da Bahia convocou todo público local para a Praça da Aclamação no úl-timo dia 16 de outubro, em homenagem ao ator. “O intuito é revelar à geração atual o trabalho do homem que revolucionou junto ao Cinema Novo, atou como um dos pilares na formação do Teatro Vila Velha e inspira artistas com sua interpretação ímpar, enquanto negro no cenário mundial”, de-clarou Cíntia Nogueira, coordenadora do cineclube e professora do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Em um debate aberto ao público, Márcio Meirelles, secretário de cultura do estado da Bahia, declarou que “frente ao padrão estabelecido pelo cinema americano os filmes nacionais enfrentam grandes dificuldades para entrar nas salas de exibição. O cinema brasileiro tende a ganhar adeptos com iniciativas como essa, e Cachoeira tem um histórico de produções que deve chegar aos olhos e ouvidos da comunidade local”. Após a exibição do trabalho de Mario Gusmão no cinema, a temática baiana continuará sen-do destaque entre o clube de cinéfilos. Um exemplo é a sessão Quartas Baianas, dedicadas às produ-ções audiovisuais do estado, com a intenção de promover a difusão e aproximação da comunidade com as obras e seus criadores, convidados ao longo das mostras para debates abertos ao público. As sessões do cineclube e os diálogos com os diretores acontecem todas as quartas e quintas-feiras, a partir das 19h, no auditório da Fundação Hansen Bahia, em Cachoeira.

Falando de Arte e CinemaArtistas de diversas regiões do país apresentaram conteúdos que vão da sétima arte até a poética eletrônica experimental

Com o objetivo de colaborar com a experimentação de linguagens artísti-cas e atividades voltadas para a produ-ção cultural local, com ações de forma-ção técnica para a produção artística e audiovisual, aconteceu entre os dias 7 e 16 de outubro, nas cidades de Cachoei-ra e São Félix, o Festival de Intervenções Audiovisuais do Recôncavo (FIAR). Durante o evento, sete projetos envolvendo performances, intervenções urbanas, arte eletrônica e grafite, foram realizados nas cidades irmãs. Tininha Llanos, curadora do evento, declarou que “a proposta do encontro é fiar uma rede nacional que conecte o público dos espaços urbanos do Recôncavo com todo o país”. Dessa forma, diversos artistas independentes como Peacetu, Jarbas Jácome e o grupo artís-tico e musical SambaGIA, foram convidados a desenvolver e divulgar seus trabalhos ao público do Recôncavo. Cada artista convidado apresentou o processo de criação de sua obra em uma sessão in-formativa ao longo dos nove dias do festival. O FIAR também promoveu gratuitamente workshops de arte urbana na cidade de Cachoeira. A programação incluiu as oficinas Circuit Bending, com o artista Cristiano Rosa; e Linguagens Poéticas Sonoras Contemporâneas, com o pernambucano Ri-cardo Brazileiro.

Intervenções artísticas param o Recôncavo

Performances, audiovisuais e música ao vivo marcaram o FIAR

Lenise Farias

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Curso de Jornalismo da UFRB é reconhecido com nota 4 pelo MECRecém visitado pelos avaliadores do Ministério da Educação, o curso conquistou nota 4, considerada muito boa numa escala que tem o 5 como o conceito máximo.

A visita in loco dos representantes do MEC aconteceu nos dias 14 e 15 de outubro último. Os dois representantes, Ri-cardo Alexino Ferreira, professor do Departa-mento de Comunicação e Artes da Universida-de de São Paulo (USP); e Rita Ribeiro, do Progra-ma de Pós-Graduação em Design da Universi-dade Estadual de Minas Gerais (UEMG), analisa-

ram de forma detalhada os sistemas de ensino e a estrutura física da UFRB.

O diretor do Centro

de Artes Humanidades e Letras (CAHL), Xavier Vatin, disse que a visita: “é extremamente inte-ressante porque somos avaliados por colegas e eles deixaram muito cla-ro que os discentes da-qui não tinham nada a invejar do corpo docente da USP”.

