Atendimento para médicos e enfermeiros da APS/AB do Brasil PARA ESCLARECER DÚVIDAS LIGUE: 0800 644 6543 www.telessauders.ufrgs.br Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica Resumos Clínicos - Pulmonar Obstrutiva Crônica Introdução A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é caracterizada pela limitação persistente ao fluxo aéreo e que não é completamente reversível. É uma doença geralmente progressiva e associada a uma resposta inflamatória anormal das vias aéreas e dos pulmões a partículas nocivas e gases inalados. O tabagismo é o fator de risco mais associado à DPOC, mas outros poluentes como alguns produtos químicos, poeira, pó de carvão, combustíveis e fumaças não devem ser esquecidos na avaliação do paciente. Antigamente, a prevalência era superior nos homens, porém com o passar dos anos nota-se o aumento dos casos nas mulheres. Sinais e sintomas A maioria dos paciente com DPOC apresenta dispnéia crônia,que costuma aparecer tardiamente, e progressiva tosse, seca ou produtiva, que pode alterar o padrão diariamente conforme exposição aos fatores de risco. Nos períodos de exacerbação da doença, normalmente a tosse se apresenta produtiva e a secreção altera seu padrão habitual. Em casos de doença grave, os pacientes tendem apresentar fadiga, perda de peso e anorexia. Esses são sinais e sintomas que costumam ser relacionados com pior prognóstico e podem estar associados a outras doenças , como câncer e tuberculose. Os pacientes com DPOC podem apresentar outras comorbidades associadas, como Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) e Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE), fazendo-se necessário diferenciar tratamento inadequado dessas condições, que contribuem para a piora do sintoma de dispneia. Ao exame físico o paciente pode apresentar murmúrio vesicular diminuído e sibilos distribuídos difusamente. Sibilos não são sintomas específicos , mas podem estar presentes e variar conforme o dia. Na radiografia de tórax evidencia-se padrão de hipertransparência e infiltração ao longo dos feixes broncovasculares. Além disso, pacientes com DPOC podem apresentar hipertensão arterial pulmonar ou cor pulmonale, que devem ser suspeitadas por alterações clínicas como hiperfonese de B2 em foco pulmonar, turgência jugular, refluxo hepatojugular e edema de MMII. Da mesma maneira, sinais radiográficos como aumento do ventrículo direito ou artérias pulmonares no RX simples, eletrocardiográficos (sobrecarga
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Atendimento para médicos e enfermeiros da APS/AB do Brasil PARA ESCLARECER DÚVIDAS LIGUE: 0800 644 6543
Quadro 4 – Opções de tratamento conforme o grupo do paciente
Grupo do Paciente Primeira Escolha Alternativa
A Baixo Risco Pouco sintomático
B2-agonista de curta ação (salbutamol) OU Anticolinérgicos de curta ação (brometo de ipratropio)
CONFORME SINTOMAS
Anticolinérgicos de longa ação (tiotropio) OU B2- agonista de longa ação (formoterol/salmenterol) OU Anticolinérgicos de curta + B2 agonista de curta ação (ipratropio +salbutamol/fenoterol)
B Baixo Risco Muito sintomático
B2- agonista de longa ação (formoterol/salmenterol) OU Anticolinérgicos de longa ação (tiotropio)
B2- agonista de longa ação (formoterol/salmenterol) E Anticolinérgicos de longa ação (tiotropio)
C Alto risco Pouco sintomático
Corticóide inalatório + B2-agonista de longa ação (budesonida +formoterol) OU Anticolinérgicos de longa ação (tiotropio)
B2- agonista de longa ação (formoterol/salmenterol) E Anticolinérgicos de longa ação (tiotropio) OU Associar: Inibidores da 4-fosfodiesterase (roflumilast)
D Alto risco Muito sintomático
Corticóide inalatório + B2-agonista de longa ação (budesonida +formoterol) E/OU Anticolinérgicos de longa ação (tiotropio)
Combinações anteriores + Inibidores da 4-fosfodiesterase (roflumilast)
Antibióticos O tempo mínimo de tratamento é de 7 dias, podendo
prolongar para 10-14 dias (exceto azitromicina 3-5dias)
Se dois critérios presentes:
-Aumento da dispneia
-Aumento da tosse
-Aumento da expectoração
Betalactâmicos
Amoxicilina 500mg 1 comp 8/8h
Amoxicilina 500mg +
Clavulanato 125mg
1 comp 8/8h
Amoxicilina 875mg +
Clavulanato 125mg
1 comp 12/12h
Macrolídeos
Azitromicina 500mg 1 comp/dia
Claritromicina 500mg 1 comp 12/12h
Tetraciclinas
Doxiciclina 100mg 1 comp 12/12h
Paciente com internação recente (menos de 90 dias), exacerbações frequentes (mais de 3 por ano), limitação severa ao fluxo aéreo (VEF1<50%) ou infecção prévia por Pseudomonas
Fluoroquinolonas
Ciprofloxacino 500mg 1 comp 12/12h
Levofloxacino 750mg 1 comp/dia
Técnica inalatória
A revisão do uso correto de dispositivos inalatórios deve ser realizada sempre que as medicações forem
prescritas, preferencialmente com uso supervisionado.
Inalador pressurizado multidose (‘bombinha’):
O paciente deve ser orientado a seguir os seguintes passos:
1) agitar o frasco;
2) colocar o frasco no espaçador;
3) esvaziar os pulmões;
4) colocar o bocal do espaçador entre os lábios;
5) apertar o dispositivo, enchendo o espaçador com o gás que contém o medicamento;
6) inalar lenta e profundamente, prendendo a respiração por 10 segundos.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Doenças respiratórias crônicas. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. Brasília: Ministério da Saúde. Portaria nº 609, 2013. DUNCAN, B. B. et al (Org.). Medicina Ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. GLOBAL INITIATIVE FOR CHRONIC OBSTRUCTIVE LUNG DISEASE. Global strategy for the diagnosis, management and prevention of chronic obstructive pulmonary disease. Portland: GOLD,2014. Disponível em: http://www.goldcopd.org/uploads/users/files/GOLD_Report2014_Feb07.pdf GRUFFYDD-JONES, K. Diretrizes de 2011 da GOLD: quais as implicações para o atendimento primário? Primary Care Respiratory Journal, Waterbeck, v. 21, n. 4, p. 437-441, 2012. MCCORMACH, M. C. Office spirometry. Waltham (MA): UpToDate, 2014. Disponível em: <http://www.uptodate.com/contents/office-spirometry>. Acesso em: 27 mar. 2015. SILVA, G. P. F. et al. Validação do teste de avaliação da DPOC em português para uso no Brasil. Jornal Brasileiro de Pneumologia, Brasília, v. 39, Suplemento 4, p. s402-s408, 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-37132013000400402&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 11 maio 2015. SILVA, L. C. et al. Pneumologia: princípios e prática. Porto Alegre: Artmed, 2012.