Os avaliadores estiveram reunidos com o reitor da UFRB, a direção do CAHL, com o coordenador e professores do curso de Jornalismo

Texto de Lenise Luz e Marília Marques

Quanto às instala-ções e ao conceito divul-gado pelo MEC, Vatin afirmou que “estamos conquistando aos pou-cos os laboratórios e es-tamos caminhando mui-to bem. Para mim, é uma honra, mas uma honra compartilhada com os estudantes, professores

e o coordenador do cur-so”. E complementou lembrando que o “con-ceito quatro, onde o má-ximo é cinco, é excelente. É uma vitória de todos”.

Para a estudante do oitavo semestre de jor-nalismo, Camila Morei-ra, “a nota pode ser um anúncio que daqui pra

frente o curso pode me-lhorar, já que as exigên-cias foram cumpridas” e complementa, no en-tanto, “que para a turma que está se formando e a que já se formou não representa muita coisa. Com certeza a nossa for-mação não tem nota qua-tro”.

“é extrema-mente in-teressante

porque somos avaliados por colegas e eles deixaram mui-to claro que os discentes da-qui não tinham nada a invejar do corpo docen-te da USP”.

Para os avaliadores do MEC estudantes e professores

contribuem para o sucessoSobre o curso de Jor-

nalismo, os representantes do MEC destacaram aspec-tos como a preocupação da instituição em ter projetos para o futuro, sua inserção na região, o compromisso e o impacto gerado na comu-nidade.

A organização didá-tico-pedagógica, a atuação do coordenador, o corpo docente e as instalações fí-sicas foram alguns dos cri-térios de avaliação. Além do ensino, foram analisados também a gestão da pesqui-sa e da extensão, bem como os alunos do curso, que fo-ram descritos pelos avalia-dores como participantes da construção da universidade e parte integrante do cres-cimento e reconhecimento

da instituição. A atuação do corpo docente também foi um critério citado como ponto positivo.

Quanto às instalações físicas, os avaliadores res-saltaram a importância dos laboratórios de rádio, ví-deo e edição para o curso de jornalismo e do processo de conclusão dessas instala-ções. Contudo, como esses itens já estão em fase final

de entrega, não comprome-tem a avaliação do curso de jornalismo.

Ainda de acordo com os avaliadores, o processo de reconhecimento de curso é cada vez mais transparen-te, eficaz e ágil. Depois de uma semana do término da avaliação in loco, é enviada para a instituição, através do MEC, a nota referente ao conceito conquistado pelo curso.

A professora Rita Ri-beiro, explicou: “Somos os olhos do MEC”. Neste sen-tido, lembrou que tanto ela quanto Ricardo Ferreira não são funcionários do Minis-tério da Educação, mas que os avaliadores possuem a função de olhar e verificar o curso e também a instituição.

Os professores Ricardo e Rita foram os olhos do MEC

Reitor também esteve no CAHL e comentou sobre implantação dos

laboratórios

O reitor da UFRB, Paulo Gabriel Nacif, acom-panhou o último dia da visita, no qual os avaliado-res já encontraram as salas destinadas à edição de áu-dio e vídeo com ar-condi-cionado, isolamento acús-tico e outros equipamentos instalados. Perguntado sobre o motivo das insta-lações não terem ficado prontas antes, o reitor jus-tificou que foi devido à bu-rocracia.

Segundo ele, os equi-pamentos foram compra-dos há mais de seis meses e foi uma coincidência os laboratórios estarem em fase final de implantação no mesmo período em que o MEC visitou o cur-so. Ainda segundo Nacif, a universidade avançou muito quanto à quantida-de e qualidade dos docen-tes, na criação de espaços de convivência e na cons-trução de uma identidade institucional.

Pontuou, no entan-to, que ainda existem de-ficiências quanto à infra-estrutura externa, como a qualidade da energia que a universidade recebe e a conexão com a internet. “Mesmo contratando um engenheiro elétrico top de linha, só resolveríamos 50% dos problemas. É o preço que se paga por se ter uma universidade situada na região Nordeste e, prin-cipalmente no interior da Bahia”, disse, acrescentan-do que “é preciso ampliar nossa eficiência, já que o processo de avaliação co-meçou, para podermos ter referências e sermos bem sucedidos”.

Aluna grava material acadêmico em laboratório recém-implantado

Foi uma coincidência os laboratórios esta-rem em fase final de implantação no mes-mo período em que o MEC visitou o curso, afirma reitor.

“O processo de reconheci-mento de curso é cada vez mais transparente, eficaz e ágil”.

Lorena Morais

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Lorena Morais

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www.ufrb.edu.br/reverso

O Ministério Público Fe-deral na Bahia (MPF) e a Advocacia Geral da União (AGU) entraram com uma ação contra o Município de Saubara e a Associação dos Barraqueiros do município (ABPMS) devido à ocupa-ção irregular e desordenada da orla marítima por parte das barracas de praia. Se-gundo os autores da ação civil pública, as barracas se encontram em terreno da União, sem a licença am-biental do órgão competen-te e em desacordo com as exigências legais de tutela do meio ambiente.

O MPF e a AGU pedem à Justiça Federal a determina-

ção de que o município re-tire as barracas construídas em áreas irregulares; não despache novas permis-sões para construção e fun-cionamento das barracas; tome medidas para parali-sar a construção de outras barracas de praia e realize a limpeza e retirada de es-combros acumulados no local. Segundo Jair Sarmen-to de Souza, secretário de Turismo e Meio Ambiente de Saubara, a maioria das

barracas terá que ser remo-vida do local e a questão da ocupação irregular da orla marítima do município está sob apreciação da Gerência Regional do Patrimônio da União na Bahia (GRPU/BA).

Cobrança de taxas

Os autores da ação afir-mam que nos últimos 20 anos o município cobrou taxas aos barraqueiros pelo uso dos equipamentos. Jair Sarmento de Souza expli-cou que essa cobrança de taxas foi realizada em ges-tões anteriores e atualmente muitos barraqueiros pagam anualmente uma taxa à Re-ceita Federal pela utilização do imóvel.

“Quando a Receita Fede-ral diz que o município co-bra taxa, primeiro eles têm que mostrar e dizer que eles cobram também uma taxa de barracas e construção feita em cima das lages”, explicou o secretário de Tu-rismo e Meio Ambiente.

Por sua vez, Valério An-tônio da Cruz, secretário da Associação de Barraqueiros de Saubara, afirmou que to-dos os barraqueiros, asso-ciados ou não, pagam uma taxa de R$ 20,00 por sema-na ao município pelo uso do solo. Segundo ele, em fiscalização realizada pela prefeitura, muitos barra-queiros teriam apresentado documentos que compro-variam o pagamento de ta-

MPF pede retirada das barracas de praia em SaubaraMuitas não têm sanitários e fossas sépticas, funcionando como bares, restaurantes e até mesmo como residências dos comerciantes

Texto de Leomir Santana

O secretário Jair Sarmento disse que a maioria das barracas terá que ser removida

xas à Receita Federal.O município ainda não

tomou nenhuma atitude nesse sentido, pois, segun-do o secretário, os barra-queiros que possuem esses documentos podem entrar na Justiça provando que pa-gam à Receita Federal por usarem aquela área. Após a emissão dessa ação por par-te do MPF/BA e da AGU, não houve nenhuma cons-trução nova no local, segun-do afirma Jair. Ele explicou também que a prefeitura já está fazendo um levan-tamento da situação atual das barracas de praia do município e que está sendo encaminhado para o Geren-ciamento do Patrimônio da União (GRPU).

Impactos ambientais

A maioria das barracas edificadas no município possui uma estrutura de alvenaria, com paredes de bloco e pilastras. Muitas delas possuem sanitários e fossas sépticas, funcionan-

do como bares, restaurantes e até mesmo como residên-cias dos comerciantes.

Conforme a ação propos-ta, esse tipo de barraca da praia infringe as normas de proteção do meio ambiente, o que compromete o equi-líbrio ecológico do meio ambiente e a saúde públi-ca, além da degradação de manguezais, obstrução e desvio do leito dos rios e contaminação do solo.

Saubara possui atual-mente em torno de 150 bar-racas de praia, das quais 81 estão associados junto à ABPMS. Segundo o se-cretário da associação, eles possuem hoje um mandado de segurança para impedir uma possível demolição das barracas. “Estamos com um mandado de segurança, mas não sabemos como vai ficar essa situação”, explica ele. Enquanto isso os barra-queiros de Saubara seguem sem saber qual o destino de seus empreendimentos comerciais localizados nas praias do município.

Saubara tem atualmente cerca de 150 barracas de praia

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Car

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Janaína Carine

“A maioria das bar-racas terá que ser

removida do local e a questão da ocupa-ção irregular da orla marítima do municí-pio está sob aprecia-ção da GRPU/BA.”

Fonte da Gameleira segue em estado de abandonoSímbolo religioso da cidade de São Gonçalo dos Campos encontra-se em situação de total esquecimento

Texto de Eliandson Santos

A Fonte da Gameleira, ponto de origem da cidade de São Gonçalo dos Campos, encontra-se em situa-

Antes local de romaria, a fonte hoje está abandonada

ção de abandono des-de que uma análise laboratorial detectou em sua água substân-cias impróprias para o consumo humano.

De uma hora pra outra, o que era local de devoção dos reli-giosos se tornou caso de saúde pública. A água da Gameleira foi classificada imprópria para o consumo, por conta da sua proximi-dade com o cemitério.

Desde então, o lugar que atraia ro-marias de diversas

regiões da Bahia está vazio. Mesmo estando recém restaurada, a fonte agora não passa de um local propício à ação de vândalos e a foco de mos-quitos aedes aegypti.

Muitas lendas sobre o local

Segundo a lenda local, ainda no sécu-lo XVII pescadores encontraram nas águas da fonte uma imagem de São Gonçalo, santo português. A devoção pelo santo fez nascer um arraial ao redor das águas. O arraial cresceu e hoje, tem mais de 30 mil habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).As águas da velha fonte são cercadas por histórias místicas. Milagres que a medicina jamais teria conseguido explicar aconteceram ali. O coveiro Paulo Sérgio, 52 anos, por exemplo, conta a história do paralítico que veio numa romaria de muito longe, bebeu e banhou-se da água e voltou para casa andando. Muitos outros casos de curas, principalmente de doenças de pele, eram relatados por populares.

O se-cretário de Agricultura e Meio Am-biente do município, Murilo Cos-ta Ferraz, disse que estava parti-cipando de um curso em outra cidade e ainda não foi informado oficial-mente sobre a interdição.

O padre local, Aristóteles Silva, desaconselhou o consumo da água, mas disse que a tradicional Romaria do Ouvinte continuará acontecendo sempre no segundo domingo do mês de janeiro e os fiéis que desejarem po-derão visitar a fonte do milagre, des-de que não entrem em contato com a água.

Uma placa alerta que a água não é própria ao consumo

Larissa AraújoLa

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TÁ NA NET - SaubaraO município de Saubara também

possui informações na Internet. A primeira delas, que surge quando você digita o nome Saubara, é a sua localização no mapa, seguida da origem de seu nome e as suas pri-meiras construções. Depois surgem endereços de pousada, restauran-tes, pontos turísticos e fatos que ga-nharam destaques na cidade.

A cassação do mandato do pre-feito reeleito, Antônio Raimundo de Araújo, o Bolinha, e seu vice Os-valdo Costa e Souza Filho, foi uma das notícias que mais apareceram nos endereços eletrônicos recente-mente, a exemplo do blog do Va-lente (www.blogdovalente.com.

br), onde a notícia foi bastante co-mentada por internautas.

Outra notícia destaque na net foi o encalhamento da baleia jubarte no último dia 23 de setembro, na praia de Saubara, (http://g1.globo.com/brasil/noticia/2010/09/encalhe-de-baleias-bate-recorde-no-litoral-do-pais.html).

Ao navegar pelo site ferias.tur.br o internauta pode ler opiniões e impressões sobre Saubara e tam-bém deixar seu próprio comentário.

Isso possibilita a oportunidade de conhecer a localidade virtualmente.

Outra coisa que pode ser encon-

trada também na net sobre Saubara é uma gama de fotos de diversos pontos de todo o município, sobre-tudo de suas praias e de seus arte-sanatos, como as rendas.

Há uma pequena porcentagem de temas sobre questões ligadas ao trabalho político do município. O site da prefeitura, cujo endereço

Texto de Valdelice Santosé saubara.ba.gov.br, encontra-se fora do ar e nenhuma informação foi passada sobre o problema pelo órgão.

Também não tem nenhum ende-reço eletrônico com notícias locais, mas isso não deixa de colocar Sau-bara no âmbito da net, basta aconte-cer algo de relevante para o municí-pio que vai parar direto na internet e na maioria das vezes ganha re-percussão em diferentes lugares do Brasil.

www.ufrb.edu.br/reverso

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www.ufrb.edu.br/reverso www.ufrb.edu.br/reverso

Comércio de roupas em feira livreatrai a população de Cachoeira

Texto de Pollyanna Macêdo

Localizada próxima a cida-des como Santo Antônio de Jesus e Feira de Santana, famosas pelo comércio em geral e principalmen-te pelo de roupas e acessórios, Ca-choeira também se destaca pelo comércio de moda, que é feito in-clusive na feira livre. Ao nascer do sol, já é possível ouvir os pri-meiros anúncios de mercadorias e promoções, juntamente com o som que vem das barracas vizinhas.

Como o preço não é tabela-do e nele não é inserido imposto

– como aconte-ce em lojas – a quantia a ser paga pelo pro-duto vai variar de acordo com a habilidade do consumidor e até com a sua amizade com o dono. Os ven-dedores vêm

não só da cidade, mas de diversos

Poucas horas depois vem o resultado: dezenas de pessoas ocu-pando um peque-no espaço, olhan-do, mexendo, experimentando, pechinchando o valor seja de uma blusa, calça ou bi-juteria. Aliás, se-gundo a maioria dos clientes, essa já é uma das van-tagens de comprar roupa em feira livre, a pechincha.

Seja no trabalho, no colégio, em festas, ou mesmo no dia-a-dia, as suas últimas tendências invadem a vida das pessoas

Eliandson Santos

Antes realizada somente nos dias de quarta, sexta e sábado, a feira funciona hoje por quase toda a semana, tendo como destaque as barracas de roupas

“Aqui tem short curto, médio, com-prido e até aquela calça mais folga-da que tá muito na moda”

zes são as mesmas que ma-riscam - produzem bolsas, tapetes e utensílios caseiros artesanalmente, utilizados com palha ou a própria ren-da.

A Sociedade Filarmônica São Domingos – primeira entidade do município, for-mada em 1916 – e as Care-tas de Saubara são também fortes registros da cultura local. As caretas são origi-nárias das lutas pela Inde-pendência da Bahia, quan-do as pessoas usavam o disfarce de careta para levar alimentos aos combatentes e não serem pegos pela tro-pa portuguesa. Com final da guerra, o costume virou brincadeira e é tradição até os dias de hoje.

Culinária e economia

Por ser uma cidade lito-rânea, a culinária típica de Saubara e região é a pro-dução de mariscos, peixes e crustáceos, que são ven-didos de porta em porta ou nas feiras livres de cidades vizinhas, como Santo Ama-ro, Feira de Santana e Sal-

vador. A região também concentra criadouro de ca-marões, redutos de produ-ção do marisco em cativei-ro.

Como chegar

Para quem vem de Sal-vador, pela BR-324, são 59 km até o entrocamento da BR–420. Em direção a Santo Amaro, segue-se 5 km até o entrocamento com a BA–878. Seguindo mais 20 km e passando pelo distrido de Acupe, chega-se ao muni-cípio de Saubara. A sede é distante de Cabuçu 6 km e 9 km de Bom Jesus dos Po-bres.

Saubara: Encantos da Baía de Todos os Santos

O nome Saubara significa, na língua tupi, comedor de for-migas, costume ali-mentício no Brasil de outrora. Localizada a 94 km de Salvador, no interior da Baía de Todos os Santos e próxima à foz do Rio Paraguaçu, segundo o livro Roteiros Eco-turísticos da Bahia, sua região apresenta

uma paisagem di-versa, composta por praias, falésias, áreas de manguezais e de Mata Atlântica com rios e cascatas.

Com o tipo climá-tico úmido, de acor-do com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Es-tatística (IBGE), sua área é de 158 km² e a população composta por 11.871 habitantes (censo 2006).

A freguesia de São Domingos de Saubara foi uma das primeiras aglome-

rações urbanas que deram origem ao município de Santo Amaro. Seu desmem-bramento ocorreu em 13 de junho de 1989, quando foi emancipada, agregando vi-larejos e praias da região. São eles: Cabuçu, Bom Jesus dos Pobres e o povoado de Araripe.

História

O município teve sua constituição como povoa-do a partir da construção de uma igreja dedicada a

São Domingos de Gusmão da Saubara, construída pe-los moradores da Ponta de Saubara – região a beira-mar fundada pelo fidalgo português Braz Fragoso em 1685.

Conta alenda que a igreja seria constituída por pedras e óleo de baleia, trazidos por jesuítas espanhóis da Ilha de Itaparica, junto com a imagem do santo. Ela ser-viu como ponto de observa-ção e vigília, além de quar-tel-general nas lutas pela Independência da Bahia, pois do seu alto podia-se avistar os portugueses vin-dos do mar para o ataque.

Distritos de veraneio

Devido à presença de distritos praieiros – Bom Je-sus dos Pobres e Cabuçu – o município movimenta sua economia com o turismo na época do verão e abri-ga um grande número de pessoas vindas de Feira de Santana, Salvador e região do Recôncavo Sul da Bahia. São pequenos povoados, de estrutura simples, mas que também têm mansões loca-lizadas na área costeira, que pertencem a artistas, empre-sários e políticos.

A praia de Bom Jesus dos Pobres fica próxima à foz do Rio Paraguaçu e ganha destaque pela localização a beira mar da igreja do Se-nhor Bom Jesus dos Pobres. Ela é datada do século XVII e fundada pelo clérigo Fran-cisco de Araújo.

Cabuçu tem águas apro-priadas para a prática de esportes náuticos, como windsurf, esqui e vela. Lo-calizada entre o mar e de-sembocadura de rios, em determinados meses do ano a praia torna-se um berçá-rio marinho, produzindo desde aratu (crustáceo) a sururu (marisco). É conhe-cida popularmente como Praia do Oi, por ser a mais frequentada do município – geralmente por pessoas das cidades vizinhas que se conhecem. Seu nome na língua tupi significa marim-bondo.

Representações Culturais

As rendeiras fazem parte do acervo cultural de Sau-bara, famosas pela constru-ção das rendas de birro, as mulheres – que muitas ve-

A praia de Cabuçu tem areias cristalinas e é ótima para banho.

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Prédio onde fica sede da administração municipalRogério Lacerda

“A culinária tí-pica de Saubara e região é a pro-dução de ma-riscos, peixes e crustáceos”

Texto de Lorena Morais

lugares como Conceição da Feira, Maragogipe, Conceição do Coité e da vizinha São Félix. Nos dias de sábado, por exemplo, o movimento de pessoas de fora da cidade, tanto compradores e vendedores é gran-de. O colorido dos shorts e calças de pano e malha é visto de longe, e quase que domina todo o cenário. As barracas de lingerie têm desta-que e vêm crescendo ultimamente. As vendedoras afirmam que a va-riedade de sutiãs e tops atraem o público feminino, já que as blusas hoje em alta têm decotes variados.

Mas as barracas com foco no jeans são ainda hoje uma das mais requisitadas pela população. Ven-dendo produtos de tamanhos e mo-delos variados, costumam juntar duas ou três barracas em um espa-ço só e contam até com um prova-dor improvisado para que o cliente não precise voltar e trocar a peça.“Aqui tem short curto, médio, com-prido e até aquela calça mais folga-da que tá muito na moda”, diz uma das ambulantes que ficam próximas ao Mercado Municipal. A famosa saia alta, ícone da ultima estação - e ao que parece veio pra ficar - virou febre, principalmente entre as mu-lheres mais jovens, e é facilmente encontrada na feira, inclusive pela metade do preço das lojas. As bar-racas de calçados são outro ponto forte na cidade. Sandálias rasteiras de diversos modelos e cores podem ser encontradas até por R$ 10,00 cada. Quando um produto novo chega, não demora muito em expo-sição e já é comprado por alguém, pois o público costuma sempre conferir novidades. O sucesso nas vendas acaba sendo também au-xiliado pelo tipo de pavimento da cidade, já que é preciso sandálias e sapatos confortáveis para cami-nhar através dos paralelepípedos.

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Flagrantes do trânsitoTexto e fotos de Diogo Oliveira

Atualizar as possibilidades de ida e vinda, tanto para pedestre quanto em carros, é um desafio para a maioria das cidades atuais. Cachoeira, que no último censo contava cerca de 30 mil habitantes, enfrenta esse proble-ma. Os passeios da época colonial são pequenos, assim como as vias para carros, motos e caminhões. A popu-lação ainda enfrenta o desafio de espaços legais de estacionamento nas ruas principais, em frente aos mercados mais movimentados. Fica uma mistura de gente, bicicleta, animais para carregar, pessoas com carrinhos-de-mão...